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Direito Constitucional I

Vicissitudes Constitucionais

Discente:
Gabriela Gonçalves Pinto.

Ano/Turma/Sala: 1̊ ano, A, 7B2

Docentes:
Prof. Doutor Mateus Saize;
Dr. João Chicote.

Maputo, aos 17 de Março de 2024


Índice
Introdução....................................................................................1
Conceito de Vicissitudes..............................................................1
Modalidades e tipos de Vicissitudes Constitucionais..................2
Conclusão.....................................................................................5
Referências Bibliograficas...........................................................6
Introdução
Após uma inicial manifestação do poder constituinte, as Constituições não são imutáveis e
sofrem vicissitudes, de várias origens, que se projetam sobre a Ordem Constitucional que elas
consubstanciam.
As vicissitudes constitucionais assim, produzem efeitos sobre a Ordem Constitucional,
enquadrando-se de duas maneiras: como a modificação da Constituição e como a cessação da
Constituição.

Vicissitudes Constitucionais
As vicissitudes constitucionais definem-se por eventos ou factos que ao surgirem projetam-se
tanto sobre a estabilidade ou a mutabilidade da Ordem Constitucional, bem como a
permanência ou alteração das normas e princípios que a integram.
Apesar da diferença entre as vicissitudes constitucionais, estas podem sobrepor-se aos
momentos de manifestação de poder constituinte, podendo haver casos que coincidam.

Modalidades e Tipos de Vicissitudes Constitucionais


Com a explicação acima, podemos nos integrar com o conceito de vicissitudes
constitucionais.
Para melhor compreensão das vicissitudes constitucionais é necessário a apresentação das
diversas categorias que explicitam a concretização dos efeitos inerentes a cada uma delas.
Para isso, é de esquematizar tais categorias em razão da aplicação de cinco grandes critérios
que permitem recorta-las entre si:
- o critério da direcionalidade dos efeitos: efeitos intencionalmente ou espontaneamente
produzidos;
- o critério da duração dos efeitos: efeitos permanentes ou efeitos temporários;
- o critério do alcance dos efeitos: efeitos normativos ou efeitos concretos;
- o critério da projeção sobre a identidade constitucional material: efeitos que
conservam ou aniquilam a identidade constitucional material;
- o critério da conformidade constitucional formal dos efeitos: efeitos formalmente
constitucionais e efeitos formalmente desconformes à Ordem Constitucional.

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Vicissitudes Constitucionais

Derrogação Constitucional

Derrogação, auto ruptura ou ruptura material constitucional é a contradição ou o


enviesamento de princípios fundamentais da Ordem Constitucional, numa aplicação concreta
e, por vezes, individual, de natureza definitiva, aprovada por acto jurídico-público. Assim,
para que haja derrogação tem de se manifestar intenção ou finalidade de substituir, suprimir
ou aditar normas formalmente constitucionais, embora sempre no respeito dos princípios.

A derrogação é a violação, a título excecional, de uma prescrição legal — constitucional para


um ou vários casos concretos, quando tal é permitido por uma lei constitucional ou resulta do
processo prescrito para as variações da Constituição; é a modificação da Constituição levada
a cabo por meio de processo de revisão que se traduz na exceção a um princípio
constitucional ou na regulamentação de um caso concreto, «en vue d’un cas donné».

Costume Constitucional
A produção espontânea de efeitos constitucionais normativos, que afectam a Ordem
Constitucional nalgumas das suas normas.
Quando se estipula que o poder é exercido nos termos da Constituição, tem de se entender
que Constituição abrange, em primeiro lugar, a Constituição formal escrita e, em segundo
lugar, as normas consuetudinárias que, de diversos modos, a venham completar. A
Constituição é tudo e é essa Constituição que os órgãos do poder têm de acatar.

Revolução Constitucional
A adopção de uma nova Ordem Constitucional global, contra a Ordem Constitucional
anterior, violando-a e substituindo-a, tal vontade se manifestando por diversos modos,
imediatamente e logo depois, através de actos constituintes.
A revolução não é triunfo da violência; é o triunfo de um Direito diferente ou de um diverso
fundamento de validade do sistema jurídico positivo do Estado. É anticonstitucional por
oposição à anterior Constituição.

