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2023
BLOCO 1
Cursos
• Verifique se este caderno contém 30 questões da Prova de Conhecimento Específico do Bloco de seu Curso
(questões de 01 a 30) e a Prova de Redação. Se necessário, solicite ao fiscal da sala outro caderno completo.
Não serão aceitas reclamações posteriores.
• O tempo para a realização das duas provas e o preenchimento da folha ótica é de 4h, a contar de seu início.
• Para cada uma das 30 questões da Prova de Conhecimento Específico do Bloco, existe apenas uma alternativa
correta.
• Ao transcrever as respostas das questões objetivas para a folha de respostas e a redação para a folha de redação,
faça-o com cuidado, para não rasurar. Preencha completamente as elipses ( ) das questões objetivas.
• A folha de respostas das questões objetivas e a folha de redação constituem documentos oficiais do Processo
Seletivo e não serão substituídas.
• As folhas de respostas definitivas terão de ser preenchidas com caneta esferográfica azul ou preta.
• Você tem de devolver a folha de respostas das questões objetivas e a folha de redação, pois elas são a prova legal
de sua participação no Processo Seletivo.
• Somente após transcorridas 1h30min do início da prova, você poderá sair da sala e levar o caderno de questões.
• Ao concluir, levante a mão e aguarde o fiscal. Os dois últimos candidatos deverão retirar-se da sala de prova ao
mesmo tempo.
COPERSE
Comissão Permanente de Seleção
Direitos autorais reservados. Expressamente proibida a reprodução.
Instrução: As questões 01 a 05 referem-se ao 52. juntavam-se para observar melhor, e babavam-
texto abaixo. 53. se por ver seu rico curazinho no quadro, sentado
54. no cadeirão de mogno, as mãos pousadas sobre
01. Movimentada pela manhã, a cidade desolava- 55. o Breviarium Romanum. Sob a cútis das mãos,
02. se a partir do meio-dia. As poucas carroças 56. viam-se os caudais das veias. Esse pormenor,
03. estrondeavam nas lajes do calçamento, 57. quando num retrato, sempre impressiona as
04. acordando por alguns segundos os que 58. pessoas.
05. sesteavam. Sem esses hábitos da preguiça, ele 59. Sandro pintou-o com o nariz fino dos brancos,
06. subia até a praça da Matriz, a mais famosa, com 60. esquecendo-lhe a provável ascendência. Fez isso
07. a antiga catedral, o antigo palácio do Governo e 61. de modo tão engenhoso que ninguém notava. E
08. a antiga casa da Justiça. Procurava uma sombra 62. aprendeu por si mesmo que a cor da pele dos
09. na fresca umidade dos umbus. No século 19, a 63. brasileiros, longe de ser rosada, permitia pintar
10. praça era muito arborizada. E parava-se, mãos 64. diretamente com o branco e terra de Siena, sem
11. ........ costas, segurando o chapéu, ........ frente 65. o luxo das sofisticadas veladuras – e isso, que
12. deste rio tão belo. A certas horas, as águas 66. não estava no livro de Cenino Cenini, significou
13. transformavam-se numa chapa incandescente, 67. uma descoberta.
14. refletindo o fulgor do sol. 68. Até o bispo D. Cláudio Ponce de Leão achou
15. Em Ancona ele também contemplava 69. “muito bonito” o retrato e encomendou um seu,
16. paisagens aquáticas e bastante pictóricas: lá era 70. posando com a cruz peitoral e suas incrustações
17. o Adriático. Aqui, era o Guaíba. 71. de topázios, citrinos e granadas. Pagou a
18. E ele, Sandro, era um artista que trazia nas 72. encomenda com uma indulgência plenária e uma
19. costas a Europa e seus séculos de civilização. 73. litogravura colorida do Papa Leão 13.
20. Estava na praça da Matriz, abanando-se com Adaptado de: ASSIS BRASIL, Luiz Antonio de. O pintor
21. o panamá, quando viu caminhar em sua direção de retratos . Porto Alegre: L&PM, 2001. p. 54-57.
22. uma adolescente. Os copiosos cabelos negros
23. brotavam por baixo do delicado chapeuzinho de 01. Assinale a alternativa que preenche
24. palha trançada. Calçava botas marrons sob o adequadamente as lacunas das linhas 11, 42 e
25. vestido. As botas traziam pequeninas esporas de 49, nessa ordem.
