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Revisão de conteúdos:

● Conceitos de fronteira e território

● Conflitos territoriais

● Divisão Internacional do Trabalho:


no processo do desenvolvimento do
capitalismo e características da globalização.
Professora Juliana N. G. Domenciano
Fronteira

Uma fronteira é uma linha física ou artificial que separa áreas


geográficas e são conhecidas principalmente por serem limites políticos e
separarem países.

Uma fronteira também descreve a área controlada por um poder


administrativo ou político. O governo de um país só pode criar e impor leis
dentro de sua jurisdição, ou seja, dentro de seu próprio território.
Fronteira física e Fronteira artificial

Fronteira física ou geográfica, é uma barreira natural entre duas áreas,


delimitadas por rios, cadeias de montanhas, oceanos e desertos. Muitas vezes, as
fronteiras políticas entre países se formam ao longo dos limites físicos.

Fronteira artificial, é uma barreira construída para distinguir os territórios,


como por exemplo, a delimitação por muros, estradas, pontes, linhas,
monumentos, etc.
Fronteira

As pessoas geralmente podem se movimentar livremente dentro das fronteiras


de seus próprios países, mas não podem entrar em um país vizinho, sem a
permissão.

Porém, quando os países vizinhos têm sistemas políticos semelhantes ou


acordos pré-negociados, suas fronteiras podem ser abertas e não defendidas.

Por exemplo, os 27 países da União Europeia (UE) possuem um acordo,


permitindo a livre circulação de pessoas dentro dos estados-membros, sem a
necessidade de visto ou apresentar passaporte.
Território
É entendido como o espaço definido e delimitado por fronteiras e por meio de uma relação
de poder, envolve questões históricas, políticas, econômicas e culturais.

Exemplos:

● Território nacional: é o território em que se forma um país, como o Brasil, Argentina ou


Estados Unidos. Trata-se de uma delimitação do espaço onde um Estado governa. O que
une este território são aspectos culturais, como o idioma e os costumes, além de aspectos
econômicos e políticos.
● Território cultural: abrange uma área em que determinados aspectos culturais se
manifestam. São exemplos os territórios indígenas, territórios quilombolas ou territórios
de grafiteiros.
Conflitos territoriais
Existem, pelo globo, diversos focos de tensão relacionados às questões de
fronteiras, ou seja, disputas territoriais por zona de fronteira.
Esses conflitos ocorrem pelas discordâncias, dos envolvidos, sobre seus
territórios. Ou as nações desejam ampliar seu alcance territorial ou enfrentam a
resistência de minorias nacionais que desejam sua independência.
Muito mais do que uma disputa por um território físico, esses conflitos tendem a se
referir a questões associadas à cultura dos grupos envolvidos. O território é de certo
modo uma extensão física do que é um povo em sua identidade nacional. Ter um
território para si é uma reafirmação dessa identidade.
Processo histórico da formação do território
brasileiro e origem das disputas por terras.
● Sesmarias;

● Lei de terras (1850);

● Revolução Verde - modernização do campo;

● Política Agrícola Pós-64.


Sesmarias

Lotes de terras distribuído a um beneficiário, em nome do rei de


Portugal, com o objetivo de cultivar terras virgens. Originada como
medida administrativa nos período colonial, com a constituição das
capitanias hereditárias (1534), abolida em 1822.

Distribuída pelos capitães donatários.

Deu-se origem, ao que conhecemos hoje, como LATIFÚNDIOS.


Lei de Terras (1850)

Assinada com o objetivo de consagrar as propriedades rurais existes


e estabelecendo que o meio de obter terras devolutas (áreas
remanescentes, não construídas, de sesmarias não colonizadas e
transferidas ao domínio do Estado), seria somente a compra, não mais
doadas. Dificultando o acesso aos mais pobres.

Favorecendo então, os beneficiários de sesmarias.


Revolução verde e a modernização
no campo.
A revolução verde podem ser vistos sob duas óticas distintas, pois
geraram aumento da produtividade e possibilidade de safras cada vez
maiores, por outro lado, a modernização no campo causou impacto sobre a
estrutura agrária. Pequenos produtores que não conseguiram se adaptar às
novas técnicas de produção não atingiram produtividade suficiente para
competir com grandes empresas agrícolas e se endividaram com
empréstimos bancários solicitados para o investimento na mecanização das
atividades, tendo como única forma de pagamento a venda da propriedade
para outros produtores.
Política Agrícola Pós-64

Objetivo: ampliar a propriedade agrícola, através de amplos


subsídios, financiamentos facilitados, juros especiais para os
produtos de exportação ou de interesse governamental e facilidades
para a aquisição de terras em regiões de fronteiras.

Consequências: latifúndios; monoculturas; êxodo rural;


desemprego; concentração populacional nos centro urbanos;
aumento do custo de vida; aumento dos produtos alimentícios.
Conflitos no campo ou disputas por
terras no Brasil
Grande parte dos conflitos no campo brasileiro decorrem da má
distribuição de terras, em que poucos detêm grandes extensões de terras
enquanto muitos detém pouca terra. Os grandes monopólios agrícolas
permitiram o crescimento da economia brasileira, sempre puxando a balança
comercial para cima, são reflexo das grandes desigualdades expressas no
campo.

