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Ribeirão Preto - SP
2020
“Se o Estado Nação, como conhecemos, se mostra a partir do século XVIII, é
possível entender a Paz de Westphalia como marco do Sistema Internacional de
Estados moderno?”
Esse sistema de Estados moderno formado por Westphalia a partir de 1648, vigora até
hoje, mesmo com organizações internacionais como a ONU, que faz recomendações e
sugestões aos Estados sobre diversos temas, está a critério da própria entidade estatal decidir
se implementará ou não tais recomendações em seu território, dialogando diretamente com o
novo sistema criado pelos tratados de Münster e Osnabrück.
No entanto, a chamada Paz de Westphalia não preencheu todas as lacunas que deveria,
certas brechas foram encontradas pelos Estados para obtenção de seus próprios interesses, ou
seja, novas formas de “domínio” e influência. Os tratados comerciais começaram a ser usados
como ferramenta para essa busca por interesses, como por exemplo o Tratado de Methuen,
assinado entre Inglaterra e Portugal que claramente beneficiava muito mais os ingleses do que
os portugueses, dentre muitos outros acordos entre diversos outros países. Por fim, a Paz de
Westphalia revolucionou o sistema de Estados, mas não eliminou completamente os
mecanismos de coerção das potências sobre os mais fragilizados.
Voltando então, à questão inicial, Westphalia pode ser considerada como marco inicial
do sistema de Estados moderno, visto que a partir dela as ideias de soberania, territorialidade
e legitimidade tornam-se presentes, mesmo com as novas formas encontradas pelos Estados
de “imporem” de certa forma seus interesses, como tratado no parágrafo anterior.
Referências Bibliográficas
JESUS, Diego. O baile do monstro: O mito da Paz de Vestfália na história das relações
internacionais modernas. História (São Paulo), vol. 29, núm. 2, 2010, pp. 221-232,
Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho Brasil.
HOBSBAWM, Eric. Nações e Nacionalismo desde 1780. Programa, mito e realidade. Rio de
Janeiro: Paz e Terra, 1990.