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DIREITO

TRIBUTÁRIO
Direito Tributário na Constituição
Federal: as Limitações ao Poder
de Tributar – Princípios

SISTEMA DE ENSINO

Livro Eletrônico
DIREITO TRIBUTÁRIO
Direito Tributário na Constituição Federal: as Limitações ao Poder de Tributar - Princípios
Renato Grilo

Sumário
Direito Tributário na Constituição Federal: as Limitações ao Poder de Tributar -
Princípios........................................................................................................................................... 3
As Limitações ao Poder De Tributar............................................................................................. 3
1. A Apresentação das Limitações Constitucionais ao Poder de Tributar............................ 4
2. Os Princípios Constitucionais Tributários: o Percurso a Ser Trilhado pelo Ente
Tributante.......................................................................................................................................... 6
3. A Legalidade Tributária. . ............................................................................................................. 8
3. A Irretroatividade Tributária.. .................................................................................................. 22
4. Anterioridade Tributária ou Princípio da Eficácia Diferida. . ............................................. 24
5. Isonomia Tributária................................................................................................................... 32
6. A Vedação ao Confisco. . ............................................................................................................ 33
7. Proibição de Limitações ao Tráfego por meio de Tributos Interestaduais e
Intermunicipais.. ............................................................................................................................. 35
8. Garantias da Federação: Princípios Tributários de Proteção Federativa. . .................... 36
Questões de Concurso..................................................................................................................40
Gabarito............................................................................................................................................ 65
Gabarito Comentado..................................................................................................................... 66

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Direito Tributário na Constituição Federal: as Limitações ao Poder de Tributar - Princípios
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DIREITO TRIBUTÁRIO NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL: AS


LIMITAÇÕES AO PODER DE TRIBUTAR - PRINCÍPIOS
As Limitações ao Poder De Tributar

Na primeira aula, eu disse que o tributo é o objeto da tributação e esta, por sua vez, repre-
senta a atividade do Estado de derivar parte da riqueza que é produzida pela sociedade para a
sua viabilização. Existe o tributo para que o Estado exista e preste serviços públicos.
Já na segunda aula mostramos a lógica existente entre o tributo, a tributação e o Direito
Tributário: a parte fundamental (o tributo), o movimento ou a dinâmica da parte fundamental
na direção do cumprimento de seus objetivos (a tributação) e a regulamentação de como
esse processo se desenvolve por meio do estabelecimento de normas, princípios e regras (o
Direito Tributário).
O Direito Tributário é o sistema de regras e princípios que regula a incidência do tributo
(a dinâmica da “tributação”); portanto, ele regulamenta o modo pelo qual o tributo incidirá
sobre a sociedade.

E o que é “regulamentar”?

A regulamentação se dá a partir da normatização; por meio das normas jurídicas, princí-


pios e regras. O Direito Tributário conduz a tributação, estabelecendo, passo a passo, o modo
pelo qual a sociedade é tributada.
Em síntese, o Direito Tributário regulamenta o tributo e a dinâmica da tributação.
Também na segunda aula mostramos como a tributação é iniciada — a partir do instituto
da Competência Tributária. A competência tributária é a prerrogativa que o ente federativo
possui de instituir o tributo e dando início e desenvolvendo o a dinâmica da tributação.
Você já sabe o que é um tributo (e o que ele não é); já sabe o que é a dinâmica da tribu-
tação; compreende a função do Direito Tributário e em que consiste a competência tributária
para a instituição de tributos e o desenvolvimento da tributação.

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Agora vamos falar sobre o “ladrilho”, ou o “caminho”, ou, ainda, a “trilha” através da qual o
exercício da competência tributária deve caminhar!
A competência tributária é a prerrogativa dada pela Constituição para o ente federativo
instituir o tributo, mas essa a mesma Carta Magna também diz os limites a serem observados
nessa criatividade tributária.
Vale dizer que a prerrogativa é dada para ser exercida com parâmetros principiológicos
e limites valorativos: os primeiros são os princípios constitucionais tributários; os limites de
valor constitucional são as imunidades tributárias, “territórios” eleitos pela Constituição para
não serem tributados.
Além dos princípios norteadores da atividade criativa tributária e limitadores da tributa-
ção, há outros princípios tributários que se referem às relações federativas.
Limitações Constitucionais ao Poder de Tributar

Princípios constitucionais tributários


Imunidades tributárias
Princípios tributários de proteção federativa

Vamos, portanto, analisar a limitação constitucional ao poder de tributar: os princípios. Na


aula 4, estudaremos a limitação constitucional ao poder de tributar: as imunidades.
Sigamos!

1. A Apresentação das Limitações Constitucionais ao Poder de Tributar

A tributação, essencial e inerente ao Estado Democrático, precisa se desenvolver a partir


de parâmetros constitucionais, capazes de proteger os contribuintes de eventuais atropelos
praticados pelo ente tributante e pelo Fisco.
A atividade de instituir e cobrar o tributo (a tributação) é muito sensível, pois representa uma
“sociedade” entre o cidadão e o Estado; entre a capacidade produtiva e a capacidade contributi-
va. Quem produz riqueza e ostenta capacidade econômica é chamado a contribuir para o existir
e agir do Estado, mediante o pagamento dos tributos e segundo a capacidade contributiva.
Assim, qualquer movimento errático do Estado é capaz de gerar um severo desequilíbrio
na equação da imposição dos tributos. De acordo com Leandro Paulsen (PAULSEN, Leandro.

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Curso de direito tributário completo. 10. ed. São Paulo: Saraiva, 2019), os problemas relacio-
nados à tributação, desde cedo, despertaram a necessidade de compatibilização da arreca-
dação com o respeito à liberdade e ao patrimônio dos contribuintes. Por envolver imposição,
poder e autoridade, a tributação deu ensejo a muitos excessos e arbitrariedades ao longo
da história. Muitas vezes, foi sentida como simples confisco. Não raramente, a cobrança de
tributos envolveu violência, constrangimentos e restrição a direitos. Essa condição de dema-
siada sujeição em que se viam os contribuintes, associada à indignação com as diferenças
sociais e com o destino que era dado aos recursos, despertou movimentos pela preservação
da propriedade e da liberdade, de um lado, e pela participação nas decisões públicas, de outro.

Por exemplo, em 1215, na Inglaterra, os barões e os religiosos impuseram a Magna Carta para
conter o arbítrio do rei, estabelecendo a separação de poderes, a cobrança de apenas três
espécies de tributos e para que, caso existisse a hipótese de uma nova imposição tributária,
haveria a necessidade de autorização por um concílio.

No nosso caso específico, os excessos da tributação e divergências quanto à aplicação


dos recursos também estiveram na raiz de revoluções e movimentos ocorridos em território
brasileiro; por exemplo, a Inconfidência Mineira e a Revolução Farroupilha.
Diante disso, considerando que a tributação é algo inevitável e deve se desenvolver com
equilíbrio, observando as limitações, princípios e regras capazes de preservar a segurança e
promover a justiça fiscal.

As limitações ao poder de tributar servem, portanto, para que


a prerrogativa de criar e cobrar o tributo não se transforme em
um poder destrutivo e socialmente desagregador.

As limitações constitucionais ao poder de tributar são o conjunto de princípios e demais


regras disciplinadoras da definição e do exercício da competência tributária, bem como das
imunidades. [RE 636.941, rel. min. Luiz Fux, j. 13-2-2014, P, DJE de 4-4-2014, Tema 432.]

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Essa limitação ao poder de tributar pode se apresentar das seguintes formas:


• “Um percurso traçado”: princípios constitucionais que delimitam a forma como a insti-
tuição e cobrança do tributo (tributação) se dará;
• “Um território proibido”: imunidades tributárias constitucionais que são verdadeiras fa-
ces negativas da competência tributária, impondo que o ente político não tribute deter-
minados “espaços” constitucionalmente protegidos à tributação;
• “Uma proteção federativa”: princípios constitucionais de convivência federativa; são
diretrizes constitucionais a serem seguidas para o exercício simultâneo do poder de
tributar pelos diversos entes federativos.

A Constituição Federal traz as limitações ao poder de tributar especialmente em seus arts.


150 a 152, mas também em outros dispositivos normativos (conforme veremos). Os princí-
pios constitucionais de proteção federativa estão direcionados para a União no art.151 e para
os estados e municípios no art. 152.
Esta aula é exclusivamente sobre os princípios constitucionais que traçam um percurso a
ser seguido pela tributação e sobre os princípios constitucionais de proteção federativa.

2. Os Princípios Constitucionais Tributários: o Percurso a Ser Trilhado


pelo Ente Tributante

Para tributar - criar e cobrar os tributos que a CF lhe atribuiu - o ente federativo precisa
fugir ao exagero e trilhar o caminho dos princípios constitucionais tributários, não adentrando
nas “estradas” que a Constituição proibiu (imunidades) e respeitando, mutuamente, os de-
mais entes federativos que trilham o mesmo percurso da tributação (princípios constitucio-
nais tributários de proteção federativa, artigos 151 e 152 da CF).
Os princípios constitucionais tributários de proteção ao contribuinte e de proteção fede-
rativa servem de baliza para a tributação, ditando-lhe as diretrizes que devem ser seguidas e
respeitadas. São como sinalizações em uma estrada: placas que determinam a velocidade, tra-
çados que impedem a ultrapassagem, linhas contínuas que delimitam a faixa de rodagem etc.
Vamos dar uma “passada” geral em alguns desses princípios e depois analisaremos to-
dos, um a um.

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O primeiro e mais relevante princípio tributário é o da legalidade; os contribuintes somente


pagam ou deixam de pagar os tributos que passaram pelo crivo da representatividade política
(Congresso Nacional, Legislativo).
Depois, vem o princípio da irretroatividade que, em matéria de incidência de tributos, não
tem exceção; você encontra algumas ressalvas ao princípio da irretroatividade para a legis-
lação tributária adjetiva (procedimental), para a lei expressamente interpretativa ou para o
direito sancionatório tributário - arts. 144, §1, e 106 do CTN.
Essas duas diretrizes constitucionais informam os entes federativos que a instituição de
tributos deve passar pelo parlamento e alcançar fatos da vida futuros, que serão chamados
de “fatos geradores” de obrigação tributária ou fatos que geram uma obrigação tributária.
Mas, apenas dizer que o tributo tem vigência prospectiva não é suficiente; em todos os
casos, para afastar qualquer risco de que haja disfunções econômicas ou sociais com a ins-
tituição da tributação, é preciso qualificar essa irretroatividade, não apenas impedindo os
efeitos passados da imposição tributária, mas impondo eficácia prospectiva.
Assim é que qualifica e dirige a tributação o princípio da eficácia prospectiva do tributo,
segundo o qual o incremento da carga tributária deve ser sentido na sociedade prospecti-
vamente: seja após a mudança um ano para o outro (exercício seguinte) ou após passados
noventa dias da publicação da lei.
Veja o leitor que esses três princípios são absolutamente basilares para a tributação: se
tributa pela lei; não se alcança fatos da vida já passados; protrai-se a incidência para o futuro.
A postergação dos efeitos práticos de uma lei já publicada tem efeitos extremamente sau-
dáveis para o nicho que será tributado: este será previamente avisado, pela lei publicada, que
depois de algum tempo lhe será cobrado determinado tributo. Isso ajuda no planejamento
econômico e tributário dos contribuintes.
Para encerrar esse introito meramente de contextualização dos principais princípios tri-
butários, a tributação (instituição e cobrança dos tributos) se pautará sempre pela isonomia
tributária material, conforme a capacidade tributária de cada um.
Por fim, o ente federativo que recebe a competência tributária para, em conformidade com
as diretrizes principiológicas constitucionais, exercer a tributação (instituir e cobrar os seus

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tributos), não pode invadir a competência tributária dos seus pares; é por esse motivo que a
Constituição Federal veda a chamada isenção heterônoma, que ocorre quando um ente (es-
pecificamente, a União) dispensa os contribuintes do pagamento de tributo cuja competência
para a instituição não é sua (CF, art. 151, III). Essa já não é uma proteção constitucional prin-
cipiológica voltada aos contribuintes, mas à garantia de harmonia federativa, em respeito ao
princípio federativo.

3. A Legalidade Tributária

A legalidade tributária é específica em relação à garantia geral da legalidade (art. 5, II, da


CF), qualificando-a em matéria de instituição, desoneração e de majoração de tributos.
Os tributos que são pagos passaram necessariamente pelo crivo da representatividade
popular. Mas não só isso: a desoneração tributária também precisa passar pela específica
análise do parlamento, na medida em que, ao desonerar alguns, o Estado termina optando por
onerar mais outros. Vejamos os dispositivos constitucionais:

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
I – exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça;
(...)
§ 6º Qualquer subsídio ou isenção, redução de base de cálculo, concessão de crédito presumi-
do, anistia ou remissão, relativos a impostos, taxas ou contribuições, só poderá ser concedido
mediante lei específica, federal, estadual ou municipal, que regule exclusivamente as matérias
acima enumeradas ou o correspondente tributo ou contribuição, sem prejuízo do disposto no art.
155, § 2º, XII, g.

Do CTN, vale fazer a menção ao art. 97:

Art. 97. Somente a lei pode estabelecer:


I – a instituição de tributos, ou a sua extinção;
II – a majoração de tributos, ou sua redução, ressalvado o disposto nos artigos 21, 26, 39, 57 e 65;
III – a definição do fato gerador da obrigação tributária principal, ressalvado o disposto no inciso I
do § 3º do artigo 52, e do seu sujeito passivo;
IV – a fixação de alíquota do tributo e da sua base de cálculo, ressalvado o disposto nos artigos
21, 26, 39, 57 e 65;
V – a cominação de penalidades para as ações ou omissões contrárias a seus dispositivos, ou para
outras infrações nela definidas;

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VI – as hipóteses de exclusão, suspensão e extinção de créditos tributários, ou de dispensa ou


redução de penalidades.
§ 1º Equipara-se à majoração do tributo a modificação da sua base de cálculo, que importe em
torná-lo mais oneroso.
§ 2º Não constitui majoração de tributo, para os fins do disposto no inciso II deste artigo, a atuali-
zação do valor monetário da respectiva base de cálculo.

Não obstante à necessidade imperiosa de a lei autorizar a oneração e a desoneração tri-


butária, a Constituição Federal permite algumas “faixas de ultrapassagem” desses limites no
percurso que o ente tributante percorre para instituir e cobrar os tributos.
Quero com isso dizer que, em alguns casos, a Constituição Federal admite que o Poder
Executivo – que não legisla – incremente ou reduza a carga tributária sem a necessidade de
passagem pelo crivo do Legislativo.
Vamos falar das mitigações ao princípio da legalidade tributária, as hipóteses abertas ao
Poder Executivo para agir mediante ato infralegal no campo da tributação (instituição e co-
brança de tributos).

A Fixação do Prazo para Pagamento do Tributo Pode Ser Feita Por Ato
Infralegal

O prazo aberto para o pagamento do tributo não é matéria reservada à lei formal, mas à
legislação tributária.
Aqui é necessário fazer um esclarecimento de fundamental importância para a compreen-
são do Direito Tributário, que diz respeito à diferença entre legislação tributária e lei tributária.

Legislação tributária X lei tributária

A “legislação tributária” é um conceito especial para o Direito Tributário porque ele recebe
uma qualificação legislativa diferenciada.
Geralmente, quando se fala em “legislação administrativa” ou “legislação ambiental”, a
referência é feita ao conjunto de leis formais que regem os ramos do Direito Administrativo e
do Direito Ambiental.
No Direito Tributário, ocorre de modo diferente: o CTN diz, autenticamente, o que é “le-
gislação tributária” e ele não conceitua essa expressão técnica como sendo tão somente o

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conjunto de leis formais, mas, sim, como todo e qualquer ato normativo que regule a forma
como a tributação (criação e cobrança de tributos) se dará.
Vejamos o teor do artigo 96 do CTN:

Art. 96. A expressão “legislação tributária” compreende as leis, os tratados e as convenções in-
ternacionais, os decretos e as normas complementares que versem, no todo ou em parte, sobre
tributos e relações jurídicas a eles pertinentes.

Essa é uma disposição explicativa, que inicia o Livro Segundo do CTN (o de mais impor-
tante leitura). Trata-se de uma disposição normativa explicativa pelo fato de que ela se repe-
tirá em outras 29 vezes no código!
Isso mesmo. O CTN repete a expressão outras 29 vezes. Por isso, ele diz o que é “legis-
lação tributária”.
Como se depreende da leitura do artigo 96 do CTN, a expressão abrange leis formais,
tratados e convenções internacionais (que, quando incorporados, no mais das vezes, corres-
pondem às leis formais), atos infralegais e normas complementares.
Portanto, tudo que for normativo (em sentido amplíssimo) e disser respeito à regulação
da tributação, ou seja, disser respeito ao Direito Tributário, estará dentro do conceito de “le-
gislação tributária”.
Já a “lei tributária” é uma expressão que quer se referir à legalidade estrita tributária, me-
diante a utilização exclusivamente da lei formal – ato legislativo emanado do Poder Legislativo.

Pois bem. Entendida a diferença entre legislação tributária e lei tributária?

Vamos fechar esse parêntese e prosseguir.


Quando o CTN regulamenta o “tempo do pagamento” de um tributo, vemos aqui clara-
mente o instituto fundamental do “tributo” e a regulação do modo específico de sua cobrança
(tributação) pelo Direito Tributário – por meio do CTN.
E, nesse caso específico, o art. 160 do CTN faz referência expressa ao instituto da “legis-
lação tributária”:

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Art. 160. Quando a legislação tributária não fixar o tempo do pagamento, o vencimento do crédito
ocorre trinta dias depois da data em que se considera o sujeito passivo notificado do lançamento.
Parágrafo único. A legislação tributária pode conceder desconto pela antecipação do pagamento,
nas condições que estabeleça.

Ora, se o CTN diz que o “tempo do pagamento” do tributo vem em regra fixado pela “le-

gislação tributária” ou será de trinta dias, ele permite que decretos e normas complementares

(atos infralegais) fixem o prazo para o pagamento do tributo – segundo a dicção do transcrito

art. 96 do CTN.

Nesse sentido, o STF, desde muito, fixou o entendimento de que a data de recolhimento de

tributo não se encontra sujeita à lei formal (“lei tributária”).

Antecipação da data de recolhimento. Legitimidade por meio de decreto. (...) não se


encontrar sujeita ao princípio da legalidade a fixação da data do recolhimento do ICMS
(RE 197.948, RE 253.395 e RE 140.669).
[AI 339.528 AgR, rel. min. Ilmar Galvão, j. 20-11-2001, 1ª T, DJ de 22-2-2002.]

Como se vê, em verdade trata-se de mera consequência lógico-interpretativa do próprio

texto do CTN.

Portanto, a fixação do prazo para pagamento do tributo pode ser feita por ato infralegal.

A Criação de Obrigações Acessórias Tributárias Pode Ser Feita por Ato


Infralegal

Estimado leitor, como eu disse acima, o CTN utiliza 30 vezes a expressão “legislação tri-
butária”: em uma destas, explica o que ela é (Art. 96) e nas outras 29 ocasiões faz a aplicação
prática da expressão.
É o caso do também citado art. 160, o qual permite que a “legislação tributária” estabeleça
o prazo para pagamento do tributo. Também é o caso das obrigações tributárias acessórias,
nos termos do art. 113 do CTN:

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Art. 113. A obrigação tributária é principal ou acessória.


§ 1º A obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto o pagamento de
tributo ou penalidade pecuniária e extingue-se juntamente com o crédito dela decorrente.
§ 2º A obrigação acessória decorre da legislação tributária e tem por objeto as prestações, positi-
vas ou negativas, nela previstas no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos.
§ 3º A obrigação acessória, pelo simples fato da sua inobservância, converte-se em obrigação
principal relativamente à penalidade pecuniária.

