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Portugal e o Mundo da Segunda Guerra Mundial ao início da

década de 80 – opções internas e contexto internacional.


Nascimento e afirmação de um novo quadro geopolítico.
Descreve a “Guerra fria”:
Após a Segunda Guerra Mundial, o mundo foi dividido em duas esferas de influência: o bloco
capitalista, sob a liderança dos Estados Unidos, e o bloco comunista, liderado pela União
Soviética. Instalou-se uma tensão permanente no planeta, chamada de Guerra Fria. A Guerra
Fria teve origem no final da Guerra Mundial quando, na Rússia, ocorreu a Revolução Socialista,
e os Estados Unidos despontavam como grande potência. Nessa época, surgiu um clima de
desconfiança no Ocidente com a possível expansão do socialismo, que poderia vir a se chocar
com os interesses capitalistas. Mas foi com o término da Segunda Guerra Mundial que o
antagonismo entre capitalismo e socialismo se acentuou. Com a conferência de Ialta (Roosevelt,
Churchill, Estaline), onde se estabeleceu, num clima de cooperação, cordialidade e confiança, a
fronteira entre a Polónia e a União Soviética, a divisão provisória da Alemanha, estipulou-se o
supervisionamento dos “três grandes”, decidiu-se uma reunião da Organização Das Nações
Unidas, e estabeleceu-se a quantia de 20 000 milhões de dólares como base das reparações a
pagar pela Alemanha. Alguns meses depois, foi feita uma numa nova conferência, a Conferência
de Potsdam, com o fim de consolidar os alicerces de paz. A Conferência de Potsdam decorreu
num clima mais tenso, renasciam as desconfianças quanto ás pretensões expansionistas de
Estaline, e por isso a conferencia não foi mais que ratificar e pormenorizar os aspetos da
Conferência de Ialta: a divisão da Alemanha em quatro áreas de ocupação e a administração da
conjunta da cidade de Berlim, igualmente dividida em quatro setores de ocupação; o montante a
pagar pela Alemanha; o julgamento de criminosos de guerra nazis; e a divisão, ocupação e
desnazificação da Áustria, em moldes semelhantes aos de Alemanha. Após esta conferência, e
embora os acordos de Ialta previssem o respeito pela vontade dos povos, na prática tornava-se
impossível contrariar a hegemonia soviética, que não tardou a impor-se. A sovietização dos
países de Leste era já irreversível, sob a tutela diplomática e militar da URSS, e isto constituía
uma ameaça ao capitalismo. Um ano passado sobre alerta de Churchill, os EUA assumem,
frontalmente, a liderança da oposição aos avanços do socialismo. Os americanos com o objetivo
de conter o comunismo, originou-se a Doutrina Truman, que para além de formalizar a divisão do
mundo em duas forças opostas. EUA criaram o Plano Marshal, que pretendia prestar ajuda
económica á Europa. Enquanto a isso, a URSS criou o Plano Molotov que tinha como objetivo
estabelecer as estruturas de cooperação económica da Europa ocidental.
Dois blocos antagónicos consolidaram-se, tal como também se consolidou a liderança das duas
superpotências.
O primeiro conflito- a questão alemã: o renascimento alemão tornou-se uma prioridade para os
americanos, que intensificaram os esforços para a criação de uma república federal constituída
pelos territórios sob ocupação das três potências ocidentais, a República Federal Alemã (RFA).
A União soviética protestou contra aquilo que considerava uma clara violação dos acordos
estabelecidos, mas perante a marcha dos acontecimentos, acabou por desenvolver uma atuação
semelhante na sua própria zona, que conduziu á criação de um Estado paralelo, sob a alçada
soviética, a República Democrática Alemã (RDA). (Era mais perigoso ficar dividida do que unida,
por causa da URSS) Estaline bloqueou aos três aliados todos os acessos terrestres á cidade. O
Bloqueio de Berlim, (1948/1949), foi o primeiro medir forças entre as duas superpotências.
A Guerra Fria, que vigorou de 1945 a 1991, caracterizou-se pelo confronto não declarado entre
os Estados Unidos (EUA) e a União Soviética (URSS), assim como pela divisão do mundo em
dois segmentos, com sistemas econômicos, políticos e sociais opostos. (“Na realidade, mais do
que as ambições hegemónicas das duas superpotências, eram duas conceções opostas de
organização política, vida económica e estruturação social que se confrontavam: de um lado, o
liberalismo, assente sobre o princípio da liberdade individual; do outro, o marxismo, que
subordina o individuo ao interesse da coletividade”).
Em pouco tempo, a polarização se estendeu a todo o planeta; os EUA e a URSS criaram áreas
de influência (pretendendo expandir) e foram respaldados por alianças político-militares.
o Bloco ocidental ou capitalista: Em 1948, o governo dos Estados Unidos aprovou o Plano
Marshall, programa de ajuda econômica destinado à reconstrução dos países da Europa
ocidental devastados na Segunda Guerra Mundial. Em 1949, os norte-americanos e
seus aliados formaram uma aliança militar, a Organização do Tratado do Atlântico Norte
(OTAN/NATO), demonstrando a desconfiança que então impregnava as relações
internacionais. Os seus membros fundadores consideravam-se ligados por uma herança
civilizacional comum, cuja preservação exige o desenvolvimento da capacidade
individual ou coletiva de resistir a um ataque armado; Cerco Americano, a sensação de
ameaça e o afã em consolidar a sua área de influência lançaram os EUA numa autêntica
“pactomania” que os levou a constituir um vasto leque de alianças, um pouco por todo o
mundo.- OEA, ANZUS, OTASE, OTASE, CENTO- Estas alianças foram
complementadas com diversos acordos de caráter político e económico, de tal uma
forma que, cerca de 1959, três quartas partes do Mundo alinhavam de uma forma ou de
outra, pelo bloco americano.
o Bloco oriental comunista: Em 1949, para coordenar suas políticas econômicas, a URSS
e seus aliados – Bulgária, Hungria, Checoslováquia, Polônia e Romênia, e, mais tarde,
Albânia, República Democrática Alemã (RDA), Mongólia, Cuba, Vietnã e Iugoslávia –
constituíram o Conselho de Mútua Ajuda Econômica (Carne ou Comecon). Em 1955,
criaram uma aliança militar para se contrapor à OTAN, o Pacto de Varsóvia, que se
extinguiu no início dos anos 1990.
Objetivando proteger-se um do outro, os Estados Unidos e a União Soviética passaram a
armazenar armas e explosivos de alto poder destrutivo, como a bomba atômica e a bomba de
hidrogênio, A corrida armamentista entre as duas potências aterrorizou o mundo. Para evitar
uma guerra direta, soviéticos e norte-americanos estimularam conflitos armados em diversos
pontos do planeta.
Na realidade, mais do que as ambições hegemónicas das duas superpotências, eram duas
conceções opostas de organização política, vida económica e estruturação social que se
confrontavam: de um lado, o liberalismo, assente sobre o princípio da liberdade individual; do
outro, o marxismo, que subordina o individuo ao interesse da coletividade.
Caraterizar as políticas económicas e sociais das democracias ocidentais:
Social Democracia defende o pluralismo democrático e os principais da livre-
concorrência económica com o intervencionismo do Estado, cujo objetivo é o de
regular a economia e promover o bem-estar dos cidadãos. Advogam o controlo estatal
dos setores-chave da economia e uma forte tributação dos rendimentos mais
elevados. Redistribui a riqueza obtida pelos cidadãos, através do reforço da proteção
social. Implementou reformas socializantes, como forma de melhorar as condições de
vida das classes trabalhadoras.

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