Você está na página 1de 4

1

UNIDADE 05

5.1 - A DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS DO HOMAM DE 1789 DE 26 DE AGOSTO DE


1789.

Apesar da grande divergência na doutrina do direito, na filosofia, e na história em relação à origem dos direitos
do homem, o que temos como certo é que o primeiro documento escrito contendo a locução “direitos do homem”, como título, é
a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão de 1789. Um documento elaborado a partir da Revolução Francesa e que
tinha a pretensão de ser universal.

“Se a economia do mundo do Século XIX foi formada principalmente sob a influência da
revolução industrial britânica, sua política e ideologia foram formadas fundamentalmente pela Revolução
Francesa. A Grã-Bretanha forneceu o modelo para as ferrovias e fábricas, o explosivo econômico que rompeu
com as estruturas socioeconômicas tradicionais do mundo não europeu; mas foi a França que fez suas revoluções
e a elas deu suas ideias, a ponto de bandeiras tricolores de um tipo ou de outro terem-se tornado o emblema de
praticamente todas as nações emergentes, e a política europeia (ou mesmo mundial) entre 1789 e 1917 foi em
grande parte a luta a favor e contra os princípios de 1789, ou os ainda mais incendiários de 1793. A França
forneceu o vocabulário e os temas da política liberal e radical-democrática para a maior parte do mundo. A França
deu o primeiro grande exemplo, o conceito e o vocabulário do nacionalismo. A França forneceu os códigos legais,
o modelo de organização técnica e científica e o sistema métrico de medidas para a maioria dos países. A ideologia
do mundo moderno atingiu as antigas civilizações que tinham até então resistido às ideias europeias inicialmente
através da influência francesa. Esta foi a obra da Revolução Francesa”.

Em relação ao fundamento, a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão1 segue os moldes


da Declaração de Independência escrita nos Estados Unidos, treze anos antes. Mas, enquanto o texto americano
retoma os “ direitos naturais” para fundamentar a legitimidade de sua aspiração nacional, o redigido pelos
franceses trata especialmente da condição universal do homem, dos direitos que a natureza conferiu a todo ser
humano.

Os ideais iluministas, no entanto, estão presentes ainda com mais força nessa Declaração, em que
o conceito de contrato social permite pensar os deveres do Estado como o correlato dos direitos do homem. Há
também nela um sentido de formar a opinião pública, que ficaria conhecendo seus direitos pela simples “
declaração” geral deles, reconhecendo-os por intermédio da sua mera anunciação. O pressuposto desta idéia é que

1
GRESPAN, Jorge, Revolução Francesa e Iluminismo. São Paulo: Editora Contexto, 2003, páginas 82 e 83.
1
2

os direitos não precisariam ser inventados, mas apenas afirmados, pois já existiriam no “ estado de natureza”. A
primeira finalidade da Revolução devia ser, portanto, a de “restaurar” uma situação de justiça original, que de
fato nunca ocorrera, mas que era o fundamento lógico indispensável de um “ estado civil” legitimamente
constituído.

A partir dos “direitos naturais”, a tarefa jurídica seria edificar um conjunto de leis que os tomassem
por base, impedindo qualquer forma de poder arbitrário. Por isso o espaço político da Assembleia foi estratégico
para a Revolução: era nele que o descontentamento popular adquiria uma expressa jurídica apta a transformar a
sociedade de modo permanente. Ao contrário de outros levantes no campo ou na cidade, em protesto contra a
carestia ou contra os monopólios e os tributos feudais, agora os protestos se revestiam de grande força e amplitude,
pois imediatamente repercutiam em um foro apropriado que discutia seu significado e eventualmente podia
converter suas demandas em reformas.

Na redação ao texto da Declaração, 2


os quatro “ direitos naturais” enunciados no artigo 2º (
liberdade, propriedade, segurança e resistência à opressão) são contemplados desigualmente na Declaração. A
liberdade recebeu sete artigos, o 4º e o 5º definem seus contornos gerais, o 7º, o 8º e o 9º tratam da liberdade
individual, o artigo 10° refere-se à liberdade de opinião e o 11, à liberdade de expressão. A propriedade só é
abordada no artigo 17, mas beneficia-se de um tratamento enfaticamente protecionista e privatista – note-se que
é o único direito qualificado como “inviolável e sagrado.” A segurança só é contemplada no artigo 12, e de modo
visivelmente menos relevante. Quanto ao direito de resistência à opressão, a Declaração nada lhe dedicou, a não
ser a menção inicial.

