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CARD 01 – DEMONSTRATIVO| DROPS MAGISTRATURA

Ciclos Método

CARD DEMONSTRATIVO | DIREITO CONSTITUCIONAL

Fala futuros Togados, apresentamos a vocês o nosso CARD demonstrativo do DROPS MAGISTRATURA! No
curso DROPS MAGISTRATURA, vocês irão receber 110 CARDS, divididos e enviados semanalmente, abrangendo
os principais pontos em comum dos diversos editais de Magistratura. E não é só, ainda teremos a
disponibilização de 8 CARDS abordando os principais pontos de Humanística, contando com as novas matérias
incluídas pelo CNJ!

Não perde tempo, vem com a gente: https://ciclosmetodo.com.br/product/drops-magistratura/

CARD DEMONSTRATIVO – CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE

5. Controle de constitucionalidade: sistemas de controle; o sistema brasileiro; exercício do controle; efeitos da


declaração de inconstitucionalidade; efeitos da declaração de constitucionalidade; a inconstitucionalidade por
omissão. Fiscalização abstrata no plano estadual. Fiscalização incidental. Controle de constitucionalidade das
leis municipais. Ação direta de inconstitucionalidade no âmbito estadual e o problema da norma repetida.

CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE

#MAPEIA NO VADE

NÃO DEIXE DE LER


Art. 97 CF/88 Art. 102, a CF/88 Art. 103 CF/88
Art. 10 a 12 da Lei 9868/99 Art. 12-A da Lei 9868/99 Art. 12-F da Lei 9868/99
Art. 1º da Lei 9882/99 Art. 3º da Lei 9882/99 Art. 5º da Lei 9882/99

#CICLOLEGIS #DECORAALETRADALEI
Art. 12-F (Lei 9868/99). Em caso de excepcional urgência e relevância da matéria, o Tribunal, por decisão da
maioria absoluta de seus membros, observado o disposto no art. 22, poderá conceder medida cautelar, após
a audiência dos órgãos ou autoridades responsáveis pela omissão inconstitucional, que deverão pronunciar-
se no prazo de _________.1
a) 2(dois) dias.
b) 5 (cinco) dias.
c) 10 (dez) dias

#UMPOUCODEDOUTRINA
De acordo com Pedro Lenza2, são requisitos do Controle de Constitucionalidade: Constituição rígida (com
processo de alteração mais dificultoso) e a atribuição de competência a um órgão para resolver os problemas
de constitucionalidade.

1
Gabarito: 5 (cinco) dias.

2
LENZA, Pedro. Direito Constitucional Esquematizado, 2020.
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O controle de constitucionalidade é muito importante para o Estado Democrático de Direito, uma vez que
expurga do ordenamento jurídico aquilo que vai contra a Constituição Federal. Caso não houvesse o controle
de constitucionalidade as instituições democráticas estariam em permanente risco.

Vale lembrar que a Constituição Federal foi democraticamente promulgada em 1988 a partir da sua elaboração
pela Assembleia Nacional Constituinte, que reuniu os valores sociais mais importantes para a sociedade da
época. Assim, controlar o que é compatível ou não com a CF/88 é a melhor forma de preservar o Estado
Democrático de Direito.

#APOSTACICLOS

Teoria da nulidade: O ato legislativo uma vez declarado inconstitucional, deve ser considerado, nos termos da
doutrina brasileira majoritária, nulo, e, portanto, desprovido de força vinculativa (ex tunc/declaratória). Contra
esse entendimento, destaca-se a teoria da anulabilidade da norma inconstitucional defendida por Kelsen e
que influenciou a Corte Constitucional austríaca, caracterizando-se como constitutiva a natureza jurídica da
decisão que a reconhece (ex nunc).

#OLHAOGANCHO: Em regra, não se pode admitir nem o fenômeno da constitucionalidade superveniente, nem
o da inconstitucionalidade superveniente.

#TABELALOVERS

INCONSTITUCIONALIDADE SUPERVENIENTE

ACEPÇÃO TRADICIONAL ACEPÇÃO MODERNA

Entrada em vigor de uma nova CF e leis anteriores Lei que sofreu um processo de inconstitucionalização.
incompatíveis.

A lei ou ato normativo impugnado por meio de ADI Uma lei ou ato normativo que foi considerado
deve ser posterior ao texto da CF/88 invocado constitucional pelo STF pode, com o tempo e as
como parâmetro. mudanças verificadas no cenário jurídico, político,
econômico e social do país, tornar-se inconstitucional
Assim, se a lei ou ato normativo for anterior à
em um novo exame do tema.
CF/88 e com ela incompatível, não se pode dizer
que há uma inconstitucionalidade. Nesse caso, o Assim inconstitucionalidade superveniente, nesse
que existe é a não-recepção da lei pela sentido, ocorre quando a lei (ou ato normativo) torna-
Constituição atual. se inconstitucional com o passar do tempo e as
mudanças ocorridas na sociedade.
Logo, nesse sentido, afirma-se que não existe no
Brasil inconstitucionalidade superveniente para se Não há aqui uma sucessão de Constituições. A lei era
explicar que a lei anterior à 1988 e que seja harmônica com a atual CF e, com o tempo, torna-se
contrária à atual CF não pode taxada como incompatível com o mesmo Texto Constitucional.
“inconstitucional”.

Não é admitida no Brasil. É admitida no Brasil.


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#RESUMEAÍPROF
Constitucionalidade superveniente Inconstitucionalidade superveniente

Fenômeno pelo qual uma lei ou ato normativo que Fenômeno pelo qual uma lei ou ato normativo
tenha “nascido” com algum vício de que “nasceu perfeita”, sem nenhum tipo de vício
inconstitucionalidade, seja formal ou material, e se de inconstitucionalidade, vem a se tornar
constitucionaliza. Esse fenômeno é inadmitido na inconstitucional. Em regra, esse fenômeno não é
medida em que o vício congênito não se convalida. observado.

Se a lei foi editada antes do advento de uma nova Constituição, duas situações surgem:

- A lei é compatível e será recepcionada; ou

- A lei é incompatível e, então, nesse caso, será revogada por não recepção.

Para se falar em controle de constitucionalidade, a lei tem que ter sido editada na vigência do texto de 1988 e
ser confrontada (parâmetro de controle) perante a CF/88 ou toda normatividade que tenha status de
Constituição, dentro de uma perspectiva de “bloco de constitucionalidade”.

#ATENÇÃO: A regra da impossibilidade de inconstitucionalidade superveniente, contudo, apresenta duas


exceções: a) mutação constitucional; b) mudança no substrato fático da norma.

➔ No primeiro caso (mutação constitucional), a redação do dispositivo da Constituição não é alterada,


mas o seu sentido interpretativo muda, surgindo, então, uma nova norma jurídica. A lei, então, que
nasceu constitucional, tornar-se-ia inconstitucional em razão da mudança no sentido interpretativo do
parâmetro de constitucionalidade. Ex. casamento homoafetivo.
➔ No segundo caso (mudança no substrato fático da norma), não se tem uma alteração no parâmetro
da Constituição, mas nos novos aspectos de fato que surgem e que não eram claros no momento da
primeira interpretação. Ex. Em um primeiro momento, o STF pronunciou-se no sentido de se declarar
a constitucionalidade da lei federal que admitia o uso controlado de uma das modalidades do amianto
(asbesto branco). Em momento seguinte, em razão da mudança no substrato fático da norma, referida
disposição se tornou inconstitucional, passando a norma por um processo de inconstitucionalização.
Percebam, seja na primeira interpretação, seja 22 anos depois quando houve a mudança de
entendimento, a Constituição sempre proibiu substâncias que fizessem mal à saúde ou ao meio
ambiente. O que se observou foi um novo diagnóstico do potencial de violação à saúde, inclusive em
razão dos avanços tecnológicos e de pesquisa.

MUTAÇÃO CONSTITUCIONAL
Denominações:

- Poder Constituinte Difuso (George Burdeau);

- Transição Constitucional (Canotilho);

- Mudanças informais da Constituição (Anna Cândida da Cunha Ferraz).


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#DEOLHONOSSINÔNIMOS: vicissitude constitucional tácita/ mudança constitucional silenciosa/ processo


informação de mudança da constituição.

Conceito: Mutação é a mudança informal da Constituição, permitindo a releitura do seu texto à luz dos novos
fatos sociais, econômicos, políticos e culturais.

Permite que a Constituição esteja sempre conectada com a realidade do país. São processos informais de
alteração do conteúdo da CF sem que haja modificação em seu texto, não se trata de alteração formal
realizada pelo poder constituinte reformador.

#CICLOLEGIS #DECORAALETRADALEI
Art. 103 da CF Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade e a ação declaratória de
constitucionalidade:_________.3

a) o Presidente da República; a Mesa do Senado Federal; a Mesa da Câmara dos Deputados; a Mesa de
Assembléia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal; o Governador de Estado ou do Distrito
Federal; o Procurador-Geral da República; o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil; partido
político com representação no Congresso Nacional; confederação sindical ou entidade de classe de âmbito
nacional.
b) o Presidente da República; o Senado Federal; a Câmara dos Deputados; a Assembléia Legislativa ou da
Câmara Legislativa do Distrito Federal; o Governador de Estado ou do Distrito Federal; o Procurador-Geral da
República; o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil; partido político com representação no
Congresso Nacional; confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional.
c) o Presidente da República; a Mesa do Senado Federal; a Mesa da Câmara dos Deputados; a Mesa de
Assembléia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal; o Governador de Estado ou do Distrito
Federal; o Procurador-Geral de Justiça; o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil; partido político
com representação no Congresso Nacional; confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional.
d) o Presidente da República; a Mesa do Senado Federal; a Mesa da Câmara dos Deputados; a Mesa de
Assembléia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal; o Governador de Estado ou do Distrito
Federal; o Procurador-Geral da República; o Prefeito; o Conselho Seccional da Ordem dos Advogados do Brasil;
partido político com representação no Congresso Nacional; confederação sindical ou entidade de classe de
âmbito nacional.

