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Há 3 perspetivas sobre o que são os direitos fundamentais:

- Perspetiva jusnaturalista/de direito natural: são direitos naturais do Homem


enquanto tal, de todo o lugar e em todo o tempo (toda a história da humanidade
- Perspetiva constitucional ou Estadual: direitos fundamentais são os direitos mais
importantes das pessoas mas circunscritos tanto no tempo como no espaço. Estão
territorialmente limitados e não são uniformes ao longo do tempo
- Perspetiva universalista ou internacionalista: são os mais importantes num
determinado tempo, mas são universais. São não intemporais mais são universais pois existem
para todos

Perspetiva jusnaturalista
Aludimos a instrumentos que protegem os direitos fundamentais como a constituição
e tratados, estando estes positivados. No entanto, nem sempre o foram começando por ser
apenas ideias. Questionava-se se os direitos são todos iguais ou se existem uns mais
importantes que os outros. Existem de facto uns mais importantes, pertencendo a um núcleo
fundamental, os direitos naturais.
Na Antiguidade clássica (Roma e Grécia antigas), filósofos falavam em ideias como
igualdade e dignidade, associadas à ideia de estes direitos serem para todos os Homens.
Porém, esta ideia de que a igualdade era para todos, acontecia em sociedade que eram
alicerçadas numa ideia base de escravatura.
Existiam filósofos que defendiam a ideia da igualdade, mas que defendiam a
escravatura. A liberdade era formulada como ilimitada, mas as regras da sociedade e a moral
coletiva deste tipo de sociedade constrangia de forma significativa a liberdade (escravatura).
O cristianismo milenar contribuiu para a generalização das ideias de igualdade e da
dignidade independentemente da cor da raça, da posição social, da religião, etc. Os filhos de
Deus eram todos iguais.
Esta ideia não gera nesta fase, direitos para os indivíduos e sim deveres para os poderes
públicos. Estes tinham de estar organizados segundo leis de justiça. O Homem beneficia
deste sistema mas não são titulares de direitos subjetivos.
O Homem tem um lugar especial da criação de Deus, que é a razão, a compreensão
do mundo que nos rodeia. A ideia de titularidade individual de direitos fundamentais surge
mais tarde com o iluminismo (meados do século 18 em diante).
Com o iluminismo, separou-se as ideias de razão e de justiça da religião. A razão era
diante deus e a justiça também era segundo uma conceção religiosa.
Após as revoluções americana e francesa, surge a ideia de que o indivíduo se encontra
antes do Estado e não em inferioridade. Para a corrente jusnaturalista, os direitos
fundamentais decorrem da natureza humana, ou seja, não mudam em função do espaço em
que estejamos ou do tempo, pois a natureza humana é sempre a mesma. Estes direitos são
absolutos e imutáveis.
A ideia de direito suprapositivo continua a ser utilizada. Há valores acima da
constituição que determinam certas normas como inconstitucionais.
Perspetiva constitucional ou Estadual
Bebe muita da tradição inglesa. A tradição inglesa de direitos fundamentais cita a
Magna carta. Para que se possa falar num direito fundamental, temos de falar de um direito
individual. A magna carta protegia direitos de grupos como da nobreza e do clero. Esta
conferia privilégios a determinadas pessoas não por apenas serem humanos, mas por
pertencerem a um determinado grupo.
A partir do século 17 surgem documentos como a Bill of rights, que protegem os
direitos fundamentais como direitos de indivíduos.
Estes documentos e os seus ideais migraram para os Estados Unidos, influenciando a
revolução americana (que surgiu com a defesa de os colonos dos seus direitos fundamentais-
no taxation before presentation). Tudo isto teve um grande impacto na constituição
americana.
A revolução francesa impactou os direitos fundamentais como direitos individuais.
Após esta revolução, um dos primeiros documentos produzidos foi a Declaração Universal
dos direitos dos Homens. Este documento defendia que todos os Estados que não protegesse
os direitos fundamentais não tinha constituição
As influências americana e francesa impulsionaram os direitos fundamentais
individuais. A ideia de separação de poderes da revolução francesa visava impedir a tirania e
o abuso de poder. Um direito fundamental surge como um trunfo contra qualquer poder.
Estabelece redutos ou fortalezas contra qualquer poder, nomeadamente o do Estado.
Esta ideia é contingente em função do espaço a que nos referimos. Em França,
lutava-se contra o poder absoluto do monarca, já na América, os direitos fundamentais são
uma luta não contra o poder executivo, mas sim o poder legislativo.
Os direitos fundamentais passam a ser entendidos como direitos ativos e não passivos.
Posso exigir perante quem for o meu direito à igualdade por exemplo.
Passaram então a ter uma dignidade formal. Dar aos direitos fundamentais uma
dignidade formal significa dar-lhes uma dignidade supralegal.
Atualmente, não existem constituições que não defendam um catálogo de direitos
fundamentais. Apesar disso, existem países em que, apesar de estes direitos estarem presentes
na constituição, estes não se encontram efetivos ou garantidos.
Em Portugal, havia direitos fundamentais não individuais, mas referentes a grupos.
Após a constituição de 1822, passamos a ter direitos fundamentais inscritos na constituição.
Desde aí, cada nova constituição tem alargado o leque de direitos fundamentais. Com a
exceção da constituição de 1933, do Estado-Novo, em que apesar de os direitos
fundamentais estarem presentes, estes não eram protegidos.

Perspetiva universalista
Foi marcante logo após a segunda guerra mundial. O período da guerra foi marcado
pela violação de direitos fundamentais devido ao Holocausto e aos crimes de guerra. Esta
violação deu-se no plano internacional e num ambiente de guerra.
Antes deste movimento, pós segunda guerra, existiam dinâmicas de proteção de
direitos fundamentais como os tratados, através de acordos internacionais. A sociedade das
nações foi uma espécie de embrião das nações unidas, que tinha direitos fundamentais
específicos. Exemplo: organização internacional do trabalho
A ideia é a proteção ao nível internacional de um núcleo internacional dos direitos do
homem. A carta das nações unidas faz referência aos direitos fundamentais. Foi assinado um
documento, a declaração universal dos direitos do Homem. Mais tarde foram assinados os
pactos internacionais do direito econômico e o pacto dos direitos cívicos.
Paralelamente, ainda ao nível internacional, existem movimentos regionais que
defendem os direitos internacionais, como a convenção americana de direitos humanos. Na
Europa, existe uma pluralidade de instrumentos, consoante que instituição esteja na origem.
Temos a convenção europeia dos direitos humanos e a carta social europeia. Este conjunto
de convenções tem um tribunal associado, o tribunal europeu dos direitos humanos. A
comunidade económica europeia também cuida de direitos fundamentais (como a liberdade
de circulação).
Existe também a carta de direitos fundamentais da UE que tem uma força jurídica
semelhante aos próprios tratados. Existe ainda a carta africana dos direitos humanos com um
sistema de proteção associado.
A Ásia não tem sistemas de proteção de direitos fundamentais pois tem uma enorme
diversidade cultural, religiosa e de identidades, o que dificulta essa proteção e ainda a própria
definição de um conjunto de direitos fundamentais.
Quanto maior é a diversidade, maior é a dificuldade de se encontrar um consenso.
Esta dificuldade contraria a ideia da existência de direitos universais.
O objetivo desta perspetiva é a proteção de um conjunto de direitos fundamentais
comuns a nível internacional (ainda que um pouco utópico). Sobretudo no espaço europeu,
estas perspetivas convivem entre si. A perspetiva jus nacionalista defende um número
reduzido de direitos fundamentais.
Na perspetiva constitucionalista a atribuição é muito mais generosa pois são
fundamentais os direitos que a constituição atribui. A perspetiva internacionalista é
intermédia. No espaço europeu, em que a proteção de direitos fundamentais é muito mais
generosa, há muita sobreposição entre os textos constitucionais e as convenções
internacionais.

