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Centro Universitário de Brusque – UNIFEBE

Abrahão Ramos dos Santos


Vitória Louise Vanelli

Definição geral sobre a Monarquia

Brusque
2022

I Inicio da monarquia
Monarquia é a forma de governo mais antiga que existe. ´´O governo
monárquico supõe preeminências, hierarquia e até uma nobreza de origem. A
natureza da honra é requer diferenças e restrições, está pois por essência, colocada
neste governo.`` (Montesquieu,1748,36), e de fato remonta desde as primeiras
civilizações na terra. Tomamos com exemplo o Egito antigo onde o poder político
estava totalmente concentrado nas mãos do faraó. No  Egito Antigo, o
governo era monárquico e teocrático (poder político fundamentado no poder
religioso). O faraó era o chefe de Estado absoluto e sua função era hereditária
passando de pai para filho geralmente o primogênito homem, mas existem casos
excepcionais no Egito antigo onde a mulher tomava esse poder, como é o caso de
Cleópatra. Conforme o estipulado por seu pai reinou junto ao irmão e depois se
casou com ele, prática comum desta dinastia. Por causa dos conflitos que surgem
entre a jovem rainha e os partidários do irmão, Cleópatra pede ajuda a Roma para
tentar transformar a invasão romana numa aliança favorável ao Egito. Assim torna-
se amante de Júlio César e, posteriormente, mãe do seu filho. César arrisca sua
posição, mas defende os direitos de Cleópatra ao trono.

II A monarquia no feudalismo
A várias nações que já adoraram esse tipo de governo no mundo inteiro
durante o passar dos séculos. Mas foi na idade média que esse tipo de governo se
tornou notório. Com a queda do império Romano No século III, por conta da crise
econômica provocada pela falta de escravos e das invasões germânicas, os
romanos abandonaram as cidades e migraram para o campo com o objetivo de
encontrar proteção e trabalho. Dessa forma, surgiam os colonatos, nos quais
aqueles que encontravam abrigos no campo trabalhavam para o seu senhor. O
surgimento dos reinos germânicos, no século V, contribuiu para aprofundar o
processo de ruralização europeia. Além desse movimento de saída das cidades para
o campo, o enfraquecimento do poder político contribuiu para o surgimento do
feudalismo.

O regime monárquico feudal espalhou-se por toda a Europa, normalmente pela


necessidade de um dirigente forte, capaz de formar e comandar exércitos para
defender o seu reino, os soberanos medievais procuravam armas e soldados com os
senhores feudais, e se mantinham no poder graças a fidelidade da nobreza. Assim,
na monarquia feudal, apresenta-se a característica de uma limitação do poder do
monarca, sendo que esse poder era dividido entre os senhores feudais, o poder era
entregue ao rei, com o acordo dos senhores feudais, e dependia da colaboração
destes, para se manter no controle. Mas com uma crise na sociedade feudal que
ocorreu nos séculos XI e XV. A partir do século XII, uma nova classe social surgiu: a
burguesia. O interesse principal da nova classe era o comércio e, por sua vez, o
espaço para o crescimento comercial. Assim, buscou-se criar novos espaços para
que o comércio pudesse ser realizado. A solução encontrada foi a criação dos
burgos, as primeiras cidades..Alem disso, resultou na migração das pessoa da área
rural para as novas cidades em busca de melhores condições de vida onde o
comércio era expansivo
III A monarquia absolutista
Com a grande expansão destes territórios e dessa nova classe social surgiu o
interesse de se ter um monarca que representa-se essa classe social. Então a
monarquia absolutista ganhou espaço na sociedade, surgiu no século XV, os
principais reinos absolutistas no ocidente foram França, Espanha, Inglaterra,
Portugal e Italia o monarca tinha poder absoluto e irrestrito onde concentrava todo
poder político e jurídico e como também pagava grandes tributos a igreja o que lhe
garantia grande poder religioso ou seja o rei obtinha o poder máximo do Estado e
sua palavra era lei. E tudo lhe era permitido para que se alcançasse a grandeza do
seu reino, "Os fins justificam os meios" (Maquiavel, 1513).

Em uma monarquia absolutista todos os direitos do povo são completamente


cerceados, e as taxas e impostos eram abusivas para financiar todos os seus
desejos e caprichos ´´Que todo o governo é uma monarquia absoluta``. E a base
sobre a qual o constrói é a seguinte, ´´Que nenhum homem nasce livre`` (John
Locke, 1689,96).

