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DIREITO

TRIBUTÁRIO
Conceito de Tributo e as Espécies
Tributárias

SISTEMA DE ENSINO

Livro Eletrônico
DIREITO TRIBUTÁRIO
Conceito de Tributo e as Espécies Tributárias
Renato Grilo

Apresentação..................................................................................................................3
O Conceito de Tributo e as Espécies Tributárias. . .............................................................6
1. As Premissas do Conceito de Tributo...........................................................................6
1.1. O Tributo é uma Obrigação de Pagar Dinheiro............................................................ 7
1.2. A Origem ‘ex lege’ da Prestação Compulsória de Pagar Tributo................................ 7
1.3. O Tributo não Constitui Sanção de Ato Ilícito.............................................................8
1.4. O Tributo é Cobrado Mediante Atividade Administrativa Plenamente Vinculada...... 10
2. O Conceito de Tributo................................................................................................ 12
3. Espécies Tributárias.................................................................................................. 13
3.1 Critérios Para a Identificação das Espécies Tributárias............................................ 13
3.2. A Apresentação das Espécies Tributárias na Constituição Federal de 1988............ 14
3.3. O Imposto.............................................................................................................. 19
3.4. Taxas..................................................................................................................... 20
3.5. Contribuições de Melhoria......................................................................................29
3.6. Empréstimos Compulsórios...................................................................................32
3.7. Contribuições.........................................................................................................33
3.8. Considerações sobre a nova redação do art. 149 da Constituição Federal..............38
Questões de Concurso...................................................................................................42
Gabarito........................................................................................................................64
Gabarito Comentado. .....................................................................................................65

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DIREITO TRIBUTÁRIO
Conceito de Tributo e as Espécies Tributárias
Renato Grilo

Apresentação
Saudações tributárias!
Meu nome é Renato Cesar Guedes Grilo, estudo direito tributário com afinco desde 2010, quando
decidi prestar concurso para a PGFN – Procuradoria Geral da Fazenda Nacional. Paguei a disciplina
na Universidade, em meados de 2008, mas o meu real encontro com ela se daria um pouco depois.
Há muita mitificação com o Direito Tributário; costumo ouvir de alunos, colegas e juristas expe-
rimentados as mais arrepiantes experiências com a disciplina, comumente em um tom negativo e
desencorajador. Se você tem esse sentimento ou já ouviu de alguém que o tenha, permita-me fazer
um pedido inicial: esqueça.
O Direito Tributário é uma das disciplinas mais fáceis de serem aprendidas; e digo isso buscan-
do a maior isenção possível! Permita-se – e permita-me – uma chance de mostrar isso! Este mate-
rial, com uma abordagem mais pessoal e direta, é um espaço ideal para essa oportunidade, de ter
um melhor encontro com o estudo do tributo e suas implicações.
A primeira pergunta que deve ser feita é: para que serve o Direito Tributário?
Imagine que um grupo de pessoas combine dividir a festa de aniversário de colega de trabalho;
o organizador resolve cobrar uma menor contribuição do pessoal dos serviços gerais – que ganha
menos –, valor maior aos funcionários da atividade-fim – melhor remunerados – e não cobra do
pessoal da limpeza. Mas um daqueles que deveria pagar mais vem a falhar. Então, abrem-se duas
possibilidades: a festa recua no tamanho ou a falha é repartida por todos. Eu, como Procurador da
Fazenda, seria uma terceira via: a pessoa que vai atrás do faltoso para cobrar o que não pagou ou,
ao menos, evitar que coma dos salgadinhos.
Esse simples exemplo serve muito bem para demonstrar a relevância e serventia do Direito Tribu-
tário: a repartição do dever fundamental do cidadão de custear a “festa” do Estado. E que festa é essa?
Basicamente, a própria existência do Estado e os serviços públicos que este presta.
Alguns pagam mais, outros pagam menos e há quem não contribua. Tudo isso deve ser medi-
do conforme um princípio basilar do direito tributário que é a capacidade contributiva. Além disso,
a isonomia material tributária é o valor que deve ser garantido quando o Estado deriva uma parte
dos recursos do particular.

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Portanto, o direito tributário serve para regular a forma como o Estado vai buscar recursos para
sua existência e serventia (prestação de serviços públicos). Se há um órgão público em funciona-
mento e se um serviço público é prestado, é porque alguém pagou para isso; a forma como esse
pagamento é feito é o objeto do estudo da nossa disciplina.
Então, para que o Estado exista e funcione, é indispensável o tributo; e para que haja justiça e
ordem nessa tributação, é indispensável o direito tributário.
Ok. É importante estudar a forma pela qual o Estado se viabiliza. Mas como nós faremos esse
estudo?
Eu proponho sempre aos meus alunos a divisão do direito tributário em quatro abordagens, de
modo a segmentar e organizar o estudo.
Primeira abordagem: o que é um tributo? Quais são os tributos? Qual a competência para insti-
tuir um tributo? O que é e como se estrutura o ‘arquétipo constitucional tributário’? Quais os limites
para o exercício da competência tributária? O estudo da nossa Constituição Tributária. A Legislação
tributária. Vigência, aplicação, interpretação e integração.
Essa primeira abordagem é um pouco mais abstrata e tem como estudo, basicamente, a Constituição
Federal e alguns dispositivos iniciais do Livro Segundo do CTN (art. 96 e seguintes do Código). Ela parte do
tributo e termina na análise das normas que o regulam. No percurso, estudamos como está estruturada a
tributação no nosso atual estágio constitucional. Analisamos as determinações do arquétipo constitucio-
nal tributário, contidas na nossa ‘Constituição Tributária’.
Depois de entendido a parte (o tributo) e a sua regulação (a Constituição e a Legislação Tributá-
ria como um todo) estaremos aptos à segunda abordagem, que é mais prática.
Segunda Abordagem: relação jurídica tributária. Hipótese de incidência e fato gerador. A obriga-
ção tributária. Lançamento tributário. Crédito tributário. Suspensão, Extinção e Exclusão do crédito
tributário. Responsabilidade tributária. Infrações tributárias.
Nesse ponto, sairemos da análise da Constituição para enfrentar o tributo vivo e em movimento.
Compreendida a normatização tributária, da Constituição aos atos normativos de menor estatura,
passaremos a enfrentar o processo de constituição do crédito tributário, que vai desde a concepção
criativa da norma abstrata (hipótese de incidência), até a exigibilidade de um tributo definitivamente
constituído.
Entendida a formatação do tributo, em plena exigibilidade, partiremos desta para a análise do
que ocorre a seguir: como é cobrado, discutido e exigido um tributo.

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Terceira abordagem: garantias e privilégios do Crédito Tributário. Administração Tributária. Pro-


cesso Administrativo Fiscal (PAF). Processo Judicial Tributário. Repetição de Indébito Tributário.
Por fim, a quarta e última abordagem enfrenta os contornos específicos de uma das espécies
tributárias: os impostos.
Quarta abordagem. parte “Especial”: os impostos em espécie.
Esse será o nosso roteiro, sempre motivado pela curiosidade em descortinar esse mecanismo
de viabilização da existência e serventia do Estado.
Todas essas abordagens seguirão a seguinte estrutura:
a) conteúdo teórico (com referências doutrinárias objetivas e esquemas);
b) questões comentadas;
c) resumo da aula;
d) súmulas pertinentes;
e) principais dispositivos legais; e
f) jurisprudência pertinente.
E aí? Prontos para descortinar o direito tributário, deixando de lado qualquer antipatia com a
disciplina?? Vamos juntos nesse estudo!

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O CONCEITO DE TRIBUTO E AS ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS


1. As Premissas do Conceito de Tributo

De acordo com o CTN (Art. 3º), “Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou


cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada
mediante atividade administrativa plenamente vinculada”.

Questão 1 (TRF 3ª REGIÃO/2018/JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO) Tributo é toda prestação pe-


cuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, instituída em lei, que não
constitua sanção por ato ilícito.1

O tributo é o objeto da tributação e esta, por sua vez, representa uma atividade do Estado de
derivar parte da riqueza que é produzida pela sociedade para a sua viabilização. Existe o tributo para
que o Estado exista e preste serviços públicos.
A Lei n. 4.320/1964 assim define “tributo” em seu art. 9º:

Tributo é a receita derivada instituída pelas entidades de direito publico, compreendendo os impostos,


as taxas e contribuições nos termos da constituição e das leis vigentes em matéria financeira, destinado-
-se o seu produto ao custeio de atividades gerais ou especificas exercidas por essas entidades

Diante desse contexto, estimados leitores, precisamos melhor explanar o conceito de tributo,
a partir das seguintes premissas.

Conceito de Tributo
O Tributo é uma Obrigação de pagar dinheiro
A origem ‘ex lege’ da prestação compulsória de pagar tributo
O tributo não constitui sanção de ato ilícito
O tributo é cobrado mediante atividade administrativa plenamente vinculada

1
Certo.

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1.1. O Tributo é uma Obrigação de Pagar Dinheiro

O tributo é o objeto de uma prestação jurídica; como qualquer outra prestação jurídica
obrigacional, será exercida a pretensão por alguém que possui capacidade ativa para exigir
coercitivamente do sujeito passivo obrigacional.
O Tributo é expressado em dinheiro, nunca em dar outros bens fungíveis ou infungíveis;
a obrigação tributária principal de pagar tributo é manifestada mediante entrega ao Fisco de
moeda.
Quando o CTN se refere a “moeda ou cujo valor nela se possa exprimir” não tem a intenção
de instituir uma obrigação tributária de dar outra coisa que não seja moeda, mas tão somente
de permitir que o legislador que institua o tributo venha a estabelecer um “valor” que possa
revelar a quantidade de moeda que deve ser paga a título de tributo.
Em outras palavras, “valor que possa exprimir a moeda” é um valor que possa manifestar,
revelar ou fazer conhecida a moeda. Digamos que o tributo seja “50 valores de referência X” e
que a Lei diga que “1 valor de referência X” corresponde a Y reais (moeda); esse é um exemplo
de como a Lei pode estabelecer o pagamento de um tributo em um “valor” (ou referência) que
possa ser convertido, manifestado ou expressado em dinheiro.
O que interessa, em todo o caso, é que o tributo, ao fim e ao cabo, é moeda (dinheiro).

1.2. A Origem ‘ex lege’ da Prestação Compulsória de Pagar Tributo

Quem busca um mútuo, por exemplo, vai até uma agência bancária e acerta a celebração
de um contrato; aquele que pretende adquirir um determinado imóvel vai até o promitente ven-
dedor e celebra uma promessa de compra e venda, após todas as tratativas prévias.
O contrato é a fonte por excelência das obrigações, mas a Lei também pode fazer nascer a
relação jurídica obrigacional; é o caso do tributo. Ninguém procura o auditor fiscal para com ele
acertar o pagamento de um tributo, tampouco promove prévias tratativas com o representante
do fisco para se obrigar a pagar um determinado tributo.

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Questão 2 (CESPE/2017/PREFEITURA DE FORTALEZA-CE/PROCURADOR DO MUNICÍ-


PIO) No que se refere à teoria do tributo e das espécies tributárias, julgue o item seguinte.
A relação jurídica tributária, que tem caráter obrigacional, decorre da manifestação volitiva do
contribuinte em repartir coletivamente o ônus estatal.2

O tributo se impõe ao sujeito passivo, como obrigação jurídica, ‘ex lege’. Isso significa que o
tributo nasce da Lei, e não como manifestação de vontade dos que ao seu pagamento se obri-
gam. Não há manifestação de vontade nem do sujeito passivo, tampouco do sujeito ativo; como
veremos, o sujeito ativo também está vinculado, por inflexão legal direta, a cobrar o tributo.
Dizer, como faz o CTN, que o tributo é “prestação pecuniária compulsória” não é dizer muita
coisa; todas as prestações jurídicas são compulsórias, sejam elas de origem contratual ou le-
gal. Quem toma dinheiro emprestado está compulsoriamente obrigado a devolvê-lo, a tempo e
modo. Salvo as obrigações naturais, a obrigação jurídica tem a prestação respectiva marcada
pela compulsoriedade.
A grande diferença, no caso do tributo, é a origem da obrigação: há uma inflexão direta da
lei, que independe de qualquer manifestação de vontade de qualquer daqueles que ocupam os
polos obrigacionais.
A Lei que cria o tributo é bastante e forte o suficiente para fazer nascer e impor o tributo.

1.3. O Tributo não Constitui Sanção de Ato Ilícito

Tendo a vocação de viabilizar o Estado e custear os serviços públicos, o tributo não tem
como pressuposto um agir ilícito.
O tributo, para surgir como obrigação, pode até desconsiderar se o ato que configura o seu
nascimento seja decorrente de um agir lícito ou ilícito. Assim, “auferir renda” é uma inflexão

2
Errado.

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abstrata normativa que, quando ocorre no mundo da vida (no mundo real), faz nascer uma obri-
gação tributária. É dizer, “auferir renda” é um fato que gera uma obrigação tributária, pois sub-
sume-se a uma previsão hipotética normativa. Se essa renda advém de um agir ilícito (como a
venda de drogas) ou lícito (como o exercício de um emprego formal), não importa: o fato que
gera uma obrigação tributária é interpretado objetivamente.

Questão 3 (2018/TJ-MG/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS – PROVI-


MENTO) Sobre os tributos, julgue o item seguinte.
Um ato ilícito pode estar descrito na hipótese de incidência de um imposto ou contribuição.3

Questão 4 (CESPE/2018/PGE-PE/PROCURADOR DO ESTADO) Considerando-se o que dis-


põe o CTN, é  correto afirmar que, como regra geral, os  tributos podem incidir sobre bens e
rendimentos decorrentes de atos ilícitos, embora não possam ser utilizados como sanção.4

Abstrair o caráter lícito do fato que gera uma obrigação tributária não quer dizer que o
tributo sanciona fatos ilícitos; jamais. O tributo é o preço que se paga por se viver em uma
sociedade civilizada. Paga-se tributo porque há a necessidade de o Estado existir e agir; para
isso, são eleitas determinadas “materialidades” que fazem presumir uma riqueza. Por exem-
plo, a propriedade. Ser proprietário de algo não é um ilícito (ao menos por hipótese!). Quando
alguém tem a propriedade, contudo, se autoriza presumir que é capaz de contribuir com a
existência do Estado e a prestação de serviços públicos. Assim, a Constituição permite que a
propriedade seja tributada pelos três entes federativos e o DF – quando rural, pela União; de
veículos automotores, pelos Estados; e urbana, pelos Municípios.
Ter uma propriedade é somente um fato que autoriza, nos termos do arquétipo constitucional,
a instituição de uma espécie tributária (imposto); ser proprietário de imóvel rural, veículo automotor
ou imóvel urbano não é, de nenhum modo, um ato ilícito.

3
Errado.

4
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O ato ilícito é punido, sancionado; o tributo é devido como expressão de um dever funda-
mental de quem ostenta a capacidade contributiva para fazê-lo.
Não se confunda, alerto em arremate, a proibição de o tributo funcionar como sanção de
ato ilícito, com a punição de ilícitos tributários. A  obrigação tributária principal pode ser de
pagar tributo ou de pagar penalidade tributária (art. 113 do CTN). Assim, há no direito sancio-
natório tributário a ocorrência de fatos que geram obrigações tributárias de pagar multa; con-
tudo, não se pode confundir a multa tributária com o tributo: são coisas decorrentes de fatos
geradores distintos.

Questão 5 (UPENET/IAUPE/2019/UPE/ADVOGADO) Sobre o conceito de tributo, julgue


o item.
O tributo não deve se confundir com uma sanção para atos ilícitos, embora penalidades pos-
sam ser cobradas em função da desatenção da legislação tributária, pois as penalidades pos-
suem uma previsão de fato gerador distinta da previsão do fato gerador dos tributos.5

1.4. O Tributo é Cobrado Mediante Atividade Administrativa


Plenamente Vinculada

Por fim, podemos dizer que se cobra o tributo como uma atividade não discricionária; o
fiscal não lhe cobra um tributo porque é um cara do mal, tampouco “alivia” a cobrança por ser
um cara do bem.
Em termos de inflexão normativa, quando uma obrigação nasce diretamente por imposi-
ção legal, não há bom e mal: o fiscal cobra o tributo que a Lei faz surgir, sendo um mero instru-
mento dessa norma impositiva.

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Questão 6 (UPENET/IAUPE/2019/UPE/ADVOGADO) Sobre o conceito de tributo, julgue o


item seguinte.
Os tributos podem ser cobrados em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, e não neces-
sariamente sua cobrança será compulsória, por se tratar de uma ação discricionária do Estado,
a atividade de fiscalização e cobrança/imposição fiscal.6

Portanto, a obrigação que tem por objeto o pagamento de um tributo nasce antes de qual-
quer atividade administrativa; ela nasce independente de qualquer acordo, tratativa ou reunião
entre as partes. A obrigação surge, como dito linhas acima, pela ocorrência de um fato da vida
que se amolda a uma norma hipotética. “Auferir renda”, diz a norma hipotética; se alguém, de
carne e osso, obtém a renda, esse fato gera uma obrigação.
A obrigação surge, assim, a partir da ocorrência de um fato que é jurídico – que tem efei-
tos jurídicos e impositivos. Depois de surgida a obrigação é que vem a sua formalização, me-
diante uma atividade administrativa plenamente vinculada. Essa formalização, que sucede ao
surgimento da própria obrigação tributária, é chamada de lançamento tributário e o seu con-
ceito é encontrado no art. 142 do CTN: “Compete privativamente à autoridade administrativa
constituir o crédito tributário pelo lançamento, assim entendido o procedimento administrativo
tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a
matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo
caso, propor a aplicação da penalidade cabível”.
Essa formalização, em essência, tem como objetivo a verificação desse fato, capaz de ge-
rar o surgimento de uma obrigação tributária – no meu exemplo, a situação de “auferir renda”.
O lançamento vai dar um contorno formalmente delimitado a uma obrigação surgida por força
de lei.

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Contudo, deve ser feito um registro relevante. O art. 150 do CTN dispõe sobre uma forma
peculiar de lançamento/formalização do crédito tributário: o lançamento por homologação.
Nessa sistemática, caberá ao próprio contribuinte a constituição do crédito tributário da res-
pectiva obrigação, mediante “autoconfissão” ou “autoconstituição”. Vale dizer, a formalização
não passa por uma “atividade administrativa plenamente vinculada”, mas é levada a efeito por
obra do próprio contribuinte. Este submete os fatos da vida ao direito tributário, apurando a
matéria tributável e lançando o tributo e antecipando o seu pagamento – o Fisco, por sua vez,
terá um prazo de cinco anos para homologar esse procedimento. Caso transcorrido os cinco
anos sem que o fisco efetive, expressamente, a homologação do lançamento, este estará ho-
mologado tacitamente.
Ou seja, nem sempre um tributo será quitado mediante “atividade administrativa plenamen-
te vinculada”; no exemplo que acabo de dar, essa atividade é meramente potencial, resindindo
na possibilidade de o fisco homologar expressamente um procedimento (lançamento) levado
a efeito totalmente pelo contribuinte. Sendo tácita essa homologação – ou seja, transcorridos
os cinco anos sem manifestação expressa do Fisco – a “atividade administrativa plenamente
vinculada” terá sido meramente ‘potencial’, e não real/efetiva.
Esse é um tema (lançamento por homologação) que nós antecipamos apenas para não
perder a oportunidade de ir lançando o conhecimento ao leitor, de modo contextualizado; mas
não se avexe: trataremos do lançamento, de modo específico, muitas linhas adiante.

2. O Conceito de Tributo

Diante do desenvolvimento das partes integrantes para o estabelecimento de um conceito


de tributo, acima desenvolvidas, podemos dizer que tributos são prestações em dinheiro, que
o Estado, no exercício de seu poder de império, exige e deriva do patrimônio do contribuinte
com o objetivo de obter recursos para se viabilizar e cumprir os seus fins.
De acordo com Paulsen:

Cuida-se de prestação em dinheiro exigida compulsoriamente, pelos entes políticos ou por outras pessoas
jurídicas de direito público, de pessoas físicas ou jurídicas, com ou sem promessa de devolução, forte na
ocorrência de situação estabelecida por lei que revele sua capacidade contributiva ou que consubstancie
atividade estatal a elas diretamente relacionada, com vista à obtenção de recursos para o financiamento

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geral do Estado, para o financiamento de fins específicos realizados e promovidos pelo próprio Estado ou
por terceiros em prol do interesse público (PAULSEN, Leandro. Curso de direito tributário completo. 10. ed.
São Paulo: Saraiva, 2019).

O conceito apresentado por Paulsen é mais específico do que o conceito que estamos
propondo, na medida em que já dá sinais identificadores das espécies tributárias encontradas
no nosso sistema de direito.
Ao outorgar competência para a instituição das diversas espécies tributárias, a CF/88 re-
vela suas características intrínsecas e aponta o regime jurídico específico que lhes é aplicável.
Embora todos os tributos se submetam a regras gerais comuns, há normas específicas para
disciplinar cada uma das espécies tributárias.

3. Espécies Tributárias

3.1 Critérios Para a Identificação das Espécies Tributárias

De acordo com o CTN:

Art. 4º A natureza jurídica específica do tributo é determinada pelo fato gerador da respectiva obri-
gação, sendo irrelevantes para qualificá-la:
I – a denominação e demais características formais adotadas pela lei;
II – a destinação legal do produto da sua arrecadação.

Por sua vez, a CF/88 não realizou, propriamente, uma classificação, tampouco elencou cri-
térios de identificação de espécies tributárias, mas fez uma tipologia de tributos, definindo uns
por características relativas à estrutura (impostos, taxas), outros por características relaciona-
das à função (contribuições), outros por feições referentes concomitante a um ou outro dos
citados aspectos (contribuição de melhoria) e outros ainda por aspectos de regime jurídico
alheios quer à estrutura, quer à função, como é o caso dos empréstimos compulsórios.
Embora o CTN afirme que a natureza jurídica do tributo é determinada pelo fato gerador,
diante da regulação do tema pela CF/88 podemos afirmar que tão somente o fato gerador não
é suficiente para determinar a natureza do tributo.
De acordo com Paulsen:

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Assim, não apenas o fato gerador da obrigação é importante para identificar sua natureza jurídica
específica, mas também sua base de cálculo. Esta é mesmo reveladora e merece muita atenção
para que o legislador não institua um imposto (que é tributo sobrea riqueza) sob o pretexto de estar
instituindo uma taxa (necessariamente dimensionada com base na atividade estatal). (PAULSEN,
Leandro. Op. Cit.)

Por sua vez, quando o CTN diz que a “destinação legal do produto” da arrecadação do
tributo é irrelevante para identificar a sua natureza (art. 4º, II), trata-se de aspecto derrogado
diante da CF/88. Embora sirva de referência para a distinção entre impostos, taxas e contri-
buições de melhoria, não se presta à identificação das contribuições especiais e dos emprés-
timos compulsórios, pois estes são identificados a partir da finalidade do tributo.
Importante esclarecer que à época em que o CTN foi editado não havia uma compreensão
delimitada do que viria a ser a espécie tributária das chamadas “contribuições” – hoje com
matriz constitucional no art. 149 da CF/88. Portanto, o CTN foi elaborado tendo por existentes
apenas três espécies tributárias: impostos, taxas e contribuições de melhoria. Essa compre-
ensão do CTN é chamada por parte da doutrina de “teoria tripartite” de espécies tributárias
– Art. 5º Os tributos são impostos, taxas e contribuições de melhoria.

 Obs.: O Código Tributário Nacional, de 1966, foi concebido em uma época na qual existiam
apenas três espécies tributárias (impostos, taxas e contribuições de melhoria), sendo
estas elencadas em seu art. 5º ao qual parte da doutrina atribui o nome de “teoria tri-
partite das espécies tributárias”.

Assim, o CTN utilizou uma técnica de elencar quais são as espécies tributárias, omitindo –
por ser uma característica do seu tempo – a existência de empréstimos compulsórios e con-
tribuições que só viriam a ser inseridas constitucionalmente como tributos tempos depois.

3.2. A Apresentação das Espécies Tributárias na Constituição Federal


de 1988

A Constituição Federal de 1988 não possui nenhum artigo como o art. 5º do CTN. Ou seja,
em nenhum momento a Constituição Federal de 1988 diz: “os tributos são: (...)”.

Como a Constituição Federal faz para apresentar as espécies tributárias?

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DIREITO TRIBUTÁRIO
Conceito de Tributo e as Espécies Tributárias
Renato Grilo

A CF/88 atrela ou integra duas coisas: (i) diz de quem é a competência para instituir e (ii)
diz qual o tributo.

Assim, muito embora não se encontre na CF nenhum dispo-


sitivo que diga, taxativamente, “os tributos são: (...)”, a  Carta
Magna nos apresenta as espécies tributárias a partir da indi-
cação de quem é competente para instituí-las.

Ao assim fazer, a Constituição resolve duas questões com uma única ‘cajadada’: define
competências e apresenta os tributos.
Portanto, a técnica do CTN foi afirmar, em seu art. 5º, que os “tributos são: (...)”. A CF, me-
diante técnica jurídica mais sofisticada e complexa, não se valeu de dispositivo que, somente,
enuncie os tributos, mas apresentou os tributos a partir da definição de quem é o ente federa-
tivo competente para instituí-los.
Nesse sentido, em um primeiro momento, a Constituição Federal dita que TODOS os entes
federativos podem instituir: impostos, taxas e contribuições de melhoria.

Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tri-
butos:
I – impostos;
II – taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de servi-
ços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição;
III – contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas.

Depois, a  Constituição Federal apresenta mais um tributo, mas esse somente pode ser
instituído por um determinado ente federativo: a União.

Art. 148. A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos compulsórios:


I – para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa
ou sua iminência;
II – no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional, observado
o disposto no art. 150, III, “b”.
Parágrafo único. A aplicação dos recursos provenientes de empréstimo compulsório será vinculada
à despesa que fundamentou sua instituição.

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Prosseguindo, a Constituição apresenta mais uma espécie de tributo, que também só pode
ser, em regra, instituída por um ente federativo: a União. Contudo, no §1º, do art. 149, a Cons-
tituição permite que os entes federativos Estados, DF e Municípios instituam também uma
‘subespécie’ desse tributo.

Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção no domínio
econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de sua
atuação nas respectivas áreas, observado o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem prejuízo do
previsto no art. 195, § 6º, relativamente às contribuições a que alude o dispositivo.
§ 1º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, por meio de lei, contribuições
para custeio de regime próprio de previdência social, cobradas dos servidores ativos, dos aposen-
tados e dos pensionistas, que poderão ter alíquotas progressivas de acordo com o valor da base de
contribuição ou dos proventos de aposentadoria e de pensões.
§ 1º-A. Quando houver deficit atuarial, a contribuição ordinária dos aposentados e pensionistas po-
derá incidir sobre o valor dos proventos de aposentadoria e de pensões que supere o salário-mínimo.
§ 1º-B. Demonstrada a insuficiência da medida prevista no § 1º-A para equacionar o deficit atuarial,
é facultada a instituição de contribuição extraordinária, no âmbito da União, dos servidores públicos
ativos, dos aposentados e dos pensionistas.
§ 1º-C. A contribuição extraordinária de que trata o § 1º-B deverá ser instituída simultaneamente
com outras medidas para equacionamento do deficit e vigorará por período determinado, contado
da data de sua instituição.
§ 2º As contribuições sociais e de intervenção no domínio econômico de que trata o caput deste
artigo:
I – não incidirão sobre as receitas decorrentes de exportação;
II – incidirão também sobre a importação de produtos estrangeiros ou serviços; (Redação dada pela
Emenda Constitucional n. 42, de 19.12.2003)
III – poderão ter alíquotas:
a) ad valorem, tendo por base o faturamento, a receita bruta ou o valor da operação e, no caso de
importação, o valor aduaneiro;
b) específica, tendo por base a unidade de medida adotada.
§ 3º A pessoa natural destinatária das operações de importação poderá ser equiparada a pessoa
jurídica, na forma da lei.
§ 4º A lei definirá as hipóteses em que as contribuições incidirão uma única vez.

Por fim, a Constituição Federal nos apresenta um último tributo, atrelado à competência do
DF e Municípios.

Art. 149-A Os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir contribuição, na forma das respec-
tivas leis, para o custeio do serviço de iluminação pública, observado o disposto no art. 150, I e III.
Parágrafo único. É facultada a cobrança da contribuição a que se refere o caput, na fatura de consu-
mo de energia elétrica.

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Em suma, a Constituição Federal fez uma enunciação mais inteligente das espécies tribu-
tárias, valendo-se de diversos dispositivos que serviram de atribuição de competência e deli-
mitação geral das características do tributo.

DICA!
A Constituição Federal não cria o tributo; ela prevê as espécies
tributárias e suas características gerais, atribuindo competên-
cia tributária aos entes federativos para que criem o tributo:
em regra, por lei ordinária, mas, em alguns casos, mediante lei
complementar.

Assim, embora a Constituição Federal não contenha nenhum dispositivo que diga “os tri-
butos são”, a partir da análise dos artigos acima transcritos, podemos dizer que OS TRIBU-
TOS SÃO:
• Impostos;
• Taxas;
• Contribuição de melhoria;
• Empréstimos compulsórios;
• Contribuições.

Parte da doutrina chama essa classificação de “teoria pentapartida” das espécies tributá-
rias. Permitam-me dizer que não é uma teoria, mas uma mera extração do texto constitucional;
em outro dito, uma constatação normativa constitucional. Contudo, encontrei recentemente
uma questão de concurso sobre esse tema.

Questão 7 (IBFC/2018/CÂMARA DE FEIRA DE SANTANA-BA/PROCURADOR JURÍDICO


ADJUNTO) Julgue o item, sobre quais são as espécies tributárias na visão da teoria de classi-
ficação chamada de pentapartida.

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Impostos, taxas, contribuições de melhoria, empréstimos compulsórios e contribuições para-


fiscais ou especiais.7

A rigor, portanto, são cinco as espécies tributárias existentes no nosso sistema. Contudo,
esse número pode variar; há quem considere a “contribuição de melhoria” dentro do gênero
“contribuições”, de modo que se reduziriam a quatro as espécies tributárias. Essa é a diretriz
extraída de uma decisão já antiga do STF, mas que ainda é citada por muitos doutrinadores:

Os tributos, nas suas diversas espécies, compõem o Sistema Constitucional Tributário


brasileiro, que a Constituição inscreve nos seus arts. 145 a 162. Tributo, sabemos todos,
encontra definição no art. 3º do CTN, definição que se resume, em termos jurídicos, no
constituir ele uma obrigação que a lei impõe às pessoas, de entrega de uma certa impor-
tância em dinheiro ao Estado. As  obrigações são voluntárias ou legais. As  primeiras
decorrem da vontade das partes, assim, do contrato; as legais resultam da lei, por isso
são denominadas obrigações ex lege e podem ser encontradas tanto no direito público
quanto no direito privado. A obrigação tributária, obrigação ex lege, a mais importante do
direito público, “nasce de um fato qualquer da vida concreta, que antes havia sido qua-
lificado pela lei como apto a determinar o seu nascimento” (ATALIBA, Geraldo. Herme-
nêutica e Sistema Constitucional Tributário. Diritto e pratica tributaria, Padova, Cedam, v.
L, 1979). As diversas espécies tributárias, determinadas pela hipótese de incidência ou
pelo fato gerador da respectiva obrigação (CTN, art. 4º), são a) os impostos (CF, art. 145,
I; arts. 153, 154, 155 e 156), b) as taxas (CF, art. 145, II), c) as contribuições, que são c.1)
de melhoria (CF, art. 145, III), c.2) sociais (CF, art. 149), que, por sua vez, podem ser c.2.1)
de seguridade social (CF, art. 195; CF, 195, § 4º) e c.2.2) salário educação (CF, art. 212,
§ 5º) e c.3) especiais: c.3.1) de intervenção no domínio econômico (CF, art. 149) e c.3.2)
de interesse de categorias profissionais ou econômicas (CF, art. 149). Constituem, ainda,
espécie tributária, d) os empréstimos compulsórios (CF, art. 148).​​
[ADI 447, rel. min. Octavio Gallotti, voto do min. Carlos Velloso, j. 5-6-1991, P, DJ de 5-3-
1993.]​​

7
Certo.

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Enfim, trata-se de uma opção classificatória. Não me parece adequada, com todo o respei-
to, a opção de inserir a “contribuição de melhoria” dentro do gênero “contribuições”. Contudo,
não podia deixar de mencionar o voto do Min. Carlos Velloso do STF que adotou essa diretriz.
O importante é conhecer todas as espécies tributárias e saber manusear e bem identificar
as opções de “catalogação” classificatória.
Passemos a estudar cada uma das espécies tributárias.

3.3. O Imposto

Os impostos são tributos que incidem sobre revelações de riquezas do contribuinte, cujas
normas de distribuição de competência estão nos Artigos 153, 155 e 156 da Constituição Fe-
deral.
Os fatos geradores dos impostos são, portanto, situações relacionadas ao contribuinte
(art. 16 do CTN) – e não ao Estado – como exteriorizações de riqueza ou da atividade econô-
mica desenvolvida. Isso significa dizer que se tratam de tributos não vinculados a qualquer
atividade do Poder Público.

CTN:
Art. 16. Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qual-
quer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte.

O montante da exação será calculado tendo em conta as materialidades sobre as quais


incide; por exemplo, tributada a propriedade, a base de cálculo será o seu valor venal, na circu-
lação de mercadorias, o valor da operação.
Relevante destacar que os impostos, por estarem dissociados de qualquer atuação especí-
fica do Estado, servem ao custeio dos serviços públicos universais – como a varrição de ruas
e calçadas (espaço públicos, utilizados por todos) – e o seu produto, por essa razão, estará ne-
cessariamente dissociado de qualquer órgão, fundo ou despesa, nos exatos termos do artigo
167, IV, da CF/88, e com as exceções nele descritas:

Art. 167. São vedados:


IV – a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, ressalvadas a repartição do
produto da arrecadação dos impostos a que se referem os arts. 158 e 159, a destinação de recursos

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para as ações e serviços públicos de saúde, para manutenção e desenvolvimento do ensino e para
realização de atividades da administração tributária, como determinado, respectivamente, pelos
arts. 198, § 2º, 212 e 37, XXII, e a prestação de garantias às operações de crédito por antecipação de
receita, previstas no art. 165, § 8º, bem como o disposto no § 4º deste artigo;

Trata-se do chamado princípio da não afetação dos impostos, cuja lógica é relacionada
às materialidades do tributo e à desnecessidade de contraprestação pelo Estado (tributo não
vinculado).
Os impostos são fundados na exteriorização da capacidade contributiva, dentro da neces-
sidade, já tratada nos tópicos pretéritos, de custeio da existência do próprio Estado.

O fato imponível não se refere a comportamento das pessoas jurídicas de direito público interno; ao
contrário, prende-se a um fato, ato, situação inerente a um particular, indicador de sua capacidade
contributiva (art. 145, § 10, da Constituição). O Estado não oferece nenhuma utilidade, comodidade
ou serviço fruível diretamente, não havendo nenhuma vinculação entre o pressuposto de fato previs-
to na norma instituidora do imposto e a atuação estatal (MELO, José Eduardo Soares de. Curso de
direito tributário. 7 ed. São Paulo: Dialética, 2009. P. 47).

São, assim, exações não vinculadas e de arrecadação igualmente não vinculada.


Há alguns impostos cuja finalidade preponderante não é arrecadatória. A doutrina ressalta
que todo tributo possui funções fiscal e extrafiscal; alguns, preponderantemente fiscais, ou-
tros, extrafiscais ou regulatórios.
Impostos fiscais têm preponderante função arrecadatória; já os preordenados à função
extrafiscal servem primordialmente como regulação do mercado, como forma de intervenção
do Estado sobre o domínio econômico.
São considerados extrafiscais os tributos federais sobre: importação de produtos estran-
geiros (II), exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados (IE), operações
de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários (IOF) e produtos indus-
trializados (IPI).

3.4. Taxas

Por uma questão de isonomia e justiça fiscal, as taxas são tributos cobrados de alguém
que fez uso específico de um serviço estatal (serviço singular). Ou seja, nesse caso, como o

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Estado se direciona a fornecer um interesse individual, não seria justo que o custo fosse dividi-
do por todos, com base nas receitas dos impostos.

O serviço público, pois, que dá ensejo ao nascimento da taxa, há de ser um serviço espe-
cífico e divisível. A sua utilização, pelo contribuinte, ou é efetiva ou é potencial, vale dizer,
ou o serviço público é prestado ao contribuinte ou é posto à disposição deste. (...) Con-
cedo que há serviços públicos que somente podem ser remunerados mediante taxa. Do
acórdão do RE 89.876/RJ, relatado pelo eminente ministro Moreira Alves (RTJ 98/230)
e da conferência que S. Exa. proferiu no “X Simpósio Nacional de Direito Tributário” (...)
penso que podemos extrair as seguintes conclusões, com pequenas alterações em rela-
ção ao pensamento do eminente ministro Moreira Alves: os serviços públicos poderiam
ser classificados assim: 1) serviços públicos propriamente estatais, em cuja prestação o
Estado atue no exercício de sua soberania, visualizada esta sob o ponto de vista interno
e externo: esses serviços são indelegáveis, porque somente o Estado pode prestá-los.
São remunerados, por isso mesmo, mediante taxa, mas o particular pode, de regra, optar
por sua utilização ou não. (...) 2) Serviços públicos essenciais ao interesse público: são
serviços prestados no interesse da comunidade. São remunerados mediante taxa. (...) 3)
Serviços públicos não essenciais e que, não utilizados, disso não resulta dano ou preju-
ízo para a comunidade ou para o interesse público. Esses serviços são, de regra, delegá-
veis, vale dizer, podem ser concedidos e podem ser remunerados mediante preço público.
Exemplo: o serviço postal, os serviços telefônicos, telegráficos, de distribuição de energia
elétrica, de gás, etc.​​​​
[ADI 447, rel. min. Octavio Gallotti, voto do min. Carlos Velloso, j. 5-6-1991, P, DJ de 5-3-
1993.]​​

Dessa forma, as taxas servem para remunerar um serviço específico e divisível experimen-
tado pelo cidadão, sendo, portanto, tributo vinculado a um agir estatal.

De acordo com o estabelecido no art. 77 do CTN, taxa é o tributo que tem como falo gerador o exer-
cício regular do poder de polícia, ou a utilização, eletiva ou potencial, de serviço público específico e
divisível, prestado ao contribuinte. (MACHADO, Hugo de Brito. Curso de direito tributário. 27 ed. São
Paulo: Malheiros, 2004. P. 68).

Há duas espécies de taxas: as de polícia e as de serviço.

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A taxa, espécie de tributo vinculado, tendo em vista o critério jurídico do aspecto material do fato
gerador, que Geraldo Ataliba denomina de hipóteses de incidência (Hipótese de incidência tributá-
ria. 4. ed. Revista dos Tribunais, 1991. p. 128 et seq.), ou é de polícia, decorrente do exercício do
poder de polícia, ou é de serviço, resultante da utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos
específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição (CF, art. 145, II). A ma-
terialidade do fato gerador da taxa, ou de sua hipótese de incidência, é, “sempre e necessariamente
um fato produzido pelo Estado, na esfera jurídica do próprio Estado, em referibilidade ao adminis-
trado” (ATALIBA, Geraldo. Sistema tributário na Constituição de 1988. Revista de Direito Tributário,
51/140), ou “uma atuação estatal diretamente referida ao contribuinte”, que “pode consistir ou num
serviço público ou num ato de polícia” (CARRAZZA, Roque Antônio. Curso de direito constitucional
tributário. 2. ed. RT, 1991. p. 243).​​​​

Os dispositivos da CF e do CTN mais relevantes e recorrentes em provas de concursos são


os seguintes:

CF/88. Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguin-
tes tributos:
(...)
II – taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de servi-
ços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição;
(...)
§ 2º As taxas não poderão ter base de cálculo própria de impostos.
(...)
CTN. Art. 77. As taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios,
no âmbito de suas respectivas atribuições, têm como fato gerador o exercício regular do poder de
polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao
contribuinte ou posto à sua disposição.
Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, limitando ou discipli-
nando direito, interêsse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de intê-
resse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção
e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização
do Poder Público, à tranqüilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou
coletivos.
Parágrafo único. Considera-se regular o exercício do poder de polícia quando desempenhado pelo
órgão competente nos limites da lei aplicável, com observância do processo legal e, tratando-se de
atividade que a lei tenha como discricionária, sem abuso ou desvio de poder.
Art. 79. Os serviços públicos a que se refere o artigo 77 consideram-se:
I – utilizados pelo contribuinte:
a) efetivamente, quando por ele usufruídos a qualquer título;
b) potencialmente, quando, sendo de utilização compulsória, sejam postos à sua disposição me-
diante atividade administrativa em efetivo funcionamento;

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II – específicos, quando possam ser destacados em unidades autônomas de intervenção, de utilida-
de, ou de necessidades públicas;
III  – divisíveis, quando suscetíveis de utilização, separadamente, por parte de cada um dos seus
usuários.

Assim, as taxas têm como fato gerador o exercício regular do poder de polícia, ou a utili-

zação, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte

ou posto à sua disposição.

A atuação estatal direcionada ao contribuinte constitui, portanto, o fato gerador da obri-

gação tributária, cabendo a cada ente federado a competência para cobrar taxas pelos servi-

ços que preste ou pelo poder de polícia exercido, dentro da sua competência política e admi-

nistrativa.

Conforme expressa o CTN, a taxa de serviço pressupõe que este seja específico e divisível.

Nesse sentido, considerando que a iluminação pública é um serviço prestado universalmente

(“uti universe”) deve ser custeado pelos recursos gerais do caixa público, provenientes da ar-

recadação dos impostos. As taxas servem para remunerar as situações em que o contribuinte

vê o braço do estado especificamente sobre uma necessidade sua, atendendo-a. É  o caso

da coleta individual de lixo; o Estado estende a sua mão para coletar, especificamente, o lixo

produzido por um contribuinte.

DICA!
O serviço de iluminação pública não pode ser remunerado me-
diante taxa. [Súmula Vinculante 41.]
A taxa cobrada exclusivamente em razão dos serviços públi-
cos de coleta, remoção e tratamento ou destinação de lixo ou
resíduos provenientes de imóveis não viola o art. 145, II, da CF. ​
[Súmula Vinculante 19.]
É inconstitucional a taxa municipal de conservação de estra-
das de rodagem cuja base de cálculo seja idêntica à do impos-
to territorial rural. [Súmula 595/STF]

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Relevante destacar que não se pode cobrar taxas relativamente aos serviços públicos que

a CF/88 prevê como públicos e gratuitos, tal como saúde e educação.

DICA!
Nesse sentido é o verbete vinculante de n. 12 do Supremo Tri-
bunal Federal: “A COBRANÇA DE TAXA DE MATRÍCULA NAS
UNIVERSIDADES PÚBLICAS VIOLA O DISPOSTO NO ART. 206,
IV, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL.”

O Supremo Tribunal Federal já reconheceu a possibilidade de existir o efeito confiscatório


(Artigo 150, IV, da CF) quando há manifesta desproporção entre o valor da taxa e o custo do
serviço prestado, ferindo assim o princípio da capacidade contributiva.

Taxa: correspondência entre o valor exigido e o custo da atividade estatal. A  taxa,


enquanto contraprestação a uma atividade do Poder Público, não pode superar a relação
de razoável equivalência que deve existir entre o custo real da atuação estatal referida ao
contribuinte e o valor que o Estado pode exigir de cada contribuinte, considerados, para
esse efeito, os elementos pertinentes às alíquotas e à base de cálculo fixadas em lei. Se
o valor da taxa, no entanto, ultrapassar o custo do serviço prestado ou posto à disposi-
ção do contribuinte, dando causa, assim, a uma situação de onerosidade excessiva, que
descaracterize essa relação de equivalência entre os fatores referidos (o custo real do
serviço, de um lado, e o valor exigido do contribuinte, de outro), configurar-se-á, então,
quanto a essa modalidade de tributo, hipótese de ofensa à cláusula vedatória inscrita no
art. 150, IV, da CF. Jurisprudência. Doutrina. (ADI 2.551-MC-QO, Rel. Min. Celso de Mello,
julgamento em 2-4-2003, Plenário, DJ de 20-4-2006.)

Importante destacar que o princípio da capacidade contributiva igualmente pode se aplicar


às taxas, como ressaltou o STF no julgamento da constitucionalidade da Taxa de Polícia insti-
tuída pela União para a fiscalização dos mercados:

O critério adotado pelo legislador para a cobrança dessa taxa de polícia busca realizar
o princípio constitucional da capacidade contributiva, também aplicável a essa modali-
dade de tributo, notadamente quando a taxa tem, como fato gerador, o exercício do poder

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de polícia. (RE 216.259-AgR, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 9-5-2000, Segunda
Turma, DJ de 19-5-2000.) No mesmo sentido: RE 177.835, Rel. Min. Carlos Velloso, julga-
mento em 22-4-1999, Plenário, DJ de 25-5-2001.

O Artigo 145, §2º, da CF/88 estabelece que “as taxas não poderão ter base de cálculo
própria de impostos.” Alexandrino e Vicente Paulo tecem interessante construção teórica para
explicar a razão desta vedação:

Com efeito, a  base de cálculo de um tributo é o padrão ou o critério quantitativo que permite di-
mensionar o fato econômico eleito pela lei como gerador da correspondente obrigação tributária.
Assim, uma vez que um imposto tem sempre como hipótese legal de incidência um fato econômico
relacionado ao sujeito passivo (a propriedade de um bem, uma operação que ele realize, um ren-
dimento que ele aufira), a base de cálculo de um imposto deve dimensionar esse fato econômico
– será, portanto, o valor do bem, o valor da operação, o valor do rendimento. Diferentemente, como
o fato gerador de uma taxa é sempre uma atividade estatal específica (a prestação de serviço pú-
blico específico e divisível ou o exercício do poder de polícia), a base de cálculo de uma taxa deve,
teoricamente, guardar relação com o custo da atividade estatal que constituir o seu fato gerador.
Consequentemente, se a lei instituidora de uma taxa estabelecer como base de cálculo elementos
que, na verdade, dimensionem um fato econômico do contribuinte (o valor de um bem dele, o valor
de uma operação que ele efetuou, o valor de um rendimento que ele auferiu), essa taxa resultará
constitucionalmente desnaturada – será um tributo com fato gerador de taxa e base de cálculo
própria de imposto (ALEXANDRINO, Marcelo. PAULO, Vicente. Direito tributário na Constituição e no
STF. 16 ed. São Paulo:
Método, 2011. P.48).

DICA!
Entretanto, sobre esse ponto, em fevereiro de 2010, o Supre-
mo Tribunal editou a Súmula Vinculante n. 29. É  CONSTITU-
CIONAL A ADOÇÃO, NO CÁLCULO DO VALOR DE TAXA, DE
UM OU MAIS ELEMENTOS DA BASE DE CÁLCULO PRÓPRIA DE
DETERMINADO IMPOSTO, DESDE QUE NÃO HAJA INTEGRAL
IDENTIDADE ENTRE UMA BASE E OUTRA.

Entendeu o STF – em nome da capacidade contributiva – que, dada a dificuldade de esta-


belecer um salutar valor comutativo entre o custo do serviço e o valor da taxa, é razoável utili-
zar aspectos materiais de impostos a título de parâmetro para calcular a taxa.

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Dessa forma, o tamanho do imóvel (metragem, que é um dos elementos da base de cálculo
de um imposto – o IPTU, calculado sobre o valor venal) pode servir de parâmetro para a fixa-
ção da taxa residencial de coleta de resíduos sólidos, pela presunção de que um imóvel maior
potencialmente gera mais lixo do que um de menor metragem.

A base de cálculo da taxa de fiscalização e funcionamento fundada na área de fiscaliza-


ção é constitucional, na medida em que traduz o custo da atividade estatal de fiscaliza-
ção. Quando a Constituição se refere às taxas, o faz no sentido de que o tributo não incida
sobre a prestação, mas em razão da prestação de serviço pelo Estado. A área ocupada
pelo estabelecimento comercial revela-se apta a refletir o custo aproximado da atividade
estatal de fiscalização.​​
[RE 856.185 AgR, rel. min. Roberto Barroso, j. 4-8-2015, 1ª T, DJE de 24-9-2015.]​​

A respeito das taxas de polícia relevante destacar a jurisprudência do STF que admite a co-
brança ainda que não exista a efetiva e concreta fiscalização do contribuinte (dispensabilidade
da chamada “fiscalização porta a porta”), mas tão somente pela existência de aparato fiscal.

O texto constitucional diferencia as taxas decorrentes do exercício do poder de polícia


daquelas de utilização de serviços específicos e divisíveis, facultando apenas a estas a
prestação potencial do serviço público. A regularidade do exercício do poder de polícia
é imprescindível para a cobrança da taxa de localização e fiscalização. À  luz da juris-
prudência deste STF, a existência do órgão administrativo não é condição para o reco-
nhecimento da constitucionalidade da cobrança da taxa de localização e fiscalização,
mas constitui um dos elementos admitidos para se inferir o efetivo exercício do poder
de polícia, exigido constitucionalmente. (...) É constitucional taxa de renovação de fun-
cionamento e localização municipal, desde que efetivo o exercício do poder de polícia,
demonstrado pela existência de órgão e estrutura competentes para o respectivo exercí-
cio, tal como verificado na espécie quanto ao Município de Porto Velho/RO (...).​​
[RE 588.322, rel. min. Gilmar Mendes, j. 16-6-2010, P, DJE de 3-9-2010, Tema 217.]​​​​
A hipótese de incidência da taxa é a fiscalização de atividades poluidoras e utilizadoras
de recursos ambientais, exercida pelo Ibama (Lei 6.938/1981, art. 17-B, com a redação
da Lei 10.165/2000). Tem-se, pois, taxa que remunera o exercício do poder de polícia do

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Estado. Não há invocar o argumento no sentido de que a taxa decorrente do poder de polí-
cia fica “restrita aos contribuintes cujos estabelecimentos tivessem sido efetivamente
visitados pela fiscalização”, por isso que, registra Sacha Calmon – parecer, fl. 377 –, essa
questão “já foi resolvida, pela negativa, pelo STF, que deixou assentada em diversos jul-
gados a suficiência da manutenção, pelo sujeito ativo, de órgão de controle em funcio-
namento (cf., inter plures, RE 116.518 e RE 230.973). Andou bem a Suprema Corte brasi-
leira em não aferrar-se ao método antiquado da vistoria porta a porta, abrindo as portas
do Direito às inovações tecnológicas que caracterizam a nossa era”. Destarte, os  que
exercem atividades de impacto ambiental tipificadas na lei sujeitam-se à fiscalização do
Ibama, pelo que são contribuintes da taxa decorrente dessa fiscalização, fiscalização que
consubstancia, vale repetir, o poder de polícia estatal.​​
[RE 416.601, voto do rel. min. Carlos Velloso, j. 10-8-2005, P, DJ de 30-9-2005.]. No mesmo
sentido: RE 603.513 AgR, rel. min. Dias Toffoli, j. 28-8-2012, 1ª T, DJE de 12-9-2012​.