26. ouro presas ao salto, e as esporas retiniam ao
27. bater no chão, clic, clic, clic. Vinha tensa e (A) as – à – As – a
28. rápida, falando sozinha. Ao desviar-se de (B) às – a – As – a
29. Sandro, volveu-lhe um olhar breve, agitado. (C) às – à – Às – à
30. Notara-o. Ele parou de abanar-se, pasmo: a (D) às – à – As – à
31. semelhança com o retrato de Sarah Bernhardt (E) as – a – Às – a
32. era tão assombrosa que a adolescente poderia
33. ser a própria atriz. E sua marcha tinha a
34. arrogância do bem-estar e do dinheiro. Ele 02. Considere as seguintes afirmações sobre o
35. nunca vira uma jovem, ou mulher, que levasse texto.
36. aquela liquidez no olhar, e que pisasse de modo
37. tão implacável. Chamou-a de Sarah, embora sua
38. homônima fotográfica fosse bem mais bonita. I - O autor do texto narra a infância do
39. Pensou nela por três dias. personagem e sua mudança da Europa.
40. E entrava em qualquer tasca, bebia e bebia e II - O autor do texto descreve as cenas
41. bebia até cair. Era um encanto estar bêbado no românticas vividas pelo protagonista.
42. fim do mundo. ........ vezes a Guarda Municipal o
43. despertava na rua. Passaram a duvidar de seus III- O autor do texto narra um episódio que dá
44. dotes artísticos. O proprietário da Pensão Itália notoriedade ao protagonista.
45. bufava pelos cantos. Quais estão corretas?
46. Só veio a adquirir a confiança pública quando
(A) Apenas I.
47. fez, sem cobrar e para amostra de sua arte, o
(B) Apenas II.
48. retrato do cura da Catedral. Oferecera-se,
(C) Apenas III.
49. batendo ........ porta do clérigo. O retrato foi
(D) Apenas I e II.
50. parar no comungatório e ficou num cavalete, em
(E) I, II e III.
51. exposição. As senhoras de escapulário do Carmo
(A) 3 – 4 – 1 – 5.
(B) 2 – 1 – 6 – 5.
(C) 3 – 6 – 2 – 4.
(D) 2 – 6 – 4 – 3.
(E) 4 – 3 – 5 – 2.
(A) Apenas I.
(B) Apenas II.
(C) Apenas III.
(D) Apenas I e II.
(E) I, II e III.
05. Considere as afirmações abaixo, a respeito da relação entre um pronome ou expressão do texto e
aquilo a que se refere.
07. Assinale a alternativa em que se identifica corretamente o sujeito da forma verbal indicada.
08. Assinale a alternativa que contém palavras que pertencem à mesma classe gramatical.
I - igualitarism o (l. 43) é formado pelo mesmo processo de formação presente em abism o (l. 45).
II - desfazer (l. 52) é formado por prefixação e sufixação simultaneamente.
III- pré-colom bianas (l. 68) é adjetivo formado pelo processo de prefixação.
Quais estão corretas?
(A) Apenas I.
(B) Apenas II.
(C) Apenas III.
(D) Apenas I e III.
(E) I, II e III.
Na Itália, os séculos XV e XVI foram, certamente, um período de inovação nas artes, uma época de
novos gêneros, novos estilos, novas técnicas. O período é cheio de ‘primeiros’. Foi a época da primeira
pintura a óleo, da primeira gravura em madeira, da primeira gravura em metal e do primeiro livro
impresso (embora essas inovações cheguem à Itália vindas da Alemanha e dos Países Baixos).
BURKE, Peter. O R enascimento Italiano : cultura e sociedade na Itália.
Tradução de José Rubens Siqueira. São Paulo: Nova Alexandria, 2010. p. 25.
Foram os europeus que atravessaram o oceano Atlântico para tomar posse de um vasto território que,
antes da Universalis cosmografia, de Martin Waldseemüller, de 1507, simplesmente não aparecia nos
mapas: a América – que recebeu esse nome em homenagem ao explorador Américo Vespúcio. Foram
as monarquias da Europa – sobretudo a Espanha e a Inglaterra – que, competindo por almas, ouro e
terras, estiveram dispostas a atravessar oceanos e conquistar continentes inteiros.
FERGUSON, Niall. Civilização : Ocidente x Oriente. Tradução de Janaína Marcoantonio.
