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SUPER

MARATONA
ENEM
2022
Sumário
LINGUAGENS CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS................................................................................2

Arte.................................................................................................................................................................................2

Literatura..................................................................................................................................................................20

Gramática/Texto – Parte I..................................................................................................................................32

Gramática/Texto – Parte II................................................................................................................................51

CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS ..................................................................................67

Geografia – Parte I.................................................................................................................................................67

Geografia – Parte II................................................................................................................................................73

Filosofia......................................................................................................................................................................79

Sociologia...................................................................................................................................................................91

História – Parte I....................................................................................................................................................103

História – Parte II..................................................................................................................................................112

CIÊNCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS .......................................................................123

Biologia – Parte I..................................................................................................................................................123

Biologia – Parte II................................................................................................................................................133

Biologia – Parte III..............................................................................................................................................142

Física – Parte I......................................................................................................................................................153

Física – Parte II....................................................................................................................................................165

Física – Parte III...................................................................................................................................................175

Química – Parte I.................................................................................................................................................181

Química – Parte II...............................................................................................................................................187

Química – Parte III..............................................................................................................................................197

Química – Parte IV..............................................................................................................................................206

MATEMÁTICA E SUAS TECNOLOGIAS ...........................................................................................225

Matemática – Parte I..........................................................................................................................................225

Matemática – Parte II.........................................................................................................................................234

Matemática – Parte III.......................................................................................................................................251

Matemática – Parte IV.......................................................................................................................................257

Gabarito...................................................................................................................................................................261
Questão 03
LINGUAGENS CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS Um dos resquícios franceses na dança são os comandos
proferidos pelo marcador da quadrilha. Seu papel é anunci-
ARTE
ar os próximos passos da coreografia. O abrasileiramento
Questão 01 de termos franceses deu origem, por exemplo, ao saruê
A arte pré-histórica africana foi incontestavelmente um (soirée — reunião social noturna, ordem para todos se jun-
veículo de mensagens pedagógicas e sociais. Os San, que tarem no centro do salão), anarriê (en arrière — para trás)
constituem hoje o povo mais próximo da realidade das re- e anavã (en avant — para frente).
Disponível em: www.ebc.com.br. Acesso em: 6 jul. 2015.
presentações rupestres, afirmam que seus antepassados A característica apresentada dessa manifestação popular
lhes explicaram sua visão do mundo a partir desse gigan- resulta do seguinte processo socio-histórico:
tesco livro de imagens que são as galerias. A educação dos
 Massificação da arte erudita.
povos que desconhecem a escrita está baseada sobretudo
 Rejeição de hábitos elitistas.
na imagem e no som, no audiovisual.
KI-ZERBO, J. A arte pré-histórica africana. In: KI-ZERBO, J. (Org.) História geral da
 Laicização dos rituais religiosos.
África, I: metodologia e pré-história da África. Brasília: Unesco, 2010.  Restauração dos costumes antigos.
De acordo com o texto, a arte mencionada é importante  Apropriação de práticas estrangeiras.
para os povos que a cultivam por colaborar para o(a)
Questão 04
 transmissão dos saberes acumulados.
 expansão da propriedade individual. As narrativas indígenas se sustentam e se perpetuam por
uma tradição de transmissão oral (sejam as histó-
 ruptura da disciplina hierárquica.
rias verdadeiras dos seus antepassados, dos fatos e guer-
 surgimento dos laços familiares.
ras recentes ou antigos; sejam as histórias de ficção, co-
 rejeição de práticas exógenas.
mo aquelas da onça e do macaco). De fato, as comunidades
Questão 02 indígenas nas chamadas “terras baixas da América do Sul”
A dança é um importante componente cultural da humani- (o que exclui as montanhas dos Andes, por exemplo) não
dade. O folclore brasileiro é rico em danças que represen- desenvolveram sistemas de escrita como os
tam as tradições e a cultura de várias regiões do país. Estão que conhecemos, sejam alfabéticos (como a escrita
ligadas aos aspectos religiosos, festas, lendas, fatos históri- do português), sejam ideogramáticos (como a escrita
cos, acontecimentos do cotidiano e brincadeiras e caracteri- dos chineses) ou outros. Somente nas sociedades indíge-
zam-se pelas músicas animadas (com letras simples e popu- nas com estratificação social (ou seja, já divididas
lares), figurinos e cenários representativos. em classes), como foram os astecas e os maias, é que sur-
SECRETARIA DA EDUCAÇÃO. Proposta Curricular do Estado de São Paulo: Educa- giu algum tipo de escrita. A história da escrita parece mes-
ção Física. São Paulo: 2009 (adaptado).
mo mostrar claramente isso: que ela surge e se desenvol-
A dança, como manifestação e representação da cultura
vem qualquer das formas – apenas em socieda-
rítmica, envolve a expressão corporal própria de um povo.
des estratificadas (sumérios, egípcios, chineses, gregos etc.).
Considerando-a como elemento folclórico, a dança revela
O fato é que os povos indígenas no Brasil, por exemplo, não
 manifestações afetivas, históricas, ideológicas, intelec-
empregavam um sistema de escrita, mas garantiram a con-
tuais e espirituais de um povo, refletindo seu modo de
servação e continuidade dos conhecimentos acumulados,
expressar-se no mundo.
das histórias passadas e, também, das narrativas que sua
 aspectos eminentemente afetivos, espirituais e de en-
tradição criou, através da transmissão oral. Todas as tecno-
tretenimento de um povo, desconsiderando fatos his-
logias indígenas se transmitiram e se desenvolveram assim.
tóricos.
E não foram poucas: por exemplo, foram os índios que do-
 acontecimentos do cotidiano, sob influência mitológica
mesticaram plantas silvestres e, muitas vezes, venenosas,
e religiosa de cada região, sobrepondo aspectos políti-
criando o milho, a mandioca (ou macaxeira), o amendoim,
cos.
as morangas e muitas outras mais (e também as desenvol-
 tradições culturais de cada região, cujas manifestações
veram muito; por exemplo, somente do milho criaram cerca
rítmicas são classificadas em um ranking das mais ori-
de 250 variedades diferentes em toda a América).
ginais. D’ANGELIS, W. R. Histórias dos índios lá em casa: narrativas indígenas e
 lendas, que se sustentam em inverdades históricas, tradição oral popular no Brasil.
uma vez que são inventadas, e servem apenas para a Disponível em: www.portalkaingang.org. Acesso em: 5 dez. 2012.
vivência lúdica de um povo.

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A escrita e a oralidade, nas diversas culturas, cum- Questão 07
prem diferentes objetivos. O fragmento aponta que, A imagem é considerada uma das referências do movimen-
nas sociedades indígenas brasileiras, a oralidade possibili- to artístico e cultural denominado Renascimento. Analise-a
tou atentamente.
 a conservação e a valorização dos grupos detentores de
certos saberes.
 a preservação e a transmissão dos saberes e
da memória cultural dos povos.
 a manutenção e a reprodução dos modelos estratifica-
dos de organização social.
 a restrição e a limitação do conhecimento acumulado a
determinadas comunidades.
 o reconhecimento e a legitimação da importância
da fala como meio de comunicação.
Questão 05
Ao se apossarem do novo território, os europeus ignora-
ram um universo de antiga sabedoria, povoado por homens
e bens unidos por um sistema integrado. A recusa em se A Primavera, Sandro Botticelli. Séc. XV

inteirar dos valores culturais dos primeiros habitantes le- Essa imagem pode ser considerada renascentista porque
vou-os a uma descrição simplista desses grupos e à sua  representa as personagens de forma simbólica e recor-
sucessiva destruição. Na verdade, não existe uma distinção re a temas da doutrina cristã.
entre a nossa arte e aquela produzida por povos tecnica-  reforça a perspectiva teocêntrica, ao representar a Vir-
mente menos desenvolvidos. As duas manifestações devem gem Maria no centro da composição pictórica.
ser encaradas como expressões diferentes dos modos de  retoma o tema da pureza da alma feminina estabele-
sentir e pensar das várias sociedades, mas também como cendo uma releitura da narrativa sobre o pecado ori-
equivalentes, por resultarem de impulsos humanos co- ginal.
muns.  adota o contraste dramático enre tons claros e escuros
SCATAMACHIA, M. C. M. In: AGUILAR, N. (Org.). Mostra do redescobrimen- em sintonia com as tensões religiosas o período.
to: arqueologia. São Paulo: Fundação Bienal de São Paulo – Associação  utiliza a técnica da perspectiva tridimensional, que
Brasil 500 anos artes visuais, 2000.
provoca ilusão de profundidade e de espaço.
De acordo com o texto, inexiste distinção entre as artes
produzidas pelos colonizadores e pelos colonizados, pois Questão 08
ambas compartilham o(a) TEXTO I
 suporte artístico.
 nível tecnológico.
 base antropológica.
 concepção estética.
 referencial temático.
Questão 06
Acompanhando a intenção da burguesia renascentista de
ampliar seu domínio sobre a natureza e sobre o espaço
geográfico, através da pesquisa científica e da invenção
tecnológica, os cientistas também iriam se atirar nessa
aventura, tentando conquistar a forma, o movimento, o
espaço, a luz, a cor e mesmo a expressão e o sentimento.
SEVCENKO, N. O Renascimento. 1984
O texto apresenta um espírito de época que afetou também
a produção artística, marcada pela constante relação entre:
 astronomia e religião.
 fé e misticismo.
 ciência e arte.
 cultura e comércio.
 política e economia.

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TEXTO II Questão 10
Os santos tornaram-se grandes aliados da Igreja para atrair
novos devotos, pois eram obedientes a Deus e ao poder
clerical. Contando e estimulando o conhecimento sobre a
vida dos santos, a Igreja transmitia aos fiéis os ensinamen-
tos que julgava corretos e que deviam ser imitados por
escravos que, em geral, traziam outras crenças de suas ter-
ras de origem, muito diferentes das que preconizava a fé
católica.
OLIVEIRA, A. J. Negra devoção. Revista de História da Biblioteca Nacional,
n. 20, maio 2007 (adaptado).
Posteriormente ressignificados no interior de certas irman-
dades e no contato com outra matriz religiosa, o ícone e a
prática mencionada no texto estiveram desde o século XVII
relacionados a um esforço da Igreja Católica para
 reduzir o poder das confrarias. BARDI, P. M. Em torno da escultura no Brasil. São Paulo: Banco Sudameris
Brasil, 1989.
 cristianizar a população afro-brasileira.
Com contornos assimétricos, riqueza de detalhes nas vestes
 espoliar recursos materiais dos cativos.
e nas feições, a escultura barroca no Brasil tem forte in-
 recrutar libertos para seu corpo eclesiástico.
fluência do rococó europeu e está representada aqui por
 atender a demanda popular por padroeiros locais. um dos profetas do pátio do Santuário do Bom Jesus de
Questão 09 Matosinho, em Congonhas (MG), esculpido em pedra-sabão
O que o projeto governamental tem em vista é poupar à por Aleijadinho. Profundamente religiosa, sua obra revela
Nação o prejuízo irreparável do perecimento e da evasão do  liberdade, representando a vida de mineiros à procura
que há de mais precioso no seu patrimônio. Grande parte da salvação.
das obras de arte até mais valiosas e dos bens de maior  credibilidade, atendendo a encomendas dos nobres de
interesse histórico, de que a coletividade brasileira era Minas Gerais.
depositária, têm desaparecido ou se arruinado irremedia-  simplicidade, demonstrando compromisso com a con-
velmente. As obras de arte típicas e as relíquias da história templação do divino.
de cada país não constituem o seu patrimônio privado, e  personalidade, modelando uma imagem sacra com fei-
sim um patrimônio comum de todos os povos. ções populares.
ANDRADE, R. M. F. Defesa do patrimônio artístico e histórico. O Jornal, 30  singularidade, esculpindo personalidades do reinado
out. 1936. In: ALVES FILHO, I. Brasil, 500 anos em documentos. Rio de
nas obras divinas.
Janeiro: Mauad, 1999 (adaptado).
Questão 11
A criação no Brasil do Serviço do Patrimônio Histórico Ar-
tístico Nacional (SPHAN), em 1937, foi orientada por ideias
como as descritas no texto, que visavam
 submeter a memória e o patrimônio nacional ao con-
trole dos órgãos públicos, de acordo com a tendência
autoritária do Estado Novo.
 transferir para a iniciativa privada a responsabilidade
de preservação do patrimônio nacional, por meio de
leis de incentivo fiscal.
 definir os fatos e personagens históricos a serem cul-
tuados pela sociedade brasileira, de acordo com o inte-
resse público.
 resguardar da destruição as obras representativas da
cultura nacional, por meio de políticas públicas pre-
servacionistas.
 determinar as responsabilidades pela destruição do
patrimônio nacional, de acordo com a legislação brasi-
leira.
Foto de Militão, São Paulo, 1879. ALENCASTRO, L. F. (org). História da vida
privada no Brasil. Império: a corte e a modernidade nacional. São Paulo:
Cia. das Letras, 1997.

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Que aspecto histórico da escravidão no Brasil do séc. XIX Questão 13
pode ser identificado a partir da análise do vestuário do
casal retratado acima?
 O uso de trajes simples indica a rápida incorporação
dos ex-escravos ao mundo do trabalho urbano.
 A presença de acessórios como chapéu e sombrinha
aponta para a manutenção de elementos culturais
de origem africana.
 O uso de sapatos é um importante elemento de dife-
renciação social entre negros libertos ou em melho-
res condições na ordem escravocrata.
 A utilização do paletó e do vestido demonstra a tenta-
tiva de assimilação de um estilo europeu como for-
II / São Francisco de Assis*
ma de distinção em relação aos brasileiros.
Senhor, não mereço isto.
 A adoção de roupas próprias para o trabalho domésti- Não creio em vós para vos amar.
co tinha como finalidade demarcar as fronteiras Trouxestes-me a São Francisco
da exclusão social naquele contexto. e me fazeis vosso escravo.
Questão 12 Não entrarei, senhor, no templo,
Síntese entre erudito e popular seu frontispício me basta.
Na região mineira, a separação entre cultura popular (as Vossas flores e querubins
artes mecânicas) e erudita (as artes liberais) é marcada são matéria de muito amar.
pela elite colonial, que tem como exemplo os valores euro- Dai-me, senhor, a só beleza
peus, e o grupo popular, formado pela fusão de várias cultu- destes ornatos. E não a alma.
ras: portugueses aventureiros ou degredados, negros e Pressente-se dor de homem,
índios. Aleijadinho, unindo as sofisticações da arte erudita paralela à das cinco chagas.
ao entendimento do artista popular, consegue fazer essa Mas entro e, senhor, me perco
síntese característica deste momento único da história da na rósea nave triunfal.
arte brasileira: o barroco colonial. Por que tanto baixar o céu?
MAJORA, C. BrHistória, n. 3, mar. 2007 (adaptado). por que esta nova cilada?
No século XVIII, a arte brasileira, mais especificamente a de Senhor, os púlpitos mudos
Minas Gerais, apresentava a valorização da técnica e um entretanto me sorriem.
estilo próprio, incluindo a escolha dos materiais. Artistas Mais que vossa igreja, esta
como Aleijadinho e Mestre Ataíde têm suas obras caracteri- sabe a voz de me embalar.
zadas por peculiaridades que são identificadas por meio Perdão, senhor, por não amar-vos.
 do emprego de materiais oriundos da Europa e da in- Carlos Drummond de Andrade
*O texto faz parte do conjunto de poemas “Estampas de Vila Rica”, que
terpretação realista dos objetos representados. integra a edição crítica de Claro enigma. São Paulo: Cosac Naify, 2012.
 do uso de recursos materiais disponíveis no local e da Analise as seguintes afirmações relativas à arquitetura das
interpretação formal com características próprias. igrejas sob a estética do Barroco:
 da utilização de recursos materiais vindos da Europa e I. Unem-se, no edifício, diferentes artes, para assaltar de
da homogeneização e linearidade representacional. uma vez os sentidos, de modo que o público não possa es-
 da observação e da cópia detalhada do objeto repre- capar.
sentado e do emprego de materiais disponíveis na re- II. O arquiteto procurava surpreender o observador, susci-
gião. tando nele uma reação forte de maravilhamento.
 da utilização de materiais disponíveis no Brasil e da III. A arquitetura e a ornamentação dos templos deviam
interpretação idealizada e linear dos objetos represen- encenar, entre outras coisas, a preeminência da Igreja.
tados. A experiência que se expressa no poema de Drummond
registra, em boa medida, as reações do eu lírico ao que se
encontra registrado em
 I, apenas.
 II, apenas.
 II e III, apenas.
 I e III, apenas.
 I, II e III

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Questão 14 Questão 15
TEXTO I

Vitor Meirelles, Moema, 1866.


Fotografia em preto e branco de músico da cultura lupa (norte de Angola) Óleo sobre tela, 129 x 190 cm
tocando uma kalimba ou lamelofone. Nessa obra, que retrata uma cena de Caramuru, célebre
TEXTO II poema épico brasileiro, a filiação à estética romântica mani-
festa-se na
 exaltação do retrato fiel da beleza feminina.
 tematização da fragilidade humana diante da morte.
 ressignificação de obras do cânone literário nacional.
 representação dramática e idealizada do corpo da ín-
dia.
 oposição entre a condição humana e a natureza primi-
tiva.
Questão 16

Distantes uma da outra quase 100 anos, as duas telas se-


Manifestação carnavalesca registrada por Debret (1826): escravos vesti- guintes, que integram o patrimônio cultural brasileiro, valo-
dos como europeus, em cortejo musical, à época do Império. rizam a cena da primeira missa no Brasil, relatada na carta
O instrumento feito de lâminas metálicas e cabaça é comum de Pero Vaz de Caminha.
a manifestações musicais na África e no Brasil. Nos textos,
apesar de figurarem em contextos geográficos separados
pelo Oceano Atlântico e terem cerca de um século de dis-
tanciamento temporal, a semelhança do instrumento de-
monstra a
 vinculação desses instrumentos com a cultura dos ne-
gros escravizados.
 influência da cultura africana na construção da musica-
lidade brasileira.
 condição de colônia europeia comum ao Brasil e gran-
de parte da África.
 escassez de variedade de instrumentos musicais rela-
cionados à cultura africana.
 importância de registros artísticos na difusão e manu-
tenção de uma tradição musical.

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Enquanto a primeira retrata fielmente a carta, a segunda – Questão 18
ao excluir a natureza e os índios – critica a narrativa do
TEXTO I
escrivão da frota de Cabral. Além disso, na segunda, não se
Documentos do século XVI algumas vezes se referem aos
vê a cruz fincada no altar.
habitantes indígenas como “os brasis”, ou “gente brasília” e,
Ao comparar os quadros e levando-se em consideração a
ocasionalmente no século XVII, o termo “brasileiro” era a
explicação dada, observa-se que
eles aplicado, mas as referências ao status econômico e
 a influência da religião católica na catequização do po-
jurídico desses eram muito mais populares. Assim, os ter-
vo nativo é objeto das duas telas.
mos “negro da terra” e “índios” eram utilizados com mais
 a ausência dos índios na segunda tela significa que Por-
frequência do que qualquer outro.
tinari quis enaltecer o feito dos portugueses. SCHWARTZ, S. B. Gente da terra braziliense da nação. Pensando o Brasil: a
 ambas, apesar de diferentes, retratam um mesmo mo- construção de um povo. In: MOTA, C. G. (Org.). Viagem incompleta: a expe-
mento e apresentam uma mesma visão do fato históri- riência brasileira (1500-2000). São Paulo: Senac, 2000 (adaptado).
co. TEXTO II
 a segunda tela, ao diminuir o destaque da cruz, nega a Índio é um conceito construído no processo de conquista da
importância da religião no processo dos descobrimen- América pelos europeus. Desinteressados pela diversidade
tos. cultural, imbuídos de forte preconceito para com o outro, o
 a tela de Victor Meirelles contribuiu para uma visão indivíduo de outras culturas, espanhóis, portugueses, fran-
romantizada dos primeiros dias dos portugueses no ceses e anglo-saxões terminaram por denominar da mesma
Brasil. forma povos tão díspares quanto os tupinambás e os aste-
Questão 17 cas.
SILVA, K. V.; SILVA, M. H. Dicionário de conceitos históricos. São Paulo:
Contexto, 2005.
Ao comparar os textos, as formas de designação dos grupos
nativos pelos europeus, durante o período analisado, são
reveladoras da
 concepção idealizada do território, entendido como
geograficamente indiferenciado.
 percepção corrente de uma ancestralidade comum às
populações ameríndias.
 compreensão etnocêntrica acerca das populações dos
territórios conquistados.
 transposição direta das categorias originadas no ima-
MOREAUX, F. R. Proclamação da Independência ginário medieval.
 visão utópica configurada a partir de fantasias de ri-
queza.
Questão 19

TEXTO I

FERREZ, M. D. Pedro II.


SCHWARCZ, L. M. As barbas do Imperador: D. Pedro II, um monarca nos
trópicos. São Paulo: Cia. das Letras, 1998.
As imagens, que retratam D. Pedro I e D. Pedro II, procuram
transmitir determinadas representações políticas acerca TEXTO II
dos dois monarcas e seus contextos de atuação. A ideia que A eleição dos novos bens, ou melhor, de novas formas de
cada imagem evoca é, respectivamente: se conceber a condição do patrimônio cultural nacional,
 Habilidade militar — riqueza pessoal. também permite que diferentes grupos sociais, utilizando
 Liderança popular — estabilidade política. as leis do Estado e o apoio de especialistas, revejam as ima-
 Instabilidade econômica — herança europeia. gens e alegorias do seu passado, do que querem guardar e
 Isolamento político — centralização do poder. definir com próprio e identitário.
 Nacionalismo exacerbado — inovação administrativa.

7
O texto chama atenção para a importância da proteção de Questão 22
bens que, como aquele apresentado na imagem, se identifi- Texto I
cam como:
 Artefatos sagrados.
 Heranças materiais.
 Objetos arqueológicos.
 Peças comercializáveis.
 Conhecimentos tradicionais.
Questão 20
A Unesco condenou a destruição da antiga capital assíria de
Nimrod, no Iraque, pelo Estado Islâmico, com a agência da
ONU considerando o ato como um crime de guerra. O grupo
iniciou um processo de demolição em vários sítios arqueo-
lógicos em uma área reconhecida como um dos berços da
civilização. GOELDI, O. Sem título. Bico de pena, 29,4 x 24 cm. Coleção Ary Ferreira
Machado, 1940.
O tipo de atentado descrito no texto tem como consequên-
cia para as populações de países como o Iraque a desestru- Texto II
turação do(a) Na sua produção, Goeldi buscou refletir seu caminho pesso-
 homogeneidade cultural. al e político, as melancolias e paixão sobre os intensos as-
 patrimônio histórico. pectos mais latentes em sua obra como: cidades, peixes,
 controle ocidental. urubus, caveiras, abandono, solidão, drama e medo.
 unidade étnica. ZULIETTI, L. F. Goeldi: da melancolia ao inevitável. Revista de Arte, Mídia
e Política. Acesso em 24 abr. 2017 (adaptado).
 religião oficial.
O gravador Oswaldo Goeldi recebeu fortes influências de
Questão 21 um movimento artístico europeu do início do século XX, que
E venham, então, os alegres incendiários de dedos carboni- apresenta as características reveladas nos traços da obra de
zados! Vamos! Ateiem fogo às estantes das bibliotecas! Des- Alfred Kubin, representante do Expressionismo.
viem o curso dos canais, para inundar os museus! Empu-
nhem as picaretas, os machados, os martelos e deitem abai-
xo sem piedade as cidades veneradas!
MARINETT, F. Manifesto Futurista.
Que princípio marcante do Futurismo e comum a várias
correntes artísticas e culturais das primeiras três décadas
do século XX está destacado no texto?
 A tradição é uma força incontornável.
 A arte é expressão da memória coletiva.
 A modernidade é a superação decisiva da história.
 A realidade cultural é determinada economicamente.
 A memória é um elemento crucial da identidade cultu-
ra. Sonho e desarranjo, Alfred Kubin.
Henri Matisse, representante do Fauvismo.

Bailarina deitada, Henri Matisse.






8
Diego Rivera, representante do muralismo. Questão 23
Texto I

Mineiro, Diego Rivera.


 Pablo Picasso, representante do Cubismo.

Retrato de Igor Stravinsky, Pablo Picasso.




 René Magritte, representante do Surrealismo.

RAUSCHENBERG. R. Cama.
Óleo e lápis em travesseiro, colcha e folha em suporte de madeira..
TEXTO II
No verão de 1954, o artista Robert Rauschenberg (n. 1925)
criou o termo combine para se referir a suas novas obras
que possuíam aspectos tanto da pintura como da escultura.
Em 1958, Cama foi selecionada para ser incluída em uma
exposição de jovens artistas americanos e italianos no Fes-
Os amantes, René Magritte. tival dos Dois Mundos em Spoleto, na ltália. Os responsáveis
pelo festival, entretanto, se recusaram a expor a obra e a
removeram para um depósito.
Embora o mundo da arte debatesse a inovação de se pendu-
rar uma cama numa parede, Rauschenberg considerava sua
obra “um dos quadros mais acolhedores que já pintei, mas
sempre tive medo de que ninguém quisesse se enfiar nela”.
DEMPSEY. A. Estilos, escolas e movimentos: guia enciclopédico da arte
moderna. São Paulo: Cosac & Naify. 2003.
A obra de Rauschenberg chocou o público na época em que
foi feita e recebeu forte influência de um movimento artísti-
co que se caracterizava pela
 dissolução das tonalidades e dos contornos, revelando
uma produção rápida.
 exploração insólita de elementos do cotidiano, dialo-
gando com os ready-mades.
 repetição exaustiva de elementos visuais, levando a
simplificação máxima da composição.
 incorporação das transformações tecnológicas, valori-
zam do o dinamismo da vida moderna.
 geometrização das formas, diluindo os detalhes sem se
preocupar com a fidelidade ao real.

9
Questão 24 Questão 25
Texto I

Texto II
MAGRITTE, R. A reprodução proibida. Óleo sobre tela, 81,3 x 65 cm. Mu-
Lucien Freud é, como ele próprio gosta de relembrar às seum Boijmans Van Buningen, Holanda, 1937.
pessoas, um biólogo. Mais propriamente, tem querido regis- O Surrealismo configurou-se como uma das vanguardas
trar verdades muito específicas sobre como é tomar posse artísticas europeias do início do século XX. René Magritte,
deste determinado corpo nesta situação particular, neste pintor belga, apresenta elementos dessa vanguarda em suas
específico espaço de tempo. produções. Um traço do Surrealismo presente nessa pintura
SMEE, S. Freud. Koln: Taschen, 2010.
e o (a)
Considerando a intencionalidade do artista, mencionada no
 justaposição de elementos díspares, observada na ima-
texto II, e a ruptura da arte no século XX com o parâmetro
gem do homem no espelho.
acadêmico, a obra apresentada trata do (a)
 crítica ao passadismo exposta na dupla imagem do
 exaltação da figura masculina.
homem olhando sempre para frente.
 descrição precisa e idealizada da forma.
 construção da perspectiva, apresentada na sobreposi-
 arranjo assimétrico e proporcional dos elementos.
ção de planos visuais.
 representação do padrão do belo contemporâneo.
 processo de automatismo, indicado na repetição da
 fidelidade a forma realista isenta do ideal de perfeição.
imagem do homem.
 procedimento de colagem, identificado no reflexo do
livro no espelho.
Questão 26

Máscara senufo, Mali. Madeira e fibra vegetal. Acervo do MAE/USP.


As formas plásticas nas produções africanas conduziram
artistas modernos do início do século XX, como Pablo Picas-
so, a algumas proposições artísticas denominadas vanguar-
das. A máscara remete a
 preservação da proporção.
 idealização do movimento.
 estruturação assimétrica.
 sintetização das formas.
 valorização estética.

10
Questão 27 Questão 28
TEXTO I
Andaram na praia, quando saímos, oito ou dez deles; e daí a
pouco começaram a vir mais. E parece-me que viriam, este
dia, à praia, quatrocentos ou quatrocentos e cinquenta.
Alguns deles traziam arcos e flechas, que todos trocaram
por carapuças ou por qualquer coisa que lhes davam. [...]
Andavam todos tão bem-dispostos, tão bem feitos e galan-
tes com suas tinturas que muito agradavam.
CASTRO, S. A carta de Pero Vaz de Caminha. Porto Alegre: L&PM, 1996
(fragmento).
TEXTO II

Utilizadas desde a Antiguidade, as colunas, elementos verti-


cais de sustentação, foram sofrendo modificações e incor-
porando novos materiais com ampliação de possibilidades.
Ainda que as clássicas colunas gregas sejam retomadas,
notáveis inovações são percebidas, por exemplo, nas obras
de Oscar Niemeyer, arquiteto brasileiro nascido no Rio de
Janeiro em 1907.
No desenho de Niemeyer, das colunas do Palácio da Alvora-
da, observa-se
 a presença de um capitel muito simples, reforçando a
sustentação.
 o traçado simples de amplas linhas curvas opostas,
resultando em formas marcantes.
 a disposição simétrica das curvas, conferindo saliência
PORTINARI, C. O descobrimento do Brasil. 1956. Óleo sobre tela, 199 x 169 e distorção à base.
cm Disponível em: www.portinari.org.br. Acesso em: 12 jun. 2013.  a oposição de curvas em concreto, configurando certo
Pertencentes ao patrimônio cultural brasileiro, a carta de peso e rebuscamento.
Pero Vaz de Caminha e a obra de Portinari retratam a che-  o excesso de linhas curvas, levando a um exagero na
gada dos portugueses ao Brasil. Da leitura dos textos, cons- ornamentação.
tata-se que
 a carta de Pero Vaz de Caminha representa uma das
primeiras manifestações artísticas dos portugueses em
terras brasileiras e preocupa-se apenas com a estética
literária.
 a tela de Portinari retrata indígenas nus com corpos
pintados, cuja grande significação é a afirmação da ar-
te acadêmica brasileira e a contestação de uma lingua-
gem moderna.
 a carta, como testemunho histórico-político, mostra o
olhar do colonizador sobre a gente da terra, e a pintura
destaca, em primeiro plano, a inquietação dos nativos.
 as duas produções, embora usem linguagens diferentes
— verbal e não verbal —, cumprem a mesma função
social e artística.
 a pintura e a carta de Caminha são manifestações de
grupos étnicos diferentes, produzidas em um mesmo
momento histórico, retratando a colonização.

11
Questão 29 Questão 30

PICASSO, P. Guernica. Óleo sobre tela. 349 x 777 cm. Museu Reina Sofia,
Espanha, 1937.
O pintor espanhol Pablo Picasso (1881-1973), um dos mais
valorizados no mundo artístico, tanto em termos financei-
ros quanto históricos, criou a obra Guernica em protesto ao Picasso, P. Les Demoiselles d’Avignon. Nova York, 1907.

ataque aéreo à pequena cidade basca de mesmo nome. A O quadro Les Demoiselles d’Avignon (1907), de Pablo Pi-
obra, feita para integrar o Salão Internacional de Artes Plás- casso, representa o rompimento com a estética clássica e a
ticas de Paris, percorreu toda a Europa, chegando aos EUA e revolução da arte no início do século XX. Essa nova tendên-
instalando-se no MoMA, de onde sairia apenas em 1981. cia se caracteriza pela
Essa obra cubista apresenta elementos plásticos identifica-  pintura de modelos em planos irregulares.
dos pelo  mulher como temática central da obra.
 painel ideográfico, monocromático, que enfoca várias  cena representada por vários modelos.
dimensões de um evento, renunciando à realidade, co-  oposição entre tons claros e escuros.
locando-se em plano frontal ao espectador.  nudez explorada como objeto de arte.
 horror da guerra de forma fotográfica, com o uso da Questão 31
perspectiva clássica, envolvendo o espectador nesse Em 1937, Guernica, na Espanha, foi bombardeada sob o
exemplo brutal de crueldade do ser humano. comando da força aérea da Alemanha nazista, que apoiou os
 uso das formas geométricas no mesmo plano, sem franquistas durante a Guerra Civil Espanhola (1936-1939).
emoção e expressão, despreocupado com o volume, a
perspectiva e a sensação escultórica.
 esfacelamento dos objetos abordados na mesma narra-
tiva, minimizando a dor humana a serviço da objetivi-
dade, observada pelo uso do claro-escuro.
 uso de vários ícones que representam personagens
fragmentados bidimensionalmente, de forma fotográ-
fica livre de sentimentalismo.

A pintura-mural de Picasso e a fotografia retratam os efei-


tos do bombardeio, ressaltando, respectivamente:
 Crítica social – conformismo político.
 Percepção individual – registro histórico.
 Realismo acrítico – idealização romântica.
 Sofrimento humano – destruição material.
 Objetividade artística – subjetividade jornalística.

12
Questão 32 Na imagem e no texto do romance de Marguerite Duras, os
dois autorretratos apontam para o modo de representação
“Todas as manhãs quando acordo, experimento um prazer
da subjetividade moderna. Na pintura e na literatura mo-
supremo: o de ser Salvador Dali.”
NÉRET, G. Salvador Dali. Taschen, 1996. dernas, o rosto humano deforma-se, destrói-se ou fragmen-
Assim escreveu o pintor dos “relógios moles” e das “girafas ta-se em razão
em chamas” em 1931. Esse artista excêntrico deu apoio ao  da adesão à estética do grotesco, herdada do roman-
general Franco durante a Guerra Civil Espanhola e, por esse tismo europeu, que trouxe novas possibilidades de re-
motivo, foi afastado do movimento surrealista por seu líder, presentação.
André Breton. Dessa forma, Dali criou seu próprio estilo,  das catástrofes que assolaram o século XX e da desco-
baseado na interpretação dos sonhos e nos estudos de Sig- berta de uma realidade psíquica pela psicanálise.
mund Freud, denominado “método de interpretação para-  da opção em demonstrarem oposição aos limites esté-
noico”. Esse método era constituído por textos visuais que ticos da revolução permanente trazida pela arte mo-
demonstram imagens derna.
 Do fantástico, impregnado de civismo pelo governo  do posicionamento do artista do século XX contra a
espanhol, em que a busca pela emoção e pela dramati- negação do passado, que se torna prática dominante
cidade desenvolveram um estilo incomparável. na sociedade burguesa.
 Do onírico, que misturava sonho com realidade e o in-  da intenção de garantir uma forma de criar obras de
teragia refletindo a unidade entre o consciente e o in- arte independentes da matéria presente em sua histó-
consciente como um universo único ou pessoal. ria pessoal.
 Da linha inflexível da razão, dando vazão a uma forma Questão 34
de produção despojada no traço, na temática e nas
formas vinculadas ao real.
 Do reflexo que, apesar do termo “paranóico”, possui
sobriedade e elegância advindas de uma técnica de co-
res discretas e desenhos preciosos.
 Da expressão e intensidade entre o consciente e a li-
berdade, declarando o amor pela forma de conduzir o
enredo histórico dos personagens retratados.
Questão 33
TEXTO I

PICASSO, P. Cabeça de touro. Bronze, 33,5 cm x 43,5 cm x 19 cm. Musée


Picasso, Paris. França, 1945.
Na obra Cabeça de touro, o material descartado torna-se
objeto de arte por meio da
 reciclagem da matéria-prima original.
 complexidade da combinação de formas abstratas.
BACON, F. Três estudos para um autorretrato. Óleo sobre tela, 37,5 x 31,8  perenidade dos elementos que constituem a escultura.
cm (cada), 1974.  mudança da funcionalidade pela integração dos obje-
TEXTO II tos.
Tenho um rosto lacerado por rugas secas e profundas, sul-  fragmentação da imagem no uso de elementos diversi-
cos na pele. Não é um rosto desfeito, como acontece com ficados.
pessoas de traços delicados, o contorno é o mesmo, mas a
matéria foi destruída. Tenho um rosto destruído.
DURAS, M. O amante. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1985.

13
Questão 35 Questão 37

1. Nós queremos cantar o amor ao perigo, o hábito da ener-


gia e da temeridade.
2. A coragem, a audácia, a rebelião serão elementos essen-
ciais de nossa poesia.
3. A literatura exaltou até hoje a imobilidade pensativa, o
êxtase, o sono. Nós queremos exaltar o movimento agressi-
vo, a insônia febril, o passo de corrida, o salto mortal, o
bofetão e o soco.
4. Nós afirmamos que a magnificência do mundo enrique-
ceu-se de uma beleza nova: a beleza da velocidade. Um
automóvel de corrida com seu cofre enfeitado com tubos
grossos, semelhantes a serpentes de hálito explosivo... um
automóvel rugidor, que parece correr sobre a metralha, é
mais bonito que a Vitória de Samotrácia. AMARAL, Tarsila do. O mamoeiro. 1925, óleo sobre tela, 65x70, IEB//USP
5. Nós queremos entoar hinos ao homem que segura o vo- O modernismo brasileiro teve forte influência das vanguar-
lante, cuja haste ideal atravessa a Terra, lançada também das europeias. A partir da Semana de Arte Moderna, esses
numa corrida sobre o circuito da sua órbita. conceitos passaram a fazer parte da arte brasileira definiti-
6. É preciso que o poeta prodigalize com ardor, fausto e vamente. Tomando como referência o quadro O mamoeiro,
munificiência, para aumentar o entusiástico fervor dos identifica-se que, nas artes plásticas, a
elementos primordiais.  imagem passa a valer mais que as formas vanguardis-
MARINETTI, F. T. Manifesto futurista. In: TELES, G. M. Vanguardas euro- tas.
peias e Modernismo brasileiro. Petrópolis: Vozes, 1985.  forma estética ganha linhas retas e valoriza o cotidiano.
O documento de Marinetti, de 1909, propõe os referenciais  natureza passa a ser admirada como um espaço utópi-
estéticos do Futurismo, que valorizam a co.
 composição estática.  imagem privilegia uma ação moderna e industrializada.
 inovação tecnológica.  forma apresenta contornos e detalhes humanos.
 suspensão do tempo. Questão 38
 retomada do helenismo.
 manutenção das tradições.
Questão 36
Após estudar na Europa, Anita Malfatti retornou ao Brasil
com uma mostra que abalou a cultura nacional do início do
século XX. Elogiada por seus mestres na Europa, Anita se
considerava pronta para mostrar seu trabalho no Brasil,
mas enfrentou as duras críticas de Monteiro Lobato. Com a
intenção de criar uma arte que valorizasse a cultura brasi-
leira, Anita Malfatti e outros artistas modernistas
 Buscavam libertar a arte brasileira das normas acadê-
micas europeias, valorizando as cores, a originalidade VALENTIM, R. Emblema 78.
e os temas nacionais. Acrílico sobre tela. 73 x 100 cm. 1978.
 Defenderam a liberdade limitada de uso da cor, até A obra de Rubem Valentim apresenta emblema que, base-
então utilizada de forma irrestrita, afetando a criação ando-se em signos de religiões afro-brasileiras, se trans-
artística nacional. formam em produção artística. A obra Emblema 78 relacio-
 Representaram a ideia de que a arte deveria copiar na-se com o Modernismo em virtude da
fielmente a natureza, tendo como finalidade a prática  simplificação de formas da paisagem brasileira.
educativa.  valorização de símbolos do processo de urbanização.
 Mantiveram de forma fiel a realidade nas figuras retra-  fusão de elementos da cultura brasileira com a arte
tadas, defendendo uma liberdade artística ligada à tra- europeia.
dição acadêmica.  alusão aos símbolos cívicos presentes na bandeira na-
 Buscaram a liberdade na composição de suas figuras, cional.
respeitando limites de temas abordados.  composição simétrica de elementos relativos à misci-
genação racial.

14
Questão 39 Questão 41
TEXTO I Texto I

SPETO. Grafite. Museu Afro Brasil, 2009.


TEXTO II
TEXTO II Speto Paulo César Silva, mais conhecido como Speto, é um
Em janeiro de 1928, Tarsila queria dar um presente de grafiteiro paulista envolvido com o skate e a música. O for-
aniversário especial ao seu marido, Oswald de Andrade. talecimento de sua arte ocorreu, em 1999, pela oportunida-
Pintou o Abaporu. Eles acharam que parecia uma figura de de ver de perto as referências que trazia há tempos, ao
indígena, antropófaga, e Tarsila lembrou-se do dicionário passar por diversas cidades do Norte do Brasil em uma
tupi-guarani de seu pai. Batizou-se quadro de Abaporu, que turnê com a banda O Rappa.
significa homem que come carne humana, o antropófago. E Revista Zupi. n. 19, 2010.
Oswald escreveu o Manifesto Antropófago e fundaram o O grafite do artista paulista Speto, exposto no Museu Afro
Movimento Antropofágico. Brasil, revela elementos da cultura brasileira reconhecidos
Disponível em: www.tarsiladoamaral.com.br. Acesso em: 4 ago. 2012  na influência da expressão abstrata.
(adaptado).
 na representação de lendas nacionais.
O movimento originado da obra Abaporu pretendia se
 na inspiração das composições musicais.
apropriar
 nos traços marcados pela xilogravura nordestina.
 da cultura europeia, para originar algo brasileiro.
 nos usos característicos de grafismos dos skates.
 da arte clássica, para copiar o seu ideal de beleza.
Questão 42
 do ideário republicano, para celebrar a modernidade.
 das técnicas artísticas nativas, para consagrar sua tra-
dição.
 da herança colonial brasileira, para preservar sua iden-
tidade.
Questão 40

TOZZI, C. Colcha de retalhos. Mosaico figurativo. Estação de Metrô Sé.


Disponível em: www.arteforadomuseu.com.br. Acesso em 8 mar. 2013.
Colcha de retalhos representa a essência do mural e convida
o público a
 apreciar a estética do cotidiano.
ERNESTO NETO. Dengo. 2010. MAM-SP, 2010.  interagir com os elementos da composição.
A instalação Dengo transformou a sala do MAM-SP em um  refletir sobre elementos do inconsciente do artista.
ambiente singular, explorando como principal característi-  reconhecer a estética clássica das formas.
ca artística a  contemplar a obra por meio da movimentação física.
 participação do público na interação lúdica com a obra.
 distribuição de obstáculos no espaço da exposição.
 representação simbólica de objetos oníricos.
 interpretação subjetiva da lei da gravidade.
 valorização de técnicas de artesanato.

15
Questão 43 Questão 44

Espetáculo Romeu e Julieta, Grupo Galpão. GUTO MUNIZ. Disponível em:


A origem da obra de arte (2002) é uma instalação seminal www.focoincena.com.br. Acesso em: 30 maio 2016.
na obra de Marilá Dardot. Apresentada originalmente em A principal razão pela qual se infere que o espetáculo retra-
sua primeira exposição individual, no Museu de Arte da tado na fotografia é uma manifestação do teatro de rua é o
Pampulha, em Belo Horizonte, a obra constitui um convite fato de
para a interação do espectador, instigado a compor pala-  dispensar o edifício teatral para a sua realização.
vras e sentenças e a distribuí-las pelo campo. Cada letra tem  utilizar figurinos com adereços cômicos.
o feitio de um vaso de cerâmica (ou será o contrário?) e, à  empregar elementos circenses na atuação.
disposição do espectador, encontram-se utensílios de plan-  excluir o uso de cenário na ambientação.
tio, terra e sementes. Para abrigar a obra e servir de ponto  negar o uso de iluminação artificial.
de partida para a criação dos textos, foi construído um pe- Questão 45
queno galpão, evocando uma estufa ou um ateliê de jardi-
TEXTO I
nagem. As 1500 letras-vaso foram produzidas pela cerâmi-
ca que funciona no Instituto Inhotim, em Minas Gerais, num
processo que durou vários meses e contou com a participa-
ção de dezenas de mulheres das comunidades do entorno.
Plantar palavras, semear ideias é o que nos propõe o traba-
lho. No contexto de Inhotim, onde natureza e arte dialogam
de maneira privilegiada, esta proposição se torna, de certa
maneira, mais perto da possibilidade.
Disponível em: www.inhotim.org.br. Acesso em: 22 maio 2013 (adaptado).
A função da obra de arte como possibilidade de experimen-
tação e de construção pode ser constatada no trabalho de
Marilá Dardot porque ALMEIDA, H. Dentro de mim, 2000. Fotografia p/b. 132 cm x 88 cm.
 o projeto artístico acontece ao ar livre. Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa.
 o observador da obra atua como seu criador. TEXTO II
 a obra integra-se ao espaço artístico e botânico. A body art põe o corpo tão em evidência e o submete a ex-
 as letras-vaso são utilizadas para o plantio de mudas. perimentações tão variadas, que sua influência estende-se
 as mulheres da comunidade participam na confecção aos dias de hoje. Se na arte atual as possibilidades de inves-
das peças tigação do corpo parecem ilimitadas – pode-se escolher
entre representar, apresentar, ou ainda apenas evocar o
corpo – isso ocorre graças ao legado dos artistas pioneiros.
SILVA, P R. Corpo na arte, body art, body modification: fronteiras. II Encon-
tro de História da Arte: IFCH-Unicamp, 2006 (adaptado).
Nos textos, a concepção de body art está relacionada à in-
tenção de
 estabelecer limites entre o corpo e a composição.
 fazer do corpo um suporte privilegiado de expressão.
 discutir políticas e ideologias sobre o corpo como arte.
 compreender a autonomia do corpo no contexto da
obra.
 destacar o corpo do artista em contato com o expecta-
dor.

16
Questão 46 Questão 47
TEXTO I
Também chamados impressões ou imagens fotogramáticas
[...], os fotogramas são, numa definição genérica, imagens
realizadas sem a utilização da câmera fotográfica, por con-
tato direto de um objeto ou material com uma superfície
fotossensível exposta a uma fonte de luz. Essa técnica, que
nasceu junto com a fotografia e serviu de modelo a muitas
discussões sobre a ontologia da imagem fotográfica, foi
profundamente transformada pelos artistas da vanguarda,
nas primeiras décadas do século XX. Representou mesmo,
ao lado das colagens, fotomontagens e outros procedimen-
tos técnicos, a incorporação definitiva da fotografia à arte
moderna e seu distanciamento da representação figurativa.
COLUCCI, M. B. Impressões fotogramáticas e vanguardas: as experiências
de Man Ray. Studium, n. 2, 2000.
TEXTO II

Fotografia: LUCAS HALLEl. Disponível em: www.flickr.com.


Acesso em: 16 abro 2018 (adaptado).
O grupo O Teatro Mágico apresenta composições autorais
que têm referências estéticas do rock, do pop e da música
folclórica brasileira. A originalidade dos seus shows tem
relação com a ópera europeia do século XIX a partir da
 disposição cênica dos artistas no espaço teatral.
 integração de diversas linguagens artísticas.
 sobreposição entre música e texto literário.
 manutenção de um diálogo com o público.
 adoção de um enredo como fio condutor.
Questão 48
RAY, M. Rayograph, 1922. 23,9 × 29,9 cm. MOMA, Nova York.
Disponível em: www.moma.org. Acesso em: 18 abr. 2018 (adaptado). TEXTO I
No fotograma de Man Ray, o “distanciamento da represen-
tação figurativa” a que se refere o Texto I manifesta-se na
 ressignificação do jogo de luz e sombra, nos moldes
surrealistas.
 imposição do acaso sobre a técnica, como crítica à arte
realista.
 composição experimental, fragmentada e de contornos
difusos.
 abstração radical, voltada para a própria linguagem
fotográfica.
 imitação de formas humanas, com base em diferentes
objetos.

BRACCO, A; LOSCHI, M. Quando rotas se tornam arte. Retratos: a revista do


IBGE. Rio de Janeiro, n. 3, set. 2017 (adaptado).

17
TEXTO II Questão 50
Stephen Lund, artista canadense, morador em Victoria,
capital da Colúmbia Britânica (Canadá), transformou-se em
fenômeno mundial produzindo obras de arte virtuais peda-
lando sua bike. Seguindo rotas traçadas com o auxílio de um
dispositivo de GPS, ele calcula ter percorrido mais de 10 mil
quilômetros.
Disponível em: www.booooooom.com. Acesso em: 9 dez. 2017 (adaptado).

Os textos destacam a inovação artística proposta por


Stephen Lund a partir do(a)
 deslocamento das tecnologias de suas funções habitu-
ais.
 perspectiva de funcionamento do dispositivo de GPS. Fala-se aqui de uma arte criada nas ruas e para as ruas,
 ato de guiar sua bicicleta pelas ruas da cidade. marcadas antes de tudo pela vida cotidiana, seus conflitos e
 análise dos problemas de mobilidade urbana. suas possibilidades, que poderiam envolver técnicas, agen-
 foco na promoção cultural da sua cidade. tes e temas que não fossem encontrados nas instituições
Questão 49 mais tradicionais e formais.
VALVERDE, R. R. H. F. Os limites da inversão: a heterotopia do Beco do
(2018) TEXTO I Batman. Boletim Goiano de Geografia (Online). Goiânia, v. 37, n. 2,
maio/ago. 2017 (adaptado).
A manifestação artística expressa na imagem e apresentada
no texto integra um movimento contemporâneo de
 regulação das relações sociais.
 apropriação dos espaços públicos.
 padronização das culturas urbanas.
 valorização dos formalismos estéticos.
 revitalização dos patrimônios históricos.
Questão 51
TEXTO I
GRIMBERG, N. Estrutura vertical dupla. Disponível em:
www.normagrimberg.com.br. Acesso em: 13 dez. 2017.
TEXTO II

HIRST, D. Mother and Child. Bezerro dividido em duas partes: 1029 x 1689
x 625mm, 1993 (detalhe). Vidro, aço pintado, silicone, acrílico, monofila-
mento, aço inoxidável, bezerro e solução de formaldeído.
Urna cerimonial marajoara. Cerâmica. 1400 a 400 a.C. 81 cm. Museu Naci- TEXTO II
onal do Rio de Janeiro. Disponível em: www.museunacional.ufrj.br. Acesso O grupo Jovens Artistas Britânicos (YABs), que surgiu no
em: 11 dez. 2017.
final da década de 1980, possui obras diversificadas que
As duas imagens são produções que têm a cerâmica como
incluem fotografias, instalações, pinturas e carcaças des-
matéria-prima. A obra Estrutura vertical dupla se distingue
membradas. O trabalho desses artistas chamou a atenção
da urna funerária marajoara ao
no final do período da recessão, por utilizar materiais in-
 evidenciar a simetria na disposição das peças.
comuns, como esterco de elefantes, sangue e legumes, o que
 materializar a técnica sem função utilitária.
expressava os detritos da vida e uma atmosfera de niilismo,
 abandonar a regularidade na composição.
temperada por um humor mordaz.
 anular possibilidades de leituras afetivas. Disponível em: http://damienhirst.com. Acesso em: 15 jul. 2015.
 integrar o suporte em sua constituição. FARTHING, S. Tudo sobre arte. Rio de Janeiro: Sextante, 2011 (adaptado).

18
A provocação desse grupo gera um debate em torno da obra TEXTO II
de arte pelo(a)
 recusa a crenças, convicções, valores morais, estéticos
e políticos na história moderna.
 frutífero arsenal de materiais e formas que se relacio-
nam com os objetos construídos.
 economia e problemas financeiros gerados pela reces-
são que tiveram grande impacto no mercado.
 influência desse grupo junto aos estilos pós-modernos
que surgiram nos anos 1990.
 interesse em produtos indesejáveis que revela uma
consciência sustentável no mercado. Disponível em: www.vidasimples.uol.com.br. Acesso em: 6 dez. 2017
Questão 52 (adaptado).
Considerando-se a função que os cartazes colados em pos-
tes normalmente exercem nas ruas das cidades grandes,
esse texto evidencia a
 disseminação da arte poética em um veículo não con-
vencional.
 manutenção da expectativa das pessoas ao andarem
pelas ruas.
 necessidade de exposição de poemas pequenos em
diferentes suportes.
 característica corriqueira do suporte lambe-lambe,
muito comum nas ruas.
 exposição da beleza escondida das esquinas da cidade
KOSUTH, J. One and Three Chairs. Museu Reina Sofia, Espanha, 1965. Disponível em: de Belo Horizonte.
www.museoreinasofia.es. Acesso em: 4 jun. 2018 (adaptado).
Questão 54
A obra de Joseph Kosuth data de 1965 e se constitui por
uma fotografia de cadeira, uma cadeira exposta e um qua-
dro com o verbete “Cadeira”. Trata-se de um exemplo de
arte conceitual que revela o paradoxo entre verdade e imi-
tação, já que a arte
 não é a realidade, mas uma representação dela.
 fundamenta-se na repetição, construindo variações.
 não se define, pois depende da interpretação do frui-
dor.
 resiste ao tempo, beneficiada por múltiplas formas de
registro.
 redesenha a verdade, aproximando-se das definições
Fotografia de Jackson Pollock pintando em seu ateliê, realizada por Hans
lexicais.
Namuth em 1951.
Questão 53
TEXTO I
Poesia em cartaz O caminho habitual para o trabalho, aque-
le em que a gente já nem repara direito, pode ficar mais
belo com um poema. O projeto #UmLambePorDia nasceu
desta intenção: trazer mais cor e alegria para a cidade por
meio de cartazes coloridos ao estilo lambe-lambe. Quem
teve a ideia foi o escritor Leonardo Beltrão, em Belo Hori-
zonte. “Em meio a olhares cada vez mais viciados, acabamos
nos esquecendo da beleza envolvida em cada esquina e no
próprio poder transformador da palavra”. Assim, a cada dia
um cartaz é colocado por aí, para nos lembrar de reparar na MUNIZ, V. Action Photo (segundo Hans Namuth em Pictures in Chocolate).
cidade, na vida que corre ao redor e também em nós mes- Impressão fotográfica, 152,4 cm x 121,92 cm, The Museum of Modern Art,
Nova lorque, 1977.
mos.

19
Utilizando chocolate derretido como matéria-prima, essa
obra de Vick Muniz reproduz a célebre fotografia do pro- LITERATURA
cesso de criação de Jackson Pollock. A originalidade dessa Questão 01
releitura reside na A caolha
 apropriação parodística das técnicas e materiais utili- A caolha era uma mulher magra, alta, macilenta, peito fun-
zados. do, busto arqueado, braços compridos, delgados, largos nos
 reflexão acerca dos sistemas de circulação da arte. cotovelos, grossos nos pulsos; mãos grandes, ossudas, es-
 simplificação dos traços da composição pictórica. tragadas pelo reumatismo e pelo trabalho; unhas grossas,
 contraposição de linguagens artísticas distintas. chatas e cinzentas, cabelo crespo, de uma cor indecisa entre
 crítica ao advento do abstracionismo. o branco sujo e o louro grisalho, desse cabelo cujo contato
Questão 55 parece dever ser áspero e espinhento; boca descaída, numa
A crise dos refugiados imortalizada para sempre no expressão de desprezo, pescoço longo, engelhado, como o
fundo do mar pescoço dos urubus; dentes falhos e cariados. O seu aspecto
infundia terror às crianças e repulsão aos adultos; não tanto
pela sua altura e extraordinária magreza, mas porque a
desgraçada tinha um defeito horrível: haviam-lhe extraído o
olho esquerdo; a pálpebra descera mirrada, deixando, con-
tudo, junto ao lacrimal, uma fístula continuamente porejan-
te. Era essa pinta amarela sobre o fundo denegrido da
olheira, era essa destilação incessante de pus que a tomava
repulsiva aos olhos de toda a gente.
ALMEIDA, J. L. In: COSTA, F. M. (org.). Os melhores contos brasileiros de
TAYLOR, J. C. A balsa de Lampedusa. Instalação. Museu Atlântico, todos os tempos. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2009.
Lanzarote, Canárias, 2016 (detalhe).
Que procedimento composicional o narrador utiliza para
A balsa de Lampedusa, nome da obra do artista britânico
caracterizar a aparência da personagem?
Jason de Caires Taylor, é uma das instalações criadas por
 A descrição marcada por adjetivações depreciativas.
ele para compor o acervo do primeiro museu submarino da
 A alternância dos tempos e modos verbais da narrati-
Europa, o Museu Atlântico, localizado em Lanzarote, uma
va.
das ilhas do arquipélago das Canárias. Lampedusa é o nome
 A adoção de um ponto de vista centrado no medo das
da ilha italiana onde a grande maioria dos refugiados que
crianças.
saem da África ou de países como Síria, Líbano e Iraque
 A objetividade da correlação entre imperfeições físicas
tenta chegar para conseguir asilo no continente europeu. As
e morais.
esculturas do Museu Atlântico ficam a 14 metros de pro-
fundidade nas águas cristalinas de Lanzarote. Na balsa,
 A especificação da deformidade responsável pela fei-
ção assustadora.
estão dez pessoas. Todas têm no rosto a expressão do
abandono. Entre elas, há algumas crianças. Uma delas, uma Questão 02
menina debruçada sobre a beira do bote, olha sem esperan- Uma coisa ninguém discute: se Zacarias morreu, o seu cor-
ça o horizonte. A imagem é tão forte que dispensa qualquer po não foi enterrado.
palavra. Exatamente o papel da arte. A única pessoa que poderia dar informações certas sobre o
Disponível em: http://conexaoplaneta.com.br. Acesso em: 22 jun. 2019 assunto sou eu. Porém estou impedido de fazê-lo porque os
Além de apresentar ao público a obra A balsa de Lampedu- meus companheiros fogem de mim, tão logo me avistam
sa, essa reportagem cumpre, pela frente. Quando apanhados de surpresa, ficam estarre-
paralelamente, a função de chamar a atenção para cidos e não conseguem articular uma palavra.
 a ilha de Lanzarote, localizada no arquipélago das Ca- Em verdade morri, o que vem ao encontro da versão dos
nárias, com vocação para o turismo.
que creem na minha morte. Por outro lado, também não
 as muitas vidas perdidas nas travessias marítimas em
embarcações precárias ao longo dos séculos. estou morto, pois faço tudo o que antes fazia e, devo dizer,
 a inovação relativa à construção de um museu no fun- com mais agrado do que anteriormente.
do do mar, que só pode ser visitado por mergulhado- RUBIÃO, M. O pirotécnico Zacarias. São Paulo: Ática, 1974.
res.
 a construção do museu submarino como um memorial
para as centenas de imigrantes mortos nas travessias
pelo mar.
 a arte como perpetuadora de episódios marcantes da
humanidade que têm de ser relembrados para que não
tornem a acontecer

20
Murilo Rubião é um expoente da narrativa fantástica na Questão 04
literatura brasileira. No fragmento, a singularidade do mo- O pavão vermelho
do como o autor explora o absurdo manifesta-se no(a)
Ora, a alegria, este pavão vermelho,
 expressão direta e natural de uma situação insólita.
está morando em meu quintal agora.
 relato denso e introspectivo sobre a experiência da
Vem pousar como um sol em meu joelho
morte.
quando é estridente em meu quintal a aurora.
 efeito paradoxal da irregularidade na organização
temporal. Clarim de lacre, este pavão vermelho
 discrepância entre a falta de emotividade e o evento sobrepuja os pavões que estão lá fora.
angustiante. É uma festa de púrpura. E o assemelho
 alternância entre os pontos de vista do narrador e do a uma chama do lábaro da aurora.
personagem.
É o próprio doge a se mirar no espelho.
Questão 03
E a cor vermelha chega a ser sonora
Descobrimento neste pavão pomposo e de chavelho.
Abancado à escrivaninha em São Paulo Pavões lilases possuí outrora.
Na minha casa da rua Lopes Chaves Depois que amei este pavão vermelho,
De supetão senti um friúme por dentro. os meus outros pavões foram-se embora.
Fiquei trêmulo, muito comovido COSTA, S. Poesia completa: Sosígenes Costa. Salvador: Conselho Estadual
Com o livro palerma olhando pra mim. de Cultura. 2001.
Na construção do soneto, as cores representam um recurso
Não vê que me lembrei lá no norte, meu Deus! poético que configura uma imagem com a qual o eu lírico
[Muito longe de mim,
 revela a intenção de isolar-se em seu espaço.
Na escuridão ativa da noite que caiu,
 simboliza a beleza e o esplendor da natureza.
Um homem pálido, magro de cabelo escorrendo
 experimenta a fusão de percepções sensoriais.
[nos olhos,
 metaforiza a conquista de sua plena realização.
Depois de fazer uma pele com a borracha do dia,
 expressa uma visão de mundo mística e espiritualiza-
Faz pouco se deitou, está dormindo.
da.
Esse homem é brasileiro que nem eu...
ANDRADE, M. Poesias completas. Belo Horizonte: Villa Rica 1993.
Questão 05
O poema modernista de Mário de Andrade revisita o tema – O senhor pensa que eu tenho alguma fábrica de dinheiro?
do nacionalismo de forma irônica ao (O diretor diz essas coisas a ele, mas olha para todos como
 referendar estereótipos étnicos e sociais ligados ao quem quer dar uma explicação a todos. Todas as caras sor-
brasileiro nortista. riem.) Quando seu filho esteve doente, eu o ajudei como
 idealizar a vida bucólica do norte do país como alterna- pude. Não me peça mais nada. Não me encarregue de pagar
tiva de brasilidade. as suas contas: já tenho as minhas, e é o que me basta...
 problematizar a relação entre distância geográfica e (Risos.)
construção da nacionalidade. O diretor tem o rosto escanhoado, a camisa limpa. A palavra
 questionar a participação da cultura autóctone na for- possui um tom educado, de pessoa que convive com gente
mação da identidade nacional. inteligente, causeuse. O rosto do Dr. Rist resplandece, ver-
 propalar uma inquietação desfavorável quanto à acei- melho e glabro. Um que outro tem os olhos no chão, a atitu-
tação das diferenças socioculturais. de discreta.
Naziazeno espera que ele lhe dê as costas, vá reatar a pales-
tra interrompida, aquelas observações sobre a questão
social, comunismo e integralismo.
MACHADO, D. Os ratos, São Paulo: Círculo do Livro, s/d.
A ficção modernista explorou tipos humanos em situação
de conflito social. No fragmento do romancista gaúcho, esse
conflito revela a
 sujeição moral amplificada pela pobreza.
 crise econômica em expansão nas cidades.
 salta de diálogo entre patrões e empregados.
 perspicácia marcada pela formação intelectual.
 tensão política gerada pelas ideologias vigentes.

21
Questão 06 Questão 08
Eu tenho empresas e sou digno do visto para ir a Nova York. Vou-me embora p’ra Pasárgada foi o poema de mais longa
O dinheiro que chove em Nova York é para pessoas com gestação em toda a minha obra. Vi pela primeira vez esse
poder de compra. Pessoas que tenham um visto do consu- nome Pasárgada quando tinha os meus dezesseis anos e foi
lado americano. O dinheiro que chove em Nova York tam- num autor grego. [...] Esse nome de Pasárgada, que significa
bém é para os nova-iorquinos. São milhares de dólares. [...] “campo dos persas” ou “tesouro dos persas”, suscitou na
Estou indo para Nova York, onde está chovendo dinheiro. minha imaginação uma paisagem fabulosa, um país de delí-
Sou um grande administrador. Sim, está chovendo dinheiro cias, como o de L’invitation au Voyage, de Baudelaire. Mais
em Nova York. Deu no rádio. Vejo que há pedestres inva- de vinte anos depois, quando eu morava só na minha casa
dindo a via onde trafega o meu carro vermelho, importado da Rua do Curvelo, num momento de fundo desânimo, da
da Alemanha. Vejo que há carros nacionais trafegando pela mais aguda sensação de tudo o que eu não tinha feito em
via onde trafega o meu carro vermelho, importado da Ale- minha vida por motivo da doença, saltou-me de súbito do
manha. Ao chegar em Nova York, tomarei providências. subconsciente este grito estapafúrdio: “Vou-me embora p’ra
SANTANNA, A. O importado vermelho de Noé. In: MORICONI, I. (Org.). Os Pasárgada!” Senti na redondilha a primeira célula de um
cem melhores contos. Rio de Janeiro: Objetiva. 2001.
poema, e tentei realizá-lo, mas fracassei. Alguns anos de-
As repetições e as frases curtas constituem procedimentos
pois, em idênticas circunstâncias de desalento e tédio, me
linguísticos importantes para a compreensão da temática
ocorreu o mesmo desabafo de evasão da “vida besta”. Desta
do texto, pois
vez o poema saiu sem esforço como se já estivesse pronto
 expressam a futilidade do discurso de poder e de dis- dentro de mim. Gosto desse poema porque vejo nele, em
tinção do narrador. escorço, toda a minha vida; [...] Não sou arquiteto, como
 disfarçam a falta de densidade das angústias existen- meu pai desejava, não fiz nenhuma casa, mas reconstruí e
ciais narradas. “não de uma forma imperfeita neste mundo de aparências’,
 ironizam a valorização da cultura norte-americana pe- uma cidade ilustre, que hoje não é mais a Pasárgada de Ciro,
los brasileiros. e sim a “minha” Pasárgada.
 explicitam a ganância financeira do capitalismo con- BANDEIRA, M. Itinerário da Pasárgada. Rio de Janeiro: Nova Fronteira;
temporâneo. Brasília: INL, 1984
 criticam os estereótipos sociais das visões de mundo Os processos de interação comunicativa preveem a presen-
elitistas. ça ativa de múltiplos elementos da comunicação, entre os
Questão 07 quais se destacam as funções da linguagem. Nesse fragmen-
to, a função da linguagem predominante é
A vida às vezes é como um jogo brincado na rua: estamos  emotiva, porque o poeta expõe os sentimentos de an-
no último minuto de uma brincadeira bem quente e não gústia que o levaram à criação poética.
sabemos que a qualquer momento pode chegar um mais
 referencial, porque o texto informa sobre a origem do
velho a avisar que a brincadeira já acabou e está na hora de
nome empregado em um famoso poema de Bandeira.
jantar. A vida afinal acontece muito de repente – nunca
 metalinguística, porque o poeta tece comentários sobre
ninguém nos avisou que aquele era mesmo o último Carna-
a gênese e o processo de escrita de um de seus poe-
val da Vitória. O Carnaval também chegava sempre de re-
mas.
pente. Nós, as crianças, vivíamos num tempo fora do tempo,
 poética, porque o texto aborda os elementos estéticos
sem nunca sabermos dos calendários de verdade. [...] O “dia
de um dos poemas mais conhecidos de Bandeira.
da véspera do Carnaval”, como dizia a avô Nhé, era dia de
 apelativa, porque o poeta tenta convencer os leitores
confusão com roupas e pinturas a serem preparadas, so-
sobre sua dificuldade de compor um poema.
nhadas e inventadas. Mas quando acontecia era um dia
Questão 09
rápido, porque os dias mágicos passam depressa deixando
marcas fundas na nossa memória, que alguns chamam tam- TEXTO I
bém de coração. Poesia em cartaz
ONDJAKI. Os da minha rua. Rio de Janeiro: Língua Geral, 2007. O caminho habitual para o trabalho, aquele em que a
As significações afetivas engendradas no fragmento pres- gente já nem repara direito, pode ficar mais belo com um
supõem o reconhecimento da poema. O projeto #UmLambePorDia nasceu desta intenção:
 perspectiva infantil assumida pela voz narrativa. trazer mais cor e alegria para a cidade por meio de cartazes
 suspensão da linearidade temporal da narração. coloridos ao estilo lambe-lambe. Quem teve a ideia foi o
 tentativa de materializar lembranças da infância. escritor Leonardo Beltrão, em Belo Horizonte. “Em meio a
 incidência da memória sobre as imagens narradas. olhares cada vez mais viciados, acabamos nos esquecendo
 alternância entre impressões subjetivas e relatos fac- da beleza envolvida em cada esquina e no próprio poder
tuais. transformador da palavra”. Assim, a cada dia um cartaz é

22
colocado por aí, para nos lembrar de reparar na cidade, na som surdo, no corpo do bicho, quando bateram, o tamanduá
vida que corre ao redor e também em nós mesmos. caiu pra lá, como um colchão velho.
TEXTO II ROSA, G. Noites do sertão (Corpo de baile). Rio de Janeiro: Nova Fronteira,
2016.
Na obra de Guimarães Rosa, destaca-se o aspecto afetivo no
contorno da paisagem dos sertões mineiros. Nesse frag-
mento, o narrador empresta à cena uma expressividade
apoiada na
 plasticidade de cores e sons dos elementos nativos.
 dinâmica do ataque e da fuga na luta pela sobrevivên-
cia.
 religiosidade na contemplação do sertanejo e de seus
costumes.
 correspondência entre práticas e tradições e a hostili-
dade do campo.
 humanização da presa em contraste com o desdém e a
ferocidade do homem.
Questão 11
As alegres meninas que passam na rua, com suas pastas
escolares, às vezes com seus namorados. As alegres meni-
nas que estão sempre rindo, comentando o besouro que
Considerando-se a função que os cartazes colados em pos-
entrou na classe e pousou no vestido da professora; essas
tes normalmente exercem nas ruas das cidades grandes,
meninas; essas coisas sem importância.
esse texto evidencia a
O uniforme as despersonaliza, mas o riso de cada uma as
 disseminação da arte poética em um veículo não con-
diferencia. Riem alto, riem musical, riem desafinado, riem
vencional.
sem motivo; riem.
 manutenção da expectativa das pessoas ao andarem
Hoje de manhã estavam sérias, era como se nunca mais
pelas ruas.
voltassem a rir e falar coisas sem importância. Faltava uma
 necessidade de exposição de poemas pequenos em
delas. O jornal dera notícia do crime. O corpo da menina
diferentes suportes.
encontrado naquelas condições, em lugar ermo. A selvage-
 característica corriqueira do suporte lambe-lambe,
ria de um tempo que não deixa mais rir. As alegres meninas,
muito comum nas ruas.
agora sérias, tornaram-se adultas de uma hora para outra;
 exposição da beleza escondida das esquinas da cidade
essas mulheres.
de Belo Horizonte. ANDRADE, C. D. Essas meninas. Contos plausíveis. Rio de Janeiro: José
Questão 10 Olympio, 1985.

O mato do Mutúm é um enorme mundo preto, que nasce No texto, há recorrência do emprego do artigo “as” e do
dos buracões e sobe a serra. O guará-lobo trota a vago no pronome “essas”. No último parágrafo, esse recurso linguís-
campo. As pessôas mais velhas são inimigas dos meninos. tico contribui para
Soltam e estumam cachorros, para ir matar os bichinhos  intensificar a ideia do súbito amadurecimento.
assustados – o tatú que se agarra no chão dando guinchos  indicar a falta de identidade tнpica da adolescкncia.
suplicantes, os macacos que fazem artes, o coelho que  organizar a sequência temporal dos fatos narrados.
mesmo até quando dorme todo-tempo sonha que está sen-  complementar a descrição do acontecimento trágico.
do perseguido. O tatú levanta as mãozinhas cruzadas, ele  expressar a banalidade dos assuntos tratados na esco-
não sabe – e os cachorros estão rasgando o sangue dele, e la.
ele pega a sororocar. O tamanduá. Tamanduá passeia no
cerrado, na beira do capoeirão. Ele conhece as árvores,
abraça as árvores. Nenhum nem pode rezar, triste é o gemi-
do deles campeando socôrro. Todo choro suplicando por
socôrro é feito para Nossa Senhora, como quem diz a salve-
rainha. Tem uma Nossa Senhora velhinha. Os homens, pé-
ante-pé, indo a peitavento, cercaram o casal de tamanduás,
encantoados contra o barranco, o casal de tamanduás esta-
vam dormindo. Os homens empurraram com a vara de fer-
rão, com pancada bruta, o tamanduá que se acordava. Deu

23
Questão 12 Questão 14
HELOÍSA: Faz versos? Meu caro Sherlock Holmes, algo horrível aconteceu às três
PINOTE: Sendo preciso... Quadrinhas... Acrósticos... Sone- da manhã no Jardim Lauriston. Nosso homem que estava na
tos... Reclames. vigia viu uma luz às duas da manhã saindo de uma casa
HELOÍSA: Futuristas? vazia. Quando se aproximou, encontrou a porta aberta e, na
PINOTE: Não senhora! Eu já fui futurista. Cheguei a acredi- sala da frente, o corpo de um cavalheiro bem vestido. Os
tar na independência... Mas foi uma tragédia! Começaram a cartões que estavam em seu bolso tinham o nome de Enoch
me tratar de maluco. A me olhar de esguelha. A não me J. Drebber, Cleveland, Ohio, EUA. Não houve assalto e nosso
receber mais. As crianças choravam em casa. Tenho três homem não conseguiu encontrar algo que indicasse como
filhos. No jornal também não pagavam, devido à crise. Pre- ele morreu. Não havia marcas de sangue, nem feridas nele.
cisei viver de bicos. Ah! Reneguei tudo. Arranjei aquele Não sabemos como ele entrou na casa vazia. Na verdade,
instrumento (Mostra a faca) e fiquei passadista. todo assunto é um quebra-cabeça sem fim. Se puder vir até
ANDRADE, O. O rei da vela. São Paulo: Globo, 2003.
a casa seria ótimo, se não, eu lhe conto os detalhes e gosta-
O fragmento da peça teatral de Oswald de Andrade ironiza a
ria muito de saber sua opinião. Atenciosamente, Tobias
reação da sociedade brasileira dos anos 1930 diante de
Gregson.
determinada vanguarda europeia. Nessa visão, atribui-se ao DOYLE, A. C. Um estudo em vermelho. Cotia: Pé de Letra, 2017.
público leitor uma postura Considerando o objetivo da carta de Tobias Gregson, a se-
 preconceituosa, ao evitar formas poéticas simplifica- quência de enunciados negativos presente nesse texto tem
das. a função de
 conservadora, ao optar por modelos consagrados.  restringir a investigação, deixando-a sob a responsabi-
 preciosista, ao preferir modelos literários eruditos. lidade do autor da carta.
 nacionalista, ao negar modelos estrangeiros.  refutar possíveis causas da morte do cavalheiro, auxili-
 eclética, ao aceitar diversos estilos poéticos. ando na investigação.
Questão 13  identificar o local da cena do crime, localizando-o no
Inverno! inverno! inverno! Jardim Lauriston.
Tristes nevoeiros, frios negrumes da longa treva boreal,  introduzir o destinatário da carta, caracterizando sua
descampados de gelo cujo limite escapa-nos sempre, deses- personalidade.
peradamente, para lá do horizonte, perpétua solidão inóspi-  apresentar o vigia, incluindo-o entre os suspeitos do
ta, onde apenas se ouve a voz do vento que passa uivando assassinato.
como uma legião de lobos, através da cidade de catedrais e Questão 15
túmulos de cristal na planície, fantasmas que a miragem
1. Nós queremos cantar o amor ao perigo, o hábito da ener-
povoam e animam, tudo isto: decepções, obscuridade, soli-
gia e da temeridade.
dão, desespero e a hora invisível que passa como o vento,
2. A coragem, a audácia, a rebelião serão elementos essen-
tudo isto é o frio inverno da vida.
ciais de nossa poesia.
Há no espírito o luto profundo daquele céu de bruma dos
3. A literatura exaltou até hoje a imobilidade pensativa, o
lugares onde a natureza dorme por meses, à espera do sol
êxtase, o sono. Nós queremos exaltar o movimento
avaro que não vem.
agressivo, a insônia febril, o passo de corrida, o salto
POMPEIA, R. Canções sem metro. Campinas: Unicamp, 2013.
Reconhecido pela linguagem impressionista, Raul Pompeia mortal, o bofetão e o soco.
desenvolveu-a na prosa poética, em que se observa 4. Nós afirmamos que a magnificência do mundo enrique-
 imprecisão no sentido dos vocábulos. ceu-se de uma beleza nova: a beleza da velocidade. Um
 dramaticidade como elemento expressivo. automóvel de corrida com seu cofre enfeitado com tubos
 subjetividade em oposição à verossimilhança. grossos, semelhantes a serpentes de hálito explosivo...
 valorização da imagem com efeito persuasivo. um automóvel rugidor, que parece correr sobre a metra-
 plasticidade verbal vinculada à cadência melódica. lha, é mais bonito que a Vitória de Samotrácia.
5. Nós queremos entoar hinos ao homem que segura o vo-
lante, cuja haste ideal atravessa a Terra, lançada também
numa corrida sobre o circuito da sua órbita.
6. É preciso que o poeta prodigalize com ardor, fausto e
munificiência, para aumentar o entusiástico fervor dos
elementos primordiais.
MARINETTI, F. T. Manifesto futurista. In: TELES, G. M. Vanguardas europei-
as e Modernismo brasileiro. Petrópolis: Vozes, 1985.

24
O documento de Marinetti, de 1909, propõe os referenciais mim, nos recessos do subconsciente, utilizando as reminis-
estéticos do Futurismo, que valorizam a cências da infância – as histórias que Rosa, minha ama-seca
 composição estática. mulata, me contava, o sonho jamais realizado de uma bici-
 inovação tecnológica. cleta etc.
 suspensão do tempo. BANDEIRA, M. Itinerário de Pasárgada. São Paulo: Global, 2012.

 retomada do helenismo. O texto é um depoimento de Manuel Bandeira a respeito da


criação de um de seus poemas mais conhecidos. De acordo
 manutenção das tradições.
Questão 16 com esse depoimento, o fazer poético em “Vou-me embora
pra Pasárgada!”
Os subúrbios do Rio de Janeiro foram a primeira coisa a  acontece de maneira progressiva, natural e pouco in-
aparecer no mundo, antes mesmo dos vulcões e dos cacha- tencional.
lotes, antes de Portugal invadir, antes do Getúlio Vargas  decorre de uma inspiração fulminante, num momento
mandar construir casas populares. O bairro do Queím, onde de extrema emoção.
nasci e cresci, é um deles. Aconchegado entre o Engenho  ratifica as informações do senso comum de que Pasár-
Novo e Andaraí, foi feito daquela argila primordial, que se gada é a representação de um lugar utópico.
aglutinou em diversos formatos: cães soltos, moscas e mor-
 resulta das mais fortes lembranças da juventude do
ros, uma estação de trem, amendoeiras e barracos e sobra-
poeta e de seu envolvimento com a literatura grega.
dos, botecos e arsenais de guerra, armarinhos e bancas de
 remete a um tempo da vida de Manuel Bandeira mar-
jogo do bicho e um terreno enorme reservado para o cemi-
cado por desigualdades sociais e econômicas.
tério. Mas tudo ainda estava vazio: faltava gente.
Questão 18
Não demorou. As ruas juntaram tanta poeira que o homem
não teve escolha a não ser passar a existir, para varrê-las. À Canção
tardinha, sentar na varanda das casas e reclamar da pobre-
za, falar mal dos outros e olhar para as calçadas encardidas No desequilíbrio dos mares,
de sol, os ônibus da volta do trabalho sujando tudo de novo. as proas giram sozinhas…
HERINGER, V. O amor dos homens avulsos. São Paulo: Cia. das Letras, 2016. Numa das naves que afundaram
Traçando a gênese simbólica de sua cidade, o narrador é que certamente tu vinhas.
imprime ao texto um sentido estético fundamentado na
 excentricidade dos bairros cariocas de sua infância. Eu te esperei todos os séculos
 perspectiva caricata da paisagem de traços deteriora- sem desespero e sem desgosto,
dos. e morri de infinitas mortes
 importância dos fatos relacionados à história dos su- guardando sempre o mesmo rosto.
búrbios.
 diversidade dos tipos humanos identificados por seus Quando as ondas te carregaram
hábitos. meus olhos, entre águas e areias,
 experiência do cotidiano marcado pelas. necessidades cegaram como os das estátuas,
e urgências. a tudo quanto existe alheias.
Questão 17
Minhas mãos pararam sobre o ar
Biografia de Pasárgada e endureceram junto ao vento,
Quando eu tinha meus 15 anos e traduzia na classe de grego e perderam a cor que tinham
do D. Pedro II a Ciropédia fiquei encantado com o nome e a lembrança do movimento.
dessa cidadezinha fundada por Ciro, o Antigo, nas monta-
nhas do sul da Pérsia, para lá passar os verões. A minha E o sorriso que eu te levava
imaginação de adolescente começou a trabalhar, e vi Pasár- desprendeu-se e caiu de mim:
gada e vivi durante alguns anos em Pasárgada. e só talvez ele ainda viva
Mais de vinte anos depois, num momento de profundo de- dentro destas águas sem fim.
sânimo, saltou-me do subconsciente este grito de evasão: MEIRELES, C. In: SECCHIN, A. C. (Org.). Obra completa. Rio de Janeiro: Nova
“Vou-me embora pra Pasárgada!” Imediatamente senti que Fronteira, 2001.
era a célula de um poema. Peguei do lápis e do papel, mas o
poema não veio. Não pensei mais nisso. Uns cinco anos mais
tarde, o mesmo grito de evasão nas mesmas circunstâncias.
Desta vez, o poema saiu quase ao correr da pena. Se há be-
lezas em “Vou-me embora pra Pasárgada!”, elas não passam
de acidentes. Não construí o poema, ele construiu-se em

25
Na composição do poema, o tom elegíaco e solene manifesta Questão 20
uma concepção de lirismo fundada na
Uma ouriça
 contradição entre a vontade da espera pelo ser amado
e o desejo de fuga. Se o de longe esboça lhe chegar perto,
 expressão do desencanto diante da impossibilidade da se fecha (convexo integral de esfera),
realização amorosa. se eriça (bélica e multiespinhenta):
 associação de imagens díspares indicativas de espe- e, esfera e espinho, se ouriça à espera.
rança no amor futuro. Mas não passiva (como ouriço na loca);
 recusa à aceitação da impermanência do sentimento nem só defensiva (como se eriça o gato)
pela pessoa amada. sim agressiva (como jamais o ouriço),
 consciência da inutilidade do amor em relação à inevi- do agressivo capaz de bote, de salto
tabilidade da morte. (não do salto para trás, como o gato):
daquele capaz de salto para o assalto.
Questão 19
Se o de longe lhe chega em (de longe),
Toca a sirene na fábrica,
de esfera aos espinhos, ela se desouriça.
e o apito como um chicote
Reconverte: o metal hermético e armado
bate na manhã nascente
na carne de antes (côncava e propícia),
e bate na tua cama
as molas felinas (para o assalto),
no sono da madrugada.
nas molas em espiral (para o abraço).
Ternuras da áspera lona
MELO NETO, J. C. A educação pela pedra. Rio de Janeiro; Nova Fronteira,
pelo corpo adolescente. 1997
É o trabalho que te chama. Com apuro formal, o poema tece um conjunto semântico
Às pressas tomas o banho, que metaforiza a atitude feminina de
tomas teu café com pão,  tenacidade transformada em brandura.
tomas teu lugar no bote  obstinação traduzida em isolamento.
no cais do Capibaribe.  inércia provocada pelo desejo platônico.
Deixas chorando na esteira  irreverência cultivada de forma cautelosa.
teu filho de mãe solteira.  desconfiança consumada pela intolerância.
Levas ao lado a marmita, Questão 21
contendo a mesma ração
do meio de todo o dia, Irerê, meu passarinho do sertão do Cariri,
a carne-seca e o feijão. Irerê, meu companheiro,
De tudo quanto ele pede Cadê viola? Cadê meu bem? Cadê Maria?
dás só bom-dia ao patrão, Ai triste sorte a do violeiro cantadô!
e recomeças a luta Ah! Sem a viola em que cantava o seu amô,
na engrenagem da fiação. Ah! Seu assobio é tua flauta de irerê:
MOTA, M. Canto ao meio. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1964. Que tua flauta do sertão quando assobia,
Nesse texto, a mobilização do uso padrão das formas ver- Ah! A gente sofre sem querê!
bais e pronominais Ah! Teu canto chega lá no fundo do sertão,
 ajuda a localizar o enredo num ambiente estático. Ah! Como uma brisa amolecendo o coração,
 auxilia na caracterização física do personagem princi- Ah! Ah!
pal. Irerê, solta teu canto!
 acrescenta informações modificadoras às ações dos Canta mais! Canta mais!
personagens. Prá alembrá o Cariri!
VILLA-LOBOS, H. Bachianas Brasileiras n. 5 para soprano e oito violoncelos
 alterna os tempos da narrativa, fazendo progredir as
(1938-1945). Disponível em: http://euterpe.blog.br. Acesso em: 23 abr.
ideias do texto. 2019.
 está a serviço do projeto poético, auxiliando na distin- Nesses verbos, há uma exaltação ao sertão do Cariri em
ção dos referentes. uma ambientação linguisticamente apoiada no(a)
 uso recorrente de pronomes.
 variedade popular da língua portuguesa.
 referência ao conjunto da fauna nordestina.
 exploração de instrumentos musicais eruditos.
 predomínio de regionalismos lexicais nordestinos.

26
Questão 22 Questão 24

Certa vez minha mãe surrou-me com uma corda nodosa que Declaração de amor
me pintou as costas de manchas sangrentas. Moído, virando Esta é uma confissão de amor: amo a língua portuguesa Ela
a cabeça com dificuldade, eu distinguia nas costelas grandes não é fácil. Não é maleável. [...] A língua portuguesa é um
lanhos vermelhos. Deitaram-me, enrolaram-me em panos verdadeiro desafio para quem escreve. Sobretudo para
molhados com água de sal – e houve uma discussão na famí- quem escreve tirando das coisas e das pessoas a primeira
lia. Minha avó, que nos visitava, condenou o procedimento capa de superficialismo.
da filha e esta afligiu-se. Irritada, ferira-me à toa, sem que-
Às vezes ela reage diante de um pensamento mais compli-
rer. Não guardei ódio a minha mãe: o culpado era o nó.
RAMOS, G. Infância. Rio de Janeiro: Record, 1998. cado. Às vezes se assusta com o imprevisível de uma frase.
Num texto narrativo, a sequência dos fatos contribui para a Eu gosto de manejá-la – como gostava de estar montada
progressão temática. No fragmento, esse processo é indica- num cavalo e guiá-lo pelas rédeas, às vezes a galope. Eu
do queria que a língua portuguesa chegasse ao máximo em
 pela a alternância das pessoas do discurso que deter- minhas mãos. E este desejo todos os que escrevem têm. Um
minam o foco narrativo. Camões e outros iguais não bastaram para nos dar para
 utilização de formas verbais que marcam tempos nar- sempre uma herança de língua já feita. Todos nós que es-
rativos variados. crevemos estamos fazendo do túmulo do pensamento al-
 indeterminação dos sujeitos de ações que caracterizam guma coisa que lhe dê vida.
os eventos narrados. Essas dificuldades, nós as temos. Mas não falei do encanta-
 justaposição de frases que relacionam semanticamente mento de lidar com uma língua que não foi aprofundada. O
os acontecimentos narrados. que recebi de herança não me chega. Se eu fosse muda e
 recorrência de expressões adverbiais que organizam também não pudesse escrever, e me perguntassem a que
temporalmente a narrativa. língua eu queria pertencer, eu diria: inglês, que é preciso e
Questão 23 belo. Mas, como não nasci muda e pude escrever, tornou-se
Olhando o gavião no telhado, Hélio fala: absolutamente claro para mim que eu queria mesmo era
– Esta noite eu sonhei um sonho engraçado. escrever em português. Eu até queria não ter aprendido
– Como é que foi? – pergunta o pai. outras línguas: só para que a minha abordagem do portu-
– Quer dizer, não é bem engraçado não. É sobre uma casa de guês fosse virgem e límpida.
LISPECTOR. C. A descoberta do mundo. Rio de Janeiro Rocco, 1999 (adaptado).
joão-de-barro que a gente descobriu ali no jacarandá.
O trecho em que Clarice Lispector declara seu amor pela
– A gente, quem?
língua portuguesa, acentuando seu caráter patrimonial e
– Eu mais o Timinho.
sua capacidade de renovação, é:
– O que tinha dentro?
 “A língua portuguesa é um verdadeiro desafio para
– Um ninho.
quem escreve.”
– Vazio?
 “Um Camões e outros iguais não bastaram para nos dar
– Não.
para sempre uma herança de língua já feita.”
– Tinha ovo?
 “Todos nós que escrevemos estamos fazendo do túmu-
– Tinha.
lo do pensamento alguma coisa que lhe dê vida.”
– Quantos? – pergunta a mãe.
 “Mas não falei do encantamento de lidar com uma lín-
Hélio fica na dúvida. Não consegue lembrar direito. Todos
gua que não foi aprofundada.”
esperam, interessados. Na maior aflição, ele pergunta ao
irmão mais novo:
 “Eu até queria não ter aprendido outras línguas: só
para que a minha abordagem do português fosse vir-
– Quantos ovos tinha mesmo, Timinho? Ocê lembra?
ROMANO, O. O ninho. In: Casos de Minas. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1982. gem e límpida.”
Esse texto pertence ao gênero textual caso ou “causo”, nar-
rativa popular que tem o intuito de
 contar histórias do universo infantil.
 relatar fatos do cotidiano de maneira cômica.
 retratar personagens típicos de uma região.
 registrar hábitos de uma vida simples.
 valorizar diálogos em família.

27
Questão 25 vossos soldados devem ter sido dos últimos a cegar, toda a
Segundo quadro gente está cega, Toda a gente, a cidade toda, o país,
SARAMAGO, J. Ensaio sobre a cegueira. São Paulo: Cia. das Letras. 1995.
Uma sala da prefeitura. O ambiente é modesto. Durante a
A cena retrata as experiências das personagens em um país
mutação, ouve-se um dobrado e vivas a Odorico, “viva o pre-
atingido por uma epidemia. No diálogo, a violação de de-
feito” etc. Estão em cena Dorotéa, Juju, Dirceu, Dulcinéa, o
terminadas regras de pontuação
vigário e Odorico. Este último, à janela, discursa.
 revela uma incompatibilidade entre o sistema de pon-
ODORICO – Povo sucupirano! Agoramente já investido no tuação convencional e a produção do gênero romance.
cargo de Prefeito, aqui estou para receber a confirmação, a  provoca uma leitura equivocada das frases interrogati-
ratificação, a autenticação e por que não dizer a sagração do vas e prejudica a verossimilhança.
povo que me elegeu.  singulariza o estilo do autor e auxilia na representação
do ambiente caótico.
Aplausos vêm de fora.  representa uma exceção às regras do sistema de pon-
tuação canônica.
ODORICO – Eu prometi que o meu primeiro ato como pre-  colabora para a construção da identidade do narrador
feito seria ordenar a construção do cemitério. pouco escolarizado.
Questão 27
Aplausos, aos quais se incorporam as personagens em cena.
Chamou-me o bragantino e levou-me pelos corredores e
pátios até ao hospício propriamente. Aí é que percebi que
ODORICO – (Continuando o discurso:) Botando de lado os
ficava e onde, na seção, na de indigentes, aquela em que a
entretantos e partindo pros finalmente, é uma alegria poder
imagem do que a Desgraça pode sobre a vida dos homens é
anunciar que prafrentemente vocês lá poderão morrer
mais formidável. O mobiliário, o vestuário das camas, as
descansados, tranquilos e desconstrangidos, na certeza de
camas, tudo é de uma pobreza sem par. Sem fazer monopó-
que vão ser sepultados aqui mesmo, nesta terra morna e
lio, os loucos são da proveniência mais diversa, originando-
cheirosa de Sucupira. E quem votou em mim, basta dizer
se em geral das camadas mais pobres da nossa gente pobre.
isso ao padre na hora da extrema-unção, que tem enterro e
São de imigrantes italianos, portugueses e outros mais exó-
cova de graça, conforme o prometido.
ticos, são os negros roceiros, que teimam em dormir pelos
GOMES, D. O bem amado. Rio de Janeiro: Ediouro, 2012.
desvãos das janelas sobre uma esteira esmolambada e uma
O gênero peça teatral tem o entretenimento como uma de
manta sórdida; são copeiros, cocheiros, moços de cavalari-
suas funções. Outra função relevante do gênero, explícita
ça, trabalhadores braçais. No meio disto, muitos com edu-
nesse trecho de O bem amado, é a
cação, mas que a falta de recursos e proteção atira naquela
 criticar satiricamente o comportamento de pessoas
geena social.
públicas.
BARRETO, L. Diário do hospício e O cemitério dos vivos. São Paulo: Cosac &
 denunciar a escassez de recursos públicos nas prefei- Naify, 2010.
turas do interior. No relato de sua experiência no sanatório onde foi interno,
 censurar a falta de domínio da língua padrão em even- Lima Barreto expõe uma realidade social e humana marca-
tos sociais. da pela exclusão. Em seu testemunho, essa reclusão demar-
 despertar a preocupação da plateia com a expectativa ca uma
de vida dos Cidadãos.  medida necessária de intervenção terapêutica.
 questionar o apoio irrestrito de agentes públicos aos  forma de punição indireta aos hábitos desregrados.
gestores governamentais.  compensação para as desgraças dos indivíduos.
Questão 26  oportunidade de ressocialização em um novo ambien-
te.
O homem disse, Está a chover, e depois, Quem é você, Não  conveniência da invisibilidade a grupos vulneráveis e
sou daqui, Anda à procura de comida, Sim, há quatro dias periféricos.
que não comemos, E como sabe que são quatro dias, É um
cálculo, Está sozinha, Estou com o meu marido e uns com-
panheiros, Quantos são, Ao todo, sete; Se estão a pensar em
ficar conosco, tirem daí o sentido, já somos muitos, Só es-
tamos de passagem, Donde vêm, Estivemos internados
desde que a cegueira começou, Ah, sim, a quarentena, não
serviu de nada. Porque diz isso, Deixaram-nos sair, Houve
um incêndio e nesse momento percebemos que os soldados
que nos vigiavam tinham desaparecido, E saíram, Sim, Os

28
Questão 28 Questão 29
Sou um homem comum O farrista
brasileiro, maior, casado, reservista,
Quando o almirante Cabral
e não vejo na vida, amigo
Pôs as patas no Brasil
nenhum sentido, senão
O anjo da guarda dos índios
lutarmos juntos por um mundo melhor.
Estava passeando em Paris.
Poeta fui de rápido destino
Quando ele voltou de viagem
Mas a poesia é rara e não comove
O holandês já está aqui.
nem move o pau de arara.
O anjo respira alegre:
Quero, por isso, falar com você
“Não faz mal, isto é boa gente,
de homem para homem,
Vou arejar outra vez.”
apoiar-me em você
O anjo transpôs a barra,
oferecer-lhe meu braço
Diz adeus a Pernambuco,
que o tempo é pouco
Faz barulho, vuco-vuco,
e o latifúndio está aí matando
Tal e qual o zepelim
[...]
Mas deu um vento no anjo,
Homem comum, igual
Ele perdeu a memória...
a você,
E não voltou nunca mais.
[...] MENDES. M. História do Brasil. Rio de Janeiro: Nova Fronteira. 1992
Mas somos muitos milhões de homens A obra de Murilo Mendes situa-se na fase inicial do Moder-
comuns nismo, cujas propostas estéticas transparecem, no poema,
e podemos formar uma muralha por um eu lírico que
com nossos corpos de sonhos e margaridas.  configura um ideal de nacionalidade pela integração
FERREIRA GULLAR. Dentro da noite veloz. Rio de Janeiro: José Olympio,
regional.
2013 (fragmento).
No poema, ocorre uma aproximação entre a realidade social  remonta ao colonialismo assente sob um viés icono-
e o fazer poético, frequente no Modernismo. Nessa aproxi- clasta.
mação, o eu lírico atribui à poesia um caráter de  repercute as manifestações do sincretismo religioso.
 agregação construtiva e poder de intervenção na or-  descreve a gênese da formação do povo brasileiro.
dem instituída.  promove inovações no repertório linguístico.
 força emotiva e capacidade de preservação da memó- Questão 30
ria social. Dois parlamentos
 denúncia retórica e habilidade para sedimentar sonhos
e utopias. Nestes cemitérios gerais
 ampliação do universo cultural e intervenção nos valo- não há morte pessoal.
res humanos. Nenhum morto se viu
 identificação com o discurso masculino e questiona- com modelo seu, especial.
mento dos temas líricos. Vão todos com a morte padrão,
em série fabricada.
Morte que não se escolhe
e aqui é fornecida de graça.
Que acaba sempre por se impor
sobre a que já medrasse.
Vence a que, mais pessoal,
alguém já trouxesse na carne.
Mas afinal tem suas vantagens
esta morte em série.
Faz defuntos funcionais,
próprios a uma terra sem vermes.
MELO NETO, J. C. Serial e antes. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1997 (fra-
gmento).

29
A lida do sertanejo com suas adversidades constitui um viés Dona Maria Rita se espantou com a delicadeza, disse que
temático muito presente em João Cabral de Melo Neto. No não, obrigada, para ela dava no mesmo. Mas parecia ter-se
fragmento em destaque, essa abordagem ressalta o(a) perturbado. Passou a mão sobre o camafeu filigranado de
 inutilidade de divisão social e hierárquica após a mor- ouro, espetado no peito, passou a mão pelo broche. Seca.
te. Ofendida? Perguntou afinal a Angela Pralini:
 aspecto desumano dos cemitérios da população caren- — É por causa de mim que a senhorita deseja trocar de
te. lugar?
 nivelamento do anonimato imposto pela miséria na LISPECTOR, C. Onde estivestes de noite.
Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1980 (fragmento).
morte.
A descoberta de experiências emocionais com base no coti-
 tom de ironia para com a fragilidade dos corpos e da
diano é recorrente na obra de Clarice Lispector. No frag-
terra.
mento, o narrador enfatiza o(a)
 indiferença do sertanejo com a ausência de seus pró-
 comportamento vaidoso de mulheres de condição so-
ximos.
cial privilegiada.
Questão 31
 anulação das diferenças sociais no espaço público de
O exercício da crônica uma estação.
Escrever prosa é uma arte ingrata. Eu digo prosa fiada, co-  incompatibilidade psicológica entre mulheres de gera-
mo faz um cronista; não a prosa de um ficcionista, na qual ções diferentes.
este é levado meio a tapas pelas personagens e situações  constrangimento da aproximação formal de pessoas
que, azar dele, criou porque quis. Com um prosador cotidi- desconhecidas.
ano, a coisa fia mais fino. Senta-se diante de sua máquina,  sentimento de solidão alimentado pelo processo de
acende um cigarro, olha através da janela e busca fundo em envelhecimento.
sua imaginação um fato qualquer, de preferência colhido no Questão 33
noticiário matutino, ou da véspera, em que, com duas arti-
manhas peculiares, possa injetar um sangue novo. Anoitecer
MORAES, V. Para viver um grande amor: crônicas e poemas. São Paulo: Cia. A Dolores
das Letras, 1991. É a hora em que o sino toca,
Nesse trecho, Vinicius de Moraes exercita a crônica para mas aqui não há sinos;
pensá-la como gênero e prática. Do ponto de vista dele, cabe há somente buzinas,
ao cronista sirenes roucas, apitos
 criar fatos com a imaginação. aflitos, pungentes, trágicos,
 reproduzir as notícias dos jornais. uivando escuro segredo;
 escrever em linguagem coloquial. desta hora tenho medo
 construir personagens verossímeis.
 ressignificar o cotidiano pela escrita. [...]
Questão 32
A partida de trem É a hora do descanso,
Marcava seis horas da manhã. Angela Pralini pagou o táxi e mas o descanso vem tarde,
pegou sua pequena valise. Dona Maria Rita de Alvarenga o corpo não pede sono,
Chagas Souza Melo desceu do Opala da filha e encaminha- depois de tanto rodar;
ram-se para os trilhos. A velha bem-vestida e com joias. Das pede paz – morte – mergulho
rugas que a disfarçavam saía a forma pura de um nariz no poço mais ermo e quedo;
perdido na idade, e de uma boca que outrora devia ter sido desta hora tenho medo.
cheia e sensível. Mas que importa? Chega-se a um certo
ponto – e o que foi não importa. Começa uma nova raça. Hora de delicadeza,
Uma velha não pode comunicar-se. Recebeu o beijo gelado agasalho, sombra, silêncio.
de sua filha que foi embora antes do trem partir. Ajudara-a Haverá disso no mundo?
antes a subir no vagão. Sem que neste houvesse um centro, É antes a hora dos corvos,
ela se colocara do lado. Quando a locomotiva se pôs em bicando em mim, meu passado,
movimento, surpreendeu-se um pouco: não esperava que o meu futuro, meu degredo;
trem seguisse nessa direção e sentara-se de costas para o desta hora, sim, tenho medo.
ANDRADE, C. D. A rosa do povo. Rio de Janeiro: Record, 2005 (fragmento).
caminho.
Angela Pralini percebeu-lhe o movimento e perguntou:
— A senhora deseja trocar de lugar comigo?

30
Com base no contexto da Segunda Guerra Mundial, o livro A No poema de Manuel Bandeira, há uma ressignificação de
rosa do povo revela desdobramentos da visão poética. No elementos da função referencial da linguagem pela
fragmento, a expressividade lírica demonstra um(a)  atribuição de título ao texto com base em uma notícia
 defesa da esperança como forma de superação das veiculada em jornal.
atrocidades da guerra.  utilização de frases curtas, características de textos do
 desejo de resistência às formas de opressão e medo gênero jornalístico.
produzidas pela guerra.  indicação de nomes de lugares como garantia da vera-
 olhar pessimista das instituições humanas e sociais cidade da cena narrada.
submetidas ao conflito armado.  enumeração de ações, com foco nos eventos aconteci-
 exortação à solidariedade para a reconstrução dos es- dos à personagem do texto.
paços urbanos bombardeados.  apresentação de elementos próprios da notícia, tais
 espírito de contestação capaz de subverter a condição como quem, onde, quando e o quê.
de vítima dos povos afetados.
Questão 36
Questão 34
Como se vai de São Paulo a Curitiba (1928)
Descobrimento
Os tempos mudaram.
Abancado à escrivaninha em São Paulo O mundo contemporâneo pulsa em ritmos acelerados.
Na minha casa da rua Lopes Chaves Novos fatores revelam conveniência de outros métodos.
De sopetão senti um friúme por dentro. Surgem, no decurso dos nossos dias, motivos que nos
Fiquei trêmulo, muito comovido convencem de que cada município deve levar a sério o pro-
Com o livro palerma olhando pra mim. blema da circulação rodoviária.
Não vê que me lembrei que lá no norte, meu Deus! Muito Para facilitar a ação administrativa.
longe de mim, Para uma revisão das suas possibilidades econômicas.
Na escuridão ativa da noite que caiu, Ritmo de ruralização.
Um homem pálido, magro de cabelos escorrendo nos olhos Costurar o país com estradas alegres, desligadas de
Depois de fazer uma pele com a borracha do dia, horários. Livres e cheias de sol como um verso moderno!
BOPP, R. Poesia completa de Raul Bopp. Rio de Janeiro: José Olympio; São
Faz pouco se deitou, está dormindo.
Paulo: Edusp, 1998 (fragmento).
Esse homem é brasileiro que nem eu...
Nos anos de 1920, a necessidade de modernizar o Brasil
ANDRADE, M. Poesias completas. São Paulo: Edusp, 1987.
refletiu-se na proposta de renovação estética defendida por
O poema “Descobrimento”, de Mário de Andrade, marca a
artistas modernistas como Raul Bopp. No poema, o posicio-
postura nacionalista manifestada pelos escritores moder-
namento favorável às transformações da sociedade brasi-
nistas. Recuperando o fato histórico do “descobrimento”, a
leira aparece diretamente relacionado à experimentação na
construção poética problematiza a representação nacional a
poesia. A relação direta entre modernização e procedimen-
fim de
to estético no poema deve-se à correspondência entre
 resgatar o passado indígena brasileiro.
 a discussão de tema técnico e a fragmentação da lin-
 criticar a colonização portuguesa no Brasil.
guagem.
 defender a diversidade social e cultural brasileira.
 a afirmação da mudança dos tempos e a inovação vo-
 promover a integração das diferentes regiões do país.
cabular.
 valorizar a Região Norte, pouco conhecida pelos brasi-
 a oposição à realidade rural do país e a simplificação da
leiros.
sintaxe.
Questão 35
 a adesão ao ritmo de vida urbano e a subjetividade da
Poema tirado de uma notícia de jornal linguagem.
 a exortação à ampla difusão das estradas e a liberdade
João Gostoso era carregador de feira livre e morava no mor- dos versos.
ro da Babilônia num barracão sem número.
Uma noite ele chegou no bar Vinte de Novembro
Bebeu
Cantou
Dançou
Depois se atirou na lagoa Rodrigo de Freitas e morreu afo-
gado.
BANDEIRA, M. Estrela da vida inteira: poesias reunidas. Rio de Janeiro: José
Olympio, 1980.

31
Questão 37 Questão 39
O bonde abre a viagem, Do amor à pátria
No banco ninguém, São doces os caminhos que levam de volta à pátria. Não à
Estou só, stou sem. pátria amada de verdes mares bravios, a mirar em berço
Depois sobe um homem, esplêndido o esplendor do Cruzeiro do Sul; mas a uma ou-
No banco sentou, tra mais íntima, pacífica e habitual – uma cuja terra se co-
Companheiro vou. meu em criança, uma onde se foi menino ansioso por cres-
O bonde está cheio, cer, uma onde se cresceu em sofrimentos e esperanças
De novo porém plantando canções, amores e filhos ao sabor das estações.
Não sou mais ninguém. MORAES, V. Poesia completa e prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1987.
ANDRADE, M. Poesias completas. Belo Horizonte: Vila Rica, 1993.
O desenvolvimento das grandes cidades e a consequente O nacionalismo constitui tema recorrente na literatura ro-
concentração populacional nos centros urbanos geraram mântica e na modernista. No trecho, a representação da
mudanças importantes no comportamento dos indivíduos pátria ganha contornos peculiares porque
em sociedade. No poema de Mário de Andrade, publicado  o amor àquilo que a pátria oferece é grandioso e elo-
na década de 1940, a vida na metrópole aparece represen- quente.
tada pela contraposição entre  os elementos valorizados são intimistas e de dimensão
 a solidão e a multidão. subjetiva.
 a carência e a satisfação.  o olhar sobre a pátria é ingênuo e comprometido pela
 a mobilidade e a lentidão. inércia.
 a amizade e a indiferença.  o patriotismo literário tradicional é subvertido e moti-
 a mudança e a estagnação. vo de ironia.
 a natureza é determinante na percepção do valor da
Questão 38
pátria.
Quinze de Novembro
GRAMÁTICA/TEXTO – PARTE I
Deodoro todo nos trinques
Bate na porta de Dão Pedro Segundo. Questão 01
– Seu imperadô, dê o fora
que nós queremos tomar conta desta bugiganga.
Mande vir os músicos.
O imperador bocejando responde:
– Pois não meus filhos não se vexem
me deixem calçar as chinelas
podem entrar à vontade:
só peço que não me bulam nas obras completas de Victor
Hugo.
MENDES, M. Poesia completa e prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar. 1994.
A poesia de Murilo Mendes dialoga com o ideário poético
dos primeiros modernistas. No poema, essa atitude mani-
festa-se na
 releitura irônica de um fato histórico.
 visão ufanista de um episódio nacional.
 denúncia implícita de atitudes autoritárias.
A associação entre o texto verbal e as imagens da garrafa e
 isenção ideológica do discurso do eu lírico.
do cão configura recurso expressivo que busca
 representação saudosista do regime monárquico.
 estimular denúncias de maus-tratos contra animais.
 desvincular o conceito de descarte da ideia de negli-
gência.
 incentivar campanhas de adoção de animais em situa-
ção de rua.
 sensibilizar o público em relação ao abandono de ani-
mais domésticos.
 alertar a população sobre as sanções legais acerca de
uma prática criminosa.