Conforme acima explicitado, para os impostos há vedação específica da sua destinação a


fundo ou despesa art. 167, IV, da CF – ou seja, de um lado, o imposto é tributo não vinculado
a nenhum agir estatal específico dirigido ao contribuinte; de outro, o imposto é tributo não vin-
culado a nenhum gasto específico do Estado, servindo para remunerar os chamados “serviços
públicos universais”.
Por outro lado, as taxas são vinculadas a um agir específico do Estado e servem para re-
munerar os “serviços públicos singulares” (ou “uti singulis”). Portanto, a vedação do art. 167,
IV, da CF não alcança as taxas.

Lei estadual n. 12.986/1996. Violação do art. 167, IV, da CF. Não ocorrência. Preceito de
lei estadual que destina 5% dos emolumentos cobrados pelas serventias extrajudiciais
e não oficializadas ao Fundo Estadual de Reaparelhamento e Modernização do Poder
Judiciário (FUNDESP) não ofende o disposto no art. 167, IV, da CF. Precedentes. A norma
constitucional veda a vinculação da receita dos impostos, não existindo, na Constituição,
preceito análogo pertinente às taxas. ​[RE 570.513 AgR, rel. min. Eros Grau, j. 16-12-2008,
2ª T, DJE de 27-2-2009.]​​

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Por fim, nos compete distinguir o tributo taxa do preço público – temática abordada à
exaustão em concursos públicos –, dando relevo à recentíssima decisão do STF sobre a natu-
reza jurídica do pedágio.
A taxa, em suma: é sujeita a regime de direito público, por ser tributo e, portanto, receita de-
rivada que só pode ser instituída e alterada mediante lei; a cobrança é imperativa e independe
da vontade da parte, cujo princípio de cobrança é a retributividade por um gasto específico e
divisível do estado em relação ao sujeito passivo; deve obediência aos princípios constitucio-
nais do direito tributário, como a anterioridade clássica e a noventena e a mera disposição do
serviço autoriza a cobrança.
Já o preço público se submete ao regime de direito privado e funciona como receita origi-
nária da exploração pelo Estado de um determinado nicho econômico, cuja cobrança tem por
base jurídica um ato de vontade bilateral que independe de lei, marcada pela voluntariedade;
o fundamento do preço público, portanto, é o caráter sinalagmático e contraprestativo para a
manutenção do equilíbrio financeiro do contrato; por não ser receita tributária, não se submete
aos princípios gerais de direito tributário, como a legalidade e sua cobrança não é compulsória;
a cobrança só se processa mediante o uso efetivo de um serviço, sendo rescindível a qualquer
momento.
Na doutrina e jurisprudência, a propósito desse tema, havia profunda divergência acerca da
natureza jurídica do pedágio.
O Supremo Tribunal Federal, na ADI 800/RS, julgada em junho de 2014, entendeu que o
pedágio cobrado pela efetiva utilização de rodovias não tem natureza tributária, mas de preço
público, consequentemente, não está sujeito ao princípio da legalidade estrita (Informativo de
jurisprudência n. 750). Para o STF, o elemento nuclear para identificar e distinguir taxa e pre-
ço público seria o da compulsoriedade, presente na primeira e ausente na segunda espécie.
Nesse sentido, mencionou o Enunciado 545 da Súmula do STF (“Preços de serviços públicos e
taxas não se confundem, porque estas, diferentemente daqueles, são compulsórias e têm sua
cobrança condicionada à prévia autorização orçamentária, em relação à lei que as instituiu”).

As custas, a taxa judiciária e os emolumentos constituem espécie tributária, são taxas,


segundo a jurisprudência iterativa do STF. (...) Impossibilidade da destinação do produto

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da arrecadação, ou de parte deste, a instituições privadas, entidades de classe e Caixa


de Assistência dos Advogados. Permiti-lo importaria ofensa ao princípio da igualdade.
Precedentes do STF.​​​​
[ADI 1.145, rel. min. Carlos Velloso, j. 3-10-2002, P, DJ de 8-11-2002.]​​
Vide MS 28.141, rel. min. Ricardo Lewandowski, j. 10-2-2011, P, DJE de 1º-7-2011​​
Vide RE 233.843, rel. min. Joaquim Barbosa, j. 1º-12-2009, 2ª T, DJE de 18-12-2009​​
Ementa: TRIBUTÁRIO E CONSTITUCIONAL. PEDÁGIO. NATUREZA JURÍDICA DE PREÇO
PÚBLICO. DECRETO 34.417/92, DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL. CONSTITUCIONA-
LIDADE. 1. O pedágio cobrado pela efetiva utilização de rodovias conservadas pelo Poder
Público, cuja cobrança está autorizada pelo inciso V, parte final, do art. 150 da Constitui-
ção de 1988, não tem natureza jurídica de taxa, mas sim de preço público, não estando
a sua instituição, consequentemente, sujeita ao princípio da legalidade estrita. 2. Ação
direta de inconstitucionalidade julgada improcedente.​​
​(ADI 800, Relator(a): Min. TEORI ZAVASCKI, Tribunal Pleno, julgado em 11/06/2014, ACÓR-
DÃO ELETRÔNICO DJe-125 DIVULG 27-06-2014 PUBLIC 01-07-2014)​​

3.5. Contribuições de Melhoria

Dentro da ideia de justiça comutativa, não é razoável que uma obra pública causadora de
considerável e específica valorização de imóveis privados seja custeada por todos os contri-
buintes.
Nesse sentido, realizada a obra pública da qual decorra particular enriquecimento de deter-
minados contribuintes, estes podem ser chamados ao seu custeio, de modo que os recursos
daí derivados sejam reaplicados em prestações estatais que favoreçam a todos, atendendo
assim ao ideal de justiça fiscal.
Destaca a doutrina que:

Em 1605, na Inglaterra, a coroa inglesa realizou uma obra de grande porte e com enorme dispêndio
de dinheiro para sanear as margens do Rio Tâmisa, tornando-o mais navegável e estimulando o
incremento da atividade econômica nas áreas ribeirinhas. Os proprietários dos imóveis localizados
nessas áreas foram muito beneficiados, pois passaram a ter suas terras, antes sujeitas a frequentes
alagamentos, bastante valorizadas. Visando a sanar o enriquecimento sem causa, foi criado, por lei,
um tributo (betterment tax), a ser pago pelos beneficiários, limitado ao montante da valorização indi-

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vidual. Nascia a contribuição de melhoria, até hoje responsável pelo financiamento de obras de gran-
de vulto (ALEXANDRE, Ricardo. Direito tributário esquematizado. São Paulo: Método, 2011.p. 74).

Assim, prevista no Artigo 145, III, da Constituição Federal, e Artigo 81 do CTN, como tributo
de competência comum – a ser cobrado pelo ente político executor da obra – a contribuição
de melhoria revela-se como um tributo vinculado a um agir específico do Poder Público: obra
pública da qual decorra valorização imobiliária específica.

Art. 81. A contribuição de melhoria cobrada pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos
Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, é instituída para fazer face ao custo de obras
públicas de que decorra valorização imobiliária, tendo como limite total a despesa realizada e como
limite individual o acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado.

Relevante destacar ser a contribuição decorrente de obra pública – e não para a realização
desta –, ou seja, a cobrança só poderá ser posterior ao agir do Estado e à aferição da valoriza-
ção do imóvel privado.
O fato gerador contribuição de melhoria é, portanto, a valorização imobiliária decorrente da
obra pública, sendo a base de cálculo o quantum deste acréscimo patrimonial.

Esta Corte consolidou o entendimento no sentido de que a contribuição de melhoria


incide sobre o quantum da valorização imobiliária. (AI 694.836-AgR, Rel. Min. Ellen Gracie,
julgamento em 24-11-2009, Segunda Turma, DJE de 18-12-2009.)

Pode-se afirmar que o aspecto material da hipótese de incidência da contribuição de me-


lhoria é complexo, conjugado por dois fatos: realização de uma obra pública, da qual decorra
valorização dos imóveis beneficiados.

DICA!
Os limites individual e total existem em razão da natureza do
tributo. O contribuinte deve ser tributado no limite individual do
seu benefício econômico, limitando-se ainda a exação ao valor
total da obra pública.

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Assim, hipoteticamente em uma valorização individual de 20 mil reais de cinco imóveis espe-
cíficos, custando a obra pública um total de 70 mil reais, não cumprirá a justiça comutativa da
exação caso os contribuintes sejam taxados além do limite global representado pelo valor da
obra (ainda que a valorização – limite individual – seja maior). É que não se pode esquecer que
a finalidade do tributo é a devolução aos cofres públicos dos valores despendidos para uma
obra que terminou acarretando um benefício individual.

Trata-se de um tributo moralizador, a evitar que obras públicas sejam direcionadas a bene-
ficiar um público específico. Quando isso ocorre, o Direito Tributário possui instituto equaliza-
dor da justiça fiscal: a contribuição de melhoria.

DICA!
O tributo é chamado de “moralizador” em virtude de que a obra
pública (que é a causa do tributo, e  não o seu fato gerador)
não é feita para beneficiar os imóveis situados na chamada
‘zona de influência’ da valorização econômica. A  obra públi-
ca é promovida para beneficiar a sociedade como um todo;
caso uma obra pública fosse feita especificamente para be-
neficiar determinados imóveis, seria um caso de improbidade
ou até crime. A  valorização de determinados imóveis, decor-
rente de obra pública, não é ligada às razões que motivaram
a obra pública, mas apenas um efeito colateral ou reflexo (um
efeito inevitável). Ou seja, como a obra (feita para beneficiar a
todos) termina trazendo um benefício específico a alguns pou-
cos, é um fato moralmente positivo a instituição de um tributo
(contribuição de melhoria) a ser cobrado daqueles que mais
se beneficiaram com a obra pública. Portanto, o  gestor que
opta pela instituição do tributo comprova que a obra não foi
feita para beneficiar poucos; a imposição da contribuição de
melhoria é um poderoso instrumento de justiça fiscal e de via-
bilização de obras públicas.

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Em nível de Lei Complementar, o Decreto-Lei n. 195/1967 dispõe sobre o tributo, estabele-


cendo as regras específicas para a cobrança.

3.6. Empréstimos Compulsórios

A validação constitucional dos empréstimos compulsórios está na sua finalidade: gerar re-
cursos para situações de calamidade pública ou guerra externa, ou para investimento nacional
relevante e urgente, nos exatos termos do Artigo 148 da CF/88 – determinando ainda que o
tributo é de arrecadação vinculada:

Art. 148. A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos compulsórios:


I – para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública,
de guerra externa ou sua iminência;
II – no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional, observado
o disposto no art. 150, III, “b”.
Parágrafo único. A aplicação dos recursos provenientes de empréstimo compulsório será vinculada
à despesa que fundamentou sua instituição.

Pelo texto constitucional, há reserva de Lei Complementar para o empréstimo compulsório,


não sendo possível a sua criação mediante lei ordinária, lei delegada ou medida provisória.
Além do que, a doutrina entende que a lei complementar deve ser específica, porque somente
a natureza do gasto e sua magnitude deverão determinar a graduação da obrigação.
Cumpre salientar que o fato gerador não é constitucionalmente especificado, podendo ser
vinculado ou não a uma ação pontual do Poder Público, pois é evidente que o fato gerador do
empréstimo compulsório não é a guerra nem a calamidade nem o investimento público, embo-
ra ele só possa ser instituído à vista dessas situações.
O traço distintivo que marca o empréstimo compulsório como espécie tributária diferencia-
da e autônoma é a promessa de devolução, sem a qual não se caracteriza o tributo.
O empréstimo compulsório inaugura duas relações jurídicas: a de natureza tributária, nas-
cida pela subsunção do fato gerador à hipótese de incidência descrita na lei complementar; e
outra de natureza administrativa, surgida do pagamento do crédito pelo contribuinte, impondo
ao Estado o dever de restituir o valor anteriormente arrecadado e o correspondente direito do
contribuinte de recebê-lo.

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A restituição deve ser em moeda, paritariamente à exação recolhida aos cofres públicos,
tal como decidiu o STF no RE 121.336.

Empréstimo compulsório. (DL 2.288/1986, art. 10): incidência na aquisição de automó-


veis de passeio, com resgate em quotas do Fundo Nacional de Desenvolvimento: incons-
titucionalidade. ‘Empréstimo compulsório, ainda que compulsório, continua empréstimo’
(Victor Nunes Leal): utilizando-se, para definir o instituto de Direito Publico, do termo
empréstimo, posto que compulsório – obrigação ex lege e não contratual –, a  Consti-
tuição vinculou o legislador à essencialidade da restituição na mesma espécie, seja por
força do princípio explícito do art. 110 Código Tributário Nacional, seja porque a identi-
dade do objeto das prestações recíprocas e indissociável da significação jurídica e vulgar
do vocábulo empregado. Portanto, não é empréstimo compulsório, mas tributo, a imposi-
ção de prestação pecuniária para receber, no futuro, quotas do Fundo Nacional de Desen-
volvimento: conclusão unânime a respeito. (RE 121.336, Rel. Min. Sepúlveda Pertence,
julgamento em 11-10-1990, Plenário, DJ de 26-6-1992.)

3.7. Contribuições

Existem situações nas quais o Estado age com referência a determinado grupo de contri-
buintes. Em verdade, tais ações estatais não possuem a referibilidade direta das taxas, mas
não são genéricas (universais) para serem custeadas pela receita dos impostos. São medidas
com finalidades específicas, dentro da ordem social, custeadas através de tributo denominado
contribuição.
O Estado Liberal não tinha a preocupação em promover ações interventivas no domínio
econômico ou entregar prestações positivas aos seus cidadãos. A  ideia do liberalismo era
diminuir o espaço do Estado, de modo que impostos, taxas e contribuições de melhorias bas-
tavam como espécies tributárias para fazer frente às despesas de um Estado Liberal. Com o
advento do Estado Social, a Administração Pública passa a gerenciar a entrega de prestações
positivas à sociedade, de modo a trazer ‘segurança social’ – ou seguridade social (previdência,
assistência, saúde) -, bem como o Estado para a intervir sobre o domínio econômico.

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Para fazer frente a esse modelo de Estado, surgem as Contribuições. Assim, no campo
social, há as Contribuições Sociais para viabilizar a ação do Estado na entrega de segurança
social – antes, ação que estava limitada à segurança individual (Estado Liberal). No campo do
domínio econômico, são idealizadas as Contribuições Interventivas, como mecanismo deriva-
tivo de recursos para proporcionar condições de o Estado heterorregular as atividades econô-
micas, de modo a prevenir ou corrigir as chamadas falhas de mercado.
Esses exemplos mostram o porquê de a Constituição de 1988 trazer essas matrizes tribu-
tárias referentes às Contribuições que podem ser instituídas, de modo a fazer frente às inúme-
ras prestações que foram prometidas na Carta Magna.
A doutrina mais especializada sobre o tema nos oferece o seguinte conceito para a espécie
tributária:

Contribuição especial é o tributo que, apesar de ter hipótese de incidência desvinculada de atua-
ções estatais, é juridicamente afetado à realização de finalidades específicas (notas conceituais),
as quais autorizam a sua instituição e a sua cobrança dos sujeitos passivos a elas relacionados, no
montante e no período em que a cobrança se revelar efetivamente necessária (requisitos específi-
cos de validade) (PAULSEN, Leandro. VELLOSO, Andrei Pitten. Contribuições: Teoria geral e contri-
buições em espécie. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2010. P. 47).

Destacamos esse traço característico da finalidade a que estão preordenadas as contribui-


ções sociais, somente podendo ser instituídas nos termos do Artigo 149-A (Custeio da Ilumi-
nação Pública) e 149 da Constituição Federal, sendo este o dispositivo a que se atribui a norma
matriz de competência tributária para a instituição da exação:

Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção no domínio
econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de sua
atuação nas respectivas áreas, observado o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem prejuízo do
previsto no art. 195, § 6º, relativamente às contribuições a que alude o dispositivo.
§ 1º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, por meio de lei, contribuições
para custeio de regime próprio de previdência social, cobradas dos servidores ativos, dos aposen-
tados e dos pensionistas, que poderão ter alíquotas progressivas de acordo com o valor da base de
contribuição ou dos proventos de aposentadoria e de pensões.
§ 1º-A. Quando houver deficit atuarial, a contribuição ordinária dos aposentados e pensionistas po-
derá incidir sobre o valor dos proventos de aposentadoria e de pensões que supere o salário-mínimo.

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§ 1º-B. Demonstrada a insuficiência da medida prevista no § 1º-A para equacionar o deficit atuarial,
é facultada a instituição de contribuição extraordinária, no âmbito da União, dos servidores públicos
ativos, dos aposentados e dos pensionistas.
§ 1º-C. A contribuição extraordinária de que trata o § 1º-B deverá ser instituída simultaneamente
com outras medidas para equacionamento do deficit e vigorará por período determinado, contado
da data de sua instituição.
§ 2º As contribuições sociais e de intervenção no domínio econômico de que trata o caput deste
artigo:
I – não incidirão sobre as receitas decorrentes de exportação;
II – incidirão também sobre a importação de produtos estrangeiros ou serviços; (Redação dada pela
Emenda Constitucional n. 42, de 19.12.2003)
III – poderão ter alíquotas:
a) ad valorem, tendo por base o faturamento, a receita bruta ou o valor da operação e, no caso de
importação, o valor aduaneiro;
b) específica, tendo por base a unidade de medida adotada.
§ 3º A pessoa natural destinatária das operações de importação poderá ser equiparada a pessoa
jurídica, na forma da lei.
§ 4º A lei definirá as hipóteses em que as contribuições incidirão uma única vez.
Art. 149-A Os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir contribuição, na forma das respec-
tivas leis, para o custeio do serviço de iluminação pública, observado o disposto no art. 150, I e III.
Parágrafo único. É facultada a cobrança da contribuição a que se refere o caput, na fatura de con-
sumo de energia elétrica.

Esta Suprema Corte, nas inúmeras oportunidades em que debatida a questão da herme-
nêutica constitucional aplicada ao tema das imunidades, adotou a interpretação teleoló-
gica do instituto, a emprestar-lhe abrangência maior, com escopo de assegurar à norma
supralegal máxima efetividade. O contrato de câmbio constitui negócio inerente à expor-
tação, diretamente associado aos negócios realizados em moeda estrangeira. Consubs-
tancia etapa inafastável do processo de exportação de bens e serviços, pois todas as
transações com residentes no exterior pressupõem a efetivação de uma operação cam-
bial, consistente na troca de moedas. O legislador constituinte – ao contemplar na reda-
ção do art. 149, § 2º, I, da Lei Maior as ‘receitas decorrentes de exportação’ – conferiu
maior amplitude à desoneração constitucional, suprimindo do alcance da competência
impositiva federal todas as receitas que resultem da exportação, que nela encontrem a
sua causa, representando consequências financeiras do negócio jurídico de compra e
venda internacional. A intenção plasmada na Carta Política é a de desonerar as expor-
tações por completo, a fim de que as empresas brasileiras não sejam coagidas a expor-
tarem os tributos que, de outra forma, onerariam as operações de exportação, quer de

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modo direto, quer indireto. Consideram-se receitas decorrentes de exportação as recei-


tas das variações cambiais ativas, a atrair a aplicação da regra de imunidade e afastar a
incidência da contribuição ao PIS e da Cofins. Assenta esta Suprema Corte, ao exame do
leading case, a tese da inconstitucionalidade da incidência da contribuição ao PIS e da
Cofins sobre a receita decorrente da variação cambial positiva obtida nas operações de
exportação de produtos.” (RE 627.815, rel. min. Rosa Weber, julgamento em 23-5-2013,
Plenário, DJE de 1º-10-2013, com repercussão geral.)
Ao dizer que a contribuição ao Pis/Pasep-Importação e a Cofins-Importação poderão ter
alíquotas ad valorem e base de cálculo o valor aduaneiro, o constituinte derivado circuns-
creveu a tal base a respectiva competência. A referência ao valor aduaneiro no art. 149,
§ 2º, III, a, da CF implicou utilização de expressão com sentido técnico inequívoco, por-
quanto já era utilizada pela legislação tributária para indicar a base de cálculo do Imposto
sobre a Importação. A Lei 10.865/2004, ao instituir o Pis/Pasep-Importação e a Cofins-
-Importação, não alargou propriamente o conceito de valor aduaneiro, de modo que pas-
sasse a abranger, para fins de apuração de tais contribuições, outras grandezas nele não
contidas. O que fez foi desconsiderar a imposição constitucional de que as contribuições
sociais sobre a importação que tenham alíquota ad valorem sejam calculadas com base
no valor aduaneiro, extrapolando a norma do art. 149, § 2º, III, a, da CF. Não há como equi-
parar, de modo absoluto, a  tributação da importação com a tributação das operações
internas. O Pis/Pasep-Importação e a Cofins-Importação incidem sobre operação na qual
o contribuinte efetuou despesas com a aquisição do produto importado, enquanto a Pis
e a Cofins internas incidem sobre o faturamento ou a receita, conforme o regime. São tri-
butos distintos. O gravame das operações de importação se dá não como concretização
do princípio da isonomia, mas como medida de política tributária tendente a evitar que a
entrada de produtos desonerados tenha efeitos predatórios relativamente às empresas
sediadas no País, visando, assim, ao equilíbrio da balança comercial. Inconstitucionali-
dade da seguinte parte do art. 7º, I, da Lei 10.865/2004: ‘acrescido do valor do Imposto
sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestação de Serviços de
Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação – ICMS incidente no desem-
baraço aduaneiro e do valor das próprias contribuições, por violação do art. 149, § 2º, III,
a, da CF, acrescido pela EC 33/01’. (RE 559.937, rel. p/ o ac. min. Dias Toffoli, julgamento
em 20-3-2013, Plenário, DJE de 17-10-2013, com repercussão geral.)

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A partir da leitura dos dispositivos constitucionais, acima transcritos, não se deve confun-
dir as finalidades das contribuições com o respectivo fato gerador, que é a situação definida
em lei como necessária e suficiente ao seu surgimento. Percebe-se pelos Artigos 149 e 195 da
Constituição Federal que algumas contribuições têm por finalidade custear a seguridade so-
cial, cujos fatos geradores são o pagamento de remuneração pelo trabalho, a receita, o lucro.
Tais fatos geradores devem guardar correlação com as materialidades ou bases econômi-
cas que a Constituição admite, como ocorre com as contribuições sociais e interventivas que
podem recair sobre o faturamento, a receita ou o valor da operação e, no caso da importação,
o valor aduaneiro (Art. 149, §2º, III, da CF/88), ressalvando que podem ter alíquota específica,
ou seja, em valor certo por unidade, tonelada ou volume.
De outra feita, o Artigo 195, I a IV, dispõe casuisticamente acerca das materialidades aber-
tas às contribuições sociais, devendo ser combinado com o Artigo 149, §2º, III:

Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos
termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais:
I – do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes sobre:
a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a  qualquer título,
à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício;
b) a receita ou o faturamento;
c) o lucro;
II – do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, não incidindo contribuição sobre
aposentadoria e pensão concedidas pelo regime geral de previdência social de que trata o art. 201;
III – sobre a receita de concursos de prognósticos.
IV – do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei a ele equiparar.

O Supremo Tribunal Federal consignou que as contribuições especiais também estão pre-
ordenadas ao princípio da solidariedade, especialmente em se tratando de tributos desta es-
pécie, cujos recursos custeiam a seguridade social (saúde, previdência e assistência social).
A decisão do STF foi por ocasião da análise do Artigo 40 da CF/88, alterado pela EC n. 41/2003,
que instituiu a contribuição dos inativos para os regimes próprios de previdência social dos
servidores públicos (ADI 3105 e ADI 3128).
Por fim, quanto à competência, o art. 149, caput, da Constituição, atribui à União exclusi-
vidade para a instituição de contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de

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interesse das categorias profissionais e econômicas. Essa regra contempla duas exceções,
contidas nos Arts. 149, § 1º, e 149-A, da Constituição (Contribuição de Iluminação Pública e
Contribuição para o regime próprio de previdência dos servidores públicos). À exceção desses
dois casos, aos Estados-membros, Municípios e Distrito Federal não foi atribuída competência
para a instituição de contribuição, seja qual for a sua finalidade.

