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O Museu Afro Brasil é uma instituição pública, subordinada à Secretaria da Cultura do Estado
de São Paulo e administrado pela Associação Museu Afro Brasil - Organização Social de
Cultura.
Localizado no Pavilhão Padre Manoel da Nóbrega, dentro do mais famoso Parque de São
Paulo, o Parque Ibirapuera, o Museu conserva, em 11 mil m2 um acervo com mais de 6 mil
obras, entre pinturas, esculturas, gravuras, fotografias, documentos e peças etnológicas, de
autores brasileiros e estrangeiros, produzidos entre o século XVIII e os dias de hoje. O acervo
abarca diversos aspectos dos universos culturais africanos e afro-brasileiros, abordando temas
como a religião, o trabalho, a arte, a escravidão, entre outros temas ao registrar a trajetória
histórica e as influências africanas na construção da sociedade brasileira.
O Museu exibe parte do seu Acervo na Exposição de Longa Duração, realiza Exposições
Temporárias e dispõe de um Auditório e de uma Biblioteca especializada que complementam
sua Programação Cultural ao longo do ano.
Acessibilidade do Museu
O Museu dispõe de intérprete em Libras (Língua Brasileira de Sinais) para visitas e oficinas
através de agendamento. É necessário solicitar o agendamento com 1 mês de antecedência.
O acervo do Museu pode ser acessado através de um audioguia (App Museu Afro Brasil).
História
Araujo já tentara frustradamente viabilizar a criação de uma instituição voltada ao estudo das
contribuições africanas à cultura nacional quando, em 2004, apresentou uma proposta
museológica à então prefeita de São Paulo, Marta Suplicy. Encampada a ideia pelo poder
público municipal, iniciou-se o projeto de implementação do Museu. Foram utilizados recursos
advindos da Petrobrás e do Ministério da Cultura através da Lei Rouanet.
Desde 2009, o Museu Afro Brasil, é uma instituição pública, vinculada à Secretaria de Estado
da Cultura de São Paulo, que administrado pela Associação Museu Afro Brasil – Organização
Social de Cultura, é subordinado ao Governo do Estado de São Paulo.
Missão
Visão
Valores
Acervo digital
O Acervo do Museu Afro Brasil conserva mais de 5 mil obras que englobam diferentes áreas de
múltiplos universos culturais africanos, indígenas e afro-brasileiro. Dividido por meio de
Núcleos temáticos, o acervo procura abranger aspectos da arte, da religião afro-brasileira, do
catolicismo popular, do trabalho, da escravidão, das festas populares, registrando assim, a
trajetória histórica, artística e as importantes influências africanas na construção da sociedade
brasileira.
Constituído por mais de 300 obras, o núcleo de arte africana tradicional do Museu Afro Brasil
abarca obras de dezenas de povos que compõe os principais exemplares desta arte presente
em museus. Como não poderia ser diferente, é dada uma atenção especial a povos cuja ligação
atlântica com o Brasil em íntimos laços seja historicamente reconhecida. Dentre esses,
contamos com obras dos povos: Iorubá, Fon, Bini, Baule, Iaure, Senufo, Attie, Bamana, Dogon,
Landuma, Bijagó, Chokwe, Baluba, Bakongo, Suku, Makonde, entre outros.
http://www.museuafrobrasil.org.br/acervo-digital/acervo
Os roteiros publicados pelo Núcleo de Educação têm como objetivo sugerir aos visitantes
possíveis percursos que podem ser realizados durante uma visita. Esse material pode ser
também utilizado como referência para a preparação de uma visita ou como ponto de partida
para o aprofundamento de reflexões após uma visita, seja ela orientada ou espontânea, na
exposição de longa duração ou em uma exposição temporária.
O Museu Afro Brasil conta uma história brasileira quase sempre ignorada. Ele foi criado a partir
da coleção de Emanoel Alves de Araujo – escultor, colecionador e, hoje, diretor deste museu –,
que ao longo de mais de trinta anos se ocupou em encontrar e colecionar obras que mostram
a importância da população negra na nossa sociedade. O museu está repleto de memórias, de
lembranças, de imagens de orgulho, sofrimento, conquista e competência dessa população
que formou a nossa nação. Este é um museu brasileiro. Venha conhecê-lo, mesmo que por
meio destas páginas.
