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FATOS CULTURAIS – PARTE

I
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CENTENÁRIO DA SEMANA DE ARTE MODERNA


Em 2022, comemora-se o centenário da Semana de Arte Moderna no Brasil, que ocorreu
entre os dias 13 e 18 de fevereiro de 1922, no Theatro Municipal de São Paulo. A Avenida Paulista
tem sido um enfoque de exposições artísticas que celebram a chegada da Era Modernista do Brasil,
impulsionada pelo movimento artístico e político ocorrido durante a Semana de Arte Moderna.
Segundo o poeta e escritor Flávio Viegas Amoreira, essa semana foi uma sucessão de eventos
que culminaram em uma série de projetos estéticos e movimentos que incorporaram as vanguar-
das europeias, a necessidade de emancipação intelectual e estética e o conceito de brasilidade. “A
semana não foi um ponto de chegada, nem de partida, mas um ponto de convergência entre o Brasil
como um projeto e o Brasil que ainda se processa emancipado das metrópoles hegemônicas”, afirma.
Para Viegas, esse período foi marcado pela manifestação do repúdio ao colonialismo europeu
sobre a cultura brasileira e pela introdução de novos elementos da burguesia e do proletariado.
Além disso, o escritor destaca que as ideias disseminadas nessa semana continuam permeando as
esferas artísticas da cultura brasileira.
“A semana de 22 só começou em 22, mas ela não acaba em 22”, comenta o poeta. A semana
é um paradigma, pois não é apenas um evento, mas fala também sobre o futuro. Ela não iniciou os
movimentos, só antecipou os movimentos que já iriam desaguar”.
No entanto, o movimento modernista como um todo trouxe apenas o ponto de vista das elites
da época. Dessa forma, após cem anos, Flávio Amoreira ressalta a importância de um olhar voltado
para a pluralidade e valorização das várias identidades culturais do Brasil.
“Foi um olhar nas nossas raízes, das nossas peculiaridades e riquezas sem a protagonização de
artistas populares, trabalhadores urbanos e mulheres”, ressalta Flávio. “Mas, agora, nós precisamos
ouvir as vozes das florestas, dar o devido valor aos nativos amazônicos, ao proletariado, às periferias”.
Atenção!
Na Avenida Paulista, é possível encontrar vários pontos que retomam obras, artistas e ideias que estiveram
presentes na Semana da Arte Moderna de 1922.
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CONJUNTO NACIONAL
A iniciativa traz obras de treze artistas visuais para exposição, em banners na fachada do
Conjunto Nacional. Os painéis possuem 7m de altura por 4m de comprimento e a curadoria é de
Vera Simões.

AVENIDA PAULISTA E ÔNIBUS SERÃO VITRINES PARA OBRAS DE


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CANDIDO PORTINARI
A Comissão de Proteção à Paisagem Urbana (CPPU) de São Paulo aprovou a instalação de
painéis com reprodução de obras do artista plástico brasileiro Candido Portinari (1903 – 1962) na
Avenida Paulista, com a finalidade de comemorar o centenário da Semana da Arte Moderna de 1922.
A exposição, foi realizada entre os dias 20 de fevereiro e 22 de março, contará com 26 peças
com as artes de Portinari, que serão instaladas em postes de iluminação pública localizados no
canteiro central da Avenida Paulista, entre a Praça Oswaldo Cruz e a Rua Haddock Lobo. Elas terão
dimensões de 1,5m de largura por 2,0m de altura, sem inserção de logos ou marcas dos realizadores
ou patrocinadores.
ͫ Portinari nos vidros de ônibus
Além da intervenção na avenida mais famosa da cidade, 80 ônibus do sistema público de trans-
porte municipal e 200 coletivos intermunicipais administrados pela EMTU (Empresa Metropolitana
de Transportes Urbanos de São Paulo) terão seus vidros traseiros adesivados com artes de Portinari.
A ação deve começar na segunda quinzena deste mês e tem prazo de duração indeterminado. Ambas
as intervenções urbanas propostas são de responsabilidade do Museu da Imagem e do Som (MIS),
gerido pelo Governo do Estado de São Paulo.