32
Questão 02 Questão 03

Esse anúncio publicitário propõe soluções para um proble-


ma social recorrente, ao
 promover ações de conscientização para reduzir a vio-
lência de gênero em eventos esportivos.
 estimular o compartilhamento de políticas públicas
sobre a igualdade de gênero no esporte.
 divulgar para a população as novas regras complemen-
No texto, os recursos verbais e não verbais empregados têm tares para as torcidas de futebol.
por objetivo  informar ao público masculino as consequências de
 divulgar informações científicas sobre o uso indiscri- condutas ofensivas.
minado de aparelhos celulares.  regulamentar normas de boa convivência nos estádios.
 influenciar o leitor a mudar atitudes e hábitos conside-
rados prejudiciais às crianças.
 relacionar o uso da tecnologia aos efeitos decorrentes
da falta de exercícios físicos.
 indicar medidas eficazes para desestimular utilização
de telefones pelo público infantil.
 sugerir aos pais e responsáveis a substituição de dis-
positivos móveis por atividades lúdicas.

33
Questão 04 Questão 05

Nesse cartaz, o uso da imagem do calçado aliada ao texto


verbal tem o objetivo de
 criticar as difíceis condições de vida dos refugiados.
Essa campanha de conscientização sobre o assédio sofrido  revelar a longa trajetória percorrida pelos refugiados.
pelas mulheres nas ruas constrói-se pela combinação da  incentivar a campanha de doações para os refugiados.
linguagem verbal e não verbal. A imagem da mulher com o  denunciar a situação de carência vivida pelos refugia-
nariz e a boca cobertos por um lenço é a representação não dos.
verbal do(a)  simbolizar a necessidade de adesão à causa dos refugi-
 silêncio imposto às mulheres, que não podem denunci- ados.
ar o assédio sofrido. Questão 06
 metáfora de que as mulheres precisam defender-se do
assédio masculino.
 constrangimento pelo qual passam as mulheres e sua
tentativa de esconderem-se.
 necessidade que as mulheres têm de passarem desper-
cebidas para evitar o assédio.
 incapacidade de as mulheres protegerem-se da agres-
são verbal dos assediadores.

Nessa campanha, a principal estratégia para convencer o


leitor a fazer a reciclagem do lixo é a utilização da lingua-
gem não verbal como argumento para
 reaproveitamento de material.
 facilidade na separação do lixo.
 melhoria da condição do catador.
 preservação de recursos naturais.
 geração de renda para o trabalhador.

34
Questão 07 Nesse texto, busca-se convencer o leitor a mudar seu com-
portamento por meio da associação de verbos no modo
imperativo à
 indicação de diversos canais de atendimento.
 divulgação do Centro de Defesa da Mulher.
 informação sobre a duração da campanha.
 apresentação dos diversos apoiadores.
 utilização da imagem das três mulheres.
Questão 09

TEXTO I

A utilização de determinadas variedades linguísticas em


campanhas educativas tem a função de atingir o público-
alvo de forma mais direta e eficaz. No caso desse texto,
identifica-se essa estratégia pelo(a)
 discurso formal da língua portuguesa.
 registro padrão próprio da língua escrita.
 seleção lexical restrita à esfera da medicina.
 fidelidade ao jargão da linguagem publicitária.
 uso de marcas linguísticas típicas da oralidade.
TEXTO II
Questão 08
Imaginemos um cidadão, residente na periferia de um
grande centro urbano, que diariamente acorda às 5h para
trabalhar, enfrenta em média 2 horas de transporte público,
em geral lotado, para chegar às 8h ao trabalho. Termina o
expediente às 17h e chega em casa às 19h para, aí sim, cui-
dar dos afazeres domésticos, dos filhos etc. Como dizer a
essa pessoa que ela deve praticar exercícios, pois é impor-
tante para sua saúde? Como ela irá entender a mensagem
da importância do exercício físico? A probabilidade de essa
pessoa praticar exercícios regularmente é significativamen-
te menor que a de pessoas da classe média/alta que vivem
outra realidade. Nesse caso, a abordagem individual do
problema tende a fazer com que a pessoa se sinta impoten-
te em não conseguir praticar exercícios e, consequentemen-
te, culpada pelo fato de ser ou estar sedentária.
FERREIRA, M. S. Aptidão física e saúde na educação física escolar: ampli-
ando o enfoque. RBCE, n. 2, jan. 2001 (adaptado).

35
O segundo texto, que propõe uma reflexão sobre o primeiro que a publicidade criativa é essencialmente simples e apre-
acerca do impacto de mudanças no estilo de vida na saúde, senta uma releitura do cotidiano.
apresenta uma visão DEPEXE, S.D. Travessias: Pesquisas em Educação. Cultura, Linguagem e
Artes, n. 2, 2008.
 medicalizada, que relaciona a prática de exercícios físi-
TEXTO II
cos por qualquer indivíduo à promoção da saúde.
 ampliada, que considera aspectos sociais intervenien-
tes na prática de exercícios no cotidiano.
 crítica, que associa a interferência das tarefas da casa
ao sedentarismo do indivíduo.
 focalizada, que atribui ao indivíduo a responsabilidade
pela prevenção de doenças.
 geracional, que preconiza a representação do culto à
jovialidade.
Questão 10

Os dois textos apresentados versam sobre o tema criativi-


dade. O Texto I é um resumo de caráter científico e o Texto
II, uma homenagem promovida por um site de publicidade.
De que maneira o Texto II exemplifica o conceito de criati-
vidade em publicidade apresentado no Texto l?
 Fazendo menção ao difícil trabalho das mães em criar
seus filhos.
 Promovendo uma leitura simplista do papel materno
em seu trabalho de criar os filhos.
 Explorando a polissemia do termo “criação”.
 Recorrendo a uma estrutura linguística simples.
 Utilizando recursos gráficos diversificados.
A fotografia exibe a fachada de um supermercado em Foz Questão 12
do Iguaçu, cuja localização transfronteiriça é marcada tanto
pelo limite com Argentina e Paraguai quanto pela presença
de outros povos. Essa fachada revela o(a)
 pagamento da identidade linguística.
 planejamento linguístico no espaço urbano.
 presença marcante da tradição oral na cidade.
 disputa de comunidades linguísticas diferentes.
 poluição visual promovida pelo multilinguismo.
Questão 11
TEXTO I
Criatividade em publicidade: teorias e reflexões
Resumo: O presente artigo aborda uma questão primordial
na publicidade: a criatividade. Apesar de aclamada pelos
departamentos de criação das agências, devemos ter a
consciência de que nem todo anúncio é, de fato, criativo. A
partir do resgate teórico, no qual os conceitos são tratados
à luz da publicidade, busca-se estabelecer a compreensão
dos temas. Para elucidar tais questões, é analisada uma
campanha impressa da marca XXXX. As reflexões apontam

36
Campanhas publicitárias podem evidenciar problemas so- Questão 14
ciais. O cartaz tem como finalidade
 alertar os homens agressores sobre as consequências
de seus atos.
 conscientizar a população sobre a necessidade de de-
nunciar a violência doméstica.
 instruir as mulheres sobre o que fazer em casos de
agressão.
 despertar nas crianças a capacidade de reconhecer
atos de violência doméstica.
 exigir das autoridades ações preventivas contra a vio-
lência doméstica.
Questão 13

Nesse cartaz publicitário de uma empresa de papel e celulo-


se, a combinação dos elementos verbais e não verbais visa
 justificar os prejuízos ao meio ambiente, ao vincular a
empresa à difusão da cultura.
 incentivar a leitura de obras literárias, ao referir-se a
títulos consagrados do acervo mundial.
 seduzir o consumidor, ao relacionar o anunciante às
histórias clássicas da literatura universal.
 promover uma reflexão sobre a preservação ambiental
ao aliar o desmatamento aos clássicos da literatura.
 construir uma imagem positiva do anunciante, ao asso-
ciar a exploração alegadamente sustentável à produ-
ção de livros.
Os textos publicitários são produzidos para cumprir deter-
minadas funções comunicativas. Os objetivos desse cartaz
estão voltados para a conscientização dos brasileiros sobre
a necessidade de
 as crianças frequentarem a escola regularmente.
 a formação leitora começar na infância.
 a alfabetização acontecer na idade certa.
 a literatura ter o seu mercado consumidor ampliado.
 as escolas desenvolverem campanhas a favor da leitu-
ra.

37
Questão 15 Na construção do soneto, as cores representam um recurso
poético que configura uma imagem com a qual o eu lírico
 revela a intenção de isolar-se em seu espaço.
 simboliza a beleza e o esplendor da natureza.
 experimenta a fusão de percepções sensoriais.
 metaforiza a conquista de sua plena realização.
 expressa uma visão de mundo mística e espiritualiza-
da.
Questão 17

Sinhá
Se a dona se banhou
Eu não estava lá
Por Deus Nosso Senhor
Eu não olhei Sinhá
Estava lá na roça
Sou de olhar ninguém
Não tenho mais cobiça
Nem enxergo bem

Para que me pôr no tronco


Para que me aleijar
Eu juro a vosmecê
Nessa campanha publicitária, para estimular a economia de Que nunca vi Sinhá
água, o leitor é incitado a […]
 adotar práticas de consumo consciente. Por que talhar meu corpo
 alterar hábitos de higienização pessoal e residencial. Eu não olhei Sinhá
 contrapor-se a formas indiretas de exportação de água. Para que que vosmincê
 optar por vestuário produzido com matéria-prima re- Meus olhos vai furar
ciclável. Eu choro em iorubá
 conscientizar produtores rurais sobre os custos de Mas oro por Jesus
produção. Para que que vassuncê
Questão 16 Me tira a luz.
CHICO BUAROUE; JOÃO BOSCO. Chico. Rio de Janeiro: Biscoito Fino, 2011
O pavão vermelho (fragmento).
No fragmento da letra da canção, o vocabulário empregado
Ora, a alegria, este pavão vermelho,
e a situação retratada são relevantes para o patrimônio
está morando em meu quintal agora.
linguístico e identitário do país, na medida em que
Vem pousar como um sol em meu joelho
quando é estridente em meu quintal a aurora.
 remetem à violência física e simbólica contra os povos
escravizados.
Clarim de lacre, este pavão vermelho
 valorizam as influências da cultura africana sobre a
sobrepuja os pavões que estão lá fora.
música nacional.
É uma festa de púrpura. E o assemelho
 relativizam o sincretismo constitutivo das práticas re-
a uma chama do lábaro da aurora.
ligiosas brasileiras.
 narram os infortúnios da relação amorosa entre mem-
É o próprio doge a se mirar no espelho.
bros de classes sociais diferentes.
E a cor vermelha chega a ser sonora
 problematizam as diferentes visões de mundo na soci-
neste pavão pomposo e de chavelho.
edade durante o período colonial.
Pavões lilases possuí outrora.
Depois que amei este pavão vermelho,
os meus outros pavões foram-se embora.
COSTA, S. Poesia completa: Sosígenes Costa. Salvador: Conselho Estadual
de Cultura. 2001.

38
Questão 18 GONZAGUINHA. Luiz Gonzaga Jr. Rio de Janeiro: Odeon. 1973 (fragmento).

Falso moralista
Pela análise do tema e dos procedimentos argumentativos
Você condena o que a moçada anda fazendo utilizados na letra da canção composta por Gonzaguinha na
e não aceita o teatro de revista década de 1970, infere-se o objetivo de
arte moderna pra você não vale nada
e até vedete você diz não ser artista  ironizar a incorporação de ideias e atitudes conformis-
tas.
Você se julga um tanto bom e até perfeito  convencer o público sobre a importância dos deveres
Por qualquer coisa deita logo falação cívicos.
Mas eu conheço bem o seu defeito  relacionar o discurso religioso à resolução de proble-
e não vou fazer segredo não mas sociais.
 questionar o valor atribuído pela população às festas
Você é visto toda sexta no Joá populares.
e não é só no Carnaval que vai pros bailes se acabar  defender uma postura coletiva indiferente aos valores
Fim de semana você deixa a companheira dominantes.
e no bar com os amigos bebe bem a noite inteira
Questão 20

Segunda-feira chega na repartição Retrato de homem


pede dispensa para ir ao oculista
e vai curar sua ressaca simplesmente A paisagem estrita
Você não passa de um falso moralista ao apuro do muro
NELSON SARGENTO. Sonho de um sambista. São Paulo: Eldorado, 1979. feito vértebra a vértebra
As letras de samba normalmente se caracterizam por apre- e escuro.
sentarem marcas informais do uso da língua. Nessa letra de
Nelson Sargento, são exemplos dessas marcas A geração dos pelos
 “falação” e “pros bailes”. sobre a casca e os rostos
 “você” e “teatro de revista”. em seus diques de sombra
 “perfeito” e “Carnaval”. repostos.
 “bebe bem” e “oculista”.
 “curar” e “falso moralista” Os poços com seu lodo
de ira e de tensão:
Questão 19 entre cimento e fronte
Comportamento geral – um vão.

Você deve estampar sempre um ar de alegria As setas se atiram


E dizer: tudo tem melhorado às margens de ninguém,
Você deve rezar pelo bem do patrão ilesas a si mesmas
E esquecer que está desempregado retêm.

Você merece
Compassos de evasão
Você merece
entre falange e rua
Tudo vai bem, tudo legal
sondando a solitude
Cerveja, samba, e amanhã, seu Zé
nua.
Se acabarem com teu carnaval

E na armadura de coisa
Você deve aprender a baixar a cabeça
salobra, um só segredo:
E dizer sempre: muito obrigado
a polpa toda é fruição
São palavras que ainda te deixam dizer
de medo.
Por ser homem bem disciplinado

Deve pois só fazer pelo bem da nação ARAÚJO, L.C. Cantochão. Belo Horizonte: Imprensa Publicações – Governo
do Estado de Minas Gerais, 1967.
Tudo aquilo que for ordenado
Pra ganhar um fuscão no juízo final
E diploma de bem-comportado

39
No poema, a descrição lírica do objeto representado é ori- Questão 22
entada por um olhar que
Vou-me embora p’ra Pasárgada foi o poema de mais longa
 desvela sentimentos de vazio e angústia sob a aparente
gestação em toda a minha obra. Vi pela primeira vez esse
austeridade.
nome Pasárgada quando tinha os meus dezesseis anos e foi
 expressa desilusão ante a possibilidade de superação
num autor grego. [...] Esse nome de Pasárgada, que significa
do sofrimento.
“campo dos persas” ou “tesouro dos persas”, suscitou na
 contrapõe a fragilidade emocional ao uso desmedido
minha imaginação uma paisagem fabulosa, um país de delí-
da força física.
cias, como o de L’invitation au Voyage, de Baudelaire. Mais
 associa a incomunicabilidade emocional às determina-
de vinte anos depois, quando eu morava só na minha casa
ções culturais.
da Rua do Curvelo, num momento de fundo desânimo, da
 privilegia imagens relacionadas à exposição do dina-
mais aguda sensação de tudo o que eu não tinha feito em
mismo urbano.
minha vida por motivo da doença, saltou-me de súbito do
Questão 21 subconsciente este grito estapafúrdio: “Vou-me embora p’ra
Estojo escolar Pasárgada!” Senti na redondilha a primeira célula de um
Rio de Janeiro – Noite dessas, ciscando num desses canais a poema, e tentei realizá-lo, mas fracassei. Alguns anos de-
cabo, vi uns caras oferecendo maravilhas eletrônicas, bas- pois, em idênticas circunstâncias de desalento e tédio, me
tava telefonar e eu receberia um notebook capaz de me ocorreu o mesmo desabafo de evasão da “vida besta”. Desta
ajudar a fabricar um navio, uma estação espacial. vez o poema saiu sem esforço como se já estivesse pronto
[...] Como pretendo viajar esses dias, habilitei-me a comprar dentro de mim. Gosto desse poema porque vejo nele, em
aquilo que os caras anunciavam como o top do top em ma- escorço, toda a minha vida; [...] Não sou arquiteto, como
téria de computador portátil. meu pai desejava, não fiz nenhuma casa, mas reconstruí e
No sábado, recebi um embrulho complicado que necessita- “não de uma forma imperfeita neste mundo de aparências’,
va de um manual de instruções para ser aberto. uma cidade ilustre, que hoje não é mais a Pasárgada de Ciro,
[...] De repente, como vem acontecendo nos últimos tempos, e sim a “minha” Pasárgada.
BANDEIRA, M. Itinerário da Pasárgada. Rio de Janeiro: Nova Fronteira;
houve um corte na memória e vi diante de mim o meu pri- Brasília: INL, 1984
meiro estojo escolar. Tinha 5 anos e ia para o jardim de Os processos de interação comunicativa preveem a presen-
infância. ça ativa de múltiplos elementos da comunicação, entre os
Era uma caixinha comprida, envernizada, com uma tampa quais se destacam as funções da linguagem. Nesse fragmen-
que corria nas bordas do corpo principal. Dentro, arruma- to, a função da linguagem predominante é
dos em divisões, havia lápis coloridos, um apontador, uma
lapiseira cromada, uma régua de 20 cm e uma borracha  emotiva, porque o poeta expõe os sentimentos de an-
para apagar meus erros. gústia que o levaram à criação poética.
[...] Da caixinha vinha um cheiro gostoso, cheiro que nunca  referencial, porque o texto informa sobre a origem do
esqueci e que me tonteava de prazer. [...] nome empregado em um famoso poema de Bandeira.
O notebook que agora abro é negro e, em matéria de cheiro,  metalinguística, porque o poeta tece comentários sobre
é abominável. Cheira vilmente a telefone celular, a cabine a gênese e o processo de escrita de um de seus poe-
de avião, a aparelho de ultrassonografia onde outro dia uma mas.
moça veio ver como sou por dentro. Acho que piorei de  poética, porque o texto aborda os elementos estéticos
estojo e de vida. de um dos poemas mais conhecidos de Bandeira.
CONY, C. H. Crônicas para ler na escola. São Paulo: Objetiva, 2009 (adaptado).
 apelativa, porque o poeta tenta convencer os leitores
No texto, há marcas da função da linguagem que nele pre-
sobre sua dificuldade de compor um poema.
domina. Essas marcas são responsáveis por colocar em foco
o(a)
 mensagem, elevando-a à categoria de objeto estético
do mundo das artes.
 código, transformando a linguagem utilizada no texto
na própria temática abordada.
 contexto, fazendo das informações presentes no texto
seu aspecto essencial.
 enunciador, buscando expressar sua atitude em rela-
ção ao conteúdo do enunciado.
 interlocutor, considerando-o responsável pelo direcio-
na mento dado à narrativa pelo enunciador.

40
Questão 23 Por ser múltipla e apresentar peculiaridades de acordo com
a intenção do emissor, a linguagem apresenta funções dife-
O Instituto de Arte de Chicago disponibilizou para visuali-
rentes. Nesse fragmento, predomina a função referencial da
zação on-line, compartilhamento ou download (sob licença
linguagem, porque há a presença de elementos que
Creative Commons), 44 mil imagens de obras de arte em
altíssima resolução, além de livros, estudos e pesquisas
 buscam convencer o leitor, incitando o uso do aplicati-
sobre a história da arte.
vo.
Para o historiador da arte, Bendor Grosvenor, o sucesso das
 definem o aplicativo, revelando o ponto de vista da
coleções on-line de acesso aberto, além de democratizar a
autora.
arte, vem ajudando a formar um novo público museológico.
 evidenciam a subjetividade, explorando a entonação
Grosvenor acredita que quanto mais pessoas forem expos-
emotiva.
tas à arte on-line, mais visitas pessoais acontecerão aos
 expõem dados sobre o aplicativo, usando linguagem
museus.
denotativa.
A coleção está disponível em seis categorias: paisagens
 objetivam manter um diálogo com o leitor, recorrendo
urbanas, impressionismo, essenciais, arte africana, moda e
a uma indagação.
animais. Também é possível pesquisar pelo nome da obra,
Questão 25
estilo, autor ou período. Para navegar pela imagem em alta
definição, basta clicar sobre ela e utilizar a ferramenta de A imagem da negra e do negro em produtos de beleza e
zoom. Para fazer o download, disponível para obras de a estética do racismo
domínio público, é preciso utilizar a seta localizada do lado
inferior direito da imagem. Resumo: Este artigo tem por finalidade discutir a represen-
Disponível em: www.revistabula.com. tação da população negra, especialmente da mulher negra,
Acesso em: 5 dez. 2018 (adaptado). em imagens de produtos de beleza presentes em comércios
A função da linguagem que predomina nesse texto se carac- do nordeste goiano. Evidencia-se que a presença de este-
teriza por reótipos negativos nessas imagens dissemina um imaginá-
 evidenciar a subjetividade da reportagem com base na rio racista apresentado sob a forma de uma estética racista
fala do historiador de arte. que camufla a exclusão e normaliza a inferiorização sofrida
 convencer o leitor a fazer o acesso on-line, levando-o a pelos(as) negros(as) na sociedade brasileira. A análise do
conhecer as obras de arte. material imagético aponta a desvalorização estética do
 informar sobre o acesso às imagens por meio da des- negro, especialmente da mulher negra, e a idealização da
crição do modo como acessá-las. beleza e do branqueamento a serem alcançados por meio
 estabelecer interlocução com o leitor, orientando-o a do uso dos produtos apresentados. O discurso midiático-
fazer o download das obras de arte. publicitário dos produtos de beleza rememora e legitima a
 enaltecer a arte, buscando popularizá-la por meio da prática de uma ética racista construída e atuante no cotidi-
possibilidade de visualização on-line. ano. Frente a essa discussão, sugere-se que o trabalho an-
Questão 24 tirracismo, feito nos diversos espaços sociais, considere o
uso de estratégias para uma “descolonização estética” que
Deficientes visuais já podem ir a algumas salas de cinema e empodere os sujeitos negros por meio de sua valorização
teatros para curtir, em maior intensidade, as atrações em estética e protagonismo na construção de uma ética da
cartaz. Quem ajuda na tarefa é o aplicativo Whatscine, re- diversidade.
cém-chegado ao Brasil e disponível para os sistemas opera- Palavras-chave: Estética, racismo, mídia, educação, diversi-
cionais iOS (Apple) ou Android (Google). Ao ser conectado à dade.
rede wi-fi de cinemas e teatros, o app sincroniza um áudio SANT'ANA, J. A imagem da negra e do negro em produtos de beleza e a
que descreve o que ocorre na tela ou no palco com o espe- estética do racismo. Dossiê: trabalho e educação básica. Margens Interdis-
táculo em andamento: o usuário, então, pode ouvir a narra- ciplinar. Versão digital. Abaetetuba, n. 16. jun. 2017 (adaptado).

ção em seu celular.


O programa foi desenvolvido por pesquisadores da Univer-
sidade Carlos III, em Madri. “Na Espanha, 200 salas de ci-
nema já oferecem o recurso e filmes de grandes estúdios já
são exibidos com o recurso do Whatscine!”, diz o brasileiro
Luis Mauch, que trouxe a tecnologia para o país. “No Brasil,
já fechamos parceria com a São Paulo Companhia de Dança
para adaptar os espetáculos deles! Isso já é um avanço.
Concorda?”
Disponível em: http://veja.abril.com.br. Acesso em 25 jun. 2014 (adaptado).

41
O cumprimento da função referencial da linguagem é uma Questão 27
marca característica do gênero resumo de artigo acadêmi-
14 coisas que você não deve jogar na privada
co. Na estrutura desse texto, essa função é estabelecida pela
Nem no ralo. Elas poluem rios, lagos e mares, o que conta-
mina o ambiente e os animais. Também deixa mais difícil
 impessoalidade, na organização da objetividade das
obter a água que nós mesmos usaremos. Alguns produtos
informações, como em “Este artigo tem por finalidade”
podem causar entupimentos:
e “Evidencia-se”.
- cotonete e fio dental;
 seleção lexical, no desenvolvimento sequencial do tex-
- medicamento e preservativo;
to, como em “imaginário racista” e “estética do negro”.
- óleo de cozinha;
 metaforização, relativa à construção dos sentidos figu-
- ponta de cigarro;
rados, como nas expressões “descolonização estética”
- poeira de varrição de casa;
e “discurso midiático-publicitário”.
- fio de cabelo e pelo de animais;
 nominalização, produzida por meio de processos deri-
- tinta que não seja à base de água;
vacionais na formação de palavras, como “inferioriza-
- querosene, gasolina, solvente, tíner.
ção” e “desvalorização”.
Jogue esses produtos no lixo comum. Alguns deles, como
 adjetivação, organizada para criar uma terminologia
óleo de cozinha, medicamento e tinta, podem ser levados a
antirracista, como em “ética da diversidade” e “desco-
pontos de coleta especiais, que darão a destinação final
lonização estética”.
adequada.
Questão 26 MORGADO, M.; EMASA. Manual de etiqueta. Planeta Sustentável, jul.-ago.
2013 (adaptado).
TEXTO I
O texto tem objetivo educativo. Nesse sentido, além do foco
Fundamentam-se as regras da Gramática Normativa nas
no interlocutor, que caracteriza a função conativa da lin-
obras dos grandes escritores, em cuja linguagem as classes
guagem, predomina também nele a função referencial, que
ilustradas põem o seu ideal de perfeição porque nela é que
busca
se espelha o que o uso idiomático estabilizou e consagrou.
LIMA, C. H. R. Gramática normativa da língua portuguesa. Rio de Janeiro:
José Olympio. 1989.  despertar no leitor sentimentos de amor pela natureza,
TEXTO II induzindo-o a ter atitudes responsáveis que beneficia-
Gosto de dizer. Direi melhor: gosto de palavrar. As palavras rão a sustentabilidade do planeta.
são para mim corpos tocáveis, sereias visíveis, sensualida-  informar o leitor sobre as consequências da destinação
des incorporadas. Talvez porque a sensualidade real não inadequada do lixo, orientando-o sobre como fazer o
tem para mim interesse de nenhuma espécie – nem sequer correto descarte de alguns dejetos.
mental ou de sonho –, transmudou-se-me o desejo para  transmitir uma mensagem de caráter subjetivo, mos-
aquilo que em mim cria ritmos verbais, ou os escuta de trando exemplos de atitudes sustentáveis do autor do
outros. Estremeço se dizem bem. Tal página de Fialho, tal texto em relação ao planeta.
página de Chateaubriand, fazem formigar toda a minha vida  estabelecer uma comunicação com o leitor, procurando
em todas as veias, fazem-me raivar tremulamente quieto de certificar-se de que a mensagem sobre ações de sus-
um prazer inatingível que estou tendo. Tal página, até, de tentabilidade está sendo compreendida.
Vieira, na sua fria perfeição de engenharia sintáctica, me faz  explorar o uso da linguagem, conceituando detalhada-
tremer como um ramo ao vento, num delírio passivo de mente os termos utilizados de forma a proporcionar
coisa movida. melhor compreensão do texto.
PESSOA, F. O livro do desassossego. São Paulo: Brasiliense, 1986.
A linguagem cumpre diferentes funções no processo de
comunicação. A função que predomina nos textos I e II

 destaca o “como” se elabora a mensagem, consideran-


do-se a seleção, combinação a sonoridade do texto.
 coloca o foco no “com o que" se constrói a mensagem,
sendo o código utilizado o seu próprio objeto.
 focaliza o “quem" produz a mensagem, mostrando seu
posicionamento e suas impressões pessoais.
 orienta-se no “para quem” se dirige a mensagem, esti-
mulando a mudança de seu comportamento.
 enfatiza sobre “o quê” versa a mensagem, apresentada
com palavras precisas e objetivas.

42
Questão 28 Questão 29
Lusofonia
rapariga: s.f., fem. de rapaz: mulher nova; moça; menina;
(Brasil), meretriz.
Escrevo um poema sobre a rapariga que está sentada no
café, em frente da chávena de café, enquanto
alisa os cabelos com a mão. Mas não posso escrever este
poema sobre essa rapariga porque, no brasil, a palavra
rapariga não quer dizer o que ela diz em portugal. Então,
terei de escrever a mulher nova do café, a jovem do café,
a menina do café, para que a reputação da pobre rapariga
que alisa os cabelos com a mão, num café de lisboa, não
fique estragada para sempre quando este poema atravessar
o atlântico para desembarcar no rio de janeiro. E isto tudo
sem pensar em áfrica, porque aí lá terei
de escrever sobre a moça do café, para
evitar o tom demasiado continental da rapariga, que é
uma palavra que já me está a pôr com dores
de cabeça até porque, no fundo, a única coisa que eu queria
era escrever um poema sobre a rapariga do
café. A solução, então, é mudar de café, e limitar-me a
escrever um poema sobre aquele café onde nenhuma rapa-
riga se Os objetivos que motivam os seres humanos a estabelecer
pode sentar à mesa porque só servem café ao balcão. comunicação determinam, em uma situação de interlocu-
JÚDICE, N. Matéria do Poema. Lisboa: D. Quixote, 2008.
O texto traz em relevo as funções metalinguística e poética. ção, o predomínio de uma ou de outra função de linguagem.
Seu caráter metalinguístico justifica-se pela Nesse texto, predomina a função que se caracteriza por
 discussão da dificuldade de se fazer arte inovadora no  tentar persuadir o leitor acerca da necessidade de se
mundo contemporâneo. tomarem certas medidas para a elaboração de um li-
 defesa do movimento artístico da pós-modernidade, vro.
típico do século XX.  enfatizar a percepção subjetiva do autor, que projeta
 abordagem de temas do cotidiano, em que a arte se para sua obra seus sonhos e histórias.
volta para assuntos rotineiros.  apontar para o estabelecimento de interlocução de
 tematização do fazer artístico, pela discussão do ato de modo superficial e automático, entre o leitor e o livro.
construção da própria obra.  fazer um exercício de reflexão a respeito dos princípios
 valorização do efeito de estranhamento causado no que estruturam a forma e o conteúdo de um livro.
público, o que faz a obra ser reconhecida.  retratar as etapas do processo de produção de um li-
vro, as quais antecedem o contato entre leitor e obra.

43
Questão 30 No diálogo, descortinam-se aspectos da condição da mulher
em meados do século XIX. O ponto de vista dos personagens
Desabafo
manifesta conceitos segundo os quais a mulher
Desculpem-me, mas não dá pra fazer uma cronicazinha
divertida hoje. Simplesmente não dá. Não tem como disfar-
 encontra um modo de dignificar-se na prática da cari-
çar: esta é uma típica manhã de segunda-feira. A começar
dade.
pela luz acesa da sala que esqueci ontem à noite. Seis reca-
 preserva a aparência jovem conforme seu estilo de vi-
dos para serem respondidos na secretária eletrônica. Reca-
da.
dos chatos. Contas para pagar que venceram ontem. Estou
 condiciona seu bem-estar à estabilidade do casamento.
nervoso. Estou zangado.
CARNEIRO, J.E. Veja, 11 set. 2002 (fragmento)  tem sua identidade e seu lugar referendados pelo ho-
Nos textos em geral, é comum a manifestação simultânea de mem.
várias funções da linguagem, com predomínio, entretanto,  renuncia à sua participação no mercado de trabalho.
de uma sobre as outras. No fragmento da crônica Desabafo, Questão 32
a função de linguagem predominante é a emotiva ou ex- Naquele tempo, ltaguaí, que, como as demais vilas, arraiais
pressiva, pois e povoações da colônia, não dispunha de imprensa, tinha
 o discurso do enunciador tem como foco o próprio có- dois modos de divulgar uma notícia; ou por meio de carta-
digo. zes manuscritos e pregados na porta da Câmara, e da ma-
 a atitude do enunciador se sobrepõe àquilo que está triz; – ou por meio de matraca.
sendo dito. Eis em que consistia este segundo uso. Contratava-se um
 o interlocutor é o foco do enunciador na construção da homem, por um ou mais dias, para andar as ruas do povoa-
mensagem. do, com uma matraca na mão. De quando em quando tocava
 o referente é o elemento que se sobressai em detri- a matraca, reunia-se gente, e ele anunciava o que lhe in-
mento dos demais. cumbiam, – um remédio para sezões, umas terras lavradias,
 o enunciador tem como objetivo principal a manuten- um soneto, um donativo eclesiástico, a melhor tesoura da
ção da comunicação. vila, o mais belo discurso do ano, etc. O sistema tinha incon-
Questão 31 venientes para a paz pública; mas era conservado pela
grande energia de divulgação que possuía. Por exemplo, um
Singular ocorrência dos vereadores desfrutava a reputação de perfeito educa-
dor de cobras e macacos, e aliás nunca domesticara um só
– Há ocorrências bem singulares. Está vendo aquela dama desses bichos; mas tinha o cuidado de fazer trabalhar a
que vai entrando na igreja da Cruz? Parou agora no adro matraca todos os meses. E dizem as crônicas que algumas
para dar uma esmola. pessoas afirmavam ter visto cascavéis dançando no peito
– De preto? do vereador; afirmação perfeitamente falsa, mas só devida à
– Justamente; lá vai entrando; entrou. absoluta confiança no sistema. Verdade, verdade, nem todas
– Não ponha mais na carta. Esse olhar está dizendo que a as instituições do antigo regímen mereciam o desprezo do
dama é uma recordação de outro tempo, e não há de ser nosso século.
muito tempo, a julgar pelo corpo: é moça de truz. ASSIS, M. O alienista. Disponível em: www.dominiopublico.gov.br. Acesso
– Deve ter quarenta e seis anos. em: 2 jun. 2019 (adaptado).
– Ah! Conservada. Vamos lá; deixe de olhar para o chão e O fragmento faz uma referência irônica a formas de divul-
conte-me tudo. Está viúva, naturalmente? gação e circulação de informações em uma localidade sem
– Não. imprensa. Ao destacar a confiança da população no sistema
– Bem; o marido ainda vive. É velho? da matraca, o narrador associa esse recurso à disseminação
– Não é casada. de
– Solteira?  campanhas políticas.
– Assim, assim. Deve chamar-se hoje D. Maria de tal. Em  anúncios publicitários.
1860 florescia com o nome familiar de Marocas. Não era  notícias de apelo popular.
costureira, nem proprietária, nem mestra de meninas; vá  informações não fidedignas.
excluindo as profissões e chegará lá. Morava na Rua do  serviços de utilidade pública.
Sacramento. Já então era esbelta, e, seguramente, mais linda
do que hoje; modos sérios, linguagem limpa.
ASSIS, M. Machado de Assis: seus 30 melhores contos, Rio de Janeiro: Aguilar, 1961.

44
Questão 33 Questão 34
TEXTO I A volta do marido pródigo
Correu à sala dos retratos, abriu o piano, sentou-se e es- – Bom dia, seu Marrinha! Como passou de ontem?
palmou as mãos no teclado. Começou a tocar alguma coisa – Bem. Já sabe, não é? Só ganha meio dia. [...]
própria, uma inspiração real e pronta, uma polca, uma polca Lá além, Generoso cotuca Tercino:
buliçosa, como dizem os anúncios. Nenhuma repulsa da – [...] Vai em festa, dorme que-horas, e, quando chega, ainda
parte do compositor; os dedos iam arrancando as notas, é todo enfeitado e salamistrão!...
ligando-as, meneando-as; dir-se-ia que a musa compunha e – Que é que hei de fazer, seu Marrinha... Amanheci com uma
bailava a um tempo. [...] Compunha só, teclando ou escre- nevralgia... Fiquei com cisma de apanhar friagem...
vendo, sem os vãos esforços da véspera, sem exasperação, – Hum...
sem nada pedir ao céu, sem interrogar os olhos de Mozart. – Mas o senhor vai ver como eu toco o meu serviço e ainda
Nenhum tédio. Vida, graça, novidade, escorriam-lhe da alma faço este povo trabalhar...
como de uma fonte perene. [...]
ASSIS, M. Um homem célebre. Disponível em: www.biblio.com.br. Acesso
em: 2 jun. 2019.
Pintão suou para desprender um pedrouço, e teve de pular
Texto II para trás, para que a laje lhe não esmagasse um pé.
Um homem célebre expõe o suplício do músico popular que Pragueja:
busca atingir a sublimidade da obra-prima clássica, e com – Quem não tem brio engorda!
ela a galeria dos imortais, mas que é traído por uma dispo- – É... Esse sujeito só é isso, e mais isso... – opina Sidu.
sição interior incontrolável que o empurra implacavelmen- – Também, tudo p’ra ele sai bom, e no fim dá certo...
te na direção oposta. Pestana, célebre nos saraus, salões, – diz Correia, suspirando e retomando o enxadão. – “P’ra
bailes e ruas do Rio de Janeiro por suas composições irre- uns, as vacas morrem ... p’ra outros até boi pega a parir...”.
sistivelmente dançantes, esconde-se dos rumores à sua Seu Marra já concordou:
volta num quarto povoado de ícones da grande música eu- – Está bem, seu Laio, por hoje, como foi por doença, eu
ropeia, mergulha nas sonatas do classicismo vienense, pre- aponto o dia todo. Que é a última vez!... E agora, deixa de
para-se para o supremo salto criativo e, quando dá por si, é conversa fiada e vai pegando a ferramenta!
ROSA, J. G. Sagarana. Rio de Janeiro: José Olympio, 1967.
o autor de mais uma inelutável e saltitante polca.
WISNIK, J. M. Machado maxixe: o caso Pestana. Teresa: revista de literatura
Esse texto tem importância singular como patrimônio lin-
brasileira, 2004 (adaptado). guístico para a preservação da cultura nacional devido
O conto de Machado de Assis faz uma referência velada ao
maxixe, gênero musical inicialmente associado à escravidão  à menção a enfermidades que indicam falta de cuidado
e à mestiçagem. No Texto II, o conflito do personagem em pessoal.
compor obras do gênero é representativo da  à referência a profissões já extintas que caracterizam a
vida no campo.
 pouca complexidade musical das composições ajusta-  aos nomes de personagens que acentuam aspectos de
das ao gosto do grande público. sua personalidade.
 prevalência de referências musicais africanas no ima-  ao emprego de ditados populares que resgatam memó-
ginário da população brasileira. rias e saberes coletivos.
 incipiente atribuição de prestígio social a músicas ins-  às descrições de costumes regionais que desmistificam
trumentais feitas para a dança. crenças e superstições.
 tensa relação entre o erudito e o popular na constitui- Questão 35
ção da música brasileira.
 importância atribuída à música clássica na sociedade – O senhor pensa que só porque o deixaram morar neste
brasileira do século XIX. país pode logo ir fazendo o que quer? Nunca ouviu falar
num troço chamado autoridades constituídas? Não sabe
que tem de conhecer as leis do país? Não sabe que existe
uma coisa chamada Exército Brasileiro, que o senhor tem
de respeitar? Que negócio é esse? [...] Eu ensino o senhor a
cumprir a lei, ali no duro: “dura lex”! Seus filhos são uns
moleques e outra vez que eu souber que andaram incomo-
dando o General, vai tudo em cana. Morou? Sei como tratar
gringos feito o senhor. [...] Foi então que a mulher do vizi-
nho do General interveio: – Era tudo que o senhor tinha a
dizer a meu marido? O delegado apenas olhou-a, espantado

45
com o atrevimento. – Pois então fique sabendo que eu tam- guém não a possa mais amar. Eu amo-a. Amo-a quando a
bém sei tratar tipos como o senhor. Meu marido não é grin- vejo por trás das grades de um palácio, onde se refugiou
go nem meus filhos são moleques. Se por acaso importuna- princesa, chegada pelos caminhos da dor. Quando fora do
ram o General, ele que viesse falar comigo, pois o senhor reino sente o mundo de mil lanças, e selvagem prepara-se,
também está nos importunando. E fique sabendo que sou posta no olhar. Amo-a quando criança brinca na areia sem
brasileira, sou prima de um Major do Exército, sobrinha de medo. Uns pés descalços, uma mulher sem intenções. Cer-
um Coronel, e filha de um General! Morou? Estarrecido, o cada de mundo, às vezes sofrendo-o ainda.
delegado só teve força para engolir em seco e balbuciar CANÇADO, M. L. O sofredor do ver. Belo Horizonte: Autêntica, 2015.
humildemente: – Da ativa, minha senhora?. Ao descrever uma mulher internada em um hospital psiqui-
SABINO, F. A mulher do vizinho. In: Os melhores contos. Rio de Janeiro: átrico, o narrador compõe um quadro que expressa sua
Record, 1986. percepção
A representação do discurso intimidador engendrada no
 irônica quanto aos efeitos do abandono familiar.
fragmento é responsável por
 resignada em face dos métodos terapêuticos em vigor.
 ironizar atitudes e ideias xenofóbicas.
 alimentada pela imersão lírica no espaço da segrega-
 conferir à narrativa um tom anedótico.
ção.
 dissimular o ponto de vista do narrador.
 inspirada pelo universo pouco conhecido da mente
 acentuar a hostilidade das personagens.
humana.
 exaltar relações de poder estereotipadas.
 demarcada por uma linguagem alinhada à busca da
Questão 36
lucidez.
Seus primeiros anos de detento foram difíceis; aos poucos Questão 38
entendeu como o sistema funciona. Apanhou dezenas de
vezes, teve o crânio esmagado, o maxilar deslocado, braços Não que Pelino fosse químico, longe disso; mas era sábio,
e pernas quebrados; por fim, um dia ficou lesionado da era gramático. Ninguém escrevia em Tubiacanga que não
perna quando foi jogado da laje de um pavilhão. Nem todas levasse bordoada do Capitão Pelino, e mesmo quando se
as vezes ele soube por que apanhou, muito menos da últi- falava em algum homem notável lá no Rio, ele não deixava
ma, quando foi deixado para morrer, mas sobreviveu. Seu de dizer: “Não há dúvida! O homem tem talento, mas escre-
corpo, moído no inferno, aguarda o fim dos seus dias. Já não ve: ‘um outro’, ‘de resto’...” E contraía os lábios como se
questiona mais. Obedece. Cumpre as ordens. Baixa a cabeça tivesse engolido alguma cousa amarga.
e se retira. Apanha, às vezes com motivo, às vezes sem. Por Toda a vila de Tubiacanga acostumou-se a respeitar o sole-
onde passou, derramaram seu sangue. Seu rastro pode ser ne Pelino, que corrigia e emendava as maiores glórias naci-
seguido. Intriga ter sobrevivido durante tantos anos. Pou- onais. Um sábio...
quíssimos chegaram à terceira idade encarcerados. Ao entardecer, depois de ler um pouco o Sotero, o Candido
MAIA, A. P. Assim na terra como embaixo da terra. Rio de Janeiro: Record de Figueiredo ou o Castro Lopes, e de ter passado mais uma
2017 vez a tintura nos cabelos, o velho mestre-escola saía vaga-
A narrativa concentra sua força expressiva no manejo de rosamente de casa, muito abotoado no seu paletó de brim
recursos formais e numa representação ficcional que mineiro, e encaminhava-se para a botica do Bastos a dar
 buscam perpetuar visões do senso comum. dous dedos de prosa. Conversar é um modo de dizer, por-
 trazem à tona atitudes de um estado de exceção. que era Pelino avaro de palavras, limitando-se tão-somente
 promovem a interlocução com grupos silenciados. a ouvir. Quando, porém, dos lábios de alguém escapava a
 inspiram o sentimento de justiça por meio da empatia. menor incorreção de linguagem, intervinha e emendava.
 recorrem ao absurdo como forma de traduzir a reali- “Eu asseguro, dizia o agente do Correio, que…” Por aí, o
dade. mestre-escola intervinha com mansuetude evangélica: “Não
Questão 37 diga ‘asseguro’, Senhor Bernardes; em português é garan-
to”.
Introdução a Alda E a conversa continuava depois da emenda, para ser de
Dizem que ninguém mais a ama. Dizem que foi uma boa novo interrompida por uma outra. Por essas e outras, hou-
pessoa. Sua filha de doze anos não a visita nunca e talvez ve muitos palestradores que se afastaram, mas Pelino, indi-
raramente se lembre dela. Puseram-na numa cidade triste ferente, seguro dos seus deveres, continuava o seu aposto-
de uniformes azuis e jalecos brancos, de onde não pôde lado de vernaculismo.
mais sair. Lá, todos gritam-lhe irritados, mal se aproxima, BARRETO, L. A Nova Califórnia. Disponível em:
www.dominiopublico.gov.br. Acesso em: 24 jul. 2019.
ou lhe batem, como se faz com sacos de areia para treinar
os músculos.
Sei que para todos ela já não é, e ninguém lhe daria uma
maçã cheirosa, bem vermelha. Mas não é verdade que al-

46
Do ponto de vista linguístico, a defesa da norma-padrão Questão 40
pelo personagem caracteriza-se por Um asteroide de cerca de um mil metros de diâmetro, via-
 contestar o ensino de regras em detrimento do conte- jando a 288 mil quilômetros por hora, passou a uma distân-
údo das informações.
cia insignificante – em termos cósmicos – da Terra, pouco
 resgatar valores patrióticos relacionados às tradições
da língua portuguesa. mais do dobro da distância que nos separa da Lua. Segundo
 adotar uma perspectiva complacente em relação aos os cálculos matemáticos, o asteroide cruzou a órbita da
desvios gramaticais. Terra e somente não colidiu porque ela não estava naquele
 invalidar os usos da língua pautados pelos preceitos da ponto de interseção. Se ele tivesse sido capturado pelo
gramática normativa. campo gravitacional do nosso planeta e colidido, o impacto
 desconsiderar diferentes níveis de formalidade nas equivaleria a 40 bilhões de toneladas de TNT, ou o equiva-
situações de comunicação.
lente à explosão de 40 mil bombas de hidrogênio, conforme

Questão 39 calcularam os computadores operados pelos astrônomos do
programa de Exploração do Sistema Solar da Nasa; se caísse
TEXTO I no continente, abriria uma cratera de cinco quilômetros, no
O mito da estiagem em São Paulo mínimo, e destruiria tudo o que houvesse num raio de mi-
Os estoques de água doce são inesgotáveis, na medida lhares de outros; se desabasse no oceano, provocaria ma-
em que são alimentados principalmente pelos oceanos, remotos que devastariam imensas regiões costeiras. Enfim,
infinitos via evaporação e precipitação, ou seja, pelo ciclo uma visão do Apocalipse.
hidrológico, que depende de forças físicas as quais o ho- Disponível em: http://bdjur.stj.jus.br. Acesso em: 23 abr. 2010.

mem nunca poderá interromper. Enquanto existirem, o Qual estratégia caracteriza o texto como uma notícia alar-
ciclo funcionará e os estoques de água doce nos continentes mante?
serão repostos indefinidamente.  A descrição da velocidade do asteroide.
Obviamente que a água não se distribui equitativamen-  A recorrência de formulações hipotéticas.
te pelo planeta. Há regiões com muita água, normalmente  A referência à opinião dos astrônomos.
na zona tropical, na qual a evaporação é maior, e regiões  A utilização da locução adverbial “no mínimo”.
áridas, onde, por razões específicas da dinâmica climática,  A comparação com a distância da Lua à Terra.
as taxas de evaporação são maiores do que a precipitação, Questão 41
gerando déficit de reposição de estoques de água doce. Coincidindo com o Dia Internacional dos Direitos da Infân-
Disponível em: www.cartanaescola.com.br. Acesso em: 17 jan. 2015 (adaptado).
cia, foram apresentados diversos trabalhos que mostram as
TEXTO II
mudanças que afetam a vida das crianças. Um desses estu-
O processo de sedimentação no fundo do lago de um
dos compara o que sonham e brincam as crianças hoje em
reservatório é um processo lento. Os sedimentos vão for-
relação às dos anos 1990. E o que se descobriu é que as
mando argila, que é uma rocha impermeável. Então, a água
crianças têm agora menos lazer e estão mais sobrecarrega-
daquele lago não vai alimentar os aquíferos. Mesmo tendo
das por deveres e atividades extracurriculares do que as de
muita quantidade de água superficial, ela não consegue
25 anos atrás. As crianças de hoje não só dedicam menos
penetrar no solo para alimentar os aquíferos. Se não for
tempo para brincar, como também, quando brincam, a mai-
usada no consumo, ela vai simplesmente evaporar e vai cair
oria não o faz com outras crianças no parque, na rua ou na
em outro lugar, levada pelas correntes aéreas. Isso é outro
praça, mas em casa e muitas vezes sozinhas. E já não brin-
motivo pelo qual os aquíferos não conseguem recuperar seu
cam tanto com brinquedos, mas com aparelhos eletrônicos,
nível, porque não recebem água.
Disponível em: www.jornalopcao.com.br. Acesso em 17 jan. 2015 (adaptado).
entre os quais predomina o jogo individual com a máquina.
OLIVA, M. P. O direto das crianças ao lazer... e a crescer sem carências. El
Os textos I e II abordam a situação dos reservatórios de
País, 20 nov. 2015 (adaptado).
água doce do planeta. Entretanto, a divergência entre eles
O texto indica que as transformações nas experiências lúdi-
está na ideia de que é possível
cas na infância
 manter os estoques de água doce.
 fomentaram as relações sociais entre as crianças.
 utilizar a água superficial para o consumo.
 tomaram o lazer uma prática difundida entre as crian-
 repor os estoques de água doce em regiões áridas.
ças.
 reduzir as taxas de precipitação e evaporação da água.
 incentivaram a criação de novos espaços para se diver-
 equalizar a distribuição de água doce nas diferentes
tir.
regiões.
 promoveram uma vivência corporal menos ativa.
 contribuíram para o aumento do tempo dedicado para
brincar.

47
Questão 42 como fruto de um imediatismo processual que celebra o
Thumbs Up alcance dos fins sem dimensionar a qualidade dos meios
Ponto positivo para o Facebook, que vai dar uma ajeitada na necessários para atingir determinado propósito. Tal conjun-
casa para, quem sabe, não ser mais conhecido como o espa- tura favorece a lei do menor esforço – a comodidade – e
ço da treta. Durante a F8, sua conferência anual, a empresa prejudica a lei do maior esforço – a dignidade.
anunciou a maior mudança de design do serviço em 5 anos. Como modelo alternativo à cultura fast, temos o movimento
Agora, o polêmico feed de notícias deixa de ser o protago- slow life, cujo propósito, resumidamente, é conscientizar as
nista, e o queridinho da rede social se torna o segmento de pessoas de que a pressa é inimiga da perfeição e do prazer,
Grupos (é o Orkut fazendo escola?). Segundo Mark Zucker- buscando assim reeducar seus sentidos para desfrutar me-
berg, mais de 1 bilhão de usuários mensais entram nessa lhor os sabores da vida.
SILVA, M. F. L. Boletim UFMG, n. 1749, set. 2011 (adaptado).
aba do aplicativo, e 400 mil deles já estão integrados em
Nesse artigo de opinião, a apresentação da letra da canção
grupos de “assuntos significativos”. O objetivo agora é au-
Sinal fechado é uma estratégia argumentativa que visa sen-
mentar o tráfego, oferecendo mais sugestões e ferramentas
sibilizar o leitor porque
especiais para quem gerencia essas comunidades. Além
 adverte sobre os riscos que o ritmo acelerado da vida
disso, o Marketplace, que já tem mais de 800 milhões de
oferece.
usuários, vai ganhar mais atenção e integração. Com isso,
 exemplifica o fato criticado no texto com uma situação
parece que há um novo padrão se montando na rede social:
concreta.
sai o feed, entra a segmentação, que pode ser uma boa porta
 contrapõe situações de aceleração e de serenidade na
para monetização nos próximos anos. No mesmo evento,
vida das pessoas.
Zuckerberg também disse que o futuro do Facebook é a
 questiona o clichê sobre a rapidez e a aceleração da
privacidade, mas não deu muitos detalhes de como vai pro-
vida moderna.
teger seus clientes daqui para frente. Evitar que vazamen-
 apresenta soluções para a cultura da correria que as
tos de dados dos usuários aconteçam é um bom começo.
pessoas vivenciam hoje.

O texto relata que uma rede social virtual realizará sua Questão 44
maior mudança de design dos últimos anos. Esse fato revela O skate apareceu como forma de vivência no lazer em perí-
que as tecnologias de informação e comunicação odos de baixa nas ondas e ficou conhecido como “surfinho”.
 buscam oferecer mais privacidade. No início foram utilizados eixos e rodinhas de patins prega-
 assimilam os comportamentos dos usuários. dos numa madeira qualquer, para sua composição, sendo as
 promovem maior interação em ambientes virtuais. rodas de borracha ou ferro. O grande marco na história do
 oferecem mais facilidades para obter cada vez mais skate ocorreu em 1974, quando o engenheiro químico cha-
lucro. mado Frank Nasworthy descobriu o uretano, material mais
 evoluem para ficar mais parecidas umas com as outras. flexível, que oferecia mais aderência às rodas. A dependên-
Questão 43 cia dos skatistas em relação a esse novo material igualmen-
te alavancou o surgimento de novas manobras e possibili-
Devagar, devagarinho tou a um maior número de pessoas inexperientes começar a
Desacelerar é preciso. Acelerar não é preciso. Afobados e prática dessa modalidade. O resultado foi a criação de cam-
voltados para o próprio umbigo, operamos, automatizados, peonatos, marcas, fábricas e lojas especializadas.
falas robóticas e silêncios glaciais. Ilustra bem esse estado ARMBRUST, I.; LAURO, F. A. A. O skate e suas possibilidades educacionais.
de espírito a música Sinal fechado (1969), de Paulinho da Motriz, jul.-set. 2010 (adaptado).
Viola. Trata-se da história de dois sujeitos que se encontram De acordo com o texto, diversos fatores ao longo do tempo
inesperadamente em um sinal de trânsito. A conversa entre  contribuíram para a democratização do skate.
ambos, porém, se deu rápida e rasteira. Logo, os persona-  evidenciaram as demandas comerciais dos skatistas.
gens se despedem, com a promessa de se verem em outra  definiram a carreira de skatista profissional.
oportunidade. Percebe-se um registro de comunicação va-  permitiram que a prática social do skate substituísse o
zia e superficial, cuja tônica foi o contato ligeiro e superfici- surfe.
al construído pelos interlocutores: “Olá, como vai? / Eu vou  indicaram a autonomia dos praticantes de skate.
indo, e você, tudo bem? / Tudo bem, eu vou indo correndo,
/ pegar meu lugar no futuro. E você? / Tudo bem, eu vou
indo em busca de um sono / tranquilo, quem sabe? / Quan-
to tempo... / Pois é, quanto tempo... / Me perdoe a pressa / é
a alma dos nossos negócios... / Oh! Não tem de quê. / Eu
também só ando a cem”.
O culto à velocidade, no contexto apresentado, se coloca

48
Questão 45 das pelo estereótipo do “bom negro”, Paulo César Lima foi
classificado como “jogador-problema”. Ele esboçava a revol-
Reaprender a ler notícias
ta da chibata no futebol brasileiro. Enquanto Barbosa e
Não dá mais para ler um jornal, revista ou assistir a um
Bigode, sem alternativa, suportaram o linchamento moral
telejornal da mesma forma que fazíamos até o surgimento
na derrota de 1950, Paulo César contra-atacava os que pre-
da rede mundial de computadores. O Observatório da Im-
tendiam condená-lo pelo insucesso de 1974. O jogador as-
prensa antecipou isso lá nos idos de 1996 quando cunhou o
sumia as cores e as causas defendidas pela esquadra dos
slogan “Você nunca mais vai ler jornal do mesmo jeito”. De
pretos em todas as esferas da vida social. “Sinto na pele esse
fato, hoje já não basta mais ler o que está escrito ou falado
racismo subjacente”, revelou à imprensa francesa: Isto é,
para estar bem informado. É preciso conhecer as entreli-
ninguém ousa pronunciar a palavra ‘racismo’. Mas posso
nhas e saber que não há objetividade e nem isenção absolu-
garantir que ele existe, mesmo na Seleção Brasileira”. Sua
tas, porque cada ser humano vê o mundo de uma forma
ousadia consistiu em pronunciar a palavra interdita no
diferente. Ter um pé atrás passou a ser a regra básica nú-
espaço simbólico do discurso oficial para reafirmar o mito
mero um de quem passa os olhos por uma primeira página,
da democracia racial.
capa de revista ou chamadas de um noticiário na TV.
Disponível em: https://observatorioracialfutebol.com.br. Acesso em: 22
Há uma diferença importante entre desconfiar de tudo e jun. 2019 (adaptado).
procurar ver o maior número possível de lados de um O texto atribui o enfraquecimento do mito da democracia
mesmo fato, dado ou evento. Apenas desconfiar não resolve racial no futebol à
porque se trata de uma atitude passiva. É claro, tudo come-  responsabilização de jogadores negros pela derrota na
ça com a dúvida, mas a partir dela é necessário ser proativo, final da Copa de 1950.
ou seja, investigar, estudar, procurar os elementos ocultos  projeção mundial da nação por um esporte antes des-
que sempre existem numa notícia. No começo é um esforço tinado aos pobres.
solitário que pode se tornar coletivo à medida que mais  depreciação de um esporte associado à marginal idade.
pessoas descobrem sua vulnerabilidade informativa.  interdição da palavra “racismo” no contexto esportivo.
Disponível em: www.observatoriodaimprensa.com.br. Acesso em 30 set.
 atitude contestadora de um “jogador-problema”.
2015 (adaptado).
Questão 47
No texto, os argumentos apresentados permitem inferir que
o objetivo do autor é convencer os leitores a Os velhos papéis, quando não são consumidos pelo fogo, às
vezes acordam de seu sono para contar notícias do passado.
 buscarem fontes de informação comprometidas com a É assim que se descobre algo novo de um nome antigo,
verdade. sobre o qual já se julgava saber tudo, como Machado de
 privilegiarem notícias veiculadas em jornais de grande Assis.
circulação. Por exemplo, você provavelmente não sabe que o autor
 adotarem uma postura crítica em relação às informa- carioca, morto em 1908, escreveu uma letra do hino nacio-
ções recebidas. nal em 1867 – e não poderia saber mesmo, porque os ver-
 questionarem a prática jornalística anterior ao surgi- sos seguiam inéditos. Até hoje.
mento da internet. Essa letra acaba de ser descoberta, em um jornal antigo de
 valorizarem reportagens redigidas com imparcialidade Florianópolis, pelo pesquisador independente Felipe Rissa-
diante dos fatos. to.
Questão 46 “Das florestas em que habito/ Solto um canto varonil:/ Em
honra e glória de Pedro/ O gigante do Brasil”, diz o começo
A história do futebol brasileiro contém, ao longo de um
do hino, composto de sete estrofes em redondilhas maiores,
século, registros de episódios racistas. Eis o paradoxo: se,
ou seja, versos de sete sílabas poéticas. O trecho também é
de um lado, a atividade futebolística era depreciada aos
o refrão da música.
olhos da “boa sociedade” como profissão destinada aos
O Pedro mencionado é o imperador Dom Pedro II. O bruxo
pobres, negros e marginais, de outro, achava-se investida
do Cosme Velho compôs a letra para o aniversário de 42
do poder de representar e projetara nação em escala mun-
anos do monarca, em 2 de dezembro daquele ano – o hino
dial. A Copa do Mundo no Brasil, em 1950, viria a se consti-
seria apresentado naquele dia no teatro da cidade de Des-
tuir, nesse sentido, em uma rara oportunidade. Contudo, na
terro, antigo nome de Florianópolis.
decisão contra o Uruguai sobreveio o inesperado revés. As
Disponível em: www.revistaprosaversoearte.com. Acesso em: 4 dez. 2018
crônicas esportivas elegiam o goleiro Barbosa e o defensor
Bigode como bodes expiatórios, “descarregando nas costas”
dos jogadores os “prejuízos’ da derrota. Uma chibata moral,
eis a sentença proferida no tribunal dos brancos. Nos anos
1970, por não atender às expectativas normativas suscita-

49
Considerando-se as operações de retomada de informações A resenha é, normalmente, um texto de base argumentativa.
na estruturação do texto, há interdependência entre as Na resenha do filme Son of Saul, o trecho da sequência ar-
expressões gumentativa que se constitui como opinião implícita é
 “Os velhos papéis” e “É assim”.  “[...] do estreante em longa-metragens László Nemes,
 “algo novo” e “sobre o qual”. vencedor do Grande Prêmio do Júri no último Festival
 “um nome antigo” e “Por exemplo”. de Cannes”.
 “O gigante do Brasil” e “O Pedro mencionado”.  “Ele é Saul (Géza Röhrig), um dos encarregados de
 “o imperador Dom Pedro II” e “O bruxo do Cosme Ve- conduzir as execuções de judeus [...]“.
lho”.  “[...] a câmera está o tempo todo com o personagem,
Questão 48 seja por sobre seus ombros, seja com um close [...]“.
 “Saul percorre diferentes divisões de Auschwitz à pro-
Intenso e original, Son of Saul retrata horror do holo-
cura de um rabino que possa conduzir o enterro da
causto
criança […]”.
Centenas de filmes sobre o holocausto já foram produzidos
 “[…] premiar uma abordagem tão ousada e radical co-
em diversos países do mundo, mas nenhum é tão intenso
mo Son of Saul não deixaria de ser um passo à frente
como o húngaro Son of Saul, do estreante em longa-
dos votantes”.
metragens László Nemes, vencedor do Grande Prêmio do
Questão 49
Júri no último Festival de Cannes.
Ao contrário da grande maioria das produções do gênero, O documentário O menino que fez um museu, direção de
que costuma oferecer uma variedade de informações didá- Sérgio Utsch, produção independente de brasileiros e britâ-
ticas e não raro cruza diferentes pontos de vista sobre o nicos, gravado no Nordeste em 2016, mais precisamente no
horror do campo de concentração, o filme acompanha ape- distrito Dom Quintino, zona rural do Crato, foi premiado em
nas um personagem. Londres, pela Foreign Press Association (FPA), a associação
Ele é Saul (Géza Röhrig), um dos encarregados de conduzir de correspondentes estrangeiros mais antiga do mundo,
as execuções de judeus como ele que, por um dia e meio, fundada em 1888.
luta obsessivamente para que um menino já morto – que De acordo com o diretor, O menino que fez um museu foi o
pode ou não ser seu filho – tenha um enterro digno e não único trabalho produzido por equipes fora do eixo Estados
seja simplesmente incinerado. Unidos-Europa entre os finalistas. O documentário conta a
O acompanhamento da jornada desse prisioneiro é no sen- história de um Brasil profundo, desconhecido até mesmo
tido mais literal que o cinema pode proporcionar: a câmera por muitos brasileiros. É apresentado com o carisma de
está o tempo todo com o personagem, seja por sobre seus Pedro Lucas Feitosa, 11 anos.
ombros, seja com um close em primeiro plano ou em sua Quando tinha 10 anos, Pedro Lucas criou o Museu de Luiz
visão subjetiva, O que se passa ao seu redor é secundário, Gonzaga, que fica no distrito de Dom Quintino. A ideia sur-
muitas vezes desfocado. giu após uma visita que o garoto fez, em 2013, quando tinha
Saul percorre diferentes divisões de Auschwilz à procura de 8 anos, ao Museu do Gonzagão, em Exu, Pernambuco. Pedro
um rabino que possa conduzir o enterro da criança, e por decidiu criar o próprio lugar de exposição para homenagear
isso pouco se envolve nos planos de fuga que os compa- o rei e o local escolhido foi a casa da sua bisavó já falecida,
nheiros tramam e, quando o faz, geralmente atrapalha. “Vo- que fica ao lado da casa dele, na rua Alto de Antena.
cê abandonou os vivos para cuidar de um morto”, acusa um Disponível em: www.opovo.com.br. Acesso em: 18 abr. 2018.
deles. No segundo parágrafo, uma citação afirma que o documen-
Ver toda essa via crucis é por vezes duro e exige certa en- tário “foi o único trabalho produzido por equipes fora do
trega do espectador, mas certamente é daquelas experiên- eixo Estados Unidos-Europa entre os finalistas”. No texto,
cias cinematográficas que permanecem na cabeça por mui- esse recurso expressa uma estratégia argumentativa que
to tempo. reforça a
O longa já está sendo apontado como o grande favorito ao  originalidade da iniciativa de homenagem á vida e à
Oscar de filme estrangeiro. Se levar a estatueta, certamente obra de Luiz Gonzaga.
não faltará quem diga que a Academia tem uma preferência  falta de concorrentes ao prêmio de uma das associa-
por quem aborda a 2ª Guerra. Por mais que exista uma dose ções mais antigas do mundo.
de verdade na afirmação, premiar uma abordagem tão ou-  proeza da premiação de uma história ambientada no
sada e radical como Son of Saul não deixaria de ser um pas- interior do Nordeste brasileiro.
so à frente dos votantes.  escassez de investimentos para a produção cinemato-
Carta Capital, n. 873, 22 out. 2015. gráfica independente no país.
 importância da parceria entre brasileiros e britânicos
para a realização das filmagens.

50
Questão 50 Questão 02
A vida às vezes é como um jogo brincado na rua: estamos A volta do marido pródigo
no último minuto de uma brincadeira bem quente e não – Bom dia, seu Marrinha! Como passou de ontem?
sabemos que a qualquer momento pode chegar um mais – Bem. Já sabe, não é? Só ganha meio dia. [...]
velho a avisar que a brincadeira já acabou e está na hora de Lá além, Generoso cotuca Tercino:
jantar. A vida afinal acontece muito de repente – nunca – [...] Vai em festa, dorme que-horas, e, quando chega, ainda
ninguém nos avisou que aquele era mesmo o último Carna- é todo enfeitado e salamistrão!...
val da Vitória. O Carnaval também chegava sempre de re- – Que é que hei de fazer, seu Marrinha... Amanheci com uma
pente. Nós, as crianças, vivíamos num tempo fora do tempo, nevralgia... Fiquei com cisma de apanhar friagem...
sem nunca sabermos dos calendários de verdade. [...] O “dia – Hum...
da véspera do Carnaval”, como dizia a avô Nhé, era dia de – Mas o senhor vai ver como eu toco o meu serviço e ainda
confusão com roupas e pinturas a serem preparadas, so- faço este povo trabalhar...
nhadas e inventadas. Mas quando acontecia era um dia [...]
rápido, porque os dias mágicos passam depressa deixando Pintão suou para desprender um pedrouço, e teve de pular
marcas fundas na nossa memória, que alguns chamam tam- para trás, para que a laje lhe não esmagasse um pé.
bém de coração. Pragueja:
ONDJAKI. Os da minha rua. Rio de Janeiro: Língua Geral, 2007. – Quem não tem brio engorda!
As significações afetivas engendradas no fragmento pres- – É... Esse sujeito só é isso, e mais isso... – opina Sidu.
supõem o reconhecimento da – Também, tudo p’ra ele sai bom, e no fim dá certo...
 perspectiva infantil assumida pela voz narrativa. – diz Correia, suspirando e retomando o enxadão. – “P’ra
 suspensão da linearidade temporal da narração. uns, as vacas morrem ... p’ra outros até boi pega a parir...”.
 tentativa de materializar lembranças da infância. Seu Marra já concordou:
 incidência da memória sobre as imagens narradas. – Está bem, seu Laio, por hoje, como foi por doença, eu
 alternância entre impressões subjetivas e relatos fac- aponto o dia todo. Que é a última vez!... E agora, deixa de
tuais. conversa fiada e vai pegando a ferramenta!
GRAMÁTICA/TEXTO – PARTE II ROSA, J. G. Sagarana. Rio de Janeiro: José Olympio, 1967.
Esse texto tem importância singular como patrimônio lin-
Questão 01
guístico para a preservação da cultura nacional devido
Qual a influência da comunicação nos fluxos migrató-  à menção a enfermidades que indicam falta de cuidado
rios? pessoal.
Denise Cogo, doutora em comunicação, discute a relação  à referência a profissões já extintas que caracterizam a
entre as tecnologias digitais e as migrações no mundo. vida no campo.
Para a especialista, grande parte das representações e das  aos nomes de personagens que acentuam aspectos de
experiências que conhecemos dos imigrantes chega pela sua personalidade.
mídia. “A mídia é mediadora das relações”, explica.  ao emprego de ditados populares que resgatam memó-
O imigrante não é só um sujeito econômico, mas, explica rias e saberes coletivos.
Cogo, um sujeito sociocultural. Portanto, a comunicação  às descrições de costumes regionais que desmistificam
integra a trajetória das migrações dentro de um processo crenças e superstições.
histórico. “Desde o planejamento e o estudo das políticas Questão 03
migratórias para o país de destino até o contato com amigos
e familiares, o encontro dos fluxos migratórios com as tec-
nologias digitais traz novas perspectivas para os sujeitos.
Também se abre a possibilidade para que, com um celular
na mão, os próprios imigrantes possam narrar suas histó-
rias, construindo novos caminhos”, analisa.
Disponível em: http://operamundi.uol.com.br. Acesso em: 6 dez. 2017
Ao trazer as novas perspectivas acionadas pelos sujeitos na
escrita de suas histórias, o texto apresenta uma visão posi-
tiva sobre a presença da(s)
 economia na formação cultural dos sujeitos.
Disponível em: www.comunicadores.info. Acesso em: 27 ago. 2017.
 manifestações isoladas nos processos de migração.
 narrações oficiais sobre os novos fluxos migratórios.
 abordagens midiáticas no tratamento das informações.
 tecnologias digitais nas formas de construção da reali-
dade.

51
Essa é uma campanha de conscientização sobre os efeitos Questão 05
do álcool na direção. Pela leitura do texto, depreende-se
que
 o álcool afeta os sentidos humanos, podendo provocar
a morte de pessoas inocentes.
 a bicicleta é um veículo de difícil visibilidade para os
motoristas alcoolizados.
 o recipiente da bebida pode ser usado como refletor da
imagem da criança.
 a visão do motorista alcoolizado fica turva após a in-
gestão de bebida.
 a bebida alcóolica é proibida a menores de idade.
Questão 04
Uma ouriça
Se o de longe esboça lhe chegar perto,
se fecha (convexo integral de esfera),
se eriça (bélica e multiespinhenta):
e, esfera e espinho, se ouriça à espera.
Mas não passiva (como ouriço na loca);
nem só defensiva (como se eriça o gato);
sim agressiva (como jamais o ouriço),
do agressivo capaz de bote, de salto Nessa tirinha, produzida na década de 1970, os recursos
(não do salto para trás, como o gato): verbais e não verbais sinalizam a finalidade de
daquele capaz de salto para o assalto.  reforçar a luta por direitos civis.
 explicitar a autonomia feminina.
Se o de longe lhe chega em (de longe),  ironizar as condições de igualdade.
de esfera aos espinhos, ela se desouriça.  estimular a abdicação da vida social.
Reconverte: o metal hermético e armado  criticar as obrigações da maternidade.
na carne de antes (côncava e propícia), Questão 06
e as molas felinas (para o assalto),
Chiquito tinha quase trinta quando conheceu Mariana num
nas molas em espiral (para o abraço).
MELO NETO, J. C. A educação pela pedra. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, baile de casamento na Forquilha, onde moravam uns paren-
1997. tes dele. Por lá foi ficando, remanchando. Fez mal à moça,
como costumavam dizer, tiveram de casar às pressas. Mo-
Com apuro formal, o poema tece um conjunto semântico rou uns tempos com o sogro, descombinaram. Foi só conta
que metaforiza a atitude feminina de de colher o milho e vender. Mudou pra casa do velho Chico
 tenacidade transformada em brandura. Lourenço [seu pai]. Fumaça própria só viu subir um par de
 obstinação traduzida em isolamento. anos depois, quando o pai repartiu as terras. De tão pareci-
 inércia provocada pelo desejo platônico. dos, pai e filho nunca combinaram direito. Cada qual mais
 irreverência cultivada de forma cautelosa. topetudo, muitas vezes dona Aparecida ouvia o marido
 desconfiança consumada pela intolerância. reclamar da natureza forte do filho. Ela escutava com paci-
ência e respondia dum jeito sempre igual:
— “Quem herda, não rouba”.
Vinha um brilho nos olhos, o velho se acalmava.
ROMANO, O. Casos de Minas. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1982.

Os ditados populares são frases de sabedoria criadas pelo


povo, utilizadas em várias situações da vida. Nesse texto, a
personagem emprega um ditado popular com a intenção de
 criticar a natureza forte do filho.
 justificar o gênio difícil de Chiquito.
 legitimar o direito do filho à herança.
 conter o ânimo violento de Chico Lourenço.
 condenar a agressividade do marido contra o filho.

52
Questão 07 Considerando os procedimentos argumentativos presentes
nesse texto, infere-se que o objetivo da autora é
O ouro do século 21
 valorizar a atitude do jogador ao aderir à moda dos
Cério, gadolínio, lutécio, promécio e érbio; sumário, térbio e
cabelos crespos.
disprósio; hólmio, túlio e itérbio. Essa lista de nomes esqui-
 problematizar percepções identitárias sobre padrões
sitos e pouco conhecidos pode parecer a escalação de um
de beleza.
time de futebol, que ainda teria no banco de reservas lantâ-
 apresentar as novas tendências da moda para os cabe-
nio, neodímio, praseodímio, európio, escândio e ítrio. Mas
los.
esses 17 metais, chamados de terras-raras, fazem parte da
 relatar sua experiência de redescoberta de suas ori-
vida de quase todos os humanos do planeta. Chamados por
gens.
muitos de “ouro do século 21”, “elementos do futuro” ou
 evidenciar a influência dos ídolos sobre as crianças.
“vitaminas da indústria”, eles estão nos materiais usados na
Questão 09
fabricação de lâmpadas, telas de computadores, tablets e
celulares, motores de carros elétricos, baterias e até turbi-
nas eólicas. Apesar de tantas aplicações, o Brasil, dono da
segunda maior reserva do mundo desses metais, parou de
extraí-los e usá-los em 2002. Agora, volta a pensar em re-
tomar sua exploração.
SILVEIRA, E. Disponível em: www.revistaplaneta.com.br. Acesso em: 6 dez.
As aspas sinalizam expressões metafóricas empregadas
intencionalmente pelo autor do texto para
 imprimir um tom irônico à reportagem.
 incorporar citações de especialistas à reportagem.
 atribuir maior valor aos metais, objeto da reportagem.
 esclarecer termos científicos empregados na reporta-
gem.
 marcar a apropriação de termos de outra ciência pela
reportagem.
Questão 08
A associação entre o texto verbal e as imagens da garrafa e
O craque crespo
do cão configura recurso expressivo que busca
Desde que Neymar despontou no futebol, uma de suas mar-
 estimular denúncias de maus-tratos contra animais.
cas registradas é o cabelo. Sempre com um visual novo a
 desvincular o conceito de descarte da ideia de negli-
cada campeonato. Mas nesses anos de carreira ainda faltava
gência.
o ídolo fazer uma aparição nos gramados com seu cabelo
 incentivar campanhas de adoção de animais em situa-
crespo natural, que ele assumiu recentemente para a ale-
ção de rua.
gria e a autoestima dos meninos cacheados que sonham ser
 sensibilizar o público em relação ao abandono de ani-
craques um dia.
mais domésticos.
É difícil assumir os cachos e abandonar a ditadura do ali-
 alertar a população sobre as sanções legais acerca de
samento em um mundo onde o cabelo liso é tido como o
uma prática criminosa.
padrão de beleza ideal. Quando conseguimos fazer a transi-
Questão 10
ção capilar, esse gesto nos aproxima da nossa real identida-
de e nos empodera. Falo por experiência própria. Passei 30 Blues da piedade
anos usando cabelos lisos e já nem me lembrava de como Vamos pedir piedade
eram meus fios naturais. Recuperar a textura crespa, para Senhor, piedade
além do cuidado estético, foi um ato político, de aceitação, Pra essa gente careta e covarde
de autorreconhecimento e de redescoberta da minha negri- Vamos pedir piedade
tude. Senhor, piedade
O discurso dos fios naturais tem ganhado uma representa- Lhes dê grandeza e um pouco de coragem
ção cada vez mais positiva, valorizando a volta dos cachos CAZUZA. Cazuza: o poeta não morreu. Rio de Janeiro: Universal Music,
2000 (fragmento).
sem cair no estereótipo do “exótico”, muito comum no Bra-
sil. O cabelo crespo, definitivamente, não é uma moda pas-
sageira. Torço que para Neymar também não seja.
Alexandra Loras é ex-consulesa da França em São Paulo, empresária, consul-
tora de empresas e autora de livros. LORAS, A. O craque crespo.

53
Todo gênero apresenta elementos constitutivos que condi- Questão 12
cionam seu uso em sociedade. A letra de canção identifica-
TEXTO I
se com o gênero ladainha, essencialmente, pela utilização
É pau, é pedra, é o fim do caminho
da sequência textual
É um resto de toco, é um pouco sozinho
 expositiva, por discorrer sobre um dado tema.
É um caco de vidro, é a vida, é o sol
 narrativa, por apresentar uma cadeia de ações.
É a noite, é a morte, é o laço, é o anzol
 injuntiva, por chamar o interlocutor à participação.
É peroba-do-campo, é o nó da madeira
 descritiva, por enumerar características de um perso-
Caingá, candeia, é o matita-pereira
nagem. TOM JOBIM. Águas de março. O Tom de Jobim e o tal de João Bosco
 argumentativa, por incitar o leitor a uma tomada de (disco de bolso). Salvador: Zen Produtora, 1972 (fragmento).
atitude. TEXTO II
Questão 11 A inspiração súbita e certeira do compositor serve ainda de
Estojo escolar exemplo do lema antigo: nada vem do nada. Para ninguém,
Rio de Janeiro – Noite dessas, ciscando num desses canais a nem mesmo para Tom Jobim. Duas fontes são razoavelmen-
cabo, vi uns caras oferecendo maravilhas eletrônicas, bas- te conhecidas. A primeira é o poema O caçador de esmeral-
tava telefonar e eu receberia um notebook capaz de me das, do mestre parnasiano Olavo Bilac: “Foi em março, ao
ajudar a fabricar um navio, uma estação espacial. findar da chuva, quase à entrada/ do outono, quando a ter-
[...] Como pretendo viajar esses dias, habilitei-me a comprar ra em sede requeimada/ bebera longamente as águas da
aquilo que os caras anunciavam como o top do top em ma- estação [...]”. E a outra é um ponto de macumba, gravado
téria de computador portátil. com sucesso por J. B. Carvalho, do Conjunto Tupi: “É pau, é
No sábado, recebi um embrulho complicado que necessita- pedra, é seixo miúdo, roda a baiana por cima de tudo”.
va de um manual de instruções para ser aberto. Combinar Olavo Bilac e macumba já seria bom; mas o que
[...] De repente, como vem acontecendo nos últimos tempos, se vê em Águas de março vai muito além: tudo se transfor-
houve um corte na memória e vi diante de mim o meu pri- ma numa outra coisa e numa outra música, que recompõem
meiro estojo escolar. Tinha 5 anos e ia para o jardim de o mundo para nós.
NESTROVSKI, A. O samba mais bonito do mundo. In: Três canções
infância.
de Tom Jobim.
Era uma caixinha comprida, envernizada, com uma tampa
Ao situar a composição no panorama cultural brasileiro, o
que corria nas bordas do corpo principal. Dentro, arruma-
Texto II destaca o(a)
dos em divisões, havia lápis coloridos, um apontador, uma
 diálogo que a letra da canção estabelece com diferentes
lapiseira cromada, uma régua de 20 cm e uma borracha
tradições da cultura nacional.
para apagar meus erros.
 singularidade com que o compositor converte referên-
[...] Da caixinha vinha um cheiro gostoso, cheiro que nunca
cias eruditas em populares.
esqueci e que me tonteava de prazer. [...]
 caráter inovador com que o compositor concebe o pro-
O notebook que agora abro é negro e, em matéria de cheiro,
cesso de criação artística.
é abominável. Cheira vilmente a telefone celular, a cabine
 relativização que a letra da canção promove na con-
de avião, a aparelho de ultrassonografia onde outro dia uma
cepção tradicional de originalidade.
moça veio ver como sou por dentro. Acho que piorei de
 resgate que a letra da canção promove de obras pouco
estojo e de vida.
conhecidas pelo público no país.
CONY, C. H. Crônicas para ler na escola. São Paulo: Objetiva, 2009
(adaptado).
No texto, há marcas da função da linguagem que nele pre-
domina. Essas marcas são responsáveis por colocar em foco
o(a)
 mensagem, elevando-a à categoria de objeto estético
do mundo das artes.
 código, transformando a linguagem utilizada no texto
na própria temática abordada.
 contexto, fazendo das informações presentes no texto
seu aspecto essencial.
 enunciador, buscando expressar sua atitude em rela-
ção ao conteúdo do enunciado.
 interlocutor, considerando-o responsável pelo direcio-
na mento dado à narrativa pelo enunciador.

54
Questão 13 Questão 14
Um amor desse
Era 24 horas lado a lado
Um radar na pele, aquele sentimento alucinado
Coração batia acelerado
Bastava um olhar pra eu entender
Que era hora de me entregar pra você
Palavras não faziam falta mais
Ah, só de lembrar do seu perfume
Que arrepio, que calafrio
Que o meu corpo sente
Nem que eu queira, eu te apago da minha mente

Ah, esse amor Disponível em: www.acnur.org. Acesso em: 11 dez. 2018.
Deixou marcas no meu corpo Nesse cartaz, o uso da imagem do calçado aliada ao texto
Ah, esse amor verbal tem o objetivo de
Só de pensar, eu grito, eu quase morro  criticar as difíceis condições de vida dos refugiados.
AZEVEDO, N.; LEÃO, W.; QUADROS, R. Coração pede socorro. Rio de Janei-  revelar a longa trajetória percorrida pelos refugiados.
ro: Som Livre, 2018 (fragmento).  incentivar a campanha de doações para os refugiados.
Essa letra de canção foi composta especialmente para uma  denunciar a situação de carência vivida pelos refugia-
campanha de combate à violência contra as mulheres, bus- dos.
cando conscientizá-las acerca do limite entre relacionamen-  simbolizar a necessidade de adesão à causa dos refugi-
to amoroso e relacionamento abusivo. Para tanto, a estraté- ados.
gia empregada na letra é a Questão 15
 revelação da submissão da mulher à situação de vio-
lência, que muitas vezes a leva à morte.
 ênfase na necessidade de se ouvirem os apelos da mu-
lher agredida, que continuamente pede socorro.
 exploração de situação de duplo sentido, que mostra
que atos de dominação e violência não configuram
amor.
 divulgação da importância de denunciar a violência
doméstica, que atinge um grande número de mulheres
no país.
 naturalização de situações opressivas, que fazem parte
da vida de mulheres que vivem em uma sociedade pa-
triarcal.

Disponível em: http://jconlineinteratividade.ne10.uol.com.br. Acesso em:


17 set. 2015.
Ao relacionar o problema da seca à inclusão digital, essa
charge faz uma crítica a respeito da
 dificuldade na distribuição de computadores nas áreas
rurais.
 capacidade das tecnologias em aproximar realidades
distantes.
 possibilidade de uso do computador como solução de
problemas sociais.
 ausência de políticas públicas para o acesso da popula-
ção a computadores.
 escolha das prioridades no atendimento às reais neces-
sidades da população.

55
Questão 16 Questão 17
Ed Mort só vai
Mort. Ed Mort. Detetive particular. Está na plaqueta. Tenho
um escritório numa galeria de Copacabana entre um flipe-
rama e uma loja de carimbos. Dá só para o essencial, um
telefone mudo e um cinzeiro. Mas insisto numa mesa e nu-
ma cadeira. Apesar do protesto das baratas. Elas não vence-
rão. Comprei um jogo de máscaras. No meu trabalho o dis-
farce é essencial. Para escapar dos credores. Outro dia en-
trei na sala e vi a cara do King Kong andando pelo chão. As
baratas estavam roubando as máscaras. Espisoteei meia
dúzia. As outras atacaram a mesa. Consegui salvar a minha
Bic e o jornal. O jornal era novo, tinha só uma semana. Mas
elas levaram a agenda. Saí ganhando. A agenda estava em
branco. Meu último caso fora com a funcionária do Erótica,
a primeira ótica da cidade com balconista topless. Acabara
mal. Mort. Ed Mort. Está na plaqueta.
VERISSIMO, L. F. Ed Mort: todas as histórias.
Porto Alegre: L&PM, 1997 (adaptado).
Nessa crônica, o efeito de humor é basicamente construído
por uma
 segmentação de enunciados baseada na descrição dos
hábitos do personagem. No texto, os recursos verbais e não verbais empregados têm
 ordenação dos constituintes oracionais na qual se des- por objetivo
taca o núcleo verbal.  divulgar informações científicas sobre o uso indiscri-
 estrutura composicional caracterizada pelo arranjo minado de aparelhos celulares.
singular dos períodos.  influenciar o leitor a mudar atitudes e hábitos conside-
 sequenciação narrativa na qual se articulam eventos rados prejudiciais às crianças.
absurdos.  relacionar o uso da tecnologia aos efeitos decorrentes
 seleção lexical na qual predominam informações re- da falta de exercícios físicos.
dundantes.  indicar medidas eficazes para desestimular utilização
de telefones pelo público infantil.
 sugerir aos pais e responsáveis a substituição de dis-
positivos móveis por atividades lúdicas.
Questão 18
O livro It – A Coisa, de Stephen King
Durante as férias escolares de 1958, em Derry, pacata cida-
dezinha do Maine, Bill, Richie, Stan, Mike, Eddie, Ben e Be-
verly aprenderam o real sentido da amizade, do amor, da
confiança e... do medo. O mais profundo e tenebroso medo.
Naquele verão, eles enfrentaram pela primeira vez a Coisa,
um ser sobrenatural e maligno, que deixou terríveis marcas
de sangue em Derry. Quase trinta anos depois, os amigos
voltam a se encontrar. Uma nova onda de terror tomou a
pequena cidade. Mike Hanlon, o único que permanece em
Derry, dá o sinal. Precisam unir forças novamente. A Coisa
volta a atacar e eles devem cumprir a promessa selada com
sangue que fizeram quando crianças. Só eles têm a chave do
enigma. Só eles sabem o que se esconde nas entranhas de
Derry. O tempo é curto, mas somente eles podem vencer a
Coisa. Em It – A Coisa, clássico de Stephen King em nova
edição, os amigos irão até o fim, mesmo que isso signifique
ultrapassar os próprios limites.
Disponível em: www.livrariacultura.com.br. Acesso em: 1 dez. 2017.

56
Relacionando-se os elementos que compõem esse texto, Questão 20
depreende-se que sua função social consiste em levar o
Certa vez minha mãe surrou-me com uma corda nodosa que
leitor a
me pintou as costas de manchas sangrentas. Moído, virando
 compreender a história vivenciada por amigos na cida-
a cabeça com dificuldade, eu distinguia nas costelas grandes
de de Derry.
lanhos vermelhos. Deitaram-me, enrolaram-me em panos
 interpretar a obra com base em uma descrição deta-
molhados com água de sal – e houve uma discussão na famí-
lhada.
lia. Minha avó, que nos visitava, condenou o procedimento
 avaliar a publicação com base em uma síntese crítica.
da filha e esta afligiu-se. Irritada, ferira-me à toa, sem que-
 adquirir a obra apresentada no site da livraria.
rer. Não guardei ódio a minha mãe: o culpado era o nó.
 argumentar em favor da obra resumida. RAMOS, G. Infância. Rio de Janeiro: Record, 1998.
Questão 19 Num texto narrativo, a sequência dos fatos contribui para a
A nossa emotividade literária só se interessa pelos popula- progressão temática. No fragmento, esse processo é indica-
res do sertão, unicamente porque são pitorescos e talvez do pela
não se possa verificar a verdade de suas criações. No mais é  alternância das pessoas do discurso que determinam o
uma continuação do exame de português, uma retórica foco narrativo.
mais difícil, a se desenvolver por este tema sempre o mes-  utilização de formas verbais que marcam tempos nar-
mo: Dona Dulce, moça de Botafogo em Petrópolis, que se rativos variados.
casa com o Dr. Frederico. O comendador seu pai não quer  indeterminação dos sujeitos de ações que caracterizam
porque o tal Dr. Frederico, apesar de doutor, não tem em- os eventos narrados.
prego. Dulce vai à superiora do colégio de irmãs. Esta es-  justaposição de frases que relacionam semanticamente
creve à mulher do ministro, antiga aluna do colégio, que os acontecimentos narrados.
arranja um emprego para o rapaz. Está acabada a história. É  recorrência de expressões adverbiais que organizam
preciso não esquecer que Frederico é moço pobre, isto é, o temporalmente a narrativa.
pai tem dinheiro, fazenda ou engenho, mas não pode dar Questão 21
uma mesada grande. TEXTO I
Está aí o grande drama de amor em nossas letras, e o tema O Estatuto do Idoso completou 15 anos em 2018 e só no
de seu ciclo literário. primeiro semestre o Disque 100 recebeu 16 mil denúncias
BARRETO, L. Vida e morte de MJ Gonzaga de Sá. Disponível em:
de violação de direitos dos idosos em todo o País.
www.brasiliana.usp.br. Acesso em: 10 ago. 2017.
Para especialistas da área, o aumento no número de denún-
Situado num momento de transição, Lima Barreto produziu
cias pode ser consequência do encorajamento dos mais
uma literatura renovadora em diversos aspectos. No frag-
velhos na busca pelos direitos. Mas também pode refletir
mento, esse viés se fundamenta na
uma onda crescente de violência na sociedade e dentro das
 releitura da importância do regionalismo.
próprias famílias.
 ironia ao folhetim da tradição romântica.
Políticas públicas mais eficazes no atendimento ao idoso
 desconstrução da formalidade parnasiana.
são o mínimo que um país deve estabelecer. O Brasil está
 quebra da padronização do gênero narrativo.
ficando para trás e é preciso levar em consideração que o
 rejeição à classificação dos estilos da época.
País envelhece (tendência mundial) sem estar preparado
para arcar com os desafios, como criar uma rede de prote-
ção, preparar os serviços de saúde pública e dar suporte às
famílias que precisam cuidar de seus idosos dependentes.
Disponível em: www.folhadelondrina.com.br. Acesso em: 9 dez. 2018
(adaptado).
TEXTO II

Disponível em: www.brasil.gov.br. Acesso em: 9 dez. 2018.

57
Na comparação entre os textos, conclui-se que as regras do Os pelos sensoriais das aranhas, que estão espalhados por
Estatuto do Idoso todo o corpo, funcionam como uma forma muito boa de
 apresentam vantagens em relação às de outros países. perceber o mundo e captar informações do ambiente. Em
 são ignoradas pelas famílias responsáveis por idosos. muitas espécies, esse tato por meio dos pelos tem papel
 alteram a qualidade de vida das pessoas com mais de mais importante que a própria visão, uma vez que muitas
60 anos. aranhas conseguem prender e atacar suas presas na com-
 precisam ser revistas em razão do envelhecimento da pleta escuridão. E por que os pelos humanos não são tão
população. eficientes como órgãos sensoriais como os das aranhas?
 contrastam com as condições de vida proporcionadas Primeiro, porque um ser humano tem em média 60 fios de
pelo País. pelo em cada cm² do corpo, enquanto algumas espécies de
Questão 22 aranha podem chegar a ter 40 mil pelos por cm²; segundo,
porque cada pelo das aranhas possui até 3 nervos para
A caolha
fazer a comunicação entre a sensação percebida e o cére-
A caolha era uma mulher magra, alta, macilenta, peito fun-
bro, enquanto nós, seres humanos, temos apenas 1 nervo
do, busto arqueado, braços compridos, delgados, largos nos
por pelo.
cotovelos, grossos nos pulsos; mãos grandes, ossudas, es-
Disponível em: http://cienciahoje.org.br. Acesso em: 11 dez. 2018 (adaptado).
tragadas pelo reumatismo e pelo trabalho; unhas grossas, Como estratégia de progressão do texto, o autor simula uma
chatas e cinzentas, cabelo crespo, de uma cor indecisa entre interlocução com o público leitor ao recorrer à
o branco sujo e o louro grisalho, desse cabelo cujo contato  revelação do “sentido-aranha” adquirido pelo super-
parece dever ser áspero e espinhento; boca descaída, numa herói como um sexto sentido.
expressão de desprezo, pescoço longo, engelhado, como o  caracterização do afeto do público pelo super-herói
pescoço dos urubus; dentes falhos e cariados. O seu aspecto marcado pela palavra “querido”.
infundia terror às crianças e repulsão aos adultos; não tanto  comparação entre os poderes do super-herói e as habi-
pela sua altura e extraordinária magreza, mas porque a lidades biológicas das aranhas.
desgraçada tinha um defeito horrível: haviam-lhe extraído o  pergunta retórica na introdução das causas da eficiên-
olho esquerdo; a pálpebra descera mirrada, deixando, con- cia do sistema sensorial das aranhas.
tudo, junto ao lacrimal, uma fístula continuamente porejan-  comprovação das diferenças entre a constituição física
te. Era essa pinta amarela sobre o fundo denegrido da do homem e da aranha por meio de dados numéricos.
olheira, era essa destilação incessante de pus que a tomava Questão 24
repulsiva aos olhos de toda a gente.
ALMEIDA, J. L. In: COSTA, F. M. (org.). Os melhores contos brasileiros de Toca a sirene na fábrica,
todos os tempos. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2009. e o apito como um chicote
Que procedimento composicional o narrador utiliza para bate na manhã nascente
caracterizar a aparência da personagem? e bate na tua cama
 A descrição marcada por adjetivações depreciativas. no sono da madrugada.
Ternuras da áspera lona
 A alternância dos tempos e modos verbais da narrati-
pelo corpo adolescente.
va. É o trabalho que te chama.
 A adoção de um ponto de vista centrado no medo das Às pressas tomas o banho,
crianças. tomas teu café com pão,
 A objetividade da correlação entre imperfeições físicas tomas teu lugar no bote
e morais. no cais do Capibaribe.
 A especificação da deformidade responsável pela fei- Deixas chorando na esteira
teu filho de mãe solteira.
ção assustadora. Levas ao lado a marmita,
Questão 23 contendo a mesma ração
A ciência do Homem-Aranha do meio de todo o dia,
a carne-seca e o feijão.
Muitos dos superpoderes do querido Homem-Aranha de
De tudo quanto ele pede
fato se assemelham às habilidades biológicas das aranhas e dás só bom-dia ao patrão,
são objeto de estudo para produção de novos materiais. e recomeças a luta
O “sentido-aranha” adquirido por Peter Parker funciona na engrenagem da fiação.
quase como um sexto sentido, uma espécie de habilidade MOTA, M. Canto ao meio. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1964.

premonitória e, por isso, soa como um mero elemento ficci-


onal. No entanto, as aranhas realmente têm um sentido
mais aguçado. Na verdade, elas têm um dos sistemas senso-
riais mais impressionantes da natureza.

58
Nesse texto, a mobilização do uso padrão das formas ver- A ideia de letramento compreende a alfabetização de forma
bais e pronominais processual. Pela leitura e análise do texto, para que o cida-
 ajuda a localizar o enredo num ambiente estático. dão entre efetivamente no mundo da escrita, a escola deve
 auxilia na caracterização física do personagem princi- dar condições a ele de
pal.  dar sentido ao que é lido.
 acrescenta informações modificadoras às ações dos  decodificar as palavras.
personagens.  expressar-se oralmente.
 alterna os tempos da narrativa, fazendo progredir as  assinar o próprio nome.
ideias do texto.  soletrar as palavras.
 está a serviço do projeto poético, auxiliando na distin- Questão 27
ção dos referentes.
Questão 25 ABL lança novo concurso cultural:
“Conte o conto sem aumentar um ponto”
Em razão da grande repercussão do concurso de Microcon-
tos do Twitter da ABL, o Abletras, a Academia Brasileira de
Letras lançou no dia do seu aniversário de 113 anos um
novo concurso cultural intitulado
“Conte o conto sem aumentar um ponto”, baseado na obra A
cartomante, de Machado de Assis. “Conte o conto sem au-
mentar um ponto” tem como objetivo dar um final distinto
do original ao conto A cartomante de Machado de Assis,
utilizando-se o mesmo número de caracteres – ou inferior –
que Machado concluiu eu trabalho, ou seja, 1 778 caracte-
res.
Vale ressaltar que, para participar do concurso, o concorrente deverá ser seguidor do
Twitter da ABL, o Abletras.
O Twitter é reconhecido por promover o compartilhamento
de textos. Nessa notícia, essa rede social foi utilizada como
veículo/suporte para um concurso literário por causa do(a)
Disponível em: http://arquivo-x.webnode.com. Acesso em: 5 dez. 2012.  limite predeterminado de extensão do texto.
Em sua conversa com o pai, Calvin busca persuadi-lo, recor-  interesse pela participação de jovens.
rendo à estratégia argumentativa de  atualidade do enredo proposto.
 mostrar que um bom trabalho como pai implica a valo-  fidelidade a fatos cotidianos.
rização por parte do filho.  dinâmica da sequência narrativa.
 apelar para a necessidade que o pai demonstra de ser Questão 28
bem-visto pela família.
 explorar a preocupação do pai com a própria imagem e TEXTO I
popularidade. A dupla Claudinho e Buchecha foi formada por dois amigos
 atribuir seu ponto de vista a terceiros para respaldar de infância que eram vizinhos na comunidade do Salgueiro.
suas intenções. Os cantores iniciaram sua carreira artística no início dos
 gerar um conflito entre a solicitação da mãe e os inte- anos 1990, cantando em bailes funk de São Gonçalo (RJ), e
resses do pai. fizeram muito sucesso com a música Fico assim sem você,
Questão 26 em 2002. Buchecha trabalhou por um bom tempo como
office boy e Claudinho atuou como peão de obras e vende-
Letramento entra em cena
dor ambulante.
Houve uma significativa mudança conceitual com a Disponível em: http://dicionariompb.com.br. Acesso em: 19 abr. 2018 (adaptado).
entrada em cena da ideia de letramento ou níveis de alfabe- TEXTO II
tismo, a partir da década de 1980. Trocando em miúdos, Ouvi a canção Fico assim sem você no rádio e me apaixonei
deixou-se de lado a divisão entre indivíduos alfabetizados instantaneamente. Quando isso acontece comigo, não posso
(capacitados para codificar e decodificar os elementos lin- fazer nada a não ser trazer a música pra perto de mim e
guísticos) e analfabetos. O letramento implica associar es- então começar a cantar e tocar sem parar, até que ela se
crita e leitura a práticas sociais que tenham sentido para torne minha. A canção caiu como uma luva no repertório do
aqueles que as utilizam, além de pressupor níveis de domí- disco e eu contava as horas pra poder gravá-la.
nio das práticas que exigem essas habilidades. CALCANHOTTO, A. Fico assim sem você. Disponível em:
BARROS, R. Disponível em: http://revistaeducacao.uol.com.br. Acesso em: www.adrianapartimpim.com.br.
1 ago. 2012 (adaptado).

59
A letra da canção Fico assim sem você, que circulava em Nesse texto, a função metalinguística tem papel fundamen-
meios populares, veiculada pela grande mídia, começou a tal, pois revela que o direito de o imigrante ser tratado co-
integrar o repertório de crianças cujas famílias tinham o mo refugiado no Brasil depende do(a)
hábito de ouvir o que é conhecido como MPB. O novo públi-  número de pedidos de refúgio já registrados no relató-
co que passou a conhecer e apreciar essa música revela a rio do Conare.
 legitimação de certas músicas quando interpretadas  compreensão que o Ministério da Justiça tem da pala-
por artistas de uma parcela específica da sociedade. vra “refugiado”.
 admiração pelas composições musicais realizadas por  crise humanitária que se abate sobre os países mais
sujeitos com pouca formação acadêmica. pobres do mundo.
 necessidade que músicos consagrados têm de buscar  profundidade da crise econômica pela qual passam
novos repertórios nas periferias. determinados países.
 importância dos meios de comunicação de massa na  autorização da Acnur, que gerencia a distribuição de
formação da música brasileira. refugiados pelos países.
 função que a indústria fonográfica ocupa em resgatar Questão 31
músicas da periferia.
Caminhando contra o vento,
Questão 29
Sem lenço e sem documento
Amor na escola
No sol de quase dezembro
Duas da madrugada. O casal que discute no andar de baixo
Eu vou
está tentando aprender. Eles pensavam que era só vestir
branco, caprichar na decoração e fazer os convites chega- O sol se reparte em crimes
rem a tempo. Mas não. Na escola, até logaritmo nos foi ensi- Espaçonaves, guerrilhas
nado. Decoramos a tabela periódica. Nos empurraram quí- Em cardinales bonitas
mica orgânica. Mas nada nos foi dito sobre o amor. Eu vou
GUERRA, C. Disponível em: http://vejabh.abriI.com.br. Acesso em: 19 nov. 2014.
Qual é o recurso que identifica esse texto como uma crôni- Em caras de presidentes
ca? Em grandes beijos de amor
 A referência a um fato do cotidiano na vida de um ca- Em dentes, pernas, bandeiras
sal. Bombas e Brigitte Bardot
 A marcação do tempo em “Duas da madrugada”. O sol nas bancas de revista
 A descrição do espaço em “andar de baixo”. Me enche de alegria e preguiça
 A enumeração de conteúdos escolares. Quem lê tanta notícia
 A utilização dupla da conjunção “mas”. Eu vou
VELOSO, C. Alegria, alegria. In: Caetano Veloso. São Paulo: Phillips, 1967
Questão 30 (fragmento).
O resgate de um barco com 25 imigrantes africanos na costa É comum coexistirem sequências tipológicas em um mesmo
do Maranhão reacendeu a discussão sobre o quanto o Brasil gênero textual. Nesse fragmento, os tipos textuais que se
estaria, cada vez mais, atraindo pessoas de outros países destacam na organização temática são
em busca de refúgio ou de melhores condições de vida.  descritivo e argumentativo, pois o enunciador detalha
O país recebeu 33 866 pedidos de refúgio de imigrantes no cada lugar por onde passa, argumentando contra a vio-
ano de 2017, segundo um relatório recente do Comitê Naci- lência urbana.
onal para os Refugiados (Conare), do Ministério da Justiça.  dissertativo e argumentativo, pois o enunciador apre-
A definição clássica de refugiado é “o imigrante que sofre de senta seu ponto de vista sobre as notícias relativas à
fundado temor de perseguição por motivos de raça, religião, cidade.
nacionalidade, grupo social ou opiniões políticas”.  expositivo e injuntivo, pois o enunciador fala de seus
No entanto, a Acnur, agência da ONU para refugiados, já tem estados físicos e psicológicos e interage com a mulher
um entendimento ampliado do que pode configurar um amada.
refugiado, incorporando também as características de uma  narrativo e descritivo, pois o enunciador conta sobre
crise humanitária: fome generalizada, ausência de acesso a suas andanças pelas ruas da cidade ao mesmo tempo
medicamentos e serviços básicos e perda de renda. que a descreve.
Disponível em: www.bbc.com. Acesso em: 22 maio 2018 (adaptado).  narrativo e injuntivo, pois o enunciador ensina o inter-
locutor como andar pelas ruas da cidade contando so-
bre sua própria experiência.

60
Questão 32 Escrita na década de 1960, a narrativa põe em evidência
uma dramaticidade centrada na
 insinuação da lacuna familiar gerada pela ausência da
figura paterna.
 associação entre a angústia da menina e a reação in-
tempestiva da mãe.
 relação conflituosa entre o trabalho doméstico e a
emancipação feminina.
 representação de estigmas sociais modulados pela
perspectiva da criança.
 expressão de dúvidas existenciais intensificadas pela
percepção do abandono.
Questão 34

A draga
A gente não sabia se aquela draga tinha nascido ali, no Por-
to, como um pé de árvore ou uma duna.
– E que fosse uma casa de peixes?
Meia dúzia de loucos e bêbados moravam dentro dela, en-
raizados em suas ferragens.
Dos viventes da draga era um o meu amigo Mário-pega-
sapo.
[...]
Quando Mário morreu, um literato oficial, em necrológio
O que assegura o reconhecimento desse texto em quadri- caprichado, chamou-o de Mário-Captura-Sapo! Ai que dor!
nhos como prefácio é o(a) Ao literato cujo fazia-lhe nojo a forma coloquial.
 função de apresentação do livro. Queria captura em vez de pega para não macular (sic) a
 apelo emocional apoiado nas imagens. língua nacional lá dele...
 descrição do processo criativo da autora. Da velha draga
 referência à mescla dos trabalhos manual e digital. Abrigo de vagabundos e de bêbados, restaram as expres-
 uso de elementos gráficos voltados para o público-alvo. sões: estar na draga, viver na draga por estar sem dinheiro,
Questão 33 viver na miséria
Que ora ofereço ao filólogo Aurélio Buarque de Hollanda
Menina
Para que as registre em seus léxicos
A máquina de costura avançava decidida sobre o pano. Que
Pois que o povo já as registrou.
bonita que a mãe era, com os alfinetes na boca. Gostava de BARROS, M. Gramática expositiva do chão: poesia quase toda. Rio de Janei-
olhá-la calada, estudando seus gestos, enquanto recortava ro. Civilização Brasileira, 1990 (fragmento).
retalhos de pano com a tesoura. Interrompia às vezes seu Ao criticar o preciosismo linguístico do literato e ao sugerir
trabalho, era quando a mãe precisava da tesoura. Admirava a dicionarização de expressões locais, o poeta expressa uma
o jeito decidido da mãe ao cortar pano, não hesitava nunca, concepção de língua que
nem errava. A mãe sabia tanto! Tita chamava-a de ( ) como  contrapõe características da escrita e da fala.
quem diz ( ). Tentava não pensar as palavras, mas sabia que  ironiza a comunicação fora da norma-padrão.
na mesma hora da tentativa tinha-as pensado. Oh, tudo era  substitui regionalismos por registros formais.
tão difícil. A mãe saberia o que ela queria perguntar-lhe  valoriza o uso de variedades populares.
intensamente agora quase com fome depressa depressa  defende novas regras gramaticais.
antes de morrer, tanto que não se conteve e — Mamãe, o
que é desquitada? — atirou rápida com uma voz sem tim-
bre. Tudo ficou suspenso, se alguém gritasse o mundo aca-
bava ou Deus aparecia — sentia Ana Lúcia. Era muito forte
aquele instante, forte demais para uma menina, a mãe pa-
rada com a tesoura no ar, tudo sem solução podendo desa-
bar a qualquer pensamento, a máquina avançando desgo-
vernada sobre o vestido de seda brilhante espalhando luz
luz luz.
ÂNGELO, I. Menina. In: A face horrível. São Paulo: Lazuli, 2017.