A CF/88 determina quem são os legitimados para propor a ação de controle de constitucionalidade
(controle concentrado). Da mesma forma que, determina que o julgamento compete ao STF (em relação
à CF) e ao TJ (em relação à CE).

#APOSTACICLOS:

Em regra, os legitimados são neutros (universais). Exceção: Precisam demonstrar pertinência temática:

• Mesa de Assembleia Legislativa de Estado e DF, Governador, confederação sindical e entidade de


classe de âmbito nacional.
Esses precisam demonstrar o nexo entre o interesse na propositura da ação e sua finalidade institucional.

3
Gabarito: a.
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#OLHAOGANCHO: O efeito vinculante em ADI e ADC, na linha de interpretação dada pelo STF, não atinge
o Poder Legislativo no exercício de sua função típica de legislar, produzindo eficácia contra todos e efeito
vinculante, relativamente aos demais órgãos do Poder Judiciário e à Administração Pública direta e
indireta, nas esferas federal, estadual e municipal. Se atingisse o legislativo ocorreria a fossilização da
Constituição. O Legislativo, assim, poderá, inclusive, legislar em sentido diverso da decisão dada pelo
STF, ou mesmo contrário a ela, sob pena, em sendo vedada essa atividade, de significar inegável
petrificação da evolução social.

#AJUDAMARCINHO:

LEGITIMADOS ATIVOS – ADI e ADC

UNIVERSAIS (NEUTROS) ESPECIAIS (NÃO UNIVERSAIS)

São aqueles que podem propor ADI e ADC contra leis São aqueles que somente podem propor ADI e ADC
ou atos normativos que versem sobre qualquer contra leis ou atos normativos que tratem sobre
matéria, sem a necessidade de comprovar interesse matérias que digam respeito às funções ou objetivos
específico no julgamento da ação. do órgão ou entidade. O autor especial terá que
provar o seu interesse específico no julgamento
daquela ação.

Terá que ser provada a pertinência temática entre a


norma impugnada e os objetivos do autor da ação.

• Presidente da República; • Mesa de Assembleia Legislativa ou da Câmara


Legislativa do DF;
• Mesa do Senado e Mesa da Câmara;
• Governador de Estado/DF;
• Procurador-Geral da República;
• Confederação sindical;
• Conselho Federal da OAB;
• Entidade de classe de âmbito nacional.
• Partido político com representação no CN.

#VAMOSDELEISECA
COMPETÊNCIA
Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe:

a) a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou estadual e a ação declaratória de
constitucionalidade de lei ou ato normativo federal.

Pelo critério formal, existe a via incidental (defesa ou pretensão do autor) e a via principal (a análise da
constitucionalidade da lei será o objeto principal, autônomo e exclusivo da causa).

Sistema difuso – Incidental (USA) – Origem histórica: Marbury versus Madison, Sessão de fev. de 1803 (I,
repertório de Cranch, 137-180).
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Sistema concentrado – Ação Principal (Áustria) – Origem: Kelsen.

CONTROLE DIFUSO

A noção e a ideia de controle difuso de constitucionalidade, historicamente, devem-se ao famoso caso julgado
pelo Juiz John Marshall da Suprema Corte norte-americana, que, apreciando o precedente Marbury v. Madison
(disputa sobre nomeação), em 1803, decidiu que, havendo conflito entre a aplicação de uma lei em um caso
concreto e a Constituição, deve prevalecer a Constituição, por ser hierarquicamente superior.

O controle difuso, repressivo, ou posterior, é também chamado de controle pela via de exceção ou defesa, ou
controle aberto, sendo realizado por qualquer juízo ou tribunal do Poder Judiciário. Verifica-se em um caso
concreto, e a declaração de inconstitucionalidade dá-se de forma incidental (incidenter tantum),
prejudicialmente ao exame do mérito. Pede-se algo ao juízo, fundamentando-se na inconstitucionalidade de
uma lei ou ato normativo, ou seja, a alegação de inconstitucionalidade será a causa de pedir processual.

Interposto o recuso de apelação no tribunal competente, distribuído o processo para turma, câmara ou seção,
arguida, em controle difuso, a inconstitucionalidade de lei ou de ato normativo do poder público, o relator,
após ouvir o Ministério Público e as partes, submeterá a questão ao referido órgão fracionário ao qual competir
o conhecimento do processo, que poderá proferir duas decisões:

1) Rejeitar a arguição: o julgamento prosseguirá;


2) Acolher a arguição: a questão será submetida ao plenário do tribunal ou ao seu órgão especial, onde
houver. Para esta última situação, o art. 97 da CF/88 estabelece que somente pelo voto da maioria
absoluta de seus membros ou dos membros do respectivo órgão especial poderão os tribunais declarar
a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público. Temos aqui a chamada cláusula de
reserva de plenário, também denominada regra do full bench.
Após o julgamento da questão incidental de inconstitucionalidade pelo pleno ou órgão especial do tribunal, o
órgão fracionário, vinculado à decisão, seja em que sentido for, julgará a questão principal de mérito.

#ATENÇÃO: a decisão que enseja a interposição do recurso extraordinário não é a do órgão especial ou
plenário que julga o incidente de inconstitucionalidade, mas a terceira e final, do órgão fracionário, que,
completando o julgamento do feito, decide a questão principal.

Efeitos do controle difuso: inter partes e ex tunc.

O STF tem admitido a técnica da modulação dos efeitos da decisão também no controle difuso (ao declarar a
inconstitucionalidade de lei ou ato normativo, e tendo em vista razões de segurança jurídica ou de excepcional
interesse social, poderá o Supremo Tribunal Federal, por maioria de 2/3 de seus membros, restringir os efeitos
daquela declaração ou decidir que ela só tenha eficácia a partir de seu trânsito em julgado ou de outro
momento que venha a ser fixado).

#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA: O STF acatou a tese de que o papel do Senado Federal seria apenas para dar
publicidade à decisão que reconhece a inconstitucionalidade de uma lei de modo incidental, como questão
prejudicial, e que o efeito vinculante e erga omnes decorreria da própria decisão judicial, não havendo a
necessidade de atuação do Senado Federal (mutação constitucional do art. 52, X).

CONTROLE CONCENTRADO

O controle concentrado de constitucionalidade de lei ou ato normativo recebe tal denominação pelo fato de
“concentrar-se” em um único tribunal.
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É um controle em tese, em abstrato, marcado pela generalidade/impessoalidade/abstração. O que se busca


saber é se a lei é inconstitucional ou não, manifestando-se o Judiciário de forma específica sobre o aludido
objeto. O objeto é a própria questão da inconstitucionalidade. Almeja-se expurgar do sistema lei ou ato
normativo viciado (invalidação).

Todo ato normativo anterior à Constituição não pode ser objeto de controle de constitucionalidade perante a
nova Constituição. O que se verifica é se foi ou não recepcionado pelo novo ordenamento jurídico. Quando for
compatível (do ponto de vista material), será recebido, recepcionado. Quando não, não será recepcionado e,
portanto, será revogado pela nova ordem, não se podendo falar em inconstitucionalidade superveniente.
Assim, somente os atos editados depois da constituição é que poderão ser questionados perante o STF, através
do controle de constitucionalidade (ação direta de inconstitucionalidade), tendo em vista a regra da
contemporaneidade.

Obs. ADPF permite o controle de atos normativos anteriores à Constituição.

Obs. é possível a modulação dos efeitos da não recepção.

Estão sujeitos ao controle de constitucionalidade atos, mesmo que de efeito concreto, editados sob a forma
de lei.

#CUIDADO: O STF não admite a interposição de ADI para atacar lei ou ato normativo revogado ou de eficácia
exaurida, mas admite ADPF.

#DEOLHONOSTF: Estando em curso a ação e sobrevindo a revogação (total ou parcial) da lei ou ato normativo,
assim como a perda de sua vigência (o que acontece com a medida provisória), ocorrerá, por regra, a
prejudicialidade da ação, por “perda do objeto”. Exceção: verificada a existência de fraude processual (ex.
revogou para manipular a decisão do supremo) ou modificação introduzida pela nova lei não foi substancial
ou inclusão em pauta antes do exaurimento da eficácia da lei.

Teoria da inconstitucionalidade por “arrastamento” ou “atração”, ou “inconstitucionalidade consequente


de preceitos não impugnados”, ou “inconstitucionalidade por reverberação normativa”: se em determinado
processo de controle concentrado de constitucionalidade for julgada inconstitucional a norma principal, em
futuro processo, outra norma dependente daquela que foi declarada inconstitucional em processo anterior —
tendo em vista a relação de instrumentalidade que entre elas existe — também estará eivada pelo vício de
inconstitucionalidade “consequente”, ou por “arrastamento” ou “atração”. Ex. já na própria decisão, a Corte
define quais normas são atingidas, e no dispositivo, por “arrastamento”, também reconhece a invalidade das
normas que estão “contaminadas”, mesmo na hipótese de não haver pedido expresso na petição inicial. Obs.
o STF vem falando em inconstitucionalidade por arrastamento do decreto que se fundava na lei. Interessante
observar que o decreto regulamentar, por si, conforme visto, não pode ser isoladamente objeto de ADI, na
medida em que deve ser confrontado com a lei (que regulamenta), e não diretamente perante a Constituição.
A crise é de legalidade, e apenas de modo indireto, reflexo ou oblíquo é que poderia haver violação da
Constituição. Pela técnica do arrastamento, contudo, a declaração de sua invalidade dar-se-á no julgamento
da própria ADI.

