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A cooperação dos Aliados possibilitou a derrota das forças do Eixo na Segunda Guerra
Mundial. Com a esperança de construir uma paz duradoura e evitar futuras guerras, os
líderes Aliados planejavam cooperar após a guerra. Mas as relações entre a União
Soviética e os outros países Aliados logo deterioraram, gerando uma nova era de
tensão mundial.
Guerra Fria
MUNDO BIPOLAR
O período da Guerra Fria foi marcado em termos geopolíticos e econômicos por um
domínio bipolar. De um lado o líder do capitalismo - os Estados Unidos - e de outro o
líder do comunismo - a União Soviética.
As duas potências buscavam ampliar as "zonas de influência" interferindo em assuntos
internos de outros países com recursos econômicos e militares.
O mundo vivia em tensão e medo de uma Terceira Guerra Mundial, mesmo sendo um
tanto improvável. Ambas as potência possuíam armamentos com poderes
devastadores de destruição, que causariam estragos em escala mundial e sem
vencedores.
Em 1949 foi criada a OTAN - Organização do Tratado do Atlântico Norte. Seu
objetivo era defender o mundo ocidental da ameaça soviética. A OTAN era
inicialmente composta pelos Estados Unidos, Canadá e vários países da Europa
Ocidental como a Bélgica, França, Grécia, Holanda, Itália, Luxemburgo, Noruega,
Portugal e Reino Unido, entre outros.
Em resposta à criação da OTAN, os soviéticos instituíram o Pacto de Varsóvia -
organização militar de países socialistas. Criado em 1955, o Pacto de Varsóvia era
composto pela União Soviética e pelos países socialistas do Leste Europeu. O tratado
estabeleceu um acordo similar ao da OTAN: compromisso de ajuda mútua entre os
países membros no caso de agressão militar.
No final dos anos 50, as duas superpotências desenvolveram muito seu arsenal
nuclear - criando o perigo da destruição total (que poderia ocorrer pela disputa das
regiões essenciais). O perigo de destruição levou a uma busca de diminuição das
tensões. Com a morte de Stalin (1953), surgiram lideranças e tendências na URSS,
que passaram a pregar a não necessidade da violência para atingir-se o socialismo, ou
seja, "a coexistência pacífica".
A tendência de distensão foi ameaçada no governo de John F. Kennedy (incidente da
Baía dos Porcos e os mísseis soviéticos em Cuba), mas que se resolveu pelo recuo de
Nikita Kruschev.
A maior aproximação deu-se nos primeiros anos da década de 70, quando Henry
Kissinger (secretário de Estado norte-americano) deu início à "détente", discutindo-se
pacificamente sobre os conflitos. No final de 1972, Richard Nixon tornou-se o primeiro
presidente norte-americano a visitar Moscou. Durante sua visita, ele e o líder soviético
Brezhnev assinaram o primeiro tratado SALT que limitava o número e tipo de mísseis
que cada nação poderia ter.
O presidente Ford (que assumiu após a renúncia do presidente Nixon) e o presidente
Carter continuaram com a política de détente iniciada por Nixon. Ainda assim, ações
soviéticas tomadas durante a presidência de Carter fomentaram o medo
norte-americano em relação à expansão soviética. Em 1979, tropas soviéticas
invadiram o Afeganistão. O presidente Carter reagiu a essa invasão decretando um
embargo sobre as vendas de grãos norte-americanos à União Soviética e pedindo um
boicote aos Jogos Olímpicos de Moscou de 1980.
Em novembro de 1989 ocorreu a queda do Muro de Berlim, símbolo do final do
comunismo e com isso o final da Guerra Fria. Com o colapso da União Soviética
acabava a geopolítica do mundo bipolar. Surge então uma nova ordem mundial.
Uma ordem mundial diz respeito às configurações gerais das hierarquias de poder
existentes entre os países do mundo. Dessa forma, as ordens mundiais modificam-se
a cada oscilação em seu contexto histórico. Portanto, ao falar de uma nova ordem
mundial, estamos nos referindo ao atual contexto das relações políticas e econômicas
internacionais de poder.