A quebra do ordenamento em vigor só se torna possível pela presença de valores, princípios e
critérios que, afetando os até então reinantes, vêm, do mesmo passo, carregar de legitimidade
o facto ou ato revolucionário e desencadear efeitos normativos múltiplos, extensos e
suscetíveis de, por seu turno, adquirirem uma dinâmica própria. Tais valores podem não ser
suficientemente valiosos no plano do Direito natural e a legitimidade que inspiram pode
revelar-se precária; no entanto, são eles, e só eles, que justificam a viragem política e
institucional e que imprimem um cunho próprio à Constituição a redigir de seguida.

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Ruptura constitucional não revolucionária
O aparecimento de normas e de princípios constitucionais, com violação da Ordem
Constitucional, mas que ganha efectividade, mela se incorporando, em qualquer caso sem
nunca se ferir o seu núcleo identitário material;

Transição constitucional
A criação de uma nova Ordem Constitucional, materialmente diversa da anterior, mas
utilizando os formalismos que esta previa para a revisão constitucional, embora o resultado
seja muito mais do que isso, ao implicar a instauração de uma nova Ordem Constitucional.

Na transição ocorre sempre um dualismo. Pelo menos, enquanto se prepara a nova


Constituição formal, subsiste a anterior, a termo resolutivo; O processo de transição é, na
maior parte das vezes, insuscetível de configuração a priori, dependente das conjunturas
históricas.

Excepção Constitucional
A alteração temporária da Ordem Constitucional, nos seus aspectos fundamentais, com vista
à preservação, in extremis, dessa mesma Ordem Constitucional, em atenção a um padrão de
normalidade constitucional que se pretende rapidamente recuperar;

Caducidade constitucional
A extinção das normas constitucionais pré-existentes, por acção de circunstâncias ou nos
termos anteriormente previstos.

Interpretação Constitucional

A interpretação constitucional tem de ter em conta condicionalismos e finspolíticos


inelutáveis e irredutíveis, mas não pode visar outra coisa que não sejam as normas jurídicas
que lhes correspondem. Tem de olhar para a realidade constitucional,mas tem de a saber
tomar como sujeita ao influxo das normas e não como merarealidade de facto. Tem de estar
atenta aos valores sem dissolver a lei constitucional no subjetivismo ou na emoção política.
Tem de se fazer mediante a circulação norma — realidade constitucional — valor.

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Tem de procurar estabilidade, condição de segurança dos destinatários das normas. Tem de
racionalizar sem formalizar. Tem de subsumir e tem de ponderar.

Entender e querer realizar a Constituição como Constituição normativa implica aceitar cinco
postulados: o da unidade, o da identidade, o da adequação ou da concordância prática, o da
efetividade e o da supremacia .

Revisão Constitucional
A Revisão Constitucional é a alteração da Constituição, sendo que a Constituição Flexível é
alterada por um processo comum e a Constituição Rígida é alterada por um processo
específico que consta na própria Constituição.
Teorias da Constituição
 Teoria da Irreversibilidade Constitucional, defende a impossibilidade de rever a
Constituição;
 Teoria da Reversibilidade Constitucional, defende que a revisão da Constituição;
 Teoria da dupla revisão, defende a existência de uma engenharia jurídica que faz a
revisão da Constituição duas vezes, na Constituição Rígida, ela revoga os limites e
depois revisa aqueles conteúdos que não podiam ser alterados.

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Conclusão
Com este trabalho, podemos nos integrar sobre o tema Vicissitudes Constitucionais. Debater
tópicos como: oque são Vicissitudes Constitucionais; falar dos critérios para determinar
estas Vicissitudes; tipos de Vicissitudes Constitucionais, sendo elas imensas, acima
encontramos algumas e saber o papel que essas tem sobre a Ordem Constitucional.

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Referências Bibliograficas
 GOUVEIA, Jorge Bacelar, Manual de Direito Constitucional, Vols I, Livraria
Almedina, Coimbra: 1ª ed., 2005.
 Revista Direitos Democraticos & Estado Moderno | Faculdade de Direito da PUC-SP.|
v.2 | n.8 | p.17-48 | Mai/Ago - 2023

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