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Alunos: Antônio Carlos / Paulo Victor / Paulo Henrique

Disciplina: História da Filosofia do Brasil e da América Latina II


4° Semestre

Quais as ideias fundamentais de Dussel e de Paulo Freire que mostram


elementos de discussão próprios dos problemas Latino Americanos e quais as
respostas que eles procuram dar?

Enrique Dussel foi um filósofo argentino que se destacou por suas reflexões
sobre a Teologia da Libertação e a filosofia latino-americana. Ele propõe uma ética da
libertação que se baseia no rompimento com a Filosofia europeia e com as
determinações culturais imperialistas, fugindo de um pensamento que impõe a negação
da possibilidade de ser diferente. Dussel vê o ser humano como sujeito fundamental de
sua história no processo de libertação, com a preocupação em construir uma nova
sociedade onde se socializem os recursos garantindo condições materiais suficientes
para se ter uma vida, no mínimo, digna.
A Filosofia da Libertação organizou inúmeras teses e se firmou como uma
filosofia própria da América Latina, trabalhando os temas atinentes a problemas com
tentativas de oferecer soluções que fossem úteis e ajudassem na formação do
pensamento efetivamente latino-americano. A tese geral desta filosofia é que cada
pessoa deve se tornar sujeito histórico de sua própria libertação, transformando a
realidade com a finalidade de efetivar a justa liberdade coletiva. Esse discurso era
profundamente revolucionário e buscava articular um discurso filosófico coadunado
com a práxis da libertação concreta, histórica.
Dussel busca trabalhar todas as dimensões que envolvem o homem, suas práxis
individual e social, onde se busque entender a libertação constante do homem. Ele
propõe uma reflexão crítica sobre a realidade latino-americana, buscando compreender
as raízes históricas da opressão e da exploração. Para ele, a libertação não é apenas uma
questão política, mas também uma questão ética e filosófica. É preciso superar a lógica
do capitalismo e do imperialismo, que impõem uma visão de mundo que nega a
possibilidade de ser diferente.
Em continuidade, ele propõe uma política que revela a necessidade de esforçar-
se para libertar as vítimas que almejam a vivência da cidadania por causa das múltiplas
situações de pobreza política e econômica.
Ademais se destaca a importância da construção do bem comum, que requer um
entendimento da multiplicidade de ideias que envolvem uma sociedade para construir
movimentos sociais capazes de disputar os destinos históricos das sociedades,
aglutinando as múltiplas demandas dos oprimidos e garantindo o desenvolvimento de
condições para a ‘ação coletiva’.
Ele propõe uma reflexão crítica sobre as instituições que foram criadas para
reprodução e aumento da vida humana, mas que, quando perdem seu foco, se esgotam,
se burocratizam e começam a contradizer seus fundamentos, orientando-se para a morte,
para a repressão e a dominação.
Dessa forma, o pensamento crítico tem que se manifestar e propor alternativas
para que estas instituições não rompam o mandado que lhe foi dado. É o direito de
revolução que deve se impor aos interesses do poder corporativo corrompido e
salvaguardar o bem comum.
Paulo Freire foi um educador e filósofo brasileiro de destaque internacional no
séc. XX, pelas suas contribuições na área da pedagogia, especialmente com a corrente
conhecida como “pedagogia crítica”.
O artigo é baseado na obra “Conscientização: teoria e prática da libertação” de
Freire. Nessa obra ele apresenta um problema da educação e da sociedade, a saber, a
opressão do indivíduo em não possuir a liberdade para pensar a realidade e viver nela.
Por isso ele apresenta como solução para libertar o indivíduo a práxis da alfabetização,
para que por meio dessa, ele possa conscientizar-se de sua própria realidade,
enxergando e avaliando ela com seus “próprios olhos”.
Alcançará dessa maneira um olhar crítico, tornando-se um ser social ativo e
evoluindo em âmbito pessoal e comunitário. Ao ser alfabetizado, o cidadão poderá
conscientizar-se da realidade e então atuar sobre ela, tornando-se um agente
transformador.
Esta educação para a libertação deve ser um processo dialógico, no qual
educador e educando são sujeitos ativos na aprendizagem, não apenas um mestre que
deposita conhecimentos e um educando como mero receptor passivo. Ela também não
pode reduzir-se a um processo mecânico de decodificação de letras e palavras, mas um
processo de leitura crítica da realidade.
Freire critica a visão tecnicista da educação, em que o conhecimento é
trabalhado como um conjunto de conhecimentos neutros e objetivos. Ao contrário, o
conhecimento é sempre construído a partir de uma perspectiva histórica e social. Por
isso, a cultura popular tem um papel de destaque para construir a identidade e a
consciência crítica dos indivíduos.

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