61
Questão 35 Questão 36

TEXTO I O gramático tem uma percepção muito estrita da língua. Ele


se vê como alguém que tem de defender a língua da mudan-
ça. O problema é que eles, ao se esforçarem para que as
pessoas obedeçam às normas da língua, não viram que es-
tavam dando um cala-boca no cidadão brasileiro. Como se
dissessem: “Tem de falar e escrever de acordo com as re-
gras. Não fale errado!”. E as pessoas, com medo de não con-
seguir, falam e escrevem pouco. O dono da língua é o falan-
te, não o gramático. Aprendemos com o falante a língua
como ele fala e procuramos saber por que está falando de
um jeito ou de outro. Dizer que está falando errado não é
uma atitude científica, de descoberta. A linguística substi-
tuiu o cala-boca ao prazer da descoberta científica. Foi só
com a linguística que se ampliou o olhar e se passou a con-
siderar que qualquer assunto é digno de estudo.
Entrevista de Ataliba de Castilho. Pesquisa Fapesp, n. 259, set. 2017
(adaptado).
Com base na tese defendida na conclusão do texto, infere-se
TEXTO II a intenção do autor de
Artista popular, inquieta e sonhadora, mais conhecida como  atribuir à gramática os desvios do português brasileiro.
a “Rainha do Papel de Bala”, Efigênia Ramos Rolim dá vida à  defender uma atitude política diante das regras da lín-
sua arte usando o lixo como matéria-prima para construir gua.
objetos artísticos que refletem seu olhar fantástico do coti-  contrapor o trabalho do linguista às prescrições gra-
diano. Sua produção inclui peças de vestuário, carrinhos de maticais.
madeira customizados e um grande número de persona-  contribuir para reverter a escassez de produções tex-
gens realizados com material reciclado que remetem a his- tuais no país.
tórias irreais, surgidas da sua imaginação. Já teve sua obra  isentar o falante da responsabilidade de seguir as nor-
exposta ao lado de nomes como Arthur Bispo do Rosário e mas linguísticas.
recebeu a Ordem do Mérito Cultural do Ministério da Cultu- Questão 37
ra, a mais alta honraria concedida pelo órgão aos artistas Senhor Juiz
brasileiros. O instrumento do “crime” que se arrola
Disponível em: http://bienaldecuritiba.com.br. Acesso em: 18 jun. 2019
(adaptado).
Nesse processo de contravenção
A artista Efigênia Ramos Rolim destaca-se por produzir Não é faca, revólver ou pistola,
peças que, ao serem vestidas, Simplesmente, doutor, é um violão.
 ironizam a forma idealizada de beleza em que roupas
Será crime, afinal, será pecado,
de grife são apresentadas por modelos.
Será delito de tão vis horrores,
 refletem sua admiração pelo mundo da moda, apesar
Perambular na rua um desgraçado
dos limites de sua realidade financeira.
Derramando nas praças suas dores?
 salientam a difícil condição financeira dos idosos no
Brasil no acesso aos bens de consumo. Mande, pois, libertá-lo da agonia
 fazem uma crítica social às comunidades que vivem (a consciência assim nos insinua)
nos arredores dos aterros sanitários. Não sufoque o cantar que vem da rua,
 dão sentido estético a materiais do cotidiano descarta- Que vem da noite para saudar o dia.
dos pela sociedade de consumo.
É o apelo que aqui lhe dirigimos,
Na certeza do seu acolhimento
Juntada desta aos autos nós pedimos
E pedimos, enfim, deferimento.
Disponível em: www.migalhas.com.br.Acesso em: 23 set. 2020 (adaptado).

62
Essa petição de habeas corpus, ao transgredir o rigor da a insatisfeita lesma, ao contrário: preferiria exatamente
linguagem jurídica, terminar sua vida desta maneira, numa mesa de toalha
 permite que a narrativa seja objetiva e repleta de sen- adamascada, entre talheres de prata e cálices de cristal.
tidos denotativos. Assim como o mar é o único túmulo digno de um almirante
 mostra que o cordel explora termos próprios da esfera batavo, respondia, a travessa de porcelana é a única lápide
do direito. digna dos meus sonhos.
 demonstra que o jogo de linguagem proposto atenua a SCLIAR, M. Sonho de lesma. In: ABREU, C. F. et al.
A prosa do mundo. São Paulo: Global, 2009.
gravidade do delito.
Incorporando o devaneio da personagem, o narrador com-
 exemplifica como o texto em forma de cordel compro-
põe uma alegoria que representa o anseio de
mete a solicitação pretendida.
 rejeitar metas de superação de desafios.
 esclarece que os termos “crime” e “processo de contra-
 restaurar o estado de felicidade pregressa.
venção” são sinônimos.
 materializar expectativas de natureza utópica.
Questão 38
 rivalizar com indivíduos de condição privilegiada.
 valorizar as experiências hedonistas do presente.
Questão 40
TEXTO I
Participação feminina em projetos submetidos à Fa-
pesp*

Disponível em: www.globofilmes.globo.com. Acesso em: 13 dez. 2017


(adaptado). Mulheres na ciência. Pesquisa Fapesp, n. 259, set. 2017.
A frase, título do filme, reproduz uma variedade linguística TEXTO II
recorrente na fala de muitos brasileiros. Essa estrutura As ações “Meninas Internacionais no Dia das TIC” são co-
caracteriza-se pelo(a) memoradas todos os anos no mundo todo. O evento tem
 uso de uma marcação temporal. como objetivo criar um ambiente global que capacita e in-
 imprecisão do referente de pessoa. centiva mulheres jovens a considerar a área crescente de
 organização interrogativa da frase. TIC (Tecnologias de Informação e Comunicação), permitin-
 utilização de um verbo de ação. do que tanto as profissionais quanto as empresas de tecno-
 apagamento de uma preposição. logia colham os benefícios de uma maior participação femi-
Questão 39 nina nesse setor.
Segundo a União Internacional de Telecomunicações (UIT),
Ela nasceu lesma, vivia no meio das lesmas, mas não estava
atualmente existem cerca de 260 milhões de usuárias de
satisfeita com sua condição. Não passamos de criaturas
internet a menos na comparação com os homens conecta-
desprezadas, queixava-se. Só somos conhecidas por nossa
dos. E, para reverter esse cenário, o evento busca proporci-
lentidão. O rastro que deixaremos na História será tão des-
onar atividades de capacitação, além de discutir assuntos
prezível quanto a gosma que marca nossa passagem pelos
factuais sobre o mercado de trabalho.
pavimentos.
Disponível em: www.em.com.br. Acesso em: 21 maio 2018.
A esta frustração correspondia um sonho: a lesma queria
ser como aquele parente distante, o escargot. O simples
nome já a deixava fascinada: um termo francês, elegante,
sofisticado, um termo que as pessoas pronunciavam com
respeito e até com admiração. Mas, lembravam as outras
lesmas, os escargots são comidos, enquanto nós pelo menos
temos chance de sobreviver. Este argumento não convencia

63
Em ambos os textos, constata-se que a participação das Questão 42
mulheres nas diferentes áreas de conhecimento
A carroça sem cavalo
 apresenta taxas de crescimento significativas em rela-
Conta-se que, em noites frias de inverno, descia um forte
ção à dos homens.
nevoeiro trazido pelo mar e, nessa noite, ouviam-se muitos
 superou a produção masculina na construção de proje-
barulhos estranhos. Os moradores da cidade de São Fran-
tos ao longo dos anos.
cisco, que é a cidade mais antiga de Santa Catarina, eram
 vem sendo estimulada por meio de ações educativas
acordados de madrugada com um barulho perturbador. Ao
em diferentes setores.
abrirem a janela de casa, os moradores assustavam-se com
 tem se transformado, seja pela iniciativa feminina, seja
a cena: viam uma carroça andando sem cavalo e sem nin-
pelo incentivo de organizações.
guém puxando... Andava sozinha! Na carroça, havia objetos
 dobrou em relação à atuação de pesquisadores do ou-
barulhentos, como panelas, bules, inclusive alguns objetos
tro gênero, no intervalo de 16 anos.
amarrados do lado de fora da carroça. O medo dominou a
Questão 41
pequena cidade. Conta-se ainda que um carroceiro foi mor-
TEXTO I to a coices pelo seu cavalo, por maltratar o animal. Nas noi-
tes de manifestação da assombração, a carroça saía de um
nevoeiro, assustava a população e, depois de um tempo,
voltava a desaparecer no nevoeiro.
Disponível em: www.gazetaonline.com.br. Acesso em: 12 dez. 2017 (adaptado).
Considerando-se que os diversos gêneros que circulam na
sociedade cumprem uma função social específica, esse texto
tem por função
 abordar histórias reais.
 informar acontecimentos.
 questionar crenças populares.
Fotografia de Jackson Pollock pintando em seu ateliê, realizada por Hans Namuth em 1951.  narrar histórias do imaginário social.
CHIPP, H. Teorias da arte moderna. São Paulo: Martins Fontes, 1988.
TEXTO II  situar fatos de interesse da sociedade.
Questão 43
Mulher tem coração clinicamente partido após morte
de cachorro
Como explica o The New England Journal of Medicine, a pa-
ciente, chamada Joanie Simpson, tinha sinais de infarto,
como dores no peito e pressão alta, e apresentava proble-
mas nas artérias coronárias. Ao fazerem um ecocardiogra-
ma, os médicos encontraram o problema: cardiomiopatia
de Takotsubo, conhecida como síndrome do coração parti-
MUNIZ, V. Action Photo (segundo Hans Namuth em Pictures in Chocolate). Impressão fotográfica,
do.
152,4 cm x 121,92 cm, The Museum of Modern Art, Nova Iorque, 1977. NEVES, A. História da arte 4. Essa condição médica tipicamente acontece com mulheres
Vitória: Ufes – Nead, 2011.
em fase pós-menstrual e pode ser precedida por um evento
Utilizando chocolate derretido como matéria-prima, essa
muito estressante ou emotivo. Nesses casos, o coração
obra de Vick Muniz reproduz a célebre fotografia do pro-
cesso de criação de Jackson Pollock. A originalidade dessa apresenta um movimento discinético transitório da parede
anterior do ventrículo esquerdo, com acentuação da cinéti-
releitura reside na
ca da base ventricular, de acordo com um artigo médico
 apropriação parodística das técnicas e materiais utili-
zados. brasileiro que relata um caso semelhante. Simpson foi en-
caminhada para casa após dois dias e passou a tomar medi-
 reflexão acerca dos sistemas de circulação da arte.
camentos regulares.
 simplificação dos traços da composição pictórica.
 contraposição de linguagens artísticas distintas. Ao Washington Post, ela contou que estava quase inconsolá-
vel após a perda do seu animal de estimação, um cão da
 crítica ao advento do abstracionismo.
raça yorkshire terrier. Recuperada após cerca de um ano,
ela diz que não abrirá mão de ter um animal de estimação
porque aprecia a companhia e o amor que os cachorros dão
aos humanos. O caso aconteceu em Houston, nos Estados
Unidos.
Disponível em: https://exame.abril.com.br. Acesso em: 1 dez. 2017.

64
Pelas características do texto lido, que trata das consequên- No trecho, o narrador mobiliza recursos de linguagem que
cias da perda de um animal de estimação, considera-se que geram uma expressividade centrada na percepção da
ele se enquadra no gênero  relação entre a natureza opressiva e o desejo de liber-
 conto, pois exibe a história de vida de Joanie Simpson. tação da personagem.
 depoimento, pois expõe o sofrimento da dona do ani-  confluência entre o estado emocional da personagem e
mal. a configuração da paisagem.
 reportagem, pois discute cientificamente a cardiomio-  prevalência do mundo natural em relação à fragilidade
patia. humana.
 relato, pois narra um fato estressante vivido pela paci-  depreciação do sentido da vida diante da consciência
ente. da morte iminente.
 notícia, pois divulga fatos sobre a síndrome do coração  instabilidade psicológica da personagem face à reali-
partido. dade hostil.
Questão 44 Questão 46

Cores do Brasil
Ganhou nova versão, revista e ampliada, o livro lançado em
1988 pelo galerista Jacques Ardies, cuja proposta é ser pu-
blicação informativa sobre nomes do “movimento arte naïf
do Brasil”, como define o autor. Trata-se de um caminho
estético fundamental na arte brasileira, assegura Ardies. O
termo em francês foi adotado por designar internacional-
mente a produção que no Brasil é chamada de arte popular
ou primitivismo, esclarece Ardies. O organizador do livro
explica que a obra não tem a pretensão de ser um dicioná-
rio. “Falta muita gente. São muitos artistas”, observa. A nova
Destak, nov. 2015 (adaptado). edição veio da vontade de atualizar informações publicadas
A imagem da caneta de tinta vermelha, associada às frases há 26 anos. Ela incluiu artistas em atividade atualmente e
do cartaz, é utilizada na campanha para mostrar ao possível veteranos que ficaram de fora do primeiro livro. A arte naïf
doador que no Brasil 2 traz 79 autores de várias regiões do Brasil.
 a doação de sangue faz bem à saúde. WALTER SEBASTIÃO. Estado de Minas, 17 jan. 2015 (adaptado).
 a linha da vida é fina como o traço de caneta. O fragmento do texto jornalístico aborda o lançamento de
 a atitude de doar sangue é muito importante. um livro sobre arte naïf no Brasil. Na organização desse
 a caneta vermelha representa a atitude do doador. trecho predomina o uso da sequência
 a reserva do banco de sangue está chegando ao fim.  injuntiva, sugerida pelo destaque dado à fala do organi-
Questão 45 zador do livro.
 argumentativa, caracterizada pelo uso de adjetivos so-
Na sua imaginação perturbada sentia a natureza toda agi-
bre o livro.
tando-se para sufocá-la. Aumentavam as sombras. No céu,
 narrativa, construída pelo uso de discurso direto e indi-
nuvens colossais e túmidas rolavam para o abismo do hori-
reto.
zonte... Na várzea, ao clarão indeciso do crepúsculo, os seres
 descritiva, formada com base em dados editoriais da
tomavam ares de monstros... As montanhas, subindo amea-
obra.
çadoras da terra, perfilavam-se tenebrosas... Os caminhos,
 expositiva, composta por informações sobre a arte naïf.
espreguiçando-se sobre os campos, animavam-se quais
serpentes infinitas... As árvores soltas choravam ao vento,
como carpideiras fantásticas da natureza morta... Os afliti-
vos pássaros noturnos gemiam agouros com pios fúnebres.
Maria quis fugir, mas os membros cansados não acudiam
aos ímpetos do medo e deixavam-na prostrada em uma
angústia desesperada.
ARANHA, J. P. G. Canaã. São Paulo: Ática, 1997.

65
Questão 47 No Hino à Bandeira, a descrição é um recurso utilizado para
exaltar o símbolo nacional na medida em que
TEXTO I
 remete a um momento futuro.
Fundamentam-se as regras da Gramática Normativa nas
 promove a união dos cidadãos.
obras dos grandes escritores, em cuja linguagem as classes
 valoriza os seus elementos.
ilustradas põem o seu ideal de perfeição, porque nela é que se
 emprega termos religiosos.
espelha o que o uso idiomático estabilizou e consagrou.
LIMA, C. H. R. Gramática normativa da língua portuguesa, Rio de Janeiro José Olympio, 1989
 recorre à sua história.
TEXTO II Questão 49
Gosto de dizer. Direi melhor: gosto de palavrar. As palavras Os subúrbios do Rio de Janeiro foram a primeira coisa a
são para mim corpos tocáveis, sereias visíveis, sensualida- aparecer no mundo, antes mesmo dos vulcões e dos cacha-
des incorporadas. Talvez porque a sensualidade real não lotes, antes de Portugal invadir, antes do Getúlio Vargas
tem para mim interesse de nenhuma espécie – nem sequer mandar construir casas populares. O bairro do Queím, onde
mental ou de sonho –, transmudou- se-me o desejo para nasci e cresci, é um deles. Aconchegado entre o Engenho
aquilo que em mim cria ritmos verbais, ou os escuta de Novo e Andaraí, foi feito daquela argila primordial, que se
outros. Estremeço se dizem bem. Tal página de Fialho, tal aglutinou em diversos formatos: cães soltos, moscas e mor-
página de Chateaubriand, fazem formigar toda a minha vida ros, uma estação de trem, amendoeiras e barracos e sobra-
em todas as veias, fazem-me raivar tremulamente quieto de dos, botecos e arsenais de guerra, armarinhos e bancas de
um prazer inatingível que estou tendo. Tal página, até , de jogo do bicho e um terreno enorme reservado para o cemi-
Vieira, na sua fria perfeição de engenharia sintáctica, me faz tério. Mas tudo ainda estava vazio: faltava gente.
tremer como um ramo ao vento, num delírio passivo de Não demorou. As ruas juntaram tanta poeira que o homem
coisa movida. não teve escolha a não ser passar a existir, para varrê-las. À
PESSOA, F. O livro do desassossego. São Paulo: Brasiliense, 1986.
tardinha, sentar na varanda das casas e reclamar da pobre-
A linguagem cumpre diferentes funções no processo de
za, falar mal dos outros e olhar para as calçadas encardidas
comunicação. A função que predomina nos textos I e II
de sol, os ônibus da volta do trabalho sujando tudo de novo.
 destaca o “como” se elabora a mensagem, consideran- HERINGER, V. O amor dos homens avulsos.
do-se a seleção, combinação a sonoridade do texto. São Paulo: Cia. das Letras, 2016.
 coloca o foco no “com o que" se constrói a mensagem, Traçando a gênese simbólica de sua cidade, o narrador
sendo o código utilizado o seu próprio objeto. imprime ao texto um sentido estético fundamentado na
 focaliza o “quem" produz a mensagem, mostrando seu
posicionamento e suas impressões pessoais.  excentricidade dos bairros cariocas de sua infância.
 orienta-se no “para quem” se dirige a mensagem, esti-  perspectiva caricata da paisagem de traços deteriora-
mulando a mudança de seu comportamento. dos.
 enfatiza sobre “o quê ” versa a mensagem, apresentada  importância dos fatos relacionados à história dos su-
com palavras precisas e objetivas. búrbios.
Questão 48  diversidade dos tipos humanos identificados por seus
hábitos.
Hino à Bandeira
 experiência do cotidiano marcado pelas necessidades e
Em teu seio formoso retratas urgências.
Este céu de puríssimo azul,
Questão 50
A verdura sem par destas matas,
E o esplendor do Cruzeiro do Sul. “O computador, dando prioridade à busca pela própria
felicidade, parou de trabalhar para os humanos”. É assim
Contemplando o teu vulto sagrado,
que termina o conto O dia em que um computador escreveu
Compreendemos o nosso dever,
um conto, escrito por uma inteligência artificial com a ajuda
E o Brasil por seus filhos amado,
de cientistas humanos.
Poderoso e feliz há de ser!
Os cientistas selecionaram palavras e frases que seriam
Sobre a imensa Nação Brasileira, usadas na narrativa, e definiram um roteiro geral da histó-
Nos momentos de festa ou de dor, ria, que serviria como guia para a inteligência artificial. A
Paira sempre sagrada bandeira partir daí, o computador criou o texto combinando as frases
Pavilhão da justiça e do amor! e seguindo as diretrizes que os cientistas impuseram. Os
BILAC, O.; BRAGA, F. Disponível em: www2.planalto.gov.br. juízes não sabem quais textos são escritos por humanos e
Acesso em: 10 dez. 2017 (fragmento). quais são feitos por computadores, o que mostra que o con-
to estava bem escrito. O dia só não passou para as próximas
etapas porque, de acordo com os juízes, os personagens não

66
foram muito bem descritos, embora o texto estivesse estru- Estão corretas:
turalmente impecável.  1, 2, 3, 4 e 5
A ideia dos cientistas é continuar desenvolvendo a criativi-  1 e 2 apenas
dade da IA para que ela se pareça cada vez mais com a hu-  1, 4 e 5 apenas
mana. Simular esse tipo de resposta é difícil, porque o com-  3, 4 e 5 apenas
putador precisa ter, primeiro, um banco de dados vasto  1 e 4 apenas
vinculado a uma programação específica para cada tipo de Questão 03
projeto — escrita, pintura, música, desenho e por aí vai.
Por volta das 9 horas do dia 11 de setembro de 2001, o
D’ANGELO, H. Disponível em: https://super.abril.com.br. Acesso em: 5 dez. 2018.
O êxito e as limitações da tecnologia utilizada na composi- mundo assistiu atônito aos ataques terroristas às torres
ção do conto evidenciam a gêmeas do World Trade Center, na cidade de Nova Iorque,
 indistinção entre personagens produzidos por máqui- localizada a 74o de longitude oeste de Greenwich. Tem-se
nas e seres humanos. apontado como o autor intelectual dos ataques, o saudita
 necessidade de reformulação da base de dados elabo- Osama Bin Laden, que se encontra escondido no Afeganis-
rada por cientistas. tão. A diferença horária entre a cidade de Cabul, no Afega-
 autonomia de programas computacionais no desenvol- nistão, e a cidade de Nova Iorque, nos EUA, é de +9h30min.
vimento ficcional. Com base nas informações acima, a longitude da capital
 diferença entre a estrutura e a criatividade da lingua- afegã é:
gem humana.  142º30’ longitude oeste de Greenwich.
 qualidade artística de textos produzidos por computa-  135º00’ longitude oeste de Nova Iorque.
dores.  216º30’ longitude leste de Nova Iorque.
 83º30’ longitude leste de Greenwich.
CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS
 68º30’ longitude leste de Greenwich.
GEOGRAFIA – PARTE I
Questão 04
Questão 01
Pela localização e representação da legenda, podemos afir-
O meridiano de Greenwich é essencial para a determinação
mar que os estados do AC e MA apresentam grandes áreas
de uma das coordenadas geográficas. Sobre ele, é correto
produtoras de:
afirmar que:
 divide os Hemisférios setentrional e boreal.
 define os graus de latitude.
 orienta o grau de translação da Terra.
 estabelece a Tonalidade climática.
 serve de referência para os fusos horários.
Questão 02
Observe atentamente o mapa a seguir e dentifique os pon-
tos A, B, C, D e E.

Fonte – IBGE. Atlas geográfico es-


colar. Rio de Janeiro, IBGE, 2010.
 Carnaúba e babaçu.
1. o ponto E é o que apresenta o menor valor de latitude.  Castanha e babaçu.
2. os pontos A e B estão situados praticamente à mesma  Seringueira e babaçu.
distância longitudinal de Greenwich.  Piaçava e seringueira.
3. o ponto C localiza-se numa faixa de latitudes médias e  Seringueira e piaçava.
de baixas altitudes.
4. o ponto D está situado numa faixa climática bastante
diferente daquela onde se localiza o ponto E.
5. o maior valor de latitude é encontrado no ponto D.

67
Questão 05 Questão 08
O Pampa ocupa quase dois terços do Rio Grande do Sul e A água na Terra está presente nos oceanos, na atmosfera e
pouco mais de 2% do Brasil, mas o seu quinhão protegido, nos continentes. Os mananciais mais acessíveis e utilizados
em meio às demais unidades de conservação do país, se para satisfazer as necessidades sociais e econômicas do
apequena em 0,4% – bioma com menor representatividade homem são
no Sistema Nacional de Unidades de Conservação. Mas o  as águas subterrâneas.
que se perde? Um patrimônio ambiental que sequer é reco-  os rios e lagos de água doce.
nhecido na Constituição Federal? Seu desconhecimento está  os oceanos.
na raiz do processo de destruição.  as águas das chuvas.
(www.gauchazh.com.br,
Questão 09
21.07.2017. Adaptado.)
A vegetação característica do Pampa é do tipo
 arbustiva.
 latifoliada.
 cactácea.
 xerófila.
 herbácea.
Questão 06

(wilmarx.blogspot.com.br)
A charge de Wilmarx, publicada em 2011, aponta para uma
situação presente no Estado de São Paulo e que necessita de
uma intervenção urgente do poder público. Logo, a leitura
da charge permite-nos inferir que o problema destacado é
 a má distribuição dos recursos renováveis entre as
classes sociais.
 a crise hídrica, que pode assumir proporções dramáti-
cas no futuro.
 o uso abusivo da água, visto como caso de polícia.
Sobre a extensão territorial da Amazônia Legal, é CORRETO  a água como um bem compartilhado, por ser um recur-
afirmar: so durável.
 A Amazônia legal está presente somente nos estados  a quantidade de água consumida pelo efetivo policial.
da Região N.
 A Amazônia legal está presente somente nos estados
da Região NE.
 A Amazônia legal está presente somente nos estados
da Região CO.
 A Amazônia legal está presente somente nos estados
das Regiões CO e N.
 A Amazônia legal está presente somente nos estados
das Regiões N, CO e NE.
Questão 07
O Estado de Mato Grosso possui uma extensão territorial
superior a 900.000 km2, sendo o terceiro Estado mais ex-
tenso do país, composto basicamente por três grandes bio-
mas brasileiros, que são:
 Pantanal, Pampas e Mata Atlântica
 Cerrado, Caatinga e Amazônia
 Amazônia, Pampas e Pantanal
 Cerrado, Caatinga e Mata Atlântica
 Cerrado, Pantanal e Amazônia

68
Questão 10 Questão 12
A Pegada Hídrica é uma ferramenta de gestão de recursos Os climogramas referem-se a três localidades de diferentes
hídricos que indica o consumo de água doce com base em partes do mundo.
seus usos direto e indireto. “Precisamos desconstruir a
percepção de que a água vem apenas da torneira [um uso
direto] e que simplesmente consertar um pequeno vaza-
mento é o bastante para assumir uma atitude sustentável”,
ressalta Albano Araujo, coordenador da Estratégia de Água
Doce da Nature Conservancy.
(www.wwf.org.br. Adaptado.)
Considerando o excerto e os conhecimentos acerca do con-
sumo de água no planeta, é correto afirmar que o uso indi-
reto de água doce corresponde
 à comercialização de água sob a forma de produto final. A sua análise permite afirmar que:
 ao emprego de água extraída de reservas subterrâneas  na localidade I, o inverno apresenta grande pluviosida-
para o abastecimento público. de, sendo característico do clima mediterrâneo.
 à quantidade de água utilizada para a fabricação de  nas localidades II e III, a amplitude térmica é pequena,
bens de consumo. característica de climas equatoriais.
 ao aproveitamento doméstico da água resultante de  a menor amplitude térmica está na localidade II e a
processos de despoluição. maior amplitude pluviométrica está na localidade I.
 à distribuição de água oriunda de represas distantes do  o pequeno volume pluviométrico do inverno, na locali-
consumidor final. dade III, caracteriza o clima monçônico.
 os climogramas das localidades I e II referem-se a cli-
Questão 11
mas do hemisfério norte e o climograma da localidade
Dentre os efeitos provocados pelo fenômeno identificado III, a clima do hemisfério sul.
como La Niña, no território brasileiro, destacam-se as fortes
Questão 13
chuvas nas regiões Norte e Nordeste e estiagem no Sul.
A respeito do fenômeno La Niña, é correto afirmar que o Analise os climatogramas abaixo e assinale a assertiva in-
mesmo é causado pelo: correta.
 esfriamento rigoroso das águas profundas do oceano
Atlântico
 intenso aquecimento das águas setentrionais do ocea-
no Pacífico
 forte aquecimento das águas meridionais do oceano
Atlântico
 resfriamento anormal das águas equatoriais do oceano
 O climatograma 1 refere-se ao clima tropical típico,
Pacífico
com vegetação de savanas ou cerrado.
 aquecimento eventual das águas superficiais do Golfo
 O climatograma 2 apresenta maior amplitude térmica e
do México
menor umidade do que o climatograma 1.
 O climatograma 2 pode apresentar vegetação do tipo
coníferas, taiga ou boreal.
 O climatograma 1 pertence provavelmente a uma cida-
de do Hemisfério Sul, e o climatograma 2, provavel-
mente a uma cidade do Hemisfério Norte.
 O fator climático que determina os climas das áreas 1 e
2 é a pressão atmosférica.

69
Questão 14
Questão 17
“Nas áreas de baixas latitudes, as estações do ano, fora dos Oito milhões de pessoas foram afetadas pelo terremoto que
tratos sob a influência do oceano e da altitude, subdividem- devastou o Nepal no último dia 25 de abril, correspondendo
se em estação chuvosa e estação seca, estando, portanto, a a mais de um quarto da população do país, segundo a Orga-
água meteórica concentrada em alguns meses do ano.” nização das Nações Unidas (ONU). O tremor de magnitude
(Carlos Toledo Rizzini)
7,8 destruiu edifícios na capital, Katmandu, e afetou grave-
As características mencionadas no texto são típicas das
mente as áreas rurais. O número de mortos ultrapassou 4,3
áreas que:
mil, com outros 8 mil feridos. Foi o pior evento do tipo em
 se localizam a sotavento de cordilheiras.
81 anos no país.
 se estendem em relevos de planícies nas latitudes mé- (Fonte: jornal Folha de São Paulo; http://www1.folha.
dias. Sobre terremotos, assinale a alternativa CORRETA.
 apresentam clima tropical.  Terremotos, também chamados de abalos sísmicos, são
 ficam em áreas subtropicais e temperadas setentrio- tremores permanentes que ocorrem na superfície ter-
nais. restre.
 se situam próximas de oceanos e mares.  O fato de ser a crosta terrestre uma camada rochosa
Questão 15 fragmentada, formada por vários blocos, denominados
Considerando a influência dos fatores que interferem no de placas tectônicas, constitui uma razão para a ocor-
clima, podemos admitir a existência de quatro grupos cli- rência de terremotos.
máticos fundamentais: quentes, áridos, mesotérmicos ou  A escala mais utilizada para medir a quantidade de
temperados e frios. Com base nesta classificação de zonas energia liberada no foco do terremoto é denominada
climáticas mundiais, admite-se que: Escala Richter.
 As zonas de climas quentes são controladas por massas  Terremotos são eventos raros, ocorrendo não mais do
de ar equatorial e tropical, com temperaturas médias que uma dezena deles por ano no mundo.
superior a 18°C no mês mais frio.  A ocorrência de tremores (ou abalos sísmicos) no leito
 As zonas de climas áridos caracterizam-se, ao mesmo dos oceanos não tem como por em risco as populações
tempo, pela escassez e regularidade de chuvas e pela que vivem às margens desses oceanos.
baixa temperatura. Questão 18
 As zonas de climas mesotérmicos compreendem os
climas das latitudes baixas, controladas por massas de
ar de origem tropical.
 As zonas de climas frios que, em geral, apresentam
temperaturas amenas, são controladas por massas de
ar de origem subtropical.
 As zonas de climas temperados por apresentarem in-
vernos rigorosos e longos, têm as suas estações do ano
indefinidas.
Questão 16

Assinale a alternativa correta em relação às características


e à atuação das massas de ar sobre o território brasileiro.
 Massa tropical atlântica: quente e úmida, provoca chu-
(Levon Boligian e Andressa Alves. Geografia espaço e vivência, 2011. Adaptado.)
vas no litoral das regiões nordeste, sudeste e sul do As áreas destacadas caracterizam-se por
Brasil.  baixas temperaturas, ocasionadas pelas baixas ativida-
 Massa equatorial atlântica: quente e seca, responsável des endógenas e elevadas altitudes.
pelas secas periódicas na região nordeste.  intensa atividade endógena, causada pelos encontros
 Massa equatorial continental: quente e úmida, é o mai- de placas tectônicas, com a presença de vulcões ativos
or mecanismo formador de chuvas nas regiões sudeste e terremotos.
e sul do Brasil.  divergências de placas tectônicas, responsáveis pela
 Massa tropical continental: fria e seca, provoca chuvas formação de montanhas antigas como o Himalaia.
convectivas no Brasil central.  maior suscetibilidade dos solos à erosão e frequentes
 Massa polar atlântica: fria e úmida, é a principal res- problemas de escorregamento nos períodos de chuva.
ponsável pelas fortes chuvas em Santa Catarina, nos  intensa atividade exógena, responsável pela existência
meses de verão. de cadeias de montanhas e vulcões ativos.

70
Questão 19
Questão 21
Planícies são ambientes geomorfológicos que apresentam
A charge representa uma situação muito comum em áreas
relevo plano, ou suavemente ondulado, com dimensões
urbanas. Assinale a opção que apresenta apenas causas
variadas, onde são predominantes os processos de deposi-
desse problema.
ção e acumulação de sedimentos. Planícies aluviais são
aquelas formadas por sedimentos de rios. Sobre esses am-
bientes, considere as seguintes afirmativas:

1. Planície aluvial corresponde ao leito maior de um rio e


sazonalmente sua área é ocupada pelas águas dos canais
fluviais.
2. O estabelecimento de áreas urbanas em ambientes de
planícies aluviais acarreta sérios problemas sociais, devido
aos efeitos negativos das inundações periódicas para a po-
pulação residente.
3. No planejamento do uso do solo nas planícies aluviais,  Permeabilização do solo / Drenagem deficiente.
é necessário considerar a suscetibilidade de contaminação  Acúmulo de lixo em locais inadequados/ Perda de bens
do lençol freático, pois nesses ambientes ele se encontra materiais.
mais próximo da superfície.  Drenagem deficiente/ Ocupação irregular do solo.
4. As cidades localizadas em planícies aluviais, ao contrá-  Chuvas torrenciais/ Contaminação por doenças de vei-
rio daquelas localizadas em ambientes sem risco de enchen- culação hídrica.
tes, exigem processos de planejamento, como os planos de  Contaminação da água por produtos tóxicos/ Ocupação
uso e ocupação do solo. irregular do solo.
Assinale a alternativa correta. Questão 22
 Somente as afirmativas 1 e 4 são verdadeiras. Nas últimas décadas, o aumento da população urbana foi
 Somente as afirmativas 1 e 3 são verdadeiras. mais acelerado no mundo subdesenvolvido que no desen-
 Somente as afirmativas 2, 3 e 4 são verdadeiras. volvido. Esse fator é decorrente da migração, em grande
 Somente as afirmativas 1, 2 e 4 são verdadeiras. quantidade e em um curto intervalo de tempo, da popula-
 Somente as afirmativas 1, 2 e 3 são verdadeiras. ção do campo para a cidade, processo conhecido como êxo-
Questão 20 do rural.
BRANCO, A. L.; LUCCI, E. A.; MENDONÇA,
As rochas metamórficas são aquelas que resultam da trans-
C. Território e sociedade no mundo globalizado.
formação (metamorfização), em condições de pressão e Volume 3. 2. ed. São Paulo: Saraiva,
temperaturas elevadas, de rochas preexistentes. São exem- 2013, com adaptações.
plos desse tipo de rocha: A respeito das causas e consequências do êxodo rural, assi-
 ardósia e mármore. nale a alternativa correta.
 basalto e micaxisto.  O crescimento das atividades do setor primario nas
 gnaisse e calcário. ultimas decadas, quando comparado com o setor terci-
 granito e arenito. ario, favoreceu a permanencia de numerosa forca de
trabalho no campo.
 A estrutura fundiaria, com base em minifundios, na
maioria dos paises subdesenvolvidos, aumentou a taxa
de permanencia do trabalhador no campo.
 O planejamento urbano, realizado na maioria dos paí-
ses subdesenvolvidos, favoreceu a migração do campo
para a cidade, tendo em vista as infraestruturas ade-
quadas e as oportunidades de emprego criadas nas ci-
dades.
 O processo de mecanizacao das atividades agricolas
causou um aumento significativo da oferta de emprego
no campo.
 O desenvolvimento de atividades ligadas ao setor se-
cundário nas cidades acelerou o processo migratório
do campo para a cidade.

71
Questão 23 Questão 25
O termo megalópole foi criado na década de 1960 pelo geó-
grafo francês Jean Gottmann para descrever as aglomera-
ções urbanas norte-americanas. Atualmente existem várias
megalópoles distribuídas pelo mundo, mas independente-
mente da localidade, essas regiões apresentam característi-
cas comuns.
A respeito das megalópoles, é correto afirmar que
 são formadas por metróples conurbadas, porém com
fraca integração econômica.
 englobam apenas cidades de grande porte especializa-
das nas áreas de tecnologia da informação.
 os cinturões hortifrutigranjeiros e bacias leiteiras são
Fonte: Disponível em: <http://www.aquafluxus.com.br/desastres-
inexistentes nessas regiões. naturais-estatisticas-recentes/>. Acesso em: 07 out. 2016.
 possuem elevada concentração populacional e intenso Segundo as Nações Unidas, cerca de 3,3 milhões de pessoas
fluxo de mercadorias e de serviços. morreram no mundo em consequência de desastres natu-
 a circulação é prejudicada pela inexistência de siste- rais entre 1970 e 2010, com um aumento significativo dos
mas de transporte interligando as diversas regiões. atingidos nas últimas duas décadas. Desde o ano de 1990
Questão 24 até os dias de hoje, foram contabilizados 8,2 mil casos de
A charge a seguir traz uma reflexão sobre a vida nas mega- desastres, nos quais 5,6 bilhões de pessoas foram atingidas.
cidades. Os desastres naturais vêm atingindo um contingente popu-
lacional cada vez maior em função
 da crescente concentração urbana e o grau de vulnera-
bilidade da população.
 do aquecimento global e aumento dos eventos extre-
mos.
 do aumento do volume e concentração das chuvas nas
áreas urbanas.
 da falta de confiança pela população na previsão de
tempo.
 da retirada da cobertura vegetal e aumento do volume
de precipitações.

Disponível em:
https://prezi.com/7mwk9kywbqqe/cidades-e-espaco-urbano/.

Em questões urbanas, o termo megacidades refere-se a:


 cidades conurbadas, formadas por um único aglome-
rado urbano de pequeno porte.
 áreas metropolitanas, especificamente capitais regio-
nais.
 hierarquia urbana, em que a vila é o centro irradiador
da influência urbana.
 mancha urbana, delimitada por um município e uma
cidade.
 metrópoles, cidades com mais de 10 milhões de habi-
tantes.

72
Questão 02
GEOGRAFIA – PARTE II
Para a compreensão da realidade global, é indispensável o
Questão 01
entendimento do que é a vida nas diferentes regiões; de
A implantação de novas técnicas e tecnologias e o uso de seus funcionamentos específicos, de suas espacializações,
insumos químicos aumentaram a produção e a produtivi- de suas relações, enfim, de seu arranjo particular. Um mes-
dade. O desenvolvimento de novas variedades de cultivo mo elemento – um banco, um shopping center, uma casa de
facilitou a mecanização, dispensando em grande parte o comércio de insumos agrícolas, uma escola superior, a ver-
trabalho manual. ticalização da habitação, financiamentos governamentais,
SADER, E.; JINKINGS, I. (Orgs.) Enciclopédia Contemporânea da América uma autoestrada, um aeroporto etc. – terá impactos dife-
Latina e do Caribe. São Paulo: Boitempo, 2006 (adaptado).
rentes em áreas distintas de um país ou do planeta.
O impacto das inovações descritas no texto, em relação à SANTOS, M. Metamorfose do Espaço Habitado: Fundamentos Teóricos e Metodológicos da geografia.
São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 20018 (fragmento).
pequena produção agrícola, ocorreu porque
Ao tratar das diferenciações espaciais, o autor provoca uma
 acentuou o aumento da riqueza e da concentração da
reflexão sobre as relações entre espaços diversos, que são
terra, intensificando a pobreza e a miséria.
exemplificadas
 privilegiou o trato sustentável da terra como funda-
 no espaço rural atual, que apresenta uma desvincula-
mento do modelo conhecido como agronegócio.
ção da produção agrícola e do consumo alimentar. Há,
 efetivou a redistribuição de terras e riqueza, por meio
também, uma articulação mais aguçada entre o agríco-
da oferta de linhas e crédito ao agricultor tradicional.
la e o industrial, fenômeno que não estava claro até
 incentivou a permanência dos agricultores familiares
meados do século XX.
em suas terras, devido à expansão das fronteiras agrí-
 na análise dos espaços urbanos, como historicamente
colas.
relacionados à industrialização, o que não se pode
 integrou as formas tradicionais de trabalho ao agrone-
afirmar dos espaços rurais, que vêm passando por
gócio, ao possibilitar o arrendamento de terras para a
processos de modernização tecnológica, mas conser-
agricultura orgânica.
vando a desarticulação com as cidades.
 na transição do modo de produção feudal para o modo
de produção capitalista, em que a cidade surgiu como
um espaço de reprodução das relações servis dos feu-
dos. Somente após processos revolucionários, as cida-
des passaram a representar a liberdade.
 na desarticulação entre os espaços rurais e urbanos
que se deu, historicamente, pelo fato de o campo não
ter se subordinado à cidade, no que se refere à questão
das técnicas e tecnologias. Esse fato explica, hoje, o
grande avanço tecnológico na agricultura.
 no espaço urbano onde é possível perceber uma desar-
ticulação entre os processos sociais, econômicos e ter-
ritoriais. Essa desarticulação se manifesta nas diferen-
tes e desiguais paisagens presentes nas cidades.
Questão 03

O mundo rural, com a Revolução Verde e suas sementes


híbridas, e seu mais recente desdobramento com a biotec-
nologia dos transgênicos e do plantio direto, está sofrendo
mudanças ecológicas, sociais, culturais e, sobretudo, políti-
cas. À medida que o componente técnico-científico passa se
tornar mais importante no processo produtivo, maior é o
poder das indústrias de alta tecnologia, que passam a co-
mandar os processos de normatização (candidamente cha-
mados normas de qualidade).
PORTO-GONÇALVES, C. W. A globalização da natureza e a natureza da
globalização. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2006.

73
Com o argumento de aumentar a produção agrícola pela Questão 05
implementação de tecnologias avançadas e manipulação Os agrotóxicos estão entre os principais instrumentos do
genética, a Revolução Verde implicou a atual modelo da agricultura brasileira, centrado em ganhos
 construção de monopólios técnico-produtivos associa- de produtividade. Tendem a acumular-se no solo e na biota,
dos aos protocolos de patentes. e seus resíduos podem chegar às águas superficiais, por
 proposta de transformação social combinada com mu- escoamento, e às subterrâneas, por lixiviação. O uso inten-
danças no estatuto científico da produção agrícola. sivo dos agrotóxicos está associado a agravos à saúde da
 estratégia de oferecer conhecimentos técnicos aos pe- população, tanto dos consumidores dos alimentos quanto
quenos agricultores, pensando na segurança alimen- dos trabalhadores que lidam diretamente com os produtos,
tar. à contaminação de alimentos e à degradação do meio ambi-
 intervenção ambiental, com o objetivo de atenuar os ente.
grandes impactos ambientais oriundos da monocultu- IBGE. Indicadores de desenvolvimento sustentável: Brasil 2015. Rio de
ra. Janeiro: IBGE, 2015 (adaptado).
 ação educacional, com intento de capacitar os traba- Uma ação com potencial para atenuar os problemas socio-
lhadores rurais para atuarem com tecnologias de pon- ambientais apresentados é a
ta.  adoção de energias limpas.
Questão 04  fiscalização de fontes hídricas.
 utilização de controle biológico.
Os últimos séculos marcam, para a atividade agrícola, com a
 formação de cooperativas rurais.
humanização e a mecanização do espaço geográfico, uma
 conservação de parques naturais.
considerável mudança em termos de produtividade: che-
gou-se, recentemente, à constituição de um meio técnico- Questão 06
científico-informacional, característico não apenas da vida No fim da década de 1950, a agricultura intensiva começou
urbana, mas também do mundo rural, tanto nos países a ser disseminada nos países em desenvolvimento. Esse
avançados como nas regiões mais desenvolvidas dos países fato marcou o início da Revolução Verde – um período de
pobres. 30 anos de grandes colheitas que permitiram a muitos paí-
SANTOS, M. Por uma outra globalização: do pensamento único à consciência ses pobres tornarem-se autossuficientes em alimentos. Com
universal. Rio de Janeiro: Record, 2004 (adaptado).
esse incrível aumento na produção, observado especial-
A modernização da agricultura está associada ao desenvol-
mente nos países da América Latina, veio uma crescente
vimento científico e tecnológico do processo produtivo em
dependência dos produtos químicos agrícolas – e também
diferentes países. Ao considerar as novas relações tecnoló-
problemas ecológicos em escala global. No Brasil, os resul-
gicas no campo, verifica-se que a
tados dessa revolução são visíveis e colocaram o país entre
 introdução de tecnologia equilibrou o desenvolvimento
os mais importantes da agropecuária mundial.
econômico entre o campo e a cidade, refletindo dire- BURNIE, D. Fique por dentro da ecologia. São Paulo: Cosac & Naify, 2001
tamente na humanização do espaço geográfico nos pa- (adaptado).
íses mais pobres. A expansão da capacidade produtiva brasileira, no contexto
 tecnificação do espaço geográfico marca o modelo pro- indicado, também resultou em
dutivo dos países ricos, uma vez que pretendem trans-  queda nos níveis de contaminação do solo.
ferir gradativamente as unidades industriais para o  retomada das técnicas tradicionais de plantio.
espaço rural.  desvalorização financeira das propriedades rurais.
 construção de uma infraestrutura científica e tecnoló-  inibição do fluxo migratório campo-cidade.
gica promoveu um conjunto de relações que geraram  crescimento da demanda por trabalhadores qualifica-
novas interações socioespaciais entre o campo e a ci- dos.
dade. Questão 07
 aquisição de máquinas e implementos industriais, in-
Em pesquisa realizada, revelou-se que o Brasil é o país onde
corporados ao campo, proporcionou o aumento da
os empregados mais utilizam os sites e redes sociais para
produtividade, libertando o campo da subordinação à
contratação. O estudo foi realizado em treze diferentes, com
cidade.
2.819 executivos. Os resultados apontaram que, no Brasil,
 incorporação de novos elementos produtivos oriundos
21% das empresas utilizam o meio social da internet para
da atividade rural resultou em uma relação com a ca-
realizarem contratações, ficando a Espanha em segundo
deia produtiva industrial, subordinando a cidade ao
lugar, com 18%. Em terceiro aparecem a Itália e Holanda,
campo.
ambas com um resultado de 13% cada uma.
Disponível em: www.istoedinheiro.com.br. Acesso em: 30 jul. 2012 (adaptado).

74
Neste contexto, a forma de inserção no mundo do traba- Questão 09
lho na atualidade é
Sozinho vai descobrindo o caminho
 resultado das transformações ocorridas a partir de
O rádio fez assim com seu avô
processos tecnológicos inovadores, como o advento da
Rodovia, hidrovia, ferrovia
internet.
E agora chegando a infovia
 fruto da mudança do processo de seleção tradicional,
Para alegria de todo o interior
visando principalmente reduzir os custos de con- GIL, G. Banda larga cordel. Disponível em: www.uol.vagalume.com.br.
tratação. Acesso em: 16 abr. 2010 (fragmento).
 decorrente da urgência de ocupação das vagas dis- O trecho da canção faz referência a uma das dinâmicas cen-
poníveis, facilitada pela massificação do uso das redes trais da globalização, diretamente associada ao processo de
sociais.  evolução da tecnologia da informação.
 produto da expansão de postos de trabalho, o que vem  expansão das empresas transnacionais.
exigindo cada vez mais a presença de profissionais  ampliação dos protecionismos alfandegários.
qualificados.  expansão das áreas urbanas do interior.
 compatível com o perfil profissional atual, que exige do  evolução dos fluxos populacionais.
candidato pleno domínio das ferramentas virtuais de
Questão 10
comunicação.
Questão 08 O Google Earth permite obter imagens aéreas do terraço da
sua casa, acompanhar com detalhes a trajetória de um fura-
cão, a temível falha geológica de San Andreas, na Califórnia,
ou até mesmo passear pelo Grand Canyon. A nova tecnolo-
gia levou a Organização Australiana para a Ciência Nuclear
e a Tecnologia a pedir ao Google que censurasse as imagens,
tal como já fez com fotos aéreas da Casa Branca, na capital
americana. O diretor de operações do organismo australia-
no se mostrou preocupado, não tanto pelas informações
disponíveis atualmente, mas sim pelo futuro de uma tecno-
logia que pode ir longe demais: “Para nós, parece ser impor-
tante saber até onde esta tecnologia pode levar”.
Disponível em: www5.estadao.com.br. Acesso em: 28 jul. 2012.
O avanço das técnicas cartográficas trouxe como conse-
quência um maior detalhamento das informações sobre o
Com o intenso desenvolvimento da tecnologia no mundo mundo. A restrição de alguns países ao amplo acesso a es-
contemporâneo, diversos produtos tornam-se rapidamente sas informações ocorre porque eles
ultrapassados. Todavia, comparando as imagens, existem  tentam proteger as bases de dados patenteadas por
elementos que demonstram a continuidade entre os pri- algumas empresas nacionais, resguardando seus direi-
meiros computadores pessoais e os atuais. Essa continuida- tos econômicos.
de associa-se  receiam divulgar suas riquezas nacionais, tornando-se
 à base tecnológica utilizada na fabricação do produto. alvos fáceis para a agenda de expansão e exploração
 ao uso do produto na atividade empresarial. das multinacionais.
 ao direcionamento do produto a um mercado elitizado.  pretendem ocultar dados econômicos cartografados de
 à dinamização no processamento e transmissão de in- natureza sigilosa, muito úteis nas negociações de
formações. acordos aduaneiros.
 à necessidade de orientação de especialistas para seu  temem ficar expostos a ataques de potenciais inimigos,
uso. pela exibição de sua geografia e de seus pontos milita-
res e civis.
 almejam manter segredo sobre o potencial atômico
que cada nação desenvolve em suas usinas nucleares,
evitando sanções da ONU.

75
Questão 11 Questão 14
Existe um processo cada vez maior de globalização da mão Doze mil quilômetros separam Acra, a capital de Gana, do
de obra especializada. Isto é, não só da mão de obra espe- Vale do Silício, Califórnia, Estados Unidos, centro da revolu-
cializadíssima, mas da mão de obra que vem sendo excepci- ção tecnológica do século XXI. Há, no entanto, outra distân-
onalmente requisitada no mundo inteiro e, portanto, não cia maior do que a geográfica. Acra e o Vale do Silício estão
seguirá as regras normais de leis de imigração, do salário e no extremo de um ciclo de vida. Computadores, tablets e
das condições de trabalho. celulares nascem da cabeça de nerds sob o sol californiano
CASTELLS, M. A sociedade em rede. São Paulo: Paz e Terra, 1999. e morrem e são descompostos no distrito de Agbogbloshie,
De acordo com o texto, na globalização, o tratamento ao periferia africana.
migrante laboral condiciona-se pelo(a) LOPES, K. O lixão pontocom da África. Disponível em:
 origem nacional. www.cartacapital.com.br. Acesso em: 10 abr. 2015.
 padrão financeiro. A situação descrita é um exemplo de um modelo de desen-
 pertencimento étnico. volvimento tecnológico que revela um processo de
 desemprego estrutural.  diminuição de empregos formais na área de recicla-
 qualificação profissional. gem.
 redução do consumo consciente entre as nações envol-
Questão 12
vidas.
Tal fenômeno não pode ser reduzido a alguns núcleos ur-  negligenciamento da logística reversa por esse setor
banos no topo da hierarquia. É um processo que conecta industrial.
serviços avançados, centros produtores e mercados em  desmantelamento das propostas de tratamento dos
rede com intensidade diferente e em diferente escala, de- resíduos sólidos.
pendendo da relativa importância das atividades localiza-  desestruturação dos serviços de assistência técnica em
das em cada área face à rede mundial. países emergentes.
CASTELLS, M. A sociedade em rede. São Paulo: Paz e Terra, 2000 (adaptado). Questão 15
A estrutura descrita depende da ocorrência da seguinte
característica espacial: Está cada vez mais difícil delimitar o que é rural e o que é
 Extensão da malha ferroviária. urbano. Pode-se dizer que o rural hoje só pode ser entendi-
 Presença de centros de pesquisa. do como um continuum do urbano do ponto de vista espaci-
 Geração de energias renováveis. al; e do ponto de vista da organização da atividade econô-
 Automação das unidades produtivas. mica, as cidades não podem mais ser identificadas apenas
 Qualidade do sistema de telecomunicações. com a atividade industrial, nem os campos com a agricultu-
ra e a pecuária.
Questão 13 SILVA, J. G. O novo rural brasileiro. Nova Economia, n. 7, maio 1997.

Existe uma concorrência global, forçando redefinições cons- As articulações espaciais tratadas no texto resultam do(a)
tantes de produtos, processos, mercados e insumos econô-  aumento da geração de riquezas nas propriedades
micos, inclusive capital e informação. agrícolas.
CASTELLS, M. A sociedade em rede. São Paulo: Paz e Terra, 2011.  crescimento da oferta de empregos nas áreas cultivá-
Nos últimos anos do século XX, o sistema industrial experi- veis.
mentou muitas modificações na forma de produzir, que  integração dos diferentes lugares nas cadeias produti-
implicaram transformações em diferentes campos da vida vas.
social e econômica. A redefinição produtiva e seu respectivo  redução das desigualdades sociais nas regiões agrárias.
impacto territorial ocorrem no uso da  ocorrência de crises financeiras nos grandes centros.
 técnica fordista, com treinamento em altas tecnologias Questão 16
e difusão do capital pelo território.
Ninguém vive sem ocupar espaço, sem respirar, sem ali-
 linha de montagem, com capacitação da mão de obra
em países centrais e aumento das discrepâncias regio- mentar-se, sem ter um teto para abrigar-se e, na Moderni-
nais. dade, sem o que se incorporou na vida cotidiana: luz, tele-
 robotização, com melhorias nas condições de trabalho fone, televisão, rádio, refrigeração dos alimentos etc. A hu-
e remuneração em empresas no Sudeste asiático. manidade não vive sem ocupar espaço, sem utilizar-se cada
 produção just in time, com territorialização das indús- vez mais intensamente das riquezas naturais que são apro-
trias em países periféricos e manutenção das bases de priadas privadamente.
gestão nos países centrais. RODRIGUES, A. M. Desenvolvimento sustentável: dos conflitos de classes para os
 fabricação em grandes lotes, com transferências finan- conflitos de gerações. In: SILVA. J. B. et al. (Orgs.). Panorama da geografia brasileira.
ceiras de países centrais para países periféricos e di- São Paulo: Annablume, 2006 (fragmento).
minuição das diferenças territoriais.

76
O texto defende que duas mudanças provocadas pela ação Questão 19
humana na Modernidade são o(a)
No sistema capitalista, as muitas manifestações de crise
 alteração no modo de vida das comunidades e a delimi-
criam condições que forçam a algum tipo de racionalização.
tação dos problemas ambientais em escala local.
Em geral, essas crises periódicas têm o efeito de expandir a
 surgimento de novas formas de apropriação dos terri-
capacidade produtiva e de renovar as condições de acumu-
tórios e a utilização pública dos recursos naturais.
lação. Podemos conceber cada crise como uma mudança do
 incorporação de novas tecnologias no processo produ-
processo de acumulação para um nível novo e superior.
tivo e a aceleração dos problemas ambientais. HARVEY, D. A produção capitalista do espaço. São Paulo: Annablume, 2005
 aumento do consumo de bens e mercadorias e a utili- (adaptado).
zação de mão de obra nas unidades produtivas. A condição para a inclusão dos trabalhadores no novo pro-
 esgotamento das reservas naturais e a desaceleração cesso produtivo descrito no texto é a
da produção de bens de consumo humano.  associação sindical.
Questão 17  participação eleitoral.
 migração internacional.
O volume de matéria-prima recuperado pela reciclagem do
 qualificação profissional.
lixo está muito abaixo das necessidades da indústria. No
 regulamentação funcional.
entanto, mais que uma forma de responder ao aumento da
Questão 20
demanda industrial por matérias-primas e energia, a reci-
clagem é uma forma de reintroduzir o lixo no processo A mundialização introduz o aumento da produtividade do
industrial. trabalho sem acumulação de capital, justamente pelo cará-
SCARLATO, F. C.; PONTIN, J. A. Do nicho ao lixo. São Paulo: Atual, 1992 ter divisível da forma técnica molecular-digital do que re-
(adaptado). sulta a permanência da má distribuição da renda: exempli-
A prática abordada no texto corresponde, no contexto glo- ficando mais uma vez, os vendedores de refrigerantes às
bal, a uma situação de sustentabilidade que portas dos estádios viram sua produtividade aumentada
 reduz o buraco na camada de ozônio nos distritos in- graças ao just in time dos fabricantes e distribuidores de
dustriais. bebidas, mas para realizar o valor de tais mercadorias, a
 ameniza os efeitos das chuvas ácidas nos polos petro- forma do trabalho dos vendedores é a mais primitiva. Com-
químicos. binam-se, pois, acumulação molecular-digital com o puro
 diminui os efeitos da poluição atmosférica das indús- uso da força de trabalho.
trias siderúrgicas. OLIVEIRA, F. Crítica à razão dualista e o ornitorrinco. Campinas: Boitempo,
 diminui a possibilidade de formação das ilhas de calor Os aspectos destacados no texto afetam diretamente ques-
nas áreas urbanas. tões como emprego e renda, sendo possível explicar essas
 reduz a utilização de matérias-primas nas indústrias de transformações pelo(a)
bens de consumo.  crise bancária e o fortalecimento do capital industrial.
Questão 18  inovação toyotista e a regularização do trabalho formal.
 impacto da tecnologia e as modificações na estrutura
produtiva.
 emergência da globalização e a expansão do setor se-
cundário.
 diminuição do tempo de trabalho e a necessidade de
diploma superior.

A forma de organização interna da indústria citada gera a


seguinte consequência para a mão de obra nela inserida:
 Ampliação da jornada diária.
 Melhoria da qualidade do trabalho.
 Instabilidade nos cargos ocupados.
 Eficiência na prevenção de acidentes.
 Desconhecimento das etapas produtivas.

77
Questão 21 Questão 24
A agropecuária é uma das atividades humanas que causam Tal como foi concebido, o desenvolvimento da Amazônia
maior impacto sobre o ambiente natural, alterando o equi- pressupunha o desmatamento. Muitas forças foram envol-
líbrio ecológico e diminuindo a biodiversidade nos biomas. vidas e constituíram uma teia de múltiplos interesses: as
Dos seis biomas encontrados em território nacional, o que instituições financeiras internacionais, a tecnocracia militar
mais sofre pressão dessa atividade é o Pampa, que tem 71 e civil, as elites regionais e nacionais, as corporações trans-
% da sua área ocupada com estabelecimentos agropecuá- nacionais, os madeireiros, os colonos sem terra e os garim-
rios. peiros.
Disponível em: http://saladeimprensa.ibge.gov.br. Acesso em: 7 nov. 2014. SANTOS, L. G. Politizar as novas tecnologias: o impacto sociotécnico da
Um impacto ambiental que vem se processando no Sul do informação digital e genética. São Paulo: Editora 34, 2003 (adaptado).
Brasil em função dos excessos praticados pela atividade O modo de exploração descrito opõe-se a um modelo de
econômica descrita é a desenvolvimento que
 uniformização da cobertura vegetal.  gera empregos formais.
 arenização dos solos regionais.  possibilita lucros imediatos.
 alteração da incidência solar.  maximiza atividades de extração.
 eutrofização dos cursos de água.  reitera a dependência econômica.
 ampliação das queimadas controladas.  promove a conservação de recursos.
Questão 25
Questão 22
Em regiões antes consideradas periféricas, a exemplo do
Centro-Oeste, sob o impulso da técnica, há condições para
atividades com alto nível de capital, tecnologia e organiza-
ção, dando lugar a fenômenos de descentralização seletiva.
Ainda que as atividades de comando tendam a se manter
concentradas, a rede de atividades produtivas mais moder-
nas tende a se expandir territorialmente.
BERNARDES, J. A. As estratégias do capital no complexo da soja. In: CASTRO, I. E.;
GOMES, P. C. C.; CORREA, R. L. (Org.). Brasil: questões atuais da reorganização do
território. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2008 (adaptado).
O processo característico do espaço rural responsável pela
forma descrita de ocupação produtiva do Centro-Oeste
brasileiro foi o(a)
 difusão de sistemas extensivos.
 propagação do cultivo itinerante.
 introdução de práticas ecológicas.
 fortalecimento do trabalho familiar.
 desenvolvimento do setor agroindustrial.
Questão 23
Em Goiás e Mato Grosso, as modificações dependeram fun-
damentalmente de novos manejos aplicados às terras. Aci-
ma de tudo, porém, o desenvolvimento regional deveu-se a
uma articulada transformação dos meios urbanos e rurais, a
serviço da produção tanto de alimentos básicos, como o
arroz, por exemplo, quanto de grãos para consumo interno
e exportação, como a soja.
AB’SABER, A. N. Os domínios de natureza no Brasil: potencialidades paisa-
gísticas. São Paulo: Ateliê, 2003.
A realidade descrita no texto se estabelece sobre qual do-
mínio morfoclimático? No planejamento das ações governamentais, a segunda
 Pradaria. forma de regionalização apresenta a vantagem de
 Cerrado.  respeitar a divisão político-administrativa.
 Caatinga.  reconhecer as desigualdades sociais.
 Araucária.  considerar as identidades culturais.
 Atlântico.  valorizar a dinâmica econômica.
 incorporar os critérios naturais.

78
FILOSOFIA Questão 03
Questão 01 Demócrito julga que a natureza das coisas eternas são pe-
Todas as coisas são diferenciações de uma mesma coisa e quenas substâncias infinitas, em grande número. E julga
são a mesma coisa. E isto é evidente. Porque se as coisas que as substâncias são tão pequenas que fogem às nossas
que são agora neste mundo – terra, água ar e fogo e as ou- percepções. E lhes são inerentes formas de toda espécie,
tras coisas que se manifestam neste mundo –, se alguma figuras de toda espécie e diferenças em grandeza. Destas,
destas coisas fosse diferente de qualquer outra, diferente então, engendram-se e combinam-se todos os volumes
em sua natureza própria e se não permanecesse a mesma visíveis e perceptíveis.
SIMPLÍCIO. Do Céu (DK 68 a 37). In: Os pré-socráticos. São Paulo: Nova
coisa em suas muitas mudanças e diferenciações, então não
Cultural, 1996 (adaptado).
poderiam as coisas, de nenhuma maneira, misturar-se umas
A Demócrito atribui-se a origem do conceito de
às outras, nem fazer bem ou mal umas às outras, nem a
 porção mínima da matéria, o átomo.
planta poderia brotar da terra, nem um animal ou qualquer
 princípio móvel do universo, a arché.
outra coisa vir à existência, se todas as coisas não fossem
 qualidade única dos seres, a essência.
compostas de modo a serem as mesmas. Todas as coisas
 quantidade variante da massa, o corpus.
nascem, através de diferenciações, de uma mesma coisa, ora
 substrato constitutivo dos elementos, a physis.
em uma forma, ora em outra, retomando sempre a mesma
coisa. Questão 04
DIÓGENES, In: BORNHEIM, G. A. Os filósofos pré-socráticos. São Paulo.. Aquilo que é quente necessita de umidade para viver, e o
O texto descreve argumentos dos primeiros pensadores, que é morto seca, e todos os germes são úmidos, e todo
denominados pré-socráticos. Para eles, a principal preocu- alimento é cheio de suco; ora, é natural que cada coisa se
pação filosófica era de ordem nutra daquilo de que provém.
 cosmológica, propondo uma explicação racional do SIMPLÍCIO. In: BORNHEIM, G. A. Os filósofos pré-socráticos. São Paulo:
mundo fundamentada nos elementos da natureza. Cultrix, 1993.
 política, discutindo as formas de organização da pólis O fragmento atribuído ao filósofo Tales de Mileto é caracte-
ao estabelecer as regras de democracia. rístico do pensamento pré-socrático ao apresentar uma
 ética, desenvolvendo uma filosofia dos valores virtuo-  abordagem epistemológica sobre o lógos e a fundamen-
sos que tem a felicidade como o bem maior. tação da metafísica.
 estética, procurando investigar a aparência dos entes  teoria crítica sobre a essência e o método do conheci-
sensíveis. mento científico.
 hermenêutica, construindo uma explicação unívoca da  justificação religiosa sobre a existência e as contradi-
realidade. ções humanas.
Questão 02  laboração poética sobre os mitos e as narrativas cos-
mogônicas.
A representação de Demócrito é semelhante à de Anaxágo-
 explicação racional sobre a origem e a transformação
ras, na medida em que um infinitamente múltiplo é a ori-
da physis.
gem; mas nele a determinação dos princípios fundamentais
aparece de maneira tal que contém aquilo que para o que Questão 05
foi formado não é, absolutamente, o aspecto simples para si. Alguns pensam que Protágoras de Abdera pertence também
Por exemplo, partículas de carne e de ouro seriam princí- ao grupo daqueles que aboliram o critério, uma vez que ele
pios que, através de sua concentração, formam aquilo que afirma que todas as impressões dos sentidos e todas as
aparece como figura. opiniões são verdadeiras, e que a verdade é uma coisa rela-
HEGEL. G. W. F. Crítica moderna. In: SOUZA, J. C. (Org.). Os pré-socrática:
vida e obra. São Paulo: Nova Cultural. 2000 (adaptado).
tiva, uma vez que tudo o que aparece a alguém ou é opinado
por alguém é imediatamente real para essa pessoa.
O texto faz uma apresentação crítica acerca do pensamento
KERFERD, G. B. O movimento sofista. São Paulo: Loyola, 2002 (adaptado).
de Demócrito, segundo o qual o “princípio constitutivo das
O grupo ao qual se associa o pensador mencionado no texto
coisas” estava representado pelo(a)
se caracteriza pelo objetivo de
 número, que fundamenta a criação dos deuses.
 alcançar o conhecimento da natureza por meio da ex-
 devir, que simboliza o constante movimento dos obje-
periência.
tos.
 justificar a veracidade das afirmações com fundamen-
 água, que expressa a causa material da origem do uni-
tos universais.
verso.
 priorizar a diversidade de entendimentos acerca das
 imobilidade, que sustenta a existência do ser atempo-
coisas.
ral.
 preservar as regras de convivência entre os cidadãos.
 átomo, que explica o surgimento dos entes.
 analisar o princípio do mundo conforme a teogonia.

79
Questão 06 Questão 08
Os sofistas inventam a educação em ambiente artificial, o Tomemos o exemplo de Sócrates: é precisamente ele quem
que se tornará uma das características de nossa civilização. interpela as pessoas na rua, os jovens no ginásio, pergun-
Eles são os profissionais do ensino, antes de tudo pedago- tando: “Tu te ocupas de ti?” O deus o encarregou disso, é
gos, ainda que seja necessário reconhecer a notável origina- sua missão, e ele não a abandonará, mesmo no momento
lidade de um Protágoras, de um Górgias ou de um Antifonte, em que for ameaçado de morte. Ele é certamente o homem
por exemplo. Por um salário, eles ensinavam a seus alunos que cuida do cuidado dos outros: esta é a posição particular
receitas que lhes permitiam persuadir os ouvintes, defen- do filósofo.
der, com a mesma habilidade, o pró e o contra, conforme o FOUCAULT, M. Ditos e escritos. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2004.
entendimento de cada um. O fragmento evoca o seguinte princípio moral da filosofia
HADOT, P. O que é a filosofia antiga? São Paulo: Loyola, 2010 (adaptado). socrática, presente em sua ação dialógica:
O texto apresenta uma característica dos sofistas, mestres  Examinar a própria vida.
da oratória que defendiam a(o)  Ironizar o seu oponente.
 ideia do bem, demonstrado na mente com base na teo-  Sofismar com a verdade.
ria da reminiscência.  Debater visando a aporia.
 relativismo, evidenciado na convencionalidade das  Desprezar a virtude alheia.
instituições políticas. Questão 09
 ética, aprimorada pela educação de cada indivíduo com
Uma conversação de tal natureza transforma o ouvinte; o
base na virtude.
contato de Sócrates paralisa e embaraça; leva a refletir so-
 ciência, comprovada empiricamente por meio de con-
bre si mesmo, a imprimir à atenção uma direção incomum:
ceitos universais.
os temperamentais, como Alcibíades, sabem que encontra-
 religião, revelada pelos mandamentos das leis divinas.
rão junto dele todo o bem de que são capazes, mas fogem
Questão 07
porque receiam essa influência poderosa, que os leva a se
Há um tempo, belas e boas são todas as ações justas e virtu- censurarem. E sobretudo a esses jovens, muitos quase cri-
osas. Os que as conhecem nada podem preferir-lhes. Os que anças, que ele tenta imprimir sua orientação.
não as conhecem, não somente não podem praticá-las co- BRÉHIER, E. História da filosofia. São Paulo: Mestre Jou, 1977.
mo, se o tentam, só cometem erros. Assim praticam os sá- O texto evidencia características do modo de vida socrático,
bios atos belos e bons, enquanto os que não o são só podem que se baseava na
descambar em faltas. E se nada se faz justo, belo e bom que  contemplação da tradição mítica.
não pela virtude, claro é que na sabedoria se resumem a  sustentação do método dialético.
justiça e todas as mais virtudes.  relativização do saber verdadeiro.
XENOFONTE. Ditos e feitos memoráveis de Sócrates. Apud CHALITA, G.  valorização da argumentação retórica.
Vivendo a filosofia. São Paulo: Ática, 2005.  investigação dos fundamentos da natureza.
Ao fazer referência ao conteúdo moral da filosofia socrática Questão 10
narrada por Xenofonte, o texto indica que a vida virtuosa
Sócrates: “Quem não sabe o que uma coisa é, como poderia
está associada à
saber de que tipo de coisa ela é? Ou te parece ser possível
 aceitação do sofrimento como gênese da felicidade su-
alguém que não conhece absolutamente quem é Mênon,
prema.
esse alguém saber se ele é belo, se é rico e ainda se é nobre?
 moderação dos prazeres com vistas à serenidade da
Parece-te ser isso possível? Assim, Mênon, que coisa afir-
alma.
mas ser a virtude?”.
 contemplação da physis como fonte de conhecimento.
PLATÃO. Mênon. Rio de Janeiro: PUC-Rio; São Paulo: Loyola, 2001 (adaptado).
 satisfação dos desejos com o objetivo de evitar a me- A atitude apresentada na interlocução do filósofo com
lancolia. Mênon é um exemplo da utilização do(a)
 persecução da verdade como forma de agir correta-  escrita epistolar.
mente.  método dialético.
 linguagem trágica.
 explicação fisicalista.
 suspensão judicativa.

80
Questão 11 No mito Édipo Rei, são dignos de destaque os temas do des-
Os verdadeiros filósofos, tomados senhores da cidade, se- tino e do determinismo. Ambos são características do mito
jam eles muitos ou um só, desprezam as honras como as de grego e abordam a relação entre liberdade humana e provi-
hoje, por julgá-las indignas de um homem livre e sem valor dência divina. A expressão filosófica que torna como pres-
algum, mas, ao contrário, têm em alta conta a retidão e as suposta a tese do determinismo é:
honras que dela decorrem e, julgando a justiça como algo  “Nasci para satisfazer a grande necessidade que eu
muito importante e necessário, pondo-se a serviço dela e tinha de mim mesmo.” Jean Paul Sartre
fazendo-a crescer, administram sua cidade.  “Ter fé é assinar uma folha em branco e deixar que
PLATÃO. A República. São Paulo: Martins Fontes, 2006 (adaptado). Deus nela escreva o que quiser.” Santo Agostinho
No contexto da filosofia platônica, o texto expressa uma  “Quem não tem medo da vida também não tem medo
perspectiva aristocrática acerca do exercício do poder, uma da morte.” Arthur Schopenhauer
vez que este é legitimado pelo(a)  “Não me pergunte quem sou eu e não me diga para
 prática da virtude. permanecer o mesmo.” Michel Foucault
 consenso da elite.  “O homem, em seu orgulho, criou a Deus a sua imagem
 decisão da maioria. e semelhança." Friedrich Nietzsche
 riqueza do indivíduo. Questão 14
 pertencimento de sangue.
Sem negar que Deus prevê todos os acontecimentos futu-
Questão 12
ros, entretanto, nós queremos livremente aquilo que que-
Se os filósofos não forem reis nas cidades ou se os que hoje remos. Porque, se o objeto da presciência divina é a nossa
são chamados reis e soberanos não forem filósofos genuí- vontade, é essa mesma vontade assim prevista que se reali-
nos e capazes e se, numa mesma pessoa, não coincidirem zará. Haverá, pois, um ato de vontade livre, já que Deus vê
poder político e filosofia e não for barrada agora, sob coer- esse ato livre com antecedência.
ção, a caminhada das diversas naturezas que, em separado SANTO AGOSTINHO. O livre-arbítrio. São Paulo: Paulus, 1995 (adaptado).
buscam uma dessas duas metas, não é possível, caro Glau- Essa discussão, proposta pelo filósofo Agostinho de Hipona
con, que haja para as cidades uma trégua de males e, penso, (354-430), indica que a liberdade humana apresenta uma
nem para o gênero humano.  natureza condicionada.
PLATÃO. A República. São Paulo: Martins Fontes, 2014.  competência absoluta.
A tese apresentada pressupõe a necessidade do conheci-  aplicação subsidiária.
mento verdadeiro para a  utilização facultativa.
 superação de entraves dialógicos.  autonomia irrestrita.
 organização de uma sociedade justa. Questão 15
 formação de um saber enciclopédico.
 promoção da igualdade dos cidadãos. Se os nossos adversários, que admitem a existência de uma
 consolidação de uma democracia direta. natureza não criada por Deus, o Sumo Bem, quisessem ad-
mitir que essas considerações estão certas, deixariam de
Questão 13
proferir tantas blasfêmias, como a de atribuir a Deus tanto a
Quando Édipo nasceu, seus pais, Laio e Jocasta, os reis de autoria dos bens quanto dos males. Pois sendo Ele fonte
Tebas, foram informados de uma profecia na qual o filho suprema da Bondade, nunca poderia ter criado aquilo que é
mataria o pai e se casaria com a mãe. Para evitá-la, ordena- contrário à sua natureza.
ram a um criado que matasse o menino. Porém, penalizado AGOSTINHO. A natureza do Bem. Rio de Janeiro: Sétimo Selo, 2005 (adaptado).

com a sorte de Édipo, ele o entregou a um casal de campo- Para Agostinho, não se deve atribuir a Deus a origem do mal
neses que morava longe de Tebas para que o criasse. Édipo porque
soube da profecia quando se tornou adulto. Saiu então da  o surgimento do mal é anterior à existência de Deus.
casa de seus pais para evitar a tragédia. Eis que, perambu-  o mal, enquanto princípio ontológico, independe de
lando pelos caminhos da Grécia, encontrou-se com Lai,o e Deus.
seu séquito, que, insolentemente, ordenou que saísse da  Deus apenas transforma a matéria, que é, por natureza,
estrada. Édipo reagiu e matou todos os integrantes do gru- má.
po, sem saber que entre eles estava seu verdadeiro pai.  por ser bom, Deus não pode criar o que lhe é oposto, o
Continuou a viagem até chegar a Tebas, dominada por uma mal.
Esfinge. Ele decifrou o enigma da Esfinge, tornou-se rei de  Deus se limita a administrar a dialética existente entre
Tebas e casou-se com a rainha, Jocasta, a mãe que desco- o bem e o mal.
nhecia.
Disponível em: http://www.culturabrasil.org. Acesso em: 28 ago. 2010
(adaptado).

81
Questão 16 Questão 18
Enquanto o pensamento de Santo Agostinho representa o Não é verdade que estão ainda cheios de velhice espiritual
desenvolvimento de uma filosofia cristã inspirada em Pla- aqueles que nos dizem: “Que fazia Deus antes de criar o céu
tão, o pensamento de São Tomás reabilita a filosofia de e a terra? Se estava ocioso e nada realizava”, dizem eles,
Aristóteles – até então vista sob suspeita pela Igreja –, mos- “por que não ficou sempre assim no decurso dos séculos,
trando ser possível desenvolver uma leitura de Aristóteles abstendo-se, como antes, de toda ação? Se existiu em Deus
compatível com a doutrina cristã. O aristotelismo de São um novo movimento, uma vontade nova para dar o ser a
Tomás abriu caminho para o estudo da obra aristotélica e criaturas que nunca antes criara, como pode haver verda-
para a legitimação do interesse pelas ciências naturais, um deira eternidade, se n’Ele aparece uma vontade que antes
dos principais motivos do interesse por Aristóteles nesse não existia?”
período. AGOSTINHO. Confissões. São Paulo: Abril Cultural, 1984.
MARCONDES, D. Textos básicos de filosofia. Rio de Janeiro: Zahar, 2005. A questão da eternidade, tal como abordada pelo autor, é
A Igreja Católica por muito tempo impediu a divulgação da um exemplo da reflexão filosófica sobre a(s)
obra de Aristóteles pelo fato de a obra aristotélica  essência da ética cristã.
 valorizar a investigação científica, contrariando certos  natureza universal da tradição.
dogmas religiosos.  certezas inabaláveis da experiência.
 declarar a inexistência de Deus, colocando em dúvida  abrangência da compreensão humana.
toda a moral religiosa.  interpretações da realidade circundante.
 criticar a Igreja Católica, instigando a criação de outras Questão 19
instituições religiosas.
Tomás de Aquino, filósofo cristão que viveu no século XIII,
 evocar pensamentos de religiões orientais, minando a
afirma: a lei é uma regra ou um preceito relativo às nossas
expansão do cristianismo.
ações. Ora, a norma suprema dos atos humanos é a razão.
 contribuir para o desenvolvimento de sentimentos
Desse modo, em última análise, a lei está submetida à razão;
antirreligiosos, seguindo sua teoria política.
é apenas uma formulação das exigências racionais. Porém, é
Questão 17 mister que ela emane da comunidade, ou de uma pessoa
De fato, não é porque o homem pode usar a vontade livre que legitimamente a representa.
para pecar que se deve supor que Deus a concedeu para GILSON, E.; BOEHNER, P. História da filosofia cristã. Petrópolis: Vozes,
1991 (adaptado).
isso. Há, portanto, uma razão pela qual Deus deu ao homem
No contexto do século XIII, a visão política do filósofo men-
esta característica, pois sem ela não poderia viver e agir
cionado retoma o
corretamente. Pode-se compreender, então, que ela foi
 pensamento idealista de Platão.
concedida ao homem para esse fim, considerando-se que se
 conformismo estoico de Sêneca.
um homem a usar para pecar, recairão sobre ele as puni-
 ensinamento místico de Pitágoras.
ções divinas. Ora, isso seria injusto se a vontade livre tives-
 paradigma de vida feliz de Agostinho.
se sido dada ao homem não apenas para agir corretamente,
 conceito de bem comum de Aristóteles.
mas também para pecar. Na verdade, por que deveria ser
punido aquele que usasse da sua vontade para o fim para o Questão 20
qual ela lhe foi dada? Desde que tenhamos compreendido o significado da pala-
AGOSTINHO. O livre-arbítrio. In: MARCONDES, D. Textos básicos de ética.
vra “Deus”, sabemos, de imediato, que Deus existe. Com
Nesse texto, o filósofo cristão Agostinho de Hipona sustenta
efeito, essa palavra designa uma coisa de tal ordem que não
que a punição divina tem como fundamento o(a)
podemos conceber nada que lhe seja maior. Ora, o que exis-
 desvio da postura celibatária.
te na realidade e no pensamento é maior do que o que exis-
 insuficiência da autonomia moral.
te apenas no pensamento. Donde se segue que o objeto
 afastamento das ações de desapego.
designado pela palavra “Deus”, que existe no pensamento,
 distanciamento das práticas de sacrifício,
desde que se entenda essa palavra, também existe na reali-
 violação dos preceitos do Velho Testamento.
dade. Por conseguinte, a existência de Deus é evidente.
TOMÁS DE AQUINO. Suma teológica. Rio de Janeiro: Loyola, 2002.
O texto apresenta uma elaboração teórica de Tomás de
Aquino caracterizada por
 reiterar a ortodoxia religiosa contra os heréticos.
 sustentar racionalmente doutrina alicerçada na fé.
 explicar as virtudes teologais pela demonstração.
 flexibilizar a interpretação oficial dos textos sagrados.
 justificar pragmaticamente crença livre de dogmas.

82
Questão 21 Questão 23
Ora, em todas as coisas ordenadas a algum fim, é preciso Para Maquiavel, quando um homem decide dizer a verdade
haver algum dirigente, pelo qual se atinja diretamente o pondo em risco a própria integridade física, tal resolução
devido fim. Com efeito, um navio, que se move para diver- diz respeito apenas a sua pessoa. Mas se esse mesmo ho-
sos lados pelo impulso dos ventos contrários, não chegaria mem é um chefe de Estado, os critérios pessoais não são
ao fim de destino, se por indústria do piloto não fosse diri- mais adequados para decidir sobre ações cujas consequên-
gido ao porto; ora, tem o homem um fim, para o qual se cias se tornam tão amplas, já que o prejuízo não será apenas
ordenam toda a sua vida e ação. Acontece, porém, agirem os individual, mas coletivo. Nesse caso, conforme as circuns-
homens de modos diversos em vista do fim, o que a própria tâncias e os fins a serem atingidos, pode-se decidir que o
diversidade dos esforços e ações humanas comprova. Por- melhor para o bem comum seja mentir.
tanto, precisa o homem de um dirigente para o fim. ARANHA, M. L. Maquiavel: a lógica da força. São Paulo: Moderna, 2006
AQUINO. T. Do reino ou do governo dos homens: ao rei do Chipre. Escritos (adaptado).
políticos de São Tomás de Aquino. Petrópolis: Vozes, 1995 (adaptado). O texto aponta uma inovação na teoria política na época
No trecho citado, Tomás de Aquino justifica a monarquia moderna expressa na distinção entre
como o regime de governo capaz de  idealidade e efetividade da moral.
 refrear os movimentos religiosos contestatórios.  nulidade e preservabilidade da liberdade.
 promover a atuação da sociedade civil na vida política.  ilegalidade e legitimidade do governante.
 unir a sociedade tendo em vista a realização do bem  verificabilidade e possibilidade da verdade.
comum.  objetividade e subjetividade do conhecimento
 reformar a religião por meio do retorno à tradição he- Questão 24
lenística.
A justiça e a conformidade ao contrato consistem em algo
 dissociar a relação política entre os poderes temporal e
com que a maioria dos homens parece concordar. Constitui
espiritual.
um princípio julgado estender-se até os esconderijos dos
Questão 22
ladrões e às confederações dos maiores vilões; até os que se
TEXTO I afastaram a tal ponto da própria humanidade conservam
Não é possível passar das trevas da ignorância para a luz da entre si a fé e as regras da justiça.
ciência a não ser lendo, com um amor sempre mais vivo, as LOCKE, J. Ensaio acerca do entendimento humano.São Paulo: Nova Cultural,
obras dos Antigos. Ladrem os cães, grunhem os porcos! 2000 (adaptado).
Nem por isso deixarei de ser um seguidor dos Antigos. Para De acordo com Locke, até a mais precária coletividade de-
eles irão todos os meus cuidados e, todos os dias, a aurora pende de uma noção de justiça, pois tal noção
me encontrará entregue ao seu estudo.  identifica indivíduos despreparados para a vida em
BLOIS, P. Apud PEDRERO SÁNCHEZ, M. G. História da Idade Média: texto e comum.
testemunhas. São Paulo: Unesp, 2000.  contribui com a manutenção da ordem e do equilíbrio
TEXTO II social.
A nossa geração tem arraigado o defeito de recusar admitir  estabelece um conjunto de regras para a formação da
tudo o que parece vir dos modernos. Por isso, quando des- sociedade.
cubro uma ideia pessoal e quero torná-la pública, atribuo-a  determina o que é certo ou errado num contexto de
a outrem e declaro: – Foi fulano de tal que o disse, não sou interesses conflitantes.
eu. E para que acreditem totalmente nas minhas opiniões,  representa os interesses da coletividade, expressos
digo: – O inventor foi fulano de tal, não sou eu. pela vontade da maioria.
BATH, A. Apud PEDRERO SÁNCHEZ, M. G. História da Idade Média: texto e
testemunhas. São Paulo: Unesp, 2000.
Nos textos são apresentados pontos de vista distintos sobre
as mudanças culturais ocorridas no século XII no Ocidente.
Comparando os textos, os autores discutem o(a)
 produção do conhecimento face à manutenção dos ar-
gumentos de autoridade da Igreja.
 caráter dinâmico do pensamento laico frente à estag-
nação dos estudos religiosos.
 surgimento do pensamento científico em oposição à
tradição teológica cristã.
 desenvolvimento do racionalismo crítico ao opor fé e
razão.
 construção de um saber teológico científico.

83
Questão 25 Para o autor, o surgimento do estado civil estabelece as
condições para o ser humano
Texto I
 internalizar os princípios morais, objetivando a satisfa-
Até aqui expus a natureza do homem (cujo orgulho e outras
ção da vontade individual.
paixões o obrigaram a submeter-se ao governo), juntamen-
 aderir à organização política, almejando o estabeleci-
te com o grande poder do seu governante, o qual comparei
mento do despotismo.
com o Leviatã, tirando essa comparação dos dois últimos
 aprofundar sua religiosidade, contribuindo para o for-
versículos do capítulo 41 de Jó, onde Deus, após ter estabe-
talecimento da Igreja.
lecido o grande poder do Leviatã, lhe chamou Rei dos So-
 assegurar o exercício do poder, com o resgate da sua
berbos. Não há nada na Terra, disse ele, que se lhe possa
autonomia.
comparar.
HOBBES, T. O Leviatã. São Paulo: Martins Fontes, 2003.  obter a situação de paz, com a garantia legal do seu
Texto II bem-estar.
Eu asseguro, tranquilamente, que o governo civil é a solu- Questão 27
ção adequada para as inconveniências do estado de nature- A natureza fez os homens tão iguais, quanto às faculdades
za, que devem certamente ser grandes quando os homens do corpo e do espírito, que, embora por vezes se encontre
podem ser juízes em causa própria, pois é fácil imaginar um homem manifestamente mais forte de corpo, ou de es-
que um homem tão injusto a ponto de lesar o irmão dificil- pírito mais vivo do que outro, mesmo assim, quando se
mente será justo para condenar a si mesmo pela mesma considera tudo isto em conjunto, a diferença entre um e
ofensa. outro homem não é suficientemente considerável para que
LOCKE, J. Segundo tratado sobre o governo civil. Petrópolis: Vozes, 1994.
um deles possa com base nela reclamar algum benefício a
Thomas Hobbes e John Locke, importantes teóricos contra-
que outro não possa igualmente aspirar.
tualistas, discutiram aspectos ligados à natureza humana e HOBBES, T. Leviatã. São Paulo Martins Fontes, 2003
ao Estado. Thomas Hobbes, diferentemente de John Locke, Para Hobbes, antes da constituição da sociedade civil,
entende o estado de natureza como um(a) quando dois homens desejavam o mesmo objeto, eles
 condição de guerra de todos contra todos, miséria uni-  entravam em conflito.
versal, insegurança e medo da morte violenta.  recorriam aos clérigos.
 organização pré-social e pré-política em que o homem  consultavam os anciãos.
nasce com os direitos naturais: vida, liberdade, igual-  apelavam aos governantes.
dade e propriedade.  exerciam a solidariedade.
 capricho típico da menoridade, que deve ser eliminado Questão 28
pela exigência moral, para que o homem possa consti-
Polemizando contra a tradicional tese aristotélica, que via
tuir o Estado civil.
na sociedade o resultado de um instinto primordial, Hobbes
 situação em que os homens nascem como detentores
sustenta que no gênero humano, diferentemente do animal,
de livre-arbítrio, mas são feridos em sua livre decisão
não existe sociabilidade instintiva. Entre os indivíduos não
pelo pecado original.
existe um amor natural, mas somente uma explosiva mistu-
 estado de felicidade, saúde e liberdade que é destruído
ra de temor e necessidade recíprocos que, se não fosse dis-
pela civilização, que perturba as relações sociais e vio-
ciplinada pelo Estado, originaria uma incontrolável suces-
lenta a humanidade.
são de violências e excessos.
Questão 26 NICOLAU, U. Antologia ilustrada de filosofia: das origens à Idade Moderna.
O fim último, causa final e desígnio dos homens, ao introdu- Referente à constituição da sociedade civil, considere, res-
zir uma restrição sobre si mesmos sob a qual os vemos pectiva mente, o correto posicionamento de Aristóteles e
viver nos Estados, é o cuidado com sua própria conservação Hobbes:
e com uma vida mais satisfeita; quer dizer, o desejo de sair  Instrumento artificial para a realização da justiça e
da mísera condição de guerra que é a consequência neces- forma de legitimação do exercício da coerção e da vio-
lência.
sária das paixões naturais dos homens, como o orgulho, a
 Realização das disposições naturais do homem e artifí-
vingança e coisas semelhantes. É necessário um poder visí- cio necessário para frear a natureza humana.
vel capaz de mantê-los em respeito, forçando-os, por medo  Resultado involuntário da ação de cada indivíduo e
do castigo, ao cumprimento de seus pactos e ao respeito às anulação dos impulsos originários presentes na natu-
leis, que são contrárias a nossas paixões naturais. reza humana.
HOBBES, T. M. Leviatã. São Paulo: Nova Cultural, 1999 (adaptado).  Objetivação dos desejos da maioria e representação
construída para possibilitar as relações interpessoais.
 Realização da razão e expressão da vontade dos gover-
nados.

84
Questão 29 Em O príncipe, Maquiavel apresenta conselhos para a manu-
tenção do poder político, como o deste trevo, que tem como
TEXTO I
objeto a
Tudo aquilo que é válido para um tempo de guerra, em que
 transferência dos inimigos da metrópole para a colô-
todo homem é inimigo de todo homem, é válido também
nia.
para o tempo durante o qual os homens vivem sem outra
 substituição de leis, costumes e impostos da região
segurança senão a que lhes pode ser oferecida por sua pró-
dominada.
pria força e invenção.
HOBBES, T. Leviatã. São Paulo: Abril Cultural, 1983.
 implantação de um exército armado, constituído pela
TEXTO II população subjugada.
Não vamos concluir, com Hobbes que, por não ter nenhuma  expansão do principado, com migração populacional
ideia de bondade, o homem seja naturalmente mau. Esse para o território conquistado.
autor deveria dizer que, sendo o estado de natureza aquele  distribuição de terras para a parcela do povo domina-
em que o cuidado de nossa conservação é menos prejudicial do, que possui maior poder político.
à dos outros, esse estado era, por conseguinte, o mais pró- Questão 32
prio à paz e o mais conveniente ao gênero humano. TEXTO I
ROUSSEAU, J.-J. Discurso sobre a origem e o fundamento da desigualdade
O Heliocentrismo não é o “meu sistema”, mas a Ordem de
Os trechos apresentam divergências conceituais entre auto-
Deus.
res que sustentam um entendimento segundo o qual a COPÉRNICO, N. As revoluções dos orbes celestes [1543]. Lisboa: Fundação
igualdade entre os homens se dá em razão de uma Calouste Gulbenkian, 1984.
 predisposição ao conhecimento. TEXTO II
 submissão ao transcendente. Não vejo nenhum motivo para que as ideias expostas neste
 tradição epistemológica. livro (A origem das espécies) se choquem com as ideias reli-
 condição original. giosas.
 vocação política. DARWIN, C. A origem das espécies [1859]. São Paulo: Escala, 2009.
Questão 30 Os textos expressam a visão de dois pensadores — Copér-
nico e Darwin — sobre a questão religiosa e suas relações
A filosofia é como uma árvore, cujas raízes são a metafísica;
com a ciência, no contexto histórico de construção e conso-
o tronco, a física, e os ramos que saem do tronco são todas
lidação da Modernidade. A comparação entre essas visões
as outras ciências, que se reduzem a três principais: a medi-
expressa, respectivamente:
cina, a mecânica e a moral, entendendo por moral a mais
 Articulação entre ciência e fé — pensamento científico
elevada e a mais perfeita porque pressupõe um saber inte-
independente.
gral das outras ciências, e é o último grau da sabedoria.
 Poder secular acima do poder religioso — defesa dos
DESCARTES, R. Princípios da filosofia. Lisboa: Edições 70, 1997 (adaptado).
dogmas católicos.
Essa construção alegórica de Descartes, acerca da condição
 Ciência como área autônoma do saber — razão huma-
epistemológica da filosofia, tem como objetivo
na submetida à fé.
 sustentar a unidade essencial do conhecimento.
 Moral católica acima da protestante — subordinação
 refutar o elemento fundamental das crenças.
da ciência à religião.
 impulsionar o pensamento especulativo.
 Autonomia do pensamento religioso — fomento à fé
 recepcionar o método experimental.
por meio da ciência.
 incentivar a suspensão dos juízos.
Questão 31

Outro remédio eficiente é organizar colônias, em alguns


lugares as quais virão a ser como grilhões impostos às pro-
víncias, porque isto é necessário que se faça ou deve-se lá
ter muita força de armas. Não é muito que se gasta com as
colônias, e, sem despesa excessiva, podem ser organizadas e
mantidas. Os únicos que terão prejuízos com elas serão os
de quem se tomam os campos e as moradias para se darem
aos novos habitantes. Entretanto, os prejudicados serão a
minoria da população do Estado, e dispersos e reduzidos à
penúria, nenhum dano trarão ao príncipe, e os que não
foram prejudicados terão, por isso, que se aquietarem, te-
merosos de que o mesmo lhes suceda.
MAQUIAVEL, N. O príncipe. São Paulo: Martins Fontes, 2010.

85
Questão 33 A relação entre ser humano e natureza ressaltada no texto
refletia a permanência da seguinte corrente filosófica:
A ciência ativa rompe com a separação antiga entre a ciên-
 Relativismo cognitivo.
cia (episteme), o saber teórico, e a técnica (techne), o saber
 Materialismo dialético.
aplicado, integrando ciência e técnica. Do ponto de vista da
 Racionalismo cartesiano.
ideia de ciência, a valorização da observação e do método
 Pluralismo epistemológico.
experimental opõe a ciência ativa à ciência contemplativa
 Existencialismo fenomenológico.
dos antigos; assim também, a utilização da matemática
Questão 36
como linguagem da física, proposta por Galileu sob inspira-
ção platônica e pitagórica, e contrária à concepção aristoté- Os produtos e seu consumo constituem a meta declarada do
lica. empreendimento tecnológico. Essa meta foi proposta pela
MARCONDES, D. Iniciação à história da filosofia: dos pré-socráticos a primeira vez no início da Modernidade, como expectativa
Wittgenstein. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2008 (adaptado).
de que o homem poderia dominar a natureza. No entanto,
Nesse contexto, a ciência encontra seu novo fundamento na
essa expectativa, convertida em programa anunciado por
 utilização da prova para confirmação empírica.
pensadores como Descartes e Bacon e impulsionado pelo
 apropriação do senso comum como inspiração.
Iluminismo, não surgiu “de um prazer de poder”, “de um
 reintrodução dos princípios da metafísica clássica.
mero imperialismo humano”, mas da aspiração de libertar o
 construção do método em separado dos fenômenos.
homem e de enriquecer sua vida, física e culturalmente.
 consolidação da independência entre conhecimento e CUPANI, A. A tecnologia como problema filosófico: três enfoques, Scientiae
prática. Studia. São Paulo, v. 2, n. 4, 2004 (adaptado).
Questão 34 Autores da filosofia moderna, notadamente Descartes e
A filosofia encontra-se escrita neste grande livro que conti- Bacon, e o projeto iluminista concebem a ciência como uma
nuamente se abre perante nossos olhos (isto é, o universo), forma de saber que almeja libertar o homem das intempé-
que não se pode compreender antes de entender a língua e ries da natureza. Nesse contexto, a investigação científica
conhecer os caracteres com os quais está escrito. Ele está consiste em
escrito em língua matemática, os caracteres são triângulos,  expor a essência da verdade e resolver definitivamente
circunferências e outras figuras geométricas, sem cujos as disputas teóricas ainda existentes.
meios é impossível entender humanamente as palavras;  oferecer a última palavra acerca das coisas que existem
sem eles, vagamos perdidos dentro de um obscuro labirin- e ocupar o lugar que outrora foi da filosofia.
to.  ser a expressão da razão e servir de modelo para ou-
GALILEI, G. “O ensaiador”. Os pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1978. tras áreas do saber que almejam o progresso.
No contexto da Revolução Científica do século XVII, assumir  explicitar as leis gerais que permitem interpretar a
a posição de Galileu significava defender a natureza e eliminar os discursos éticos e religiosos.
 continuidade do vínculo entre ciência e fé dominante  explicar a dinâmica presente entre os fenômenos natu-
na Idade Média. rais e impor limites aos debates acadêmicos.
 necessidade de o estudo linguístico ser acompanhado Questão 37
do exame matemático.
Uma vez que a razão me persuado de que devo impedir-me
 oposição da nova física quantitativa aos pressupostos
de dar crédito às coisas que não são inteiramente certas e
da filosofia escolástica.
indubitáveis tanto quando àquelas que nos parecem mani-
 importância da independência da investigação científi-
festamente ser falsas, o menor motivo de dúvida que eu
ca pretendida pela Igreja.
nelas encontrar bastará para me levar a rejeitar todas.
 inadequação da matemática para elaborar uma expli- DESCARTES, R. Meditações de Filosofia Primeira. São Paulo: Abril Cultura.,
cação racional da natureza. Ao introduzir dúvida como método, Descartes busca alcan-
Questão 35 çar uma certeza capaz de refundar, sobre princípios sólidos,
Dizem que Humboldt, naturalista do século XIX, maravilha- a ciência e a filosofia. Seu procedimento teórico indica
do pela geografia, flora e fauna da região sul-americana, via  a capacidade de o entendimento humano duvidar das
seus habitantes como se fossem mendigos sentados sobre certezas claras e distintas.
 a ideia de que o ceticismo é base suficiente para edifi-
um saco de ouro, referindo-se a suas incomensuráveis ri-
car a filosofia moderna.
quezas naturais não exploradas. De alguma maneira, o cien-  o rompimento com o dogmatismo da filosofia aristoté-
tista ratificou nosso papel de exportadores de natureza no lico-tomista que prevalecera na Idade Média.
que seria o mundo depois da colonização ibérica: enxergou-  a primazia dos sentidos como caminho seguro de con-
nos como territórios condenados a aproveitar os recursos dução do homem à verdade.
naturais existentes.  o estabelecimento de uma regra capaz de consolidar a
ACOSTA, A. Bem viver: uma oportunidade para imaginar outros mundos. tradição escolástica de pensamento.
São Paulo: Elefante, 2016 (adaptado).

86
Questão 38 Questão 40
Após ter examinado cuidadosamente todas as coisas, cum- Na primeira meditação, eu exponho as razões pelas quais
pre enfim concluir e ter por constante que esta proposição, nós podemos duvidar de todas as coisas e, particularmente
eu sou, eu existo, é necessariamente verdadeira todas as das coisas materiais, pelo menos enquanto não tivermos
vezes que a enuncio ou que a concebo em meu espírito. outros fundamentos nas ciências além dos que tivemos até
DESCARTES, R. Meditações. Pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1979. o presente. Na segunda meditação, o espírito reconhece
A proposição “eu sou, eu existo” corresponde a um dos entretanto que é absolutamente impossível que ele mesmo,
momentos mais importantes na ruptura da filosofia do o espírito, não exista.
século XVII com os padrões da reflexão medieval, por DESCARTES, R. Meditações metafísicas. São Paulo: Abril Cultural, 1973
 estabelecer o ceticismo como opção legítima. O instrumento intelectual empregado por Descartes para
 utilizar silogismos linguísticos como prova ontológica. analisar os seus próprios pensamentos tem como objetivo
 inaugurar a posição teórica conhecida como empiris-  identificar um ponto de partida para a consolidação de
mo. um conhecimento seguro.
 estabelecer um princípio indubitável para o conheci-  observar os eventos particulares para a formação de
mento. um entendimento universal.
 Questionar a relação entre a filosofia e o tema da exis-  analisar as necessidades humanas para a construção de
tência de Deus. um saber empírico.
Questão 39  estabelecer uma base cognitiva para assegurar a valo-
rização da memória.
Antes que a arte polisse nossas maneiras e ensinasse nossas
 investigar totalidades estruturadas para dotá-las de
paixões a falarem a linguagem apurada, nossos costumes
significação.
eram rústicos. Não era melhor, mas os homens encontra-
Questão 41
vam sua segurança na facilidade para se reconhecerem
reciprocamente, e essa vantagem, de cujo valor não temos É o caráter radical do que se procura que exige a radicaliza-
mais a noção, poupava-lhes muitos vícios. ção do próprio processo de busca. Se todo o espaço for ocu-
ROUSSEAU, J.-J. Discurso sobre as ciências e as artes. São Paulo: Abril Cultu- pado pela dúvida, qualquer certeza que aparecer a partir
ral, 1983 (adaptado). daí terá sido de alguma forma gerada pela própria dúvida, e
No presente excerto, o filósofo Jean-Jacques Rousseau não será seguramente nenhuma daquelas que foram ante-
(1712-1778) exalta uma condição que teria sido vivenciada riormente varridas por essa mesma dúvida.
pelo homem em qual situação? SILVA, F. L. Descartes: a metafísica da modernidade. São Paulo: Moderna,
 No sistema monástico, pela valorização da religião. 2001 (adaptado).
 Na existência em comunidade, pela comunhão de valo- Apesar de questionar os conceitos da tradição, a dúvida
res. radical da filosofia cartesiana tem caráter positivo por con-
 No modelo de autogestão, pela emancipação do sujeito. tribuir para o(a)
 No estado de natureza, pelo exercício da liberdade.  dissolução do saber científico.
 Na vida em sociedade, pela abundância de bens.  recuperação dos antigos juízos.
 exaltação do pensamento clássico.
 surgimento do conhecimento inabalável.
 fortalecimento dos preconceitos religiosos.

87
Questão 42 Questão 44
O século XVIII é, por diversas razões, um século diferencia- Quando analisamos nossos pensamentos ou ideias, por
do. Razão e experimentação se aliavam no que se acreditava mais complexos e sublimes que sejam, sempre descobrimos
ser o verdadeiro caminho para o estabelecimento do co- que se resolvem em ideias simples que são cópias de uma
nhecimento científico, por tanto tempo almejado. O fato, a sensação ou sentimento anterior. Mesmo as ideias que, à
análise e a indução passavam a ser parceiros fundamentais primeira vista, parecem mais afastadas dessa origem mos-
da razão. É ainda no século XVIII que o homem começa a tram, a um exame mais atento, ser derivadas dela.
tomar consciência de sua situação na história. HUME, D. Investigação sobre o entendimento humano. São Paulo: Abril
Cultural,
ODALIA, N. In: PINSKY, J.; PINSKY. C. B. História da cidadania. São Paulo:
No ambiente cultural do Antigo Regime, a discussão filosó- Depreende-se deste excerto da obra de Hume que o conhe-
fica mencionada no texto tinha como uma de suas caracte- cimento tem a sua gênese na
rísticas a  convicção inata.
 aproximação entre inovação e saberes antigos.  dimensão apriorística.
 conciliação entre revelação e metafísica platônica.  elaboração do intelecto.
 vinculação entre escolástica e práticas de pesquisa.  percepção dos sentidos.
 separação entre teologia e fundamentalismo religioso.  realidade transcendental.
 contraposição entre clericalismo e liberdade de pen- Questão 45
samento. Todo o poder criativo da mente se reduz a nada mais do
Questão 43 que a faculdade de compor, transpor, aumentar ou diminuir
os materiais que nos fornecem os sentidos e a experiência.
TEXTO I
Quando pensamos em uma montanha de ouro, não fazemos
Considero apropriado deter-me algum tempo na contem-
mais do que juntar duas ideias consistentes, ouro e monta-
plação deste Deus todo perfeito, ponderar totalmente à
nha, que já conhecíamos. Podemos conceber um cavalo
vontade seus maravilhosos atributos, considerar, admirar e
virtuoso, porque somos capazes de conceber a virtude a
adorar a incomparável beleza dessa imensa luz.
DESCARTES, R. Meditações. São Paulo: Abril Cultural, 1980. partir de nossos próprios sentimentos, e podemos unir a
TEXTO II isso a figura e a forma de um cavalo, animal que nos é fami-
Qual será a forma mais razoável de entender como é o liar.
HUME, D. Investigação sobre o entendimento humano. São Paulo: Abril
mundo? Existirá alguma boa razão para acreditar que o
Cultural, 1995.
mundo foi criado por uma divindade todo-poderosa? Não
Hume estabelece um vínculo entre pensamento e impressão
podemos dizer que a crença em Deus é “apenas” uma ques-
ao considerar que
tão de fé.
 os conteúdos das ideias no intelecto têm origem na
RACHELS, J. Problemas da filosofia. Lisboa: Gradiva, 2009.
sensação.
Os textos abordam um questionamento da construção da
 o espírito é capaz de classificar os dados da percepção
modernidade que defende um modelo
sensível.
 centrado na razão humana.
 as ideias fracas resultam de experiências sensoriais
 baseado na explicação mitológica.
determinadas pelo acaso.
 fundamentado na ordenação imanentista.
 os sentimentos ordenam como os pensamentos devem
 focado na legitimação contratualista.
ser processados na memória.
 configurado na percepção etnocêntrica.
 as ideias têm como fonte específica o sentimento cujos
dados são colhidos na empiria.

