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A estética clássica e sua influência na

contemporaneidade

Apresentação
A filosofia do belo, conhecida como Estética, teve seu início relacionado a Platão, no século V a.C.,
na Grécia. Esse estudo sempre esteve aliado às artes (pintura, escultura, arquitetura, etc.). Com isso,
é possível constatar que o conceito de beleza sofreu várias alterações ao longo dos anos, e o
contexto histórico, bem como a sociedade, são responsáveis por essas mudanças.

Na Grécia, por exemplo, a Arquitetura estava ligada aos deuses, já que os templos são os melhores
exemplares dessa arte, com suas colunas imponentes e o uso refinado/escultórico da pedra. No
período Romano, os arcos e as cúpulas, como forma de diminuir o número de apoios de
sustentação vertical, trazem novos conceitos de estética. O tempo passa e esses conceitos são
negados durante a Idade Média, mas retomados durante o Renascimento. Inclusive, é possível
observar a relação dessas definições estéticas nos exemplares modernos e contemporâneos, como
nos cinco pontos da arquitetura moderna, proposta do arquiteto Le Corbusier.

Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai identificar o que era a estética do período Clássico, bem
como as características desse momento histórico e como esses padrões se expressaram nas artes e
arquitetura nos últimos dois séculos.

Bons estudos.

Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

• Conhecer o conceito de estética na arte clássica.


• Identificar os padrões de estética nas obras do período.
• Verificar características desses padrões expressas nas artes e na arquitetura contemporânea.
Desafio
A Residência Savoye é uma casa projetada na França pelo arquiteto franco-suíço Charles-Edouard
Jeanneret-Gris, mais conhecido como Le Corbusier. Veja, a seguir, o contexto do Desafio desta
Unidade de Aprendizagem.
Tendo em vista a explicação acima, redija um texto unindo essas informações e trace um
comparativo com as características da Arquitetura Clássica, da estética greco-romana. Justifique
cada argumento, baseando sua resposta nos tópicos aprendidos.
Infográfico
Uma das características da estética clássica é a proporção. Tanto na Grécia como no território
romano, a proporção era definida por expressões matemáticas ou em relação a medidas do corpo
humano. No século V a.C., com Fídeas, houve a primeira experiência de uso da proporção áurea, na
construção do Parthenon. Platão, no século IV a.C., descreve os sólidos platônicos com o usos do
número de ouro, o Phi.
Porém, é com Fibonacci que é possível ter a determinação da proporção áurea matematicamente. A
partir de uma sequência numérica obtida pela soma dos dois números consecutivos
(0,1,1,2,3,5,8,13,21,34,55,89,144,233,377...), se dividir um número pelo seu antecessor, obtem-se
uma razão muito próxima do Phi: 1,618.

No Infográfico a seguir, você vai conhecer um pouco mais sobre a proporção áurea.
Aponte a câmera para o
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conteúdo ou clique no
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Conteúdo do livro
A Estética enquanto disciplina filosófica estuda as diferentes formas de se perceber o que é
considerado beleza dentro de determinados contextos, refletindo sobre os padrões adotados por
diferentes expressões do belo, seja ele natural ou artístico. Por isso, a disciplina Estética foi
desenvolvida com o intuito de compreender como esse conceito foi entendido pelos filósofos e
evoluiu na história.

No capítulo A estética clássica e sua influência na contemporaneidade, da obra Estética, você vai
conhecer os conceitos de estética nos períodos grego e romano e como ele evolui na história. Você
verá, ainda, como essas características foram empregadas em cada período até os dias de hoje.
ESTÉTICA

Mariana Comerlato
Jardim
Revisão técnica:

Sabrina Assmann Lücke


Arquiteta
Mestre em Ambiente e Desenvolvimento

J37e Jardim, Mariana Comerlato.


Estética / Mariana Comerlato Jardim, Celma Paese ;
[revisão técnica : Sabrina Assmann Lücke]. – Porto Alegre :
SAGAH, 2018.
160 p.: il. ; 22,5 cm

ISBN 978-85-9502-416-8

1. Estética – Arquitetura. I. Paese, Celma. II. Título.

CDU 72.01:111.852

Catalogação na publicação: Karin Lorien Menoncin - CRB -10/2147


A estética clássica
e sua influência na
contemporaneidade
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

 Reconhecer o conceito de estética na arte clássica.


 Identificar os padrões de estética nas obras do período.
 Verificar características desses padrões expressas nas artes e na ar-
quitetura contemporânea.

Introdução
A filosofia do belo, conhecida como Estética, teve seu início relacionado a
Platão, no século V a.C., na Grécia. Esse estudo sempre esteve aliado às artes:
pintura, escultura, arquitetura, entre outros. Com isso, é possível constatar
que o conceito de beleza sofreu várias alterações ao longo dos anos e o
contexto histórico e a sociedade são responsáveis por essas mudanças.
Na Grécia, por exemplo, a arquitetura estava ligada aos deuses, já que
os templos são os melhores exemplares dessa arte, com suas colunas
imponentes e o uso refinado/escultórico da pedra. No período Romano,
os arcos e cúpulas, como forma de diminuir o número de apoios de susten-
tação vertical, trazem novos conceitos de estética. O tempo passa, e esses
conceitos são negados durante a Idade Média, e são retomados durante
o Renascimento. Inclusive, é possível observar a relação dessas definições
estéticas nos exemplares modernos e contemporâneos, como nos cinco
pontos da Arquitetura Moderna, proposta do arquiteto Le Corbusier. 
Neste capítulo, você irá identificar o que era a estética do período
clássico, identificar características desse momento histórico e como esses
padrões se expressaram nas artes e arquitetura dos últimos dois séculos.
2 A estética clássica e sua influência na contemporaneidade

O que é estética na arte clássica?


