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ESCOLA ESTATUDAL ESTEVÃO PERREIRA DE ALMEIDA


SALA ANEXA MARZAGÃO

TURMA: 1º ANO EJA MÉDIO

PROF: DAVID ALVES DE MENEZES 2021

ALUNO:

COMPONENTE CURRICULAR : ARTE


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HABILIDADES OBJETOS DE CONHECIMENTO


(EM13LGG602) - Fruir e apreciar Arte africana
esteticamente diversas Afro-brasileira
manifestaçõ es artísticas e culturais, das
locais à s mundiais,
assim como delas participar, de modo a
aguçar continuamente
a sensibilidade, a imaginaçã o e a
criatividade.
(EM13LGG603 )- Expressar-se e atuar
em processos de
criaçã o autorais individuais e coletivos
nas diferentes
linguagens artísticas (artes visuais,
audiovisual, dança, mú sica
e teatro) e nas intersecçõ es entre elas,
recorrendo a
referências estéticas e culturais,
conhecimentos de naturezas
diversas (artísticos, histó ricos, sociais e
políticos) e
experiências individuais e coletivas.
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ARTE AFRICANA: A RIQUEZA CULTURAL DESSE GRANDE


CONTINENTE

Compreende-se por arte africana a totalidade de expressõ es artísticas presentes no


continente africano, sobretudo na regiã o subsaariana. A Á frica é grandiosa, tanto
em termos geográ ficos, como em diversidade cultural, pois sã o muitos países que a
compõ e. Dessa forma, suas populaçõ es possuem particularidades e costumes
diferentes, o que, obviamente, se reflete na arte produzida por elas. De qualquer
maneira, existem algumas características que se mantém nas manifestaçõ es
artísticas desses povos.

Arte africana na história


Podemos dizer que os africanos conseguiram produzir uma arte bastante livre,
mas ainda assim preservando o rigor que suas tradiçõ es exigiam em busca de um
entendimento da espiritualidade e ancestralidade.

A histó ria da arte africana originou-se no período pré-histó rico, quando a


humanidade ainda nã o havia inventado a escrita.

Suas esculturas mais antigas encontradas, datam de 1.500 a.C., e foram produzidas
pela cultura Nok, na regiã o onde hoje se localiza a Nigéria.

Escultura em terracota da cultura Nok, na atual Nigéria. Crédito: Cedric


Hernandez. Na África subsaariana, o povo Igbo Ukwu
Realizou belos trabalhos em metais, principalmente bronze, além de utilizar a
terracota, marfim e pedras preciosas.
Mas o material mais utilizado pelos povos africanos certamente foi a madeira, com
a qual produziram má scaras e esculturas.

Infelizmente, grande parte dessas peças se perdeu, devido à s intempéries


climá ticas e também por conta da intolerâ ncia religiosa por parte dos muçulmanos
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e cristã os, que entraram em contato com essas civilizaçõ es e destruíram parte de
seus acervos culturais.

Máscaras africanas
As má scaras sã o recorrentes na maior parte dos povos da Á frica.

Nas vá rias culturas que lá existem, elas fazem parte do universo artístico e
expressivo, além de serem fortes elementos de conexã o entre os seres humanos e o
mundo espiritual.

Máscara do povo africano Dogon (Mali)


Elas foram e sã o produzidas, na maior parte das vezes, como instrumento de
rituais, de maneira que se tornam também disfarces, representaçõ es de deuses, de
forças da natureza, antepassados e de seres de outro mundo, além de animais.
Outra ponto importante é o fato de essas peças serem criaçõ es de uma pessoa
especial na comunidade. Lá , os artistas têm a responsabilidade de produzir
má scaras que representem toda a coletividade, e nã o apenas os anseios e
inspiraçõ es individuais, como no Ocidente.

A influência da África na arte moderna


No final do século XIX e início do século XX, novas bases para a arte ocidental
estavam sendo criadas, foram as chamadas vanguardas europeias.

Alguns artistas se depararam nesse período com a arte produzida pelos povos
africanos e ficaram impactados, incorporando assim elementos afros em suas
produçõ es.