88
Questão 46 Questão 48
Adão, ainda que supuséssemos que suas faculdades racio- TEXTO I
nais fossem inteiramente perfeitas desde o início, não po- Os meus pensamentos são todos sensações.
deria ter inferido da fluidez e transparência da água que ela Penso com os olhos e com os ouvidos
o sufocaria, nem da luminosidade e calor do fogo que este E com as mãos e os pés
poderia consumi-lo. Nenhum objeto jamais revela, pelas E com o nariz e a boca.
qualidades que aparecem aos sentidos, nem as causas que o PESSOA, F. O guardador de rebanhos – IX. In: GALHOZ. M. A. (Org.). Obras
produziram, nem os efeitos que dele provirão; e tampouco poéticas. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1999 (fragmento).

nossa razão é capaz de extrair, sem auxílio da experiência, TEXTO II


qualquer conclusão referente à existência efetiva de coisas Tudo aquilo que sei do mundo, mesmo por ciência, eu o sei
ou questões de fato. a partir de uma visão minha ou de uma experiência do
HUME, D. Uma investigação sobre o entendimento humano. São Paulo: mundo sem a qual os símbolos da ciência não poderiam
Unesp 2003. dizer nada.
Segundo o autor, qual é a origem do conhecimento huma- MERLEAU-PONTY, M. Fenomenologia da percepção. São Paulo: Martins
no? Fontes, 1999 (adaptado).

 A potência inata da mente. Os textos mostram-se alinhados a um entendimento acerca


 A revelação da inspiração divina. da ideia de conhecimento, numa perspectiva que ampara a
 O estudo das tradições filosóficas.  anterioridade da razão no domínio cognitivo.
 A vivência dos fenômenos do mundo.  confirmação da existência de saberes inatos.
 O desenvolvimento do raciocínio abstrato.  valorização do corpo na apreensão da realidade.
Questão 47  verificabilidade de proposições no campo da lógica.
 possibilidade de contemplação de verdades atempo-
Uma pessoa vê-se forçada pela necessidade a pedir dinheiro rais.
emprestado. Sabe muito bem que não poderá pagar, mas vê Questão 49
também que não lhe emprestarão nada se não prometer
firmemente pagar em prazo determinado. Sente a tentação Em A morte de Ivan IIitch, Tolstoi descreve com detalhes
de fazer a promessa; mas tem ainda consciência bastante repulsivos o terror de encarar a morte iminente. Ilitch ado-
para perguntar a si mesma: não é proibido e contrário ao ece depois de um pequeno acidente e logo compreende que
dever livrar-se de apuros desta maneira? Admitindo que se se encaminha para o fim de modo impossível de parar. “Nas
decida a fazê-lo, a sua máxima de ação seria: quando julgo profundezas de seu coração, ele sabia estar morrendo, mas
estar em apuros de dinheiro, vou pedi-lo emprestado e em vez de se acostumar com a ideia, simplesmente não o
prometo pagá-lo, embora saiba que tal nunca sucederá. fazia e não conseguia compreendê-la”.
KAZEZ, J. O peso das coisas: filosofia para o bem-viver. Rio de Janeiro: Tinta
KANT, I. Fundamentação da metafísica dos costumes. São Paulo: Abril
Negra, 2004.
Cultural, 1980.
De acordo com a moral kantiana, a “falsa promessa de pa- O texto descreve a experiência do personagem de Tolstoi
gamento” representada no texto diante de um aspecto incontornável de nossas vidas. Esse
 assegura que a ação seja aceita por todos a partir da aspecto foi um tema central na tradição filosófica
livre discussão participativa.  marxista, no contexto do materialismo histórico.
 garante que os efeitos das ações não destruam a possi-  logicista, no propósito de entendimento dos fatos.
bilidade da vida futura na terra.  utilitarista, no sentido da racionalidade das ações.
 opõe-se ao princípio de que toda ação do homem possa  pós-modernista, na discussão da fluidez das relações.
valer como norma universal.  existencialista, na questão do reconhecimento de si.
 materializa-se no entendimento de que os fins da ação Questão 50
humana podem justificar os meios. O filósofo reconhece-se pela posse inseparável do gosto da
 permite que a ação individual produza a mais ampla evidência e do sentido da ambiguidade. Quando se limita a
felicidade para as pessoas envolvidas. suportar a ambiguidade, esta se chama equívoco. Sempre
aconteceu que, mesmo aqueles que pretenderam construir
uma filosofia absolutamente positiva, só conseguiram ser
filósofos na medida em que, simultaneamente, se recusa-
ram o direito de se instalar no saber absoluto. O que carac-
teriza o filósofo é o movimento que leva incessantemente
do saber à ignorância, da ignorância ao saber, e um certo
repouso neste movimento.
MERLEAU-PONTY. M. Elogio da filosofia. Lisboa: Guimarães, 1998 (adaptado).

89
O texto apresenta um entendimento acerca dos elementos Questão 53
constitutivos da atividade do filósofo, que se caracteriza por
 reunir os antagonismos das opiniões ao método dialé- TEXTO I
tico. A melhor banda de todos os tempos da última semana
 ajustar a clareza do conhecimento ao inatismo das O melhor disco brasileiro de música americana
ideias. O melhor disco dos últimos anos de sucessos do passado
 associar a certeza do intelecto à imutabilidade da ver- O maior sucesso de todos os tempos entre os dez maiores
dade. fracassos
 conciliar o rigor da investigação à inquietude do ques- Não importa contradição
tionamento. O que importa é televisão
 compatibilizar as estruturas do pensamento aos prin- Dizem que não há nada que você não se acostume
cípios fundamentais. Cala a boca e aumenta o volume então.
MELLO, B.; BRITTO, S. A melhor banda de todos os tempos da última semana
Questão 51
.São Paulo: Abril Music, 2001 (fragmento).
Ser ou não ser – eis a questão. TEXTO II
Morrer – dormir – Dormir! Talvez sonhar. Aí está o obstácu- O fetichismo na música e a regressão da audição
lo! Aldous Huxley levantou em um de seus ensaios a seguinte
Os sonhos que hão de vir no sono da morte pergunta: quem ainda se diverte realmente hoje num lugar
Quando tivermos escapado ao tumulto vital de diversão? Com o mesmo direito poder-se-ia perguntar:
Nos obrigam a hesitar: e é essa a reflexão para quem a música de entretenimento serve ainda como
Que dá à desventura uma vida tão longa. entretenimento? Ao invés de entreter, parece que tal músi-
SHAKESPEARE, W. Hamlet. Porto Alegre: L&PM, 2007. ca contribui ainda mais para o emudecimento dos homens,
Este solilóquio pode ser considerado um precursor do exis- para a morte da linguagem como expressão, para a incapa-
tencialismo ao enfatizar a tensão entre cidade de comunicação.
 consciência de si e angústia humana. ADORNO, T. Textos escolhidos. São Paulo: Nova Cultural, 1999.
 inevitabilidade do destino e incerteza moral. A aproximação entre a letra da canção e a crítica de Adorno
 tragicidade da personagem e ordem do mundo. indica o(a)
 racionalidade argumentativa e loucura iminente.  lado efêmero e restritivo da indústria cultural.
 dependência paterna e impossibilidade de ação.  baixa renovação da indústria de entretenimento.
Questão 52  influência da música americana na cultura brasileira.
A crítica é uma questão de distância certa. O olhar hoje mais  fusão entre elementos da indústria cultural e da cultu-
essencial, o olho mercantil que penetra no coração das coi- ra popular.
sas, chama-se propaganda. Esta arrasa o espaço livre da  declínio da forma musical em prol de outros meios de
contemplação e aproxima tanto as coisas, coloca-as tão entretenimento.
debaixo do nariz quanto o automóvel que sai da tela de Questão 54
cinema e cresce, gigantesco, tremeluzindo em direção a nós. Por força da industrialização da cultura, desde o começo do
E, do mesmo modo que o cinema não oferece móveis e fa- filme já se sabe como ele termina, quem é recompensado e,
chadas a uma observação crítica completa, mas dá apenas a ao escutar a música, o ouvido treinado é perfeitamente
sua espetacular, rígida e repentina proximidade, também a capaz, desde os primeiros compassos, de adivinhar o de-
propaganda autêntica transporta as coisas para primeiro senvolvimento do tema e sente-se feliz quando ele tem
plano e tem um ritmo que corresponde ao de um bom filme. lugar como previsto.
BENJAMIN, W. Rua de mão única: infância berlinense – 1900. Belo Horizon- ADORNO, T. W.; HORKHEIMER, M. Dialética do esclarecimento: fragmentos
te: Autêntica, 2013 (adaptado). filosóficos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2009.
O texto apresenta um entendimento do filósofo Walter Ben- A crítica ao tipo de criação mencionada no texto teve como
jamin, segundo o qual a propaganda dificulta o procedimen- alvo, no campo da arte, a
to de análise crítica em virtude do(a)  burocratização do processo de difusão.
 caráter ilusório das imagens.  valorização da representação abstrata.
 evolução constante da tecnologia.  padronização das técnicas de composição.
 aspecto efêmero dos acontecimentos.  sofisticação dos equipamentos disponíveis.
 conteúdo objetivo das informações.  ampliação dos campos de experimentação.
 natureza emancipadora das opiniões.

90
Questão 55 Questão 57
A humanidade, a humanidade do homem, ainda é um con- Penso que não há um sujeito soberano, fundador, uma for-
ceito completamente novo para o filósofo que não cochila ma universal de sujeito que poderíamos encontrar em to-
em pé. A velha questão do próprio homem continua por ser dos os lugares. Penso, pelo contrário, que o sujeito se cons-
inteiramente reelaborada, não apenas em relação às ciên- titui através das práticas de sujeição ou, de maneira mais
cias do vivo, não apenas em relação ao que se nomeia com autônoma, através de práticas de liberação, de liberdade,
essa palavra geral, homogênea e confusa, o animal, mas em como na Antiguidade – a partir, obviamente, de um certo
relação a todos os traços que a metafísica reservou ao ho- número de regras, de estilos, que podemos encontrar no
mem e que nenhum deles resiste à análise. meio cultural.
DERRIDA, J. Papel-máquina. São Paulo: Estação Liberdade, 2004. FOUCAULT, M. Ditos e escritos V: ética, sexualidade, política. Rio de Janeiro:
No trecho, caracteriza-se o seguinte tema fundamental do O texto aponta que a subjetivação se efetiva numa dimen-
pensamento filosófico contemporâneo: são
 Crise do sujeito.  legal, pautada em preceitos jurídicos.
 Relativismo ético.  racional, baseada em pressupostos lógicos.
 Virada linguística.  contingencial, processada em interações sociais.
 Teoria da referência.  transcendental, efetivada em princípios religiosos.
 Crítica à tecnociência.  essencial, fundamentada em parâmetros substancialis-
Questão 56 tas.
A hospitalidade pura consiste em acolher aquele que chega
SOCIOLOGIA
antes de lhe impor condições, antes de saber e indagar o
que quer que seja, ainda que seja um nome ou um “docu- Questão 01
mento” de identidade. Mas ela também supõe que se dirija a Por maioria, nós não entendemos uma quantidade relativa
ele, de maneira singular, chamando-o portanto e reconhe- maior, mas a determinação de um estado ou de um padrão
cendo-lhe um nome próprio: “Como você se chama?” A em relação ao qual tanto as quantidades maiores quanto as
hospitalidade consiste em fazer tudo para se dirigir ao ou- menores serão ditas minoritárias. Maioria supõe um estado
tro, em lhe conceder, até mesmo perguntar seu nome, evi- de dominação. É nesse sentido que as mulheres, as crianças
tando que essa pergunta se torne uma “condição”, um in- e também os animais são minoritários.
quérito policial, um fichamento ou um simples controle das DELEUZE, G.; GUATTARI. F. Mil platôs. São Paulo: Editora 34, 2012 (adaptado).

fronteiras. Uma arte e uma poética, mas também toda uma No texto, a caracterização de uma minoria decorre da exis-
política dependem disso, toda uma ética se decide aí. tência de
DERRIDA, J. Papel-máquina. São Paulo: Estação Liberdade, 2004 (adaptado).  ameaças de extinção social.
Associado ao contexto migratório contemporâneo, o concei-  políticas de incentivos estatais.
to de hospitalidade proposto pelo autor impõe a necessida-  relações de natureza arbitrária.
de de  valorações de conexões simétricas.
 anulação da diferença.  hierarquizações de origem biológica.
 cristalização da biografia. Questão 02
 incorporação da alteridade.
A carroça sem cavalo
 supressão da comunicação.
Conta-se que, em noites frias de inverno, descia um forte
 verificação da proveniência.
nevoeiro trazido pelo mar e, nessa noite, ouviam-se muitos
barulhos estranhos. Os moradores da cidade de São Fran-
cisco, que é a cidade mais antiga de Santa Catarina, eram
acordados de madrugada com um barulho perturbador. Ao
abrirem a janela de casa, os moradores assustavam-se com
a cena: viam uma carroça andando sem cavalo e sem nin-
guém puxando... Andava sozinha! Na carroça, havia objetos
barulhentos, como panelas, bules, inclusive alguns objetos
amarrados do lado de fora da carroça. O medo dominou a
pequena cidade. Conta-se ainda que um carroceiro foi mor-
to a coices pelo seu cavalo, por maltratar o animal. Nas noi-
tes de manifestação da assombração, a carroça saía de um
nevoeiro, assustava a população e, depois de um tempo,
voltava a desaparecer no nevoeiro.
Disponível em: www.gazetaonline.com.br. Acesso em: 12 dez. 2017 (adaptado).

91
Considerando-se que os diversos gêneros que circulam na Questão 05
sociedade cumprem uma função social específica, esse texto
TEXTO I
tem por função
Portadoras de mensagem espiritual do passado, as obras
 abordar histórias reais.
monumentais de cada povo perduram no presente como o
 informar acontecimentos.
testemunho vivo de suas tradições seculares. A humanida-
 questionar crenças populares.
de, cada vez mais consciente da unidade dos valores huma-
 narrar histórias do imaginário social.
nos, as considera um bem comum e, perante as gerações
 situar fatos de interesse da sociedade.
futuras, se reconhece solidariamente responsável por pre-
Questão 03
servá-las, impondo a si mesma o dever de transmiti-las na
plenitude de sua autenticidade.
Carta de Veneza. 31 de maio de 1964. Disponível em: www.iphan.gov.br.
Acesso em: 7 out. 2019.
TEXTO II
Os sistemas tradicionais de proteção se mostram cada vez
menos eficientes diante do processo acelerado de urbaniza-
ção e transformação de nossa sociedade. A legislação de
proteção peca por considerar o monumento, até certo pon-
to, desvinculado da realidade socioeconômica. O tomba-
mento, ao decretar a imutabilidade do monumento, provoca
a redução de seu valor venal e o abandono, o que é uma
causa, ainda que lenta, de destruição inevitável.
TELLES, L. S. Manual do patrimônio histórico. Porto Alegre; Caxias do Sul:
Escola Superior do Teologia São Lourenço de Brindes. 1977 (adaptado).
Escritos em temporalidade histórica aproximada, os textos
No texto, o trecho “Cê tá muito louco, véio” caracteriza um se distanciam ao apresentarem pontos de vista diferentes
uso social da linguagem mais comum a sobre a(s)
 jovens em situação de conversa informal.  ampliação do comércio de imagens sacras.
 pessoas conversando num cinema.  substituição de materiais de valor artístico.
 homens com problemas de visão.  políticas de conservação de bens culturais.
 idosos numa roda de bate-papo.  defesa da privatização de sítios arqueológicos.
 crianças brincando de viajar.  medidas de salvaguarda de peças museológicas.
Questão 04 Questão 06
Mesmo com a instalação da quarta emissora no Rio de Ja-
neiro, a Rádio Educadora, em janeiro de 1927, a música
popular ainda não desfrutava desse meio de comunicação
para se tornar mais conhecida. Renato Murce, um dos maio-
res radialistas de todos os tempos, registrou, no seu livro
Nos bastidores do rádio, que as emissoras veiculavam ape-
nas “um certo tipo de cultura, com uma programação quase
só da chamada música erudita, conferências maçantes e
palestras destituídas de interesse”. E acrescentou: “Nada de
música popular. Em samba, então, nem era bom falar”.
CABRAL, S. A MPB na Era do Rádio. São Paulo: Moderna, 1996.
A situação descrita no texto alterou-se durante o regime do
Estado Novo, porque o meio de comunicação foi instrumen-
Produzida no Chile, no final da década de 1970, a imagem talizado para
expressa um conflito entre culturas e sua presença em mu-  exportar as manifestações folclóricas nacionais.
seus decorrente da  ampliar o alcance da propaganda político-ideológica.
 valorização do mercado das obras de arte.  substituir as comemorações cívicas espontâneas.
 definição dos critérios de criação de acervos.  atender às demandas das elites oligárquicas.
 ampliação da rede de instituições de memória.  favorecer o espaço de mobilização social.
 burocratização do acesso dos espaços expositivos.
 fragmentação dos territórios das comunidades repre-
sentadas.

92
Questão 07 O uso desse método para compreender as condições dos
povos indígenas nas áreas urbanas brasileiras justifica-se
Constantinopla, aquela cidade vasta e esplêndida, com toda
por
a sua riqueza, sua ativa população de mercadores e arte-
 focalizar a empregabilidade de indivíduos carentes de
sãos, seus cortesãos em seus mantos civis e as grandes da-
especialização técnica.
mas ricamente vestidas e adornadas, com seus séquitos de
 permitir o recenseamento de cidadãos ausentes das
eunucos e escravos, despertaram nos cruzados um grande
estatísticas oficiais.
desdém, mesclado a um desconfortável sentimento de infe-
 neutralizar as ideologias de observadores imbuídos de
rioridade.
RUNCIMAN, S. A Primeira Cruzada e a fundação do Reino de Jerusalém. viés acadêmico.
Rio de Janeiro: Imago, 2003 (adaptado).  promover o retorno de grupos apartados de suas na-
A reação dos europeus quando defrontados com essa cida- ções de origem.
de ocorreu em função das diferenças entre Oriente e Oci-  registrar as trajetórias de sujeitos distantes das práti-
dente quanto aos(às) cas de escrita.
 modos de organização e participação política. Questão 10
 níveis de disciplina e poderio bélico do exército.
Os pesquisadores que trabalham com sociedades indígenas
 representações e práticas de devoção politeístas.
centram sua atenção em documentos do tipo jurídico-
 dinâmicas econômicas e culturais da vida urbana.
administrativo (visitas, testamentos, processos) ou em
 formas de individualização e desenvolvimento pessoal.
relações e informes e têm deixado em segundo plano as
Questão 08
crônicas. Quando as utilizam, dão maior importância àque-
O processamento da mandioca era uma atividade já realiza- las que foram escritas primeiro e que têm caráter menos
da pelos nativos que viviam no Brasil antes da chegada de teórico e intelectualizado, por acharem que estas podem
portugueses e africanos. Entretanto, ao longo do processo oferecer informações menos deformadas. Contrariamos
de colonização portuguesa, a produção da farinha foi aper- esse posicionamento, pois as crônicas são importantes fon-
feiçoada e ampliada, tornando-se lugar-comum em todo o tes etnográficas, independentemente de serem contempo-
território da colônia portuguesa na América. Com a conso- râneas ao momento da conquista ou de terem sido redigi-
lidação do comércio atlântico em suas diferentes conexões, das em período posterior. O fato de seus autores serem
a farinha atravessou os mares e chegou aos mercados afri- verdadeiros humanistas ou pouco letrados não desvaloriza
canos. o conteúdo dessas crônicas.
BEZERRA, N. R. Escravidão, farinha e tráfico atlântico: um novo olhar sobre PORTUGAL, A. R. O ayllu andino nas crônicas quinhentistas: um polígrafo na literatura
as relações entre o Rio de Janeiro e Benguela (1790-1830). Disponível em: brasileira do século XIX (1885-1897). São Paulo: Cultura Acadêmica, 2009.
www.bn.br. Acesso em: 20 ago. 2014 (adaptado). As fontes valorizadas no texto são relevantes para a recons-
Considerando a formação do espaço atlântico, esse produto trução da história das sociedades pré-colombianas porque
exemplifica historicamente a  sintetizam os ensinamentos da catequese.
 difusão de hábitos alimentares.  enfatizam os esforços de colonização.
 disseminação de rituais festivos.  tipificam os sítios arqueológicos.
 ampliação dos saberes autóctones.  relativizam os registros oficiais.
 apropriação de costumes guerreiros.  substituem as narrativas orais.
 diversificação de oferendas religiosas.
Questão 09

Para dar conta do movimento histórico do processo de


inserção dos povos indígenas em contextos urbanos, cuja
memória reside na fala dos seus sujeitos, foi necessário
construir um método de investigação, baseado na História
Oral, que desvelasse essas vivências ainda não estudadas
pela historiografia, bem como as conflitivas relações de
fronteira daí decorrentes. A partir da história oral foi possí-
vel entender a dinâmica de deslocamento e inserção dos
índios urbanos no contexto da sociedade nacional, bem
como perceber os entrelugares construídos por estes gru-
pos étnicos na luta pela sobrevivência e no enfrentamento
da sua condição de invisibilidade.
MUSSI, P. L. V. Tronco velho ou ponta da rama? A mulher indígena terena
nos entrelugares da fronteira urbana. Patrimônio e Memória, n. 1, 2008.

93
Questão 11 Questão 14
A categoria de refugiado carrega em si as noções de transi- Declaração de Direitos do Homem e do Cidadão – 1789
toriedade, provisoriedade e temporalidade. Os refugiados Os representantes do povo francês, tendo em vista que a
situam-se entre o país de origem e o país de destino. Ao ignorância, o esquecimento ou o desprezo dos direitos do
transitarem entre os dois universos, ocupam posição mar- homem são as únicas causas dos males públicos e da cor-
ginal, tanto em termos identitários – assentada na falta de rupção dos governos, resolveram declarar solenemente os
pertencimento pleno enquanto membros da comunidade direitos naturais, inalienáveis e sagrados do homem, a fim
receptora e nos vínculos introjetados por códigos partilha- de que esta declaração, sempre presente em todos os mem-
dos com a comunidade de origem – quanto em termos jurí- bros do corpo social, lhes lembre permanentemente seus
dicos, ao deixarem de exercitar, ao menos em caráter tem- direitos e seus deveres; a fim de que as reivindicações dos
porário, o status de cidadãos no país de origem e portar o cidadãos, fundadas em princípios simples e incontestáveis,
status de refugiados no país receptor. se dirijam sempre à conservação da Constituição e à felici-
MOREIRA. J. B. Refugiados no Brasil: reflexões acerca do processo de dade geral.
integração local. REMHU. n. 43, jul.-dez. 2014 (adaptado). Disponível em: www.direitoshunanosusp.br. Acesso em: 7 jun. 2018
A condição de transitoriedade dos refugiados no Brasil, (adaptado).
conforme abordada no texto, é provocada pela associação Esse documento, elaborado no contexto da Revolução Fran-
entre cesa, reflete uma profunda mudança social ao estabelecer a
 ascensão social e burocracia estatal.  manutenção das terras comunais.
 miscigenação étnica e limites fronteiriços.  supressão do poder constituinte.
 desqualificação profissional e ação policial.  falência da sociedade burguesa.
 instabilidade financeira e crises econômicas.  paridade do tratamento jurídico.
 desenraizamento cultural e insegurança legal.  abolição dos partidos políticos.
Questão 12 Questão 15
Com direitos civis, mas sem direitos políticos, além das Sexto rei sumério (governante entre os séculos XVIII e XVII
mulheres, milhões de camponeses iletrados, em sua maioria a.C.) e nascido em Babel, “Khammu-rabi” (pronúncia em
não brancos, num contexto altamente racista e racializado, babilônio) foi fundador do I Império Babilônico (corres-
milhares de imigrantes estrangeiros recém-chegados e de pondente ao atual Iraque), unificando amplamente o mun-
ex-escravos recém-libertos não deixaram, apesar disso, de do mesopotâmico, unindo os semitas e os sumérios e levan-
agir politicamente e de influir decisivamente no devir da do a Babilônia ao máximo esplendor. O nome de Hamurabi
república em formação. permanece indissociavelmente ligado ao código jurídico
MATTOS, H. A vida política. In: SCHWARCZ, L. M. (Org.). A abertura para o
mundo: 1889-1930. Rio de Janeiro: Objetiva, 2012.
tido como o mais remoto já descoberto: o Código de Hamu-
Um meio pelo qual esses grupos exerceram a cidadania, nas rabi. O legislador babilônico consolidou a tradição jurídica,
primeiras décadas do regime político mencionado, foi o(a) harmonizou os costumes e estendeu o direito e a lei a todos
 prática do sufrágio livre e universal. os súditos.
Disponível em: www.direitoshumanos.usp.br. Acesso em: 12 fev. 2013
 programa de democratização do ensino. (adaptado).
 aliança de oligarquias partidárias estaduais. Nesse contexto de organização da vida social, as leis conti-
 irrupção de levantes populares espontâneos. das no Código citado tinham o sentido de
 discurso de inspiração social-darwinista e eugenista.  assegurar garantias individuais aos cidadãos livres.
Questão 13  tipificar regras referentes aos atos dignos de punição.
Sendo função social antes que direito, o voto era concedido  conceder benefícios de indulto aos prisioneiros de
àqueles a quem a sociedade julgava poder confiar sua pre- guerra.
servação. No Império, como na República, foram excluídos  promover distribuição de terras aos desempregados
os pobres (seja pela renda, seja pela exigência de alfabetiza- urbanos.
ção), os mendigos, as mulheres, os menores de idade, os  conferir prerrogativas políticas aos descendentes de
praças de pré, os membros de ordens religiosas. estrangeiros.
CARVALHO, J. M. Os bestializados: o Rio de Janeiro e a República que não
foi. São Paulo: Cia. das Letras, 1996.
A restrição à participação eleitoral mencionada no texto
visava assegurar o poder político aos(às)
 assalariados urbanos.
 oligarquias regionais.
 empresários industriais.
 profissionais liberais.
 círculos militares.

94
Questão 16 Questão 19
O marco inicial das discussões parlamentares em torno do Declaração de Salamanca – 1994
direito do voto feminino são os debates que antecederam a Acreditamos e proclamamos que: toda criança tem direito
Constituição de 1824, que não trazia qualquer impedimento fundamental á educação e deve ser dada a oportunidade de
ao exercício dos direitos políticos por mulheres, mas, por atingir e manter o nível adequado de aprendizagem; toda
outro lado, também não era explícita quanto à possibilidade criança possui características, interesses, habilidades e
desse exercício. Foi somente em 1932, dois anos antes de necessidades de aprendizagem que são únicas; sistemas
estabelecido o voto aos 18 anos, que as mulheres obtiveram educacionais deveriam ser designados e programas educa-
o direito de votar, o que veio a se concretizar no ano seguin- cionais deveriam ser implementados no sentido de se levar
te. Isso ocorreu a partir da aprovação do Código Eleitoral de em conta a vasta diversidade de tais características e neces-
1932. sidades.
Disponível em: http://tse.jusbrasil.com.br.Acesso em: 14 maio 2018. Disponível em: http://portal.mec.gov.br. Acesso em: 4 out. 2015.
Um dos fatores que contribuíram para a efetivação da me- Como signatário da Declaração citada, o Brasil comprome-
dida mencionada no texto foi a teu-se com a elaboração de políticas públicas educacionais
 superação da cultura patriarcal. que contemplem a
 influência de igrejas protestantes.  criação de privilégios.
 pressão do governo revolucionário.  contenção dos gastos.
 fragilidade das oligarquias regionais.  pluralidade dos sujeitos.
 campanha de extensão da cidadania.  padronização do currículo.
Questão 17  valorização da meritocracia.
Art. 231. São reconhecidos aos índios sua organização soci- Questão 20
al, costumes, línguas, crenças e tradições, e os direitos ori- A agenda escolar 2008 convida os alunos das escolas muni-
ginários sobre as terras que tradicionalmente ocupam, cipais do Recife à leitura mensal de trechos de poemas dos
competindo à União demarcá-las, proteger e fazer respeitar 12 artistas agraciados com estátuas desde 2005. Dessa
todos os seus bens. maneira, esses alunos tiveram acesso, em cada mês do ano,
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponí- a informações sobre as personalidades retratadas no papel
vel em: www.planalto.gov. br. Acesso em: 27 abr. 2017.
e no espaço público, lendo e discutindo seus versos e visi-
A persistência das reivindicações relativas à aplicação desse
tando as esculturas instaladas estrategicamente no centro
preceito normativo tem em vista a vinculação histórica
da cidade. Trata-se, em suma, de uma pedagogia do espaço
fundamental entre
público que repousa no reconhecimento de personalidades
 etnia e miscigenação racial.
e lugares simbólicos para a cidade. De acordo com a prefei-
 sociedade e igualdade jurídica.
tura, o itinerário poético seria uma maneira de fazer reco-
 espaço e sobrevivência cultural.
nhecer talentos que embelezam os postais recifenses, além
 progresso e educação ambiental.
de estreitar laços do cidadão com a cultura.
 bem-estar e modernização econômica. MACIEL, C. A. A.; BARBOSA, D. T. Democracia, espaços públicos e imagens simbólicas
Questão 18 da cidade do Recife. In: CASTRO, I. E.; RODRIGUES, J. N.; RIBEIRO, R. W. (Org.). Espa-
ços da democracia. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2013 (adaptado).
Entre as muitas batalhas, destaca-se aquela voltada para a No texto, está descrita uma ação do poder público que colo-
dessegregação dos ônibus de Montgomery, Alabama. O ca a paisagem como um fator capaz de contribuir para a
estopim foi a prisão da costureira Rosa Parks, que se recu-  inclusão das minorias reprimidas.
sou a ceder seu assento a um homem branco. O boicote aos  consolidação dos direitos políticos.
ônibus teve início em dezembro de 1955. A população ne-  redução de desigualdades de renda.
gra preferia andar quilômetros a pé, todos os dias, a sofrer  construção do sentimento de pertencimento.
as humilhações de um transporte segregado.  promoção do crescimento da economia.
Disponível em: http://ciencihoje.uoLcom.br. Acesso em: 30 mar.
2015 (adaptado).
O tema do texto refere-se a um movimento social que, na
longa duração da história norte-americana, exigia a
 concretização de princípios socialistas.
 abolição do trabalho compulsório.
 proteção da militância política.
 legitimação do voto feminino.
 extensão de direitos civis.

95
Questão 21 Questão 23
A produtividade ecológica articula-se com uma produtivi- Entre as muitas batalhas, destaca-se aquela voltada para a
dade tecnológica, porque não se deve renunciar a todas as dessegregação dos ônibus de Montgomery, Alabama. O
possibilidades da ciência e da técnica, e sim reencaminhar estopim foi a prisão da costureira Rosa Parks, que se recu-
muitas delas para a construção desse novo paradigma pro- sou a ceder seu assento a um homem branco. O boicote aos
dutivo. Essa construção social, porém, não pode ser guiada ônibus teve início em dezembro de 1955. A população ne-
por um planejamento centralizado da tecnologia normati- gra preferia andar quilômetros a pé, todos os dias, a sofrer
zada pela ecologia. A alma dessa nova economia humana as humilhações de um transporte segregado.
são os valores culturais. Cada cultura dá significado a seus Disponível em: http://ciencihoje.uoLcom.br. Acesso em: 30 mar. 2015 (adaptado).

conhecimentos, a sua natureza, recriando-a e abrindo o O tema do texto refere-se a um movimento social que, na
fluxo de possibilidades de coevolução, articulando o pen- longa duração da história norte-americana, exigia a
samento humano com o potencial da natureza.  concretização de princípios socialistas.
LEFF, E. Discursos sustentáveis. São Paulo: Cortez, 2010 (adaptado).  abolição do trabalho compulsório.
O paradigma produtivo apresentado no texto tem como  proteção da militância política.
base a harmonização entre tecnologia e ecologia e propõe  legitimação do voto feminino.
uma sustentabilidade pautada no(a)  extensão de direitos civis.
 ideia de natureza intocada. Questão 24
 lógica de mercado internacional. O protagonismo indígena vem optando por uma estratégia
 respeito ao saber local comunitário. de “des-invisibilização”, valendo-se da dinâmica das novas
 desenvolvimento de cultivos orgânicos. tecnologias. Em outubro de 2012, após receberem uma
 retorno às práticas agrícolas arcaicas. liminar lhes negando o direito a permanecer em suas terras,
Questão 22 os Guarani de Pyelito Kue divulgaram uma carta na qual se
Canto dos lavradores de Goiás dispunham a morrer, mas não a sair de suas terras. Esse
Tem fazenda e fazenda fato foi amplamente divulgado, gerando uma grande mobi-
Que é grande perfeitamente lização na internet, que levou milhares de pessoas a esco-
Sobe serra desce serra lherem seu lado, divulgando a hashtag “#somostodosGua-
Salta muita água corrente rani-Kaiowá” ou acrescentando o sobrenome Guarani-
Sem lavoura e sem ninguém Kaiowá a seus nomes nos perfis das principais redes soci-
O dono mora ausente. ais.
Lá só tem caçambeiro CAPIBERIBE, A; BONILLA, O. A ocupação do Congresso: contra o que lutam
os índios? Estudos Avançados, n. 83, 2015 (adaptado).
Tira onda de valente
A estratégia comunicativa adotada pelos indígenas, no con-
Isso é que é grande barreira
texto em pauta, teve por efeito.
Que está em nossa frente
 enfraquecer as formas de militância política.
Tem muita gente sem terra
 abalar a identidade de povos tradicionais.
Tem muita terra sem gente.
MARTINS, J. S. Cativeiro da terra. São Paulo: Ciências Humanas, 1979.
 inserir as comunidades no mercado global.
No canto registrado pela cultura popular, a característica do  distanciar os grupos de culturas locais.
mundo rural brasileiro no século XX destacada é a  angariar o apoio de segmentos étnicos externos.
 atuação da bancada ruralista.
 expansão da fronteira agrícola.
 valorização da agricultura familiar.
 manutenção da concentração fundiária.
 implementação da modernização conservadora.

96
Questão 25 Questão 28
O feminismo teve uma relação direta com o descentramen- No Brasil, assim como em vários outros países, os moder-
to conceitual do sujeito cartesiano e sociológico. Ele questi- nos movimento LGBT representam um desafio às formas de
onou a clássica distinção entre o “dentro” e o “fora”, o “pri- condenação e perseguição social contra desejos e compor-
vado” e o “público”. O slogan do feminismo era: “o pessoal é tamentos sexuais anticonvencionais associados à vergonha,
político”. Ele abriu, portanto, para a contestação política, imoralidade, pecado, degeneração, doença. Falar do movi-
arenas inteiramente novas: a família, a sexualidade, a divi- mento LGBT implica, portanto, chamar a atenção para a
são doméstica do trabalho etc. sexualidade como fonte de estigmas, intolerância, opressão.
HALL, S. A identidade cultural na pós-modernidade. Rio de Janeiro: DP&A, In: BOTELHO, A.; SCHWARCZ, L. M. Cidadania, um projeto em construção.
O movimento descrito no texto contribui para o processo de São Paulo: Claro Enigma, 2012 (adaptado).
transformação das relações humanas, na medida em que O movimento social abordado justifica-se pela defesa do
sua atuação direito de
 subverte os direitos de determinadas parcelas da soci-  organização sindical.
edade.  participação partidária.
 abala a relação da classe dominante com o Estado.  manifestação religiosa.
 constrói a segregação dos segmentos populares.  formação profissional.
 limita os mecanismos de inclusão das minorias.  afirmação identitária.
 redefine a dinâmica das instituições sociais. Questão 29
Questão 26 Uma área de cerca de 101,7 mil metros quadrados, com um
A elaboração da Lei n. 11.340/06 (Lei Maria da Penha) par- pátio ferroviário e uma série de armazéns de açúcar aban-
tiu, em grande medida, de uma perspectiva crítica aos re- donados pelo poder público. Quem olha de fora vê apenas
sultados obtidos pela criação dos Juizados Especiais Crimi- isso, mas quem conhece a história do Cais José Estelita sabe
nais direcionada à banalização do conflito de gênero, obser- que o local faz parte da história de Recife, sendo um dos
vada na prática corriqueira da aplicação de medidas alter- cartões-postais e um dos poucos espaços públicos que res-
nativas correspondentes ao pagamento de cestas básicas tam na capital pernambucana. E é por isso que um grupo
pelos acusados. está lutando para evitar que as construções sejam demoli-
VASCONCELOS, F. B. Disponível em: www.cartacapital.com.br. Acesso em: das por um consórcio de grandes construtoras para cons-
No contexto descrito, a lei citada pode alterar a situação da trução de prédios comerciais e residenciais.
mulher ao proporcionar sua BUENO, C. Ocupe Estelita: movimento social e cultural defende marco
 atuação como provedora do lar. histórico de Recife. Ciência e Cultura, n. 4, 2014.

 inserção no mercado de trabalho. A forma de atuação do movimento social relatado evidencia


 presença em instituições policiais. a sua busca pela
 proteção contra ações de violência.  revitalização econômica do lugar.
 participação enquanto gestora pública.  ampliação do poder de consumo.
Questão 27  preservação do patrimônio material.
 intensificação da geração de empregos.
Em Utopia, tudo é comum a todos. A distribuição dos bens
 criação de espaços de autossegregação.
lá não é um problema, não se vê nem pobre nem mendigo e,
embora ninguém tenha nada de seu, todos são ricos. Haverá
maior riqueza do que levar uma existência alegre e pacífica,
livre de ansiedades e sem precisar se preocupar com a sub-
sistência?
MORUS, T. Utopia. Brasília: UnB, 2004.
Retirado da obra de Thomas Morus, escrita no século XVI,
esse trecho influenciou movimentos sociais do século XIX
que lutaram para
 inibir a ascensão da burguesia.
 evitar a destruição da natureza.
 combater o domínio do capital.
 eliminar a intolerância religiosa.
 superar o atraso tecnológico.

97
Questão 30 Questão 32
Sou filho natural de uma negra, africana livre, da Costa da A Divisão Internacional do Trabalho significa que alguns
Mina (Nagô de Nação), de nome Luiza Mahin, pagã, que países se especializam em ganhar e outros, em perder. Nos-
sempre recusou o batismo e a doutrina cristã. Minha mãe sa comarca no mundo, que hoje chamamos América Latina,
era baixa de estatura, magra, bonita, a cor era de um preto foi precoce: especializou-se em perder desde os remotos
retinto e sem lustro, tinha os dentes alvíssimos como a ne- tempos em que os europeus do Renascimento se aventura-
ve, era muito altiva, geniosa, insofrida. Dava-se ao comércio ram pelos mares e lhe cravaram os dentes na garganta.
— era quitandeira, muito laboriosa e, mais de uma vez, na Passaram-se os séculos e a América Latina aprimorou suas
Bahia, foi presa como suspeita de envolver-se em planos de funções.
GALENO, E. As veias abertas da América Latina. São Paulo: Paz e Terra, 1978.
insurreição de escravos que não tiveram efeito.
AZEVEDO, E. “Lá vai verso!”: Luiz Gama e as primeiras trovas burlescas de Escrito na década de 1970, o texto considera a participação
Getulino. In: CHALHOUB, S.; PEREIRA, L. A. M. A história contada: capítulos da América Latina na Divisão Internacional do Trabalho
de história social da literatura no Brasil. Rio de Janeiro: Nova Fronteira. marcada pela
1998 (adaptado).
 produção inovadora de padrões de tecnologia.
Nesse trecho de suas memórias, Luiz Gama ressalta a im-
 superação paulatina do caráter agroexportador.
portância dos(as)
 apropriação imperialista dos recursos territoriais.
 laços de solidariedade familiar.
 valorização econômica dos saberes tradicionais.
 estratégias de resistência cultural.
 dependência externa do suprimento de alimentos.
 mecanismos de hierarquização tribal.
Questão 33
 instrumentos de dominação religiosa.
 limites da concessão de alforria.
Questão 31
Posturas e concepções presentes nos movimentos religio-
sos, como a ideia de que existem povos escolhidos e aben-
çoados por Deus, passariam a povoar o imaginário coletivo
da nação que se acreditava eleita para um destino glorioso.
A fé nas instituições livres e democráticas também se inten- A ironia expressa na tirinha representa uma crítica à se-
sificava. A partir disso, desenvolveu-se a ideia de “destino guinte relação entre sociedade e natureza:
manifesto”: seria uma missão espalhar a concepção de soci-  Perseguição étnica indígena.
edade norte-americana para as regiões vistas como caren-  Crescimento econômico predatório.
tes e necessitadas de ajuda.  Modificação de práticas colonizadoras.
KARNAL, L. et al. História dos Estados Unidos: das origens ao século XXI.São  Comprometimento de jazidas minerais.
Paulo: Contexto, 2013.  Desenvolvimento de reservas extrativistas.
O projeto de posicionamento geopolítico exposto no texto Questão 34
fundamentava-se na articulação entre
 fomento à expansão territorial e avanço da acumulação O mercado tende a gerir e regulamentar todas as atividades
capitalista. humanas. Até há pouco, certos campos – cultura, esporte,
 apelo a lideranças carismáticas e adoção de diplomacia religião – ficavam fora do seu alcance. Agora, são absorvi-
isolacionista. dos pela esfera do mercado. Os governos confiam cada vez
 privatização da instrução pública e ampliação do ensi- mais nele (abandono dos setores de Estado, privatizações).
RAMONET, I. Guerras do século XXI: novos temores e novas amea-
no confessional. ças.Petrópolis: Vozes, 2003.
 construção do monolitismo partidário e abandono do No texto é apresentada uma lógica que constitui uma carac-
legislativo bicameral. terística central do seguinte sistema socioeconômico:
 contenção da indústria de defesa e promoção do inter-  Socialismo.
nacionalismo pacifista.  Feudalismo.
 Capitalismo.
 Anarquismo.
 Comunitarismo.

98
Questão 35 Questão 37
Desde 2009, a área portuária carioca vem sofrendo grandes Juiz – Entre, Edmund, falei com o seu senhor.
transformações realizadas no escopo da operação urbana Edmund – Não com o meu senhor, Vossa Excelência, espero
consorciada conhecida como Porto Maravilha. Parte impor- ser o meu próprio senhor.
tante na tentativa de tornar o Rio de Janeiro um polo de Juiz – Bem, com o seu empregador, o Sr. E..., o fabricante de
serviços internacional, a “revitalização” urbana deveria roupas. Serve a palavra empregador?
deixar para trás uma paisagem geográfica que ainda recor- Edmund – Sim, sim, Vossa Excelência, qualquer coisa que
dava a cidade do início do século passado para abrir espaço, não seja senhor.
em seu lugar, à instalação de modernas torres comerciais, DEFOE, D. apud THOMPSON, E. P. Costumes em comum. São Paulo: Cia. das
Letras, 1998.
espaços de consumo e lazer inéditos e cerca de cem mil
Qual alteração nas relações sociais na Inglaterra é registra-
novos moradores, uma nova configuração socioespacial
da no diálogo extraído da obra escrita em 1724?
capaz de alçar a área portuária do Rio de Janeiro ao pata-
 Melhoria das condições laborais no ambiente fabril.
mar dos waterfronts de Baltimore, Barcelona e Buenos Ai-
 Superação do caráter servil nas relações trabalhistas.
res.
LACERDA, L; WERNECK, M.; RIBEIRO, B. Cortiços de hoje na cidade do  Extinção dos conflitos hierárquicos no contexto indus-
amanhã. E-metropolis, n. 30, set. 2017. trial.
As intervenções urbanas descritas derivam de um processo  Abrandamento dos ideais burgueses nos centros urba-
socioespacial que busca a nos.
 intensificação da participação na competitividade glo-  Desaparecimento das distinções sociais no ordenamen-
bal. to jurídico.
 contenção da especulação no mercado imobiliário. Questão 38
 democratização da habitação popular.
 valorização das funções tradicionais.
 priorização da gestão participativa.
Questão 36

A tecelagem é numa sala com quatro janelas e 150 operá-


rios. O salário é por obra. No começo da fábrica, os tecelões
ganhavam em média 170$000 réis mensais. Mais tarde não
conseguiam ganhar mais do que 90$000 e pelo último re-
baixamento, a média era de 75$000 E se a vida fosse barata!
Mas as casas que a fábrica aluga, com dois quartos e cozi-
nha, são a 20$000 réis por mês; as outras são de 25$ a
30$000 réis. Quanto aos gêneros de primeira necessidade,
em regra custam mais do que em São Paulo.
CARONE, E. Movimento operário no Brasil. São Paulo: Difel, 1979.
Essas condições de trabalho, próprias de uma sociedade em
processo de industrialização como a brasileira do início do
século XX, indicam a Uma consequência socioeconômica para os países que vi-
 exploração burguesa. venciam a situação apresentada é a
 organização dos sindicatos.  retração do emprego informal.
 ausência de especialização.  evasão de divisas internacionais.
 industrialização acelerada.  redução do custo de produção.
 alta de preços.  flexibilização da estrutura social.
 restrição do avanço tecnológico.

99
Questão 39
Questão 42
As grandes empresas seriam, certamente, representação de
TEXTO I
um exercício de poder, ante o grau de autonomia de ação de
Uma estranha loucura apossa-se das classes operárias das
que dispõem. O que se pretende salientar é a ideia de encla-
nações onde impera a civilização capitalista. Esta loucura é
ve: plantas industriais que estabelecem relações escassas
o amor pelo trabalho, a paixão moribunda pelo trabalho,
com o entorno, mas exercem grande influência na economia
levada até o esgotamento das forças vitais do indivíduo e
extralocal.
DAVIDOVICH. F. Estado do Rio de Janeiro: o urbano metropolitano. Hipóte- sua prole.
ses e questões. GeoUERJ, n. 21, 2010. LAFARGUE, P. O direito à preguiça. São Paulo: Hucitec, 2000.
Que tipo de ação tomada por empresas reflete a forma de TEXTO II
territorialização da produção industrial apresentada no Vivemos numa época em que as pessoas são tão trabalha-
texto? doras que ficam estúpidas.
WILDE, O. apud MASI, D. O futuro do trabalho. Rio de Janeiro: José Olympio;
 Criação de vilas operárias.
Brasília: UnB, 1999.
 Promoção de eventos comunitários.
De acordo com os textos, a reflexão sobre o mundo do tra-
 Recuperação de áreas degradadas.
balho no século XIX aponta para o conceito sociológico de
 Incorporação de saberes tradicionais.
 alienação.
 Importação de mão de obra qualificada.
 higienismo.
Questão 40
 passividade.
Nos setores mais altamente desenvolvidos da sociedade  emancipação.
contemporânea, o transplante de necessidades sociais para  mercantilização.
individuais é de tal modo eficaz que a diferença entre elas Questão 43
parece puramente teórica. As criaturas se reconhecem em TEXTO I
suas mercadorias; encontram sua alma em seu automóvel, Nunca se soube tanto da vida e aparência dos outros, graças
casa em patamares, utensílios de cozinha. à postagem e ao compartilhamento de imagens. Uma comis-
MARCUSE, H. A ideologia da sociedade industrial: o homem unidimensional.
Rio de Janeiro: Zahar, 1979.
são parlamentar britânica constatou que meninas de até
O texto indica que, no capitalismo, a satisfação dos desejos cinco anos de idade já se preocupam com peso e aparência.
pessoais é influenciada por Outro sintoma do problema, segundo um relatório da co-
 políticas estatais de divulgação. missão, foi o aumento das taxas de cirurgia plástica no país,
 incentivos controlados de consumo. de cerca de 20% desde 2008.
ROXBY, P. Disponível em: www.bbc.com. Acesso em: 9 dez. 2018.
 prescrições coletivas de organização.
TEXTO II
 mecanismos subjetivos de identificação.
Toda a vida das sociedades nas quais reinam as condições
 repressões racionalizadas do narcisismo.
modernas de produção se anuncia como uma imensa acu-
Questão 41
mulação de espetáculos. Tudo o que era diretamente vivido
O processo formativo do Estado desenrolou-se segundo a se esvai na fumaça da representação.
dinâmica de dois movimentos contraditórios e simultâneos: DEBORD, G. A sociedade do espetáculo. Rio de Janeiro: Contraponto, 2017.
fragmentação e centralização. De um lado, fragmentação na Os textos apontam a centralidade da circulação imagética
medida em que os príncipes europeus tiveram de lutar na sociedade contemporânea, uma vez que realçam a
contra o poder universalista do papa; e centralizador na  fragilização de vínculos afetivos.
medida em que os príncipes tiveram que lutar contra o  fetichização da experiência vivida.
poder político e militar de outros chefes políticos rivais.  monopolização do mercado estético.
Desse processo resultaram as características fundamentais  diferenciação dos modelos corporais.
do Estado moderno: exército e burocracia civil permanen-  personalização das dimensões íntimas.
tes, padronização tributária, direito codificado e mercado
unificado.
GONÇALVES, W. Relações internacionais. Rio de Janeiro: Zahar, 2008
(adaptado).
A institucionalização política mencionada teve como uma
de suas causas o êxito de alguns príncipes em
 monopolizar o uso legítimo da força.
 reforçar a hegemonia social do clero.
 restringir a influência cultural da nobreza.
 respeitar a diversidade das vivências locais.
 conter a autoridade das lideranças carismáticas.

100
Questão 44 Questão 46

Quando a taxa de remuneração do capital excede substanci- No protestantismo ascético, temos não apenas a clara noção
almente a taxa de crescimento da economia, pela lógica, a da primazia da ética sobre o mundo, mas também a mitiga-
riqueza herdada aumenta mais rápido do que a renda e a ção dos efeitos da dupla moral judaica (uma moral interna
produção. Então, basta aos herdeiros poupar uma parte para os irmãos de crença e outra externa para os infiéis). O
limitada da renda de seu capital para que ele cresça mais desafio aqui é o da ética, que quer deixar de ser um ideal
rápido do que a economia como um todo. Sob essas condi- eventual e ocasional (que exige dos virtuosos religiosos
ções, é quase inevitável que a riqueza herdada supere a quase sempre uma “fuga do mundo”, como na prática mo-
riqueza constituída durante uma vida de trabalho, e que a nástica cristã medieval) para tornar-se efetivamente uma
concentração do capital atinja níveis muito altos. lei prática e cotidiana “dentro do mundo”.
PIKETTY, T. O capital no século XXI. Rio de Janeiro Intrínseca, 2014 (adaptado). SOUZA, J. A ética protestante e a ideologia do atraso brasileiro. Revista
Considerando os princípios que legitimam as democracias Brasileira de Ciências Sociais, n. 38, out. 1998.

liberais, a lógica econômica descrita no texto enfraquece Retomando o pensamento de Max Weber, o texto apresenta
o(a) a tensão entre positividade ético-religiosa e esferas munda-
 ideologia do mérito. nas de ação. Nessa perspectiva, a ética protestante é com-
 direito de nascimento. preendida como
 eficácia da legislação.  vinculada ao abandono da felicidade terrena.
 ganho das financeiras.  contrária aos princípios econômicos liberais.
 eficiência dos mercados.  promovedora da dimensão política da vida cotidiana.
Questão 45  estimuladora da igualdade social como direito divino.
 adequada ao desenvolvimento do capitalismo moder-
Ao mesmo tempo, graças às amplas possibilidades que tive
no.
de observar a classe média, vossa adversária, rapidamente
Questão 47
conclui que vós tendes razão, inteira razão, em não esperar
dela qualquer ajuda. Seus interesses são diametralmente A sociedade burguesa moderna, que brotou das ruínas da
opostos aos vossos, mesmo que ela procure incessantemen- sociedade feudal, não aboliu os antagonismos de classes.
te afirmar o contrário e vos queira persuadir que sente a Não fez senão substituir velhas classes, velhas condições de
maior simpatia por vossa sorte. Mas seus atos desmentem opressão, velhas formas de luta por outras novas. Entretan-
suas palavras. to, a nossa época, a época da burguesia, caracteriza-se por
ENGELS, F. A situação da classe trabalhadora na Inglaterra. São Paulo: ter simplificado os antagonismos de classes.
Boitempo, 2010. MARX, K.; ENGELS, F. O manifesto comunista. São Paulo: Paz e Terra, 1998.
No texto, o autor apresenta delineamentos éticos que cor- Na perspectiva dos autores, os antagonismos entre as clas-
respondem ao(s) ses sociais no capitalismo decorrem da separação entre
 conceito de luta de classes. aqueles que detêm os meios de produção e aqueles que
 alicerce da ideia de mais-valia.  vendem a força de trabalho.
 fundamentos do método científico.  exercem a atividade comercial.
 paradigmas do processo indagativo.  possuem os títulos de nobreza.
 domínios do fetichismo da mercadoria.  controlam a propriedade da terra.
 monopolizam o mercado financeiro.

101
Questão 48 Com base nos textos, a relação entre trabalho e modo de
A sociologia ainda não ultrapassou a era das construções e produção capitalista é
das sínteses filosóficas. Em vez de assumir a tarefa de lan-  baseada na desvalorização do trabalho especializado e
çar luz sobre uma parcela restrita do campo social, ela pre- no aumento da demanda social por novos postos de
fere buscar as brilhantes generalidades em que todas as emprego.
questões são levantadas sem que nenhuma seja expressa-  fundada no crescimento proporcional entre o número
mente tratada. Não é com exames sumários e por meio de de trabalhadores e o aumento da produção de bens e
intuições rápidas que se pode chegar a descobrir as leis de serviços.
uma realidade tão complexa. Sobretudo, generalizações às  estruturada na distribuição equânime de renda e no
vezes tão amplas e tão apressadas não são suscetíveis de declínio do capitalismo industrial e tecnocrata.
nenhum tipo de prova.  instaurada a partir do fortalecimento da luta de classes
DURKHEIM, E. O suicídio: estudo de sociologia. São Paulo: Martins Fontes, 2000. e da criação da economia solidária.
O texto expressa o esforço de Émile Durkheim em construir  derivada do aumento da riqueza e da ampliação da
uma sociologia com base na exploração do trabalhador.
 vinculação com a filosofia como saber unificado. Questão 50
 reunião de percepções intuitivas para demonstração.
A crescente intelectualização e racionalização não indicam
 formulação de hipóteses subjetivas sobre a vida social.
um conhecimento maior e geral das condições sob as quais
 adesão aos padrões de investigação típicos das ciências
vivemos. Significa a crença em que, se quiséssemos, poderí-
naturais.
amos ter esse conhecimento a qualquer momento. Não há
 incorporação de um conhecimento alimentado pelo
forças misteriosas incalculáveis; podemos dominar todas as
engajamento político.
coisas pelo cálculo.
Questão 49
WEBER, M. A ciência como vocação. In: GERTH, H., MILLS,
Texto I W. (Org.). Max Weber: ensaios de sociologia. Rio de Janeiro:
Cidadão Zahar, 1979 (adaptado).
Tá vendo aquele edifício, moço?
Ajudei a levantar Tal como apresentada no texto, a proposição de Max Weber
Foi um tempo de aflição a respeito do processo de desencantamento do mundo evi-
Eram quatro condução dencia o(a)
Duas pra ir, duas pra voltar  progresso civilizatório como decorrência da expansão
Hoje depois dele pronto do industrialismo.
Olho pra cima e fico tonto  extinção do pensamento mítico como um desdobra-
Mas me vem um cidadão mento do capitalismo.
E me diz desconfiado  emancipação como consequência do processo de raci-
“Tu tá aí admirado onalização da vida.
Ou tá querendo roubar?”  afastamento de crenças tradicionais como uma carac-
Meu domingo tá perdido terística da modernidade.
Vou pra casa entristecido  fim do monoteísmo como condição para a consolidação
Dá vontade de beber da ciência.
E pra aumentar meu tédio
Eu nem posso olhar pro prédio
Que eu ajudei a fazer.
BARBOSA, L. In: ZÉ RAMALHO. 20 Super Sucessos.Rio de Janeiro: Sony
Music, 1999 (fragmento).
Texto II
O trabalhador fica mais pobre à medida que produz mais
riqueza e sua produção cresce em força e extensão. O traba-
lhador torna-se uma mercadoria ainda mais barata à medi-
da que cria mais bens. Esse fato simplesmente subentende
que o objeto produzido pelo trabalho, o seu produto, agora
se lhe opõe como um ser estranho, como uma força inde-
pendente do produtor.
MARX, K. Manuscritos econômicos-filosóficos (Primeiro manuscrito).São
Paulo: Boitempo Editorial, 2004 (adaptado).

102
Questão 03
HISTÓRIA – PARTE I
Vista como época de fé, autoridade e tradição, a Idade
Questão 01
Média oferecia um remédio à insegurança e aos problemas
Aceitando que o elemento ficcional é constitutivo da histo- decorrentes de um culto exagerado ao cientificismo. Vista
riografia, a velha dicotomia entre aquela e a literatura, ins- como fase histórica das liberdades, das imunidades e dos
taurada no século XIX, perde sentido. Esta tese pressupõe privilégios, reforçava o liberalismo burguês vitorioso no
outro tipo de relação entre história e literatura. Não mais século XIX. Dessa maneira, o equilíbrio e a harmonia na
examinando-as em espaços estanques e definidos, mas literatura e nas artes, que o Renascimento e o Classicismo
agora justapostos, entrelaçados o que, contudo, não apaga do século XVII tinham buscado, cedia lugar à paixão, à
suas diferenças. Não se trataria de perceber a literatura ou exuberância e à vitalidade encontráveis na Idade Média. A
romance como iguais à historiografia, mas que ambas parti- verdade procurada através do raciocínio, que guiara o
cipam do gênero narrativo com suas diferenças. Iluminismo do século XVIII, cedia lugar à valorização dos
SOARES, Fabrício Antônio Antunes. FARRAPOS DE ESTÓRIAS: Romance e sentidos, do instinto, dos sonhos, das recordações.
historiografia da Farroupilha (1841-1999). Pontifícia Universidade Católi- FRANCO JUNIOR, Hilário. A Idade média : nascimento do ocidente.
ca Do Rio Grande do Sul , Porto Alegre, 2006. Brasiliense. São Paulo, 2001.
Com base no texto, pode-se dizer que atualmente, a história Com base no texto, é possível inferir que a Idade Média:
escrita  revelou-se um período de retrocesso cultural e
 representa a realidade dos acontecimentos, em razão científico.
da cientificidade da pesquisa.  preservou o equilíbrio artístico herdado do período
 rompe com suas origens literárias, por suas diferentes clássico.
formas narrativas.  influenciou grandemente a produção intelectual
 reaproxima-se da literatura, uma vez que o fato histó- humanista.
rico é uma ficção.  foi diferentemente interpretada por iluministas e
 dialoga com literatura, pois possuem elementos narra- românticos.
tivos semelhantes.  serviu de temática para a literatura renascentista.
 incorpora estruturas de linguagens, com a objetividade
Questão 04
imprópria da literatura.
Questão 02 E muitos a Atenas, para a pátria de
geração divina,reconduzi, vendidos que foram - um
Várias hipóteses orientaram a pesquisa, fosse ela organiza-
injustamente, o outro justamente; e outros por imperiosas
da a partir do estudo de uma classe particular de objetos
obrigações exilados, e que nem mais a língua ática
impressos (por exemplo o corpus da literatura de colporta-
falavam, de tantos lugares por que tinham errado; e
ge), ou a partir do exame das práticas de leitura, em sua
outros, que aqui mesmo escravidão vergonhosa levavam,
diversidade, ou ainda a partir da história de um texto parti-
apavorados diante dos caprichos dos senhores, livres
cular, proposto a públicos diferentes em formas muito con-
estabeleci.
trastadas. A primeira hipótese sustenta a operação de cons-
O texto, um fragmento de um poema de Sólon–arconte
trução de sentido efetuada na leitura (ou na escuta) como
ateniense, 594 a.C. - , citado por Aristóteles em A
um processo historicamente determinado cujos modos e
Constituição de Atenas, refere-se
modelos variam de acordo com os tempos, os lugares, as
 ao fim da tirania.
comunidades. A segunda considera que as significações
 à lei que permitia ao injustiçado solicitar reparações.
múltiplas e móveis de um texto dependem das formas por
 à criação da lei que punia aqueles que conspiravam
meio das quais é recebido por seus leitores (ou ouvintes).
CHARTIER, Roger, O Mundo como Representação, Revista de Estudos
contra a democracia.
Avançados. v.5 n.11 São Paulo jan./abr. 1991  à abolição da escravidão por dívida.
No trecho acima, o autor problematiza o conhecimento da  à instituição da Bulé.
história ao
 retomar a imprescindibilidade das fontes escritas para
História.
 considerar historicamente os sentidos da produção e
recepção das narrativas.
 propor a objetividade nos estudos das várias fontes.
 reconhecer uma certa universalidade nas formas de
representação da história.
 discutir a importância das fontes orais e das comuni-
dades ágrafas.

103
Questão 05 Questão 06
"A palavra 'servo' vem de 'servus' (latim), que significa "A Guerra Civil Norte-americana (1861- 65) representou
'escravo'. No período medieval, esse termo adquiriu um uma confissão de que a sistema político falhou, esgotou as
novo sentido, passando a designar a categoria social dos seus recursos sem encontrar uma solução (para as conflitos
homens não livres, ou seja, dependentes de um senhor. (...) políticos mais importantes entre as grandes regiões norte-
A condição servil era marcada por um conjunto de direitos americanas, a Norte e a Sul). Foi uma prova de que mesmo
senhoriais ou, do ponto de vista dos servos, de obrigações numa das democracias mais antigas, houve uma época em
servis." que somente a guerra podia superar os antagonismos
(Luiz Koshiba, "História: origens, estruturas e processos") políticos.
Assinale a alternativa que caracterize corretamente uma Eisenberg, Peter Louis. Guerra civil americana. S. Paulo, Brasiliense,1982.
dessas obrigações servis. Dentre os conflitos geradores dos antagonismos políticos
 Dízimo era um imposto pago por todos os servos para referidos no texto, está a
o senhor feudal custear as despesas de proteção do  manutenção, pela sociedade sulista, do regime de
feudo. escravidão, o que impediria a ampliação do mercado
 Talha era a cobrança pelo uso da terra e dos interno para o escoamento da produção industrial
equipamentos do feudo e não podia ser paga com nortista.
mercadorias e sim com moeda.  opção do Norte pela produção agrícola em larga escala
 Mão morta era um tributo anual e per capita, que voltada para o mercado externa o que chocava com a
recaía apenas sobre o baixo clero, os vilões e os concorrência dos sulistas que tentavam a mesma
cavaleiros. estratégia.
 Corveia foi um tributo aplicado apenas no período  necessidade do Sul de conter a onda de imigração da
decadente do feudalismo e que recaia sobre os servos população nortista para seus territórios, o que ocorria
mais velhos. em função da maior oferta de trabalho e da
 Banalidades eram o pagamento de taxas pelo uso das possibilidade do exercício da livre-iniciativa.
instalações pertencentes ao senhor feudal, como o  ameaça exercida pelos sulistas aos grandes
moinho e o forno. latifundiários nortistas, o que se devia aos constantes
movimentos em defesa da reforma agrária naquela
região em que havia concentração da propriedade da
terra.
 adesão dos trabalhadores sulistas ao movimento
trabalhista internacional, o que ameaçava a
estabilidade das relações trabalhistas praticadas na
região norte.

104
Questão 07 Questão 08

"... era como se os Estados Unidos tivessem como objetivo Observe atentamente as imagens I e II. Ambas são
uma missão representações de Napoleão Bonaparte cruzando os Alpes
civilizatória junto aos povos da América Latina." em 1800.
(Hervert Croly, "The Promisse of American Life") Imagem I
A consolidação do capitalismo nos Estados Unidos da
América, ao longo do século XIX, identificou-se em seu
processo de expansão territorial, que se relaciona
 ao Destino Manifesto, que fundamentava a distinção
política e econômica entre os estados sulistas
escravocratas e os nortistas industriais.
 ao fim da guerra hispano-americana que acarretou a
incorporação da Flórida, de Cuba e da zona do Canal
do Panamá.
 à vitória no conflito contra o México, que resultou na
anexação dos territórios do Texas, Novo México e
Califórnia.
 à Marcha para o Pacífico, que estendeu o território
americano até a costa oeste, com a invasão e a
ocupação do Alasca e dos territórios do noroeste do
Autor Jacques-Louis David Data 1801–1805 Localização Castelo de
Canadá. Malmaison
 à Doutrina Monroe, que ratificou a compra dos
territórios franceses e ingleses na América, tais como a Imagem II
Luisiana e o Oregon.

Autor Paul Delaroche Data 1848 Localização Walker Art Gallery,


Liverpool
As pinturas homônimas, Napoleão Bonaparte cruzando os
Alpes, representam respectivamente
 vitória e derrota.
 respeitabilidade e sátira.
 avanço e retirada.
 idealização e crítica.
 ousadia e medo.

105
Questão 09 Questão 10
Há duzentos anos, em 9 de junho de 1815, encerrava-se o Entendemos as Exposições [Universais] como modelos de
Congresso de Viena, conferência de países europeus que, mundo materialmente construidos e visualmente
após nove meses de deliberações, estabeleceu um plano de apreensíveis. Trata-sede um veículo para instruir (ou
paz de longo prazo para o continente, que vivia um contexto industriar) as massas sobre os novos padrões da sociedade
político conturbado(...). Para alcançar esse objetivo, os industrial (um dever-ser de ordem social). (...) [Mas] ao se
diplomatas presentes ao Congresso de Viena criaram um realizarem, as Exposições ultrapassam seus próprios
mecanismo de pesos e contrapesos conhecido como objetivos e constituem-se, para muito além do projeto
"Concerto Europeu"(...). O Concerto Europeu procurou pedagógico de seus organizadores, em representações
substituir um arranjo unipolar por um sistema inovador de sociais cuja dinâmica pressupõe um processo interativo de
consultas plurilaterais. Esse esforço visava a garantir a produção, consumo e reciclagem.
estabilidade europeia no pós-guerra". BARBUY,Heloisa. A Exposição Universal de 1889: visão e representação na
http://blog.itamaraty.gov.br/63-historia/146-200-anos-do-congresso-de- sociedade industrial. São Paulo, 1995, 170p. Dissertação - Faculdade de
viena.Acesso em: 20/7/2015 Filosofia, Letras e. Ciências Humanas, Departamento de
O contexto conturbado vivido pela Europa antes do História/Universidade de São Paulo
Congresso de Viena e os resultados deste foram, As Exposições Universais tiveram seu início em 1851, em
respectivamente: Londres. Seus siginificados estão associados, exceto
 A guerra dos sete anos que colocaram em confronto  à capacidade criativa e construtiva do sistema
Inglaterra e França em função de disputas territoriais capitalista.
na América. – A expulsão da França da Liga das nações  ao reinterado discurso de progresso, do século XIX.
por ter desrespeitado regras internacionais  a uma preocupação ambiental, como ideal de
preestabelecidas. civilização.
 A disputa imperialista protagonizada pelas nações  à demonstração de força material, entre as naçãoes
europeias em função da crise econômica vivida no centrais.
século XIX. – Evitou-se provisoriamente um conflito de  ao sentimento de confiança no futuro da humanidade.
proporções mundiais já que, por meio de concessões, Questão 11
garantiu-se um equilíbrio político.
 A expansão napoleônica que destronou reis e No paiol bem ventilado e malcheiroso da fazenda onde
promoveu a invasão e ocupação militar sobre diversas estávamos acomodados, na escuridão abafada dos abrigos,
regiões. – Restauração das monarquias depostas por por trás do parapeito nas horas frígidas da noite, as “linhas”
Napoleão, legitimação das existentes à época e a partidárias colidentes recebiam debate e mais debate. Entre
criação da Santa Aliança. os espanhóis ocorria o mesmo, e a maioria dos jornais que
 A primeira grande guerra, que foi consequência de um líamos tornava a disputa interpartidária seu assunto
momento marcado pelo nacionalismo exacerbado e principal. Seria preciso estar surdo, ou tomado de
por rivalidades econômicas e territoriais. – A imbecilidade, para não se fazer alguma idéia do que os
imposição de uma paz despreocupada com o equilíbrio diversos partidos defendiam.
ORWELL, George. Lutando na Espanha. Edição Globo. São Paulo, 2006.
mundial pois humilhava os derrotados.
No trecho, acima, o escritor George Orwell dispõe sobre os
 A Revolução Liberal do Porto, que exigiu o retorno do
conflitos envolvendo partidos, seus dirigente, ideólogos e
transmigrado rei português d. João VI e seu juramento
ativistas, na Guerra Civil Espanhola (1936-1939). Assinale a
à constituição. - A revisão da tradição absolutista, em
alternativa que não esteja associada à guerra, citada.
favor de monaquias esclarecidas.
 Unidade da esquerda espanhola contra o golpe
franquista.
 Intervenção de Stálin, em contraposição à presença de
forças de Hitler e Mussolini.
 Críticas dos anarquistas ao moderado governo de
Frente Popular.
 Atuação de agentes secretos soviéticos no assassinato
de militantes marxistas.
 Participação de Brigadas Internacionais em apoio ao
governo espanhol.

106
Questão 12 Questão 13
O ano de 1968 ficou conhecido pela efervescência "[...] A independência e a construção do novo regime
social, tal como se pode comprovar pelo seguinte trecho, republicano foi um projeto levado adiante pelas elites das
retirado de texto sobre propostas preliminares para uma colônias. Escravos, mulheres e pobres não são os líderes
revolução cultural: “É preciso discutir em todos os lugares desse movimento. A independência norte-americana (EUA)
e com todos. O dever de ser responsável e pensar é um fenômeno branco, predominantemente masculino e
politicamente diz respeito a todos, não é privilégio de uma latifundiário ou comerciante. [...]"
minoria de iniciados. Não devemos nos surpreender com o Fonte: KARNAL, L. "Estados Unidos: da colônia à independência". São
caos das ideias, pois essa é a condição para a emergência Paulo: contexto, 1990. (coleção repensando a história). P. 67.

de novas ideias. Os pais do regime devem compreender Com base no texto e nos conhecimentos sobre o processo
que autonomia não é uma palavra vã; ela supõe a partilha de independência dos Estados Unidos, é correto afirmar
do poder, ou seja, a mudança de sua natureza. Que que:
ninguém tente rotular o movimento atual; ele não tem  O movimento de independência da América do Norte
etiquetas e não precisa delas”. não representou a união das treze colônias por um
Journal de la comune étudiante. Textes et sentimento único de nação, mas sim, um movimento
documents. Paris: Seuil, 1969 (adaptado). contra o domínio da Inglaterra, potencializado pelo
Os movimentos sociais, que marcaram o ano de 1968, sentimento antibritânico.
 foram manifestações desprovidas de conotação  A América do Norte independente, com as reformas de
política, que tinham o objetivo de questionar a rigidez caráter democrático, aboliu as diferenças entre os
dos padrões de comportamento social fundados em habitantes da colônia, instituindo a prática da inclusão
valores tradicionais da moral religiosa. por meio de uma Constituição Liberal.
 restringiram-se às sociedades de países desenvolvidos,  A colonização da América do Norte pela Inglaterra
onde a industrialização avançada, a penetração dos diferenciou-se daquela feita na América do Sul pelos
meios de comunicação de massa e a alienação cultural espanhóis e portugueses porque contou com a
que deles resultava eram mais evidentes. organização e assistência da metrópole nesse
 resultaram no fortalecimento do conservadorismo empreendimento de conquista e exploração.
político, social e religioso que prevaleceu nos países  A força do catolicismo foi preponderante no processo
ocidentais durante as décadas de 70 e 80. de emancipação, pois incentivava o crescimento
 tiveram baixa repercussão no plano político, apesar de espiritual da população, libertação dos escravos e a
seus fortes desdobramentos nos planos social e expansão territorial - crescimento que só seria
cultural, expressos na mudança de costumes e na possível cortando os laços com a metrópole.
contracultura.  Um dos problemas apresentados no período de lutas
 inspiraram futuras mobilizações, como o pacifismo, o pela independência dos EUA foi a falta de um projeto
ambientalismo, a promoção da equidade de gêneros e comum entre as colônias do norte e as colônias do sul
a defesa dos direitos das minorias. que não se harmonizavam quanto a um acordo na
forma de promulgar a Constituição estadunidense do
norte e do sul.

107
Questão 14 Questão 15

"1848 foi a primeira revolução potencialmente global. (...) Sobre a unificação alemã o séc. XIX, Marionilde Magalhães
Num certo sentido, foi o paradigma de um tipo de afirma:
'revolução mundial' com o qual, dali em diante, rebeldes "Desde o final do século XVIII, a criação de inúmeras
poderiam sonhar e que, em raros momentos (...) eles associações resultou num determinado patriotismo cultural
pensaram poder reconhecer. De fato, explosões simultâneas e popular, num território dividido em estados feudais
continentais ou mundiais são extremamente, raras". dominados por uma aristocracia retrógrada. Tais
(HOBSBAWM. E. "A Era do Capital." São Paulo: Paz e Terra, 1982. p.30.) associações se dirigem à nação teuta, enfatizando o idioma,
Sobre as revoluções de 1848, assinale a alternativa correta. a cultura e as tradições comunitárias, elementos para a
 O caráter de "revolução mundial" de que se revestiram elaboração de uma identidade coletiva, independentemente
estes movimentos deveu-se à influência da Associação do critério territorial. E, de fato, esse nacionalismo popular,
Internacional dos Trabalhadores - a 2ª Internacional - romântico-ilustrado (uma vez que pautado no princípio da
que possibilitou estender os movimentos não só por cidadania e no direito à autodeterminação dos povos),
toda a Europa, mas também pelas principais cidades inspirará uma boa parcela dos revolucionários de 1848.
do continente americano. Mas não serão eles a unificar a Alemanha. Seus herdeiros
 As revoluções de 1848 foram movimentos do precisarão aguardar até 1871, quando Bismarck realiza
proletariado industrial num contexto de crise uma revolução de cima, momento em que, em virtude do
econômica, começando na Inglaterra e atingindo a poderio econômico e da força militar da Prússia, a
França, Alemanha e Bélgica, derrubando os governos Alemanha se unifica como Estado forte, consolidando-se a
burgueses e instalando repúblicas de orientação sua trajetória rumo à modernização".
socialista. [adaptação] MAGALHÃES, Marionilde D. B. de. A REUNIFICAÇÃO: enfim um
 Foram movimentos que mesclaram os interesses país para a Alemanha? Revista Brasileira de História.
liberais e nacionalistas da burguesia, em sua luta Tendo-se como referência essas considerações, pode-se
contra o absolutismo, às reivindicações e ao concluir que
descontentamento das massas populares, canalizadas  o principal fator que possibilitou a unificação alemã foi
pelo socialismo, que pregava reformas radicais. o desenvolvimento econômico e social dos Estados
 Essencialmente urbanas, as revoluções de 1848 foram germânicos, iniciado com o estabelecimento do
movimentos de resistência contra o conservadorismo, Zollverein - liga aduaneira que favoreceu os interesses
organizadas e controladas pela burguesia europeia, e da burguesia.
inspiradas no liberalismo radical, sem a participação  a unificação alemã atendeu aos interesses de uma
popular. aristocracia rural desejosa de formar um amplo
 As revoluções de 1848 foram resultado na estabilidade mercado nacional para seus produtos, alicerçando-se
política e econômica pela qual passava a Europa, pois na idéia do patriotismo cultural e do nacionalismo
propiciaram novas interpretações da realidade social. popular.
 Na Alemanha, a unificação nacional ocorreu,
principalmente, em virtude da formação de uma
identidade coletiva baseada no idioma, na cultura e
nas tradições comuns.
 na Alemanha, a unificação política pôde ultrapassar as
barreiras impostas pela aristocracia territorial, que via
no desenvolvimento industrial o caminho da
modernização.
 o espírito de unidade germânica, implicou na
materialização do interesse prussiano, em incoporar a
Áustria à Alemanha unificada.

108
Questão 16 Questão 18
São milhões de franceses que vão, de 1877 ao início dos Observe a imagem abaixo e leias os textos, a seguir.
anos 30, ao encontro do Outro. Um “outro” levado à cena na
gaiola. Quer seja um povo “estranho”, vindo dos quatro
cantos do mundo, ou indígenas do império, trata-se, para a
maioria dos metropolitanos, do primeiro contato com a
alteridade. É grande o impacto social desses espetáculos
para a construção da imagem do Outro. Principalmente
porque eles são combinados com uma propaganda colonial
onipresente que impregna profundamente o imaginário dos
franceses.
por Nicolas Bancel, Pascal Blanchard, Sandrine Lemaire. Le
Mond Diplomatique. agosto, 2000.
O texto, ao levantar o debate sobre identidade e alteridade,
remete historicamente
 aos objetivos civilizadores do imperialismo.
 ao neocolonialismo e ao discurso de eugenia.
 ao interesse pelo trabalho barato do imigrante. .
 ao tempo de intensa reciprocidade cultural.
 ao imperialismo e à defesa da mestiçagem. A Revolta dos Jacques (FR 2813), fol. 414, Grandes Chroniques de France,
Questão 17 France, Paris, XIVe s. (70 x 65 mm)
...mataram o cavaleiro, a dama e os filhos, grandes e peque-
A ópera-balé Os Sete Pecados Capitais da Pequena nos, e incendiaram tudo. Logo foram a um castelo e ali ain-
Burguesia, de Kurt Weill e Bertold Brecht, composta em da fizeram pior, pois prenderam o cavaleiro e o ataram a
1933, retrata as condições dessa classe social na derrocada uma estaca muito fortemente, e muitos violaram a mulher e
da ordem democrática com a ascensão do nazismo na a filha diante do cavaleiro. Depois mataram a mulher, que
Alemanha, por meio da personagem Anna, que em sete anos estava grávida, a sua filha e todos os filhos, e o marido, de-
vê todos os seus sonhos de ascensão social ruírem. A obra pois de torturá-lo, queimaram-no e destruíram o castelo.
expressa a visão marxista na chamada doutrina das classes. (FROISSART, op. cit.: 180)
Em relação à doutrina social marxista, assinale a alternativa Logo surgiram líderes: um tal de Jacques Bonhomme, se-
correta. gundo Froissart, “...de Clermont em Beauvaisis (...) o pior
 A alta burguesia é uma classe considerada dos piores”. Outro teve melhor registro:
revolucionária, pois foi capaz de resistir à ideologia A condição das bestas é mais feliz que a nossa, pois não são
totalitária através do controle dos meios de obrigadas a trabalhar mais do que a sua força lhes permite.
comunicação. E nós, pobres asnos, carregamos fardos e mais fardos (...)
 A classe média, integrante da camada burguesa, foi Força então meus bons amigos; despertemos e mostremos
identificada com os ideais do nacional-socialismo por que somos homens e não bestas”
defender a socialização dos meios de produção. (Citado em BONASSIE, op. cit.: 128)
 A pequena burguesia ou camada lúmpen é COSTA, Ricardo da. Revoltas Camponesas na Idade Média 1385: a violência
da Jacquerie na visão Jean Froissart in: CHEVITARESE, André (org.).O
revolucionária, identificando a alta burguesia como Campesinato na História. Rio de Janeiro: Relume Dumará. FAPERJ, 2002,
sua inimiga natural a ser destruída pela revolução. p.97-115.
 A pequena burguesia ou classe média é uma classe Com base na imagem e nos textos, pode-se dizer que as
antirrevolucionária, pois, embora esteja mais próxima revoltas expressam:
das condições materiais do proletariado, apoia a alta  a inconformidade com os privilégios da burguesia em
burguesia. ascensão.
 O proletariado e a classe média formam as classes  a disposição em combater o absolutismo dos reis.
revolucionárias, cuja missão é a derrubada da  a reação à crise moral do clero e da sociedade de corte.
aristocracia e a instauração do comunismo.  a cultura bélica dos camponeses, conforme a tradição
medieval.
 o conflito entre as ordens sociais, no contexto de crise
feudal.

109
Questão 19 Questão 20
Observe as imagens. Observe a imagem e responda à questão.

A política de Estado, desenvolvida pelos líderes acima, en-


tre os anos 1930 e 1950, pode ser reconhecida como,
 fascista.
 totalitária.
Fotografia de Huey P. Newton, um dos fundadores do Partido dos Panteras  comunista.
Negras, 1969.  nazista.
 absolutista.
Questão 21

"Nós queremos, um dia, não mais ver classes nem castas;


portanto comecem já a erradicar isso em vocês mesmos.
Nós queremos, um dia, ver no Reich uma só peça, e vocês
devem já se educar nesse sentido. Nós queremos que esse
povo seja, um dia, obediente, e vocês devem treinar essa
obediência. Nós queremos que esse povo seja, um dia,
pacífico, mas valoroso, e vocês devem ser pacíficos."
(Adolf Hitler, no Congresso Nazista de Nuremberg, 1933. In: "O triunfo da
vontade", filme de Leni Riefenstahl, 1935.)
O trecho identifica algumas das características do projeto
nazista, que governou a Alemanha entre 1933 e 1945. Entre
elas, a
 defesa da adoção do comunismo, expressa na idéia de
supressão de classes.
Primeiro pôster do filme “Pantera Negra” (2018),  recusa do uso da violência, expressa na idéia de povo
pacífico.
Observando as representações, pode-se dizer que
 submissão total da sociedade ao Estado, expressa na
 estabelecem entre si, uma proximidade quanto ao obje-
idéia de obediência.
tivo ficcional do discurso imagético.
 ampliação do acesso ao ensino básico, expressa na
 distanciam-se em relação ao tema central, sugerido nos
idéia de auto-educação.
personagens.
 eliminação das divisões nacionais, expressa na idéia de
 a primeira imagem indica a expectativa de institucio-
Reich (Império).
nalidade do partido.
 ambas fazem referências à identidade ligada ao mito de
origem/fundador.
 a segunda imagem recusa o discurso de empoderamen-
to, presente na primeira imagem.

110
Questão 22 Esse poema é um testemunho do Holocausto, que se
Observe a imagem. transformou num ícone dos direitos humanos por defender
a
 culpa do Estado nos traumas coletivos.
 liberdade de expressão dos intelectuais.
 importância da preservação da memória.
 necessidade do esquecimento das ditaduras.
 responsabilidade da sociedade civil no nazismo.
Questão 24

"Em verdade é maravilhoso refletir sobre a grandeza


que Atenas alcançou no espaço de cem anos depois de
se livrar da tirania... Mas acima de tudo é ainda mais
maravilhoso observar a grandeza a que Roma chegou
A charge estabelece uma relação entre depois de se livrar de seus reis."
 a humilhação da Alemanha após a Primeira Guerra e a (Maquiavel, Discursos sobre a primeira década de Tito Lívio).
ascensão do nazismo. Nessa afirmação, o autor:
 o grande poderio bélico da Alemanha e suas conquistas  critica a liberdade política e a participação dos
durante a Primeira Guerra. cidadãos no governo.
 a derrocada da Alemanha nazista e a condenação dos  celebra a democracia ateniense e a República romana.
crimes da Segunda Guerra.  condena as aristocracias ateniense e romana.
 a paz sem vencedores da Segunda Guerra e o  expressa uma concepção populista sobre a Antigüidade
crescimento do partido nazista. clássica.
 o auge do Império Alemão após a Guerra Franco-  defende a pólis grega e o Império romano.
Prussiana e a crise partidária no país. Questão 25

Questão 23 Exemplo radical do exercício e da manipulação simbólica do


poder, a realeza evidencia, com sua etiqueta, a importância
É ISTO UM HOMEM? do ritual na construção da imagem pública. A monarquia é,
Vocês que vivem seguros nesse sentido, um bom pretexto para a discussão dos
em suas casas, vínculos entre política e manipulação do imaginário
vocês que voltando à noite, simbólico, ou mesmo para a verificação de como política se
encontram comida quente e rostos amigos, faz com a lógica da “razão prática”, mas também, com a
pensem bem se isto é um homem, força de persuasão da “razão simbólica”.
que trabalha no meio do barro, SCHWARCZ, Lilia K. Moritz. REVISTADE ANTROPOLOGIA, SÃO PAULO,
que não conhece paz, USP, 2000, V. 43 nº 1.
que luta por um pedaço de pão, Para a autora, o poder dos reis modernos está diretamente
que morre por um sim ou por um não. ligado
Pensem bem se isto é uma mulher,  às formas de propaganda.
sem cabelos e sem nome,  ao seu caráter taumaturgo.
sem mais força para lembrar,  à sua temida figura.
vazios os olhos, frio o ventre,  à ideia de legitimidade divina.
como um sapo no inverno.  ao seu princípio constitucional.

Pensem que isto aconteceu:


eu lhes mando estas palavras.
Gravem-nas em seus corações,
estando em casa, andando na rua,
ao deitar, ao levantar,
repitam-na a seus filhos.
Ou, senão, desmorone-se a sua casa,
a doença os torne inválidos,
os seus filhos virem o rosto para não vê-los.
LEVI, Primo. É isto um homem? Rio de Janeiro: Ed. Rocco.

111
Questão 02
HISTÓRIA – PARTE II
A vinda da família real deslocou definitivamente o eixo da
Questão 01 vida administrativa da Colônia para o Rio de Janeiro, mu-
TEXTO I dando também a fisionomia da cidade. A presença da Corte
O príncipe D. João VI podia ter decidido ficar em Portugal. implicava uma alteração do acanhado cenário urbano da
Nesse caso, o Brasil com certeza não existiria. A Colônia se Colônia, mas a marca do absolutismo acompanharia a alte-
fragmentaria, como se fragmentou a parte espanhola da ração.
América. Teríamos, em vez do Brasil de hoje, cinco ou seis FAUSTO, B. História do Brasil. São Paulo: Edusp, 1995 (fragmento).
países distintos. As transformações ocorridas na cidade do Rio de Janeiro
(José Murilo de Carvalho) em decorrência da presença da Corte estavam limitadas à
TEXTO II superfície das estruturas sociais porque
Há no Brasil uma insistência em reforçar o lugar-comum  a pujança do desenvolvimento comercial e industrial
segundo o qual foi D. João VI o responsável pela unidade do retirava da agricultura de exportação a posição de ati-
país. Isso não é verdade. A unidade do Brasil foi construída vidade econômica central na Colônia.
ao longo do tempo e é, antes de tudo, uma fabricação da  a expansão das atividades econômicas e o desenvolvi-
Coroa. A ideia de que era preciso fortalecer um Império com mento de novos hábitos conviviam com a exploração
os territórios de Portugal e Brasil começou já no século do trabalho escravo.
XVIII. (Evaldo Cabral de Mello)  a emergência das práticas liberais, com a abertura dos
1808 – O primeiro ano do resto de nossas vidas. Folha de S. Paulo, 25 nov. portos, impedia uma renovação política em prol da
2007 (adaptado). formação de uma sociedade menos desigual.
Em 2008, foi comemorado o bicentenário da chegada da  a integração das elites políticas regionais, sob a lide-
família real portuguesa ao BRasil. Nos textos, dois impor- rança do Rio de Janeiro, ensejava a formação de um
tantes historiadores brasileiros se posicionam diante de um projeto político separatista de cunho republicano.
dos possíveis legados desse episódio para a história do pais.  a dinamização da economia urbana retardava o letra-
O legado discutido e um argumento que sustenta a diferen- mento de mulatos e imigrantes, importante para as ne-
ça do primeiro ponto de vista para o segundo estão associ- cessidades do trabalho na cidade.
ados, respectivamente, em: Questão 03
 Integridade territorial – Centralização da administra-
ção régia na Corte. Entre os combatentes estava a mais famosa heroína da
 Desigualdade social – Concentração da propriedade Independência. Nascida em Feira de Santana, filha de lavra-
fundiária no campo. dores pobres, Maria Quitéria de Jesus tinha trinta anos
 Homogeneidade intelectual – Difusão das ideias libe- quando a Bahia começou a pegar em armas contra os por-
rais nas universidades. tugueses. Apesar da proibição de mulheres nos batalhões
 Uniformidade cultural – Manutenção da mentalidade de voluntários, decidiu se alistar às escondidas. Cortou os
escravista nas fazendas. cabelos, amarrou os seios, vestiu-se de homem e incorpo-
 Continuidade espacial – Cooptação dos movimentos rou-se às fileiras brasileiras com o nome de Soldado Medei-
separatistas nas províncias. ros.
GOMES, L. 1822. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2010.
No processo de Independência do Brasil, o caso menciona-
do é emblemático porque evidencia a
 rigidez hierárquica da estrutura social.
 inserção feminina nos ofícios militares.
 adesão pública dos imigrantes portugueses.
 flexibilidade administrativa do governo imperial.
 receptividade metropolitana aos ideais emancipató-
rios.

112
Questão 04 O cenário descrito revela a seguinte característica política
do período regencial:
Depois da Independência, em 1822, o país enfrentaria pro-
 Instalação do regime parlamentar.
blemas que com frequência emergiram durante a formação
 Realização de consultas populares.
dos Estados nacionais da América Latina. Em muitas regi-
 Indefinição das bases institucionais.
ões do Brasil, essas divergências foram acompanhadas de
 Limitação das instâncias legislativas.
revoltas, inclusive contra o imperador D. Pedro I. Com a
 Radicalização das disputas eleitorais.
abdicação deste, em 1831, o país atravessaria tempos ainda
Questão 07
mais turbulentos sob o regime regencial.
REIS, J. J. Rebelião escrava no Brasil: a história do Levante dos Malês em Lei n. 601, de 18 de setembro de 1850
1835. São Paulo: Cia. das Letras, 2003 (adaptado).
D. Pedro II, por Graça de Deus e Unânime Aclamação dos
A instabilidade política no país, ao longo dos períodos men-
Povos, Imperador Constitucional e Defensor Perpétuo do
cionados, foi decorrente da(s)
Brasil: Fazemos saber, a todos os nossos súditos, que a As-
 disputas entre as tendências unitarista e federalista.
sembleia Geral decretou, e nós queremos a Lei seguinte:
 tensão entre as forças do Exército e Marinha nacional.
Art. 1º Ficam proibidas as aquisições de terras devolutas
 dinâmicas demográficas nas fronteiras amazônica e
por outro título que não seja o de compra.
platina. Disponível em: www.planalto.gov.br. Acesso em: 8 ago. 2014 (adaptado).
 extensão do direito de voto aos estrangeiros e ex- Considerando a conjuntura histórica, o ordenamento jurídi-
escravos. co abordado resultou na
 reivindicações da ex-metrópole nas esferas comercial e  mercantilização do trabalho livre.
diplomática.  retração das fronteiras agrícolas.
Questão 05  demarcação dos territórios indígenas.
Constituição Política do Império do Brasil (de 25 de  concentração da propriedade fundiária.
março de 1824)  expropriação das comunidades quilombolas.
Art. 98. O Poder Moderador é a chave de toda a organização Questão 08
política, e é delegado privativamente ao Imperador, como Em meados do século XIX multiplicaram-se os estabelecimen-
Chefe Supremo da Nação, e seu Primeiro Representante, tos industriais, dedicados aos mais diversos ramos da indús-
para que incessantemente vele sobre a manutenção da tria, sendo os mais expressivos o extrativo (como o sal), o de
independência, equilíbrio e harmonia dos demais Poderes vestuário (a exemplo de chapéus, bengalas e calçados), o
Políticos. têxtil e o de alimentação (principalmente bebidas). No con-
Disponível em: www.planalto.gov.br. Acesso em: 18 abr. 2015 (adaptado). junto, saltou-se de 67 estabelecimentos, em 1849, para 482
A apropriação das ideias de Montesquieu no âmbito da em 1889, mas o têxtil, por seu significado técnico e implica-
norma constitucional citada tinha o objetivo de ção econômico-social foi o de maior peso, passando de 1 para
 expandir os limites das fronteiras nacionais. 46.
 assegurar o monopólio do comércio externo. (Cláudio Vicentino. História do Brasil)
 legitimar o autoritarismo do aparelho estatal. O exposto no texto deve ser compreendido como:
 evitar a reconquista pelas forças portuguesas.
 atender os interesses das oligarquias regionais.  o deslanchar definitivo da industrialização no Brasil;
Questão 06  a comprovação do sucesso, a longo prazo, da chamada
Uns viam na abdicação uma verdadeira revolução, sonhan- Era Mauá;
do com um governo de conteúdo republicano; outros exigi-  um surto, um espasmo, e não um verdadeiro processo
am o respeito à Constituição, esperando alcançar, assim, a de industrialização;
consolidação da Monarquia. Para alguns, somente uma  a industrialização tratada no texto rompeu a relação de
Monarquia centralizada seria capaz de preservar a integri- dependência da economia do Brasil em relação aos pa-
dade territorial do Brasil; outros permaneciam ardorosos íses ricos e centrais;
defensores de uma organização federativa, à semelhança da  o processo de industrialização ocorrido, de acordo com
jovem República norte-americana. Havia aqueles que ima- o texto, decorreu da rápida superação da estrutura es-
ginavam que somente um Poder Executivo forte seria capaz cravista e provinciana na segunda metade do século
de garantir e preservar a ordem vigente; assim como havia XIX.
os que eram favoráveis à atribuição de amplas prerrogati-
vas à Câmara dos Deputados, por entenderem que somente
ali estariam representados os interesses das diversas pro-
víncias e regiões do Império.
MATTOS, I. R.; GONÇALVES, M. A. O Império da boa sociedade:
a consolidação do Estado imperial brasileiro.

113
Questão 09 Questão 11

Nas cidades, os agentes sociais que se rebelavam contra o O evento conhecido como Convênio de Taubaté ocorreu na
arbítrio do governo também eram proprietários de escra- chamada República Oligárquica ou República Velha e, vigo-
vos. Levavam seu protesto às autoridades policiais pelo rou, conforme a historiografia brasileira, até 1930. Acerca
recrutamento sem permissão. Conseguimos levantar, em do Convênio de Taubaté é correto afirmar que:
ocorrências policiais de 1867, na Província do Rio de Janei-  os recursos do governo federal deveriam ser canaliza-
ro, 140 casos de escravos aprisionados e remetidos à Corte dos para estruturar a produção de borracha no Norte
para serem enviados aos campos de batalha. do país. Esta medida possibilitou uma maior integra-
SOUSA, J. P. Escravidão ou morte: os escravos brasileiros na Guerra do Para- ção econômica entre o Norte e o Sudeste do Brasil.
guai. Rio de Janeiro: Mauad; Adesa, 1996.
 estabeleceu uma proposta de diversificação da agricul-
Desconstruindo o mito dos “voluntários da pátria”, o texto
tura brasileira, incentivando a produção de milho, fei-
destaca o descontentamento com a mobilização para a
jão e soja. Minas Gerais foi o primeiro estado a adotar
Guerra do Paraguai expresso pelo grupo dos
esta iniciativa.
 pais, pela separação forçada dos filhos.
 buscava beneficiar os produtores de café, estabelecen-
 cativos, pelo envio compulsório ao conflito.
do algumas medidas como a criação de estoques regu-
 religiosos, pela diminuição da frequência aos cultos.
ladores e a proibição de novas plantações de café.
 oficiais, pelo despreparo militar dos novos recrutas.
 pretendia integrar a criação pecuária do Sul do Brasil
 senhores, pela perda do investimento em mão de obra.
com o estado de Mato Grosso, resultando numa maior
TEXTO: 1 - Comum à questão: 10
produção de carne bovina para o mercado interno e
Note-se que as migrações transnacionais, nos moldes em que
para atender às demandas de exportação.
ocorrem na segunda metade do século XX, expressam vários
Questão 12
processos importantes, além dos movimentos da força de
trabalho no mercado mundial. Expressam inquietações, ten- Sendo função social antes que direito, o voto era concedido
sões e lutas envolvendo nações e nacionalidades, religiões e àqueles a quem a sociedade julgava poder confiar sua pre-
línguas, crise de regimes políticos e declínio de estados naci- servação. No Império, como na República, foram excluídos
onais, nova divisão transnacional do trabalho e da produção os pobres (seja pela renda, seja pela exigência de alfabetiza-
e desenvolvimento extensivo e intensivo do capitalismo na ção), os mendigos, as mulheres, os menores de idade, os
cidade e no campo. praças de pré, os membros de ordens religiosas.
(IANNI, Octavio. A era do Globalismo. 4. ed. Rio de Janeiro: Civilização CARVALHO, J. M. Os bestializados: o Rio de Janeiro e a
Questão 10 República que não foi. São Paulo: Cia. das Letras, 1996.
A restrição à participação eleitoral mencionada no texto
Um fato relacionado a fenômenos migratórios no Brasil que visava assegurar o poder político aos(às)
expôs problemáticas raciais foi a  assalariados urbanos.
 proibição da entrada de nordestinos na cidade de São  oligarquias regionais.
Paulo durante o período do regime militar, visto que
 empresários industriais.
cidadãos, então denominados pardos, eram alvo de in-
tensa discriminação racial.  profissionais liberais.
 restrição na vinda de japoneses para o Brasil no come-  círculos militares.
ço do século XX, em função da Lei da Imigração e Colo- Questão 13
nização decretada em 1909, que procurava controlar a
presença de asiáticos no país. O fato é que a transição do Império para a República, pro-
 Lei de Cotas, de 1934, que privilegiava imigrantes clamada em 1889, constituiu a primeira grande mudança de
brancos provenientes de países nórdicos, atribuindo- regime político ocorrida desde a Independência. Republica-
lhes cotas maiores e a oferta de terras no sul do Brasil, nistas “puros”, como Silva Jardim, defendiam uma mudança
enquanto restringia a vinda de cidadãos de países ibé- de regime que tivesse como resultado maior participação
ricos, árabes e africanos.
da população na vida política nacional. Mas, vitoriosos, os
 tolerância governamental à discriminação e à explora-
ção do trabalho braçal de bolivianos, haitianos e ou- republicanos conservadores, como Campos Sales, mantive-
tros imigrantes não brancos que, no século XXI, aden- ram o modelo de exclusão política e sociocultural sob nova
traram o país massivamente em função de perseguição fachada. Ao “parlamentarismo sem povo” do Segundo Rei-
racial. nado sucedeu uma República praticamente “sem povo”, ou
 chegada de imigrantes europeus para o trabalho nas seja, sem cidadania democrática.
fazendas de café, uma vez que essa substituição da LOPEZ, Adriana, MOTA, Carlos Guilherme.
mão de obra escrava vinha acompanhada dos anseios História do Brasil: uma interpretação. São Paulo: SENAC, 2008, p. 552. (adaptado)
da elite de branqueamento da população brasileira.

114
Tendo o texto acima como referência inicial e considerando Questão 15
o processo histórico de implantação e de consolidação da
TEXTO I
República no Brasil, é correto inferir que
Canudos não se rendeu. Exemplo único em toda a história,
resistiu até o esgotamento completo. Vencido palmo a pal-
 o republicano Silva Jardim lutava por um regime políti-
mo, na precisão integral do termo, caiu no dia 5, ao entar-
co essencialmente oligárquico, que foi adotado no Bra-
decer, quando caíram os seus últimos defensores, que todos
sil ao longo da Primeira República (até 1930).
morreram. Eram quatro apenas: um velho, dois homens
 o movimento republicano apresentava divisões ideoló-
feitos e uma criança, na frente dos quais rugiam raivosa-
gicas e defendia distintos projetos de República com a
mente cinco mil soldados.
intenção de implantá-los no Brasil. CUNHA, E. Os sertões. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1987.
 o presidencialismo republicano assegurou a expansão TEXTO II
da democracia brasileira ampliando o nível de partici- Na trincheira, no centro do reduto, permaneciam quatro
pação política da sociedade na Primeira República (até fanáticos sobreviventes do extermínio. Era um velho, coxo
1930). por ferimento e usando uniforme da Guarda Católica, um
 a facilidade para a derrubada do regime monárquico rapaz de 16 a 18 anos, um preto alto e magro, e um caboclo.
explica-se pelo vigoroso apoio popular às teses repu- Ao serem intimados para deporem as armas, investiram
blicanas e pelo desprestígio pessoal de D. Pedro II. com enorme fúria. Assim estava terminada e de maneira tão
 a História do Brasil, em geral, se faz por mudanças trágica a sanguinosa guerra, que o banditismo e o fanatismo
bruscas e radicais, que transformam integralmente a traziam acesa por longos meses, naquele recanto do territó-
fisionomia social e política do país. rio nacional.
Questão 14 SOARES, H. M. A Guerra de Canudos. Rio de Janeiro: Altina, 1902.
Os relatos do último ato da Guerra de Canudos fazem uso de
Chamando o repórter de “cidadão”, em 1904, o preto aca- representações que se perpetuariam na memória construí-
poeirado justificava a revolta: era para “não andarem di- da sobre o conflito. Nesse sentido,cada autor caracterizou a
zendo que o povo é carneiro. De vez em quando é bom a atitude dos sertanejos, respectivamente, como fruto da
negrada mostrar que sabe morrer como homem!”. Para ele,  manipulação e incompetência.
a vacinação em si não era importante — embora não admi-  ignorância e solidariedade.
tisse de modo algum deixar os homens da higiene meter o  hesitação e obstinação.
tal ferro em suas virilhas. O mais importante era “mostrar  esperança e valentia.
ao governo que ele não põe o pé no pescoço do povo”.  bravura e loucura.
CARVALHO, J. M. Os bestializados: o Rio de Janeiro e a República que não foi.
São Paulo: Cia. das Letras, 1987 (adaptado). Questão 16
A referida Revolta, ocorrida na cidade do Rio de Janeiro no
No aluir das paredes, no ruir das pedras, no esfacelar do
início da República, caracterizou-se por ser uma
barro, havia um longo gemido. Era o gemido soturno e la-
mentoso do Passado, do Atraso, do Opróbrio. A cidade colo-
 agitação incentivada pelos médicos.
nial, imunda, retrógrada, emperrada nas velhas tradições,
 atitude de resistência dos populares.
estava soluçando no soluçar daqueles apodrecidos materi-
 estratégia elaborada pelos operários.
ais que desabavam. Mas o hino claro das picaretas abafava
 tática de sobrevivência dos imigrantes.
esse projeto impotente. Com que alegria cantavam elas —
 ação de insurgência dos comerciantes.
as picaretas regeneradoras! E como as almas dos que ali
estavam compreendiam o que elas diziam, no clamor inces-
sante e rítmico, celebrando a vitória da higiene, do bom
gosto e da arte.
BILAC, O. Crônica (1904). Apud SEVCENKO, N. Literatura como missão: tensões
sociais e criação cultural na Primeira República. São Paulo: Brasiliense, 1995.
De acordo com o texto, a “picareta regeneradora” do alvore-
cer do século XX significava a
 erradicação dos símbolos monárquicos.
 restauração das edificações seculares.
 interrupção da especulação imobiliária.
 reconstrução das moradias populares.
 reestruturação do espaço urbano.

115
Questão 17 Questão 19
Desgraçado processo que escamoteia as tradições saudá- Há outras razões fortes para promover a participação da
veis e repousantes. O ‘café’ de antigamente era uma pausa população em eleições. Grande parte dela, particularmente
revigorante na alucinação da vida cotidiana. Alguém dirá os mais pobres, esteve sempre alijada do processo eleitoral
que nem tudo era paz nos cafés de antanho, que havia muita no Brasil, não somente nos períodos ditatoriais, mas tam-
briga e confusão neles. E daí? Não será por isso que lamento bém nos democráticos. Na eleição de 1933, por exemplo,
seu desaparecimento do Rio de Janeiro. Hoje, se houver apenas 3,3% da população do país votaram. Em 1945, com
desaforo, a gente o engole calado e humilhado. Já não se a volta da democracia, foram parcos 13,4%. Em 1962, só
pode nem brigar. Não há clima nem espaço. 20% dos brasileiros foram às urnas.
ALENCAR, E. Os cafés do Rio. In: GOMES, D Antigos cafés do Rio de Janeiro. Rio KERCHE, F.; FERES JR., J. Um nobre dever. Revista de História da Biblioteca
de Janeiro: Kosmos, 1989 (adaptado). Nacional, n. 109, out. 2014.
O autor lamenta o desaparecimento dos antigos cafés pelo O baixo índice de participação popular em eleições nos
fato de estarem relacionados com períodos mencionados ocorria em função da
 a economia da República Velha, baseada essencialmen-  adoção do voto facultativo.
te no cultivo do café.  exclusão do sufrágio feminino.
 a ócio (“pausa revigorante”) associado ao escravismo  interdição das pessoas analfabetas.
que mantinha a lavoura cafeeira.  exigência da comprovação de renda.
 a especulação imobiliária, que diminuiu o espaço dis-  influência dos interesses das oligarquias.
ponível para esse tipo de estabelecimento. Questão 20
 a aceleração da vida moderna, que tornou incompatí- O marco inicial das discussões parlamentares em torno do
veis com o cotidiano tanto o hábito de “jogar conversa direito do voto feminino são os debates que antecederam a
fora” quanto as brigas. Constituição de 1824, que não trazia qualquer impedimento
 o aumento da violência urbana, já que as brigas, cada ao exercício dos direitos políticos por mulheres, mas, por
vez mais freqüentes, levaram os cidadãos a abandona- outro lado, também não era explícita quanto à possibilidade
rem os cafés do Rio de Janeiro. desse exercício. Foi somente em 1932, dois anos antes de
Questão 18 estabelecido o voto aos 18 anos, que as mulheres obtiveram
Mesmo com a instalação da quarta emissora no Rio de Ja- o direito de votar, o que veio a se concretizar no ano seguin-
neiro, a Rádio Educadora, em janeiro de 1927, a música te. Isso ocorreu a partir da aprovação do Código Eleitoral de
popular ainda não desfrutava desse meio de comunicação 1932.
para se tornar mais conhecida. Renato Murce, um dos maio- Disponível em: http://tse.jusbrasil.
com.br. Acessado em: 14 maio 2018.
res radialistas de todos os tempos, registrou, no seu livro Um dos fatores que contribuíram para a efetivação da me-
Nos bastidores do rádio, que as emissoras veiculavam ape- dida mencionada no texto foi a
nas “um certo tipo de cultura, com uma programação quase  superação da cultura patriarcal.
só da chamada música erudita, conferências maçantes e  influências de igrejas protestantes.
palestras destituídas de interesse”. E acrescentou: “Nada de  pressão do governo revolucionário.
música popular. Em samba, então, nem era bom falar”.  fragilidade das oligarquias regionais.
CABRAL, S. A MPB na Era do Rádio. São Paulo: Moderna, 1996.
 campanha de extensão da cidadania.
A situação descrita no texto alterou-se durante o regime do
Estado Novo, porque o meio de comunicação foi instrumen-
talizado para
 exportar as manifestações folclóricas nacionais.
 ampliar o alcance da propaganda político-ideológica.
 substituir as comemorações cívicas espontâneas.
 atender às demandas das elites oligárquicas.
 favorecer o espaço de mobilização social.