3.8. Considerações sobre a nova redação do art. 149 da Constituição


Federal

A reforma da previdência alterou a chamada “norma matriz da competência tributária” das


contribuições, contida no art. 149 da CF.
As disposições do art. 149 da CF atribuem competência tributária para a instituição de
tributos da espécie “contribuições”, que podem ser: contribuições sociais, contribuições in-
terventivas (ou de intervenção no domínio econômico) e contribuições coorporativas (ou de
interesse das categorias profissionais).
As contribuições sociais representam a ação positiva do Estado no sentido de trazer se-
gurança social; assim, por exemplo, eventos como o acidente de trabalho não deixarão os
familiares do acidentado desamparados ou dependentes de assistencialismo. O Estado cria
um sistema de segurança ou de seguridade social, cujo ‘tripé’ é a assistência, a saúde e a pre-
vidência. As contribuições sociais fazem frente aos gastos nessas áreas (dentre outras, que
também podem ser custeadas pelas contribuições sociais).
Para que haja um sistema de previdência social, haverá custeio mediante o pagamento de
tributo da espécie contribuição social previdenciária. No ponto, a reforma da previdência abriu
algumas possibilidades. Vejamos como ficou a redação do §1º do art, 149 e dos §§ que foram
acrescentados:

Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção no domínio
econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de sua
atuação nas respectivas áreas, observado o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem prejuízo do
previsto no art. 195, § 6º, relativamente às contribuições a que alude o dispositivo.
§ 1º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, por meio de lei, contribuições
para custeio de regime próprio de previdência social, cobradas dos servidores ativos, dos aposen-

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tados e dos pensionistas, que poderão ter alíquotas progressivas de acordo com o valor da base de
contribuição ou dos proventos de aposentadoria e de pensões.
§ 1º-A. Quando houver deficit atuarial, a contribuição ordinária dos aposentados e pensionistas po-
derá incidir sobre o valor dos proventos de aposentadoria e de pensões que supere o salário-mínimo.
§ 1º-B. Demonstrada a insuficiência da medida prevista no § 1º-A para equacionar o deficit atuarial,
é facultada a instituição de contribuição extraordinária, no âmbito da União, dos servidores públicos
ativos, dos aposentados e dos pensionistas.
§ 1º-C. A contribuição extraordinária de que trata o § 1º-B deverá ser instituída simultaneamente
com outras medidas para equacionamento do deficit e vigorará por período determinado, contado
da data de sua instituição.

Para uma melhor compreensão, vamos comparar as duas redações do §1º do art. 149,
primeiro a antiga e depois a nova (as partes grifadas são as novidades):

§ 1º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão contribuição, cobrada de seus servido-


res, para o custeio, em benefício destes, do regime previdenciário de que trata o art. 40, cuja alíquota
não será inferior à da contribuição dos servidores titulares de cargos efetivos da União.
§ 1º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, por meio de lei, contribui-
ções [“contribuições”, no plural] para custeio de regime próprio de previdência social, cobradas dos
servidores ativos, dos aposentados e dos pensionistas, que poderão ter alíquotas progressivas de
acordo com o valor da base de contribuição ou dos proventos de aposentadoria e de pensões.

Vamos, ponto a ponto.


Qual é a razão de ser desse dispositivo? Antes da Reforma da Previdência, ele representava
uma ‘exceção’. Digo isso porque, se olharmos o ‘caput’ do art. 149, acima transcrito, ele atribui
competência para a UNIÃO instituir contribuições. Então, o §1º vinha e esclarecia: os demais
entes federativos – Estados, Municípios e o DF – também tem uma competência tributária,
para instituir contribuições sociais previdenciárias.
Desse modo, a União pode instituir contribuições sociais, interventivas e coorporativas;
já os Estados, os Municípios e o DF somente podem instituir contribuições sociais previden-
ciárias, com a finalidade específica: custear os seus respectivos ‘RPPS’ (regimes próprios de
previdência social).
Sabemos que existem basicamente três sistemas de previdência. A previdência dos mi-
litares, o regime próprio dos servidores públicos, e o regime geral de previdência (este, dos
celetistas e também de empregados públicos celetistas). Pois bem, se um Estado ou um Mu-
nicípio não institui o seu regime próprio, seus servidores se submetem ao regime geral (dos

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celetistas). Caso o Estado e o Município resolva instituir seu regime próprio, ele pode instituir,
por conseguinte, a respectiva contribuição social previdenciária.
Essa era a função do §1º do art. 149 da CF, atribuir aos Estados, os Municípios e o DF a
competência tributária para uma contribuição social previdenciária.
E agora, como fica? Pois bem, vamos falar das inovações ponto a ponto.
1 – O §1º acrescenta a “União”; ou seja, as novidades da reforma da previdência para o
dispositivo passam a alcançar todos os entes federativos;
2 – O dispositivo agora fala em “contribuições”; porque os §1º-A, B e C, passam a dividir a
contribuição social previdenciária que custeia o regime de previdência dos servidores em dois
tipos:
A) Contribuição social previdenciária ORDINÁRIA, que poderá ser PROGRESSIVA;
B) Contribuição social previdenciária EXTRAORDINÁRIA;
A CONTRIBUIÇÃO ORDINÁRIA é aquela que será paga pelos servidores que estejam filia-
dos ao respectivo regime próprio.
Duas novidades para a CONTRIBUIÇÃO ORDINÁRIA.
Primeiro, ELA PODE SER PROGRESSIVA. A progressividade é uma técnica de aplicação do
princípio da capacidade contributiva aos tributos, fazendo com que a alíquota varie (aumente)
conforme vá aumentando a base de cálculo. Com isso, passamos a ter “faixas” de incidência:
até o valor 100X a alíquota é de 1%; na faixa de valor 101X até 200X, a alíquota é de 5%; na
faixa de valor 201X até 500X, a alíquota é de 15%. Enfim, podem ser estabelecidas faixas de
incidência, fazendo com que quem ganha mais pague mais.
Essa técnica de progressividade já é aplicada ao Imposto de Renda; há uma ação direta na
STF questionando a aplicação da progressividade para as contribuições sociais previdenciá-
rias; é preciso ficar atento e acompanhar o julgamento. Contudo, a controvérsia em torno des-
sa questão é um tema lateral, no qual não quero enveredar para não perder o fio do raciocínio
e do meu objetivo.
Segundo, essa alíquota ordinária, para pensões e proventos da inatividade, pode passar a
ter incidência a partir de um salário mínimo. Essa é a disposição do art. 149, §1º-A.

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§ 1º-A. Quando houver deficit atuarial, a contribuição ordinária dos aposentados e pensionistas po-
derá incidir sobre o valor dos proventos de aposentadoria e de pensões que supere o salário-mínimo.

Para a melhor compreensão dessa novidade, precisamos transcrever o art. 40, §18, da CF:

§ 18. Incidirá contribuição sobre os proventos de aposentadorias e pensões concedidas pelo regime
de que trata este artigo que superem o limite máximo estabelecido para os benefícios do regime
geral de previdência social de que trata o art. 201, com percentual igual ao estabelecido para os
servidores titulares de cargos efetivos.

Vejam que a CF permite que haja a incidência de contribuição previdenciária sobre os pro-
ventos da inatividade e pensões, mas somente ACIMA do “limite máximo estabelecido para os
benefícios do regime geral de previdência social” (RGPS).
Excepcionalmente, portanto, em casos de déficit, a Reforma da Previdência permite au-
mentar a cobrança, em termos de valor de base de cálculo, fazendo com que a contribuição
incida a partir dos valores que superem UM SALÁRIO MÍNIMO.
A CONTRIBUIÇÃO EXTRAORDINÁRIA poderá ser instituída nos casos em que a medida do
§1º-A se revelar insuficiente para cobrir o déficit previdenciário, e será necessariamente tem-
porária bem como terá que se fazer acompanhar de outras medidas capazes de equacionar
financeiramente o sistema de previdência. Essa contribuição extraordinária vem prevista nos
§§1º-B e C do art. 149.

§ 1º-B. Demonstrada a insuficiência da medida prevista no § 1º-A para equacionar o deficit atuarial,
é facultada a instituição de contribuição extraordinária, no âmbito da União, dos servidores públicos
ativos, dos aposentados e dos pensionistas.
§ 1º-C. A contribuição extraordinária de que trata o § 1º-B deverá ser instituída simultaneamente
com outras medidas para equacionamento do deficit e vigorará por período determinado, contado
da data de sua instituição.

Portanto, essas são as novidades inseridas no art. 149 da CF pela reforma da previdência!
Certamente serão objeto de atenção, daqui para frente, pois os sistemas de previdência estão
em conhecido déficit orçamentário.

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QUESTÕES DE CONCURSO
Questão 1 (FCC/2019/PREFEITURA DE MANAUS-AM/TÉCNICO FAZENDÁRIO) Deter-
minado Município realizou obra pública, sendo que o total da despesa realizada foi de R$
9.000.000,00. A referida obra, por sua vez, acarretou valorização imobiliária dos imóveis circun-
vizinhos, nos seguintes montantes: os imóveis comerciais tiveram valorização de R$ 20.000,00,
cada um; os imóveis residenciais tiveram valorização de R$ 15.000,00, cada um; e os terrenos
tiveram valorização de R$ 10.000,00, cada um. A Fazenda Pública municipal, em razão dessa
valorização, pretende lançar e cobrar contribuição de melhoria. De acordo com o Código Tribu-
tário Nacional, a contribuição de melhoria
a) poderá ser lançada e cobrada até o valor de R$ 15.000,00 (valor médio de valorização), de
todos os proprietários dos imóveis valorizados, observado o limite total.
b) a ser lançada e cobrada terá como limite total valor não superior a R$ 9.000.000,00.
c) não poderá, em hipótese nenhuma, ser lançada e cobrada em valor superior a R$ 10.000,00,
de nenhum dos proprietários dos diversos imóveis valorizados.
d) tem como limite individual a valorização de cada de cada imóvel, salvo em relação aos imó-
veis de uso comercial ou com destinação comercial.
e) a ser lançada e cobrada terá como limite total valor equivalente à soma dos valores corres-
pondentes à valorização individual de todos os imóveis beneficiados com a obra.

Questão 2 (VUNESP/2019/PREFEITURA DE RIBEIRÃO PRETO-SP/PROCURADOR DO


MUNICÍPIO) De acordo com o Supremo Tribunal Federal, os valores recolhidos pelas empre-
sas para as instituições do chamado Sistema S têm natureza jurídica de
a) contribuições, podendo ser instituídas apenas pela União.
b) empréstimo compulsório, podendo ser instituídas apenas pela União.
c) taxa, por ter destinação específica, podendo ser instituídas pela União, Estados e Distrito
Federal, respeitadas as normas gerais veiculadas em lei complementar nacional.
d) imposto parafiscal, podendo ser instituídas pela União, Estados, Distrito Federal e Municí-
pios.
e) contribuição de melhoria, podendo ser instituídas apenas pela União.

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Questão 3 (PROAM/2019/PREFEITURA DE MACEDÔNIA-SP/FISCAL MUNICIPAL DE TRI-


BUTOS) É um tributo que é a contraprestação de serviços públicos ou de benefícios feitos, pos-
tos à disposição ou custeados pelo Estado, em favor de quem paga ou por este provocado. Ou
seja, é uma quantia obrigatória em dinheiro paga em troca de algum serviço público fundamental.
O trecho acima faz referência:
a) Ao Imposto sobre Serviços Públicos.
b) Ao Tributo.
c) A Taxa Pública
d) Ao Imposto.

Questão 4 (CKM SERVIÇOS/2017/SESCOOP/CONTADOR) De acordo com os conceitos


de impostos, taxas e contribuições, analise as assertivas a seguir:
I – Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente-
mente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte.
II – Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa
exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante
atividade administrativa plenamente vinculada.
III – As taxas de melhorias são tributos cobrados pela União, pelos Estados, pelo Distrito
Federal e pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, para fazer face
ao custo de obras públicas de que decorra a valorização imobiliária.
IV – Contribuições parafiscais são tributos utilizados para financiar atividades públicas.
Como exemplo, podemos citar contribuições para alguma atividade desenvolvida pelo
SENAI, SESC, SENAC, SEBRAE etc.

Está incorreto apenas o que se afirma em:


a) III.
b) I, II e III.
c) III e IV.
d) IV.
e) I e II.

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Questão 5 (VUNESP/2019/PREFEITURA DE VALINHOS-SP/PROCURADOR) Assinale a


assertiva que se encontra em consonância com Súmula Vinculante do Supremo Tribunal Fe-
deral em matéria tributária.
a) É inconstitucional a adoção, no cálculo do valor de taxa, de um ou mais elementos da base
de cálculo própria de determinado imposto, ainda que não haja integral identidade entre uma
base e outra.
b) É constitucional a incidência do Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza – ISS sobre
operações de locação de bens móveis.
c) O ICMS incide sobre alienação de salvados de sinistro pelas seguradoras.
d) O serviço de iluminação pública pode ser remunerado mediante taxa.
e) Norma legal que altera o prazo de recolhimento de obrigação tributária não se sujeita ao
princípio da anterioridade.

Questão 6 (FCC/2019/TRF 4ª REGIÃO/ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA)


Conforme Código Tributário Nacional (CTN), que estabelece normas gerais de direito tributário,
a) a natureza jurídica específica do tributo é determinada pelo fato gerador da respectiva obri-
gação, sendo irrelevantes para qualificá-la a denominação e demais características formais
adotadas pela lei e a destinação legal do produto da sua arrecadação.
b) tributo é toda obrigação compulsória de pagar, em moeda ou título de crédito, inclusive as
decorrentes de sanção de ato ilícito ou de utilização de rodovias e serviços públicos de trans-
porte, instituída em ato normativo, e arrecadada na rede bancária ou em escritórios próprios
da Administração pública.
c) imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador qualquer atividade do poder público
em prol do sujeito passivo e que não constitua sanção de ato ilícito.
d) contribuição de melhoria pode ser cobrada pelos Estados e pelo Distrito Federal, para fazer
face ao custo de obras de que decorra valorização imobiliária, tendo como limite total o acrés-
cimo de valor, que da obra resultar, para cada imóvel beneficiado, ou um décimo do valor do
imóvel após a obra.

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e) as taxas podem ser cobradas pelos Municípios, Distrito Federal e Estados e têm como fato
gerador o exercício do poder de polícia ou à disponibilidade a coletividade em geral de serviço
público, prestado pela Administração direta ou indireta, da União, Estados ou Municípios.

Questão 7 (COPESE-UFT/2018/CÂMARA DE PALMAS-TO/PROCURADOR) O Código Tri-


butário Nacional – Lei n. 5171, de 25 de outubro de 1966, conceitua tributo e dispõe, entre
outras questões, sobre a competência tributária dos entes da federação.
A respeito destes temas, analise as afirmativas a seguir.
I – Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa
exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante
atividade administrativa plenamente vinculada.
II – A competência tributária é indelegável, salvo atribuição das funções de arrecadar ou
fiscalizar tributos, ou de executar leis, serviços, atos ou decisões administrativas em
matéria tributária, conferida por uma pessoa jurídica de direito público a outra.
III – A atribuição constitucional de competência tributária compreende a competência legis-
lativa plena.
IV – Os tributos são impostos, taxas, multas e contribuições de melhoria.
V – Constitui delegação de competência o cometimento, a pessoas de direito privado, do
encargo ou da função de arrecadar tributos.

Assinale a alternativa CORRETA.


a) Apenas as afirmativas I, II e IV estão corretas.
b) Apenas as afirmativas III e V estão corretas.
c) Apenas as afirmativas I, III e V estão corretas.
d) Apenas as afirmativas I e II estão corretas.

Questão 8 (FGV/2019/PREFEITURA DE SALVADOR-BA/FISCAL DE SERVIÇOS MUNICI-


PAIS) Leia o fragmento a seguir.
Trata-se de tributo que representa contraprestação a uma atividade do poder público e que não
pode superar a relação de razoável equivalência que deve existir entre o custo real da atuação

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estatal referida ao contribuinte e o valor que o Estado pode exigir de cada um, considerados,
para esse efeito, os elementos pertinentes às alíquotas e à base de cálculo fixadas em lei.
O fragmento acima trata de
a) preço público.
b) empréstimo compulsório.
c) tarifa.
d) contribuição de melhoria.
e) taxa.

Questão 9 (CESPE/2019/PGM – CAMPO GRANDE-MS/PROCURADOR MUNICIPAL) Acer-


ca do disposto pelo Sistema Tributário Nacional, julgue o item seguinte, considerando o enten-
dimento doutrinário e jurisprudencial.
Empréstimos compulsórios no caso de investimentos públicos de caráter urgente e de relevan-
te interesse nacional — como a reconstrução de escolas e hospitais atingidos por enchentes
— dada a urgência do investimento público, não se sujeitam à anterioridade do exercício finan-
ceiro e à anterioridade nonagesimal.

Questão 10 (VUNESP/2018/CÂMARA DE ORLÂNDIA-SP/PROCURADOR JURÍDICO) O Su-


premo Tribunal Federal, em matéria tributária, já pacificou entendimento sobre a cobrança de
taxas para financiar atividades do Estado, sendo correto o entendimento representado na as-
sertiva:
a) A cobrança de taxa de matrículas nas universidades públicas não viola a Constituição Fede-
ral.
b) A taxa cobrada exclusivamente em razão dos serviços públicos de coleta de lixo não viola a
Constituição Federal.
c) É constitucional a exigência de depósito ou arrolamento prévio para admissibilidade de re-
curso administrativo que discuta a constitucionalidade de taxa.
d) É inconstitucional a adoção, no cálculo do valor de taxa, de um elemento da base de cálculo
própria de determinado imposto.
e) É constitucional a adoção, no cálculo do valor de taxa, da base de cálculo própria de impos-
to, desde que haja integral identidade entre uma base e outra.

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Questão 11 (VUNESP/2019/TJ-RS/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS


– REMOÇÃO) Nos termos do que dispõe o Código Tributário Nacional, a utilização de serviço
público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição, enseja a
cobrança de
a) imposto.
b) taxa.
c) tarifa.
d) contribuição social.
e) preço público.

Questão 12 (VUNESP/2019/TJ-RS/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS


– PROVIMENTO) A espécie tributária instituída para fazer face ao custo de obras públicas de
que decorra valorização imobiliária para os imóveis beneficiados denomina-se
a) taxa de acréscimo patrimonial.
b) taxa de serviço público.
c) contribuição social decorrente de obra pública.
d) contribuição de melhoria.
e) taxa de valorização imobiliária.

Questão 13 (INSTITUTO CONSULPLAN/2019/TJ-CE/JUIZ LEIGO) Encontra-se em discus-


são, no âmbito dos temas em repercussão geral no Supremo Tribunal Federal, a constituciona-
lidade da cobrança de taxa pela utilização potencial do serviço de extinção de incêndio. Sob a
perspectiva da Constituição Federal vigente, um dos argumentos que justificariam a inconsti-
tucionalidade do referido tributo é:
a) Proibição de cobrança de taxa pela prestação de serviços públicos de natureza indivisível.
b) Vedação de instituição de taxa em função do exercício de poder de polícia pelos entes es-
tatais.
c) Vedação de instituição de taxa em razão da prestação de serviços públicos de qualquer
natureza.
d) Competência exclusiva da União para instituir taxa relativa ao serviço público de combate a
incêndio.

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Conceito de Tributo e as Espécies Tributárias
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Questão 14 (NC-UFPR/2019/PREFEITURA DE CURITIBA-PR/PROCURADOR) As contribui-


ções de melhoria são considerados tributos indiretamente vinculados a uma contraprestação
estatal específica. Os Municípios são competentes para a instituição de contribuições de me-
lhoria. Levando em consideração os dados apresentados, assinale a alternativa correta.
a) A hipótese de incidência da Contribuição de Melhoria é a realização de obra pública ou pri-
vada municipal, da qual advenha benefício direto ou indireto aos imóveis localizados na zona
de influência.
b) A contribuição de melhoria tem como limite total a despesa realizada e como limite individu-
al o acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado, não sendo aplicável,
atualmente, o limite para que a parcela anual não exceda a 3% (três por cento) do maior valor
fiscal do seu imóvel, atualizado à época da cobrança.
c) A lei que instituir a contribuição de melhoria deverá conter a publicação prévia do memorial
descritivo do projeto, do orçamento do custo da obra e da determinação da parcela do custo
da obra a ser financiada pela contribuição.
d) Assim como a contribuição de iluminação pública, a contribuição de melhoria é de compe-
tência privativa dos Municípios.
e) A contribuição de melhoria sujeita-se ao lançamento por homologação.

Questão 15 (VUNESP/2019/PREFEITURA DE ITAPEVI-SP/ANALISTA JURÍDICO – PROCU-


RADOR MUNICIPAL) No que se refere às taxas cobradas pela utilização, efetiva ou potencial,
de serviço público específico e divisível prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição,
é correto afirmar que tais serviços consideram-se
a) efetivamente utilizados pelo contribuinte quando por ele usufruídos a qualquer título.
b) potencialmente utilizados pelo contribuinte, quando, sendo de utilização compulsória, por
ele usufruídos a qualquer título.
c) específicos, quando suscetíveis de utilização, separadamente, por parte de cada um dos
seus usuários.
d) divisíveis, quando possam ser destacados em unidades autônomas de intervenção, de utili-
dade, ou de necessidades específicas.
e) indivisíveis quando, sendo de utilização compulsória, sejam postos à disposição do contri-
buinte mediante atividade administrativa em efetivo funcionamento.

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Questão 16 (VUNESP/2019/TJ-AC/JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO) Os empréstimos com-


pulsórios e os impostos residuais poderão ser instituídos
a) pela União, por meio de medida provisória, devendo o seu produto ser compartilhado com
estados e municípios.
b) pela União, mediante lei complementar, nas hipóteses autorizadas pela Constituição Federal.
c) pela União, mediante lei ordinária, nas hipóteses autorizadas pelo Código Tributário Nacional.
d) por todos os entes da federação, por meio de lei ordinária, desde que respeitem a não cumu-
latividade.

Questão 17 (VUNESP/2019/TJ-AC/JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO) Segundo o CTN, a na-


tureza jurídica do tributo
a) é determinada pela denominação do tributo, sendo relevante para qualificá-la a destinação
da obrigação tributária.
b) é determinada pelo fato gerador da respectiva obrigação, sendo ainda relevante para quali-
ficá-la a destinação legal do produto da sua arrecadação.
c) é determinada pela destinação do recurso arrecadado, sendo irrelevante para qualificá-la o
fato gerador da obrigação tributária.
d) é determinada pelo fato gerador da respectiva obrigação, sendo irrelevantes para qualificá-la
a denominação e demais características formais adotadas pela lei.

Questão 18 (CESPE/2019/PGE-PE/ANALISTA JUDICIÁRIO DE PROCURADORIA) À luz da


jurisprudência dos tribunais superiores, julgue o item subsequente, acerca de imunidade e obri-
gação tributárias.
É permitido aos municípios criar taxa de custeio da iluminação pública.

Questão 19 (UPENET/IAUPE/2019/UPE – ADVOGADO) Quanto às espécies tributárias, as-


sinale a alternativa CORRETA.
a) Todos os pedágios têm suas cobranças classificáveis como taxas.
b) Os impostos cabem para o custeio de despesas gerais, devendo ser a principal fonte de
receita para o custeio de serviços públicos indivisíveis.

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c) As contribuições de melhoria possuem dois possíveis tetos ou limites para sua cobrança:
1º. o valor da obra pública que gere valorização imobiliária; e 2º. o montante da valorização
efetiva que a obra pública provocou no imóvel do contribuinte. Cabe à lei que criar a cobrança
da contribuição de melhoria, usar os dois ou apenas um desses limites, como critério de inci-
dência, desde que tal critério reste claro e inequívoco.
d) As taxas são cobradas para o custeio de serviços que possam ser, ou não, efetivamente
prestados ao contribuinte, mas o que for arrecadado com elas pode ser remanejado para ou-
tras despesas, nas especificadas na lei criadora da referida taxa.
e) Uma guerra interna pode justificar a cobrança do empréstimo compulsório.

Questão 20 (UPENET/IAUPE/2019/UPE – ADVOGADO) Sobre o conceito de tributo, assina-


le a alternativa CORRETA.
a) Os tributos podem ser cobrados em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, e não ne-
cessariamente sua cobrança será compulsória, por se tratar de uma ação discricionária do
Estado, a atividade de fiscalização e cobrança/imposição fiscal.
b) As contribuições previdenciárias, conforme já pacificado pelo Supremo Tribunal Federal,
não são tributos, possuindo natureza jurídica própria.
c) O tributo não deve se confundir com uma sanção para atos ilícitos, embora penalidades
possam ser cobradas em função da desatenção da legislação tributária, pois as penalidades
possuem uma previsão de fato gerador distinta da previsão do fato gerador dos tributos.
d) A cobrança simultânea de tributos e penalidades justifica uma alegação de bitributação por
parte do contribuinte, mas não do responsável tributário.
e) O agente fiscal, ao preencher um auto de infração, relativo à prestação devida por um tributo,
deve atuar de forma discricionária, tal qual ocorre com a inscrição do valor devido como crédi-
to tributário, em mora, na dívida ativa.