O belo tem sido objeto de estudo ao longo de toda a história da filosofia. A
estética enquanto disciplina filosófica — o estudo do belo — surgiu na Grécia
Antiga, como uma reflexão das manifestações do belo em todas as suas facetas,
sejam elas naturais ou artísticas.
Há uma grande variabilidade de opiniões sobre o que é a beleza, indepen-
dentemente da arte; e este tampouco é um estudo racional. A transitoriedade
do conceito do belo torna impossível classificá-lo em alguma categoria: ele
é determinado pelo contexto histórico e por tudo o que nele está compreen-
dido. Os contornos da beleza são difusos, sendo frequentemente comparados
com os períodos da moda e os estilos de cada época. Porém, cada período
problematizou a beleza de maneira específica e buscou um regramento para
essa determinação (MARTINS, 2013).
Essa reflexão sistemática é indissociável da cultura das cidades gregas,
onde os espaços públicos ganharam força e importância; dessa forma, a ar-
quitetura apareceu com força. Os artistas (poetas, arquitetos, dramaturgos e
escultores) desfrutavam de um grande reconhecimento social, em razão da
possibilidade de debates de ideias. O resultado disso estava na produção de
esculturas, pinturas, edifícios, poemas e teatros. Desse período clássico, dois
filósofos foram essenciais para a determinação da estética e da filosofia do
belo: Platão e Aristóteles.

Estética para Platão


Platão, filósofo do período grego (século III a.C.), foi o primeiro a questionar
sobre o que é o belo. Para ele, o belo era tido como o bem, a verdade e a
perfeição. A beleza existiria em si, e algo seria mais ou menos belo, conforme
participasse de uma ideia suprema de beleza. Assim, Platão julgava que a arte
repetia o que há na natureza (no mundo sensível), afastando o homem da beleza
que residiria no mundo das ideias. Em síntese, Platão colocava, numa visão
geral do mundo e do homem, que a beleza de algo estaria na comunicação
com uma beleza absoluta. Ele também acreditava que a alma é atraída pela
beleza, pois o seu lugar é no mundo das essências. Entendia-se que o homem
não encontra a verdade por meio do conhecimento, tampouco a beleza por
meio da arte, já que elas foram contempladas antes que a alma se encontrasse
com o corpo (MANSUR, 2011).
O filósofo era um amante da beleza, e a sua reflexão estética percorreu a
esfera da moral, da ciência e da metafísica; por isso, é importante evitar que a
A estética clássica e sua influência na contemporaneidade 3

crítica à arte confronte a visão platônica de beleza e a relação que ela guarda
com a ética. A identidade entre beleza e moral — ou estética e ética — ocorre
com sutileza tal, que Platão desvirtuaria o seu pensamento se reduzisse isso
ao campo da arte. A estética é uma constante no pensamento platônico. A
beleza permeia a sua filosofia desde a metafísica, passando pela filosofia da
natureza, chegando a todas as atividades humanas — ciência, política, ética
e arte. Abordar a teoria de Platão e as suas implicações com a ética impõe
começar compreendendo o seu lugar na metafísica. A concepção de metafísica
da beleza platônica estabelece uma identidade entre o ser, a bondade e o belo.
É nos diálogos contidos em O Banquete e o Fedro que Platão mais se
refere ao belo. No mito da Parelha alada, ele descreve que o caminho para
chegar à alma é o amor. Quando separadas, cada alma procuraria o seu par.
O amador considera a beleza da alma superior à beleza do corpo, pois esta
resiste ao tempo; já a corpórea está sujeita à ruína. Isso segue o que pregava
Platão: o mundo das ideias está acima do mundo material, das ruínas. No texto
O Banquete, o filósofo comenta que o homem que atingisse a beleza seria o
único a criar a verdadeira virtude, “[...] pois se encontra em contato com a
verdade, atribui à beleza a identificando com a verdade, como um bem ou
virtude” (MANSUR, 2011). Seguindo esse pensamento platônico, é coerente
a afirmação presente no texto do Fedro: “somente a Beleza tem esta ventura
de ser a coisa mais perceptível e elevadora” (PLATÃO, 2002).

Estética para Aristóteles


Aristóteles trouxe uma visão muito diferente de Platão, principalmente quando
se trata da definição do belo. A sua filosofia considerava que a beleza de um
objeto não dependeria da sua participação numa beleza absoluta, mas sim de
uma harmonia e uma proporção entre as partes desse objeto entre si, e a sua
relação com o geral. Para Aristóteles, a beleza existiria na imponência e, ao
mesmo tempo, na proporção. Por isso, para um objeto ser considerado belo,
ele precisava ter grandeza e proporcionalidade — e não só um deles. Nesse
raciocínio, pode-se comparar o quanto de beleza cada objeto possui: uma
escultura simétrica não é tão bela quanto outra que, além de apresentar tal
característica, também é grandiosa (SUASSUNA, 2009).
Aristóteles contribuiu com a definição de estética, tirando a beleza do
plano ideal e buscando encontrar a verdade nas coisas em si. Outra questão
central do pensamento aristotélico foi incluir o feio na estética como sendo o
antônimo do belo. Até esse momento, o feio não era considerado arte. Nessa
visão, o mundo atual é organizado por uma harmonia, mas ainda são notáveis
4 A estética clássica e sua influência na contemporaneidade

os vestígios do caos inicial, sendo papel do homem buscar a prevalência da


harmonia sobre a desordem. Porém, é com Aristóteles que a arte ganha valor
no caos e na feiura.
Na obra Retórica, Aristóteles examinou o sentido de fruição da obra de
arte e a beleza a partir da visão do sujeito (subjetivo, da perspectiva cognitiva),
entendendo que o prazer estético vem da captura do objetivo da arte, a partir
do psicológico do sujeito. Entretanto, é importante salientar que ele procurou
definir a beleza por um ponto de vista realista, sem buscar outra determinante
para explicá-la, senão o mero objeto em questão.
Para concluir, pode-se dizer que, para Aristóteles, a beleza é uma pro-
priedade do objeto e consiste na harmonia das partes de um todo, que possua
grandeza e medida. Outras características da beleza são harmonia e proporção.
Aristóteles pressentia a fragmentação do campo estético e, por isso, passou a
aceitar o feio como padrão estético (SANTORO, 2007).

