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HISTÓRIA DA CULTURA E DA SOCIEDADE

NO MUNDO CONTEMPORÂNEO

DERROCADA DA URSS

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Olá!
Ao final desta aula, você será capaz de: 1. Traçar um panorama dos acontecimentos que levaram ao fim da URSS.

Atentando para a economia e política no contexto nacional e internacional. 2. Observar o caso chinês e sinalizar

as diferenças em relação à União Soviética.

1 Introdução
Durante a década de 1980, ficou nítido o atraso econômico da União Soviética em relação aos países ocidentais.

Nessa década, o modelo no qual toda a economia estava concentrada no estado mostrou-se insuficiente para

atender às demandas sociais. A URSS fechada para os países não socialistas, não conseguiu se manter como

grande potência e continuar no páreo contra os Estados Unidos.

Com o governo de Gorbachev, a URSS começou a dar os primeiros sinais de abertura política e econômica.

Porém, a política por ele aplicada não foi capaz de garantir a unidade do governo, causando descontentamento

tanto no partido quanto na população.

Enquanto o mundo assistia o ruir da União Soviética, a China, que já exercia políticas de abertura de mercado e

que desde cedo já havia negociado, inclusive, com os Estados Unidos, firmava-se cada vez mais no comunismo e

como potência mundial.

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2 Planos: Glasnost / Perestróica
Os dois planos foram lançados juntos no novo governo que se iniciava em 1985, de Mikhail Gorbachev, aliando

transparência (Glasnost) e restauração econômica (Perestróica).

A Glasnost foi uma política que consistia em uma abertura nas discussões internas do país, um processo que

acabou por intensificar a instabilidade, pois contribuiu com os conflitos étnicos e regionais já existentes.

Dentre as medidas da Glasnost, encontramos a libertação de presos políticos, o afastamento de funcionários

corruptos e a censura sobre jornais e livros foi suspensa.

A Perestróica foi política de reestruturação econômica e, para tanto, foi decidido que as tropas enviadas ao

Afeganistão deveriam ser retiradas, pois havia a necessidade de baixar os custos com a defesa.

Outras medidas foram o fim do monopólio do Estado sobre alguns setores, a permissão para a abertura de

empresas privadas no país, a permissão para as empresas estrangeiras atuarem na indústria de bens de

consumo e no comércio varejista, o estímulo à renovação tecnológica e à competitividade entre as empresas.

As medidas foram tomadas com a intenção de diminuir a rigidez do controle do Estado soviético. Um dos pontos

altos desse momento de abertura foi a quebra do monopólio partidário, o que permitiu o multipartidarismo e a

instauração de eleições diretas para 1994.

Como política externa, a proposta era a desativação das armas nucleares até o ano 2000, apresentada no Fórum

Internacional da Paz em Moscou. Ficou decidido também que a URSS não iria interferir nos outros países do

bloco socialista.

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3 Queda do Muro de Berlim
A conferência de Potsdam dividiu a Alemanha em quatro zonas de influência: britânica, francesa, norte-

americana – capitalista e soviética - socialista.

A divisão na Alemanha criou a República Democrática Alemã (RDA) e a República Federalista Alemã (RFA).

Berlim ficava bem no centro a Alemanha Oriental e tambem foi dividida em quatro zonas de influência. Mesmo

com a divisão, as pessoas podiam circular de Berlim ocidental para Berlim Oriental.

Berlim ocidental era uma espécie de vitrine capitalista no meio no mundo socialista. Os EUA fizeram da capital

alemã o símbolo do sucesso e da felicidade capitalista, enquanto o lado oriental, sem muito apoio soviético,

padecia com prédios antigos, automóveis velhos e uma precária qualidade de vida.

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Essa diferença nos modelos de vida fez com que, em 1948, Stalin mandasse fechar todos os acessos terrestres de

Berlim para a Alemanha ocidental.

O Muro de Berlim foi construído em 13 de agosto de 1961 como medida tomada pela República Democrática

Alemã (RDA) para separar o lado socialista do capitalista.

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Ele circundava toda a Alemanha Ocidental, uma barreira física de divisão entre o capitalismo e o socialismo.

Além do muro de 2,40m, havia cercas, armadilhas e torres de guarda com soldados prontos a atirar em qualquer

pessoa que tentasse passar para o outro lado.

A queda do muro de Berlim, que se tornou um dos marcos do final da Guerra Fria, foi um acontecimento

espontâneo, não dependeu de nenhuma ordem direta do governo.

Após o anúncio do governo da Alemanha Oriental que dava permissão para visitar o lado ocidental, Em 9 de

novembro de 1989, uma multidão de alemães saía para encontrar o outro lado do muro.

Logo partes dele fora destruído abrindo espaço para, em menos de um ano, exatamente em 3 de outubro de

1990, a Alemanha celebrasse sua reunificação.

