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Estados Unidos: A Expansão no Século

XIX – A América para os Norte


Americanos
 Post author:Prof. Luiz Roberto
 Post published:20/08/2018
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INTRODUÇÃO:

A História dos EUA foi marcada por uma rápida expansão territorial na primeira
metade do século XIX na direção do Oceano Pacífico. Ficou conhecida como “A
MARCHA PARA O OESTE” aproveitando, na maior parte, a grande fragilidade de
seus vizinhos. Vários fatores positivos contribuíram para este crescimento.

Fluxo Imigratório: após a independência, em 1776, a imigração se acelerou e foi


aumentando durante todo o Século XIX. Em 1790 os Estados Unidos tinham uma
população de 3.900.000 habitantes que em 1810, num curto espaço de 20 anos, chegou
a 7.200.000. Por esta época sua sociedade era, sobretudo, voltada para atividades
agrárias no Nordeste e grandes latifúndios exportadores no Sudeste. E levas de
exploradores já se aventuravam pelos territórios obtidos pelo Tratado de Paris de
1783.

As grandes levas imigratórias, que aumentavam cada vez mais, eram justificadas por
aspectos muito importantes:

● – A perseguição religiosa continuava.

● – A Europa se desestabilizou após a Revolução Francesa em 1792.

● – Na Inglaterra, as novas formas de produção da REVOLUÇÃO INDUSTRIAL


fizeram com milhares de artesãos e camponeses fossem para as cidades em busca de
emprego e esvaziaram as áreas rurais. Em consequência, as cidades inglesas ficaram
saturadas e sem empregos suficientes.

● – Ao mesmo tempo, as dificuldades financeiras e a concentração fundiária na Europa


expulsaram muito camponeses da terra.

● – No final do Século XIX, a imigração intensa veio principalmente da Inglaterra,


Irlanda, Alemanha e Itália. E estes imigrantes, muitos deles artesãos que perderam seu
trabalho, trouxeram todo o seu talento para a América.

● – O rápido crescimento demográfico e a área pequena do país contribuíram para a


busca das terras a Oeste para aumentar a produção agrícola e a área para os rebanhos.

 – A invasão da Espanha pelas tropas francesas de Napoleão, em 1810, deflagrou


o processo das independências na América Espanhola. As elites das colônias hispânicas,
estimuladas pelas ideias vindas da república independente dos Estados Unidos, e
aproveitando-se da situação da metrópole, aderiram ao movimento de libertadores,
como Simón Bolívar, e apoiaram os movimentos de independência.

Simón Bolívar - líder do movimento de independência da América Espanhola

A EXPANSÃO:

OS ANTECEDENTES:

Com base na visão dos primeiros colonos protestantes que chegaram à América (a terra
prometida por Deus), os Estados Unidos teriam a grande missão essencial de ocupar a
região para civilizar os povos inferiores do continente. Era a DOUTRINA DO
DESTINO MANIFESTO, que se tornou uma ideia comum, ao afirmar que o povo
americano foi eleito por Deus para executar esta tarefa.

O Presidente JAMES MONROE


(1758-1831) dá a conotação política
em 1820 para a ideia da DOUTRINA
DO DESTINO MANIFESTO.
A princípio, a DOUTRINA MONROE temeu que as potências europeias agissem para
recuperar suas colônias na América. MONROE se posicionou como grande
“DEFENSOR” das nações da AMÉRICA LATINA que vinham se libertando das suas
metrópoles (mesmo que os Estados Unidos ainda não tivessem tanta importância no
Continente).

A doutrina pregava “A AMÉRICA PARA OS AMERICANOS”. Entretanto,


conforme o tempo passou, os interesses territoriais expansionistas dos Estados Unidos
modificaram a ideia inicial. A expansão da DOUTRINA MONROE, para o Oeste e
para o Sul, se transformou em “A AMÉRICA PARA OS NORTE-AMERICANOS”.

A AMÉRICA DOS NORTE AMERICANOS:

O processo aproveitou a fragilidade dos vizinhos e foi realizada de forma pacífica ou


pelo uso da força:

● Tratado de San Lorenzo


(1795): foi uma grande
vitória diplomática
americana sobre disputas
territoriais na Flórida
(possessão espanhola) e a
concessão de livre navegação
aos navios americanos pelo
Rio Mississipi.

● Louisiana: em função das despesas com as guerras na Europa e no Haiti, Napoleão


Bonaparte vendeu o território da Louisiana aos americanos em 1803 por 15 milhões de
dólares. E os Estados Unidos estenderam o seu território para além do Rio Mississipi.
● Flórida: Em 1819 aos americanos compraram a Flórida dos espanhóis por 5 milhões
de dólares e a Coroa Espanhola ficou com o Texas.

● Alasca – “América
Russa”: o Czar
Alexandre II tinha o
Império Russo em
grandes dificuldades
financeiras e temia
perder o território com
facilidade para os
ingleses baseados no
Canadá.

● Oregon: até 1841, a colônia de Oregon, a o Noroeste, nunca chegou a ser de grande
interesse econômico para os ingleses. Foi cedida aos norte-americanos anexada em
1846.