Ideia de gerações dos direitos fundamentais


Na década de 1970 do século 20, o jurista alemão Carl Joachim Friedrich, conhecido
por suas contribuições à ciência política e teoria constitucional, propôs a ideia de gerações
dos direitos fundamentais, destacando a ligação desses direitos com três étimos fundamentais.
Esta abordagem, baseada nos princípios da Revolução Francesa, classifica os direitos em
diferentes gerações: liberdade (primeira geração), igualdade (segunda geração) e fraternidade
(terceira geração).
- A primeira geração estava ligada à ideia da liberdade contra o Estado. O Estado era
o principal inimigo público. São direitos de conteúdo negativo e de proibição. Enquadra
todo o tipo de liberdades, da livre iniciativa económica e da propriedade.
- A segunda geração estava ligada ao étimo da igualdade, num sentido material, não
na ideia de igualdade perante a lei, mas sim num sentido de nivelar as condições de vida.
Estes são direitos de natureza social, como o direito à saúde e à educação.
- A terceira geração de direitos está ligada à fraternidade. Direitos como a
autodeterminação dos povos, Direitos coletivos e direito do ambiente.
Esta foi a primeira tentativa de se agrupar de acordo com uma lógica de gerações.

A Segunda tentativa/ teoria:


Em primeiro lugar teríamos os direitos de liberdade, mas numa segunda geração
teríamos não ainda os direitos sociais, mas os direitos de participação polícia (direito ao voto,
direito a ser eleito, direito à manifestação) mas também a própria liberdade de expressão.
Numa terceira geração teríamos os direitos sociais (saúde educação segurança social).:
Estes direitos têm uma diferença estrutural dos direitos de liberdade, pois são direitos
de prestações, são direitos positivos. A educação e a saúde são comportam direitos positivos
pois posso exigir ao Estado que haja em função destes.
É por isso que a nossa constituição distingue direitos liberdades e garantias (conteúdo
negativo) de direitos económicos sociais e culturais (conteúdo positivo).
À medida que a sociedade vá evoluindo, surgem novos direitos fundamentais (direito
da identidade genética surgiu com a possibilidade da clonagem).
A partir do momento que passamos a ter direitos sociais, não excluímos os anteriores.
O mesmo acontece com as gerações.
Ideias chave:
Acumulação- os direitos fundamentais vão se somando uns aos outros; uma geração
não apaga a outra logo a tendência é acumular, somar. Mas acumular até onde? Até todos os
direitos serem fundamentais?
Variedade- conseguimos reconduzir todo e qualquer direito fundamental à ideia da
dignidade da pessoa humana mas esta manifestação de várias formas (pode ser através da
liberdade religiosa, liberdade económica...)
Abertura- com a evolução social, nenhum catálogo de direitos fundamentais é um
trabalho acabado, é necessária uma atualização permanente, estando abertos à reinterpretação
dos direitos fundamentais e ao surgimento de novos direitos

Qual o significado de um direito fundamental na CRP?

Art. 16° CRP- norma que diz que a CRP não está pensada para ignorarmos o que se
passa noutras latitudes; a CRP diz que há matéria de direitos fundamentais regulada por si
mas que há direitos fundamentais que decorrem do direito internacional.
Direitos fundamentais e direitos humanos são a mesma coisa, a terminologia é mais
adotada num âmbito internacional e a expressão direitos fundamentais é mais adotada no
plano nacional…
Direitos humanos são direitos inerentes à pessoa pelo facto de esta ser humana. Esta
expressão pode ser enganadora por levar a pensar que existem direitos não humanos.
Sistema de direitos fundamentais na CRP
Distinguir a matéria de direitos fundamentais de direitos fundamentais enquanto
conceito jurídico (direitos subjetivos que se distinguem dos demais).
A matéria dos direitos fundamentais é um conceito mais amplo, abrangente. É o
conjunto das normas que nos ajudam a situar a posição do indivíduo face à sociedade. Os
direitos fundamentais enquanto conceito estamos a pensar nos direitos concretos que
algumas destas normas conferem aos cidadãos.
A primeira noção é mais ampla porque há muitas normas que ajudam nos a
posicionar o indivíduo, fazem isto sem atribuir um concreto direito fundamental ao
indivíduo (como as garantias institucionais- ajudam a situar o indivíduo, conferem um
determinado estatuto face à sociedade sem que atribuam um direito fundamental).
Há normas que são matérias de direito fundamental, mas têm apenas uma dimensão
subjetiva. Estabelecem deveres sem que atribuam direitos ao cidadão.
Há também o regime dos direitos fundamentais. Esta é matéria de direitos fundamentais, mas
não é ele próprio um direito fundamental.
Falar em matéria de direitos fundamentais implica por um lado, que a nossa CRP
acolhe direitos fundamentais de outros lugares (art.16°/1) - cláusula de abertura. Os direitos
fundamentais da CRP não são um direito fechado, não são apenas a Parte I da CRP.
Esta cláusula traduz a ideia de que os direitos fundamentais estão em evolução. Os
direitos fundamentais presentes na CRP correspondem a uns critérios substanciais (tem a ver
com o conteúdo, independentemente da forma seja uma lei ordinária ou constitucional). Isto
permite recorrer a direitos fundamentais para além dos presentes na CRP.

Como é que tratamos os direitos fundamentais fora da CRP?


→ Art. 17º CRP
Este artigo não fala só em direitos fundamentais e sim em direitos, liberdades e garantias e no
seu regime.

→A CRP fala em dois tipos de direitos fundamentais: direitos liberdade e garantias, e


direitos económicos sociais e culturais
→Se recorrermos ao critério comum dos direitos fundamentais e o encontrarmos num
direito fundamental análogo a um direito liberdade e garantia, este é como se estivesse
presente no catálogo, tem a mesma força jurídica e regime.
→ Os restantes direitos fundamentais que não são análogos a direitos liberdades e
garantias têm de ser tratados com a força jurídica que estes
tiverem.
→ A aplicação deste critério material pode levar-nos ao sentido oposto. Olharmos
para uma norma da CRP que diga que é matéria de direitos fundamentais, mas não
consideramos que seja. Nestas situações, esta será uma norma inconstitucional. Aquilo que
temos de fazer é não a tratar como uma norma de direitos fundamentais, continuando a ser
uma mera norma constitucional.