Início da eficácia da decisão que reconhece a inconstitucionalidade ou a constitucionalidade de lei em


processo objetivo de controle abstrata: Publicação da ata de julgamento no DJE, independente do trânsito
em julgado. A interposição de embargos de declaração não impede a implementação da decisão. Inclusive,
após a publicação da ata de julgamento no DJE já cabe reclamação.
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#SELIGANATABELA #OLHAOGANCHO
CONTROLE PREVENTIVO CONTROLE REPRESSIVO
Sobre a lei geradora de efeitos potenciais ou
Impede a inserção no sistema normativo de efetivos. O controle posterior ou repressivo
será realizado sobre a lei, e não mais sobre o
normas que padeçam de vícios. É realizado
durante o processo legislativo de formação projeto de lei, como ocorre no controle
do ato normativo, pelo Legislativo, pelo preventivo. Os órgãos de controle verificarão
Executivo e pelo Judiciário. se a lei, ou ato normativo, ou qualquer ato
com indiscutível caráter normativo, possuem
um vício formal (produzido durante o
processo de sua formação), ou se possuem
um vício em seu conteúdo, qual seja, um vício
material.

Legislativo: O legislativo verificará, através de Controle político: Verifica-se em Estados


suas comissões de constituição e justiça, se o onde o controle é exercido por um órgão
projeto de lei, que poderá virar lei, contém distinto dos três Poderes, órgão esse
algum vício a ensejar a inconstitucionalidade. garantidor da supremacia da Constituição.
O plenário das referidas Casas também
poderá verificar a inconstitucionalidade do Controle jurisdicional: O sistema de controle
projeto de lei, o mesmo podendo ser feito jurisdicional dos atos normativos é realizado
durante as votações. pelo Poder Judiciário, tanto por um único
órgão (controle concentrado) — no caso do
direito brasileiro, pelo STF e pelo TJ — como
por qualquer juiz ou tribunal (controle
difuso), admitindo, naturalmente, o seu
exercício por juízes em estágio probatório, ou
seja, sem terem sido vitaliciados, bem como
por juízes dos juizados especiais.

O Brasil adotou o sistema jurisdicional misto,


porque realizado pelo Poder Judiciário — daí
ser jurisdicional —, tanto de forma
concentrada (controle concentrado) como
por qualquer juiz ou tribunal (controle
difuso).

Controle híbrido: No controle que chamamos


de híbrido, temos uma mistura dos outros
dois sistemas acima noticiados. Assim,
algumas normas são levadas a controle
perante um órgão distinto dos três Poderes
(controle político), enquanto outras são
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apreciadas pelo poder judiciário (controle


jurisdicional).

Órgãos administrativos autônomos de


Executivo: o Chefe do Executivo, aprovado o controle (TCU, CNJ e CNMP) exercem
projeto de lei, poderá sancioná-lo (caso controle de constitucionalidade? Não!
concorde) ou vetá-lo. O veto dar-se-á quando Poderão, no caso concreto, reconhecer a
o Chefe do Executivo considerar o projeto de desconformidade formal ou material de
lei inconstitucional (veto jurídico) ou normas jurídicas, incompatíveis com a
contrário ao interesse público (veto político). manifestação constituinte originária. Sendo
assim, os Tribunais de Contas podem deixar
de aplicar ato por considerá-lo
inconstitucional, bem como sustar outros
atos praticados com base em leis
vulneradoras da Constituição.

Judiciário: O controle prévio ou preventivo de Partindo de um critério subjetivo ou


constitucionalidade a ser realizado pelo orgânico, o controle judicial de
Poder Judiciário sobre PEC ou projeto de lei constitucionalidade poderá ser difuso
em trâmite na Casa Legislativa busca garantir (qualquer juiz ou tribunal podem) ou
ao parlamentar o respeito ao devido processo concentrado (competência originária do
legislativo, vedando a sua participação em órgão).
procedimento desconforme com as regras da
Constituição. A legitimação para a
impetração do MS é exclusiva do
parlamentar. A perda superveniente de
titularidade do mandato legislativo
desqualifica a legitimação ativa do
congressista, causando a extinção do
processo de mandado de segurança.

Cabe aos Estados a instituição de representação de inconstitucionalidade de leis ou atos normativos estaduais
ou municipais em face da Constituição Estadual, vedada a atribuição da legitimação para agir a um único órgão.
O órgão competente para o julgamento da ação pela via principal será, exclusivamente, o TJ local.

Cabe ADI, ADC, ADO, ADPF, IF.

Parâmetro de controle (pauta de referência ou paradigma de confronto): A expressão parâmetro de controle


designa o complexo ou conjunto de normas superiores utilizadas como referência pelo Tribunal competente
para analisar a legitimidade constitucional de leis e atos normativos submetidos a exame.
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O controle abstrato estadual por meio de ADI só poderá apreciar lei ou ato normativo estadual ou municipal
que forem confrontados perante a Constituição Estadual, ou lei ou ato normativo distrital perante a Lei
Orgânica do DF. O TJ, assim, só realiza controle abstrato tendo como parâmetro a CE. Por sua vez, o STF só
realiza controle concentrado e abstrato, por meio da ADI genérica, tendo como parâmetro a CF, não podendo
ter como paradigma de confronto a CE ou a Lei Orgânica do DF, já que o STF é o intérprete final da CF.

TJ – lei municipal ou estadual

STF – lei federal ou estadual (exceção – lei municipal em ADPF)

#CUIDADO: No controle difuso é possível que o TJ aprecie a constitucionalidade de lei federal perante a CF.

Normas de reprodução obrigatória ou compulsória e normas de mera imitação: As normas centrais da CF


(vinculadas à organização da forma federal de Estado) podem ser definidas como normas de reprodução
obrigatória ou compulsória pelos Estados Membros. Nesses casos de comando da Constituição Federal, o
Estado simplesmente realiza um processo de “transplantação” (da CF para a CE).

Normas de reprodução Normas de imitação

Decorrem do caráter compulsório da CF. Cópia de técnicas/institutos por influência de


sugestão exercida pelo modelo superior
(adesão voluntária).

É possível a propositura de ADI no TJ local, tendo por objeto lei ou ato normativo estadual ou municipal,
confrontados em face de três hipóteses de parâmetros:

• Norma de reprodução obrigatória da CF expressamente copiada na CE, cabendo RE para o STF;


• Norma de reprodução obrigatória da CF mesmo que não tenha sido expressamente reproduzida na
CE;
Nesses casos, segundo a atual jurisprudência do STF (RE 650.898, j. 1.º.02.2017, DJE de 24.08.2017), os TJs
poderão exercer o controle abstrato de constitucionalidade de leis estaduais ou mesmo municipais utilizando
como parâmetro as referidas normas da CF de reprodução obrigatória pelos Estados, estando ou não
textualmente escritas na CE. Contra o acórdão do TJ caberá a interposição de RE para o STF.

• Normas de imitação, hipótese em que não caberá RE para o STF, devendo a decisão ficar “confinada”
no TJ local.
A utilização do recurso extraordinário no controle concentrado e em abstrato estadual: De modo geral, da
decisão do TJ local em controle abstrato (ADI) de lei estadual ou municipal diante da CE não cabe recurso para
o STF.

Exceção: quando o parâmetro da CE seja uma norma de reprodução obrigatória ou o TJ está fazendo o controle
abstrato de constitucionalidade de leis municipais ou estaduais, utilizando como parâmetro normas da
Constituição Federal de reprodução obrigatória pelos Estados.

NESSES CASOS PODE USAR RE CONTRA ACÓRDÃO DO TJ EM CONTROLE ABSTRATO ESTADUAL, POIS A
VIOLAÇÃO NA VERDADE É À CF. ASSIM, O STF DIRÁ QUAL É A INTERPRETAÇÃO DA LEI ESTADUAL OU
MUNICIPAL PERANTE A CF.
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Efeitos do RE: erga omnes, ex tunc e vinculante, podendo o STF modular os efeitos da decisão.

Logo, o STF pode analisar a constitucionalidade de lei municipal perante a CF e com efeitos erga omnes, se na
análise inicial do controle abstrato estadual a lei municipal foi confrontada em relação à norma da CE de
reprodução obrigatória e compulsória da CF, ou, quando se tratar de normas da Constituição Federal de
reprodução obrigatória pelos Estados.

A mesma lei estadual poderá ser objeto de controle concentrado no TJ e no STF. Se isso acontecer, estaremos
diante do fenômeno da simultaneidade de ações diretas de inconstitucionalidade:

O controle estadual deve ficar suspenso aguardando o controle federal (causa de suspensão prejudicial do
processo).

Essa situação de simultaneidade das ações deverá ser considerada apenas nas hipóteses das normas de
reprodução obrigatória.

As seguintes hipóteses poderão surgir a partir da decisão a ser proferida pelo STF:

- O STF declara inconstitucional a lei estadual perante a CF — a ADI estadual perderá o seu objeto, não mais
produzindo a lei efeitos no referido Estado;

- O STF declara constitucional a lei estadual perante a CF — o TJ poderá prosseguir no julgamento da ADI da
lei estadual diante da CE, pois, perante a Constituição Estadual, a referida lei poderá ser incompatível (mas,
naturalmente, desde que seja por fundamento diverso).