Questão 21 (NC-UFPR/2019/TJ-PR/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS –


REMOÇÃO) Sobre as espécies tributárias, assinale a alternativa correta.
a) Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação vinculada a uma ativi-
dade estatal específica, relativa ao contribuinte.

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b) São exemplos de Contribuições Sociais: CIDE (Contribuições de Intervenção no Domínio


Econômico), CICES (Contribuição de interesse de categorias econômicas e sociais), as Contri-
buições de Melhoria e as Contribuições Previdenciárias (Seguridade Social).
c) Empréstimos Compulsórios devem ser instituídos por lei ordinária e têm por causas as se-
guintes situações: despesas extraordinárias decorrentes de calamidade pública, guerra externa
ou sua iminência e investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional.
d) Taxa é o tributo exigível em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização efetiva
ou potencial de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos
à sua disposição.
e) Contribuição de Melhoria é o tributo exigível em decorrência de obra pública que implique
valorização imobiliária e destina-se a custear a obra realizada, já que a lei autoriza que o valor
arrecadado de Contribuições de Melhoria dos contribuintes seja superior ao custo da obra pú-
blica, sem prejuízo para a legalidade e a legitimidade da cobrança do referido tributo.

Questão 22 (CESPE/2019/TJ-BA/JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO) Conforme a CF, as contri-


buições de intervenção no domínio econômico
a) são de competência exclusiva da União.
b) podem incidir sobre as receitas decorrentes de exportação.
c) não podem incidir sobre a importação de serviços.
d) devem ter alíquota somente ad valorem.
e) podem instituir tratamento desigual entre contribuintes exclusivamente em razão de ocupa-
ção profissional.

Questão 23 (MPE-PR/2019/MPE-PR/PROMOTOR SUBSTITUTO) Assinale a alternativa cor-


reta:
a) É inconstitucional a norma que disciplina juros moratórios aplicáveis a condenações da Fa-
zenda Pública, ao fazer incidir sobre débitos oriundos de relação jurídico-tributária o índice de
remuneração da caderneta de poupança, pois se devem observar os mesmos juros de mora
pelos quais a Fazenda Pública remunera seu crédito.

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b) Por se referir a utilização efetiva de serviço público divisível, é constitucional a instituição


e a cobrança de taxas por emissão ou remessa de carnês/guias de recolhimento de tributos.
c) É constitucional norma municipal que estabelece hipótese de decadência, extinguindo o
crédito tributário por transcurso de prazo para apreciação de recurso administrativo fiscal.
d) Na hipótese de cumulação lícita de cargos públicos, a  contribuição compulsória para o
custeio dos serviços de saúde deve incidir sobre a remuneração de ambos os cargos exerci-
dos pelo servidor.
e) A atualização anual do valor venal dos imóveis para efeito da cobrança de IPTU não pres-
cinde da edição de lei, em sentido formal, ainda que não exceda os índices inflacionários
anuais de correção monetária.

Questão 24 (VUNESP/2018/TJ-SP/JUIZ SUBSTITUTO) Com relação às contribuições so-


ciais, pode-se afirmar:
a) constituem espécie de tributo e diferem dos impostos pela destinação do produto da arre-
cadação.
b) de acordo com o entendimento do STF, a lei pode instituir contribuição social com a vincu-
lação apenas de parte do produto da arrecadação.
c) têm natureza parafiscal e a elas não se aplicam às normas gerais de direito tributário.
d) em decorrência da mitigação do princípio da legalidade pela própria Constituição, a  elas
não se aplica a reserva da lei.

Questão 25 (IDECAN/2018/IPC-ES/PROCURADOR PREVIDENCIÁRIO I) Trata-se de tributo


cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal
específica, relativa ao contribuinte:
a) Contribuição de melhoria.
b) Empréstimo compulsório.
c) Imposto.
d) Taxa.

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Questão 26 (IF-MT/2018/IF-MT/DIREITO) Pelo Código Tributário Nacional, podemos afir-


mar que são tributos:
a) Impostos, fato gerador e contribuições de melhoria.
b) Impostos, taxas e contribuições de melhoria.
c) Impostos, alíquota e contribuições de melhoria.
d) Impostos, títulos e contribuições de melhoria.
e) Imposto, alíquota e fato gerador.

Questão 27 (VUNESP/2018/TJ-SP/JUIZ SUBSTITUTO) Caso o poder público municipal de-


cida cobrar determinado valor em dinheiro como contrapartida pela ocupação de praça pública
por comerciantes, na forma de feira livre, em dia específico da semana, sem concomitante
exercício do poder de polícia por parte da Administração, essa cobrança deverá ocorrer por
meio de
a) taxa de instalação, uso e ocupação do solo urbano.
b) contribuição de melhoria a ser cobrada especificamente dos comerciantes instalados no
local.
c) imposto sobre a propriedade territorial urbana.
d) taxa cobrada em razão do serviço público de fiscalização das atividades desempenhadas
no local.
e) preço público cobrado em decorrência da utilização de bem público.

Questão 28 (COMPERVE/2018/TJ-RN/JUIZ LEIGO) André, Prefeito de um município poti-


guar, preocupado com o desequilíbrio financeiro do ente federado por ele administrado, iniciou
um processo de estudos plurais para averiguar a possibilidade de fazer crescer os recursos
fazendários municipais. Atento à leitura da disciplina constitucional do assunto, André perce-
beu que
a) os municípios podem estabelecer taxas que tenham como foco a prestação de serviços
públicos, desde que estas não possuam uma base de cálculo própria dos impostos.
b) é vedado aos municípios instituir contribuição de melhoria decorrente de obras públicas,
sendo admitida a instituição de taxas e impostos variados.
c) é permitido aos municípios instituir taxa de iluminação pública, pois tal serviço é essencial
para a coletividade e se caracteriza como serviço compulsório.

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d) os municípios podem estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de


tributos intermunicipais, a exemplo do que se dá com as taxas.

Questão 29 (FEPESE/2018/PGE-SC/PROCURADOR DO ESTADO) Assinale a alternativa cor-


reta a respeito das espécies tributárias.
a) O serviço de iluminação pública pode ser remunerado mediante taxa.
b) É vedada a incidência da contribuição previdenciária sobre o 13º salário.
c) Os Municípios e o Distrito Federal estão autorizados a instituir contribuição para o custeio
de serviços de iluminação pública e de pavimentação de ruas.
d) A contribuição de melhoria é instituída para fazer face ao custo de obras públicas ou priva-
das de que decorra valorização imobiliária.
e) O imposto é chamado de tributo não vinculado porque a obrigação dele decorrente tem por
fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao
contribuinte.

Questão 30 (CONSULPLAN/2018/TJ-MG/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGIS-


TROS – PROVIMENTO) Sobre os tributos, assinale a afirmativa correta.
a) Atribuição de responsabilidade pelo pagamento do tributo decorrente de instrumento parti-
cular é oponível à Fazenda Pública.
b) Tributo pode ser conceituado como prestação pecuniária, sancionatória de ato ilícito, cobra-
da mediante atividade vinculada.
c) A Constituição Federal não cria o tributo, mas, sim, outorga competência tributária ao ente
federativo para criá-lo com base no princípio da reserva legal.
d) Nos tributos vinculados, sua instituição independe de uma prestação estatal relativa ao con-
tribuinte, pois não integra à respectiva hipótese de incidência qualquer prestação do Estado
em favor do contribuinte.

Questão 31 (CONSULPLAN/2018/TJ-MG/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGIS-


TROS – PROVIMENTO) Sobre os tributos, assinale a afirmativa correta.
a) Um ato ilícito pode estar descrito na hipótese de incidência de um imposto ou contribuição.

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b) O sujeito passivo da obrigação tributária é a pessoa jurídica de direito público, titular da


competência para exigir o seu cumprimento.
c) O fato de a pessoa jurídica gozar de imunidade tributária não afasta a necessidade de cum-
primento por ela das obrigações acessórias definidas por lei.
d) Cabe a restituição do tributo pago indevidamente, quando reconhecido por decisão, que o
contribuinte de fato (de facto) não recuperou do contribuinte de direito (de jure) o quantum
respectivo.

Questão 32 (FCC/2018/SEFAZ-GO/AUDITOR-FISCAL DA RECEITA ESTADUAL) A contribui-


ção de melhoria é uma espécie de tributo expressamente mencionada na Constituição Federal
e no Código Tributário Nacional. De acordo com as normas do CTN, esta contribuição pode ser
cobrada pelo Estado, para fazer face
a) a despesas referentes à limpeza de um campo de futebol de propriedade do clube da região,
que conseguiu, com isso, melhorar a qualidade de vida das crianças que residiam nas suas
redondezas.
b) ao custo de obras públicas referentes à edificação, pelo poder público estadual, de uma es-
cola e de um parque públicos, os quais acabaram valorizando a região como um todo, inclusive
os imóveis circunvizinhos.
c) ao custo extraordinário incorrido pelo poder público, referente à alteração de destinação
dos prédios históricos da região, ocasionando a valorização do acervo histórico mobiliário que
neles se contra.
d) ao custo dos reparos promovidos em uma pista elevada para bicicletas, que, embora tenha
ocasionado a depreciação dos imóveis circunvizinhos a ela, solucionou os problemas de trá-
fego da região.
e) ao custo extraordinário incorrido pelo poder público, referente à contratação de professores
estrangeiros, contratados para lecionar na faculdade estadual local, tornando-a uma faculdade
de ponta no Brasil.

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Questão 33 (IBFC/2018/TRF 2ª REGIÃO/JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO) Acerca das contri-


buições sociais de interesse de categorias profissionais e econômicas, à luz da jurisprudência
atual dos Tribunais Superiores, assinale a alternativa correta:
a) nos termos da Lei n. 12.514/2011, os Conselhos Regionais de Fiscalização Profissional não
executarão judicialmente dívidas referentes a anuidades inferiores a 4 (quatro) vezes o valor
cobrado anualmente da pessoa física ou jurídica inadimplente, devendo tal vedação ser aplica-
da às execuções já em curso no momento de entrada em vigor da referida lei.
b) os Conselhos Regionais de Fiscalização Profissional podem livremente fixar o valor de suas
anuidades, independentemente de parâmetro legal, em razão das peculiaridades da natureza
jurídica de tais Conselhos.
c) as anuidades da OAB possuem natureza tributária, devendo ser cobradas mediante proces-
so de execução fiscal.
d) a contribuição ao SEBRAE é qualificada, pelo Supremo Tribunal Federal, como tendo natu-
reza de contribuição de intervenção no domínio econômico — CIDE, e não como contribuição
social de interesse de categorias profissionais e econômicas.
e) a contribuição sindical, prevista na atual redação dos arts. 578 e 579 da CLT, apresenta natu-
reza tributária, em razão de seu caráter compulsório, devendo ser cobrada por execução fiscal.

Questão 34 (VUNESP/2018/TJ-RJ/JUIZ LEIGO) Os Municípios são responsáveis pela pres-


tação de diversos serviços públicos de interesse da população, bem como pelo exercício do
poder de polícia relativo a diversas atividades, tais como vigilância sanitária, normas urbanísti-
cas, entre outras. A esse respeito, é correto afirmar que
a) se considera serviço público a atividade da Administração Pública que, limitando ou discipli-
nando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de
interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem ou aos costumes.
b) os serviços públicos divisíveis e o exercício regular do poder de polícia podem ser financia-
dos por meio da instituição de taxas, as quais não poderão ter base de cálculo ou fato gerador
idênticos aos que correspondam a imposto.

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c) os serviços públicos de iluminação pública podem ser financiados por meio da instituição
de taxa municipal de iluminação pública, dado o interesse local envolvido na prestação desse
serviço.
d) taxas e preços públicos se referem a fenômenos juridicamente idênticos, obedecendo am-
bos às limitações constitucionais ao poder de tributar, sobretudo ao princípio da anterioridade
e da legalidade.
e) para efeito de instituição e cobrança de taxas, consideram-se compreendidas no âmbito das
atribuições dos Municípios, aquelas que, segundo a Constituição Federal, refiram-se a serviços
de competência da União, dos Estados e do Distrito Federal.

Questão 35 (VUNESP/2018/PREFEITURA DE SOROCABA-SP/PROCURADOR DO MUNICÍ-


PIO) Com base no Código Tributário Nacional, é correto afirmar que a natureza jurídica especí-
fica do tributo é determinada
a) pela denominação adotada pela lei, sendo irrelevantes para qualificá-la o fato gerador da
respectiva obrigação e as demais características formais.
b) pela destinação legal do produto da sua arrecadação, sendo irrelevantes para qualificá-la o
fato gerador da respectiva obrigação e as demais características formais.
c) pelo fato gerador da respectiva obrigação, sendo irrelevantes para qualificá-la a destinação
legal do produto da sua arrecadação e a denominação adotada pela lei.
d) pelo fato gerador da respectiva obrigação e pela denominação adotada pela lei, sendo irre-
levante para qualificá-la a destinação legal do produto da sua arrecadação.
e) pelo fato gerador da respectiva obrigação e pela destinação legal do produto da sua arreca-
dação, sendo irrelevante para qualificá-la a denominação adotada pela lei.

Questão 36 (CONSULPLAN/2018/TJ-MG/JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO) Assinale a alter-


nativa que retrata a jurisprudência consolidada nos Tribunais Superiores.
a) O serviço de iluminação pública pode ser remunerado mediante taxa.
b) Norma legal que altera o prazo de recolhimento de obrigação tributária não se sujeita ao
princípio da anterioridade.

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c) É constitucional a incidência do Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN) so-


bre operações de locação de bens móveis.
d) No tocante à base de cálculo, o ISSQN incide apenas sobre a taxa de agenciamento quando
o serviço prestado por sociedade empresária de trabalho temporário for de intermediação, não
podendo englobar os valores dos salários e encargos sociais dos trabalhadores por ela contra-
tados, independentemente do fornecimento de mão de obra.

Questão 37 (VUNESP/2018/CÂMARA DE CAMPO LIMPO PAULISTA-SP/PROCURADOR


JURÍDICO) Caso determinado município pretenda financiar o serviço público de coleta de resí-
duos sólidos domiciliares no seu território, este município poderá
a) aumentar o imposto sobre propriedade urbana dos imóveis atendidos pelo serviço, de forma
proporcional ao custo do serviço implantado.
b) instituir taxa em decorrência da utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico
e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição.
c) instituir contribuição de melhoria nos estritos limites da valorização nos imóveis particula-
res decorrentes da implantação do serviço de coleta de resíduos sólidos.
d) vincular, mediante lei, percentual do imposto sobre serviços arrecadado no município à pres-
tação do serviço público em questão.
e) instituir contribuição para custeio dos serviços públicos de coleta de resíduos sólidos, em
linha com a previsão constitucional e jurisprudência do Supremo Tribunal Federal.

Questão 38 (TRF – 3ª REGIÃO/2018/TRF 3ª REGIÃO/JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO) Indi-


que a afirmação INCORRETA:
a) Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa
exprimir, instituída em lei, que não constitua sanção por ato ilícito.
b) Medida provisória pode estabelecer a extinção de tributo.
c) Lei que disponha sobre outorga de isenção deve ser interpretada literalmente.
d) Os decretos restringem o conteúdo e o alcance das leis em função das quais são expedidos.

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Questão 39 (IBFC/2018/CÂMARA DE FEIRA DE SANTANA-BA/PROCURADOR JURÍDICO


ADJUNTO) Assinale a alternativa correta, sobre quais são as espécies tributárias na visão da
teoria de classificação chamada de pentapartida.
a) Impostos, taxas, contribuições de melhoria, empréstimos compulsórios e contribuições pa-
rafiscais ou especiais
b) Impostos, taxas de serviços, taxas do poder de polícia, contribuições de melhoria e contri-
buições parafiscais ou especiais
c) Impostos, taxas, contribuições sociais, empréstimos compulsórios e contribuições parafis-
cais
d) Impostos, taxas, contribuições de melhoria, empréstimos sociais e contribuições parafis-
cais ou especiais

Questão 40 (VUNESP/2018/PAULIPREV-SP/PROCURADOR AUTÁRQUICO) A Prefeitura do


Município X está interessada em realizar obras públicas destinadas ao asfaltamento de vias
urbanas. Caso as obras sejam concluídas, é razoável esperar a valorização dos imóveis situa-
dos nas vias asfaltadas. Contudo, a Prefeitura não detém os recursos necessários à realização
da obra, tampouco considera justo com os moradores de vias não beneficiadas o recurso a
um aumento geral de impostos na cidade ou a realização de uma operação de crédito, com o
propósito de custear as referidas obras.
Nesse contexto específico, julgue as afirmações a seguir e assinale a alternativa correta.
a) O Município poderia financiar as obras por meio de uma elevação da base de cálculo do
imposto sobre propriedade territorial urbana (IPTU) dos imóveis situados na região que se be-
neficiará das obras, antecipando a valorização que é esperada no valor venal desses imóveis.
b) O Município poderia emitir títulos públicos de subscrição obrigatória pelos proprietários
dos imóveis situados na região beneficiada, na forma de empréstimo compulsório, o qual viria
a ser posteriormente quitado com a elevação da arrecadação do imposto sobre propriedade
territorial urbana (IPTU) devido à valorização dos imóveis.

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c) O Município poderia se valer da cobrança de contribuição de melhoria, tendo como limite


total a despesa realizada com as obras de asfaltamento, e, como limite individual, o acréscimo
de valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado.
d) O Município poderia financiar as obras por meio da cobrança do imposto sobre transmissão
de bens imóveis (ITBI) situados na região de interesse, vinculando, mediante lei, a cobrança de
tal imposto a fundo público especial de obras de asfaltamento.
e) O Município poderia se valer da cobrança de contribuição de melhoria, tendo como limite
total a despesa realizada com as obras de asfaltamento e como limite individual o valor pro-
porcional da obra em relação ao valor de cada imóvel.

Questão 41 (CESPE/2018/EBSERH/ADVOGADO) Acerca das espécies tributárias e suas


funções sociais na satisfação dos interesses coletivos, julgue o item que se segue.
A contribuição de melhoria tem por objetivo custear obra pública e evitar enriquecimento ilícito
do proprietário de imóvel valorizado pela mesma edificação.

Questão 42 (CESPE/2018/EBSERH/ADVOGADO) Acerca das espécies tributárias e suas


funções sociais na satisfação dos interesses coletivos, julgue o item que se segue.
O imposto é atrelado a uma contraprestação específica da administração pública disponibili-
zada ao contribuinte.

Questão 43 (VUNESP/2018/TJ-RS/JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO) O prefeito do Município


X pretende instituir uma taxa para custear o serviço de coleta, remoção e destinação do lixo do-
méstico produzido no Município. A taxa será calculada em função da frequência da realização da
coleta, remoção e destinação dos dejetos e da área construída do imóvel ou da testada do terreno
Acerca dessa taxa, é correto afirmar que ela é
a) ilegal, porque a coleta, remoção e destinação do lixo doméstico não podem ser considera-
dos como serviço público específico e divisível.
b) ilegal, porque sua base de cálculo utiliza elemento idêntico ao do IPTU, qual seja, a metra-
gem da área construída ou a testada do imóvel.
c) legal se houver equivalência razoável entre o valor cobrado do contribuinte e o custo indivi-
dual do serviço que lhe é prestado.

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d) ilegal, porque não possui correspondência precisa com o valor despendido na prestação do
serviço.
e) legal, porque foi instituída em razão do exercício regular de poder de polícia, concernente
à atividade da Administração Pública que regula ato de interesse público referente à higiene.

Questão 44 (CESPE/2018/STJ/ANALISTA JUDICIÁRIO – OFICIAL DE JUSTIÇA AVALIA-


DOR FEDERAL) À luz das disposições do Código Tributário Nacional (CTN), julgue o item a
seguir.
As taxas necessariamente têm como fato gerador o exercício do poder de polícia pelo sujeito
ativo da relação tributária.

Questão 45 (CESPE/2018/STJ/ANALISTA JUDICIÁRIO – OFICIAL DE JUSTIÇA AVALIA-


DOR FEDERAL) Acerca dos princípios e dos poderes da administração pública, da organização
administrativa, dos atos e do controle administrativo, julgue o item a seguir, considerando a
legislação, a doutrina e a jurisprudência dos tribunais superiores.
Situação hipotética: Uma prefeitura determinou a cobrança de taxa de funcionamento de esta-
belecimentos comerciais, mas os proprietários dos estabelecimentos questionaram a medida
sob o argumento de ausência de prova da fiscalização. Assertiva: De acordo com o STJ, a co-
brança é ilícita porque não foi demonstrado o efetivo exercício da fiscalização.

Questão 46 (CESPE/2018/PGE-PE/PROCURADOR DO ESTADO) Determinado município de-


seja criar um novo tributo com a finalidade específica de custear o serviço de iluminação públi-
ca. O valor arrecadado ficará afetado exclusivamente a esse tipo de despesa.
De acordo com a CF, nesse caso, o município deve criar
a) um imposto.
b) uma contribuição.
c) uma taxa.
d) um emolumento.
e) um preço público.

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Questão 47 (CESPE/2018/PGE-PE/PROCURADOR DO ESTADO) Considerando-se o que


dispõe o CTN, é correto afirmar que, como regra geral, os tributos
a) são compulsórios, podendo a sua obrigatoriedade advir da lei ou do contrato.
b) podem ser pagos em pecúnia, in natura ou in labore.
c) são cobrados mediante atividade administrativa, a qual pode ser vinculada ou discricionária.
d) podem incidir sobre bens e rendimentos decorrentes de atos ilícitos, embora não possam
ser utilizados como sanção.
e) têm por fato gerador uma situação jurídica abstrata, não sendo possível vincular um tributo
a qualquer atividade estatal específica.

Questão 48 (CESPE/2017/DPU/DEFENSOR PÚBLICO FEDERAL) A respeito das espécies


tributárias existentes no sistema tributário brasileiro, julgue o item que se segue.
No cálculo do valor de determinada taxa, pode haver elementos da base de cálculo de algum
imposto, desde que não haja total identidade entre uma base e outra.

Questão 49 (MPE-PR/2017/MPE-PR/PROMOTOR SUBSTITUTO) Quanto às taxas, assinale


a alternativa incorreta:
a) As taxas não poderão ter base de cálculo própria de impostos.
b) É constitucional a adoção, no cálculo do valor da taxa, de um ou mais elementos da base
de cálculo própria de determinado imposto, desde que não haja integral identidade entre uma
e outra.
c) Segundo entendimento do Supremo Tribunal Federal, o texto constitucional diferencia taxas
decorrentes do exercício do poder de polícia daquelas de utilização de serviços específicos e
divisíveis, facultando, em ambos os casos, a prestação potencial do serviço público.
d) Segundo entendimento do Supremo Tribunal Federal, a regularidade do exercício do poder
de polícia é imprescindível para a cobrança da taxa de localização e fiscalização.
e) O fato gerador da taxa de serviço é a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público es-
pecífico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto a sua disposição.

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Questão 50 (CESPE/2017/PREFEITURA DE FORTALEZA-CE/PROCURADOR DO MUNICÍ-


PIO) No que se refere à teoria do tributo e das espécies tributárias, julgue o item seguinte.
A relação jurídica tributária, que tem caráter obrigacional, decorre da manifestação volitiva do
contribuinte em repartir coletivamente o ônus estatal.

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GABARITO
1. b 28. a
2. a 29. e
3. c 30. c
4. a 31. c
5. e 32. b
6. a 33. d
7. d 34. b
8. e 35. c
9. E 36. b
10. b 37. b
11. b 38. d
12. d 39. a
13. a 40. c
14. c 41. C
15. a 42. E
16. b 43. c
17. d 44. E
18. E 45. E
19. b 46. b
20. c 47. d
21. d 48. C
22. a 49. c
23. a 50. E
24. a
25. c
26. b
27. e

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GABARITO COMENTADO
Questão 1 (FCC/2019/PREFEITURA DE MANAUS-AM/TÉCNICO FAZENDÁRIO) Deter-
minado Município realizou obra pública, sendo que o total da despesa realizada foi de R$
9.000.000,00. A referida obra, por sua vez, acarretou valorização imobiliária dos imóveis circun-
vizinhos, nos seguintes montantes: os imóveis comerciais tiveram valorização de R$ 20.000,00,
cada um; os imóveis residenciais tiveram valorização de R$ 15.000,00, cada um; e os terrenos
tiveram valorização de R$ 10.000,00, cada um. A Fazenda Pública municipal, em razão dessa
valorização, pretende lançar e cobrar contribuição de melhoria. De acordo com o Código Tribu-
tário Nacional, a contribuição de melhoria
a) poderá ser lançada e cobrada até o valor de R$ 15.000,00 (valor médio de valorização), de
todos os proprietários dos imóveis valorizados, observado o limite total.
b) a ser lançada e cobrada terá como limite total valor não superior a R$ 9.000.000,00.
c) não poderá, em hipótese nenhuma, ser lançada e cobrada em valor superior a R$ 10.000,00,
de nenhum dos proprietários dos diversos imóveis valorizados.
d) tem como limite individual a valorização de cada de cada imóvel, salvo em relação aos imó-
veis de uso comercial ou com destinação comercial.
e) a ser lançada e cobrada terá como limite total valor equivalente à soma dos valores corres-
pondentes à valorização individual de todos os imóveis beneficiados com a obra.

