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Edson Júnior
Direito Constitucional
Abril de 2024
Economia Política
Abril de 2024
Índice
Introdução
O presente trabalho com o tema de inconstitucionalidade e garantia da Constituição As normas
assim surgidas, normas constitucionais ou que o pretendem ser, por contrariarem as normas
constitucionais a que estão sujeitas, não devem subsistir, sob pena de, no limite, se produzir
transição constitucional. E é possível mesmo configurar inconstitucionalidade de normas
constitucionais no momento anterior de exercício do poder constituinte originário.
A CRP rege os comportamentos dos órgãos do poder que se movam no âmbito do Direito Interno
e, por conseguinte, todos os seus actos, quanto a todos os seus pressupostos, elementos, ou
requisitos, têm de ser conformes com ela. Aí se incluem actos de direito interno que
correspondam a fases do processo de vinculação internacional do Estado, os quais podem, pois,
ser inconstitucionais ou não. Ao invés, os actos que decorram na órbita do Direito Internacional
não são, enquanto tais, susceptíveis de inconstitucionalidade.
1.1. Objectivos
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Explorar as relações entre os comportamentos dos órgãos do poder político e as normas
constitucionais.
Limitados assim esses termos, resta ainda um último elemento essencial à definição de
inconstitucionalidade, sem o qual não é possível a construção do seu conceito jurídico: enquanto
a actualização da constitucionalidade em potência, oposta ao valor actualizado contrário à
Constituição, não for exigível, presentemente, do legislador, a inconstitucionalidade não é
relevante para o Direito.
Porque o órgão que elabora e decreta a Constituição formal tem de se considerar solidário da
ideia de Direito afirmada pelo poder constituinte material, seja através de revolução, seja através
de transição, nada impede que se suscite então um problema de conformidade. Mas parece
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extremamente difícil conferir-lhe tradução prática, por causa dos circunstancialismos históricos
envolventes que mal se compadecem com parâmetros de qualidade.
Questão bem diversa vem a ser a da constitucionalidade no âmbito da Constituição Formal, visto
que as normas que aí se ponham em encontro provêm de um mesmo e único poder. Não
ignoramos, no entanto, uma significativa corrente doutrinal que a aceita. Jorge Miranda perfilha
uma «axiologia transpositiva que não está na disponibilidade do positivo constitucional ou de
que não é titular sem limites o poder constituinte.» e, por conseguinte, temos afirmado a
existências de limites transcendentes que Inconstitucionalidade e Garantia da Constituição.
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relações jurídico -privadas, seja em relações jurídico-públicas, inclusive no exercício de
direitos políticos como o de sufrágio ou de associação em partidos políticos.
e. Um comportamento tanto positivo, uma acção, como negativo, uma omissão; tanto um
acto que é praticado quando não devia ser praticado, ou que é praticado contra uma
norma constitucional, como uma abstenção, ou inércia do poder político quando uma
norma constitucional mandava agi r e que por isso, é valorada negativamente.
g. Um comportamento, seja qual for o seu conteúdo, normativo ou não normativo, geral ou
individual, abstrato ou concreto. A CRP diz que a validade das leis e dos demais actos do
Estado, das Regiões Autónomas e do poder local depende da sua conformidade com a
Constituição, abrangendo aí quaisquer espécies de actos. Todavia, ao definir quer a
inconstitucionalidade por acção, quer a inconstitucionalidade por omissão, só alude a
normas. Significa apenas isto que o regime específico de fiscalização que estrutura,
através dos Tribunais em geral e do Tribunal Constitucional, está predisposto para tais
actos e omissões, sem que isso impeça a existência de outros regimes para outras
categorias de comportamentos. g comportamento de Direito Interno, mas apenas qualquer
norma de Direito e somente quando aplicável na ordem interna.
O que não poderá haver será inconstitucionalidade: seria incongruente invocar a própria
constituição para justificar a desobediência ou a insurreição contra as suas normas.
Inconstitucionalidade envolve um juízo de valor a partir dos critérios constitucionais, sejam estes
quais forem. Se os critérios constitucionais englobarem, como é desejável que englobem, valores
de justiça, liberdade, solidariedade, dignidade da pessoa humana, também a
inconstitucionalidade terá de ser aferida à face destes princípios e valores. Ainda que aceitemos
que em toda e qualquer ordem jurídica se encontram aqueles valores, nem sempre eles alcançam
força suficiente para conformarem a Constituição e, portanto, para determinarem
constitucionalidade ou inconstitucionalidade dos actos jurídico-públicos.