VAN GOGH E MONET GANHAM EXPOSIÇÕES IMERSIVAS EM SÃO


PAULO E NO RIO DE JANEIRO
Duas exposições sobre pintores impressionistas chegaram a capitais do Sudeste trazendo
inovações para as já revolucionárias obras do movimento. Com auxílio de tecnologias como proje-
ções mapeadas e animações digitais, pinturas de Vincent Van Gogh e Claude Monet se tornaram
tridimensionais e imersivas nas exposições “Beyond Van Gogh”, em São Paulo, e “Monet à Beira
D’Água”, no Rio de Janeiro.
A grande novidade das obras deste movimento foi a técnica de pintura, menos baseada na
reprodução perfeita da realidade e mais na percepção dos artistas, impregnada de luz, sombra,
reflexos e movimento. Se quase 150 anos depois das inovações plásticas do impressionismo, tecno-
logias digitais estão revolucionando a maneira de experimentar essas obras, no fim do século XIX foi
uma tecnologia simples que possibilitou o surgimento desse gênero de pintura. Com um material
portátil, os pintores puderam sair dos ateliês e presenciar o mundo ao ar livre:
“Eles não pintam o que estão vendo. Eles pintam o que percebem, o que eles sentem. A
invenção da tinta no tubo de estanho possibilita que você leve a tinta para onde você quiser,” conta
a professora Caru Duprat, coordenadora de pós-graduação em Histórias das Artes na Fundação
Armando Alvares Penteado. “A ideia de imersão combina demais com o impressionismo, porque a
proposta deles era de estar dentro da natureza, e não diante dela,” acrescenta ela.
ͫ BEYOND VAN GOGH
A experiência sensorial em homenagem ao precursor do expressionismo Van Gogh (1853-1890
) chega em 6 de abril à Casa França-Brasil, após estrear em Florença, na Itália. Com imagens em
alta definição de obras do mestre holandês e de outros artistas, como Cézanne, Gauguin e Tou-
louse-Lautrec, a exposição conta uma narrativa de cerca de 60 minutos, acompanhada por trilha
sonora original.
ͫ MONET À BEIRA D’ÁGUA
A maior exposição imersiva do mundo sobre o mestre impressionista Claude Monet (1840-1926)
abre ao público no dia 19 de março, em uma tenda de dois mil metros quadrados, no Boulevard
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Olímpico. Parceria com o Museu de Arte do Rio, “Monet à beira d’água” propõe uma viagem através
das paisagens do artista, pintadas às margens de rios, mares e lagos.
Em painéis de mais de sete metros de altura, serão projetadas 285 obras do pintor, acompa-
nhadas de trilha sonora original, sistema de som 3D em alta definição, animações e efeitos especiais
para uma imersão em multissensorial em 360 graus.

MANCHA VERDE É CAMPEÃ DO GRUPO ESPECIAL DO CARNAVAL


DE SÃO PAULO EM 2022
A Mancha Verde venceu, o grupo especial do Carnaval de São Paulo. Esse é o segundo título
da agremiação ligada à torcida da Sociedade Esportiva Palmeiras.
O enredo da escola foi a água, que conduz a vida, que germina as sementes, que cobre mais
de 70% do planeta e do corpo humano. Inspirado pela canção “Planeta Água” de Guilherme Aran-
tes, o desfile conscientizou para o consumo racional do bem natural, bem como sua importância
no cotidiano e em plantações e lavouras.
Foram celebradas ainda as águas de Iemanjá, a orixá que conduz a preciosidade e é a rainha do
mar. Antes de iniciar seu desfile, a Mancha teve um susto. Parte do braço de uma das alegorias do
abre-alas quebrou. Isso fez com que a escola entrasse na avenida com o cronômetro já marcando
quatro minutos.
Mesmo assim, os integrantes da escola conseguiram achar uma solução para o problema,
consertando o carro e terminando o desfile dentro do tempo permitido de 65 minutos.
Fique atento!
A escola de samba Mancha Verde foi a vencedora do carnaval de São Paulo. Em segundo lugar ficou a Mocidade
Alegre e, em terceiro, a Império de Casa Verde.