Letra b.
As alternativas representam a aplicação prática do CTN, art. 81: A contribuição de melhoria co-
brada pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas
respectivas atribuições, é instituída para fazer face ao custo de obras públicas de que decorra
valorização imobiliária, tendo como limite total a despesa realizada e como limite individual o
acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado.

Questão 2 (VUNESP/2019/PREFEITURA DE RIBEIRÃO PRETO-SP/PROCURADOR DO


MUNICÍPIO) De acordo com o Supremo Tribunal Federal, os valores recolhidos pelas empre-
sas para as instituições do chamado Sistema S têm natureza jurídica de

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a) contribuições, podendo ser instituídas apenas pela União.


b) empréstimo compulsório, podendo ser instituídas apenas pela União.
c) taxa, por ter destinação específica, podendo ser instituídas pela União, Estados e Distrito
Federal, respeitadas as normas gerais veiculadas em lei complementar nacional.
d) imposto parafiscal, podendo ser instituídas pela União, Estados, Distrito Federal e Municí-
pios.
e) contribuição de melhoria, podendo ser instituídas apenas pela União.

Letra a.
As contribuições para o SENAI, SESC, SENAC, SEBRAE são tributos instituídos pela União e
servem para o custeio do “Sistema S”.

Questão 3 (PROAM/2019/PREFEITURA DE MACEDÔNIA-SP/FISCAL MUNICIPAL DE TRI-


BUTOS) É um tributo que é a contraprestação de serviços públicos ou de benefícios feitos,
postos à disposição ou custeados pelo Estado, em favor de quem paga ou por este provocado.
Ou seja, é uma quantia obrigatória em dinheiro paga em troca de algum serviço público funda-
mental.
O trecho acima faz referência:
a) Ao Imposto sobre Serviços Públicos.
b) Ao Tributo.
c) A Taxa Pública
d) Ao Imposto.

Letra c.
Se refere ao conceito de taxa. CTN, art. 77: As taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo
Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, têm como fato
gerador o exercício regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço
público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição.

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Questão 4 (CKM SERVIÇOS/2017/SESCOOP/CONTADOR) De acordo com os conceitos


de impostos, taxas e contribuições, analise as assertivas a seguir:
I – Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente-
mente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte.
II – Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa
exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante
atividade administrativa plenamente vinculada.
III – As taxas de melhorias são tributos cobrados pela União, pelos Estados, pelo Distrito
Federal e pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, para fazer face
ao custo de obras públicas de que decorra a valorização imobiliária.
IV – Contribuições parafiscais são tributos utilizados para financiar atividades públicas.
Como exemplo, podemos citar contribuições para alguma atividade desenvolvida pelo
SENAI, SESC, SENAC, SEBRAE etc.

Está incorreto apenas o que se afirma em:


a) III.
b) I, II e III.
c) III e IV.
d) IV.
e) I e II.

Letra a.
Incorreta apenas a assertiva III. Confundiu “taxa” com “contribuição de melhoria”.

Questão 5 (VUNESP/2019/PREFEITURA DE VALINHOS-SP/PROCURADOR) Assinale a


assertiva que se encontra em consonância com Súmula Vinculante do Supremo Tribunal Fe-
deral em matéria tributária.
a) É inconstitucional a adoção, no cálculo do valor de taxa, de um ou mais elementos da base
de cálculo própria de determinado imposto, ainda que não haja integral identidade entre uma
base e outra.

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b) É constitucional a incidência do Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza – ISS sobre


operações de locação de bens móveis.
c) O ICMS incide sobre alienação de salvados de sinistro pelas seguradoras.
d) O serviço de iluminação pública pode ser remunerado mediante taxa.
e) Norma legal que altera o prazo de recolhimento de obrigação tributária não se sujeita ao
princípio da anterioridade.

Letra e.
Alternativa correta. Súmula Vinculante STF n. 50 – Norma legal que altera o prazo de recolhi-
mento de obrigação tributária não se sujeita ao princípio da anterioridade.
Comentando as demais alternativas:
a) Errada. Súmula Vinculante STF n. 29: É constitucional a adoção, no cálculo do valor de taxa,
de um ou mais elementos da base de cálculo própria de determinado imposto, desde que não
haja integral identidade entre uma base e outra.

b) Errada. Súmula Vinculante STF n. 31: É inconstitucional a incidência do Imposto sobre Ser-

viços de Qualquer Natureza – ISS sobre operações de locação de bens móveis.


c) Errada. Súmula Vinculante STF n. 32: O ICMS não incide sobre alienação de salvados de
sinistro pelas seguradoras.
d) Errada. Súmula Vinculante STF n. 41: O serviço de iluminação pública não pode ser remune-
rado mediante taxa.

Questão 6 (FCC/2019/TRF 4ª REGIÃO/ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA)


Conforme Código Tributário Nacional (CTN), que estabelece normas gerais de direito tributário,
a) a natureza jurídica específica do tributo é determinada pelo fato gerador da respectiva obri-
gação, sendo irrelevantes para qualificá-la a denominação e demais características formais
adotadas pela lei e a destinação legal do produto da sua arrecadação.
b) tributo é toda obrigação compulsória de pagar, em moeda ou título de crédito, inclusive as
decorrentes de sanção de ato ilícito ou de utilização de rodovias e serviços públicos de trans-
porte, instituída em ato normativo, e arrecadada na rede bancária ou em escritórios próprios
da Administração pública.

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c) imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador qualquer atividade do poder público
em prol do sujeito passivo e que não constitua sanção de ato ilícito.
d) contribuição de melhoria pode ser cobrada pelos Estados e pelo Distrito Federal, para fazer
face ao custo de obras de que decorra valorização imobiliária, tendo como limite total o acrés-
cimo de valor, que da obra resultar, para cada imóvel beneficiado, ou um décimo do valor do
imóvel após a obra.
e) as taxas podem ser cobradas pelos Municípios, Distrito Federal e Estados e têm como fato
gerador o exercício do poder de polícia ou à disponibilidade a coletividade em geral de serviço
público, prestado pela Administração direta ou indireta, da União, Estados ou Municípios.

Letra a.
Alternativa correta, conforme o que dispõe o art. 4º do CTN: A natureza jurídica específica do
tributo é determinada pelo fato gerador da respectiva obrigação, sendo irrelevantes para quali-
ficá-la: I – a denominação e demais características formais adotadas pela lei; II – a destinação
legal do produto da sua arrecadação.
Comentando as demais alternativas:
b) Errada. CTN, art. 3º: Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo
valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada
mediante atividade administrativa plenamente vinculada.
c) Errada. Art. 16, CTN: Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação
independentemente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte.
d) Errada. Art. 81, CTN: A contribuição de melhoria cobrada pela União, pelos Estados, pelo Dis-
trito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, é instituída para
fazer face ao custo de obras públicas de que decorra valorização imobiliária, tendo como limite
total a despesa realizada e como limite individual o acréscimo de valor que da obra resultar
para cada imóvel beneficiado.
e) Errada. Art. 77, CTN: As taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou
pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, têm como fato gerador o exercí-
cio regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público especí-
fico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição.

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Questão 7 (COPESE-UFT/2018/CÂMARA DE PALMAS-TO/PROCURADOR) O Código Tri-


butário Nacional – Lei n. 5171, de 25 de outubro de 1966, conceitua tributo e dispõe, entre
outras questões, sobre a competência tributária dos entes da federação.
A respeito destes temas, analise as afirmativas a seguir.
I – Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa
exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante
atividade administrativa plenamente vinculada.
II – A competência tributária é indelegável, salvo atribuição das funções de arrecadar ou
fiscalizar tributos, ou de executar leis, serviços, atos ou decisões administrativas em
matéria tributária, conferida por uma pessoa jurídica de direito público a outra.
III – A atribuição constitucional de competência tributária compreende a competência legis-
lativa plena.
IV – Os tributos são impostos, taxas, multas e contribuições de melhoria.
V – Constitui delegação de competência o cometimento, a pessoas de direito privado, do
encargo ou da função de arrecadar tributos.

Assinale a alternativa CORRETA.


a) Apenas as afirmativas I, II e IV estão corretas.
b) Apenas as afirmativas III e V estão corretas.
c) Apenas as afirmativas I, III e V estão corretas.
d) Apenas as afirmativas I e II estão corretas.

Letra d.
I – Certo. CTN, art. 3º: Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo
valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada
mediante atividade administrativa plenamente vinculada.
II – Certo. CTN, art. 7º: A competência tributária é indelegável, salvo atribuição das funções de
arrecadar ou fiscalizar tributos, ou de executar leis, serviços, atos ou decisões administrativas
em matéria tributária, conferida por uma pessoa jurídica de direito público a outra, nos termos
do § 3º do artigo 18 da Constituição.

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III – Errado. CTN, art. 6º: A atribuição constitucional de competência tributária compreende a


competência legislativa plena, ressalvadas as limitações contidas na Constituição Federal, nas
Constituições dos Estados e nas Leis Orgânicas do Distrito Federal e dos Municípios, e obser-
vado o disposto nesta Lei.
IV – Errado – CTN, art. 5º: Os tributos são impostos, taxas e contribuições de melhoria.
V – Errado – Art. 7º, § 3º: Não constitui delegação de competência o cometimento, a pessoas
de direito privado, do encargo ou da função de arrecadar tributos

Questão 8 (FGV/2019/PREFEITURA DE SALVADOR-BA/FISCAL DE SERVIÇOS MUNICI-


PAIS) Leia o fragmento a seguir.
Trata-se de tributo que representa contraprestação a uma atividade do poder público e que não
pode superar a relação de razoável equivalência que deve existir entre o custo real da atuação
estatal referida ao contribuinte e o valor que o Estado pode exigir de cada um, considerados,
para esse efeito, os elementos pertinentes às alíquotas e à base de cálculo fixadas em lei.
O fragmento acima trata de
a) preço público.
b) empréstimo compulsório.
c) tarifa.
d) contribuição de melhoria.
e) taxa.

Letra e.
Taxa: correspondência entre o valor exigido e o custo da atividade estatal. A taxa, enquanto
contraprestação a uma atividade do poder público, não pode superar a relação de razoável
equivalência que deve existir entre o custo real da atuação estatal referida ao contribuinte e
o valor que o Estado pode exigir de cada contribuinte, considerados, para esse efeito, os ele-
mentos pertinentes às alíquotas e à base de cálculo fixadas em lei. Se o valor da taxa, no en-
tanto, ultrapassar o custo do serviço prestado ou posto à disposição do contribuinte, dando
causa, assim, a uma situação de onerosidade excessiva, que descaracterize essa relação de

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equivalência entre os fatores referidos (o custo real do serviço, de um lado, e o valor exigido do
contribuinte, de outro), configurar-se-á, então, quanto a essa modalidade de tributo, hipótese
de ofensa à cláusula vedatória inscrita no art. 150, IV, da CF. [ADI 2.551 MC-QO, rel. min. Celso
de Mello, j. 2-4-2003, P, DJ de 20-4-2006.]

Questão 9 (CESPE/2019/PGM – CAMPO GRANDE-MS/PROCURADOR MUNICIPAL) Acer-


ca do disposto pelo Sistema Tributário Nacional, julgue o item seguinte, considerando o enten-
dimento doutrinário e jurisprudencial.
Empréstimos compulsórios no caso de investimentos públicos de caráter urgente e de relevan-
te interesse nacional — como a reconstrução de escolas e hospitais atingidos por enchentes
— dada a urgência do investimento público, não se sujeitam à anterioridade do exercício finan-
ceiro e à anterioridade nonagesimal.

Errado.
CF, art. 148: A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos compulsórios:
(...) II – no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional,
observado o disposto no art. 150, III, “b”.

Questão 10 (VUNESP/2018/CÂMARA DE ORLÂNDIA-SP/PROCURADOR JURÍDICO) O Supre-


mo Tribunal Federal, em matéria tributária, já pacificou entendimento sobre a cobrança de taxas para
financiar atividades do Estado, sendo correto o entendimento representado na assertiva:
a) A cobrança de taxa de matrículas nas universidades públicas não viola a Constituição Federal.
b) A taxa cobrada exclusivamente em razão dos serviços públicos de coleta de lixo não viola a
Constituição Federal.
c) É constitucional a exigência de depósito ou arrolamento prévio para admissibilidade de re-
curso administrativo que discuta a constitucionalidade de taxa.
d) É inconstitucional a adoção, no cálculo do valor de taxa, de um elemento da base de cálculo
própria de determinado imposto.
e) É constitucional a adoção, no cálculo do valor de taxa, da base de cálculo própria de impos-
to, desde que haja integral identidade entre uma base e outra.

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Conceito de Tributo e as Espécies Tributárias
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Letra b.
Súmula Vinculante 19: A taxa cobrada exclusivamente em razão dos serviços públicos de cole-
ta, remoção e tratamento ou destinação de lixo ou resíduos provenientes de imóveis não viola
o artigo 145, II, da Constituição Federal.
Comentando as demais alternativas:
a) Errada. Súmula Vinculante 12: A cobrança de taxa de matrícula nas universidades públicas
viola o disposto no art. 206, IV, da Constituição Federal.
c) Errada. Súmula Vinculante 21: É inconstitucional a exigência de depósito ou arrolamento
prévios de dinheiro ou bens para admissibilidade de recurso administrativo.
d, e) Erradas. Súmula Vinculante 29: É constitucional a adoção, no cálculo do valor de taxa, de
um ou mais elementos da base de cálculo própria de determinado imposto, desde que não haja
integral identidade entre uma base e outra.

Questão 11 (VUNESP/2019/TJ-RS/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS


– REMOÇÃO) Nos termos do que dispõe o Código Tributário Nacional, a utilização de serviço
público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição, enseja a
cobrança de
a) imposto.
b) taxa.
c) tarifa.
d) contribuição social.
e) preço público.

Letra b.
CTN, art. 77: As taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Mu-
nicípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, têm como fato gerador o exercício regular
do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisí-
vel, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição.

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Questão 12 (VUNESP/2019/TJ-RS/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS


– PROVIMENTO) A espécie tributária instituída para fazer face ao custo de obras públicas de
que decorra valorização imobiliária para os imóveis beneficiados denomina-se
a) taxa de acréscimo patrimonial.
b) taxa de serviço público.
c) contribuição social decorrente de obra pública.
d) contribuição de melhoria.
e) taxa de valorização imobiliária.

Letra d.
CTN, art. 81: A contribuição de melhoria cobrada pela União, pelos Estados, pelo Distrito Fede-
ral ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, é instituída para fazer face
ao custo de obras públicas de que decorra valorização imobiliária, tendo como limite total a
despesa realizada e como limite individual o acréscimo de valor que da obra resultar para cada
imóvel beneficiado.

Questão 13 (INSTITUTO CONSULPLAN/2019/TJ-CE/JUIZ LEIGO) Encontra-se em discus-


são, no âmbito dos temas em repercussão geral no Supremo Tribunal Federal, a constituciona-
lidade da cobrança de taxa pela utilização potencial do serviço de extinção de incêndio. Sob a
perspectiva da Constituição Federal vigente, um dos argumentos que justificariam a inconsti-
tucionalidade do referido tributo é:
a) Proibição de cobrança de taxa pela prestação de serviços públicos de natureza indivisível.
b) Vedação de instituição de taxa em função do exercício de poder de polícia pelos entes es-
tatais.
c) Vedação de instituição de taxa em razão da prestação de serviços públicos de qualquer
natureza.
d) Competência exclusiva da União para instituir taxa relativa ao serviço público de combate a
incêndio.

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Letra a.
É inconstitucional taxa de combate a sinistros instituída por lei municipal. A  prevenção e o
combate a incêndios são atividades desenvolvidas pelo Corpo de Bombeiros, sendo conside-
radas atividades de segurança pública, nos termos do art. 144, V e § 5º da CF/88. A segurança
pública é atividade essencial do Estado e, por isso, é sustentada por meio de impostos (e não
por taxa). Desse modo, não é possível que, a pretexto de prevenir sinistro relativo a incêndio,
o Município venha a se substituir ao Estado, com a criação de tributo sob o rótulo de taxa. Tese
fixada pelo STF: “A segurança pública, presentes a prevenção e o combate a incêndios, faz-se,
no campo da atividade precípua, pela unidade da Federação, e, porque serviço essencial, tem
como a viabilizá-la a arrecadação de impostos, não cabendo ao Município a criação de taxa
para tal fim.” STF. Plenário. RE 643247/SP, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 1º/8/2017 (re-
percussão geral) (Info 871).

Questão 14 (NC-UFPR/2019/PREFEITURA DE CURITIBA-PR/PROCURADOR) As contribui-


ções de melhoria são considerados tributos indiretamente vinculados a uma contraprestação
estatal específica. Os Municípios são competentes para a instituição de contribuições de me-
lhoria. Levando em consideração os dados apresentados, assinale a alternativa correta.
a) A hipótese de incidência da Contribuição de Melhoria é a realização de obra pública ou pri-
vada municipal, da qual advenha benefício direto ou indireto aos imóveis localizados na zona
de influência.
b) A contribuição de melhoria tem como limite total a despesa realizada e como limite individu-
al o acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado, não sendo aplicável,
atualmente, o limite para que a parcela anual não exceda a 3% (três por cento) do maior valor
fiscal do seu imóvel, atualizado à época da cobrança.
c) A lei que instituir a contribuição de melhoria deverá conter a publicação prévia do memorial
descritivo do projeto, do orçamento do custo da obra e da determinação da parcela do custo
da obra a ser financiada pela contribuição.
d) Assim como a contribuição de iluminação pública, a contribuição de melhoria é de compe-
tência privativa dos Municípios.
e) A contribuição de melhoria sujeita-se ao lançamento por homologação.

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Letra c.
CTN, art.  82. A  lei relativa à contribuição de melhoria observará os seguintes requisitos mí-
nimos: I – publicação prévia dos seguintes elementos: a) memorial descritivo do projeto; b)
orçamento do custo da obra; c) determinação da parcela do custo da obra a ser financiada
pela contribuição; d) delimitação da zona beneficiada; e) determinação do fator de absorção
do benefício da valorização para toda a zona ou para cada uma das áreas diferenciadas, nela
contidas; II – fixação de prazo não inferior a 30 (trinta) dias, para impugnação pelos interessa-
dos, de qualquer dos elementos referidos no inciso anterior; III – regulamentação do processo
administrativo de instrução e julgamento da impugnação a que se refere o inciso anterior, sem
prejuízo da sua apreciação judicial. § 1º A contribuição relativa a cada imóvel será determinada
pelo rateio da parcela do custo da obra a que se refere a alínea c, do inciso I, pelos imóveis si-
tuados na zona beneficiada em função dos respectivos fatores individuais de valorização. § 2º
Por ocasião do respectivo lançamento, cada contribuinte deverá ser notificado do montante
da contribuição, da forma e dos prazos de seu pagamento e dos elementos que integram o
respectivo cálculo.

Questão 15 (VUNESP/2019/PREFEITURA DE ITAPEVI-SP/ANALISTA JURÍDICO – PROCU-


RADOR MUNICIPAL) No que se refere às taxas cobradas pela utilização, efetiva ou potencial,
de serviço público específico e divisível prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição,
é correto afirmar que tais serviços consideram-se
a) efetivamente utilizados pelo contribuinte quando por ele usufruídos a qualquer título.
b) potencialmente utilizados pelo contribuinte, quando, sendo de utilização compulsória, por
ele usufruídos a qualquer título.
c) específicos, quando suscetíveis de utilização, separadamente, por parte de cada um dos
seus usuários.
d) divisíveis, quando possam ser destacados em unidades autônomas de intervenção, de utili-
dade, ou de necessidades específicas.
e) indivisíveis quando, sendo de utilização compulsória, sejam postos à disposição do contri-
buinte mediante atividade administrativa em efetivo funcionamento.

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Letra a.
CF, art. 145: A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguin-
tes tributos: (...) II – taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva
ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos
a sua disposição; (...).

Questão 16 (VUNESP/2019/TJ-AC/JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO) Os empréstimos com-


pulsórios e os impostos residuais poderão ser instituídos
a) pela União, por meio de medida provisória, devendo o seu produto ser compartilhado com
estados e municípios.
b) pela União, mediante lei complementar, nas hipóteses autorizadas pela Constituição Fede-
ral.
c) pela União, mediante lei ordinária, nas hipóteses autorizadas pelo Código Tributário Nacio-
nal.
d) por todos os entes da federação, por meio de lei ordinária, desde que respeitem a não cumu-
latividade.

Letra b.
Art. 148. A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos compulsórios (...).
Art. 154. A União poderá instituir: I – mediante lei complementar, impostos não previstos no ar-
tigo anterior, desde que sejam não cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo
próprios dos discriminados nesta Constituição; (...).

Questão 17 (VUNESP/2019/TJ-AC/JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO) Segundo o CTN, a na-


tureza jurídica do tributo
a) é determinada pela denominação do tributo, sendo relevante para qualificá-la a destinação
da obrigação tributária.
b) é determinada pelo fato gerador da respectiva obrigação, sendo ainda relevante para quali-
ficá-la a destinação legal do produto da sua arrecadação.

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c) é determinada pela destinação do recurso arrecadado, sendo irrelevante para qualificá-la o


fato gerador da obrigação tributária.
d) é determinada pelo fato gerador da respectiva obrigação, sendo irrelevantes para qualificá-la
a denominação e demais características formais adotadas pela lei.

Letra d.
CTN, art. 4º: A natureza jurídica específica do tributo é determinada pelo fato gerador da res-
pectiva obrigação, sendo irrelevantes para qualificá-la: I – a denominação e demais caracterís-
ticas formais adotadas pela lei; II – a destinação legal do produto da sua arrecadação.

Questão 18 (CESPE/2019/PGE-PE/ANALISTA JUDICIÁRIO DE PROCURADORIA) À luz da


jurisprudência dos tribunais superiores, julgue o item subsequente, acerca de imunidade e obri-
gação tributárias.
É permitido aos municípios criar taxa de custeio da iluminação pública.

Errado.
Súmula Vinculante 41: O serviço de iluminação pública não pode ser remunerado median-
te taxa.

Questão 19 (UPENET/IAUPE/2019/UPE – ADVOGADO) Quanto às espécies tributárias, as-


sinale a alternativa CORRETA.
a) Todos os pedágios têm suas cobranças classificáveis como taxas.
b) Os impostos cabem para o custeio de despesas gerais, devendo ser a principal fonte de
receita para o custeio de serviços públicos indivisíveis.
c) As contribuições de melhoria possuem dois possíveis tetos ou limites para sua cobrança:
1º. o valor da obra pública que gere valorização imobiliária; e 2º. o montante da valorização
efetiva que a obra pública provocou no imóvel do contribuinte. Cabe à lei que criar a cobrança
da contribuição de melhoria, usar os dois ou apenas um desses limites, como critério de inci-
dência, desde que tal critério reste claro e inequívoco.

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d) As taxas são cobradas para o custeio de serviços que possam ser, ou não, efetivamente
prestados ao contribuinte, mas o que for arrecadado com elas pode ser remanejado para ou-
tras despesas, nas especificadas na lei criadora da referida taxa.
e) Uma guerra interna pode justificar a cobrança do empréstimo compulsório.

Letra b.
É o gabarito. Serviços públicos divisíveis e específicos são remunerados por taxas. Serviços
públicos universais ou indivisíveis são custeados pela receita geral oriunda da arrecadação
dos impostos.
Comentando as demais alternativas:
a) Errada. Preços de serviços públicos e taxas não se confundem, porque estas, diferentemente
daqueles, são compulsórias e têm sua cobrança condicionada à prévia autorização orçamen-
tária, em relação à lei que as instituiu. ​[Súmula 545/STF]​. TRIBUTÁRIO E CONSTITUCIONAL.
PEDÁGIO. NATUREZA JURÍDICA DE PREÇO PÚBLICO. DECRETO 34.417/92, DO ESTADO DO
RIO GRANDE DO SUL. CONSTITUCIONALIDADE. 1. O pedágio cobrado pela efetiva utilização
de rodovias conservadas pelo Poder Público, cuja cobrança está autorizada pelo inciso V, parte
final, do art. 150 da Constituição de 1988, não tem natureza jurídica de taxa, mas sim de preço
público, não estando a sua instituição, consequentemente, sujeita ao princípio da legalidade
estrita. 2. Ação direta de inconstitucionalidade julgada improcedente. (ADI 800, Relator(a): Min.
TEORI ZAVASCKI, Tribunal Pleno, julgado em 11/06/2014, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-125
DIVULG 27-06-2014 PUBLIC 01-07-2014)​​
c) Errada. CTN, art. 81: A contribuição de melhoria cobrada pela União, pelos Estados, pelo Dis-
trito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, é instituída para
fazer face ao custo de obras públicas de que decorra valorização imobiliária, tendo como limite
total a despesa realizada e como limite individual o acréscimo de valor que da obra resultar
para cada imóvel beneficiado.
d) Errada. Os recursos oriundos da arrecadação das taxas devem ser direcionados ao custeio
do serviço que justifica a sua cobrança.

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e) Errada. Art.  148: A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos com-
pulsórios: I – para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de
guerra externa ou sua iminência; II – no caso de investimento público de caráter urgente e de
relevante interesse nacional, observado o disposto no art. 150, III, “b”.

