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Formulário para Elaboração da Atividade Online 05

Atividade Online – AO 05
Curso: Programa de Ensino e Aprendizagem em Rede - PEAR
Professor: Sandro Dutra e Silva
Nome da disciplina: História Moderna I
Discente: Winnicius Pereira Ferreira Santos

Fichamento para postar no Fórum


Participe do Fórum discorrendo sobre a formação dos estados nacionais em Portugal, Espanha,
França e Inglaterra. Além de participar do Fórum apresente um resumo de até 1000 palavras para
o texto Jean Delumeau “A explosão da nebulosa crista”, in: DELUMEAU, Jacques. A civilização do
Renascimento, v. I. Lisboa: Editorial Estampa, 1983, entre as páginas 27 a 48.

Resposta
Comumente compreendida como uma forma de governo que veio superar os entraves do
mundo feudal, a ascensão dos Estados Nacionais Absolutistas envolve um conjunto de fatores
bem mais amplos que simples mudança de um sistema socioeconômico. É bem verdade que,
desde o século XI, com o reaquecimento das atividades comerciais pela Europa, alguns costumes
e práticas da Idade Média perderam espaço para o início de um novo período histórico. Porém,
existem outros fatores de ordem cultural, geográfica e filosófica importantes para a compreensão
desse processo. Dessa forma, não foi só pelo interesse da burguesia comercial que os Estados
Nacionais conseguiram se firmar em solo Europeu. Os chamados teóricos do absolutismo, que
surgiram principalmente no século XVI, também serviram de base para que essa nova forma de
regime político pudesse se estabelecer. Mesmo defendendo novas ideias, podemos também
compreender que as teorias absolutistas não promoveram uma ruptura completa com alguns
pontos da sociedade feudal.
No Estado Absolutista, a autoridade máxima era representada pela figura do rei, que na grande
maioria dos casos tinha origem nobre. A partir disso, podemos evidenciar que a nobreza detentora
de terras, poderosa durante o mundo feudal, também participou dos mais elevados quadros
políticos da Idade Moderna. É importante lembrar que os nobres, dentro do Estado Absolutista,
desfrutavam de grandes privilégios como, por exemplo, a isenção de impostos. Contundo, não
podemos deixar de frisar o papel da burguesia, que via na unificação e nas padronizações político-
administrativas um meio eficaz para ampliar seus ganhos comerciais. A descentralização política,
o pagamento de tributos feudais e a falta de uma unidade monetária limitavam imensamente os
ganhos comerciais. Com a criação de um território unificado, onde só o Estado cobrava impostos
e existia uma mesma moeda, era possível aumentar os lucros da burguesia. Dessa forma, os
Estados Nacionais procuraram definir seus territórios, promoveram a criação de símbolos
nacionais, criaram uma única moeda, estabeleceram uma língua oficial e, até mesmo, recontaram
as origens do povo pertencente àquela nação.
Portugal surgiu como um reino independente em 1139. Seu primeiro rei foi D. Afonso
Henrique, o indicar da dinastia de Borgonha. Por muito tempo, os portugueses viveram envolvidos
na luta pela expulsão dos mouros (conjunto de população árabes, etíopes, turcomanas e afegãs)
da península Ibérica. A luta prosseguia até 1249 com a vitória portuguesa e a conquista de
Algarves (sul de Portugal). Com o rei. D. Dinis interrompeu-se a conquista no plano militar,
iniciando-se um período de reorganização interna de Portugal. As fronteiras do país já estavam
definidas. Em 1383, com D. João, mestre de Avis, teve início a nova dinastia de Avis. Isso se deu
após o desfecho de uma luta político-militar denominada Revolução de Avis, em que a sucessão
do trono português foi disputa entre o rei de Castela e D. João. A vitória da Revolução de Avis foi
também a vitória da burguesia de portuguesa sobre a sociedade agrária e feudal que dominava o
país. Depois da Revolução de Avis, a nobreza agrária submeteu-se ao rei D. João. E este apoiado