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4 Fim da URSS
Desde a queda de Stálin, a União Soviética já passava por grandes mudanças que iniciaram a descentralização

política. Os governos seguintes presenciaram a denúncia e a condenação de práticas stalinistas. Viram que o

fechamento da URSS para as nações não socialistas provocavam um atraso na economia do país e os enormes

gastos obtidos com a corrida armamentista da Guerra Fria.

A diminuição do investimento interno, acabou contribuindo para que parte da sociedade começasse a perceber o

início da ruína do sistema.

Em 1985, Gorbachev assume e começa a dar sinais para o fim da Guerra Fria, porém suas ideias e práticas

inovadoras (Perestróica e Glasnost) não impulsionam a economia conforme o esperado, além de gerar uma cisão

dentro do Partido Comunista.

Esse clima de instabilidade econômica e política abriu espaço para reclamações mais efetivas chegando ao golpe

militar.

Em agosto de 1991, um grupo de comunistas conservadores deu um golpe militar e afastou Gorbatchev.

O povo russo saiu às ruas, enfrentou os golpistas, e o país voltou à ordem. Porém, mesmo com a volta de

Gorbachey ao poder, iniciou-se o processo de independência das repúblicas soviéticas.

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Em 8 de dezembro de 1991, o então presidente Yeltsin proclamou a independência da Rússia e a criação da CEI

(Comunidade dos Estados Independentes). Em 25 de dezembro de 1991, Gorbachey renunciou ao governo.

5 O caso chinês
Desde a instauração do modelo comunista em 1949, a China seguia uma linha diferente da defendida e aplicada

na União Soviética. Optou pela coexistência pacífica em relação ao bloco capitalista, o que contribuiu para o corte

nas relações diplomáticas com a URSS.

Assim, a China ficou em patamar de igualdade e começava a se apresentar como uma potência em ascensão.

A partir de 1971, inicia uma aproximação com os Estados Unidos.

Com a morte de Mao Tse-Tung em 1976, os rumos da política chinesa caminharam para uma abertura ainda

maior.

A direita obteve vitória e iniciaram uma perseguição aos comunistas mais radicais. O secretário geral, Deng Xiao-

ping se tornou o principal dirigente da China e seu governo vai de 1976 a 1997.

Ele promoveu diversas reformas econômicas que ficaram conhecidas como a política das Quatro Modernizações,

que alcançava o setor da indústria, da agricultura, da defesa e da cultura.

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Deng Xiao-ping se utilizou de um velho ditado chinês que diz: “não interessa se o gato é branco ou preto, o

importante é que ele mate o rato.” Dessa forma, abandonou a velha política maoista e adotou práticas

capitalistas.

Os dirigentes chineses dizem que é um socialismo de mercado. De fato, a China é hoje o país que mais cresce no

mundo e seu setor privado já ultrapassa o público. Estima-se que dentro desse panorama a China, em alguns

anos, se tornará a maior economia mundial.

A China consegue manter sua unidade política dentro do comunismo e, ao mesmo tempo, articular sua economia

nos moldes capitalista permitindo crescimento econômico, diretamente oposto à União Soviética que passa por

sua maior crise, política e econômica.

Apesar da abertura e do crescimento econômico, a China ainda mantém a censura e a repressão como forma de

controle estatal. As barbaridades cometidas podem ser exemplificadas quando jovens chineses clamavam por

liberdade em 1989 e foram massacrados pelos tanques militares. Esse episódio ficou conhecido como: “O

massacre da praça da paz celestial”.

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O que vem na próxima aula
Na próxima aula conheceremos um dos principais conceitos do mundo contemporâneo: a globalização e suas

influências na economia, na política e na sociedade.

Saiba mais
Sugestões de livros:
• BROUÉ, Pierre. União Soviética: da revolução ao colapso. Editora da
Universidade: Porto Alegre, 1996.
• POMERANZ, Lenina (org.). Perestroika: desafios da transformação social na
URSS. Edusp: São Paulo, 1990.
• NOVE, Alec. A Economia Soviética. Zahar Editores: Rio de Janeiro, 1963.
Sugestão de filmes:
• 13 Dias que Abalaram o Mundo 2000, Roger Donaldson
• Dr. Fantástico 1964, Stanley Kubrick
• O Sol Enganador 1994, Nikita Mikhalkov
• O Dia Seguinte 1983, Nicholas Meyer
• Adeus, Lênin! 2003, Wolfganger Becker

CONCLUSÃO
Nesta aula, você:
• Relacionou os eventos ocorridos no pós-segunda guerra com os acontecimentos do fim da guerra fria.
• Viu que, enquanto a URSS saía da guerra fria com estagnação econômica, a China adotava medidas
capitalistas, tornando-se um dos países mais competitivos comercialmente e militarmente da atualidade.

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