116
Questão 21 No texto, a narrativa produzida sobre a construção de Bra-
sília articula os elementos políticos e socioeconômicos indi-
A seguir são apresentadas declarações de duas personali-
cados, respectivamente, em:
dades da História do Brasil a respeito da localização da
 Apelo simbólico e migração inter-regional.
capital do país, respectivamente um século e uma década
 Organização sindical e expansão do capital.
antes da proposta de construção de Brasília como novo
 Segurança territorial e estabilidade financeira.
Distrito Federal.
 Consenso partidário e modernização rodoviária.
Declaração I: José Bonifácio
 Perspectiva democrática e eficácia dos transportes.
Com a mudança da capital para o interior, fica a Corte livre
de qualquer assalto de surpresa externa, e se chama para as Questão 23
províncias centrais o excesso de população vadia das cida- A democracia que eles pretendem é a democracia dos privi-
des marítimas. Desta Corte central dever-se-ão logo abrir légios, a democracia da intolerância e do ódio. A democracia
estradas para as diversas províncias e portos de mar. que eles querem é para liquidar com a Petrobras, é a demo-
(Carlos de Meira Matos. Geopolítica e modernidade: geopolítica brasileira.)
cracia dos monopólios, nacionais e internacionais, a demo-
Declaração II: Eurico Gaspar Dutra
cracia que pudesse lutar contra o povo. Ainda ontem eu
Na América do Sul, o Brasil possui uma grande área que se
afirmava que a democracia jamais poderia ser ameaçada
pode chamar também de Terra Central. Do ponto de vista
pelo povo, quando o povo livremente vem para as praças –
da geopolítica sul-americana, sob a qual devemos encarar a
as praças que são do povo. Para as ruas – que são do povo.
segurança do Estado brasileiro, o que precisamos fazer Disponível em: www.revistadehistoria.com.br/secao/artigos/discurso-de-
quanto antes é realizar a ocupação da nossa Terra Central, joao- goulart-no-comicio-da-central. Acessado em: 29 out. 2015.
mediante a interiorização da Capital. Em um momento de radicalização política, a retórica no
(Adaptado de José W. Vesentini. A Capital da geopolítica.) discurso do presidente João Goulart, proferido no comício
Considerando o contexto histórico que envolve as duas da Central do Brasil, buscava justificar a necessidade de
declarações e comparando as idéias nelas contidas, pode-  conter a abertura econômica para conseguir a adesão
mos dizer que das elites.
 ambas limitam as vantagens estratégicas da definição  impedir a ingerência externa para garantir a conserva-
de uma nova capital a questões econômicas. ção de direitos.
 apenas a segunda considera a mudança da capital im-  regulamentar os meios de comunicação para coibir os
portante do ponto de vista da estratégia militar. partidos de oposição.
 ambas consideram militar e economicamente impor-  aprovar os projetos reformistas para atender a mobili-
tante a localização da capital no interior do país. zação de setores trabalhistas.
 apenas a segunda considera a mudança da capital uma  incrementar o processo de desestatização para diminu-
estratégia importante para a economia do país. ir a pressão da opinião pública.
 nenhuma delas acredita na possibilidade real de de- Questão 24
senvolver a região central do país a partir da mudança No período anterior ao golpe militar de 1964, os documen-
da capital. tos episcopais indicavam para os bispos que o desenvolvi-
Questão 22 mento econômico, e claramente o desenvolvimento capita-
Tratava-se agora de construir um ritmo novo. Para tanto, lista, orientando-se no sentido da justa distribuição da ri-
era necessário convocar todas as forças vivas da Nação, queza, resolveria o problema da miséria rural e, consequen-
todos os homens que, com vontade de trabalhar e confiança temente, suprimiria a possibilidade do proselitismo e da
no futuro, pudessem erguer, num tempo novo, um novo expansão comunista entre os camponeses. Foi nesse senti-
Tempo. E, à grande convocação que conclamava o povo do que o golpe de Estado, de 31 de março de 1964, foi aco-
para a gigantesca tarefa, começaram a chegar de todos os lhido pela igreja.
cantos da imensa pátria os trabalhadores: os homens sim- MARTINS, J. S. A política do Brasil: lúmpen e místico. São Paulo: Contexto,
2011 (adaptado).
ples e quietos, com pés de raiz, rostos de couro e mãos de Em que pesem as divergências no interior do clero após a
pedra, e no calcanho, em carro de boi, em lombo de burro,
instalação da ditadura civil-militar, o posicionamento men-
em paus-de-arara, por todas as formas possíveis e imaginá-
cionado no texto fundamentou-se no entendimento da hie-
veis, em sua mudez cheia de esperança, muitas vezes dei-
rarquia católica de que o(a)
xando para trás mulheres e filhos a aguardar suas promes-
 luta de classes é estimulada pelo livre mercado.
sas de melhores dias; foram chegando de tantos povoados,
 poder oligárquico é limitado pela ação do Exército.
tantas cidades cujos nomes pareciam cantar saudades aos
 doutrina cristã é beneficiada pelo atraso do interior
seus ouvidos, dentro dos antigos ritmos da imensa pátria...
 espaço político é dominado pelo interesse empresarial.
Terra de sol, Terra de luz... Brasil! Brasil! Brasília!
 manipulação ideológica é favorecida pela privação ma-
MORAES, V.; JOBIM, A. C. Brasília, sinfonia da alvorada.
Disponível em: www.viniciusdemoraes.com.br. Acesso em: 14 ago. 2012 terial.

117
Questão 25 Questão 26
A construção da Transamazônica foi interpretada por al-
Figura 1
guns estudiosos como uma espécie de contrarreforma agrá-
Recorte fotográfico de Maria Bonita, década de 1930.
ria, na medida em que abriu para as populações rurais po-
bres uma nova fronteira de expansão. Na prática, porém, os
projetos de colonização da Amazônia fracassaram ou não
tiveram continuidade. Em 1985, o MST retoma a ancestral
luta pela reforma agrária brasileira. Essa luta não é nova,
sendo defendida por abolicionistas do século XIX e pelas
Ligas Camponesas nos anos 1950-60.
DEL PRIORE, M.; VENÂNCIO, R. Uma breve
história do Brasil. São Paulo: Planeta, 2010 (adaptado).
O processo histórico mencionado evidencia, em temporali-
dades distintas, um confronto entre
 projetos políticos de ocupação fundiária e resistência
social.
 estratégias públicas de qualificação técnica e cultura
ABRAÃO, B. Disponível em: www.brasilcult.pro.br. Acesso em: 18 maio 2013.
tradicional.
Figura 2
 mecanismos legais de delimitação territorial e articula-
Traje de coleção de Zuzu Angel.
ção legislativa.
 planejamentos estatais de reforma trabalhista e orga-
nização partidária.
 modelos econômicos de desenvolvimento nacional e
mobilização sindical.

Disponível em: www.zuzuangel.com.br. Acesso em: 18 maio 2013.


Elaborada em 1969, a releitura contida na Figura 2 revela
aspectos de uma trajetória e obra dedicadas à
 valorização de uma representação tradicional da mu-
lher.
 descaracterização de referências do folclore nordesti-
no.
 fusão de elementos brasileiros à moda da Europa.
 massificação o consumo de uma arte local.
 criação de uma estética de resistência.

118
Questão 27 Questão 29
São Paulo, 10 de Janeiro de 1979.
Exmo. Sr. Presidente Ernesto Geisel.
Considerando as instruções dadas por V. S. de que sejam
negados os passaportes aos senhores Francisco Julião, Mi-
guel Arraes, Leonel Brizola, Luis Prestes, Paulo Schilling,
Gregório Bezerra, Márcio Moreira Alves e Paulo Freire.
Considerando que, desde que nasci, me identifico plena-
mente com a pele, a cor dos cabelos, a cultura, o sorriso, as
aspirações, a história e o sangue destes oito senhores.
Considerando tudo isto, por imperativo de minha consciên-
cia, venho por meio desta devolver o passaporte que, nega-
do a eles, me foi concedido pelos órgãos competentes de
seu governo.
Carta do cartunista Henrique de Souza Filho, conhecido como Henfil.
In: HEN-FIL. Cartas da mãe. Rio de Janeiro: Codecri, 1981 (adapta-
do).
No referido contexto histórico, a manifestação do cartunista
Disponível em: www.mots.org.il. Acesso em: 02 mai. 2009.
Henfil expressava uma crítica ao(à)
A foto acima foi realizada por Sebastião Salgado, em 1989,
 censura moral das produções culturais.
no garimpo de Serra Pelada. Do ponto de vista social, ambi-
 limite do processo de distensão política.
ental e econômico, o fenômenoretratado
 interferência militar de países estrangeiros.
 reuniu milhares de homens em busca de fortuna, o que
 representação social das agremiações partidárias.
resultou na criação, na região, de várias cidades na re-
 impedimento de eleição das assembleias estaduais.
gião com economia diversificada.
Questão 28
 é indício da sobrevivência, no Brasil, das velhas práti-
Batizado por Tancredo Neves de “Nova República”, o perío- cas de mutirão, que, por serem tradicionais, agridem
do que marca o reencontro do Brasil com os governos civis menos a natureza.
e a democracia ainda não completou seu quinto ano e já  mostra como, no início da revolução informática, ainda
viveu dias de grande comoção. Começou com a tragédia de se recorria ao trabalho manual em condições desuma-
Tancredo, seguiu pela euforia do Plano Cruzado, conheceu nas, sem racionalidade produtiva.
as depressões da inflação e das ameaças da hiperinflação e  abriu uma nova frente de trabalho e de produção de
desembocou na movimentação que antecede as primeiras riqueza no estado do Pará, que se mantém até hoje,
eleições diretas para presidente em 29 anos. graças a um planejamento sustentável.
O álbum dos presidentes: a história vista pelo JB. Jornal do Brasil,  permitiu a extração de ouro, o que elevou socialmente
15 nov. 1989. grande contingente populacional e contribuiu para
O período descrito apresenta continuidades e rupturas em melhor distribuição da riqueza na região.
relação à conjuntura histórica anterior. Uma dessas conti- Questão 30
nuidades consistiu na
 representação do legislativo com a fórmula do biparti- Fernando Henrique foi eleito presidente (1995-2002) pre-
darismo. gando o “fim da era Vargas”. Para ele, Getúlio tinha trans-
 detenção de lideranças populares por crimes de sub- formado o Estado em ator central no planejamento da eco-
versão. nomia e como fonte de investimentos para o desenvolvi-
 presença de políticos com trajetórias no regime autori- mento nacional, ou seja, tinha inaugurado políticas naciona-
tário. listas e estadistas.
VAINFAS, Ronaldo et al. História. O mundo por um fio: do século XX
 prorrogação das restrições advindas dos atos instituci-
ao XXI. 3. São Paulo: Saraiva, 2010.
onais.
Entre as medidas adotadas por Fernando Henrique Cardoso
 estabilidade da economia com o congelamento anual
para pôr fim ao modelo de estado getulista, é correto citar o
de preços.
(a)
 fortalecimento do Estado na economia.
 limitação da entrada de capital estrangeiro no País.
 monopólio estatal.
 adoção de políticas neoliberais.
 incentivo às políticas keynesianistas.

119
Questão 31 Questão 33
Algumas medidas, de caráter neoliberal, foram adotadas no Texto I
Brasil durante a presidência do socialdemocrata Fernando Documentos do século XVI algumas vezes se referem aos
Henrique Cardoso. Entre elas, destaca-se: habitantes indígenas como “os brasis”, ou “gente brasília” e,
 a reforma do sistema de aposentadorias no serviço ocasionalmente no século XVII, o termo “brasileiro” era a
público. eles aplicado, mas as referências ao status econômico e
 o protecionismo concedido à indústria nacional. jurídico desses eram muito mais populares. Assim, os ter-
 a redução da carga tributária sobre a renda de “pessoa mos “negro da terra” e “índios” eram utilizados com mais
física”. frequência do que qualquer outro.
 a privatização de aeroportos em grandes centros urba- SCHWARTZ, S. B. Gente da terra braziliense da nação. Pensando o Brasil: a
nos. construção de um povo. In: MOTA, C. G. (Org.). Viagem Incompleta: a expe-
riência brasileira (1500-2000). São Paulo: Senac, 2000 (adaptado).
 a privatização de empresas públicas, como a Vale do
Texto II
Rio Doce.
Índio é um conceito construído no processo de conquista da
Questão 32
América pelos europeus. Desinteressados pela diversidade
A Lei 10.639, de 9 de janeiro de 2003, inclui no currículo cultural, imbuídos de forte preconceito para com o outro, o
dos estabelecimentos de ensino fundamental e médio, ofici- indivíduo de outras culturas, espanhóis, portugueses, fran-
ais e particulares, a obrigatoriedade do ensino sobre Histó- ceses e anglo-saxões terminaram por denominar da mesma
ria e Cultura Afro-Brasileira e determina que o conteúdo forma povos tão díspares quanto os tupinambás e os aste-
programático incluirá o estudo da História da África e dos cas.
africanos, a luta dos negros no Brasil, a cultura negra brasi- SILVA, K. V.; SILVA, M. H. Dicionário de conceitos históricos. São Paulo:
Contexto, 2005.
leira e o negro na formação da sociedade nacional, resga-
Ao comparar os textos, as formas de designação dos grupos
tando a contribuição do povo negro nas áreas social, eco-
nativos pelos europeus, durante o período analisado, são
nômica e política pertinentes à História do Brasil, além de
reveladoras da
instituir, no calendário escolar, o dia 20 de novembro como
 concepção idealizada do território, entendido como
data comemorativa do “Dia da Consciência Negra”.
Disponível em: http://www.planalto.gov.br. Acesso em: 27 jul. 2010 geograficamente indiferenciado.
(adaptado).  percepção corrente de uma ancestralidade comum às
A referida lei representa um avanço não só para a educação populações ameríndias.
nacional, mas também para a sociedade brasileira, porque  compreensão etnocêntrica acerca das populações dos
territórios conquistados.
 legitima o ensino das ciências humanas nas escolas.  transposição direta das categorias originadas no ima-
 divulga conhecimentos para a população afro- ginário medieval.
brasileira.  visão utópica configurada a partir de fantasias de ri-
 reforça a concepção etnocêntrica sobre a África e sua queza.
cultura.
 garante aos afrodescendentes a igualdade no acesso à
educação.

120
Questão 34 Questão 36
TEXTO I A língua de que usam, por toda a costa, carece de três letras;
E pois que em outra cousa nesta parte me não posso vingar convém a saber, não se acha nela F, nem L, nem R, coisa
do demônio, admoesto da parte da cruz de Cristo Jesus a digna de espanto, porque assim não têm Fé, nem Lei, nem
todos que este lugar lerem, que deem a esta terra o nome Rei, e dessa maneira vivem desordenadamente, sem terem
que com tanta solenidade lhe foi posto, sob pena de a mes- além disto conta, nem peso, nem medida.
ma cruz que nos há de ser mostrada no dia final, os acusar GÂNDAVO, P M. A primeira historia do Brasil: história da província de Santa
de mais devotos do pau-brasil que dela. Cruz a que vulgarmente chamamos Brasil. Rio de Janeiro: Zahar, 2004
BARROS, J. In: SOUZA, L M. Inferno atlântico: demonologia e colonização: (adaptado).
séculos XVI-XVIII. São Paulo: Cia. das Letras, 1993. A observação do cronista português Pero de Magalhães de
TEXTO II Gândavo, em 1576, sobre a ausência das letras F, L e R na
E deste modo se hão os povoadores, os quais, por mais ar- língua mencionada, demonstra a
raigados que na terra estejam e mais ricos que sejam, tudo  simplicidade da organização social das tribos brasilei-
pretendem levar a Portugal, e, se as fazendas e bens que ras.
possuem souberam falar, também lhes houveram de ensi-  dominação portuguesa imposta aos índios no início da
nar a dizer como os papagaios, aos quais a primeira coisa colonização.
que ensinam é: papagaio real para Portugal, porque tudo  superioridade da sociedade europeia em relação à so-
querem para lá. ciedade indígena.
 incompreensão dos valores socioculturais indígenas
SALVADOR. F. V In: SOUZA, L. M. (Org.). História da vida privada no Brasil: pelos portugueses.
cotidiano e vida privada na América portuguesa. São Paulo: Cia. das Letras,
 dificuldade experimentada pelos portugueses no
1997.
aprendizado da língua nativa.
As críticas desses cronistas ao processo de colonização
Questão 37
portuguesa na América estavam relacionadas à
 utilização do trabalho escravo. De ponta a ponta, é tudo praia-palma, muito chã e muito
 implantação de polos urbanos. formosa. Pelo sertão nos pareceu, vista do mar, muito gran-
 devastação de áreas naturais. de, porque, a estender olhos, não podíamos ver senão terra
 ocupação de terras indígenas. com arvoredos, que nos parecia muito longa. Nela, até ago-
 expropriação de riquezas locais. ra, não pudemos saber que haja ouro, nem prata, nem coisa
Questão 35 alguma de metal ou ferro; nem lho vimos. Porém a terra em
si é de muito bons ares [...]. Porém o melhor fruto que dela
A rebelião luso-brasileira em Pernambuco começou a ser
se pode tirar me parece que será salvar esta gente.
urdida em 1644 e explodiu em 13 de junho de 1645, dia de Carta de Pero Vaz de Caminha. In: MARQUES, A.; BERUTTI, F.; FARIA, R.
Santo Antônio. Uma das primeiras medidas de João Fernan- História moderna através de textos. São Paulo: Contexto, 2001.
des foi decretar nulas as dívidas que os rebeldes tinham A carta de Pero Vaz de Caminha permite entender o projeto
com os holandeses. Houve grande adesão da “nobreza da colonizador para a nova terra. Nesse trecho, o relato enfati-
terra”, entusiasmada com esta proclamação heroica. za o seguinte objetivo:
VAINFAS. R Guerra declarada e paz fingida na restauração portuguesa.  Valorizar a catequese a ser realizada sobre os povos
Tempo, n. 27, 2009.
nativos.
O desencadeamento dessa revolta na América portuguesa
 Descrever a cultura local para enaltecer a prosperidade
seiscentista foi o resultado do(a)
portuguesa.
 fraqueza bélica dos protestantes batavos.
 Transmitir o conhecimento dos indígenas sobre o po-
 comércio transatlântico da África ocidental.
tencial econômico existente.
 auxílio financeiro dos negociantes flamengos.
 Realçar a pobreza dos habitantes nativos para demar-
 diplomacia internacional dos Estados ibéricos.
car a superioridade europeia.
 interesse econômico dos senhores de engenho.
 Criticar o modo de vida dos povos autóctones para evi-
denciar a ausência de trabalho.

121
Questão 38 Questão 40
Em um engenho sois imitadores de Cristo crucificado por- Em geral, os nossos tupinambás ficaram admirados ao ver
que padeceis em um modo muito semelhante o que o mes- os franceses e os outros dos países longínquos terem tanto
mo Senhor padeceu na sua cruz e em toda a sua paixão. A trabalho para buscar o seu arabotã, isto é, pau-brasil. Houve
sua cruz foi composta de dois madeiros, e a vossa em um uma vez um ancião da tribo que me fez esta pergunta: “Por
engenho é de três. Também ali não faltaram as canas, por- que vindes vós outros, mairs e pêros (franceses e portugue-
que duas vezes entraram na Paixão: uma vez servindo para ses), buscar lenha de tão longe para vos aquecer? Não ten-
o cetro de escárnio, e outra vez para a esponja em que lhe des madeira em vossa terra?”
deram o fel. A Paixão de Cristo parte foi de noite sem dor- LÉRY, J. Viagem à Terra do Brasil. In: FERNANDES, F. Mudanças Sociais no
Brasil. São Paulo: Difel, 1974.
mir, parte foi de dia sem descansar, e tais são as vossas
O viajante francês Jean de Léry (1534-1611) reproduz um
noites e os vossos dias. Cristo despido, e vós despidos; Cris-
diálogo travado, em 1557, com um ancião tupinambá, o
to sem comer, e vós famintos; Cristo em tudo maltratado, e
qual demonstra uma diferença entre a sociedade europeia e
vós maltratados em tudo. Os ferros, as prisões, os açoites, as
a indígena no sentido
chagas, os nomes afrontosos, de tudo isto se compõe a vos-
 do destino dado ao produto do trabalho nos seus sis-
sa imitação, que, se for acompanhada de paciência, também
temas culturais.
terá merecimento de martírio.
VIEIRA, A. Sermões. Tomo XI. Porto: Lello & Irmão, 1951 (adaptado).
 da preocupação com a preservação dos recursos ambi-
O trecho do sermão do Padre Antônio Vieira estabelece uma entais.
relação entre a Paixão de Cristo e  do interesse de ambas em uma exploração comercial
 a atividade dos comerciantes de açúcar nos portos bra- mais lucrativa do pau-brasil.
sileiros.  da curiosidade, reverência e abertura cultural recípro-
 a função dos mestres de açúcar durante a safra de cana. cas.
 o sofrimento dos jesuítas na conversão dos ameríndios.  da preocupação com o armazenamento de madeira
 o papel dos senhores na administração dos engenhos. para os períodos de inverno.
 o trabaho dos escravos na produção de açúcar. Questão 41
Questão 39 Os vestígios dos povos Tupi-guarani encontram-se desde as
açúcar e suas técnicas de produção foram levados à Europa Missões e o rio da Prata, ao sul, até o Nordeste, com algu-
pelos árabes no século VIII, durante a Idade Média, mas foi mas ocorrências ainda mal conhecidas no sul da Amazônia.
principalmente a partir das Cruzadas (séculos XI e XIII) que A leste, ocupavam toda a faixa litorânea, desde o Rio Grande
a sua procura foi aumentando. Nessa época passou a ser do Sul até o Maranhão. A oeste, aparecem (no rio da Prata)
importado do Oriente Médio e produzido em pequena esca- no Paraguai e nas terras baixas da Bolívia. Evitam as terras
la no sul da Itália, mas continuou a ser um produto de luxo, inundáveis do Pantanal e marcam sua presença discreta-
extremamente caro, chegando a figurar nos dotes de prin- mente nos cerrados do Brasil central. De fato, ocuparam, de
cesas casadoiras. preferência, as regiões de floresta tropical e subtropical.
CAMPOS, R. Grandeza do Brasil no tempo de Antonil (1681-1716). São PROUS. A. O Brasil antes dos brasileiros. Rio de Janeiro: Jorge
Paulo: Atual, 1996. Zahar. Editor, 2005.
Considerando o conceito do Antigo Sistema Colonial, o açú- Os povos indígenas citados possuíam tradições culturais
car foi o produto escolhido por Portugal para dar início à específicas que os distinguiam de outras sociedades indíge-
colonização brasileira, em virtude de nas e dos colonizadores europeus. Entre as tradições tupi-
 o lucro obtido com o seu comércio ser muito vantajoso. guarani, destacava-se
 os árabes serem aliados históricos dos portugueses.  a organização em aldeias politicamente independentes,
 a mão de obra necessária para o cultivo ser insuficien- dirigidas por um chefe, eleito pelos indivíduos mais ve-
te. lhos da tribo.
 as feitorias africanas facilitarem a comercialização des-  a ritualização da guerra entre as tribos e o caráter se-
se produto. missedentário de sua organização social.
 os nativos da América dominarem uma técnica de cul-  a conquista de terras mediante operações militares, o
tivo semelhante. que permitiu seu domínio sobre vasto território.
 o caráter pastoril de sua economia, que prescindia da
agricultura para investir na criação de animais.
 o desprezo pelos rituais antropofágicos praticados em
outras sociedades indígenas.

122
Questão 42
CIÊNCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS
Rui Guerra e Chico Buarque de Holanda escreveram uma
peça para teatro chamada "Calabar", pondo em dúvida a BIOLOGIA – PARTE I
reputação de traidor que foi atribuída a Calabar, pernambu-
Questão 01
cano que ajudou decisivamente os holandeses na invasão
do Nordeste brasileiro, em 1632. A quitosana é um biopolímero obtido da quitina e tem di-
- Calabar traiu o Brasil que ainda não existia? Traiu Portu- versas atividades biológicas importantes, como antioxidan-
gal, nação que explorava a colônia onde Calabar havia nas- te, anti-inflamatória, anticoagulante, antitumoral e antimi-
cido? Calabar, mulato em uma sociedade escravista e dis- crobiana.
criminatória, traiu a elite branca? (Mariana Pezzo. https://sinteses.blogfolha.uol.com.br, 21.03.2020. Adaptado.)
Os textos referem-se também a esta personagem. Este biopolímero pode ser obtido a partir de macerados
Texto I:  da casca de eucaliptos.
 de algas marrons.
"... dos males que causou à Pátria, a História, a inflexível  do esqueleto de tubarões.
História, lhe chamará infiel, desertor e traidor, por todos os  de chifres de bovinos.
séculos"  da carapaça de caranguejos.
Visconde de Porto Seguro, in: SOUZA JÚNIOR, A. Do Recôncavo aos Questão 02
Guararapes. Rio de Janeiro: Bibliex, 1949.
Texto II Os polissacarídeos são macromoléculas de carboidratos,
"Sertanista experimentado, em 1627 procurava as minas de polímeros com centenas a milhares de monossacarídeos
Belchior Dias com a gente da Casa da Torre; ajudara Matias unidos por meio de ligações glicosídicas.
de Albuquerque na defesa do Arraial, onde fora ferido, e Sobre os polissacarídeos, são feitas as seguintes afirmações.
desertara em consequência de vários crimes praticados..."
(os crimes referidos são o de contrabando e roubo). I. Amido é um polissacarídeo de armazenamento encon-
CALMON P. História do Brasil. Rio de Janeiro: José Olympio, 1959. trado nos animais.
Pode-se afirmar que: II. Os vertebrados armazenam glicogênio, principalmente
 A peça e os textos abordam a temática de maneira par- nas células do fígado e dos músculos.
cial e chegam às mesmas conclusões. III. O exoesqueleto dos artrópodes é formado por quitina
 A peça e o texto I refletem uma postura tolerante com que é um polissacarídeo com função estrutural.
relação à suposta traição de Calabar, e o texto II mos- IV. A celulose é um polissacarídeo estrutural encontrado
tra uma posição contrária à atitude de Calabar. como principal componente da resistente parede celular
 Os textos I e II mostram uma postura contrária à atitu- que circunda as células dos animais.
de de Calabar, e a peça demostra uma posição indife- Considerando-se as informações acima, marque V para as
rente em relação ao seu suposto ato de traição. afirmativas verdadeiras e F para as falsas e assinale a alter-
 A peça e o texto II são neutros com relação à suposta nativa correta, de cima para baixo.
traição de Calabar, ao contrário do texto I, que conde-  V, F, V, V.
na a atitude de Calabar.  F, V, F, F.
 A peça questiona a validade da reputação de traidor  F, V, V, F.
que o texto I atribui a Calabar, enquanto o texto II des-  V, V, F, V.
creve ações positivas e negativas dessa personagem.  V, V, V, V.
Questão 03
Durante a caminhada dos escoteiros, o gasto energético foi
grande. Estavam avisados de que o passeio seria cansativo,
por isso muitos levaram barrinhas de cereais, mas alguns
não tinham levado nada e precisaram utilizar suas próprias
reservas de energia. Essa reserva estava armazenada em
seu organismo, na forma de:
 Glicerídeo.
 Vitamina.
 Esteroide.
 Proteína.
 Glicogênio.

123
Questão 04 Questão 08
A química orgânica é a base do funcionamento de todos os Considere uma sequência de DNA com 100 pares de bases
organismos vivos. de comprimento contendo 32 timinas.
Muitos compostos orgânicos encontrados em uma diversi- Quantas citosinas, guaninas e adeninas essa sequência terá,
dade fabulosa de organismos vivos são polímeros. respectivamente?
Assinale a alternativa que apresenta o composto orgânico  32, 68, 68.
que não é um polímero natural.  68, 32, 68.
 Proteínas.  68, 68, 32.
 Celulose.  32, 18, 18.
 Ácido desoxirribonucleico.  18, 32, 18.
 Amido. Questão 09
 Sacarose. Considere um banco de dados (Quadro 1) que apresenta
Questão 05 sequências hipotéticas de DNA de duas áreas de extrativis-
Algumas doenças são causadas pela ausência de certos mo permitido (A1 e A2) e duas áreas de conservação (B1 e
nutrientes, como a Beribéri. Essa doença tem como sinto- B2). Um órgão de fiscalização ambiental recebeu uma de-
mas leves: insônia, nervosismo, irritação, fadiga, perda do núncia anônima de que cinco lojas moveleiras (1, 2, 3, 4 e 5)
apetite e da energia e, como sintomas mais graves: dormên- estariam comercializando produtos fabricados com madei-
cia, formigamento e inchaço de pernas e braços, dificuldade ra oriunda de áreas onde a extração é proibida. As sequên-
respiratória, problemas no coração, insuficiência cardíaca e cias de DNA das amostras dos lotes apreendidos nas lojas
até a morte. Essa doença está diretamente ligada à falta de: moveleiras foram determinadas (Quadro 2).
 Vitamina C Quadro 1
 Vitamina A
 Vitamina D
 Vitamina B12
 Vitamina B1
Questão 06
O escorbuto é uma doença caracterizada pela inflamação
das mucosas e da pele, hemorragias, queda da resistência às
infecções, ulcerações das gengivas e queda dos dentes. Por
se tratar de uma avitaminose, o escorbuto pode ser evitado
pelo consumo de alimentos como
 ovo, morango e carne. Quadro 2
 fígado, soja e limão.
 laranja, cenoura e ovo.
 laranja, limão e morango.
 carne, soja e fígado.
Questão 07
As vitaminas são compostos orgânicos, necessários em
MIRANDA, N. E. O.; ALMEIDA JÚNIOR, E. B. A.; COLLEVATTI, R. G. A genéti-
pequenas quantidades, sendo essenciais para a realização
ca contra os crimes ambientais: identificação de madeira ilegal pro-
de muitos dos processos que ocorrem no nosso organismo. veniente de unidades de conservação utilizando marcador molecu-
Várias doenças são causadas por uma deficiência em vita- lar. Genética na Escola, v. 9, n. 2, 2014 (adaptado).
minas. O Escorbuto, o Beribéri e a Anemia perniciosa são Qual loja moveleira comercializa madeira exclusivamente
doenças associadas à carência de quais vitaminas, respecti- de forma ilegal?
vamente?
 1
 C, B1 e B12  2
 E, B6 e B9  3
 A, B1 e B5  4
 C, B2 e B9  5
 E, B12 e B9

124
Questão 10 Questão 13
Uma molécula de DNA apresenta 17% das bases de citosina. Sobre as proteínas e sua formação, é correto afirmar-se
Assinale a alternativa CORRETA, considerando que o DNA que
não sofreu mutação.  leite, ovos e pão são reconhecidos como alimentos ri-
a) 34% das bases serão da soma de adenina e timina. cos em proteínas.
b) 34% das bases serão guaninas.  as ligações peptídicas, que formam as proteínas, ocor-
c) 17% das bases serão adeninas. rem entre os grupos carboxila de aminoácidos diferen-
d) 33% das bases serão timinas. tes.
e) 83% das bases serão timinas.  são formadas pela união de vários aminoácidos por
Questão 11 meio de ligações glicosídicas.
 não apresentam função energética.
Importantes compostos orgânicos dos seres vivos as prote-
 apresentam função plástica, também conhecida como
ínas (cadeia polipeptídica) diferem entre si, nos seguintes
função construtora.
aspectos:
I. Tipos de aminoácidos presentes na cadeia. Questão 14
II. Quantidade de aminoácidos presentes na cadeia.
Nas células ocorrem reações químicas para a síntese de
III. Sequência em que os aminoácidos estão unidos na
moléculas orgânicas necessárias à própria célula e ao orga-
cadeia.
nismo. A figura mostra a reação química de formação de
IV. Pelos nucleotídeos presentes na cadeia.
uma estrutura molecular maior a partir da união de três
Analisadas as proposições, assinale a alternativa correta.
outras moléculas menores.
 Somente as afirmativas II, III e IV são verdadeiras.
 Somente as afirmativas II e III são verdadeiras.
 Somente as afirmativas I, II e IV são verdadeiras.
 Somente as afirmativas III e IV são verdadeiras.
 Somente as afirmativas I, II e III são verdadeiras.
Questão 12
A anemia falciforme é uma condição genética na qual há a
substituição de um aminoácido na cadeia que compõe a
hemoglobina. A esse respeito, considere as seguintes afir-
mativas:
I. Nessa condição, as hemácias se apresentam deforma-
das.
II. A substituição do aminoácido altera apenas a estrutura
quaternária da molécula.
III. A substituição de um único nucleotídeo na cadeia de
DNA pode resultar em condições como essa.
Assinale a alternativa correta.
 Apenas a afirmativa I está correta.
 Apenas as afirmativas I e III estão corretas.
 Apenas a afirmativa III está correta.
 Apenas as afirmativas II e III estão corretas.
 Todas as afirmativas estão corretas.
(Jane B. Reece et al. Campbell biology, 2011. Adaptado.)

Esta reação química ocorre no interior da célula durante a


 formação dos nucleotídeos.
 tradução do RNA mensageiro.
 formação dos triglicerídeos.
 transcrição do DNA.
 síntese dos polissacarídeos.

125
Questão 15 Questão 17

No processo de síntese de certa proteína, os RNA transpor- Nos seres vivos, as enzimas aumentam a velocidade das
tadores responsáveis pela adição dos aminoácidos serina, reações químicas.
asparagina e glutamina a um segmento da cadeia polipeptí- Assinale com V (verdadeiro) ou F (falso) as afirmações
dica tinham os anticódons UCA, UUA e GUC, respectivamen- abaixo, referentes às enzimas.
te. ( ) As enzimas têm todas o mesmo pH ótimo.
No gene que codifica essa proteína, a sequência de bases ( ) A temperatura não afeta a formação do complexo en-
correspondente a esses aminoácidos é zima-substrato.
( ) A desnaturação, em temperaturas elevadas, acima da
 U C A U U A G U C. ótima, pode reduzir a atividade enzimática.
 A G T A A T C A G. ( ) A concentração do substrato afeta a taxa de reação de
 A G U A A U C A G. uma enzima.
 T C A T T A G T C. A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de
 T G T T T T C T G. cima para baixo, é
 V – V – F – F.
Questão 22
 V – F – V – F.
A teoria do encaixe induzido (Induced Fit) foi desenvolvida  V – F – F – V.
por Koshland e colaboradores e mostra que ligantes e re-  F – V – F – V.
ceptores não são tão rígidos como se imaginava. De acordo  F – F – V – V.
com essa teoria, o substrato induz uma mudança conforma- Questão 18
cional na enzima com a qual ele interage. Essas mudanças
garantem um melhor ajuste entre o sítio ativo e o substrato. Enzimas são conhecidas como catalisadores biológicos. Elas
Alguns autores comparam esse encaixe com um aperto de fazem com que as reações químicas sejam realizadas com
mão, o qual vai se moldando e se tornando cada vez mais muito mais rapidez por diminuírem a energia de ativação
forte. Quando o substrato interage com o sítio ativo da en- necessária para que a reação aconteça. A maioria das enzi-
zima, surgem ligações que induzem mudanças, as quais mas são
permitem que mais ligações sejam estabelecidas. Com isso,  glicerídeos;
o sítio ativo envolve cada vez mais o substrato, mantendo-o  carboidratos;
em seu local.  glicídios;
 proteínas;
 lipídios.
Questão 19
Considere as afirmações abaixo relativas aos efeitos da
elevação da temperatura no funcionamento das reações
enzimáticas:

O que permite a atividade catalítica de uma enzima são as I. A elevação da temperatura, muito acima de sua tempe-
suas características dentre quais foi citado CORRETAMEN- ratura ótima, pode reduzir a atividade de uma enzima.
TE II. A elevação da temperatura pode desnaturar uma en-
 a ligação ao substrato apresenta sítio específico permi- zima.
tindo que uma enzima só se ligue a um substrato, mas III. Todas as enzimas têm a mesma temperatura ótima.
o substrato pode se ligar a vários tipos diferentes de IV. Algumas enzimas são estáveis no ponto de ebulição da
enzimas. água.
 a enzima não sofre mudanças químicas como conse- Estão corretas:
quência da reação que catalisa. a) I, II e IV, apenas.
 a enzima aumenta a velocidade de reação química e faz b) I, II e III, apenas.
ocorrer uma reação que não ocorreria em sua ausên- c) II, III e IV, apenas.
cia. d) II e IV, apenas.
 enzimas não apresentam a capacidade de aumentar a e) todas as afirmações.
velocidade reversa de uma reação química.
 enzimas aumentam a velocidade de reação e a energia
de ativação.

126
Questão 20 Questão 22
Determinadas sequências de DNA presentes no material O resultado de um teste de DNA para identificar o filho de
genético variam entre os indivíduos. A análise dessa varia- um casal, entre cinco jovens, está representado na figura. As
ção possibilita, por exemplo, a identificação dos pais bioló- barras escuras correspondem aos genes compartilhados.
gicos de uma criança. Considere os esquemas a seguir de
sequenciamentos de trechos de DNA, separados por gel de
eletroforese, de uma família formada por um casal e quatro
filhos.

Qual dos jovens é filho do casal?


 I
 II
 III
 IV
Com base nos sequenciamentos, o filho biológico dessa mãe
 V
com pai diferente do apresentado é o de número:
Questão 23

 1 Esqueletos abraçados há 6 mil anos são encontrados na


 2 Espanha
 3
 4
 0
Questão 21

Considere, em um fragmento ambiental, uma árvore matriz


com frutos (M) e outras cinco que produziram flores e são
apenas doadoras de pólen (DP1, DP2, DP3, DP4 e DP5). Foi
excluída a capacidade de autopolinização das árvores. Os
genótipos da matriz, da semente (S1) e das prováveis fontes
de pólen foram obtidos pela análise de dois locos (loco A e
loco B) de marcadores de DNA, conforme a figura.
Os esqueletos foram descobertos em 2008, em San Fernan-
do, na Espanha. Segundo antropólogos que analisaram os
esqueletos, o indivíduo depositado à direita corresponde a
um adulto com idade dental estimada entre 35 e 40 anos e o
da esquerda corresponde a uma criança de 12 anos.
(www.bbc.com. Adaptado.)
Suponha que seja possível isolar o DNA mitocondrial de
ambos os esqueletos e identificar suas sequências de bases.
Se as sequências forem
COLLEVATTI, R. G.; TELLES, M. P.; SOARES, T. N.  iguais, os esqueletos podem ser de mãe e filha, mas não
Dispersão do polém entre pequizeiros: uma atividade para a genéti- de mãe e filho.
ca do ensino superior. Genética na Escola, n. 1, 2013 (adaptado).  iguais, os esqueletos podem ser de mãe e filha ou de
A progênie S1 recebeu o pólen de qual doadora? mãe e filho.
 DP1  iguais, os esqueletos podem ser de pai e filho ou de pai
 DP2 e filha.
 DP3  diferentes, os esqueletos podem ser de pai e filha, mas
 DP4 não de pai e filho.
 DP5  diferentes, os esqueletos podem ser de irmãos de
mesmo pai e de mesma mãe.

127
Questão 24 Questão 26
A figura ilustra a estrutura molecular da membrana plasmá- O feto humano apresenta entre os dedos membranas inter-
tica. digitais, as quais desaparecem ao longo do desenvolvimen-
to porque as células dessas membranas possuem um meca-
nismo de morte celular geneticamente programado. Isso
também ocorre de forma saudável nas células intestinais e
nas células da medula óssea vermelha. Esse mecanismo é
denominado
 clasmocitose.
 diapedese.
 necrose.
 apoptose.
 fagocitose.
Questão 27
Observando-se a dinâmica de uma célula, notou-se, em um
determinado momento, que a membrana se aprofundou no
citoplasma, formando um canal por onde um líquido extra-
(https://pt.slideshare.net. Adaptado.)
celular e pequenos solutos, dissolvidos na solução, penetra-
A estrutura indicada pelo número 1 é responsável
ram. Em seguida, as bordas do canal se fecharam, liberando
 pela rigidez da membrana, uma vez que é constituída
para o citoplasma a pequena bolsa com material capturado.
de celulose.
Imediatamente, após essa ação da célula, foi formado no
 pelo transporte de pequenas moléculas, tais como
citoplasma o
aminoácidos e monossacarídeos.
 pelo fluxo de gases respiratórios consumidos e produ-
 fagossomo.
zidos na respiração celular.
 pinossomo.
 pela fluidez da membrana, já que é formada por lipí-
 vacúolo residual.
dios.
 vacúolo digestório.
 pelo fluxo de água na célula, em função do gasto ener-
 vacúolo autofágico.
gético.
Questão 28
Questão 25
O Prêmio Nobel de Fisiologia ou Medicina de 2016 foi para
uma área bastante fundamental das Ciências Biológicas. O
japonês Yoshinori Ohsumi foi escolhido pela sua pesquisa
sobre como a autofagia realmente funciona. Trata-se de
uma função ligada ao reaproveitamento do “lixo celular” e
também ligada a doenças.
Tanto no processo de autofagia, quanto na heterofagia, os
____________________ atuam realizando a digestão intracelular.
De acordo com o tipo de célula, após o processo de digestão,
forma-se o _____________________, que pode ser eliminado por
O esquema representa um modelo de organização da mem- ______________________ ou ficar retido indefinidamente no cito-
plasma da célula.
brana plasmática. A respeito dele, assinale a alternativa
Assinale a alternativa com a sequência CORRETA que com-
correta.
pleta os espaços tracejados:
 Essa organização é encontrada somente em células
 fagossomos, peroxissomo, pinocitose.
eucarióticas.
 lisossomos, corpo residual, clasmocitose.
 A substância apontada em 1 ocupa local fixo na mem-
 ribossomos, vacúolo digestivo, fagocitose.
brana.
 glioxissomos, lisossomo, clamocitose.
 As membranas que compõem organelas celulares
 lisossomos, fagossomo, pinocitose.
apresentam apenas uma camada de fosfolipídios.
 A seta 2 indica carboidratos que compõem o glicocálix.
 A substância apontada em 1 está envolvida apenas em
transportes ativos.

128
Questão 29 ( ) O englobamento de uma bactéria infecciosa por certos
tipos de glóbulos brancos ocorre pelo processo de pinocito-
se.
A sequência correta, de cima para baixo, é:
 F, V, F, F, V.
 V, V, F, V, F.
 V, F, V, F, F.
 F, F, V, F, V.
 V, F, V, V, F.
Questão 31
O esquema abaixo e a figura ao lado mostram o processo de
fermentação alcoólica e a produção de pão.

Disponível em: <http://www.ivoviuauva.com.br/cartum-aula-de-ciencias>.


Acesso em: 10 jun 2014.
A partir da análise da charge que ilustra a fagocitose, pro-
cesso de suma importância para alguns tipos celulares, é
correto afirmar:
 Os desmossomos são as principais estruturas atuantes
nesse mecanismo celular.
 Ocorre unicamente no Reino Protista, sendo um dos
principais mecanismos de nutrição.
 Consiste no englobamento de macromoléculas em so-
lução, por invaginação da membrana celular.
 Células que possuem glicocálice são incapazes de reali-
zar fagocitose, devido à rígida camada externa de gli-
cídios.
 O conteúdo da vesícula resultante da fagocitose recebe
enzimas oriundas dos lisossomos com função de dige-
rir a partícula fagocitada.
Questão 30
A membrana plasmática permite que a célula troque subs-
tâncias com o meio que a envolve, controlando a entrada e a
saída dessas substâncias, podendo, também, formar bolsas
para o englobamento de partículas. Certas substâncias po-
dem atravessar a membrana com ou sem gasto de energia.
Quanto a esses transportes, assinale com V as afirmativas
verdadeiras e com F as falsas.
( ) Na difusão simples, o transporte de substâncias ocorre
da região em que as partículas estão mais concentradas
para as regiões de menor concentração.
( ) A entrada do gás oxigênio, presente na corrente san-
guínea em nossas células, ocorre por osmose.
( ) A difusão do gás carbônico das células para a corrente
sanguínea ocorre por difusão simples.
( ) Proteínas presentes na membrana plasmática regulam
os níveis de sódio e potássio no meio intra e extracelular,
despendendo energia.

129
Sabe-se que o processo de fermentação alcoólica é feito por Questão 34
leveduras unicelulares. A respeito do processo e dos mi-
A indústria alimentícia utiliza a fermentação realizada por
crorganismos envolvidos nele pode-se afirmar que:
microrganismos para a obtenção de diversos produtos,
 trata-se de um processo anaeróbio de obtenção de
como iogurte (fermentação lática) e cerveja (fermentação
energia feito pelas leveduras pertencentes ao reino
alcoólica).
dos fungos.
As fermentações lática e alcoólica possuem algumas dife-
 o processo de fermentação é uma etapa da respiração
renças, sendo que
celular feita pelos microrganismos do reino fungi.
 apenas na fermentação alcoólica ocorre liberação CO2.
 o produto final, o etanol, não é produzido durante a
 a lática possui uma etapa adicional na crista mitocon-
fabricação de pães, mas durante a fabricação de bebi-
drial.
das alcoólicas pelos fungos.
 apenas na fermentação láctica ocorre formação de no-
 trata-se de um processo de degradação total da glicose
vas moléculas de NADH.
por todos os fungos, onde são formados 38 ATPs de
 a lática tem como principal produto um ácido de dois
saldo positivo.
carbonos.
 trata-se de um processo realizado por um grupo espe-
 a alcoólica leva a uma maior produção de moléculas de
cífico de fungos, que tem como objetivo principal a fa-
ATP.
bricação do pão.
Questão 35
Questão 32
O esquema abaixo resume de forma sucinta as etapas claras
A fermentação é um processo bioquímico em que ocorre a
e escura da fotossíntese no interior de um cloroplasto.
produção de ATPs por um processo anaeróbico a partir de
substâncias orgânicas.
Em relação à fermentação, é correto afirmar que
 a fermentação láctica é a conversão de ácido láctico em
piruvato, realizada por alguns tipos de fungos.
 algumas espécies de leveduras, como as da família das
Saccaromyces, são responsáveis pela fermentação al-
coólica, como no processo de produção de cerveja. Em relação ao processo esquematizado, é correto afirmar
 o iogurte, o queijo e os espumantes são exemplos de que
processos de fermentação láctica, em cuja produção se  a substância liberada em IV é o oxigênio.
utilizam bactérias e leveduras.  a substância liberada em II é a água.
 o início da rota de fermentação é semelhante ao início  os átomos de carbono e hidrogênio, presentes na glico-
da glicólise, no qual uma molécula de glicose é trans- se, originam-se das substâncias III e I, respectivamen-
formada até lactato, que, posteriormente, pode ser te.
convertido em etanol ou ácido láctico.  ocorrem, no estroma, a fotólise da água (III) e as foto-
 os dois tipos de fermentação, além dos produtos finais fosforilações cíclica e acíclica (IV).
como o etanol ou o ácido láctico, também formam os  a substância utilizada em I é o dióxido de carbono.
ATPs e o oxigênio.
Questão 33

Após realizar exercícios físicos de alta intensidade, é nor-


mal sentir dores nos músculos, sendo o acúmulo de ácido
lático no tecido muscular uma das hipóteses de causa. Esse
acúmulo é resultado

 da quebra da glicose no ciclo de Krebs para produção


de energia.
 da atividade de excreção das células musculares.
 de um processo anaeróbico das células musculares
para síntese de ATP.
 da degradação aeróbica de compostos orgânicos em
gás carbônico.
 da fermentação acética para produção rápida de ener-
gia.

130
Questão 36 Questão 38
Observe a figura. A ação de uma nova droga antitumoral sobre o citoesquele-
to foi investigada. O pesquisador comparou o efeito da dro-
ga na velocidade de deslocamento celular e na integridade
de filamentos do córtex celular e de flagelos, conforme
apresentado na figura.

Os números 1, 2 e 3 representam, respectivamente,


 glicose, gás carbônico e água.
 glicose, oxigênio e gás carbônico.
 água, oxigênio e gás carbônico.
 água, gás carbônico e oxigênio.
 nitrogenio, gás carbônico e oxigênio. O pesquisador concluiu que a droga age sobre os
Questão 37  microtúbulos apenas.
 filamentos de actina apenas.
"Dormir com plantas no quarto faz mal à saúde, uma vez  filamentos intermediários apenas.
que, durante a noite, elas produzem substâncias tóxicas  filamentos de actina e microtúbulos.
para o ser humano".  filamentos de actina e filamentos intermediários.
Nessa crença popular, a substância que é erroneamente Questão 39
considerada como prejudicial é liberada por todas as plan-
tas submetidas à escuridão e é produzida durante a Os lisossomos são organelas celulares em cujo interior en-
 respiração celular. contram-se enzimas digestivas. Essas organelas são forma-
 fase química da fotossíntese. das
 eliminação de vapor de água.  a partir de divisões de outros lisossomos.
 absorção de nutrientes do solo.  no retículo endoplasmático liso.
 produção de água no solo.  no retículo endoplasmático rugoso.
 pelo complexo golgiense.
 durante a divisão mitótica.
Questão 40
Pneumoultramicroscopicossilicovulcanoconiose refere-se a
uma doença causada pela inalação de finas partículas de
sílica cristalina. As lesões nos pulmões, características dessa
doença, são causadas pela ação de enzimas intracelulares
que destroem as células dos alvéolos. A organela celular,
responsável por produzir enzimas que degradam conteúdos
intra e extracelulares, é o(a)

 lisossomo.
 mitocôndria.
 retículo endoplasmático liso.
 retículo endoplasmático rugoso.
 complexo de Golgi.

131
Questão 41 Questão 43
O trabalho desenvolvido por uma determinada célula no O tecido epitelial do intestino delgado apresenta um tipo de
nosso organismo é resultado das funções de várias de suas célula que produz mucopolissacarídeos com função lubrifi-
organelas. A figura abaixo representa duas organelas celu- cante, facilitando, assim, o deslocamento do alimento du-
lares. Observe-as. rante o processo de digestão. Baseando-se na função destas
células, qual das organelas celulares aparece bastante de-
senvolvida quando observada ao microscópio eletrônico?
 Retículo endoplasmático liso.
 Lisossomo.
 Complexo de Golgi.
 Peroxissomo.
 Vacúolo.
Questão 44

De acordo com a figura apresentada e o assunto abordado, A figura abaixo representa uma célula animal.
analise as afirmativas abaixo e assinale a alternativa COR-
RETA.
 I é responsável pela secreção de substâncias que irão
atuar no meio extracelular.
 As duas organelas apresentadas são constituintes de
células eucariotas.
 O centro de armazenamento e empacotamento intrace-
lular localiza-se em I.
 II é rico em ribossomos, sendo responsável pela síntese
de proteínas.
 II é rico em mitocôndria, sendo responsável pela sínte-
se de proteínas.
Questão 42 Células que produzem hormônios esteroides possuem bem
A figura abaixo esquematiza os componentes de uma célula desenvolvida a estrutura identificada em:
animal.  I
 II
 III
 IV
 V

Relacionam-se, respectivamente, com síntese e transporte


de lipídios e com síntese e transporte de proteínas:
 I e II
 II e III
 III e IV
 IV e V
 V e IV

132
Questão 45 Questão 02

A figura representa, de forma esquemática, processos coe- Durante o desenvolvimento embrionário humano ocorre
volutivos existentes entre diferentes seres ao longo da evo- uma comunicação entre os átrios direito e esquerdo através
lução da célula eucariótica. do forame oval (ou forame de Botal). Essa comunicação não
causa prejuízos à circulação do bebê em formação, exceto se
ela perdurar após o nascimento.

Os prejuízos no período embrionário são evitados porque a


circulação fetal se assemelha à dos(as)
 aves, porque a pequena circulação e a grande circula-
ção estão presentes.
 répteis, porque a mistura de sangue é minimizada por
um metabolismo lento.
AMABIS, J.L.; MARTHO, G.R., Biologia da célula.  crocodilianos, porque a separação dos ventrículos im-
2. ed. São Paulo: Moderna. 2004. v. 1, p. 38. pede a mistura sanguínea.
A respeito desse tema, é correto afirmar:  peixes, porque a circulação é simples, ocorrendo uma
 Relações de endossimbiose deram origem a toda diver- passagem única pelo coração.
sidade de organelas existente no ambiente citoplasmá-  anfíbios, porque pressões diferenciais isolam tempo-
tico da célula eucariótica. ralmente o sangue venoso do arterial.
 A primeira endossimbiose representada foi responsá- Questão 03
vel pelo aumento da eficiência da célula de padrão eu- Um estudo demonstrou que o bisfenol A, composto usado
carionte, na obtenção de energia, a partir da oxidação na fabricação de materiais plásticos, associado a uma longa
de compostos orgânicos. lista de doenças, impediu a ação das desiodases, enzimas
 As relações de endossimbiose aumentaram o nível de que atuam na transformação do hormônio T4 em T3.
dependência parasitária dos seres fagocitados e não TOLEDO, K. Disponível em: http://agencia.fapesp.br. Acesso em: 13 jun. 2019
digeridos pelos seres de padrão eucarionte. Esses hormônios são produzidos na(s) glândula(s)
 O advento da fotossíntese no mundo vivo ocorreu a  paratireoides.
partir da união de uma cianobactéria ancestral com  pancreática.
uma célula eucariótica aeróbia primitiva.  tireoide.
 Fragmentos de membrana presentes no citoplasma  hipófise.
estabeleceram as condições adequadas para a forma-  adrenal.
ção dos primeiros cloroplastos e mitocôndrias. Questão 04
BIOLOGIA – PARTE II
Na indústria farmacêutica, é muito comum o emprego de
Questão 01 substâncias de revestimento em medicamentos de uso oral,
pois trazem uma série de benefícios como alteração de
Um dos exames clínicos mais tradicionais para medir a
sabor em medicamentos que tenham gosto ruim, melhoria
capacidade reflexa dos indivíduos é o exame do reflexo
da assimilação do composto, entre outras ações. Alguns
patelar. Esse exame consiste na estimulação da patela, um
compostos poliméricos à base do polissacarídeo celulose
pequeno osso localizado na parte anterior da articulação do
são utilizados para garantir que o fármaco somente seja
joelho, com um pequeno martelo. A resposta reflexa ao
liberado quando em contato com soluções aquosas cujo pH
estímulo é caracterizada pelo levantamento da perna em
se encontre próximo da faixa da neutralidade.
que o estímulo foi aplicado.
BORTOLINI, K. et al. Análise de perfil de dissolução de cápsulas gastrorre-
Qual região específica do sistema nervoso coordena essa sistentes utilizando polímeros industrais com aplicação
resposta? em farmácias magistrais.
 Ponte. Qual é a finalidade do uso desse revestimento à base de
 Medula. celulose?
 Cerebelo.  Diminuir a absorção do princípio ativo no intestino.
 Hipotálamo.  Impedir que o fármaco seja solubilizado no intestino.
 Neuro-hipófise.  Garantir que o fármaco não seja afetado pelas secre-
ções gástricas.
 Permitir a liberação do princípio ativo pela ação das
amilases salivares.
 Facilitar a liberação do fármaco pela ação dos sais bili-
ares sobre o revestimento.

133
Questão 05 Questão 07
Há algumas décadas, surgiu no mercado um medicamento Os olhos humanos normalmente têm três tipos de cones
que provocava perda de peso por inibir a ação da lipase, responsáveis pela percepção das cores: um tipo para tons
enzima que atua no intestino na digestão de gorduras. Um vermelhos, um para tons azuis e outro para tons verdes. As
pesquisador, com o objetivo de avaliar a eficácia do medi- diversas cores que enxergamos são o resultado da percep-
camento, decidiu medir nos pacientes a quantidade de gor- ção das cores básicas, como indica a figura.
dura nas fezes e de triglicerídeos (um dos produtos da di-
gestão das gorduras) no sangue. Mantendo sempre a mes-
ma dieta nos pacientes, fez as medidas antes e depois da
administração do medicamento. A figura apresenta cinco
resultados possíveis.

A protanopia é um tipo de daltonismo em que há diminui-


ção ou ausência de receptores da cor vermelha. Considere
um teste com dois voluntários: uma pessoa com visão nor-
mal e outra com caso severo de protanopia. Nesse teste,
eles devem escrever a cor dos cartões que lhes são mostra-
dos. São utilizadas as cores indicadas na figura.
Para qual cartão os dois voluntários identificarão a mesma
O efeito esperado do medicamento está representado no cor?
resultado  Vermelho.
 1.  Magenta.
 2.  Amarelo.
 3.  Branco.
 4.  Azul.
 5. Questão 08
Questão 06 A maioria das pessoas fica com a visão embaçada ao abrir
Um pesquisador colocou a mesma quantidade de solução os olhos debaixo dʼágua. Mas há uma exceção: o povo mo-
aquosa da enzima digestiva pepsina em cinco tubos de en- ken, que habita a costa da Tailândia. Essa característica se
saio. Em seguida, adicionou massas iguais dos alimentos deve principalmente à adaptabilidade do olho e à plastici-
descritos no quadro. Os alimentos foram deixados em con- dade do cérebro, o que significa que você também, com
tato com a solução digestiva durante o mesmo intervalo de algum treinamento, poderia enxergar relativamente bem
tempo. debaixo dʼágua. Estudos mostraram que as pupilas de olhos
de indivíduos moken sofrem redução significativa debaixo
dʼágua, o que faz com que os raios luminosos incidam quase
paralelamente ao eixo óptico da pupila.
GISLÉN, A. et al. Visual Training Improves Underwater
Vision in Children. Vision Research, n. 46, 2006 (adaptado).
A maior quantidade de produtos metabolizados ao final do A acuidade visual associada à redução das pupilas é fisica-
teste foi obtida no tubo mente explicada pela diminuição
 I.  da intensidade luminosa incidente na retina.
 II.  da difração dos feixes luminosos que atravessam a pu-
 III. pila.
 IV.  da intensidade dos feixes luminosos em uma direção
 V. por polarização.
 do desvio dos feixes luminosos refratados no interior
do olho.
 das reflexões dos feixes luminosos no interior do olho.

134
Questão 09 Questão 11
O “The Kidney Project” é um projeto realizado por cientis- Recentemente um grupo de biólogos descobriu um animal
tas que pretendem desenvolver um rim biônico que execu- que vive em uma região extremamente árida no território
tará a maioria das funções biológicas do órgão. O rim biôni- brasileiro. Fizeram a coleta do sangue e da urina desse ani-
co possuirá duas partes que incorporam recentes avanços mal e observaram que sua urina apresenta uma concentra-
de nanotecnologia, filtração de membrana e biologia celu- ção hipertônica em relação ao sangue.
lar. Esse projeto significará uma grande melhoria na quali- Que adaptação desse animal lhe permite viver na região
dade de vida para aquelas pessoas que dependem da he- citada?
modiálise para sobrevivência.  Diminuição da transpiração.
Disponível em: https://pharm.ucsf.edu. Acesso em: 26 abr. 2019  Eliminação de fezes hidratadas.
(adaptado).  Predominância de hábitos diurnos.
O dispositivo criado promoverá diretamente a  Eliminação de muita água na urina.
 remoção de ureia.  Excreção de amônia como produto nitrogenado.
 excreção de lipídios. Questão 12
 síntese de vasopressina.
Em uma atividade prática, um professor propôs o seguinte
 transformação de amônia.
experimento:
 fabricação de aldosterona.
Materiais: copo plástico pequeno, leite e suco de limão.
Questão 10
Procedimento: coloque leite até a metade do copo plástico
A figura mostra a curva de saturação da hemoglobina e da e, em seguida, adicione lentamente 20 gotas de limão.
mioglobina em função da pressão parcial de oxigênio e Levando-se em consideração a faixa de pH do suco de limão,
reflete a afinidade de cada proteína pelo oxigênio. Embora a composição biomolecular do leite e os resultados que os
ambas sejam hemoproteínas ligantes de oxigênio, a hemo- alunos observariam na realização do experimento, qual
globina transporta oxigênio dos pulmões para os tecidos processo digestório estaria sendo simulado?
pela corrente sanguínea, e a mioglobina se liga ao oxigênio
dentro das células musculares.  Ação da bile sobre as gorduras no duodeno.
 Ação do suco pancreático sobre as gorduras.
 Ação da saliva sobre os carboidratos na boca.
 Ação do suco entérico sobre as proteínas no íleo.
 Ação do suco gástrico sobre as proteínas no estômago.
Questão 13
O suco de repolho-roxo pode ser utilizado como indicador
ácido-base em diferentes soluções. Para isso, basta misturar
um pouco desse suco à solução desejada e comparar a colo-
ração final com a escala indicadora de pH, com valores de 1
a 14, mostrada a seguir.

Utilizando-se o indicador ácido-base e a escala para deter-


De que forma a oxigenação dos tecidos será afetada em
minar o pH da soliva humana e do suco gástrico, têm-se,
indivíduos sem o gene da mioglobina?
respectivamente, as cores
 A concentração de oxigênio no sangue diminuirá.
 vermelha e vermelha.
 A capacidade de produção de hemoglobina diminuirá.
 vermelha e azul.
 A distribuição do oxigênio por todo o organismo será
 rosa e roxa.
homogênea.
 roxa e amarela.
 A transferência do oxigênio do sangue para o tecido
 roxa e vermelha.
muscular será prejudicada.
 A hemoglobina do tecido muscular apresentará maior
afinidade que a presente no sangue.

135
Questão 14
Questão 17
Para serem absorvidos pelas células do intestino humano,
A retina é um tecido sensível à luz, localizado na parte pos-
os lipídios ingeridos precisam ser primeiramente emulsifi-
terior do olho, onde ocorre o processo de formação de ima-
cados. Nessa etapa da digestão, torna-se necessária a ação
gem. Nesse tecido, encontram-se vários tipos celulares es-
dos ácidos biliares, visto que os lipídios apresentam uma
pecíficos. Um desses tipos celulares são os cones, os quais
natureza apolar e são insolúveis em água.
convertem os diferentes comprimentos de onda da luz visí-
Esses ácidos atuam no processo de modo a
vel em sinais elétricos, que são transmitidos pelo nervo
óptico até o cérebro.
 hidrolisar os lipídios. Disponível em: www.portaldaretina.com.br.
 agir como detergentes. Acesso em: 13 jun. 2012 (adaptado).
 tornar os lipídios anfifílicos. Em relação à visão, a degeneração desse tipo celular irá
 promover a secreção de lipases.  comprometer a capacidade de visão em cores.
 estimular o trânsito intestinal dos lipídios.  impedir a projeção dos raios luminosos na retina.
Questão 15  provocar a formação de imagens invertidas na retina.
 causar dificuldade de visualização de objetos próximos.
Anabolismo e catabolismo são processos celulares antagô-
 acarretar a perda da capacidade de alterar o diâmetro
nicos, que são controlados principalmente pela ação hor-
da pupila.
monal. Por exemplo, no fígado a insulina atua como um
Questão 18
hormônio com ação anabólica, enquanto o glucacon tem
ação catabólica e ambos são secretados em resposta ao A radioterapia é uma especialidade médica utilizada para o
nível de glicose sanguínea. tratamento de diversos tipos de câncer. Uma das radiotera-
Em caso de um indivíduo com hipoglicemia, o hormônio pias utilizadas atualmente é a terapia à base de iodo radioa-
citado que atua no catabolismo induzirá o organismo a tivo. Nessa, o paciente ingere uma pílula contendo o iodo
 realizar a fermentação lática. radioativo (131I), que migra para a corrente sanguínea e
 metabolizar aerobicamente a glicose. circula pelo organismo até ser absorvido pelo órgão-alvo,
 produzir aminoácidos a partir de ácidos graxos. onde age nas células tumorais, destruindo-as e impedindo a
 transformar ácidos graxos em glicogênio. proliferação do câncer para outras regiões do corpo.
 estimular a utilização do glicogênio. Usa-se o iodo porque o órgão-alvo dessa terapia é o(a)
Questão 16  fígado.
 tireoide.
Pesquisadores criaram um tipo de plaqueta artificial, feita
 hipófise.
com um polímero gelatinoso coberto de anticorpos, que
 gônada.
promete agilizar o processo de coagulação quando injetada
 pâncreas.
no corpo. Se houver sangramento, esses anticorpos fazem
Questão 19
com que a plaqueta mude sua forma e se transforme em
uma espécie de rede que gruda nas lesões dos vasos san- O quadro indica o resultado resumido de um exame de
guíneos e da pele. sangue (hemograma) de uma jovem de 23 anos.
MOUTINHO, S. Coagulação acelerada. Disponível em:
http://cienciahoje.uol.com.br. Acesso em: 19 fev. 2013 (adaptado).
Qual a doença cujos pacientes teriam melhora de seu estado
de saúde com o uso desse material?
 Filariose.
 Hemofilia.
 Aterosclerose.
 Doença de Chagas.
 Síndrome da imunodeficiência adquirida.
Com base nesses resultados, qual alteração fisiológica a
jovem apresenta?
 Dificuldade de coagulação sanguínea.
 Diminuição da produção de anticorpos.
 Aumento dos processos infecciosos e alérgicos.
 Diminuição no transporte dos gases respiratórios.
 Aumento da probabilidade de formação de coágulo no
sangue.

136
Questão 20 Questão 23
Os distúrbios por deficiência de iodo (DDI) são fenômenos Durante uma expedição, um grupo de estudantes perdeu-se
naturais e permanentes amplamente distribuídos em várias de seu guia. Ao longo do dia em que esse grupo estava per-
regiões do mundo. Populações que vivem em áreas defici- dido, sem água e debaixo de sol, os estudantes passaram a
entes em iodo têm o risco de apresentar os distúrbios cau- sentir cada vez mais sede. Consequentemente, o sistema
sados por essa deficiência, cujos impactos sobre os níveis excretor desses indivíduos teve um acréscimo em um dos
de desenvolvimento humano, social e econômico são muito seus processos funcionais.
graves. No Brasil, vigora uma lei que obriga os produtores Nessa situação o sistema excretor dos estudantes
de sal de cozinha a incluírem em seu produto certa quanti-  aumentou a filtração glomerular.
dade de iodeto de potássio.  produziu maior volume de urina.
Essa inclusão visa prevenir problemas em qual glândula  produziu urina com menos ureia.
humana?  produziu urina com maior concentração de sais.
 Hipófise.  reduziu a reabsorção de glicose e aminoácidos.
 Tireoide. Questão 24
 Pâncreas. Entre os anos de 1028 e 1038, Alhazen (Ibn al-Haytham;
 Suprarrenal. 965-1040 d.C.) escreveu sua principal obra, o Livro da Ópti-
 Paratireoide. ca, que, com base em experimentos, explicava o funciona-
Questão 21 mento da visão e outros aspectos da ótica, por exemplo, o
Portadores de diabetes insipidus reclamam da confusão funcionamento da câmara escura. O livro foi traduzido e
feita pelos profissionais da saúde quanto aos dois tipos de incorporado aos conhecimentos científicos ocidentais pelos
diabetes: mellitus e insipidus. Enquanto o primeiro tipo está europeus. Na figura, retirada dessa obra, é representada a
associado aos níveis ou à ação da insulina, o segundo não imagem invertida de edificações em um tecido utilizado
está ligado à deficiência desse hormônio. O diabetes insipi- como anteparo.
dus é caracterizado por um distúrbio na produção ou no
funcionamento do hormônio antidiurético (na sigla em
inglês, ADH), secretado pela neuro-hipófise para controlar a
reabsorção de água pelos túbulos renais.
Tendo em vista o papel funcional do ADH, qual é um sinto-
ma clássico de um paciente acometido por diabetes insipi-
dus?
 Alta taxa de glicose no sangue.
 Aumento da pressão arterial.
 Ganho de massa corporal.
 Anemia crônica.
 Desidratação.
Questão 22
Hipoxia ou mal das alturas consiste na diminuição de oxi-
Se fizermos uma analogia entre a ilustração e o olho huma-
gênio (O2) no sangue arterial do organismo. Por essa razão,
no, o tecido corresponde ao(à)
muitos atletas apresentam mal-estar (dores de cabeça, ton-
 íris.
tura, falta de ar etc.) ao praticarem atividade física em alti-
 retina.
tudes elevadas. Nessas condições, ocorrerá uma diminuição
 pupila.
na concentração de hemoglobina oxigenada (HbO 2) em
 córnea.
equilíbrio no sangue, conforme a relação:
 cristalino.
Hb (aq) + O2 (aq) HbO2 (aq)
Mal da montanha. Disponível em: www.feng.pucrs.br.
Acesso em: 11 fev. 2015 (adaptado).
A alteração da concentração de hemoglobina oxigenada no
sangue ocorre por causa do(a)
 elevação da pressão arterial.
 aumento da temperatura corporal.
 redução da temperatura do ambiente.
 queda da pressão parcial de oxigênio.
 diminuição da quantidade de hemácias.

137
Questão 25 Questão 27
Uma enzima foi retirada de um dos órgãos do sistema di- Em um grupo de roedores, a presença de um gene dominan-
gestório de um cachorro e, após ser purificada, foi diluída te (A) determina indivíduos com pelagem na cor amarela.
em solução fisiológica e distribuída em três tubos de ensaio Entretanto, em homozigose é letal, ou seja, provoca a morte
com os seguintes conteúdos: dos indivíduos no útero. Já o alelo recessivo (a) não é letal e
• Tubo 1: carne determina a presença de pelos pretos. Com base nessas
• Tubo 2: macarrão informações, considere o heredograma:
• Tubo 3: banha
Em todos os tubos foi adicionado ácido clorídrico (HCl), e o
pH da solução baixou para um valor próximo a 2. Além dis-
so, os tubos foram mantidos por duas horas a uma tempera-
tura de 37 ºC. A digestão do alimento ocorreu somente no
tubo 1.
De qual órgão do cachorro a enzima foi retirada?
 Fígado.
 Pâncreas.
 Estômago.
 Vesícula biliar.
 Intestino delgado.
Questão 26

A deficiência de lipase ácida lisossômica é uma doença he-


reditária associada a um gene do cromossomo 10. Os pais
dos pacientes podem não saber que são portadores dos Qual é a probabilidade de, na próxima ninhada do casal de
genes da doença até o nascimento do primeiro filho afetado. roedores que está representado na figura pelos números 7
Quando ambos os progenitores são portadores, existe uma e 8, nascer uma fêmea de pelagem amarela (representada
chance, em quatro, de que seu bebê possa nascer com essa pelo número 11)?
doença. 1
ANDERSON, R. A. et. al. in: Situ Localization of the Genetic Locus Encoding the
 (25%)
4
Lysosomal Acid Lipase/Cholesteryl Esterase (LIPA)
1
Deficient in Wolman Disease to Chromosome 10q23.2-q23.3. Genomics. n 1,  (33%)
jan. 1993 (adaptado). 3
Essa é uma doença hereditária de caráter 1
 (50%)
2
 recessivo. 2
 (66%)
 dominante. 3
 codominante. 3
 (75%)
 poligênico. 4
 polialélico.

138
Questão 28 Questão 30
Gregor Mendel, no século XIX, investigou os mecanismos da A acondroplasia é uma forma de nanismo que ocorre em 1 a
herança genética observando algumas características de cada 25 000 pessoas no mundo. Curiosamente, as pessoas
plantas de ervilha, como a produção de sementes lisas (do- não anãs são homozigoticas recessivas para o gene deter-
minante) ou rugosas (recessiva), característica determina- minante dessa característica. José é um anão, filho de mãe
da por um par de alelos com dominância completa. Ele anã e pai sem nanismo. Ele é casado com Laura, que não é
acreditava que a herança era transmitida por fatores que, anã.
mesmo não percebidos nas características visíveis (fenóti- Qual é a probabilidade de José e Laura terem uma filha anã?
po) de plantas híbridas (resultantes de cruzamentos de  0%
linhagens puras), estariam presentes e se manifestariam em  25%
gerações futuras.  50%
A autofecundação que fornece dados para corroborar a  75%
ideia da transmissão dos fatores idealizada por Mendel  100%
ocorre entre plantas Questão 31
 híbridas, de fenótipo dominante, que produzem apenas
sementes lisas. O polvo mimético apresenta padrões cromáticos e compor-
 híbridas, de fenótipo dominante, que produzem se- tamentos muito curiosos. Frequentemente, muda a orienta-
mentes lisas e rugosas. ção de seus tentáculos, assemelhando-se a alguns animais.
 de linhagem pura, de fenótipo dominante, que produ- As imagens 1, 3 e 5 apresentam polvos mimetizando, res-
zem apenas sementes lisas. pectivamente, um peixe-linguado (2), um peixe-leão (4) e
 de linhagem pura, de fenótipo recessivo, que produzem uma serpente-marinha (6).
sementes lisas e rugosas.
 de linhagem pura, de fenótipo recessivo, que produzem
apenas sementes rugosas.
Questão 29
A distrofia muscular Duchenne (DMD) é uma doença causa-
da por uma mutação em um gene localizado no cromosso-
mo X. Pesquisadores estudaram uma família na qual gê-
meas monozigóticas eram portadoras de um alelo mutante
recessivo para esse gene (heterozigóticas). O interessante é
que uma das gêmeas apresentava o fenótipo relacionado ao
alelo mutante, isto é, DMD, enquanto a sua irmã apresenta-
va fenótipo normal.
RICHARDS, C. S. et al. The American Journal of HumanGenetics, n. 4, 1990
(adaptado).
A diferença na manifestação da DMD entre as gêmeas pode
ser explicada pela
 dominância incompleta do alelo mutante em relação ao
alelo normal.
 falha na separação dos cromossomos X no momento da NORMAN, M. D,: FINN, J.; TREGENZA, T. Dynamic mimicry in
an Indo-Malayan octopus. In: Proceedings of the Royal Society B:
separação dos dois embriões. Biological Sciences, n. 268, out. 2001. Disponível em:
 recombinação cromossômica em uma divisão celular www.researchgate.net. Acesso em: 15 mar. 2014 (adaptado).
embrionária anterior à separação dos dois embriões. Do ponto de vista evolutivo, a capacidade apresentada se
 inativação aleatória de um dos cromossomos X em fase estabeleceu porque os polvos
posterior à divisão que resulta nos dois embriões.  originaram-se do mesmo ancestral que esses animais.
 origem paterna do cromossomo portador do alelo mu-  passaram por mutações similares a esses organismos
tante em uma das gêmeas e origem materna na outra.  observaram esses animais em seus nichos ecológicos.
 resultaram de convergência adaptativa com essas es-
pécies.
 sobreviveram às pressões seletivas com esses compor-
tamentos.

139
Questão 32 Questão 34
Uma população (momento A) sofre isolamento em duas Acredita-se que os olhos evoluíram de órgãos sensores de
subpopulações (momento B) por um fator de isolamento luz para versões que formam imagens. O olho humano atua
(I). Passado um tempo, essas subpopulações apresentam como uma câmera, coletando, focando e convertendo a luz
características fenotípicas e genotípicas que as distinguem em sinal elétrico, que é traduzido em imagens pelo cérebro.
(momento C), representadas na figura pelas tonalidades de Mas em vez de um filme fotográfico, é uma retina que detec-
cor. O posterior desaparecimento do fator de isolamento I ta e processa os sinais, utilizando células especializadas.
pode levar, no momento D, às situações D1 e D2. Moluscos cefalópodes (como as lulas) possuem olhos seme-
lhantes aos dos humanos, apesar da distância filogenética.
LAMB, T. D. A fascinante evolução do olho: cientistas já têm uma visão clara
de como surgiram nossos olhos tão complexos. Scientific American Brasil.
A comparação dos olhos mencionada representa que tipo
de evolução?
 Aleatória
 Homóloga
 Divergente
 Progressiva
 Convergente
A representação indica que, no momento D, na situação Questão 35

Os frutos da pupunha têm cerca de 1 g em populações sil-


 D1 ocorre um novo fator de isolamento geográfico. vestres no Acre, mas chegam a 70 g em plantas domestica-
 D1 existe uma única população distribuída em gradien- das por populações indígenas. No princípio, porém, a do-
te. mesticação não era intencional. Os grupos humanos apenas
 D1 ocorrem duas populações separadas por isolamen- identificavam vegetais mais saborosos ou úteis, e sua pro-
to reprodutivo. pagação se dava pelo descarte de sementes para perto dos
 D2 coexistem duas populações com características fe- sítios habitados.
notípicas distintas. DÓRIA, C. A.; VIEIRA, I. C. G. Iguarias da floresta. Ciência Hoje, n. 310, dez.
 D2 foram preservadas as mesmas características feno- 2013.

típicas da população original A. A mudança de fenótipo (tamanho dos frutos) nas popula-
Questão 33 ções domesticadas de pupunha deu-se porque houve
 introdução de novos genes.
A fragmentação dos hábitats é caracterizada pela formação  redução da pressão de mutação.
de ilhas da paisagem original, circundadas por áreas trans-  diminuição da uniformidade genética.
formadas. Esse tipo de interferência no ambiente ameaça a  aumento da frequência de alelos de interesse.
biodiversidade. Imagine que uma população de onças foi  expressão de genes de resistência a patógenos.
isolada em uma mata pequena. Elas se extinguiriam mesmo Questão 36
sem terem sido abatidas. Diversos componentes da ilha de
hábitat, como o tamanho, a heterogeneidade, o seu entorno, A principal explicação para a grande variedade de espécies
a sua conectividade e o efeito de borda são determinantes na Amazônia é a teoria do refúgio. Nos últimos 100 000
para a persistência ou não das espécies originais. anos, o planeta sofreu vários períodos de glaciação, em que
Uma medida que auxilia na conservação da biodiversidade as florestas enfrentaram fases de seca. Dessa forma, as ma-
nas ilhas mencionadas no texto compreende a tas expandiram-se e depois reduziram-se. Nos períodos de
 formação de micro-hábitats. seca prolongados, cada núcleo de floresta ficava isolado do
 ampliação do efeito de borda. outro. Então, os grupos de animais dessas áreas isoladas
 construção de corredores ecológicos. passaram por processos de diferenciação genética, muitas
 promoção da sucessão ecológica. vezes se transformando em espécies ou subespécies dife-
 introdução de novas espécies de animais e vegetais. rentes das originais e das que ficaram em outros refúgios.
Disponível em: http://ambientes.ambientebrasil.com.br.
Acesso em: 22 abr. 2015.
O principal processo evolutivo relacionado ao texto é a
 anagênese.
 coevolução.
 evolução alopátrica.
 evolução simpátrica.
 convergência adaptativa.

140
Questão 37 Questão 39
Podemos esperar que, evoluindo de ancestrais que dispu- Hospitais de diferentes regiões do país registram casos de
tavam os mesmos recursos, as espécies tenham desenvolvi- contaminação pel superbactéria Klebsiella pneumoniae
do características que asseguram menor ou nenhuma com- carbapenamase (KPC), que apresenta resistência à maioria
petição com membros de outras espécies. Espécies em coe- dos medicamentos. Acredita-se que o uso inadequado de
xistência, com um potencial aparente para competir, exibi- antibióticos tenha levado à seleção dessas formas mais
rão diferenças em comportamento, fisiologia ou morfologia. resistentes.
TOWNSEND, C. R.; BEGON, M.; HARPER, J. L.
Fundamentos em ecologia. Porto Alegre: Artmed, 2006 (adaptado).
De acordo com as teorias darwinistas e neodarwinistas, o
Qual fenômeno evolutivo explica a manutenção das diferen- surgimento dessa superbactéria ocorreu por
ças ecológicas e biológicas citadas?
 Mutação.  aumento da especiação.
 Fluxo gênico.  crescimento populacional.
 Seleção natural.  variações no material gênico.
 Deriva genética.  ampliação da irradiação adaptativa.
 Equilíbrio de Hardy-Weinberg.  potencialização da convergência evolutiva.
Questão 38 Questão 40
O processo de formação de novas espécies é lento e repleto
de nuances e estágios intermediários, havendo uma dimi-
nuição da viabilidade entre cruzamentos. Assim, plantas
originalmente de uma mesma espécie que não cruzam mais
entre si podem ser consideradas como uma espécie se dife-
renciando. Um pesquisador realizou cruzamentos entre
nove populações – denominadas de acordo com a localiza-
ção onde são encontradas – de uma espécie de orquídea
(Epidendrum denticulatum). No diagrama estão os resulta-
dos dos cruzamentos entre as populações. Considere que o
doador fornece o pólen para o receptor.

A árvore filogenética representa uma hipótese evolutiva


para a família Hominidae, na qual a sigla “m.a.” significa
“milhões de anos atrás”. As ilustrações representam, da
esquerda para a direita, o orangotango, o gorila, o ser hu-
mano, o chimpanzé e o bonobo.
Disponível em: www.nature.com. Acesso em: 6 dez. 2012 (adaptado).
Considerando a filogenia representada, a maior similarida-
de genética será encontrada entre os seres humanos e:

 Gorila e bonobo.
 Gorila e chimpanzé.
 Gorila e orangotango.
 Chimpanzé e bonobo.
 Bonobo e orangotango.
FIORAVANTI, C. Os primeiros passos de novas espécies:
plantas e animais se diferenciam por meio de mecanismos
surpreendentes. Pesquisa Fapesp, out. 2013 (adaptado).
Em populações de quais localidades se observa um proces-
so de especiação evidente?
 Bertioga e Marambaia; Alcobaça e Olivença.
 Itirapina e Itapeva; Marambaia e Massambaba.
 Itirapina e Marambaia; Alcobaça e Itirapina.
 Itirapina e Peti; Alcobaça e Marambaia.
 Itirapina e Olivença; Marambaia e Peti.

141
As relações ecológicas entre bicudo e cana-deaçúcar e en-
BIOLOGIA – PARTE III
tre o nematoide e as bactérias podem ser classificadas, res-
Questão 01 pectivamente, como
Muitos seres vivos vivem em associação com outros seres  parasitismo e mutualismo.
de outras espécies, mantendo com eles relacionamentos  predatismo e comensalismo.
harmônicos (mutualismo) ou desarmônicos (parasitismo).  inquilinismo e competição.
Os seguintes relacionamentos: Rhizobium, Micorrizas e  amensalismo e protocooperação.
Liquens são Questão 04
 todos casos de mutualismo. Ecologia é uma ciência ampla e complexa, direcionada ao
 dois casos de mutualismo e um de parasitismo. entendimento do funcionamento da natureza, que apresen-
 dois casos de parasitismo e um de mutualismo. ta conceitos específicos utilizados para definir as relações
 dois casos envolvendo algas e um envolvendo bactéria. dos seres vivos entre si e destes com o meio. Considerando
 dois casos envolvendo bactérias e um envolvendo fun- os conceitos ecológicos, é correto afirmar que
go.
Questão 02  um ecossistema corresponde a uma região de transição
Analise a relação ecológica mostrada na foto abaixo. entre duas comunidades, onde se encontra grande
número de espécies e, por conseguinte, grande núme-
ro de nichos ecológicos.
 a cadeia alimentar é definida pelas interações entre
fatores bióticos e abióticos, ou seja, pela transferência
de energia dos organismos vivos entre si e entre estes
e os demais elementos de seu ambiente.
 analogicamente, um habitat corresponde ao “endereço”
de um ser vivo na natureza, enquanto um nicho ecoló-
gico pode ser comparado à “profissão” desempenhada
Sobre essa relação, é correto afirmar que:
por uma espécie em um determinado ecossistema.
 as plantas apresentam mecanismos de defesa contra
 biótopo corresponde a áreas geográficas sempre loca-
agressores, sendo em geral predadoras insetívoras.
lizadas em elevadas altitudes, nas quais vivem deter-
 a relação ecológica é harmônica, pois produz equilíbrio
minadas comunidades compostas predominantemente
ambiental entre as populações de ambas as espécies.
por espécies endêmicas.
 a relação ecológica mostrada é intraespecífica, pois
Questão 05
ocorre entre organismos de espécies de diferentes ní-
veis tróficos. Um grupo de alunos, em uma aula de campo às margens do
 há diminuição do fluxo energético entre níveis tróficos, rio Paraná, observou: garças brancas pequenas que acom-
uma vez que a planta captura parcialmente a energia panhavam o gado bovino e comiam os carrapatos; serpen-
da mosca. tes que capturavam sapos e pequenos roedores; siriemas
 a relação ecológica mostrada é interespecífica, sendo a capturando serpentes e pererecas. Os alunos fizeram mui-
planta considerada “consumidor primário”, e a mosca, tas considerações, e algumas estão relacionadas abaixo.
“consumidor secundário”. Assinale a correta.
Questão 03  Entre os bois e os carrapatos, as garças e os carrapatos,
existem relações interespecíficas, denominadas, res-
O bicudo (Sphenophorus levis) é um inseto cujas larvas se
pectivamente, parasitismo e predação.
desenvolvem no interior do rizoma da cana-de-açúcar (Sac-
 Os pequenos roedores e as pererecas estabelecem uma
charum sp.), onde se alimentam dos tecidos do vegetal e
relação de comensalismo.
podem provocar sua morte. No controle biológico do bicu-
 As garças brancas pequenas e o gado têm uma relação
do, tem sido utilizado com êxito o nematoide Steinernema
de mutualismo.
brazilense, um verme milimétrico que abriga em seu intes-
 As pererecas estabelecem uma simbiose com as ser-
tino bactérias do gênero Xenorhabdus. Ao adentrar a larva
pentes e as siriemas, relação que regula a densidade
do inseto por orifícios naturais, o verme libera as bactérias,
populacional das espécies envolvidas.
as quais digerem os tecidos da larva e disponibilizam, as-
 As serpentes e as siriemas estabelecem uma relação de
sim, alimento para o verme.
competição.

142
Questão 06 Questão 08
Na natureza, os seres vivos estabelecem diferentes tipos de As plantas do gênero Cuscuta (fios-de-ovos ou cipó-
relações interespecíficas, isto é, relações ecológicas entre chumbo) são diferentes: não possuem folhas perceptíveis e,
membros de espécies distintas, tais como: quando adultas, não possuem clorofila nem raízes. No en-
tanto, elas apresentam larga dispersão desde a América do
I. Determinados tipos de fungos e de algas se associam Norte até a América do Sul, inclusive no Brasil. Em relação
(formando os liquens), de modo que os primeiros for- às plantas desse gênero, é correto afirmar que são
necem às algas água e nutrientes minerais extraídos do
substrato. Por sua vez, as algas fornecem compostos  predadoras e sobrevivem da ingestão de insetos e pe-
orgânicos ao fungo, obtidos por meio da fotossíntese. quenos animais.
II. Muitas espécies de orquídeas e de bromélias crescem  comensais e sobrevivem aproveitando-se de restos de
sobre o tronco e galhos de árvores, obtendo abrigo e outros vegetais.
melhor acesso à luz solar em um ambiente de floresta  coloniais e existem indivíduos que realizam tarefas
sem, contudo, produzir danos ou benefícios às árvores diferentes no vegetal.
hospedeiras.  parasitas e sobrevivem ao absorver a seiva elaborada
III. O cipó chumbo (Cuscuta racemosa) é uma planta que dos vegetais hospedeiros.
não possui clorofila. Para sobreviver ela cresce sobre  decompositoras e sobrevivem a partir da absorção da
outras plantas de onde extrai a seiva elaborada, neces- matéria orgânica decomposta.
sária à sua sobrevivência e crescimento, por meio de Questão 09
raízes especializadas que penetram no interior dos va-
Em vários pontos de uma placa de Petri com meio de cultu-
sos condutores da espécie hospedeira.
ra, um pesquisador semeou um determinado tipo de micro-
Os exemplos descritos anteriormente são qualificados, res-
organismo, chamado de A. Na sequência, semeou em um
pectivamente, como:
ponto específico da placa de Petri um segundo tipo de mi-
 Inquilinismo, protocooperação e parasitismo;
cro-organismo, chamado de B. Passados alguns dias, o pes-
 Mutualismo, inquilinismo e parasitismo;
quisador observou que os micro-organismos do tipo A ha-
 Inquilinismo, mutualismo e parasitismo;
viam crescido por toda a área do meio de cultura, exceto à
 Parasitismo, mutualismo e inquilinismo;
volta da área de crescimento do micro-organismo B.
 Mutualismo, parasitismo e inquilinismo.
É correto afirmar que os micro-organismos do tipo A e os
Questão 07
micro-organismos do tipo B são, respectivamente,
Mimetismo é um termo utilizado em biologia, a partir da  bactérias e fungos, e o não crescimento do micro-
metade do século XIX, para designar um tipo de adaptação organismo A na área ao redor de B é devido à produ-
em que uma espécie possui características que evoluíram ção de substâncias químicas pelo micro-organismo B.
para se assemelhar com as de outra espécie. As observações  bactérias e fungos, e o não crescimento do micro-
do naturalista Henry Walter Bates, estudando borboletas na organismo A na área ao redor de B é devido à produ-
Amazônia, levaram ao desenvolvimento do conceito de ção de anticorpos pelo micro-organismo B.
mimetismo batesiano.  bactérias e vírus, e o não crescimento do micro-
organismo A na área ao redor de B é devido à infecção
É correto afirmar que o mimetismo batesiano é uma adap- de A por B, uma vez que estes últimos são parasitas in-
tação em que tracelulares.
 fungos e bactérias, e o não crescimento do micro-
 a fêmea de algumas espécies de inseto é imitada por organismo A na área ao redor de B é devido à fagocito-
flores que se beneficiam da tentativa de cópula do ma- se exercida pelas células do micro-organismo B.
cho para sua polinização.  bactérias e vírus, e o não crescimento do microorga-
 uma espécie apresenta características que a asseme- nismo A na área ao redor de B é devido à ação lítica do
lham ao ambiente, dificultando sua localização por ou- micro-organismo B sobre as células do micro-
tras espécies com as quais interage. organismo A.
 um modelo inofensivo é imitado por um predador para
se aproximar o suficiente de sua presa a ponto de cap-
turá-la.
 um modelo tóxico ou perigoso é imitado por espécies
igualmente tóxicas ou perigosas.
 um modelo tóxico ou perigoso é imitado por espécies
palatáveis ou inofensivas.

143
Questão 10
Questão 12
Os liquens, encontrados em troncos de árvores, são consti-
tuídos por fungos e bactérias. Essa relação é um exemplo de Durante o processo de quimiossíntese, alguns micro-
 canibalismo. organismos, que têm seu habitat no solo, através de reações
 parasitismo. químicas de oxidação, a partir de substâncias inorgânicas,
 sociedade. geram energia que é utilizada na formação de compostos
 inquilinismo. orgânicos. Dentre estes micro-organismos, os principais
 mutualismo. exemplos são as bactérias conhecidas como nitrobactérias
ou bactérias nitrificantes, as quais têm grande importância
Questão 11
ecológica, pois atuam no ciclo do nitrogênio.
Para atrair potenciais polinizadores, as plantas comumente
armazenam néctar nas suas flores em estruturas específicas
chamadas de nectários. Contudo, várias espécies de plantas
também podem apresentar nectários longe das flores, os
chamados “nectários extraflorais”. Essas estruturas podem
ser encontradas em vários locais, como folhas e brotos.
Durante a sua procura por alimento, formigas se deparam
com esses nectários, passam a se alimentar do néctar pro-
duzido, a eles retornando repetidamente. Durante essa
atividade, as formigas acabam patrulhando essas plantas e
defendendo-as contra potenciais herbívoros, como lagartas
e percevejos.
Esse tipo de interação entre formigas e plantas com nectá-
rios extraflorais pode ser categorizado como:
 epifitismo.
 mutualismo.
 colonialismo.
 predação.
(LIMHARES, S. & GEWANDSZNAJDER, F., 2005).
 parasitismo.
Considerando a figura , a explicação correta para a sequên-
cia de etapas A-B-C é que:
 As bactérias do gênero Nitrobacter transformam o gás
amônia (NH4+) em nitrito (NO3–) que, posteriormente,
é transformado em nitrato (NO2–) por bactérias do gê-
nero Nitrosomonas.
 As plantas (organismos produtores) utilizam o proces-
so de fotossíntese para a transformação de anidrido
carbônico (CO) em oxigênio (O2) e de gás amônia
(NH4+) em nitrato (NO3–).
 O gás amônia (NH3), molécula plana que apresenta ca-
ráter ácido, é transformado em nitrato (NO2–) por bac-
térias do gênero Rhizobium, que, posteriormente, é
transformado em nitrito (NO3–) por bactérias do gêne-
ro Nitrobacter
 Na transformação do ânion nitrito (NO2–) em nitrato
(NO3–), o número de oxidação do nitrogênio não varia,
sendo que essa transformação é realizada por micro-
organismos dos gêneros Nitrosomonas e Rhizobium.
 As bactérias do gênero Nitrosomonas transformam o
cátion amônio (NH4+) em nitrito (NO2–) que, posteri-
ormente, é transformado em nitrato (NO3–) por bacté-
rias do gênero Nitrobacter.

144
Questão 13 Questão 14
Considere a figura que representa as diferentes etapas do
A ureia produzida em indústrias petroquímicas é o fertili-
ciclo do nitrogênio.
zante mais utilizado no mundo pela agricultura convencio-
nal como fonte extra de nitrogênio. Já na agricultura orgâni-
ca, a qual dispensa o consumo de fertilizantes e defensivos
químicos industriais, utiliza-se o esterco animal curtido
como fonte suplementar de nitrogênio.
Independentemente do tipo de técnica agrícola empregada,
tanto o fertilizante petroquímico como o esterco animal,
quando aplicados no solo, serão
 metabolizados por bactérias quimiossintetizantes que
geram nitrito (NO2–) e nitrato (NO3–), assimilados en-
tão pelos vegetais para a síntese, principalmente, de
aminoácidos e nucleotídeos.
 absorvidos diretamente pelos vegetais que apresentam
micro-organismos simbiontes em nódulos de suas raí-
zes, para a síntese direta de proteínas e ácidos nuclei-
cos.
 decompostos por organismos detritívoros em molécu-
(http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Nitrogen_Cycle_pt.png las menores como a amônia (NH3) e o gás nitrogênio
Acesso em: 10.03.2014. Modificado. Original colorido)
(N2), assimilados então pelos tecidos vegetais para sín-
Alguns dos processos envolvidos nesse ciclo foram nume-
tese de nitrito (NO2–) e nitrato (NO3–).
rados de 1 a 5. Sobre esses processos, é correto afirmar que
 digeridos por fungos e bactérias nitrificantes que pro-
existe uma participação de bactérias
duzem aminoácidos e nucleotídeos, assimilados então
 no processo 1, apenas. pelos tecidos vegetais para síntese de proteínas e áci-
 no processo 2, apenas. dos nucleicos.
 no processo 5, apenas.  oxidados por cianobactérias fotossintetizantes em ni-
 nos processos 1, 3 e 4, apenas. trito (NO2–) e nitrato (NO3–) que produzem proteínas e
 em todos os cinco processos. ácidos nucleicos, então absorvidos diretamente pelos
tecidos vegetais.
Questão 15
Sobre o Ciclo de Nitrogênio, NÃO se pode afirmar que
 a atmosfera da Terra tem em sua composição aproxi-
madamente 78% de nitrogênio, porém as plantas não
são capazes de utilizar o nitrogênio em sua forma ga-
sosa livre.
 o nitrogênio é o nutriente mineral mais limitante para
o crescimento vegetal, por ser necessário em grandes
quantidades na composição de proteínas e ácidos nu-
cleicos.
 a fixação do N2 atmosférico é a única fonte de nitrogê-
nio para as bactérias de solo.
 a planta, apesar de não conseguir absorver o N2 atmos-
férico, é capaz de absorver o amônio e o nitrato for-
mados pelas bactérias presentes no solo.
 parte do nitrogênio é perdido no solo quando bactérias
desnitrificantes convertem o nitrato em N 2, o qual se
difunde para a atmosfera.

145
Questão 16 As afirmativas a seguir têm relação com o assunto abordado
e outros conhecimentos associados. Analise-as e assinale a
As plantas de forma geral conseguem seus nutrientes pelas
CORRETA.
raízes (água e minerais) e também da fotossíntese (glicose).
 O nitrogênio é essencial para o metabolismo dos vege-
Entretanto, existe uma grande diversidade de plantas que
tais, entretanto seu uso se dá na forma de gás nitrogê-
acabam consumindo nutrientes de forma diferente que
nio.
esperamos quando falamos sobre o reino vegetal. Estas
 A rotação de culturas é uma estratégia que visa garan-
plantas diferentes podem consumir desde pequenos insetos
tir a disponibilidade adequada de nitrogênio no solo.
como animais maiores: pequenos anfíbios, répteis, aves e
 O uso de biocontroladores favorece o controle de inse-
até mamíferos. Tais plantas capturam estes animais, pois
tos e pragas e, paralelamente, aumenta a produtivida-
vivem em solos pobres em nitrogênio.
Fonte: https://www.biologiatotal.com.br/blog/plantas de por destruir bactérias do gênero Rhizobium.
+carnivoras+fazem+fotossintese-50.html  A utilização de controle biológico de pragas com fe-
Acesso em 17 jun. 2016. (com adaptações) romônio prejudica as bactérias do gênero Nitrosomo-
Considerando o texto acima, os compostos que mais podem nas.
interessar a uma planta ao alimentar-se de animais são: Questão 19
 Frutose e proteínas.
O esquema abaixo representa o ciclo do Nitrogênio, de mo-
 Lipídios.
do simplificado. Com base no esquema, assinale a alternati-
 Sais minerais.
va CORRETA.
 Proteínas.
 Vitaminas e lipídios
Questão 17
Os átomos de nitrogênio entram na composição das proteí-
nas e dos ácidos nucleicos. Pode-se, deliberadamente, inter-
ferir no Ciclo do Nitrogênio na natureza com a finalidade de
aumentar a produtividade de certas culturas.

Assinale a alternativa que contém exemplos de plantas,


usualmente, utilizadas para aumentar a quantidade de ni-  O número 1 representa as bactérias quimiossintetizan-
trogênio no solo. tes, as Nitrobacter, que decompõem os restos dos se-
res vivos.
 morango – alface – cebola  O número 2 representa as bactérias desnitrificantes,
 milho – batata – arroz que transformam os íons nitrato em nitrito e posteri-
 algodão – batata – milho ormente em nitrogênio.
 soja – feijão – ervilha  O número 3 representa as Nitrosomonas, que são bac-
 gergelim – milho – castanhas térias quimiossintetizantes, as quais transformam os
Questão 18 íons nitrito em íons amônio.
 O número 4 representa fungos e bactérias que trans-
A demanda mundial por alimentos é crescente, fato este
formam as substâncias nitrogenadas em íons amônio.
que gera uma preocupação central: como elevar a produti-
 A biofixação é o processo de captura de nitrogênio at-
vidade nas diversas culturas e, ao mesmo tempo, zelar pela
mosférico por fungos associados às raízes das plantas,
preservação do meio ambiente e dos recursos naturais? A
que o transformam em íons amônio.
rotação de culturas e o uso de biocontroladores são exem-
plos de estratégias que caminham nessa direção. Veja um
exemplo do uso de biocontroladores.
Insetos machos, a fim de encontrarem as fêmeas para o
acasalamento, seguem o “rastro” do feromônio liberado por
elas. Quando se aplica um feromônio sintético em vários
pontos da área plantada, essa fica saturada para aquele
feromônio e os insetos machos têm dificuldade para encon-
trar a fêmea. Sem o acasalamento, controla-se a população
do inseto. Essa técnica é conhecida como confusão sexual.

146
Questão 20 Questão 22
O nitrogênio, elemento mais abundante na atmosfera, é O nitrogênio é essencial para a vida e o maior reservatório
incorporado pelas plantas e animais. A falta de nitrogênio global desse elemento, na forma de N 2, é a atmosfera. Os
limita o crescimento das plantas, pois ele é componente de principais responsáveis por sua incorporação na matéria
proteínas e ácidos nucleicos, entre outras moléculas orgâni- orgânica são microrganismos fixadores de N2, que ocorrem
cas. de forma livre ou simbiontes com plantas.
Com relação a esse elemento, afirma-se: ADUAN, R. E. et al. Os grandes ciclos biogeoquímicos do planeta.
I. O nitrogênio atmosférico é incorporado nas plantas e Animas garantem suas necessidades metabólicas desse
animais através da respiração e da cadeia alimentar, elemento pela
respectivamente.  absorção do gás nitrogênio pela respiração.
II. O nitrogênio atmosférico é fixado pelas bactérias nitri-  ingestão de moléculas de carboidratos vegetais.
ficantes e desnitrificantes, que o transformam em ni-  incorporação de nitritos dissolvidos na água consumi-
trito e nitrato do solo, absorvidos pelas plantas. da.
III. O nitrogênio atmosférico é incorporado nas plantas  transferência da matéria orgânica pelas cadeias trófi-
através da fotossíntese, e, nos animais, através da res- cas.
piração celular.  protocooperação com microorganismos fixadores de
IV. O nitrogênio atmosférico é biofixado por bactérias e nitrogênio.
alguns fungos.
Está CORRETO o que se afirma em
 I.
 II.
 III..
 IV.
 I, II, III e IV.
Questão 21
O nitrogênio é um elemento essencial para as plantas, po-
dendo ser obtido do solo ou da atmosfera. No último caso,
verifica-se a associação entre plantas e bactérias, que irão
captar moléculas de nitrogênio e convertê-las em compos-
tos nitrogenados usados na nutrição das plantas. Em con-
trapartida, as bactérias se aproveitam dos produtos oriun-
dos da fotossíntese realizada pelas plantas. Essa associação
é denominada
 mutualismo. O texto se refere a bactérias do gênero
Rhizobium, que produzem amônio.
 comensalismo. O texto se refere a bactérias do gênero
Rhizobium, que produzem amônio.
 mutualismo. O texto se refere a bactérias do gênero
Nitrosomona, que produzem proteínas.
 comensalismo. O texto se refere a bactérias do gênero
Nitrosomona, que produzem proteínas.

147
Questão 23 Questão 24
A crise hídrica que se abateu sobre São Paulo tem sido atri- As crises com o abastecimento de água representam gran-
buída a fatores climáticos. No entanto, tudo leva a crer que des oportunidades para se mudar velhos hábitos e ensinar a
essa é também uma crise ambiental. Já se desmatou cerca todos como viver de maneira mais sustentável. As medidas
de 80% da vegetação nativa ao redor do Sistema Cantareira, de economia e reutilização da água devem ser mudanças no
que fornece água a milhões de habitantes da capital paulis- estilo de vida que devem permanecer para sempre. No en-
ta. As plantas desempenham um importante papel no ciclo tanto, falta conhecimento sobre a distribuição de água no
da água, como ilustrado na figura. mundo e sobre a realidade brasileira.
Com relação aos conhecimentos que contribuem adequa-
damente para o enfrentamento da questão hídrica, assinale
a alternativa INCORRETA.
 Graças à Bacia Amazônica e ao Pantanal, o Brasil conta
com grandes reservas de água doce, provocando a fal-
sa impressão de que o recurso é inesgotável.
 A escassez de água ao redor do planeta indica que a
preservação do recurso deve ser praticada e dissemi-
nada em alguns países, dependendo da reserva que
possuem.
 No mundo nem todos têm acesso à água. Em regiões da
África, do Brasil e do Oriente Médio, por exemplo, há
quem não encontre água potável e tenha de recorrer à
compra em locais distantes de onde moram.
 Cerca de 97% da água que existe no planeta é salgada;
do restante, 2% está congelada e somente 1% encon-
Considerando as informações acima, analise atentamente as tra-se disponível para nada menos que 7 bilhões de
seguintes afirmativas. pessoas, população aproximada da Terra.
I. Em regiões não desmatadas, os lençóis freáticos são
continuamente abastecidos pela água das chuvas, em
virtude da maior infiltração promovida pelas florestas.
II. Sem vegetação, o escoamento de água da chuva pela
superfície é aumentado, o que resulta em erosão do so-
lo.
III. Nas matas ciliares, situadas às margens de rios e ma-
nanciais, a maior permeabilidade do solo recoberto
por vegetação pode levar ao assoreamento dos corpos
d'água.
IV. O desmatamento contribui para o aumento da evapo-
transpiração, e isso promove uma elevação na biodi-
versidade de insetos e anelídeos no solo, embora redu-
za a umidade no local.
Pode-se afirmar que estão corretas apenas as afirmações
 I e II.
 III e IV.
 I, II e III.
 II e III.

