Você está na página 1de 4

alfaconcursos.com.

br

SUMÁRIO
TEORIA GERAL DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS ................................................................................................ 2
TITULARES DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS .................................................................................................. 2
EFICÁCIA HORIZONTAL E VERTICAL DAS NORMAS........................................................................................ 3
APLICABILIDADE (EFICÁCIA) PLENA, CONTIDA E LIMITADA .......................................................................... 4

MUDE SUA VIDA!


1
alfaconcursos.com.br

TEORIA GERAL DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS


TITULARES DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS
Conclui-se, portanto, que os direitos fundamentais lavrados na Constituição Federal de
1988 conferem direitos e deveres, tanto a pessoa física, brasileiros e estrangeiros , no que
couber, quanto jurídica. A pessoa jurídica, por exemplo, tem o direito à imagem, e,
consequentemente, qualquer ofensa a essa imagem merece a devida proteção, pautada nos
danos extrapatrimoniais e voltada para o amparo de toda a sociedade.
Conceito e natureza dos direitos fundamentais
Conceito de direitos fundamentais: prerrogativas, faculdades e instituições
reconhecidos e positivados no direito constitucional de determinado Estado, em geral
atribuídos à pessoa humana. (Ingo Sarlet Wolfgang)
A natureza fundamental dos direitos constitucionais pode ter um sentido:
1. O sentido formal está relacionado à sua positivação na ordem constitucional e seu
sistema de aplicação (imediata) e proteção (em nosso caso, por ex., cláusula pétrea,
intervenção federal).
2. O sentido material se relaciona ao conteúdo do direito, e sua importância reconhecida
pelo constituinte tenham ou não assento formal na CF.
Breve Evolução Histórica em nosso constitucionalismo no Brasil: Constituição de 1824,
1891,1934,1937,1946,1967, ato institucional Emenda nº 01/1969,1988.
As Constituições são construídas pela geração de direitos:
1-O 1ª Geração/Dimensão de Direitos Fundamentais - liberdade - Relacionado à afirmação do
Estado liberal, direitos civis, liberdades, direitos de defesa. Ex.: direito à vida, à liberdade, à
vedação à prisão arbitrária, à propriedade, à manifestação, à expressão, à reunião, à
associação, ao voto, ao devido processo legal, à igualdade perante a lei (igualdade formal). O
Estado tem uma posição negativa na prestação desses direitos em relação aos cidadãos.
2-O 2ª Geração/Dimensão de Direitos Fundamentais - igualdade - Surge no início do Século
XX, com a Constituição Mexicana de 1917, a Constituição de Weimar de 1919. Relacionado ao
estado de bem-estar social. São os direitos sociais, econômicos e culturais (ideia de igualdade
material). Função positiva do Estado.
3-O 3ª Geração de Direitos Fundamentais - fraternidade ou solidariedade - constituições
concebidas após as Grandes Guerras, direitos de titularidade difusa. Ex.: o direito à paz, ao
meio ambiente, ao desenvolvimento, à conservação do patrimônio cultural e do patrimônio
público.
Historicidade
Nas palavras de José Afonso da Silva, os direitos fundamentais “são históricos como
qualquer direito. Nascem, modificam-se e desaparecem”. Em outras palavras, esses direitos
são ditos fundamentais quando são essenciais para uma vida digna. É por essa
característica que o interesse em conhecer esses direitos tem aumentado.
Inalienabilidade
Os direitos fundamentais não possuem viés econômico-patrimonial. Em outras
palavras, eles não podem ser alienados, nem transferidos, nem negociados ou vendidos.

MUDE SUA VIDA!


2
alfaconcursos.com.br

Imprescritibilidade
Não há que se falar em prescrição dos direitos fundamentais. Isso se dá porque a
prescrição é um instituto jurídico que somente atinge a exigibilidade dos direitos de
caráter patrimonial. Como vimos acima, estamos tratando de direitos sem viés
econômico-patrimonial, e por serem sempre exigíveis, não prescrevem.
Irrenunciabilidade
Pode um cidadão, titular de um direito, que é de todos, deixar de exercê-lo. Mas não
pode, apesar de ser detentor do direito, renunciá-lo.
Relatividade/limitabilidade
Podemos dizer que nenhum direito fundamental é absoluto. Há necessidade de
conciliação, ponderação ou concordância prática entre os direitos fundamentais envolvidos,
no caso concreto, à luz da proporcionalidade e da cedência recíproca.
Critério/Princípio da proporcionalidade - adequação, necessidade e proporcionalidade
em sentido estrito. A proporcionalidade veda a restrição excessiva ao direito e a proteção
insuficiente do direito fundamental.
Personalidade
Os direitos fundamentais são personalíssimos. Apesar disso, é possível que um
direito fundamental de uma pessoa seja oriundo do de outra pessoa, como no caso de herança.