Mímese e catarse
Dois temas foram importantes para compreender as bases conceituais dos
estudos sobre estética que viriam a surgir no século XVIII: mímese e catarse.
O estudo desse pensamento clássico não esclarece os pensamentos posteriores,
mas com certeza todo o discurso ligado ao estudo de estética foi influenciado
por pensadores da Antiguidade (KIRCHOF, 2003).

Mímese pode ser definido como um termo crítico e filosófico que engloba uma
variedade de significados: imitação, representação, mímica, receptividade, expressão,
o ato de se assemelhar e a apresentação do eu.

O termo mímese surgiu com Platão, que buscou definir esse conceito como
“a mais completa discussão acerca da natureza da arte que recebemos do mundo
antigo”; porém, não ele encontrou um sentido fixo para a palavra (MOISÉS, 2004).
Já Aristóteles, em sua Poética, apresentou a mímese como temática central de sua
obra e atribuiu a ela dois significados: o da imitação e o do antagonismo. Ambos
filósofos viam na mímese a representação do mundo material e perceptível.
Contudo, para Platão, toda a criação era considerada uma imitação — inclusive
a criação do mundo era considerada uma imitação da natureza real.
A estética clássica e sua influência na contemporaneidade 5

Já Aristóteles via o drama como sendo a “imitação de uma ação”, que


teria na tragédia o efeito catártico. Como questionava o mundo das ideias,
ele valorizava a arte como representação do mundo. Esses conceitos estão
no seu mais conhecido trabalho: a Poética. Ele tomou o conceito de mímese
(imitação) como algo que representaria uma esfera superior ao sensível, e não
como a reprodução imperfeita do absoluto.

Catarse é um termo utilizado em diversos contextos, como a tragédia, a medicina ou


a psicanálise, e significa “purificação”, “evacuação” ou “purgação”. Segundo Aristóteles,
a catarse refere-se à purificação das almas por meio de uma descarga emocional
provocada por um trauma.

Para atingir a catarse, é preciso passar da “felicidade” para a “infelicidade”.


Por exemplo, Édipo Rei começa a história como rei de Tebas e, no fim, fica
cego e passa a viver em exílio. Já na triste história de Romeu e Julieta, de
Shakespeare, os dois protagonistas fazem parte da elite da cidade e morrem
pelo seu amor proibido. Para a estética, a catarse se refere ao desenvolvimento
da purificação na plateia. No teatro, por exemplo, o espetáculo trágico refere-
-se ao desenvolvimento de uma espécie de purgação de alguns sentimentos
do público. Na retórica, segundo Aristóteles, a catarse trata da purificação
experimentada por quem a assiste, após a apresentação dramática.
Na obra Górgias, o conceito de mímese não aparece, mas a retórica é
debatida por um discurso desonesto, quando o homem mente sobre a real
aparência. É de suma importância considerar que o belo não está relacionado
ao que apetece, mas sim ao que é útil para o bem do homem. Assim, o belo
e o bem formam um par irredutível (MARTINS, 2013). Em Platão (2013),
Sócrates se refere a Górgias, colocando a importância da mímese para a
retórica, quando refere que quem fala melhor, mesmo que uma não verdade,
pode se sair melhor:

Digo mais: se na cidade que quiseres, um médico e um orador se apresentarem


em uma assembleia do povo ou a qualquer outra reunião para argumentar sobre
qual dos dois deverá ser escolhido como médico, não contaria o médico com
nenhuma probabilidade para ser eleito, vindo a sê-lo, se assim, o desejasse,
o que soubesse falar bem (PLATÃO, 2013 documento on-line).
6 A estética clássica e sua influência na contemporaneidade

Em A República, há uma analogia entre o homem e a cidade: conhecendo


bem a cidade, conhece-se bem o homem que nela habita, com seus defeitos e
suas qualidades. Dessa forma, aparece, mesmo que indiretamente, a questão
da imitação: o que convém ser representado na cidade, já que tudo o que é
prejudicial deve ser afastado do homem (no Livro II da “A República”, aparece
pela primeira vez o termo imitadores, quando trata das fábulas e poéticas).
Em resumo, o belo, para Platão, é composto por um conjunto de regras a
serem seguidas, a fim de atingir uma verdade eterna, desprezando tudo o que
é ilusão, mentira, mímese.
Aristóteles, por sua vez, concebe a poética de maneira bem sistemática.
A estética — aqui entendida como uma questão de gosto e prazer, vinda da
contemplação do objeto — tem a poesia como imitação. Todavia, a catarse vem
a ser o grande mistério desse trabalho, que trata da purificação das emoções
de terror e piedade. Logo, sendo a catarse um efeito cuja causa é a imitação,
também é preciso considerar que o imitar é produzido por um poeta, e o sucesso
disso dependerá estritamente dele (ARISTÓTELES, 1966).

Os padrões estéticos das obras


do período clássico
A primeira definição de estética está ligada a Platão, que estudava essa filo-
sofia como algo superior. Dessa forma, foram desenvolvidos alguns padrões
de beleza referentes a esse período, em que a arquitetura e a escultura foram
incorporadas às artes da pintura e da poética.
Podemos destacar um aspecto que torna a arte grega diferente das demais:
a forma como ela ocupou espaços no cotidiano do povo. A arte era variada,
não se restringia a uma única solução (como a religião), e tampouco estava
ligada ao nível social. Além disso, passou a retratar a figura do homem com
maior riqueza de detalhes, seja nas esculturas que retratavam músculos e
veias, seja nas pinturas, com expressões e trejeitos muito próximos do real
(Figura 1) (KERENYI, 1980).
A estética clássica e sua influência na contemporaneidade 7

Figura 1. As famosas colunas gregas com esculturas de


mulheres, chamadas de cariátides.
Fonte: Elisabetta82/Shutterstock.com.