148
Questão 25 Questão 26
Um lago recém-formado, com águas claras, pouquíssimos Os ciclos biogeoquímicos são fluxos contínuos dos elemen-
nutrientes e raros organismos, está em fase distrófica. Com tos químicos na natureza para os seres vivos, em diferentes
o tempo, caem nas suas margens (zona litorânea) detritos formas químicas. Dessa forma, elementos como o carbono,
minerais e matéria orgânica, que se disseminam pela zona enxofre, cálcio, oxigênio, dentre outros, percorrem esses
límnica, parte superficial na qual a luz penetra. Aos poucos, ciclos, unindo todos os componentes vivos e não-vivos da
esses materiais vão-se acumulando na zona profunda. Terra.
Os lagos e lagoas respondem às variações de temperatura e A seguir está representado esquematicamente o ciclo do
de quantidade de nutrientes que ocorrem durante o ano, carbono.
alterando ciclicamente seu trofismo e biomassa. Além disso,
a longo prazo, os lagos seguem a história da sucessão, com
seu aterramento gradual por depósito de sedimentos, que
se consolidam nas margens e avançam lago adentro.
Pode-se afirmar que:
I. O ecossistema vai-se enriquecendo aos poucos, desen-
volvese o fitoplâncton, seguido pelo zooplâncton e pela
eventual introdução de girinos e de peixes.
II. De eutrófico, o lago passa, sucessivamente, a mesotró-
fico e a oligotrófico, então, podendo chegar a distrófi-
co, com grande quantidade de matéria orgânica e ple-
na reprodução de seres vivos.
III. Os rios passam por um longo processo de aprofunda-
mento do leito e de formação de meandros. A poluição
terrível a que têm sido submetidos fez com que muitos
lagos ultrapassassem o distrofismo, ingressando no
oligotrofismo mais estéril.
IV. Os seres bentônicos, pelo seu conjunto, formam os ben-
tos. Compreendem aqueles que vivem exclusivamente
no fundo das águas, presos às rochas ou se arrastando
sobre o lodo e a areia. Fonte: http://biologiacesaresezar.editorasaraiva.com.br/navitacontent
_/userFiles/File/Biologia_Cesar_Sezar/Bio
V. O limnociclo ou biociclo das águas doces abrange to-
A respeito dos ciclos biogeoquímicos, analise as afirmações
dos os ecossistemas dulcícolas, desde os grandes rios e
a seguir.
lagos até uma simples poça d’água.
I O carbono é um elemento químico de grande importân-
 Apenas I está correta.
cia para os seres vivos, pois participa da composição
 Apenas II está correta.
química de todos os componentes orgânicos e de uma
 II e III estão corretas.
grande parcela dos inorgânicos também. Os mecanismos
 Apenas V está correta.
de retorno do carbono ao ambiente é por intermédio da
 I, IV e V estão corretas.
respiração, queima de combustíveis fósseis (gasolina,
óleo diesel, gás natural e carvão) e de queimada em flo-
restas. O aumento no teor de CO2 atmosférico causa o
agravamento do "efeito estufa" que pode acarretar sé-
rios danos ao ambiente, ocasionando grandes variações
no ecossistema global.
II Sendo a Terra um sistema dinâmico e em constante
evolução, o movimento ou caminhos percorridos cicli-
camente de seus materiais afetam todos os processos fí-
sicos, químicos e biológicos.
III A quantidade de água na forma de vapor na atmosfera é
pequena quando comparada às grandes quantidades
que são encontradas nos outros estados físicos. Mas,
apesar dessa pequena quantidade, ela é fundamental na
determinação das condições climáticas e de vital impor-
tância para os seres vivos.

149
IV O fósforo é um elemento químico que participa estrutu-
Questão 28
ralmente de moléculas fundamentais do metabolismo
celular, como fosfolipídios, coenzimas, ácidos nucleicos Com relação ao que chamamos de sequestro de carbono, é
e hidrato de carbono. correto afirmar que
V O nitrogênio é um elemento químico que entra na cons-  seu aumento contribui para o aquecimento global.
tituição de duas importantes classes de moléculas orgâ-  é feito por organismos autotróficos.
nicas: carboidratos e ácidos nucleicos. Além disso, o ni-  aumenta consideravelmente com as queimadas.
trogênio é o componente de uma molécula essencial pa-  é feito por organismos heterotróficos.
ra todos os seres vivos da biosfera: o ATP.  corresponde, nas plantas, à respiração.
Todas as afirmações corretas estão em: Questão 29
 I - II - III Os ciclos biogeoquímicos são essenciais para a existência e
 II - III - IV perpetuação de formas de vida conhecidas. Dentre esses
 III - IV - V ciclos, cinco deles apresentam maior fluxo de matéria e seus
 IV – V elementos integram mais de 95% da massa que constitui os
Questão 27 seres vivos.
Os elementos essenciais à vida seguem uma trajetória des- Esses ciclos são os
de o meio inanimado, passando pelos organismos vivos e  da água, do oxigênio, do cálcio, do enxofre e do césio.
retornando ao meio original. Esses elementos, em número  da água, do carbono, do nitrogênio, do fósforo e do en-
aproximado de 40, são incorporados aos organismos, na xofre.
forma de compostos orgânicos complexos, ou participam de  do hidrogênio, do hélio, do oxigênio, do nitrogênio e do
uma série de reações químicas essenciais às atividades dos enxofre.
seres vivos. A ciclagem desses elementos e da água recebem  da água, do hidrogênio, do carbono, do fósforo e do
o nome de ciclos biogeoquímicos. césio.
Com base nos conhecimentos sobre os ciclos biogeoquími-  do hélio, do lítio, do berílio, do boro e do carbono.
cos, é correto afirmar: Questão 30
 O aumento de gás carbônico, por si só, em ambientes Em relação aos ciclos biogeoquímicos, é correto afirmar que
aquáticos, principalmente, pela decomposição ativa  a principal reserva de nitrogênio encontra-se na água
quando os níveis de matéria orgânica são elevados, doce.
tende a abaixar o pH, devido ao consumo de íons hi-  a precipitação da água impede a transferência de ele-
droxila, como pode ser visto na reação mentos químicos dos ambientes terrestres para a água
doce e para os oceanos.
.
 as erupções vulcânicas representam a principal fonte
 O ciclo do fósforo é complicado pelo grande número de
de iodo, cobalto e selênio.
estados de oxidação que esse elemento pode assumir,
 as concentrações elevadas de fósforo no solo de plan-
incluindo sulfeto de hidrogênio, dióxido de enxofre,
tações levam a uma diminuição de fósforo em rios e la-
sulfato, e ácido sulfúrico.
gos.
 A fixação biológica é a principal via de reciclagem de
 a queima de vegetais e de combustíveis fósseis é a
CO2 gasoso, em que alguns organismos simbiontes, de
principal responsável pela liberação de CO2 na atmos-
vida livre, como bactérias fotossintetizantes, são capa-
fera, no Brasil.
zes de utilizar diretamente esse gás atmosférico.
Questão 31
 A desnitrificação realizada, geralmente, por bactérias
quimioautotróficas aeróbias, consiste na conversão de Durante o século XIX, quando o gás do carvão foi usado
nitrogênio amoniacal em nitratos. como combustível para a iluminação pública, foi verificado
 Devido a sua abundância na atmosfera, praticamente que o vazamento de tubulação de gás provocava a queda de
todos os organismos conseguem utilizar o nitrogênio folhas de árvores próximas. O gás responsável por esse fato
gasoso. era o gás etileno.
Além da abscisão foliar, outra função desse fitormônio é
 promover o amadurecimento de muitos tipos de frutos.
 estimular o crescimento do tubo polínico durante a
dupla fecundação.
 inibir a formação da raiz e de pelos absorventes.
 retardar o envelhecimento da folha por inibição da
degradação de proteínas.
 atuar no fototropismo e no geotropismo.

150
Questão 32 Questão 34

Nas plantas o crescimento caulinar ocorre na direção da Os hormônios vegetais, denominados de fitohormonios, são
fonte de luz, num movimento denominado fototropismo compostos orgânicos, de ocorrência natural na planta, não
positivo, resultante da ação de hormônios vegetais. Na figu- nutriente e, em baixas concentrações, promovem, inibem
ra abaixo a planta foi colocada sob luz unidirecional; o lado ou modificam processos fisiológicos no vegetal. Correlacio-
A corresponde à porção sombreada do caule e o lado B à ne os grupos hormonais com as suas funções nas plantas.
iluminada. 1. Giberelinas
2. Citocininas
3. Citocininas
4. Etileno
5. Auxinas
( ) Estimulam o amadurecimento dos frutos e abscisão
foliar.
( ) Estimulam a divisão e a diferenciação celular.
( ) Estimulam o crescimento do caule e da raiz, promovem
o alongamento das células.
( ) Estimulam o alongamento e a divisão celular.
( ) Estimulam a diferenciação e o crescimento de raízes.
A sequência correta é:
 3, 4, 5, 1, 2.
Nesta planta ocorre acúmulo de
 3, 5, 4, 2, 1.
 2, 4, 3, 1, 5.
 giberelina no lado A.
 5, 3, 2, 1, 4.
 giberelina no lado B.
 4, 2, 5, 1, 3.
 auxina no lado A.
Questão 35
 citocina no lado B.
 etileno no lado B. Em um experimento, as plantas de soja 1 e 2 foram cultiva-
Questão 33 das em condições ambientais diferentes apenas em relação
à luminosidade e à disponibilidade de água. A figura mostra
No “meme” abaixo, os tópicos evidenciam considerações
um estômato da planta 1 e um estômato da planta 2.
cotidianas de determinados fenômenos que ocorrem nas
plantas:

A comparação entre os estômatos das plantas 1 e 2 permite


afirmar que
 a planta 1 foi cultivada em ambiente iluminado, com
disponibilidade de água, e apresentou maior fluxo de
seiva bruta.
 a planta 2 foi cultivada em ambiente iluminado, com
disponibilidade de água, e apresentou menor fluxo de
seiva bruta.
Essas alterações são provocadas por fatores diversos às  a planta 1 foi cultivada em ambiente escuro, com es-
plantas, dentre os quais está a ação de: cassez de água, e apresentou menor fluxo de seiva bru-
ta.
 hormônios vegetais.  a planta 2 foi cultivada em ambiente escuro, com es-
 fotoperiodismo. cassez de água, e apresentou maior fluxo de seiva bru-
 gravitropismo positivo. ta.
 condução de fotoassimilados.  a planta 1 foi cultivada em ambiente iluminado, com
 condução de água e sais minerais. escassez de água, e apresentou maior fluxo de seiva
bruta.

151
Questão 36 Questão 38
Suponha que a figura esquematizada represente a flor do A figura esquematiza uma flor de angiosperma.
cajueiro.

(www.ck12.org. Adaptado.)
(José Arnaldo Favaretto. 360º biologia, 2017.)
De acordo com a figura, a estrutura denominada
Um pesquisador procurava células com mutações gênicas
 pétala é um verticilo derivado evolutivamente do caule.
nessa flor que poderiam ser transmitidas às futuras gera-
 ovário se desenvolve no fruto carnoso.
ções dessa planta. Para que haja êxito nessa procura, ele
 antera é responsável pela formação das oosferas.
deve analisar as células presentes
 carpelo contém a abertura por onde saem os grãos de
pólen.
 no receptáculo e nos estames.
 pedúnculo se desenvolve no pseudofruto do caju.
 nas pétalas e nas sépalas.
Questão 37
 no estilete e no ovário.
Assinale a alternativa que apresenta características das  no estigma e no filete.
monocotiledôneas.  na antera e no óvulo.
 Grão-de-pólen com três aberturas, feixes vasculares do
caule dispersos e sistema radicular fasciculado. Questão 39
 Grão-de-pólen com três aberturas, feixes vasculares do A figura abaixo apresenta o ciclo de vida de uma planta
caule dispostos em forma de anel e sistema radicular angiosperma.
fasciculado.
 Grão-de-pólen com uma abertura, feixes vasculares do
caule dispersos e sistema radicular fasciculado.
 Grão-de-pólen com três aberturas, feixes vasculares do
caule dispersos e sistema radicular pivotante.
 Grão-de-pólen com uma abertura, feixes vasculares do Nas angiospermas, o grão de pólen corresponde ao
caule dispostos em forma de anel e sistema radicular
pivotante.  esporângio.
 zigoto.
 gametófito.
 gameta.
 esporófito.

152
Questão 40 Questão 02

Os frutos surgem, em geral, após a fecundação e pela libera- A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) de São Paulo
ção de hormônios pelos embriões, quando estão em desen- testou em 2013 novos radares que permitem o cálculo da
volvimento. A palavra “fruta” não é um termo botânico, é velocidade média desenvolvida por um veículo em um tre-
tão somente uma palavra usada popularmente para nomear cho da via.
as partes comestíveis, suculentas e adocicadas que se origi-
nam da flor, mas que nem sempre se desenvolveram do
ovário. Desse modo, não é raro que se confunda fruto com
fruta, como ocorre com o caju (Anacardium occidentale), em
que, na verdade, o fruto é a castanha.
De acordo com essas definições, assinale, dentre as alterna-
tivas, aquela que descreve CORRETAMENTE a formação dos
frutos verdadeiros.
 Depois da polinização, o grão de pólen germina sobre o
estigma, formando o tubo polínico. Na fecundação, o
óvulo dá origem à semente, e ocorre a hipertrofia do
ovário, que se transforma em fruto. As medições de velocidade deixariam de ocorrer de manei-
 O carpelo amadurece antes do estame, dando origem ra instantânea, ao se passar pelo radar, e seriam feitas a
aos tubos polínicos. Após a fecundação, o óvulo dá ori- partir da velocidade média no trecho, considerando o tem-
gem à semente, formando o fruto a partir de partes su- po gasto no percurso entre um radar e outro. Sabe-se que a
culentas da flor. velocidade média é calculada como sendo a razão entre a
 Depois da fecundação, o grão de pólen germina no es- distância percorrida e o tempo gasto para percorrê-la.
tame, formando o saco embrionário. Na polinização, O teste realizado mostrou que o tempo que permite uma
três carpelos se unem, formando a semente e ocorren- condução segura de deslocamento no percurso entre os
do a hipertrofia do ovário, gerando o fruto. dois radares deveria ser de, no mínimo, 1 minuto e 24 se-
 Resultam da epiderme do ovário, a partir do saco em- gundos. Com isso, a CET precisa instalar uma placa antes do
brionário, que apresenta carpelos independentes e que primeiro radar informando a velocidade média máxima
se unem para formar o ovário e o receptáculo floral, permitida nesse trecho da via. O valor a ser exibido na placa
que se hipertrofia para formar o fruto. deve ser o maior possível, entre os que atendem às condi-
 Resultam do desenvolvimento de pelos suculentos do ções de condução segura observadas.
endocarpo, quando, após a fecundação, se desenvol- A placa de sinalização que informa a velocidade que atende
vem a partir do pedúnculo de uma única flor. a essas condições é
FÍSICA – PARTE I
Questão 01 

Uma empresa de transportes precisa efetuar a entrega de  


uma encomenda o mais breve possível. Para tanto, a equipe
de logística analisa o trajeto desde a empresa até o local da 
entrega. Ela verifica que o trajeto apresenta dois trechos de  
distâncias diferentes e velocidades máximas permitidas
diferentes. No primeiro trecho, a velocidade máxima permi- 
tida é de 80 km/h e a distância a ser percorrida é de 80 km.
No segundo trecho, cujo comprimento vale 60 km, a veloci-  
dade máxima permitida é 120 km/h. Supondo que as condi-
ções de trânsito sejam favoráveis para que o veículo da 
empresa ande continuamente na velocidade máxima permi-  
tida, qual será o tempo necessário, em horas, para a realiza-
ção da entrega? 
 0,7
 1,2  
 1,4
 1,5
 2,0

153
Questão 03 Questão 06
João mora em São Paulo e tem um compromisso às 16 h em Um “motoboy” muito apressado, deslocando-se a 108 km/h,
São José dos Campos, distante 90 km de São Paulo. Preten- freou para não colidir com um automóvel a sua frente. Du-
dendo fazer uma viagem tranquila, saiu, no dia do compro- rante a frenagem, sua moto percorreu 30m de distância em
misso, de São Paulo às 14 h, planejando chegar ao local linha reta, tendo sua velocidade uniformemente reduzida
pontualmente no horário marcado. Durante o trajeto, de- até parar, sem bater no automóvel. O módulo da aceleração
pois de ter percorrido um terço do percurso com velocida- média da moto, em m/s2, enquanto percorria a distância de
de média de 45 km/h, João recebeu uma ligação em seu 30 m, foi de
celular pedindo que ele chegasse meia hora antes do horá-  10
rio combinado. Para chegar ao local do compromisso no  15
novo horário, desprezando-se o tempo parado para atender  30
a ligação, João deverá desenvolver, no restante do percurso,  45
uma velocidade média, em km/h, no mínimo, igual a  108
 120
 60 Questão 07
 108 Um estudante de engenharia mecânica está sobre o telhado
 72 de um edifício de 46,80 m acima do solo (veja a figura abai-
 90 xo). Um político corrupto, que possui 1,80 m de altura, está
Questão 04 caminhando próximo do edifício com uma velocidade cons-
Antes das lombadas eletrônicas, eram pintadas faixas nas tante de 1,20 m/s. Se o estudante deseja jogar um ovo na
ruas para controle da velocidade dos automóveis. A veloci- cabeça dele, em que ponto aproximado do edifício deve
dade era estimada com o uso de binóculos e cronômetros. O estar o político quando o estudante largar o ovo? Suponha
policial utilizava a relação entre a distância percorrida e o que o ovo esteja em queda livre. Desprezando-se as forças
tempo gasto, para determinar a velocidade de um veículo. resistivas e considerando g = 10 m/s2
Cronometrava-se o tempo que um veículo levava para per-
correr a distância entre duas faixas fixas, cuja distância era
conhecida. A lombada eletrônica é um sistema muito preci-
so, porque a tecnologia elimina erros do operador. A dis-
tância entre os sensores é de 2 metros, e o tempo é medido
por um circuito eletrônico. O tempo mínimo, em segundos,
que o motorista deve gastar para passar pela lombada ele-
trônica, cujo limite é de 40 km/h, sem receber uma multa, é
de
 0,05.  1,2 m
 11,1.  1,8 m
 0,18.  2,4 m
 22,2.  3,2 m
 0,50.  3,6 m
Questão 05
O trem de passageiros da Estrada de Ferro Vitória-Minas
(EFVM), que circula diariamente entre a cidade de Caria-
cica, na Grande Vitória, e a capital mineira Belo Horizonte,
está utilizando uma nova tecnologia de frenagem eletrônica.
Com a tecnologia anterior, era preciso iniciar a frenagem
cerca de 400 metros antes da estação. Atualmente, essa
distância caiu para 250 metros, o que proporciona redução
no tempo de viagem. Considerando uma velocidade de 72
km/h, qual o módulo da diferença entre as acelerações de
frenagem depois e antes da adoção dessa tecnologia?
 0,08 m/s²
 0,30 m/s²
 1,10 m/s²
 1,60 m/s²
 3,90 m/s²

154
Questão 08 Questão 10
No período de estiagem, uma pequena pedra foi abandona- Uma esfera de aço de massa 200g desliza sobre uma mesa
da, a partir do repouso, do alto de uma ponte sobre uma plana com velocidade igual a 2 m/s. A mesa está a 1,8 m do
represa e verificou-se que demorou 2,0 s para atingir a solo. A que distância da mesa a esfera irá tocar o solo? Obs.:
superfície da água. Após um período de chuvas, outra pedra despreze o atrito.
idêntica foi abandonada do mesmo local, também a partir
do repouso e, desta vez, a pedra demorou 1,6 s para atingir
a superfície da água.

 1,25m
 0,5m
 0,75m
Considerando a aceleração gravitacional igual a 10 m/s2 e  1,0m
desprezando a existência de correntes de ar e a sua resis-  1,2m
tência, é correto afirmar que, entre as duas medidas, o nível Questão 11
da água da represa elevou-se: Em um jogo de futebol, o goleiro, para aproveitar um con-
 5,4 m tra-ataque, arremessa a bola no sentido do campo adversá-
 7,2 m. rio. Ela percorre, então, uma trajetória parabólica, conforme
 1,2 m. representado na figura, em 4 segundos.
 0,8 m.
 4,6 m.
Questão 09
Para deslocar tijolos, é comum vermos em obras de cons-
trução civil um operário no solo, lançando tijolos para outro
que se encontra postado no piso superior. Considerando o
lançamento vertical, a resistência do ar nula, a aceleração
da gravidade igual a 10 m/s² e a distância entre a mão do
lançador e a do receptor 3,2 m, determine a velocidade com Desprezando a resistência do ar e com base nas informa-
que cada tijolo deve ser lançado para que chegue às mãos ções apresentadas, podemos concluir que os módulos da
 
do receptor com velocidade nula. velocidade V , de lançamento, e da velocidade VH , na altura
 6 m/s
máxima, são, em metros por segundos, iguais a, respecti-
 8 m/s
vamente,
 9 m/s
Dados: sen  = 0,8; cos  = 0,6.
 10 m/s
 15 e 25.
 12 m/s
 15 e 50.
 25 e 15.
 25 e 25.
 25 e 50.

155
Questão 12 Questão 14
A figura foi extraída de um antigo jogo para computadores, Um pequeno motor a pilha é utilizado para movimentar um
chamado Bang! Bang! carrinho de brinquedo. Um sistema de engrenagens trans-
forma a velocidade de rotação desse motor na velocidade
de rotação adequada às rodas do carrinho. Esse sistema é
formado por quatro engrenagens, A, B, C e D, sendo que A
está presa ao eixo do motor, B e C estão presas a um segun-
do eixo e D a um terceiro eixo, no qual também estão presas
duas das quatro rodas do carrinho.

No jogo, dois competidores controlam os canhões A e B,


disparando balas alternadamente com o objetivo de atingir
o canhão do adversário; para isso, atribuem valores estima-
dos para o módulo da velocidade inicial de disparo v0 e para
Nessas condições, quando o motor girar com frequência fM,
o ângulo de disparo (θ). Em determinado momento de uma
as duas rodas do carrinho girarão com frequência fR. Sa-
partida, o competidor B deve disparar; ele sabe que a bala
bendo que as engrenagens A e C possuem 8 dentes, que as
disparada anteriormente, θ = 53°, passou tangenciando o
engrenagens B e D possuem 24 dentes, que não há escorre-
ponto P. No jogo, g é igual a 10 m/s2. Considere sen 53° =
gamento entre elas e que fM = 13,5 Hz, é correto afirmar que
0,8, cos 53° = 0,6 e desprezível a ação de forças dissipativas.
fR, em Hz, é igual a
Com base nas distâncias dadas e mantendo o último ângulo
 1,5.
de disparo, qual deveria ser, aproximadamente, o menor
 3,0.
valor de v0 que permitiria ao disparo efetuado pelo ca-
 2,0.
nhão B atingir o canhão A?
 1,0.
 30 m/s
 2,5.
 35 m/s
Questão 15
 40 m/s
 45 m/s Um barco se move com velocidade constante de 10 m/s em
 50 m/s relação à água, num local onde a correnteza tem velocidade
Questão 13 constante de 2 m/s, a favor do barco. Num determinado
momento, um dos ocupantes desse barco deixa cair uma
As bicicletas possuem uma corrente que liga uma coroa
garrafa e só dá pela sua falta 5 minutos mais tarde. Imedia-
dentada dianteira, movimentada pelos pedais, a uma coroa
tamente, joga âncora e resolve esperar que a própria cor-
localizada no eixo da roda traseira, como mostra a figura A.
renteza lhe traga a garrafa. No instante em que o barco
para, pode-se afirmar que a distância da garrafa ao barco e
o tempo gasto pela correnteza para trazê-la são, respecti-
vamente:
 3 000 m, 25 minutos
 3 000 m, 10 minutos
 3 000 m, 20 minutos
 2 400 m, 20 minutos
 2 400 m, 12 minutos
O número de voltas dadas pela roda traseira a cada pedala-
da depende do tamanho relativo destas coroas. Quando se
dá uma pedalada na bicicleta da figura B (isto é, quando a
coroa acionada pelos pedais dá uma volta completa), qual é
a distância aproximada percorrida pela bicicleta, sabendo-
se que o comprimento de um círculo de raio R é igual a 2πR,
onde π=3?
 1,2 m
 2,4 m
 7,2 m
 14,4 m
 48,0 m

156
Questão 16 Questão 18
Maria, após colocar ração para o peixe Beta do irmão, fica Suponha que um comerciante inescrupuloso aumente o
observando seu movimento no aquário e percebe que ele valor assinalado pela sua balança, empurrando sorrateira-
leva 5s para sair de sua posição e chegar onde está a ração. mente o prato para baixo com uma força de módulo F = 5,0
Tentando lembrar-se de seus estudos, cria um esquema do N, na direção e sentido indicados na figura.
aquário no instante em que o peixe começou seu movimen-
to (figura ao lado), desenhando sua trajetória (linha trace-
jada que liga o peixe a ração), e faz algumas afirmações.
Nesse sentido, julgue as afirmações da garota, marcando
com V as verdadeiras e com F as falsas.

Com essa prática, ele consegue fazer com que


uma mercadoria de massa 1,5 kg seja medida por es-
sa balança como se tivesse massa de: considere g = 10
m/s2 e sen37º = 0,6
 3,0 kg.
 2,4 kg.
( ) O espaço percorrido pelo peixe é numericamente igual  2,1 kg.
ao módulo de seu deslocamento.  1,8 kg.
( ) O deslocamento do peixe tem módulo de 26 cm.  1,7 kg.
( ) O peixe desenvolveu uma velocidade escalar média de Questão 19
5,2 cm/s.
Muitos carros modernos estão equipados com um sistema
( ) O peixe não realizou um MRU.
de frenagem intitulado ABS, que evita que o pneu deslize
( ) A pressão hidrostática sobre o peixe, no início do seu
quando os freios forem acionados. O sistema funciona atra-
movimento, é maior do que a pressão hidrostática so-
vés de um sensor que verifica, dezenas de vezes por segun-
bre a ração.
do, se a roda “travou”, ou seja, parou de girar. Se isso ocor-
A sequência correta, de cima para baixo, é:
rer, ele momentaneamente libera aquela roda da ação do
 V-V-F-F-V
freio, para só voltar a aplicá-lo quando a roda retomar seu
 F-F-V-V-V
movimento normal de rotação.
 V-V-V-F-F
Esse sistema garante frenagens mais seguras, e em espaço
 F-V-F-V–V
menor, porque:
Questão 17  quando a roda “trava”, há uma perda de energia mecâ-
Uma pessoa necessita da força de atrito em seus pés para se nica do sistema que deve ser evitada.
deslocar sobre uma superfície. Logo, uma pessoa que sobe  quando a roda “trava”, há um superaquecimento do
uma rampa em linha reta será auxiliada pela força de atrito sistema de freios que deve ser evitado.
exercida pelo chão em seus pés. Em relação ao movimento  a inércia do carro é maior com a roda “travada” do que
dessa pessoa, quais são a direção e o sentido da força de com a roda girando.
atrito mencionada no texto?  a dirigibilidade do carro é maior com a roda “travada”
 Perpendicular ao plano e no mesmo sentido do movi- do que com a roda girando.
mento.  o coeficiente de atrito estático é maior que o coeficien-
 Paralelo ao plano e no sentido contrário ao movimento. te de atrito cinético.
 Paralelo ao plano e no mesmo sentido do movimento.
 Horizontal e no mesmo sentido do movimento.
 Vertical e sentido para cima.

157
Questão 20 Questão 21
Um bloco A de massa igual a 1kg é mantido em repouso, em
contato com o teto de um apartamento, sob o efeito de uma
força F = 20N como ilustrado na figura a seguir. Sabendo-se
que N é a força de reação normal à superfície do teto, P é o
peso do bloco, e f é a força de atrito, qual o diagrama das
forças que atuam sobre o bloco A?

A figura representa em plano vertical um trecho dos trilhos


de uma montanha russa na qual um carrinho está prestes a
realizar uma curva. Despreze atritos, considere a massa
total dos ocupantes e do carrinho igual a 500 kg e a máxima
velocidade com que o carrinho consegue realizar a curva
 sem perder contato com os trilhos igual a 36 km/h. O raio
da curva, considerada circular, é, em metros, igual a: (g = 10
m/s2)
 3,6
 18
 1
 6
  10
 Questão 22
O Globo da Morte é um espetáculo circense capaz de provo-
car adrenalina, suspense e medo nos expectadores. Os glo-
bistas são motoqueiros que giram no interior do globo. Se
um globo da morte possui um diâmetro de 12,8 m, o módu-
lo da velocidade mínima com que o globista deverá percor-
rer a parte mais alta, sem cair, será de aproximadamente

 (assinale a alternativa correta): Dado: módulo da acelera-
ção da gravidade g = 10 m/s2.
 28,8 km/h.
 39,9 km/h.
 54,2 km/h.
 72,0 km/h.
Questão 23

 Um carro se desloca com velocidade de 72 km/h na Avenida


 Ceará. O motorista observa a presença de um radar a 300 m
e aciona imediatamente os freios. Ele passa pelo radar com
velocidade de 36 km/h. Considere a massa do carro igual a
1.000 kg. O módulo da intensidade do trabalho realizado
durante a frenagem, em kJ, vale:
 50
 100
  150
  200
 250

158
Questão 24 Questão 27
Um elevador tem uma placa de advertência com a seguinte Um pequeno bloco, de massa m = 0,5 kg, inicialmente em
expressão: “Carga máxima: 400 kg”. Considere a aceleração repouso no ponto A, é largado de uma altura h = 1,6 m. O
da gravidade igual a 10 m/s2. Suponha que esse elevador bloco desliza, sem atrito, ao longo de uma superfície e coli-
suba, com essa carga máxima, 10 m em 5 s. Calcule a míni- de, no ponto B, com uma mola de constante elástica k = 100
ma potência útil dos motores desse elevador em kW: N/m (veja a figura a seguir).
 1
 8
 4
 6
 2
Questão 25
O Brasil é um dos países de maior potencial hidráulico do
mundo, superado apenas pela China, pela Rússia e pelo
Congo. Esse potencial traduz a quantidade de energia apro- Determine a compressão máxima da mola, em cm.
veitável das águas dos rios por unidade de tempo. Conside-  0,2 cm
re que, por uma cachoeira no Rio São Francisco de altura h  0,4 cm
= 5 m, a água é escoada numa vazão Z = 5 m³/s. Qual é a  20 cm
expressão que representa a potência hídrica média teórica  40 cm
oferecida pela cachoeira, considerando que a água possui  60 cm
uma densidade absoluta d = 1000 kg/m³, que a aceleração Questão 28
da gravidade tem módulo g = 10 m/s² e que a velocidade da A relação entre calor e outras formas de energia foi objeto
água no início da queda é desprezível? de intensos estudos durante a Revolução Industrial, e uma
 0,25 MW experiência realizada, por James P. Joule foi imortalizada.
 0,50 MW Com ela, ficou demonstrado que o trabalho mecânico e o
 0,75 MW calor são duas formas diferentes de energia e que o traba-
 1,00 MW lho mecânico poderia ser convertido em energia térmica. A
 1,50 MW figura apresenta uma versão atualizada da máquina de
Questão 26 Joule. Um corpo de massa 2 kg é suspenso por um fio cuida-
Um esquiador de massa m = 70 kg parte do repouso no dosamente enrolado em um carretel, ligado ao eixo de um
ponto P e desce pela rampa mostrada na figura. Suponha gerador.
que as perdas de energia por atrito são desprezíveis e con-
sidere g = 10 m/s². A energia cinética e a velocidade do
esquiador quando ele passa pelo ponto Q, que está 5,0 m
abaixo do ponto P, são respectivamente.

O gerador converte a energia mecânica do corpo em elétrica


e alimenta um resistor imerso em um recipiente com água.
Suponha que, até que o corpo chegue ao solo, depois de
 50 J e 15 m/s. abandonado a partir do repouso, sejam transferidos para a
 350 J e 5,0 m/s. água 24 J de energia térmica. Sabendo que esse valor cor-
 700 J e 10 m/s. responde a 80% da energia mecânica, de qual altura em
 3,5 × 10³ J e 10 m/s. relação ao solo o corpo foi abandonado? Adote g = 10 m/s2.
 3,5 × 10³ J e 20 m/s.  1,0 m
 1,5 m
 2,0 m
 2,5 m
 3,0 m

159
Questão 29 Questão 31

O gráfico representa o movimento de um bloco de massa m Um balde de leite de 10 kg está em equilíbrio, como mostra
igual a 2,0kg. a figura abaixo. Quais os módulos das trações nos fios 1, 2 e
3? (Considere g = 10 m/s2)
/////////////////////////////////////////////////////////////////
30o 60
o

1 2

Considerando-se que a velocidade desse bloco, no ponto A,


te
é de vA = 10 m/s e que ele atinge uma altura máxima no Lei

ponto B, é correto afirmar que o trabalho por ele realizado


3
contra a força de atrito, durante a subida, em J, é igual a: (Dados: cos 60º = sen 30º = 1/2cos 30º = sen 60º = )
2
 10,0  T1 = 50 3N , T2 = 50N, T3 = 100N
 20,0
 T1 = 100N, T2 = 50N, T3 = 50 2N
 30,0
 40,0  T1 = 50N, T2 = 50 2N , T3 = 100N
 50,0  T1 = 50 2N , T2 = 50N, T3 = 100N
Questão 30  T1 = 50N, T2 = 50 3N , T3 = 100N

Para tentar vencer um desnível de 0,5 m entre duas calça- Questão 32


das planas e horizontais, mostradas na figura, um garoto de Para vencer o atrito e deslocar um grande contêiner C, na
50 kg, brincando com um skate (de massa desprezível), direção indicada, é necessária uma força F = 500N. Na ten-
impulsiona-se até adquirir uma energia cinética de 300 J. tativa de movê-lo, blocos de massa m = 15kg são pendura-
dos em um fio, que é esticado entre o contêiner e o ponto P
na parede, como na figura.

Desprezando-se quaisquer atritos e considerando-se g = 10


m/s², pode-se concluir que, com essa energia,
 não conseguirá vencer sequer metade do desnível
 conseguirá vencer metade do desnível.
 conseguirá ultrapassar metade do desnível, mas não
conseguirá vencê-lo totalmente.
Para movimentar o contêiner, é preciso pendurar no fio, no
 não só conseguirá vencer o desnível, como ainda lhe
mínimo,
sobrarão pouco menos de 30 J de energia cinética.
 1 bloco
 não só conseguirá vencer o desnível, como ainda lhe
 2 blocos
sobrarão mais de 30 J de energia cinética.
 3blocos
 4 blocos
 5 blocos

160
Questão 33 Questão 35
No sistema esquematizado na figura abaixo, o corpo A tem Uma gangorra de um parque de diversão tem três assentos
massa MA = 10,0 kg e repousa sobre uma superfície hori- de cada lado, igualmente espaçados um do outro, nos res-
zontal com atrito. pectivos lados da gangorra. Cinco assentos estão ocupados
por garotos cujas respectivas massas e posições estão indi-
cadas na figura.

Assinale a alternativa que contém o valor da massa, em kg,


que deve ter o sexto ocupante para que a gangorra fique em
Sabendo-se que MB = 2,0 kg é o maior valor da massa do
equilíbrio horizontal.
corpo B que o sistema pode suportar ainda em equilíbrio,
 25
então o coeficiente de atrito estático entre a superfície e o
 29
corpo A vale:
 35
 0,10
 50
 0,20
 55
 0,30
 0,40 Questão 36
 0,50 Um "designer" projeta um móbile usando três hastes rígi-
Questão 34 das de pesos desprezíveis, interligadas por fios ideais, e
Em um experimento, um professor levou para a sala de aula quatro bonequinhos, conforme a figura anterior. Cada haste
um saco de arroz, um pedaço de madeira triangular e uma tem 15cm de comprimento. Para que o conjunto permaneça
barra de ferro cilíndrica e homogênea. Ele propôs que fizes- em equilíbrio, com as hastes na horizontal, a massa do bo-
sem a medição da massa da barra utilizando esses objetos. nequinho X deverá ser?
Para isso, os alunos fizeram marcações na barra, dividindo-
a em oito partes iguais, e em seguida apoiaram-na sobre a
base triangular, com o saco de arroz pendurado em uma de
suas extremidades, até atingir a situação de equilíbrio.

 45 g
 90 g
 135 g
Nessa situação, qual foi a massa da barra obtida pelos alu-  180 g
nos?  210 g
 3,00 kg
 3,75 kg
 5,00 kg
 6,00 kg
 15,00 kg

161
Questão 37

Uma barra homogênea de peso igual a 50 N está em repou-


so na horizontal. Ela está apoiada em seus extremos nos
pontos A e B, que estão distanciados de 2 m. Uma esfera Q
de peso 80 N é colocada sobre a barra, a uma distância de
40 cm do ponto A, conforme representado no desenho
abaixo:

A balança representada está em equilíbrio, pois o produto


da massa do massor pela distância que o separa do ponto P
A intensidade da força de reação do apoio sobre a barra no
é igual ao produto da massa que se deseja medir pela dis-
ponto B é de
tância que separa o ponto em que os cordames do prato são
 32 N
amarrados na haste até o ponto P. Considere que no prato
 41 N
dessa balança haja 3 kg de mandiocas e que essa balança
 75 N
tenha um massor de 0,6 kg. Para que se atinja o equilíbrio, a
 82 N
distância d do massor em relação ao ponto P deverá ser, em
 130 N
cm:
Questão 38
 16
Retirar a roda de um carro é uma tarefa facilitada por al-  20
gumas características da ferramenta utilizada, habitualmen-  24
te denominada chave de roda.  36
 40
Questão 40
A aplicação da chamada “lei seca” diminuiu significativa-
mente o percentual de acidentes de trânsito em todo o país.
Tentando chamar a atenção dos seus alunos para as conse-
quências dos acidentes de trânsito, um professor de Física
As figuras representam alguns modelos de chaves de roda:
solicitou que considerassem um automóvel de massa 1000
Em condições usuais, qual desses modelos permite a retira-
kg e velocidade igual a 54 km/h, colidindo com uma parede
da da roda com mais facilidade?
rígida. Supondo que ele atinge o repouso em um intervalo
 1, em função de o momento da força ser menor.
de tempo de 0,50 s, determine a força média que a parede
 1, em função da ação de um binário de forças.
exerce sobre o automóvel durante a colisão.
 2, em função de o braço da força aplicada ser maior.
 1,0 × 104 N
 3, em função de o braço da força aplicada poder variar.
 2,0 × 104 N
 3, em função de o momento da força produzida ser
 3,0 × 104 N
maior.
 4,0 × 104 N
Questão 39
 5,0 × 104 N
Você já deve ter visto em seu bairro pessoas que vieram
diretamente da roça e, munidas de carrinhos de mão e uma
simples balança, vendem mandiocas de casa em casa. A
balança mais usada nessas situações é a apresentada na
figura a seguir

162
Questão 41 Questão 43
Para a gravação de um filme, um dublê de massa 80Kg se Uma granada é lançada obliquamente e atinge o ponto mais
encontra no alto de uma sacada segurando uma corda que alto de sua trajetória parabólica com velocidade v. Exata-
está presa ao teto. Esse dublê irá se pendurar na corda e mente nesse ponto, ela explode e fragmenta-se em dois
desenvolver um movimento de pêndulo até atingir outro pedaços idênticos, A e B. Imediatamente após a explosão, o
homem, de massa 90Kg, que está de pé em repouso sobre o fragmento B é arremessado para frente com velocidade de
solo. Após o impacto, que ocorre no ponto mais baixo da módulo 3v, conforme a figura.
trajetória do dublê, os dois se manterão unidos e deslizarão
pelo chão. Considerando-se que o deslocamento vertical do
dublê durante seu movimento pendurado à corda seja igual
a 5m e ainda, adotando-se 10m/s2 para aceleração gravita-
cional, o valor da velocidade do movimento dos homens
após o impacto é, APROXIMADAMENTE, igual a:
 4,7 m/s
 5,6 m/s
 3,9 m/s Desprezando a resistência do ar, imediatamente após a
 6,1 m/s explosão, o fragmento A
 6,8 m/s  é arremessado para trás com velocidade de módulo 3v.
Questão 42  continua movimentando-se para frente, com velocida-
Para exercitar sua pontaria, Guilherme lança uma pequena v
de de módulo .
seta de 50 g tentando acertar uma maçã apoiada na cabeça 3
de um boneco, ambos em repouso em relação ao solo. A  continua movimentando-se para frente, com velocida-
seta atinge a maçã e permanece presa a ela, constituindo v
de de módulo .
um sistema que passa a se mover com velocidade de 1,25 2
m/s, como representado na figura.  para e, em seguida, cai verticalmente.
 é arremessado para trás com velocidade de módulo v.
Questão 44
Dois carrinhos de mesma massa estão numa superfície
horizontal, um com velocidade de 4,0 m/s e o outro parado.
Em determinado instante, o carrinho em movimento se
choca com aquele que está parado. Após o choque, seguem
grudados e sobem uma rampa até pararem num ponto de
Sabendo que a maçã tem 150 g de massa e desprezando o altura H.
atrito, a velocidade da seta imediatamente antes de atingir a
maçã era de
 2,0 m/s.
 2,5 m/s.
 4,5 m/s.
 5,0 m/s.
 3,0 m/s. Adotando g = 10 m/s² e considerando desprezíveis as for-
ças não-conservativas sobre os carrinhos, a altura h é um
valor, em cm, igual a:
 2,5
 5,0
 10
 20
 25

163
Questão 45 Questão 47
A Figura 1 mostra um projétil de massa 20 g se aproximan- Um garoto brincando de bola de gude com seu colega exe-
do com uma velocidade constante V de um bloco de madei- cutou uma jogada e percebeu que, ao lançar sua bola A, com
ra de 2,48 kg que repousa na extremidade de uma mesa de certa velocidade VA contra a bola B de seu colega, a qual se
1,25 m de altura. O projétil atinge o bloco e permanece pre- encontrava em repouso, o seguinte fenômeno aconteceu
so a ele. Após a colisão, ambos caem e atingem a superfície imediatamente após a colisão entre as bolas: a bola A ficou
a uma distância horizontal de 2,0 m da extremidade da parada, enquanto a bola B adquiriu uma velocidade igual a
mesa, conforme mostra a Figura 1. Despreze o atrito entre o VA (velocidade da bola A), antes da colisão.
bloco de madeira e a mesa.

Esta situação pode ser representada através da figura abai-


xo, sendo I, a situação antes das bolas colidirem e II a situa-
Assinale a alternativa que contém o valor da velocidade V ção após a colisão.
do projétil antes da colisão.
 0,50 km/s
 1,00 km/s
 1,50 km/s Considerando que esta observação só seria possível num
 0,10 km/s plano horizontal e sem atrito, é correto afirmar que
 0,004 km/s  a colisão mostrada é inelástica.
Questão 46  a energia cinética não se conservou.
Um motorista atendeu a uma ligação enquanto dirigia seu  a massa da bola A é maior que a massa da bola
automóvel, utilizando o telefone celular. A perda de concen- B.
tração momentânea ocasionada por esse ato durou 2 s,  a quantidade de movimento se conservou.
tempo suficiente para o automóvel percorrer 30 m, com  a quantidade de movimento não se conservou.
velocidade constante. Após esse intervalo de tempo, o au- Questão 48
tomóvel colidiu com um caminhão que estava parado logo à
A esfera A, com velocidade 6,0 m/s, colide com a esfera B,
sua frente, de tal forma que, após a colisão, os dois veículos
em repouso, como mostra a figura anterior. Após a colisão
ficaram atrelados. Admitindo que a massa do automóvel
as esferas se movimentam com a mesma direção e sentido,
seja de 1000 kg e que a massa do caminhão seja de 4000 kg,
passando a ser a velocidade da esfera A 4,0 m/s e a da esfe-
a velocidade do sistema formado pelos dois veículos, logo
ra B, 6,0 m/s. Considerando mA a massa da esfera A e mB a
após a colisão, em m/s, foi igual a:
massa da esfera B, assinale a razão mA/mB e o coeficiente de
 1
restituição do choque:
 2
 3
 4
 5

 3 e 5/3
 2 e 4/5
 3 e 1/3
 4 e 2/3
 5 e 4/3

164
Questão 49 Questão 02

Durante um reparo na estação espacial internacional, um


cosmonauta, de massa substitui uma bomba do sistema de
refrigeração, de massa que estava danificada. Inicialmente,
o cosmonauta e a bomba estão em repouso em relação à
estação. Quando ele empurra a bomba para o espaço, ele é
empurrado no sentido oposto. Nesse processo, a bomba
adquire uma velocidade de em relação à estação. Qual é o
valor da velocidade escalar adquirida pelo cosmonauta, em
relação à estação, após o empurrão?
 0,05 m/s
 0,20 m/s
 0,40 m/s
 0,50 m/s
 0,80 m/s
Questão 50
Em qualquer obra de construção civil é fundamental a utili- Por qual motivo ocorre a eletrização ilustrada na tirinha?
zação de equipamentos de proteção individual, tal como  Troca de átomos entre a calça e os pelos do gato.
capacetes. Por exemplo, a queda livre de um tijolo de massa  Diminuição do número de prótons nos pelos do gato.
2,5 kg de uma altura de 5 m, cujo impacto contra um capa-  Criação de novas partículas eletrizadas nos pelos do
cete pode durar até 0,5 s, resulta em uma força impulsiva gato.
média maior do que o peso do tijolo. Suponha que a acele-  Movimentação de elétrons entre a calça e os pelos do
ração gravitacional seja 10 m s−2 e que o efeito de resistên- gato.
cia do ar seja desprezível. A força impulsiva média gerada  Repulsão entre partículas elétricas da calça e dos pelos
por esse impacto equivale ao peso de quantos tijolos iguais? do gato.
 2 Questão 03
 5
 10 O desfibrilador salva vidas de pessoas que são acometidas
 20 por ataques cardíacos ou arritmias. Ele dispõe de um capa-
 50 citor que pode ser carregado por uma fonte com uma alta
tensão. Usando o desfibrilador, pode-se fornecer energia ao
FÍSICA – PARTE II
coração, por meio de um choque elétrico, para que ele volte
Questão 01 a pulsar novamente em seu ritmo normal. Um socorrista
dispõe de um desfibrilador com capacitor de 70 microfa-
Há muitos mitos em relação a como se proteger de raios,
rads que pode armazenar cerca de 220 J de energia, quando
cobrir espelhos e não pegar em facas, garfos e outros obje-
conectado a uma tensão de 2 500 V.
tos metálicos, por exemplo. Mas, de fato, se houver uma
O valor da carga armazenada por esse desfibrilador,
tempestade com raios, alguns cuidados são importantes,
em coulomb, é de
como evitar ambientes abertos. Um bom abrigo para prote-
 0,015.
ção é o interior de um automóvel, desde que este não seja
 0,088.
conversível.
 0,175.
Qual o motivo físico da proteção fornecida pelos automó-
 3,15.
veis, conforme citado no texto?
 11,4.
 Isolamento elétrico dos pneus.
 Efeito de para-raios da antena.
 Blindagem pela carcaça metálica.
 Escoamento da água pela lataria.
 Aterramento pelo fio terra da bateria.

165
Questão 04
Um pente plástico é atritado com papel toalha seco. A seguir
ele é aproximado de pedaços de papel que estavam sobre a
mesa. Observa-se que os pedaços de papel são atraídos e
acabam grudados ao pente, como mostra a figura.

O garoto fez cinco circuitos elétricos usando os dois inter-


ruptores, mas apenas um satisfaz a sua necessidade. Esse
circuito é representado por

Nessa situação, a movimentação dos pedaços de papel


até o pente é explicada pelo fato de os papeizinhos 
 serem influenciados pela força de atrito que ficou reti-
da no pente.
 serem influenciados pela força de resistência do ar em
movimento.  
 experimentarem um campo elétrico capaz de exercer
forças elétricas.

 experimentarem um campo magnético capaz de exer-
cer forças magnéticas.
 possuírem carga elétrica que permite serem atraídos
ou repelidos pelo pente.
Questão 05
 
Carros elétricos estão cada vez mais baratos, no entanto, os
órgãos governamentais e a indústria se preocupam com o 
tempo de recarga das baterias, que é muito mais lento
quando comparado ao tempo gasto para encher o tanque de
combustível. Portanto, os usuários de transporte individual
precisam se conscientizar dos ganhos ambientais dessa
mudança e planejar com antecedência seus percursos, pen-  
sando em pausas necessárias para recargas.
Após realizar um percurso de 110 km, um motorista pre- 
tende recarregar as baterias de seu carro elétrico, que tem
um desempenho médio de 5,0 km/kWh, usando um carre-
gador ideal que opera a uma tensão de 220 V e é percorrido
por uma corrente de 20 A.
Quantas horas são necessárias para recarregar a energia  
utilizada nesse percurso?
 0,005 
 0,125
 2,5
 5,0
 8,0
 
Questão 06

Um garoto precisa montar um circuito que acenda três


lâmpadas de cores diferentes, uma de cada vez. Ele dispõe
das lâmpadas, de fios, uma bateria e dois interruptores,
como ilustrado, junto com seu símbolo de três pontos.
Quando esse interruptor fecha AB, abre BC e vice-versa.

166
Questão 07 Questão 08

É possível ligar aparelhos elétricos de baixa corrente utili- Buscando conhecer as informações técnicas de um ferro
zando materiais comuns de laboratório no lugar das tradi- elétrico para avaliar o consumo de energia, um estudante
cionais pilhas. A ilustração apresenta uma montagem que identifica algumas informações desse eletrodoméstico for-
faz funcionar um cronômetro digital. necidas pelo fabricante, como mostra a figura.

Utilizando a representação de projetos elétricos, o cir-


cuito equivalente a esse sistema é
Sabe-se que esse aparelho é utilizado, em média, 30 minu-
tos por dia, durante 30 dias.
Qual é o valor mais próximo do consumo mensal de energia
desse eletrodoméstico, em kWh?
  0,87
 1,73
 3,45
 11,3
   22,5

 

 

 

167
Questão 09 Questão 10
Baterias são dispositivos que acumulam energia e estão No manual de instruções de um conjunto de 30 lâmpadas
presentes em inúmeros aparelhos portáteis. Uma bateria idênticas, usadas para enfeite, está especificado que o con-
ideal não possui resistência interna. Entretanto, baterias junto deve ser ligado em uma rede elétrica de 120 V resul-
reais apresentam resistência interna disponibilizando uma tando em uma corrente total de 4,5 A. No entanto, o manual
tensão efetiva V inferior à sua tensão nominal  , conforme não informa a potência nominal de cada lâmpada para a
a figura. Uma vez que se sabe o valor da tensão nominal da aquisição de lâmpadas individuais de reposição em caso de
bateria, determina-se sua carga pelo conhecimento da cor- queima. Depois de ligar o conjunto, percebe-se que, ao reti-
rente i enquanto está conectada a um circuito de resistência rar qualquer lâmpada, um terço das demais não acende.
R, de tensão efetiva V, e da resistência interna r da bateria. Qual a potência nominal de cada lâmpada?
 4W
 18 W
 55 W
 180 W
 540 W
Questão 11
O adaptador de tomada tipo T (Figura 1) é um acessório
utilizado em domicílios para ligar vários aparelhos eletro-
domésticos em uma única tomada. Conectar três aparelhos
De posse de um voltímetro , de um amperímetro e de alta potência em um mesmo adaptador pode superaque-
de uma resistência-teste R, a configuração adequada para cê-lo e, consequentemente, provocar um incêndio. O circui-
avaliar a carga da bateria é: to da Figura 2A representa um aparelho de resistência elé-
trica R ligado ao adaptador de resistência elétrica r. Na
Figura 2B está representado um circuito com três aparelhos

de resistência elétrica R ligados ao mesmo adaptador. Em
ambos os circuitos, os pontos C e D são os terminais de uma
  mesma tomada elétrica. Considere todos os resistores ôh-
 micos.

 

 
Figura 1

 

  Figura 2
Comparando-se a Figura 2B com a Figura 2A, verifica-se
que o possível superaquecimento do adaptador de tomada
acontece em decorrência do aumento da
 tensão em R.
 corrente em R.
 tensão entre C e D.
 corrente entre C e D.
 resistência equivalente entre C e D.

168
Questão 12 Questão 14
Ao dimensionar circuitos elétricos residenciais, é recomen-
Uma casa tem um cabo elétrico mal dimensionado, de resis-
dado utilizar adequadamente bitolas dos fios condutores e
tência igual a 10  , que a conecta à rede elétrica de 120 V.
disjuntores, de acordo com a intensidade de corrente elétri-
Nessa casa, cinco lâmpadas, de resistência igual a 200  ,
ca demandada. Esse procedimento é recomendado para
estão conectadas ao mesmo circuito que uma televisão de
evitar acidentes na rede elétrica. No quadro é especificada a
resistência igual a 50  , conforme ilustrado no esquema. A
associação para três circuitos distintos de uma residência,
televisão funciona apenas com tensão entre 90 V e 130 V.
relacionando tensão no circuito, bitolas de fios condutores e
a intensidade de corrente elétrica máxima suportada pelo
disjuntor.

O número máximo de lâmpadas que podem ser ligadas sem


que a televisão pare de funcionar é: Com base no dimensionamento do circuito residencial,
 1. em qual(is) do(s) circuito(s) o(s) equipamento(s)
 2. é(estão) ligado(s) adequadamente?
 3.  Apenas no Circuito 1.
 4.  Apenas no Circuito 2.
 5.  Apenas no Circuito 3.
Questão 13  Apenas nos Circuitos 1 e 2.
Com o avanço das multifunções dos dispositivos eletrônicos  Apenas nos Circuitos 2 e 3.
portáteis, como os smartphones, o gerenciamento da dura-
ção da bateria desses equipamentos torna-se cada vez mais Questão 15
crítico. O manual de um telefone celular diz que a quantida- Fusível é um dispositivo de proteção contra sobrecorrente
de de carga fornecida pela sua bateria é de 1 500 mAh. em circuitos. Quando a corrente que passa por esse compo-
A quantidade de carga fornecida por essa bateria, em cou- nente elétrico é maior que sua máxima corrente nominal, o
lomb, é de fusível queima. Dessa forma, evita que a corrente elevada
 90. danifique os aparelhos do circuito. Suponha que o circuito
 1 500. elétrico mostrado seja alimentado por uma fonte de tensão
 5 400. U e que o fusível suporte uma corrente nominal de 500 mA.
 90 000.
 5 400 000.

Qual é o máximo valor da tensão U para que o fusível não


queime?
 20 V
 40 V
 60 V
 120 V
 185 V

169
Questão 16 Questão 18
No manual fornecido pelo fabricante de uma ducha elétrica As lâmpadas econômicas transformam 80% da energia
de 220 V é apresentado um gráfico com a variação da tem- elétrica consumida em luz e dissipam os 20% restantes em
peratura da água em função da vazão para três condições forma de calor. Já as incandescentes transformam 20% da
(morno, quente e superquente). Na condição superquente, a energia elétrica consumida em luz e dissipam o restante em
potência dissipada é de 6 500 W. Considere o calor específi- forma de calor. Assim, quando dias dessas lâmpadas possu-
co da água igual a 4 200 J/(kg ºC) e densidade da água igual em luminosidades equivalentes, a econômica apresenta
a 1 kg/L. uma potência igual a um quarto da potência da incandes-
cente.
Quando uma lâmpada incandescente de 60 W é substituída
por uma econômica de mesma luminosidade, deixa-se de
transferir para o ambiente, a cada segundo, uma quantidade
de calor, em joule, igual a
 3.
 12.
 15.
 45.
Com base nas informações dadas, a potência na condição  48.
morno corresponde a que fração da potência na condição
Questão 19
superquente?
1
  Uma lâmpada LED (diodo emissor de luz), que funciona
3
1 com 12 V e corrente contínua de 0,45 A, produz a mesma
  quantidade de luz que uma lâmpada incandescente de 60 W
5
3 de potência.
  Qual é o valor da redução da potência consumida ao se
5
3 substituir a lâmpada incandescente pela de LED?
 
8  54,6 W
5  27,0 W
 
8  26,6 W
 5,4 W
Questão 17
 5,0 W
A capacidade de uma bateria com acumuladores, tal como a
usada no sistema elétrico de um automóvel, é especificada
em ampère-hora (Ah). Uma bateria de 12 V e 100 Ah forne-
ce 12 J para cada coulomb de carga que flui através dela.
Se um gerador, de resistência interna desprezível, que for-
nece uma potência elétrica média igual a 600 W, fosse co-
nectado aos terminais da bateria descrita, quanto tempo ele
levaria para recarregá-la completamente?
 0,5 h
 2h
 12 h
 50 h
 100 h

170

Questão 20
Questão 21
Um estudante, precisando instalar um computador, um
Um sistema de iluminação foi construído com um circuito
monitor e uma lâmpada em seu quarto, verificou que preci-
de três lâmpadas iguais conectadas a um gerador (G) de
saria fazer a instalação de duas tomadas e um interruptor
tensão constante. Esse gerador possui uma chave que pode
na rede elétrica. Decidiu esboçar com antecedência o es-
ser ligada nas posições A ou B.
quema elétrico.
“O circuito deve ser tal que as tomadas e a lâmpada devem
estar submetidas à tensão nominal da rede elétrica e a lâm-
pada deve poder ser ligada ou desligada por um interruptor
sem afetar os outros dispositivos” – pensou.
Símbolos adotados:

Qual dos circuitos esboçados atende às exigências?


Considerando o funcionamento do circuito dado, a lâmpada
1 brilhará mais quando a chave estiver na posição
 
 B, pois a corrente será maior nesse caso.
 B, pois a potência total será maior nesse caso.
  A, pois a resistência equivalente será menor nesse ca-
so.
   B, pois o gerador fornecerá uma maior tensão nesse
caso.
  A, pois a potência dissipada pelo gerador será menor
nesse caso.
  Questão 22
Recentemente foram obtidos os fios de cobre mais finos
 possíveis, contendo apenas um átomo de espessura, que
podem, futuramente, ser utilizados em microprocessadores.
  O chamado nanofio, representado na figura, pode ser apro-
ximado por um pequeno cilindro de comprimento 0,5 nm
(1nm = 10–9 m). A seção reta de um átomo de cobre é 0,05

nm2 e a resistividade do cobre é 17 nm. Um engenheiro
  precisa estimar se seria possível introduzir esses nanofios
 nos microprocessadores atuais.








 Um nanofio utilizando as aproximações propostas possui
 resistência elétrica de


  170 n.
  0,17 .
  1,7 .

  17 .
  170 .


171
Questão 23
Questão 24
Fusíveis são dispositivos de proteção de um circuito elétri-
Duas esferas carregadas com cargas iguais em módulo e
co, sensíveis ao excesso de corrente elétrica. Os modelos
sinais contrários estão ligadas por uma haste rígida isolante
mais simples consistem de um filamento metálico de baixo
na forma de haltere. O sistema se movimenta sob ação da
ponto de fusão, que se funde quando a corrente ultrapassa
gravidade numa região que tem um campo magnético hori-
determinado valor, evitando que as demais partes do circui-
to sejam danificadas. A figura mostra um diagrama de um zontal uniforme ( B ) , da esquerda para a direita. A imagem
circuito em que o fusível F protege um resistor R de 12 , apresenta o sistema visto de cima para baixo, no mesmo
uma lâmpada L de 6 W e um alto-falante que conduz 1 A. sentido da aceleração da gravidade ( g ) que atua na região.

Sabendo que esse fusível foi projetado para trabalhar com


uma corrente até 20% maior que a corrente nominal que
atravessa esse circuito, qual é o valor, em ampères, da cor-
rente máxima que o fusível F permite passar? Visto de cima, o diagrama esquemático das forças magnéti-
 1,0 cas que atuam no sistema, no momento inicial em que as
 1,5 cargas penetram na região de campo magnético, está repre-
 2,0 sentado em
 2,5
 3,0

 

 

 


 

 

















172
Questão 25 A massa do íon medida por esse dispositivo será
qBt
Em uma usina geradora de energia elétrica, seja através de  
2N
uma queda-d’água ou através de vapor sob pressão, as pás
qBt
do gerador são postas a girar. O movimento relativo de um  
N
ímã em relação a um conjunto de bobinas produz um fluxo
2qBt
magnético variável através delas, gerando uma diferença de  
N
potencial em seus terminais. Durante o funcionamento de
qBt
um dos geradores, o operador da usina percebeu que houve  
N
um aumento inesperado da diferença de potencial elétrico 2qBt
nos terminais das bobinas.  
N
Nessa situação, o aumento do módulo da diferença de po-
Questão 27
tencial obtida nos terminais das bobinas resulta do aumen-
to do(a) A tecnologia de comunicação da etiqueta RFID (chamada de
 intervalo de tempo em que as bobinas ficam imersas etiqueta inteligente) é usada há anos para rastrear gado,
no campo magnético externo, por meio de uma dimi- vagões de trem, bagagem aérea e carros nos pedágios. Um
nuição de velocidade no eixo de rotação do gerador. modelo mais barato dessas etiquetas pode funcionar sem
 fluxo magnético através das bobinas, por meio de um baterias e é constituído por três componentes: um micro-
aumento em sua área interna exposta ao campo mag- processador de silício; uma bobina de metal, feita de cobre
nético aplicado. ou de alumínio, que é enrolada em um padrão circular; e um
 intensidade do campo magnético no qual as bobinas encapsulador, que é um material de vidro ou polímero en-
estão imersas, por meio de aplicação de campos mag- volvendo o microprocessador e a bobina. Na presença de
néticos mais intensos. um campo de radiofrequência gerado pelo leitor, a etiqueta
 rapidez com que o fluxo magnético varia através das transmite sinais. A distância de leitura é determinada pelo
bobinas, por meio de um aumento em sua velocidade tamanho da bobina e pela potência da onda de rádio emiti-
angular. da pelo leitor.
 resistência interna do condutor que constitui as bobi- A etiqueta funciona sem pilhas porque o campo
nas, por meio de um aumento na espessura dos termi-  elétrico da onda de rádio agita elétrons da bobina.
nais.  elétrico da onda de rádio cria uma tensão na bobina.
Questão 26  magnético da onda de rádio induz corrente na bobina.
 magnético da onda de rádio aquece os fios da bobina.
O espectrômetro de massa de tempo de voo é um dispositi-
 magnético da onda de rádio diminui a ressonância no
vo utilizado para medir a massa de íons. Nele, um íon de
interior da bobina.
carga elétrica q é lançado em uma região de campo magné-
 Questão 28
tico constante B , descrevendo uma trajetória helicoidal,
conforme a figura. Essa trajetória é formada pela composi- Um guindaste eletromagnético de um ferro-velho é capaz
ção de um movimento circular uniforme no plano yz e uma de levantar toneladas de sucata, dependendo da intensida-
translação ao longo do eixo x. A vantagem desse dispositivo de da indução magnética em seu eletroímã. O eletroímã é
é que a velocidade angular do movimento helicoidal do íon um dispositivo que utiliza corrente elétrica para gerar um
é independente de sua velocidade inicial. O dispositivo en- campo magnético, sendo geralmente construído enrolando-
tão mede o tempo t de voo para N voltas do íon. Logo, com se um fio condutor ao redor de um núcleo de material fer-
base nos valores q, B, N e t, pode-se determinar a massa do romagnético (ferro, aço, níquel, cobalto).
íon. Para aumentar a capacidade de carga do guindaste,
qual característica do eletroímã pode ser reduzida?
 Diâmetro do fio condutor.
 Distância entre as espiras.
 Densidade linear de espiras.
 Corrente que circula pelo fio.
 Permeabilidade relativa do núcleo.

173
Questão 29 Questão 30

O funcionamento dos geradores de usinas elétricas baseia- Desenvolve-se um dispositivo para abrir automaticamente
se no fenômeno da indução eletromagnética, descoberto uma porta no qual um botão, quando acionado, faz com que
por Michael Faraday no século XIX. Pode-se observar esse uma corrente elétrica i = 6A percorra uma barra condutora
fenômeno ao se movimentar um ímã e uma espira em sen- de comprimento L = 5cm, cujo ponto médio está preso a
tidos opostos com módulo da velocidade igual a v, induzin- uma mola de constante elástica k = 5 x 10–2N/cm. O sistema
do uma corrente elétrica de intensidade i, como ilustrado mola-condutor está imerso em um campo magnético uni-
na figura. forme perpendicular ao plano. Quando acionado o botão, a
barra sairá da posição do equilíbrio a uma velocidade mé-
dia de 5m/s e atingirá a catraca em 6 milisegundos, abrindo
a porta.

A fim de se obter uma corrente com o mesmo sentido da


apresentada na figura, utilizando os mesmos materiais,
outra possibilidade é mover a espira para a
 esquerda e o ímã para a direita com polaridade inver-
tida. A intensidade do campo magnético, para que o dispositivo
 direita e o ímã para a esquerda com polaridade inver- funcione corretamente, é de
tida.  5 x 10–1T.
 esquerda e o ímã para a esquerda com mesma polari-  5 x 10–2T.
dade.  5 x 101T.
 direita e manter o ímã em repouso com polaridade in-  2 x 10–2T.
vertida.  2 x 100T.
 esquerda e manter o ímã em repouso com mesma po-
laridade.

174
Questão 03
FÍSICA – PARTE III
Uma certa quantidade de água contida em um recipiente é
Questão 01 aquecida a partir da chama de um fogão a gás liquefeito de
No projeto de uma usina deseja-se utilizar um eixo que seja petróleo (GLP), popularmente conhecido como gás de cozi-
capaz de suportar grandes variações de temperatura. Para nha. Quando queimado em fogo baixo, em um fogão con-
isso, foram construídos e testados 6 eixos, de diferentes vencional, esse gás apresenta um consumo de 0,2 kg por
materiais, indicados no gráfico, possuindo 20,00 cm de hora, com uma capacidade de transferência de 11.000
comprimento cada, à temperatura de 300 K. Como requisi- kcal/kg. Considerando o calor específico da água igual a
to, o eixo a ser escolhido não pode sofrer uma dilatação, em 1 cal g C e que 80% da energia da chama é transferida
comprimento, maior que 0,025 cm, dada uma variação de para esse líquido, a massa de água aquecida em 50 °C, após
temperatura de 100 K. O gráfico representa o comprimento 30 min de exposição à chama, corresponde, em kg, a
total dos eixos em função da temperatura a que estão sub-  17,6.
metidos.  22.
 35,2.
 44.
Questão 04
Após o processo de usinagem, uma peça de alumínio com
massa de 500 g atinge a temperatura de 80 °C. Para ser
manuseada, essa peça é imediatamente imersa em um reci-
piente que contém 1000 g de água a 22,2 °C. Sabe-se que o
calor específico da água é igual a 1,00cal g C e o do alu-
mínio, a 0,22cal g C. Admita que só ocorra troca de calor
entre a peça e a água.
Nessas condições, a temperatura de equilíbrio térmico, em
 O eixo feito de qual material, dentre os apresentados no °C, é aproximadamente igual a:
gráfico, possui a dilatação linear mais próxima, porém in-  25
ferior ao limite estabelecido para a utilização na usina?  28
Quanto vale, aproximadamente, seu coeficiente de dilata-  31
 34
ção linear, em K −1 ?
 Se um eixo de 600 g, feito de um material cujo calor es- Questão 05
pecífico é igual a 0,1 cal (g  C), for aquecido por uma São de 100 Hz e 125 Hz, respectivamente, as frequências de
fonte de calor a uma taxa de 30cal s sem se fundir, qual duas harmônicas adjacentes de uma onda estacionária no
será a taxa, em  C s, com que sua temperatura variará? trecho horizontal de um cabo esticado, de comprimento ℓ =
2 m e densidade linear de massa igual a 10 g/m (veja figu-
Quanto tempo, em segundos, é necessário para que sua
ra).
temperatura seja elevada em 100C ?

Questão 02

Deseja-se transformar uma determinada massa M de gelo


mantida a –10°C totalmente em água a 10°C. Para a realiza-
ção desse processo, de forma integral, são necessários 95
cal. Sabendo-se que o calor de fusão do gelo vale 80 cal/g, o
calor específico do gelo é de 0,5 cal (g  C) e o calor espe-
cífico da água é de 1 cal (g  C), a massa M do gelo, em
gramas, é igual a
 1. Considerando a aceleração da gravidade g = 10 m/s 2, a
 19/17. massa do bloco suspenso deve ser de
 9,5.  10 kg
 19/18.  16 kg
 60 kg
 102 kg
 104 kg

175
Questão 06 Questão 08
A bateria é o coração de uma agremiação e sustenta com INSTRUÇÃO: Responder à questão relacionando o fenôme-
vigor a cadência indispensável para o desenvolvimento do no ondulatório da coluna A com a situação descrita na colu-
desfile de Carnaval. O canto e a dança se apóiam no ritmo na B, numerando os parênteses.
da bateria que reúne diversos tipos de instrumentos - sur- Coluna A
do, caixa de guerra, repique, chocalho, tamborim, cuíca, 1 – Reflexão
agogô, reco-reco, pandeiro e prato - de sons graves e agu- 2 – Refração
dos, que dão estrutura ao ritmo. 3 – Ressonância
As qualidades fisiológicas do som estão relacionadas com as 4 – Efeito Doppler
sensações produzidas em nossos ouvidos. Essas qualidades Coluna B
são: ( ) Um peixe visto da margem de um rio parece estar a
 a altura, a velocidade e o meio de propagação. uma profundidade menor do que realmente está.
 a intensidade, a altura e o timbre. ( ) Uma pessoa empurra periodicamente uma criança
 a velocidade, o timbre e a amplitude. num balanço de modo que o balanço atinja alturas
 o timbre, a frequência e o eco. cada vez maiores.
 o eco, a velocidade e a intensidade. ( ) Os morcegos conseguem localizar obstáculos e suas
Questão 07 presas, mesmo no escuro.
( ) O som de uma sirene ligada parece mais agudo quan-
O eco é o fenômeno que ocorre quando um som emitido e
do a sirene está se aproximando do observador.
seu reflexo em um anteparo são percebidos por uma pessoa
A numeração correta da coluna B, de cima para baixo, é:
com um intervalo de tempo que permite ao cérebro distin-
 2–4–1–3
gui-los como sons diferentes.
 2–3–1–4
Para que se perceba o eco de um som no ar, no qual a velo-  2–1–2–3
cidade de propagação é de 340 m/s, é necessário que haja  1–3–1–4
uma distância de 17,0 m entre a fonte e o anteparo. Na água,  1–3–2–4
em que a velocidade de propagação do som é de 1.600m/s, Questão 09
essa distância precisa ser de:
Um motor produz vibrações transversais, com frequência
 34,0 m
de 10 Hz, em uma corda homogênea de 2,0 m de compri-
 60,0 m
mento e densidade linear 0,05 kg/m. Uma das extremidades
 80,0 m
da corda é mantida fixa em uma parede, enquanto a outra
 160,0 m
está ligada ao motor. Sabendo-se que, com esta frequência,
 320,0 m
a corda está no segundo harmônico, determine o valor da
tensão na corda e, em seguida, assinale a alternativa que
apresenta corretamente esse valor.
 10 N
 20 N
 200 N
 400 N
 1000 N
Questão 10
Determine a velocidade de propagação da onda para um fio
de aço de 80,0 cm de comprimento e 200,0 g de massa, que
é mantido tracionado pelas extremidades fixas. Nesse fio
originam-se ondas mecânicas estacionárias, formando 5
(cinco) nós, quando excitado por uma fonte de onda de 80,0
Hz. Assinale a alternativa correta, em relação ao contexto.
 16,0 m/s
 25,6 m/s
 32,0 m/s
 12,8 m/s
 8,0 m/s

176
Questão 11 Questão 13

Uma cerca elétrica foi instalada em um muro onde existe


Na geração da voz humana, a garganta e a cavidade oral
um buraco de forma cilíndrica e fechado na base, conforme
agem como um tubo, com uma extremidade aproximada-
representado na figura. Os fios condutores da cerca elétrica
mente fechada na base da laringe, onde estão as cordas
estão fixos em ambas as extremidades e esticados sob uma
vocais, e uma extremidade aberta na boca. Nessas condi-
tensão de 80 N. Cada fio tem comprimento igual a 2,0 m e
ções, sons são emitidos com maior intensidade nas fre-
massa de 0,001 kg. Certo dia, alguém tocou no fio da cerca
quências e comprimentos de ondas para as quais há um nó
mais próximo do muro e esse fio ficou oscilando em sua
(N) na extremidade fechada e um ventre (V) na extremida-
frequência fundamental. Essa situação fez com que a coluna
de aberta, como ilustra a figura. As frequências geradas são
de ar no buraco, por ressonância, vibrasse na mesma fre-
chamadas harmônicos ou modos normais de vibração. Em
quência do fio condutor. As paredes do buraco têm um re-
um adulto, este tubo do trato vocal tem aproximadamente
vestimento adequado, de modo que ele age como um tubo
17 cm. A voz normal de um adulto ocorre em frequências
sonoro fechado na base e aberto no topo. Considerando que
situadas aproximadamente entre o primeiro e o terceiro
a velocidade do som no ar seja de 330 m/s e que o ar no
harmônicos.
buraco oscile no modo fundamental, assinale a alternativa
que apresenta corretamente a profundidade do buraco.

Considerando que a velocidade do som no ar é 340 m/s, os


valores aproximados, em hertz, das frequências dos três
primeiros harmônicos da voz normal de um adulto são
 50, 150, 250.
 100, 300, 500.
 170, 510, 850.
 0,525 m.
 340, 1 020, 1 700.
 0,650 m.
 500, 1 500, 2 500.
 0,825 m.
Questão 12
 1,250 m.
A figura mostra uma montagem onde um oscilador gera  1,500 m.
uma onda estacionaria que se forma em um fio. A massa de Questão 14
um pedaço de 100 m deste fio e 20 g.
O Sr. Rubinato, um músico aposentado, gosta de ouvir seus
Qual a velocidade de propagação das ondas que formam a
velhos discos sentado em uma poltrona. Está ouvindo um
onda estacionaria, em m/s?
conhecido solo de violino quando sua esposa Matilde afasta
a caixa acústica da direita (Cd) de uma distância l, como
visto na figura abaixo.

177
Em seguida, Sr. Rubinato reclama: _ Não consigo mais ouvir Questão 17
o Lá do violino, que antes soava bastante forte! Dentre as
Sabe-se que, durante abalos sísmicos, a energia produzida
alternativas abaixo para a distância l, a única compatível
se propaga em forma de ondas, em todas as direções pelo
com a reclamação do Sr. Rubinato é
interior da Terra. Considere a ilustração a seguir, que re-
Note e adote: presenta a distância de 1.200 km entre o epicentro de um
O mesmo sinal elétrico do amplificador é ligado aos dois
terremoto e uma estação sismológica.
alto-falantes, cujos cones se movimentam em fase.
A frequência da nota Lá é 440 Hz.
A velocidade do som no ar é 330 m/s.
A distância entre as orelhas do Sr. Rubinato deve ser igno-
rada.
 38 cm
 44 cm
 60 cm
 75 cm
 150 cm
Questão 15

A figura abaixo representa uma onda estacionária produzi-


da em uma corda de comprimento L = 50 cm. Nesse evento, duas ondas, P e S, propagaram-se com ve-
locidades de 8 km s e 5 km s, respectivamente, no per-
curso entre o epicentro e a estação.
Estime, em segundos, a diferença de tempo entre a chegada
da onda P e a da onda S à estação sismológica.
Sabendo que o módulo da velocidade de propagação de Questão 18
ondas nessa corda é 40m s, a frequência da onda é de
Sobre um trilho de um banco óptico é colocado perpendicu-
 40Hz.
larmente um objeto real que se aproxima de um espelho. A
 60Hz. imagem observada é sempre virtual e direita e o tamanho
 80Hz. da imagem aumenta conforme o objeto se aproxima do
 100Hz. espelho. Mas, mesmo a imagem aumentando de tamanho, é
sempre menor que o tamanho do objeto. Pode-se afirmar
 120Hz.
corretamente que o espelho utilizado
Questão 16  pode ser côncavo ou plano.
As notas musicais podem ser agrupadas de modo a formar  é obrigatoriamente convexo.
um conjunto. Esse conjunto pode formar uma escala musi-  é obrigatoriamente côncavo.
cal. Dentre as diversas escalas existentes, a mais difundida é  pode ser côncavo ou convexo.
a escala diatônica, que utiliza as notas denominadas dó, ré, Questão 19
mi, fá, sol, lá e si. Essas notas estão organizadas em ordem Ao montar um experimento óptico em sala de aula, um pro-
crescente de alturas, sendo a nota dó a mais baixa e a nota si fessor de Física faz uso de um espelho côncavo de distância
a mais alta. focal 24 cm. Ao ser questionado pelos alunos se haveria
como determinar a razão entre os tamanhos da imagem e
Considerando uma mesma oitava, a nota si é a que tem me- do objeto, o professor sugeriu aos alunos que utilizassem
nor como parâmetro a distância entre o objeto e o foco do espe-
 amplitude. lho, cujo valor corresponde a 16 cm. O valor da razão en-
 frequência. contrada pelos estudantes corresponde a
 velocidade.  2/3.
 intensidade.  3/2.
 comprimento de onda.  5/3.
 5/2.

178
Questão 20 Questão 23
O microscópio óptico faz uso da refração da luz através de Um estudante observa uma pessoa por meio de uma lente
um sistema de lentes. Supondo-se que um sistema de lentes convergente de distância focal 1,0 m. Inicialmente, a pessoa
de um microscópio óptico possa ser substituído por uma encontra-se a 6,0 m da lente. Se a pessoa se aproxima da
única lente capaz de produzir uma imagem real 20 vezes lente de 1,0 m, sua imagem se afasta da lente de.
maior do que o tamanho de um objeto e considerando a  2 cm.
distância de 42 cm entre esse objeto e a imagem, é correto  4 cm.
dizer que a distância, em cm, do objeto à lente é  5 cm.
 12.  6 cm.
 2. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
 24. Na(s) questão(ões) a seguir, quando necessário, utilize:
 8.
Questão 21 1. aceleração da gravidade: g = 10 m s2
Um oftalmologista prescreveu para um paciente uma lente 3
que fornece, de um objeto colocado a 40 cm da lente e sobre 2. cos30 = sen60 =
2
seu eixo principal, uma imagem virtual e 3 vezes maior do
1
que o objeto. O tipo de lente e o valor absoluto da sua dis- 3. cos 60 = sen30 =
2
tância focal são
4. condutividade térmica do vidro: K = 0,8 W (m  K)
 divergente e 60 cm.
 convergente e 90 cm. 5. 1atm = 1,0  105 N m2
 convergente e 30 cm. 6. constante universal dos gases: R = 8,0 J (mol  K)
 divergente e 30 cm.
 convergente e 60 cm. 7. 1L = 1dm3
Questão 22 8. 1 cal = 4 J
Durante uma aula de ótica geométrica no laboratório, o 9. calor específico da água: c = 1 cal (g  C)
professor faz um experimento para que os alunos descu- 10. velocidade da luz no vácuo: c = 3  108 m s
bram a posição da lente em relação a um objeto. A estrutura
é feita de tal maneira que a distância do objeto luminoso 11. constante de Planck: h = 6,6  10−34 J  s
seja de 120 cm até a tela de projeção, como mostra a figura 12. carga elementar (e) = 1,6  10−19 C
a seguir.
13. 1 Å = 10−10 m

Uma lente esférica convergente de distância focal igual a


22,5 cm é colocada entre o objeto luminoso e a tela de pro-
jeção. O objeto fica disposto de forma perpendicular ao eixo
principal da lente e este alinhado com todo o sistema.
O professor pede para que a imagem nítida projetada na
tela seja maior do que o objeto.
Para a situação solicitada e a forma com que o experimento
é montado, qual deve ser a distância entre o objeto lumino-
so e a lente?
 90 cm
 30 cm
 60 cm
 45 cm
 15 cm

179
Questão 25
Questão 24
Diante de um de espelho esférico, a imagem de um objeto
Um arranjo óptico, representado pela Figura 1, é constituí- real é direta. Considerando que a distância focal e o aumen-
do de um objeto luminoso bidimensional alinhado com o to linear transversal desse espelho valem, em módulo, 20
centro óptico e geométrico de um suporte S que pode ser cm e 0,1, respectivamente, afirma-se que
ocupado individualmente por uma lente esférica conver-  o raio de curvatura do espelho é 10 cm.
gente (L1), uma lente esférica divergente (L2), um espelho  o objeto está situado a 1,8 cm do espelho.
esférico gaussiano convexo (E1), um espelho esférico gaus-  a imagem está situada a 18 cm do espelho.
siano côncavo (E2) ou por um espelho plano (E3).  a imagem está situada a 22 cm do espelho.
Questão 26
Uma lente convergente conjuga uma imagem cuja altura é
três vezes maior que a do objeto posicionado entre seu
centro óptico e seu foco principal. Esse objeto se encontra a
12 cm de distância do centro óptico da lente.
A distância focal da lente, em centímetros, corresponde a:
 10
 14
 18
 22
Questão 27

Para fazer a sua “escova progressiva”, procedimento que já


esteve em moda para as pessoas mais vaidosas, Jéssica está
Considere que todos os elementos gráficos, que podem ser sentada na cadeira do salão, com o rosto a 1,4 m do espelho
instalados no suporte, sejam ideais e que o arranjo esteja plano (EP) e vertical. A sua hair design (cabeleireira de sa-
imerso no ar. lões elitizados) está posicionada a 60 cm mais distante do
Utilizando-se, aleatória e separadamente, os elementos L1, espelho que a sua cliente.
L2, E1, E2 e E3, no suporte S, pode-se observar as imagens Então é possível afirmar corretamente que a distância entre
I1, I2, I3, I4 e I5 conjugadas por esses elementos, conforme a imagem da hair design fornecida pelo espelho plano (EP)
Figura 2. e Jéssica vale, em centímetros,
 30
 60
 280
 340
 400
Questão 28
Um objeto será colocado perpendicularmente ao eixo de
uma lente delgada convergente cuja
distância focal é de 10,0 cm.
Nessas condições, a única sequência que associa correta-
mente cada elemento gráfico utilizado à sua possível ima- Para que a imagem desse objeto seja real e 20 vezes maior
gem conjugada, I1, I2, I3, I4 e I5, respectivamente, é que ele, deve-se posicioná-lo a uma distância do centro
 L1, L2, E1, E3 e E2 óptico da lente igual a:
 E2, L1, E1, E3 e L2  10,0 cm
 L2, L1, E2, E1 e E3  10,5 cm
 E3, E1, L1, L2 e E2  20,0 cm
 15,0 cm
 210 cm

180
Questão 29 Questão 02
Um espelho semi-esférico, de raio 20 cm, forma uma ima- Suponha que um pecuarista queira adubar um terreno de
gem de uma haste colocada perpendicularmente ao eixo do 600 m2 para pastagem com um fertilizante à base de nitro-
espelho. A imagem é direita, e seu tamanho é 25% do tama- gênio. Para isso, ele consulta um engenheiro agrônomo que
nho da haste. lhe recomenda a aplicação de 1,0 L de solução aquosa de
Qual é a distância da haste ao vértice do espelho, em cm? bicarbonato de amônio na concentração de 0,1 mol L –1 para
 10 cada metro quadrado de terreno.
 20 A massa de bicarbonato de amônio, em quilogramas, que o
 25 pecuarista deverá empregar para fertilizar seu terreno para
 30 pastagem, de acordo com a recomendação do engenheiro
 40 agrônomo, é de
Questão 30  4,74.
 8,71.
Miopia é um problema de visão que acarreta uma focaliza-
 10,54.
ção da imagem antes desta chegar à retina. Lentes diver-
 11,35.
gentes são usadas como forma de correção desse problema.
 15,82.
Em relação à imagem de um objeto real produzida por uma
Questão 03
ente divergente, podemos afirmar que é sempre:
 real e maior que o objeto. Certo medicamento para tratamento de anemia é apresen-
 real e igual ao objeto. tado na forma de ampolas, contendo 100 mg de Fe(III) em 5
 real e menor que o objeto. mL de solução. A solução contida na ampola é acrescentada
 virtual e maior que o objeto. a 500 mL de soro para aplicação endovenosa. Sendo assim,
 virtual e menor que o objeto. a concentração de Fe(III) da solução aplicada na forma en-
QUÍMICA – PARTE I dovenosa é de, aproximadamente,
Dados: Massa molar de Fe = 55,8 g/mol.
Questão 01
 3,5  10–1 mol/L.
 1,8 × 10–2 mol/L.
 3,5 × 10–2 mol/L.
 1,8 × 10–3 mol/L.
 3,5 × 10–3 mol/L.

Questão 04
Em determinado exame clínico utilizado para medir a into-
A reconstituição de um fármaco consiste em retornar o
lerância a carboidratos, um adulto deve beber 200 mL de
medicamento da forma de pó para sua forma original líqui-
uma solução de glicose a 30% (70% de água e 30% de gli-
da. No caso da ampicilina, segundo a Secretaria de Atenção
cose). Quando uma criança é submetida a esse exame, a
à Saúde do Ministério da Saúde, essa reconstituição é feita
concentração de glicose deve ser reduzida para 20%. Quan-
através da dissolução de 500 mg do medicamento em 2 mL
tos mililitros de água devem ser adicionados a 200 mL de
de água estéril.
uma solução de glicose a 30% para se preparar uma solução
Após sua reconstituição, esse antibiótico apresentará con-
de glicose a 20%?
centração em quantidade de matéria, em mol.L –1, aproxi-
 150
madamente, igual a
 80
 0,5
 120
 0,9
 100
 1,3
 50
 0,7
 1,1

181
Questão 05 Questão 08

O cloro é frequentemente adicionado às piscinas para con- A reação de formação do etanol é definida abaixo.
trolar microrganismos. Se o nível de cloro subir acima de 3
ppm (partes por milhão), os nadadores sentirão ardor nos 2 C (s) + 3 H2 (g) + ½ O2 (g) → C2H5OH (l)
olhos e desconforto na pele. Se o nível cair abaixo de 1 ppm,
existe a possibilidade de a água ficar verde. O cloro deve ser Embora essa reação, tal como está escrita, não possa ser
adicionado à água da piscina em intervalos regulares. Se realizada em laboratório, pode-se calcular seu efeito térmi-
nenhum cloro for adicionado a uma piscina durante um co, mediante uma combinação adequada de outras reações.
período de 24 horas, então 20% do cloro se dissiparão para Usando as reações abaixo,
a atmosfera e 80% permanecerão na água.
Considerando essa informações, se uma piscina tiver inici- C (s) + O2 (g) → CO2 (g)  f Hº = –394 kJ mol–1
almente 3,75 ppm de cloro, então o tempo mínimo para que H2 (g) + ½ O2 (g) → H2O (l)  f Hº = –286 kJ mol–1
o nível de cloro esteja abaixo de 3 ppm será igual a C2H5OH (l) + 3 O2 (g) → 2 CO2 (g) + 3 H2O (l)  f Hº = –
 4 dias. 1368 kJ mol–1
 2 dias.
 3 dias. a entalpia da reação de formação do etanol, em kJ mol –1, é
 1 dia.  –2048.
 5 dias.  –1368.
Questão 06  –278.
 +394.
O gás acetileno é muito utilizado em operações de soldagem
 +2048.
de metais, devido a sua natureza inflamável. A combustão
completa do gás acetileno com oxigênio libera 650 kJ de Questão 09
calor para 1,0 mol de CO2 formado. A equação de combus- Foi proposto a um grupo de alunos um experimento sobre a
tão é reação da casca de ovos com soluções de ácido clorídrico
C2H2(g) + O2(g) → CO2(g) + H2O(g) + calor (HCl), usando os materiais e as condições descritas na tabe-
A quantidade de calor liberada pela combustão de 104 g de la.
acetileno é de
 4550 kJ
 3900 kJ
 3250 kJ
 5200 kJ
 2600 kJ
Questão 07
O etanol (C2H6O) pode ser produzido em laboratório por
meio da hidratação do etileno (C2H4), conforme a equação:
C2H4 + H2O → C2H6O
A entalpia dessa reação pode ser calculada por meio da Lei
de Hess, utilizando-se as equações:

C2H4 + 3O2 → 2CO2 + 2H2O H = –1 322 kJ/mol de C2H4 O experimento consistia em medir o tempo da reação da
C2H6O + 3O2 → 2CO2 + 3H2O H = –1 367 kJ/mol de solução ácida com a amostra de casca de ovo. Para a prepa-
C2H6O ração do experimento, foi removida a película de material
orgânico que compõe a casca de ovo, tanto para o seu uso in
Com base nas informações fornecidas, a produção de 10 natura como para preparação da amostra em pó.
mol de etanol A combinação que apresentou o menor tempo de reação foi
aquela que usou
 absorve 2 689 kJ de energia.  a casca do ovo em pó e o HCl 1,5 mol/L a 60 ºC.
 libera 45 kJ de energia.  a casca de ovo in natura e o HCl 0,5 mol/L a 20 ºC.
 libera 450 kJ de energia.  a casca de ovo in natura e o HCl 0,5 mol/L a 60 ºC.
 absorve 450 kJ de energia.  a casca do ovo in natura e o HCl 1,5 mol/L a 20 ºC.
 libera 2 689 kJ de energia.  a casca do ovo em pó e o HCl 0,5 mol/L a 20 ºC.

182
Questão 10 Questão 12

Os automóveis são os principais poluidores dos centros Aerossóis são partículas sólidas ou líquidas que se encon-
urbanos. Para diminuir a poluição, a legislação obriga o uso tram suspensas em um meio gasoso como o ar. Como
de catalisadores automotivos. Eles viabilizam reações que exemplos de aerossol líquido, temos as nuvens, neblinas,
transformam os gases de escapamento dos motores, óxidos desodorantes e purificadores de ar. Como exemplos de
de nitrogênio e monóxido de carbono, em substâncias bem sólidos, podemos citar a fumaça, a fuligem e a poeira. O
menos poluentes. tamanho dessas partículas é medido em micrômetros (m) ,
Os catalisadores __________ a energia de ativação da reação podendo variar de 0,001 a 100, em que 1 m equivale a 10–
no sentido da formação dos produtos, __________ a energia de 6 metros. Após a emissão para a atmosfera, essas partículas
ativação da reação no sentido dos reagentes e __________ no podem ficar um longo período suspensas antes de se depo-
equilíbrio reacional. sitarem, podendo ser carregadas a longas distâncias por
No texto, as lacunas são preenchidas, correta e respectiva- correntes de ar, causando danos por onde passar.
mente, por: De acordo com as informações dadas no texto, podemos
 diminuem … aumentam … interferem afirmar corretamente que os exemplos dados apresentam
 diminuem … diminuem … não interferem como características:
 diminuem … aumentam … não interferem  são misturas homogêneas apresentando uma única
 aumentam … diminuem … interferem fase.
 aumentam … aumentam … interferem  podem ser separadas por filtração.
Questão 11  são soluções gasosas.
 são soluções líquidas.
O emprego de catalisadores é de grande importância para o  possuem o efeito Tyndall.
meio ambiente, pois eles criam caminhos alternativos de Questão 13
menor energia de ativação para que as reações químicas se
processem, o que permite o emprego de menores tempera- O gráfico apresenta a variação do volume de glóbulos ver-
turas de reação, diminuindo-se, assim, o consumo de ener- melhos no sangue quando imersos em soluções isotônica,
gia. O esquema a seguir apresenta a energia para reagentes, hipotônica e hipertônica, não necessariamente nesta or-
produtos e estado ativado de uma reação genérica “reagen- dem.
tes → produtos” catalisada e não catalisada.

No gráfico, as soluções isotônica, hipotônica e hipertônica


são, respectivamente, as soluções
 1, 2 e 3.
De acordo com o diagrama de energia apresentado, a ener-
 2, 1 e 3.
gia de ativação da reação catalisada corresponde a
 1, 3 e 2.
 2, 3 e 1.
 50% da energia de ativação da mesma reação nãocata-
 3, 1 e 2.
lisada.
 60% da energia de ativação da mesma reação não
catalisada.
 80% da energia de ativação da mesma reação não
catalisada.
 1
3 da energia de ativação da mesma reação não cata-
lisada.
 2 3 da energia de ativação da mesma reação não catali-
sada.

183
Questão 14 Questão 17
Tanto distúrbios intestinais graves quanto a disputa em Os antiácidos são medicamentos, que atuam para neutrali-
uma maratona podem levar a perdas importantes de água e zar o ácido clorídrico (HCl), liberado pelas células parietais
eletrólitos pelo organismo. Considerando que essas situa- no estômago. Ao ingerirmos comidas e bebidas em excesso,
ções exigem a reposição cuidadosa de substâncias, um dos normalmente buscamos tais remédios para aliviar os sin-
modos de fazê-lo é por meio da ingestão de soluções isotô- tomas.
nicas. Essas soluções Qual das substâncias a seguir é a melhor para funcionar
 contêm concentração molar de cloreto de sódio igual como medicamento antiácido?
àquela encontrada no sangue.  NaCl
 contêm massa de cloreto de sódio igual à massa de sa-  NaOH
carose em dado volume.  CaCO3
 têm solvente com capacidade igual à do sangue para  H2SO4
passar por uma membrana semipermeável.  CaCl2
 apresentam pressão osmótica igual à pressão atmosfé- Questão 18
rica. Em química, pH é uma escala numérica adimensional utili-
 apresentam pressão osmótica igual à da água. zada para especificar a acidez ou a basicidade de uma solu-
Questão 15 ção aquosa. A rigor, o pH refere-se à concentração molar de
Um agricultor pretende iniciar um empreendimento de cátions hidrônio (H+ ou H3O+) presentes no meio e indica se
produção de frutas e, para isso, submeteu amostras do solo esse meio, ou mistura, é ácido, básico ou neutro.
de sua propriedade para análise química e parecer técnico A Tabela mostra alguns exemplos do pH de substâncias
de um engenheiro agrônomo. usadas em nosso cotidiano.

Para que o agricultor possa fazer a correção do pH do solo


de forma adequada para a sua produção, ele deverá adicio- A [OH–] do amoníaco de uso doméstico é
nar ao solo  10–2
 NaCl.  10–8
 P4O10.  10–12
 KNO3.  10–7
 NH4Cl.  10–9
 CaO.
Questão 16
O hipoclorito de sódio é utilizado na desinfecção da água
para o consumo humano devido à ação oxidante do íon ClO –
. No entanto, esse sal sofre hidrólise de acordo com a se-
guinte sequência de reações:
NaClO → Na+ + ClO–
ClO– + H2O → HClO + OH–
O número de oxidação do cloro no íon hipoclorito e a condi-
ção ideal para aumentar a concentração desse íon na solu-
ção são
 +1 e pH < 7.
 –1 e pH > 7.
 +1 e pH > 7.
 +2 e pH > 7.
 –1 e pH < 7.

184
Questão 19 Questão 21
A síntese do metano a partir da reação entre o gás monóxi- A chuva ácida é muito prejudicial para o meio ambiente e
do de carbono e o gás hidrogênio é representada pelo equi- um dos fatores que mais contribuem para seu aparecimento
líbrio químico: é a queima de combustíveis fósseis, como carvão e petróleo.
CO(g) + 3H2(g) CH4(g) + H2O(g) H  0 Da queima desses combustíveis, dois subprodutos, enxofre
Para avaliar as alterações no sistema que resultassem no e nitrogênio, reagem com o oxigênio do ar, formando os
aumento da produção de metano, o sistema em equilíbrio gases dióxido de enxofre e óxido de nitrogênio. Ao final do
passou por quatro testes, indicados na tabela: processo, formam-se os ácidos sulfúrico e nítrico. Das alter-
nativas abaixo, assinale a que apresenta as fórmulas mole-
culares dos ácidos sulfúrico e nítrico, respectivamente.
 H2SO3 e HNO3
 H3SO3 e HNO2
 H2SO4 e HNO3
 HNO3 e H2SO5
 H4S2O7 e HNO5
Resultaram no aumento da produção de metano no sistema Questão 22
apenas os testes de números
Um dos processos de obtenção do cobre a partir da calcopi-
 2 e 4.
rita, um sulfeto misto de ferro e cobre, é o pirometalúrgico.
 1 e 3.
Numa determinada etapa desse processo, o minério é aque-
 1 e 4.
cido ao ar, para produzir dois mols de sulfeto de cobre (II),
 2 e 3.
juntamente com dois mols de óxido de ferro (II) e dois mols
 3 e 4.
de dióxido de enxofre gasoso. Essa reação química pode ser
Questão 20 representada pela seguinte equação:
Uma das etapas de tratamento da água de piscinas e tam- CuFeS2 (s) + 3 O 2 (g) →
 → Cu (s) + 2 FeO (s) + 2 SO 2 (g)
bém da água para consumo nas estações de tratamento é a
adição de cloro, denominada cloração. O cloro pode ser FeS (s) + CuS (s) + 3 O 2 (g) →
 → CuS (s) + 2 FeO (s) + 2 SO 2 (g)
adicionado à água na forma de diferentes compostos, como
o hipoclorito de sódio, conhecido como cloro líquido. A 2 CuFeS2 (s) + 3 O 2 (g) →
 → CuS (s) + 2 FeO (s) + 2SO 2 (g)
dissociação do hipoclorito de sódio produz o ânion hipoclo-
rito (ClO–) que atua como desinfetante e bactericida. Esse 2 CuFeS2 (s) + 3 O 2 (g) →
 → 2 CuS (s) + 2 FeO (s) + 2SO 2 (g)
íon reage com a água, formando o ácido hipocloroso (HClO),
que tem ação bactericida bem mais eficiente que o ânion FeS (s) + CuS (s) + 3 O 2 (g) →
 → 2 CuS (s) + 2 FeO (s) + 2SO 2 (g)
hipoclorito, reação representada pelo equilíbrio químico:
Questão 23
ClO– (aq) + H2O (l) HClO (aq) + OH– (aq)
Determinado sal de sódio, comumente utilizado como anti-
A partir da análise do equilíbrio químico descrito, a maior ácido para tratar a acidez do estômago, neutraliza os exces-
eficiência da ação bactericida no uso do hipoclorito de sódio sos de ácido clorídrico (HCl) do suco gástrico. Para neutra-
se dá em meio lizar completamente 1 mol de HCl, é necessário 1 mol desse
 básico, que desloca o equilíbrio no sentido de ionização sal. Essa neutralização ocorre por meio de uma reação quí-
do HClO (aq). mica que produz apenas cloreto de sódio, água e gás carbô-
 ácido, que desloca o equilíbrio no sentido de formação nico.
do HClO (aq). Qual é a fórmula química do referido sal de sódio usado
 básico, que desloca o equilíbrio no sentido de hidrólise como antiácido?
do ClO– (aq).  Na2CO3
 básico, que desloca o equilíbrio no sentido de formação  NaHCO3
do ClO– (aq).  Na2HCO3
 ácido, que desloca o equilíbrio no sentido de formação  CH3COONa
do ClO– (aq).  CH3COONa2

185
Questão 24 TEXTO: 1 - Comum à questão: 25
Macromoléculas biológicas que participam do metabolismo
animal, tais como as enzimas, têm suas atividades afetadas
quando o pH é alterado. Os gráficos abaixo apresentam a
variação na atividade enzimática em função do pH das en-
zimas pepsina e tripsina, encontradas, respectivamente, no
estômago e no intestino.

(chc.cienciahoje.uol.com.br)
Vegetais classificados na divisão das briófitas, os musgos
são plantas de pequeno porte, que vivem em ambientes
úmidos e sombreados, atuando como reservatórios de água
e nutrientes. São utilizados como bioindicadores da conta-
minação por metais pesados, depositados na atmosfera ou
descartados em efluentes industriais.
Os musgos dependem de água para a fecundação, uma vez
que o gameta masculino necessita de um meio líquido para
se deslocar até o gameta feminino.
(http://portaldoprofessor.mec.gov.br. Adaptado.)
Questão 25
Musgos usam a energia solar para reagir com dióxido de
carbono e água, produzindo glicose e oxigênio. A esse pro-
cesso, que se realiza por um conjunto de reações, dá-se o
nome de fotossíntese.
Assinale a alternativa que apresenta a equação geral da
fotossíntese corretamente balanceada.
 CO2 (g) + H2O (l) + luz → C6H12O6 (aq) + O2 (g)
 6CO2 (g) + 6H2O (l) + luz → C6H12O6 (aq) + 6O2 (g)
Adaptado de Campbell, M.K; Farrel, S.O. Bioquímica.
Thomson Learning Ed. Ltda. 2006  6CO2 (g) + H2O (g) + luz → C6H12O6 (aq) + O2 (g)
Com base na análise dos gráficos, podemos concluir que as  3CO2 (g) + 3H2O (l) + luz → C6H12O6 (aq) + 3O2 (g)
atividades das enzimas pepsina e tripsina serão máximas
quando as concentrações de íons hidrônio (H+) no meio, em  6CO2 (g) + 6H2O (l) + luz → C6H12O6 (aq) + 18O2 (g)
mol L–1, forem, aproximadamente e respectivamente,
 10–2 e 10–6
 10–3 e 10–7
 10–6 e 10–9
 10–7 e 10–1

186
Nestes recipientes, a posição de equilíbrio do densímetro
QUÍMICA – PARTE II
está representada em:
Questão 01

A densidade é uma propriedade que relaciona massa e vo-


lume de um material. Um estudante iniciou um procedi- 
mento de determinação da densidade de uma amostra sóli-
da desconhecida. Primeiro ele determinou a massa da  
amostra, obtendo 27,8 g. Em seguida, utilizou uma proveta,
graduada em mililitro, com água para determinar o volume
da amostra, conforme esquematizado na figura. Considere a 
densidade da água igual a 1 g/mL.
 

 

 

A densidade da amostra obtida, em g/mL, é mais próxima 


de
 0,36.  
 0,56. Questão 03
 0,62.
Em um experimento, foram separados três recipientes A, B
 0,79.
e C, contendo 200 mL de líquidos distintos: o recipiente A
 2,78.
continha água, com densidade de 1,00 g/mL; o recipiente B,
Questão 02
álcool etílico, com densidade de 0,79 g/mL; e o recipiente C,
Usando um densímetro cuja menor divisão da escala, isto é, clorofórmio, com densidade de 1,48 g/mL. Em cada um
a diferença entre duas marcações consecutivas, é de desses recipientes foi adicionada uma pedra de gelo, com
5,0  10–2 g cm–3, um estudante realizou um teste de densi- densidade próxima a 0,90 g/mL.
dade: colocou este instrumento na água pura e observou No experimento apresentado, observou-se que a pedra de
que ele atingiu o repouso na posição mostrada. gelo

 flutuou em A, flutuou em B e flutuou em C.


 flutuou em A, afundou em B e flutuou em C.
 afundou em A, afundou em B e flutuou em C.
 afundou em A, flutuou em B e afundou em C.
 flutuou e A, afundou em B e afundou em C.

Em dois outros recipientes A e B contendo 2 litros de água


pura, em cada um, ele adicionou 100g e 200g de NaCl, res-
pectivamente.
Quando o cloreto de sódio é adicionado à água pura ocorre
sua dissociação formando os íons Na + e Cl–. Considere que
esses íons ocupam os espaços intermoleculares na solução.

187
Questão 04 Questão 06
A pele humana, quando está bem hidratada, adquire boa As células fotovoltaicas (placas semicondutoras compostas
elasticidade e aspecto macio e suave. Em contrapartida, de silício) são os componentes principais dos painéis sola-
quando está ressecada, perde sua elasticidade e se apresen- res e são capazes de converter, com certa eficiência, parte
ta opaca e áspera. Para evitar o ressecamento da pele é da energia dos raios solares em energia elétrica. Essa con-
necessário, sempre que possível, utilizar hidratantes umec- versão é causada pelo fenômeno físico denominado “efeito
tantes, feitos geralmente à base de glicerina e polietileno- fotoelétrico”, que pode ocorrer em uma variedade de mate-
glicol: riais, incluindo metais e semicondutores.
Na superfície dos metais, a sequência de eventos que carac-
HO OH OH teriza esse efeito, de forma simplificada, é a
 absorção de fótons e a emissão de elétrons.
H2C CH CH2
 absorção de elétrons e a emissão de fótons.
glicerina
 emissão de fótons e a absorção de elétrons.
 absorção e a emissão de elétrons.
HO CH2 CH2 O CH2 CH2 O CH2 CH2 OH  absorção e a emissão de fótons.
n
Questão 07
polietilenoglicol
Disponível em: http://www.brasilescola.com. Acesso em: 23 abr. 2010
Um teste de laboratório permite identificar alguns cátions
A retenção de água na superfície da pele promovida pelos metálicos ao introduzir uma pequena quantidade do mate-
hidratantes é consequência da interação dos grupos hidro- rial de interesse em uma chama de bico de Bunsen para, em
xila dos agentes umectantes com a umidade contida no seguida, observar a cor da luz emitida.
ambiente por meio de A cor observada é proveniente da emissão de radiação ele-
tromagnética ao ocorrer a
 ligações iônicas.  mudança da fase sólida para a fase líquida do elemento
 forças de London. metálico.
 ligações covalentes.  combustão dos cátions metálicos provocada pelas mo-
 forças dipolo-dipolo. léculas de oxigênio da atmosfera.
 ligações de hidrogênio.  diminuição da energia cinética dos elétrons em uma
Questão 05 mesma órbita na eletrosfera atômica.
 transição eletrônica de um nível mais externo para
No final do século XIX, muitos cientistas estavam interessa- outro mais interno na eletrosfera atômica.
dos nos intrigantes fenômenos observados nas ampolas de  promoção dos elétrons que se encontram no estado
raios catódicos, que são tubos sob vácuo em que se ligam fundamental de energia para níveis mais energéticos.
duas placas a uma fonte de alta tensão. Os raios catódicos Questão 08
passam através de um orifício no ânodo e continuam o per-
Em 1808, Dalton publicou o seu famoso livro intitulado Um
curso até a outra extremidade do tubo, onde são detectados
novo sistema de filosofia química (do original A New Sys-
pela fluorescência produzida ao chocarem-se com um re-
tem of Chemical Philosophy), no qual continha os cinco pos-
vestimento especial, como pode ser observado na figura.
tulados que serviam como alicerce da primeira teoria atô-
Medições da razão entre a carga e a massa dos constituintes
mica da matéria fundamentada no método científico. Esses
dos raios catódicos mostram que a sua identidade indepen-
postulados são numerados a seguir:
de do material do cátodo ou do gás dentro das ampolas.

1. A matéria é constituída de átomos indivisíveis.


2. Todos os átomos de um dado elemento químico são
idênticos em massa e em todas as outras proprieda-
des.
CHANG, R.; GOLDSBY, K. A. Química. Porto Alegre: Bookman, 2013 (adaptado). 3. Diferentes elementos químicos têm diferentes tipos
Essa radiação invisível detectada nas ampolas é constituída de átomos; em particular, seus átomos têm diferen-
por tes massas.
 ânions. 4. Os átomos são indestrutíveis e nas reações químicas
 cátions. mantêm suas identidades.
 prótons. 5. Átomos de elementos combinam com átomos de ou-
 elétrons. tros elementos em proporções de números inteiros
 partículas alfa. pequenos para formar compostos.