EFICÁCIA HORIZONTAL E VERTICAL DAS NORMAS


Da eficácia horizontal dos direitos fundamentais
Pela eficácia horizontal dos Direitos Fundamentais, as relações privadas também devem
ser limitadas pelos Direitos Fundamentais, como, por exemplo, o associado de um clube que
não poderá ser explorado pelos outros sócios sem antes ter a oportunidade de exercer a
ampla defesa e contraditória.
A eficácia horizontal dos Direitos Fundamentais é consagrada na doutrina por duas
teorias distintas, a Teoria da Eficácia Direta ou Imediata que foi criada por Robert Alexi, e a
Teoria da Eficácia Direta ou Mediata.
A Teoria da Eficácia Direta ou Imediata defende que os Direitos Fundamentais se
aplicam obrigatória e diretamente com validade absoluta nas relações entre particulares,
podendo os indivíduos, sem necessidade de mediação legislativa do Estado, fazê-los valer
contra atos de outros indivíduos ou pessoas jurídicas, ou seja, não exigem pontos de
infiltração, como as cláusulas gerais. Nada impede essa aplicação direta, a qual pode tem como
fundamento o artigo 5º, § 1º, da Constituição Federal.
A Teoria da Eficácia Indireta ou Mediata, diz que primeiramente, os Direitos
Fundamentais são direitos de defesa da liberdade contra o Estado e não vinculam os
particulares de modo imediato e absoluto. Assim, os Direitos Fundamentais seriam aplicados
às relações interprivadas se houver lei regulamentando o direito, pois do contrário, haveria
violação à autonomia da vontade
Da eficácia vertical dos direitos fundamentais
Os Direitos Fundamentais têm eficácia vertical a eficácia vertical é a observância dos
Direitos Fundamentais nas relações entre o Estado e o particular. Como a relação entre os
particulares e os Poderes Públicos é de subordinação e não de coordenação, essa eficácia dos
direitos fundamentais ficou conhecida como eficácia vertical. Essa é a eficácia clássica dos
direitos fundamentais, quando surgiram, tinham apenas eficácia vertical.

MUDE SUA VIDA!


3
alfaconcursos.com.br

APLICABILIDADE (EFICÁCIA) PLENA, CONTIDA E LIMITADA


DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS DE EFICÁCIA PLENA
As normas constitucionais de eficácia plena, são aquelas que são imediatamente
aplicáveis, ou seja, não dependem de uma normatividade futura que venha regulamentá-la,
atribuindo-lhe eficácia.
DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS DE EFICÁCIA CONTIDA
Por outro lado, as normas constitucionais de eficácia contida são aquelas que, nada
obstante produzam seus efeitos desde logo, independentemente de regulamentação, podem,
por expressa disposição constitucional, ter sua eficácia restringida por outras normas,
constitucionais ou infraconstitucionais.
DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS DE EFICÁCIA LIMITADA
Finalmente, cumpre-nos tratar das características das normas constitucionais de eficácia
limitada. As normas constitucionais de eficácia limitada são aquelas que dependem de uma
regulamentação e integração por meio de normas infraconstitucionais. Observem que as
referidas normas têm, ao menos, eficácia jurídica imediata, direta e vinculante já que: a)
estabelecem um dever para o legislador ordinário; b) condicionam a legislação futura, com a
consequência de serem inconstitucionais as leis ou atos que as ferirem; c) informam a concepção
do Estado e da sociedade e inspiram sua ordenação jurídica, mediante a atribuição de fins
sociais, proteção dos valores da justiça social e revelação dos componentes do bem comum; d)
constituem sentido teleológico para a interpretação, integração e aplicação das normas
jurídicas; e) condicionam a atividade discricionária da Administração e do Judiciário; f) criam
situações jurídicas subjetivas, de vantagem ou desvantagem. Essas normas constitucionais não
têm a eficácia tão limitada como se pode pensar.
E, essas normas constitucionais de eficácia limitada, são dividas pela doutrina em: (i)
normas constitucionais de princípio institutivo (ou organizativo) e (ii) normas de princípio
programático.
As normas constitucionais de princípio institutivo ou organizativo, contém apenas
comandos de estruturação geral da instituição de determinado órgão, entidade ou instituição,
de forma que a efetiva criação, organização ou estruturação, por expressa disposição
constitucional, deve ser feita por normas infraconstitucionais. Mencionamos, ademais, outros
exemplos de normas constitucionais de eficácia limitada de princípio institutivo: art. 33, art.
90, § 2º, art. 109, inciso VI, etc., todos da Constituição Federal.
Já as normas constitucionais de eficácia limitada de princípio programático, são aquelas
que estabelecem programas a serem implementados pelo Estado, objetivando a realização de
fins sociais, como o direito à saúde, educação, cultura, etc. Outros exemplos de norma
constitucional de eficácia limitada programática são encontrados nos seguintes artigos da
Carta da República: art. 6º, art. 205, art. 227, etc.

MUDE SUA VIDA!


4

Você também pode gostar