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DESAGREGAÇÃO DO SISTEMA FEUDAL E

FORMAÇÃO DO CAPITALISMO NA EUROPA:


MODERNIDADE E EXPANSÃO MARÍTIMA

Aula 03 (1ºs anos do ensino médio) – Prof. Dr. Thales Biguinatti


Carias – IFMT/Campus Cáceres
A modernidade como ruptura com o feudalismo:

■ O feudalismo consiste numa ordem social extremamente


ruralizada.

■ Dessa forma, a percepção do tempo, para a maioria das


pessoas, estava ligada ao ciclo da natureza.

■ O fator que começa a quebrar com essa percepção está ligado


ao crescimento das cidades.
Recapitulando:

■ A ordem social no ocidente medieval girava em torno de 3


premissas:

■ TERRA: Feudo como “unidade básica”.

■ GUERRA: Capacidade, maior ou menor, do nobre em proteger e


conquistar territórios.

■ RELIGIÃO: Catolicismo como instância política reguladora dos


diferentes territórios beligerantes.
Idade Moderna (Sécs. XIV – XVIII):

■ Surgimento do protestantismo (95 teses de Lutero – 1517).

■ Guerras Religiosas (Conflitos entre protestantes e católicos por todo


território europeu)

■ Processo de centralização do poder nas mãos dos Reis, tendo como


ápice o absolutismo do século XVIII.

■ Grandes Navegações como momento de crescimento vertiginoso do


comércio global.
Significados políticos e sociais deste processo:

■ TERRA: A vida rural fica cada vez mais dependente da dinâmica


das trocas comerciais (concentração de poder na mão do
burguês).

■ GUERRA: A centralização política, resultado do crescimento do


comércio, inicia o processo de unificação dos exércitos reais.

■ RELIGIÃO: O protestantismo está mais condizente com o


capitalismo nascente do que o catolicismo. As guerras de religião
tiram o poder conciliador que caracterizava o catolicismo medieval.
Resultados:

■ Crise do Feudalismo (EX: Peste Negra e “o fim dos tempos”)


e fortalecimento do sistema fabril (ainda que incipiente).

■ Êxodo rural. Os cercamentos consistem na exclusão do


acesso às terras comunais.

■ Submissão das terras à lógica da produção capitalista


(cercamentos).
Por que os cercamentos são importantes?

■ Eles demarcam um momento de transformação no modo como


a sociedade ocidental entendia a propriedade.

■ A propriedade deixa de ser campo de subsistência e sustento da


vida para ser entendida como bem financeiro.

■ O dinheiro, como valor de troca, passa a regular as relações


sociais.

■ O camponês, que vivia no feudo, passa a se transformar em


proletário.
E o que o Brasil tem a ver com isso?

■ Portugal: um país marítimo, comerciante e com um governo


centralizado;

■ Maior facilidade de coordenar e investir em projetos de


expansão, necessários para superar a crise;

■ A expansão marítima, que deu início ao povoamento do


Brasil, é um projeto nacional português fruto deste contexto
de grandes transformações.
Objetivos da expansão marítima:

■ Busca por novos territórios e exploração de riquezas (ouro,


especiarias, etc.);

■ Conversão religiosa de não-cristãos;

■ Acúmulo de riqueza em grande escala pela conquista de terras


gigantescas e pelo emprego da mão-de-obra escravizada.
Conclusão:

■ O Brasil, como nação, surge a partir da expansão marítima


portuguesa;

■ Essa foi possível devido às transformações que sedimentaram a


modernidade na Europa e que jogaram Portugal numa crise que
requeria acúmulo de riqueza em larga escala;

■ O Estado português era um dos poucos à época que reunia


condições para empreender uma expansão de tal forma
organizada e financiada pela Coroa.

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