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TRABALHO FINAL DE

C
ESTÉTICA.

Livro 2: As fronteiras da beleza.


Sumário:
 Capítulo 3: Teoria Platônica da Beleza.
 Capítulo 4: Teoria Aristotélica da Beleza.
 Capitulo 5: Teoria Plotínica da Beleza.
 Capítulo 6: Teoria Kantiana da Beleza.
 Capítulo 7: A beleza Segundo a Estética Idealista Alemã.
 Capítulo 8: Teoria Hegeliana da Beleza.
 Capítulo 9: A beleza – Síntese Realista e Objetivista.
3: Teoria Platônica da Beleza
• Para Platão, a beleza depende do grau em que o ser se comunica
com o mundo supra-sensível.
• A arte é a imitação da natureza e a natureza é a imitação do mundo
inteligível.
• Cada ser tem um arquétipo, um padrão. Quanto mais a arte se
assemelha com o arquétipo, mais bela a arte é.
• A alma é atraída pela beleza. A alma decai ao se unir ao corpo.
• Para Platão, a beleza moral é superior à beleza física, corpórea.
O "BANQUETE" E "O FEDRO
• Os diálogos platônicos que mais se referem à Beleza são ‘O Banquete’
e o ‘Fedro’. No primeiro, o chamado ‘discurso de Sócrates’ explica,
quase que de modo definitivo, a teoria platônica da Beleza.
• O amador descobre que a beleza corpórea é sujeita à ruína e à
decadência, enquanto a beleza moral resiste ao passar do tempo.
Então, ele contemplará a beleza que existe nos costumes e nas leis
morais, notando que a Beleza está relacionada com todas as coisas e
considerando, então, a beleza corpórea como pouco digna de estima.
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4: TEORIA ARISTOTÉLICA DA
BELEZA
• A BELEZA COMO HARMONIA E PROPORÇÃO:
• Aristóteles abandona inteiramente o idealismo platônico, no que se
refere à Beleza como em outros campos. Ao contrário, ele vai defender
que a beleza de um objeto não depende de sua maior ou menor
participação numa Beleza suprema.
• Ela decorre, apenas, de certa harmonia, ou ordenação, existente
entre as partes desse objeto entre si e em relação ao todo. Ela
decorre, apenas, de certa harmonia, ou ordenação, existente entre as
partes desse objeto entre si e em relação ao todo.
O Mundo, Vindo do Caos, Passou a ser Regido
por uma Harmonia.
• Esta concepção do mundo e da vida como uma luta entre a harmonia
desejada e os destroços do caos ainda aqui existentes é fundamental
no pensamento aristotélico.
• Aristóteles admitia a desordem e a feiura como elementos aptos a
estimular a criação da Beleza, através da Arte. Ademais, sua grande
contribuição para a Estética foi, primeiro, a de retirar a Beleza da
esfera ideal em que a colocara Platão, tentando, corajosamente,
encontrar sua essência nos próprios dados das coisas.
• Isso faz da Beleza uma propriedade do objeto, propriedade particular
sua, e não recebida como que por empréstimo de uma luz superior,
como queria Platão.
ASPECTO SUBJETIVO DA
BELEZA
• O Filósofo diz que a Beleza é o objeto que agrada ao sujeito pelo
simples fato de ser apreendido e fruído. O prazer estético decorre da
simples apreensão, gratuita e sem esforço, do objeto, pelo espírito do
sujeito.
• O Filósofo também diz que a Arte é, mais, um depoimento do mundo,
contido numa outra realidade, transfigurada. O mundo é regido por
uma harmonia que se reencontra na Arte e no conhecimento. Os
artistas e cientistas procuram encontrar na realidade os rastros dessa
harmonia, os quais evidenciam, através de relações, das leis do
mundo.
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5: Teoria Plotínica da beleza
• INFLUÊNCIA DE PLATÃO:

• O fundamento da visão estética de Plotino é platônico. Vemos isso através das


seguintes citações:
• “Uma coisa material bela surge por participação numa ideia saída do divino”
(Ideia de Bem metafísico e concreto)
• “Sendo a alma por natureza o que é e estando muito próxima a
Essência suprema entre os seres, ante qualquer coisa que ela veja
pertencer a seu mesmo gênero ou que possua uma marca de
parentesco, regozija-se e se transporta, atrai-a para si e volta a recordar-
se de si e de tudo o que é seu (que pertence à sua natureza)"
(Reminiscência)
CRÍTICA A ARISTÓTELES
• Também há uma crítica à Aristóteles no pensamento de Plotino
• “Todo mundo, por assim dizer, afirma que a harmonia das partes entre
si e em relação ao todo, acrescido de um bom toque de cor, constitui a
Beleza para a vista. (...)De acordo com isso, só́ o composto, e não o
simples, é que seria necessariamente belo. (...) E contudo é
necessário que, se o todo seja belo, sejam belas também as partes.
Um todo belo não se integra de partes feias.
• Para Plotino, a alegria que a alma sente diante de uma obra bela
origina-se do fato de que, diante dela, nos sentimos que estamos
diante da chispa de outra alma humana.
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6: Teoria Kantiana da Beleza.
Do Objeto Para o Sujeito
• A violenta reação kantiana, pretendeu deslocar o centro de existência
da Beleza do objeto para o sujeito.
• A DESISTÊNCIA DE SOLUCIONAR PROBLEMAS E OS TIPOS DE
JUÍZO.
• Kant, em vez de tentar a solução dos problemas estéticos, tratou de
demonstrar que eles eram insolúveis. A impossibilidade de resolver os
problemas estéticos adviria, em primeiro lugar, da diferença radical
existente entre os juízos estéticos (ou juízos de gosto), e os juízos de
conhecimento
• De acordo com Kant, os juízos de conhecimento emitem conceitos que
possuem validez geral, por se basearem em propriedades do objeto. Já́
os juízos estéticos não emitem conceitos: decorrem de uma simples
reação pessoal do contemplador diante do objeto, e não de
propriedades deste.
• UNIVERSALIDADE SEM CONCEITOS ensacado agradável do
sujeito, ausência de conceito, mas exigência de validez universal.
• SUBJETIVIDADE OBJETIVA Segunda característica, uma
necessidade subjetiva que nos aparece como objetiva, uma vez que
objetivamente todos tem as mesmas faculdades das quais se decorre a
livre possibilidade para o juízo subjetivo estético.
A BELEZA ADERENTE E A BELEZA
LIVRE
• A Beleza ligada as artes figurativas é chamada de “aderente” (porque
ela adere ao conceito que fazemos das coisas representadas); e é
chamada “livre” a que se liga às artes abstratas, que representam
formas puras. A Beleza livre não supõe, portanto, nenhum conceito do
que seja o objeto; a Beleza aderente, não só́ supõe tal conceito, mas
supõe ainda a perfeição do objeto em relação a esse conceito.
• “o juízo estético não tem outro fundamento senão a forma da
finalidade de um objeto”
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7: A Beleza Segundo A Estética
idealista alemã
A Estética Após Kant
• Depois que Kant destruiu a estética transferindo o valor estético para
o sujeito, ao invés do objeto, o julgamento de qualquer obra de arte
torna-se impossível.
• É claro que existem as variações legítimas e pessoais, do gosto; uma
pessoa pode preferir Beethoven a Bach e outra achar o contrário: trata-
se, aí, de variações legítimas do gosto. Mas preferir uma música
qualquer, sentimentalmente comercial a Mozart, aí é uma variação
ilegítima do gosto.
• A Estética ficaria, pois, reduzida a escombros, a se aceitar
integralmente o pensamento kantiano — que, por outro lado, teve um
grande mérito: o de chamar a atenção para o fato de que a fruição da
Beleza não era meramente intelectual, pois tinha papel fundamental,
nela, a imaginação.
• Assim, depois do formidável impacto da crítica kantiana, começou
logo a se esboçar uma reação contra ela, se bem que os pensadores
idealistas alemães, imediatamente posteriores a Kant, não deixassem,
nunca, de revelar as profundas marcas que ele deixou em todo o
pensamento ocidental.
• Schiller tenta conciliar o objetivismo tradicional e o subjetivismo
kantiano.
• “A Beleza é realmente um objeto para nós, porque a reflexão é a
condição de que tenhamos um sentimento dela. Mas, ao mesmo
tempo, a Beleza é um estado de nosso sujeito, porque o sentimento é
a condição em que podemos ter ela uma percepção.” (Cit. por
Banqueta, ob. cit., p. 335.)