Vamos imaginar agora que a ação seja proposta perante o TJ estadual e que este julgue a ação, que transita
em julgado. Poderá, no futuro, a mesma lei ser examinada em controle abstrato perante o STF e tendo como
parâmetro a CF? Sim, o STF ainda pode julgar posteriormente, pois é dele a última palavra.

Atenção: coexistindo duas ações diretas de inconstitucionalidade, uma ajuizada perante o Tribunal de Justiça
local e outra perante o STF, o julgamento da primeira — estadual — somente prejudica o da segunda — do
STF — se preenchidas duas condições cumulativas: 1) se a decisão do Tribunal de Justiça for pela procedência
da ação (declara inconstitucional) e 2) se a inconstitucionalidade for por incompatibilidade com preceito da
Constituição do Estado sem correspondência na Constituição Federal. Caso o parâmetro do controle de
constitucionalidade tenha correspondência na Constituição Federal, subsiste a jurisdição do STF para o
controle abstrato de constitucionalidade.

#ATENÇÃO!

CONTROLE NORMATIVO ABSTRATO NOS ESTADOS

COMPETÊNCIA Tribunal de Justiça.

Estabelecida pelas constituições estaduais, sendo vedada a atribuição a um


LEGITIMIDADE ATIVA
único órgão.

PARÂMETRO Normas da constituição estadual.

OBJETO Leis e atos normativos estaduais e municipais.

EFEITOS DA DECISÃO Erga omnes e, em regra, ex tunc.


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Se a norma da CE for se reprodução obrigatória da CF, caberá RE ao STF. Nesse


RE caso, esse RE produzirá os mesmos efeitos de uma ADI (vinculante, ERGA
OMNES...)

#DEOLHONAJURIS: Não é admitido o aditamento à inicial da ação direta de inconstitucionalidade após o


recebimento das informações dos requeridos e das manifestações do Advogado-Geral da União e do
Procurador-Geral da República. STF. Plenário. ADI 4541/BA, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 16/4/2021
(Info 1013).

#DEOLHONAJURIS: #APOSTACICLOS: Não cabe ADI no TJ contra lei ou ato normativo municipal que viole a
Lei Orgânica do Município:

Ao analisar dispositivos da Constituição do Estado de Pernambuco, o STF chegou a duas importantes


conclusões:

I – Não cabe controle concentrado de constitucionalidade de leis ou ato normativos municipais contra a Lei
Orgânica respectiva.

Em outras palavras, a Lei Orgânica do Município não é parâmetro de controle abstrato de constitucionalidade
estadual, uma vez que a Constituição Federal, no art. 125, § 2º, estabelece como parâmetro apenas a
Constituição Estadual.

Assim, é inconstitucional dispositivo da Constituição estadual que afirme ser possível ajuizar ADI, no Tribunal
de Justiça, contra lei ou ato normativo estadual ou municipal sob o argumento de que ele viola a Lei Orgânica
do Município.

II – Não compete ao Poder Legislativo, de qualquer das esferas federativas, suspender a eficácia de lei ou
ato normativo declarado inconstitucional em controle concentrado de constitucionalidade.

Desse modo, é inconstitucional dispositivo da Constituição estadual que afirme que, se o Tribunal de Justiça
declarar a inconstitucionalidade de lei em ação direta de inconstitucionalidade (controle concentrado de
constitucionalidade), ele precisará comunicar essa decisão à Assembleia Legislativa (se for lei estadual) ou à
Câmara de Vereadores (se for lei municipal) a fim de que o órgão legislativo suspenda a eficácia dessa lei. STF.
Plenário. ADI 5548/PE, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 16/8/2021 (Info 1025).

#VAMOSDELEISECA
ADI
A Lei nº 9.868/99 regulamenta a ADI:

Art. 1º Esta Lei dispõe sobre o processo e julgamento da ação direta de inconstitucionalidade e da ação
declaratória de constitucionalidade perante o Supremo Tribunal Federal.
CARD 01 – DEMONSTRATIVO| DROPS MAGISTRATURA
Ciclos Método

Competência na ADI:

• Lei ou ato normativo federal ou estadual em face da CF: STF.


Obs. há jurisprudência do STF admitindo que o parâmetro de controle no âmbito do TJ local possam
ser normas da Constituição Federal desde que de reprodução obrigatória.
• Lei ou ato normativo estadual ou municipal em face da Constituição Estadual: TJ.

Atenção: Em ADPF admite controle concentrado no STF questionando lei municipal perante a CF.

#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA: A jurisprudência do STF considera manifestamente improcedente a ação


direta de inconstitucionalidade que versar sobre norma cuja constitucionalidade já tenha sido expressamente
declarada pelo Plenário da Corte, mesmo que em recurso extraordinário. Exceção: ressalvou-se a possibilidade
de alteração da jurisprudência do Pleno, o que, entretanto, pressupõe a ocorrência de significativas
modificações de ordem jurídica, social ou econômica, ou, quando muito, a superveniência de argumentos
nitidamente mais relevantes do que aqueles antes prevalecentes.

#CICLOLEGIS #DECORAALETRADALEI
Art. 10. Salvo no período de recesso, a medida cautelar na ação direta será concedida por decisão da maioria
absoluta dos membros do Tribunal, observado o disposto no art. 22, após a audiência dos órgãos ou
autoridades dos quais emanou a lei ou ato normativo impugnado, que deverão pronunciar-se no prazo de
_________.4
a) 5 dias
b) 10 dias.
c) 3 dias.

Pedido Cautelar: Cabe ao STF processar e julgar, originariamente, o pedido de cautelar nas ações diretas de
inconstitucionalidade (maioria absoluta 6 membros/ quórum de instalação 8 ministros).

A declaração de inconstitucionalidade/constitucionalidade precisa de pelo menos 6 ministros (maioria


absoluta). O quórum de instalação é de 8 dos 11 ministros. Se não for alcançada a maioria necessária à
declaração de constitucionalidade ou de inconstitucionalidade, estando ausentes Ministros em número que
possa influir no julgamento, este será suspenso, a fim de aguardar-se o comparecimento dos Ministros
ausentes, até que se atinja o número necessário para prolação da decisão num ou noutro sentido.

Proclamada a constitucionalidade, julgar-se-á improcedente a ação direta ou procedente eventual ação


declaratória; e, proclamada a inconstitucionalidade, julgar-se-á procedente a ação direta ou improcedente
eventual ação declaratória, confirmando, assim, a ambivalência das referidas ações.

Julgada a ação, far-se-á a comunicação à autoridade ou ao órgão responsável pela expedição do ato. A decisão
passa a valer a partir da publicação da ata da sessão de julgamento no DJE. Por fim, dentro do prazo de 10 dias
após o trânsito em julgado da decisão, o STF fará publicar em seção especial do Diário da Justiça e do Diário
Oficial da União a parte dispositiva do acórdão.

Amicus Curiae: O relator, considerando a relevância da matéria e a representatividade dos postulantes,


poderá, por despacho irrecorrível, admitir a manifestação de outros órgãos ou entidades.

4
Gabarito: a.
CARD 01 – DEMONSTRATIVO| DROPS MAGISTRATURA
Ciclos Método

Efeitos da Decisão

➔ Caráter dúplice ou ambivalente.


➔ Efeito erga omnes e ex tunc (ato nulo).
Obs. No entanto, acompanhando o direito alemão e o português, entre outros, a Lei n. 9.868/99, em
seu art. 27, introduziu a técnica da declaração de inconstitucionalidade sem a pronúncia de nulidade.
Nesse sentido, ao declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo, e tendo em vista razões de
segurança jurídica ou de excepcional interesse social, poderá o STF, por maioria qualificada de 2/3 de
seus membros, restringir os efeitos daquela declaração ou decidir que ela só tenha eficácia a partir de
seu trânsito em julgado ou de outro momento que venha a ser fixado. Ou seja, diante de tais requisitos,
o STF poderá dar efeito ex nunc.
➔ Efeito vinculante em relação aos órgãos do Poder Judiciário e da Administração Pública federal,
estadual, municipal e distrital.
➔ A declaração de inconstitucionalidade no controle concentrado, em abstrato, em tese, marcada pela
generalidade, impessoalidade e abstração, faz instaurar um processo objetivo, sem partes, no qual
inexiste litígio referente a situações concretas ou individuais, tornando os atos inconstitucionais nulos
e, por consequência, destituídos de qualquer carga de eficácia jurídica, com alcance, de modo
vinculado e para todos, sobre os atos pretéritos, fazendo com que, para se ter uma ideia da amplitude
desses efeitos, por exemplo, a declaração de inconstitucionalidade do referido ato normativo que
tenha “revogado” outro ato normativo provoque o restabelecimento do ato normativo anterior (efeito
repristinatório).

#OLHAOGANCHO: ADI POR OMISSÃO


O que motiva o ajuizamento da ADO é a inércia legislativa na regulamentação de normas constitucionais de
eficácia limitada.

#OLHAOGANCHO: A finalidade da ADO é combater a síndrome de inefetividade das normas constitucionais.

#APOSTACICLOS: A ADO faz o controle concentrado; o mandado de injunção faz o controle difuso. Não existe
fungibilidade entre eles. Mas cabe fungibilidade entre ADI e ADO.

Omissão total = não existe norma que torne efetiva a norma constitucional.

Omissão parcial = normatização infraconstitucional insuficiente.

Omissão parcial propriamente dita = o ato normativo, apesar de editado, regula de forma deficiente o texto.