Durante a Guerra Fria, existiam duas nações principais que dominavam e polarizavam
as relações de poder no globo: Estados Unidos e União Soviética. Essa ordem
mundial era notadamente marcada pelas corridas armamentista e espacial e pelas
disputas geopolíticas no que se refere ao grau de influência de cada uma no plano
internacional. Este era o mundo bipolar.
A partir do final da década de 1980 e início dos anos 1990, mais especificamente após
a queda do Muro de Berlim e do esfacelamento da União Soviética, o mundo passou a
conhecer apenas uma grande potência econômica e, principalmente, militar: os EUA.
Analistas e cientistas políticos passaram a nomear a então ordem mundial vigente
como unipolar.
Entretanto, tal nomeação não era consenso. Alguns analistas enxergavam que tal
soberania pudesse não ser tão notável assim, até porque a ordem mundial deixava de
ser medida pelo poderio bélico e espacial de uma nação e passava a ser medida pelo
poderio político e econômico.
É por esse motivo que a maior parte dos especialistas em Geopolítica e Relações
Internacionais, atualmente, nomeia a Nova Ordem Mundial como mundo
unimultipolar. “Uni” no sentido militar, pois os Estados Unidos é líder incontestável.
“Multi” em razão das diversas crescentes econômicas de novos polos de poder,
sobretudo a União Europeia, o Japão e a China.
Durante a ordem geopolítica bipolar, o mundo era rotineiramente dividido entre leste e
oeste. O Oeste era a representação do Capitalismo liderado pelos EUA, enquanto o
Leste demarcava o mundo Socialista representado pela URSS. Essa divisão não era
necessariamente fiel aos critérios cartográficos, pois no Oeste havia nações socialistas
(a exemplo de Cuba) e no leste havia nações capitalistas.
Contudo, esse modelo ruiu. Atualmente, o mundo é dividido entre Norte e Sul, de
modo que no Norte encontram-se as nações desenvolvidas e, ao sul, encontram-se as
nações subdesenvolvidas ou emergentes. Tal divisão também segue os ditames da
Nova Ordem Mundial, em considerar preferencialmente os critérios econômicos em
detrimento do poderio bélico.
EXERCÍCIOS
1. (Enem) Em dezembro de 1998, um dos assuntos mais veiculados nos jornais era o que
tratava da moeda única européia. Leia a notícia destacada a seguir.
“O nascimento do Euro, a moeda única a ser adotada por onze países europeus a
partir de 1 de janeiro, é possivelmente a mais importante realização deste continente
nos últimos dez anos que assistiu à derrubada do Muro de Berlim, à reunificação das
Alemanha, à libertação dos países da Cortina de Ferro e ao fim da União Soviética.
Enquanto todos esses eventos têm a ver com a desmontagem de estruturas do
passado, o Euro é uma ousada aposta no futuro e uma prova da vitalidade da
sociedade européia. A “Euroland”, região abrangida por Alemanha, Áustria, Bélgica,
Espanha, Finlândia, França, Holanda, Irlanda, Itália, Luxemburgo e Portugal, tem um
PIB (Produto Interno Bruto) equivalente a quase 80% do americano, 289 milhões de
consumidores e responde por cerca de 20% do comércio internacional. Com este
cacife, o Euro vai disputar com o dólar a condição de moeda hegemônica.”
Cercada de expectativas, a reunião do G-20, grupo que congrega os países mais ricos
e os principais emergentes do mundo, chegou ao fim, em Londres, com o consenso da
necessidade de combate aos paraísos fiscais e da criação de novas regras de
fiscalização para o sistema financeiro. Além disso, os líderes concordaram, dentre
várias medidas, em injetar US$ 1,1 trilhão na economia para debelar a crise.
Adaptado de http://zerohora.clicrbs.com.br
A passagem da década de 1980 para a de 1990 ficou marcada como um momento
histórico no qual se esgotou um arranjo geopolítico e teve início uma nova ordem
política internacional, cuja configuração mais clara ainda está em andamento.