Com relação ao teatro, os gregos foram responsáveis por criar os gêneros


existentes nas artes cênicas atuais. A tragédia e a comédia, por exemplo, eram tra-
duzidas nos textos em que as dúvidas cotidianas eram debatidas. Naquele período,
o teatro era uma arte de grande prestígio na população, sendo um evento em que
as pessoas se reuniam para diversão e também para discussão (KERENYI, 1980).
Mesmo que Platão tenha iniciado o estudo da filosofia da beleza, foi Aris-
tóteles que estudou a relação das medidas das partes com o todo como estética.
Essa proporção definiu principalmente medidas do corpo humano, aplicadas às
esculturas e às construções. Na arquitetura, os templos sagrados tinham como
características principais a ordem, simetria, geometria e proporção (ANZOLCH,
2009). Como a maior parte das construções eram dedicadas aos deuses, elas de-
veriam ser imponentes, de forma que fossem vistas de diversos pontos da cidade.
A ordem, além da regularidade apresentada pelas edificações, também
significava uma classe quanto ao ornamento das colunas gregas. As colunas
eram responsáveis pela sustentação do frontão e da cobertura e, dependendo
do grau decorativo, recebiam o nome de dórica, jônica e coríntia.
8 A estética clássica e sua influência na contemporaneidade

Como as edificações gregas eram derivadas de formas geométricas puras, a


simetria funcionava em todos os sentidos. Na planta baixa do Parthenon (Figura 2),
dividindo-a com um eixo vertical, temos as fachadas leste e oeste com um
espelhamento perfeito. Cortada por um eixo horizontal, todos os elementos
existentes acima do eixo se repetem, de forma espelhada, abaixo dele.

Figura 2. Implantação do Parthenon, localizado na acrópole de Atenas.


Fonte: Procópio e Neres (2004).

Nesse projeto, também é possível encontrar a proporção áurea, seja no


diâmetro das colunas, no espaçamento entre elas ou na planta baixa em geral.
Trata-se de uma constante real algébrica irracional denotada pela letra grega φ
(Phi), com o valor arredondado a três casas decimais de 1,618. Muito utilizada
a partir das artes gregas, a proporção áurea já existia quando os egípcios
construíram as pirâmides.

No site a seguir, você encontra as ilustrações feitas à mão


por Rafael Araújo, que utiliza a proporção áurea em seus
trabalhos. Disponível em:

https://goo.gl/iWspUe
A estética clássica e sua influência na contemporaneidade 9

Durante o período romano, nota-se uma sequência do que foi produzido


durante a era grega, voltada à expressão de um ideal de beleza no qual os
conceitos de geometria e proporções matemáticas ganharam ainda mais força.
Além disso, a arte romana sofreu influência da arte etrusca (VI a.C.) popular,
voltada para a expressão da realidade vivida. O modo de construir e os materiais
empregados permitiram que esses conceitos fossem usados ao extremo, já que
foi possível a construção do arco e da cúpula, por exemplo, o que cumpriu a
necessidade de cobrir grandes áreas sem apoio central (Figura 3). Antes des-
sas invenções, o vão entre uma coluna e outra era limitado pelo tamanho da
travessa, a qual não poderia ser muito grande, em função do peso e da tensão
exercida por ela nas colunas. No século I d.C., essas influências já teriam
perdido força, e os romanos já estavam aptos a produzir uma arte autoral.

Figura 3. Cúpula do Panteão, em Roma.


Fonte: Pavel Ilyukhin/Shutterstock.com.

Nesse período, a pintura foi desenvolvida principalmente nas cidades de


Pompeia e Herculano, com quatro características distintas, de acordo com a
sua aplicação e aparência. O primeiro modelo, no século II a.C., consistia em
cobrir as paredes com placas pétreas, dividindo-as em vários trechos retangu-
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lares. O segundo modelo surgiu por volta de 80 a.C. e exigia a integração do


trabalho entre arquiteto e decorador, pois o uso extensivo da perspectiva pintada
podia anular ou desvirtuar o efeito da arquitetura real. Era uma pintura que
retratava personagens e situações do cotidiano, com o uso variado das cores.
O terceiro estilo seguia a linha do segundo, mas menos ornamental e mais
leve. A perspectiva era menos profunda e mais achatada, e a representação era
eclética e variada. O quarto e último estilo, desenvolvido por volta de 45 d.C.,
só pode ser definido pela palavra ecletismo, recuperando elementos de estilos
anteriores e elaborando sobre eles novas configurações. As características
mais evidentes são uma inclinação para composições mais assimétricas,
uma tendência para as cores mais quentes e vivas e um maior requinte, com
variedade e liberdade nas ornamentações. Além disso, a técnica da pincelada
ficou mais livre, com uso de tracejado para as sombras, similar ao efeito de
pontilhismo (Figura 4).

Figura 4. Os quatro estilos da pintura romana, em ordem cronológica, da esquerda para


direita.
Fonte: Pintura... (2016).