O que é uma obrigação tributária?

Bem, esse é um tema a ser melhor desenvolvido mais à frente. Contudo, impossível expli-
car de modo satisfatório esse ponto sem introduzir o instituto da obrigação tributária.
A obrigação tributária, conforme regulada pelo CTN, tem três possíveis objetos:

Obrigação tributária principal de pagar tributo O pagamento do tributo.


O pagamento da multa tributária, que decorre do
Obrigação tributária principal de pagar tributo
direito sancionatório tributário.
O atendimento ao interesse da fiscalização ou
Obrigação tributária acessória arrecadação tributária, mediante um fazer ou não
fazer por parte do particular obrigado.

A obrigação tributária principal, portanto, é de pagar – entregar um numerário aos cofres


públicos, seja a título de tributo, seja a título de sancionamento por uma conduta infratora
(sancionamento tributário).
Notem que, embora “encapsuladas” como “obrigações principais”, o pagamento do tri-
buto e o pagamento da multa tributária não se confundem e podem perfeitamente existir de
modo independente.
Alguém pode pagar um tributo sem que tenha infringindo qualquer norma tributária - e,
portanto, não tenha que pagar concomitantemente uma multa tributária. E também pode
ocorrer o inverso: o sujeito passivo pode descumprir uma norma tributária e se obrigar ao
pagamento da respectiva multa (consequência ou sancionamento da conduta ilícita), sem
que seja necessariamente contribuinte ou responsável pelo pagamento de um tributo. Lem-
bro-lhes de que o tributo não é o sancionamento de uma conduta, mas é a multa tributária
que cumpre tal função.

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Já as obrigações acessórias, por sua vez, servem para que se institua uma conduta ou
abstenção de conduta que se revele útil à administração tributária. Não se trata, portanto, de
uma obrigação de dar dinheiro, mas de fazer ou não fazer algo.
Da mesma forma, as obrigações acessórias são autônomas em relação às obrigações
tributárias principais, de modo que uma imobiliária pode ser obrigada a prestar informações
relativas às rendas de alugueis que são repassadas aos donos de imóveis alugados, no in-
teresse do Fisco federal para a cobrança de imposto sobre a renda, mesmo sem realizar o
fato gerador do tributo. Igualmente, uma entidade isenta ou imune pode ser tributariamente
obrigada a manter sua escrita fiscal em dia ou abster-se de determinado comportamento,
atendendo ao interesse da administração tributária.
As obrigações tributárias principais, de dar dinheiro (seja tributo, seja multa tributária),
somente podem ser instituídas em lei.
Contudo, o CTN afirma que “a obrigação acessória decorre da legislação tributária e tem
por objeto as prestações, positivas ou negativas, nela previstas no interesse da arrecadação
ou da fiscalização dos tributos”.
Ou seja, a obrigação acessória tem como fonte normativa (“decorre”) da “legislação tri-
butária”, de modo que pode também ser instituída por atos infralegais, como decretos ou os
chamados “atos complementares”.
Portanto, as obrigações acessórias podem ser instituídas por ato infralegal.

Uma última observação: o que acontece se o obrigado a fazer algo no interesse da ad-
ministração tributária, nos termos de um decreto tributário, vem a omitir-se?

O CTN, conforme transcrevi acima, traz a solução: “A obrigação acessória, pelo simples fato
da sua inobservância, converte-se em obrigação principal relativamente à penalidade pecuniária”.
Ou seja, o fazer ou não fazer, quando descumpridos, pode ser convertido em obrigação
tributária principal sancionatória, de pagar a multa tributária. Contudo, é importante dizer
que essa conversão da obrigação acessória em obrigação principal de pagar multa tributária,
como expressão do direito sancionatório tributário, depende de lei formal.

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A imposição de sancionamento pecuniário, mediante obrigação principal de pagar a multa


tributária, depende da “lei tributária”, muito embora a obrigação acessória possa ser instituída
pela “legislação tributária”.
Assim, não confunda! A obrigação tributária acessória pode ser estabelecida em ato infrale-
gal, mas a sua conversão em obrigação principal de pagar multa tributária depende de lei formal.

A Atualização Monetária do Tributo Pode Ser Feita por Ato Infralegal

A mera atualização monetária do tributo, geralmente de sua base de cálculo, pode ser
feita mediante ato infralegal, desde que sejam observados os índices oficiais de recomposi-
ção da moeda.

Súmula 160 do STJ: É defeso, ao Município, atualizar o IPTU, mediante decreto, em per-
centual superior ao índice oficial de correção monetária.
É inconstitucional a majoração do IPTU sem edição de lei em sentido formal, vedada a
atualização, por ato do Executivo, em percentual superior aos índices oficiais.
[RE 648.245, rel. min. Gilmar Mendes, j. 1º-8-2013, P, DJE de 24-2-2014, Tema 211.]

Além da jurisprudência, o próprio CTN traz previsão normativa nesse sentido:

Art. 97. Somente a lei pode estabelecer:


I – a instituição de tributos, ou a sua extinção;
II – a majoração de tributos, ou sua redução, ressalvado o disposto nos artigos 21, 26, 39, 57 e 65;
III – a definição do fato gerador da obrigação tributária principal, ressalvado o disposto no inciso I
do § 3º do artigo 52, e do seu sujeito passivo;
IV – a fixação de alíquota do tributo e da sua base de cálculo, ressalvado o disposto nos artigos
21, 26, 39, 57 e 65;
V – a cominação de penalidades para as ações ou omissões contrárias a seus dispositivos, ou para
outras infrações nela definidas;
VI – as hipóteses de exclusão, suspensão e extinção de créditos tributários, ou de dispensa ou
redução de penalidades.
§ 1º Equipara-se à majoração do tributo a modificação da sua base de cálculo, que importe em
torná-lo mais oneroso.
§ 2º Não constitui majoração de tributo, para os fins do disposto no inciso II deste artigo, a atuali-
zação do valor monetário da respectiva base de cálculo.

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Observe que afastar o fenômeno inflacionário do tributo não implica majorá-lo, mas re-
presenta apenas a aplicação ao valor dos índices oficiais que recompõem a moeda (“atuali-
zação do valor monetário da respectiva base de cálculo”).

A Majoração ou Redução das Alíquotas do II, IE, IPI E IOF Pode Ser Feita por
Decreto Presidencial ou Portaria do Ministro da Economia

Na aula passada, eu disse que a tributação passa por um estudo de política pública esta-
tal que deve primar por um constante monitoramento, de modo a evitar efeitos indesejados
(como a regressividade ou o efeito de confisco). Contudo, a tributação e o tributo também po-
dem ser utilizados como meios ou mecanismos regulatórios ou indutivos de outras políticas
públicas (que não seja, especificamente, a política pública tributária).
Desse modo, inevitavelmente, todos os tributos têm duas funções ou efeitos: a de trazer
recursos aos cofres públicos, chamada de função ou efeito fiscal do tributo, e a de interferir
em algum nicho econômico, fazendo com que os particulares alterem ou adequem condutas,
chamada de função ou efeito extrafiscal do tributo.
Essa função extrafiscal é muito relacionada a intervenções da União no domínio econô-
mico, por meio dos impostos marcadamente extrafiscais. Todo e qualquer tributo tem uma
consequência extrafiscal. Inevitavelmente, a tributação provoca modificações para além da
entrega do numerário financeiro (aspecto fiscal).

Por exemplo, se a União Federal passar a tributar, mediante imposto de renda, os dividendos (hoje
eles são isentos), haverá um considerável efeito fiscal da medida tributária, uma vez que o volume
de dividendos é grande e muitos recursos ingressarão no caixa público. Contudo, os agentes eco-
nômicos que hoje recebem dividendos isentos certamente buscarão uma forma de tentar ameni-
zar o hipotético fim da isenção fiscal, fazendo surgir os efeitos extrafiscais do imposto.

Entretanto, embora todos os tributos carreguem em si efeitos fiscais e extrafiscais, a par-


tir do momento em que se analisa as bases econômicas sobre as quais incidem as espécies
específicas dos tributos, obtém-se uma predominância de efeitos: há tributos que têm mais
efeito arrecadatório (fiscal) do que extrafiscal, e há o inverso.

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Assim, por exemplo, quando se fala em exportação ou importação, tem-se a ideia de in-
corporação de um produto a economia de outro país ou a incorporação na nossa economia
(caso da importação). Essa incorporação interfere diretamente na nossa produtividade in-
terna, indústria, emprego e desenvolvimento nacional. Assim, a alteração na tributação da
importação é capaz de atingir em cheio inúmeros e legítimos interesses nacionais.
De acordo com Leandro Paulsen (op. cit.), encontramos os seguintes dispositivos consti-
tucionais que autorizam de modo inequívoco a utilização extrafiscal de tributos:
• Nas exceções às anterioridades de exercício e/ou nonagesimal mínima e nas atenua-
ções à legalidade relativamente a impostos capazes de atuar como reguladores da pro-
dução de bens (IPI), do comércio internacional (II e IE) e da demanda monetária (IOF),
atribuindo-se ao Executivo prerrogativas para a ágil alteração da legislação respectiva;
• Na previsão de que os impostos sobre a propriedade predial e territorial urbana (IPTU)
e territorial rural (ITR) sejam utilizados de modo a induzir o cumprimento da função
social da propriedade (arts. 170, III, e 182, § 4º, II);
• Na previsão de benefícios fiscais de incentivo regional (art. 151, I);
• Na determinação de estímulo ao cooperativismo (arts. 146, III, c, e 174, §2º);
• Na determinação de tratamento diferenciado e favorecido às microempresas e às em-
presas de pequeno porte (art. 146, III, d).

A primeira hipótese apresentada pelo professor é a que nos interessa. A tributação pela
espécie “imposto” da importação, exportação, operações financeiras e industrialização é ex-
tremamente sensível aos interesses geopolíticos brasileiros.
Sabe-se que a “máquina” legislativa não é capaz de dar uma resposta rápida às neces-
sidades prementes que envolvem a tributação da importação, exportação, operações finan-
ceiras e industrialização. Há um inevitável tempo de reflexão que envolve as discussões le-
gislativas, e o País não pode perder o “time” das questões alfandegárias e de interesses mais
imediatos no campo econômico e produtivo.
Diante desse contexto, sabiamente a Constituição Federal permite ao Poder Executivo,
seja por decreto presidencial ou portaria do ministro da economia, a majoração ou redução
das alíquotas do II, IE, IPI e IOF.

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Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre:


I – importação de produtos estrangeiros;
II – exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados;
III – renda e proventos de qualquer natureza;
IV – produtos industrializados;
V – operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários;
VI – propriedade territorial rural;
VII – grandes fortunas, nos termos de lei complementar.
§ 1º É facultado ao Poder Executivo, atendidas as condições e os limites estabelecidos em lei, al-
terar as alíquotas dos impostos enumerados nos incisos I, II, IV e V.

Portanto, trata-se de necessidade ínsita à predominante vocação extrafiscal dos impos-


tos incidentes sobre a importação, exportação, operações financeiras e industrialização.

A Redução ou o Restabelecimento das Alíquotas da CIDE - Combustíveis


Pode Ser Feita por Decreto Presidencial ou Portaria do Ministro da Economia

O art. 149 da CF permite que a União institua três tipos de contribuições: interventivas,
corporativas e sociais.

Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção no do-
mínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento
de sua atuação nas respectivas áreas, observado o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem
prejuízo do previsto no art. 195, § 6º, relativamente às contribuições a que alude o dispositivo.

Uma dentre as espécies de contribuições interventivas, que é a Contribuição de Interven-


ção no Domínio Econômico (CIDE) incidente sobre os combustíveis (há muitas outras “CI-
DEs”), pode ter a redução ou o restabelecimento das suas alíquotas feitos por decreto presi-
dencial ou portaria do Ministro da Economia.

Trata-se especificamente da CIDE-Combustíveis, e não de todas as contribuições de inter-


venção no domínio econômico. Não caia no erro de afirmar que “as contribuições interven-
tivas” permitem mitigação à lei formal. Não. Trata-se de regra que alcança uma espécie de
CIDE, e não o gênero.

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Vejamos o dispositivo constitucional:

Art. 177: § 4º A lei que instituir contribuição de intervenção no domínio econômico relativa às ati-
vidades de importação ou comercialização de petróleo e seus derivados, gás natural e seus deriva-
dos e álcool combustível deverá atender aos seguintes requisitos:
(...)
I – a alíquota da contribuição poderá ser:
(...)
b)reduzida e restabelecida por ato do Poder Executivo, não se lhe aplicando o disposto no art.
150,III, b; (...).

No dispositivo constitucional, há uma questão semântica de relevantíssima repercussão


prática e que distingue a presente mitigação ao princípio da legalidade daquela mitigação que
marca os impostos sobre a importação, exportação, operações financeiras e industrialização.
Não há autorização constitucional para incremento indiscriminado do tributo CIDE-
-Combustíveis: ao passo em que a CF fala em “ALTERAR AS ALÍQUOTAS” dos impostos (II,
IE, IPI e IOF), para a CIDE-Combustíveis a CF diz que está permitida a “REDUÇÃO” e o “RES-
TABELECIMENTO”.
“Restabelecer” não é alterar, tampouco significa que as alíquotas podem ser majoradas.
Mas restabelecer é fazer voltar ao que era antes de uma redução. Exemplo: se a alíquota legal
é de 10%, ela pode ser reduzida e restabelecida, mas nunca alterada para 11%.

Atendidos as condições e limites estabelecidos


II, IE, IPI e IOF
em lei, podem ser alteradas as alíquotas.
CIDE-Combustíveis Redução ou Restabelecimento de alíquotas.

Portanto, cuidado para não confundir as respectivas autorizações legais. “Alteração”, ain-
da que dentro dos limites e condições legais, não é o mesmo que restabelecimento.

A Definição das Alíquotas do ICMS - Combustível é Feita Mediante Delibe-


ração dos Estados e DF

A última mitigação à forma legal dos tributos é bastante interessante: em relação ao ICMS
- COMBUSTÍVEL a fixação da alíquota é feita mediante deliberação dos estados e DF, ou seja,
é uma alíquota que chamo de “alíquota deliberativa”.

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O artigo 155 da CF, que enuncia os impostos de competência dos estados, dispõe, quanto
ao ponto, que:

Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre:
(...)
II – operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte
interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as prestações se ini-
ciem no exterior;
(...)
§ 2º O imposto previsto no inciso II atenderá ao seguinte:
(...)
XII – cabe à lei complementar:
(...)
g) regular a forma como, mediante deliberação dos Estados e do Distrito Federal, isenções, incen-
tivos e benefícios fiscais serão concedidos e revogados.
h) definir os combustíveis e lubrificantes sobre os quais o imposto incidirá uma única vez, qualquer
que seja a sua finalidade, hipótese em que não se aplicará o disposto no inciso X, b;
(...)
§ 4º Na hipótese do inciso XII, h, observar-se-á o seguinte:
I – nas operações com os lubrificantes e combustíveis derivados de petróleo, o imposto caberá ao
Estado onde ocorrer o consumo;
II – nas operações interestaduais, entre contribuintes, com gás natural e seus derivados, e lubrifi-
cantes e combustíveis não incluídos no inciso I deste parágrafo, o imposto será repartido entre os
Estados de origem e de destino, mantendo-se a mesma proporcionalidade que ocorre nas opera-
ções com as demais mercadorias;
III – nas operações interestaduais com gás natural e seus derivados, e lubrificantes e combustí-
veis não incluídos no inciso I deste parágrafo, destinadas a não contribuinte, o imposto caberá ao
Estado de origem;
IV – as alíquotas do imposto serão definidas mediante deliberação dos Estados e Distrito Federal,
nos termos do § 2º, XII, g, observando-se o seguinte:
a) serão uniformes em todo o território nacional, podendo ser diferenciadas por produto;
b) poderão ser específicas, por unidade de medida adotada, ou ad valorem, incidindo sobre o valor
da operação ou sobre o preço que o produto ou seu similar alcançaria em uma venda em condições
de livre concorrência;
c) poderão ser reduzidas e restabelecidas, não se lhes aplicando o disposto no art. 150, III, b.
§ 5º As regras necessárias à aplicação do disposto no § 4º, inclusive as relativas à apuração e à
destinação do imposto, serão estabelecidas mediante deliberação dos Estados e do Distrito Fede-
ral, nos termos do § 2º, XII, g.

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Eu costumo dizer que o ICMS assume uma formatação deliberativa, especialmente no que
diz respeito aos favores fiscais. É necessário que haja consenso, acordo entre os entes tribu-
tantes, e não apenas o crivo da legalidade formal.
Assim, tratando-se de ICMS, e para que não ocorra a indesejada guerra fiscal, determi-
nados aspectos do tributo não são suficientemente solucionados com a mera aprovação de
uma lei pela Assembleia Legislativa do estado respectivo. Há uma necessidade adicional: o
consenso federativo entre os demais entes tributantes de ICMS.
A CF previu uma espécie específica de ICMS: o chamado ICMS - COMBUSTÍVEL mono-
fásico. As alíquotas desse tributo serão fixadas em comum acordo entre os entes federa-
tivos estatais.
Trata-se, portanto, da chamada “alíquota deliberativa”, típica de um tributo que é extrema-
mente sensível (ICMS) e que tem a deliberação como sua marca registrada.

A Questão da Norma Tributária em Branco

Uma questão bastante relevante que surgiu no Direito Tributário brasileiro foi a das cha-
madas “normas tributárias em branco”, nas quais alguns dos elementos do tipo tributário
foram expressamente delegados à complementação por ato infralegal.

Poderia a lei fazer isso?

O Supremo Tribunal Federal entendeu que sim, desde que haja parâmetros, como um teto
para as alíquotas.

Não viola a legalidade tributária a lei que, prescrevendo o teto, possibilita o ato norma-
tivo infralegal fixar o valor de taxa em proporção razoável com os custos da atuação
estatal, valor esse que não pode ser atualizado por ato do próprio conselho de fiscali-
zação em percentual superior aos índices de correção monetária legalmente previstos.
STF. Plenário. RE 838284/SC, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 19/10/2016 (repercussão
geral) (Info 842 e 844).
Contribuição para o custeio do Seguro de Acidente do Trabalho (SAT) (...). As Leis
7.787/1989, art. 3º, II, e 8.212/1991, art. 22, II, definem, satisfatoriamente, todos os ele-

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mentos capazes de fazer nascer a obrigação tributária válida. O fato de a lei deixar para
o regulamento a complementação dos conceitos de “atividade preponderante” e “grau
de risco leve, médio e grave” não implica ofensa ao princípio da legalidade genérica, CF,
art. 5º, II, e da legalidade tributária, CF, art. 150, I.
[RE 343.446, rel. min. Carlos Velloso, j. 20-3-2003, P, DJ de 4-4-2003.]
= AI 736.299 AgR, rel. min. Gilmar Mendes, j. 22-2-2011, 2ª T, DJE de 11-3-2011

Por outro lado, caso o legislador faça uma delegação sem qualquer parâmetro ou critério,
não haverá constitucionalidade na delegação legal.