Critério que identifica matéria de direitos fundamentais:

O critério triplix, proposto pelo professor Vieira de Andrade, é uma ferramenta útil
para identificar a matéria de direitos fundamentais, baseando-se em três características
essenciais:
1. Radical subjetivo: aquilo que é identificador da matéria fundamental. O centro de
qualquer norma que seja matéria de direitos fundamentais, e composto por posições
subjetivas fundamentais. Estas posições são atribuídas a todos os cidadãos ou a categorias
abertas de cidadãos. Quando se diz de todos os cidadãos não implica que não haja direitos
fundamentais dirigidos a determinados grupos porque há razões específicas para isso e não
por privilégios (ex. direitos dos trabalhadores).
2. Função: as normas que são matéria de direitos fundamentais desempenham uma
função específica que é a de proteger bens jurídicos ou as posições dos cidadãos essenciais,
mas esta função só se tem por cumprida quando ela o faz diretamente, esse é o seu objetivo
principal (pode haver norma que acabam indiretamente por proteger bens jurídicos ou
posições fundamentais)
3. Intenção: as normas são matéria de direitos fundamentais têm uma intenção
específica que é explicitar uma específica e concreta ideia do ser humano. Esta ideia do ser
humano é aquela que foi sendo densificada ao longo dos séculos e assente na ideia de
dignidade da pessoa humana.
Será uma norma de direitos fundamentais uma norma que visa tornar explícita uma
dimensão do ser humano enquanto tal que decorra diretamente da dignidade da pessoa
humana.
Se aplicarmos este critério à nossa CRP encontramos diversas situações. Encontramos
direitos fundamentais que não estão na CRP, mas estão fora do catálogo.
- Art. 103%3 CRP fala do direito a não pagar impostos que não tenham sido criados
nos termos da lei. Este direito é, de acordo com o critério triplix, um direito fundamental.
-Direitos de participação política art.º 122° e 124° da CRP. Também estes, estando
fora do catálogo, não seriam direitos fundamentais, mas à luz deste critério são.
-Estas normas apresentam natureza análoga à razão pela qual o legislador protegeu
determinados direitos liberdades e garantias. Art. 17° CRP

Outras utilidades deste critério


- Identificar matéria de direitos fundamentais que não estão presentes na CRP,
estando sim em leis ordinárias. Direitos de personalidade são considerados direitos análogos
aos direitos fundamentais da CRP. Direito ao asilo (reconhecido como DLG de natureza
análoga). Direito de reagrupamento familiar (reconhecido como DLG de natureza análoga-
análogo ao direito à família).
- Conseguimos identificar o que não é matéria de direitos fundamentais. É útil
quando, perante normas da CRP, à luz deste critério, identificamos que a norma não é um
direito fundamental. Art. 39° (regulação da comunicação social) e 40° CRP - o legislador
optou por inserir estes artigos mesmo não sendo matéria de direitos fundamentais, porque
estão umbilicalmente ligados a direitos fundamentais, nomeadamente a liberdade de
expressão e a liberdade de imprensa.

Art. 549/5- comissões de trabalhadores


- Conjunto de direito das comissões dos trabalhadores
Art. 56º/2
- Direito à associação sindical
- Prevê direitos não dos trabalhadores, mas das associações sindicais
É diferente falar dos direitos das comissões dos trabalhadores e das associações
sindicais de falar dos direitos dos trabalhadores. Estas são pessoas singulares. Estes artigos
carecem do indicador radical subjetivo.
Estes artigos são disposições que visam garantir um determinado modelo econômico,
social, administrativo e político e mais do que proteger posições jurídicas subjetivas (direitos
fundamentais).

Estes artigos não são a concretização do Art. 48°.


O que está em causa não é o direito dos trabalhadores e das associações sindicais de
participar no processo político. O que está em causa é o direito de intervir no processo
político sem definir ou tomar parte na definição do eleitorado. O mesmo acontece ao direito
da contratação coletiva.
Serão estes direitos garantias institucionais?
- Distinguir das condições objetivas da efetivação de direitos fundamentais
O simples facto de um direito fundamental estar na constituição não chega. Este
necessita de aplicação na realidade. Os direitos fundamentais presentes na constituição têm
uma função prática e real.
Condições objetivas de efetivação de DF:
- Condições legais (necessitam de normas jurídicas que detalhem e concretizem estes
direitos)
- Cariz económico e financeiro (direito à saúde, segurança social, ...) para que estes
direitos tenham um efeito real na vida das pessoas necessitam de efetivação na prática

Princípio da unidade da constituição:


A distinção entre garantias institucionais e condições objetivas de efetivação faz
sentido para este princípio.
A matéria de direitos fundamentais tem autonomia porque tem características e um
regime próprios. Esta autonomia não é absoluta, ou seja, os direitos fundamentais estão
inseridos na constituição e que a constituição é um todo, daí o princípio da unidade da
constituição.
Todas as separações da constituição são essencialmente pedagógicas, na medida em
que que a constituição é una. Isto significa que os DF têm de ser lidos num todo da
constituição. Isto implica saber quais são as normas da constituição que são verdadeiramente
matéria de DF de outras normas que até podem condicionar o exercício ou a efetivação dos
direitos fundamentais, mas que não são matéria fundamental.

Na parte 2 da constituição, o art. 80° (princípios fundamentais da ordem jurídica


económica) alínea e). Se pensarmos que o planeamento económico implica guiar a iniciativa
económica, pode coincidir com um direito fundamental, mas não significa que este seja um
direito fundamental. Para além disso, os DF necessitam de uma leitura própria à luz de
determinados princípios e ideias de autonomia e liberdade individual.
Se sujeitassem toda a constituição a essa leitura, estaríamos a absolutizar a ideia de
liberdade. Esta é uma razão pela qual não podemos considerar matéria de direitos
fundamentais tudo aquilo que abarca certos ideias.
Sem violar o princípio da unidade da constituição, temos de procurar um lugar
concreto dos direitos fundamentais sem absolutizar a autonomia dos direitos fundamentais
nem eliminando-a por completo, subordinando-nos à autonomia do sistema.
Garantias institucionais:
→ As GI são normas às quais falta o radical subjetivo, ou seja, não conferem direitos a
pessoas em particular, mas apesar disso estão intrinsecamente ligadas e visam garantir
diretamente esses direitos, sendo a sua principal função é protegê-los. As GI não conferem
DI mas existem por causa desses direitos, para os proteger.
Isto distingue as Gl de outras normas que podem interferir os DF mas cuja principal
função não é proteger DF.
• Princípio da separação de poderes- a principal razão pela qual existe este princípio
não é proteger DF logo não é uma garantia constitucional
• Princípio da independência judicial- garantia geral dos DF
• Princípio da isenção política das forças armadas- são neutras e não participam no
processo político- garantia dos DF
Estes são princípios de base organizacional. Estas normas são condições objetivas
gerais da efetivação de DF, sem elas não há direitos fundamentais, mas não surgem na
constituição para proteger DF.
O nosso catálogo de DF vem desde a constituição de 76, da assembleia constituinte. A CRP
e os DF são considerados por algumas pessoas como influência do marxismo e lenismo e do
liberalismo burguês. Há também quem considere que é influência do liberalismo moderno.