Há uma ausência memorável, a igualdade não figurou entre os direitos “naturais e imprescindíveis”
3
proclamados no artigo 2º, muito menos foi elevada a patamar de “sagrado e inviolável”, como fizeram com a
propriedade. Além disso, quando mencionada depois, o foi com um certo sentido: os homens são iguais – mas “
em direitos” ( artigo 1º) perante a lei ( artigo 6º) e perante o fisco ( artigo 13). Assim, a igualdade de que cuida a
Declaração é a igualdade civil ( fim da distinção jurídica baseada no status de nascimento). Nenhum propósito de
estendê-la ao terreno social, ou de condenar a desigualdade econômica real.

5.2 - Características da Declaração Universal dos Direitos do Homem:

1) Modelo a ser seguido pelo constitucionalismo liberal

2) renovação do Pacto Social: proteger os direitos do Homem contra os atos do Governo.

2
TRINDADE, José Damião de Lima. História Social dos Direitos Humanos. São Paulo: Editora Fundação Peirópolis. 2002.
3
Ou: “imprescritíveis”, conforme a tradução nas obras de Lefebvre ( 1789 – O surgimento da Revolução Francesa. São Paulo: Paz e
Terra, 1989) e Bobbio ( A era dos Direitos. Rio de Janeiro: Campus, 1992.
2
3

3) Natureza dos direitos declarados: os direitos declarados derivam da natureza humana, são naturais.

4) Duas categorias: as liberdades ( liberdade em geral, a segurança, a liberdade de locomoção, liberdade de


opinião, de expressão, propriedade), incluindo os direitos do cidadão que são poderes de participação.

5) Caráter universal.

6) A lei “ expressão da vontade geral”

7) è o elemento essencial da Declaração: a igualdade perante a lei, a isonomia.

5.3 Princípios da Declaração Universal dos Direitos do Homem:

Princípio da igualdade,

Liberdade,

Propriedade,

Segurança,

Resistência à opressão,Associação política,

Princípio da legalidade,

Princípio da reserva legal e anterioridade em matéria penal,

Princípio da presunção de inocência,

Liberdade Religiosa,

Livre manifestação do pensamento.

5.4 - As liberdades Públicas

Na visão Contemporânea, as liberdades pública, ou, com por muito tempo a elas se chamou no Brasil, os
direitos individuais, constituem o núcleo dos direitos fundamentais.
3
4

Natureza Jurídica: direitos subjetivos. São poderes de agir reconhecidos e protegidos pela ordem jurídica a todos
os seres humanos.

Titular do direito: os direitos fundamentais, inclusive as liberdades públicas, reconhecem-se a todos, nacionais e
estrangeiros.

A proteção dos direitos: garantidos pela Ordem Jurídica.

5.5 -OS DIREITOS ECONÔMICOS E SOCIAIS

O início do século XX trouxe diplomas constitucionais fortemente marcados pelas preocupações sociais, como
se percebe por seus principais textos:

Constituição mexicana de 31-1-1917

Constituição de Weimar de 11-8-1919

- São direitos subjetivos

- objeto: contraprestação sob forma da prestação de um serviços

- Declaração Universal

5.6 - OS DIREITOS DE SOLIDARIEDADE

Foi no plano do direito internacional que se desenvolveu esta nova geração. ONU e da UNESCO

- Direito à paz, o direito ao desenvolvimento, o direito ao meio ambiente e o direito ao patrimônio comum da
humanidade, o direito dos povos a dispor dele próprios ( direito à autodeterminação) e o direito à comunicação.

- O direito ao desenvolvimento de forma teórica, foi sustentado em 1972.

- O direito ao meio ambiente é o mais elaborado. O grande marco a seu respeito está na Declaração de Estocolmo,
de 1972, completada com a Declaração do Rio de Janeiro de 1992

Titularidade: coletiva, direitos difusos.

Você também pode gostar