Respeita o princípio da legalidade a lei que disciplina os elementos essenciais deter-


minantes para o reconhecimento da contribuição de interesse de categoria econômica
como tal e deixa um espaço de complementação para o regulamento. A lei autoriza-
dora, em todo caso, deve ser legitimamente justificada, e o diálogo com o regulamento
deve-se dar em termos de subordinação, desenvolvimento e complementariedade. A Lei
11.000/2004, que autoriza os conselhos de fiscalização de profissões regulamentadas
a fixar as anuidades devidas por pessoas físicas ou jurídicas, não estabeleceu expec-
tativas, criando uma situação de instabilidade institucional ao deixar ao puro arbítrio
do administrador o estabelecimento do valor da exação – afinal, não há previsão legal
de qualquer limite máximo para a fixação do valor da anuidade. O grau de indetermina-
ção com que os dispositivos da Lei 11.000/2004 operaram provocou a degradação da
reserva legal (art. 150, I, da CF/1988). Isso porque a remessa ao ato infralegal não pode
resultar em desapoderamento do legislador para tratar de elementos tributários essen-
ciais. Para o respeito do princípio da legalidade, seria essencial que a lei (em sentido
estrito) prescrevesse o limite máximo do valor da exação, ou os critérios para encon-
trá-lo, o que não ocorreu. Não cabe aos conselhos de fiscalização de profissões regula-
mentadas realizar atualização monetária em patamares superiores aos permitidos em
lei, sob pena de ofensa ao art. 150, I, da CF/1988.
É inconstitucional, por ofensa ao princípio da legalidade tributária, lei que delega aos con-
selhos de fiscalização de profissões regulamentadas a competência de fixar ou majorar,
sem parâmetro legal, o valor das contribuições de interesse das categorias profissionais e
econômicas, usualmente cobradas sob o título de anuidades, vedada, ademais, a atualiza-
ção desse valor pelos conselhos em percentual superior aos índices legalmente previstos.
[RE 704.292, rel. min. Dias Toffoli, j. 19-10-2016, P, DJE de 3-8-2017, Tema 540.]

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3. A Irretroatividade Tributária

De acordo com o professor Leandro Paulsen, ao preservar o passado da atribuição de


novos efeitos tributários, a irretroatividade reforça a própria garantia da legalidade, porquanto
resulta na exigência de lei anterior.
O que caracteriza a garantia da irretroatividade é o princípio da segurança jurídica. Não
há no texto constitucional nenhuma atenuação ou exceção à irretroatividade tributária. A lei
instituidora ou majoradora de tributos tem de ser necessariamente prospectiva, não se ad-
mitindo nenhum tipo de retroatividade, seja máxima, média ou mínima. Não há de se falar em
retroatividade tampouco na sua variante conhecida por retrospectividade ou retroatividade
imprópria, mas apenas em prospectividade da lei tributária impositiva mais onerosa
Vejamos o dispositivo constitucional:

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
[...]
III – — cobrar tributos:
a) em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver instituído
ou aumentado; [...]

É comum associar a irretroatividade tributária com a irretroatividade penal. De fato, não


há crime sem lei anterior que o defina e também não há tributo sem lei anterior que o preveja.
Até aqui, a identidade é perfeita.
Contudo, alguns alunos confundem os efeitos decorrentes da revogação do tipo penal
com os da revogação da incidência tributária. Aqui o sistema do tributo e do crime se afas-
tam: a lei que deixar de considerar a infração como crime é retroativa; a lei que revoga um
tributo, ou reduz uma alíquota, não é retroativa.
Assim, se no dia X foi realizado o fato gerador e perfeitamente subsumida a conduta ao tipo
tributário (subsunção do fato gerador à hipótese de incidência), não interessa se alguns dias
depois o tributo foi revogado ou a alíquota diminuiu. O tributo será pago, ainda que posterior-
mente revogado, e a alíquota será a do dia do fato gerador, ainda que posteriormente reduzida.
Nesse sentido, o CTN determina que:

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Art. 105. A legislação tributária aplica-se imediatamente aos fatos geradores futuros e aos pen-
dentes, assim entendidos aqueles cuja ocorrência tenha tido início, mas não esteja completa nos
termos do artigo 116.
(...)
Art. 116. Salvo disposição de lei em contrário, considera-se ocorrido o fato gerador e existentes os
seus efeitos:
I – tratando-se de situação de fato, desde o momento em que o se verifiquem as circunstâncias
materiais necessárias a que produza os efeitos que normalmente lhe são próprios;
II – tratando-se de situação jurídica, desde o momento em que esteja definitivamente constituída,
nos termos de direito aplicável.
Parágrafo único. A autoridade administrativa poderá desconsiderar atos ou negócios jurídicos pra-
ticados com a finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza dos
elementos constitutivos da obrigação tributária, observados os procedimentos a serem estabele-
cidos em lei ordinária.

Isso ocorre porque o tributo não é retribuição sancionatória, nos termos do CTN:

Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa
exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade
administrativa plenamente vinculada.

Contudo, é diferente a situação do chamado “direito sancionatório tributário”. Há as obri-


gações tributárias principais que impõem o sancionamento pecuniário; servem para punir
condutas contrárias às determinações da legislação tributária.
De um modo geral, em qualquer sistema de direito sancionatório ou punitivo – repita-se,
o que nem de longe é o caso do tributo –, a lei posterior retroagirá para beneficiar o infrator.
É assim no Direito Penal e no direito sancionatório administrativo, e também é assim para
as penalidades de natureza tributária.
Nesse sentido, estabelece o CTN que:

Art. 106. A lei aplica-se a ato ou fato pretérito:


I – em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicação de penalida-
de à infração dos dispositivos interpretados;
II – tratando-se de ato não definitivamente julgado:
a) quando deixe de defini-lo como infração;
b) quando deixe de tratá-lo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que
não tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de tributo;
c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática.

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Portanto, a retroação tributária não ocorre, em nenhuma hipótese, em relação à inci-


dência impositiva tributária. Contudo, em relação ao direito sancionatório tributário, há a
possibilidade de aplicação da lei posterior mais benéfica àquele que tenha incidido nas
sanções respectivas.
Para o tributo, a ideia é de que a lei formal é como uma “máquina fotográfica” que regis-
tra os fatos ocorridos sob a sua vigência. Essa “fotografia” é a incidência tributária em sua
essência, na exatidão do momento em que fato encontrou a norma. Qualquer fato anterior ou
posterior, que não fazia parte do cenário “fotográfico” normativo da norma tributária imposi-
tiva, estará fora da incidência do tributo.

4. Anterioridade Tributária ou Princípio da Eficácia Diferida


Prosseguindo na análise dos princípios constitucionais tributários, que delimitam a ins-
tituição e cobrança dos tributos – delimitam a tributação, portanto –, passemos a analisar a
“anterioridade tributária” ou o “princípio da eficácia diferida”.
Não se tributa sem lei formal e, como decorrência disso, só se tributa a partir da vigência
e eficácia da lei formal, ou seja, a tributação não retroage para alcançar fatos anteriores.
Entretanto, a Constituição não se limita a não admitir qualquer exceção à irretroatividade
como estabelece garantias adicionais, quais sejam intervalos mínimos entre a publicação da
lei tributária impositiva mais onerosa e o início da sua incidência (eficácia): anterioridades de
exercício (ou ânua) e nonagesimal (ou noventena).
Significa que há uma “modulação” constitucional dos efeitos da incidência ou do incre-
mento tributário; é como se o ente tributante fosse obrigado a dar um prazo para que os con-
tribuintes possam se preparar para receber a tributação.
Em uma outra analogia, funciona como a “preparação do terreno” para que ele receba a
incidência tributária e possa permanecer fértil, embora parte de sua riqueza seja derivada
ao Estado.
Portanto, não somente o tributo depende da lei, como também não retroagirá para alcan-
çar fatos passados e terá a sua incidência protraída para o futuro em relação à data da publi-
cação da lei que cria ou incrementa a carga tributária.

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Esse princípio não encontra muitos paralelos nos demais ramos do Direito. Não há a exi-
gência de anterioridade das leis no Direito Civil, tampouco no Direito Penal. No Direito Eleito-
ral, Paulsen aponta instituto parecido, forte na anterioridade prevista no art. 16 da CF, com a
redação da EC 4/93, a qual determina que a lei que alterar o processo eleitoral não se aplica à
eleição que ocorra até um ano da data de sua vigência.

Art. 16. A lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na data de sua publicação, não se
aplicando à eleição que ocorra até um ano da data de sua vigência.

Anterioridade tributária não se confunde com antiga “anualidade”, a qual figurava no § 34


do art. 141 da Constituição de 1946: “nenhum[tributo] será cobrado em cada exercício sem
prévia autorização orçamentária, ressalvada, porém, a tarifa aduaneira e o imposto lançado
por motivo de guerra”. Impunha, portanto, que constasse no orçamento a previsão da arreca-
dação do tributo sob pena de não poder ser exigido. Tal norma não foi repetida nas Constitui-
ções posteriores e já não existe como garantia tributária.
Hoje, em termos de leis orçamentárias, a única previsão constitucional se refere à neces-
sidade de a LDO dispor sobre as “alterações na legislação tributária” – o que não se confunde
com o antigo instituto da anualidade.

Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão:


I – o plano plurianual;
II – as diretrizes orçamentárias;
III – os orçamentos anuais.
(...)
§ 2º A lei de diretrizes orçamentárias compreenderá as metas e prioridades da administração pú-
blica federal, incluindo as despesas de capital para o exercício financeiro subsequente, orientará a
elaboração da lei orçamentária anual, disporá sobre as alterações na legislação tributária e esta-
belecerá a política de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento.

Um pequeno parêntese terminológico antes de prosseguir. A banca de concurso Cespe


já chamou esse princípio de “princípio da carência tributária”. Atenção, portanto, à termino-
logia sinonímica.

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Questão 1 (CESPE/EMAP/ANALISTA PORTUÁRIO/ÁREA JURÍDICA/2018) Julgue o próximo


item, relativo ao Sistema Tributário Nacional.
O princípio da carência tributária proíbe a União, os estados, o Distrito Federal e os municípios
de cobrar tributos antes de transcorridos noventa dias da data da publicação da lei que os
instituir ou aumentar.

Certo.

Há duas normas de anterioridade, dispostas em três dispositivos constitucionais. A ante-


rioridade de exercício está consagrada no art. 150, III, b, da CF.

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
(...)
III – cobrar tributos:
(...)
b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou;

Garante que o contribuinte só estará sujeito, no que diz respeito à instituição e majoração
de tributos (incremento tributário), às leis publicadas até 31 de dezembro do ano anterior.
A anterioridade nonagesimal consta da alínea c ao art. 150, III, acrescida pela EC 42/03,
bem como do § 6º do art. 195 da CF.

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
(...)
III – cobrar tributos:
(...)
c) antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou
aumentou, observado o disposto na alínea b;

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Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos
termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais:
(...)
§ 6º As contribuições sociais de que trata este artigo só poderão ser exigidas após decorridos
noventa dias da data da publicação da lei que as houver instituído ou modificado, não se lhes apli-
cando o disposto no art. 150, III, “b”.

Garante ao contribuinte o interstício mínimo de 90 dias entre a publicação da lei institui-


dora ou majoradora do tributo e sua incidência apta a gerar obrigações tributárias.
Três observações são relevantes.
A primeira delas se refere ao texto estrito constitucional e à finalidade da anteriorida-
de tributária.
Como eu disse acima, a irretroatividade é bem ilustrada em uma fotografia de cenário
normativo: a lei tributária incidirá em relação aos fatos geradores ocorridos posteriormente à
sua vigência. A “hipótese de incidência”, que disposição a normativa abstrata que cria o tipo
tributário, irá incidir em relação aos fatos geradores ocorridos durante a sua vigência e eficá-
cia. Não importa se uma lei posterior reduziu a alíquota ou extinguiu o tributo: a incidência é
sempre prospectiva e o que ficou para trás seguirá sendo regulado pela norma vigente à épo-
ca em que ocorrido o fato gerador, ainda que a lei posterior seja mais benéfica ao contribuinte.
Ou seja, a irretroatividade tributária se aplica tanto às leis tributárias que incrementem a
carga tributária, como às leis que aliviem a carga tributária do contribuinte: aumentando ou
diminuindo o tributo, o efeito é sempre prospectivo – a regra será sempre a mesma.
Já com a anterioridade não se pode dizer a mesma coisa: sua aplicação está relacionada
ao incremento da carga tributária ou a criação de um novo tributo. Se a lei “alivia” a carga
tributária, não há que se condicionar sua eficácia para o futuro, embora seja prospectiva (por
força da irretroatividade).
Em outras palavras, se a lei reduz o tributo, ela tem aplicabilidade desde já, não precisando
aguardar o exercício financeiro seguinte, tampouco os noventa dias (noventena).
Esse princípio da anterioridade ou da eficácia diferida somente serve para “preparar o
terreno” para que o contribuinte, em nome da segurança jurídica, possa receber a tributação
mais elevada ou nova.
Evidentemente, uma lei que institui um benefício fiscal pode estabelecer um período de
vacatio legis. Isso é ordinário, normal, em termos de técnica legislativa. Se o legislador resolve

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aprovar uma redução da carga tributária, embora o constituinte não o obrigue a observar um
prazo mínimo (anterioridade anual e noventena), ele pode livremente estabelecer que a lei, por
exemplo, só valerá 6 meses depois de publicada.
A segunda observação é a seguinte: a lei que cria o tributo ou que incrementa a carga
tributária, em regra, deve observar os prazos definidos pela Constituição, materializados nas
anterioridades anual e na noventena, mas nada impede que o legislador, ao aprovar a lei tribu-
tária mais gravosa, resolva dar ainda mais prazo para que os contribuintes se preparem para a
tributação. Assim, pode ocorrer que a lei que cria o tributo diga que ele só vale dali a um ano.
Se esse prazo atender aos prazos constitucionais do princípio da anterioridade e for além
deles, ótimo. Isso qualifica ainda mais a segurança jurídica e pode ser uma medida adotada
pelo legislador.
Por fim, a terceira observação.
Para o STF, o conceito de “modificação” perpassa a onerosidade efetiva para o contribuin-
te, de modo que a simples modificação em data de pagamento (antecipação) de contribuição
previdenciária não seria suficientemente hábil a avocar a noventena.

Súmula Vinculante 50 do STF: “Norma legal que altera o prazo de recolhimento da obri-
gação tributária não se sujeita ao princípio da anterioridade”.

Exceções à Anterioridade Tributária

Agora, estimado aluno, apresentaremos as exceções constitucionais ao princípio da ante-


rioridade. Não vá fazer nenhuma prova em que seja cobrada a disciplina de Direito Tributário
sem antes revisar essas exceções.

Exceções à anterioridade anual


Imposto de Importação – II;
Imposto de Exportação – IE;
Imposto sobre Produtos Industrializados – IPI;
Imposto sobre Operações Financeiras – IOF;
Imposto Extraordinário (de Guerra) – IEG;
Empréstimo Compulsório para Calamidade Pública ou para Guerra Externa (EC-CALA/GUE);
CIDE-Combustível e ICMS-Combustível (previstos na EC n. 33/2001).

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Exceções à anterioridade nonagesimal


Imposto de Importação – II;
Imposto de Exportação – IE;
Imposto de Renda – IR;
Imposto sobre Operações Financeiras – IOF;
Imposto Extraordinário (de Guerra) – IEG;
Empréstimo Compulsório para Calamidade Pública ou para Guerra Externa – EC-CALA/GUE;
Alterações na base de cálculo do IPTU e do IPVA.

Aproveito para colacionar alguns textos de autoria do professor Alexandre Mazza que fa-
cilitam a compreensão e memorização das citadas exceções:

 Obs.: * Tributos exigidos imediatamente, caso aumentados ou instituídos, ou seja, exce-


ções concomitantes às anterioridades anual e nonagesimal: II, IE, IOF, IEG e Emprésti-
mo Compulsório (calamidade pública ou guerra);
 * Tributos exigidos 90 dias após o aumento, ou seja, exceções à anterioridade anual,
porém “regras” à anterioridade nonagesimal: IPI, CIDE-Combustível e ICMS-Combustível;
 * Tributos exigidos a partir de 1º de janeiro do exercício financeiro seguinte, indepen-
dentemente da data do aumento ou da instituição, ou seja, exceções à anterioridade
nonagesimal, porém “regras” à anterioridade anual: IR e alterações na base de cálculo
do IPVA e IPTU;
 * Tributos que são exceções concomitantes aos princípios da legalidade, da anterio-
ridade anual e da anterioridade nonagesimal: II, IE e IOF.
 * A contribuição para a seguridade social (PIS, COFINS etc.), art. 195 da CF, poderá ser
cobrada 90 dias após a publicação da lei que a instituiu ou modificou.

As contribuições sociais da seguridade social previstas no art. 195 da CF que foram


incluídas no capítulo do Sistema Tributário Nacional, poderão ser exigidas após decor-
ridos noventa dias da data da publicação da lei que as houver instituído ou modificado,
não se lhes aplicando o disposto no art. 150, III, b, do Sistema Tributário, posto que
excluídas do regime dos tributos.
[AI 174.540 AgR, rel. min. Maurício Corrêa, j. 13-2-1996, 2ª T, DJ de 26-4-1996.]

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A Revogação das Isenções

Conforme vimos anteriormente, a concessão de qualquer benefício fiscal é matéria sujeita


à lei formal específica.

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
I – exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça;
(...)
§ 6º Qualquer subsídio ou isenção, redução de base de cálculo, concessão de crédito presumi-
do, anistia ou remissão, relativos a impostos, taxas ou contribuições, só poderá ser concedido
mediante lei específica, federal, estadual ou municipal, que regule exclusivamente as matérias
acima enumeradas ou o correspondente tributo ou contribuição, sem prejuízo do disposto no art.
155, § 2º, XII, g.

A isenção é considerada uma dispensa legal de um tributo devido. O legislador favorece


determinada situação, dispensando-a do pagamento do tributo.

Por exemplo, os proventos da inatividade recebidos por quem tem neoplasia maligna são
isentos; não fosse a isenção, o imposto de renda seria pago sobre referidos proventos, mas o
legislador entendeu por bem instituir a isenção.

Mas o que aconteceria se o legislador resolvesse revogar a isenção, restabelecendo a


incidência tributária? Essa revogação tem o mesmo efeito da instituição do tributo?

Classicamente o entendimento do STF era no sentido que a revogação de uma isenção


não significava a instituição do tributo e permitia a cobrança tributária de imediato.

Revogada a isenção, o tributo torna-se imediatamente exigível. Em caso assim, não


há que se observar o princípio da anterioridade, dado que o tributo já é existente. [RE
204.062, rel. min. Carlos Velloso, j. 27-9-1996, 2ª T, DJ de 19-12-1996.]

Contudo, precedentes mais recentes “viraram” essa jurisprudência.

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IMPOSTO SOBRE CIRCULAÇÃO DE MERCADORIAS E SERVIÇOS – DECRETOS N.


39.596 E N. 39.697, DE 1999, DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL – REVOGA-
ÇÃO DE BENEFÍCIO FISCAL – PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE – DEVER DE OBSER-
VÂNCIA – PRECEDENTES. Promovido aumento indireto do Imposto Sobre Cir-
culação de Mercadorias e Serviços – ICMS por meio da revogação de benefício
fiscal, surge o dever de observância ao princípio da anterioridade, geral e nona-
gesimal, constante das alíneas “b” e “c” do inciso III do artigo 150, da Carta. (...)
(RE 564225 AgR, Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO, Primeira Turma, julgado em
02/09/2014, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-226 DIVULG 17-11-2014 PUBLIC 18-11-2014)
EMENTA Agravo regimental no recurso extraordinário. Tributário. REINTEGRA. Decreto
n. 8.415/15. Princípio da anterioridade nonagesimal. 1. O entendimento da Corte vem se
firmando no sentido de que não só a majoração direta de tributos atrai a aplicação da
anterioridade nonagesimal, mas também a majoração indireta decorrente de revogação
de benefícios fiscais. 2. Negativa de provimento ao agravo regimental. Não se aplica ao
caso dos autos a majoração dos honorários prevista no art. 85, § 11, do novo Código
de Processo Civil, uma vez que não houve o arbitramento de honorários sucumbenciais
pela Corte de origem (Súmula 512/STF).
(RE 1081041 AgR, Relator(a): Min. DIAS TOFFOLI, Segunda Turma, julgado em 09/04/2018,
PROCESSO ELETRÔNICO DJe-082 DIVULG 26-04-2018 PUBLIC 27-04-2018)

Decisões monocráticas no mesmo sentido: RE n. 775.181/SC, Rel. Min. Gilmar Mendes,


Dje de 21/10/16; RE n. 1026463/RS, Rel. Min. Rosa Weber, Dje de 10/3/17; ARE n. 985.209/
RO – Rel. Min. Marco Aurélio, Dje de 18/8/16.