As características da estética clássica expressas


na arte e na arquitetura ao longo dos anos
Em relação à arte grega, podemos notar que elementos estéticos criados por
esse povo ainda influenciam a arte contemporânea. Movimentos como o
Renascimento, o Iluminismo e o Classicismo tiveram grande preocupação
em retomar os referenciais lançados pelos gregos e refletir sobre eles. Dessa
forma, é inegável que o legado artístico grego ainda tenha grande utilidade
para se pensar o tempo presente.
A Idade Média é um longo período na história, compreendido entre o fim
do Império Romano do Ocidente (século V a.C.) e a Queda da Constantinopla
(século XV d.C.). Nesse momento histórico, os filósofos viviam numa atmosfera
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que priorizava a fé, o salvamento e a purificação das almas, em detrimento


dos questionamentos sobre o universo físico. Algumas pautas jamais vistas
no período clássico, como salvação, relação divina e criação a partir do nada,
por serem influenciadas pelas culturas judaica e cristã, passaram a ser deba-
tidas a partir do século V. Em resumo, a filosofia da Idade Média buscava a
harmonização da dualidade entre fé e razão.
Com relação à arte, a maior parte dos exemplos tem foco religioso, com
base no cristianismo, sendo financiados e incentivados pela própria igreja.
Porém, quando o Império Romano foi derrubado, muito do que se sabia sobre
a arte clássica foi perdido, como a noção de perspectiva. Com isso, as pin-
turas medievais são, na sua maior parte, bidimensionais e não consideram o
fator de escala, já que as figuras eram maiores ou menores, de acordo com a
importância. Na arquitetura, os principais exemplos estão nas igrejas e nos
castelos, onde o papel do arquiteto é praticamente inexistente. As construções
deveriam ter a maior altura possível, para chegar mais perto de Deus (ECO,
1989). Esse período chegou ao fim e, dessa forma, nasceu uma nova manifes-
tação, conhecida como Renascimento.
O Renascimento, após quase mil anos, retomou a estética clássica e apri-
morou as técnicas de perspectiva, com base em soluções matemáticas que
permitiram representar num papel — ou numa superfície plana — a realidade
tridimensional. Além desses e de outros progressos na arte, na literatura e nas
ciências, que superaram a produção greco-romana, o humanismo foi a questão
central do Renascimento. Numa visão geral, esse ideal pode ser resumido
como a valorização do homem (humanismo) e da natureza, numa resistência
ao divino e ao sobrenatural, características encrustadas na cultura da Idade
Média (MOORE, 1905).
A arquitetura seguiu os mesmos princípios das demais artes, remetendo
ao período clássico. Isso considera o uso de ordens arquitetônicas, do arco de
volta perfeita e da simplicidade construtiva. No Renascimento, entretanto, as
pinturas e esculturas são desassociadas da arquitetura e passam a ter valor
próprio. Um dos nomes mais conhecidos desse período, por suas vilas e seus
palácios, Palladio (1508-80) é autor de Quatro Livros de Arquitetura, que
influenciou os arquitetos posteriores, como os neoclássicos. A Villa Rotonda,
também conhecida como Villa Capra, ilustra perfeitamente a significação
do classicismo. É definida por um bloco quadrado coberto por uma cúpula,
com quatro fachadas idênticas, organizado em torno de um átrio que remete
ao Panteão romano. O projeto incorporou detalhes gregos e romanos, como
pórticos, colunas jônicas e domo plano — a cúpula (Figura 5).
12 A estética clássica e sua influência na contemporaneidade

Figura 5. Villa Rotonda, de Palladio.


Fonte: PHOTOMDP/Shutterstock.com.

A partir de 1700, após o barroco e os seus exageros, surgiu o período


neoclássico, que utilizava os princípios clássicos, aliados com tecnologias
e inovações atuais. Nesse período, ocorreu também a Revolução Industrial,
que introduziu alguns materiais ainda não usados, como o ferro e o betão,
similar ao concreto do período romano. Esse período histórico é fortemente
marcado pelo iluminismo, um movimento filosófico e intelectual na Europa
do século XVIII. Esse movimento consistia num conjunto de ideias centradas
na razão como a principal fonte de autoridade e legitimidade; além disso,
defendia ideais como liberdade, progresso e a separação do Estado e da igreja
(PEVSNER, 2005).
Além de rejeitar a extravagância proposta pelo barroco, não buscava um
novo estilo, e sim a utilização de novas técnicas, diferentes do que já havia
sido pensado. O Panteão de Paris, por exemplo, mantém as intenções clássicas,
como colunas coríntias, frontão decorado e cúpula de 83 m de altura. Todavia,
em vez de ter sido construído no século V a.C., teve a sua obra iniciada em
1764 e finalizada em 1790 (Figura 6).
A estética clássica e sua influência na contemporaneidade 13

Figura 6. O Panteão, em Paris.


Fonte: The Pantheon (2009).

Quer fazer um passeio pelo Panteão de Paris? Clique no link


a seguir e boa viagem!

https://goo.gl/nAJizX

O fim do século XIX apresentou, por sua vez, uma série de contestações
referentes às artes e à arquitetura. Sob influência da Revolução Industrial, do
aumento das velocidades, da fotografia e do cinema, do avião, do estudo da
mente, entre outros, as artes podem ser classificadas segundo três divisões:
estilo, quando buscava representar o novo estilo de vida moderna (futurismo,
cubismo); mente, quando o objetivo da arte não era simplesmente representar
o visível, mas também expressar o sentimento interior (expressionismo, sur-
realismo); e função, pensando na funcionalidade da arte, sem descuidar dos
interesses da população (Bauhaus, De Stijl) (DEMPSEY, 2003).
14 A estética clássica e sua influência na contemporaneidade