A Importância dos Direitos Fundamentais na Constituição


Artigo 1º CRP
→ Porque é que o legislador colocou a dignidade da pessoa humana no primeiro
artigo? Pois esta confere unidade de sentido à CRP, sendo o fio condutor e o denominador
comum da CRP.
→ Isto também acontece com os DF pois são uma ideia imediata da dignidade da
pessoa humana.
→ A sistematização das matérias elabora a sua importância relativa. A ordem em que o
legislador constituinte retrata as matérias é importante. A nossa constituição atribui grande
importância aos DF, como é possível verificar a sua posição na CRP.
→ Além da sistematização, a própria distinção entre os DLG e os DESC é reveladora
desta unidade de sentido dada pelo princípio da dignidade da pessoa humana. A CRP
protege mais os DLG porque estes têm um regime mais protetor sendo controláveis pelos
tribunais de forma mais intensa do que são os DESC, isto porque os DLG estão ligados de
forma mais direta à ideia de dignidade de pessoa humana (Ex: direito à vida ou o direito à
integridade física- há quem os considere direitos fundamentalíssimos)

Esta unidade de sentido é também cultural. Percebermos os DF não é apenas uma


interpretação jurídica técnica, é também imprescindível ter em conta determinados valores, o
que pressupõe uma determinada cultura constitucional e sociológica.
Posicionamos então os DF num projeto global, marcado por princípios, por valores e
por eixos que decorrem da nossa cultura enquanto povo.
→ Por vezes as constituições inovam em matéria de DF, criam DF. Estão a tentar
interpretar um projeto de vida em comum, historicamente contingente (varia). Isto não
significa que vamos olhar para os DF de forma hierárquica, ao considerar de quais direitos é
que estes derivam, ou considerar que os primeiros são mais importantes que os segundos.
Temos que olhar para a ordem dos DF como uma ordem aberta (art. 16°) e numa lógica não
hierárquica.
→ A razão pela qual a constituição atribui regimes diferentes aos DLF e aos DESC é
devido ao conteúdo dos mesmos. Não é uma forma da constituição dizer que uns são mais
importantes que os outros numa ordem hierárquica. Apesar de todos os DF terem um
denominador comum que é a dignidade da pessoa humana, eles são diferentes entre si na
medida em que cada DF corresponde a valores diferentes. Se tivéssemos uma hierarquia
entre DF era mais fácil para resolver conflitos e colisões entre DF, mas tal não é possível.
Quando há um conflito em matéria de DF, há necessidade de que o legislador
harmonize os direitos em confronto, de acordo com o princípio da harmonização prática. A
harmonização dos DF (resolver um conflito ou a sua sintonia) só pode ser feita em concreto
à luz das circunstâncias próprias e das necessidades de cada momento.
O catálogo de direitos fundamentais na Constituição da República Portuguesa é um
catálogo generoso, sendo extenso ainda que não seja completo,
Novos- artigo 62º e 78º, Maior parte dos direitos fundamentais está inserido desde a
constituição de 1976 sendo sobretudo resultante da assembleia constituinte.
Cada direito fundamental expressa ou corresponde valores diferentes, dois bens
jurídicos que a constituição portuguesa atribui e que pode entrar em conflitos de valores

Dtos fundamentais em sentido estrito, dfs propriamente ditos-

Os direitos fundamentais conferem posições jurídicas subjetivas, mas não se limitam a


conferir ter essas dimensões e tem também dimensão objetiva, que gera deveres para outras
que são primordialmente relacionadas ao estado. - dupla dimensão dos direitos fundamentais

Definimos coisas que em comum na sociedade acreditamos e valorizamos- estamos


vinculados ao respeito por estes.

Há diversos direitos do tipo fundamentais, um deles sendo o direito garantia, que se


distingue da garantia institucional.

Direitos Garantia- Direitos que estão ao serviço, e que são instrumentais, a um outro
direito fundamental. Surgem como ramificação, e estão ligados essencialmente à proteção
desse direito. A esse outro direito fundamental, chamamos-lhe de Direito Direito.
São direitos fundamentais que decorrem pelo bem específico da pessoa humana-
integridade e dignidade da vida da pessoa humana.

Os direitos de liberdade- Asseguram uma esfera de livre arbítrio, de livre decisão.

Os direitos fundamentais possuem posições jurídicas subjetivas, individuais,


universais, e fundamentais, e cada uma destas características são decompostas.

1º Características dos DF: Dimensão subjetiva


Um direito fundamental concede esta dimensão, isto significa que no fundo não foge
ao significado originário deste conceito, concede uma faculdade ao particular. Nao exclui o
facto de ter características próprias. Traduz-se na atribuição de um direito concreto, o que as
distingue das garantias institucionais.

2ª característica dos DF: são direitos atribuídos a indivíduos.


São desvios à regra da individualidade os direitos das pessoas coletivas e dos grupos.
Os Direitos das Pessoas Coletivas
A finalidade de uma determinada pessoa coletiva condiciona os direitos fundamentais
de que ela vai dispor.
O art. 129/2 não determina uma equivalência entre as pessoas singulares e as pessoas
coletivas.
Determina apenas que alguns DF são aplicáveis por extensão às pessoas coletivas.
Mesmo quando a CRP diz que devemos aplicar um DF a uma pessoa coletiva por extensão,
quem está na base disso é o ser humana enquanto tal pois este é a razão de ser pela qual
existem pessoas coletivas.
Apesar de haver DF aplicáveis às pessoas coletivas, quem beneficia dos mesmo são os
indivíduos que estão por detrás das pessoas coletivas. Isto não quer dizer que quando há
extensão de DF às pessoas coletivas, elas não são os titulares dos mesmo. São titulares de
direitos a título próprio. Isto significa que a elas são aplicáveis o regime de DLG, com as
devidas adaptações.
Problema dos direitos de grupos:
Cada vez mais à uma perspetiva da sociedade como uma luta de grupos (por raça, por
etnia, por sexualidade, ...). Este problema tem vindo a ganhar uma nova importância quando
o discurso político vai neste sentido.
- Com grupos referimo-nos a minorias raciais, étnicas, etc.
- A sociedade portuguesa é relativamente homogênea do ponto de vista étnico,
cultural, linguístico.
- Independentemente de poder haver direitos de grupos, quando houver, as
existências desses grupos não podem pôr em causa os outros direitos fundamentais dos
indivíduos desses grupos.
3ª característica dos DF: Universalidade e permanência dos DF
Todos os cidadãos beneficiam dos DF. - universalidade. Os DF não estão sujeitos a um prazo
de validade. - Permanência.
→ Há desvios da regra da universalidade, há direitos que não são de todos. Art. 12°/1
CRP- todos os cidadãos gozam dos direitos e estão sujeitos aos deveres da constituição.
O art. 15°/1 estabelece uma regra de equiparação aos cidadãos dos estrangeiros e apátridas
(pessoas sem nacionalidade) que residam em Portugal.
A CRP estende o princípio da nacionalidade (?) aos apátridas e estrangeiros.
→ Exceções: art. 15%/2. há DF que não são aplicáveis aos estrangeiros.
→ Um dos aspetos mais importantes do regime dos DLG é que eles só podem ser
limitados em circunstâncias específicas (art, 18º/2 CRP). O legislador ordinário não pode
fazer uma distinção (portugueses e estrangeiros/apátridas), tem de obedecer ao princípio da
proporcionalidade, que é também um dos requisitos para validar as restrições aos DF.
→ Há um conjunto de exceções às exceções: há um conjunto de estrangeiros especiais
(estrangeiros de países de língua portuguesa residentes em PT) que podem gozar de DF da
CRP que outros estrangeiros não gozem, em situação de reciprocidade, ou seja, se nos seus
países também haja essa "exclusividade"
→ A CRP estabelece direitos exclusivos dos estrangeiros, pela sua própria natureza. Há
outro conjunto de direitos conexos a estes, que são a expulsão e a extradição (estes direitos
pressupõe que a pessoa é estrangeira, pois uma pessoa portuguesa tem direito a viver em
Portugal)