 Obs.: Portanto, até que o Pleno do STF diga o contrário, a revogação da isenção (ou de
outro benefício fiscal), que é capaz de restabelecer a cobrança do tributo ou a cobran-
ça majorada do tributo, deve se submeter ao princípio da não surpresa (princípio da
anterioridade ou da eficácia tributária diferida).

Por fim, destaco um último precedente do STF a respeito do tema do princípio da anterio-
ridade, segundo o qual “A postergação de hipótese de redução de imposto não se equipara a
aumento do tributo, pelo que não atrai a incidência da anterioridade nonagesimal prevista no
art. 150, III, “c”, da Carta Política”.

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EMENTA RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM REPERCUSSÃO GERAL. TRIBUTÁRIO. ICMS.


LEI COMPLEMENTAR 122/2006. POSTERGAÇÃO DO TERMO INICIAL DA APLICABILI-
DADE DE NOVAS HIPÓTESES DE CREDITAMENTO. SITUAÇÃO QUE NÃO SE EQUIPARA
À MAJORAÇÃO DO IMPOSTO. INAPLICABILIDADE DA ANTERIORIDADE NONAGESIMAL
PREVISTA NO ART. 150, III, “C”, DA CONSTITUIÇÃO. PRECEDENTES DO STF. 1. A Lei Com-
plementar 122, publicada em 13.12.2006 postergou de 1º.1.2007 para 1º.1.2011 o início
do direito do contribuinte do ICMS de se creditar do imposto incidente sobre aquisi-
ção de mercadorias destinadas ao uso e consumo do estabelecimento e, de forma mais
ampla, energia elétrica e serviços de comunicação. 2. A postergação de hipótese de
redução de imposto não se equipara a aumento do tributo, pelo que não atrai a incidên-
cia da anterioridade nonagesimal prevista no art. 150, III, “c”, da Carta Política. Prece-
dentes do STF: RE 584.100 Repercussão Geral, Rel. Ministra Ellen Gracie, Tribunal Pleno,
julgado em 25.11.2009; ADI 2.673, Rel. Ministra Ellen Gracie, Tribunal Pleno, julgado em
03.10.2002; AI 783.509 AgR, Rel. Ministro Ricardo Lewandowski, Primeira Turma, jul-
gado em 19.10.2010; AI 780.210 AgR, Rel. Ministra Cármen Lúcia, Primeira Turma, jul-
gado em 14.6.2011, DJe de 29.7.2011. 3. Recurso extraordinário não provido. 4. Tese de
repercussão geral fixada: “A postergação do direito do contribuinte do ICMS de usufruir
de novas hipóteses de creditamento, por não representar aumento do tributo, não se
sujeita à anterioridade nonagesimal prevista no art. 150, III, ‘c’, da Constituição”.
(RE 603917, Relator(a): Min. ROSA WEBER, Tribunal Pleno, julgado em 25/10/2019, PRO-
CESSO ELETRÔNICO DJe-250 DIVULG 12-11-2019 PUBLIC 18-11-2019)

5. Isonomia Tributária

A Constituição Federal determina que:

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
(...)
II – instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente,
proibida qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou função por eles exercida, inde-
pendentemente da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos;

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A isonomia tributária constitui uma limitação ao poder de tributar vinculada à ideia de


justiça tributária, vedando tratamento desigual entre os contribuintes que se encontrem em
situação equivalente, proibida qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou
função por eles exercida, independentemente da denominação jurídica dos rendimentos,
títulos ou direitos.
Por evidente, a isonomia tributária não impede a chamada “discriminação positiva”, que
tenha por finalidade alcançar um resultado materialmente isonômico.

6. A Vedação ao Confisco

A tributação deve evitar tributar abaixo dos valores essenciais à garantia do mínimo exis-
tencial e respeitar o limite do efeito confiscatório.

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
(...)
IV – utilizar tributo com efeito de confisco;

Efeito de confisco é o que a Constituição Federal veda. É evidente que o confisco em si


é terminantemente vedado, mas em termos tributários o que se deve preservar é a atividade
produtiva da sociedade e a sua capacidade de produzir mais riqueza.
O tributo não pode incidir de modo que impeça que a atividade produtiva da sociedade
gere mais e mais riquezas, sufocando-a e implicando, em um espaço de tempo ou de imedia-
to, à completa deterioração do patrimônio e da capacidade de produzir.
Em outras palavras, o Estado não pode tributar além de determinado limite, sob pena de
sufocar a atividade econômica e inviabilizar a continuidade no pagamento de tributos.
Assim, a tributação exigida além dos limites suportáveis, imporá a redução da arreca-
dação, pois haverá perda da capacidade de contribuir na medida em que a os contribuintes
sucumbirão, não produzindo mais riqueza pelo sufocamento tributário.
Tal ilustração se demonstra de forma mais clara na chamada “Lei do morcego inteligente”,
segundo a qual o mamífero prudente sabe a exata quantidade de sangue que pode extrair do
boi a cada dia. Essa retirada seria suficiente para suprir suas necessidades e a mínima possí-

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vel para que o boi possa se recompor até a sugada do dia vindouro. Se o morcego exceder tal
limite, o boi não irá se restabelecer do sangue que lhe foi retirado e terminará morto; sucessi-
vamente faltará alimento também ao morcego, tendo o mesmo destino do boi.
O Estado deve pautar sua arrecadação pela moderação na imposição tributária, me-
diante mecanismos responsáveis que permitam a sobrevivência do particular e do desen-
volvimento econômico.
Isso significa que a cláusula constitucional da vedação ao confisco (Art. 150, IV, da CF/88)
tem o duplo efeito de proteger o contribuinte e informar um limite ao Estado, além do qual há
inviabilização da atividade produtiva.
A respeito do tema, indispensável a leitura dos precedentes do STF a seguir colacionados.

Imposto de Importação (II). Aumento de alíquota de 4% para 14%. Deficiência do quadro


probatório. (...) A caracterização do efeito confiscatório pressupõe a análise de dados
concretos e de peculiaridades de cada operação ou situação, tomando-se em conta
custos, carga tributária global, margens de lucro e condições pontuais do mercado e de
conjuntura social e econômica (...). O isolado aumento da alíquota do tributo é insufi-
ciente para comprovar a absorção total ou demasiada do produto econômico da ativi-
dade privada, de modo a torná-la inviável ou excessivamente onerosa.
[RE 448.432 AgR, rel. min. Joaquim Barbosa, j. 20-4-2010, 2ª T, DJE de 28-5-2010.]
É cabível, em sede de controle normativo abstrato, a possibilidade de o STF examinar se
determinado tributo ofende, ou não, o princípio constitucional da não confiscatoriedade
consagrado no art. 150, IV, da CF. Hipótese que versa o exame de diploma legislativo (Lei
8.846/1994, art. 3º e seu parágrafo único) que instituiu multa fiscal de 300%. A proibi-
ção constitucional do confisco em matéria tributária – ainda que se trate de multa fiscal
resultante do inadimplemento, pelo contribuinte, de suas obrigações tributárias – nada
mais representa senão a interdição, pela Carta Política, de qualquer pretensão gover-
namental que possa conduzir, no campo da fiscalidade, à injusta apropriação estatal,
no todo ou em parte, do patrimônio ou dos rendimentos dos contribuintes, comprome-
tendo-lhes, pela insuportabilidade da carga tributária, o exercício do direito a uma exis-
tência digna, ou a prática de atividade profissional lícita ou, ainda, a regular satisfação
de suas necessidades vitais básicas. O poder público, especialmente em sede de tri-
butação (mesmo tratando-se da definição do quantum pertinente ao valor das multas

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fiscais), não pode agir imoderadamente, pois a atividade governamental acha-se essen-
cialmente condicionada pelo princípio da razoabilidade que se qualifica como verda-
deiro parâmetro de aferição da constitucionalidade material dos atos estatais.
[ADI 1.075 MC, rel. min. Celso de Mello, j. 17-6-1998, P, DJ de 24-11-2006.]
A aplicação da multa moratória tem o objetivo de sancionar o contribuinte que não
cumpre suas obrigações tributárias, prestigiando a conduta daqueles que pagam em dia
seus tributos aos cofres públicos. Assim, para que a multa moratória cumpra sua função
de desencorajar a elisão fiscal, de um lado não pode ser pífia, mas, de outro, não pode ter
um importe que lhe confira característica confiscatória, inviabilizando inclusive o recolhi-
mento de futuros tributos. O acórdão recorrido encontra amparo na jurisprudência desta
Suprema Corte, segundo a qual não é confiscatória a multa moratória no importe de 20%.
[RE 582.461, rel. min. Gilmar Mendes, j. 18-5-2011, P, DJE de 18-8-2011, Tema 214.]
O entendimento desta Corte é no sentido de que a abusividade da multa punitiva apenas
se revela naquelas arbitradas acima do montante de 100% do valor do tributo.
[AI 851.038 AgR, rel. min. Roberto Barroso, j. 10-2-2015, 1ª T, DJE de 12-3-2015.]
A multa punitiva é aplicada em situações nas quais se verifica o descumprimento volun-
tário da obrigação tributária prevista na legislação pertinente. Trata-se da sanção pre-
vista para coibir a prática de ilícitos tributários. Nessas circunstâncias, conferindo espe-
cial relevo ao caráter pedagógico da sanção, que visa desestimular a burla à atuação da
administração tributária, deve ser reconhecida a possibilidade de aplicação da multa em
percentuais mais rigorosos. Nesses casos, a Corte vem adotando como limite o valor
devido pela obrigação principal.
[RE 602.686 AgR-segundo, rel. min. Roberto Barroso, j. 9-12-2014, 1ª T, DJE de 5-2-2015.]

7. Proibição de Limitações ao Tráfego por meio de Tributos Interesta-


duais e Intermunicipais

A proibição do estabelecimento de limitações ao tráfego por meio de tributos interesta-


duais e intermunicipais está prevista no art. 150, inciso V, da CF.

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Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
(...)
V – estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de tributos interestaduais ou
intermunicipais, ressalvada a cobrança de pedágio pela utilização de vias conservadas pelo Poder
Público;

O princípio constitucional impede a instituição de tributos de passagem e, também, de


tributos de importação ou de exportação interestaduais ou intermunicipais, ressalvada ex-
pressamente a cobrança de pedágio pelo uso de rodovia conservada pelo poder público.

O pedágio cobrado pela efetiva utilização de rodovias conservadas pelo poder público,
cuja cobrança está autorizada pelo inciso V, parte final, do art. 150 da Constituição de
1988, não tem natureza jurídica de taxa, mas sim de preço público, não estando a sua
instituição, consequentemente, sujeita ao princípio da legalidade estrita (STF, ADI 800,
Ministro TEORI ZAVASCKI).

8. Garantias da Federação: Princípios Tributários de Proteção Fe-


derativa

O art. 151 da CF estabelece as seguintes limitações ao poder de tributar da União: a uni-


formidade geográfica, a vedação da tributação diferenciada da renda das obrigações das dí-
vidas públicas e da remuneração dos servidores e a vedação das isenções heterônomas:

Art. 151. É vedado à União:


I – instituir tributo que não seja uniforme em todo o território nacional ou que implique distinção
ou preferência em relação a Estado, ao Distrito Federal ou a Município, em detrimento de outro,
admitida a concessão de incentivos fiscais destinados a promover o equilíbrio do desenvolvimento
socioeconômico entre as diferentes regiões do País;
II – tributar a renda das obrigações da dívida pública dos Estados, do Distrito Federal e dos Mu-
nicípios, bem como a remuneração e os proventos dos respectivos agentes públicos, em níveis
superiores aos que fixar para suas obrigações e para seus agentes;
III – instituir isenções de tributos da competência dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios.

A uniformidade geográfica garante que a União aja com isonomia fiscal não apenas em
relação aos contribuintes, mas também em face dos demais entes federativos.

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Salvo questões que justifiquem o agir discriminado da União, diante da isonomia material
e a imperiosa necessidade de levar desenvolvimento a determinadas regiões, deve ser preser-
vada a isonomia fiscal federativa.
Seguem dois exemplos da jurisprudência relacionados a atuações positivas da União.

(...) surge constitucional, sob o ângulo do caráter seletivo, em função da essencialidade


do produto e do tratamento isonômico, o art. 2º da Lei 8.393/1991, a revelar alíquota
máxima de IPI de 18%, assegurada a isenção, quanto aos contribuintes situados na área
de atuação da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (SUDENE) e da Supe-
rintendência de Desenvolvimento da Amazônia (SUDAM), e autorização para redução de
até 50% da alíquota, presentes contribuintes situados nos Estados do Espírito Santo e
do Rio de Janeiro.
[RE 592.145, rel. p/ o ac. min. Marco Aurélio, j. 5-4-2017, P, DJE de 1º-2-2018, Tema 80.]
Há direito ao creditamento de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) na entrada
de insumos, matéria-prima e material de embalagem adquiridos junto à Zona Franca
de Manaus (ZFM) sob o regime da isenção, considerada a previsão de incentivos regio-
nais constante do art. 43, § 2º, III (1), da Constituição Federal (CF), combinada com o
comando do art. 40 (2) do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT).
RE 592891/SP, rel. Min. Rosa Weber, julgamento em 24 e 25.4.2019. (RE-592891)
RE 596614/SP, rel. Min. Marco Aurélio, red. p/ ac. Min. Edson Fachin, julgamento em 24
e 25.4.2019. (RE-596614).

O inciso II do art. 151 também afirma o princípio federativo, impedindo que a União se
imponha perante os demais entes federados mediante tributação privilegiada em detrimento
dos interesses dos estados e dos municípios. Não fosse assim, as obrigações federais seriam
favorecidas, visto que, oneradas mais drasticamente as obrigações estaduais e municipais, o
investidor as preteriria, preferindo naturalmente as federais.
No que diz respeito à vedação às isenções heterônomas, a lei federal não pode conceder
isenções de tributos estaduais e municipais. Não pode também isentar a própria União e suas
autarquias de taxas estaduais, como as custas judiciais.

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Súmula 178 do STJ: “O INSS não goza de isenção do pagamento de custas e emolumen-
tos, nas ações acidentárias e de benefícios propostas na Justiça Estadual”.

Não obstante, deve-se diferenciar a posição da União, enquanto ente federativo tributante,
daquela posição que assume na condição de representante da República Federativa do Brasil.

A cláusula de vedação inscrita no art. 151, III, da Constituição – que proíbe a conces-
são de isenções tributárias heterônomas – é inoponível ao Estado Federal brasileiro
(vale dizer, à República Federativa do Brasil), incidindo, unicamente, no plano das rela-
ções institucionais domésticas que se estabelecem entre as pessoas políticas de direito
público interno (...). Nada impede, portanto, que o Estado Federal brasileiro celebre tra-
tados internacionais que veiculem cláusulas de exoneração tributária em matéria de
tributos locais (como o ISS, p. ex.), pois a República Federativa do Brasil, ao exercer o
seu treaty-making power, estará praticando ato legítimo que se inclui na esfera de suas
prerrogativas como pessoa jurídica de direito internacional público, que detém – em
face das unidades meramente federadas – o monopólio da soberania e da personali-
dade internacional.
[RE 543.943 AgR, rel. min. Celso de Mello, j. 30-11-2010, 2ª T, DJE de 15-2-2011.]
A isenção de tributos estaduais prevista no Acordo Geral de Tarifas e Comércio para as
mercadorias importadas dos países signatários, quando o similar nacional tiver o mesmo
benefício, foi recepcionada pela Constituição da República de 1988. O art. 98 do CTN
“possui caráter nacional, com eficácia para a União, os Estados e os Municípios” (voto do
eminente ministro Ilmar Galvão). No direito internacional, apenas a República Federativa
do Brasil tem competência para firmar tratados (art. 52, § 2º, da CF), dela não dispondo a
União, os Estados-membros ou os Municípios. O presidente da República não subscreve
tratados como chefe de Governo, mas como chefe de Estado, o que descaracteriza a exis-
tência de uma isenção heterônoma, vedada pelo art. 151, III, da Constituição.
[RE 229.096, rel. p/ o ac. min. Cármen Lúcia, j. 16-8-2007, P, DJE de 11-4-2008.]

Por fim, há a seguinte vedação direcionada aos Estados, DF e Municípios:

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Art. 152. É vedado aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios estabelecer diferença tributá-
ria entre bens e serviços, de qualquer natureza, em razão de sua procedência ou destino.

Ofende a vedação à discriminação tributária de natureza espacial a fixação de reserva


de mercado a prestadores domiciliados em determinado Estado-membro como requi-
sito para a fruição de regime tributário favorecido e de acesso a investimentos públicos.
Não é justificável a discriminação em razão da origem ou do destino com base na redu-
ção das desigualdades regionais, porquanto arrosta o mercado único e indiferenciado
do ponto de vista tributário, reflexo da própria soberania nacional e da unidade política
e econômica da República.
[ADI 5.472, rel. min. Edson Fachin, j. 1º-8-2018, P, DJE de 14-8-2018.

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QUESTÕES DE CONCURSO
Questão 1 (CESPE/2019/TCE-RO/PROCURADOR DO MINISTÉRIO PÚBLICO DE CONTAS) A
respeito dos princípios tributários, assinale a opção correta.
a) De acordo com o princípio da legalidade tributária, em sua vertente reserva legal, o imposto
sobre grandes fortunas (IGF), os empréstimos compulsórios e os impostos e contribuições
residuais devem ser instituídos por lei complementar.
b) A instituição de imposto que incidirá sobre o transporte interestadual viola o princípio da
liberdade de tráfego.
c) Conforme o princípio da retroatividade in bonam partem, por meio de ato infralegal é pos-
sível reduzir tributo ou penalidade.
d) Em atenção ao princípio da progressividade tributária, é constitucional lei que estabelece
alíquotas progressivas para o imposto sobre transmissão de bens imóveis (ITBI) com base no
valor venal do imóvel.
e) O princípio da anterioridade tributária aplica-se à revogação de tributos ou diminuição
de alíquotas.

Questão 2 (CESPE/2019/TCE-RO/PROCURADOR DO MINISTÉRIO PÚBLICO DE CONTAS)


Com referência às disposições constitucionais relativas às limitações ao direito de tributar e
à ordem econômica e financeira, assinale a opção correta.
a) A imunidade tributária recíproca dos entes políticos não alcança as entidades da adminis-
tração indireta.
b) Em regra, a União possui a prerrogativa de instituir isenções de tributos que não sejam de
sua competência.
c) No que se refere aos privilégios fiscais, as empresas públicas equiparam-se ao setor priva-
do, ainda que prestem serviço público.
d) O favorecimento a empresas de pequeno porte, nas condições estabelecidas pelo texto
constitucional, não ofende a isonomia tributária.
e) A exploração direta da atividade econômica pelo Estado é um princípio da ordem econômi-
ca e financeira que visa resguardar a soberania nacional.

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Questão 3 (CESPE/MPC-PA/2019/PROCURADOR DE CONTAS) O presidente da República


editou medida provisória que previa que o recolhimento de contribuição previdenciária passa-
ria de trimestral para mensal, sem aumento dos valores globalmente devidos. A medida provi-
sória foi publicada no Diário Oficial da União em 10/2/2019, com vigência imediata. Posterior-
mente, o Congresso Nacional modificou a medida provisória, prevendo o aumento da alíquota
da contribuição de 7% para 8%. A lei de conversão foi sancionada e publicada em 10/4/2019.
Considerando-se essa situação hipotética, é correto afirmar que o pagamento mensal e o
aumento de alíquota somente são exigíveis a partir de
a) maio de 2019 e julho de 2019, respectivamente.
b) fevereiro de 2019 e julho de 2019, respectivamente.
c) fevereiro de 2019 e janeiro de 2020, respectivamente.
d) julho de 2019.
e) fevereiro de 2019 e maio de 2019, respectivamente.