É muito importante ressaltar que, nesse momento, tudo o que era produzido
estava negando o passado; como os próprios artistas falavam, a intenção era
produzir algo realmente novo. Na pintura, Pablo Picasso e Van Gogh são alguns
exemplos: eles empregaram novas técnicas e expressões na estética da arte
moderna. Na arquitetura, a escola Bauhaus, criada em 1919, foi a primeira es-
cola de design do mundo, e por ela passaram os arquitetos mais importantes do
período, como Walter Gropius, Mies Van der Rohe e Wassily Kandinsky. Essa
arquitetura propunha uma limpeza geral nos edifícios, em que “Less is more”
(“Menos é mais”), segundo Rohe. Nesse período, outro nome importante foi Le
Corbusier, que desenvolveu os cinco pontos da arquitetura moderna (pilotis,
terraço jardim, janela em fita, fachada livre e planta livre), quase como uma
regra para todas as edificações desse recorte histórico (BENEVOLO, 2001).
No Brasil, um evento marcou essa reviravolta na estética das artes: a Se-
mana de Arte Moderna, em 1922. Nesse movimento de vanguarda, os artistas
apresentaram uma nova visão de arte no país, exaltando o ufanismo, o amor
pelo país, uma crítica ao governo e aos problemas que o Brasil enfrentava.
Nomes como Tarsila do Amaral (na pintura) e Manuel Bandeira (na poesia)
foram importantes para causar o impacto que desejavam.
Na arquitetura, o movimento moderno foi tardio (depois dos anos 1930).
Lucio Costa, Oscar Niemeyer e Paulo Mendes da Rocha foram referência nessa
produção artística, em que a qualidade é inquestionável. Os cinco pontos de Le
Corbusier também estiveram presentes, mas de forma mais autoral. O edifício
Gustavo Capanema (Rio de Janeiro), as obras na Pampulha (Belo Horizonte) e as
casas no Butantã (São Paulo) são exemplos dessa boa arquitetura (ROSA, 2005).

A arte e a arquitetura contemporânea


A arte contemporânea, também chamada de pós-moderna, é um viés artístico
que surgiu após a Segunda Guerra Mundial, em meados do século XX. Do
latim, contemporanĕu significa a união dos termos “com” (junto) e “tempus”
(tempo), ou seja, do mesmo tempo ou época. Aqui, consideramos esse termo
como sendo do tempo atual.
Essa arte propôs expressões artísticas originais, a partir de técnicas inovadoras,
oferecendo novas experiências pautadas nos processos artísticos, em razão do objeto
e da sua imagem. Assim, ela priorizava principalmente a ideia, o conceito, a atitude,
acima do objeto artístico final. Dessa forma, abandonava os paradigmas da arte
moderna, abrindo espaço para a diversidade de estilos, perspectivas e técnicas.
As principais características da arte contemporânea são a liberdade e
subjetividade artística, a mescla de estilos artísticos, a aproximação com a
A estética clássica e sua influência na contemporaneidade 15

arte popular e a interação do espectador com o objeto artístico. O momento


pós-moderno não apresentou propostas bem definidas, nem coerência entre
elas, tampouco uma linha de evolução. Logo, diferentes estilos conviviam sem
brigas ou rupturas, formando um pluralismo cultural. A pop art, nos anos 1960,
explodiu como uma fonte de comunicação em massa, aliando tecnologia, tinta,
serigrafia — tudo na mesma imagem. O artista Jean Michel Basquiat, nos
anos 2000, por exemplo, retratou o subúrbio de Nova York em suas pinturas,
como uma forma de identificação da sua realidade. A maior parte dessa arte
produzida apresenta traços quase que infantis, o uso de cores e o grafitti.
Na arquitetura, a ideia era quebrar todos os paradigmas que a arquitetura
moderna havia imposto. Essa arte está representada por figuras como Robert
Venturi, Philip Johnson e Michael Graves nos Estados Unidos, Aldo Rossi na
Itália, e James Stirling e Michael Wilford na Inglaterra. Eles passaram a adotar
padrões de ornamento e formas de composição antigas, como um modo de
“boicotar” o modernismo. A cidade histórica foi novamente estudada, na busca
da reabilitação da escala humana no urbanismo. Outras tendências podem ser
associadas aos pós-modernos, como a intenção de resgatar a cultura popular e
a contextualização do projeto no terreno em que está inserido. Robert Venturi,
por exemplo, na casa Vanna Venturi, propõe uma arquitetura que remete aos
conceitos estéticos clássicos, como planta simétrica, átrio central, uso do arco
na fachada principal (nesse caso, apenas como adorno) e telhado de duas águas,
similar a um frontão (Figura 7) (SANTOS, 2017).

Figura 7. Casa Vanna Venturi, que apresenta características clássicas.


Fonte: Arantes (1995).
16 A estética clássica e sua influência na contemporaneidade

Aldo Rossi, por sua vez, preocupou-se com a relação entre o novo projeto e
os edifícios existentes, acompanhando a escala, altura e modulação destes. A
essa postura de congregação entre o novo e o antigo convencionou-se chamar
de contextualismo (ARANTES, 1995). Na casa Aurora, por exemplo, ele usa
colunas estilizadas para demarcar o acesso principal, como se fosse um pórtico.
Nas fachadas laterais, existe um ritmo perfeito das esquadrias e, no térreo, os
pilares pintados na cor verde lembram as colunas dos templos gregos. Mesmo
sendo feitas de um material diferente, que permitiria maiores vãos entre eles, o
arquiteto insiste nos pilares próximos, remetendo à arquitetura grega (Figura 8).

Figura 8. Fachadas da Casa Aurora, de Aldo Rossi.


Fonte: Rossi (1987).

A obra de Aldo Rossi é bem variada. O site do Palladium


alemão acolhe muitas imagens dos projetos do arquiteto
italiano. Acesse o link ou código a seguir e dê uma olhada!

https://goo.gl/MZk1qe
A estética clássica e sua influência na contemporaneidade 17

Por fim, entende-se que muito da arquitetura produzida no período con-


temporâneo (ou pós-moderno), além de provar que nada se parece com o
moderno, retoma muitas características do período clássico: uso de arcos,
cúpulas, colunas, além de ritmo e proporção — ainda que queira apenas
expressar uma intenção, sem o mesmo uso.
A arte pós-moderna, de maneira geral, por ser muito eclética, não busca
uma linearidade ou uma unanimidade em todos os exemplos, mas sim pretende
apresentar objetos artísticos/arquitetura que causem sensações em quem os
admira. Essa arte existe pelo seu objeto final.

