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Prisca Alberto

Processo de Acreditação e Documentação Necessária para Acreditação


Licenciatura em Ensino de Química com Habilidades em Gestão de Laboratório
Universidade Rovuma
Extensão de Cabo Delgado
2023

Índice
1.Processo de acreditação.................................................................................................................3

1.2. Etapas para Acreditação na ISO 17025.....................................................................................3

1.2.1. Definição do escopo do laboratório segundo a NIT-DICLA-016..........................................4

1.2.3 Preparação do laboratório........................................................................................................5

1.2.4. Solicitação de Acreditação.....................................................................................................5

1.2.5.Auditoria de medição..............................................................................................................6

1.2.6.Análise da documentação e avaliação.....................................................................................7

1.2.7.Decisão final e Manutenção....................................................................................................7

2.Documentação necessária para acreditação...................................................................................8

2.1. Relatório de Auto-avaliação......................................................................................................8

2.2.Evidências Documentadas..........................................................................................................8

2.3.Certificados e Licenças...............................................................................................................8

2.4.Planos de Melhoria.....................................................................................................................8

2.5.Relatório de Avaliação Externa..................................................................................................9

3.Referencias bibliograficas.............................................................................................................9
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1.Processo de acreditação
Acreditação é o processo pelo qual uma instituição ou órgão competente atesta a
competência técnica de uma empresa para prestar um serviço ou fornecer um produto. De
forma simples, também podemos dizer que as acreditações são voltadas ao atendimento de
requisitos. Porém, nas acreditações existe também a avaliação de conformidade de requisitos
técnicos do processo, de forma muito mais aprofundada.

1.2. Etapas para Acreditação na ISO 17025


A acreditação de um laboratório de ensaio ou calibração representa a comprovação da
competência técnica desse laboratório para realizar os serviços descritos em seu escopo de
trabalho.

A acreditação de laboratórios com INMETRO, além de aumentar a credibilidade de seus


laudos perante aos clientes, pode expandir os segmentos de clientes, uma vez que grandes
empresas geralmente exigem laboratórios acreditados para a realização de seus serviços.
Ademais, é essencial que o laboratório possua um Manual de Boas Práticas Laboratoriais
implementado antes de iniciar o processo de acreditação, pois os princípios de boas práticas de
laboratório são um dos itens avaliados nas auditorias durante esse processo.

Na acreditação baseada na ISO 17025 o laboratório precisa passar por algumas etapas para que
no final tenha sua competência reconhecida pelo INMETRO.

Essas etapas são:

 Definição do escopo do laboratório;


 Preparação do laboratório;
 Solicitação da Acreditação (Envio da documentação);
 Auditoria do INMETRO;
 Análise da documentação e avaliação;  Decisão final.
1.2.1. Definição do escopo do laboratório segundo a NIT-DICLA-016
O primeiro passo para obter a acreditação é conhecer a norma ISO 17025 e estruturar os
processos do laboratório com base nos requisitos dela. Dessa forma, o laboratório terá um sistema
de gestão documentado aderente à norma.
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Nessa etapa, o laboratório também precisa definir o seu escopo de trabalho, ou seja,
especificar a área em que vai buscar a acreditação, quais os tipos de instrumento que irá atender,
as faixas suportadas por seus padrões, o cálculo de incerteza que será adoptado, entre outras
questões mais técnicas.

É interessante que o laboratório defina os ensaios mais importantes para os seus clientes ou
quais clientes almeja-se atingir a fim de realizar esse investimento apenas nas análises essenciais,
uma vez que é possível acreditar as análises separadamente. Com o passar do tempo, se for de
interesse do laboratório, pode-se expandir esse escopo com o intuito de prestar um maior número
de serviços. Após essa definição, deve-se preencher os formulários que se encontram no site do
INMETRO (FOR-CGCRE-003) informando a área de actividade ou produto, classe de ensaio e
descrição do mesmo e norma ou procedimento relativos a cada ensaio que se almeja acreditar.

1.2.3 Preparação do laboratório


Antes de solicitar a acreditação de ensaios no laboratório, deve-se ter implementado um
sistema de gestão da qualidade e possuir o manual da qualidade do laboratório ou organização ao
qual pertence. Todos os equipamentos utilizados nos ensaios devem estar calibrados (NIT-
DICLA-030), como por exemplo, balanças, pipetas e espectrómetros. Além disso, o laboratório
deve participar de actividades de ensaio de proficiência (NIT-DICLA-026), nos quais são
realizadas uma série de análises comparativas de uma mesma amostra em laboratórios diferentes
a fim de atestar a confiabilidade dos laudos emitidos pelo laboratório que se almeja acreditar.

Para evidenciar sua competência técnica, é necessário participar de um Programa de Ensaio de


Proficiência, que consiste na comparação do seu resultado com outros laboratórios RBC ou que
também estão buscando sua primeira acreditação.

1.2.4. Solicitação de Acreditação


A solicitação de acreditação pode ser realizada no próprio site do INMETRO. Após essa
solicitação, os responsáveis possuem 20 dias para apresentarem todos os documentos necessários
(formulário de escopo devidamente preenchido, Manual da Qualidade, procedimentos técnicos,
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administrativos, operacionais, certificados, relatórios, laudos, memoriais de cálculos, softwares


e outros documentos técnicos e do sistema de gestão).
Tudo o que é feito na preparação do laboratório deve ser evidenciado em forma de
documentos para poder dar entrada no processo de acreditação. A documentação é enviada ao
INMETRO, para avaliação e agendamento da auditoria.

Nessa etapa, toda essa documentação é verificada com relação ao cumprimento dos requisitos
da norma, para que o laboratório possa seguir para o próximo passo.