Omissão parcial relativa = o ato normativo existe e outorga determinado benefício a certa categoria mas deixa
de concedê-lo a outra, que deveria ter sido contemplada.

Legitimados:

Art. 12-A. Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade por omissão os legitimados à propositura da
ação direta de inconstitucionalidade e da ação declaratória de constitucionalidade.

• Órgão competente para apreciar a ADO = STF.


• Natureza jurídica da ADO = processo objetivo (defesa da ordem jurídica).
CARD 01 – DEMONSTRATIVO| DROPS MAGISTRATURA
Ciclos Método

Decisão em ADO: Declarada a inconstitucionalidade por omissão, será dada ciência ao Poder competente para
a adoção das providências necessárias.

Omissão de órgão administrativo: Em caso de omissão imputável a órgão administrativo, as providências


deverão ser adotadas no prazo de 30 (trinta) dias, ou em prazo razoável a ser estipulado excepcionalmente
pelo Tribunal, tendo em vista as circunstâncias específicas do caso e o interesse público envolvido.

O STF pode fixar prazo para o poder competente editar a norma? Sim, pode fixar um parâmetro temporal
razoável. Em não elaborando a lei, dado o caráter mandamental, consequências processuais poderiam
decorrer, ex. travamento de pauta, e até mesmo a supressão da omissão pelo próprio STF (ou até outrem,
como o TCU).

#VAMOSDELEISECA
ADC
Art. 1º Esta Lei dispõe sobre o processo e julgamento da ação direta de inconstitucionalidade e da ação
declaratória de constitucionalidade perante o Supremo Tribunal Federal.

A finalidade da ADC é declarar a constitucionalidade de lei ou ato normativo federal.

Toda lei possui uma presunção relativa de constitucionalidade. O objetivo da ADC é transformar uma
presunção relativa de constitucionalidade em absoluta.

#ATENÇÃO: Julgada procedente a ADC, tal decisão vinculará os demais órgãos do Poder Judiciário e a
Administração Pública.

Objeto da ADC: lei ou ato normativo federal.

Órgão competente para apreciar: STF.

Legitimidade: mesmos da ADI.

Procedimento: Pelo caráter ambivalente, tanto ADI como ADC precisam da citação do AGU. O Procurador-
Geral da República deverá ser previamente ouvido, emitindo o seu parecer.

É requisito haver controvérsia judicial que ponha em risco a presunção de constitucionalidade. Ademais,
quando alegado vício formal de inconstitucionalidade, é necessária a juntada aos autos de cópia dos
documentos relativos ao processo legislativo de formação da lei ou ato normativo federal. A petição inicial
deverá conter cópias do ato normativo questionado e dos documentos necessários para comprovar a
procedência do pedido de declaração de constitucionalidade.

Efeitos da ADC

Erga Omnes.

Ex tunc.

Vinculante em relação aos órgãos do Poder Judiciário e à Administração Pública federal, estadual,
municipal e distrital.
CARD 01 – DEMONSTRATIVO| DROPS MAGISTRATURA
Ciclos Método

#CICLOLEGIS #DECORAALETRADALEI
Art. 21. O Supremo Tribunal Federal, por decisão da maioria absoluta de seus membros, poderá deferir pedido
de medida cautelar na ação declaratória de constitucionalidade, consistente na determinação de que os juízes
e os Tribunais suspendam o julgamento dos processos que envolvam a aplicação da lei ou do ato normativo
objeto da ação até seu julgamento definitivo. Parágrafo único. Concedida a medida cautelar, o Supremo
Tribunal Federal fará publicar em seção especial do Diário Oficial da União a parte dispositiva da decisão, no
prazo de dez dias, devendo o Tribunal proceder ao julgamento da ação no prazo de ___________5, sob pena
de perda de sua eficácia.
a) 180 dias
b) 10 dias.
c) 3 dias.

Cautelar em ADC: Por decisão da maioria absoluta de seus membros, poderá deferir pedido de medida cautelar
na ação declaratória de constitucionalidade, consistente na determinação de que os juízes e os tribunais
suspendam o julgamento dos processos que envolvam a aplicação da lei ou do ato normativo objeto da ação
até seu julgamento definitivo.

Essa suspensão perdurará apenas por 180 dias contados da publicação da parte dispositiva da decisão no DOU,
prazo esse definido pela lei para que o tribunal julgue a ação declaratória. Findo tal prazo, sem julgamento,
cessará a eficácia da medida cautelar.

É possível a atribuição de efeito vinculante e erga omnes em sede de liminar, podendo usar, inclusive,
reclamação. Na hipótese de indeferimento de cautelar, em razão do efeito ambivalente da ação, referida
decisão significaria o mesmo que a procedência da ADI (ações dúplices ou ambivalentes).

Art. 21. O Supremo Tribunal Federal, por decisão da maioria absoluta de seus membros, poderá deferir pedido
de medida cautelar na ação declaratória de constitucionalidade, consistente na determinação de que os juízes
e os Tribunais suspendam o julgamento dos processos que envolvam a aplicação da lei ou do ato normativo
objeto da ação até seu julgamento definitivo.

Parágrafo único. Concedida a medida cautelar, o Supremo Tribunal Federal fará publicar em seção especial do
Diário Oficial da União a parte dispositiva da decisão, no prazo de dez dias, devendo o Tribunal proceder ao
julgamento da ação no prazo de cento e oitenta dias, sob pena de perda de sua eficácia.

#VAMOSDELEISECA
ADPF
A ADPF é regulamentada pela Lei nº 9.882/99:

Art. 1º A arguição prevista no § 1º do art. 102 da Constituição Federal será proposta perante o Supremo
Tribunal Federal, e terá por objeto evitar ou reparar lesão a preceito fundamental, resultante de ato do Poder
Público.

Parágrafo único. Caberá também arguição de descumprimento de preceito fundamental:

I - quando for relevante o fundamento da controvérsia constitucional sobre lei ou ato normativo federal,
estadual ou municipal, incluídos os anteriores à Constituição;

5
Gabarito: a.
CARD 01 – DEMONSTRATIVO| DROPS MAGISTRATURA
Ciclos Método

Objeto/hipóteses de cabimento: Pode ser uma arguição autônoma ou incidental.

A autônoma tem por objeto evitar ou reparar lesão a preceito fundamental, resultante de ato do Poder Público.
Precisa ter nexo de causalidade entre a lesão ao preceito fundamental e o ato do Poder Público, de que esfera
for, não se restringindo a atos normativos, podendo a lesão resultar de qualquer ato administrativo, inclusive
decretos regulamentares.

A segunda hipótese (arguição incidental) prevê a possibilidade de arguição quando for relevante o fundamento
da controvérsia constitucional sobre lei ou ato normativo federal, estadual, municipal e distrital, incluídos os
anteriores à Constituição. Nessa hipótese, deverá ser demonstrada a divergência jurisdicional (comprovação
da controvérsia judicial) relevante na aplicação do ato normativo, violador do preceito fundamental.

#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA: O STF já disse que não é preceito fundamental o veto, pois constitui ato
político do Poder Executivo, insuscetível de ser enquadrado no conceito de ato do Poder Público. Para ter ADPF
precisa de ato do Poder Público.

Competência: Quem aprecia é o STF.

Legitimidade: mesmos legitimados da ADI.

Procedimento: Proposta a ADPF no STF por um dos legitimados, deverá o relator analisar a regularidade formal
da petição inicial. Liminarmente, o relator, não sendo o caso de arguição, faltante um dos requisitos apontados,
ou inepta a inicial, indeferirá a petição inicial, sendo cabível o recurso de agravo interno, no prazo de 15 dias
úteis.

#APOSTACICLOS: não será admitida arguição de descumprimento de preceito fundamental quando houver
qualquer outro meio eficaz capaz de sanar a lesividade. Trata-se do princípio da subsidiariedade (caráter
residual/pressuposto negativo de admissibilidade/causa obstativa).

Julgamento: A decisão sobre a arguição será proferida pelo quórum da maioria absoluta, desde que presente
o quórum de instalação da sessão de julgamento, ou seja, a exigência de estarem presentes pelo menos 2/3
dos Ministros (8 dos 11 Ministros).

Tal como se verifica no processo de ADI, a decisão que julgar procedente ou improcedente o pedido em
arguição de descumprimento de preceito fundamental é irrecorrível, não podendo ser objeto de ação
rescisória. Exceção: embargos de declaração

Julgada a ação, far-se-á comunicação às autoridades ou órgãos responsáveis pela prática dos atos
questionados, fixando-se as condições e o modo de interpretação e aplicação do preceito fundamental. A
decisão é imediatamente autoaplicável, na medida em que o presidente do STF determinará o imediato
cumprimento da decisão, lavrando-se o acórdão posteriormente. Dentro do prazo de 10 dias, contado a partir
do trânsito em julgado da decisão, sua parte dispositiva será publicada em seção especial do Diário da Justiça
e do Diário Oficial da União.

Efeitos: A decisão é erga omnes, vinculante e ex tunc. Todavia, tendo em vista razões de segurança jurídica ou
de excepcional interesse social, poderá o Supremo Tribunal Federal, por maioria qualificada de 2/3 de seus
membros, restringir os efeitos daquela declaração ou decidir que ela só tenha eficácia a partir de seu trânsito
em julgado (ex nunc) ou de outro momento que venha a ser fixado.
CARD 01 – DEMONSTRATIVO| DROPS MAGISTRATURA
Ciclos Método

Pedido de medida liminar: O STF, por decisão da maioria absoluta de seus membros (pelo menos 6 Ministros),
poderá deferir pedido de medida liminar na arguição de descumprimento de preceito fundamental. Em caso
de extrema urgência ou perigo de lesão grave, ou, ainda, em período de recesso, contudo, poderá o relator
conceder a liminar, ad referendum do Tribunal Pleno.