1. Tanto a pintura quanto a escultura, a) o sentido de fruição da obra


no período clássico, buscavam de arte e a beleza a partir da
representar o cotidiano e o visão do sujeito, subjetivo;
corpo humano da forma mais b) beleza é uma propriedade do
realista possível. Para isso: objeto e consiste na harmonia
a) usavam da técnica bidimensional, das partes de um todo;
aprendida com os egípcios. c) como algo que representa
b) esculpiam os músculos algo superior ao sensível,
e as veias nas esculturas e não como a reprodução
masculinas, que representavam imperfeita do absoluto;
o homem atleta e culto. d) a importância da mimese
c) utilizavam somente preto e branco, para a Retórica, quando se
para dar noção de profundidade. refere que quem fala melhor,
d) passaram a usar a proporção mesmo que uma não verdade,
divina como regra em suas obras. pode se dar melhor;
e) acreditavam que beleza e) conhecendo bem a cidade,
era derivada do material, se conhece bem o homem
e não da alma. que nela habita, com seus
2. Dois temas foram importantes para defeitos e qualidades.
compreender as bases conceituais 3. As construções greco-romanas
dos estudos sobre estética que tinham como características
viriam a acontecer no século XVIII. A principais a ordem, a proporção, o
mímese é a expressão da imitação, o ritmo e a monumentalidade. O arco
antagonismo, como define Platão. Já e cúpula foram desenvolvidos:
o Catarse, é tida como purificação, ou a) pelos gregos, para ajudar
uma tragédia. Aristóteles define que: a sustentar o frontão.
b) pelos romanos, para acompanhar
o desnível do terreno.
18 A estética clássica e sua influência na contemporaneidade

c) pelos gregos, numa 5. A arquitetura contemporânea ou


simulação do céu. pós-moderna entende que deve
d) pelos romanos, na intenção de produzir algo que conteste os ideais
aumentar o vão entre as colunas. modernistas. Aldo Rossi, em seus
e) pelos gregos, na busca de chegar trabalhos, retoma os conceitos
mais perto do céu ou de Deus. clássicos, criticando o estilo
4. A arquitetura moderna prezava internacional proposto pela Bauhaus.
pelo abandono de todas as Assim, é correto afirmar que:
características das estéticas anteriores. a) no projeto da Casa Vanna, Rossi
Porém, podemos relacionar: projeta arcos no átrio central.
a) os adornos nas fachadas b) Venturi utiliza o arco de forma
com temas da natureza. não óbvia, como forma de
b) a ideia da planta livre insinuação à estética clássica.
com os espaços internos c) Rossi projeta igrejas muito altas, em
dos templos gregos. contraposição às igrejas modernas.
c) os pilotis modernos com d) a arquitetura clássica foi
as colunas clássicas. influente em toda a história,
d) as esquadrias em fita com incluindo o período medieval
as grandes aberturas das e o Renascimento.
catedrais medievais. e) a ideia de pórtico é retomada
e) a fachada livre com o no projeto da Casa Aurora,
fechamento em pedra grego. com o uso das cariátides.

ANZOLCH, R. Geometria do estilo: genealogia da noção de estilo em arquitetura. 2009.


466 f. Tese (Doutorado) - Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Faculdade de
Arquitetura, Porto Alegre, 2009.
ARANTES, O. B. F. O lugar da arquitetura depois dos modernos. São Paulo: Edusp, 1995.
ARISTÓTELES. Poética. Porto Alegre: Globo, 1966.
BENEVOLO, L. História da arquitetura moderna. São Paulo: Perspectiva, 2001.
DEMPSEY, A. Estilos, escolas e movimentos: guia enciclopédico da arte moderna. São
Paulo: Cosac & Naify, 2003.
ECO, U. Arte e beleza na estética medieval. Rio de Janeiro: Globo, 1989.
KERENYI, K. The gods of the greeks. New York: Thames & Hudson, 1980.
KIRCHOF, E. R. A estética antes da estética: de Platão, Aristóteles, Agostinho, Aquino e
Locke a Baumgarten. Canoas: ULBRA, 2003.
MANSUR, J. C. Belleza y formación en el pensamento de Platón. Conjectura: filosofia
e educação, v. 16, 2011.
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MARTINS, G. V. Poética clássica e estética: de Platão a Baudelaire. Monografia (Graduação)


- Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Instituto de Letras, Porto Alegre, 2013.
MOISÉS, M. Dicionário de termos literários. 12. ed. São Paulo: Cultrix, 2004.
MOORE, C. H. Character of renaissance architecture. Basingstoke: MacMillan, 1905.
PEVSNER, N. Academias de arte: passado e presente. São Paulo: Companhia das Letras,
2005.
PINTURA da Roma Antiga. In: Wikipédia. 2016. Disponível em: <https://pt.wikipedia.
org/wiki/Pintura_da_Roma_Antiga>. Acesso em: 25 abr. 2018.
PLATÃO. Fedro. São Paulo: Martin Claret. 2002.
PLATÃO. Górgias. [2013]. Disponível em: <http://bocc.ubi.pt/~fidalgo/retorica/platao-
-gorgias.pdf>. Acesso em: 2 maio 2018.
PROCÓPIO, C. M. O.; NERES, R. M. Museu da acrópole de Atenas: a arquitetura de Bernard
Tschumi e a paisagem. 2014. Disponível em: <http://www.forumpatrimonio.com.br/
paisagem2014/artigos/pdf/114.pdf>. Acesso em: 25 abr. 2018.
ROSA, R. B. da. Arquitetura, a síntese das artes: um olhar sobre os pontos de contato entre
arte e arquitetura na modernidade brasileira. Dissertação (Mestrado) - Universidade
Federal do Rio Grande do Sul, Faculdade de Arquitetura, 2005.
ROSSI, A. Casa Aurora. 1987. Disponível em: <http://www.bluffton.edu/homepages/
facstaff/sullivanm/italy/turin/aurora/rossi.html>. Acesso em: 25 abr. 2018.
SANTORO, F. Sobre a estética de Aristóteles. Viso: Cadernos de estética aplicada, v.
1, n. 2, maio/ago. 2007.
SANTOS, S. Architectural Review comemora os 50 anos do livro “Complexidade e Contradi-
ção em Arquitetura” de Robert Venturi. 2017. Disponível em: <https://www.archdaily.com.
br/br/803062/architectural-review-comemora-os-50-anos-do-livro-complexidade-e-
-contradicao-em-arquitetura-de-robert-venturi>. Acesso em: 25 abr. 2018.
SUASSUNA, A. Iniciação à estética. Rio de Janeiro: José Olympio, 2009.
THE PANTHEON. 2009. Disponível em: <http://www.pantheonparis.com/>. Acesso
em: 25 abr. 2018.