Foi neste cenário que surgiu um dos principais movimento da idade moderna. O
Iluminismo foi um movimento intelectual que surgiu na Europa, no século XVIII, e
defendia a valorização da razão como forma de garantir o progresso da
humanidade. Questionava os valores e as autoridades de sua época, como a fé e o
absolutismo. Também era contrário ao mercantilismo e defendia novos modelos
econômicos.Entre os principais pensadores iluministas estavam Locke, Rousseau e
Voltaire. As obras desses e outros pensadores iluministas apontavam a limitação do
poder real, da igualdade e da liberdade dos homens, entre outros valores. Os ideais
iluministas inspiraram transformações na Europa. Eles rejeitavam as tradições e
crenças que não tinham fundamento científico e procuravam usar da razão para
explicar os fenômenos da natureza. Também questionavam o controle da Igreja
sobre a sociedade em que viviam e criticavam a intolerância religiosa. Além disso, os
iluministas criticavam o absolutismo, questionavam os princípios econômicos de sua
época, afirmavam que todos os homens deveriam ser considerados iguais e,
portanto, colocavam-se contra os privilégios de sua sociedade. Defendiam a
separação entre Estado e Igreja, e incentivavam a propagação do conhecimento
humano. As ideias iluministas influenciaram o questionamento das ordens reais. O
iluminismo posicionou-se contra o absolutismo do poder real e a favor da elaboração
de uma Constituição na qual todos os cidadãos fossem iguais perante a lei. Na
França pré-revolucionária, não existia a igualdade entre os cidadãos, mas sim
privilégios concedidos àqueles que pertenciam às classes superiores. O francês era
julgado mediante a sua origem. Essa crise econômica e as ideias contestatórias do
poder absoluto colaboraram para que o Terceiro Estado se rebelasse contra os
privilégios e as desigualdades de classe.

IV A revolução francesa
Até 1789, a França foi uma monarquia absolutista. O rei tinha poderes
absolutos e governava de acordo com as suas vontades e seus interesses. A
sociedade francesa era estamental, ou seja, dividida em estados, e não havia
mobilidade social. O Primeiro Estado era formado pelo clero, alta cúpula da Igreja
Católica. A nobreza, detentora de grande parte das terras francesas, compunha o
Segundo Estado. Já a burguesia e os camponeses, que de fato trabalhavam e
sustentavam os estados superiores, faziam parte do Terceiro Estado e eram a
maioria da população
A monarquia francesa vivia uma crise fiscal, ou seja, gastava-se mais do que
arrecadava. Era preciso fazer uma reforma tributária para equilibrar as finanças. No
entanto, nem o rei e muito menos os dois primeiros estados estavam dispostos a
reduzir os custos dos seus privilégios ou pagar mais impostos. O Terceiro Estado foi,
então, o alvo de mais cobranças. No final do século XVIII, a França enfrentou uma
crise econômica, afetando diretamente a burguesia e os camponeses. Dessa vez, as
ordens vindas das classes superiores não seriam cumpridas pelas classes inferiores
que se rebelariam dando assim o inicio da revolução.

No fim da década de 1780, a burguesia, os trabalhadores urbanos e os


camponeses começaram a exigir uma resposta do rei e da Corte sobre à crise que
os afetava, e passaram a reivindicar direitos mais amplos e maior representação
dentro da estrutura política francesa. Em julho de 1788, houve a convocação dos
Estados Gerais, isto é, uma reunião para deliberação sobre assuntos relacionados à
situação política da França. Nessa convocação, o conflito entre os interesses do
terceiro Estado e os da nobreza e do Alto Clero, que apoiavam o rei, se acirraram. O
rei então estabeleceu a Assembleia dos Estados Gerais em 5 de maio de 1789, com
o objetivo de decidir pelo voto os rumos do país. Entretanto, os votos eram por
representação de Estado. Sendo assim, sempre o resultado seria dois votos contra
um, ou seja do Primeiro e Segundo Estados contra o terceiro. Fato que despertou a
indignação de burgueses e trabalhadores. A burguesia, que liderava o Terceiro
Estado, propôs em 10 de junho uma Assembleia Nacional, isto é, uma assembleia
para se formular uma nova Constituição para a França. Essa proposta não obteve
resposta por parte do rei, da nobreza e do Alto Clero. Em 17 de junho, burgueses,
trabalhadores e demais membros do Terceiro Estado se declararam em reunião
para formulação de uma Constituição, mesmo sem a resposta do primeiro e do
segundo Estados. Ao mesmo tempo, começava um levante popular em Paris e outro
entre os camponeses. Em 14 de julho de 1789 um fato emblemático veio à tona: a
tomada da Bastilha pelos sans-cullottes. A Bastilha era a prisão e o símbolo do
antigo Regime. Seguiu-se a esse fato a elaboração da Constituição Revolucionária,
em 1791, que começou as mudanças estruturais que a burguesia esperava,
pulverizando a antiga estrutura estamental absolutista. A separação entre os
poderes e o direito de propriedade eram as principais características da nova
estrutura. A partir desse momento, os franceses não mais seriam súditos de um rei,
mas cidadãos de um Estado constitucional. E assim começou o declínio da
monarquia absolutista.