São Paulo: Planeta, 2012. p. 127-218.
Também é óbvio que símbolos e acessórios inteiramente novos foram criados como parte de
movimentos e Estados nacionais, tais como o hino nacional (dos quais o britânico, feito em 1740,
parece ser o mais antigo), a bandeira nacional (ainda bastante influenciada pela bandeira tricolor da
Revolução Francesa, criada no período de 1790 a 1794), ou a personificação da “Nação” por meio de
símbolos ou imagens oficiais, como Marianne ou Germânia, ou não-oficiais, como os estereótipos de
cartum John Bull, o magro Tio Sam ianque, ou o “Michel” alemão.
HOBSBAWM, Eric. Introdução: A invenção das tradições. In: HOBSBAWM, Eric; RANGER, Terence.
A invenção das tradições . Rio de Janeiro: Editora Paz e Terra, 2006.
( ) O nacionalismo moderno pode ser compreendido através de antigas raízes culturais que
representam a essência de um povo.
( ) A Revolução Francesa serviu de inspiração para a construção de movimentos nacionalistas, como
pode ser percebido na influência da adoção da bandeira tricolor como símbolo de diversos países
no mundo.
( ) A representação da pátria através de figuras femininas, como Marianne e Germânia, prova a
importância do feminismo para os ideais dos movimentos nacionalistas.
( ) Os símbolos nacionais não oficiais apresentam uma relevância secundária na representação dos
Estados nacionais.
A sequência correta do preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é
(A) V – V – F – F.
(B) V – F – V – V.
(C) V – F – V – F.
(D) F – V – F – F.
(E) F – F – V – V.
18. Assinale com V (verdadeiro) ou F (falso) as afirmações abaixo, em relação ao contexto das ideias
sociais e econômicas surgidas no processo da Revolução Industrial.
( ) O socialismo utópico defendia que a humanidade estava condenada à pobreza porque crescia em
progressão geométrica, ao passo que os meios de subsistência cresciam em progressão aritmética.
( ) O liberalismo econômico apregoava que, da mesma forma que o mundo físico funcionava a partir
de um conjunto de leis naturais, a economia era governada por um conjunto de leis que
determinavam os rumos dos negócios e dos empreendimentos.
( ) O socialismo científico defendia a luta de classes como força principal da transformação histórica
e o proletariado, classe subalterna no sistema capitalista, como classe potencialmente
revolucionária.
( ) O processo de acumulação de riqueza no capitalismo foi, para o liberalismo, o resultado da
expansão colonial e da exploração do trabalho assalariado.
(A) V – V – V – F.
(B) F – V – F – V.
(C) V – F – F – V.
(D) F – V – V – F.
(E) V – F – F – F.
(A) Apenas I.
(B) Apenas II.
(C) Apenas III.
(D) Apenas II e III.
(E) I, II e III.
A história de Porto Alegre seria outra se não contasse com o recurso ao trabalho de mulheres e homens
africanos e afro-brasileiros escravizados. Membros da plebe negra também trabalharam muito,
especialmente em serviços especializados, e ajudaram a fazer funcionar as engrenagens institucionais
locais. Ao mesmo tempo, houve resistência contra a violência do cativeiro, e as dificuldades da vida
eram enfrentadas com os recursos de que se dispunha. Africanas e africanos estabeleceram
instituições próprias, parentais, religiosas e até judiciais para criar um espaço comunitário com algum
nível de autonomia, ora vinculado ora contraditório ao mundo de matriz luso-brasileira.
GOMES, Luciano C. Africanas, africanos e afrodescendentes na formação de Porto Alegre:
escravidão, plebe negra e comunidades de matriz banto entre 1772 e 1802.
In: KUHN, Fábio e SCOTT, Ana Silvia V. (Orgs). P orto Alegre 250 anos : de uma vila escravista a uma cidade de
imigrantes (séculos XVIII e XIX). São Leopoldo: Oikos, 2022. p. 238.
I - O texto trata um dos aspectos relacionados às contribuições das populações africanas e afro-
brasileiras que, no contexto da escravidão, contribuíram para a formação da cidade de Porto
Alegre-RS.
II - As revoltas de pessoas escravizadas contra a situação de cativeiro e outras violências aconteceram
de modo desorganizado.
III- A organização dos quilombos era a única resistência contra a violência do cativeiro e única
alternativa de liberdade para as pessoas escravizadas.