Questão 4 (VUNESP/2019/PREFEITURA DE CERQUILHO-SP/PROCURADOR JURÍDICO) O


Prefeito municipal de “C” resolve atualizar por decreto a planta genérica de valores do Muni-
cípio, de maneira a ajustar os valores utilizados como base para o cálculo do IPTU à realidade
de mercado do Município. Devido ao fato de a última atualização ter se dado há muitos anos,
a defasagem entre o valor venal dos imóveis e o valor destes atualizado pelo índice oficial de
inflação foi de cerca de 100% no período, o que gerou forte reação negativa da imprensa local.
De acordo com o Código Tributário Nacional e a jurisprudência do STF, assinale a alterna-
tiva correta.
a) Por se tratar de mera atualização da base de cálculo e não de sua majoração, prescinde de
lei formal a modificação realizada pelo Prefeito por meio de decreto.
b) A base de cálculo manteve-se inalterada após a publicação do decreto, considerando que
o próprio CTN fixa que a base do cálculo desse imposto é o valor de mercado do imóvel.
c) Caso fosse estabelecida por meio de lei, a modificação não estaria sujeita a qualquer limi-
tação de índice, podendo inclusive superar ou ser inferior ao valor venal efetivo dos imóveis
indicado em estudo técnico do Poder Executivo.

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d) É inconstitucional a majoração do IPTU sem edição de lei em sentido formal, vedada a


atualização, por ato do Executivo, em percentual superior aos índices oficiais.
e) Embora não seja possível a majoração do IPTU sem edição de lei em sentido formal, o Pre-
feito poderia ter alcançado o mesmo objetivo por meio da majoração por decreto das alíquo-
tas aplicáveis, conforme as características de cada imóvel.

Questão 5 (VUNESP/2019/PREFEITURA DE VALINHOS-SP/PROCURADOR) Assinale a as-


sertiva que se encontra em consonância com Súmula Vinculante do Supremo Tribunal Fede-
ral em matéria tributária.
a) É inconstitucional a adoção, no cálculo do valor de taxa, de um ou mais elementos da base
de cálculo própria de determinado imposto, ainda que não haja integral identidade entre uma
base e outra.
b) É constitucional a incidência do Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza – ISS sobre
operações de locação de bens móveis.
c) O ICMS incide sobre alienação de salvados de sinistro pelas seguradoras.
d) O serviço de iluminação pública pode ser remunerado mediante taxa.
e) Norma legal que altera o prazo de recolhimento de obrigação tributária não se sujeita ao
princípio da anterioridade.

Questão 6 (BIG ADVICE/2017/PREFEITURA DE PARISI-SP/PROCURADOR JURÍDICO) A Cons-


tituição Federal impõe limites ao poder de tributar que advêm dos princípios constitucionais.
Nesse sentido, com relação a esses princípios:
 (  ) O Princípio da Irretroatividade Tributária consiste no mais importante limite aos go-
vernantes na atividade da tributação, pois é vedado aos entes da federação exigir ou
aumentar tributo sem previsão legal.
(  ) O Princípio da Anterioridade regula os efeitos da criação ou da majoração de tributo
no tempo.
 (  ) O Princípio da Isonomia Tributária consiste na regra da igualdade, ou seja, não poderá
haver instituição e cobrança de tributos de forma desigual entre contribuintes que se
encontram em condições de igualdade jurídica.

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 (  ) O Princípio da não limitação do tráfego de pessoas e bens e a ressalva o pedágio deter-
mina que a imposição de um determinado tributo não pode ter consequência o desapa-
recimento total de um determinado bem.
Assinale a correta:
a) V, F, V, F.
b) F, F, V, V.
c) F, V, V, F.
d) V, V, F, V.
e) V, F, F, V.

Questão 7 (CRESCER CONSULTORIAS/2019/PREFEITURA DE MONTE ALEGRE DO PIAUÍ-


-PI/ADVOGADO) Acerca dos princípios de direito tributário, marque a alternativa correta:
I – Conforme o princípio da legalidade, todos os tributos devem ser criados por lei, exis-
tindo, todavia, tributos que podem ter suas alíquotas majoradas por ato do poder exe-
cutivo, a exemplo do ICMS-COMBUSTÍVEL.
II – Segundo a Constituição Federal, os impostos e taxas terão caráter pessoal e serão
graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte.
III – Viola o princípio da isonomia a isenção de IPTU exclusivamente em decorrência da
qualidade de servidor público do contribuinte.

a) Apenas o item I é o correto.


b) Apenas os Itens I e II são corretos.
c) Apenas os itens I e III são corretos.
d) Todos os itens estão corretos.

Questão 8 (VUNESP/2019/CÂMARA DE SERTÃOZINHO-SP/PROCURADOR JURÍDICO LE-


GISLATIVO) A Câmara Municipal aprova, em novembro de 2017, projeto de lei modernizando a
legislação tributária municipal. Dentre as novas disposições, é aprovada norma que estabele-
ce nova hipótese de decadência, consistente na extinção do crédito tributário por transcurso
do prazo para apreciação de recurso administrativo fiscal. A lei entrou em vigor em janeiro de

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2018. Considerando as disposições constitucionais que tratam do Sistema Tributário Nacio-


nal, é correto afirmar que essa norma
a) é constitucional, porque a nova hipótese de decadência foi instituída por lei, com observân-
cia do princípio da legalidade tributária.
b) é inconstitucional, pois somente lei complementar federal pode dispor sobre normas gerais
em matéria tributária.
c) é constitucional, porque entrou em vigor no exercício financeiro seguinte em que foi publi-
cada a lei.
d) é inconstitucional, porque não observou o prazo mínimo de noventa dias da data da publi-
cação para entrar em vigor.
e) é inconstitucional, porque cria situação desigual entre os contribuintes, apesar de observar
o princípio da legalidade tributária.

Questão 9 (VUNESP/2018/PREFEITURA DE PONTAL-SP/PROCURADOR) Sem prejuízo de


outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Fe-
deral e aos Municípios
a) instituir impostos sobre fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no Brasil,
contendo obras musicais ou literomusicais de autores brasileiros, inclusive na etapa de repli-
cação industrial de mídias ópticas de leitura a laser.
b) cobrar tributos em relação a fatos geradores ocorridos depois do início da vigência da lei
que os houver instituído ou aumentado.
c) estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens por meio de tributos interestaduais
ou intermunicipais, ressalvada a cobrança de pedágio pela utilização de vias conservadas
pelo poder público.
d) instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equiva-
lente, permitida a distinção em razão de ocupação profissional ou função por eles exercida,
independentemente da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos.
e) cobrar tributos antes de decorridos cento e vinte dias da data em que haja sido publicada a
lei que os instituiu ou aumentou, observado o mesmo exercício financeiro.

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Questão 10 (VUNESP/2019/PREFEITURA DE ARUJÁ-SP/ADVOGADO) Determinado muni-


cípio brasileiro pretende, em respeito à Constituição, instituir regime próprio de previdência
para os seus servidores, de caráter solidário e contributivo. A esse respeito, e considerando
as regras e princípios vigentes no Brasil em matéria de direito tributário, é correto afirmar que
a) a criação ou a majoração de eventual alíquota de contribuição a ser cobrada dos servidores
municipais deverá respeitar à chamada anterioridade nonagesimal.
b) por se tratar de regime próprio de previdência, a majoração das alíquotas de contribuição
do servidor e patronal poderá ser realizada por mero decreto.
c) a alíquota a ser cobrada dos servidores públicos municipais não será inferior à da contribui-
ção dos titulares de cargos efetivos do estado em que o território do município esteja inserido.
d) não terá caráter de tributo a cobrança de contribuição por parte dos servidores municipais
para custeio do regime próprio, por se referir a contribuição ao custeio de suas próprias apo-
sentadorias futuras.
e) carece o município de competência constitucional para legislar a respeito da previdência
social dos seus servidores, inclusive quanto ao estabelecimento de alíquotas de contribuição
do servidor e patronal.

Questão 11 (VUNESP/2019/PREFEITURA DE ARUJÁ-SP/ADVOGADO) Visando o desenvolvi-


mento de determinada região do país, a União Federal decide estabelecer regime fiscal espe-
cífico, contemplando a isenção de impostos federais, estaduais e municipais para as empre-
sas que se instalarem naquela região e empregarem mais de dez empregados.
A respeito da situação hipotética descrita, é correto afirmar que
a) a Constituição autoriza à União, no interesse da redução das desigualdades regionais, es-
tabelecer isenções, ainda que de impostos atribuídos a outras esferas da federação, não ha-
vendo inconstitucionalidade na decisão.
b) a concessão de isenções pela União com o objetivo de redução de desigualdades regionais
é inconstitucional, porém, seria constitucional o atingimento dos mesmos objetivos pelos
estados, por meio de tributo que estabelecesse diferença entre bens em razão de sua proce-
dência ou destino.

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c) caso implementada, a medida configuraria hipótese de imunidade recíproca, por implicar


na não incidência tributária qualificada, estabelecida por um ente federal em relação ao tribu-
to cobrado por outro ente.
d) embora seja vedado à União instituir tributo que não seja uniforme no território nacional,
assim como instituir isenções de tributos da competência de outros entes federais, é admi-
tida a concessão de incentivos destinados a promover o equilíbrio socioeconômico entre as
regiões do país.
e) não é o poder público autorizado a interferir nas relações econômicas por meios tributários,
motivo pelo qual o objetivo almejado pela União deverá ser implementado por intermédio de
outros instrumentos, cabendo aos tributos apenas a função arrecadatória.

Questão 12 (PLANEXCON/2018/CÂMARA DE BOFETE-SP/PROCURADOR JURÍDICO) No que


concerne a limitação constitucional ao poder de tributar, assinale a alternativa correta:
a) Os empréstimos compulsórios para atendimento de despesas extraordinárias, decorrentes
de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência, se sujeitam ao princípio da ante-
rioridade tributária.
b) À União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios é defeso a instituição de imposto
sobre patrimônio, renda ou serviços uns dos outros, regra esta extensiva às autarquias e às
fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público.
c) O imposto de importação se sujeita ao princípio da anterioridade anual e nonagesimal.
d) É vedado aos Municípios estabelecer diferença tributária entre bens e serviços, de qualquer
natureza, exceto em razão de sua procedência ou destino.
e) Pelo princípio da anterioridade fica vedada a cobrança de tributos em relação a fatos ge-
radores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver instituído ou aumentado.

Questão 13 (CESPE/2019/TJ-SC/JUIZ SUBSTITUTO) Determinada lei tributária prevê o valor


do teto para a cobrança de uma taxa de fiscalização, permitindo que ato do Poder Executivo
fixe o valor específico do tributo e autorizando o ministro da Economia a corrigir monetaria-
mente, a partir de critérios próprios, esse valor.

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A respeito dessa lei hipotética, considerando-se a jurisprudência do STF acerca do princípio


da legalidade tributária, é correto afirmar que
a) a delegação do ato infralegal para a fixação do valor da taxa ou determinação dos critérios
para a sua correção é inconstitucional.
b) os índices de correção monetária da taxa podem ser atualizados por ato do Poder Executi-
vo, ainda que em percentual superior aos índices de correção monetária legalmente previstos.
c) a fixação do valor da taxa por ato normativo infralegal, se em proporção razoável com os
custos da atuação estatal, é permitida, devendo sua correção monetária ser atualizada em
percentual não superior aos índices legalmente previstos.
d) o Poder Executivo tem permissão legal para fixar discricionariamente o valor da correção
monetária da referida taxa, independentemente de previsão legal de índice de correção.
e) a fixação, em atos infralegais, de critérios para a correção monetária de taxas é inconstitu-
cional, independentemente de observar expressa previsão legal.

Questão 14 (FCC/DPE-SP/2019/DEFENSOR PÚBLICO) Acerca do regime dos princípios tri-


butários, considere as assertivas abaixo:
I – o princípio da capacidade contributiva autoriza a graduação dos impostos de caráter
pessoal, segundo a capacidade econômica do contribuinte.
II – o princípio da igualdade tributária, que se encontra expressamente previsto na Consti-
tuição Federal de 1988, permite ao legislador ordinário estabelecer critérios de diferen-
ciação entre contribuintes, com a finalidade de promover a igualdade material.
III – o princípio da anterioridade da lei tributária, implícito na Constituição Federal de 1988,
veda a cobrança de tributos cujos fatos geradores ocorreram antes do início da vigên-
cia da lei que os criou ou aumentou.
IV – o princípio do não confisco, implícito no texto constitucional, veda o emprego da tribu-
tação com finalidade extrafiscal.

Está correto o que se afirma APENAS em:


a) I e II.
b) I e III.

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c) I e IV.
d) III e IV.
e) II e III.

Questão 15 (FCC/2018/PREFEITURA DE CARUARU-PE/PROCURADOR DO MUNICÍPIO) Con-


forme dispõe a Constituição Federal, é correto afirmar que, de acordo com a
a) irretroatividade, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios aplicar
anistia a multas tributárias definitivamente constituídas.
b) imunidade recíproca, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios
cobrar taxas e contribuições uns dos outros e impostos federais dos entes subnacionais.
c) capacidade contributiva, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municí-
pios cobrar tributos não progressivos.
d) legalidade tributária, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios
cobrar tributos com base em lei que contenha conceitos indeterminados.
e) anterioridade nonagesimal, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Muni-
cípios cobrar tributos antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a
lei que os instituiu ou majorou.

Questão 16 (VUNESP/2018/TJ-SP/JUIZ SUBSTITUTO) Com relação à competência tributá-


ria e aos princípios e limitações constitucionais ao poder de tributar, é correto afirmar:
a) a Constituição prevê a progressividade não só para o Imposto de Renda mas também para
o Imposto Territorial Rural e para o Imposto sobre a Propriedade Territorial Urbana, e, com
relação a estes, acrescentou previsão de confisco na hipótese de não cumprimento da função
social da propriedade.
b) o Supremo Tribunal Federal tem adotado entendimento no sentido de que, embora o confis-
co seja conceito jurídico indeterminado, o princípio da vedação do confisco deve ser utilizado
para limitar o percentual de multa imposta ao contribuinte.
c) a competência tributária, nela compreendidas a competência legislativa para instituir e ma-
jorar tributos e a competência para fiscalizá-los e arrecadá-los, é indelegável, não recebidas
pela atual Constituição as normas que dispunham em sentido contrário.

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d) o princípio da anterioridade, tal como previsto no texto constitucional vigente, impede que
qualquer imposto seja cobrado no mesmo exercício em que haja sido publicada a lei que o
instituiu ou aumentou e antes de decorridos noventa dias da data daquela publicação.

Questão 17 (FEPESE/2018/PGE-SC/PROCURADOR DO ESTADO) A respeito das limitações


constitucionais do poder de tributar, assinale a alternativa correta.
a) É constitucionalmente proibida a instituição de impostos e de taxas sobre livros, jornais,
periódicos e o papel destinado a sua impressão.
b) A imunidade recíproca é extensiva às autarquias e fundações instituídas e mantidas pelo
Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados a suas fina-
lidades essenciais ou às delas decorrentes.
c) A vedação de cobrar tributos antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido
publicada a lei que os instituiu ou aumentou não se aplica ao Imposto sobre Produtos In-
dustrializados.
d) Norma legal que modifica o prazo de recolhimento da obrigação tributária sujeita-se ao
princípio da anterioridade.
e) A imunidade do patrimônio, da renda ou dos serviços das instituições de educação e assis-
tência social, sem fins lucrativos, é chamada autoaplicável, porque independe do atendimento
de requisitos legais.

Questão 18 (CESPE/2018/POLÍCIA FEDERAL/DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL) A empresa


XZY Ltda., contribuinte do ICMS, pagava mensalmente esse tributo a determinado estado da
Federação, no dia 15 de cada mês. No dia 30/6/2017, esse estado editou ato normativo que
alterava a data do pagamento do referido tributo para o dia 10 de cada mês, entrando tal ato
em vigor no dia 1º/7/2017. Sem saber da alteração, a empresa XZY Ltda. pagou o tributo no
dia 15/7/2017, o que acarretou multa e juros de mora pelo pagamento com atraso.
Nessa situação hipotética.
a antecipação do prazo para o pagamento do ICMS só poderia ter sido feita por lei e somente
poderia ter entrado em vigor no exercício financeiro seguinte.

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Questão 19 (FCC/2018/CÂMARA LEGISLATIVA DO DISTRITO FEDERAL/PROCURADOR LE-


GISLATIVO) De acordo com a Constituição Federal, não está sujeita ao princípio constitucio-
nal da anterioridade nonagesimal (noventena), a fixação da base de cálculo dos seguintes
tributos de competência do Distrito Federal:
a) ISSQN e ICMS.
b) taxa pela prestação de serviços e taxa pelo exercício do poder de polícia.
c) IPVA e IPTU.
d) ITCD e ITBI.
e) contribuição de melhoria e empréstimo compulsório.

Questão 20 (VUNESP/2018/PREFEITURA DE SOROCABA-SP/PROCURADOR DO MUNICÍPIO)


Segundo a Constituição Federal, cabe à lei complementar
a) regular as limitações constitucionais ao poder de tributar.
b) instituir impostos extraordinários em caso de iminência de guerra externa.
c) instituir isenções de tributos da competência dos Estados, do Distrito Federal ou dos
Municípios.
d) estabelecer normas específicas em matéria de legislação tributária, as quais deverão ser
observadas pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios.
e) dispor sobre conflitos internacionais de competência, em matéria tributária, entre a Repú-
blica Federativa do Brasil e os Estados estrangeiros.

Questão 21 (VUNESP/2018/PREFEITURA DE SOROCABA-SP/PROCURADOR DO MUNICÍPIO)


Caso venha a ser aprovada lei municipal estabelecendo a cobrança de taxa sobre fatos ge-
radores ocorridos em até 90 (noventa) dias anteriormente à vigência dessa lei, desde que no
mesmo exercício de sua entrada em vigor, tal lei será
a) constitucional, pois o princípio da anterioridade nonagesimal desautoriza apenas a co-
brança de tributos sobre fatos geradores ocorridos há mais de 90 (noventa) dias da entrada
em vigor da lei.
b) inconstitucional, pois o princípio da irretroatividade terá sido violado ao se permitir a cobran-
ça de tributo no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que o instituiu.

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c) constitucional, pois o princípio da legalidade estrita terá sido integralmente respeitado pela
aprovação da lei municipal, considerando a distribuição constitucional de competência exclu-
siva aos municípios para a cobrança de taxas.
d) inconstitucional, pois o princípio da legalidade desautoriza a cobrança de tributos sobre
fatos geradores ocorridos antes de decorridos 90 (noventa) dias da data em que haja sido
publicada a lei que os instituiu.
e) inconstitucional, pois o princípio da irretroatividade em matéria tributária veda a cobrança
de tributos em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os
houver instituído.

Questão 22 (CONSULPLAN/2018/TJ-MG/JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO) Assinale a alter-


nativa que retrata a jurisprudência consolidada nos Tribunais Superiores.
a) O serviço de iluminação pública pode ser remunerado mediante taxa.
b) Norma legal que altera o prazo de recolhimento de obrigação tributária não se sujeita ao
princípio da anterioridade.
c) É constitucional a incidência do Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN)
sobre operações de locação de bens móveis.
d) No tocante à base de cálculo, o ISSQN incide apenas sobre a taxa de agenciamento quando
o serviço prestado por sociedade empresária de trabalho temporário for de intermediação,
não podendo englobar os valores dos salários e encargos sociais dos trabalhadores por ela
contratados, independentemente do fornecimento de mão de obra.