V A monarquia parlamentarista
É consenso que a origem do Parlamentarismo moderno esteja na Inglaterra
Medieval do final do século XIII, quando a “Carta Magna” (1215) foi assinada para
conter o poder dos monarcas. O parlamentarismo é um sistema de governo onde o
poder executivo é intimamente ligado ao poder legislativo, de uma maneira que não
parece existir uma clara separação entre ambos. No entanto, essa falta de distinção
clara de maneira alguma é capaz de atingir ou violar o princípio da separação de
poderes. Ocorre que, o Presidente do Conselho de Ministros (também conhecido
como primeiro-ministro), que é o Chefe do Executivo, e quem governa e administra o
país, é eleito indiretamente pela população. Quando ocorrem as eleições, a
população vota em seus candidatos desejados, e assim, tanto o Senado quanto a
Câmara de Deputados Federal são eleitos. Dessa forma, o presidente do conselho
de ministros surge do líder da coligação partidária que possuir a maioria na Câmara,
sendo formalmente nomeado pelo imperador. É competência do Presidente escolher
o seu ministério. Tal sistema é exatamente o mesmo que existe nos dias atuais em
países democráticos e modernos como o Reino Unido, Canadá, Austrália, Espanha,
Suécia e outros. No sistema parlamentarista, existe uma clara diferenciação entre a
figura do Chefe de Estado e o Chefe de Governo. O primeiro é exercido por um
monarca, no caso de uma monarquia, ou por um presidente, no caso de uma
república, e o segundo, pelo presidente do conselho de ministros (ou primeiro-
ministro). A existência de um sistema parlamentarista, em conjunto com a
monarquia, é capaz de trazer benefícios, estabilidade e progresso a qualquer nação,
como pode ser observado atualmente no Japão, Canadá, Austrália, Noruega,
Dinamarca, Suécia, Espanha, Países Baixos, Luxemburgo, Reino Unido e
Liechtenstein.

VI A monarquia no Brasil
O Brasil imperial é um período da história brasileira entre 7 de setembro de
1822 (Independência do Brasil) e 15 de novembro de 1889 (Proclamação da
República). Neste período, o Brasil foi governado por dois monarcas: Dom Pedro I e
Dom Pedro II, pai e filho.
O império brasileiro no ponto de vista político se divide em três fases: o
Primeiro período, reinado corresponde a aquele que dom Pedro I foi imperador.
Segundo período, é o da Regência período que vai até 1840, e o terceiro período
chamado de Segundo reinado, o Brasil é governado por Dom Pedro II, termina em
1889 com a Proclamação da República.
O primeiro monarca inaugurou o primeiro reinado logo após a independência
do brasil em relação a Portugal, mas uma série de problemas o levou a renunciar em
nome do seu filho, como a sua derrota brasileira na Guerra da Cisplatina, que
garantiu a independência do Uruguai, separando-o do Brasil, além de políticas
impopulares, tidas como tendenciosas à comunidade portuguesa. O menino tinha
apenas 5 anos de idade, então o pais foi governado por uma sequência de
regências até Dom Pedro II assumir o trono em 1840. Sem a figura central do
Imperador, este período caracterizou-se por inúmeras revoltas regionais
(Cabanagem, Balaiada, Sabinada, Farrapos, etc.), o que de certo modo contribuiu
para a estruturação das Forças Armadas. Em 1840 é dado o chamado golpe da
maioridade por parte dos políticos liberais, que declaram a maioridade de D. Pedro
II, com 14 anos incompletos declaravam que já estaria consciente para assumir o
trono.
A independência não saiu de graça, o novo País teve que pagar uma grande
indenização a Portugal, não destinada a gerar riquezas o brasil, mas a compensar
Portugal pela perda de sua colônia. A economia da época era basicamente agrícola,
voltada para exportação. Dom Pedro II perdeu grande apoio da elite, por concordar
com o fim da escravidão. Donos de escravos se revoltaram contra a monarquia, para
a elite do império manter a escravidão era a tarefa mais importante. A sociedade da
época era composta por três níveis sociais: Escravos, homens livres e a aristocracia.

VII Monarquias nos dias de hoje


Existem no mundo, hoje, 44 países que adotam a monarquia como forma de
governo. Entre as monarquias existentes no mundo, atualmente, uma das grandes
personalidades é a Rainha Elizabeth II, que é a chefe de Estado da Inglaterra 
Os dois tipos de monarquia que existem na atualidade são: a monarquia
constitucional, que sua principal característica está no fato de os poderes do
monarca serem limitados. Países que adotam este tipo de monarquia: Reino Unido,
Bélgica, Noruega, Luxemburgo e Austrália. Na monarquia absoluta é caracterizada
pela extensão ilimitada dos poderes do monarca, esse tipo de monarquia foi muito
comum na Europa Ocidental, Luís XIV foi um dos grandes símbolos do absolutismo
na Europa e reinou na França entre 1643 e 1715. As monarquias absolutas que
existem atualmente são, Eswatini, Vaticano, Catar, Arábia Saudita ,Omã, Brunei e
Emirados Árabes Unidos.
Bibliografia

MAQUIAVEL, Nicolau. O príncipe. São Paulo: Penguin Classics Companhia das


Letras, 2010. MARTINA, Giacomo

MONTESQUIEU, Charles Louis de Secondat. Baron de la. Do espírito das leis. São
Paulo: Abril Cultural, 1979

LOCKE, Jhon. Segundo tratado sobre o governo civil. São Paulo. Editora
Edipro. 2014.

https://monarquiaconstitucional.jusbrasil.com.br/artigos/369169909

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