→ Menores de idade: em DF, há DF que só adquiro a titularidade quando atinjo a


maioridade, menores não são titulares destes. Ex: direito de voto, direito de livre escolha de
profissão, casamento

Restrições: há uma situação em que deveria estar abrangida por um DF, mas por algum
motivo deixa de estar. As situações acima não são situações de restrição, mas sim de
inaplicabilidade.
Há direitos de grupos de cidadãos mais frágeis como idosos ou cidadãos deficientes.
Estes cidadãos gozam de uma proteção acrescida. A existência destes direitos está relacionada
com a ideia de igualdade (não formal, mas material).
4ª característica dos DF: fundamentalidade
Os DF são importantes e imprescindíveis para garantirem/protegerem a dignidade da
pessoa humana num determinado tempo e lugar.

DIMENSÃO OBJETIVA DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS

Os direitos fundamentais têm uma dimensão objetiva e uma dimensão subjetiva.

O que faz a dimensão objetiva dos direitos fundamentais é alargar o efeito útil do
direito subjetivo. As maneiras que se alarga o efeito do direito subjetivo:

1) Garantias institucionais – impõe obrigações e deveres, obrigações ao estado e aos


demais poderes públicos e fazem se para garantia para a proteção de determinado bem
jurídico do direito fundamental, no fundo estas são deveres sem que exista correspondente
direito, situação relativamente atípica do quadro dos direitos fundamentais. Nestes casos o
que temos é uma norma ou um conjunto de normas que vão regular aspetos da sociedade,
aspetos esses conexos a um direito fundamental que visam proteger esse direito fundamental.
A CRP reconhece os fundamentais aspetos que já eram vistos como tal nas instituições,
exemplo filiação, liberdade contratual. Verifica-se então o reconhecimento de garantias que
já se conheciam antes que foram então tipificadas na CRP. No caso português temos a
garantia de setores, se formos ver o artigo 82º CRP ele garante a coexistência de setores, no
sentido de setores da atividade económica, tendo de estar sempre assegurado a existência
desses setores na economia, sendo este inovador. Existe assim anteriores, que já vem de trás e
inovadores. Estas garantias definem determinados aspetos fundamentais desse assunto e
deixam para o legislador ordinário a expansão desse assunto. Havendo outros exemplos, tal
como o artigo 22º CRP que diz que o estado é responsável pelos danos que provocar, não
tendo termos, que são depois definidos na legislação ordinária, a nível infraconstitucional,
temos então um direito subjetivo infraconstitucional. Normalmente, o legislador tem ampla
liberdade ao definir a forma em concreto que vai legislar, se a CRP definiu princípios
nucleares eles vinculam-nos ao legislador e este não pode pôr em causa o núcleo da garantia
institucional.

2) Eficácia externa e existência de um eventual dever de proteção dos direitos


fundamentais – o direito subjetivo fundamental tem a eficácia interna e a eficácia externa,
da ideia de eficácia externa decorre uma obrigação genérica de direitos fundamentais que
decorre à sociedade como um todo, uma das dimensões objetivas dos direitos fundamentais é
revelar os valores de uma determinada sociedade, sendo que vinculam toda a comunidade.
Temos de pensar na questão dos direitos fundamentais fora da relação indivíduo estado,
numa relação priva os particulares de invocar um direito fundamental. No fundo, o que se
trata nesta questão é levantar a questão de saber se os direitos fundamentais se são
diretamente aplicáveis aos setores públicos, se são também diretamente aplicáveis nas relações
entre privados, se são aplicadas nos mesmos termos para ambos.

A ideia que os Direitos Fundamentais condicionam todo o ordenamento jurídico,


uma ideia de eficácia irradiante dos direitos fundamentais, implica condicionar todos os
ramos do direito e também a própria organização do estado e o próprio sistema jurídico
como um dado e isto implica reconhecer que os poderes públicos não tem só um poder
individual de realizar a prestação que estão destinados, não se pensa que estado tem de fazer o
que o direito subjetivo obriga, mas que tem um dever de proteção geral dos direitos
fundamentais.

Na perspetiva tradicional dos direitos fundamentais, esta leitura não faz sentido, sendo
que os direitos são pensados contra o estado. Mas por um lado elas não estavam ligadas
diretamente à proteção específica do direito fundamental A ou B, mas geral, sendo que está
assim a exercer o direito de proteção de direitos fundamentais. Esta garantia de segurança era
uma função do Estado. Isto tudo mudou com o aparecimento dos direitos sociais passamos a
ter um Estado com direitos a prestações sociais o que implica que o Estado deixe de ser só
um Estado inimigo dos direitos fundamentais, dando prestações positivas, começando a
perspetivar o Estado como responsável pela garantia de direitos fundamentais. O que é
discutível é a extensão desse dever, o grau de intervenção do Estado, sobretudo no que diz
respeito à intervenção do estado nas relações entre particulares, qual é o grau ou dimensão
que o estado deve intervir e impor limites na relação entre os fundamentais. Limitar
comportamentos de particulares em prol dos direitos fundamentais enquadra-se neste dever
de proteção de direitos fundamentais. O Estado é responsável por qualquer violação de
direitos fundamentais que ocorra.

O Estado tem um dever de proteção efetiva, logo todo o sistema deverá estar
organizado para isso. O legislador tem que ter sempre uma liberdade de decisão no que diz
respeito aos direitos fundamentais. Além disso, a propósito dos direitos sociais tem
implicações para o Estado, despesa pública, não podemos levar tão longe esta proteção por
parte do estado devido ao ponto de vista económico. Os direitos fundamentais por vezes
colidem entre si, isto funciona como um limite do poder de intervenção nas relações entre
privados quando esse dever de proteção de direitos fundamentais poderá ser utilizado para
eliminar a favor de um direito fundamental, outro direito fundamental, não pode suceder.

3) Condicionam os mecanismos da sociedade e dos poderes públicos – alguns


direitos fundamentais para que sucedem pressupõe determinados mecanismos para o seu
exercício, portanto a dimensão objetiva do direito fundamental é obrigar a existência desse
mecanismo/processo. Por ex. caso do direito ao voto só sucede devido às eleições, só poderão
exercer o direito ao voto através desse mecanismo. Expropriação, por exemplo,
restringe/elimina direito fundamental, direito à propriedade, para que isso suceda tem de ser
proporcionadas garantias suficientes para que se coloque em causa direitos fundamentais.

A atividade do Estado não é diretamente vocacionada para os direitos fundamentais.


Só podemos efetivamente falar de um direito subjetivo numa dimensão objetiva se
estivermos a falar de uma prestação por parte do Estado que seja essencial de forma a garantir
um direito fundamental. Isto é excecionalmente, só neste caso em particular.