Leitura recomendada
PLATÃO. Górgias. Traduzido por Carlos Alberto Nunes e digitalizado por membros
do grupo Acrópolis (http://br.egroups.com/group/acropolis/).
RIBEIRO, L. F. B. Sobre a estética platônica. Viso: Cadernos de estética aplicada, v. 1,
n. 1, jan./jun. 2007..
VILLA LA ROTONDA. 2009. Disponível em: <http://www.villalarotonda.it/en/home-
page>. Acesso em: 25 abr. 2018.
Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para
esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.
Dica do professor
A Arte, ao longo dos anos, sempre mostrou uma coerência dentro de cada recorte histórico.
Entretanto, no movimento contemporâneo ou pós-moderno é difícil determinar pontos em comum
entre as diversas expressões artísticas.

Nesta Dica do Professor, você vai conhecer mais sobre a arte contemporânea.

Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
Exercícios

1) No período Clássico, tanto a pintura quanto a escultura buscavam representar o cotidiano e


o corpo humano da forma mais realista possível. Para isso, os artistas:

A) usavam a técnica bidimensional, aprendida com os egípcios.

B) esculpiam os músculos e as veias nas esculturas masculinas, que representavam o homem


atleta e culto.

C) utilizavam somente as cores preto e branco, a fim de dar noção de profundidade.

D) passaram a usar a proporção divina como regra em suas obras.

E) e) acreditavam que a beleza era derivada do material, e não da alma.

2) A Arte Clássica, negada durante a Idade Média, é retomada no Renascimento. Uma ligação
entre esses dois períodos está na obra de Vitruvio, já que:

A) esta serviu de referência para o desenvolvimento de novas ordens e tipos de colunas.

B) em ambos os momentos a beleza é determinada pela lei de Deus.

C) Leonardo Da Vinci é responsável pelo desenho icônico que descreve o Homem Vitruviano,
além de pôr o homem no centro da atenção.

D) esta determinou um novo tipo de proporção, que desconsiderava as medidas do corpo.

E) esta anulava o que havia sido feito pelos egípcios e etruscos, eliminando, assim, os elementos
decorativos.

3) As construções greco-romanas tinham como características principais a ordem, a proporção,


o ritmo e a monumentalidade. O arco e a cúpula foram desenvolvidos:

A) pelos gregos, para ajudar a sustentar o frontão.

B) pelos romanos, para acompanhar o desnível do terreno.

C) pelos gregos, numa simulação do céu.


D) pelos romanos, para aumentar o vão entre as colunas.

E) pelos gregos, para chegar mais perto do céu e, consequentemente, de Deus.

4) A arquitetura moderna prezava pelo abandono de todas as características das estéticas


anteriores. Entretanto, podemos relacionar:

A) os adornos nas fachadas com temas da natureza.

B) a ideia da planta livre com os espaços internos dos templos gregos.

C) os pilotis modernos com as colunas clássicas.

D) as esquadrias em fita com as grandes aberturas das catedrais medievais.

E) a fachada livre com o fechamento em pedra grego.

5) A arquitetura contemporânea ou pós-moderna entende que deve produzir algo que conteste
os ideais modernistas. Aldo Rossi, em seus trabalhos, retoma os conceitos clássicos,
criticando o estilo internacional proposto pela Bauhaus. Sendo assim, é correto afirmar que:

A) no projeto da Casa Vanna, Rossi projeta arcos no átrio central.

B) Venturi utiliza o arco de maneira não óbvia como forma de insinuação à estética clássica.

C) Rossi projeta igrejas muito altas, diferentemente das igrejas modernas.

D) a arquitetura clássica foi influente em toda a história, incluindo os períodos Medieval e


Renascimento.

E) a ideia de pórtico é retomada no projeto da Casa Aurora, com o uso das cariátides.
Na prática
O Edifício Gustavo Capanema (1947) é um símbolo da Arquitetura Modernista brasileira. O projeto
de Lucio Costa e equipe, além da consultoria de Le Corbusier, representa o belo de um período,
contemplando o que o arquiteto franco-suíço já julgava correto no início do século XX.

Nessa edificação, é possível observar as características da estética clássica, como a ordem, a


monumentalidade, o ritmo e a proporção. Entende-se, então, que a arquitetura greco-romana foi
muito importante para o desenvolvimento estético, e que este, mesmo sofrendo alterações,
permanece vivo por mais de vinte séculos.
Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:

Pato Donald e a Sequência de Fibonacci


Trecho da animação "Donald no País da Matemágica", de Walt Disney, que apresenta a Proporção
Áurea de uma forma descontraída.

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De placa e grelha: transformações dominoicas em terra


brasileira
Tese de Doutorado do arquiteto Carlos Fernando Silva Bahima, que aborda o Sistema Dom-ino,
proposto por Le Corbusier, aplicado nos projetos brasileiros.

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Pós-modernismo póstumo: por que devemos parar de usar o


termo mais mal compreendido da Arquitetura
Artigo do arquiteto Giacomo Pala, publicado na revista virtual ArchDaily, onde este aborda o
emprego do termo "pós-moderno" e seus equívocos.

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