188
Após o modelo de Dalton, outros modelos baseados em Questão 10
outros dados experimentais evidenciaram, entre outras
Um fato corriqueiro ao se cozinhar arroz é o derramamento
coisas, a natureza elétrica da matéria, a composição e orga-
de parte da água de cozimento sobre a chama azul do fogo,
nização do átomo e a quantização da energia no modelo
mudando-a para uma chama amarela. Essa mudança de cor
atômico.
OXTOBY, D. W.; GILLIS, H. P.; BUTLER, L. J.
pode suscitar interpretações diversas, relacionadas às subs-
Principles of Modern Chemistry. Boston: Cengage Learning, 2012 tâncias presentes na água de cozimento. Além do sal de
Com base no modelo atual que descreve o átomo, qual dos cozinha (NaCl), nela se encontram carboidratos, proteínas e
postulados de Dalton ainda é considerado correto? sais minerais.
 1 Cientificamente, sabe-se que essa mudança de cor da chama
 2 ocorre pela
 3  reação do gás de cozinha com o sal, volatilizando gás
 4 cloro.
 5  emissão de fótons pelo sódio, excitado por causa da
Questão 09 chama.
 produção de derivado amarelo, pela reação com o car-
Antes da geração do céu, teremos que rever a natureza do
boidrato.
fogo, do ar, da água e da terra.
 reação do gás de cozinha com a água, formando gás
Primeiro, em relação àquilo a que chamamos água, quando
hidrogênio.
congela, parece-nos estar a olhar para algo que se tornou
 excitação das moléculas de proteínas, com formação de
pedra ou terra, mas quando derrete e se dispersa, esta tor-
luz amarela.
na-se bafo e ar; o ar, quando é queimado, torna-se fogo; e,
Questão 11
inversamente, o fogo, quando se contrai e se extingue, re-
gressa à forma do ar; o ar, novamente concentrado e con- As propriedades físicas e químicas de uma certa substância
traído, torna-se nuvem e nevoeiro, mas, a partir destes es- estão relacionadas às interações entre as unidades que a
tados, se for ainda mais comprimido, torna-se água corren- constituem, isto é, as ligações químicas entre átomos ou
te, e de água torna-se novamente terra e pedras; e deste íons e as forças intermoleculares que a compõem. No
modo, como nos parece, dão geração uns aos outros de quadro, estão relacionadas algumas propriedades de cinco
forma cíclica. substâncias.
PLATÃO, Timeu (c. 360 a.C.).
Buscando compreender a diversidade de formas e substân-
cias que vemos no mundo, diversas culturas da Antiguidade
elaboraram a noção de “quatro elementos” fundamentais,
que seriam terra, água, ar e fogo. Essa visão de mundo pre-
valeceu até o início da Era Moderna, quando foi suplantada
diante das descobertas da química e da física.
PLATÃO. Timeu-Crítias. Coimbra: CECh, 2011. Qual substância apresenta propriedades que caracterizam o
Do ponto de vista da ciência moderna, a descrição dos “qua- cloreto de sódio (NaCI)?
tro elementos” feita por Platão corresponde ao conceito de  I
 partícula elementar.  II
 força fundamental.  III
 elemento químico.  IV
 fase da matéria.  V
 lei da natureza. Questão 12
A palha de aço, um material de baixo custo e vida útil pe-
quena, utilizada para lavar louças, é um emaranhado de fios
leves e finos que servem para a remoção por atrito dos
resíduos aderidos aos objetos.
A propriedade do aço que justifica o aspecto físico descrito
no texto é a
 ductilidade.
 maleabilidade.
 densidade baixa.
 condutividade elétrica.
 condutividade térmica.

189
Questão 13  Decaimento radioativo do carbono, provocado por par-
tículas beta.
O entendimento de como as ligações químicas se formam é
um dos assuntos fundamentais da ciência. A partir desses
fundamentos, pode-se entender como são desenvolvidos
Questão 16
novos matérias. Por exemplo, de acordo com a regra do
octeto, na formação de uma ligação covalente, os átomos Com a descoberta de emissões de energia do rádio-226, por
tendem a completar seus octetos pelo compartilhamento de Marie Curie e Pierre Curie, o fenômeno foi denominado
elétrons (atingir configuração de gás nobre, ns2 np6). radiação  (alfa) ou emissão  . Posteriormente, verificou-
Porém, quando o átomo central de uma molécula tem se que a emissão  na verdade são partículas correspon-
orbitais d vazios, ele pode acomodar 10, 12 ou até mais dentes a núcleos de hélio formados por dois prótons e dois
elétrons. Os elétrons desta camada de valência expandida nêutrons. Assim, no decaimento  , um núcleo instável
podem estarcomo pares isolados ou podem ser usados pelo emite partículas  , tornando-se um núcleo mais estável
átomo central para formar ligações. (núcleo filho).
A estrutura que representa uma molécula com o octeto Se um núcleo de rádio-226 emitir duas partículas  , o nú-
expandido (exceção à regra do octeto) é mero de massa do núcleo filho será
 BF3.  226.
 NH3.  224.
 PCI5.  222.
 BeH2.  220.
 AlI3.  218.
Questão 14 Questão 17
Os pesticidas organoclorados foram amplamente emprega- O terremoto e o tsunami ocorridos no Japão em 11 de mar-
dos na agricultura, contudo, em razão das suas elevadas ço de 2011 romperam as paredes de isolamento de alguns
toxicidades e persistências no meio ambiente, eles foram reatores da usina nuclear de Fukushima, o que ocasionou a
banidos. Considere a aplicação de 500 g de um pesticida liberação de substâncias radioativas. Entre elas está o iodo-
organoclorado em uma cultura e que, em certas condições, 131, cuja presença na natureza está limitada por sua meia-
o tempo de meia-vida do pesticida no solo seja de 5 anos. vida de oito dias.
A massa do pesticida no decorrer de 35 anos será mais O tempo estimado para que esse material se desintegre até
próxima de 1
atingir da sua massa inicial é de
 3,9 g. 16
 31,2 g.  8 dias.
 62,5 g.  16 dias.
 125,0 g.  24 dias.
 250,0 g.  32 dias.
Questão 15  128 dias.
Embora a energia nuclear possa ser utilizada para fins pací- Questão 18
ficos, recentes conflitos geopolíticos têm trazido preocupa- O elemento radioativo tório (Th) pode substituir os com-
ções em várias partes do planeta e estimulado discussões bustíveis fósseis e baterias. Pequenas quantidades desse
visando o combate ao uso de armas de destruição em mas- elemento seriam suficientes para gerar grande quantidade
sa. Além do potencial destrutivo da bomba atômica, uma de energia. A partícula liberada em seu decaimento poderia
grande preocupação associada ao emprego desse artefato ser bloqueada utilizando-se uma caixa de aço inoxidável. A
bélico é a poeira radioativa deixada após a bomba ser deto- equação nuclear para o decaimento do 23090Th é:
nada.
Qual é o processo envolvido na detonação dessa bomba?
230
90Th → 226
88Ra + partícula + energia
Considerando a equação de decaimento nuclear, a partícula
 Fissão nuclear do urânio, provocada por nêutrons. que fica bloqueada na caixa de aço inoxidável é o(a)
 Fusão nuclear do hidrogênio, provocada por prótons.  alfa.
 Desintegração nuclear do plutônio, provocada por elé-  beta.
trons.  próton.
 Associação em cadeia de chumbo, provocada por pósi-  nêutron.
trons.  pósitron.

190
Questão 19 Questão 22

A técnica do carbono-14 permite a datação de fósseis pela A energia nuclear é uma alternativa aos combustíveis fós-
mediação dos valores de emissão beta desse isótopo pre- seis que, se não gerenciada de forma correta, pode causar
sente no fóssil. Para um ser em vida, o máximo são 15 emis- impactos ambientais graves. O princípio da geração dessa
sões beta/(min g). Após a morte, a quantidade de 14C se energia pode se basear na reação de fissão controlada do
reduz pela metade a cada 5 730 anos. urânio por bombardeio de nêutrons, como ilustrado:
A prova do carbono 14. Disponível em: http://noticias.terra.com.br.
235U +n → 95Sr + 139Xe + 2n + energia
Acesso em: 9 nov. 2013 (adaptado).
Considere que um fragmento fóssil de massa igual a 30 g foi
Um grande risco decorre da geração do chamado lixo atô-
encontrado em um sítio arqueológico, e a medição de radia-
mico, que exige condições muito rígidas de tratamento e
ção apresentação 6 750 emissões beta por hora. A idade
armazenamento para evitar vazamentos para o meio ambi-
desse fóssil, em anos, é
ente.
 450.
Esse lixo é prejudicial, pois
 1 433.
 11 460.
 favorece a proliferação de microrganismos termófilos.
 17 190.
 produz nêutrons livres que ionizam o ar, tornando-o
 27 000.
condutor.
Questão 20
 libera gases que alteram a composição da atmosfera
O avanço científico e tecnológico da física nuclear permitiu terrestre.
conhecer, com maiores detalhes, o decaimento radioativo  acentua o efeito estufa decorrente do calor produzido
dos núcleos atômicos instáveis, desenvolvendo-se algumas na fissão.
aplicações para a radiação de grande penetração no corpo  emite radiação capaz de provocar danos à saúde dos
humano, utilizada, por exemplo, no tratamento do câncer. seres vivos.
A aplicação citada no texto se refere a qual tipo de radia- Questão 23
ção?
A bomba reduz neutros e neutrinos, e abana-se com o leque
 Beta.
da reação em cadeia
 Alfa.
ANDRADE, C. D. Poesia completa e prosa.
 Gama. Rio de Janeiro: Aguilar, 1973 (fragmento).
 Raios X. Nesse fragmento de poema, o autor refere-se à bomba atô-
 Ultravioleta. mica de urânio. Essa reação é dita “em cadeia” porque na
Questão 21  fissão do 235U ocorre liberação de grande quantidade
Pesquisadores recuperaram DNA de ossos de mamute de calor, que dá continuidade à reação.
(Mammuthus primigenius) encontrados na Sibéria, que  fissão de 235U ocorre liberação de energia, que vai de-
tiveram sua idade de cerca de 28 mil anos confirmada pela sintegrando o isótopo 238U, enriquecendo-o em mais
235U.
técnica do carbono-14
FAPESP. DNA de mamute é revelado. Disponível em:  fissão do 235U ocorre uma liberação de nêutrons, que
http://agencia.fapesp.br. bombardearão outros núcleos.
Acesso em: 13 ago. 2012 (adaptado).
 fusão do 235U com 238U ocorre formação de neutrino,
A técnica de datação apresentada no texto só é possível
que bombardeará outros núcleos radioativos.
devido à
 fusão do 235U com 238U ocorre formação de outros ele-
 proporção conhecida entre carbono-14 e carbono-12
mentos radioativos mais pesados, que desencadeiam
na atmosfera ao longo dos anos.
novos processos de fusão.
 decomposição de todo o carbono-12 presente no orga-
nismo após a morte.
 fixação maior do carbono-14 nos tecidos de organis-
mos após a morte.
 emissão de carbono-12 pelos tecidos de organismos
após a morte.
 transformação do carbono-12 em carbono-14 ao longo
dos anos.

191
Questão 24 Questão 26
Partículas beta, ao atravessarem a matéria viva, colidem A falta de conhecimento em relação ao que vem a ser um
com uma pequena porcentagem de moléculas e deixam material radioativo e quais os efeitos, consequências e usos
atrás de si um rastro aleatoriamente pontilhado de radicais da irradiação pode gerar o medo e a tomada de decisões
livres e íons quimicamente ativos. Essas espécies podem equivocadas, como a apresentada no exemplo a seguir.
romper ainda outras ligações moleculares, causando danos “Uma companhia aérea negou-se a transportar material
celulares. médico por este portar um certificado de esterilização por
HEWITT, P. G. Física conceitual. Porto Alegre: Bookman, 2002 (adaptado).
irradiação.”
A capacidade de gerar os efeitos descritos dá-se porque tal Física na Escola, v.8,n.2. 2007 (adaptado).
partícula é um A decisão tomada pela companhia é equivocada, pois
 o material é incapaz de acumular radiação, não se tor-
 elétron e, por possuir massa relativa desprezível, tem nando radioativo por ter sido irradiado.
elevada energia cinética translacional.  A utilização de uma embalagem é suficiente para blo-
 nêutron e, por não possuir carga elétrica, tem alta ca- quear a radiação emitida pelo material.
pacidade de produzir reações nucleares.  a contaminação radioativa do material não se prolifera
 núcleo do átomo de hélio (He) e, por possuir massa da mesma forma que as infecções por microorganis-
elevada, tem grande poder de penetração. mos.
 fóton e, por não possuir massa, tem grande facilidade  o material irradiado emite radiação de intensidade
de induzir a formação de radicais livres. abaixo daquela que ofereceria risco à saúde.
 núcleo do átomo de hidrogênio (H) e, por possuir carga  o intervalo de tempo após a esterilização é suficiente
positiva, tem alta reatividade química. para que o material não emita mais radiação.
Questão 25 Questão 27
Glicose marcada com nuclídeos de carbono-11 é utilizada Radioisótopos são frequentemente utilizados em diagnósti-
na medicina para se obter imagens tridimensionais do cé- cos por imagem. Um exemplo é aplicação de iodo-131 para
rebro, por meio de tomografia de emissão de pósitrons. A detectar possíveis problemas associados à glândula tireoi-
desintegração do carbono-11 gera um pósitron, com tempo de. Para o exame, o paciente incorpora o isótopo radioativo
de meia-vida de 20,4 min, de acordo com a equação da rea- pela ingestão de iodeto de potássio, o qual se concentrará
ção nuclear: na região a ser analisada. Um detector de radiação varre a
11
6C → 11
5B + 0
1e
região e um computador constrói a imagem que irá auxiliar
no diagnóstico. O radioisótopo em questão apresenta um
(pósitron)
tempo de meia-vida igual a 8 minutos e emite radiação
A partir da injeção de glicose marcada com esse nuclídeo, o gama e partículas beta em seu decaimento radioativo.
tempo de aquisição de uma imagem de tomografia é de Química nuclear na medicina. Disponível em: www.qmc.ufsc.br.
cinco meias-vidas. Acesso em: 28 jul. 2010 (adaptado).
Considerando que o medicamento contém 1,00 g do carbo- No decaimento radioativo do iodo-131, tem-se a
no-11, a massa, em miligramas, do nuclídeo restante, apos a  produção de uma partícula subatômica com carga posi-
aquisição da imagem, é mais próxima de tiva.
 possibilidade de sua aplicação na datação de fósseis.
 0,200.  formação de um elemento químico com diferente nú-
 0,969. mero de massa.
 9,80.  emissão de radiação que necessita de um meio materi-
 31,3. al para se propagar.
 200.  redução de sua massa a um quarto da massa inicial em
menos de meia hora.

192
Questão 28 Questão 29
O emprego de células de combustível a hidrogênio pode ser
O quadro lista alguns dispositivos eletrônicos que estão
uma tecnologia adequada ao transporte automotivo. O qua-
presentes no dia a dia, bem como a faixa de força eletromo-
dro apresenta características de cinco tecnologias mais
triz necessária ao seu funcionamento.
proeminentes de células de combustível.

Considere que uma bateria é construída pela associação em


série de três pilhas de lítio-iodo, nas condições padrão,
conforme as semiequações de redução apresentadas.

I2 + 2e– → 2I– E0 = + 0,54V


Li+ + e– → Li E0 = – 3,05V

Essa bateria é adequada para o funcionamento de qual dis-


positivo eletrônico?
Testes operacionais com esses tipos de células têm indicado
 I
que as melhores alternativas para veículos são as que ope-
 II
ram em baixos níveis de energia térmica, são formadas por
 III
membranas de eletrólitos poliméricos e ocorrem em meio
 IV
ácido.
 V THOMAS, S; ZALBOWITZ. M. Full cells: green power.
Los Alamos National Laboratory, Los Alamos, NM. 1999 (adaptado).
A tecnologia testada mais adequada para o emprego em
veículos automotivos é a célula de combustível
 AFC.
 MSFC.
 PEM.
 PAFC.
 SOFC.
Questão 30
Um produto, obtido industrialmente da eletrólise de solu-
ção aquosa de cloreto de sódio, tem sido amplamente em-
pregado na indústria, por exemplo, na fabricação de papéis,
tecidos e sabões. Normalmente, esse produto é usado na
desobstrução de encanamentos e sumidouros, pois é capaz
de reagir com gorduras. No entanto, a sua manipulação
exige cuidados, pois é altamente corrosivo, podendo, em
contato com a pele, provocar vermelhidão, irritação ou
“queimaduras” de tecidos vivos. Além disso, se o frasco do
produto for abandonado aberto por um longo período de
tempo, ele pode absorver CO2, convertendo-se em um sal.
Esse produto industrial é o
 cloro molecular, Cl2.
 ácido clorídrico, HCl.
 ácido sulfúrico, H2SO4.
 hidróxido de sódio, NaOH.
 carbonato de sódio, Na2CO3.

193
Questão 31 Questão 33

Os tanques de armazenamento de gasolina podem, com o Para realizar o desentupimento de tubulações de esgotos
tempo, sofrer processos oxidativos, resultando na contami- residenciais, é utilizada uma mistura sólida comercial que
nação do combustível e do solo à sua volta. Uma forma de contém hidróxido de sódio (NaOH) e outra espécie química
evitar tais problemas econômicos e ambientais é utilizar pulverizada. Quando é adicionada água a essa mistura,
preferencialmente metais de sacrifício, protegendo os tan- ocorre uma reação que libera gás hidrogênio e energia na
ques de armazenamento. forma de calor, aumentando a eficiência do processo de
Suponha que seja necessário usar um metal de sacrifício em desentupimento. Considere os potenciais padrão de redu-
um tanque de aço (liga de ferro-carbono). Considere as ção da água e de outras espécies em meio básico, ex-
semirreações de redução e seus respectivos potenciais pa- pressos no quadro.
drão.

Dos metais citados, o que garantirá proteção ao tanque de


aço é o
 zinco.
 cobre. Qual é a outra espécie que está presente na composição da
 níquel. mistura sólida comercial para aumentar sua eficiência?
 cádmio.  Al
 mercúrio.  Co
Questão 32  Cu(OH)2
 Fe(OH)2
As pilhas recarregáveis, bastante utilizadas atualmente, são
 Pb
formadas por sistemas que atuam como uma célula galvâni-
Questão 34
ca, enquanto estão sendo descarregadas, e como célula
eletrolítica, quando estão sendo recarregadas. Grupos de pesquisa em todo o mundo vêm buscando solu-
Uma pilha é formada pelos elementos níquel e cádmio e seu ções inovadoras, visando a produção de dispositivos para a
carregador deve fornecer uma diferença de potencial mí- geração de energia elétrica. Dentre eles, pode-se destacar as
nima para promover a recarga. Quanto maior a diferença de baterias de zinco-ar, que combinam o oxigênio atmosférico
potencial gerada pelo carregador, maior será o seu custo. e o metal zinco em um eletrólito aquoso de caráter alcalino.
Considere os valores de potencial padrão de redução dessas O esquema de funcionamento da bateria zinco-ar está apre-
espécies: sentado na figura.

Ni2+ (aq) + 2 e– Ni (s) Eº = –0,230 V


Cd2+ (aq) + 2 e– Cd (s) Eº = –0,402 V

Teoricamente, para que um carregador seja ao mesmo tem-


po eficiente e tenha o menor preço,a diferença de potencial
mínima, em volt, que ele deve superar é de

 0,086.
 0,172.
 0,316. No funcionamento da bateria, a espécie química formada no
 0,632. ânodo é
 1,264.  H2 (g).
 O2 (g).
 H2O (l).
 OH– (aq).
 Zn(OH)42– (aq).

194
Questão 37
Questão 35
A eletrólise é um processo não espontâneo de grande im-
Algumas moedas utilizam cobre metálico em sua composi-
portância para a indústria química. Uma de suas aplicações
ção. Esse metal, ao ser exposto ao ar úmido, na presença de
é a obtenção do gás cloro e do hidróxido de sódio, a partir
CO2, sofre oxidação formando o zinabre, um carbonato bási-
de uma solução aquosa de cloreto de sódio. Nesse procedi-
co de fórmula Cu2(OH)2CO3, que é tóxico ao homem e, por-
mento, utiliza-se uma célula eletroquímica, como ilustrado.
tanto, caracteriza-se como um poluente do meio ambiente.
Com o objetivo de reduzir a contaminação com o zinabre,
diminuir o custo de fabricação e aumentar a durabilidade
das moedas, é comum utilizar ligas resultantes da associa-
ção do cobre com outro elemento metálico.
A propriedade que o metal associado ao cobre deve apre-
sentar para impedir a formação de zinabre nas moedas é,
em relação ao cobre,
 maior caráter ácido.
 maior número de oxidação.
 menor potencial de redução.
 menor capacidade de reação.
 menor número de elétrons na camada de valência.
Questão 36 SHREVE, R. N.; BRINK Jr., J. A. Indústrias de processos químicos.
Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1997 (adaptado).
Em 1938 o arqueólogo alemão Wilhelm König, diretor do No processo eletrolítico ilustrado, o produto secundário
Museu Nacional do Iraque, encontrou um objeto estranho obtido é o
na coleção da instituição, que poderia ter sido usado como  vapor de água.
uma pilha, similar às utilizadas em nossos dias. A suposta  oxigênio molecular.
pilha, datada de cerca de 200 a.C., é constituída de um pe-  hipoclorito de sódio.
queno vaso de barro (argila) no qual foram instalados um  hidrogênio molecular.
tubo de cobre, uma barra de ferro (aparentemente corroída  cloreto de hidrogênio.
por ácido) e uma tampa de betume (asfalto), conforme ilus- Questão 38
trado. Considere os potenciais-padrão de redução:
A invenção do LED azul, que permite a geração de outras
cores para compor a luz branca, permitiu a construção de
lâmpadas energeticamente mais eficientes e mais duráveis
do que as incandescentes e fluorescentes. Em um experi-
mento de laboratório, pretende-se associar duas pilhas em
série para acender um LED azul que requer 3,6 volts para o
seu funcionamento. Considere as semirreações de redução
e seus respectivos potenciais mostrados no quadro.

As pilhas de Bagdá e a acupuntura.


Disponível em: http://jornalggn.com.br.
Acesso em: 14 dez. 2014 (adaptado).
Nessa suposta pilha, qual dos componentes atuaria como
cátodo?
 A tampa de betume.
 O vestígio de ácido.
 A barra de ferro.
 O tubo de cobre.
 O vaso de barro.

195
Qual associação em série de pilhas fornece diferença de Questão 39
potencial, nas condições-padrão, suficiente para acender o
TEXTO I
LED azul?
Biocélulas combustíveis são uma alternativa tecnológica
para substituição das baterias convencionais. Em uma bio-
célula microbiológica, bactérias catalisam reações de oxida-
ção de substratos orgânicos. Liberam elétrons produzidos
na respiração celular para um eletrodo, onde fluem por um
circuito externo até o cátodo do sistema, produzindo cor-
 rente elétrica. Uma reação típica que ocorre em biocélulas
microbiológicas utiliza o acetato como substrato.
AQUINO NETO, S.
Preparação e caracterização de bioanodos para biocélula a combustível etanol/O2.
Disponível em: www.teses.usp.br. Acesso em: 23 jun. 2015 (adaptado).
TEXTO II
  Em sistemas bioeletroquímicos, os potenciais padrão (Eº’)
apresentam valores característicos. Para as biocélulas de
acetato, considere as seguintes semirreações de redução e
seus respectivos potenciais:

 2 CO2 + 7 H+ + 8 e– → CH3COO– + 2 H2O Eº’ = –0,3 V


O2 + 4 H+ + 4 e– → 2 H2O Eº’ = 0,8 V

Nessas condições, qual é o número mínimo de biocélulas de


acetato, ligadas em série, necessárias para se obter uma
  diferença de potencial de 4,4 V?
 3
 4
 6
 9
  15
Questão 40

Utensílios de uso cotidiano e ferramentas que contêm ferro


em sua liga metálica tendem a sofrer processo corrosivo e
  enferrujar. A corrosão é um processo eletroquímico e, no
caso do ferro, ocorre a precipitação do óxido de ferro(III)
hidratado, substância marrom pouco solúvel, conhecida
como ferrugem. Esse processo corrosivo é, de maneira ge-
ral, representado pela equação química:


4 Fe (s) + 3 O 2 (g) + 2 H 2 O (l ) → 2 Fe 2 O3  H 2 O (s)
   
Ferrugem

Uma forma de impedir o processo corrosivo nesses utensí-


lios é
 
 renovar sua superfície, polindo-a semanalmente.
 evitar o contato do utensílio com o calor, isolando-o
termicamente.
 impermeabilizar a superfície, isolando-a de seu contato
 com o ar úmido.
 esterilizar frequentemente os utensílios, impedindo a
proliferação de bactérias.
 guardar os utensílios em embalagens, isolando-os do
contato com outros objetos.
 

196
Questão 03
QUÍMICA – PARTE III
O principal processo industrial utilizado na produção de
Questão 01 fenol é a oxidação do cumeno (isopropilbenzeno). A equa-
ção mostra que esse processo envolve a formação do hidro-
Em visita a uma usina sucroalcooleira, um grupo de alunos
peróxido de cumila, que em seguida é decomposto em fenol
pôde observar a série de processos de beneficiamento da
e acetona, ambos usados na indústria química como precur-
cana-de-açúcar, entre os quais se destacam:
sores de moléculas mais complexas. Após o processo de
1. A cana chega cortada da lavoura por meio de caminhões
síntese, esses dois insumos devem ser separados para co-
e é despejada em mesas alimentadoras que a conduzem
mercialização individual
para as moendas. Antes de ser esmagada para a retirada
do caldo açucarado, toda a cana é transportada por es-
teiras e passada por um eletroímã para a retirada de
materiais metálicos.
2. Após se esmagar a cana, o bagaço segue para as caldei-
ras, que geram vapor e energia para toda a usina.
3. O caldo primário, resultante do esmagamento, é passado
por filtros e sofre tratamento para transformar-se em Considerando as características físico-químicas dos dois
açúcar refinado e etanol. insumos formados, o método utilizado para a separação da
Com base nos destaques da observação dos alunos, mistura, em escala industrial, é a
quais operações físicas de separação de materiais foram  filtração.
realizadas nas etapas de beneficiamento da cana-de-  ventilação.
açúcar?  decantação.
 Separação mecânica, extração, decantação.  evaporação.
 Separação magnética, combustão, filtração.  destilação fracionada.
 Separação magnética, extração, filtração. Questão 04
 Imantação, combustão, peneiração.
Belém é cercada por 39 ilhas, e suas populações convivem
 Imantação, destilação, filtração.
com ameaças de doenças. O motivo, apontado por especia-
Questão 02
listas, é a poluição da água do rio, principal fonte de sobre-
Um grupo de pesquisadores desenvolveu um método sim- vivência dos ribeirinhos. A diarreia é frequente nas crianças
ples, barato e eficaz de remoção de petróleo contaminante e ocorre como consequência da falta de saneamento básico,
na água, que utiliza um plástico produzido a partir do líqui- já que a população não tem acesso à água de boa qualidade.
do da castanha de caju (LCC). A composição química do LCC Como não há água potável, a alternativa é consumir a do rio.
é muito parecida com a do petróleo e suas moléculas, por O Liberal. 8 jul. 2008. Disponível em: http://www.oliberal.com.br.
suas características, interagem formando agregados com o O procedimento adequado para tratar a água dos rios, a fim
petróleo. Para retirar os agrega dos da água, os pesquisado- de atenuar os problemas de saúde causados por microrga-
res misturam ao LCC nanopartículas magnéticas. nismos a essas populações ribeirinhas é a
KIFFER, D. Novo método para remoção de petróleo usa óleo de mamona e  filtração.
castanha de caju. Disponível em: www.faperj.br.Acessoem: 31 jul. 2012
(adaptado).
 cloração.
Essa técnica considera dois processos de separação de mis-  coagulação.
turas, sendo eles, respectivamente,  fluoretação.
 flotação e decantação.  decantação.
 decomposição e centrifugação. Questão 05
 floculação e separação magnética. Entre as substâncias usadas para o tratamento de água está
 destilação fracionada e peneiração. o sulfato de alumínio que, em meio alcalino, forma partícu-
 dissolução fracionada e magnetização. las em suspensão na água, às quais as impurezas presentes
no meio aderem.
O método de separação comumente usado para retirar o
sulfato de alumínio com as impurezas aderidas é a
 flotação.
 levigação.
 ventilação.
 peneiração.
 centrifugação.

197
Questão 06 Questão 08

Uma pessoa é responsável pela manutenção de uma sauna A farinha de linhaça dourada é um produto natural que
úmida. Todos os dias cumpre o mesmo ritual: colhe folhas oferece grandes benefícios para o nosso organismo. A maior
de capim-cidreira e algumas folhas de eucalipto. Em segui- parte dos nutrientes da linhaça encontra-se no óleo desta
da, coloca as folhas na saída do vapor da sauna, aromati- semente, rico em substâncias lipossolúveis com massas
zando-a, conforme representado na figura. moleculares elevadas. A farinha também apresenta altos
teores de fibras proteicas insolúveis em água, celulose, vi-
taminas lipossolúveis e sais minerais hidrossolúveis.
Considere o esquema, que resume um processo de separa-
ção dos componentes principais da farinha de linhaça dou-
rada.

Qual processo de separação é responsável pela aromatiza- O óleo de linhaça será obtido na fração
ção promovida?  Destilado 1.
 Filtração simples.  Destilado 2.
 Destilação simples.  Resíduo 2.
 Extração por arraste.  Resíduo 3.
 Sublimação fracionada.  Resíduo 4.
 Decantação sólido-líquido. Questão 09
Questão 07
Algumas toneladas de medicamentos para uso humano e
Para impedir a contaminação microbiana do suprimento de veterinário são produzidas por ano. Os fármacos são desen-
água, deve-se eliminar as emissões de efluentes e, quando volvidos para serem estáveis, mantendo suas propriedades
necessário, tratá-lo com desinfetante. O ácido hipocloroso químicas de forma a atender a um propósito terapêutico.
(HC O), produzido pela reação entre cloro e água, é um Após o consumo de fármacos, parte de sua dosagem é ex-
dos compostos mais empregados como desinfetante. Con- cretada de forma inalterada, persistindo no meio ambiente.
tudo, ele não atua somente como oxidante, mas também Em todo o mundo, antibióticos, hormônios, anestésicos,
como um ativo agente de cloração. A presença de matéria anti-inflamatórios, entre outros, são detectados em concen-
orgânica dissolvida no suprimento de água clorada pode trações preocupantes no esgoto doméstico, em águas super-
levar à formação de clorofórmio (CHC 3 ) e outras espé- ficiais e de subsolo. Dessa forma, a ocorrência de fármacos
cies orgânicas cloradas tóxicas. residuais no meio ambiente pode apresentar efeitos adver-
SPIRO, T. G.; STIGLIANI, W. M. Química ambiental. São Paulo: Pearson. sos em organismos aquáticos e terrestres.
2009 (adaptado). BILA, D. M.; DEZOTTI, M. Fármacos no meio ambiente. Química Nova, v. 26,
Visando eliminar da água o clorofórmio e outras moléculas n. 4, ago. 2003 (adaptado).
orgânicas, o tratamento adequado é a Qual ação minimiza a permanência desses contaminantes
 filtração, com o uso de filtros de carvão ativo. nos recursos hídricos?
 fluoretacão, pela adição de fluoreto de sódio.  Utilização de esterco como fertilizante na agricultura.
 coagulação, pela adição de sulfato de alumínio.  Ampliação das redes de coleta de esgoto na zona urba-
 correção do pH, pela adição de carbonato de sódio. na.
 floculação, em tanques de concreto com a água em mo-  Descarte dos medicamentos fora do prazo de validade
vimento. em lixões.
 Desenvolvimento de novos processos nas estações de
tratamento de efluentes.
 Reúso dos lodos provenientes das estações de trata-
mento de esgoto na agricultura.

198
Questão 10 TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
Seguem alguns trechos de uma matéria da revista Superin-
A obtenção de óleos vegetais, de maneira geral, passa pelas
teressante, que descreve hábitos de um morador de Barce-
etapas descritas no quadro.
lona (Espanha), relacionando-os com o consumo de energia
e efeitos sobre o ambiente.
Etapa Subetapa O que ocorre
I. Apenas no banho matinal, por exemplo, um cidadão utili-
Seleção dos Separação das sujida-
za cerca de 50 litros de água, que depois terá que ser tra-
grãos des mais grossas
tada. Além disso, a água é aquecida consumindo 1,5 qui-
Descascamento Separação de polpa e
lowatt-hora (cerca de 1,3 milhões de calorias), e para ge-
casca
Preparação rar essa energia foi preciso perturbar o ambiente de al-
Trituração Rompimento dos teci-
da maté- guma maneira...
dos e das paredes das
ria-prima II. Na hora de ir para o trabalho, o percurso médio dos mo-
células
radores de Barcelona mostra que o carro libera 90 gramas
Cozimento Aumento da permea-
do venenoso monóxido de carbono e 25 gramas de óxidos
bilidade das membra-
de nitrogênio... Ao mesmo tempo, o carro consome com-
nas celulares
bustível equivalente a 8,9 kwh.
Prensagem Remoção parcial do
III. Na hora de recolher o lixo doméstico... quase 1kg por
óleo
Extração dia. Em cada quilo há aproximadamente 240 gramas de
Extração Obtenção do óleo bru- papel, papelão e embalagens; 80 gramas de plástico; 55
do óleo
to com hexano gramas de metal, 40 gramas de material biodegradável e
bruto
Destilação Separação do óleo e do 80 gramas de vidro.
solvente Questão 12
Qual das subetapas do processo é realizada em função ape-
nas da polaridade das substâncias? No trecho I, a matéria faz referência ao tratamento necessá-
 Trituração. rio à água resultante de um banho. As afirmações a seguir
 Cozimento. dizem respeito a tratamentos e destinos dessa água. Entre
 Prensagem. elas, a mais plausível é a de que a água:
 Extração.  passa por peneiração, cloração, floculação, filtração e
 Destilação. pós-cloração, e é canalizada para os rios.
Questão 11  passa por cloração e destilação, sendo devolvida aos
consumidores em condições adequadas para ser inge-
Em seu laboratório, um técnico em química foi incumbido rida.
de tratar um resíduo, evitando seu descarte direto no meio  é fervida e clorada em reservatórios, onde fica armaze-
ambiente. Ao encontrar o frasco, observou a seguinte in- nada por algum tempo antes de retornar aos consumi-
formação: “Resíduo: mistura de acetato de etila e água”. dores.
Considere os dados do acetato de etila:  passa por decantação, filtração, cloração e, em alguns
- Baixa solubilidade em água; casos, por fluoretação, retomando aos consumidores.
 não pode ser tratada devido à presença do sabão, por
- Massa específica = 0,9 g cm−3 ;
isso é canalizada e despejada em rios.
- Temperatura de fusão = −83 C;
- Pressão de vapor maior que a da água.

A fim de tratar o resíduo, recuperando o acetato de etila, o


técnico deve
 evaporar o acetato de etila sem alterar o conteúdo de
água.
 filtrar a mistura utilizando um funil comum e um papel
de filtro.
 realizar uma destilação simples para separar a água do
acetato de etila.
 proceder a uma centrifugação da mistura para remover
o acetato de etila.
 decantar a mistura separando os dois componentes em
um funil adequado.

199
Questão 13
A análise da água de um lago que recebe a descarga de
A imagem apresenta as etapas do funcionamento de uma
águas residuais provenientes de lavouras adubadas revelou
estação individual para tratamento do esgoto residencial.
as concentrações dos elementos carbono (21,2 mol/L),
nitrogênio (1,2 mol/L) e fósforo (0,2 mol/L). Nessas condi-
ções, o nutriente limítrofe é o
 C.
N.
P.
 CO 2 .
 PO 4 .
Questão 15
Aspartame é um edulcorante artificial (adoçante dietético)
que apresenta potencial adoçante 200 vezes maior que o
açúcar comum, permitindo seu uso em pequenas quantida-
Em qual etapa decanta-se o lodo a ser separado do esgoto des. Muito usado pela indústria alimentícia, principalmente
residencial? nos refrigerantes diet, tem valor energético que correspon-
 1 de a 4 calorias/grama. É contraindicado a portadores de
 2 fenilcetonúria, uma doença genética rara que provoca o
 3 acúmulo da fenilalanina no organismo, causando retardo
 5 mental. O IDA (índice diário aceitável) desse adoçante é 40
 6 mg/kg de massa corpórea.
Questão 14 Disponível em: http://boaspraticasfarmaceuticas.blogspot.com. Acesso em: 27 fev.
2012.
A eutrofização é um processo em que rios, lagos e mares Com base nas informações do texto, a quantidade máxima
adquirem níveis altos de nutrientes, especialmente fosfatos recomendada de aspartame, em mol, que uma pessoa de 70
e nitratos, provocando posterior acúmulo de matéria orgâ- kg de massa corporal pode ingerir por dia é mais próxima
nica em decomposição. Os nutrientes são assimilados pelos de
produtores primários e o crescimento desses é controlado Dado: massa molar do aspartame = 294g/mol
pelo nutriente limítrofe, que é o elemento menos disponível  1,3  10–4.
em relação à abundância necessária à sobrevivência dos  9,5  10–3.
organismos vivos. O ciclo representado na figura seguinte  4  10–2.
reflete a dinâmica dos nutrientes em um lago.  2,6.
 823.

200
Questão 16 Questão 18
Para proteger estruturas de aço da corrosão, a indústria No Japão, um movimento nacional para a promoção da luta
utiliza uma técnica chamada galvanização. Um metal bas- contra o aquecimento global leva o slogan: 1 pessoa, 1 dia,
tante utilizado nesse processo é o zinco, que pode ser obti- 1 kg de CO2 a menos! A ideia é cada pessoa reduzir em 1 kg
do a partir de um minério denominado esfalerita (ZnS), de a quantidade de CO2 emitida todo dia, por meio de peque-
pureza 75%. Considere que a conversão do minério em nos gestos ecológicos, como diminuir a queima de gás de
zinco metálico tem rendimento de 80% nesta sequência de cozinha.
equações químicas: Um hambúrguer ecológico? É pra já! Disponível em:
http://lqes.iqm.unicamp.br. Acesso em: 24 fev. 2012 (adaptado).
2 ZnS + 3 O2 → 2 ZnO + 2 SO2 Considerando um processo de combustão completa de um
ZnO + CO → Zn + CO2 gás de cozinha composto exclusivamente por butano
Considere as massas molares: ZnS (97 g mol); O2 (C4H10), a mínima quantidade desse gás que um japonês
deve deixar de queimar para atender à meta diária, apenas
(32 g mol); ZnO (81 g mol); SO 2 (64 g mol); CO
com esse gesto, é de
(28 g mol); CO 2 (44 g mol); e Zn (65 g mol). Dados: CO2 (44 g/mol); C4H10 (58 g/mol)
Que valor mais próximo de massa de zinco metálico, em  0,25 kg.
quilogramas, será produzido a partir de 100 kg de esfaleri-  0,33 kg.
ta?  1,0 kg.
 25  1,3 kg.
 33  3,0 kg.
Questão 19
 40
 50 As mobilizações para promover um planeta melhor para as
 54 futuras gerações são cada vez mais frequentes. A maior
parte dos meios de transporte de massa é atualmente mo-
Questão 17 vida pela queima de um combustível fóssil. A título de
Grandes fontes de emissão do gás dióxido de enxofre são as exemplificação do ônus causado por essa prática, basta
indústrias de extração de cobre e níquel, em decorrência da saber que um carro produz, em média, cerca de 200g de
oxidação dos minérios sulfurados. Para evitar a liberação dióxido de carbono por km percorrido.
desses óxidos na atmosfera e a consequente formação da Revista Aquecimento Global. Ano 2, nº 8. Publicação do Instituto Brasileiro
de Cultura Ltda.
chuva ácida, o gás pode ser lavado, em um processo conhe-
Um dos principais constituintes da gasolina é o octano
cido como dessulfurização, conforme mostrado na equação
(C8H18). Por meio da combustão do octano é possível a libe-
(1).
ração de energia, permitindo que o carro entre em movi-
CaCO3(s) + SO2(g) → CaSO3(s) + CO2(g) (1) mento. A equação que representa a reação química desse
processo demonstra que
Por sua vez, o sulfito de cálcio formado pode ser oxidado,  no processo há liberaçao de oxigênio, sob a forma de
com o auxílio do ar atmosférico, para a obtenção do sulfato O2.
de cálcio, como mostrado na equação (2). Essa etapa é de  o coeficiente estequiométrico para a água é de 8 para 1
grande interesse porque o produto da reação, popularmen- do octano.
te conhecido como gesso, é utilizado para fins agrícolas.  no processo há consumo de água, para que haja libera-
2 CaSO3(s) + O2(g) → 2 CaSO4(s) (2) ção de energia.
 o coeficiente estequiométrico para o oxigênio é de 12,5
As massas molares dos elementos carbono, oxigênio, enxo-
para 1 do octano.
fre e cálcio são iguais a 12 g / mol, 16 g / mol, 32g / mol e
 o coeficiente estequiométrico para o gás carbônico é de
40 g / mol, respectivamente. 9 para 1 do octano.
BAIRD, C. Química ambiental. Porto Alegre: Bookman. 2002 (adaptado).
Considerando um rendimento de 90% no processo, a massa
de gesso obtida, em gramas, por mol de gás retido é mais
próxima de
 64.
 108.
 122.
 136.
 245.

201
Questão 20 Questão 22
O ácido acetilsalicílico, AAS (massa molar igual a A minimização do tempo e custo de uma reação química,
180 g mol), é sintetizado a partir da reação do ácido salicí- bem como o aumento na sua taxa de conversão, caracteriza
a eficiência de um processo químico. Como consequência,
lico (massa molar igual a 138 g mol) com anidrido acético,
produtos podem chegar ao consumidor mais baratos. Um
usando-se ácido sulfúrico como catalisador, conforme a
dos parâmetros que mede a eficiência de uma reação quí-
equação química:
mica é o seu rendimento molar (R, em %), definido como
nproduto
R=  100
nreagente limitante
em que n corresponde ao número de mols. O metanol pode
ser obtido pela reação entre brometo de metila e hidróxido
Após a síntese, o AAS é purificado e o rendimento final é de de sódio, conforme a equação química:
aproximadamente 50%. Devido às suas propriedades far-
macológicas (antitérmico, analgésico, anti-inflamatório, CH3Br + NaOH → CH3OH + NaBr
antitrombótico), o AAS é utilizado como medicamento na
As massas molares (em g mol) desses alimentos são:
forma de comprimidos, nos quais se emprega tipicamente
uma massa de 500 mg dessa substância. H = 1; C = 12; O = 16; Na = 23; Br = 80.

Uma indústria farmacêutica pretende fabricar um lote de O rendimento molar da reação, em que 32 g de metanol
900 mil comprimidos, de acordo com as especificações do
foram obtidos a partir de 142,5 g de brometo de metila e
texto. Qual é a massa de ácido salicílico, em kg, que deve
80 g de hidróxido de sódio, é mais próximo de
ser empregada para esse fim?
 22%.
 293  40%.
 345  50%.
 414  67%.
 690  75%.
 828 Questão 23

Questão 21 A composição média de uma bateria automotiva esgotada é


de aproximadamente 32% Pb, 3% PbO, 17% PbO2 e 36%
A produção de aço envolve o aquecimento do minério de
PbSO4. A média de massa da pasta residual de uma bateria
ferro, junto com carvão (carbono) e ar atmosférico em uma
usada é de 6kg, onde 19% é PbO2, 60% PbSO4 e 21% Pb.
série de reações de oxirredução. O produto é chamado de
Entre todos os compostos de chumbo presentes na pasta, o
ferro-gusa e contém cerca de 3,3% de carbono. Uma forma
que mais preocupa é o sulfato de chumbo (II), pois nos pro-
de eliminar o excesso de carbono é a oxidação a partir do
cessos pirometalúrgicos, em que os compostos de chumbo
aquecimento do ferro-gusa com gás oxigênio puro. Os dois
(placas das baterias) são fundidos, há a conversão de sulfa-
principais produtos formados são aço doce (liga de ferro
to em dióxido de enxofre, gás muito poluente.
com teor de 0,3% de carbono restante) e gás carbônico. As
Para reduzir o problema das emissões de SO2(g), a indústria
massas molares aproximadas dos elementos carbono e
pode utilizar uma planta mista, ou seja, utilizar o processo
oxigênio são, respectivamente, 12 g/mol e 16 g/mol.
hidrometalúrgico, para a dessulfuração antes da fusão do
LEE, J. D. Química Inorgânica não tão concisa. São Paulo: Edgard Blücher,
1999 (adaptado). composto de chumbo. Nesse caso, a redução de sulfato pre-
Considerando que um forno foi alimentado com 2,5 tonela- sente no PbSO4 é feita via lixiviação com solução de carbo-
das de ferro-gusa, a massa de gás carbônico formada, em nato de sódio (Na2CO3) 1M a 45°C, em que se obtém o car-
quilogramas, na produção de aço doce, é mais próxima de bonato de chumbo (II) com rendimento de 91%. Após esse
 28. processo, o material segue para a fundição para obter o
 75. chumbo metálico.
 175.
 275. PbSO4 + Na2CO3 → PbCO3 + Na2SO4
 303.
Dados: Massas Molares em g/mol Pb = 207; S = 32; Na = 23;
O = 16; C = 12

202
Segundo as condições do processo apresentado para a ob- Pode-se avaliar o esforço de mobilização que deveria ser
tenção de carbonato de chumbo (II) por meio da lixiviaçao empreendido para enfrentar tal situação, estimando a
por carbonato de sódio e considerando uma massa de pasta quantidade de caminhões necessária para carregar o mate-
residual de uma bateria de 6 kg, qual quantidade aproxima- rial neutralizante. Para transportar certo calcário que tem
da, em quilogramas, de PbCO3 é obtida? 80% de CaCO3, esse número de caminhões, cada um com
 1,7 kg carga de 30 toneladas, seria próximo de
 1,9 kg  100.
 2,9 kg  200.
 3,3 kg  300.
 3,6 kg  400.
Questão 24  500.
Questão 26
O álcool hidratado utilizado como combustível veicular é
obtido por meio da destilação fracionada de soluções aquo- Para se obter 1,5 kg do dióxido de urânio puro, matéria-
sas geradas a partir da fermentação de biomassa. Durante a prima para a produção de combustível nuclear, é necessário
destilação, o teor de etanol da mistura é aumentado, até o extrair-se e tratar-se 1,0 tonelada de minério. Assim, o ren-
limite de 96% em massa. dimento (dado em % em massa) do tratamento do minério
Considere que, em uma usina de produção de etanol, até chegar ao dióxido de urânio puro é de
800 kg de uma mistura etanol/água com concentração  0,10 %.
20% em massa de etanol foram destilados, sendo obtidos  0,15 %.
 0,20 %.
100 kg de álcool hidratado 96% em massa de etanol. A
 1,5 %.
partir desses dados, é correto concluir que a destilação em  2,0 %.
questão gerou um resíduo com uma concentração de etanol
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
em massa
Na investigação forense, utiliza-se luminol, uma substância
 de 0%.
que reage com o ferro presente na hemoglobina do sangue,
 de 8,0%. produzindo luz que permite visualizar locais contaminados
 entre 8,4% e 8,6%. com pequenas quantidades de sangue, mesmo superfícies
 entre 9,0% e 9,2%. lavadas.
 entre 13% e 14%. É proposto que, na reação do luminol (I) em meio alcalino,
na presença de peróxido de hidrogênio (II) e de um metal
Questão 25
de transição (Mn+ ) forma-se o composto 3-aminoftalato
Em setembro de 1998, cerca de 10.000 toneladas de ácido
(III) que sofre uma relaxação dando origem ao produto final
sulfúrico (H2SO4) foram derramadas pelo navio Bahamas no
da reação (IV), com liberação de energia (hν) e de gás ni-
litoral do Rio Grande do Sul. Para minimizar o impacto am-
biental de um desastre desse tipo, é preciso neutralizar a trogênio (N2 ).
acidez resultante. Para isso pode-se, por exemplo, lançar Dados: pesos moleculares:
calcário, minério rico em carbonato de cálcio (CaCO3), na Luminol = 177
região atingida. 3-aminoftalato = 164
A equação química que representa a neutralização do H 2SO4
por CaCO3, com a proporção aproximada entre as massas
dessas substâncias é:

H2SO4 + CaCO3 → CaSO4 + H2O + CO2


1 tonelada 1 tonelada sólido gás
reage com se dimentado

203
Questão 27 TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
O ferro pode ser obtido a partir da hematita, minério rico
Na análise de uma amostra biológica para análise forense,
em óxido de ferro, pela reação com carvão e oxigênio. A
utilizou-se 54 g de luminol e peróxido de hidrogênio em
tabela a seguir apresenta dados da análise de minério de
excesso, obtendo-se um rendimento final de 70 %.
ferro (hematita) obtido de várias regiões da Serra de Cara-
Sendo assim, a quantidade do produto final (IV) formada na
jás.
reação foi de
 123,9. Teor de Teor de Teor de
Minério sílica
 114,8. enxofre ferro
da
 86,0. (S)/% (Fe)/% ( SiO2 ) /%
região
 35,0. em massa em massa em massa
 16,2. 1 0,019 63,5 0,97
Questão 28 2 0,020 68,1 0,47
Atualmente, sistemas de purificação de emissões poluidoras 3 0,003 67,6 0,61
estão sendo exigidos por lei em um número cada vez maior Fonte: ABREU, S. F. Recursos minerais do Brasil. Vol.
de países. O controle das emissões de dióxido de enxofre 2.
gasoso, provenientes da queima de carvão que contém en- São Paulo: Edusp, 1973
xofre, pode ser feito pela reação desse gás com uma sus-
Questão 30
pensão de hidróxido de cálcio em água, sendo formado um
produto não poluidor do ar. No processo de produção do ferro, a sílica é removida do
A queima do enxofre e a reação do dióxido de enxofre com o minério por reação com calcário (CaCO3). Sabe-se, teorica-
hidróxido de cálcio, bem como as massas de algumas das mente (cálculo estequiométrico), que são necessários 100g
substâncias envolvidas nessas reações, podem ser assim de calcário para reagir com 60g de sílica.
representadas: Dessa forma, pode-se prever que, para a remoção de toda a
enxofre (32g) + oxigênio (32g) → dióxido de enxofre (64g) sílica presente em 200 toneladas do minério na região 1, a
dióxido de enxofre (64g) + hidróxido de cálcio (74g) → massa de calcário necessária é, aproximadamente, em tone-
produto não poluidor ladas, igual a:
Dessa forma, para absorver todo o dióxido de enxofre pro-  1,9.
duzido pela queima de uma tonelada de carvão (contendo  3,2.
1% de enxofre), é suficiente a utilização de uma massa de  5,1.
hidróxido de cálcio de, aproximadamente,  6,4.
 23 kg.  8,0.
 43 kg. Questão 31
 64 kg. Por meio de reações químicas que envolvem carboidratos,
 74 kg. lipídeos e proteínas, nossas células obtêm energia e produ-
 138 kg. zem gás carbônico e água. A oxidação da glicose no orga-
Questão 29 nismo humano libera energia, conforme ilustra a equação
química, sendo que aproximadamente 40% dela é disponi-
O esquema ilustra o processo de obtenção do álcool etílico a
bilizada para atividade muscular.
partir da cana-de-açúcar.
C6H12O6(s) + 6 O2(g) → 6 CO2(g) + 6 H2O( ) CH = −2.800 kJ

Considere as massas molares (em g mol−1) :


H = 1; C = 12; O = 16.
Na oxidação de 1,0 grama de glicose com um rendimento
Em 1996, foram produzidos no Brasil 12 bilhões de litros de
álcool. A quantidade de cana-de-açúcar, em toneladas, que de 80%, a energia obtida para atividade muscular, em
teve de ser colhida para esse fim foi aproximadamente quilojoule, é mais próxima de
 1,7  108.  6,20.
 1,2  109.  4,98.
9
 1,7  10 .  70,00.
 1,2  1010.  622,20.
 7,0  1010.  1.120,00.

204
Questão 32 Questão 34
O crescimento da frota de veículos em circulação no mundo O ácido acetilsalicílico, AAS (massa molar igual a
tem levado à busca e desenvolvimento de tecnologias que 180 g mol), é sintetizado a partir da reação do ácido salicí-
permitam minimizar emissões de poluentes atmosféricos. O
lico (massa molar igual a 138 g mol) com anidrido acético,
uso de veículos elétricos é uma das propostas mais propa-
gandeadas por serem de emissão zero. Podemos comparar usando-se ácido sulfúrico como catalisador, conforme a
a emissão de carbono na forma de CO 2 (massa molar igual equação química:

a 44 g mol−1) para os dois tipos de carros (a combustão e


elétrico). Considere que os veículos tradicionais a combus-
tão, movidos a etanol (massa molar igual a 46 g mol−1),
emitem uma média de 2,6 mol de CO 2 por quilômetro
Após a síntese verifica-se que o rendimento final é de apro-
rodado, e os elétricos emitem o equivalente a 0,45 mol de ximadamente 69%. Devido às suas propriedades farmaco-
CO 2 por quilômetro rodado considerando as emissões na lógicas (antitérmico, analgésico, anti-inflamatório, anti-
geração e transmissão da eletricidade). A reação de com- trombótico), o AAS é utilizado como medicamento na forma
bustão do etanol pode ser representada pela equação quí- de comprimidos.
mica: Uma indústria farmacêutica pretende fabricar, experimen-
C2H5OH( ) + 3 O2(g) → 2 CO2(g) + 3 H2O(g) talmente, um lote de 750 mil comprimidos que contenham
Foram analisadas as emissões de CO 2 envolvidas em dois 1500 mg de AAS de acordo com as especificações do texto.

veículos, um movido a etanol e outro elétrico, em um mes- Qual é a massa de ácido salicílico, em kg, que deve ser em-
mo trajeto de 1000 km. pregada?
CHIARADIA, C. A. Estudo da viabilidade da implantação de frotas de veículos  1250
elétricos e híbridos elétricos no atual cenário econômico, político, energético  1380
e ambiental brasileiro. Guaratinguetá: Unesp, 2015 (adaptado).
 1510
A quantidade equivalente de etanol economizada, em quilo-
 1658
grama, com o uso do veículo elétrico nesse trajeto, é mais
 2070
próxima de
Questão 35
 50.
 60. A minimização do tempo e custo de uma reação química,
 95. bem como o aumento na sua taxa de conversão, caracteri-
 99. zam a eficiência de um processo químico. Como consequên-
 120. cia, produtos podem chegar ao consumidor mais baratos.
Um dos parâmetros que mede a eficiência de uma reação
Questão 33
química é o seu rendimento molar (R, em %), definido
A obtenção de etanol utilizando a cana-de-açúcar envolve a como
fermentação dos monossacarídeos formadores da sacarose
nproduto
contida no melaço. Um desses formadores é a glicose R=  100
nreagente limitante
(C6H12O6), cuja fermentação produz cerca de 50 g de etanol
a partir de 100 g de glicose, conforme a equação química em que n corresponde ao número de mols. O metanol pode
descrita. ser obtido pela reação entre brometo de metila e hidróxido
Fermentação alcoólica de sódio, conforme a equação química:
C6H12O6 ⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯
→ 2 CH3CH2OH + 2 CO2 CH3Br + NaOH → CH3OH + NaBr
Em uma condição específica de fermentação, obtém-se 80% As massas molares (em g mol) desses alimentos são:
de conversão em etanol que, após sua purificação, apresen- H = 1; C = 12; O = 16; Na = 23; Br = 80.
ta densidade igual a 0,80 g/mL. O melaço utilizado apresen-
O rendimento molar da reação, em que 32 g de metanol
tou 50 kg de monossacarídeos na forma de glicose.
foram obtidos a partir de 161,5 g de brometo de metila e
O volume de etanol, em litro, obtido nesse processo é mais
próximo de 80 g de hidróxido de sódio, é mais próximo de
 16.  22%.
 20.  40%.
 25.  59%.
 64.  67%.
 100.  75%.

205
Questão 03
QUÍMICA – PARTE IV
Questão 01 Para compreender o processo de exploração e o consumo
A talidomida é um sedativo leve e foi muito utilizado no dos recursos petrolíferos, é fundamental conhecer a gênese
tratamento de náuseas, comuns no início da gravidez. e o processo de formação do petróleo descritos no texto
Quando foi lançada, era considerada segura para o uso de abaixo.
grávidas, sendo administrada como uma mistura racêmica "O petróleo é um combustível fóssil, originado provavel-
composta pelos seus dois enantiômeros (R e S). Entretanto, mente de restos de vida aquática acumulados no fundo dos
não se sabia, na época, que o enantiômero S leva à malfor- oceanos primitivos e cobertos por sedimentos. O tempo e a
mação congênita, afetando principalmente o desenvolvi- pressão do sedimento sobre o material depositado no fundo
mento normal dos braços e pernas do bebê. do mar transformaram esses restos em massas viscosas de
COELHO, F. A. S. “Fármacos e quiralídade”. Cadernos Temáticos de Química coloração negra denominadas jazidas de petróleo."
Nova na Escola, São Paulo, n. 3, maio 2001 (adaptado). (Adaptado de TUNDISI. Usos de energia. São Paulo: Atual Editora, 1991.)

Essa malformação congênita ocorre porque esses enantiô- As informações do texto permitem afirmar que:
meros  o petróleo é um recurso energético renovável a curto
 reagem entre si. prazo, em razăo de sua constante formaçăo geológica.
 não podem ser separados.  a exploração de petróleo é realizada apenas em áreas
 não estão presentes em partes iguais. marinhas.
 interagem de maneira distinta com o organismo.  a extração e o aproveitamento do petróleo são ativida-
 são estruturas com diferentes grupos funcionais. des não poluentes dada sua origem natural.
Questão 02  o petróleo é um recurso energético distribuído homo-
geneamente, em todas as regiões, independentemente
Algumas espécies de bactérias do gênero Pseudomonas da sua origem.
desenvolvem-se em ambientes contaminados com hidro-  o petróleo é um recurso não-renovável a curto prazo,
carbonetos, pois utilizam essas moléculas como substratos explorado em áreas continentais de origem marinha
para transformação em energia metabólica. Esses micror- ou em áreas submarinas.
ganismos são capazes de transformar o octano em molécu-
las menos tóxicas, tornando o ambiente mais propício para
desenvolvimento de fauna e flora.

Essas bactérias poderiam ser utilizadas para recuperar


áreas contaminadas com
 petróleo.
 pesticidas.
 lixo nuclear.
 gases tóxicos.
 metais pesados.

206
Questão 04 Questão 05

O Prêmio Nobel de Química de 2000 deveu-se à descoberta Um microempresário do ramo de cosméticos utiliza óleos
e ao desenvolvimento de polímeros condutores. Esses ma- essenciais e quer produzir um creme com fragrância de
teriais têm ampla aplicação em novos dispositivos eletro- rosas. O principal componente do óleo de rosas tem cadeia
luminescentes (LEDs), células fotovoltaicas etc. Uma pro- poli-insaturada e hidroxila em carbono terminal. O catálogo
priedade-chave de um polímero condutor é a presença de dos óleos essenciais apresenta, para escolha da essência,
ligações duplas conjugadas ao longo da cadeia principal do estas estruturas químicas:
polímero.
ROCHA FILHO, R C. Polímeros condutores: descoberta e aplicações. Quími-
ca Nova na Escola. n. 12, 2000 (adaptado).
Um exemplo desse polímero é representado pela estrutura



Qual substância o empresário deverá utilizar?


  1
  2
  3
 4
 5
 Questão 06

 A utilização de corantes na indústria de alimentos é bastan-
te difundida e a escolha por corantes naturais vem sendo
mais explorada por diversas razões. A seguir são mostradas
 três estruturas de corantes naturais.







A propriedade comum às estruturas que confere cor a esses


compostos é a presença de
 cadeia conjugada.
 cadeia ramificada.
 átomos de carbonos terciários.
 ligações duplas de configuração cis.
 átomos de carbonos de hibridação sp3 .

207
Questão 07 Questão 09
Plantas apresentam substâncias utilizadas para diversos A qualidade de óleos de cozinha, compostos principalmente
fins. A morfina, por exemplo, extraída da flor da papoula, é por moléculas de ácidos graxos, pode ser medida pelo índi-
utilizada como medicamento para aliviar dores intensas. Já ce de iodo. Quanto maior o grau de insaturação da molécu-
a coniina é um dos componentes da cicuta, considerada la, maior o índice de iodo determinado e melhor a qualidade
uma planta venenosa. Suas estruturas moleculares são do óleo. Na figura, são apresentados alguns compostos que
apresentadas na figura. podem estar presentes em diferentes óleos de cozinha:

Dentre os compostos apresentados, os dois que proporcio-


nam melhor qualidade para os óleos de cozinha são os áci-
dos
 esteárico e oleico.
 linolênico e linoleico.
 palmítico e esteárico.
 palmítico e linolênico.
 linolênico e esteárico.
Questão 10
Dentre os fitoquímicos representados, um deles é aromáti-
co e apresenta a seguinte fórmula molecular O ácido acetilsalicílico (AAS) é uma substância utilizada
como fármaco analgésico no alívio das dores de cabeça. A
 C16H17NO2 .
figura abaixo é a representação estrutural da molécula do
 C16H19NO3 .
AAS.
 C17H17NO3 .
 C17H19NO3 .
 C15H15NO3 .
Questão 08
Polímeros biodegradáveis são polímeros nos quais a degra-
dação resulta da ação de microrganismos de ocorrência
natural, como bactérias, fungos e algas, podendo ser con-
Considerando-se essa representação, é correto afirmar que
sumidos em semanas ou meses sob condições favoráveis de
a fórmula molecular do AAS é
biodegradação. Na ausência de oxigênio, ocorre a biodegra-
 C7O2H3COOH.
dação anaeróbica, conforme representação esquemática
simplificada.  C7O2H7COOH.
 C8O2H3COOH.
Microrganismos
CPolímeros ⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯→ CO2 + CH4 + H2O + CResíduos + CBiomassa  C8O2H7COOH.
 C8 O2H16 COOH.
Durante esse processo, há a formação de produtos que po-
dem ser usados para a geração de energia. Um desses pro-
dutos é encontrado no estado físico de menor agregação da
matéria e pode ser diretamente usado como combustível.
BRITO, G. F. et al. Biopolímeros, polímeros biodegradáveis e polímeros
verdes. Revista Eletrônica de Materiais e Processos, n. 2, 2011 (adaptado).
O produto que apresenta essas características é:
 CO2
 CH4
 H 2O
 CResíduo
 CBiomassa

208
Questão 11 Questão 13
A capacidade de limpeza e a eficiência de um sabão depen-
Com o objetivo de proporcionar aroma e sabor a diversos
dem de sua propriedade de formar micelas estáveis, que
alimentos, a indústria alimentícia se utiliza de flavorizantes.
arrastam com facilidade as moléculas impregnadas no ma-
Em geral, essas substâncias são ésteres, como as apresenta-
terial a ser limpo. Tais micelas têm em sua estrutura partes
das no quadro.
capazes de interagir com substâncias polares, como a água,
Nome Fórmula Aroma
e partes que podem interagir com substâncias apolares,
Benzoato de C6H5CO2CH3 Kiwi
como as gorduras e os óleos.
metila SANTOS, W. L. P; MÕL, G. S. (Coords.). Química e sociedade. São Paulo: Nova
Acetato de CH3CO2 (CH2 )2 CH(CH3 )2 Banana Geração, 2005 (adaptado).
isoamila A substância capaz de formar as estruturas mencionadas é
Acetato de CH3CO2CH2C6H5 Pêssego  C18H36 .
benzila  C17H33 COONa.
Propanoato CH3CH2CO2CH2CH(CH3 )2 Rum
 CH3 CH2COONa.
de isobutila
Antranilato Uva  CH3CH2CH2COOH.
C6H4NH2CO2CH3
de metila  CH3CH2CH2CH2OCH2CH2CH2CH3 .
O aroma do flavorizante derivado do ácido etanoico e que Questão 14
apresenta cadeia carbônica saturada é de
A própolis é um produto natural conhecido por suas pro-
 kiwi
priedades anti-inflamatórias e cicatrizantes. Esse material
 banana.
contém mais de 200 compostos identificados até o momen-
 pêssego.
to. Dentre eles, alguns são de estrutura simples, como é o
 rum.
caso do C6H5CO2CH2CH3, cuja estrutura está mostrada a
 uva.
seguir.
Questão 12
Uma forma de organização de um sistema biológico é a
presença de sinais diversos utilizados pelos indivíduos para
se comunicarem. No caso das abelhas da espécie Apis melli-
fera, os sinais utilizados podem ser feromônios. Para saírem
e voltarem de suas colmeias, usam um feromônio que indica
a trilha percorrida por elas (Composto A). Quando pressen-
tem o perigo, expelem um feromônio de alarme (Composto O ácido carboxílico e o álcool capazes de produzir o éster
B), que serve de sinal para um combate coletivo. O que dife- em apreço por meio da reação de esterificação são, respec-
rencia cada um desses sinais utilizados pelas abelhas são as tivamente,
estruturas e funções orgânicas dos feromônios.  ácido benzoico e etanol.
 ácido propanoico e hexanol.
 ácido fenilacético e metanol.
 ácido propiônico e cicloexanol.
 ácido acético e álcool benzílico.

As funções orgânicas que caracterizam os feromônios de


trilha e de alarme são, respectivamente,
 álcool e éster.
 aldeído e cetona.
 éter e hidrocarboneto.
 enol e ácido carboxílico.
 ácido carboxílico e amida.

209
Questão 15 Questão 17

Plantas apresentam substâncias utilizadas para diversos Você já ouviu essa frase: rolou uma química entre nós! O
fins. A morfina, por exemplo, extraída da flor da papoula, é amor é frequentemente associado a um fenômeno mágico
utilizada como medicamento para aliviar dores intensas. Já ou espiritual, porém existe a atuação de alguns compostos
a coniina é um dos componentes da cicuta, considerada em nosso corpo, que provocam sensações quando estamos
uma planta venenosa. Suas estruturas moleculares são perto da pessoa amada, como coração acelerado e aumento
apresentadas na figura. da frequência respiratória. Essas sensações são transmiti-
das por neurotransmissores, tais como adrenalina, nora-
drenalina, feniletilamina, dopamina e as serotoninas.

O grupo funcional comum a esses fitoquímicos é o(a)


 éter.
 éster.
 fenol.
 álcool.
 amina.
Questão 16
A baunilha é uma espécie de orquídea. A partir de sua flor, é
produzida a vanilina (conforme representação química),
que dá origem ao aroma de baunilha.

Os neurotransmissores citados possuem em comum o gru-


po funcional característico da função
 éter.
 álcool.
 amina.
 cetona.
 ácido carboxílico.

Na vanilina estão presentes as funções orgânicas


 aldeído, éter e fenol.
 álcool, aldeído e éter.
 álcool, cetona e fenol.
 aldeído, cetona e fenol.
 ácido carboxílico, aldeído e éter.

210
Questão 18 Questão 19

A curcumina, substβncia encontrada no pσ-amarelo- O 2-BHA é um fenol usado como antioxidante para retardar
alaranjado extraνdo da raiz da cϊrcuma ou aηafrγo-da-νndia a rancificação em alimentos e cosméticos que contêm áci-
(Curcuma longa), aparentemente, pode ajudar a combater dos graxos insaturados. Esse composto caracteriza-se por
vαrios tipos de cβncer, o mal de Alzheimer e atι mesmo apresentar uma cadeia carbônica aromática mononuclear,
retardar o envelhecimento. Usada hα quatro milκnios por apresentando o grupo substituinte terc-butil na posição
algumas culturas orientais, apenas nos ϊltimos anos passou orto e o grupo metóxi na posição para.
a ser investigada pela ciκncia ocidental. A fórmula estrutural do fenol descrito é


 

Na estrutura da curcumina, identificam-se grupos carac-
terνsticos das funηυes
 éter e álcool.
 éter e fenol.
 éster e fenol.
 aldeído e enol.

 aldeído e éster.


 







211
Questão 20 Questão 22
As abelhas utilizam a sinalização química para distinguir a Motores a combustão interna apresentam melhor rendi-
abelha-rainha de uma operária, sendo capazes de reconhe- mento quando podem ser adotadas taxas de compressão
cer diferenças entre moléculas. A rainha produz o sinaliza- mais altas nas suas câmaras de combustão, sem que o com-
dor químico conhecido como ácido 9-hidroxidec-2-enoico, bustível sofra ignição espontânea. Combustíveis com maio-
enquanto as abelhas-operárias produzem ácido 10- res índices de resistência à compressão, ou seja, maior oc-
hidroxidec-2-enoico. Nós podemos distinguir as abelhas- tanagem, estão associados a compostos com cadeias carbô-
operárias e rainhas por sua aparência, mas, entre si, elas nicas menores, com maior número de ramificações e com
usam essa sinalização química para perceber a diferença. ramificações mais afastadas das extremidades da cadeia.
Pode-se dizer que veem por meio da química. Adota-se como valor padrão de 100% de octanagem o isô-
LE COUTEUR, P.; BURRESON, J. Os botões de Napoleão: as 17 moléculas que mero do octano mais resistente à compressão.
mudaram a história. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2006 (adaptado).
Com base nas informações do texto, qual dentre os isôme-
As moléculas dos sinalizadores químicos produzidas pelas
ros seguintes seria esse composto?
abelhas rainha e operária possuem diferença na
 n-octano.
 fórmula estrutural.
 2,4-dimetil-hexano.
 fórmula molecular.
 2-metil-heptano.
 identificação dos tipos de ligação.
 2,5-dimetil-hexano.
 contagem do número de carbonos.
 2,2,4-trimetilpentano.
 identificação dos grupos funcionais.
Questão 23
Questão 21
Pesquisas demonstram que nanodispositivos baseados em
Os feromônios de insetos são substâncias responsáveis pela
movimentos de dimensões atômicas, induzidos por luz,
comunicação química entre esses indivíduos. A extração de
feromônios para uso agronômico no lugar de pesticidas poderão ter aplicações em tecnologias futuras, substituindo
convencionais geralmente é inviável, pois são encontrados micromotores, sem a necessidade de componentes mecâni-
em baixa concentração nas glândulas de armazenamento. cos. Exemplo de movimento molecular induzido pela luz
Uma das formas de solucionar essa limitação é a síntese em pode ser observado pela flexão de uma lâmina delgada de
laboratório dos próprios feromônios ou de isômeros que silício, ligado a um polímero de azobenzeno e a um material
apresentem a mesma atividade. Suponha que o composto suporte, em dois comprimentos de onda, conforme ilustra-
apresentado seja um feromônio natural e que seu tautôme-
do na figura. Com a aplicação de luz ocorrem reações rever-
ro seja um potencial substituto.
síveis da cadeia do polímero, que promovem o movimento
observado.

Com base na estrutura química desse feromônio, seu poten-


cial substituto é representado pela substância:





TOMA, H. E. A nanotecnologia das moléculas. Química Nova na Escola, n. 21,
maio 2005 (adaptado).

 O fenômeno de movimento molecular, promovido pela inci-


 dência de luz, decorre do(a)
 movimento vibracional dos átomos, que leva ao encur-
tamento e à relaxação das ligações.

  isomerização das ligações N = N, sendo a forma cis do
polímero mais compacta que a trans.
 tautomerização das unidades monoméricas do políme-
 ro, que leva a um composto mais compacto.

  ressonância entre os elétrons π do grupo azo e os do
anel aromático que encurta as ligações duplas.
 variação conformacional das ligações N = N, que resul-
 ta em estruturas com diferentes áreas de superfície.


212
Questão 24 Questão 25
O citral, substância de odor fortemente cítrico, é obtido a
Os feromônios são substâncias utilizadas na comunicação
partir de algumas plantas como o capim-limão, cujo óleo
entre indivíduos de uma espécie. O primeiro feromônio
essencial possui aproximadamente 80%, em massa, da
isolado de um inseto foi o bombicol, substância produzida
substância. Uma de suas aplicações é na fabricação de pro-
pela mariposa do bicho-da-seda.
dutos que atraem abelhas, especialmente do gênero Apis,
pois seu cheiro é semelhante a um dos feromônios libera-
dos por elas. Sua fórmula molecular é C10H16O, com uma
cadeia alifática de oito carbonos, duas insaturações, nos
carbonos 2 e 6; e dois grupos substituintes metila, nos car-
O uso de feromônios em ações de controle de insetos-praga bonos 3 e 7. O citral possui dois isômeros geométricos, sen-
está de acordo com o modelo preconizado para a agricultu- do o trans o que mais contribui para o forte odor.
ra do futuro. São agentes altamente específicos e seus com-
postos químicos podem ser empregados em determinados Para que se consiga atrair um maior número de abelhas
cultivos, conforme ilustrado no quadro. para uma determinada região, a molécula que deve estar
presente em alta concentração no produto a ser utilizado é:

 

 

 

 

 

Questão 26
FERREIRA, J. T. B.; ZARBIN, P. H. G. Amor ao primeiro odor: a comunicação química
entre os insetos. Química Nova na Escola. n.7, maio 1998 (adaptado). A figura representa a estrutura química do principal antivi-
Considerando essas estruturas químicas, o tipo de estere- ral usado na pandemia de gripe antiviral usado na pande-
oisomeria apresentada pelo bombicol é também apresenta- mia de gripe H1N1, que se iniciou em 2009.
da pelo feromônio utilizado no controle do inseto
 Sitophilus spp.
 Migdolus fryanus.
 Anthonomus rubi.
 Grapholita molesta.
 Scrobipalpuloides absoluta.

Qual é o número de enantiômeros possíveis para esse anti-


viral?
 1
 2
 6
 8
 16

213
Questão 27 Questão 29
Várias características e propriedades de moléculas orgâni- Em algumas regiões brasileiras, é comum se encontrar um
cas podem ser inferidas analisando sua fórmula estrutural. animal com odor característico, o zorrilho. Esse odor serve
Na natureza, alguns compostos apresentam a mesma fór- para proteção desse animal, afastando seus predadores. Um
mula molecular e diferentes fórmulas estruturais. São os dos feromônios responsáveis por esse odor é uma substân-
chamados isômeros, como ilustrado nas estruturas. cia que apresenta isomeria trans e um grupo tiol ligado à
sua cadeia.
A estrutura desse feromônio, que ajuda na proteção do
zorrilho, é


Entre as moléculas apresentadas, observa-se a ocorrência


de isomeria 
 ótica. 
 de função.
 de cadeia.
 geométrica.
 de compensação. 
Questão 28 
Na hidrogenação parcial de óleos vegetais, efetuada pelas
indústrias alimentícias, ocorrem processos paralelos que
conduzem à conversão das gorduras cis em trans. Diversos
estudos têm sugerido uma relação direta entre os ácidos 
graxos trans e o aumento do risco de doenças vasculares. 
RIBEIRO, A. P.B. et al. Interesterificação química: alternativa para obtenção de gordu-
ra zero e trans. Química Nova, n. 5, 2007 (adaptado).
Qual tipo de reação química a indústria alimentícia deve
evitar para minimizar a obtenção desses subprodutos?

 Adição.

 Ácido-base.
 Substituição.
 Oxirredução.
 Isomerização.

Questão 30

A busca por substâncias capazes de minimizar a ação do


inseto que ataca as plantações de tomate no Brasil levou à
síntese e ao emprego de um feromônio sexual com a seguin-
te fórmula estrutural:

Uma indústria agroquímica necessita sintetizar um deriva-


do com maior eficácia. Para tanto, o potencial substituto
deverá preservar as seguintes propriedades estruturais do
feromônio sexual: função orgânica, cadeia normal e isome-
ria geométrica original.

214
A fórmula estrutural do substituto adequado ao feromônio Questão 32
sexual obtido industrialmente é:
Tensoativos são compostos orgânicos que possuem com-

portamento anfifílico, isto é, possuem duas regiões, uma
hidrofóbica e outra hidrofílica. O principal tensoativo aniô-
 nico sintético surgiu na década de 1940 e teve grande acei-
 tação no mercado de detergentes em razão do melhor de-
sempenho comparado ao do sabão. No entanto, o uso desse
produto provocou grandes problemas ambientais, dentre
 eles a resistência à degradação biológica, por causa dos
 diversos carbonos terciários na cadeia que compõe a por-
ção hidrofóbica desse tensoativo aniônico. As ramificações
na cadeia dificultam sua degradação, levando à persistência

 no meio ambiente por longos períodos. Isso levou a sua
substituição na maioria dos países por tensoativos biode-
gradáveis, ou seja, com cadeias alquílicas lineares.
 PENTEADO, J. C. P.; EL SEOUD, O. A.; CARVALHO, L. R. F. [ ... ]:uma aborda-
 gem ambiental e analítica. Química Nova, n. 5, 2006 (adaptado).
Qual a fórmula estrutural do tensoativo persistente no am-

biente mencionado no texto?
Questão 31

Os hidrocarbonetos são moléculas orgânicas com uma série
de aplicações industriais. Por exemplo, eles estão presentes
em grande quantidade nas diversas frações do petróleo e 
normalmente são separados por destilação fracionada, com
base em suas temperaturas de ebulição.
O quadro apresenta as principais frações obtidas na destila-
ção do petróleo em diferentes faixas de temperaturas.

Número de áto-
Faixa de Exemplos mos de carbono 
Fração temperatura de produ- (hidrocarboneto
(C) tos de fórmula geral
CnH2n+2 )
Gás natural
e gás de
1 Até 20 C1 a C 4
cozinha
(GLP)
2 30 a 180 Gasolina C6 a C12
3 170 a 290 Querosene C11 a C16 

4 260 a 350 Óleo diesel C14 a C18


Na fração 4, a separação dos compostos ocorre em tempe-
raturas mais elevadas porque
 suas densidades são maiores.
 o número de ramificações é maior. 
 sua solubilidade no petróleo é maior.
 as forças intermoleculares são mais intensas.
 a cadeia carbônica é mais difícil de ser quebrada.

215
Questão 33 Questão 35
A composição de um dos refrigerantes mais ácidos mundi- As águas subterrâneas têm sido contaminadas pelo uso de
almente consumido é mantida em segredo pelos seus pro- pesticidas na agricultura. Entre as várias substâncias usu-
dutores. Existe uma grande especulação em torno da "fór- almente encontradas, algumas são apresentadas na figura.
mula" dessa bebida, a qual envolve algumas das seguintes A distinção dessas substâncias pode ser feita por meio de
substâncias: uma análise química qualitativa, ou seja, determinando sua
presença mediante a adição de um reagente específico. O
hidróxido de sódio é capaz de identificar a presença de um
desses pesticidas pela reação ácido-base de Brönsted-
Lowry.

A substância presente nesse refrigerante, responsável pelo


seu acentuado caráter ácido, é a
 I.
 II.
 III.
 IV.
 V.
Questão 34
Sais de amônio são sólidos iônicos com alto ponto de fusão,
muito mais solúveis em água que as aminas originais e li- O teste positivo será observado com o pesticida
geiramente solúveis em solventes orgânicos apolares, sen-  I.
do compostos convenientes para serem usados em xaropes  II.
e medicamentos injetáveis. Um exemplo é a efedrina, que  III.
funde a 79 C, tem um odor desagradável e oxida na pre-  IV.
sença do ar atmosférico formando produtos indesejáveis. O  V.
cloridrato de efedrina funde a 217 C, não se oxida e é Questão 36

inodoro, sendo o ideal para compor os medicamentos. Com o aumento da população de suínos no Brasil, torna-se
necessária a adoção de métodos para reduzir o potencial
poluidor dos resíduos dessa agroindústria, uma vez que,
comparativamente ao esgoto doméstico, os dejetos suínos
são 200 vezes mais poluentes. Sendo assim, a utilização
desses resíduos como matéria-prima na obtenção de com-
bustíveis é uma alternativa que permite diversificar a ma-
triz energética nacional, ao mesmo tempo em que parte dos
recursos hídricos do país são preservados.
De acordo com o texto, que propriedade química das ami- BECK, A. M. Resíduos suínos como alternativa energética sustentável.
XXVII Encontro Nacional de Engenharia de Produção. Anais ENEGEP, Foz
nas possibilita a formação de sais de amônio estáveis, facili-
do Iguaçu, 2007 (adaptado).
tando a manipulação de princípios ativos?
O biocombustível a que se refere o texto é o
 Acidez.
 etanol.
 Basicidade.
 biogás.
 Solubilidade.
 butano.
 Volatilidade.
 metanol.
 Aromaticidade.
 biodiesel.

216
Questão 37 Questão 40

A simples atitude de não jogar direto no lixo ou no ralo da O biodiesel é um biocombustível obtido a partir de fontes
pia o óleo de cozinha usado pode contribuir para a redução renováveis, que surgiu como alternativa ao uso do diesel de
da poluição ambiental. Mas o que fazer com o óleo vegetal petróleo para motores de combustão interna. Ele pode ser
que não será mais usado? Não existe um modelo ideal de obtido pela reação entre triglicerídeos, presentes em óleos
descarte, mas uma alternativa simples tem sido reaprovei- vegetais e gorduras animais, entre outros, e alcoóis de baixa
tá-lo para fazer sabão. Para isso, são necessários, além do massa molar, como o metanol ou etanol, na presença de um
próprio óleo, água e soda cáustica. catalisador. Neste processo forma-se, também, um subpro-
LOBO, I. Sabão feito com óleo de cozinha. Disponível em: duto muito utilizado na indústria.
http://pga.pgr.mpf.gov.br. Acesso em: 29 fev. 2012 (adaptado).
Com base no texto, a reação química que permite o reapro-
veitamento do óleo vegetal é denominada
 redução.
 epoxidação.
 substituição.
 esterificação. Os nomes da reação representada e do subproduto formado
 saponificação. são, respectivamente,
Questão 38  Esterificação e glicol.
Uma das técnicas de reciclagem química do polímero PET  Esterificação e glicerina.
[poli(tereftalato de etileno)] gera o tereftalato de metila e o  Transesterificação e glicol.
etanodiol, conforme o esquema de reação, e ocorre por  Transesterificação e glicerina.
meio de uma reação de transesterificação.  Oxidação e propanotriol.
Questão 41
A ozonólise, reação utilizada na indústria madeireira para a
produção de papel, é também utilizada em escala de labora-
O produto aromático, representado no esquema de reação, tório na síntese de aldeídos e cetonas. As duplas ligações
pertence à função orgânica dos alcenos são clivadas pela oxidação com o ozônio (O3 ),
 álcool. em presença de água e zinco metálico, e a reação produz
 ácido carboxílico. aldeídos e/ou cetonas, dependendo do grau de substituição
 éster. da ligação dupla. Ligações duplas dissubstituídas geram
 éter. cetonas, enquanto as ligações duplas terminais ou monos-
 cetona. substituídas dão origem a aldeídos, como mostra o esque-
Questão 39 ma.
O biodiesel é um biocombustível obtido a partir de fontes
renováveis, que surgiu como alternativa ao uso do diesel de
petróleo para motores de combustão interna. Ele pode ser
obtido pela reação entre triglicerídeos, presentes em óleos
vegetais e gorduras animais, entre outros, e álcoois de baixa Considere a ozonólise do composto 1-fenil-2-metilprop-1-
massa molar, como o metanol ou etanol, na presença de um eno:
catalisador, de acordo com a equação química:

A função química presente no produto que representa o


biodiesel é Quais são os produtos formados nessa reação?
 éter.  Benzaldeído e propanona.
 éster.  Propanal e benzaldeído.
 álcool.  2-fenil-etanal e metanal.
 cetona.  Benzeno e propanona.
 ácido carboxílico.  Benzaldeído e etanal.

217
Questão 42 Questão 44
O biodiesel não é classificado como uma substância pura,
Nucleófilos (Nu− ) são bases de Lewis que reagem com
mas como uma mistura de ésteres derivados dos ácidos
haletos de alquila, por meio de uma reação chamada substi- graxos presentes em sua matéria-prima. As propriedades
tuição nucleofílica (SN ), como mostrado no esquema: do biodiesel variam com a composição do óleo vegetal ou
R − X + Nu− → R − Nu + X− (R = grupo alquila e X = gordura animal que lhe deu origem, por exemplo, o teor de
ésteres saturados é responsável pela maior estabilidade do
halogênio)
biodiesel frente à oxidação, o que resulta em aumento da
A reação de SN entre metóxido de sódio (Nu− = CH3O− ) e vida útil do biocombustível. O quadro ilustra o teor médio
brometo de metila fornece um composto orgânico perten- de ácidos graxos de algumas fontes oleaginosas.
cente à função
 éter.
 éster.
 álcool.
 haleto.
 hidrocarboneto.
Questão 43
O permanganato de potássio (KMnO4 ) é um agente oxi-
dante forte muito empregado tanto em nível laboratorial
quanto industrial. Na oxidação de alcenos de cadeia normal,
MA, F.; HANNA, M. A. “Biodiesel Production: a review”. Bioresource Tech-
como o 1-fenil-1-propeno, ilustrado na figura, o KMnO4 é nology, Londres, v. 70, n. 1 jan. 1999 (adaptado).
utilizado para a produção de ácidos carboxílicos. Qual das fontes oleaginosas apresentadas produziria um
biodiesel de maior resistência à oxidação?
 Milho.
 Palma.
 Canola.
 Algodão.
 Amendoim.
Questão 45
Os produtos obtidos na oxidação do alceno representado, Grande quantidade dos maus odores do nosso dia a dia está
em solução aquosa de KMnO4 , são: relacionada a compostos alcalinos. Assim, em vários desses
casos, pode-se utilizar o vinagre, que contém entre 3,5% e
 Ácido benzoico e ácido etanoico.
5% de ácido acético, para diminuir ou eliminar o mau chei-
 Ácido benzoico e ácido propanoico.
ro. Por exemplo, lavar as mãos com vinagre e depois enxa-
 Ácido etanoico e ácido 2-feniletanoico.
guá-las com água elimina o odor de peixe, já que a molécula
 Ácido 2-feniletanoico e ácido metanoico.
 Ácido 2-feniletanoico e ácido propanoico. de piridina (C5 H5 N) é uma das substâncias responsáveis
pelo odor característico de peixe podre.
SILVA, V. A.; BENITE, A. M. C.; SOARES, M. H. F. B. “Algo aqui não cheira
bem… A química do mau cheiro”. Química Nova na Escola, v. 33, n. 1, fev.
2011 (adaptado).
A eficiência do uso do vinagre nesse caso se explica pela
 sobreposição de odor, propiciada pelo cheiro caracte-
rístico do vinagre.
 solubilidade da piridina, de caráter ácido, na solução
ácida empregada.
 inibição da proliferação das bactérias presentes, devi-
do à ação do ácido acético.
 degradação enzimática da molécula de piridina, acele-
rada pela presença de ácido acético.
 reação de neutralização entre o ácido acético e a piri-
dina, que resulta em compostos sem mau odor.

218
Questão 46 Questão 49
Quando se abre uma garrafa de vinho, recomenda-se que A descoberta dos organismos extremófilos foi uma surpresa
seu consumo não demande muito tempo. À medida que os para os pesquisadores. Alguns desses organismos, chama-
dias ou semanas se passam, o vinho pode se tornar azedo, dos de acidófilos, são capazes de sobreviver em ambientes
pois o etanol presente sofre oxidação e se transforma em extremamente ácidos. Uma característica desses organis-
ácido acético. mos é a capacidade de produzir membranas celulares com-
Para conservar as propriedades originais do vinho, depois postas de lipídeos feitos de éteres em vez dos ésteres de
de aberto, é recomendável glicerol, comuns nos outros seres vivos (mesófilos), o que
 colocar a garrafa ao abrigo de luz e umidade. preserva a membrana celular desses organismos mesmo
 aquecer a garrafa e guardá-la aberta na geladeira. em condições extremas de acidez.
 verter o vinho para uma garrafa maior e esterilizada. A degradação das membranas celulares de organismos não
 fechar a garrafa, envolvê-la em papel alumínio e guar- extremófilos em meio ácido é classificada como
dá-la na geladeira.  hidrólise.
 transferir o vinho para uma garrafa menor, tampá-la e  termólise.
guardá-la na geladeira.  eterificação.
Questão 47  condensação.
A maioria dos alimentos contém substâncias orgânicas, que  saponificação.
possuem grupos funcionais e/ou ligações duplas, que po- Questão 50
dem ser alteradas pelo contato com o ar atmosférico, resul- Nos tempos atuais, grandes esforços são realizados para
tando na mudança do sabor, aroma e aspecto do alimento, minimizar a dependência dos combustíveis fósseis, buscan-
podendo também produzir substâncias tóxicas ao organis- do alternativas como compostos provenientes de fontes
mo. Essas alterações são conhecidas rancificação do alimen- renováveis, biodegradáveis e que causem menos impacto
to. na atmosfera terrestre. Um combustível renovável (X) de
Essas modificações são resultantes de ocorrência de rea- grande importância econômica é obtido a partir da equação
ções de genérica:
 oxidação. Sacarose → C6H12O6 → X + CO2
 hidratação.
Com base na equação, o referido combustível renovável é o
 neutralização.
 etanol.
 hidrogenação.
 butano.
 tautomerização.
 propano.
Questão 48
 biodiesel.
O trinitrotolueno (TNT) é um poderoso explosivo obtido a  gás natural.
partir da reação de nitração do tolueno, como esquematiza-
do.

A síntese do TNT é um exemplo de reação de


 neutralização.
 desidratação.
 substituição.
 eliminação.
 oxidação.

219
Questão 51 Questão 52
O biodiesel é um combustível alternativo ao diesel de petró- A figura apresenta um processo alternativo para obtenção
leo que tem sido produzido em grande escala no Brasil a de etanol combustível, utilizando o bagaço e as folhas de
partir da transesterificação do óleo de soja em meio alcali- cana-de-açúcar. Suas principais etapas são identificadas
no. Visando reduzir a competição com a indústria alimentí- com números.
cia, os óleos de fritura estão entre as matérias-primas alter-
nativas que têm sido consideradas. Porém, o seu uso no
processo tradicional é dificultado por causa da acidez de
Brönsted, desenvolvida durante o processo de degradação
do óleo, conforme mostra o esquema genérico em que R
representa um grupamento alquila qualquer.
Em qual etapa ocorre a síntese desse combustível?
 1
 2
 3
 4
 5
Questão 53

O ácido acetilsalicílico é um analgésico que pode ser obtido


pela reação de esterificação do ácido salicílico. Quando
armazenado em condições de elevadas temperaturas e
umidade, ocorrem mudanças físicas e químicas em sua
estrutura, gerando um odor característico. A figura repre-
senta a fórmula estrutural do ácido acetilsalicílico.
A dificuldade mencionada é gerada pela presença de gru-
pamentos:





Esse odor é provocado pela liberação de

 etanol.
 etanal.
  ácido etanoico.
  etanoato de etila.
 benzoato de etila.









220
Questão 54 Questão 55
A ozonólise, reação utilizada na indústria madeireira para a O biodiesel é um biocombustível que pode ser obtido a
produção de papel, é também utilizada em escala de labora- partir do processo químico em que óleos ou gorduras são
tório na síntese de aldeídos e cetonas. As duplas ligações transformados em ésteres metílicos ou etílicos de ácidos
dos alcenos são clivadas pela oxidação com o ozônio (O3 ), graxos. Suas principais vantagens de uso relacionam-se
em presença de água e zinco metálico, e a reação produz principalmente ao fato de serem oriundos de fontes reno-
aldeídos e/ou cetonas, dependendo do grau de substituição váveis e produzirem muito menos poluição do que os deri-
da ligação dupla. Ligações duplas dissubstituídas geram vados de combustíveis fósseis. A figura seguinte mostra, de
cetonas, enquanto as ligações duplas terminais ou monos- forma esquemática, o processo de produção de biodiesel a
substituídas dão origem a aldeídos, como mostra o esque- partir do óleo de soja:
ma.

Considere a ozonólise do composto 1,2-fenil-prop-1-eno:

Quais são os produtos formados nessa reação?


 Ácido benzoico e etil-fenil-cetona.
 Ácido benzoico e benzaldeído.
 2-fenil-etanal e metil-fenil-cetona.
 Benzaldeído e fenil-metil-cetona.
 Benzaldeído e etil-fenil-cetona.

De acordo com o descrito, a etapa que representa efetiva-


mente a formação das moléculas orgânicas combustíveis
que compõem o biodiesel está representada na figura pelo
número
 1.
 2.
 3.
 4.
 5.

221
Questão 56 Questão 59
A enorme quantidade de resíduos gerados pelo consumo O uso de embalagens plásticas descartáveis vem crescendo
crescente da sociedade traz para a humanidade uma preo- em todo o mundo, juntamente com o problema ambiental
cupação socioambiental, em especial pela quantidade de gerado por seu descarte inapropriado. O politereftalato de
lixo produzido. Além da reciclagem e do reúso, pode-se etileno (PET), cuja estrutura é mostrada, tem sido muito
melhorar ainda mais a qualidade de vida, substituindo po- utilizado na indústria de refrigerantes e pode ser reciclado
límeros convencionais por polímeros biodegradáveis. e reutilizado. Uma das opções possíveis envolve a produção
Esses polímeros têm grandes vantagens socioambientais de matérias-primas, como o etilenoglicol (1,2-etanodiol), a
em relação aos convencionais porque partir de objetos compostos de PET pós-consumo.
 não são tóxicos.
 não precisam ser reciclados.
 não causam poluição ambiental quando descartados.
 são degradados em um tempo bastante menor que os
convencionais.
 apresentam propriedades mecânicas semelhantes aos
convencionais. Disponível em: www.abipet.org.br. Acesso em: 27 fev. 2012 (adaptado).
Questão 57 Com base nas informações do texto, uma alternativa para a
Uma das técnicas de reciclagem química do polímero PET obtenção de etilenoglicol a partir do PET é a
[poli(tereftalato de etileno)] gera o tereftalato de metila e o  solubilização dos objetos.
etanodiol, conforme o esquema de reação, e ocorre por  combustão dos objetos.
meio de uma reação de transesterificação.  trituração dos objetos.
 hidrólise dos objetos.
 fusão dos objetos.
Questão 60
Alguns materiais poliméricos não podem ser utilizados para
O composto A, representado no esquema de reação, é o a produção de certos artefatos, seja por limitações das pro-
 metano. priedades mecânicas, seja pela facilidade com que sofrem
 metanol. degradação, gerando subprodutos indesejáveis para aquela
 éter metílico. aplicação. Torna-se importante, então, a fiscalização, para
 ácido etanoico. determinar a natureza do polímero utilizado na fabricação
 anidrido etanoico. do artefato. Um dos métodos possíveis baseia-se na decom-
Questão 58 posição do polímero para a geração dos monômeros que lhe
Com o objetivo de substituir as sacolas de polietileno, al- deram origem.
guns supermercados têm utilizado um novo tipo de plástico A decomposição controlada de um artefato gerou a diamina
ecológico, que apresenta em sua composição amido de mi- H2N(CH2 )6 NH2 e o diácido HO2C(CH2 )4 CO2H. Logo, o
lho e uma resina polimérica termoplástica, obtida a partir artefato era feito de
de uma fonte petroquímica.  poliéster.
ERENO, D. “Plásticos de vegetais”. Pesquisa Fapesp, n. 179, jan. 2011 (adaptado).
 poliamida.
Nesses plásticos, a fragmentação da resina polimérica é
 polietileno.
facilitada porque os carboidratos presentes
 poliacrilato.
 dissolvem-se na água.
 polipropileno.
 absorvem água com facilidade.
 caramelizam por aquecimento e quebram.
 são digeridos por organismos decompositores.
 decompõem-se espontaneamente em contato com
água e gás carbônico.

222
Questão 61 Questão 62
Duas matérias-primas encontradas em grande quantidade Entre os materiais mais usados no nosso dia a dia desta-
no Rio Grande do Sul, a quitosana, um biopolímero prepa- cam-se os plásticos, constituídos por polímeros. A conse-
rado a partir da carapaça do camarão, e o poliol, obtido do quência de seu amplo uso é a geração de resíduos, que ne-
óleo do grão da soja, são os principais componentes de um cessitam de um destino final adequado em termos ambien-
novo material para incorporação de partículas ou princípios tais. Uma das alternativas tem sido a reciclagem, que deve
ativos utilizados no preparo de vários produtos. Este mate- respeitar as características dos polímeros que compõem o
rial apresenta viscosidade semelhante às substâncias utili- material. Esse processo envolve algumas etapas, como:
zadas atualmente em vários produtos farmacêuticos e cos- separação do resíduo (catação), moagem, hidrólise, lava-
méticos, e fabricadas a partir de polímeros petroquímicos, gem, secagem, pirólise e aquecimento (fusão).
com a vantagem de ser biocompatível e biodegradável. A SPINACÉ, M. A. S., PAOLI, M. A. D. Tecnologia de reciclagem de polímeros.

fórmula estrutural da quitosana está apresentada em se- Quais das etapas citadas do processo de reciclagem são
guida. classificadas como métodos químicos?
 Hidrólise e pirólise
 Secagem e pirólise
 Moagem e lavagem
 Separação e hidrólise
 Secagem e aquecimento
Questão 63
Os polímeros são materiais amplamente utilizadas na soci-
edade moderna, alguns deles na fabricação de embalagens e
filmes plásticos, por exemplo. Na figura estão relacionadas
Com relação às características do material descrito, pode-se as estruturas de alguns monômeros usados na produção de
afirmar que polímeros de adição comuns.
 o uso da quitosana é vantajoso devido a suas proprie-
dades, pois não existem mudanças em sua pureza e
peso molecular, características dos polímeros, além de
todos os seus benefícios ambientais.
 a quitosana tem em sua constituição grupos amina,
pouco reativos e não disponíveis para reações quími-
Dentre os homopolímeros formados a partir dos monôme-
cas, com as vantagens ambientais comparadas com os
ros da figura, aquele que apresenta solubilidade em água é
produtos petroquímicos.
 polietileno.
 o polímero natural quitosana é de uso vantajoso, pois o
 poliestireno.
produto constituído por grupos álcool e amina tem
 polipropileno.
vantagem ambiental comparado com os polímeros
 poliacrilamida.
provenientes de materiais petroquímicos.
 policloreto de vinila.
 a quitosana é constituída por grupos hidroxila em car-
bonos terciários e derivados com poliol, dificilmente
produzidos, e traz vantagens ambientais comparadas
com os polímeros de produtos petroquímicos.
 a quitosana é um polímero de baixa massa molecular, e
o produto constituído por grupos álcool e amida é van-
tajoso para aplicações ambientais em comparação com
os polímeros petroquímicos.

223
Questão 64 Questão 66
O Nylon® é um polímero (uma poliamida) obtido pela rea- O petróleo é uma fonte de energia de baixo custo e de larga
ção do ácido adípico com a hexametilenodiamina, como utilização como matéria-prima para uma grande variedade
indicado no esquema reacional. de produtos. É um óleo formado de várias substâncias de
origem orgânica, em sua maioria hidrocarbonetos de dife-
rentes massas molares. São utilizadas técnicas de separação
para obtenção dos componentes comercializáveis do petró-
leo. Além disso, para aumentar a quantidade de frações
Na época da invenção desse composto, foi proposta uma comercializáveis, otimizando o produto de origem fóssil,
nomenclatura comercial, baseada no número de átomos de utiliza-se o processo de craqueamento.
carbono do diácido carboxílico, seguido do número de car- O que ocorre nesse processo?
bonos da diamina.  Transformação das frações do petróleo em outras mo-
De acordo com as informações do texto, o nome comercial léculas menores.
de uma poliamida resultante da reação do ácido butanodi-  Reação de óxido-redução com transferência de elé-
oico com o 1,2-diamino-etano é trons entre as moléculas.
 Nylon 4,3.  Solubilização das frações do petróleo com a utilização
 Nylon 6,2. de diferentes solventes.
 Nylon 3,4.  Decantação das moléculas com diferentes massas mo-
 Nylon 4,2. lares pelo uso de centrífugas.
 Nylon 2,6.  Separação dos diferentes componentes do petróleo em
Questão 65 função de suas temperaturas de ebulição.
O poli(ácido lático) ou PLA é um material de interesse tec- Questão 67
nológico por ser um polímero biodegradável e bioabsorví- As previsões de que, em poucas décadas, a produção mun-
vel. O ácido lático, um metabólito comum no organismo dial de petróleo possa vir a cair têm gerado preocupação,
humano, é a matéria-prima para produção do PLA, de acor- dado seu caráter estratégico. Por essa razão, em especial no
do com a equação química simplificada: setor de transportes, intensificou-se a busca por alternati-
vas para a substituição do petróleo por combustíveis reno-
váveis. Nesse sentido, além da utilização de álcool, vem se
propondo, no Brasil, ainda que de forma experimental,
 a mistura de percentuais de gasolina cada vez maiores
no álcool.
Que tipo de polímero de condensação é formado nessa rea-  a extração de óleos de madeira para sua conversão em
ção? gás natural.
 Poliéster.  o desenvolvimento de tecnologias para a produção de
 Polivinila. biodiesel.
 Poliamida.  a utilização de veículos com motores movidos a gás do
 Poliuretana. carvão mineral.
 Policarbonato.  a substituição da gasolina e do diesel pelo gás natural.
Questão 68
Há estudos que apontam razões econômicas e ambientais
para que o gás natural possa vir a tornar-se, ao longo deste
século, a principal fonte de energia em lugar do petróleo.
Justifica-se essa previsão, entre outros motivos, porque o
gás natural
 além de muito abundante na natureza é um combustí-
vel renovável.
 tem novas jazidas sendo exploradas e é menos poluen-
te que o petróleo.
 vem sendo produzido com sucesso a partir do carvão
mineral.
 pode ser renovado em escala de tempo muito inferior à
do petróleo.
 não produz CO2 em sua queima, impedindo o efeito
estufa.

224
Questão 69 Questão 71
O petróleo que vaza de um navio cargueiro em alto-mar A explosão de uma plataforma de petróleo em frente à costa
pode ser removido por meio de duas técnicas de dispersão americana e o vazamento de cerca de mil barris de petróleo
mecânica, em que jatos de água ou de areia são usados para por dia no mar provocaram um desastre ambiental. Uma
dissociar a mancha em pequenos pedaços e facilitar sua das estratégias utilizadas pela Guarda Costeira para dissi-
degradação. par a mancha negra foi um recurso simples: fogo. A queima
Disponível em: http:/g1.globo.com. Acesso em: 24 nov. 2011 (adaptado). da mancha de petróleo para proteger a costa provocará
Apesar de eficientes, essas técnicas apresentam importante seus próprios problemas ambientais, criando enormes nu-
potencial de contaminação do solo marítimo quando vens de fumaça tóxica e deixando resíduos no mar e no ar.
 o petróleo que chega à praia fica impregnado na areia HIRST, M. Depois de vazamento, situação de petroleira britânica se compli-
que é arrastada pra o fundo. ca. BBC. Disponível em: http://www.bbc.co.uk. Acesso em: 1 maio 2010
 os jatos de água ou de areia empurram o petróleo da Além da poluição das águas provocada pelo derramamento
superfície para o fundo do mar. de óleo no mar, a queima do petróleo provoca a poluição
 o petróleo fica diluído na água salgada e, por ser mais atmosférica formando uma nuvem negra denominada fuli-
denso que a água do mar, irá afundar. gem, que é proveniente da combustão
 os jatos de água ou de areia provocam um movimento  completa de hidrocarbonetos.
de circulação da água, que leva o petróleo para o fun-  incompleta de hidrocarbonetos.
do.  completa de compostos sulfurados.
 o petróleo fica diluído na água e atinge o fundo pela  incompleta de compostos sulfurados.
convecção da água e pelo afundamento dos grãos de  completa de compostos nitrogenados.
areia do jato. MATEMÁTICA E SUAS TECNOLOGIAS
Questão 70
MATEMÁTICA – PARTE I
O quadro apresenta a composição do petróleo. Questão 01

A qualidade de sementes é verificada, entre outros fatores,


pelo índice de germinação. Uma grande empresa afirma que
o índice de germinação de suas sementes é de 90%. Essa
empresa e dez pequenos produtores que formam uma coo-
perativa estão concorrendo a um auxílio financeiro que
permitirá aumentar os negócios. Os cooperados querem
preparar um documento técnico comparando a qualidade
de suas sementes com as da empresa. Eles discutiram a
possibilidade de colocar nesse documento frases como:
I. A média de germinação de nossas sementes é superior ao
índice de germinação anunciado pela empresa.
II. A mediana de germinação de nossas sementes é superior
ao índice de germinação anunciado pela empresa.
Para a separação dos constituintes com o objetivo de pro- III. A média de germinação de nossas sementes é igual ao
duzir a gasolina, o método a ser utilizado é a índice de germinação anunciado pela empresa.
 filtração. IV. A moda de germinação de nossas sementes é igual ao
 destilação. índice de germinação anunciado pela empresa.
 decantação. V. A mediana de germinação de nossas sementes é igual ao
 precipitação. índice de germinação anunciado pela empresa.
 centrifugação. Eles decidiram anotar a porcentagem de germinação das
sementes de cada cooperado, analisar as frases e decidir
qual era a correta para, então, colocá-la no documento.
As porcentagens anotadas foram 90%, 65%, 70%, 75%,
95%, 95%, 90%, 80%, 80% e 90%.
A frase a ser colocada no documento é a de número
 I.
 II.
 III.
 IV.
 V.