Outro aspecto a se destacar é que boa parte das terras são inutilizadas,
175,9 milhões, de um total de 400 milhões de hectares, são improdutivos no
Brasil.
Conflitos no campo ou disputas por
terras no Brasil
…“Essas disparidades geram revolta nos trabalhadores pela diminuição da
oferta de trabalho, possibilitando a formação de grupos articulados como o
Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) que reivindica a reforma
agrária através da ocupação de latifúndios como forma de pressionar o
governo a distribuir melhor as terras. O que ocorre em muitos casos é que as
ocupações empreendidas pelo MST nem sempre são solucionadas
pacificamente pelo Estado brasileiro, desencadeando assim conflitos no
campo”.

(https://descomplica.com.br/d/vs/aula/conflitos-no-campo-brasileiro./)
Conflitos no campo ou disputas por
terras no Brasil
Criação de reservas indígenas e ambientais
“A constituição de 88, dita constituição cidadã, visa o reconhecimento dos povos
presentes no Brasil numa maior política de inclusão com teórico respeito aos indígenas e
quilombolas. O nosso país tem número razoável de reservas, 12% das terras são de
reservas sendo a região norte a que tem a maior concentração. A maior parte das
reservas tem um contingente populacional pequeno em relação a sua área. Também por
isso a fiscalização das reservas é falha. Apesar da lei, os conflitos de interesse dos
atores que querem usar as terras como agronegócio, madeireiras, tráfico internacional,
etc, não permitem que a reserva se mantenha. Os dados mostram que houve mais
desmatamento em áreas de reserva do que fora da Amazônia. O código florestal
aprovado em 2012 favoreceu a bancada ruralista e não os ambientalistas transformando
cada vez mais o espaço do campo num território hegemônico, violento e desigual”.
(https://descomplica.com.br/d/vs/aula/conflitos-no-campo-brasileiro./)
Divisão Internacional do Trabalho (DIT)

É a distribuição de papéis que os países exercem frente à ordem econômica


mundial. No sistema capitalista, desde o seu processo de surgimento e
expansão colonial a partir do século XVI, há a tese de que não é possível para
um único país dispor de todo os tipos de produções, matéria-prima e
mercadorias. Sendo assim, estabeleceu-se uma especialização produtiva que,
apesar de sofrer alterações ao longo do tempo, obedece às importâncias
econômicas das nações desenvolvidas e subdesenvolvidas.
Essa DIT passou por vários períodos, o qual acompanha a fases ou
desenvolvimento do sistema capitalista.
1ª fase da DIT: Capitalismo Comercial

Relacionada diretamente com a expansão marítima europeia e a difusão do


capitalismo pelo mundo, fruto do processo de colonização, dando início ao
processo de globalização

Neste período as colônias tinham uma relação exclusiva com suas


metrópoles (países colonizadores), fornecendo matéria-prima e recebendo, das
metrópoles, produtos manufaturados.
2ª fase da DIT: Capitalismo Industrial

Com a 1ª e 2ª fase da Revolução Industrial (origem na Inglaterra),


houveram em algumas partes do mundo o processo de descolonização e
abolição da escravatura. Porém as colônias e países periféricos
continuaram a fornecer matéria-prima, já os países desenvolvidos e as
metrópoles passaram a fornecerem produtos industrializados, através da
maquinofatura. Aumenta as desigualdades socioeconômicas entre os
países, disparidades devido aos desenvolvimentos industriais e urbanos.
3ª fase da DIT: Capitalismo
Financeiro-Monopolista
Fase que consolida o processo de globalização, reordenando a DIT, sem romper com a dominação
dos países desenvolvidos sobre os demais.
Metade do século XX: início da industrialização nos países subdesenvolvidos - industrialização e
urbanização tardia. Apesar disto, as tecnologias e os investimentos financeiros ainda pertencem às
antigas metrópoles e os países periféricos permanecem fornecendo matéria-prima.
Surgimento de conglomerados econômicos:
- Holding (uma empresa compra ações de outras e passa a administrá-las);
- Truste (uma empresa compra seus concorrentes e passa a dominar o mercado);
- Cartéis (empresas do mesmo ramo acordam preços e ofertas, eliminando a concorrência).
*Aumentando o processo de concentração e centralização de capitais, favorecendo o monopólio de
grandes empresas nos diversos setores da economia.
3ª fase DIT: Capitalismo
Informacional
Deu-se início com a 3ª Revolução Industrial ou Revolução
Técnico-Científica.

O desenvolvimento de novas tecnologias contribui para aumentar a


produtividade, acelerando os fluxos de capitais, mercadorias, pessoas e
informações, e impulsionando a substituição de mãos de obra por inteligências
artificiais. Valoriza-se o conhecimento e as habilidades (mão de obra
especializada: “revolução movida pelo conhecimento”).
3ª fase DIT: Capitalismo
Informacional
Difusão da globalização para todo o globo.
*Globalização: trata-se de uma expansão que visa aumentar os mercados e lucros.
Tem-se sua difusão, para todo o mundo, a partir do processamento de informações via
satélite/internet, aumentando os fluxos de capitais, mercadorias e pessoas.
Com base nessa última configuração, muitos críticos atacam a DIT, alegando que
ela mais provoca a dependência econômica das nações pobres do que propriamente a
integração destas à economia. Outros defendem, afirmando que essa é a única forma
de sustentação da economia capitalista global.

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