Em geral, apesar desta dimensão objetiva dos direitos fundamentais o que existe ale do
dever geral de proteção, condiciona e influencia o legislador ordinário, o legislador tem
ampla margem de conformação. Tem de haver margem de decisão para o legislador agir em
conformidade com os interesses sociais. A margem que o legislador tem para intervir é muito
menor nos direitos subjetivos.

4) Produção de efeitos da inconstitucionalidade – uma norma que viole um


direito fundamental é inconstitucional, tanto é inconstitucional uma norma que viole a
dimensão subjetiva como a objetiva, a declaração de inconstitucionalidade não depende da
dimensão subjetiva. Os direitos fundamentais têm também influência ou aquilo que se
chama o efeito interpretativo quando olhamos determinada norma infraconstitucional, temos
duas interpretações possíveis: 1) está a violar direitos fundamentais; 2) não está a violar
direitos fundamentais. Temos de interpretar como não está a violar direitos fundamentais.

5) Deveres fundamentais – serve para evitar uma tendência de absolutizar os direitos


fundamentais. A ideia é que não pudemos compreender o ser humano só como titular de
direitos fundamentais, mas também alguns deveres fundamentais. Não podemos limitar os
direitos fundamentais a prescrever direitos para os cidadãos e deveres para o Estado. Os
cidadãos têm também deveres. Os deveres fundamentais servem este propósito cívico de
avisar a comunidade que também existem deveres fundamentais.

Dois tipos:

1) autónomos – não surgem associados a nenhum direito fundamental em


particular, é o caso do dever fundamental de pagar impostos e do dever de defesa da pátria,
decorrem de uma ideia de comunidade política, não é possível pensar numa sociedade em
que não se cumpra esse dever para garantir a comunidade política. Tem também a
importante função de conferir ao legislador a credencial de restringir os direitos
fundamentais. Existe tanto o direito como o dever de participação na vida política,
equivalente à constitucionalização do cidadão exemplar, mostra-se um dever cívico, não de
um dever jurídico. O facto de existir um direito fundamental pressupõe o facto de não existir
exercício. A nossa CRP estabelece esta liberdade de não exercer o direito fundamental.
Entendemos que o ser humano faz sentido com direitos e deveres. Servem também os
deveres fundamentais para a interdependência social, para os direitos não entrarem em
colisão.

2) institucionais- referem-se às responsabilidades atribuídas a determinadas


instituições ou órgãos governamentais para garantir o funcionamento adequado do Estado e
a efetivação dos direitos fundamentais dos cidadãos. Esses deveres estão relacionados ao
exercício de funções públicas e ao respeito pelas regras e princípios que regem a democracia
e o Estado de Direito. Em resumo, os deveres institucionais são as obrigações das instituições
governamentais e públicas em promover o bem-estar da sociedade e proteger os direitos dos
cidadãos.

Diferença nos regimes entre os DF’s e os DESC

Critério da determinabilidade do conteúdo (o que diferencia um desc de um dlg)

Direitos Fundamentais (DFs): São direitos de natureza civil e política, como


liberdade de expressão, liberdade de religião, direito à vida, entre outros. Os DFs são
geralmente negativos, ou seja, exigem abstenção do Estado em interferir nesses direitos.

Direitos Econômicos, Sociais e Culturais (DESC): Envolvem direitos de


natureza social, econômica e cultural, como direito à saúde, educação, trabalho,
moradia, entre outros. Os DESC são geralmente positivos, demandando ações
afirmativas do Estado para garantir seu cumprimento.

​Direito à integridade física


- Direito essencialmente de conteúdo negativo, para proteger a minha integridade
física preciso que não a violem, uma abstenção generalizada de proteção da minha
integridade física, mas tem também uma dimensão positiva, através da dimensão objetiva
deste direito do dever de proteção que o estado tem em relação aos DF e exigível ao estado
que adote medidas no sentido de proteger a minha integridade física, ex. criminalizar
violações à integridade física e mais do que isso não basta a simples criminalização, que
podem ser exigidas ao abrigo do meu direito à integridade física, mesmo os DF que na
aparência são mais simples encerram uma medida de complexidade, não há DF que sejam
completamente negativos há sempre um dever de proteção pelo estado que podem ser
exigidas aos particulares.

Heterogeneidade do conteúdo

- Há diferentes conteúdos do DF no sentido de haver um conteúdo principal e um


conteúdo instrumental do DF
1. Faculdades ou poderes especificamente conferidos por aquele direito, norma que
consagra aquele direito.
2. Faculdades que estão ao serviço primeiro, são necessárias para a concretização do
conteúdo principal, o conteúdo principal por sua vez tem um núcleo essencial que é formado
dentro dos poderes ou faculdades conferidas por aquela norma, há algumas absolutamente
necessárias, as manifestações mais imediatas da dignidade da pessoa humana que aquele
direito visa proteger. E ainda dentro deste conteúdo essencial há as camadas envolventes, são
desenvolvimentos ligados ao núcleo essencial, mas mais indiretamente decorrentes da DPH,
o núcleo essencial tem um papel especial no que diz respeito aos poderes fundamentais, por
ser essencial aquele núcleo não pode ser tocado, nem através de lei restritiva nem nos casos
de estados de exceção.

Por vezes, no caso típico dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais (DESC), o
conteúdo principal do direito é definido pelo legislador ordinário e não está na constituição.
Nesse caso, como não está na constituição, não podemos falar em núcleo essencial, mas sim
em um conteúdo mínimo que deve ser consagrado. O legislador tem a obrigação de
cumpri-lo e concretizá-lo. É aquilo que distingue os DESC de DLG incluindo no que diz
respeito ao seu regime.
A distinção:
-Os DLG e os DESC, as categorias e distinções, que são as mais importantes para a
CRP.

Associar a cada uma delas um regime específico, apesar daquele regime geral que é
atribuído a todos os DF.

- A razão pela qual a CRP estabelece um regime específico para cada uma delas não é
por gostar mais de uns do que outros, nem porque uns sejam DF de primeira e outros de
segunda categoria, mas sim porque têm conteúdos diferentes.

Os DLG e os DESC apresentam diferenças ao nível do seu conteúdo. Além disso, o


Art.º 17 fala na existência do regime dos DLG e diz que ele se aplica também aos DF de
natureza análoga.

Ora, se nós temos que aplicar o regime dos DLG, não só aos DLG, mas àqueles que
têm natureza análoga, temos que saber qual é a natureza dos DLG para podermos aplicar aos
outros. Isto implica identificar características definidoras dos DLG:
· Ir ao catálogo de DLG e perceber se há algum fio condutor, características
dominantes: conteúdo essencialmente negativo, ex. propriedade privada e livre
iniciativa econômica. Porque o essencial do seu conteúdo se traduz num poder
negativo de repelir restrições. Dir-se-ia que os DLG se caracterizam por este
conteúdo negativo, e esta ideia seria reforçada se fôssemos aos DESC e
víssemos que a maioria dos direitos se caracteriza por pretensões positivas. Esta
lógica é tendencialmente correta, porque já vimos que, por força dos deveres
de proteção, até os DLG aplicam intenções positivas, mas estas não são o seu
conteúdo principal. Este conteúdo principal traduz-se nas faculdades
negativas. Nos DESC, o seu conteúdo essencial é o direito a uma prestação
positiva. As prestações positivas têm um custo, pode ser econômico, social ou
político, mas tem sempre um custo. Este critério, apesar de ser
tendencialmente correto, poderá não ser completamente rigoroso ou levar a
resultados ilógicos, como negarmos a proteção deste regime de DLG a
prestações positivas indispensáveis.