225
Questão 02 Questão 04
A receita R de uma empresa ao final de um mês é o dinheiro Até a Copa de 2010, apenas sete jogadores haviam conse-
captado com a venda de mercadorias ou com a prestação de guido o feito de marcar 8 ou mais gols em uma mesma edi-
serviços nesse mês, e a despesa D é todo o dinheiro utiliza- ção da Copa do Mundo. O quadro apresenta os anos das
do para pagamento de salários, contas de água e luz, impos- edições da copa nas quais ocorreram esses feitos, quais
tos, entre outros. O lucro mensal obtido ao final do mês é a foram os jogadores que os realizaram e os respectivos nú-
diferença entre a receita e a despesa registradas no mês. O meros de gols marcados por cada um deles.
gráfico apresenta as receitas e despesas, em milhão de real, Número de gols
Ano Nome do jogador
de uma empresa ao final dos cinco primeiros meses de um marcados
dado ano. 1930 Guillermo Stábile 8
1950 Ademir de Menezes 9
1954 Sandor Kocsis 11
1958 Just Fontaine 13
1966 Eusébio 9
1970 Gerd Müller 10
2002 Ronaldo Nazário 8
Para facilitar a análise sobre a quantidade de gols marcados
por esses artilheiros nas referidas copas, foi calculada a
mediana da distribuição dos números de gols marcados por
eles nas sete copas especificadas no quadro.
A previsão para os próximos meses é que o lucro mensal A mediana dessa distribuição é igual a
não seja inferior ao maior lucro obtido até o mês de maio.  9,0.
Nessas condições, o lucro mensal para os próximos meses  9,7.
deve ser maior ou igual ao do mês de  10,0.
 janeiro.  10,2.
 fevereiro.  13,0.
 março. Questão 05
 abril. Um fiscal de certa empresa de ônibus registra o tempo, em
 maio. minuto, que um motorista novato gasta para completar
Questão 03 certo percurso. No Quadro 1 figuram os tempos gastos pelo
O quadro apresenta o número de terremotos de magnitude motorista ao realizar o mesmo percurso sete vezes. O Qua-
maior ou igual a 7, na escala Richter, ocorridos em nosso dro 2 apresenta uma classificação para a variabilidade do
planeta nos anos de 2000 a 2011. tempo, segundo o valor do desvio padrão.
Quadro 1
Tempos
Um pesquisador acredita que a mediana representa bem o (em 48 54 50 46 44 52 49
número anual típico de terremotos em um período. minuto)
Segundo esse pesquisador, o número anual típico de terre-
motos de magnitude maior ou igual a 7 é Quadro 2
 11. Desvio padrão do
 15. Variabilidade
tempo (min)
 15,5. Extremamente baixa 0σ2
 15,7. Baixa 2σ4
 17,5.
Moderada 4σ6
Alta 6σ8
Extremamente alta σ8
Com base nas informações apresentadas nos quadros, a
variabilidade do tempo é
 extremamente baixa.
 baixa.
 moderada.
 alta.
 extremamente alta.

226
Questão 06 Questão 08
De acordo com um relatório recente da Agência Internacio- Para determinar a ordem de largada numa corrida de au-
nal de Energia (AlE), o mercado de veículos elétricos atingiu tomóveis, dez pilotos participarão de um treino classificató-
um novo marco em 2016, quando foram vendidos mais de rio no dia anterior à corrida. Pelo regimento, para cada
750 mil automóveis da categoria. Com isso, o total de car- piloto, faz-se a tomada de tempo em três voltas no circuito,
ros elétricos vendidos no mundo alcançou a marca de 2 e a primeira posição no grid de largada pertencerá àquele
milhões de unidades desde que os primeiros modelos co- piloto que obtiver a menor média desses três tempos. Nove
meçaram a ser comercializados em 2011. pilotos já terminaram as voltas classificatórias no circuito, e
No Brasil, a expansão das vendas também se verifica. A o piloto X ainda vai realizar sua última volta. Os dados e a
marca A, por exemplo, expandiu suas vendas no ano de média de cada piloto estão na tabela.
2016, superando em 360 unidades as vendas de 2015, Tempo (min) nas voltas classificatórias de cada
conforme representado no gráfico. piloto e suas médias
Piloto 1ª volta 2ª volta 3ª volta Média
I 1,42 1,62 1,49 1,51
II 1,36 1,49 1,68 1,51
III 1,53 1,44 1,53 1,50
IV 1,53 1,50 1,50 1,51
V 1,50 1,47 1,53 1,50
A média anual do número de carros vendidos pela marca VI 1,60 1,67 1,56 1,61
A, nos anos representados no gráfico, foi de VII 1,41 1,63 1,46 1,50
 192. VIII 1,48 1,50 1,49 1,49
 240. IX 1,70 1,77 1,63 1,70
 252. X 1,57 1,50 ***** *****
 320.
Qual o tempo, em minuto, a ser batido pelo último piloto, na
 420. terceira volta, que lhe garanta a primeira posição no grid de
Questão 07 largada?
Estimativas do IBGE para a safra nacional de cereais, legu-  1,36
minosas e oleaginosas, em 2012, apontavam uma participa-  1,40
ção por região conforme indicado no gráfico.  1,49
 1,50
 1,51

As estimativas indicavam que as duas regiões maiores pro-


dutoras produziriam, juntas, um total de 119,9 milhões de
toneladas dessas culturas, em 2012.
De acordo com esses dados, qual seria o valor mais próximo
da produção, em milhão de tonelada, de cereais, legumino-
sas e oleaginosas, em 2012, na Região Sudeste do país?
 10,3
 11,4
 13,6
 16,5
 18,1

227
Questão 09 Questão 11
Passar trote nos telefones de emergência da Polícia Militar, Os salários, em reais, dos funcionários de uma empresa são
Corpo de Bombeiros e Serviço de Atendimento Móvel de distribuídos conforme o quadro:
Urgência (Samu) pode resultar em multa para o dono do
Valor do salário
telefone de onde partiu a ligação. Para exemplificar a serie- 622,00 1.244,00 3.110,00 6.220,00
(R$)
dade dessa questão, em uma cidade brasileira, um jornal Número de
local publicou a tabela a seguir, mostrando o número de funcionários 24 1 20 3
trotes telefônicos recebidos pelos bombeiros da cidade, ao
longo de um semestre. A mediana dos valores dos salários dessa empresa é, em
reais,
 622,00.
 933,00.
 1.244,00.
 2.021,50.
Qual o valor mediano da quantidade de trotes recebidos  2.799,00.
nesse semestre? Questão 12
 16
Um produtor de café irrigado em Minas Gerais recebeu um
 17 relatório de consultoria estatística, constando, entre outras
 18 informações, o desvio padrão das produções de uma safra
 19 dos talhões de suas propriedades. Os talhões têm a mesma
 23 área de 30 000 m2 e o valor obtido para o desvio padrão foi
Questão 10 de 90 kg/talhão. O produtor deve apresentar as informa-
O procedimento de perda rápida de “peso” é comum entre ções sobre a produção e a variância dessas produções em
os atletas dos esportes de combate. Para participar de um sacas de 60 kg por hectare (10 000 m2).
A variância das produções dos talhões expressa em (sa-
torneio, quatro atletas da categoria até 66 kg, Peso-Pena,
cas/hectare)2 é
foram submetidos a dietas balanceadas e atividades físicas.
 20,25.
Realizaram três “pesagens” antes do início do torneio. Pelo
 4,50.
regulamento do torneio, a primeira luta deverá ocorrer
 0,71.
entre o atleta mais regular e o menos regular quanto aos
 0,50.
“pesos”. As informações com base nas pesagens dos atletas
 0,25.
estão no quadro.
Questão 13
1ª 2ª 3ª Uma pessoa produzirá uma fantasia utilizando como mate-
Desvio-
Atleta
pesagem pesagem pesagem
Média Mediana riais: 2 tipos de tecidos diferentes e 5 tipos distintos de
padrão
(kg) (kg) (kg) pedras ornamentais. Essa pessoa tem à sua disposição 6
I 78 72 66 72 72 4,90 tecidos diferentes e 15 pedras ornamentais distintas.
II 83 65 65 71 65 8,49 A quantidade de fantasias com materiais diferentes que
podem ser produzidas é representada pela expressão
III 75 70 65 70 70 4,08
6! 15!
IV 80 77 62 73 77 7,87   
4!2! 10!5!
Após as três “pesagens”, os organizadores do torneio in-
formaram aos atletas quais deles se enfrentariam na pri- 6! 15!
 + 
meira luta. 4!2! 10!5!
A primeira luta foi entre os atletas 6! 15!
 I e III.  + 
2! 5!
 l e IV.
6! 15!
 II e III.   
 II e IV. 2! 5!
 III e IV. 21!
 
7!14!

228
Questão 14 direita (→) ou para cima (), segundo o esquema da figu-
A prefeitura de uma cidade está renovando os canteiros de ra.
flores de suas praças. Entre as possíveis variedades que O número de diferentes caminhos que André poderá utili-
poderiam ser plantadas, foram escolhidas cinco: amor- zar para realizar o deslocamento nas condições propostas é
perfeito, cravina, petúnia, margarida e lírio. Em cada um  4.
dos canteiros, todos com composições diferentes, serão  14.
utilizadas somente três variedades distintas, não importan-  17.
do como elas serão dispostas.  35.
Um funcionário deve determinar os trios de variedades de  48.
flores que irão compor cada canteiro. Questão 17
De acordo com o disposto, a quantidade de trios possíveis é
Uma empresa confecciona e comercializa um brinquedo
dada por
formado por uma locomotiva, pintada na cor preta, mais
 5 
12 vagões de iguais formato e tamanho, numerados de 1 a
 5  3 
12. Dos 12 vagões, 4 são pintados na cor vermelha, 3 na
5!
  cor azul, 3 na cor verde e 2 na cor amarela. O trem é mon-
(5 − 3)!
tado utilizando-se uma locomotiva e 12 vagões, ordenados
5! crescentemente segundo suas numerações, conforme ilus-
 
(5 − 3)!2! trado na figura.
5!
 
(5 − 3)!3!

Questão 15
Um determinado campeonato de futebol, composto por 20
times, é disputado no sistema de pontos corridos. Nesse
De acordo com as possíveis variações nas colorações dos
sistema, cada time joga contra todos os demais times em
vagões, a quantidade de trens que podem ser montados,
dois turnos, isto é, cada time joga duas partidas com cada
expressa por meio de combinações, é dada por
um dos outros times, sendo que cada jogo pode terminar
4 3 3 2
empatado ou haver um vencedor.  C12  C12  C12  C12
Sabendo-se que, nesse campeonato, ocorreram 126 empa- 4
 C12 + C38 + C35 + C22
tes, o número de jogos em que houve ganhador é igual a
4
 64.  C12  2  C83  C52
 74. 4
 C12 3
+ 2  C12 2
+ C12
 254. 4
 274.
 C12  C83  C53  C22
 634. Questão 18
Questão 16 Durante suas férias, oito amigos, dos quais dois são canho-
Três amigos, André, Bernardo e Carlos, moram em um con- tos, decidem realizar um torneio de vôlei de praia. Eles
domínio fechado de uma cidade. O quadriculado representa precisam formar quatro duplas para a realização do tor-
a localização das ruas paralelas e perpendiculares, delimi- neio. Nenhuma dupla pode ser formada por dois jogadores
tando quadras de mesmo tamanho nesse condomínio, em canhotos.
que nos pontos A, B e C estão localizadas as casas de André, De quantas maneiras diferentes podem ser formadas essas
Bernardo e Carlos, respectivamente. quatro duplas?
 69
 70
 90
 104
 105

André deseja deslocar-se da sua casa até a casa de Bernar-


do, sem passar pela casa de Carlos, seguindo ao longo das
ruas do condomínio, fazendo sempre deslocamentos para a

229
Questão 19 Questão 22
Uma pessoa comprou um aparelho sem fio para transmitir Considere que um professor de arqueologia tenha obtido
músicas a partir do seu computador para o rádio de seu recursos para visitar 5 museus, sendo 3 deles no Brasil e 2
quarto. Esse aparelho possui quatro chaves seletoras e cada fora do país. Ele decidiu restringir sua escolha aos museus
uma pode estar na posição 0 ou 1. Cada escolha das posi- nacionais e internacionais relacionados na tabela a seguir.
ções dessas chaves corresponde a uma frequência diferente Museus nacionais Museus internacionais
de transmissão. Masp — São Paulo Louvre — Paris
A quantidade de frequências diferentes que esse aparelho MAM — São Paulo Prado — Madri
pode transmitir é determinada por Ipiranga — São Paulo British Museum — Londres
 6. Imperial — Petrópolis Metropolitan — Nova York
 8.
 12. De acordo com os recursos obtidos, de quantas maneiras
 16. diferentes esse professor pode escolher os 5 museus para
 24. visitar?
 6
Questão 20
 8
A bandeira de um estado é formada por cinco faixas, A, B, C,  20
D e E, dispostas conforme a figura.  24
 36
Questão 23
João mora na cidade A e precisa visitar cinco clientes, loca-
lizados em cidades diferentes da sua. Cada trajeto possível
pode ser representado por uma sequência de 7 letras. Por
Deseja-se pintar cada faixa com uma das cores verde, azul exemplo, o trajeto ABCDEFA, informa que ele saíra da cida-
ou amarelo, de tal forma que faixas adjacentes não sejam de A, visitando as cidades B, C, D, E e F nesta ordem, voltan-
pintadas com a mesma cor. do para a cidade A. Além disso, o número indicado entre as
O cálculo do número de possibilidades distintas de se pintar letras informa o custo do deslocamento entre as cidades. A
essa bandeira, com a exigência acima, é figura mostra o custo de deslocamento entre cada uma das
 1 2  1 1 2. cidades.
 3  2  1 1 2.
 3  2  1 1 3.
 3  2  1 2  2.
 3  2  2  2  2.
Questão 21
Um procedimento padrão para aumentar a capacidade do
número de senhas de banco é acrescentar mais caracteres a
essa senha. Essa prática, além de aumentar as possibilida-
des de senha, gera um aumento na segurança. Deseja-se
colocar dois novos caracteres na senha de um banco, um no
início e outro no final. Decidiu-se que esses novos caracte- Como João quer economizar, ele precisa determinar qual o
res devem ser vogais e o sistema conseguirá diferenciar trajeto de menor custo para visitar os cinco clientes.
maiúsculas de minúsculas. Examinando a figura, percebe que precisa considerar so-
Com essa prática, o número de senhas possíveis ficará mul- mente parte das sequências, pois os trajetos ABCDEFA e
tiplicado por AFEDCBA têm o mesmo custo. Ele gasta 1 min30s para
 100. examinar uma sequência e descartar sua simétrica, confor-
 90. me apresentado.
 80. O tempo mínimo necessário para João verificar todas as
sequências possíveis no problema é de
 25.
 60 min.
 20.
 90 min.
 120 min.
 180 min.
 360 min.

230
Questão 24 Questão 26
O organizador de uma competição de lançamento de dardos O Estatuto do Idoso, no Brasil, prevê certos direitos às pes-
pretende tornar o campeonato mais competitivo. Pelas soas com idade avançada, concedendo a estas, entre outros
regras atuais da competição, numa rodada, o jogador lança benefícios, a restituição de imposto de renda antes dos
3 dardos e pontua caso acerte pelo menos um deles no alvo. demais contribuintes. A tabela informa os nomes e as ida-
O organizador considera que, em média, os jogadores têm, des de 12 idosos que aguardam suas restituições de impos-
1 to de renda. Considere que, entre os idosos, a restituição
em cada lançamento, de probabilidade de acertar um
2 seja concedida em ordem decrescente de idade e que, em
dardo no alvo. subgrupos de pessoas com a mesma idade, a ordem seja
A fim de tornar o jogo mais atrativo, planeja modificar as decidida por sorteio.
regras de modo que a probabilidade de um jogador pontuar Nome Idade (em ano)
9 Orlando 89
em uma rodada seja igual ou superior a . Para isso, de-
10 Gustavo 86
cide aumentar a quantidade de dardos a serem lançados em Luana 86
cada rodada. Teresa 85
Com base nos valores considerados pelo organizador da Márcia 84
competição, a quantidade mínima de dardos que devem ser Roberto 82
disponibilizados em uma rodada para tornar o jogo mais Heloísa 75
atrativo é Marisa 75
 2. Pedro 75
 4. João 75
 6. Antônio 72
 9. Fernanda 70
 10. Nessas condições, a probabilidade de João ser a sétima pes-
Questão 25 soa do grupo a receber sua restituição é igual a
A senha de um cofre é uma sequência formada por oito 1
 
dígitos, que são algarismos escolhidos de 0 a 9. Ao inseri-la, 12
o usuário se esqueceu dos dois últimos dígitos que formam 7
 
essa senha, lembrando somente que esses dígitos são dis- 12
tintos. 1
Digitando ao acaso os dois dígitos esquecidos, a probabili-  
8
dade de que o usuário acerte a senha na primeira tentativa
5
é  
6
2
  1
8  
4
1
  
90 
2 
  
90

1 
 
100 

2
  
100 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

231
Questão 27 Questão 29
Em uma campanha promocional de uma loja, um cliente Em um determinado ano, os computadores da receita fede-
gira uma roleta, conforme a apresentada no esquema, alme- ral de um país identificaram como inconsistentes 20% das
jando obter um desconto sobre o valor total de sua compra. declarações de imposto de renda que lhe foram encaminha-
O resultado é o que está marcado na região apontada pela das. Uma declaração é classificada como inconsistente
seta, sendo que todas as regiões são congruentes. Além quando apresenta algum tipo de erro ou conflito nas infor-
disso, um dispositivo impede que a seta venha a apontar mações prestadas. Essas declarações consideradas inconsis-
exatamente para a linha de fronteira entre duas regiões tentes foram analisadas pelos auditores, que constataram
adjacentes. Um cliente realiza uma compra e gira a roleta, que 25% delas eram fraudulentas. Constatou-se ainda que,
torcendo para obter o desconto máximo. dentre as declarações que não apresentaram inconsistên-
cias, 6,25% eram fraudulentas.
Qual é a probabilidade de, nesse ano, a declaração de um
contribuinte ser considerada inconsistente, dado que ela
era fraudulenta?
 0,0500
 0,1000
 0,1125
 0,3125
 0,5000
Questão 30
O gerente de uma empresa sabe que 70% de seus funcio-
nários são do sexo masculino e foi informado de que a por-
A probabilidade, em porcentagem, de esse cliente ganhar o
centagem de empregados fumantes nessa empresa é de
desconto máximo com um único giro da roleta é melhor
5% dos homens e de 5% das mulheres. Selecionando, ao
aproximada por
acaso, a ficha de cadastro de um dos funcionários, verificou
 8,3.
tratar-se de um fumante.
 10,0.
Qual a probabilidade de esse funcionário ser do sexo femi-
 12,5.
nino?
 16,6.
 50,0%
 50,0
Questão 28  30,0%
 16,7%
Uma locadora possui disponíveis 120 veículos da categoria
que um cliente pretende locar. Desses, 20% são da cor  5,0%
branca, 40% são da cor cinza, 16 veículos são da cor ver-  1,5%
melha e o restante, de outras cores. O cliente não gosta da Questão 31
cor vermelha e ficaria contente com qualquer outra cor, Uma senhora acaba de fazer uma ultrassonografia e desco-
mas o sistema de controle disponibiliza os veículos sem bre que está grávida de quadrigêmeos.
levar em conta a escolha da cor pelo cliente. Qual é a probabilidade de nascerem dois meninos e duas
Disponibilizando aleatoriamente, qual é a probabilidade de meninas?
o cliente ficar contente com a cor do veículo? 1
16  
  16
120 3
32  
  16
120 1
72  
  4
120 3
 
101 8
 
120 1
 
104 2
 
120 
 

232
Questão 32 Questão 34
Um projeto para incentivar a reciclagem de lixo de um con- Um adolescente vai a um parque de diversões tendo, priori-
domínio conta com a participação de um grupo de morado- tariamente, o desejo de ir a um brinquedo que se encontra
res, entre crianças, adolescentes e adultos, conforme dados na área IV, dentre as áreas I, II, III, IV e V existentes. O es-
do quadro. quema ilustra o mapa do parque, com a localização da en-
Participantes Número de pessoas trada, das cinco áreas com os brinquedos disponíveis e dos
Crianças x possíveis caminhos para se chegar a cada área. O adolescen-
Adolescentes 5 te não tem conhecimento do mapa do parque e decide ir
Adultos 10 caminhando da entrada até chegar à área IV.
Uma pessoa desse grupo foi escolhida aleatoriamente para
falar do projeto. Sabe-se que a probabilidade de a pessoa
escolhida ser uma criança é igual a dois terços.
Diante disso, o número de crianças que participa desse
projeto é
 6.
 9.
 10.
 30.
 45.
Questão 33 Suponha que relativamente a cada ramificação, as opções
Um laboratório está desenvolvendo um teste rápido para existentes de percurso pelos caminhos apresentem iguais
detectar a presença de determinado vírus na saliva. Para probabilidades de escolha, que a caminhada foi feita esco-
conhecer a acurácia do teste é necessário avaliá-lo em indi- lhendo ao acaso os caminhos existentes e que, ao tomar um
víduos sabidamente doentes e nos sadios. A acurácia de um caminho que chegue a uma área distinta da IV, o adolescen-
teste é dada pela capacidade de reconhecer os verdadeiros te necessariamente passa por ela ou retorna.
positivos (presença de vírus) e os verdadeiros negativos
(ausência de vírus). A probabilidade de o teste reconhecer Nessas condições, a probabilidade de ele chegar à área IV
os verdadeiros negativos é denominada especificidade, sem passar por outras áreas e sem retornar é igual a
definida pela probabilidade de o teste resultar negativo, 1
 
dado que o indivíduo é sadio. O laboratório realizou um 96
estudo com 150 indivíduos e os resultados estão no qua- 1
 
dro. 64
5
Resultado do Doentes Sadios Total  
24
teste da saliva 1
Positivo 57 10 67  
4
Negativo 3 80 83 5
Total 60 90 150  
12

Considerando os resultados apresentados no quadro, a


especificidade do teste da saliva tem valor igual a
 0,11.
 0,15.
 0,60.
 0,89.
 0,96.

233
Questão 35 Questão 03
Em uma central de atendimento, cem pessoas receberam Em um mapa com escala 1:8 000 000, o trajeto entre duas
senhas numeradas de 1 até 100. Uma das senhas é sortea- cidades é de 6 cm. Sabendo que o preço da gasolina era R$
da ao acaso. 5,10 por litro, o custo desta viagem com um carro que faz
Qual é a probabilidade de a senha sorteada ser um número 12 km/L será em torno de
de 1 a 20 ?  R$ 204,00.
 R$ 320,00.
1
   R$ 480,00.
100
 R$ 576,00.
19
   R$ 800,00.
100
Questão 04
20
  A quantidade de calor Q transferido entre as duas extremi-
100
dades de uma barra metálica cilíndrica (chamadas de pla-
21
  nos isotérmicos) é diretamente proporcional à área S de
100
uma seção da barra e à diferença ΔT da temperatura entre
80 as suas extremidades e inversamente proporcional à dis-
 
100 tância D entre os dois planos isotérmicos.
MATEMÁTICA – PARTE II Ao dobrar a área da superfície e quadruplicar a distância

Questão 01 entre os planos isotérmicos, sem alterar a diferença de


temperatura, a quantidade de calor transferido será
Sabe-se que 21ml de um medicamento devem ser adminis-  duplicada.
trados a um paciente, ao longo de três dias, de tal forma que  quadruplicada.
as dosagens diárias a serem administradas sejam direta-  reduzida à metade.
mente proporcionais a 2, 5 e 7, nessa ordem.  reduzida à quarta parte.
Assim, as dosagens diárias, em ml, a serem administradas  invariável.
são: Questão 05
 2; 5; 7
COMO AS VACINAS SÃO EMBALADAS
 2; 8; 11
Fabricadas em grandes quantidades, as vacinas são
 3; 7; 11
introduzidas em frascos de vidro e depois cuidadosamente
 3; 7,5; 10,5
embaladas para armazenamento seguro em ambiente frio e
 3,5; 7,5; 10
para transporte.
Questão 02
A embalagem das vacinas deve ser capaz de supor-
Uma empresa de construção assumiu a proposta de refor- tar temperaturas extremas, assim como os riscos envolvi-
ma de uma unidade de saúde no decorrer de 16 finais de dos no transporte para todo o mundo. Por conseguinte, os
semana. No levantamento inicial, foi prevista a utilização da frascos das vacinas são geralmente feitos de vidro, por ser
mão de obra de 12 operários, trabalhando 6 horas por dia. um material duradouro e capaz de manter a integridade em
Após análise mais detalhada, o engenheiro responsável pela temperaturas extremas.
obra verificou que o serviço ofereceria o triplo da dificulda- Disponível em: https://www.who.int/pt/news-room. Acesso em: 29 jun.
de inicialmente esperada e, por isso, sugeriu dobrar a mão Em uma fábrica de imunizantes, 5 máquinas distribuem as
de obra empregada e estender a carga horária dos funcio- ampolas das vacinas em 14.400 caixas em 6 horas. Devido à
nários para 8 horas diárias. urgência do envio de imunizantes para diversos países,
Se for cumprido esse novo planejamento, o número de fi- deverá ser adquirido um número maior de máquinas. Sendo
nais de semana necessários para a conclusão da reforma assim, quantas máquinas serão adquiridas a mais para que,
será igual a: com as anteriores, consigam embalar 30.720 caixas em 8
 18. horas?
 16.
 14.
 12.

234
sárias.
Em relação ao previsto para o projeto original, as novas
quantidades de tinta necessárias informadas pelos fornece-
dores foram as seguintes:
- Fornecedor I: “O dobro, tanto para as paredes quanto para
o piso.”
- Fornecedor II: “O dobro para as paredes e quatro vezes
para o piso.”
- Fornecedor III: “Quatro vezes, tanto para as paredes quan-
to para o piso.”
- Fornecedor IV: “Quatro vezes para as paredes e o dobro
Considere que todas as máquinas funcionam na mesma para o piso.”
velocidade e que as quantidades de ampolas sejam as mes- - Fornecedor V: “Oito vezes para as paredes e quatro vezes
mas. para o piso.”
 6 Analisando as informações dos fornecedores, o construtor
 8 providenciará a quantidade adequada de material. Conside-
 3 re a porta de acesso do contêiner como parte de uma das
 4 paredes.
 5 Qual dos fornecedores prestou as informações adequadas,
Questão 06 devendo ser o escolhido pelo construtor para a aquisição do
Uma caixa d’água no formato de paralelepípedo reto retân- material?
gulo, como ilustrado na figura abaixo, está inicialmente  I
vazia.  II
 III
 IV
 V
Questão 08

Um recipiente em forma de paralelepípedo reto-retângulo


tem suas dimensões internas dadas por 100 cm  50
cm  20 cm. Estando ele completamente vazio, tal recipien-
te passa a ser abastecido por uma torneira que lhe fornece
Abre-se um registro com capacidade de 100 cL min para
água com uma vazão constante e igual a 5 litros por minuto.
encher a caixa d’água. Quando ela está cheia, abre-se um
Sendo assim, a partir do momento em que a torneira for
ladrão com capacidade de esvaziá-la a 0,04 hL min e fecha-
aberta, o recipiente estará cheio em:
se simultaneamente o registro.  45 minutos.
A diferença entre o tempo de encher e esvaziar a caixa  40 minutos.
d’água, nessa ordem, em horas, é  30 minutos.
 menor que 10  20 minutos.
 exatamente 10  15 minutos.
 maior que 10 e menor que 20
 maior que 20
Questão 07
O projeto de um contêiner, em forma de paralelepípedo
reto retangular, previa a pintura dos dois lados (interno e
externo) de cada uma das quatro paredes com tinta acrílica
e a pintura do piso interno com tinta epóxi. O construtor
havia pedido, a cinco fornecedores diferentes, orçamentos
das tintas necessárias, mas, antes de iniciar a obra, resolveu
mudar o projeto original, alterando o comprimento e a lar-
gura para o dobro do originalmente previsto, mantendo
inalterada a altura. Ao pedir novos orçamentos aos forne-
cedores, para as novas dimensões, cada um deu uma res-
posta diferente sobre as novas quantidades de tinta neces-

235
Questão 09
Questão 11
Um povoado com 100 habitantes está passando por uma
Num recipiente com a forma de paralelepípedo reto-
situação de seca prolongada e os responsáveis pela admi-
retângulo, colocou-se água até a altura de 8 cm e um obje-
nistração pública local decidem contratar a construção de
um reservatório. Ele deverá ter a forma de um cilindro cir- to, que ficou flutuando na superfície da água.
cular reto, cuja base tenha 5 metros de diâmetro interno, e Para retirar o objeto de dentro do recipiente, a altura da
atender à demanda de água da população por um período coluna de água deve ser de, pelo menos, 15 cm. Para a
de exatamente sete dias consecutivos. No oitavo dia, o re- coluna de água chegar até essa altura, é necessário colocar
servatório vazio é completamente reabastecido por carros- dentro do recipiente bolinhas de volume igual a 6 cm3
pipa.
cada, que ficarão totalmente submersas
Considere que o consumo médio diário por habitante é de
120 litros de água. Use 3 como aproximação para π.
Nas condições apresentadas, o reservatório deverá ser
construído com uma altura interna mínima, em metro, igual
a
 1,12.
 3,10.
 4,35.
 4,48.
 5,60.
Questão 10

Um processo de aeração, que consiste na introdução de ar


num líquido, acontece do seguinte modo: uma bomba B
retira o líquido de um tanque T1 e o faz passar pelo aerador O número mínimo de bolinhas necessárias para que se pos-
A1, que aumenta o volume do líquido em 15%, e em seguida sa retirar o objeto que flutua na água, seguindo as instru-
pelo aerador A2, ganhando novo aumento de volume de ções dadas, é de
10%. Ao final, ele fica armazenado num tanque T2, de acor-  14.
do com a figura.  16.
 18.
 30.
 34.
Questão 12
Uma das etapas de tratamento da água de piscinas e tam-
bém das águas para consumo humano é a adição de “cloro”,
etapa denominada cloração. Porém, é interessante notar
Os tanques T1 e T2 são prismas retos de bases retangula-
que nem sempre se adiciona cloro puro na água. Na maioria
res, sendo que a base de T1 tem comprimento c e largura
das vezes, adiciona-se uma solução de hipoclorito de sódio,
c conhecida como “cloro líquido”. Dependendo do objetivo
L, e a base de T2 tem comprimento e largura 2L.
2 que se pretende, são utilizadas soluções com concentrações
Para finalizar o processo de aeração sem derramamento do diferentes. No tratamento de água para consumo humano, a
líquido em T2, o responsável deve saber a relação entre a solução de hipoclorito de sódio adicionada tem concentra-
altura da coluna de líquido que já saiu de T1, denotada por ção em massa de 0,4 mg L.
x, e a altura da coluna de líquido que chegou a T2, denota-
Considere um recipiente no formato de um paralelepípedo,
da por y. com medidas internas de 40 cm (comprimento), 10 cm
A equação que relaciona as medidas das alturas y e x é
(largura) e 20 cm (altura), conforme a figura a seguir. Ob-
dada por serve que a altura da água dentro do recipiente não atinge
 y = 1,265x
os 20 cm, sobrando 8 cm de altura sem água.
 y = 1,250x
 y = 1,150x
 y = 1,125x
 y=x

236
Questão 14
Um piscicultor cria uma espécie de peixe em um tanque
cilíndrico. Devido às características dessa espécie, o tanque
deve ter, exatamente, 2 metros de profundidade e ser di-
mensionado de forma a comportar 5 peixes para cada me-
tro cúbico de água. Atualmente, o tanque comporta um total
de 750 peixes. O piscicultor deseja aumentar a capacidade
do tanque para que ele comporte 900 peixes, mas sem alte-
Sabendo que a água contida nesse recipiente será destina- rar a sua profundidade. Considere 3 como aproximação
da, exclusivamente, para consumo humano e atende às para π.
recomendações de tratamento mencionadas no texto inicial, O aumento da medida do raio do tanque, em metro, deve
a quantidade (em mg) de hipoclorito de sódio que deve ser ser de
adicionada é de  30 − 5 
 1,92.
30 − 5
 2,48.  
2
 3,96.
 5 
 4,80.
Questão 13 5
 
2
Atual tendência em procedimentos cirúrgicos, as cirurgias
robóticas permitem que o cirurgião, através de um console, 15
 
controle os braços de um robô, que reproduzem, de manei- 2
ra perfeita, seus movimentos. O procedimento pode ser Questão 15
realizado à distância, permite visão tridimensional do pro-
(O Complexo Deodoro, que engloba as praças Deodoro,
cesso, colabora com a redução de fatores (como sangra-
Pantheon e as alamedas Gomes de Castro e Silva Maia, no
mento, transfusão, tempo de internação hospitalar) e pos-
Centro de São Luís, passou por uma grande reforma. Foram
sibilita a recuperação mais rápida do paciente.
colocadas esferas como objeto de decoração, conforme
A figura seguinte representa, esquematicamente, o proce-
imagem a seguir.
dimento para a retirada de um tecido. Nela, o console en-
contra-se representado à esquerda na imagem e o robô,
com braços controladores de pinças, à esquerda do pacien-
te. Como indicado à direita na figura, o cirurgião faz a opção
pela retirada de uma região que, na tela do computador,
equivale a um prisma triangular regular de 3 dm de altu-
ra e 2 dm de aresta da base.

Em matemática, chamamos de esfera de centro O e raio R o


conjunto de pontos do espaço cuja distância ao centro é
menor ou igual ao raio R e ainda que seu volume é calcula-
do como sendo quatro terços do valor de π multiplicado
pelo cubo do raio da esfera. (use π = 3,14).
O raio de uma das esferas é de, aproximadamente, 20 cm e
Se, para a obtenção do volume real do material retirado, é todas as esferas são iguais. O volume, em centímetros cúbi-
necessária a conversão do resultado obtido numa escala cos, correspondente a 10 dessas esferas, é igual a, aproxi-
1000 : 1, o tecido retirado do paciente possui: madamente,
 30 mL.  33.933,34
 10 mL.  16.746,67
 334.933,33
 3 mL.
 188.400,00
 1 mL.  18.840,00

237
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Questão 18
O mar e o aquecimento global
A figura indica o projeto de construção de uma arena de
O termo aquecimento global é usado para caracterizar o
esportes, sendo AB a representação de uma luminária cujo
aumento da temperatura média da Terra ao longo dos anos.
ponto mais próximo do chão está a 5,5 m.
Segundo a Organização Meteorológica Mundial, hoje o plane-
ta está quase um grau mais quente do que estava antes do
processo de industrialização.
Esse aumento de temperatura causa o derretimento de gelei-
ras e placas de gelo ao redor do mundo e essa perda de gran-
des áreas de gelo na superfície pode acelerar o aquecimento
global, pois menos energia proveniente do Sol seria refletida
pela Terra.
Um resultado imediato do derretimento de geleiras é o au-
mento do nível médio do mar. Os cientistas notaram que esse
aumento foi de 17 centímetros no decorrer do século 20 e O comprimento de AB, em metros, é igual a
projetam elevação contínua do nível do mar ao longo do
 3 37
século 21, prevendo-se inundações em algumas cidades pró-
ximas à costa.  2 37
(Disponível em: meioambiente.culturamix.com. Adaptado)  2,5 37
Questão 16
 21,5 − 2 37
Suponha que uma geleira tivesse o formato de uma esfera  21,5 − 37
de raio igual a 1.000 metros e que, com o efeito do aqueci-
Questão 19
mento global, ela tenha derretido, reduzindo-se a uma esfe-
Na figura abaixo, há três quadrados de lados 9, 6 e x justa-
1
ra com do volume original. O raio da geleira após o der- postos; os vértices A, B, C e D são colineares; os vértices A,
8
E, F, G e H são colineares.
retimento passou a ser, em metros:
 500
 600
 125
 800
 100
Questão 17
Uma folha de papel plana e retangular é dividida em três
partes retangulares e congruentes de duas maneiras distin-
tas, referenciadas à largura e ao comprimento da folha de
papel. Na primeira, a medida do menor lado de cada parte é A soma das áreas dos três quadrados é
igual a 4 cm e, analogamente, na segunda, a medida do me-  38.
nor lado de cada parte é igual a 5 cm. Nessas condições, a  76.
medida, em cm, da diagonal da folha de papel é igual a  126.
 4 41.  133.
 3 41.  136.

 6 39.
 5 39.

238
Questão 20 Questão 22
Observe as medidas indicadas em um mapa do Parque Ibi- Uma folha de papel retangular foi cortada ao longo de uma
rapuera, região plana da cidade de São Paulo. de suas diagonais para dar origem a um triângulo ABC re-
tângulo em A, com o lado AB medindo 16 cm. Deseja-se
realizar mais um corte, perpendicular ao lado BC por um
ponto P, que produza dois polígonos, o triângulo PBQ e o
quadrilátero PQAC, conforme a figura:

De acordo com o mapa, uma caminhada em linha reta do


Museu Afro Brasil (P) até o Museu de Arte Moderna de São Sabendo que o triângulo PBQ e o quadrilátero PQAC têm a
Paulo (Q) corresponde a mesma área, a medida do segmento BP, em cm, é
 400 m.  9 2
 625 m.
 7 2
 676 m.
 484 m.  8 2
 576 m.  10 2
Questão 21  11 2
Uma empresa de produtos químicos tem o seguinte logoti- Questão 23
po, composto por dois círculos concêntricos divididos em 6 O jardim botânico, localizado em uma região serrana, é
setores circulares de 60° cada. Se o raio do maior círculo dedicado à exposição de plantas ornamentais e florais. Os
medir 10 cm e o do menor medir 8 cm, toda a área hachu- roseirais, espaços onde são plantadas rosas, ocupam várias
rada (em cinza) mede ___ π cm2. áreas circulares cujas muretas que as delimitam formam
circunferências. Se a extensão de cada uma destas circunfe-
rências é 18 metros, a área ocupada por cada roseiral, em
m2, é aproximadamente
Use o número racional 3,14 como aproximação para o nú-
mero π.
 24,8.
 24,2.
 25,8.
 30  25,2.
 40
 50
 60
 70

239
Questão 24 Questão 26
A figura a seguir representa um quadrado ABCD de lado Certa cidade possui uma praça circular de 10 m de raio. Em
igual a 5 cm. Nele, observa-se o quadrado AEFG, cujo lado dada época, por razões sanitárias, o prefeito da cidade de-
mede x cm, sendo 0    5.
cretou que cada 2 m2 dessa praça fosse ocupado por, no
máximo, uma pessoa.
Respeitando essa regra, o número máximo de pessoas que,
nessa época, podiam ocupar a praça ao mesmo tempo foi de
 154
 155
 156
 157
 158
Questão 27
O dono de uma loja pretende usar cartões imantados para a
divulgação de sua loja. A empresa que fornecerá o serviço
lhe informa que o custo de fabricação do cartão é de R$ 0,01
A área máxima que o retângulo DGFH pode assumir, em
por centímetro quadrado e que disponibiliza modelos tendo
cm2, é igual a:
como faces úteis para impressão:
 5,75
 6,25 - um triângulo equilátero de lado 12 cm;
 7,45 - um quadrado de lado 8 cm;
 8,15 - um retângulo de lados 11 cm e 8 cm;
Questão 25 - um hexágono regular de lado 6 cm;
Um brinquedo muito comum em parques de diversões é o - um círculo de diâmetro 10 cm.
balanço. O assento de um balanço fica a uma altura de meio O dono da loja está disposto a pagar, no máximo, R$ 0,80
metro do chão, quando não está em uso. Cada uma das cor- por cartão. Ele escolherá, dentro desse limite de preço, o
rentes que o sustenta tem medida do comprimento, em modelo que tiver maior área de impressão.
metro, indicada por x. A estrutura do balanço é feita com Use 3 como aproximação para π e use 1,7 como aproxima-
barras de ferro, nas dimensões, em metro, conforme a figu-
ção para 3.
ra.
Nessas condições, o modelo que deverá ser escolhido tem
como face útil para impressão um
 triângulo.
 quadrado.
 retângulo.
 hexágono.
 círculo.

Nessas condições, o valor, em metro, de x é igual a


 2 − 0,5
 1,5
 8 − 0,5
 10 − 0,5
 8

240
Questão 28
A produção global de plásticos pode chegar a 550 milhões
de toneladas em 2030. A ilustração a seguir apresenta uma
projeção linear dessa produção.

Sabendo que a altura da vara é de 2 m, a sua sombra


projetada é de 3 m e a distância entre B e C é de 210 m,
qual é a altura aproximada da pirâmide de Queóps?
Assinale a alternativa CORRETA.
 160 m
 140 m
 150 m
 180 m
 170 m
Segundo essa projeção linear, a produção global de plásti-
cos para o ano 2020 deverá ser, em milhões de toneladas, Questão 30
igual a Após uma tempestade com ventos muito fortes, um marce-
 437. neiro foi chamado para consertar o portão de entrada de
 473. uma casa. Para resolver o problema, decidiu colocar uma
 440. trave de madeira, fixada na diagonal do portão retangular,
 425. conforme indicado na figura abaixo.
 443.
Questão 29
Como foi medida a altura da pirâmide de Queóps? Há duas
versões para este fato.
Hicrônimos, discípulo de Aristóteles, diz que Tales mediu o
comprimento da sombra da pirâmide no momento em que
nossas sombras são iguais a nossa altura, assim medindo a
altura da pirâmide.
Plutarco diz que fincando uma vara vertical no extremo da
Com base nas informações, qual é o comprimento da trave
sombra projetada pela pirâmide, construímos à sombra
colocada pelo marceneiro?
projetada da vara, formando no solo dois triângulos seme-
 5,6 m
lhantes.
Notamos que, neste relato, é necessário o conhecimento de  4,8 m
teoremas sobre triângulos semelhantes.  4,0 m
Observando o desenho abaixo, a vara colocada no extremo  3,2 m
C da sombra da pirâmide forma, com sua sombra, o triân-
gulo DCE que é semelhante ao triângulo ABC.

241
Questão 31 Questão 33
A figura a seguir representa um mapa das ruas que passam Uma rede de hamburgueria tem três franquias em cidades
pelas casas de quatro amigos: distintas. Visando incluir um novo tipo de lanche no cardá-
Ivan (I), Fábio (F), Saulo (S) e Carlos (C). As distâncias pio, o gerente de marketing da rede sugeriu que fossem
entre as casas de Fábio e Saulo e de Fábio e Carlos são, res- colocados à venda cinco novos tipos de lanche, em edições
pectivamente, 3 km e 9 km. especiais. Os lanches foram oferecidos pelo mesmo período
de tempo em todos os franqueados. O tipo que apresentasse
A estrada (e), que liga as casas de Saulo a Carlos, forma um
a maior média por franquia seria incluído definitivamente
arco de circunferência com centro na casa de Ivan. no cardápio. Terminado o período de experiência, a gerên-
A partir dessas informações, assinale a alternativa que indi- cia recebeu um relatório descrevendo as quantidades ven-
ca corretamente qual a distância entre as casas de Ivan e didas, em unidade, de cada um dos cinco tipos de lanche nas
Fábio. três franquias.
Lanche Lanche Lanche Lanche Lanche
I II III IV V
Franquia
415 395 425 430 435
I
Franquia
415 445 370 370 425
II
Franquia
415 390 425 433 420
III
Com base nessas informações, a gerência decidiu incluir no
cardápio o lanche de tipo
 I.
 II.
 III.
 IV.
 V.
Questão 34
A demografia médica é o estudo da população de médicos
no Brasil nos aspectos quantitativo e qualitativo, sendo um
Assinale a alternativa CORRETA.
dos seus objetivos fazer projeções sobre a necessidade da
 10 km
formação de novos médicos. Um desses estudos gerou um
 12 km conjunto de dados que aborda a evolução do número de
 14 km médicos e da população brasileira por várias décadas. O
 15 km quadro apresenta parte desses dados.
População brasileira (em
 16 km Ano Médicos
milhar)
Questão 32 1990 219 000 147 000
A diretora de uma escola realizou uma pesquisa acerca da 2000 292 000 170 000
idade dos alunos que integram a equipe de voleibol. Os 2010 365 000 191 000
dados coletados foram os seguintes: 5 alunos têm 17 anos, Segundo uma projeção estatística, a variação do número de
4 alunos têm 18 anos, enquanto somente 3 alunos estão médicos e o da população brasileira de 2010 para 2020 será
com 16 anos. a média entre a variação de 1990 para 2000 e a de 2000
Os valores da moda e da mediana das idades dos alunos que para 2010. Com o resultado dessa projeção, determina-se o
integram a equipe de voleibol são, respectivamente, número de médicos por mil habitantes no ano de 2020.
 17 e 18 anos. Disponível em: www.cremesp.org.br. Acesso em: 24 jun. 2015 (adaptado).
 16 e 17 anos. O número, com duas casas na parte decimal, mais próximo
 17 e 17 anos. do número de médicos por mil habitantes no ano de 2020
 18 e 18 anos. seria de
 18 e 16 anos.  0,17.
 0,49.
 1,71.
 2,06.
 3,32.

242
Questão 35 Questão 37
Um casal está planejando comprar um apartamento de dois A depressão caracteriza-se por um desequilíbrio na química
quartos num bairro de uma cidade e consultou a página de cerebral. Os neurônios de um deprimido não respondem
uma corretora de imóveis, encontrando 105 apartamentos bem aos estímulos dos neurotransmissores. Os remédios
de dois quartos à venda no bairro desejado. Eles usaram um que combatem a depressão têm o objetivo de restabelecer a
aplicativo da corretora para gerar a distribuição dos preços química cerebral. Com o aumento gradativo de casos de
do conjunto de imóveis selecionados. depressão, a venda desses medicamentos está em crescente
O gráfico ilustra a distribuição de frequências dos preços de evolução, conforme ilustra o gráfico.
venda dos apartamentos dessa lista (em mil reais), no qual
as faixas de preço são dadas por 300, 400, 400, 500,
500, 600, 600, 700, 700, 800, 800, 900,
900, 1000, 1000, 1100, 1100, 1200 e 1200, 1300.
A mesma corretora anuncia que cerca de 50% dos aparta-
mentos de dois quartos nesse bairro, publicados em sua
página, têm preço de venda inferior a 550 mil reais.
No entanto, o casal achou que essa última informação não
era compatível com o gráfico obtido.

No período de 2005 a 2009, o aumento percentual no vo-


lume de vendas foi de
 45,4.
 54,5.
 120.
 220.
 283,2.
Questão 38
Um zootecnista pretende testar se uma nova ração para
Com base no gráfico obtido, o menor preço, p (em mil re- coelhos é mais eficiente do que a que ele vem utilizando
ais), para o qual pelo menos 50% dos apartamentos apre- atualmente. A ração atual proporciona uma massa média de
senta preço inferior a p é 10 kg por coelho, com um desvio padrão de 1 kg, alimenta-
 600. do com essa ração durante um período de três meses.
 700. O zootecnista selecionou uma amostra de coelhos e os ali-
 800. mentou com a nova ração pelo mesmo período de tempo.
 900. Ao final, anotou a massa de cada coelho, obtendo um desvio
 1000. padrão de 1,5 kg para a distribuição das massas dos coelhos
Questão 36 dessa amostra.
Para avaliar a eficiência dessa ração, ele utilizará o coefici-
O quadro apresenta o número de terremotos de magnitude
ente de variação (CV) que é uma medida de dispersão defi-
maior ou igual a 7, na escala Richter, ocorridos em nosso
s
planeta nos anos de 2000 a 2011. nida por CV = , em que s representa o desvio padrão e
x
x, a média das massas dos coelhos que foram alimentados
Um pesquisador acredita que a mediana representa bem o com uma determinada ração.
número anual típico de terremotos em um período. O zootecnista substituirá a ração que vinha utilizando pela
Segundo esse pesquisador, o número anual típico de terre- nova, caso o coeficiente de variação da distribuição das
motos de magnitude maior ou igual a 7 é massas dos coelhos que foram alimentados com a nova
 11. ração for menor do que o coeficiente de variação da distri-
 15. buição das massas dos coelhos que foram alimentados com
 15,5. a ração atual.
 15,7.
 17,5.

243
A substituição da ração ocorrerá se a média da distribuição Questão 40
das massas dos coelhos da amostra, em quilograma, for O técnico de um time de basquete pretende aumentar a
superior a estatura média de sua equipe de 1,93 m para, no mínimo,
 5,0.
1,99 m. Para tanto, dentre os 15 jogadores que fazem parte
 9,5.
 10,0. de sua equipe, irá substituir os quatro mais baixos, de esta-
 10,5. turas: 1,78 m, 1,82 m, 1,84 m e 1,86 m. Para isso, o técnico
 15,0. contratou um novo jogador de 2,02 m. Os outros três joga-
Questão 39 dores que ele ainda precisa contratar devem satisfazer à
A receita R de uma empresa ao final de um mês é o dinheiro sua necessidade de aumentar a média das estaturas da
captado com a venda de mercadorias ou com a prestação de equipe. Ele fixará a média das estaturas para os três jogado-
serviços nesse mês, e a despesa D é todo o dinheiro utiliza- res que ainda precisa contratar dentro do critério inicial-
do para pagamento de salários, contas de água e luz, impos- mente estabelecido.
tos, entre outros. O lucro mensal obtido ao final do mês é a Qual deverá ser a média mínima das estaturas, em metro,
diferença entre a receita e a despesa registradas no mês. O que ele deverá fixar para o grupo de três novos jogadores
gráfico apresenta as receitas e despesas, em milhão de real, que ainda irá contratar?
de uma empresa ao final dos cinco primeiros meses de um  1,96
dado ano.  1,98
 2,05
 2,06
 2,08
Questão 41
Os gráficos representam a produção de peças em uma in-
dústria e as horas trabalhadas dos funcionários no período
de cinco dias. Em cada dia, o gerente de produção aplica
uma metodologia diferente de trabalho. Seu objetivo é ava-
liar a metodologia mais eficiente para utilizá-la como mode-
lo nos próximos períodos. Sabe-se que, neste caso, quanto
maior for a razão entre o número de peças produzidas e o
número de horas trabalhadas, maior será a eficiência da
metodologia.

A previsão para os próximos meses é que o lucro mensal


não seja inferior ao maior lucro obtido até o mês de maio.
Nessas condições, o lucro mensal para os próximos meses
deve ser maior ou igual ao do mês de
 janeiro.
 fevereiro.
 março.
 abril.
 maio.

Em qual dia foi aplicada a metodologia mais eficiente?


 1
 2
 3
 4
 5

244
Questão 42 Questão 44
Os alunos de uma turma escolar foram divididos em dois O procedimento de perda rápida de “peso” é comum entre
grupos. Um grupo jogaria basquete, enquanto o outro joga- os atletas dos esportes de combate. Para participar de um
ria futebol. Sabe-se que o grupo de basquete é formado torneio, quatro atletas da categoria até 66 kg, Peso-Pena,
pelos alunos mais altos da classe e tem uma pessoa a mais foram submetidos a dietas balanceadas e atividades físicas.
do que o grupo de futebol. A tabela seguinte apresenta in- Realizaram três “pesagens” antes do início do torneio. Pelo
formações sobre as alturas dos alunos da turma. regulamento do torneio, a primeira luta deverá ocorrer
Média Mediana Moda entre o atleta mais regular e o menos regular quanto aos
1,65 1,67 1,70 “pesos”. As informações com base nas pesagens dos atletas
Os alunos P, J, F e M medem, respectivamente, estão no quadro.
1,65 m, 1,66 m, 1,67 m e 1,68 m, e as suas alturas não são
iguais a de nenhum outro colega da sala.
Segundo essas informações, argumenta-se que os alunos
P, J, F e M jogaram, respectivamente,
 basquete, basquete, basquete, basquete.
 futebol, basquete, basquete, basquete. Após as três “pesagens”, os organizadores do torneio in-
 futebol, futebol, basquete, basquete. formaram aos atletas quais deles se enfrentariam na pri-
 futebol, futebol, futebol, basquete. meira luta.
 futebol, futebol, futebol, futebol. A primeira luta foi entre os atletas
Questão 43  I e III.
Três alunos, X, Y e Z, estão matriculados em um curso de  l e IV.
 II e III.
inglês. Para avaliar esses alunos, o professor optou por
 II e IV.
fazer cinco provas. Para que seja aprovado nesse curso, o
 III e IV.
aluno deverá ter a média aritmética das notas das cinco
Questão 45
provas maior ou igual a 6. Na tabela, estão dispostas as
notas que cada aluno tirou em cada prova. Uma loja que vende sapatos recebeu diversas reclamações
de seus clientes relacionadas à venda de sapatos de cor
1ª 2ª 3ª 4ª 5ª branca ou preta. Os donos da loja anotaram as numerações
Aluno dos sapatos com defeito e fizeram um estudo estatístico
Prova Prova Prova Prova Prova
X 5 5 5 10 6 com o intuito de reclamar com o fabricante.
9 3 9 5 A tabela contém a média, a mediana e a moda desses dados
Y 4
anotados pelos donos.
Z 5 5 8 5 6

Com base nos dados da tabela e nas informações dadas,


ficará(ão) reprovado(s)
 apenas o aluno Y.
Para quantificar os sapatos pela cor, os donos representa-
 apenas o aluno Z. ram a cor branca pelo número 0 e a cor preta pelo número
 apenas os alunos X e Y.
1. Sabe-se que a média da distribuição desses zeros e uns é
 apenas os alunos X e Z.
igual a 0,45.
 os alunos X, Y e Z.
Os donos da loja decidiram que a numeração dos sapatos
com maior número de reclamações e a cor com maior nú-
mero de reclamações não serão mais vendidas.
A loja encaminhou um ofício ao fornecedor dos sapatos,
explicando que não serão mais encomendados os sapatos
de cor
 branca e os de número 38.
 branca e os de número 37.
 branca e os de número 36.
 preta e os de número 38.
 preta e os de número 37.

245
Questão 46 Questão 48

Uma empresa que instala cercas de arame em terrenos O rendimento de um carro bicombustível (abastecido com
trabalha com os seguintes preços: R$ 160,00 de custo inicial álcool ou gasolina), popularmente conhecido como carro
mais R$ 15,00 por metro de arame utilizado. A função que flex, quando abastecido com álcool é menor do que quando
nos fornece o custo de cercamento de um terreno com x abastecido com gasolina, conforme o gráfico, que apresenta
metros de perímetro, passando duas voltas de arame ao o rendimento médio dos carros populares.
redor do referido terreno, é:
 f(x) = 120 + 15x
 f(x) = 160 + 15x
 f(x) = 120 + 30x
 f(x) = 160 + 30x
Questão 47
Considere os grupos A e B que não possuem acesso univer-
sal a serviços de água potável.
O plano cartesiano da figura apresenta os gráficos com as
previsões de essas populações atingirem o acesso universal Suponha que um cidadão fez uma viagem, cujo percurso foi
a serviços de água potável nos próximos 15 anos. de 1.009 km, em um carro popular flex, tendo abastecido o
Suponha que essas previsões tenham crescimentos lineares. carro nos primeiros 559 km com gasolina e, no restante do
percurso, com álcool. Considere que no momento do abas-
tecimento não havia mais combustível no tanque.
Qual o valor mais próximo do rendimento médio do carro
ao concluir todo o percurso de 1.009 km?
 9,90 km/L
 10,43 km/L
 10,84 km/L
 11,00 km/L
 12,11 km/L
Questão 49

Dois amigos, A e B, fizeram uma brincadeira: a cada número


Analise o gráfico e assinale a alternativa correta.
x, dito pelo amigo A, o amigo B respondia com um valor y,
 A previsão é de que o grupo B atinja o acesso universal
que seguia uma regra criada por ele. O objetivo da brinca-
num intervalo de tempo menor do que o do grupo A.
deira era o amigo A descobrir a regra criada pelo amigo B.
 A previsão é de que o grupo A atinja o acesso universal
Os valores observados em cada rodada dessa brincadeira
num intervalo de tempo menor do que o do grupo B.
estão representados no quadro.
 ao final desses 15 anos, nenhum grupo atingirá o aces-
so universal. x –1 2 3 5
 A taxa de crescimento da previsão de acesso do grupo y –4 5 8 14
A é maior do que a do grupo B.
 A taxa de crescimento da previsão de acesso do grupo A expressão que representa a regra criada pelo amigo B, a
B é maior do que a do grupo A. partir do número x, é igual a
 x+3
 3x – 1
 x–3
 3x + 1

246
Questão 50 O gráfico que mais se assemelha ao que deve ser elaborado
pelo administrador é
Uma empresa relançou no mercado, no mês de janeiro, um
produto que já fabrica, mas que agora é oferecido em uma

nova embalagem. Futuramente esse produto deverá ser
oferecido somente nessa nova embalagem.
O gráfico apresenta a evolução das vendas do produto nas
duas embalagens, nos três primeiros meses do ano.





Uma análise do mercado mostrou que a tendência de cres-


cimento nas vendas do produto, em ambas as embalagens, 
se manterá constante durante o ano. A diretoria da empresa 
decidiu que suspenderá a comercialização do produto na 
embalagem tradicional no mês em que as previsões das
vendas desse produto na nova embalagem superarem em
mil unidades às das vendas na embalagem tradicional.
O mês previsto para suspender a comercialização desse
produto na embalagem tradicional é
 junho.
 julho.
 agosto.

 setembro. 
Questão 51 
O administrador de um teatro percebeu que, com ingresso
do evento a R$ 20,00, um show conseguia atrair 200 pesso-
as e que, a cada R$ 1,00 de redução no preço do ingresso, o
número de pessoas aumentava em 40. Ele sabe que os do-
nos do teatro só admitem trabalhar com valores inteiros
para os ingressos, pela dificuldade de disponibilizar troco, e
pretende convencê-los a diminuir o preço do ingresso. As-
sim, apresentará um gráfico da arrecadação em função do

valor do desconto no preço atual do ingresso 


247
Questão 52 Questão 54
A Igreja de São Francisco de Assis, obra arquitetônica mo- A parte interior de uma taça foi gerada pela rotação de uma
dernista de Oscar Niemeyer, localizada na Lagoa da Pampu- parábola em torno de um eixo z, conforme mostra a figura.
lha, em Belo Horizonte, possui abóbadas parabólicas. A seta
na Figura 1 ilustra uma das abóbadas na entrada principal
da capela. A Figura 2 fornece uma vista frontal desta abó-
bada, com medidas hipotéticas para simplificar os cálculos.

Qual a medida da altura H, em metro, indicada na Figura 2?


16

3
31

5 A função real que expressa a parábola, no plano cartesiano
25 3
 da figura, é dada pela lei f(x) = x 2 − 6x + C, onde C é a
4 2
25 medida da altura do líquido contido na taça, em centíme-

3 tros. Sabe-se que o ponto V, na figura, representa o vértice
75 da parábola, localizado sobre o eixo x.

2 Nessas condições, a altura do líquido contido na taça, em
Questão 53 centímetros, é
 1.
Um estudante está pesquisando o desenvolvimento de certo
 2.
tipo de bactéria. Para essa pesquisa, ele utiliza uma estufa
 4.
para armazenar as bactérias. A temperatura no interior
 5.
dessa estufa, em graus Celsius, é dada pela expressão
 6.
T(h) = −h2 + 22h − 85, em que h representa as horas do
Questão 55
dia. Sabe-se que o número de bactérias é o maior possível
quando a estufa atinge sua temperatura máxima e, nesse Um experimento consiste em estudar um fenômeno que
momento, ele deve retirá-las da estufa. A tabela associa cresce exponencialmente. Para uma melhor análise da cur-
intervalos de temperatura, em graus Celsius, com as classi- va de crescimento, a equipe responsável utilizou um sof-
ficações: muito baixa, baixa, média, alta e muito alta. tware para representá-la geometricamente. A equação des-

Intervalos de temperatura (C) Classificação sa curva é dada por f(x) = k  4x+p, onde k e p são constan-
tes positivas. A partir do software, observaram que f(5) =
T0 Muito baixa 15, resultado que divergia em muito da realidade. Após uma
0  T  17 Baixa análise cuidadosa, perceberam que o gráfico estava posici-
17  T  30 Média onado incorretamente e, após alguns cálculos, verificaram
30  T  43 Alta que, para corrigir esse erro, seria necessário adicionar 3
T  43 Muito alta unidades ao parâmetro p. Depois de fazer isso, todos os
Quando o estudante obtém o maior número possível de resultados tornaram-se compatíveis.
bactérias, a temperatura no interior da estufa está classifi- Após o deslocamento que corrigiu a posição da curva, qual
cada como o real valor de f (5) obtido pelo software?
 muito baixa.  3375
 baixa.  960
 média.  750
 alta.  35
 muito alta.  18

248
Questão 56 Questão 59
A meia-vida é o tempo necessário para que a massa de uma Um jardineiro cultiva plantas ornamentais e as coloca à
amostra radioativa caia pela metade. Num instante inicial, venda quando estas atingem 30 centímetros de altura.
duas amostras radioativas A e B possuem a mesma massa, Esse jardineiro estudou o crescimento de suas plantas, em
100 gramas. As meias-vidas de A e B são, respectivamente, função do tempo, e deduziu uma fórmula que calcula a altu-
20 horas e 15 horas. ra em função do tempo, a partir do momento em que a plan-
Passados 5 dias, qual a razão entre as massas da amostra ta brota do solo até o momento em que ela atinge sua altura
radioativa A e da amostra radioativa B? máxima de 40 centímetros. A fórmula é h = 5  log2 (t + 1),
 32
em que t é o tempo contado em dia e h, a altura da planta
 16
em centímetro.
 8
A partir do momento em que uma dessas plantas é colocada
 4
à venda, em quanto tempo, em dia, ela alcançará sua altura
 2
máxima?
Questão 57
 63
A desintegração de certa substância é descrita pela lei  96
M(t) = c  4−0,125t  128
Em que c é uma constante positiva, t representa o tempo,  192
em horas, e M(t) a massa, em gramas, dessa substância no  255
instante t. Questão 60
Quanto tempo leva para que uma amostra de 256 g dessa
Em fevereiro de 2021, um grupo de físicos da Universidade
substância seja reduzida a 32 g?
Federal de Minas Gerais (UFMG) publicou um artigo que foi
Questão 58
capa da importante revista Nature. O texto a seguir foi reti-
Enquanto um ser está vivo, a quantidade de carbono 14 rado de uma reportagem do site da UFMG sobre o artigo:
nele existente não se altera. Quando ele morre, essa quanti- O nanoscópio, prossegue Ado Jorio (professor da UFMG),
dade vai diminuindo. Sabe-se que a meia-vida do carbono ilumina a amostra com um microscópio óptico usual. O foco
14 é de 5.730 anos, ou seja, num fóssil de um organismo da luz tem o tamanho de um círculo de 1 micrômetro de
que morreu há 5.730 anos haverá metade do carbono 14 diâmetro. “O que o nanoscópio faz é inserir uma nanoante-
que existia quando ele estava vivo. Assim, cientistas e ar- na, que tem uma ponta com diâmetro de 10 nanômetros,
queólogos usam a seguinte fórmula para saber a idade de dentro desse foco de 1 micrômetro e escanear essa ponta. A

t imagem com resolução nanométrica é formada por esse
um fóssil encontrado: Q(t) = Q0  2 5730 em que t é o processo de escaneamento da nanoantena, que localiza o
tempo, medido em ano, Q(t) é a quantidade de carbono 14 campo eletromagnético da luz em seu ápice”, afirma o pro-
medida no instante t e Q 0 é a quantidade de carbono 14 fessor.
Com base nos dados mencionados no texto, a razão entre o
no ser vivo correspondente.
diâmetro do foco da luz de um microscópio óptico usual e o
Um grupo de arqueólogos, numa de suas expedições, encon-
diâmetro da ponta da nanoantena utilizada no nanoscópio é
trou 5 fósseis de espécies conhecidas e mediram a quanti-
da ordem de:
dade de carbono 14 neles existente. Na tabela temos esses
 0,0001
valores juntamente com a quantidade de carbono 14 nas
 0,01
referidas espécies vivas.
 1
Fóssil Q0 Q(t)  100
1 128 32  10000
2 256 8
3 512 64
4 1024 512
5 2048 128
O fóssil mais antigo encontrado nessa expedição foi
 1.
 2.
 3.
 4.
 5.

249
Questão 61 Questão 63

Um agricultor utilizava toda a área de uma região plana, em O sistema de numeração romano ainda é utilizado na indi-
formato retangular, com 50 m de largura e 240 m de com- cação de capítulos e volumes de livros, na designação de
primento, para o plantio de mudas. Seguindo recomenda- séculos e, em ordem cronológica, de papas e reis de mesmo
ções técnicas, cada muda é plantada no centro de uma pe- nome. São utilizadas sete letras do alfabeto:
quena região retangular de 10 cm de largura por 20 cm de Quatro fundamentais: I (vale 1); X (vale 10); C (vale 100) e
comprimento. M (vale 1 000).
Esse agricultor decidiu ampliar a área destinada ao plantio Três secundárias: V (vale 5); L (vale 50) e D (vale 500).
de mudas, utilizando agora um terreno, também plano, em As regras para escrever números romanos são:
formato retangular, com 100 m de comprimento por 200 m
de largura. As mudas deverão ser plantadas respeitando-se 1. Não existe símbolo correspondente ao zero;
as mesmas recomendações técnicas. 2. Os símbolos fundamentais podem ser repetidos até três
Com o aumento da área destinada ao plantio, a quantidade vezes e seus valores são adicionados. Exemplo: XXX = 30;
máxima de mudas que poderão ser plantadas a mais é 3. Uma letra posta à esquerda de outra de maior valor indi-
 100.000. ca subtração dos respectivos valores. Exemplo: IX = 10 –
 400.000. 1 = 9;
 600.000. 4. Uma letra posta à direita de outra de maior valor indica
 1.000.000. adição dos respectivos valores. Exemplo: XI = 10 + 1 =
 1.600.000. 11.
Questão 62 Em uma cidade europeia há uma placa indicando o ano de
sua fundação: MCDLXIX.
Uma das bases mais utilizadas para representar um número
Quantos anos de fundação essa cidade comemorará em
é a base decimal. Entretanto, os computadores trabalham
2050?
com números na base binária. Nessa base, qualquer número
 379
natural é representado usando apenas os algarismo 0 e 1.
 381
Por exemplo, as representações dos números 9 e 12, na
 579
base binária, são 1001 e 1100, respectivamente. A operação
 581
de adição, na base binária, segue um algoritmo similar ao
 601
utilizado na base decimal, como detalhado no quadro:
Questão 64
a b a+b O sistema de numeração indo-arábico é formado por ape-
0 0 0 nas 10 símbolos, conhecidos como algarismos:
0 1 1
1 0 1
1 1 10 Uma diferença entre esse sistema e o romano, por exemplo,
é que ele é um sistema de valor posicional. Isso quer dizer
Por exemplo, na base binária, a soma dos números 10 e 10 é que o mesmo símbolo pode ser usado para representar
100, como apresentado: quantidades diferentes, a depender da posição do símbolo
10 (ou algarismo).
+ 10 Observe a situação a seguir.
100
Considerando as informações do texto, o resultado da adi-
ção 9 + 12 será representado, na base binária, por
 101.
 1101.
 1111. Assinale a opção que representa a quinta parte do número
 10101. K escrita no sistema de numeração romano.
 11001.  VICMXIII
 VICMXXX
 VICCCXXVI
 MCCCLXXXVI
 MCLXXX

250
Questão 65 Questão 68
O professor Valter passou um trabalho com uma enorme O uso da notação científica e de prefixo é muito comum
quantidade de questões para serem resolvidas. Os alunos para facilitar a leitura dos números muito grandes ou muito
perceberam que, se 4 colegas trabalharem 2 horas por dia, pequenos. A seguir temos duas instituições que simplifica-
eles conseguirão acabar a atividade em um prazo de 6 dias. ram o seu número de seguidores na rede social, utilizando o
Se, contudo, o prazo para entregar for de, apenas, 2 dias, e prefixo k (quilo).
um dos colegas ficar doente, não podendo mais ajudar,
quantas horas por dia os outros 3 amigos terão que traba-
lhar para concluir o trabalho no prazo?
 8h
 9h
 6h
 5h
 4h
Questão 66 De acordo com as figuras A e B, é correto afirmar que
 o número de seguidores do Banco do Brasil representa
Um trabalhador recebe salário mensal bruto de R$ 1 2 dos seguidores da Revista Galileu.
3.500,00. O Departamento Pessoal da empresa em que ele
 o número de seguidores da Revista Galileu não supera
trabalha utiliza a Tabela Progressiva para o cálculo do Im-
em 3 mil os seguidores do Banco do Brasil.
posto de Renda de Pessoa Física para efetuar o desconto
 a soma do número de seguidores do Banco do Brasil e
mensal a ser recolhido à Receita Federal. O cálculo desse
da Revista Galileu é menor que 800 mil.
15
desconto é feito tomando-se do salário mensal e sub-  o número de seguidores da Revista Galileu representa
100
duas vezes os seguidores do Banco do Brasil.
traindo daí R$ 335,03.  a diferença entre o número de seguidores da Revista
Disponível em: www.receita.fazenda.gov.br. Acesso em: 15 out. 2014
(adaptado). Galileu e do Banco do Brasil é de 505 mil.
O valor recolhido mensalmente à Receita Federal, em real,
MATEMÁTICA – PARTE III
referente ao salário bruto desse trabalhador, é igual a
 525,00. Questão 01
 474,74.
 284,78. A figura indica o projeto de construção de uma arena de
 189,97. esportes, sendo AB a representação de uma luminária cujo
Questão 67 ponto mais próximo do chão está a 5,5 m.

De acordo com pesquisas recentes, a expectativa de vida do


brasileiro subiu de 74,6 anos, em 2012, para 74,9 anos, em
2015. Dentre os possíveis fatores para esse aumento estão a
melhoria do sistema de saúde, o aumento da renda familiar
e a prática de exercícios físicos.
Para tornar essa notícia do aumento da expectativa de vida
do brasileiro mais expressiva, converteu-se esse aumento
para a quantidade de dias.
Considere que para esta conversão o número de dias em
cada mês foi fixado em 30.
Com base nas informações, que cálculo correspondeu a essa
conversão?
O comprimento de AB, em metros, é igual a
 0,3 = 3 meses = 3  30 dias
 3 37
 0,3  1ano = 0,3  365 dias
 2 37
 0,3  1 ano = 0,3  12 meses = 3,6  30 dias
 2,5 37
 0,3  1ano = 1  12  30 dias = 1  360 dias
3 3  21,5 − 2 37
 0,3  1ano = 0,3  12 meses = 3,6 meses = 3  30 dias + 6 dias  21,5 − 37

251
Questão 02 Questão 04
Considere um triângulo retângulo ABC, retângulo em A. Admita que uma pessoa na posição P avista o ponto A mais
Sendo H o pé da altura relativa à hipotenusa e sabendo que alto de um morro sob um ângulo de 40°. Ao caminhar 100
AH = 6 cm e BH = 2cm, o produto dos comprimentos dos m sobre a reta horizontal PB, até a posição Q, ela avista o
catetos é igual a: mesmo ponto sob o ângulo de 50°. O esquema a seguir re-
 150 cm2 presenta essa situação, sendo AB a altura do morro em
 144 cm2 relação à reta horizontal PB.
 120 cm2
 180 cm2
 108 cm2
Questão 03
O telhado da cantina no CMRJ, com formato retangular, será
reformado. A figura abaixo mostra o desenho de sua vista
superior. As vigas de madeira do telhado, representadas na
figura pelos segmentos AB, AC e AD, serão substituídas.
Considere os seguintes valores das razões trigonométricas:

A altura AB , em metros, é igual a:


 212,0
 224,6
 232,0
 285,6
 290,8
Questão 05
Considere um triângulo retângulo ABC, um ponto D sobre o
O comprimento, em metros, da maior viga que será substi- lado AC desse triângulo e um quadrado Q, em que AD é um
tuída é igual a de seus lados, conforme mostra a figura.
 4,0
 4,5
 5,0
 6,5
 7,0

Sabendo que tg α = 3 e tg β = 1,2, a área do quadrado Q é


 16cm2.
 25cm2.
 4cm2.
 9cm2.
 36cm2.

252
Questão 06 Questão 09
1 2+ 6
1+ Considerando a figura e que sen75 é igual a ,
tg x cossec x 4
Se A = + é um número real, então A é
1 + tg x sec x calcula-se que a = 5 (____) cm.
igual a
 2 tg x
 2 sen x
 2co s x
 2cotg x
 2secx
Questão 07

Na figura abaixo, há três quadrados de lados 9, 6 e x justa-  3+ 2


postos; os vértices A, B, C e D são colineares; os vértices A,
 1+ 3
E, F, G e H são colineares
 2
 3
 4
Questão 10
Uma empresa gaúcha possui três grandes centros de distri-
buição nas cidades de Pelotas, Porto Alegre e Santa Cruz do
Sul. O transporte de suas cargas é feito por aeronave e o
percurso entre as cidades é feito em linha reta, conforme a
figura abaixo.
A soma das áreas dos três quadrados é
 38.
 76.
 126.
 133.
 136.
Questão 08

A figura representa uma arquibancada com degraus de


mesma altura (x metros) e mesma extensão (y metros).

A distância, em linha reta, de Pelotas a Porto Alegre é de


200 km e a distância de Pelotas a Santa Cruz do Sul é de 250
km. Sabendo que a aeronave saiu de Porto Alegre e levou 30
minutos para chegar a Santa Cruz do Sul, qual foi a veloci-
dade média da aeronave, em km/h? Considere cos β  0,8.
O valor de x + y será igual a  100
 1,85 m.  150
 1,80 m.  300
 1,90 m.  350
 1,75 m.  400
 1,95 m.

253
Questão 11 TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
A figura a seguir é a representação, em centímetros, de um A figura a seguir apresenta parte do mapa de uma cidade,
parque triangular de vértices A, B e C. A escala utilizada foi no qual estão identificadas a catedral, a prefeitura e a câma-
ra de vereadores. Observe que o quadriculado não repre-
1
de . Esse parque será a área de lazer de uma cidade, senta os quarteirões da cidade, servindo apenas para a
1000
localização dos pontos e retas no plano cartesiano.
pois o projeto foi aprovado e brevemente a construção será
Nessa cidade, a Avenida Brasil é formada pelos pontos
iniciada. Se considerarmos um plano cartesiano, os pontos
equidistantes da catedral e da prefeitura, enquanto a Ave-
A(11; 9) e B(2; – 3) são coordenadas de dois dos vértices do
nida Juscelino Kubitschek (não mostrada no mapa) é for-
triângulo ABC.
mada pelos pontos equidistantes da prefeitura e da câmara
de vereadores.

Sabendo que AB = AC e que o segmento que parte de A e


encontra o lado oposto a esse vértice em D( −1; 3) é uma
altura de ABC, qual é a área desse parque em m2?
 9000 Questão 14
 12000 Sabendo que a distância real entre a catedral e a prefeitura
 3000 é de 500 m, podemos concluir que a distância real, em linha
 4500 reta, entre a catedral e a câmara de vereadores é de
 6000  1500 m.
Questão 12
 500 5 m.
Em um paralelogramo, as coordenadas de três vértices  1000 2 m.
consecutivos são, respectivamente, (1, 4), (–2, 6) e (0, 8). A
 500 + 500 2 m.
soma das coordenadas do quarto vértice é:
 8  600
 9 Questão 15
 10
 11
 12
Questão 13
No plano cartesiano, M(3, 3), N(7, 3) e P(4, 0) são os pontos
médios respectivamente dos lados AB , BC , e AC de um
triângulo ABC. A abscissa do vértice C é:
 6
 7
A palavra “perímetro” vem da combinação de dois elemen-
 8
tos gregos: o primeiro, perí, significa “em torno de”, e o
 9
segundo, metron, significa “medida”.
 0
O perímetro do trapézio cujos vértices têm coordenadas
(−1, 0), (9, 0), (8, 5) e (1, 5)
 10 + 29 + 26
 16 + 29 + 26
 22 + 26
 17 + 2 26
 17 + 29 + 26

254
Questão 16 Questão 18

Na figura a seguir, o hexágono ABCDEF é regular. Conhe- Para fabricar uma mesa redonda que comporte 8 pessoas
cidos os pontos A(0; 0) e D(10; 0) determinar a equação da em sua volta, um projetista concluiu que essa mesa, para
reta que contém os pontos B e E. ser confortável, deverá considerar, para cada um dos ocu-
pantes, um arco de circunferência com 62,8 cm de com-
primento. O tampo redondo da mesa será obtido a partir de
uma placa quadrada de madeira compensada. Adotando
π = 3,14, a menor medida do lado dessa placa quadrada
que permite obter esse tampo de mesa é
 72 cm.
 80 cm.
 144 cm.
 160 cm.
 180 cm.
Questão 19

Na figura a seguir, AB = 8 cm, BC = 10 cm, AD = 4 cm e o


 y = − 3  (x − 5)
ponto O é o centro da circunferência. O perímetro do triân-
 y = 3  (x − 5) gulo AOC mede, em cm:
 y = 3  (x + 5)
 y = − 3  (x + 5)
3 + 3x
 y=
2
Questão 17

As retas (r) x − 3y + 6 = 0 e (s) 2x + 3y − 15 = 0 estão re-


presentadas, graficamente, a seguir.
 36
 45
 48
 50
 54
Questão 20
Um tanque de água em formato de paralelepípedo retangu-
lar reto, que possui 4 m de comprimento, 1,5 m de largura e
3 m de profundidade, contém 12 mil litros. Após três dias
de uso intenso, o volume de água caiu para 9 mil litros.
É CORRETO afirmar que, nesses três dias de uso, a altura
Se P é o ponto de interseção entre (r) e (s), então a dis- do nível da água sofreu uma redução de
tância de P à origem é  48 cm
 50 cm
 3
 53 cm
 3 2  55 cm
 5  60 cm
 4 3
 6

255
Questão 21 Questão 23
A Grande Pirâmide de Gizé, que está́ localizada no Egito, é
Uma pessoa comprou uma caneca para tomar sopa, con-
considerada uma das maiores e mais pesadas obras já cons-
forme ilustração.
truídas pela humanidade. Uma miniatura realista da pirâ-
mide de Gizé pode ser encontrada em certo antiquário. Esta
miniatura é uma pirâmide regular, que possui a aresta de
sua base quadrada medindo 24 cm enquanto que sua altura
mede 16 cm.
A área total da superfície da miniatura da pirâmide mede
 768 cm2
 960 cm2
 1344 cm2
 1536 cm2
 2112 cm2
Sabe-se que 1 cm3 = 1 mL e que o topo da caneca é uma
Questão 22
circunferência de diâmetro (D) medindo 10 cm, e a base é
Considere um triângulo equilátero ABC de lado 1. um círculo de diâmetro (d) medindo 8 cm. Além disso, sabe-
se que a altura (h) dessa caneca mede 12 cm (distância
entre o centro das circunferências do topo e da base).
Utilize 3 como aproximação para π.
Qual é a capacidade volumétrica, em mililitro, dessa caneca?
 216.
 408.
 732.
 2.196.
 2.928.
Questão 24

Um poliedro possui 20 vértices. Sabendo-se que de cada


O volume do sólido obtido ao girar o triângulo ABC em tor-
no da reta r que passa pelo vértice A e é paralela ao lado vértice partem 3 arestas, o número de faces que poliedro
possui é igual a
BC, mantendo o paralelismo da reta r com o lado BC do
 12.
triângulo, é
 22.
 2 π.
 32.

 .  42.
2
 52.
π Questão 25
 .
4
Uma empresa construiu um poço para armazenar água de
π
 . reuso. O custo para construir o primeiro metro foi de R$
3
1.000,00, e cada novo metro custou R$ 200,00 a mais do
π
 . que o imediatamente anterior. Se o custo total da constru-
2 ção foi de R$ 48.600,00, a profundidade do poço é:
 15 m
 18 m
 21 m
 24 m
 27 m

256
Questão 05
MATEMÁTICA – PARTE IV
Um jardineiro tem certo número de mudas inferior a 300
Questão 01 unidades. Quando agrupa de 6 em 6, 8 em 8, 10 em 10,
Segundo uma profecia Maia, acreditava-se que 2012 seria o sempre restam 5 unidades e quando as agrupa de 7 em 7,
ano do “fim do mundo”. Supondo-se que essa profecia tives- não resta nenhuma. Podemos afirmar que a quantidade de
se sido anunciada em um domingo, e que, a partir daí, a mudas é:
Terra teria “apenas” mais 1 870 626 “dias de vida”, o dia da  70
semana em que o “mundo acabaria” seria:  140
 segunda  210
 terça  245
 quarta  280
 quinta Questão 06
 Sexta
Na Escola Pierre de Fermat, foi realizada uma gincana com
Questão 02
o objetivo de arrecadar alimentos para a montagem e doa-
No alto de uma torre localizada no Porto do Itaqui, três ção de cestas básicas. Ao fim da gincana, foram arrecadados
luzes “piscam” em diferentes intervalos de tempo. A primei- 144 pacotes de feijão, 96 pacotes de açúcar, 192 pacotes de
ra “pisca” a cada 7 segundos, a segunda “pisca” a cada 12 arroz e 240 pacotes de fubá. Na montagem das cestas, a
segundos e a terceira a cada 9 segundos. Se num certo ins- diretora exigiu que fosse montado o maior número de ces-
tante, as luzes “piscam” simultaneamente, após quanto tas possível, de forma que não sobrasse nenhum pacote de
tempo elas voltarão a “piscar” simultaneamente? alimento e nenhum pacote fosse partido. Seguindo a exi-
 5 minutos gência da diretora, quantos pacotes de feijão teremos em
 4 minutos e 20 segundos cada cesta?
 252 minutos  1
 4 minutos e 16 segundos  2
 4 minutos e 12 segundos  3
Questão 03  4
 5
Um galpão foi construído de tal forma que seu piso é retan-
Questão 07
gular e tem dimensões 36 m e 40 m. O proprietário preten-
de revestir o piso do galpão com azulejos idênticos, de for- Um garoto foi a uma loja e comprou um CD, um DVD e um
mato quadrado e dimensões inteiras. Qual é o menor núme- Blu-Ray. Ao chegar a sua casa, perguntaram-lhe qual foi o
ro de azulejos quadrados necessários para revestir o piso preço de cada item, e ele respondeu:
do galpão nas condições dadas, de maneira que não haja “O DVD foi R$ 20,00 mais caro que o CD, o Blu-Ray foi R$ 9,00
cortes ou sobras de material? mais caro que o DVD, e o total da compra foi R$ 100,00”.
 90 O valor pago pelo DVD foi:
 95  R$ 17,00
 98  R$ 22,00
 100  R$ 27,00
 110  R$ 32,00
Questão 04  R$ 37,00
Uma mulher tem três filhas matriculadas regularmente no
ensino fundamental. O produto da sua idade com as idades
de suas 3 filhas é 37 037. Desta forma, pode-se afirmar que
a diferença entre as idades de sua filha mais velha e sua
filha mais nova é:
 4
 5
 6
 7
 8

257
Questão 08
Questão 11
“A NGC 4151 está localizada a cerca de 43 milhões de anos-
Em uma lanchonete, atualmente, 2 trabalhadores preparam
luz da Terra e se enquadra entre as galáxias jovens que
10 sanduíches em 5 minutos. Os responsáveis pela empresa
possui um buraco negro em intensa atividade. Mas ela não é
perceberam que em certos horários é necessário preparar
só lembrada por esses quesitos. A NGC 4151 é conhecida
12 sanduíches em 3 minutos. Considerando que os respon-
por astrônomos como o ‘olho de Sauron’, uma referência ao
sáveis busquem contratar trabalhadores que exerçam o
vilão do filme ‘O Senhor dos Anéis’”.
trabalho no mesmo ritmo que os demais, para suprir a de-
“Cientistas britânicos conseguiram fazer com que um mi-
manda nesses horários, é necessário contratar mais:
croscópio ótico conseguisse enxergar objetos de cerca de
 1 trabalhador
0,00000005 m, oferecendo um olhar inédito sobre o mun-
 6 trabalhadores
do ‘nanoscópico’”.
 2 trabalhadores
Assinale a alternativa que apresenta os números em desta-
 4 trabalhadores
que no texto, escritos em notação científica.
 5 trabalhadores
 4,3  107 e 5,0  108
Questão 12
 4,3  107 e 5,0  10-8
 4,3  10-7 e 5,0  108 O contribuinte que vende mais de R$ 20 mil de ações em
Bolsa de Valores em um mês deverá pagar Imposto de Ren-
 4,3  106 e 5,0  107
da. O pagamento para a Receita Federal consistirá em 15%
 4,3  10-6 e 5,0  10-7
do lucro obtido com a venda das ações.
Questão 09
Um contribuinte que vende por R$ 34 mil um lote de ações
Dentre outros objetos de pesquisa, a Alometria estuda a que custou R$ 26 mil terá de pagar de Imposto de Renda à
relação entre medidas de diferentes partes do corpo huma- Receita Federal o valor de:
no. Por exemplo, segundo a Alometria, a área A da superfí-  R$ 900,00.
cie corporal de uma pessoa relaciona-se com a sua massa m  R$ 1.200,00.
pela fórmula A = k⋅m2/3, em que k é uma constante  R$ 2.100,00.
positiva. Se no período que vai da infância até a maioridade  R$ 3.900,00.
de um indivíduo sua massa é multiplicada por 8, por quanto  R$ 5.100.00.
será multiplicada a área da superfície corporal? Questão 13
 3 16
Os sócios de uma empresa decidem dividir o lucro de um
 4
determinado período, pelos seus três gerentes, de modo
 24 que cada um receba uma parte diretamente proporcional ao
 8 seu tempo de serviço. Sabendo que o lucro que será dividi-
 64 do é de R$ 18.500,00 e que o tempo de serviço de cada um
Questão 10 deles é, respectivamente 5, 7 e 8 anos, podemos afirmar que
Na aferição de um novo semáforo, os tempos são ajusta- o mais antigo na empresa receberá:
dos de modo que, em cada ciclo completo (verde-  R$ 4.625,00
amarelo-vermelho), a luz amarela permaneça acesa por 5  R$ 5.125,00
segundos, e o tempo em que a luz verde permaneça acesa  R$ 6.475,00
igual a 2/3 do tempo em que a luz vermelha fique acesa.  R$ 7.400,00
A luz verde fica acesa, em cada ciclo, durante X segundos  R$ 9.250,00
e cada ciclo dura Y segundos. Qual a expressão que re- Questão 14
presenta a relação entre X e Y? A empresa de bebidas “Beba Mais” possui uma máquina de
refrigerantes que, quando opera por 4 horas diárias, conse-
 5X – 3Y + 15 = 0 gue engarrafar 9 600 litros, num período de 6 dias. Deter-
 5X – 2Y + 10 = 0 mine em quantas horas diárias esta mesma máquina engar-
 3X – 3Y + 15 = 0 rafará 24 000 litros, num período de 20 dias, considerando
 3X – 2Y + 15 = 0 que a máquina tem um mesmo ritmo padrão durante estes
 3X – 2Y + 10 = 0 serviços.
 3
 4
 6
 2
 5

258
Questão 15 Questão 19
Um grupo de 80 motoqueiros viaja por 60 dias e suas motos Dentre os candidatos que fizeram provas de matemática,
totalizaram um consumo de 10 000 litros Se este mesmo português e inglês num concurso, 20 obtiveram nota míni-
grupo tivesse sido composto com 20 motoqueiros a menos, ma para aprovação nas três disciplinas. Além disso, sabe-se
em quantos dias neste grupo, suas motos totalizariam um que:
consumo de 8 000 litros, supondo todas as motos com I. 14 não obtiveram nota mínima em matemática;
mesmo rendimento de consumo? II. 16 não obtiveram nota mínima em português;
 68 III. 12 não obtiveram nota mínima em inglês;
 74 IV. 5 não obtiveram nota mínima em matemática e em
 78 português;
 64 V. 3 não obtiveram nota mínima em matemática e em inglês;
 58 VI. 7 não obtiveram nota mínima em português e em in-
Questão 16 glês;
Um grupo de alunos do curso de Jogos Digitais da FATEC VII. 2 não obtiveram nota mínima em português, matemá-
inicia a produção de um jogo. Após 6 horas de trabalho, tica e inglês.
verificam que conseguiram finalizar apenas 24% do jogo. A quantidade de candidatos que participaram do concurso foi:
Para poder concluir o restante dele, esse grupo de estudan-  44
tes pede ajuda a alguns amigos, conseguindo duplicar o  46
tamanho da equipe.  47
Assinale a alternativa que apresenta o tempo total de pro-  48
dução do jogo.  49
 9 h 30 min Questão 20
 9 h 50 min
Por ocasião de uma greve dos caminhoneiros, os preços de
 12 h 30 min
alguns alimentos dispararam, como foi o caso do chuchu,
 15 h 30 min
que chegou a ter um aumento de 140%. Supondo que o
 15 h 50 min
quilo do chuchu custasse R$ 0,30, quanto passou a custar
Questão 17
depois de seu preço ter sofrido o aumento mencionado
Numa pesquisa com idosos, perguntou-se se eles utilizam o acima?
cartão de crédito e, ainda, se têm alguma dívida. Todos os  R$ 0,66
idosos entrevistados nessa pesquisa responderam dizendo  R$ 0,68
sim ou não a cada pergunta. Desses idosos, 20 disseram  R$ 0,72
utilizar o cartão de crédito; 70 disseram ter alguma dívida;  R$ 0,78
15 responderam utilizar o cartão de crédito e ter alguma  R$ 0,82
dívida; 40 disseram não utilizar o cartão de crédito e não Questão 21
ter nenhuma dívida. O número de idosos entrevistados A concentração do álcool na gasolina brasileira, segundo o
nessa pesquisa foi de: CNP (Conselho Nacional de Petróleo) é de 25%. Certo posto
 60 de gasolina de Fortaleza foi interditado após a fiscalização
 75 identificar que a gasolina possuía concentração de 30% de
 100 álcool. Havia nesse posto um estoque de 80 000 litros dessa
 115 gasolina adulterada. Sendo assim, o número de litros de
 130 gasolina pura que deve ser adicionado a esse estoque de
Questão 18 modo a se obter uma mistura com 25% de álcool é de:
O custo de produção de uma peça é composto de: 40% de  16 000 litros.
mão de obra; 25% de matéria-prima; 20% de energia elé-  20 000 litros.
trica e 15% das demais despesas. Num certo momento,  24 000 litros.
ocorrem os seguintes aumentos: mão de obra, 10%; maté-  26 000 litros.
ria-prima, 20%; energia elétrica, 15%; e demais despesas,
 30 000 litros.
10%. O aumento percentual no custo total da peça foi de:
 13,5%
 11,5%
 13,0%
 12,0%
 12,5%

259
Questão 22 Questão 25
As farmácias W e Y adquirem determinado produto com Ao aplicar hoje 100 mil reais a juros compostos a uma taxa
igual preço de custo. A farmácia W vende esse produto com de juros anual positiva, Jaime receberá 60 mil reais daqui a
50% de lucro sobre o preço de custo. Na farmácia Y, o preço um ano e 55 mil reais daqui a dois anos. Se a mesma aplica-
de venda do produto é 80% mais caro do que na farmácia ção fosse feita por dois anos a juros compostos e à mesma
W. taxa anterior, Jaime receberia:
O lucro da farmácia Y em relação ao preço de custo é de:  127 mil reais.
 170%.  118 mil reais.
 150%.  121 mil reais.
 130%.  115 mil reais.
 110%.  124 mil reais.
 120%
Questão 23
Um produtor de milho utiliza uma área de 160 hectares
para as suas atividades agrícolas. Essa área é dividida em
duas partes: uma de 40 hectares, com maior produtividade,
e outra, de 120 hectares, com menor produtividade. A pro-
dutividade é dada pela razão entre a produção, em tonela-
da, e a área cultivada. Sabe-se que a área de 40 hectares tem
produtividade igual a 2,5 vezes à da outra. Esse fazendeiro
pretende aumentar sua produção total em 15%, aumentan-
do o tamanho da sua propriedade. Para tanto, pretende
comprar uma parte de uma fazenda vizinha, que possui a
mesma produtividade da parte de 120 hectares de suas
terras. Qual é a área mínima, em hectare, que o produtor
precisará comprar?
 36.
 33.
 27.
 24.
 21.
Questão 24
Um biólogo está realizando um experimento com duas cul-
turas de bactérias. Ele constatou que a primeira, denomina-
da B1, cresce à taxa de 20% por hora, e a segunda, denomi-
nada B2, cresce à taxa de 8% por hora. Considere que as
quantidades iniciais de bactérias são 1230 e 2460, respecti-
vamente, e adote log 2 = 0,30 e log 3 = 0,48.
Dentre as alternativas abaixo, qual apresenta a melhor
aproximação referente ao tempo necessário para que as
duas culturas tenham o mesmo número de bactérias?
 3 horas e 15 minutos.
 2 horas e 30 minutos.
 7 horas e 30 minutos.
 1 hora e 30 minutos.
 9 horas e 45 minutos.

260
GABARITO LITERATURA

ARTE 1-A.
2-A.
1-A.
3-C.
2-A.
3-E. 4-D.
4-B. 5-A.
5-C. 6-A.
6-C. 7-A.
7-E. 8-C.
8-B.
9-A.
9-D.
10-D. 10-E.
11-C. 11-A.
12-B. 12-B.
13-E. 13-E.
14-B. 14-B.
15-D. 15-B.
16-E.
16-B.
17-B.
18-C. 17-A.
19-E. 18-B.
20-B. 19-B.
21-C. 20-A.
22-A. 21-B.
23-B. 22-B.
24-E.
23-B.
25-A.
26-D. 24-B.
27-C. 25-A.
28-B. 26-C.
29-A. 27-E.
30-A. 28-A.
31-D.
29-B.
32-B.
33-B. 30-C.
34-D. 31-E.
35-B. 32-E.
36-A. 33-C.
37-B. 34-C.
38-A. 35-E.
39-A.
36-E.
40-A.
41-D. 37-A.
42-A. 38-A.
43-B. 39-B
44-A.
45-B.
46-C.
47-B.
48-A.
49-B.
50-B.
51-B.
52-A.
53-A.
54-A.
55-E.

261
GRAMÁTICA/TEXTO – PARTE I GRAMÁTICA/TEXTO – PARTE II

1-D. 1-E.
2-B. 2-D.
3-A. 3-A.
4-B. 4-A.
5-E. 5-C.
6-A. 6-B.
7-E. 7-C.
8-E. 8-B.
9-B. 9-D.
10-B. 10-C.
11-C. 11-D.
12-B. 12-A.
13-B. 13-C.
14-E. 14-E.
15-A. 15-E.
16-D. 16-D.
17-A. 17-B.
18-A. 18-D.
19-A. 19-B.
20-A. 20-B.
21-D. 21-E.
22-C. 22-A.
23-C. 23-D.
24-D. 24-E.
25-A. 25-A.
26-B. 26-A.
27-B. 27-A.
28-D. 28-A.
29-D. 29-A.
30-B. 30-B.
31-D. 31-D.
32-D. 32-A.
33-D. 33-D.
34-D. 34-D.
35-B. 35-E.
36-B. 36-C.
37-C. 37-C.
38-E. 38-E.
39-A. 39-C.
40-B. 40-D.
41-D. 41-A.
42-B. 42-D.
43-B. 43-E.
44-A. 44-E.
45-C. 45-B.
46-E. 46-E.
47-D. 47-B.
48-E. 48-C.
49-C. 49-B.
50-A. 50-D.

262
GEOGRAFIA – PARTE I FILOSOFIA

1-E. 1-A.
2-C. 2-E
3-E. 3-A.
4-C. 4-E.
5-E. 5-C.
6-B.
6-E.
7-E.
7-E. 8-A.
8-B. 9-B.
9-B. 10-B.
10-C. 11-A.
11-D. 12-B.
13-B.
12-E.
14-A.
13-E. 15-D.
14-C. 16-A.
15-A. 17-B.
16-A. 18-D.
17-B. 19-E.
18-B. 20-B.
21-C.
19-E.
22-A.
20-A. 23-A.
21-C. 24-B.
22-E. 25-A.
23-D. 26-E.
24-E. 27-A.
25-A. 28-B.
29-D.

30-A.
GEOGRAFIA – PARTE II
31-D.
1-A.
32-A.
2-A. 33-A.
3-A. 34-C.
4-C. 35-C.
5-C. 36-C.
6-E. 37-C.
38-D.
7-A.
39-D.
8-D. 40-A.
9-A. 41-D.
10-D. 42-E.
11-E. 43-A.
12-E. 44-D.
13-D. 45-A.
46-D.
14-C.
47-C.
15-C. 48-C.
16-C. 49-E.
17-E. 50-D.
18-E. 51-A.
19-D. 52-A.
20-C. 53-A.
54-C.
21-B.
55-A.
22-E. 56-C.
23-B. 57-C.
24-E.
25-A.

263
SOCIOLOGIA HISTÓRIA – PARTE I
1-D.
1-C. 2-B
2-D. 3-D.
3-A. 4-D.
4-B. 5-E.
5-C. 6-A.
6-B. 7-C.
7-D. 8-D.
8-A. 9-C.
9-E. 10-C.
10-D. 11-A.
11-E. 12-E.
12-D. 13-A.
13-B. 14-C.
14-D. 15-A.
15-B. 16-B.
16-E. 17-D.
17-C. 18-E.
18-E. 19-D.
19-C. 20-B.
20-D. 21-C.
21-C. 22-A.
22-D. 23-C.
23-E. 24-B.
24-E. 25-A.
25-E. 

26-D. HISTÓRIA – PARTE II


27-C.
28-E. 1-A. 33. C
29-C. 2-B. 34. E
30-B. 3-A. 35. E
31-A. 4-A. 36. D
32-C. 5-C. 37. A
33-B. 6-C. 38. E
34-C. 7-D. 39. A
35-A. 8-C. 40. A
36-A. 9-E. 41. B
37-B. 10-E. 42. E
38-E. 11-C.
39-E. 12-B.
40-D. 13-B.
41-A. 14-B.
42-A. 15-E.
43-B. 16-E.
44-A. 17-D.
45-A. 18-B.
46-E. 19-C.
47-A. 20-E.
48-D. 21-C.
49-E. 22-A.
50-D. 23-D.
24-E.
25-A.
26-E.
27-B.
 28-C.
 29-C.
 30-D.
 31-E.

 32-E.

 
 
 

 

264
BIOLOGIA – PARTE I BIOLOGIA – PARTE II
 
1-E. 1-B.
2-C. 2-D.
3-E. 3-C.
4-E. 4-C.
5-E. 5-A.
6-D. 6-A.
7-A. 7-E.
8-C. 8-D.
9-E. 9-A.
10-D. 10-D.
11-E. 11-A.
12-B. 12-E.
13-E. 13-E.
14-B. 14-B.
15-D. 15-E.
16-B. 16-B.
17-E. 17-A.
18-D. 18-B.
19-D. 19-A.
20-B. 20-B.
21-E. 21-E.
22-C. 22-D.
23-B. 23-D.
24-B. 24-B.
25-D. 25-C.
26-D. 26-A.
27-B. 27-B.
28-B. 28-B.
29-E. 29-D.
30-E. 30-B.
31-A. 31-E.
32-B. 32-C.
33-C. 33-C.
34-A. 34-E.
35-C. 35-D.
36-D. 36-C.
37-A. 37-C.
38-B. 38-D.
39-D. 39-C.
40-A. 40-D.
41-B. 
42-B. 
43-C. 

44-E. 
45-B. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

265
BIOLOGIA – PARTE III FÍSICA – PARTE I

1-A. 1–D
2-D. 2–C
3-A. 3 – D.
4-C. 4 – C.
5-A. 5 – B.
6 – B.
6-B.
7 – E.
7-E. 8 – B.
8-D. 9 – B.
9-A. 10 – E.
10-E. 11 – C.
11-B. 12 – C.
12-E. 13 – C.
14 – A.
13-E.
15 – A.
14-A. 16 – D.
15-C. 17 – C.
16-D. 18 – D.
17-D. 19 – E.
18-B. 20 – B.
21 – E.
19-B.
22 – A.
20-E. 23 – D.
21-A. 24 – E.
22-D. 25 – A.
23-A. 26 – D.
24-B. 27 – D.
25-E. 28 – B.
29 – D.
26-A.
30 – E.
27-A. 31 – E.
28-B. 32 – D.
29-D. 33 – B.
30-E. 34 – E.
31-A. 35 – B.
32-C. 36 – D.
37 – B.
33-A.
38 – B.
34-E. 39 – E.
35-A. 40 – C.
36-E. 41 – A.
37-C. 42 – D.
38-E. 43 – E.
44 – D.
39-C.
45 – A.
40-A.
46 – C.
47 – D.
48 – C.
49 – E.
50 – A.

266
FÍSICA – PARTE II FÍSICA – PARTE III
 
1-C. 1- LETRA A :
2-D.
3-C.
4-C.
5-D. 1- LETRA B :
6-D.
7-B.
8-D.
9-A. 2-A.
10-B. 3-A.
11-D. 4-B.
12-B. 5-A.
13-C. 6-B.
14-E. 7-C.
15-D. 8-B.
16-D. 9-B.
17-B. 10-
18-D.
19-A.
20-E.
21-C.
22-E.
23-E.
11-E.
24-A.
12-
25-D.
26-A.
27-C.
28-B.
29-A.
13-C.
30-A.
14-A.
 15-E.
 16-E.
 17-
 d
 t=
v

1200
 t1 =  t1 = 150 s
 8
 1200
t2 =  t 2 = 240 s
 5
 Δt = t 2 − t1
 Δt = 240 − 150

Δt = 90 s

 18-B.
 19-B.

20-B.

 21-E.
 22-B.
 23-C.

 24-A.
 25-C.
 26-C.
 27-D.

 28-B.
 29-D.
 30-E.

267
QUÍMICA – PARTE I QUÍMICA – PARTE II

1-D. 1 – E.
2-A. 2 – D.
3-E. 3 – B.
4-D. 4 – E.
5 – D.
5-D.
6 – A.
6-D. 7 – D.
7-D. 8 – E.
8-C. 9 – D.
9-A. 10 –B.
10-B. 11 – B.
11-B. 12 – A.
13 – C.
12-E.
14 – A.
13-B. 15 – A.
14-C. 16 – E.
15-E. 17 – D.
16-C. 18 – A.
17-C. 19 – C.
20 – C.
18-A.
21 – A.
19-A.
22 – E.
20-B. 23 – C.
21-C. 24 – A.
22-D. 25 – D.
23-B. 26 – A.
24-A. 27 – E.
28 – D.
25-B.
29 – C.
30 – D.
31 – A.
32 – D.
33 – A.
34 – E.
35 – C.
36 – D.
37 – D.
38 – C.
39 – B.
40 – C.


























268
QUÍMICA – PARTE IV 
QUÍMICA – PARTE III
1-D. 62- A.
1 – C. 2-A. 63- D.
2 – C. 3-E. 64- D.
3 – E. 4-D. 65- A.
4 – B. 5-A. 66- A.
5 – A. 6-A. 67- C.
6 – C. 7-D. 68- B.
7 – A. 8-B. 69- E.
8 – E. 9-B. 70- B.
9 – D. 10-D. 71- B.
10 –D. 11-B.
11 – E. 12-A.
12 – D. 13-B.
13 – C. 14-A.
14 – B. 15-E.
15 – B. 16-A.
16 – C. 17-C.
17 – C. 18-B.
18 – B. 19-E.
19 – D. 20-A.
20 – D. 21-C.
21 – D. 22-E.
22 – D. 23-B.
23 – C. 24-E.
24 – D. 25-A.
25 – D. 26-D.
26 – B. 27-A.
27 – D. 28-E.
28 – A. 29-B.
29 – A. 30-E.
30 – B. 31-D.
31 – B. 32-B.
32 – A. 33-D.
33 – C. 34-B.
34 – A. 35-C.
35 – C. 36-B.
 37-E.
 38-C.
 39-B.
 40-D.

41-A.

 42-A.
 43-A.
 44-B.
 45-E.
 46-E.
 47-A.
 48-C.
 49-A.

50-A.

 51-A.
 52-D.
 53-C.
 54-D.
 55-A.
 56-D.
 57-B.
 58-D.

59-D.

 60-B.
 61-C.

269
MATEMÁTICA – PARTE I  27-E.
28-C.
1 – D. 29-B.
2 – B. 30-C.
3 – C. 31-B.
4 – A. 32-C.
5 – B. 33-E.
6 – D. 34-D.
7 – E. 35-C.
8 – B. 36-C.
9 – B. 37-C.
10 –C. 38-E.
11 – B. 39-B.
12 – E. 40-D.
13 – A. 41-C.
14 – E. 42-C.
15 – C. 43-B.
16 – C. 44-C.
17 – E. 45-A.
18 – C. 46-D.
19 – D. 47-E.
20 – B. 48-C.
21 – A. 49-B.
22 – D. 50-C.
23 – B. 51-E.
24 – B. 52-D.
25 – B. 53-D.
26 – E. 54-E.
27 – A. 55-B.
28 – E. 56-D.
29 – E. 57- Para o instante inicial, temos:
30 – B. 256 = c  4−0,1250
31 – D. 256 = c
32 – D.
33 – D. Para M(t) = 32 g:
34 – D.
32 = 256  4 −0,125t
35 – C.
32
= 4−0,125t
MATEMÁTICA – PARTE II  256
1
 = (22 )−0,125t
1-D. 23
2-A. 2−3 = 2−0,25t
3-A. −3 = −0,25t
4-C.
 t = 12 h
5-C.
6-B. 58- B
7-B. 59-D
8-D. 60-D
9-D. 61-B
10-A. 62-D
11-A. 63-D
12-A. 64-D
13-C. 65-A
14-A. 66-D
15-C. 67-C
16-A. 68-E
17-B.
18-C.
19-D.
20-B.
21-C.
22-C.
23-C.
24-B.
25-C.
26-D.

270
MATEMÁTICA – PARTE III  
 
1-C. 
2-C. 
3-E. 
4-D. 
5-D. 
6-D. 
7-D. 
8-B. 
9-D. 
10-C. 
11-A. 
12-B. 
13-C. 
14-B. 
15-E. 
16-A. 
17-B. 
18-D. 
19-B. 
20-D. 
21-D. 
22-E. 
23-C. 
24-A. 
25-B. 

MATEMÁTICA – PARTE IV  

1-B.
2-E.
3-A.
4-C.
5-D.
6-C.
7-E.
8-B.
9-B.
10-B.
11-C.
12-B.
13-D.
14-A.
15-D.
16-D.
17-D.
18-A.
19-E.
20-C.
21-A.
22-A.
23-B.
24-C.
25-C.










271

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