O relator poderá, ainda, ouvir os órgãos ou autoridades responsáveis pelo ato questionado, bem como o
Advogado-Geral da União ou o Procurador-Geral da República, no prazo comum de 5 dias.

A liminar poderá consistir na determinação de que juízes e tribunais suspendam o andamento de processos
ou os efeitos de decisões judiciais, ou de qualquer outra medida que apresente relação com a matéria objeto
da arguição de descumprimento de preceito fundamental, salvo se decorrentes da coisa julgada.

ADPF pode ser conhecida como ADI? Se sim, o princípio da fungibilidade teria natureza ambivalente? Ou
seja, ADI poderia ser conhecida como ADPF? SIM.

Admite-se a fungibilidade quando se estiver diante de dúvida razoável sobre o caráter autônomo de atos
infralegais, como decretos, resoluções, portarias ou em razão da alteração superveniente da norma
constitucional dita violada. Fora essas hipóteses, caracterizado estará o erro grosseiro a afastar a aplicação da
fungibilidade. Exemplo de erro grosseiro: impugnação de lei federal pós-constitucional por ADPF, quando
cabível, no caso, indubitavelmente, a propositura de ADI.

#RESUMEAÍPROF

CONTROLE DIFUSO ou CONCRETO

É aquele que pode ser exercido por qualquer juiz ou Tribunal e a


CONCEITO
inconstitucionalidade será apenas causa de pedir e não o pedido da ação.

O controle realiza-se em face da Constituição vigente ao tempo em que foi


PARÂMETRO editada a lei ou o ato normativo, podendo, assim, se dar frente a
Constituições antigas.

As partes, o Ministério Público, o Juiz ou o próprio Tribunal (de ofício).


LEGITIMIDADE

Em regra, possui efeitos INTER PARTES.

Possibilidade de atribuição de eficácia erga omnes pelo senado:


EFEITOS DA
Art. 52. Compete privativamente ao SENADO FEDERAL:
DECISÃO
X - suspender a execução, no todo ou em parte, de lei declarada
inconstitucional por decisão definitiva do STF;

STF decidiu que este artigo sofreu mutação constitucional e deve ser
interpretado no sentido de que a eficácia será erga omnes,
automaticamente, quando a lei foi declarada inconstitucional pelo STF em
CARD 01 – DEMONSTRATIVO| DROPS MAGISTRATURA
Ciclos Método

sede de controle difuso, cabendo ao Senado apenas dar publicidade à


decisão.

#PARAIRFIXANDO

CONTROLE CONCENTRADO DE CONSTITUCIONALIDADE

Processo objetivo: não há partes;

Causa de pedir aberta: o STF pode reconhecer a inconstitucionalidade em face de artigo diverso do
apontado pelo autor da ação. Apesar da causa de pedir ser aberta, o pedido deve ser fechado.

Competência: STF ou TJ (no caso de controle estadual).

Legitimados: art. 103, CF.

Decisão de mérito:

- Eficácia erga omnes e efeito vinculante;

- Eficácia temporal: Ex tunc (regra);

- Modulação temporal: quórum de dois terços; razões de segurança jurídica ou excepcional interesse
social;

- Efeito repristinatório tácito (ADI).

ADI

COMPETÊNCIA STF

Lei/ato normativo;

OBJETO Federal/estadual;

Posterior ao parâmetro constitucional violado.

Norma formalmente Constitucional;


PARÂMETRO Tratados e Convenções Internacionais de Direitos Humanos (aprovados por 3/5
dos membros e em dois turnos).

Eficácia erga omnes e efeito vinculante;

Suspende a validade da norma impugnada e o julgamento dos processos que a


LIMINAR
envolvam;

Eficácia temporal: ex nunc (regra).


CARD 01 – DEMONSTRATIVO| DROPS MAGISTRATURA
Ciclos Método

ADC

COMPETÊNCIA STF

Lei/ato normativo;

OBJETO Federal;

Posterior ao parâmetro - constitucional violado.

Norma formalmente Constitucional;


PARÂMETRO Tratados e Convenções Internacionais de Direitos Humanos (aprovados por 3/5
dos membros e em dois turnos).

Eficácia erga omnes e efeito vinculante;


LIMINAR
Suspende julgamento dos processos;

ADPF

COMPETÊNCIA STF

Ato do poder público;

OBJETO Federal/estadual/municipal;

Anterior/posterior ao preceito fundamental violado.

PARÂMETRO "Preceito fundamental".

Eficácia erga omnes e efeito vinculante;

Suspende processos, efeitos de decisões judiciais ou qualquer outra medida


LIMINAR
relacionada à matéria (salvo se decorrentes da coisa julgada);

Eficácia temporal: ex nunc (regra).

ADO

COMPETÊNCIA STF

LEGITIMIDADE PASSIVA Autoridades ou órgãos responsáveis pela medida.

Norma constitucional dependente de medida intermediadora para ter plena


PARÂMETRO
efetividade.

Suspensão da aplicação de lei ou ato normativo (omissão parcial) ou de


LIMINAR
processos judiciais e administrativos
CARD 01 – DEMONSTRATIVO| DROPS MAGISTRATURA
Ciclos Método

Fixação de outras providências

Ciência ao poder competente para suprir a omissão;

DECISÃO DE MÉRITO Órgão administrativo: 30 dias ou prazo razoável;

Poder Legislativo: não há prazo.

OBS.: Não será admitida ADPF quando houver qualquer outro meio eficaz de sanar a lesividade (ADPF é
subsidiária).

#NÃOCONFUNDA

MANDADO DE INJUNÇÃO ADI POR OMISSÃO

Natureza e finalidade Natureza e finalidade

Trata-se de processo no qual é discutido um direito A finalidade é declarar que há uma omissão, já que
subjetivo. A finalidade é viabilizar o exercício de um não existe determinada medida necessária para
direito. Há, portanto, controle concreto de tornar efetiva uma norma constitucional.
constitucionalidade.
Estamos diante, portanto, de processo objetivo, em
que há controle abstrato de constitucionalidade.

Cabimento Cabimento

Cabível quando faltar norma regulamentadora de Cabível quando faltar norma regulamentadora
direitos e liberdades constitucionais e das relacionada com qualquer norma constitucional de
prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania eficácia limitada.
e à cidadania.

Legitimados ativos Legitimados ativos

MI individual: pessoas naturais ou jurídicas que se


afirmam titulares dos direitos, das liberdades ou das
Os legitimados da ADI por omissão estão descritos
prerrogativas.
no art. 103 da CF/88.
MI coletivo: estão previstos no art. 12 da Lei nº
13.300/2016.

Competência Competência

A competência para julgar a ação dependerá da Se relacionada com norma da CF/88: STF.
autoridade que figura no polo passivo e que possui
atribuição para editar a norma. Se relacionada com norma da CE: TJ.

Efeitos da decisão Efeitos da decisão


CARD 01 – DEMONSTRATIVO| DROPS MAGISTRATURA
Ciclos Método

Reconhecido o estado de mora legislativa, será Declarada a inconstitucionalidade por omissão, o


deferida a injunção para: Judiciário dará ciência ao Poder competente para
que este adote as providências necessárias.
I - determinar prazo razoável para que o impetrado
promova a edição da norma regulamentadora;

II - estabelecer as condições em que se dará o Se for órgão administrativo, este terá um prazo de 30
exercício dos direitos, das liberdades ou das dias para adotar a medida necessária.
prerrogativas reclamados ou, se for o caso, as
condições em que poderá o interessado promover
ação própria visando a exercê-los, caso não seja Se for o Poder Legislativo, não há prazo.
suprida a mora legislativa no prazo determinado.

OBS: será dispensada a determinação a que se refere


o inciso I quando comprovado que o impetrado
deixou de atender, em mandado de injunção
anterior, ao prazo estabelecido para a edição da
norma.

MANDADO DE INJUNÇÃO

De acordo com a CF/88:

LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o
exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania
e à cidadania;

Assim, os dois requisitos constitucionais para o mandado de injunção são: norma constitucional de eficácia
limitada, prescrevendo direitos, liberdades constitucionais e prerrogativas inerentes à nacionalidade, à
soberania e à cidadania; falta de norma regulamentadora, tornando inviável o exercício dos direitos, liberdades
e prerrogativas mencionados (omissão).

A Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão e o mandado de injunção surgem para sanar a síndrome
de inefetividade das normas constitucionais. Por um lado, o mandado de injunção foi concebido como
instrumento de controle concreto ou incidental de constitucionalidade da omissão, voltado à tutela de direitos
subjetivos. Já a ação direta de inconstitucionalidade por omissão foi pensada como instrumento de controle
abstrato ou principal de constitucionalidade da omissão, empenhado na defesa objetiva da Constituição.

Isso significa que o mandado de injunção é uma ação constitucional de garantia individual, enquanto a ação
direta de inconstitucionalidade por omissão é uma ação constitucional de garantia da Constituição.

OMISSÃO TOTAL X OMISSÃO PARCIAL

A omissão é total quando a inércia é absoluta, ou seja, o preceito constitucional de eficácia limitada não foi
disciplinado. Por sua vez, considera-se parcial a regulamentação quando forem insuficientes as normas
editadas pelo órgão legislador competente.
CARD 01 – DEMONSTRATIVO| DROPS MAGISTRATURA
Ciclos Método

#SELIGANALEI

Art. 2º Conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta total ou parcial de norma regulamentadora
torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à
nacionalidade, à soberania e à cidadania.