1.2.5.Auditoria de medição
Após uma análise crítica de todos os documentos enviados, o pedido de acreditação pode ser
aprovado. Caso isso não ocorra, os responsáveis do laboratório são informados acerca de quais
acções necessitam ser tomadas para viabilizar a acreditação. E caso seja aprovado o
prosseguimento com o processo, um Gestor de Acreditação é alocado para formar uma equipe de
avaliação. As auditorias de medição, geridas por essa equipe, consistem em comparações
interlaboratoriais para avaliar a competência técnica.

Nessas auditorias é verificado: os valores dos laudos emitidos estão de acordo com os valores
pré-determinados, as incertezas informadas estão de acordo com a capacidade do laboratório, o
padrão itinerante (comum a todos os laboratórios participantes do programa) é manipulado
correctamente, e a análise crítica dos pedidos, propostas e contractos é realizada pelos
responsáveis do laboratório.

A auditoria é a etapa mais prática de todo o processo: o laboratório que chega até essa fase já
reajustou seu fluxo de trabalho conforme a norma e evidenciou isso ao INMETRO. O processo
ocorre conforme a ISO 17025 e o laboratório precisará mostrar, na prática, tudo aquilo que foi
enviado na documentação.

Caso o laboratório não esteja conforme em algum dos itens avaliados, os resultados da
calibração podem ser revisados e uma nova auditoria de medição é realizada. Se mesmo assim os
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resultados ainda não estejam satisfatórios, os ensaios reprovados podem ser retirados do escopo
de acreditação.
1.2.6.Análise da documentação e avaliação
Todos os documentos apresentados são analisados pela equipe de avaliação com um prazo de
até 30 dias. Também é realizada uma avaliação da implementação do sistema de gestão da
qualidade e da qualificação técnica do laboratório para os ensaios que solicitou acreditação por
meio de visitas às instalações físicas do laboratório.

Após as auditorias da equipe de avaliação, é emitido um relatório no qual a acreditação é


recomendada ou não. Na auditoria podem surgir NCs (não conformidades), mas pode ficar
tranquilo, pois não precisará passar por outra auditoria. Basta evidenciar ao INMETRO que tratou
essas NCs dentro do prazo estabelecido, e então eles avaliarão esses dados, liberando para a
avaliação do CGCRE.

A acreditação pode não ser recomendada caso o exista um grande número de


nãoconformidades. No entanto, a acreditação pode ser recomendada pela equipe e ainda existirem
não conformidades a serem corrigidas, contudo, em uma quantidade muito reduzida. Todas as
acções correctivas em ambos os casos são registadas nesse relatório de avaliação para que os
processos estejam mapeados.

Depois de ter passado com sucesso pela auditoria (com ou sem não conformidades), toda a
documentação do processo chega à comissão do CGCRE para que seja avaliada. Estando tudo
certo, ocorre a assinatura e concessão da acreditação ao laboratório.

1.2.7.Decisão final e Manutenção

O coordenador da Coordenação Geral de Acreditação do Inmetro decide, com base nas


recomendações da equipe de avaliação, se concede ou não a acreditação ao laboratório avaliado.
Caso seja aprovada, o laboratório recebe um certificado oficial e deve realizar avaliações
periódicas de 12 meses, na primeira avaliação, e em até 24 meses nas demais. Ademais, o
laboratório deve participar do programa de monitoramento de acreditação organizados pelo
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DICLA no qual os documentos e resultados dos ensaios de proficiência são avaliados para a
manutenção de sua certificação.
É importante sempre ter em mente que a acreditação do laboratório não serve apenas para ter
um certificado na parede e selos nos instrumentos calibrados, mas sim, significa estar sempre em
busca da qualidade e excelência. De nada adianta obter a certificação se o laboratório deixa a
desejar nos serviços executados e não se preocupa com a satisfação dos clientes.

2.Documentação necessária para acreditação


A documentação desempenha um papel crucial no processo de acreditação, pois serve como
evidência do cumprimento dos critérios. Exemplos de documentos necessários incluem:

 Relatório de Auto-avaliação
 Evidências Documentadas
 Certificados e Licenças
 Planos de Melhoria
 Relatório de Avaliação Externa:

2.1. Relatório de Auto-avaliação


Um documento que descreve a análise interna da instituição, incluindo seus pontos fortes e
áreas de melhoria.

2.2.Evidências Documentadas
Documentos que comprovam o cumprimento dos critérios, como registros de desempenho,
políticas internas e procedimentos.

2.3.Certificados e Licenças
Documentos que demonstram que a instituição atende aos requisitos regulatórios, como
certificados de qualidade ou licenças operacionais.

2.4.Planos de Melhoria
Caso áreas de fraqueza sejam identificadas, planos detalhados para abordá-las.
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2.5.Relatório de Avaliação Externa


O relatório preparado pela equipe de avaliadores externos.

3.Referencias bibliograficas
1. IPAC. Guia Acreditação de Laboratórios Químicos, OGC002. Instituto Português de
Acreditação (IPAC), 2011.

2. ISO 17011 Conformity assessment - General requirements for accreditation bodies


accrediting conformity assessment bodies. International Organization for Standardization.

2017.

3. ISO 9000, Sistemas de gestão da qualidade. Fundamentos e vocabulário.


Instituto Português da Qualidade. 2015.

4. José António da Silva Barradas PS. Certificação e Acreditação: duas perspectivas num
laboratório de metrologia. TMQ – Techniques, Methodologies and Quality, 2013.

5. NP EN ISO 9011, Sistemas de Gestão da Qualidade. Requisitos. Instituto Português da


Qualidade, 2015

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