O artista que usou a arte africana mais intensamente foi o espanhol Pablo Picasso.
Esse pintor incluiu referências diretas dessa arte em suas obras, sobretudo de
má scaras tribais.
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À
esquerda, autorretrato de Picasso, produzido durante sua "fase africana",
que vai de 1907 a 1909. À direita, máscara tribal africana.

Picasso foi um dos responsá veis pela criaçã o do movimento cubista, que
fragmentava as figuras, trazendo uma nova maneira de enxergar o mundo e
representá -lo. Mas antes da fase cubista, o pintor esteve mergulhado em
inspiraçõ es da arte da Á frica e produziu muitas obras com alusõ es africanas, o que
o auxiliou a chegar à s bases do cubismo. Certamente, o que impressionou os
europeus foi a liberdade, imaginaçã o e capacidade dos povos africanos de
relacionar o universo profano com o sagrado, o que foi ao encontro dos interesses
dos modernistas.

Arte africana em museus europeus


Em 2018, foi elaborado um documento que propõ e que os museus franceses
deverã o devolver o acervo artístico e cultural dos povos africanos para seu
continente de origem.
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Peça do povo de Benin que representa colonizador empunhando arma. Foto:


Olivier Laban-Mattei
Isso porque, a maior parte das peças de arte africanas encontra-se em museus na
Europa, pois foram levadas da Á frica pelos povos colonizadores. Estipula-se um
período de cinco anos para que esse patrimô nio volte aos seus países de forma
temporá ria ou permanente.

Arte africana contemporânea


Quando falamos em "arte africana" normalmente pensamos na histó ria da arte
africana e nos artefatos produzidos pelas comunidades tribais há muitos anos.

Entretanto, assim como no resto do mundo, a Á frica continua produzindo arte e


possui também artistas contemporâ neos com produçõ es que trazem enorme
contribuiçã o para o mundo atual.

Autorretratos da artista Zanele Muholi, da África do Sul, feitos por volta de


2012
Alguns nomes de destaque, suas nacionalidades e linguagens artísticas, são:

 Zanele Muholi (Á frica do Sul) - fotografia


 Bili Bidjocka (Camarõ es) - instalaçõ es e vídeo
 George Osodi (Nigéria) - fotografia
 Kader Attia (Argélia) - fotografia e outros meios
 Kudzanai Chiurai (Zimbá bue) - fotografia, audiovisual e pintura
 Kemang Wa Lehulere (Á frica do Sul) - vá rias linguagens
 Guy Tillim (Á frica do Sul) - fotografia, documentá rio
 Tracey Rose (Á frica do Sul) - performance, fotografia
 Aïda Muluneh (Etió pia) - fotografia
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PRINCIPAIS CARACTERÍSTICA DA CULTURA AFRO-BRASILEIRA

A cultura afro-brasileira remonta ao período colonial, quando o trá fico


transatlâ ntico de escravos forçou milhõ es africanos a virem para o Brasil. Assim,
foi formada a maior populaçã o de origem africana fora da Á frica.
Esta cultura está marcada por sua relaçã o com outras referências culturais,
sobretudo indígena e europeia a qual está em constante desenvolvimento no
Brasil.

Características da Cultura Afro-Brasileira

Uma das principais características da cultura afro-brasileira é que nã o há


homogeneidade cultural em todo territó rio nacional. A origem distinta dos
africanos trazidos ao Brasil forçou-os a apropriaçõ es e adaptaçõ es para que suas
prá ticas e representaçõ es culturais sobrevivessem. Assim, é comum encontrarmos
a herança cultural africana representada em novas prá ticas culturais. As
manifestaçõ es, rituais e costumes africanos eram proibidos. Só deixaram de ser
perseguidos pela lei na década de 1930, durante o Estado Novo de Getú lio Vargas.
Assim, elas passaram a ser celebradas e valorizadas, até que, em 2003, é
promulgada a lei nº 10.639 (Lei de Diretrizes e Bases da Educaçã o). Essa lei exigiu
que as escolas brasileiras de ensino fundamental e médio tenham em seus
currículos o ensino da histó ria e cultura afro-brasileira. Os dois grupos de maior
destaque e influência no Brasil sã o:

 os Bantos, trazidos de Angola, Congo e Moçambique;


 os Sudaneses, oriundos da Á frica ocidental, Sudã o e da Costa da Guiné.