Questão 20 (UPENET/IAUPE/2019/UPE – ADVOGADO) Sobre o conceito de tributo, assina-


le a alternativa CORRETA.
a) Os tributos podem ser cobrados em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, e não ne-
cessariamente sua cobrança será compulsória, por se tratar de uma ação discricionária do
Estado, a atividade de fiscalização e cobrança/imposição fiscal.
b) As contribuições previdenciárias, conforme já pacificado pelo Supremo Tribunal Federal,
não são tributos, possuindo natureza jurídica própria.
c) O tributo não deve se confundir com uma sanção para atos ilícitos, embora penalidades
possam ser cobradas em função da desatenção da legislação tributária, pois as penalidades
possuem uma previsão de fato gerador distinta da previsão do fato gerador dos tributos.
d) A cobrança simultânea de tributos e penalidades justifica uma alegação de bitributação por
parte do contribuinte, mas não do responsável tributário.
e) O agente fiscal, ao preencher um auto de infração, relativo à prestação devida por um tributo,
deve atuar de forma discricionária, tal qual ocorre com a inscrição do valor devido como crédi-
to tributário, em mora, na dívida ativa.

Letra c.
Alternativa correta. Por força do conceito de tributo, conforme disposto no art.  3º do CTN,
Art. 3º: Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se pos-
sa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante ativi-
dade administrativa plenamente vinculada.
Comentando as demais alternativas:
a) Errada.
b) Errada. As contribuições sociais constituem tributos, conforme previsão do art. 149 da CF e
jurisprudência do STF.

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d) Errada. Contribuinte e responsável são sujeitos passivos, respectivamente, direto e indireto.


Em um caso hipotético de bitributação ambos podem ter legitimidade para questionar; ade-
mais, a bitributação é para a obrigação de pagar tributo. Não há bitributação na imposição de
multa tributária.
e) Errada. Conforme o CTN, art.  142: Compete privativamente à autoridade administrativa
constituir o crédito tributário pelo lançamento, assim entendido o procedimento administrativo
tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a
matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo
caso, propor a aplicação da penalidade cabível. Parágrafo único. A atividade administrativa de
lançamento é vinculada e obrigatória, sob pena de responsabilidade funcional.

Questão 21 (NC-UFPR/2019/TJ-PR/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS –


REMOÇÃO) Sobre as espécies tributárias, assinale a alternativa correta.
a) Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação vinculada a uma ativi-
dade estatal específica, relativa ao contribuinte.
b) São exemplos de Contribuições Sociais: CIDE (Contribuições de Intervenção no Domínio
Econômico), CICES (Contribuição de interesse de categorias econômicas e sociais), as Contri-
buições de Melhoria e as Contribuições Previdenciárias (Seguridade Social).
c) Empréstimos Compulsórios devem ser instituídos por lei ordinária e têm por causas as se-
guintes situações: despesas extraordinárias decorrentes de calamidade pública, guerra externa
ou sua iminência e investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional.
d) Taxa é o tributo exigível em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização efetiva
ou potencial de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos
à sua disposição.
e) Contribuição de Melhoria é o tributo exigível em decorrência de obra pública que implique
valorização imobiliária e destina-se a custear a obra realizada, já que a lei autoriza que o valor
arrecadado de Contribuições de Melhoria dos contribuintes seja superior ao custo da obra pú-
blica, sem prejuízo para a legalidade e a legitimidade da cobrança do referido tributo.

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Letra d.
Alternativa correta, conforme o CTN, art. 77: As taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo
Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, têm como fato
gerador o exercício regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço
público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição.
Comentando as demais alternativas:
a) Errada. CTN, art. 16: Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação
independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte.
b) Errada. As contribuições de melhoria, do art. 81 do CTN e do art. 145, III, da CF, não se con-
fundem com as contribuições do art. 149 da CF. Cuidam-se de hipóteses de tributos diversas.
c) Errada. Os empréstimos compulsórios, nos termos do art. 148 da CF, são instituídos median-
te lei complementar.
e) Errada. CTN, art. 81: A contribuição de melhoria cobrada pela União, pelos Estados, pelo Dis-
trito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, é instituída para
fazer face ao custo de obras públicas de que decorra valorização imobiliária, tendo como limite
total a despesa realizada e como limite individual o acréscimo de valor que da obra resultar
para cada imóvel beneficiado.

Questão 22 (CESPE/2019/TJ-BA/JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO) Conforme a CF, as contri-


buições de intervenção no domínio econômico
a) são de competência exclusiva da União.
b) podem incidir sobre as receitas decorrentes de exportação.
c) não podem incidir sobre a importação de serviços.
d) devem ter alíquota somente ad valorem.
e) podem instituir tratamento desigual entre contribuintes exclusivamente em razão de ocupa-
ção profissional.

Letra a.
Esta é a alternativa correta, conforme preceitua o art. 149 da CF/88: Compete exclusivamente
à União instituir contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse

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das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de sua atuação nas respec-
tivas áreas, observado o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem prejuízo do previsto no
art. 195, § 6º, relativamente às contribuições a que alude o dispositivo. (...) § 2º As contribui-
ções sociais e de intervenção no domínio econômico de que trata o caput deste artigo: I – não
incidirão sobre as receitas decorrentes de exportação; II – incidirão também sobre a importa-
ção de produtos estrangeiros ou serviços; III – poderão ter alíquotas: a) ad valorem, tendo por
base o faturamento, a receita bruta ou o valor da operação e, no caso de importação, o valor
aduaneiro; b) específica, tendo por base a unidade de medida adotada.

Questão 23 (MPE-PR/2019/MPE-PR/PROMOTOR SUBSTITUTO) Assinale a alternativa cor-


reta:
a) É inconstitucional a norma que disciplina juros moratórios aplicáveis a condenações da Fa-
zenda Pública, ao fazer incidir sobre débitos oriundos de relação jurídico-tributária o índice de
remuneração da caderneta de poupança, pois se devem observar os mesmos juros de mora
pelos quais a Fazenda Pública remunera seu crédito.
b) Por se referir a utilização efetiva de serviço público divisível, é constitucional a instituição
e a cobrança de taxas por emissão ou remessa de carnês/guias de recolhimento de tributos.
c) É constitucional norma municipal que estabelece hipótese de decadência, extinguindo o
crédito tributário por transcurso de prazo para apreciação de recurso administrativo fiscal.
d) Na hipótese de cumulação lícita de cargos públicos, a contribuição compulsória para o cus-
teio dos serviços de saúde deve incidir sobre a remuneração de ambos os cargos exercidos
pelo servidor.
e) A atualização anual do valor venal dos imóveis para efeito da cobrança de IPTU não prescin-
de da edição de lei, em sentido formal, ainda que não exceda os índices inflacionários anuais
de correção monetária.

Letra a.
“O art. 1º-F da Lei n. 9.494/97, com a redação dada pela Lei n. 11.960/2009, na parte em que
disciplina os juros moratórios aplicáveis a condenações da Fazenda Pública, é inconstitucional

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ao incidir sobre débitos oriundos de relação jurídico-tributária, aos quais devem ser aplicados
os mesmos juros de mora pelos quais a Fazenda Pública remunera seu crédito tributário, em
respeito ao princípio constitucional da isonomia” (art. 5º, da CF/88). STF. Plenário. RE 870947/
SE, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 20/9/2017 (repercussão geral) (Info 878).
Comentando as demais alternativas:
b) Errada. Uma vez que a taxa de serviço pressupõe o atendimento a uma necessidade do
contribuinte.
c) Errada. Fere o art. 146, III, b da Constituição Federal, norma que estabelece hipótese de de-
cadência do crédito tributário não prevista em lei complementar federal (STF. ADI 124)
d) Errada. A  contribuição para o custeio dos serviços de saúde, de caráter facultativo, deve
incidir sobre a remuneração de apenas um dos cargos acumulados pelo servidor público.
(ARE 1091727 AgR, Relator(a): Min. ALEXANDRE DE MORAES, Primeira Turma, julgado em
22/06/2018, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-153 DIVULG 31-07-2018 PUBLIC 01-08-2018)
e) Errada. Súmula 160 do STJ: “É defeso, ao município, atualizar o IPTU, mediante decreto, em
percentual superior ao índice oficial de correção monetária”.

Questão 24 (VUNESP/2018/TJ-SP/JUIZ SUBSTITUTO) Com relação às contribuições so-


ciais, pode-se afirmar:
a) constituem espécie de tributo e diferem dos impostos pela destinação do produto da arre-
cadação.
b) de acordo com o entendimento do STF, a lei pode instituir contribuição social com a vincula-
ção apenas de parte do produto da arrecadação.
c) têm natureza parafiscal e a elas não se aplicam às normas gerais de direito tributário.
d) em decorrência da mitigação do princípio da legalidade pela própria Constituição, a elas não
se aplica a reserva da lei.

Letra a.
A marca conceitual das contribuições é a sua destinação finalística. O professor Leandro Paul-
sen ensina que há situações em que o Estado atua relativamente a determinado grupo de con-

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Conceito de Tributo e as Espécies Tributárias
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tribuintes. Não se trata de ações gerais, a serem custeadas por impostos, tampouco específi-
cas e divisíveis, a serem custeadas por taxa, mas de ações voltadas a finalidades específicas
que se referem a determinados grupos de contribuintes, de modo que se busca, destes, o seu
custeio através de tributo que se denomina de contribuições.
Comentando as demais alternativas:
b) Errada. Não é inconstitucional a desvinculação de parte da arrecadação de contribuição so-
cial, levada a efeito por emenda constitucional. (RE 537.610, Relator o Ministro Cezar Peluso,
DJe 17.12.2009).
c, d) Erradas. As contribuições são tributos e se lhes aplicam as normas gerais de direito tri-
butário.

Questão 25 (IDECAN/2018/IPC-ES/PROCURADOR PREVIDENCIÁRIO I) Trata-se de tributo


cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal
específica, relativa ao contribuinte:
a) Contribuição de melhoria.
b) Empréstimo compulsório.
c) Imposto.
d) Taxa.

Letra c.
Cobrança do conceito de imposto. CTN, art. 16. Imposto é o tributo cuja obrigação tem por
fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao
contribuinte.

Questão 26 (IF-MT/2018/IF-MT/DIREITO) Pelo Código Tributário Nacional, podemos afirmar


que são tributos:
a) Impostos, fato gerador e contribuições de melhoria.
b) Impostos, taxas e contribuições de melhoria.
c) Impostos, alíquota e contribuições de melhoria.

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d) Impostos, títulos e contribuições de melhoria.


e) Imposto, alíquota e fato gerador.

Letra b.
A questão é interessante pelo recorte que ela faz. Prestem atenção; o enunciado não pergun-
tou quais são os tributos existentes no nosso direito, mas os que estão descritos no CTN.
Ou seja, o candidato deveria saber que o art. 5º do CTN (Os tributos são impostos, taxas e
contribuições de melhoria) apenas previu três das espécies tributárias, não contemplando os
empréstimos compulsórios (art. 148 da CF) e as contribuições (art. 149, 149-A e 195 da CF).

Questão 27 (VUNESP/2018/TJ-SP/JUIZ SUBSTITUTO) Caso o poder público municipal de-


cida cobrar determinado valor em dinheiro como contrapartida pela ocupação de praça pública
por comerciantes, na forma de feira livre, em dia específico da semana, sem concomitante exer-
cício do poder de polícia por parte da Administração, essa cobrança deverá ocorrer por meio de
a) taxa de instalação, uso e ocupação do solo urbano.
b) contribuição de melhoria a ser cobrada especificamente dos comerciantes instalados no
local.
c) imposto sobre a propriedade territorial urbana.
d) taxa cobrada em razão do serviço público de fiscalização das atividades desempenhadas
no local.
e) preço público cobrado em decorrência da utilização de bem público.

Letra e.
Se não há o exercício do poder de polícia, não há a possibilidade de se exigir uma taxa; de outro
lado, também não há um serviço específico e divisível prestado ao contribuinte para justificar
a taxa. A contribuição de melhoria pressupõe a realização de uma obra pública, o que não há
no contexto da questão. O imposto está completamente descartado, por ausência de qualquer
fato gerador que o justifique. Portanto, pode ser cobrada o preço público, cuja natureza não é
de direito público.

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Questão 28 (COMPERVE/2018/TJ-RN/JUIZ LEIGO) André, Prefeito de um município potiguar,


preocupado com o desequilíbrio financeiro do ente federado por ele administrado, iniciou um
processo de estudos plurais para averiguar a possibilidade de fazer crescer os recursos fazen-
dários municipais. Atento à leitura da disciplina constitucional do assunto, André percebeu que
a) os municípios podem estabelecer taxas que tenham como foco a prestação de serviços
públicos, desde que estas não possuam uma base de cálculo própria dos impostos.
b) é vedado aos municípios instituir contribuição de melhoria decorrente de obras públicas,
sendo admitida a instituição de taxas e impostos variados.
c) é permitido aos municípios instituir taxa de iluminação pública, pois tal serviço é essencial
para a coletividade e se caracteriza como serviço compulsório.
d) os municípios podem estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de
tributos intermunicipais, a exemplo do que se dá com as taxas.

Letra a.
Alternativa correta, de acordo com o art. 77 do CTN: As taxas cobradas pela União, pelos Esta-
dos, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, têm
como fato gerador o exercício regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial,
de serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição.
Parágrafo único. A taxa não pode ter base de cálculo ou fato gerador idênticos aos que corres-
pondam a imposto nem ser calculada em função do capital das empresas.
Comentando as demais alternativas:
b) Errada. De acordo com o art. 81 do CTN: “ A Contribuição de Melhoria cobrada pela União,
Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios (...)”. No mesmo sentido, art.  145, III, da
CF/88.
c) Errada. Conforme o que dispõe a Súmula Vinculante 41 do STF: “O serviço de iluminação
pública não pode ser remunerado por taxa.”
d) Errada. De acordo com o art. 9º do CTN: É vedado à União, Estados, ao Distrito Federal e aos
Municípios: (...) III – estabelecer limitações ao tráfego, no território nacional, de pessoas ou
mercadorias, por meio de tributos interestaduais ou intermunicipais; (...).

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Questão 29 (FEPESE/2018/PGE-SC/PROCURADOR DO ESTADO) Assinale a alternativa cor-


reta a respeito das espécies tributárias.
a) O serviço de iluminação pública pode ser remunerado mediante taxa.
b) É vedada a incidência da contribuição previdenciária sobre o 13º salário.
c) Os Municípios e o Distrito Federal estão autorizados a instituir contribuição para o custeio
de serviços de iluminação pública e de pavimentação de ruas.
d) A contribuição de melhoria é instituída para fazer face ao custo de obras públicas ou priva-
das de que decorra valorização imobiliária.
e) O imposto é chamado de tributo não vinculado porque a obrigação dele decorrente tem por
fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao
contribuinte.

Letra e.
Alternativa correta, nos termos do CTN, art.  16. Imposto é o tributo cuja obrigação tem por
fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao
contribuinte.
Comentando as demais alternativas:
a) Errada. Por força da Súmula Vinculante 41: O serviço de iluminação pública não pode ser
remunerado mediante taxa.
b) Errada. Por força da Súmula 688 do STF: É legítima a incidência da contribuição previdenci-
ária sobre o 13º salário.
c) Errada. Pois a CF/88, art. 149-A, permite apenas a instituição de contribuição social de ilu-
minação pública – COSIP.
d) Errada. A contribuição de melhoria vem prevista no CTN do seguinte modo: art. 81. A con-
tribuição de melhoria cobrada pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municí-
pios, no âmbito de suas respectivas atribuições, é instituída para fazer face ao custo de obras
públicas de que decorra valorização imobiliária, tendo como limite total a despesa realizada e
como limite individual o acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado.
Portanto, o tributo tem como pressuposto a realização de obra pública.

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Questão 30 (CONSULPLAN/2018/TJ-MG/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGIS-


TROS – PROVIMENTO) Sobre os tributos, assinale a afirmativa correta.
a) Atribuição de responsabilidade pelo pagamento do tributo decorrente de instrumento par-
ticular é oponível à Fazenda Pública.
b) Tributo pode ser conceituado como prestação pecuniária, sancionatória de ato ilícito, co-
brada mediante atividade vinculada.
c) A Constituição Federal não cria o tributo, mas, sim, outorga competência tributária ao ente
federativo para criá-lo com base no princípio da reserva legal.
d) Nos tributos vinculados, sua instituição independe de uma prestação estatal relativa ao
contribuinte, pois não integra à respectiva hipótese de incidência qualquer prestação do Es-
tado em favor do contribuinte.

Letra c.
A CF não cria o tributo, mas delimita, de modo genérico, as espécies tributárias (determinando
que a Lei Complementar as conceitue, nos termos do art. 146), e firma a competência para a
futura instituição dos tributos. Quem cria o tributo é a Lei Ordinária, em regra, e, em alguns
casos, a Lei Complementar.
Comentando as demais alternativas:
a) Errada. Art.  123: Salvo disposições de lei em contrário, as  convenções particulares, re-
lativas à responsabilidade pelo pagamento de tributos, não podem ser opostas à Fazenda
Pública, para modificar a definição legal do sujeito passivo das obrigações tributárias corres-
pondentes.
b) Errada. Art. 3º: Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor
nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada
mediante atividade administrativa plenamente vinculada.
d) Errada. O tributo vinculado tem por pressuposto fato gerador relacionado a alguma contra-
prestação obrigatória por parte do Estado. É o caso das taxas e contribuição de melhoria.

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Questão 31 (CONSULPLAN/2018/TJ-MG/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGIS-


TROS – PROVIMENTO) Sobre os tributos, assinale a afirmativa correta.
a) Um ato ilícito pode estar descrito na hipótese de incidência de um imposto ou contribuição.
b) O sujeito passivo da obrigação tributária é a pessoa jurídica de direito público, titular da
competência para exigir o seu cumprimento.
c) O fato de a pessoa jurídica gozar de imunidade tributária não afasta a necessidade de cum-
primento por ela das obrigações acessórias definidas por lei.
d) Cabe a restituição do tributo pago indevidamente, quando reconhecido por decisão, que o
contribuinte de fato (de facto) não recuperou do contribuinte de direito (de jure) o quantum
respectivo.

Letra c.
A alternativa C está correta e é o gabarito em virtude da compreensão de que as obrigações
acessórias tributárias, previstas no art. 113, §2º, do CTN, tem autonomia perante as obriga-
ções principais. Nesse sentido: art. 194. A legislação tributária, observado o disposto nesta
Lei, regulará, em caráter geral, ou especificamente em função da natureza do tributo de que se
tratar, a competência e os poderes das autoridades administrativas em matéria de fiscalização
da sua aplicação. Parágrafo único. A legislação a que se refere este artigo aplica-se às pesso-
as naturais ou jurídicas, contribuintes ou não, inclusive às que gozem de imunidade tributária
ou de isenção de caráter pessoal.
Comentando as demais alternativas:
a) Errada. Alternativa em confronto com o art.  3º CTN: Tributo é toda prestação pecuniária
compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato
ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada.
b) Errada. Alternativa em confronto com o art. 119 CTN: Sujeito ativo da obrigação é a pessoa
jurídica de direito público, titular da competência para exigir o seu cumprimento.
d) Errada. Alternativa em confronto com a Súmula 546 STF: Cabe a restituição do tributo pago
indevidamente, quando reconhecido por decisão, que o contribuinte “de jure” não recuperou do
contribuinte “de facto” o “quantum” respectivo.

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Questão 32 (FCC/2018/SEFAZ-GO/AUDITOR-FISCAL DA RECEITA ESTADUAL) A contribui-


ção de melhoria é uma espécie de tributo expressamente mencionada na Constituição Fede-
ral e no Código Tributário Nacional. De acordo com as normas do CTN, esta contribuição pode
ser cobrada pelo Estado, para fazer face
a) a despesas referentes à limpeza de um campo de futebol de propriedade do clube da região,
que conseguiu, com isso, melhorar a qualidade de vida das crianças que residiam nas suas
redondezas.
b) ao custo de obras públicas referentes à edificação, pelo poder público estadual, de uma es-
cola e de um parque públicos, os quais acabaram valorizando a região como um todo, inclusive
os imóveis circunvizinhos.
c) ao custo extraordinário incorrido pelo poder público, referente à alteração de destinação
dos prédios históricos da região, ocasionando a valorização do acervo histórico mobiliário que
neles se contra.
d) ao custo dos reparos promovidos em uma pista elevada para bicicletas, que, embora tenha
ocasionado a depreciação dos imóveis circunvizinhos a ela, solucionou os problemas de trá-
fego da região.
e) ao custo extraordinário incorrido pelo poder público, referente à contratação de professores
estrangeiros, contratados para lecionar na faculdade estadual local, tornando-a uma faculdade
de ponta no Brasil.

Letra b.
A contribuição de melhoria vem prevista no CTN do seguinte modo: art. 81. A contribuição de
melhoria cobrada pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âm-
bito de suas respectivas atribuições, é instituída para fazer face ao custo de obras públicas de
que decorra valorização imobiliária, tendo como limite total a despesa realizada e como limite
individual o acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado. Portanto,
o tributo tem como pressuposto a realização de obra pública. Todas as alternativas incorretas
ilustram situações nas quais não foi realizada obra pública, ou ausentes outros pressupostos
contidos no art. 81 do CTN.

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Questão 33 (IBFC/2018/TRF 2ª REGIÃO/JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO) Acerca das contri-


buições sociais de interesse de categorias profissionais e econômicas, à luz da jurisprudência
atual dos Tribunais Superiores, assinale a alternativa correta:
a) nos termos da Lei n. 12.514/2011, os Conselhos Regionais de Fiscalização Profissional não
executarão judicialmente dívidas referentes a anuidades inferiores a 4 (quatro) vezes o valor
cobrado anualmente da pessoa física ou jurídica inadimplente, devendo tal vedação ser aplica-
da às execuções já em curso no momento de entrada em vigor da referida lei.
b) os Conselhos Regionais de Fiscalização Profissional podem livremente fixar o valor de suas
anuidades, independentemente de parâmetro legal, em razão das peculiaridades da natureza
jurídica de tais Conselhos.
c) as anuidades da OAB possuem natureza tributária, devendo ser cobradas mediante proces-
so de execução fiscal.
d) a contribuição ao SEBRAE é qualificada, pelo Supremo Tribunal Federal, como tendo natu-
reza de contribuição de intervenção no domínio econômico — CIDE, e não como contribuição
social de interesse de categorias profissionais e econômicas.
e) a contribuição sindical, prevista na atual redação dos arts. 578 e 579 da CLT, apresenta natu-
reza tributária, em razão de seu caráter compulsório, devendo ser cobrada por execução fiscal.

Letra d.
“Contribuição em favor do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas ( SE-
BRAE): constitucionalidade reconhecida pelo plenário do STF, ao julgar o RE 396.266, Velloso,
DJ de 27-2-2004, quando se afastou a necessidade de lei complementar para a sua instituição
e, ainda – tendo em vista tratar-se de contribuição social de intervenção no domínio econômi-
co –, entendeu-se ser inexigível a vinculação direta do contribuinte ou a possibilidade de que
ele se beneficie com a aplicação dos recursos por ela arrecadados, mas sim a observância dos
princípios gerais da atividade econômica.” (RE 389.016-AgR, Rel. Min. Gilmar Mendes, julga-
mento em 30-6-2004, Primeira Turma, DJ de 13-8-2004.).
Comentando as demais alternativas:
a) Errada. Alínea errada, de acordo com o art. 8º, da Lei n. 12.514/2011: Os Conselhos não
executarão judicialmente dívidas referentes a anuidades inferiores a 4 (quatro) vezes o valor
cobrado anualmente da pessoa física ou jurídica inadimplente.

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b) Errada. Tese fixada em Repercussão Geral pelo STF no RE 704.292/PR, rel. Min. Dias Toffoli,
j. 30.06.2016 – Info 844: É inconstitucional, por ofensa ao princípio da legalidade tributária, lei
que delega aos conselhos de fiscalização de profissões regulamentadas a competência de fixar
ou majorar, sem parâmetro legal, o valor das contribuições de interesse das categorias profis-
sionais e econômicas, usualmente cobradas sob o título de anuidades, vedada, ademais, a atu-
alização desse valor pelos conselhos em percentual superior aos índices legalmente previstos.
c) Errada. Os Conselhos Profissionais possuem natureza jurídica de autarquias, sendo chama-
dos de “autarquias coorporativas federais”. Contudo, a OAB possui natureza jurídica ‘sui gene-
ris’, não se constituindo em entidade autárquica como o CRM, CREA e etc. Nesse sentido: “Os
créditos decorrentes da relação jurídica travada entre a OAB e os advogados não compõem o
erário e, consequentemente, não têm natureza tributária”. [STJ. 1ª Turma. REsp 1574642/SC,
Rel. Min. Sérgio Kukina, j. 16/2/16].
e) Errada. “Antes da Lei n. 13.467/2017, as “contribuições sindicais” eram compulsórias e pos-
suíam natureza tributária. Por conta disso, o STF entendia que o TCU poderia fiscalizar a arre-
cadação e gestão desses recursos, nos termos do art. 70, parágrafo único e art. 71, I, da CF/88.
Contudo, a contribuição sindical passou a ser facultativa com a Reforma Trabalhista (Lei n.
13.467/2017), que alterou os arts. 578 e 579 da CLT” [STF. Plenário. MS 28465/DF, rel. Min.
Marco Aurélio, julgado em 18/3/2014 (Info 739)].

