ARTE MODERNA DE 1922 Alunos: Beatriz Zidane Bruno Ferreira Micaely Rayna O que foi a semana de arte moderna?
Semana de Arte Moderna, realizada entre os dias 13 e 18 de
fevereiro de 1922,foi o evento que deu visibilidade para uma das escolas literárias mais inovadoras e importantes da história da literatura brasileira – o modernismo. Apesar das primeiras manifestações modernistas terem surgido em São Paulo na década de 1910, foi apenas a partir de 1922 que o movimento ganhou visibilidade fora da capital paulista, alcançando outras partes do país. A ampla divulgação dos ideais modernistas deveu-se, principalmente, à Semana de Arte Moderna. Entre os organizadores da Semana, estavam Mário e Oswald de Andrade, que, posteriormente, ao lado de Manuel Bandeira (que não participou do evento), formaram a célebre tríade modernista. Eles foram considerados como os principais representantes e divulgadores do Modernismo no Brasil. Graças a eles, a estética modernista ganhou adesão de outros importantes escritores, conseguindo, assim, solidificar-se e influenciar as gerações vindouras. O evento foi aberto ao público, que durante toda a semana pôde visitar o saguão do teatro e conferir uma exposição de artes plásticas com obras de Anita Malfatti, Vicente do Rego Monteiro, Zina Aita, Di Cavalcanti, Harberg, Brecheret, Ferrignac e Antonio Moya. Além da exposição, foram realizados saraus com apresentação de conferências, leitura de poemas, dança e música, participação dos escritores Graça Aranha, Menotti del Picchia, Guilherme de Almeida e Ronald de Carvalho, com execução de músicas de Ernâni Braga e Villa- Lobos Os principais objetivos
romper com o formalismo da estética
artística; criticar a arte acadêmica; inaugurar o movimento modernista brasileiro inspirado nas vanguardas europeias; criar uma arte que fosse autenticamente brasileira; popularizar a arte. As principais características ausência de formalismo; ruptura com o academicismo e o tradicionalismo artístico; crítica ao modelo parnasiano; influência das vanguardas artísticas europeias, sobretudo destas: futurismo, cubismo, dadaísmo, surrealismo e expressionismo; valorização da identidade e cultura brasileira; fusão de influências externas aos elementos artísticos brasileiros; experimentações estéticas; utilização da linguagem coloquial e vulgar para aproximar-se da linguagem do povo; temáticas nacionalistas e cotidianas. Por que foi em São Paulo e não no Rio de Janeiro
A Semana de Arte Moderna foi
realizada em São Paulo em vez do Rio de Janeiro por uma série de razões. Embora o Rio de Janeiro fosse a capital do Brasil na época, a escolha de São Paulo como local da semana de arte foi estratégica e significativa.
Contexto histórico-cultural: São Paulo estava passando por um rápido crescimento
industrial e uma crescente urbanização na época. Isso proporcionou um ambiente propício para a experimentação artística e a busca de uma nova identidade cultural. Grupo dos Cinco: Um grupo de artistas e intelectuais chamado Grupo dos Cinco, composto por Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Anita Malfatti, Menotti Del Picchia e Tarsila do Amaral, foi fundamental na organização da Semana de Arte Moderna. A maioria dos membros do grupo era de São Paulo, E a escolha de São Paulo como sede da Semana de Arte Moderna foi uma forma de romper com a influência cultural e estética predominante no Rio e buscar um novo cenário para a arte brasileira. Disponibilidade de espaço e recursos: São Paulo tinha uma infraestrutura mais adequada para a realização de um evento desse tipo. A cidade contava com teatros e espaços culturais que poderiam abrigar as apresentações e exposições. Além disso, a comunidade artística paulista estava mais engajada e disposta a apoiar o movimento modernista. É importante ressaltar que a Semana de Arte Moderna foi um marco cultural que influenciou todo o Brasil, e não apenas São Paulo. As primeiras décadas do século XX • O início do século XX trouxe inúmeras mudanças ao modo de viver europeu; a arte, portanto, precisava acompanhar essas mudanças. • Mas no Brasil em 1922, quando a Independência do país completava cem anos, o Brasil passava por diversas modificações sociais, políticas e econômicas (o começo da industrialização fim da Primeira Guerra Mundial). • Surge então a necessidade de recorrer a uma nova estética, em que surge a semana da arte moderna. • Com a renovação artística surgiu a atualização intelectual da consciência nacional. • Assim o Brasil que se atualizava e modernizava deram aos artistas