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O Terceiro Mundo

Nas três décadas que se seguiram ao conflito mundial (1946-1976) estabeleceram-se cerca de
70 novos países na Ásia e em África- em conjunto estes constituem o Terceiro Mundo.

Fazendo uma analogia com o terceiro Estado, este constituiu uma maioria desfavorecida
relativamente ás ordens privilegiadas e incluía as regiões mais pobres e populosas do globo.

O Terceiro Mundo permaneceu sob a dependência económica dos países ricos que
continuaram a explorar através de grandes companhias, as matérias primas mineiras e
agrícolas do mundo subdesenvolvido fornecendo-lhe produtos manufaturados.

Isto contribuiu para o atraso destas regiões pois os lucros das companhias não foram
reinvestidos no local e enquanto os preços dos produtos industriais mostraram uma subida o
valor das matérias primas caiu, porque o que levou á exploração dos recursos dos países
economicamente mais débeis em benefício das potencias mais industrializadas, de acordo com
o documento 59 “A vontade de adquirir e defender a sua posição dominante sobre os recursos
mundiais foi o fio condutor do comportamento das grandes potências imperialista no Mundo.
Sob aparências históricas multiformes, o fenómeno colonialista e neocolonialista articulou-se
sempre em torno da apropriação dos recursos mundiais pelos mais fortes, em detrimento dos
mais fracos.” - um verdadeiro neocolonialismo, ou seja, uma forma de dominação que se
sucede ao colonialismo e que se exerce de forma indireta através da supremacia técnica,
financeira e económica das nações mais desenvolvidas.

As economias do Terceiro Mundo são muito heterogéneas, mas todas elas apresentam várias
características comuns: o predomínio económico de uma agricultura com baixos índices de
produtividade; o fraco desenvolvimento da indústria dependente do exterior; o peso excessivo
do comércio e dos serviços e as altas taxas de desemprego e subemprego. Estas características
comuns revelam um grande desequilíbrio provocado pela difícil convivência do mundo
tradicional com o mundo industrializado.

O desequilíbrio destas economias é atestado por maiores dicotomias do que nos países
industrializados; a produção industrializada está concentrada nas regiões mais urbanizadas,
onde se verifica uma multiplicação do setor terciário, contrastando com amplas áreas
ruralizadas muito pouco modernizadas, na maioria dos casos muito dependentes do exterior,
onde se pratica uma agricultura de subsistência e mantém a exploração extensiva.

Estas dificuldades económicas refletem-se em fortes contrastes sociais e culturais. A


distribuição da riqueza é muito desigual e só uma percentagem pouco expressiva da população
tem acesso ao ensino, sobretudo ao ensino superior.

Atualmente o termo “terceiro mundo” não serve mais para o mesmo propósito de designar os
não-alinhados, mas é substituído por um outro termo que ainda é fruto de uma polarização
mundial, a económica. Os países do terceiro mundo são chamados hoje de países em
desenvolvimento. (Os não-alinhados eram aqueles que não eram aliados aos EUA e nem á
URSS.)

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