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MATERIAIS
Quando falamos em direito constitucional material são aquelas normas cujo conteúdo normativo, substância,
essência, é naturalmente constitucional. São aquelas normas jurídicas que em decorrência da sua importância para
o Estado, naquele momento, precisam ser previstas na Constituição.
O artigo 16 da Declaração dos Direitos Universais e Direito dos Homens dispõe que o país que não disciplina os
direitos humanos e exercícios do poder se tornam inconstitucionais. Está falando este diploma das normas
materialmente constitucionais, sem as quais não podemos falar que existe uma Constituição. São as axiologicamente
mais importantes do estado no devido momento histórico, disciplinando o modo de ser do estado, sobre os direitos
do cidadão, quem exerce poder, como se exerce o poder, quais são os limites do poder, quais são as fronteiras do
direito constitucional.
Essas normas podem ser pela sua própria natureza explicitas ou implícitas no texto constitucional. O principio da
razoabilidade, da proporcionalidade são normas materialmente constitucionais. Não se supõe que o ordenamento
constitucional contemporâneo cogite de situações desarrazoadas ou desproporcionais. E mesmo assim elas não são
normas explícitas da constituição. Um caso de norma que hoje é explicita, mas que um dia já foi implícita é a norma
da moralidade. O mesmo acontece com o devido processo legal, inovado na CF de 88, mas que anteriormente já
vinha sido doutrinariamente tratando no mesmo sentido.
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FORMAIS
O direito constitucional formal são aquelas normas que assumem à forma constitucional. São
aquelas que são formalizadas na Constituição, independentemente do seu conteúdo ou substância.
São normas que tem forma constitucional. É aquele conjunto de normas constantes de um
documento solene que experimentou um processo específico, qualificado, para sua elaboração.
Ainda, exige um equivalente processo qualificado para sua modificação. Essas normas, muito
embora não trate dos temas valorativamente mais importantes (garantias fundamentais, direitos
humanos), mas estão formalmente consignados na constituição. Por isso também são unicamente
explícitas. Um exemplo seria sobre o que diz respeito art. 244, § 2, sobre o Colégio Dom Pedro II,
que seria mantido pela ordem federal. Essa norma só é constitucional por estar escrita nela, caso
contrário não o seria, pois é perfeitamente passível de ser legislada em caráter infraconstitucional.
Isso também revela que existem normas que são hierarquicamente constitucional, mas que não
são materialmente constitucionais, e que não dizem respeito a temas de direito constitucional.
Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a
proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição. (Redação dada pela EC n. 90/2015)
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social:
I – relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem justa causa, nos termos de lei complementar, que preverá indenização
compensatória, dentre outros direitos;
A primeira classificação sobre o tema foi proposta por José Afonso da Silva em 1967 e é a mais adotada até os dias de hoje. A maioria
dos dispositivos constitucionais consagra normas de eficácia plena. Possuem aplicabilidade direta e imediata por não dependerem
de legislação posterior para sua inteira operatividade, estando aptas a produzir desde a sua entrada em vigor, seus efeitos essenciais
(eficácia positiva e negativa). Sua classificação divide as normas constitucionais em normas de eficácia plena, eficácia contida, e
eficácia limitada.
NORMAS DE EFICÁCIA PLENA
Por terem aplicabilidade integral, não podem sofrer restrições infraconstitucionais, embora admitam regulamentação. Ex.
Pertencem a essa categoria em geral:
E todas as leis que não indiquem processos especiais para sua execução, ou que já se encontrem suficientemente explicitadas na definição
dos interesses nela resguardados.
CLASSIFICAÇÃO DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS
CLASSIFICAÇÃO DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS SEGUNDO JOSÉ AFONSO DA
SILVA
José Afonso da Silva também dividiu as normas de eficácia limitada em outras duas
classificações, as normas programáticas e as normas institutivas.
NORMAS PROGRAMÁTICAS
Como deixa claro o seu nome, as normas programáticas são aquelas que estabelecem programas e diretrizes
que o legislador deve seguir e implementar. Logo, elas são como um caminho a ser seguido para que a vontade
do Constituinte seja obedecida. A propósito, é por conta destes programas estatuídos na Constituição que
podemos classificá-la como dirigente. Pode-se dizer que elas estabelecem como deve ser a atuação estatal para
que determinado resultado seja alcançado, ou seja, são metas a serem cumpridas.
A Constituição Federal traz diversas normas programáticas em seu bojo. Para exemplificarmos, citamos o artigo
205:
Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a
colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da
cidadania e sua qualificação para o trabalho.
CLASSIFICAÇÃO DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS
CLASSIFICAÇÃO DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS SEGUNDO JOSÉ AFONSO DA SILVA
Art. 102. [...] § 1.º A arguição de descumprimento de preceito fundamental, decorrente desta Constituição, será
apreciada pelo Supremo Tribunal Federal, na forma da lei.
As normas institutivas podem ser impositivas, hipótese na qual o legislador fica obrigado a elaborar a lei
regulamentadora, ou facultativa, quando não o vincula. Um exemplo de norma institutiva facultativa é a prevista no
§3° do artigo 125 da Constituição Federal, que estabelece:
Art. 125. Os Estados organizarão sua Justiça, observados os princípios estabelecidos nesta Constituição. [...]
§ 3º A lei estadual poderá criar, mediante proposta do Tribunal de Justiça, a Justiça Militar estadual, constituída, em
primeiro grau, pelos juízes de direito e pelos Conselhos de Justiça e, em segundo grau, pelo próprio Tribunal de
Justiça, ou por Tribunal de Justiça Militar nos Estados em que o efetivo militar seja superior a vinte mil integrantes.