Este caderno foi organizado a partir dos núcleos da exposição. Você verá uma cor diferente
marcando a abertura de cada um deles. Esta cor é a mesma que identifica esses núcleos no
museu. Existem algumas palavras escritas em itálico; na última página do caderno você
encontrará um glossário que explica o sentido delas.
Exposição: Isso é coisa de preto
No dia 12 de maio, sábado, Museu Afro Brasil, instituição da Secretaria da Cultura do Estado
de São Paulo em parceria com a Associação Museu Afro Brasil – organização social de cultura,
inaugura a exposição “Isso É Coisa de Preto – 130 Anos da Abolição da Escravidão”. A mostra,
com curadoria de Emanoel Araujo, destaca a definitiva presença negra na arte, história e
memória brasileiras.
Nos 130 anos da abolição da escravidão (1888), o Museu Afro Brasil ressalta a competência, o
talento e a resistência negra nos campos da arquitetura, artes plásticas, escultura, ourivesaria,
literatura, música, dança, teatro, idioma e costumes. A mostra destaca a produção dos séculos
XIX e XX, por meio de pinturas, fotografias, litografias, esculturas e desenhos que evidenciam e
valorizam a fundamental contribuição africana e afro-brasileira na construção do país..
“Isso é Coisa de Preto é um jargão, um termo preconceituoso e racista nacional, muito usado
para descriminar a condição de ser afro-brasileiro. Ressignificar tal terminologia, com o
objetivo de ressaltar que ‘coisa de preto’ é ter excelência nas artes, ciências, esportes,
medicina e em outros campos relevantes da sociedade, é um dos objetivos da exposição”,
salienta Emanoel Araujo.
Mulheres e homens negros que marcaram época na recente história brasileira em suas
respectivas áreas, tais como o médico Juliano Moreira, o poeta Luiz Gama, o escritor Manuel
Querino, a cantora Elza Soares, o editor Francisco Paula Brito, os músicos Dorival Caymmi, João
do Vale, Cartola, Milton Nascimento, Luiz Melodia, Jamelão, Pixinguinha, Paulinho da Viola e
Itamar Assumpção, a bailarina Mercedes Baptista, o abolicionista José do Patrocínio, a atriz
Ruth de Souza, o jogador Pelé, Madame Satã, entre outros, estão entre as personalidades
negras representadas na mostra.
Nomes como o dos irmãos Arthur Timótheo e João Timótheo, Heitor dos Prazeres, Solano
Trindade, Yedamaria, Mestre Valentim, Nelson Sargento, Eustáquio Neves, Walter Firmo,
Rubem Valentim, Estevão Silva, José Teóphilo de Jesus, Benedito José Tobias, Mureen Basiliat,
Rafael Pinto Bandeira, Washington Silveira, Otávio Araujo, Waldomiro de Deus, Antonio
Firmino Monteiro, Pierre Verger, Carybé, João Alves, Maria Lídia Magliani, Caetano Dias,
Belmiro de Almeida, Mestre Benon e João da Baiana são alguns dos artistas com trabalhos na
expostos na mostra.
“Se por um lado a data marca os 130 anos da extinção do trabalho escravo no Brasil, por outro
ainda somamos 400 anos de preconceitos, racismo e indiferença das elites oligárquicas desse
país com relação aos negros e negras. São 400 anos de ausência de políticas públicas capazes,
ao menos, de sanar esses absurdos que não só envolvem a questão de cor e de raça, mas
também a pobreza que atinge as comunidades onde a maioria negra é constantemente objeto
do maltrato, do isolamento e da violência noticiada todos os dias pela imprensa, como se
normal fosse o mal que atinge em pleno século XXI essa camada da população excluída da
educação, da saúde, da moradia e dos direitos e privilégios das outras classes sociais”, afirma o
curador sobre os 130 anos da abolição da escravatura no Brasil.
A exposição “Isso É Coisa de Preto – 130 Anos da Abolição da Escravidão”, revê ainda a
produção artística de dois países com predominante população negra: Cuba e Haiti. Obras
provenientes do sincretismo religioso e da união entre os cultos do vodum e da igreja católica,
presentes no cotidiano de inúmeras famílias destas duas nações abastecidas por corpos negros
durante o período do tráfico negreiro também integram a exposição.
