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Heidegger

Com ascensão de Hitler em 1933,


Heidegger entende que a “questão do ser”
atrelada à finitude existencial humana (em
linhas gerais, ao ente) ganharia um salto
qualitativo: “... o ser finalmente chegou,
estamos sob a força de comando de uma
nova realidade” (HEIDEGGER apud
SAFRANSKI, 2005, p.280). Este “salto”
permitiu ainda que o filósofo se voltasse ao
espírito-humano ocidental e a ideia de um
“novo início” aparece no horizonte de seu
pensamento.
Heidegger
Este [novo] começo é o início da filosofia
grega. Aqui, pela primeira vez, o homem
ocidental eleva-se de uma base popular e,
em virtude de sua linguagem, resiste à
totalidade do que é, o qual ele questiona e
concebe como o ser. Toda ciência é
filosofia, se ela sabe e deseja - ou não. Toda
a ciência permanece ligada a esse começo
da filosofia. A partir dele, extrai a força de
sua essência, supondo que ainda
permaneça igual a este começo
(HEIDEGGER)
Heidegger
Heidegger, admirado com o novo regime se volta para o
espírito histórico humano e percebe que há uma
decadência fundamental que deve ser reparada e iniciada
novamente, é o novo início, como intuição para a nova
forma de pensar a historicidade: a história do ser.
George (2015, p.01-02) escreve: “O olhar crítico-filosófico
de Heidegger sobre a tradição que deu origem à
modernidade se seguiu imediatamente à sua
desconcertante intimidade com o nacional socialismo”.
Desde que Heidegger era vivo, sua controvertida
participação no movimento Nazista na Alemanha da
Segunda Grande Guerra, até hoje, rende muitas páginas.
Heidegger
Heidegger pode ser considerado um ‘reacionário político’,
A consciência reacionária se rebela contra a solidão e a
anomia, contra o racionalismo e o materialismo e contra os
artifícios do progresso e da tecnologia humanos. Ao
procurar melhorar a condição de empobrecimento
espiritual e emocional provocada pela vida moderna nas
sociedades industriais, a consciência reacionária marca
uma fuga atávica de praticamente qualquer aspecto da
experiência que possa ser chamado de moderno. Nesse
vôo, a busca por um retorno à natureza, ou o abraço do
instinto sobre a razão, ou a busca de reconhecer vínculos
entre pessoas que são raciais e não históricas, são
comuns (ZIMMERMAN, 1990, p.79-81).
Heidegger
Nesse sentido, ele se coliga à esfera de sentimento
nacionalista que se posiciona como um ego ferido, devido
às perdas da Primeira Grande Guerra, e recoloca como
alguém que tem certa aversão ao mundo produzido pelo
modo de vida pós-guerra. Suas críticas ao mundo
moderno, como os valores econômicos iluministas e o
ideal de progresso por meio da objetivação e
tecnologização, ao contrário, não o levaram a uma radical
rejeição, tal como outros reacionários. Ele se posicionava
muito mais desde “uma ordem mundial na qual os alemães
pudessem estabelecer um novo modo de trabalhar e
produzir. Enquanto ansiava por uma renovação.
Heidegger
A crise da Alemanha vivida no pós-Grande Guerra pela imposição
dos tratados pós-guerra, leva Heidegger, em 1930, a perceber que os
encaminhamentos da nação alemã necessitavam de uma ‘revolução’,
um novo pensar entendido como um novo começo. É neste modo de
pensar reacionário que Heidegger reconhece que o modelo de
desenvolvimento assumido pelo capitalismo na qual a Alemanha
estava subjugada se revelava ‘desenraizado’ e suas críticas,
desde então, se volta contra o pensamento moderno enquanto tal.
Em sua busca pela renovação da Alemanha, Heidegger usou quase
todos os termos importantes, incluindo degeneração, niilismo, declínio,
necessidade de raízes, decisão, transformação espiritual, martírio,
revelação, renovação, conquista da salvação da Alemanha e debatido
com as obras de muitos dos autores importantes, incluindo Spengler,
Jünger e Klages, do movimento político reacionário que ajudou a levar
Hitler ao poder.
Heidegger
Há um estado de decadência da cultura e do modo de viver provocado
pelo pensamento degenerado da modernidade e da tecnologia. O
encontro grego primordial com o ser de entidades rapidamente
degenerou na metafísica produtivista que culminou na tecnologia
moderna. O que a Alemanha exigia em seu tempo de crise, na opinião
de Heidegger, não era um cultivo superficial dos clássicos gregos, mas
um novo encontro com o ser das entidades, um encontro que surgiria
em uma era radicalmente nova e não metafísica para Alemanha e
oeste.
Nos anos 30, ele concluiu que seu pensamento poderia fornecer a