Questão 23 (FGV/2018/AL-RO/ADVOGADO) A União, desejando implementar política públi-


ca de fomento ao povoamento do interior do país, concedeu isenção de IPTU no território de
alguns Municípios pouco populosos situados no Estado X.
Diante desse cenário, assinale a afirmativa correta.
a) A União pode conceder tal isenção, por ser ela a principal responsável pela promoção das
políticas de redução das desigualdades regionais, objetivo fundamental da República.
b) A União pode conceder tal isenção, desde que compense os Municípios afetados mediante
transferências voluntárias.

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c) A União pode conceder tal isenção, desde que por meio de resolução do Senado Federal
aprovada por maioria absoluta dos senadores.
d) O Estado ABC, e não a União, é o ente federado competente para conceder tais isenções
relativas a tributo de competência dos Municípios situados no território estadual.
e) A União não pode conceder tal isenção, por violar a autonomia municipal.

Questão 24 (UEG/2018/PC-GO/DELEGADO DE POLÍCIA) O sistema tributário nacional é in-


tegrado por um conjunto de princípios e regras que limitam o exercício do poder de tributar do
Estado. Acerca do exercício da competência tributária verifica-se que
a) a anterioridade aplicável ao direito penal tem igual aplicação na seara tributária, sendo veda-
da qualquer alteração na legislação tributária, ainda que não corresponda a aumento do tributo.
b) é vedada a cobrança de tributos antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido
publicada lei que os instituiu, aumentou ou reduziu.
c) a imunidade religiosa é consectária da garantia fundamental da liberdade religiosa, que tem
alcance além do templo religioso.
d) a vedação do não-confisco ao Estado, no exercício de seu poder de tributar, limita a perda
de bens no âmbito criminal.
e) as regras de imunidade tributária devem ser interpretadas restritivamente, na medida em
que correspondem a benefícios fiscais aos contribuintes.

Questão 25 (UEG/2018/PC-GO/DELEGADO DE POLÍCIA) O princípio da legalidade, que está


a indicar no direito penal que não há sanção criminal sem a devida tipificação penal, se mani-
festa também nas relações jurídicas tributárias. Acerca da aplicação do princípio da legalida-
de tributária, tem-se o seguinte:
a) É direito fundamental do contribuinte que a exação tributária, como sanção pecuniária de
ato ilícito tributário, encontre-se prevista em lei específica.
b) A Constituição Federal, ao tratar da legalidade em matéria tributária no art.150, I, é redun-
dante, dado que já é prevista a legalidade no art.5º, II, no capítulo dos Direitos Fundamentais.
c) A obrigação tributária acessória, melhor denominada como dever instrumental, demanda
fixação em lei na medida em que corresponde a ônus ao contribuinte.

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d) O Código Tributário Nacional, ao dispor sobre a aplicação do princípio da legalidade tributá-


ria, prescinde sua observância na atualização do valor monetário da base de cálculo do tributo.
e) Com origem na Magna Carta de 1215, quando desde então vigorava “no taxation without
representation”, é direito fundamental do contribuinte, previsto no art.150, I, da Constituição
de 1988, que não encontra mitigação na ordem tributária brasileira.

Questão 26 (CESPE/2018/EMAP/ANALISTA PORTUÁRIO/ÁREA JURÍDICA) Julgue o próximo


item, relativo ao Sistema Tributário Nacional.
O princípio da carência tributária proíbe a União, os estados, o Distrito Federal e os municípios
de cobrar tributos antes de transcorridos noventa dias da data da publicação da lei que os
instituir ou aumentar.

Questão 27 (TRF-3ª REGIÃO/2018/JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO) Considerando que dentre


as limitações constitucionais ao poder de tributar insere-se a vedação ao uso do tributo com
efeito de confisco, indique qual a afirmação CORRETA:
a) O Poder Executivo pode criar multas em percentuais que excedam o valor do tributo cobra-
do, visto que a imposição de multa tem o duplo objetivo de educar o contribuinte e de ressarcir
o Poder Público.
b) A multa correspondente a 90% do valor do tributo devido não tem caráter confiscatório.
c) A falta de atualização monetária da tabela de incidência do imposto de renda na fonte sobre
os salários tem natureza de confisco.
d) É possível a cobrança de multa confiscatória desde que observado o princípio da praticida-
de da arrecadação e da prevalência do interesse público sobre o privado.

Questão 28 (FCC/2018/SABESP/ADVOGADO) Com relação às limitações ao Poder de Tributar,


a) subsídios, isenções e redução de base de cálculo relativos a impostos, taxas ou contribui-
ções, poderão, em regra, ser concedidos mediante lei genérica, não sendo exigível lei especí-
fica que regule exclusivamente tais matérias.
b) a vedação à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios de instituir impostos
sobre o patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros é extensiva às autarquias.

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c) é lícito à União tributar a renda das obrigações da dívida pública dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios.
d) é lícito à União instituir isenções de tributos da competência dos Estados, do Distrito Fe-
deral ou dos Municípios.
e) é lícito à União instituir tributo que não seja uniforme em todo o território nacional, vedada
a concessão de incentivos fiscais de qualquer natureza.

Questão 29 (VUNESP/2017/CÂMARA DE BARRETOS-SP/ADVOGADO) Sem prejuízo de ou-


tras garantias asseguradas ao contribuinte, é
a) permitido à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios instituir tratamento
desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente, proibida qualquer
distinção em razão de ocupação profissional ou função por eles exercida, independentemente
da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos.
b) vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios estabelecer limitações
ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de tributos interestaduais ou intermunicipais, ressal-
vada a cobrança de pedágio pela utilização de vias conservadas pelo Poder Público.
c) permitido à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios cobrar tributos em
relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver instituído
ou aumentado.
d) vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios instituir tributo que não
seja uniforme em todo o território nacional ou que implique distinção ou preferência em re-
lação a Estado, ao Distrito Federal ou a Município, em detrimento de outro, não admitida a
concessão de incentivos fiscais destinados a promover o equilíbrio do desenvolvimento so-
cioeconômico entre as diferentes regiões do País.
e) permitido à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios instituir impostos so-
bre fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no Brasil contendo obras musicais
ou literomusicais de autores brasileiros e/ou obras em geral interpretadas por artistas brasi-
leiros bem como os suportes materiais ou arquivos digitais que os contenham, salvo na etapa
de replicação industrial de mídias ópticas de leitura a laser.

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Questão 30 (FUNDEP/2018/MPE-MG/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO) Consoante o


artigo 150 da CR/88, sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado
à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, EXCETO:
a) estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens por meio de tributos interestaduais
ou intermunicipais, ressalvada a cobrança de pedágio pela utilização de vias conservadas
pelo poder público.
b) instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalen-
te, proibida qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou função por eles exerci-
da, independentemente da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos.
c) exigir, aumentar ou diminuir tributo sem lei que o estabeleça.
d) utilizar tributo com efeito de confisco.

Questão 31 (CESGRANRIO/2018/TRANSPETRO/ADVOGADO JÚNIOR) Em 15 de dezembro


de 2016, a União publicou decreto aumentando a alíquota do IPI incidente sobre geladeiras.
O novo percentual observou os limites legais previamente estabelecidos. Tal Lei passou a
vigorar a partir de sua data de publicação. X, empresário do setor afetado pela medida, entra
em contato com o departamento jurídico de sua empresa para obter informações sobre a
adequação da decisão adotada pelo governo.
O departamento jurídico da empresa, em consonância com a legislação vigente, informa a X
que há violação do princípio da(do)
a) anterioridade tributária anual
b) anterioridade nonagesimal
c) legalidade
d) irretroatividade da lei tributária
e) não confisco

Questão 32 (CESPE/2018/STJ/ANALISTA JUDICIÁRIO/JUDICIÁRIA) À luz da jurisprudência


majoritária e atual dos tribunais superiores e da doutrina acerca dos princípios constitucio-
nais tributários, do indébito tributário, do crédito tributário e do poder de tributar, julgue o
item seguinte.

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De acordo com o Supremo Tribunal Federal, a norma legal que altera o prazo de recolhimento
da obrigação tributária deve observar o princípio da anterioridade que for aplicável ao respec-
tivo tributo.

Questão 33 (FCC/2018/DPE-AP/DEFENSOR PÚBLICO) À luz das normas constitucionais so-


bre as limitações do poder de tributar e da jurisprudência do Supremo Tribunal Federal,
a) a multa moratória, embora não seja tributo, não pode ter um importe que lhe confira carac-
terística confiscatória, inviabilizando inclusive o recolhimento de futuros tributos.
b) o imposto sobre grandes fortunas, caso instituído por lei complementar federal, poderá
assumir efeito confiscatório, tendo em vista os princípios da função social da propriedade e
da redução das desigualdades regionais e sociais.
c) a taxa judiciária, devida em razão do acionamento do serviço prestado pelo Poder Judiciá-
rio, poderá ter sua alíquota majorada por Decreto editado pelo Governador, observado o limite
máximo fixado em lei, dada sua natureza de preço público.
d) a prestação de serviços públicos pelos Municípios aos Estados e à União não poderá ser
tributada por meio de taxa, tendo em vista o princípio da imunidade recíproca, que decorre do
princípio federativo.
e) as taxas instituídas em razão do exercício do poder de polícia poderão ser cobradas no
mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que as instituiu ou aumentou.

Questão 34 (CESPE/2018/DPE-PE/DEFENSOR PÚBLICO) A respeito dos princípios da ante-


rioridade e da irretroatividade, ambos princípios constitucionais do sistema tributário, assi-
nale a opção correta.
a) Todos os impostos se submetem aos princípios da anterioridade e da irretroatividade, mas
as taxas, contribuições e demais espécies tributárias somente se submetem ao princípio da
irretroatividade.
b) Todos os tributos devem se submeter aos princípios da anterioridade e da irretroatividade.
c) O princípio da irretroatividade aplica-se a todo tributo; o da anterioridade, por sua vez, ad-
mite exceções.
d) O princípio da irretroatividade se aplica apenas aos impostos e às taxas; o da anterioridade
se aplica a todos os tipos de tributos.

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e) O princípio da irretroatividade se aplica apenas aos tributos parafiscais; o da anterioridade,


por sua vez, se aplica tanto aos tributos fiscais como aos extrafiscais.

Questão 35 (FMP CONCURSOS/2017/MPE-RO/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO) É


CORRETO afirmar que o Princípio da Anterioridade Nonagesimal previsto no art. 150, III, “c”,
da Constituição da República Federativa do Brasil, não se aplica
a) aos empréstimos compulsórios que sirvam ao atendimento de despesas extraordinárias
decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência; ao imposto sobre a
importação de produtos estrangeiros; ao imposto sobre a exportação de produtos nacionais
ou nacionalizados; ao imposto sobre produtos industrializados; ao imposto sobre operações
de crédito, câmbio, seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários; aos impostos extraor-
dinários, previstos no art. 154, II, do Texto Constitucional; à fixação da base de cálculo do im-
posto sobre a propriedade de veículos automotores e à fixação da base de cálculo do imposto
sobre a propriedade predial e territorial urbana.
b) aos empréstimos compulsórios que sirvam ao atendimento de despesas extraordinárias
decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência; ao imposto sobre a
importação de produtos estrangeiros; ao imposto sobre a exportação de produtos nacionais
ou nacionalizados; ao imposto sobre serviços de qualquer natureza; ao imposto sobre ope-
rações de crédito, câmbio, seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários; aos impostos
extraordinários previstos no art. 154, II, do Texto Constitucional; à fixação da base de cálculo
do imposto sobre a propriedade de veículos automotores e à fixação da base de cálculo do
imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana.
c) aos empréstimos compulsórios instituídos nos casos de investimento público de caráter
urgente e de relevante interesse nacional; ao imposto sobre a importação de produtos estran-
geiros; ao imposto sobre a exportação de produtos nacionais ou nacionalizados; ao imposto
sobre serviços de qualquer natureza; ao imposto sobre operações de crédito, câmbio, seguro,
ou relativas a títulos ou valores mobiliários; aos impostos extraordinários previstos no art.
154, II, do Texto Constitucional; à fixação da base de cálculo do imposto sobre a propriedade
de veículos automotores e à fixação da base de cálculo do imposto sobre a propriedade pre-
dial e territorial urbana.

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d) aos empréstimos compulsórios instituídos nos casos de investimento público de caráter


urgente e de relevante interesse nacional; ao imposto sobre a importação de produtos estran-
geiros; ao imposto sobre a exportação de produtos nacionais ou nacionalizados; ao imposto
sobre produtos industrializados; ao imposto sobre operações de crédito, câmbio, seguro, ou
relativas a títulos ou valores mobiliários; aos impostos extraordinários previstos no art. 154,
II, do Texto Constitucional; à fixação da base de cálculo do imposto sobre a propriedade de
veículos automotores e à fixação da base de cálculo do imposto sobre a propriedade predial
e territorial urbana.
e) aos empréstimos compulsórios que sirvam ao atendimento de despesas extraordinárias
decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência; ao imposto sobre a
importação de produtos estrangeiros; ao imposto sobre a exportação de produtos nacionais
ou nacionalizados; ao imposto sobre a renda e os proventos de qualquer natureza; ao imposto
sobre operações de crédito, câmbio, seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários; aos
impostos extraordinários, previstos no art. 154, II, do Texto Constitucional; à fixação da base
de cálculo do imposto sobre a propriedade de veículos automotores e à fixação da base de
cálculo do imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana.

Questão 36 (IMA/2017/PREFEITURA DE PENALVA-MA/PROCURADOR MUNICIPAL) No que


tange as limitações constitucionais ao poder de tributar, assinale a alternativa que apresentam,
exclusivamente, impostos que NÃO estão sujeitos ao princípio da anterioridade nonagesimal:
a) Imposto sobre Grandes Fortunas (IGF), Imposto de Exportação (IE) e Imposto sobre Pro-
priedade Territorial Rural (ITR).
b) Imposto Extraordinário de Guerra (IEG), Imposto sobre Grandes Fortunas (IGF) e Imposto
sobre Propriedade Territorial Rural (ITR).
c) Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), Imposto de Importação (II) e Imposto sobre
Propriedade Territorial Rural (ITR).
d) Imposto sobre a Renda (IR), Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e Imposto de Ex-
portação (IE).

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Questão 37 (VUNESP/2017/PREFEITURA DE PORTO FERREIRA-SP/PROCURADOR JURÍDI-


CO) A hipotética Lei “A”, publicada em 10.01.2017, alterou o prazo para recolhimento de de-
terminada obrigação tributária, sendo certo que suas determinações passaram a ser exigidas
a partir da data de sua publicação. A Lei “A” é
a) inconstitucional, porque afronta o princípio da anterioridade.
b) constitucional, porque não se sujeita ao princípio da anterioridade.
c) válida, mas somente poderia entrar em vigor após 90 dias de sua publicação.
d) válida, mas somente poderia entrar em vigor após 45 dias de sua publicação.
e) ilegal, porque contraria disposições do Código Tributário Nacional acerca da vigência das
normas tributárias.

Questão 38 (FMP CONCURSOS/2017/PGE-AC/PROCURADOR DO ESTADO) Os Estados cos-


tumam apreender mercadorias e não permitir a emissão de notas fiscais a quem deve para o
Fisco. Examine as assertivas abaixo e assinale a Correta.
a) O procedimento de apreensão é o correto, pois muitas vezes se a fiscalização permitir que
a mercadoria passe, mesmo com tributo recolhido a menor, poderá ocorrer de o Estado não
mais conseguir cobrar.
b) Estes procedimentos são ilegais e se denominam sanções políticas, pois muitas vezes são
utilizados para perseguição dos inimigos políticos dos governantes.
c) São inconstitucionais os procedimentos referidos, já assim declarados mais de uma
vez pelo STF.
d) Apreender as mercadorias é correto, mas impedir a empresa de emitir notas fiscais ou ven-
der produtos não.
e) Nenhuma das alternativas acima é Correta.

Questão 39 (FMP CONCURSOS/2017/PGE-AC/PROCURADOR DO ESTADO) Sobre o princípio


da isonomia é CORRETO afirmar:
a) A Emenda à Constituição Federal n. 42/2003 estabeleceu a possibilidade de estabelece-
rem-se “critérios especiais de tributação” no art. 146-A, flexibilizando o princípio da isonomia.
b) A “situação equivalente” mencionada no art. 150, II, do CTN é dependente de definição pelo
legislador complementar, devido à sua imprecisão.

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c) Devido às disparidades continentais do Brasil, os Estados estão autorizados a conceder


benefícios e condições especiais tributárias aos seus administrados, independentemente dos
outros Estados.
d) O princípio da isonomia tributária impacta diretamente os princípios da livre concorrência
e da livre iniciativa, uma vez que o Estado deve garantir as mesmas regras do jogo para todos
os contribuintes.
e) Ao se deparar com uma situação de privilégio e, portanto, anti-isonômica, a solução que a
Justiça confere é a de estender o eventual privilégio a quem mais solicitar.

Questão 40 (CESPE/2017/MPE-RR/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO) Lei municipal


antecipou a data de recolhimento da taxa de coleta de lixo do dia dez para o dia sete do mês
seguinte ao do fato gerador.
Nessa situação, segundo o entendimento do STF, a referida lei municipal
a) não se sujeitará nem ao princípio da anterioridade anual nem ao da anterioridade no-
nagesimal.
b) sujeitar-se-á ao princípio da anterioridade anual.
c) sujeitar-se-á ao princípio da anterioridade nonagesimal.
d) não se sujeitará ao princípio da anterioridade anual, mas sujeitar-se-á ao da anterioridade
nonagesimal.

Questão 41 (CESPE/2015/AGU/ADVOGADO DA UNIÃO) Acerca dos princípios constitucio-


nais tributários, julgue o item subsequente.
O princípio da vedação à utilização de tributo com efeito de confisco, previsto expressamente
na CF, aplica-se igualmente às multas tributárias, de modo a limitar, conforme jurisprudência
pacífica do STF, o poder do Estado na instituição e cobrança de penalidades.

Questão 42 (CESPE/2015/AGU/ADVOGADO DA UNIÃO) Acerca dos princípios constitucio-


nais tributários, julgue o item subsequente.
Conforme o princípio da irretroatividade da lei tributária, não se admite a cobrança de tributos
em relação a fatos geradores ocorridos em período anterior à vigência da lei que os instituiu

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ou aumentou. Entretanto, o Código Tributário Nacional admite a aplicação retroativa de lei que
estabeleça penalidade menos severa que a prevista na norma vigente ao tempo da prática do
ato a que se refere, desde que não tenha havido julgamento definitivo.

Questão 43 (CESPE/2015/AGU/ADVOGADO DA UNIÃO) Acerca dos princípios constitucio-


nais tributários, julgue o item subsequente.
O princípio da isonomia tributária impõe que o tributo incida sobre as atividades lícitas e,
igualmente, sobre as atividades ilícitas, de modo a se consagrar a regra da interpretação ob-
jetiva do fato gerador. Dessa forma, é legítima a cobrança de IPTU sobre imóvel construído ir-
regularmente, em área non aedificandi, não significando tal cobrança de tributo concordância
do poder público com a ocupação irregular.

Questão 44 (CESPE/2015/AGU/ADVOGADO DA UNIÃO) Acerca dos princípios constitucio-


nais tributários, julgue o item subsequente.
Pela aplicação do princípio da anterioridade tributária, quaisquer modificações na base de
cálculo ou na alíquota dos tributos terão sua eficácia suspensa até o primeiro dia do exercício
financeiro seguinte à publicação da lei que promoveu a alteração.