Esculturas e pinturas que remetem à prática religiosa nos templos afro-cubanos e revelam a
sintonia deste povo com a ancestralidade africana, em especial seus escultores que
entenderam intimamente como interpretar este sincretismo, integram a o núcleo dedicado a
república socialista de Cuba.
A exposição mostra também a vitalidade criativa do povo haitiano, através das linguagens que
a obra de arte pode oferecer: das esculturas em ferro recortadas com seres míticos, das
assemblagens evocando associações secretas e das bandeiras bordadas com miçangas, com
símbolos do sincretismo religioso. Todo esse cabedal exposto nesta exposição revela um povo
voltado para manifestações artísticas profundas, unido pela fé e pelo desejo espiritual das
permanências ancestrais.
A primeira atividade tem início às 14h, com o lançamento da Coleção Sambas Escritos,
organizada pela escritora Carmen Faustino e pelas jornalistas Maitê Freitas e Patrícia Vaz.
Formada por quatro volumes, a coleção apresenta textos que variam entre poesias, ensaios,
crônicas e artigos sobre as tradições do samba no Brasil. Após o lançamento, as autoras da
publicação organizarão uma roda de samba.
Em seguida, às 15h, o chamado samba de raiz volta a pedir passagem no Museu Afro Brasil
com a apresentação do Samba de Terreiro de Mauá. Formado por músicos e pesquisadores da
região do grande ABC paulista e conhecido por valorizar a cultura negra por meio do samba
temático e autoral, o coletivo promete entoar um repertório com músicas de compositores do
calibre de Heitor dos Prazeres, Noel Rosa, João de Barro, Herivelto Martins, Darci de Oliveira,
Adoniran Barbosa, entre outros.
Atividades do museu com o público no mês de novembro
Museu na Marquise
Nesta ação, os visitantes do Parque do Ibirapuera são convidados a conhecer o Museu Afro
Brasil. Os educadores conduzirão uma breve visita à exposição de longa duração, que será
mediada a seguir na marquise do Parque. A história do Parque e a experiência do lazer se
encontram com as memórias, artes e histórias afro-brasileiras.
Atividade gratuita.
Duração: 1h30
Atividade gratuita
Público-alvo: livre
Inscrições: https://goo.gl/forms/hnrR8WAzcTgZIMi3
Após uma breve visita pela exposição de longa duração do Museu Afro Brasil, os participantes
aprenderão a confeccionar tambores com materiais de fácil manipulação (cano PVC,Fita
adesiva e recortes de revistas). No final da atividade os visitantes serão desafiados a
experimentar as potencialidades desse instrumento tendo em vista a musicalidade dos
tambores africanos e afro-brasileiros.
Atividade gratuita.
Público-alvo: livre
Inscrições: https://goo.gl/forms/fr1sDSWg8xTSWg6J3
Oficina Abayomi
Atividade gratuita.
Público-alvo: livre
Inscrições: https://goo.gl/forms/piytdpTgLL3gBBEE3
Atividade gratuita.
Público-alvo: livre
Inscrições: https://goo.gl/forms/Rv8Femu3AUUsKA7y2
Oficina Bingana
Essa oficina tem como matéria-prima a palavra. Os participantes são convidados a conhecer,
aprender, brincar e refletir sobre provérbios apresentados em três línguas: português,
quicongo e lingala (línguas faladas na República Democrática do Congo).
Atividade gratuita.
Público-alvo: livre
Inscrições: https://goo.gl/forms/YZ1F4GczKYPvzB6O2
Brasil, 1888: a instituição da escravidão - que perdurara por longos três séculos - era
oficialmente extinta no Brasil com uma lei de apenas meia página. Quase quatrocentos anos
de vigência de um sistema de exploração do trabalho e de violência sem precedentes e tudo o
que a letra da lei ofereceu foram algumas linhas e um silêncio que se arrasta até a atualidade.
Esta visita temática retoma a discussão central da formação brasileira, destacando momentos
decisivos do processo abolicionista. A exposição de longa duração do Museu Afro Brasil será
revisitada a fim de evidenciar a ação e o protagonismo da população negra na luta pela
liberdade, e suas respostas sociais, culturais e políticas pela conquista da cidadania plena no
pós-abolição.
04/11 | 14h
11/11 | 14h
18/11 | 14h
25/11 | 11h