Devemos ressaltar que as regiõ es mais povoadas com a mã o de obra africana


foram: Bahia, Pernambuco, Maranhã o, Alagoas, Minas Gerais, Rio de Janeiro,
Espírito Santo, Sã o Paulo e Rio Grande do Sul. Isso devido à grande quantidade de
escravos recebidos (regiã o Nordeste) ou pela migraçã o dos escravos apó s o
término do ciclo da cana-de-açú car (regiã o Sudeste).

Aspectos da Cultura Afro-Brasileira


De partida, temos de frisar que a cultura afro-brasileira é parte constituinte da
memó ria e da histó ria brasileira e que seus aspectos transbordam as margens
desse texto. Ela compõ e os costumes e as tradiçõ es: a mitologia, o folclore, a língua
(falada e escrita), a culiná ria, a mú sica, a dança, a religiã o, enfim, o imaginá rio
cultural brasileiro.

As Festividades Populares
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Festa de Yemanjá

O Carnaval, a maior festa popular brasileira, celebrada no início do ano e


mobilizando a naçã o. A Festa de Sã o Benedito, principal festa do Congado
(expressã o da cultura afro-brasileira), comemorada no final de semana apó s a
Pá scoa. E, por fim, a Festa de Yemanjá , realizada no dia 2 de fevereiro.

A Música e a Dança

Djembê, Tambor Africano

A influência afro-brasileira está patente em expressõ es como Samba,


Jongo, Carimbó , Maxixe, Maculelê, Maracatu. Eles utilizam instrumentos variados,
com destaque para Afoxé, Atabaque, Berimbau e Tambor. Nã o podemos perder de
vista que estas expressõ es musicais sã o também corporais. Elas refletem nas
formas de dançar, como no caso do Maculelê, uma dança folcló rica brasileira, e
do samba de roda, uma variaçã o musical do samba. Temos outras expressõ es de
mú sica e dança como as danças rituais, o tambor de crioula, e os estilos mais
contemporâ neos, como o samba-reggae e o axé baiano.

Finalmente, merece destaque especial a Capoeira. Ela é uma mistura de dança,


mú sica e artes marciais proibida no Brasil durante muitos anos e declarada
Patrimô nio Cultural Imaterial da Humanidade em 2014.
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A Culinária

Acarajé

A culiná ria é outro elemento típico da cultura afro-brasileira. Ela introduziu as


panelas de barro, o leite de coco, o feijã o preto, o quiabo, dentre muitos outros.
Entretanto, os alimentos mais conhecidos sã o aqueles da culiná ria baiana,
preparados com azeite dendê e pimentas. Destacam-se Abará , Vatapá e o Acarajé,
bem como o Quibebe nordestino, preparado com carne-de-sol ou charque; além
dos doces de pamonha e cocada E, por fim, o prato brasileiro mais conhecido de
todos: a feijoada. Ela foi criada pelos escravos como uma apropriaçã o da feijoada
portuguesa e produzida a partir dos restos de carne que os senhores de engenho
nã o consumiam.

A Religião

Culto de Candomblé
A religiã o afro-brasileira se caracterizou pelo sincretismo com o catolicismo, donde
unia aspectos do cristianismo à s suas tradiçõ es religiosas. Isso ocorreu para que
eles pudessem realizar as prá ticas religiosas africanas secretamente (associaçã o de
santos com orixá s), uma vez que a conversã o era apenas aparente. Assim,
nasceram do sincretismo Batuque, Xambá , Macumba e Umbanda, enquanto se
preservaram algumas variaçõ es africanas da Quimbanda, Cabula e o Candomblé.
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EXERCÍCIOS
QUESTÃO 1

A histó ria da arte africana originou-se em que período.

QUESTÃO 2

Qual foi o artista que usou a arte africana mais intensamente?

QUETÃO 3

O Carnaval, a maior festa popular brasileira cite nomes de outras festividades


relacionada a cultura Afro-brasileira?

QUESTÃO 4

Na culiná ria brasileira qual foi o prato típico que os afro-brasileiros ( escravos)
criaram?

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