pela burguesia, centralizou o poder e favoreceu a expansão marítimo-comercial portuguesa. Todos
esses acontecimentos fizeram de Portugal o primeiro país europeu a constituir em Estado
absolutista e mercantilista.
Espanha: Durante séculos, os diversos reinos cristãos que ocupavam o território espanhol
(reinos de Leão, Castela, Navarra e Aragão) lutaram pela expulsão dos mulçumanos da península
Ibérica. A partir do século XIII, só havia na Espanha dois grandes reinos fortes e em condições de
disputar a liderança cristã da região: o de Castela e o de Aragão. Em 1469, a rainha Isabel, de
Castela, casou-se com o rei Fernando de Aragão. O casamento unificou politicamente a Espanha.
A partir desse momento, os espanhóis intensificaram as lutas contra os árabes, que ainda
ocupavam a cidade de Granada, na parte sul do país. Após a completa expulsão dos árabes, o
poder real se fortaleceu e, com a ajuda da burguesia, a Espanha também se lançou às grandes
navegações marítimas pelo Atlântico.
França: O processo de centralização do poder monárquico na França teve início com alguns
reis da dinastia dos Capetos, que desde o séc. XIII tomaram medidas para a formação do estado
francês. Entre essas medidas destacaram-se a substituição de obrigações feudais por tributos
pago á coroa real a restrição da autoridade plena do papa sobre os sacerdotes franceses, a
criação progressista de exército nacional subordinado ao rei, e a atribuição dada ao rei, de
distribuir justiça entre os súditos. Foi, entretanto, durante a guerra dos cem anos (1337-1453),
entre a França e Inglaterra, que cresceu o sentido nacional francês. Durante os longos anos da
guerra, a nobreza feudal enfraqueceu-se enquanto o poder do rei foi aumentando. Depois desse
conflito, os sucessivos monarcas franceses fortaleceram ainda mais o poder real. Mas no período
em que vai de 1559 a 1589 autoridade do rei voltou a cair em consequência de guerras religiosas
entre os grupos protestantes e católicos. Só Henrique IV (1589-1619), o rei francês alcançou a
paz. Antigo líder protestante, Henrique IV converteu-se ao catolicismo, afirmando: Paris vale bem
uma missa. Promulgado o Edito de Nantes (1598), Henrique IV garantiu a liberdade de culto aos
protestantes e passou a dirigir a obra de reconstrução político-econômico da França. Luís XIV,
conhecido como o Rei Sol, tornou-se o símbolo supremo do absolutismo francês. A ele atribuiu a
famosa frase (o Estado é meu). Revogou o Edito de Nantes, que concedia liberdade de culto aos
protestantes. Essa intolerância religiosa provocou a saída de aproximadamente 500 mil
protestantes do país, entre os quais ricos representantes da burguesia. Esse fato teve graves
consequências para a economia francesa. Em 1789, explodiu a Revolução Francesa, que pôs fim
à monarquia absolutista.
Inglaterra: O absolutismo inglês teve início com o rei Henrique VII (1485-1509), fundador da
dinastia dos Tudor. A burguesia inglesa, identificada com as atividades do comercio e das
manufaturas, prestou seu apoio a Henrique VII para que se conseguisse a pacificação interna do
país. Fortalecidos os sucessores de Henrique VII ampliaram os poderes da monarquia e
diminuíram os poderes do parlamento inglês. No reina da rainha Elisabete I, o absolutismo
monárquico inglês fortaleceu-se ainda mais. O poder real passou a colaborar ativamente com o
desenvolvimento capitalista do país. Foi no reina de Elisabete que começou a expansão colonial
inglesa, com a colonização da América do Norte e o apoio aos atos de pirataria contra navios
espanhóis. Com a morte de Elisabete, chegou ao fim a dinastia dos Tudor. A rainha não deixou
descendente. Por isso seu trono foi para seu primo Jaime, Rei da Escócia, que se tornou
soberano dos dois países com o título de Jaime I a dinastia dos Stuart, que procurou implantar
juridicamente o absolutismo na Inglaterra.

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