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A ÉPOCA DA GUERRA FRIA

E A DIVISÃO SISTÉMICA
A GUERRA FRIA
q A teoria do pêndulo (isolacionistas ou policiais do mundo?);
q O equilíbrio, baseado no medo e na conflitualidade, pega o
nome de “Guerra Fria” (W. Lippmann);
q Essa representa o principal elemento da política internacional
entre 1945 e 1989;
q Nasce a dinâmica bipolar EUA/URSS: duas superpotências que
são identificáveis ambas como entidades continentais
multiétnicas;
q O modelo norte-americano é contraposto ao modelo
soviético.
DOIS MODELOS CONTRAPOSTOS
qURSS: qEAU:
vMito da revolução vCarta Atlântica: principio
universalista de autodeterminação dos
vModelo cole@vista povos
vPoder centralizado vModelo capitalístico
vÉ@ca an@-individualista vDemocracia liberal e
pluralismo politico
vÉtica individualista
OS ANTECEDENTES
q Enfraquecimento das grandes potências europeias e a
configuração de uma “nova Europa” nas conferências de guerra:
q Yalta, 4-12 de fevereiro 1945: consolidação do domínio da URSS
sobre o leste europeu;
q Potsdam, 17 julho - 2 agosto 1945: divisão da Alemanha e de
Berlim em quatro áreas de ocupação (URSS, EUA, França,
Inglaterra);
q São Francisco, 24 abril – 26 junho 1945: Organização das Nações
Unidas (ONU) substitui a fracassada Liga das Nações, visando
garantir a paz mundial e lutar pelo fim da pobreza no mundo
(FMI, FAO, UNICEF, BIRD, OTI, UNESCO).
“Yalta representa a
tentativa de ir contra a
divisão em zonas de
influência, de superar a
lógica nascida das
relações de força e
configuração militar, de
trabalhar em conjunto
para o renascimento
democrático do
continente. Mas o
“espírito de Yalta” só
poderia durar com a
manutenção da grande
aliança” (S. Jeannesson,
La guerre froide, 2002)
“De Stettin no Báltico, até Trieste no Adriático, uma cortina de ferro desceu sobre o
continente” W. Churchill, 5 de março de 1946 (Fulton, Missouri - EAU)
A GUERRA FRIA NOS ANOS ‘40
q Doutrina Truman e a teoria do “containment”: EAU como
defensor da “comunidade mundial livre”; Kominform.
q Plano Marshall (e a resposta do Comecon): ajudar a
reconstrução econômico-politica dos estados europeus e
barrar o avanço comunista.
q Crise de Berlim e construção estadual da Alemanha (1949).
q Corrida armamentista: bomba atômica URSS (1949); bomba de
hidrogênio EUA-URSS (1952-1953).
q Criação do OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte,
1949) e a resposta do Pacto de Varsóvia (1955).
PLANO MARSHALL
q Países que mais receberam
recursos:
v Reino Unido
v França
v Alemanha
v Itália
v Benelux.
q Isso ajudou a implementação do
“estado de bem-estar social”.
COMECON
q A URSS também busca auxiliar os países da Europa que se
tornaram socialistas em sua reconstrução. Foi ativado o
COMECON (Conselho para Assistência Económica Mútua), no
ano 1949.
q A iniciativa aumentou muito o comércio dentro do bloco
comunista, mesmo mantendo baixo o nível de vida das
populações envolvidas e levando a uma espécie de “igualdade-
desigual” entre os estados.
q Produção industrial em alta; fracasso das reformas agrícolas:
escolha do isolamento.
COMECON (2)
q Países envolvidos:
v URSS,
Tchecoslováquia,
Polônia, Bulgária,
República Democrata
Alemã, Romênia,
Hungria, Mongólia,
Cuba e Vietnã.
A CRISE DE BERLIM
q 24 junho 1948 – 11 maio 1949 a crise
da cidade de Berlim, onde EUA,
Inglaterra e França, para superar o
bloqueio emposto por Stálin criaram
um corredor aéreo que garantiu o
abastecimento da cidade.
q 23 maio 1949, proclamação da RFA
com capital Bonn; em resposta, com
capital em Pankow, foi criada a RDA.
q 13 agosto 1961: Muro de Berlim.
q 1949: OTAN, aliança militar
dos países do oeste
europeu. Membros: EUA,
CAN, ING, FRA, BEL, HOL,
LUX, DIN, NOR, FIN, POR,
ITA (depois GRE, TUR, ALE
OC, ESP).
q 1955-1991: PACTO DE
VARSÓVIA, aliança militar
de países do leste europeu.
Membros: URSS, ALB, ALE
OR., BUL, HUN, TCH, POL,
ROM (depois CUB e MON).
q1944: Bretton
Woods, com FMI,
Banco Mundial, ITO
(GATT e depois WTO)
q1950-58: CEE
q1960: EFTA
ENTRE CONTRADIÇÕES E NOVIDADES
q A oposição entre blocos > processo de descolonização
favorecido pela URSS, mas em relação ao qual os EUA têm uma
atitude ambígua: favorece-a em princípio, mas teme uma
radicalização dos movimentos nacionalistas que poderia
prejudicar os interesses ocidentais.
q Guerra fria era uma encruzilhada de dois processos: oposição
estática na Europa, oposição dinâmica no Terceiro Mundo
através de "guerras por procuração".
q 1 de outubro de 1949: é proclamado o nascimento da
República Popular da China. Mao Tse Tung é seu líder.
