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ARTE
A palavra “ARTE”, embora se associe em geral às artes plásticas ou
visuais, mais ainda à pintura, compreende na verdade, essas e mais a música, o
teatro e a palavra em verso e prosa.
Todas essas expressões possuem características em comum e uma delas
é a tentativa da criação estética, agradável, onde a unidade, a harmonia das
partes que a compõem, possibilita a sua apreciação que na maioria das vezes é
traduzida pelo sensório, enfim pela percepção sensorial. É preciso dizer que nem
toda arte deve ser necessariamente considerada como expressão de beleza,
assim como nem tudo que é belo ou agradável é arte.
A própria história da arte mostra o quanto a arte pode não estar
associada apenas ao conceito do belo. Esse conceito surgiu na Grécia antiga
exaltando os valores humanos e os relacionando aos deuses. Esta arte, ao lado
da religião, idealizava a natureza e colocava o homem como seu ponto
culminante, o tipo perfeito, ideal, nobre, belo. Mais tarde Roma reviveu esse
conceito na Renascença e até hoje influencia a cultura ocidental.
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visando tão somente a arte em si mesma, apenas um fazer artístico com uma
finalidade estética. Essa procura pelo estético é somente o movimento inicial
para a atividade artística.
O desenvolvimento da democracia trouxe uma conscientização de que a
arte existe para todos, não só no sentido da sua apreciação, mas também no da
sua produção. Passa a existir uma nova crença, a de que todos possuem a
capacidade inata de fazer arte.
Com isso a educação artística passou a ter m novo enfoque, as artes
populares e primitivas tornaram-se respeitadas e apreciadas, e o que antes era
considerado privilégio só dos “artistas”, em alguns aspectos ficou sendo possível
ao chamado homem comum, inspirando-o e revitalizando-o.
ARTETERAPIA
A arte é tão antiga quanto a vida do homem neste planeta, mas foram
as pinturas rupestres nas cavernas que primeiro registraram a expressão
humana, e em toda a evolução do homem a arte sempre esteve presente
ajudando-o a viver melhor, a melhor compreender a vida.
Ao desenvolver o sistema límbico, potencializando a busca do
conhecimento, o homem percebeu a necessidade de representar, através de
imagens e sons, e de forma simbólica, a realidade que experimentava.
Nas antigas civilizações era a arte um processo místico, que servia para
fazer contato com a natureza, com o cosmo. Na Grécia a arte foi usada como
tratamento para cura de doenças mentais. Na Idade Média, a arte serviu a
Igreja, ao Sagrado. E, assim chegou até a Modernidade, sempre atuando como
expressão da alma.
Segundo Pain (1996, pg. 13) já desde o final do século XIX, psiquiatras
estavam interessados nas produções plásticas dos alienados. Nesse contexto
estava Simon, que em 1876, classificou os doentes mentais conforme seus
trabalhos artísticos. Nesta época a arte era usada para diagnosticar as doenças
mentais.
Mohr, em 1906, utilizava as criações dos seus pacientes, comparando-as
com as de pessoas normais e com as de artistas conhecidos. Prinzhorn, por volta
de 1920, já analisava os trabalhos dos pintores surrealistas, expressionistas e
impressionistas. Nesse meio tempo, surgiram pedagogos como Montessori,
Rudolf Steiner, e outros, que estimularam a expressão artística nas crianças
(pedagogia ativa).
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ARTETERAPIA JUNGUIANA
O que está à nossa frente e o que está atrás de nós são coisas
insignificantes se as compararmos com o que há dentro de nós. E,
quando pomos para fora, no mundo, o que trazemos em nós, milagres
acontecem.
Henry David
Thoreau
A arteterapia junguiana procura dar vida à imagem, para que ela por si
só se defina, se explique e conduza o paciente e o arteterapeuta na sua busca,
aos caminhos do arquétipo constelado. Símbolos e imagens darão a pista para se
chegar aos conteúdos que não conseguem por si mesmos o acesso à
consciência, reestabelendo assim os vínculos, promovendo a integração.
As imagens no papel, nas telas ou nos mais diversos suportes indicarão
como está desenvolvida a personalidade e poderão sempre ser usadas como um
grande recurso em todo o processo, durante todo o tratamento, permitindo ao
arteterapeuta o estabelecimento das devidas conexões na sua análise seqüencial.
Em todo o processo o arteterapeuta, deverá ter conhecimento de
história, mitologia, religião, e mais outras ciências, além de conhecer os contos
de fada, para poder ser capaz de promover a amplificação, estabelecendo
ligações históricas e mitológicas com essas imagens e símbolos expressos. Ele
precisará usar sempre, a associação quando do entendimento das imagens.
Segundo Philippini, (1995), “a peculiaridade da abordagem junguiana está
configurada nas estratégias de amplificação do material simbólico produzido nas
sessões. Amplificar um símbolo é um processo que retoma trilhas muito antigas,
presente na história do homem há muitos séculos”.
É preciso também que sejam ofertadas diversas modalidades de
expressão, para que se possa fazer melhor e de forma mais segura as
percepções dos conteúdos emergentes.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
GRINBERG, Luis Paulo. Jung, o Homem Criativo. São Paulo: FTD, 2003.
JUNG, Carl Gustav. O Homem e seus Símbolos. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1964.
PAIN, Sara e JARREAU, Gladys. Teoria e Técnica da Arteterapia. Porto Alegre: Artes
Médicas, 1996.
SILVEIRA, Nise. Jung, Vida e Obra. Rio de Janeiro; Paz e Terra, 1975.
i
Arquiteta e artista plástica, pós-graduada em Arteterapia Junguiana. Membro
da Comissão organizadora e de montagem do site Casa Jung e Arte
(http//:www.casajungearte.com.br).