SÃO PAULO: EXPOSIÇÃO INTERATIVA REÚNE OBRA DO PINTOR


CÂNDIDO PORTINARI
Mostra interativa sobre o pintor Cândido Portinari (1903-1962), fruto de 40 anos de trabalho do
Projeto Portinari em parceria com o Museu da Imagem e do Som (MIS), está em cartaz no espaço
MIS Experience, na zona oeste da capital paulista. A exposição Portinari para Todos localizou e
catalogou todas as obras do artista, além de reunir documentos e cartas que serão apresentadas
agora ao público de forma ampliada.
Com recursos tecnológicos para exibição e projeção, o público poderá ver mais de 150 obras
do artista, incluindo trabalhos em grandes dimensões ou de coleções particulares. “A presença
do original é compensada largamente pela possibilidade de você levar Portinari em todas as suas
dimensões, não só em seu legado pictórico, mas também ético e humanista”, diz o criador do pro-
jeto, o filho do artista, João Portinari.

EXPERIÊNCIAS RARAS
Os painéis Guerra e Paz, com 14 metros de altura, produzidos para a sede da Organização das
Nações Unidas (ONU) em Nova York, serão exibidos em tamanho real. Desde que foram levados
aos Estados Unidos, os trabalhos só retornaram uma vez ao Brasil, entre 2010 e 2013, quando foram
exibidos no Rio de Janeiro e em São Paulo.
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As experiências imersivas vão permitir o contato com a produção sacra de Portinari, que tem
parte em coleções particulares ou só pode ser vista em visita a igrejas, como a Matriz de Batatais
(SP) ou na da Pampulha, em Belo Horizonte (MG).
A mostra é dividida em eixos temáticos que vão apresentar os diversos assuntos de interesse
do pintor, como o aspecto social, as dinâmicas do trabalho, a fauna e flora brasileiras, os mitos e
o folclore.

GERAÇÃO TIK TOK


A proposta é não só mostrar as obras de Portinari, mas oferecer experiências interativas aos
visitantes. Ao entrar na exposição, as pessoas serão convidadas a fazer uma selfie do próprio rosto.
A partir do tratamento com inteligência artificial, o visitante receberá de volta um retrato com a
linguagem do pintor.
João Portinari explica que há uma tentativa de aproximar especialmente as crianças e os
adolescentes do legado do artista. “Você pegar a geração Tik Tok , que não tem a menor aproxima-
ção com Portinari, talvez passe a ter”, diz em referência à rede social para compartilhamento de
vídeos curtos. O MIS e o Projeto Portinari pensaram, segundo ele, em uma série de ações focadas
no público jovem.

ATÉ 1 MILHÃO DE PESSOAS


Os recursos audiovisuais também permitirão ouvir depoimentos de grandes nomes das artes
brasileiras que tiveram correspondência com Portinari. Você poderá estar diante do retrato do
[poeta] Carlos Drummond de Andrade e, ao mesmo tempo, ouvi-lo falar”, conta João. As entrevistas
fazem parte do acervo que o Projeto Portinari recolheu ao longo das últimas décadas e ajudam a
contextualizar os trabalhos do pintor.
Com o investimento nas linguagens digitais e na mostra desse grande acervo, João espera que
a exposição chegue a um público muito amplo. Segundo ele, a expectativa é que entre 800 mil e 1
milhão de pessoas visitem o MIS até 10 de julho, último dia da mostra.
O MIS Experience fica na Rua Vladimir Herzog, 75, na Água Branca. A mostra abre de terça a
sexta-feira e aos domingos, das 10h às 17h. Aos sábados e feriados, o funcionamento é das 10h às
18h. Os ingressos são gratuitos às terças-feiras. De quarta a sexta-feira, os ingressos custam R$ 30,
com possibilidade de meia-entrada, e aos fins de semana e feriados a inteira custa R$ 45.

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