- Critério da determinabilidade do conteúdo:


No caso dos DLG, o seu conteúdo principal é essencialmente determinado pela
constituição, o que é mais fácil em direito de conteúdo negativo.

No caso dos DESC, o conteúdo principal não é determinado ao nível constitucional


e é definido no legislador ordinário, e é esta a razão pela qual uns e outros têm regimes
diferentes. Porque a determinabilidade significa que o conteúdo definido ao nível
constitucional é denso o suficiente para dele podermos retirar um direito autônomo e por
isso pode ser diretamente aplicado.

Esta aplicabilidade direta é uma das características do regime dos DLG. Então, se os
DLG são diretamente aplicáveis, não quer dizer que no caso dos DLG não haja intervenção
legislativa sobre eles, mas há para as circunstâncias em que podem ser exercidos para os
limitar, etc. Mas há pelo menos um conteúdo definido ao nível constitucional, e esse é
suficiente para que se possa aplicar diretamente, mesmo que não haja lei.

Por exemplo, no Art.º 31 conseguimos retirar um conteúdo útil. Nos DESC, as


prestações positivas são o seu conteúdo principal, ex. direito à saúde e educação. Obrigar o
estado a providenciar estes direitos às pessoas, o conteúdo definidor desse direito é uma
prestação positiva. Estas pressupõem a utilização de recursos que são escassos, recursos
limitados para procura ilimitada. Então, se estes são escassos, alguém tem de proceder à
aplicação desses recursos, tem de fazer opção no que diz respeito à utilização desses recursos
para concretizar os DESC.

Esta escolha tem de ter em conta todas as consequências, e quem pode fazer estas
escolhas não é o legislador constituinte, esta decisão tem de ser feita pelo legislador ordinário,
respeito pelo princípio democrático, quem elegemos para tomar estas opções por nosso
nome, por isso diz-se que os DESC são direitos sobre reserva do possível, porque são
concretizados se e quando na medida em que haja recursos para o efeito e, portanto, o
conteúdo principal destes direitos é definido pelo legislador. Estas opções implicam a
existência de políticas.

Isto não é o mesmo que dizer que pode não haver nada, dizer que o conteúdo
essencial dos DESC é determinado pelo legislador ordinário não é a mesma coisa que dizer
que ele pode dizer que o conteúdo essencial é zero, Professor Jorge Novais.
Os DLG têm um conteúdo determinável ao nível constitucional e, por isso, não
precisam da lei para se fazerem valer. A lei ajuda, mas mesmo que não haja lei, aquele direito
tem a possibilidade de ser aplicado diretamente (neste pressuposto assenta o seu regime). O
regime tem várias facetas: regime material e regime orgânico e formal, art.º 18 (requisitos
para a intervenção legislativa restritiva dos DF), Artº. 19 (os estados de exceção), Artº. 20/5
(tutela jurisdicional efetiva), Art º. 21 (direito de resistência), Artº. 165/1/b, Artº. 272/3,
Artº. 288.

O regime é aplicável por força do Art.º 17 aos DF de natureza análoga aos DLG.

Há dois requisitos para que se possa dizer que estamos perante uma DF análogo a um DLG:

- Tem de se tratar de um direito subjetivo referido diretamente à dignidade da pessoa


humana.
- O seu conteúdo tem de ser determinável ao nível constitucional (normas que
tenham natureza materialmente constitucional, pode não estar na constituição).

Dúvida: Quando encontramos um análogo, aplicamos o regime material e também o regime


orgânico ou formal? Por exemplo, norma do código civil, aplica-se o regime e tem de ser a
AR ou o GOV a mexer neste, há quem diga que não se aplica o regime no seu todo, mas sim
o regime material, como a possibilidade de restrição do Art.º 18.

O regime dos DLG


Art. 18 - nº1: A vinculação das entidades privadas é diferente da das entidades
públicas. Aplicabilidade direta e vinculação das entidades públicas traduz-se em dizer que as
normas que consagram Direitos, Liberdades e Garantias (DLG) são normas preceptivas e têm
um conteúdo exequível. Podemos aplicá-lo na ausência de lei ou contra a lei. Mesmo a
propósito das normas que sejam recetivas, mas não exequíveis (o conteúdo está definido, mas
pela natureza do direito ele não pode ser aplicado sem intervenção legislativa), a
aplicabilidade direta nestes casos significa que o legislador estava constitucionalmente
obrigado a tornar este conteúdo operacionalizado e não fez; temos uma
inconstitucionalidade por omissão.

Segundo aspeto é a vinculação de entidades públicas. Podemos pensar nos 3


conjuntos de entidades públicas: executivo, legislativo e judicial. Para o legislador, é no
sentido de densificar ou expandir o conteúdo para os tornar exequíveis, no espírito que a
constituição prevê para aquele direito. Em última análise, pode haver uma obrigação de
harmonizar os Direitos Fundamentais (DF) na medida em que 2 ou mais DOG estejam em
colisão, dever de proteção. Segundo poder judicial, tem essencialmente o papel de controlo
da conformidade da legislação, condutas de poderes públicos, da conformidade destas com os
direitos DLG, o papel de destaque vai para o TC e pode também ter um papel na
densificação e interpretação do próprio conteúdo.

Por último, temos a administração (entidades públicas no que se refere a AP). Esta
vinculação abrange as PCP, mas as pessoas coletivas de DP, através das quais atua a AP e
mais até os privados quando exercem poderes públicos, norma do CPA. A AP concretiza DF,
vincula-se a estes principalmente nas situações de discricionariedade administrativa; quanto
maior, maior é a vinculação aos DLG.

Art.º 18 - nº2: Mesmo que os DLG mais fortes possam ser alvo de restrições e não são
absolutos, na segunda parte do artigo, temos de ter atenção. Tem de existir uma credencial
constitucional; pode um artigo não dizer que o direito pode ser restringido, mas se isso
resultar de uma leitura conjugada dos artigos, ele pode ser algo de restrição. A restrição tem
de se limitar ao necessário para salvaguardar outros direitos ou interesses constitucionalmente
garantidos; isto vai de encontro ao princípio da proporcionalidade.

Temos de perceber se aquela restrição é admissível e se passa nos testes do princípio


da proporcionalidade (idoneidade, necessidade, proporcionalidade em sentido restrito).
Restringir um para salvaguardar outro, esta medida é idônea, mas será que não há outra
medida que cumpra melhor? E que restrinja menos o DLG em causa; no terceiro teste, o
legislador tem de colocar os prós e contras se a restrição não justifica o benefício que se
obtenha.

A lei que restringe tem de conferir um carácter geral e abstrato. Não pode ter efeito
retroativo, e não pode diminuir a extensão e o alcance que do conteúdo essencial dos
preceitos constitucionais. A lei restritiva está sujeita ao Art. nº 165/2/b.