Parágrafo único. Considera-se parcial a regulamentação quando forem insuficientes as normas editadas pelo
órgão legislador competente.

LEGITIMIDADE ATIVA X LEGITIMIDADE PASSIVA

São legitimados ativos para o mandado de injunção individual, como impetrantes, as pessoas naturais ou
jurídicas que se afirmam titulares dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à
nacionalidade, à soberania e à cidadania.

Por sua vez, são legitimados ativos para a impetração do mandando de injunção coletivo, como impetrantes:

- Ministério Público: quando a tutela requerida for especialmente relevante para a defesa da ordem jurídica,
do regime democrático ou dos interesses sociais ou individuais indisponíveis;

- Partido político com representação no Congresso Nacional: para assegurar o exercício de direitos, liberdades
e prerrogativas de seus integrantes ou relacionados com a finalidade partidária;

- Organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo


menos 1 ano: para assegurar o exercício de direitos, liberdades e prerrogativas em favor da totalidade ou de
parte de seus membros ou associados, na forma de seus estatutos e desde que pertinentes a suas finalidades,
dispensada, para tanto, autorização especial;

- Defensoria Pública: quando a tutela requerida for especialmente relevante para a promoção dos direitos
humanos e a defesa dos direitos individuais e coletivos dos necessitados, na forma do inciso LXXIV do art. 5.º
da Constituição Federal.

Quanto a legitimidade passiva, tanto o mandado de injunção individual, como o coletivo, deverá ser impetrado
contra o Poder, o órgão ou a autoridade com atribuição para editar a norma regulamentadora.

#SELIGANALEI

Art. 3º São legitimados para o mandado de injunção, como impetrantes, as pessoas naturais ou jurídicas que
se afirmam titulares dos direitos, das liberdades ou das prerrogativas referidos no art. 2º e, como impetrado,
o Poder, o órgão ou a autoridade com atribuição para editar a norma regulamentadora.
CARD 01 – DEMONSTRATIVO| DROPS MAGISTRATURA
Ciclos Método

EFEITOS DA DECISÃO

#SELIGANATABELA6

POSIÇÃO CONCRETISTA DIRETA A concessão da ordem no MI concretiza o direito


diretamente, independentemente de atuação do
órgão omisso, até que a norma constitucional venha
a ser regulamentada. A decisão vale ou para todos
(geral) e, nesse caso, terá efeitos erga omnes, ou
para um grupo, classe ou categoria de pessoas
(coletivo), ou apenas para o impetrante, pessoa
natural ou jurídica (individual).

POSIÇÃO CONCRETISTA INTERMEDIÁRIA Julgando procedente o mandado de injunção, o


Judiciário fixa ao órgão omisso prazo para elaborar a
norma regulamentadora. Findo o prazo e
permanecendo a inércia, o direito passa a ser
assegurado para todos (geral), para grupo, classe ou
categoria de pessoas (coletivo) ou apenas para o
impetrante, pessoa natural ou jurídica (individual).

POSIÇÃO NÃO CONCRETISTA a decisão apenas decreta a mora do Poder, órgão ou


autoridade com atribuição para editar a norma
regulamentadora, reconhecendo-se formalmente a
sua inércia.

O art. 8.º da LMI estabelece que, reconhecido o estado de mora legislativa, será deferida a injunção para:

a) determinar prazo razoável para que o impetrado promova a edição da norma regulamentadora;

b) estabelecer as condições em que se dará o exercício dos direitos, das liberdades ou das prerrogativas
reclamados ou, se for o caso, as condições em que poderá o interessado promover ação própria visando a
exercê-los, caso não seja suprida a mora legislativa no prazo determinado.

Esse prazo será dispensado quando comprovado que o impetrado deixou de atender, em mandado de injunção
anterior, ao prazo estabelecido para a edição da norma.

O legislador optou, portanto, como regra, pela posição concretista intermediária, individual ou coletiva,
autorizando a lei a adoção da posição concretista intermediária geral.

6
LENZA, Pedro. Direito constitucional esquematizado. – 23. ed. – São Paulo: Saraiva Educação, 2019.
CARD 01 – DEMONSTRATIVO| DROPS MAGISTRATURA
Ciclos Método

Assim, dará ao Poder, órgão ou autoridade omissos a possibilidade de suprir a omissão, e, só então, mantida
a mora, incidirá a decisão judicial concretizando o direito fundamental.

De acordo com o art. 9.º, caput, a decisão terá eficácia subjetiva limitada às partes. No mandado de injunção
coletivo, a sentença fará coisa julgada limitadamente às pessoas integrantes da coletividade, do grupo, da
classe ou da categoria substituídos pelo impetrante. Estabelece ainda a lei que, transitada em julgado a
decisão, seus efeitos poderão ser estendidos aos casos análogos por decisão monocrática do relator (art. 9.º,
§ 2.º, LMI).

Ademais, poderá ser conferida eficácia ultra partes ou erga omnes à decisão, quando isso for inerente ou
indispensável ao exercício do direito, da liberdade ou da prerrogativa objeto da impetração (art. 9.º, § 1.º, da
LMI).

Na hipótese de inércia normativa do impetrado, a decisão judicial concretizadora produzirá efeitos até o
advento da norma regulamentadora. Naturalmente, se esta for editada antes da decisão, restará prejudicada
a impetração, caso em que o processo será extinto sem resolução de mérito.

A norma regulamentadora superveniente produzirá efeitos ex nunc em relação aos beneficiados por decisão
transitada em julgado, salvo se a aplicação da norma editada lhes for mais favorável.

ATENÇÃO!

Coisa julgada secundum eventum probationis: o indeferimento do pedido por insuficiência de prova não
impede a renovação da impetração fundada em outros elementos probatórios.

Ação de revisão (a cláusula rebus sic stantibus): sem prejuízo dos efeitos já produzidos, a decisão poderá ser
revista, a pedido de qualquer interessado, quando sobrevierem relevantes modificações das circunstâncias de
fato ou de direito, devendo essa ação de revisão observar, no que couber, o procedimento estabelecido na
referida lei. Não se trata de ação rescisória, mas de revisão da decisão proferida. 7

MANDADO DE INJUNÇÃO COLETIVO

Os direitos, as liberdades e as prerrogativas protegidos por mandado de injunção coletivo são os pertencentes,
indistintamente, a uma coletividade indeterminada de pessoas ou determinada por grupo, classe ou categoria.

O art. 13, parágrafo único, da LMI prescreve que o mandado de injunção coletivo não induz litispendência em
relação aos individuais, mas os efeitos da coisa julgada não beneficiarão o impetrante que não requerer a
desistência da demanda individual no prazo de 30 dias a contar da ciência comprovada da impetração coletiva.

7
LENZA, Pedro. Direito constitucional esquematizado. – 23. ed. – São Paulo: Saraiva Educação, 2019.
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Ciclos Método

#SELIGANAJURIS

A Lei nº 10.835/2004 instituiu um programa denominado “renda básica de cidadania”.


Segundo esse programa, todas as pessoas residentes no Brasil, não importando a sua condição
socioeconômica, deverão receber um benefício cujo valor deve ser fixado pelo Poder Executivo.
O pagamento do benefício deverá ser de igual valor para todos, e suficiente para atender às despesas
mínimas de cada pessoa com alimentação, educação e saúde.
Como esse programa ainda não havia sido implementado, em 2020 o Defensor Público-Geral Federal
ajuizou mandado de injunção contra o Presidente da República.
O STF decidiu que, como está presente estado de mora inconstitucional, deve ser fixado o valor da renda
básica de cidadania para o estrato da população brasileira em condição de vulnerabilidade socioeconômica —
pobreza e extrema pobreza — a ser efetivado, pelo Presidente da República, no exercício fiscal seguinte ao da
conclusão do julgamento de mérito (2022).
STF. Plenário. MI 7300/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, redator do acórdão Min. Gilmar Mendes, julgado em
26/4/2021 (Info 1014).

Por meio da Lei 14.284/2021 foi criado o Programa Auxílio Brasil, substituiu o Bolsa Família.
O art. 1º, parágrafo único, da Lei afirma:
Parágrafo único. O Programa Auxílio Brasil constitui uma etapa do processo gradual e
progressivo de implementação da universalização da renda básica de cidadania a que se referem o caput e o
§ 1º do art. 1º da Lei nº 10.835, de 8 de janeiro de 2004.

#JURISEMFRASES

Pessoal, sabemos que quanto a esse tema a jurisprudência é recheada né!? Para que vocês não percam
tempo, separamos aqui algumas frases retiradas de informativos que vão ajudar vocês a acertar aquela
questão objetiva capciosa!