A GUERRA FRIA NOS ANOS ’50
q Corrida espacial: entre o Sputnik soviético (1957) e a
chegada do homem à lua (Apolo XI, 1969).
q 1950-1954 Macarthismo ⇾ Internal security act: foram
preclusos aos “comunistas” as atividades de ensino,
sindicalismo, participação ao exercito, possibilidade de
expatrio.
q 1952: Eisenhower como presidente dos EUA, Foster Dulles
como secretário de Estado, doutrina do "roll back".
q 1953: Golpe de Estado apoiado pela CIA no Irã
(Mossadeq/Palhavi). Revolta nacionalista no Egito (Nasser).
ELEMENTOS DO MACARTHISMO
q Fundamentos sociais do Macarthismo: movimento transversal que
perpassa os partidos políticos tradicionais > anti-comunismo como
cola que unifica e dá voz a diferentes sentimentos;
q Mito da democracia direta, desconfiança populista de qualquer forma
de liderança na qual exista uma forma de direção intelectual;
q Moralismo genérico e retórica populista contra profissionais políticos;
q Fascinação pelo autoritarismo justicialista que resolve diretamente os
problemas, sobrepondo-se às garantias democráticas tradicionais;
q Uma simplificação esquemática que identifica o inimigo insinuante do
comunismo como a causa da sensação de desorientação produzida
pela internacionalização do mundo e que afeta os EAU profundamente
localistas, isolacionistas e puritanos em muitos aspectos.
A GUERRA FRIA NOS ANOS ’50 (2)
q Guerra de Coreia (1950-1953) e ajuda pela reconstrução do
Japão.
q Repressão contra qualquer dissidência interna (Berlim 1953;
Hungria 1956); Morte de Stálin (5 março de 1953); Kruschev e
o processo de “desestalinização” (XX Congresso do PCUS,
1956).
q 1956: Crise do Canal de Suez.
q 1958-59: Revolta em Cuba: Fidel Castro no poder.
q Novembro de 1960: Eleição de Kennedy como presidente dos
EUA. Resfriamento das relações URSS-China.
A GUERRA FRIA NOS ANOS ’60
q Guerra do Vietnã (1959-1975).
q 1962: Crise em Cuba (13 dias).
q 1963: O Telefone Vermelho; Kennedy assina o Tratado de Proibição de Testes
Nucleares. Assassinato de Kennedy. Johnson como presidente dos EUA e a
escalada americana no Vietnã.
q 1964-65: Ruptura nas relações URSS-China. A doutrina do terceiro mundo
do comunismo chinês.
q 1964: Queda de Kruschev na Rússia, substituído por Breznev. Leis dos
Direitos Civis nos EUA. Atômica Chinesa.
q 1968: Ofensiva Tet no Vietnã. Intervenção contra a Primavera de Praha na
Tchecoslováquia.
q 1969: Confrontos entre chineses e russos no rio Ussuri. Ostpolitik de Brandt.
A GUERRA FRIA ANOS ‘70
q 1971: Kissinger em Pequim: a China comunista admitida na
ONU.
q 1972: Nixon visita a China. Assinado SALT 1, tratado de
limitação de armas (Salt II no 1979).
q 1973: Cessar-fogo no Vietnã. Golpe militar no Chile.
q 1974: Nixon se demite por causa do escândalo Watergate.
q 1979: A revolução iraniana e o início da guerra no
Afeganistão. A Doutrina Carter no Golfo Pérsico.
q 1980: Doutrina Reagan, opção zero, START e SDI.
A GUERRA FRIA ANOS ’80-’90
q 1981: Crise dos misseis na Europa.
q 1982-1983: Operação RYAN dos serviços segredos URSS.
q 1985: M. Gorbatchev é eleito na URSS:
1. Perestroika – abertura econômica
2. Glasnost – “transparência de atitudes” e reformas políticas
3. Movimentos reformistas e separatistas em diversos países.
q 1989: Retirada do Exército Vermelho do Afeganistão.
q 1989-1990: Queda do muro de Berlim e reunificação alemã.
q 1991: Regimes pluripartidários, eleições livres; fim da URSS e criação
da CEI (Comunidade dos Estados Independentes).
REFERÊNCIAS PARA ESTUDO:
• HOBSBAWM, Eric. Era dos extremos. O breve século XX
(1914-1991), São Paulo: Companhia das Letras, 2003, pp.
223-252.
• JUDT, Tony. Pós-Guerra: uma história da Europa
desde 1945. Rio de Janeiro: Objetiva, 2008, pp. 22-
216.
• LOWE, Norman. História do mundo contemporâneo,
Porto Alegre: Artmed Editora, 2011.

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