(A) Apenas I.
(B) Apenas II.
(C) Apenas III.
(D) Apenas I e III.
(E) I, II e III.
(A) 0.
(B) 1.
(C) 3.
(D) 5.
(E) 8.
(A) 1000.
(B) 1200.
(C) 1500.
(D) 1600.
(E) 1800.
𝜋𝜋 𝜋𝜋
(A) − e .
2 2
(B) −𝜋𝜋, 0 e 𝜋𝜋.
(C) −𝜋𝜋 e 𝜋𝜋.
(D) −2𝜋𝜋 e 2𝜋𝜋.
(E) −2𝜋𝜋, 0 e 2𝜋𝜋.
(A) 256.
(B) 512.
(C) 600.
(D) 640.
(E) 768.
𝜋𝜋
(A) − 2.
(B) −1.
(C) 0.
(D) 1.
𝜋𝜋
(E) .
2
1 1 𝑘𝑘
30. Considere a matriz 𝐴𝐴 = �𝑘𝑘 2 7�.
0 2 4
Os valores de k para os quais a matriz 𝐴𝐴
possui inversa são
(A) −4 e 0.
(B) −1 e 3.
(C) −3 − √2 e −3 + √2 .
(D) −2 e 4.
(E) 1 e 2.
O autor deixa clara a relação que temos com aqueles que nos precedem, no caso destacado na
passagem acima, os pais. Deles recebemos muito do que somos; deles dependerá muito do que seremos.
Não muito distante disso, está a crônica da psicanalista Diana Corso que, também em seu início, diz:
“’Sua vida trouxe você até aqui’. Li essa frase no texto de um comercial. Na imagem que
acompanha, um rapazote cabeludo, em idade de andar de ônibus, observa o que a
propaganda anuncia como ‘Seu primeiro grande carro’. Atrás dele a vida é simbolizada por
um bizarro e interessante grupo amontoado: família, amigos, amores, colegas de diversas
fases da vida, médicos, religiosos, professores, mas também há personagens ficcionais,
representantes da cultura pop e de comerciais.
Cada um tem sua própria seleta de elementos que integram o acervo da memória, dela é
composta a vida que nos leva a algum lugar. São histórias, frases, nomes, músicas e
imagens que constituem uma bagagem afetiva e intelectual. Na memória os fatos e a ficção
se confundem. O mesmo ocorre quanto a eventos marcantes que disputam espaço com
outros de aparente banalidade. Por isso imagens ou palavras provenientes de um gibi ou
de uma embalagem de cereais podem rivalizar em importância no acervo da memória com
a última frase da nossa avó em seu leito de morte”.
CORSO, Diana. Tom o conta do m undo. Conficções de uma psicanalista.
Porto Alegre: Arquipélago Editorial, 2014. p. 185.
Como se pode ver, a psicanalista estende a questão, uma vez que inclui na discussão inúmeros
elementos que, como ela mesma diz, “constituem uma bagagem afetiva e intelectual”.
Em outras palavras, somos o que somos porque pessoas, acontecimentos, situações marcaram
nossas vidas. Essas marcas podem ser positivas ou negativas; tristes ou alegres; grandes ou
pequenas. Tanto faz.
Muitas vezes, tomamos atitudes, adotamos determinada ideia, até mesmo escolhemos uma
profissão porque algo marcou nossa trajetória, e essa marca – boa ou ruim, não importa – foi definitiva
para determinar as escolhas feitas. Enfim, somos influenciados pelo que acontece ao nosso redor.
Considerando os pontos de vista apresentados,
- escolha ou uma situação, ou uma pessoa, ou um acontecimento, ou um episódio que você julgue
ter marcado sua vida;
- explique por que isso o marcou e quais consequências acarretou;
- redija uma redação, de caráter dissertativo, com argumentos que mostrem como sua escolha
ilustra a ideia de que somos influenciados pelo que existe ou acontece ao nosso redor.
Instruções
A versão final do seu texto deve:
1 - conter um título na linha destinada a esse fim;
2 - ter a extensão mínima de 30 linhas, excluído o título – aquém disso, seu texto não será avaliado
–, e máxima de 50 linhas. Segmentos emendados, ou rasurados, ou repetidos, ou linhas em branco
terão esses espaços descontados do cômputo total de linhas.
3 - ser escrita, na folha definitiva, com caneta e em letra legível, de tamanho regular.