• Este pensamento do grande dramaturgo e poeta alemão, não sai
exatamente da órbita kantiana, pois o que Schiller chama de reflexão,
ligando a Beleza a uma certa objetividade racional, é bastante diferente
da noção que os realistas e objetivistas têm do intelecto e que —
tenhamos isso sempre presente — não exclui o que a inteligência
possui de enigma, de obscuro e intuitivo. Mas, apesar disso, ao dizer
que a Beleza é, para nós, um objeto, o que Schiller faz é esboçar uma
das primeiras reações contra os paradoxos extremados de Kant.
Importância de Schiller:
• Schiller é ainda importante nas investigações estéticas porque
formulou uma teoria, retomada depois sob outros termos pela Estética
fenomenológica: a da aparência estética. Segundo essa teoria, o
mundo da Arte e da Beleza é “um mundo de aparência”, mas a
aparência estética é uma aparência honesta, “porque não pretende ser
outra coisa senão aparência”
• Também foi Schiller quem formulou, com fundamento em Kant, a
teoria da “arte como jogo”
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8: Teoria Hegeliana da Beleza.
• Hegel foi, sem dúvida, o maior dos pensadores idealistas alemães do
século XIX. Assim, não é para diminuir sua importância que afirmamos
que ele se limitou praticamente a aprofundar e sistematizar com mais
rigor o pensamento de Schelling.
• “A Beleza... se define como a manifestação sensível da Ideia.” (Hegel,
Esthétique, tradução francesa por J. G., Aubier, Edições Montaigne,
Paris, 1944, p. 144.)
• De acordo com Hegel, “a unidade da Ideia e da aparência individual é
a essência da Beleza e de sua produção na Arte”: se estivermos
atentos para o fato de que a Ideia, em Hegel, é o mesmo que o Infinito
ou o Absoluto, em Schelling, veremos que tanto faz definir a Beleza
como “o Infinito representado através do finito” ou como “a Ideia
representada através do sensível”.
• “A Beleza... é um certo modo de exteriorização e representação da
Verdade... Aceitamos, pois, no seu pleno significado, as palavras de
Platão: deve-se considerar, não os objetos particulares qualificados
como belos, mas a Beleza.” (“Estética”, “A Ideia e o Ideal”, e “O Belo
Artístico, ou O Ideal”, tradução portuguesa de Orlando Vitorino,
Guimarães Editores, Lisboa, 1953, p. 29 e 200.)
• De acordo com a visão hegeliana do mundo, a Arte, a Religião e a
Filosofia são as etapas fundamentais neste caminho do homem à
procura do Absoluto. À Arte, cabe a espiritualização do sensível (cf.
Esthétique, textos escolhidos, p. 16). À Religião, compete a captação
interior daquilo que a Arte faz contemplar como objeto exterior. É como
se a primeira representasse a tese, da qual a segunda seria a antítese,
cabendo à Filosofia o papel de síntese entre as duas: “A Arte e a
Religião estão unidas na Filosofia”.
9: A Beleza- Síntese Realista e
Objetivista
• “A Beleza de qualquer objeto material está na harmonia das partes,
unida a certa suavidade de cor”: este pensamento de Santo Agostinho
aproxima, de certo modo, sua teoria da Beleza, da teoria aristotélica,
apesar de que todo o seu pensamento é de substrato antes platônico
do que aristotélico. Mas, diferindo de Aristóteles, Santo Agostinho não
faz referência à grandeza e à proporção; sustentava que, para a
existência da Beleza, o tamanho do objeto estético era indiferente, o
que demonstra que ele estava bastante atento à distinção entre a
Beleza em geral e o Belo apenas clássico, este sim, proporcionado e
submetido a certas obrigações de medida.
• Outra contribuição valiosa que Santo Agostinho trouxe para a Estética
foram suas reflexões sobre a presença do Mal e do Feio no campo
estético: parece que, de modo explícito, sistemático e consciente, foi
essa a primeira vez em que isso aconteceu nos estudos antigos de
Estética. Para chegar a isso, Santo Agostinho partiu da fórmula
aristotélica de que Beleza é unidade na variedade.
• Para chegar a essa ideia estética da legitimidade do Mal e do Feio na
obra de arte, Santo Agostinho partiu de suas reflexões sobre o Mal e o
Feio no próprio mundo e na vida, no universo. Ele faz referência
expressa à “Beleza do universo, a qual, por disposição de Deus, se faz
mais patente ainda pela oposição dos contrários”. Assim, o Feio entra
pela primeira vez como legítimo no campo estético, admitido como
fator de valorização do Belo, e ambos aptos a fornecer assunto para a
criação da Beleza.
Créditos:
• Lucas Avelino Pereira.
• Paulo Victor.
• Pedro Henrique.

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