3. Pode falar-se também em legalidade como conformidade com a lei ordinária, ao passo
que a constitucionalidade é a conformidade com a Constituição; ou negativamente, em
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ilegalidade e em inconstitucionalidade. Inconstitucionalidade e ilegalidade são ambas
violações de normas jurídicas por actos do poder. Verificam-se sempre que o poder
infringe a Constituição, a lei ou qualquer outro preceito que ele próprio e a necessidade
ficam adstritas. Não divergem de natureza pela qualidade dos preceitos ofendidos, ali
formalmente constitucionais, aqui contidos em lei ordinária ou nesta fundados. A
distinção radica na norma que disciplina o acto que se trate, fixando-lhe pressupostos,
elementos, requisitos.
Estatuto definidor da vida pública, o ordenamento estadual vai entroncar nas suas regras e
princípios; e, assim como as leis anteriores recebem da Constituição a possibilidade de subsistir,
os actos posteriores não podem, direta ou indiretamente, opor-se aos seus comandos. O nosso
sistema jurídico não está organizado de forma circular, com a CRP no centro e todos os actos
amarrados a ela, a igual distância.
Domina, antes, como bem se sabe, uma estrutura hierarquizada, em que cada acto jurídico
público tem de assentar, formal e materialmente, num preceito determinado, que, por seu turno,
se funda noutro de grau superior. O Problema complica-se em alguns casos, por exemplo,
quando a CRP prescreve a subordinação de um acto a norma infraconstitucional e quando,
portanto, uma infração desta norma vem a redundar em violação da Constituição.
As leis de autorização legislativa e as leis de bases são leis reforçadas frente aos respetivos
decretos-leis. Não são as únicas. Outras há que, similarmente, desempenham uma função
específica no ordenamento, uma função conformadora, de impulsão, de habilitação ou de
garantia, que acarreta um valor reforçado. Reiteramos a opinião que há muito sustentamos de que
se trata de um problema de ilegalidade e não de inconstitucionalidade. E isso não somente por
virtude de uma determinada visão do sistema de normas e actos como ainda por virtude do
próprio teor do fenómeno.
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3.1.1. Inconstitucionalidade e Hierarquia
Segundo MACEDO, (2005) diz que:o que deva entender-se por hierarquia constitui dificuldade
grave. Se a doutrina dominante admite, pelo menos, a necessidade de hierarquizar os actos
normativos, muito continua a discutir-se acerca do correto significado que possui. A supremacia
da CRP decorre da sua função no ordenamento e os actos que lhe ficam imediatamente abaixo
não deixam de ter força superior aos que por ela não são regulados.
Tal como as normas sobre produção jurídica hão de prevalecer sobre as normas de produção
jurídica ou os actos normativos sobre os actos concretos e individuais que regem, as leis sobre
regulamentos e os actos jurisdicionais, ou aos actos de função política sobre os actos da função
administrativa. E, aceite o primado do Direito Internacional, também os actos internacionais têm
preferência sobre os actos de Direito Interno. formais quanto em juízos valorativos, procurando
soluções constitucionalmente concretas, descendo ao fundo das coisas e não se contentando com
quaisquer aparências. Nunca estará em causa apreciar a oportunidade política desta ou daquela
lei ou a sua maior ou menor bondade para o interesse público.
Não se trata de uma relação de mero carácter lógico ou intelectivo. É essencialmente uma relação
de carácter normativo e valorativo, embora implique sempre um momento de conhecimento.
Uma fórmula como esta oferecer-se-ia, porém, demasiado ampla, por abarcar, tanto ações como
omissões dos órgãos do poder político quanto ações e omissões dos particulares e por envolver,
em consequência, regimes jurídicos muito diversos. Naturalmente, aqui é apenas relevante o não
cumprimento de normas constitucionais pelo Estado, tal como só pode ser operativo um conceito
conexo com um regime próprio de Estado de Direito constitucional.
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3.2. Análise do Fenómeno
a) Um comportamento tanto positivo, uma acção, como negativo, uma omissão; tanto um
acto que é praticado quando não devia ser praticado, ou que é praticado contra uma
norma constitucional, como uma abstenção, ou inércia do poder político quando uma
norma constitucional mandava agi r e que por isso, é valorada negativamente.
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Inconstitucionalidade envolve desconformidade ou não conformidade, mas é indispensável
discernir, mormente no domínio da inconstitucionalidade material diferentes modos e graus em
razão da diversidade de normas constitucionais e das relações entre elas e os comportamentos
dos órgãos do poder. Uma relação de desconformidade, que acarreta, quanto aos actos e às
normas de Direito Interno Inconstitucionais, invalidade e, quanto às normas de Direito
Internacional recebidas na Ordem Interna, Invalidade.
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4.1.1. Conclusão
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Referência Bibliográficas
LOCKE, J. Dois Tratados Sobre o Garantia. Tradução de Júlio Fischer. São Paulo:
Martins Fontes, 1998.
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