Art.º 21: Um dos aspetos do regime de DLG é a autotutela. No direito geral, existe
uma proibição de autotutela, mas pela sua essencialidade o legislador constituinte estabelece
uma exceção neste ideal e permite aos DLG, que é o direito de resistência. Pode-se resistir,
mas este direito tem de ser medido.

Art.º 272 nº3 Art. 288: Limites materiais de revisão, não se pode diminuir em matéria
de DLG.

Art.º 19: A suspensão de direitos, coisa temporária por estar associada aos estados de
exceção. Ocorre um evento que perturba a normalidade da CBR perturba o pressuposto
essencial em que a vida assenta então no fundo nestes estados suspende-se parte da CIR para
repor a normalidade e depois voltasse a normalidade e volta a crescer e a vigorar em pleno.

Artigo nº 31 CRP
As prestações positivas são a base essencial, o conteúdo propriamente dito dos DESC.
Supõe a utilização de recursos, sendo estes escassos, alguém tem de fazer a escolha dos
mesmo para concretizar os mesmos

Estão concretizados na medida em que haja recursos para o efeito - não está na
constituição, é definido pelo legislador.
Artigo 18º - restrições impingidas por lei
artigo 19º - estados de exceção
artigo 20º 5- tutela júri efetiva
artigo 21º-
artigo 165 b- reserva relativa à ar

Para estar diante de um direito fundamental análogo ao da dignidade da pessoa humana,


existem essencialmente dois requisitos:

O direito subjetivo deve estar presente, ou seja, a pessoa deve ter um direito
legalmente reconhecido. Esse direito subjetivo deve estar diretamente relacionado à
dignidade da pessoa humana, ou seja, deve ter uma conexão intrínseca com a proteção e
promoção da dignidade humana.

Normas percetivas, mas não exequíveis.


Aplicabilidade direta- o legislador estava obrigado a tornar este conteúdo operacional
e não o fez - inconstitucionalidade por omissão

Vinculação da entidades públicas - principio da separação de poderes


O poder de legislador está intrinsecamente ligado à expansão do conteúdo dos
DLGS, de tornar o mesmo exequível nos termos que a própria CRP prevê, e de proteger os
mesmo por parte do legislador

O poder judicial tem o papel de conformidade dos poderes públicos na conformidade


deste com o regime de DLGS.

Administração Pública: Abrange as pessoas coletivas de direito privado das quais


abrange a administração e além disso os próprios privados que exercem poder públicos.

Artigo nº 18/2
Princípio da proporcionalidade
Os corolários do princípio da proporcionalidade em relação aos direitos fundamentais
descritos no artigo 18, nº 2 da Constituição da República Portuguesa incluem:

1º Necessidade: As restrições aos direitos fundamentais devem ser necessárias


para atingir um objetivo legítimo. Não devem ir além do estritamente necessário
para alcançar tal objetivo.
2º Adequação: Às restrições devem ser adequadas para alcançar o propósito
pretendido. Devem ser eficazes na consecução do objetivo sem serem excessivas.
3º Proporcionalidade em sentido estrito: A relação entre a restrição imposta
ao direito fundamental e o objetivo a ser alcançado deve ser equilibrada. A
restrição não deve ser desproporcional em relação à importância do interesse
público em jogo.
4º Menos restrição possível: Deve-se optar pela restrição menos gravosa aos
direitos fundamentais, desde que ainda seja eficaz para atingir o objetivo
pretendido.
5º Idoneidade: No contexto dos corolários do princípio da proporcionalidade
em relação aos direitos fundamentais, a idoneidade refere-se à capacidade da
medida restritiva ou intervenção do Estado em ser eficaz para atingir o objetivo
legítimo proposto. Em outras palavras, a idoneidade exige que a medida seja
apropriada e capaz de alcançar o resultado desejado sem ser excessiva ou
desnecessária. A idoneidade está relacionada à eficácia da ação do Estado em
relação aos direitos fundamentais, garantindo que as restrições sejam realmente
efetivas na consecução dos objetivos pretendidos, sem ultrapassar os limites
necessários.

Artigo nº 21- Autotutela


Estabelece o direito de resistência dos cidadãos contra qualquer ordem que viole os
direitos, liberdades e garantias consagrados na Constituição, bem como contra a violação dos
princípios do Estado de direito democrático. Este artigo reconhece o direito dos cidadãos de
se oporem a atos que atentem contra a Constituição e os valores democráticos, permitindo a
resistência pacífica como forma de proteger os direitos fundamentais.

A importância dos direitos fundamentais, no contexto do Artigo 21 e em geral, é


crucial para garantir a proteção dos cidadãos contra possíveis abusos de poder por parte do
Estado ou de outros indivíduos. Os direitos fundamentais são essenciais para assegurar a
dignidade, liberdade e igualdade de todos os cidadãos, bem como para manter o Estado de
direito e a democracia. Eles servem como baluartes contra a tirania, garantindo que os
indivíduos tenham meios legais para se oporem a qualquer ação que viole seus direitos e a
estrutura democrática da sociedade.

Artigo nº 288 alínea d


Estabelece que em matéria de direitos, liberdades e garantias, não se pode diminuir o
que pode ser potencialmente problemático, assegurando a proteção e preservação desses
direitos fundamentais.
Artigo nº 19-
Aborda a suspensão do exercício de direitos durante situações extraordinárias, como
estados de emergência. Nesses casos, não se trata apenas de restrição, mas sim da suspensão
temporária desses direitos, a fim de manter a ordem jurídica até que a situação de emergência
seja superada.

Essa suspensão cria um vazio temporário, possibilitando que a Administração Pública


intervenha de forma eficaz para lidar com a emergência, preservando a segurança e a ordem
pública. É importante que a suspensão seja proporcional, temporária e respeite os princípios
democráticos e os direitos fundamentais dos cidadãos.

Resumindo:

Os DESC baseiam-se em prestações positivas, que representam o conteúdo essencial


desses direitos. A realização dessas prestações exige recursos, que são escassos, e requer
escolhas para sua concretização.

Os DESC são concretizados na medida em que recursos estão disponíveis, mas isso
não está especificado na Constituição, sendo definido pelo legislador. Tanto os DFs quanto
os DESC têm seus conteúdos determinados constitucionalmente, não necessitando de
legislação adicional para sua validade.

O poder do legislador está intrinsecamente ligado à ampliação do conteúdo dos DFs,


tornando-os executáveis conforme previsto na Constituição, e protegendo-os por meio da
legislação.

O poder judiciário desempenha o papel de garantir a conformidade dos poderes


públicos com os direitos fundamentais.

A Administração Pública (AP) abrange entidades públicas e privadas que exercem


funções públicas, sendo essencial a conformidade destas com os direitos fundamentais.

Princípios como o da proporcionalidade (Artigo 18/2), autotutela (Art.º 21), e o


direito à resistência (Art.º 21) são fundamentais para garantir a proteção e aplicação dos
direitos fundamentais.

A suspensão do exercício de direitos (Artigo 19) durante situações de emergência não


implica restrições, mas sim uma suspensão temporária para manter a ordem jurídica até que a
situação seja normalizada.

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