Questão 45 (FMP CONCURSOS/2014/PGE-AC/PROCURADOR DO ESTADO) Segundo o enten-


dimento do STF (Supremo Tribunal Federal) o princípio constitucional da vedação ao confisco:
a) é endereçado exclusivamente ao legislador.
b) aplica-se apenas aos tributos.
c) admite sejam estabelecidas multas que ultrapassam cinco vezes o valor do tributo devido.
d) resulta violado, sempre que o resultado das múltiplas incidências tributárias estabelecidas
pela mesma entidade estatal afetar substancialmente, de maneira irrazoável, o patrimônio e/
ou os rendimentos de determinado contribuinte.

Questão 46 (CESPE/2015/AGU/ADVOGADO DA UNIÃO) Acerca dos princípios constitucio-


nais tributários, julgue o item subsequente.
De acordo com o princípio da legalidade, fica vedada a criação ou a majoração de tributos,
bem como a cominação de penalidades em caso de violação da legislação tributária, salvo
por meio de lei.

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Questão 47 (PGE-GO/2010/PROCURADOR DO ESTADO) A propósito da vigência da legisla-


ção tributária, é CORRETO afirmar:
a) A norma tributária sancionatória deve ser interpretada de maneira mail benéfica ao su-
jeito passivo.
b) A lei tributária deixa de viger enquanto não cumprir o princípio da anterioridade.
c) Os atos normativos editados pelas autoridades administrativas devem respeitar o princípio
da anterioridade.
d) A norma que estabelece regras de processo administrativo tributário não se aplica às hipó-
teses em que o fato gerador já tenha sido aperfeiçoado.
e) A medida provisória ainda não vertida em lei revoga a lei que lhe é contrária.

Questão 48 (PGE-GO/2013/PROCURADOR DO ESTADO) Sobre o Sistema Tributário Nacio-


nal, está CORRETA a seguinte proposição:
a) As limitações ao poder de tributação estão especificadas única e exclusivamente na seção
constitucional “Das Limitações do Poder de Tributar”.
b) As limitações ao poder de tributação do Estado não sofrem qualquer tipo de restrição ma-
terial quanto à reforma constitucional, desde que atendidos os pressupostos formais e cir-
cunstanciais pertinentes
c) A União pode, em regra, criar isenção heterônoma.
d) Conquanto tenham natureza diversa de tributo, as multas estão abarcadas, segundo forte
entendimento doutrinário e jurisprudencial, pelo princípio da vedação ao confisco.
e) É de competência legiferante estadual o imposto sobre a transmissão gratuita, onerosa e
causa mortis, de quaisquer bens ou direitos.

Questão 49 (FUNDATEC/2010/PGE-RS/PROCURADOR DO ESTADO) Segundo a jurisprudên-


cia do Supremo Tribunal Federal, a anterioridade tributária
a) deve ser observada nas hipóteses de aumento ou instituição de tributo, compreenden-
do-se como aumento as situações de prorrogação de adicional de alíquota instituído por
prazo determinado.
b) caracteriza-se como uma garantia individual do contribuinte.

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c) deve ser observada no caso de instituição de tributos, mas admite exceções nos casos
de aumento.
d) deve ser observada nos casos de instituição ou aumento de tributos, compreendendo-se,
neste último caso, a atualização monetária mediante índice que reflita corretamente a perda
do poder aquisitivo da moeda.
e) caracteriza-se como um princípio, portanto. além das exceções previstas na Constituição,
admite uma aplicação em diferentes graus. segundo um exame de proporcionalidade.

Questão 50 (ESAF/2012/PGFN/PROCURADOR DA FAZENDA NACIONAL) Alguns tributos


possuem, além da função meramente arrecadatória ou fiscal, finalidade outra que se destina
a regular a economia, criando mecanismos que induzem, ou incentivam, a conduta do poten-
cial contribuinte numa ou noutra direção. É o que se viu recentemente com a majoração das
alíquotas do IPI – Imposto sobre Produtos Industrializados, incidente sobre a importação
de automóveis, já que, no período de janeiro a agosto de 2011, a balança comercial do setor
automotivo atingiu um déficit de R$ 3 bilhões. Contudo, o STF entendeu que o decreto que
majorar as alíquotas aplicáveis às operações de importação de veículos automotores
a) sujeita-se ao princípio da anterioridade, segundo o qual não se poderá exigir, no mesmo
exercício financeiro em que o decreto é publicado, alíquotas maiores do que aquelas até en-
tão vigentes.
b) tem aplicabilidade imediata, por ser o IPI um tributo regulatório e pelo fato de que o Decre-
to- Lei que o criou (DL n. 1.191/1971) ter autorizado o Poder Executivo a reduzir suas alíquo-
tas a zero; majorá-las, acrescentando até 30 unidades ao percentual de incidência fixado na
lei, e, ainda, alterar a base de cálculo em relação a determinados produtos, podendo, para esse
fim, fixar-lhes valor tributável mínimo.
c) submete-se, dentre outros, ao princípio constitucional da anterioridade nonagesimal, ou
seja, fica suspenso até que tenha transcorrido o prazo de noventa dias da sua publicação.
d) fica suspenso, por força da anterioridade nonagesimal, até que tenha transcorrido o
prazo de noventa dias da sua publicação. Contudo, a suspensão somente opera efeitos ex
tunc caso haja pedido liminar formulado no sentido de reparar dano, e não para prevenir
risco ao contribuinte.

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e) não se submete ao princípio constitucional da anterioridade nonagesimal, eis que a


Constituição Federal foi clara ao prever tal comando para a lei (antes de decorridos 90
dias da data em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou). Assim, como
o texto constitucional fala em “lei”, o aumento das alíquotas por decreto não está sujeito à
espera nonagesimal.

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GABARITO
1. a 28. b
2. d 29. b
3. b 30. c
4. d 31. b
5. e 32. E
6. c 33. a
7. c 34. c
8. b 35. e
9. c 36. d
10. a 37. b
11. d 38. c
12. b 39. d
13. c 40. a
14. a 41. C
15. e 42. C
16. b 43. C
17. b 44. E
18. E 45. d
19. c 46. C
20. a 47. d
21. e 48. d
22. b 49. b
23. e 50. c
24. c
25. d
26. C
27. b

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GABARITO COMENTADO
Questão 1 (CESPE/2019/TCE-RO/PROCURADOR DO MINISTÉRIO PÚBLICO DE CONTAS) A
respeito dos princípios tributários, assinale a opção correta.
a) De acordo com o princípio da legalidade tributária, em sua vertente reserva legal, o imposto
sobre grandes fortunas (IGF), os empréstimos compulsórios e os impostos e contribuições
residuais devem ser instituídos por lei complementar.
b) A instituição de imposto que incidirá sobre o transporte interestadual viola o princípio da
liberdade de tráfego.
c) Conforme o princípio da retroatividade in bonam partem, por meio de ato infralegal é pos-
sível reduzir tributo ou penalidade.
d) Em atenção ao princípio da progressividade tributária, é constitucional lei que estabelece
alíquotas progressivas para o imposto sobre transmissão de bens imóveis (ITBI) com base no
valor venal do imóvel.
e) O princípio da anterioridade tributária aplica-se à revogação de tributos ou diminuição
de alíquotas.

Letra a.
a) CF/1988.

Art. 148. A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos compulsórios:
I – para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa
ou sua iminência;
II – no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional, observa-
do o disposto no art. 150, III, “b”.
Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre:
VII – grandes fortunas, nos termos de lei complementar.
Art. 154. A União poderá instituir:
I – mediante lei complementar, impostos não previstos no artigo anterior, desde que sejam não-cumu-
lativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados nesta Constituição;
Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos
termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais:
§ 4º A lei poderá instituir outras fontes destinadas a garantir a manutenção ou expansão da segu-
ridade social, obedecido o disposto no art. 154, I.

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b) Art. 150.

(...), é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: V - estabelecer limitações
ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de tributos interestaduais ou intermunicipais, ressalvada
a cobrança de pedágio pela utilização de vias conservadas pelo Poder Público;

c) CF, Art. 150.

§ 6º Qualquer subsídio ou isenção, redução de base de cálculo, concessão de crédito presumido,


anistia ou remissão, relativos a impostos, taxas ou contribuições, só poderá ser concedido me-
diante lei específica, federal, estadual ou municipal, que regule exclusivamente as matérias acima
enumeradas ou o correspondente tributo ou contribuição, sem prejuízo do disposto no art. 155, §
2º, XII, g.

d) Súm. 656 do STF

É inconstitucional a lei que estabelece alíquotas progressivas para o imposto de trans-


missão inter vivos de bens imóveis - ITBI com base no valor venal do imóvel.

e) A anterioridade tributária se aplica a criação ou incremento de tributos, e não em situações


em que se favorece o contribuinte.

Questão 2 (CESPE/2019/TCE-RO/PROCURADOR DO MINISTÉRIO PÚBLICO DE CONTAS)


Com referência às disposições constitucionais relativas às limitações ao direito de tributar e
à ordem econômica e financeira, assinale a opção correta.
a) A imunidade tributária recíproca dos entes políticos não alcança as entidades da adminis-
tração indireta.
b) Em regra, a União possui a prerrogativa de instituir isenções de tributos que não sejam de
sua competência.
c) No que se refere aos privilégios fiscais, as empresas públicas equiparam-se ao setor priva-
do, ainda que prestem serviço público.
d) O favorecimento a empresas de pequeno porte, nas condições estabelecidas pelo texto
constitucional, não ofende a isonomia tributária.
e) A exploração direta da atividade econômica pelo Estado é um princípio da ordem econômi-
ca e financeira que visa resguardar a soberania nacional.

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Letra d.
a) CF, Art. 150.

Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao
Distrito Federal e aos Municípios: (...) VI - instituir impostos sobre: c) patrimônio, renda ou serviços
dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das
instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei;

b) CF, Art. 151.

É vedado à União: III - instituir isenções de tributos da competência dos Estados, do Distrito Federal
ou dos Municípios.

c)

(...). 1. A imunidade tributária recíproca pode ser estendida a empresas públicas ou


sociedades de economia mista prestadoras de serviço público de cunho essencial e
exclusivo. Precedente: RE 253.472, Rel. Min. Marco Aurélio, Redator para o acórdão Min.
Joaquim Babosa, Pleno, DJe 1º.02.2011. (...). 4. A cobrança de tarifa, isoladamente con-
siderada, não possui aptidão para descaracterizar a regra imunizante prevista no art.
150, VI, “a”, da Constituição da República. Precedente: RE-AgR 482.814, de relatoria do
Ministro Ricardo Lewandowski, Segunda Turma, DJe 14.12.2011. [ACO 2.730 AgR, rel.
min. Edson Fachin, P, j. 24-3-2017, DJE 66 de 3-4-2017.]

d) Art. 170.

A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim
assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguin-
tes princípios: IX - tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte constituídas sob as
leis brasileiras e que tenham sua sede e administração no País

e) Art. 173.

Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade econômica


pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a re-
levante interesse coletivo, conforme definidos em lei.

Questão 3 (CESPE/2019/MPC-PA/PROCURADOR DE CONTAS) O presidente da República


editou medida provisória que previa que o recolhimento de contribuição previdenciária passa-
ria de trimestral para mensal, sem aumento dos valores globalmente devidos. A medida provi-

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sória foi publicada no Diário Oficial da União em 10/2/2019, com vigência imediata. Posterior-
mente, o Congresso Nacional modificou a medida provisória, prevendo o aumento da alíquota
da contribuição de 7% para 8%. A lei de conversão foi sancionada e publicada em 10/4/2019.
Considerando-se essa situação hipotética, é correto afirmar que o pagamento mensal e o
aumento de alíquota somente são exigíveis a partir de
a) maio de 2019 e julho de 2019, respectivamente.
b) fevereiro de 2019 e julho de 2019, respectivamente.
c) fevereiro de 2019 e janeiro de 2020, respectivamente.
d) julho de 2019.
e) fevereiro de 2019 e maio de 2019, respectivamente.

Letra b.

Súmula Vinculante n. 50 - Norma legal que altera o prazo de recolhimento de obrigação


tributária não se sujeita ao princípio da anterioridade.

Art. 195, § 6º, da CF - As contribuições sociais de que trata este artigo só poderão ser exigidas
após decorridos noventa dias da data da publicação da lei que as houver instituído ou modificado,
não se lhes aplicando o disposto no art. 150, III, “b”.

Questão 4 (VUNESP/2019/PREFEITURA DE CERQUILHO-SP/PROCURADOR JURÍDICO) O


Prefeito municipal de “C” resolve atualizar por decreto a planta genérica de valores do Muni-
cípio, de maneira a ajustar os valores utilizados como base para o cálculo do IPTU à realidade
de mercado do Município. Devido ao fato de a última atualização ter se dado há muitos anos,
a defasagem entre o valor venal dos imóveis e o valor destes atualizado pelo índice oficial de
inflação foi de cerca de 100% no período, o que gerou forte reação negativa da imprensa local.
De acordo com o Código Tributário Nacional e a jurisprudência do STF, assinale a alterna-
tiva correta.
a) Por se tratar de mera atualização da base de cálculo e não de sua majoração, prescinde de
lei formal a modificação realizada pelo Prefeito por meio de decreto.
b) A base de cálculo manteve-se inalterada após a publicação do decreto, considerando que
o próprio CTN fixa que a base do cálculo desse imposto é o valor de mercado do imóvel.

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c) Caso fosse estabelecida por meio de lei, a modificação não estaria sujeita a qualquer limi-
tação de índice, podendo inclusive superar ou ser inferior ao valor venal efetivo dos imóveis
indicado em estudo técnico do Poder Executivo.
d) É inconstitucional a majoração do IPTU sem edição de lei em sentido formal, vedada a
atualização, por ato do Executivo, em percentual superior aos índices oficiais.
e) Embora não seja possível a majoração do IPTU sem edição de lei em sentido formal, o Pre-
feito poderia ter alcançado o mesmo objetivo por meio da majoração por decreto das alíquo-
tas aplicáveis, conforme as características de cada imóvel.

Letra d.

Súmula 160 STJ - É defeso, ao município, atualizar o IPTU, mediante decreto, em percen-
tual superior ao índice oficial de correção monetária.

Questão 5 (VUNESP/2019/PREFEITURA DE VALINHOS-SP/PROCURADOR) Assinale a as-


sertiva que se encontra em consonância com Súmula Vinculante do Supremo Tribunal Fede-
ral em matéria tributária.
a) É inconstitucional a adoção, no cálculo do valor de taxa, de um ou mais elementos da base
de cálculo própria de determinado imposto, ainda que não haja integral identidade entre uma
base e outra.
b) É constitucional a incidência do Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza – ISS sobre
operações de locação de bens móveis.
c) O ICMS incide sobre alienação de salvados de sinistro pelas seguradoras.
d) O serviço de iluminação pública pode ser remunerado mediante taxa.
e) Norma legal que altera o prazo de recolhimento de obrigação tributária não se sujeita ao
princípio da anterioridade.

Letra e.

Súmula Vinculante 50, STF: Norma legal que altera o prazo de recolhimento de obrigação
tributária não se sujeita ao princípio da anterioridade.

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Questão 6 (BIG ADVICE/2017/PREFEITURA DE PARISI-SP/PROCURADOR JURÍDICO) A Cons-


tituição Federal impõe limites ao poder de tributar que advêm dos princípios constitucionais.
Nesse sentido, com relação a esses princípios:
 (  ) O Princípio da Irretroatividade Tributária consiste no mais importante limite aos go-
vernantes na atividade da tributação, pois é vedado aos entes da federação exigir ou
aumentar tributo sem previsão legal.
(  ) O Princípio da Anterioridade regula os efeitos da criação ou da majoração de tributo
no tempo.
 (  ) O Princípio da Isonomia Tributária consiste na regra da igualdade, ou seja, não poderá
haver instituição e cobrança de tributos de forma desigual entre contribuintes que se
encontram em condições de igualdade jurídica.
 (  ) O Princípio da não limitação do tráfego de pessoas e bens e a ressalva o pedágio deter-
mina que a imposição de um determinado tributo não pode ter consequência o desapa-
recimento total de um determinado bem.
Assinale a correta:
a) V, F, V, F.
b) F, F, V, V.
c) F, V, V, F.
d) V, V, F, V.
e) V, F, F, V.

Letra c.
(Falsa) A assertiva reflete o conceito do princípio da legalidade tributária.
(Verdadeira).
(Verdadeira).
(Falsa) A assertiva reflete o conceito da vedação ao efeito de confisco.

Questão 7 (CRESCER CONSULTORIAS/2019/PREFEITURA DE MONTE ALEGRE DO PIAUÍ/


ADVOGADO) Acerca dos princípios de direito tributário, marque a alternativa correta:

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I – Conforme o princípio da legalidade, todos os tributos devem ser criados por lei, exis-
tindo, todavia, tributos que podem ter suas alíquotas majoradas por ato do poder exe-
cutivo, a exemplo do ICMS-COMBUSTÍVEL.
II – Segundo a Constituição Federal, os impostos e taxas terão caráter pessoal e serão
graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte.
III – Viola o princípio da isonomia a isenção de IPTU exclusivamente em decorrência da
qualidade de servidor público do contribuinte.

a) Apenas o item I é o correto.


b) Apenas os Itens I e II são corretos.
c) Apenas os itens I e III são corretos.
d) Todos os itens estão corretos.

Letra c.
I – ENUNCIADO CERTO
CF, art. 155.

§ 4º Na hipótese do inciso XII, h [ICMS COMBUSTÍVEIS], observar-se-á o seguinte:


IV – as alíquotas do imposto serão definidas mediante deliberação dos Estados e Distrito Federal,
nos termos do § 2º, XII, g, [ISENÇÃO, BENEFÍCIOS E INCENTIVOS POR LEI COMPLEMENTAR] obser-
vando-se o seguinte: [...]

II – ENUNCIADO ERRADO
CF, art. 145.

§ 1º Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capaci-
dade econômica do contribuinte, facultado à administração tributária, especialmente para conferir
efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o
patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte.

III – ENUNCIADO CERTO


CF, art. 150.

Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao
Distrito Federal e aos Municípios:
II – instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente,
proibida qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou função por eles exercida, inde-
pendentemente da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos;

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Questão 8 (VUNESP/2019/CÂMARA DE SERTÃOZINHO-SP/PROCURADOR JURÍDICO LE-


GISLATIVO) A Câmara Municipal aprova, em novembro de 2017, projeto de lei modernizando a
legislação tributária municipal. Dentre as novas disposições, é aprovada norma que estabele-
ce nova hipótese de decadência, consistente na extinção do crédito tributário por transcurso
do prazo para apreciação de recurso administrativo fiscal. A lei entrou em vigor em janeiro de
2018. Considerando as disposições constitucionais que tratam do Sistema Tributário Nacio-
nal, é correto afirmar que essa norma
a) é constitucional, porque a nova hipótese de decadência foi instituída por lei, com observân-
cia do princípio da legalidade tributária.
b) é inconstitucional, pois somente lei complementar federal pode dispor sobre normas gerais
em matéria tributária.
c) é constitucional, porque entrou em vigor no exercício financeiro seguinte em que foi publi-
cada a lei.
d) é inconstitucional, porque não observou o prazo mínimo de noventa dias da data da publi-
cação para entrar em vigor.
e) é inconstitucional, porque cria situação desigual entre os contribuintes, apesar de observar
o princípio da legalidade tributária.

Letra b.
CF/88

Art. 146. Cabe à lei complementar:


II – estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, especialmente sobre:
b) obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência tributários.

Questão 9 (VUNESP/2018/PREFEITURA DE PONTAL-SP/PROCURADOR) Sem prejuízo de


outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Fe-
deral e aos Municípios
a) instituir impostos sobre fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no Brasil,
contendo obras musicais ou literomusicais de autores brasileiros, inclusive na etapa de repli-
cação industrial de mídias ópticas de leitura a laser.