liderança espiritual necessária para o sucesso da ‘revolução’ nacional-
socialista, que prometia iniciar um novo começo. A missão e a
oportunidade da Alemanha “era passar por uma transformação que
tornaria possível um novo relacionamento com a tecnologia, um
relacionamento em que o trabalhador não fosse mais escravo de suas
demandas, mas se tornaria um autêntico produtor de coisas
Heidegger
A defesa do projeto Nazista de um Estado Totalitário por Heidegger, hoje pode
ser vista como um espaço alternativo entre o liberalismo e o comunismo, ou
ainda um espaço de encontro entre a tecnologia e a humanidade. O que
parece ter ocorrido, ainda que para os críticos mais radicais não se justifique, é
uma certa decepção de Heidegger com a proposta desenvolvimentista dos
Nazi. O que seria uma alternativa para o desenvolvimento, tornou-se a própria
afirmação do desenvolvimento, cuja tecnologia moderna deve guiar a
existência. Essa decepção pode ser sentida nos textos que seguem o final da
década de 30 e toda década de 40, desembocando, por sua vez, nos textos
altamente críticos da década de 50. De algum modo, essa fracassada
experiência política, se assim se pode ler a experiência de Heidegger com o
Nazismo, não o afastou dos movimentos internos que radicam o mundo
moderno tecnológico. Ao contrário, sua experiência o faz mergulhar no
pensamento moderno tentando entender radicalmente seu limite, inclusive os
limites de suas próprias experiências A entrevista para a Revista Spiegel do
ano de 1966, publicada postumamente, dá algumas pistas dessa opção do
desenvolvimento nazista em Heidegger.
Escola de Frankfurt
Jürgen Habermas
"A teoria do agir comunicativo"
Estudo da Democracia - teoria do agir comunicativo (ação
comunicativa) e da esfera pública.
A dominação do homem sobre a natureza converte-se em dominação
do homem sobre o homem – em favor da técnica daí a des-razão.
Comunicação é anterior e fundamental que forma a vida social e o "eu“
– o mundo é determinado pelas trocas comunicativas.
Daí a ética do discurso que fundamenta o caráter político-democrático
do controle social. Por isso Democracia e Estado de Direito são
Democracias deliberativas.
Ação comunicativa é interação social e socialização que fazem os
indivíduos se sentirem pertencendo aos grupos sociais.
Escola de Frankfurt
Jürgen Habermas
Na sociedade coexistem - o sistema e o mundo da vida:
– o 1º é a 'reprodução material‘ determinada pelos meios e os fins; poder
político e valores econômicos.
-O 2º é 'reprodução simbólica‘ (linguagem) com redes de significados
marcados por processos comunicativos onde a linguagem leva a
solidariedade (para garantir o entendimento dos falantes).
A racionalidade comunicativa vai se aprendendo e o erro leva a desenvolver
capacidades mais complexas.
A ética é a garantia do discurso de todos na participação pública pelo
discurso (não tem conteúdo) o conteúdo se constrói.
‘’Pretensões de validade'‘ para a mútua compreensão: Pretensão de
Inteligibilidade (ser inteligíveis); Pretensão de Verdade (ser verdadeiro);
Pretensão de Sinceridade (quem fala tem que ser sincero); Pretensão de
Correção Normativa (para o contexto de normas e valores existentes).
Escola de Frankfurt
Jürgen Habermas.
Dao integração social e democracia – cidadania. Buscar a
MELHOR solução para os problemas – CONSENSO.
Tem participação mais igualitária e ativa dos cidadãos nos
litígios – mais justiça.
Ação estratégica – interesses individuais – seus objetivos –
armas, ameaças e seduções (a cooperação é para tirar
vantagem) – sem espaço para ouvir argumetos. Ele propõe
Ação comunicativa – entendimento mútuo; harmonizar pela
discussão e consenso – diálogo – facilitador da coordenação
das ações – democracia.
Escola de Frankfurt
Jürgen Habermas.
Esfera pública – não instituição e espaço social. É o espaço
onde está a livre circulação de tudo o que envolve a sociedade.
São radares que percebem e identificam problemas da
sociedade que chama atenção da instituição para que se
“mecha”.
Ai está o entendimento onde os indivíduos propõem soluções
para seus problemas.
É onde acontece a ação comunicativa – interações onde a
comunicação leva ao consenso. As leis são legítimas quando
vem deste consenso feito em igualdade de condições –
soberania popular daí justo.
“(...) o direito só mantém força legitimadora enquanto puder
funcionar como uma fonte de justiça (...)” (Habermas, Direito e
Democracia, Volume I, p. 184)".

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