Você está na página 1de 4

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

INTITUTO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS


CURSO DE BACHARELADO EM FILOSOFIA (2021.3)

DISCENTE: MADSON DE ALMEIDA BOMFIM

Atividade assíncrona complementar


Proposta pelo Prof. Antônio Sérgio da Costa Nunes
Para a disciplina de Filosofia Geral 1

Belém
2021
O BELO NA ANTIGUIDADE E NA MODERNIDADE

Resumo

Neste trabalho irei fazer um comentario sobre o trecho do livro a republica “E que
existe o belo em sí, e o bom em sí, e, do memo modo, relativamente a todas as coisas
então postulámos como multiplas, e, inversamente, postulámos que a cada uma
corresponde a uma ideia, que é única, e chamamos-lhe a sua essência.” e falar o que ele
significa.

Introdução

A beleza é um dos objetos de estudos da filosofia chamada estética. Tratando em linhas


gerais, belo é tudo aquilo que nos agrada, ou seja, algo que nos satisfaz os sentidos, por
exemplo, comer um alimento delicioso, e que nos proporciona prazer sensível e
espiritual, como ouvir uma boa música e se sentir feliz contemplando-a. Ao longo da
história da filosofia, vários pensadores se debruçaram sobre a reflexão acerca do que é o
belo, na qual uns determinaram o belo como algo que está objetivamente nas coisas e
outros expressaram a ideia de que o belo é um juízo subjetivo de cada pessoa, tempo ou
sociedade. Portanto, vamos fazer um breve resumo acerca das definições de belo
apresentadas pelos filósofos, desde a antiguidade até a atualidade.

Primeiro ponto

Vamos começar pela definição de belo segundo Sócrates, presente no livro do


filósofo Platão chamado Hípias Maior. Para Sócrates, o belo está relacionado com
a ética, ou seja, quando você usa a sua dýnamis, a sua potencialidade, para o bem,
então a sua ação é bela, ou, quando ocorre um mal uso ou a falta da dýnamis, a sua
ação será feia. Sócrates também apresenta a definição de belo por meio daquilo que
causa prazer através dos sentidos. Entretanto, no final do diálogo a questão sobre o
belo não se conclui, porque Sócrates o termina dizendo que a definição do que é
belo é difícil.

Belém
2021
Segundo ponto

Já na definição de Platão, o belo se liga à verdade. Isso se deve ao fato do belo ser
um conceito universal presente no mundo das ideias, não no mundo material.
Portanto, algo só pode ser definido como belo quando estiver ligado à episteme, que
significa conhecimento verdadeiro em grego, pois está presente no mundo
inteligível, e não podemos definir a beleza de algo com base na doxa, ou seja, na
opinião, tendo em vista que a doxa faz parte do mundo sensível que percebemos
através dos sentidos, já que esse mundo físico é imperfeito e subjetivo.

Indo em direção ao começo da Idade Média, o filósofo cristão Agostinho entende a


beleza como um todo harmonioso, que possui unidade, proporção, igualdade e
ordem, já que o belo é reflexo da criação divina e da perfeição de Deus, que é belo,
bom e verdadeiro. Na outra ponta da Idade Média temos Tomás de Aquino, que
relacionava a beleza com a bondade e verdade, pois são atributos transcendentais de
Deus. Além disso, enquanto a beleza estava associada à integralidade, à harmonia e
à claridade, o feio estava associado ao fragmentado, à desarmonia e à escuridão

Terceiro ponto

Na modernidade, Kant, em sua obra Crítica da Faculdade do Juízo, estabelece o belo


como fruto da relação entre sujeito e objeto, através da representação que o sujeito faz
ao contemplar o objeto belo, provocando no sujeito o sentimento de prazer. Portanto,
belo é aquilo que agrada universalmente, sem interesse, ou seja, a contemplação de algo
belo deve ser realizada de modo a causar um prazer desinteressado, pois o belo deve ser
belo em si mesmo.
Já no século XX, os filósofos Adorno e Horkheimer, no livro A Dialética do
Esclarecimento, apresentaram a ideia de que as obras de arte se tornaram um produto
comercial e, consequentemente, o próprio conceito de belo passou a ser entendido como
algo ligado ao consumo e aos desejos egocêntricos. Além disso, o belo também passou a
perder seu espaço central nos objetivos das obras de arte, muitas vezes dando lugar ao
estranho e ao feio. A cultura artística se torna instrumentalizada, a serviço da
manipulação das consciências. Esses filósofos irão chamar esse fenômeno de Indústria
Belém
2021
Cultural, que retira do indivíduo a sua capacidade crítica, consumindo a arte sem refletir
sobre ela. Portanto, o belo perde a sua capacidade catártica e desinteressada para ser
utilizada como um meio de consumo, sem reflexão alguma, totalmente destituída de
sentido.

Conclusão

Portanto, percebam que a noção de beleza foi se modificando ao longo do tempo, a


saber: na antiguidade clássica, o belo era belo em si mesmo, pois estava relacionado
com o bem e a verdade, pois a ética, a verdade e a beleza não poderiam ser entendidas
como elementos independentes, mas sim como elementos complementares. Na idade
média, o belo também era objetivo, mas desta vez estava ligado ao conceito de Deus e
sua criação. Assim, belo será tudo aquilo que remete às escrituras sagradas e às normas
cristãs. Já na modernidade e na contemporaneidade, o belo se torna algo mais subjetivo,
pois está presente na ligação entre o sujeito que contempla e o objeto contemplado, na
qual o sujeito é quem define o objeto como sendo belo ou feio

Belém
2021

Você também pode gostar