JURIS EM FRASES
INFO Tribunal de Justiça pode julgar ADI contra lei municipal tendo como parâmetro a Constituição
1036/STF Federal, desde que seja uma norma de reprodução obrigatória
INFO Ação de controle concentrado de constitucionalidade não pode ser utilizada como sucedâneo
1034/STF das vias processuais ordinárias
ADI A produção de efeitos repristinatórios e a impugnação de toda cadeia normativa após a CF/88
4711/RS na declaração de inconstitucionalidade em abstrato de normas legais
INFO Não cabe ADI no TJ contra lei ou ato normativo municipal que viole a Lei Orgânica do Município.
1025/STF
INFO Governador de Estado afastado do cargo não pode propor ADI
1015/STF
INFO Não é admitido o aditamento à inicial da ação direta de inconstitucionalidade após o
1013/STF recebimento das informações dos requeridos e das manifestações do Advogado-Geral da União
e do Procurador-Geral da República.
INFO Cabe ADPF quando se alega que está havendo uma omissão por parte do poder público.
1011/STF
INFO É cabível ADI contra Resolução de Conselho Profissional que não tratou de mero exercício de
1008/STF competência regulamentar, mas expressou conteúdo normativo que lidou diretamente com
direitos e garantias tutelados pela Constituição.
CARD 01 – DEMONSTRATIVO| DROPS MAGISTRATURA
Ciclos Método

INFO É possível que uma emenda constitucional seja julgada formalmente inconstitucional se ficar
998/STF demonstrado que ela foi aprovada com votos “comprados” dos parlamentares e que esse
número foi suficiente para comprometer o resultado da votação
INFO Entidade de classe que representa apenas parte da categoria profissional (e não a sua
995/STF totalidade), não pode ajuizar ADI/ADC
ADI É possível aplicar a teoria do desvio de poder no plano das atividades legislativas a fim de
2667 declarar inconstitucional lei imoderada e arbitrária.
ADPF Cabe ADPF contra súmula do TST.
147
INFO As hipóteses de impedimento e suspeição restringem-se aos processos subjetivos; logo, não se
989/STF aplicam, ordinariamente, ao processo de fiscalização concentrada de constitucionalidade.
INFO É recorrível a decisão denegatória de ingresso no feito como amicus curiae.
985/STF É possível a impugnação recursal por parte de terceiro, quando denegada sua participação na
qualidade de amicus curiae.
Vale ressaltar que existem decisões em sentido contrário e que o tema não está pacificado.
Nesse sentido:
Tanto a decisão do Relator que ADMITE como a que INADMITE o ingresso do amicus curiae é
irrecorrível.
INFO A pessoa física não tem representatividade adequada para intervir na qualidade de amigo da
985/STF Corte em ação direta.
STF. Plenário. ADI 3396 AgR/DF, Rel. Min. Celso de Mello, julgado em 6/8/2020 (Info 985).
Obs: a despeito do julgado acima, vale mencionar que o Min. Roberto Barroso, em decisão
monocrática proferida no dia 17/06/2021, admitiu o ingresso do Senador Renan Calheiros,
relator da CPI da Covid-19, como amicus curiae na ADI 6855, proposta pelo Presidente da
República contra medidas administrativas restritivas instituídas por Governadores de Estado,
em razão da pandemia do novo coronavírus.
INFO Para ser considerada entidade de classe de âmbito nacional e, assim, ter legitimidade para
988/STF propor ações de controle abstrato de constitucionalidade, é necessário que a entidade possua
associados em pelo menos 9 Estados-membros.

#VAMOSTREINAR?

Ano: 2022 Banca: FAURGS Órgão: TJ-RS Prova: FAURGS - 2022 - TJ-RS - Juiz Substituto

O Supremo Tribunal Federal vem proferindo decisões relevantes acerca de temas como mutação
constitucional e controle de constitucionalidade, redefinindo, não raras vezes, os seus limites e possibilidades.
Considere as afirmações abaixo, tendo por base o posicionamento do STF acerca dessas matérias.

I - Em sede de jurisdição constitucional abstrata, a chamada modulação de efeitos já foi excepcionalmente


admitida em caso de decisão declaratória de constitucionalidade de atos normativos.

II - O reconhecimento, com eficácia erga omnes e efeito vinculante, de declaração incidental de


inconstitucionalidade em sede de ação direta (ADI) é vedado pelo ordenamento jurídico brasileiro,
notadamente pelo artigo 52, inciso X, da Constituição do Brasil, que prevê competir ao Senado Federal a
suspensão da execução de lei declarada inconstitucional por decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal.
CARD 01 – DEMONSTRATIVO| DROPS MAGISTRATURA
Ciclos Método

III - A superveniente alteração redacional de ato normativo questionado em ação direta de


inconstitucionalidade não impede o julgamento dessa ação, desde que não tenha havido alteração substancial
no conteúdo desse ato.

Quais estão corretas?

Alternativas8

a) Apenas I.

b) Apenas II.

c) Apenas I e II.

d) Apenas I e III.

e) I, II e III.

Ano: 2022 Banca: FGV Órgão: TJ-AP Prova: FGV - 2022 - TJ-AP - Juiz de Direito Substituto

O Tribunal de Justiça do Estado Alfa foi instado a realizar o controle concentrado de constitucionalidade de
três normas do Município Beta: (1) a primeira norma tratava do processo legislativo no âmbito da Câmara
Municipal, temática sobre a qual a Constituição do Estado Alfa não versava; (2) a segunda dispunha sobre
temática que a Constituição do Estado Alfa disciplinava de modo literalmente idêntico à Constituição da
República de 1988; e (3) a terceira, sobre temática somente prevista na Constituição do Estado Alfa, não na
Constituição da República de 1988.

O Tribunal de Justiça do Estado Alfa, preenchidos os demais requisitos exigidos:

Alternativas9

a) deve realizar o controle das normas descritas em 1, 2 e 3;

b) não deve realizar o controle das normas descritas em 1, 2 e 3;

c) apenas deve realizar o controle das normas descritas em 2 e 3;

d) apenas deve realizar o controle da norma descrita em 1;

e) apenas deve realizar o controle da norma descrita em 3.

8
Gabarito: d.

9
Gabarito: a.
CARD 01 – DEMONSTRATIVO| DROPS MAGISTRATURA
Ciclos Método

Ano: 2021 Banca: VUNESP Órgão: TJ-SP Prova: VUNESP - 2021 - TJ-SP - Juiz Substituto

Quanto aos efeitos da declaração de inconstitucionalidade pelo Supremo Tribunal Federal, é correto afirmar:

Alternativas10

a) A ação direta de inconstitucionalidade ou declaratória de inconstitucionalidade tem natureza dúplice: a


procedência do pedido na ação direta de inconstitucionalidade resulta na declaração de inconstitucionalidade
do ato impugnado, o que também é válido para a hipótese contrária, ou seja, o julgamento de improcedência
equivale à declaração da constitucionalidade do ato impugnado.

b) Somente a decisão propriamente dita – dispositivo – proferida em ação direta de inconstitucionalidade


produzirá efeitos vinculantes, jamais a “ratio decidendi”.

c) É incontroverso que o princípio da interpretação conforme a Constituição se situa no âmbito do controle de


constitucionalidade, não apenas regra de interpretação, e tem aplicação plena, sem qualquer limitação, na
medida em que o STF, em sua função de corte constitucional, atua não só como legislador negativo.

d) A decisão proferida em julgamento de ação direta de inconstitucionalidade e ação declaratória de


constitucionalidade têm efeito vinculante e erga omnes, o que não ocorre no julgamento de arguição de
descumprimento de preceito fundamental.

#JÁCAIUNA2ªFASE (PGE-BA)11
De acordo com a jurisprudência do STF relativa ao processamento de ADIs federal e estadual em face de uma
mesma lei estadual e considerando que o parâmetro de controle estadual seja de observância obrigatória, pelo
princípio da simetria, analise, de forma fundamentada, os seguintes aspectos:

1- possibilidade de processamento simultâneo das ADIs federal e estadual em face da mesma norma estadual;
[valor: 11,00 pontos]

2- possibilidade de processamento de ADI estadual superveniente, impugnando a constitucionalidade da


norma estadual, caso esta venha a ser declarada inconstitucional pelo STF, ao julgar procedente ADI federal
em decisão transitada em julgado. [valor: 8,00 pontos]

Resposta:

Nos termos da jurisprudência do STF, verifica-se a impossibilidade de processamento simultâneo das duas
ADIs. Trata-se da situação denomina simultaneus processus, na qual deverá ser suspenso o processamento da
ADI estadual até a conclusão do julgamento da ADI ajuizada perante o STF, já que a decisão desse influenciará
na persistência ou não da ADI local.

10
Gabarito: a.

11
É PROC mas vai que...
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Em outras palavras, o ajuizamento simultâneo das ADIs é possível, mas seu processamento simultâneo e
consequente julgamento não, já que a ADI estadual deverá ser suspensa até o julgamento final da

ADI federal. Não se mostra, portanto, possível que se continue o processamento da ADI estadual – com
acolhida de informações, pareceres, solicitações adicionais, relatório e voto – tendo em vista que ela poderá
perder seu objeto a depender do desfecho da ADI em trâmite perante o STF.

Assim, suspende-se o trâmite/processamento da ADI estadual para se aguardar o desfecho da federal. Trata-
se, portanto, de causa de suspensão prejudicial do processo de controle concentrado de constitucionalidade
nos termos da jurisprudência do STF.

Tal conclusão só será atingida ao se considerar que o parâmetro de controle invocado perante a CE/BA é de
reprodução obrigatória. Nesse sentido, está pacificada a jurisprudência do STF.

Sobre a possibilidade de processamento de ADI estadual superveniente, impugnando a constitucionalidade da


norma estadual, caso esta venha a ser declarada inconstitucional pelo STF, ao julgar procedente ADI federal
em decisão transitada em julgado, verifica-se a impossibilidade de processamento da ADI estadual
superveniente. Isso porque, uma vez tendo a norma sido declarada inconstitucional pelo STF, em julgamento
de ADI com trânsito em julgado, tal diploma normativo restou extirpado do ordenamento jurídico.

Dessa forma, não subsistirá norma apta a ser apreciada em julgamento de ADI estadual superveniente. Nesses
casos, a ADI estadual não deverá ser proposta e, caso o seja, será considerada prejudicada, por perda de
objeto. Nesse sentido, é a jurisprudência do STF.

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