Questão 34 (VUNESP/2018/TJ-RJ/JUIZ LEIGO) Os Municípios são responsáveis pela pres-


tação de diversos serviços públicos de interesse da população, bem como pelo exercício do
poder de polícia relativo a diversas atividades, tais como vigilância sanitária, normas urbanísti-
cas, entre outras. A esse respeito, é correto afirmar que
a) se considera serviço público a atividade da Administração Pública que, limitando ou discipli-
nando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de
interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem ou aos costumes.
b) os serviços públicos divisíveis e o exercício regular do poder de polícia podem ser financia-
dos por meio da instituição de taxas, as quais não poderão ter base de cálculo ou fato gerador
idênticos aos que correspondam a imposto.

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c) os serviços públicos de iluminação pública podem ser financiados por meio da instituição de taxa
municipal de iluminação pública, dado o interesse local envolvido na prestação desse serviço.
d) taxas e preços públicos se referem a fenômenos juridicamente idênticos, obedecendo am-
bos às limitações constitucionais ao poder de tributar, sobretudo ao princípio da anterioridade
e da legalidade.
e) para efeito de instituição e cobrança de taxas, consideram-se compreendidas no âmbito das
atribuições dos Municípios, aquelas que, segundo a Constituição Federal, refiram-se a serviços
de competência da União, dos Estados e do Distrito Federal.

Letra b.
Alínea correta, conforme a CF/88, art. 145: A União, os Estados, o Distrito Federal e os Muni-
cípios poderão instituir os seguintes tributos: II – taxas, em razão do exercício do poder de
polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis,
prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição; § 2º As taxas não poderão ter base de
cálculo própria de impostos. Acrescente-se a Súmula Vinculante 29: É constitucional a adoção,
no cálculo do valor de taxa, de um ou mais elementos da base de cálculo própria de determina-
do imposto, desde que não haja integral identidade entre uma base e outra.
Comentando as demais alternativas:
a) Errada. Alínea errada, pois o conceito apresentado não é o de serviço público, mas de poder
de polícia, conforme CTN, art. 78:Considera-se poder de polícia atividade da administração pú-
blica que, limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou
abstenção de fato, em razão de interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem,
aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas
dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à  tranquilidade pública ou ao
respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos.
c) Errada. Errada nos termos da Súmula Vinculante 41. O serviço de iluminação pública não
pode ser remunerado mediante taxa.
d) Errada. Ver a Súmula 545 do STF. Preços de serviços públicos e taxas não se confundem,
porque estas, diferentemente daqueles, são compulsórias e têm sua cobrança condicionada à
prévia autorização orçamentária, em relação à lei que as instituiu.

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e) Errada. Alínea errada, conforme o CTN, art. 80. Para efeito de instituição e cobrança de ta-
xas, consideram-se compreendidas no âmbito das atribuições da União, dos Estados, do Dis-
trito Federal ou dos Municípios, aquelas que, segundo a Constituição Federal, as Constituições
dos Estados, as Leis Orgânicas do Distrito Federal e dos Municípios e a legislação com elas
compatível, competem a cada uma dessas pessoas de direito público.

Questão 35 (VUNESP/2018/PREFEITURA DE SOROCABA-SP/PROCURADOR DO MUNICÍ-


PIO) Com base no Código Tributário Nacional, é correto afirmar que a natureza jurídica especí-
fica do tributo é determinada
a) pela denominação adotada pela lei, sendo irrelevantes para qualificá-la o fato gerador da
respectiva obrigação e as demais características formais.
b) pela destinação legal do produto da sua arrecadação, sendo irrelevantes para qualificá-la o
fato gerador da respectiva obrigação e as demais características formais.
c) pelo fato gerador da respectiva obrigação, sendo irrelevantes para qualificá-la a destinação
legal do produto da sua arrecadação e a denominação adotada pela lei.
d) pelo fato gerador da respectiva obrigação e pela denominação adotada pela lei, sendo irre-
levante para qualificá-la a destinação legal do produto da sua arrecadação.
e) pelo fato gerador da respectiva obrigação e pela destinação legal do produto da sua arreca-
dação, sendo irrelevante para qualificá-la a denominação adotada pela lei.

Letra c.
Cobrança da literalidade do art. 4º do CTN: A natureza jurídica específica do tributo é deter-
minada pelo fato gerador da respectiva obrigação, sendo irrelevantes para qualificá-la: I – a
denominação e demais características formais adotadas pela lei; II – a destinação legal do
produto da sua arrecadação.

Questão 36 (CONSULPLAN/2018/TJ-MG/JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO) Assinale a alter-


nativa que retrata a jurisprudência consolidada nos Tribunais Superiores.
a) O serviço de iluminação pública pode ser remunerado mediante taxa.

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b) Norma legal que altera o prazo de recolhimento de obrigação tributária não se sujeita ao
princípio da anterioridade.
c) É constitucional a incidência do Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN) so-
bre operações de locação de bens móveis.
d) No tocante à base de cálculo, o ISSQN incide apenas sobre a taxa de agenciamento quando
o serviço prestado por sociedade empresária de trabalho temporário for de intermediação, não
podendo englobar os valores dos salários e encargos sociais dos trabalhadores por ela contra-
tados, independentemente do fornecimento de mão de obra.

Letra b.
Alínea correta, por força da Súmula Vinculante 50 do STF: Norma legal que altera o prazo de
recolhimento de obrigação tributária não se sujeita ao princípio da anterioridade.
Comentando as demais alternativas:
a) Errada. Por força do Enunciado 41 da súmula vinculante do STF: O serviço de iluminação
pública não pode ser remunerado mediante taxa.
c) Errada. Por força do Enunciado 31 da súmula vinculante do STF: É inconstitucional a inci-
dência do Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza – ISS sobre operações de locação de
bens móveis.
d) Errada. Por força do Enunciado 524 da súmula do STJ: No tocante à base de cálculo, o IS-
SQN incide apenas sobre a taxa de agenciamento quando o serviço prestado por sociedade
empresária de trabalho temporário for de intermediação, devendo, entretanto, englobar tam-
bém os valores dos salários e encargos sociais dos trabalhadores por ela contratados nas
hipóteses de fornecimento de mão de obra.

Questão 37 (VUNESP/2018/CÂMARA DE CAMPO LIMPO PAULISTA-SP/PROCURADOR


JURÍDICO) Caso determinado município pretenda financiar o serviço público de coleta de resí-
duos sólidos domiciliares no seu território, este município poderá
a) aumentar o imposto sobre propriedade urbana dos imóveis atendidos pelo serviço, de forma
proporcional ao custo do serviço implantado.

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Conceito de Tributo e as Espécies Tributárias
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b) instituir taxa em decorrência da utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico


e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição.
c) instituir contribuição de melhoria nos estritos limites da valorização nos imóveis particula-
res decorrentes da implantação do serviço de coleta de resíduos sólidos.
d) vincular, mediante lei, percentual do imposto sobre serviços arrecadado no município à pres-
tação do serviço público em questão.
e) instituir contribuição para custeio dos serviços públicos de coleta de resíduos sólidos, em
linha com a previsão constitucional e jurisprudência do Supremo Tribunal Federal.

Letra b.
A Súmula Vinculante 19 dispõe que: A taxa cobrada exclusivamente em razão dos serviços
públicos de coleta, remoção e tratamento ou destinação de lixo ou resíduos provenientes de
imóveis não viola o artigo 145, II, da Constituição Federal. Portanto, o serviço público de coleta
de resíduos sólidos domiciliares é remunerado mediante a espécie tributária taxa. Assim, to-
das as alíneas que se referem a outro tributo estão incorretas.

Questão 38 (TRF – 3ª REGIÃO/2018/TRF 3ª REGIÃO/JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO) Indi-


que a afirmação INCORRETA:
a) Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa
exprimir, instituída em lei, que não constitua sanção por ato ilícito.
b) Medida provisória pode estabelecer a extinção de tributo.
c) Lei que disponha sobre outorga de isenção deve ser interpretada literalmente.
d) Os decretos restringem o conteúdo e o alcance das leis em função das quais são expedidos.

Letra d.
A alínea d está incorreta e é o gabarito, pois confronta com o CTN, art. 99. O conteúdo e o
alcance dos decretos restringem-se aos das leis em função das quais sejam expedidos, deter-
minados com observância das regras de interpretação estabelecidas nesta Lei.
Comentando as demais alternativas:

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a) Errada. Alínea correta e reproduz o artigo 3º do CTN.


b) Errada. Alínea correta e reproduz o entendimento do STF no seguinte sentido: (...) já se acha
assentado no STF o entendimento de ser legítima a disciplina de matéria de natureza tributária
por meio de medida provisória, instrumento a que a Constituição confere força de lei (cf. ADI
1.417 MCxx) [ADI 1.667 MC, rel. min. Ilmar Galvão, j. 25-9-1997, P, DJ de 21-11-1997.].​​
c) Errada. Reproduz o CTN, art. 111: Interpreta-se literalmente a legislação tributária que dis-
ponha sobre: (i) suspensão ou exclusão do crédito tributário, (ii) outorga de isenção, (iii) dis-
pensa de cumprimento de obrigações tributárias acessórias.

Questão 39 (IBFC/2018/CÂMARA DE FEIRA DE SANTANA-BA/PROCURADOR JURÍDICO


ADJUNTO) Assinale a alternativa correta, sobre quais são as espécies tributárias na visão da
teoria de classificação chamada de pentapartida.
a) Impostos, taxas, contribuições de melhoria, empréstimos compulsórios e contribuições pa-
rafiscais ou especiais
b) Impostos, taxas de serviços, taxas do poder de polícia, contribuições de melhoria e contri-
buições parafiscais ou especiais
c) Impostos, taxas, contribuições sociais, empréstimos compulsórios e contribuições parafiscais
d) Impostos, taxas, contribuições de melhoria, empréstimos sociais e contribuições parafis-
cais ou especiais

Letra a.
O interessante dessa questão é a abordagem da chamada “teoria pentapartida”, que concebe
cinco diferentes espécies tributárias no nosso sistema. Permitam-me dizer, com o devido res-
peito e acatamento à banca, que esse questionamento não é dos mais adequados para uma
prova objetiva. “Teorias”, salvo raras exceções, não deveriam ser cobradas em provas objetivas.
A alternativa B omitiu os empréstimos compulsórios; a alternativa C omitiu a contribuição de
melhoria; a alternativa D se referiu à “empréstimos sociais”. Desse modo, ainda que abstraindo
a abordagem de uma “teoria”, por exclusão, o gabarito da letra A emerge como único adequa-
do. Para a chamada “teoria pentapartida”, os tributos são: impostos, taxas e contribuições de
melhoria – previstos nos incisos do caput do art. 145 da CF/88; os empréstimos compulsórios
(art. 148 da CF/88); e o gênero “contribuições” (art. 149 da CF/88).

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Questão 40 (VUNESP/2018/PAULIPREV-SP/PROCURADOR AUTÁRQUICO) A Prefeitura do


Município X está interessada em realizar obras públicas destinadas ao asfaltamento de vias
urbanas. Caso as obras sejam concluídas, é razoável esperar a valorização dos imóveis situa-
dos nas vias asfaltadas. Contudo, a Prefeitura não detém os recursos necessários à realização
da obra, tampouco considera justo com os moradores de vias não beneficiadas o recurso a
um aumento geral de impostos na cidade ou a realização de uma operação de crédito, com o
propósito de custear as referidas obras.
Nesse contexto específico, julgue as afirmações a seguir e assinale a alternativa correta.
a) O Município poderia financiar as obras por meio de uma elevação da base de cálculo do
imposto sobre propriedade territorial urbana (IPTU) dos imóveis situados na região que se be-
neficiará das obras, antecipando a valorização que é esperada no valor venal desses imóveis.
b) O Município poderia emitir títulos públicos de subscrição obrigatória pelos proprietários
dos imóveis situados na região beneficiada, na forma de empréstimo compulsório, o qual viria
a ser posteriormente quitado com a elevação da arrecadação do imposto sobre propriedade
territorial urbana (IPTU) devido à valorização dos imóveis.
c) O Município poderia se valer da cobrança de contribuição de melhoria, tendo como limite
total a despesa realizada com as obras de asfaltamento, e, como limite individual, o acréscimo
de valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado.
d) O Município poderia financiar as obras por meio da cobrança do imposto sobre transmissão
de bens imóveis (ITBI) situados na região de interesse, vinculando, mediante lei, a cobrança de
tal imposto a fundo público especial de obras de asfaltamento.
e) O Município poderia se valer da cobrança de contribuição de melhoria, tendo como limite
total a despesa realizada com as obras de asfaltamento e como limite individual o valor pro-
porcional da obra em relação ao valor de cada imóvel.

Letra c.
Alternativa em conformidade com o CTN, art.  81: A contribuição de melhoria cobrada pela
União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas
atribuições, é instituída para fazer face ao custo de obras públicas de que decorra valorização
imobiliária, tendo como limite total a despesa realizada e como limite individual o acréscimo
de valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado.​​

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Questão 41 (CESPE/2018/EBSERH/ADVOGADO) Acerca das espécies tributárias e suas


funções sociais na satisfação dos interesses coletivos, julgue o item que se segue.
A contribuição de melhoria tem por objetivo custear obra pública e evitar enriquecimento ilícito
do proprietário de imóvel valorizado pela mesma edificação.

Certo.
Conceito do CTN, art. 81: A contribuição de melhoria cobrada pela União, pelos Estados, pelo
Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, é instituída
para fazer face ao custo de obras públicas de que decorra valorização imobiliária, tendo como
limite total a despesa realizada e como limite individual o acréscimo de valor que da obra resul-
tar para cada imóvel beneficiado.​Assim, o tributo evita que, aquele que tenha sido beneficiado
(de modo específico) por uma obra pública (que deve beneficiar ao público em geral) enriqueça
ilicitamente.

Questão 42 (CESPE/2018/EBSERH/ADVOGADO) Acerca das espécies tributárias e suas


funções sociais na satisfação dos interesses coletivos, julgue o item que se segue.
O imposto é atrelado a uma contraprestação específica da administração pública disponibili-
zada ao contribuinte.

Errado.
Alternativa em desacordo com o CTN, art. 16: Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato
gerador uma situação independentemente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao
contribuinte.​​

Questão 43 (VUNESP/2018/TJ-RS/JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO) O prefeito do Município


X pretende instituir uma taxa para custear o serviço de coleta, remoção e destinação do lixo
doméstico produzido no Município. A taxa será calculada em função da frequência da realiza-
ção da coleta, remoção e destinação dos dejetos e da área construída do imóvel ou da testada
do terreno

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Acerca dessa taxa, é correto afirmar que ela é


a) ilegal, porque a coleta, remoção e destinação do lixo doméstico não podem ser considera-
dos como serviço público específico e divisível.
b) ilegal, porque sua base de cálculo utiliza elemento idêntico ao do IPTU, qual seja, a metra-
gem da área construída ou a testada do imóvel.
c) legal se houver equivalência razoável entre o valor cobrado do contribuinte e o custo indivi-
dual do serviço que lhe é prestado.
d) ilegal, porque não possui correspondência precisa com o valor despendido na prestação do
serviço.
e) legal, porque foi instituída em razão do exercício regular de poder de polícia, concernente
à atividade da Administração Pública que regula ato de interesse público referente à higiene.

Letra c.
A Súmula Vinculante 19 estabelece que: “A taxa cobrada exclusivamente em razão dos servi-
ços públicos de coleta, remoção e tratamento ou destinação de lixo ou resíduos provenientes
de imóveis não viola o artigo 145, II, da Constituição Federal”. Portanto, a taxa é legal. Por outro
lado, a Súmula Vinculante 29 preceitua que: “Não viola o art. 145, §2º, da CF, a utilização, na
base de cálculo de taxa, de elemento componente de base de cálculo de imposto, desde que
não haja total identidade entre uma base e outra”. Portanto, a taxa pode tomar alguns elemen-
tos da base de cálculo do IPTU. Por outro lado, o Supremo Tribunal Federal exige que as taxas
guardem equivalência entre o seu valor e o custo do serviço: A taxa, enquanto contraprestação
a uma atividade do poder público, não pode superar a relação de razoável equivalência que
deve existir entre o custo real da atuação estatal referida ao contribuinte e o valor que o Esta-
do pode exigir de cada contribuinte, considerados, para esse efeito, os elementos pertinentes
às alíquotas e à base de cálculo fixadas em lei. Se o valor da taxa, no entanto, ultrapassar o
custo do serviço prestado ou posto à disposição do contribuinte, dando causa, assim, a uma
situação de onerosidade excessiva, que descaracterize essa relação de equivalência entre os
fatores referidos (o custo real do serviço, de um lado, e o valor exigido do contribuinte, de ou-
tro), configurar-se-á, então, quanto a essa modalidade de tributo, hipótese de ofensa à cláusula
vedatória inscrita no art. 150, IV, da CF. [ADI 2.551 MC-QO, rel. min. Celso de Mello, j. 2-4-2003,
P, DJ de 20-4-2006.]​​

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Questão 44 (CESPE/2018/STJ/ANALISTA JUDICIÁRIO – OFICIAL DE JUSTIÇA AVALIA-


DOR FEDERAL) À luz das disposições do Código Tributário Nacional (CTN), julgue o item a
seguir.
As taxas necessariamente têm como fato gerador o exercício do poder de polícia pelo sujeito
ativo da relação tributária.

Errado.
O item está errado, nos termos da CF/88, art. 145, II: A União, os Estados, o Distrito Federal e
os Municípios poderão instituir os seguintes tributos: (...) II – taxas, em razão do exercício do
poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e
divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição.

Questão 45 (CESPE/2018/STJ/ANALISTA JUDICIÁRIO – OFICIAL DE JUSTIÇA AVALIA-


DOR FEDERAL) Acerca dos princípios e dos poderes da administração pública, da organização
administrativa, dos atos e do controle administrativo, julgue o item a seguir, considerando a
legislação, a doutrina e a jurisprudência dos tribunais superiores.
Situação hipotética: Uma prefeitura determinou a cobrança de taxa de funcionamento de esta-
belecimentos comerciais, mas os proprietários dos estabelecimentos questionaram a medida
sob o argumento de ausência de prova da fiscalização. Assertiva: De acordo com o STJ, a co-
brança é ilícita porque não foi demonstrado o efetivo exercício da fiscalização.

Errado.
“A Primeira Seção deste tribunal pacificou o entendimento de que é prescindível a comprova-
ção efetiva do exercício de fiscalização por parte da municipalidade, em face da notoriedade
de sua atuação, para que se viabilize a cobrança da taxa em causa. Incidência da Súmula 83/
STJ”. (AgRg no AREsp 358.371/SP, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, jul-
gado em 17/09/2013, DJe 25/09/2013).

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Conceito de Tributo e as Espécies Tributárias
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Questão 46 (CESPE/2018/PGE-PE/PROCURADOR DO ESTADO) Determinado município


deseja criar um novo tributo com a finalidade específica de custear o serviço de iluminação
pública. O valor arrecadado ficará afetado exclusivamente a esse tipo de despesa.
De acordo com a CF, nesse caso, o município deve criar
a) um imposto.
b) uma contribuição.
c) uma taxa.
d) um emolumento.
e) um preço público.

Letra b.
CF/88, art. 149-A: Os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir contribuição, na forma
das respectivas leis, para o custeio do serviço de iluminação pública, observado o disposto no
art. 150, I e III.
Súmula Vinculante 41: O serviço de iluminação pública não pode ser remunerado median-
te taxa.

Questão 47 (CESPE/2018/PGE-PE/PROCURADOR DO ESTADO) Considerando-se o que dis-


põe o CTN, é correto afirmar que, como regra geral, os tributos
a) são compulsórios, podendo a sua obrigatoriedade advir da lei ou do contrato.
b) podem ser pagos em pecúnia, in natura ou in labore.
c) são cobrados mediante atividade administrativa, a qual pode ser vinculada ou discricionária.
d) podem incidir sobre bens e rendimentos decorrentes de atos ilícitos, embora não possam
ser utilizados como sanção.
e) têm por fato gerador uma situação jurídica abstrata, não sendo possível vincular um tributo
a qualquer atividade estatal específica.

Letra d.
Alternativa correta é a letra D, bastando para a resolução correta da questão o conhecimento
do conceito de tributo. Nesse sentido, basta ter sempre em mente o seguinte dispositivo do

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Conceito de Tributo e as Espécies Tributárias
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CTN, art. 3º: Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se
possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante
atividade administrativa plenamente vinculada. Em relação especificamente à alínea D, tem-se
que não importa, para a incidência do tributo, se o fato gerador da obrigação tributária respec-
tiva é lícito ou ilícito (pecunia non olet).

Questão 48 (CESPE/2017/DPU/DEFENSOR PÚBLICO FEDERAL) A respeito das espécies


tributárias existentes no sistema tributário brasileiro, julgue o item que se segue.
No cálculo do valor de determinada taxa, pode haver elementos da base de cálculo de algum
imposto, desde que não haja total identidade entre uma base e outra.

Certo.
Embora a CF/88 determine que (art. 145, § 2º) as taxas não poderão ter base de cálculo própria
de impostos, a Súmula Vinculante 29 assim preceitua: “É constitucional a adoção, no cálculo
do valor de taxa, de um ou mais elementos da base de cálculo própria de determinado imposto,
desde que não haja integral identidade entre uma base e outra.”. Questão correta.

Questão 49 (MPE-PR/2017/MPE-PR/PROMOTOR SUBSTITUTO) Quanto às taxas, assinale


a alternativa incorreta:
a) As taxas não poderão ter base de cálculo própria de impostos.
b) É constitucional a adoção, no cálculo do valor da taxa, de um ou mais elementos da base de
cálculo própria de determinado imposto, desde que não haja integral identidade entre uma e outra.
c) Segundo entendimento do Supremo Tribunal Federal, o texto constitucional diferencia taxas
decorrentes do exercício do poder de polícia daquelas de utilização de serviços específicos e
divisíveis, facultando, em ambos os casos, a prestação potencial do serviço público.
d) Segundo entendimento do Supremo Tribunal Federal, a regularidade do exercício do poder
de polícia é imprescindível para a cobrança da taxa de localização e fiscalização.
e) O fato gerador da taxa de serviço é a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público es-
pecífico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto a sua disposição.

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Letra c.
A alternativa c está incorreta e é o gabarito da questão, uma vez que a CF/88 diferencia as
taxas decorrentes do exercício do poder de polícia daquelas de utilização de serviços es-
pecíficos e divisíveis, facultando apenas a estas a prestação potencial do serviço público.
A regularidade do exercício do poder de polícia é imprescindível para a cobrança da taxa de
localização e fiscalização: É constitucional taxa de renovação de funcionamento e localização
municipal, desde que efetivo o exercício do poder de polícia, demonstrado pela existência de
órgão e estrutura competentes para o respectivo exercício, tal como verificado na espécie
quanto ao Município de Porto Velho/RO (...). (RE 588.322, rel. min. Gilmar Mendes, j. 16-6-
2010, P, DJE de 3-9-2010, com repercussão geral).
Comentando as demais alternativas:
a) Errada. Alternativa correta, por força da CF/88, art. 145 § 2º: As taxas não poderão ter base
de cálculo própria de impostos.
b) Errada. Alternativa correta por refletir o teor da Súmula vinculante 29: É constitucional a
adoção, no cálculo do valor de taxa, de um ou mais elementos da base de cálculo própria de
determinado imposto, desde que não haja integral identidade entre uma base e outra.
d) Errada. Alternativa correta, uma vez que a regularidade do exercício do poder de polícia é im-
prescindível para a cobrança da taxa de localização e fiscalização (RE 588.322, rel. min. Gilmar
Mendes, j. 16-6-2010, P, DJE de 3-9-2010, com repercussão geral).
e) Errada. Alternativa correta, nos termos da CF/88, art. 145, II. A União, os Estados, o Distrito
Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos: (...) II – taxas, em razão do
exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos espe-
cíficos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição.

Questão 50 (CESPE/2017/PREFEITURA DE FORTALEZA-CE/PROCURADOR DO MUNICÍ-


PIO) No que se refere à teoria do tributo e das espécies tributárias, julgue o item seguinte.
A relação jurídica tributária, que tem caráter obrigacional, decorre da manifestação volitiva do
contribuinte em repartir coletivamente o ônus estatal.

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Errado.
A obrigação tributária (art. 113 do CTN) decorre de imposição legal e não se estabelece me-
diante vontade dos sujeitos. Nesse sentido é o conceito de tributo, extraído do art. 3º do CTN:
Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa ex-
primir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade
administrativa plenamente vinculada.

Renato Cesar Guedes Grilo


Procurador da Fazenda Nacional. Assessor de Ministro do Superior Tribunal de Justiça. Pós-graduado em
Direito Constitucional e Tributário. Mestrando em Direito e Políticas Públicas. Entre 2013 e 2016, atuou
perante os Tribunais Superiores como PFN. É professor de cursos preparatórios para concursos e autor de
obras jurídicas, dentre as quais o Manual do Procurador da Fazenda Nacional – Editora Juspodivm.

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