● Texas – O uso da FORÇA: por ser muito pouco povoado, em 1822 as autoridades
mexicanas permitiram a entrada e o estabelecimento de colonos americanos no Texas
(Tejas) sob a condição de lealdade e conversão ao catolicismo. A partir de 1830, os
desentendimentos entre os colonos e as ditaduras que dirigiam o México começaram a
prejudicar o controle da região.

Em 1836, os texanos/americanos declararam a sua independência como República do


Texas, um estado reconhecido pela França e pela Inglaterra. Mesmo com a maioria da
população já composta de colonos norte-americanos, o governo do presidente López de
Santa Anna não reconheceu o novo país e, de 1842 e 1844, tentou recuperar o
território.

A frágil República do Texas solicitou em 1845 a sua incorporação aos Estados Unidos,
que foi concedida imediatamente. Aproveitando a presença de seu exército no território
texano, os americanos pressionaram o México vender a Alta Califórnia e o Novo
México.

A resposta
negativa por
parte dos
mexicanos deu
início a guerra
contra os
Estados Unidos
de 1846 a
1848.

Com a vitória, os americanos tomaram Califórnia, Arizona, Nova México, Nevada,


Utah e parte do Colorado e pagaram aos vencidos uma indenização irrisória de 15
milhões de dólares. A tomada de territórios foi concluída com a anexação de
GADSDEN em 1853 e a derrota custou ao México a perda de 51% do seu território.
O GENOCÍDIO:

Antes de completar um século de independência os Estados Unidos se agigantaram


territorialmente. E pela DOUTRINA DO DESTINO MANIFESTO, os americanos
estavam seguindo à risca sua grande missão essencial e executando a tarefa de ocupar e
“CIVILIZAR” os povos inferiores … A MANDO DE DEUS. Estava faltando um item
a passar pelo processo “CIVILIZADOR”: os indígenas.

Os confrontos entre colonizadores e indígenas se iniciaram desde o começo das 13


colônias (JANESTOWN – 1607, MASSACHUSETTS – 1620, NOVA AMSTERDAM
– 1626, PENNSYLVANIA – 1680). Diversas batalhas exterminaram muitas nações
estabelecidas há milhares de anos na América. E estas vitórias só reforçaram o
sentimento de superioridade racial dos brancos e reforçaram ainda mais o
expansionismo calcado na DOUTRINA DO DESTINO MANIFESTO do “POVO
ELEITO POR DEUS”.

A expansão territorial dos


Estados Unidos obrigou os
indígenas a abandonarem
suas terras provocou a morte
de milhões deles pela
destruição de seu modo de
vida e pela violência a que
foram submetidos.

Depois de tomar a maior parte do México, em 1848 foi descoberto ouro na Califórnia.
Tem início a MARCHA PARA O OESTE na qual foi necessário limpar o caminho da
presença dos indígenas. Os índios que ocupavam as terras dos Estados Unidos ainda
estavam passando por fases de desenvolvimento e tinham muito pouca capacidade de
para se defenderem dos europeus. Desta forma se explica a grande facilidade com que
foram derrotados.

Entretanto, desde 1830 o decreto da Lei de Remoção de Índios forçou várias nações
indígenas a se transferirem numa marcha forçada da Geórgia para uma nova reserva
estabelecida a oeste do Rio Mississipi. O governo americano não cumpriu a promessa
de que os novos limites seriam respeitados, o que gerou inúmeros conflitos. O episódio,
chamado de Trilha das Lágrimas, causou a morte de milhares…

E durante todo o Século XIX ocorreu a destruição de grande parte das nações indígenas
e dos seus recursos de sobrevivência (a pele dos búfalos tinha alto valor comercial para
os americanos e a espécie chegou muito perto da extinção).
A SEQUÊNCIA DO PROCESSO DE EXPANSÃO:

Após 1865 a expansão


prosseguiu e foi facilitada
pelo uso das ferrovias.

A extensa malha ferroviária permitiu vencer as grandes distâncias do território


americano. Com o país consolidado internamente, mesmo com as cicatrizes profundas
da Guerra Civil, os objetivos se voltaram para o cenário externo em busca de novos
mercados e fontes de matéria primas para a crescente indústria americana.

A capacidade militar e as experiências adquiridas foram colocadas em prática. Após a


anexação das ilhas havaianas no Oceano Pacífico em 1898 os Estados Unidos se
voltaram para o Caribe.

No fim do Século XIX haviam proposto para a Espanha a compra de Cuba e Porto Rico
para expandir a sua área de influência. Como os espanhóis recusaram a proposta os
Estados Unidos passaram a apoiar os movimentos cubanos de independência.

Em 1898 a marinha
americana enviou o
couraçado MAINE para
o porto de Havana como
uma provocação à Coroa
Espanhola. Por acidente
o navio explodiu
matando 266 tripulantes
e oficiais.

Os americanos aproveitaram o fato para culpar os espanhóis dando início à Guerra


Hispano-Americana. Com vitória os Estados Unidos tomaram Porto Rico e Cuba
(independente a partir de 1902), Guam e Filipinas pelo Tratado de Paris e ampliaram
sua influência para o Oceano Pacífico e Ásia.

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