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UNIDADE 04

4.1 A REVOLUÇÃO FRANCESA

Durante os séculos XVII e XVIII profundas transformações ocorreram na Europa e no mundo a


partir dos documentos ingleses e da independência dos Estados Unidos.
Ocorre que no seio da Europa, a maior nação continental, a França continuava absolutista.
Baseando-se na doutrina de direito divino, e também nas proposições de Hobbes e Maquiavel a Monarquia
francesa governava sem limitações.
A concepção do Estado Absolutista, como vimos alhures, tinha como propósito a defesa militar do
território e dos bens do rei. Boa parte das finanças públicas, quase oitenta por cento, tinham como destino tais
escopos.
Durante o séculos XVII e XVIII a França envolveu-se, contudo, em uma série de despesas
anacrônicas. Inúmeras guerras, com a Inglaterra, e com outros países, bem como gastos inúteis.
O Rei Luís XIII, por exemplo, mandou edificar, um castelo, Versailhes, inicialmente, como local
de caça. Rapidamente, contudo, o castelo converteu-se na sede da monarquia francesa, possuindo, 600 quartos,
67 escadas, 2500 lareiras e 700 hectares de terras, cobertas por florestas, jardins e fontes de água.
Tais gastos levaram o Estado Francês a bancarrota. Observe-se que uma das características do
Estado Absolutista, era justamente a desigualdade jurídica entre as classes sociais, de maneira que o clero e a
nobreza quase não pagavam tributos.
Não se olvide ademais que os cargos públicos eram concessões reais e o rei praticamente os vendia
a terceiros interessados.
Luís XVI convocou, desse modo, os Estados Gerais, representantes do clero, da nobreza e do povo,
em 1789, com vistas a buscar uma solução para o impasse.
Naquela época, frise-se, também existia, uma série de pensadores, que buscavam aprimorar o
Estado e as relações, sociais, Voltaire, Rousseau, Jean Locke, Marrat entre outros tiveram papel preponderante
nos eventos de 1789.
Contudo, logo a Assembleia modificou suas próprias regras internas e as votações passaram a ser
por maioria simples. Nesse momento a situação já se mostrava insustentável.
A Assembleia era formada por jacobinos, que se colocavam à esquerda do auditórios, e possuíam
posições mais radicais. Os girondinos, possuíam posições mais conservadoras e se colocavam à direita. Por fim,
ficavam o pântano e a montanha, que tinham posições moderadas. Tal configuração, até hoje, rende ensejo a
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divisão política no cenário partidário.


Os revoltosos, extinguirem a Monarquia, levaram o rei e a rainha para a guilhotina, com execução
pública, declararam o fim da monarquia, e instituíram a república.
Também redigiram uma Constituição para a França e promulgaram uma declaração de direitos.
 A revolução francesa foi um movimento de grande importância porquanto foi objeto de inspiração de
inúmeros outros movimentos ao longo dos séculos XIX e XX.
Afinal, ficava claro que era possível subverter a ordem pública bruscamente, tomando o poder de
assalto, e inaugurando uma nova ordem jurídica.
 De outra parte, naquela época, apenas uma nação era uma república, os EUA. A partir da
Revolução Francesa, esse novo regime de governo, passou a ser cada vez mais vulgarizado.
Atualmente, das 189 países que compõe as Nações Unidas, mais de 140 se declaram repúblicas.
 Por fim, e mais importante, com a declaração de direitos de 1789, pela primeira vez na história
da humanidade, um rol de direitos, dada a sua importância, são considerados universais, ou seja,
pertencentes a todos.
Nasce assim a teoria dos direitos humanos. Mais tarde os direitos humanos se dividirão, em
gerações. A primeira geração de direitos humanos tem como elemento comum a liberdade pública e a participação
política.
Com a revolução francesa, o poder não pertencia mais ao rei, mas sim ao povo.
Pela declaração de direitos, surgia, a liberdade de locomoção, a liberdade religiosa, a
liberdade de pensamento e opinião, a liberdade de participação política, na forma de associação a
determinada agremiação, ou fiscalizando os bens públicos.
Os ideais da revolução serão levados por Napoleão por toda a Europa, nas chamadas guerras
napoleônicas.

4.2 NO BRASIL

Os ideias da revolução francesa, inspiram revoltosos no Brasil que pretendiam proclamar a independência
do país frente a Portugal. A inconfidência mineira, e a revolução praieira são exemplos de tais inspirações.

Contudo, a independência brasileira foi realizada por um membro da família real de Bragança;
O Brasil, com a independência, ganhou uma nova constituição, que instituíra um rol de direitos individuais.
No entanto, manteve o regime monárquico e criou ao lado dos três poderes, o chamado poder moderador, exercido pelo
próprio imperador.
Ademais, embora tenha instituído eleições para uma das casas, e eleição era censitária, e só poderiam
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participar delas homens brancos.


De outra forma, o Senado era vitalício, e a escolha recaia por uma lista tríplice encaminhada ao Imperador,
que também escolhia magistrados, membros do ministério público e delegados de polícia.
Ademais, embora houvesse um rol de direitos, a constituição de 1824, manteve a escravidão, que só seria
abolida em 1888. No plano do direito ordinário tivemos a criação do código penal e do código de processo penal. O código
penal, manteve a pena de morte, ralés, degredo, desterro, e banimento. O código de processo penal instituiu o júri, juízes
togados e juízes de paz, estes eleitos pela comunidade. Assim o liberalismo no Brasil foi parcial. ( liberdade e escravidão).

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