brasileiros a possibilidade de trabalhar com novos materiais, a fim de renovar a arte nacional. Participantes A pintora, desenhista e professora Anita Malfatti foi talvez a mulher de maior relevância a participar da Semana de Arte Moderna.Entre 1910 e 1914, Anita estudou na Alemanha e lá entrou em contato com as tendências de vanguarda, como o expressionismo, que se manifesta fortemente em seu trabalho. Apresentando uma pintura alinhada com o modernismo europeu, ela já havia causado polêmica em 1917 ao realizar uma exposição, que foi duramente criticada, principalmente pelo escritor Monteiro Lobato (1882- 1948). Assim, em 1922 participou da Semana com cerca de 20 telas, entre elas A boba (1916). A pintura traz muitas características do modernismo, com cores marcadas, irreverência, deformidades, rejeição ao academicismo e às figuras realistas. Emiliano Augusto Cavalcanti de Albuquerque e Melo, ou apenas Di Cavalcanti, foi um dos criadores da Semana de Arte Moderna.Emiliano Augusto Cavalcanti de Albuquerque e Melo, ou apenas Di Cavalcanti, foi um dos criadores da Semana de Arte Moderna.Buscava através de sua obra a valorização da cultura brasileira, trazendo temas regionais, como as festas populares e o povo. O intelectual Mario de Andrade foi, além de escritor, crítico de arte, fotógrafo e pesquisador de música e de folclore. Ele desenvolveu um intenso trabalho de valorização da identidade e diversidade nacional, se tornando um dos expoentes da cultura no país. Sua atuação na Semana de 22 foi muito significativa, sendo um dos principais organizadores do evento. Foi nesse ano também que ele lança Paulicéia Desvairada, um marco para o movimento modernista, inaugurando sua primeira fase. Poema de Mário de Andrade Inspiração São paulo! comoção de minha vida... Os meus amores são flores feitas de original... Arlequinal!...Traje de losangos...Cinza e ouro... Luz e bruma...Forno e inverno morno... Elegâncias sutis sem escândalos, sem ciúmes... Perfume de Paris...Arys! Bofetadas líricas no Trianon...Algodoal!... São Paulo! comoção de minha vida... Galicismo a berrar nos desertos da América! Vindo de uma família de posses, Oswald de Andrade permaneceu um tempo na Europa e lá conheceu de perto algumas tendências da arte moderna que estava em seu auge. Ao retornar ao Brasil, sente necessidade de colocar em prática algumas dessas influências europeias, mas buscando tratar de questões e temas nacionais. Assim, organiza-se com amigos e pensa em uma maneira de mostrar essa nova estética, criando a Semana de Arte Moderna. Mais tarde, casa-se com Tarsila do Amaral (1886- 1973). A importante pintora não esteve presente na Semana de 22, mas foi um nome essencial para a implementação do modernismo no Brasil. Victor Brecheret (1894-1955) Quando se fala em escultura moderna na arte brasileira, um nome que se destaca é o do ítalo-brasileiro Victor Brecheret. Brecheret também teve parte de sua formação artística na Europa, o que influenciou diretamente seu trabalho. A simplicidade das formas e a valorização da expressividade são características de suas esculturas.Assim, em 1922 o artista também estava entre os modernistas que se apresentaram na Semana, exibindo 12 peças no Theatro de São Paulo. Vicente do Rego Monteiro (1899-1970) A mostra de pintura na Semana de Arte Moderna contou também com trabalhos do jovem artista pernambucano Vicente do Rego Monteiro. O pintor, que na época tinha 23 anos, já possuía uma produção madura, trazendo muitas influências das vanguardas europeias. Isso porque havia estudado artes em Paris no começo da juventude, entrando em contato direto com as inovações que lá surgiam. Uma das tendências que mais aparece em suas telas é o cubismo. Seus quadros são marcados por formas geométricas e simplificações, exibindo as figuras de forma quase escultórica. Menotti Del Picchia foi um dos articuladores da Semana de Arte Moderna.
Escritor, político, advogado e pintor,
Menotti teve uma atuação importante no evento, inaugurando a segunda noite, a mais polêmica. com Tarsila do Amaral, Anita Malfatti, Mário de Andrade e Oswald de Andrade, forma o Grupo dos Cinco, que defendia a ideologia modernista proposta na Semana.
Entretanto, contraditoriamente, mais tarde se
junta com Plínio Salgado (1895-1988), Guilherme de Almeida (1890-1969) e Cassiano Ricardo (1895-1974) e idealiza o Movimento Verde- Amarelo, que se opunha aos valores antropofágicos de Tarsila e Oswald, fundando assim uma corrente nacionalista com viés fascista.
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