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b) cobrar tributos em relação a fatos geradores ocorridos depois do início da vigência da lei
que os houver instituído ou aumentado.
c) estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens por meio de tributos interestaduais
ou intermunicipais, ressalvada a cobrança de pedágio pela utilização de vias conservadas
pelo poder público.
d) instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equiva-
lente, permitida a distinção em razão de ocupação profissional ou função por eles exercida,
independentemente da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos.
e) cobrar tributos antes de decorridos cento e vinte dias da data em que haja sido publicada a
lei que os instituiu ou aumentou, observado o mesmo exercício financeiro.

letra c.
CF, Art. 150.

Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao
Distrito Federal e aos Municípios:
V – estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de tributos interestaduais
ou intermunicipais, ressalvada a cobrança de pedágio pela utilização de vias conservadas pelo
Poder Público;

Questão 10 (VUNESP/2019/PREFEITURA DE ARUJÁ-SP/ADVOGADO) Determinado muni-


cípio brasileiro pretende, em respeito à Constituição, instituir regime próprio de previdência
para os seus servidores, de caráter solidário e contributivo. A esse respeito, e considerando
as regras e princípios vigentes no Brasil em matéria de direito tributário, é correto afirmar que
a) a criação ou a majoração de eventual alíquota de contribuição a ser cobrada dos servidores
municipais deverá respeitar à chamada anterioridade nonagesimal.
b) por se tratar de regime próprio de previdência, a majoração das alíquotas de contribuição
do servidor e patronal poderá ser realizada por mero decreto.
c) a alíquota a ser cobrada dos servidores públicos municipais não será inferior à da contribui-
ção dos titulares de cargos efetivos do estado em que o território do município esteja inserido.
d) não terá caráter de tributo a cobrança de contribuição por parte dos servidores municipais
para custeio do regime próprio, por se referir a contribuição ao custeio de suas próprias apo-
sentadorias futuras.

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e) carece o município de competência constitucional para legislar a respeito da previdência


social dos seus servidores, inclusive quanto ao estabelecimento de alíquotas de contribuição
do servidor e patronal.

Letra a.
Letra A: Art. 149, caput, §1º c/c art. 195, §6º, CRFB/88.
Letra B: Incorreta: art. 149, caput, §1º c/c art. 146, III c/c art. 150, I, CRFB/88.
Letra C: Incorreta: art. 149, §1º, parte final, CRFB/88.
Letra D: Incorreta: tem, sim, natureza tributária e é permitida pelo art. 149, §1º, CRFB/88.
Letra E: Incorreta: Art. 149, §1º, CRFB.

Questão 11 (VUNESP/2019/PREFEITURA DE ARUJÁ-SP/ADVOGADO) Visando o desenvolvi-


mento de determinada região do país, a União Federal decide estabelecer regime fiscal espe-
cífico, contemplando a isenção de impostos federais, estaduais e municipais para as empre-
sas que se instalarem naquela região e empregarem mais de dez empregados.
A respeito da situação hipotética descrita, é correto afirmar que
a) a Constituição autoriza à União, no interesse da redução das desigualdades regionais, es-
tabelecer isenções, ainda que de impostos atribuídos a outras esferas da federação, não ha-
vendo inconstitucionalidade na decisão.
b) a concessão de isenções pela União com o objetivo de redução de desigualdades regionais
é inconstitucional, porém, seria constitucional o atingimento dos mesmos objetivos pelos
estados, por meio de tributo que estabelecesse diferença entre bens em razão de sua proce-
dência ou destino.
c) caso implementada, a medida configuraria hipótese de imunidade recíproca, por implicar
na não incidência tributária qualificada, estabelecida por um ente federal em relação ao tribu-
to cobrado por outro ente.
d) embora seja vedado à União instituir tributo que não seja uniforme no território nacional,
assim como instituir isenções de tributos da competência de outros entes federais, é admi-
tida a concessão de incentivos destinados a promover o equilíbrio socioeconômico entre as
regiões do país.

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e) não é o poder público autorizado a interferir nas relações econômicas por meios tributários,
motivo pelo qual o objetivo almejado pela União deverá ser implementado por intermédio de
outros instrumentos, cabendo aos tributos apenas a função arrecadatória.

Letra d.
CF, Art. 151.

É vedado à União:
I – instituir tributo que não seja uniforme em todo o território nacional ou que implique distinção
ou preferência em relação a Estado, ao Distrito Federal ou a Município, em detrimento de outro,
admitida a concessão de incentivos fiscais destinados a promover o equilíbrio do desenvolvimento
socioeconômico entre as diferentes regiões do País;

Questão 12 (PLANEXCON/2018/CÂMARA DE BOFETE-SP/PROCURADOR JURÍDICO) No que


concerne a limitação constitucional ao poder de tributar, assinale a alternativa correta:
a) Os empréstimos compulsórios para atendimento de despesas extraordinárias, decorrentes
de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência, se sujeitam ao princípio da ante-
rioridade tributária.
b) À União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios é defeso a instituição de imposto
sobre patrimônio, renda ou serviços uns dos outros, regra esta extensiva às autarquias e às
fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público.
c) O imposto de importação se sujeita ao princípio da anterioridade anual e nonagesimal.
d) É vedado aos Municípios estabelecer diferença tributária entre bens e serviços, de qualquer
natureza, exceto em razão de sua procedência ou destino.
e) Pelo princípio da anterioridade fica vedada a cobrança de tributos em relação a fatos ge-
radores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver instituído ou aumentado.

Letra b.
CF. Art. 150.

Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao
Distrito Federal e aos Municípios: VI - instituir impostos sobre: a) patrimônio, renda ou serviços,
uns dos outros;

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§ 2º A vedação do inciso VI, “a”, é extensiva às autarquias e às fundações instituídas e mantidas


pelo Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados a suas fina-
lidades essenciais ou às delas decorrentes.

Incorreta: alternativa A - O empréstimo compulsório, nos casos de calamidade pública e guer-


ra externa, não exige a observância dos princípios da anterioridade e nonagesimal.
Incorreta a alternativa C - O imposto de importação (II) não se sujeita ao princípio da anterio-
ridade anual e nonagesimal.
Incorreta a alternativa D - CF. Art. 152.

É vedado aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios estabelecer diferença tributária entre
bens e serviços, de qualquer natureza, em razão de sua procedência ou destino.

Incorreta a alternativa E - A assertiva versa acerca do princípio da irretroatividade tributária, e


não sobre o princípio da anterioridade. Cuidado para não confundir.

Questão 13 (CESPE/2019/TJ-SC/JUIZ SUBSTITUTO) Determinada lei tributária prevê o valor


do teto para a cobrança de uma taxa de fiscalização, permitindo que ato do Poder Executivo
fixe o valor específico do tributo e autorizando o ministro da Economia a corrigir monetaria-
mente, a partir de critérios próprios, esse valor.
A respeito dessa lei hipotética, considerando-se a jurisprudência do STF acerca do princípio
da legalidade tributária, é correto afirmar que
a) a delegação do ato infralegal para a fixação do valor da taxa ou determinação dos critérios
para a sua correção é inconstitucional.
b) os índices de correção monetária da taxa podem ser atualizados por ato do Poder Executi-
vo, ainda que em percentual superior aos índices de correção monetária legalmente previstos.
c) a fixação do valor da taxa por ato normativo infralegal, se em proporção razoável com os
custos da atuação estatal, é permitida, devendo sua correção monetária ser atualizada em
percentual não superior aos índices legalmente previstos.
d) o Poder Executivo tem permissão legal para fixar discricionariamente o valor da correção
monetária da referida taxa, independentemente de previsão legal de índice de correção.
e) a fixação, em atos infralegais, de critérios para a correção monetária de taxas é inconstitu-
cional, independentemente de observar expressa previsão legal.

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Letra c.

Não viola a legalidade tributária a lei que, prescrevendo o teto, possibilita o ato norma-
tivo infralegal fixar o valor de taxa em proporção razoável com os custos da atuação
estatal, valor esse que não pode ser atualizado por ato do próprio conselho de fiscali-
zação em percentual superior aos índices de correção monetária legalmente previstos.
STF. Plenário. RE 838284/SC, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 19/10/2016 (repercussão
geral) (Info 842 e 844).

Questão 14 (FCC/2019/DPE-SP/DEFENSOR PÚBLICO) Acerca do regime dos princípios tri-


butários, considere as assertivas abaixo:
I – o princípio da capacidade contributiva autoriza a graduação dos impostos de caráter
pessoal, segundo a capacidade econômica do contribuinte.
II – o princípio da igualdade tributária, que se encontra expressamente previsto na Consti-
tuição Federal de 1988, permite ao legislador ordinário estabelecer critérios de diferen-
ciação entre contribuintes, com a finalidade de promover a igualdade material.
III – o princípio da anterioridade da lei tributária, implícito na Constituição Federal de 1988,
veda a cobrança de tributos cujos fatos geradores ocorreram antes do início da vigên-
cia da lei que os criou ou aumentou.
IV – o princípio do não confisco, implícito no texto constitucional, veda o emprego da tribu-
tação com finalidade extrafiscal.

Está correto o que se afirma APENAS em:


a) I e II.
b) I e III.
c) I e IV.
d) III e IV.
e) II e III.

Letra a.
I - Correto. Art. 145, §1º da CF:

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Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacida-
de econômica do contribuinte, facultado à administração tributária, especialmente para conferir
efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o
patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte

II - Correto. O princípio da isonomia tributária encontra-se expressamente previsto no art.


150, II, da CF. Para atingir a igualdade material, o ente tributante pode adotar medidas positi-
vas discriminatórias.
III - Errado. O princípio da anterioridade da lei tributária é explícito na CF (art. 150, III, a). Além
disso, a assertiva trata do princípio da irretroatividade.
IV - Errado. O princípio do não confisco é explícito no texto constitucional, não havendo qual-
quer impeditivo de utilizar a tributação com fins extrafiscais.

Questão 15 (FCC/2018/PREFEITURA DE CARUARU-PE/PROCURADOR DO MUNICÍPIO) Con-


forme dispõe a Constituição Federal, é correto afirmar que, de acordo com a
a) irretroatividade, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios aplicar
anistia a multas tributárias definitivamente constituídas.
b) imunidade recíproca, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios
cobrar taxas e contribuições uns dos outros e impostos federais dos entes subnacionais.
c) capacidade contributiva, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municí-
pios cobrar tributos não progressivos.
d) legalidade tributária, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios
cobrar tributos com base em lei que contenha conceitos indeterminados.
e) anterioridade nonagesimal, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Muni-
cípios cobrar tributos antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a
lei que os instituiu ou majorou.

Letra e.
a) Art. 150.

Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao
Distrito Federal e aos Municípios: III - cobrar tributos: a) em relação a fatos geradores ocorridos
antes do início da vigência da lei que os houver instituído ou aumentado;

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b) Art. 150.

Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao
Distrito Federal e aos Municípios: VI - instituir impostos sobre: a) patrimônio, renda ou serviços,
uns dos outros;

c) Não há essa vedação constitucional.


d) Art. 150.

Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao
Distrito Federal e aos Municípios: I - exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça;

e) Correta. Art. 150.

Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao
Distrito Federal e aos Municípios: III - cobrar tributos: c) antes de decorridos noventa dias da data
em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou, observado o disposto na alínea b;

Questão 16 (VUNESP/2018/TJ-SP/JUIZ SUBSTITUTO) Com relação à competência tributá-


ria e aos princípios e limitações constitucionais ao poder de tributar, é correto afirmar:
a) a Constituição prevê a progressividade não só para o Imposto de Renda mas também para
o Imposto Territorial Rural e para o Imposto sobre a Propriedade Territorial Urbana, e, com
relação a estes, acrescentou previsão de confisco na hipótese de não cumprimento da função
social da propriedade.
b) o Supremo Tribunal Federal tem adotado entendimento no sentido de que, embora o confis-
co seja conceito jurídico indeterminado, o princípio da vedação do confisco deve ser utilizado
para limitar o percentual de multa imposta ao contribuinte.
c) a competência tributária, nela compreendidas a competência legislativa para instituir e ma-
jorar tributos e a competência para fiscalizá-los e arrecadá-los, é indelegável, não recebidas
pela atual Constituição as normas que dispunham em sentido contrário.
d) o princípio da anterioridade, tal como previsto no texto constitucional vigente, impede que
qualquer imposto seja cobrado no mesmo exercício em que haja sido publicada a lei que o
instituiu ou aumentou e antes de decorridos noventa dias da data daquela publicação.

Letra b.

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a) Errada. O descumprimento da função social do imóvel urbano é sancionado pela Constitui-


ção, mas não por meio de confisco, tratando-se de uma desapropriação (art. 182, §4º, III, CF).
b) Correta. STF entende inconstitucional a multa que supere 100% o valor do tributo devido,
por violação ao princípio do não confisco (STF. 1ª Turma. RE 833.106/GO, rel. Min. Marco Au-
rélio, j. 25.11.2014).
c) Errada. A competência para fiscalização e arrecadação de tributos é chamada de capacida-
de tributária, e ela, diferente da competência tributária, é delegável (art. 7º, CTN).
d) Errada. O princípio se aplica a tributos em geral, e não apenas aos impostos (art. 150, III, ‘b’
e ‘c’), havendo diversas exceções.

Questão 17 (FEPESE/2018/PGE-SC/PROCURADOR DO ESTADO) A respeito das limitações


constitucionais do poder de tributar, assinale a alternativa correta.
a) É constitucionalmente proibida a instituição de impostos e de taxas sobre livros, jornais,
periódicos e o papel destinado a sua impressão.
b) A imunidade recíproca é extensiva às autarquias e fundações instituídas e mantidas pelo
Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados a suas fina-
lidades essenciais ou às delas decorrentes.
c) A vedação de cobrar tributos antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido
publicada a lei que os instituiu ou aumentou não se aplica ao Imposto sobre Produtos In-
dustrializados.
d) Norma legal que modifica o prazo de recolhimento da obrigação tributária sujeita-se ao
princípio da anterioridade.
e) A imunidade do patrimônio, da renda ou dos serviços das instituições de educação e assis-
tência social, sem fins lucrativos, é chamada autoaplicável, porque independe do atendimento
de requisitos legais.

Letra b.
a) Incorreta. A imunidade é para os impostos, e não para outras espécies tributárias, como é
o caso das taxas.
b) Correta. CF, Art. 150

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§ 2º - A vedação do inciso VI, “a”, é extensiva às autarquias e às fundações instituídas e mantidas


pelo Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados a suas fina-
lidades essenciais ou às delas decorrentes.

c) Incorreta. Aplica-se ao IPI à noventena; não se aplica o princípio da anterioridade de exer-


cício.
d) Incorreta. Não há sujeição ao princípio da anterioridade, conforme entendimento do STF.
e) Incorreta. A CF determina que sejam atendidos os requisitos legais.

Questão 18 (CESPE/2018/POLÍCIA FEDERAL/DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL) A empresa


XZY Ltda., contribuinte do ICMS, pagava mensalmente esse tributo a determinado estado da
Federação, no dia 15 de cada mês. No dia 30/6/2017, esse estado editou ato normativo que
alterava a data do pagamento do referido tributo para o dia 10 de cada mês, entrando tal ato
em vigor no dia 1º/7/2017. Sem saber da alteração, a empresa XZY Ltda. pagou o tributo no
dia 15/7/2017, o que acarretou multa e juros de mora pelo pagamento com atraso.
Nessa situação hipotética.
A antecipação do prazo para o pagamento do ICMS só poderia ter sido feita por lei e somente
poderia ter entrado em vigor no exercício financeiro seguinte.

Errado.

Súmula Vinculante 50. Norma legal que altera o prazo de recolhimento de obrigação tri-
butária não se sujeita ao princípio da anterioridade.

Questão 19 (FCC/2018/CÂMARA LEGISLATIVA DO DISTRITO FEDERAL/PROCURADOR LE-


GISLATIVO) De acordo com a Constituição Federal, não está sujeita ao princípio constitucio-
nal da anterioridade nonagesimal (noventena), a fixação da base de cálculo dos seguintes
tributos de competência do Distrito Federal:
a) ISSQN e ICMS.
b) taxa pela prestação de serviços e taxa pelo exercício do poder de polícia.
c) IPVA e IPTU.
d) ITCD e ITBI.

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e) contribuição de melhoria e empréstimo compulsório.

Letra c.
Exceções ao Princípio da Anterioridade:
a. II, IE, IPI, IOF;
b. IEG;
c. Empréstimos compulsórios;
d. CIDE e ICMS combustível;
e. Contribuição para seguridade social.
Exceções ao Princípio nonagesimal:
a. II, IE, IOF;
b. IEG;
c. Empréstimos compulsórios
d. IR;
e. Base de cálculo do IPTU e IPVA.

Questão 20 (VUNESP/2018/PREFEITURA DE SOROCABA-SP/PROCURADOR DO MUNICÍPIO)


Segundo a Constituição Federal, cabe à lei complementar
a) regular as limitações constitucionais ao poder de tributar.
b) instituir impostos extraordinários em caso de iminência de guerra externa.
c) instituir isenções de tributos da competência dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios.
d) estabelecer normas específicas em matéria de legislação tributária, as quais deverão ser
observadas pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios.
e) dispor sobre conflitos internacionais de competência, em matéria tributária, entre a Repú-
blica Federativa do Brasil e os Estados estrangeiros.

Letra a.
a) Art. 146. “Cabe à LC: II - regular as limitações constitucionais ao poder de tributar; ”
b) Art. 154.

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A União poderá instituir: II - na iminência ou no caso de guerra externa, impostos extraordinários,


compreendidos ou não em sua competência tributária, os quais serão suprimidos, gradativamente,
cessadas as causas de sua criação.

c) Art. 151. “É vedado à União: III - instituir isenções de tributos da competência dos Estados,
do DF ou dos Municípios. ”
d) Art. 146. “Cabe à LC: III - estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária,
especialmente sobre: ”
e) Art. 146. “Cabe à LC: I - dispor sobre conflitos de competência, em matéria tributária, entre
a União, os Estados, o DF e os Municípios; ”

Questão 21 (VUNESP/2018/PREFEITURA DE SOROCABA-SP/PROCURADOR DO MUNICÍPIO)


Caso venha a ser aprovada lei municipal estabelecendo a cobrança de taxa sobre fatos ge-
radores ocorridos em até 90 (noventa) dias anteriormente à vigência dessa lei, desde que no
mesmo exercício de sua entrada em vigor, tal lei será
a) constitucional, pois o princípio da anterioridade nonagesimal desautoriza apenas a co-
brança de tributos sobre fatos geradores ocorridos há mais de 90 (noventa) dias da entrada
em vigor da lei.
b) inconstitucional, pois o princípio da irretroatividade terá sido violado ao se permitir a cobran-
ça de tributo no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que o instituiu.
c) constitucional, pois o princípio da legalidade estrita terá sido integralmente respeitado pela
aprovação da lei municipal, considerando a distribuição constitucional de competência exclu-
siva aos municípios para a cobrança de taxas.
d) inconstitucional, pois o princípio da legalidade desautoriza a cobrança de tributos sobre
fatos geradores ocorridos antes de decorridos 90 (noventa) dias da data em que haja sido
publicada a lei que os instituiu.
e) inconstitucional, pois o princípio da irretroatividade em matéria tributária veda a cobrança
de tributos em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os
houver instituído.

Letra e.
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Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao
DF e aos Municípios:
III – cobrar tributos:
a) em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver instituído
ou aumentado;
b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou;
c) antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou
aumentou, observado o disposto na alínea b;

Questão 22 (CONSULPLAN/2018/TJ-MG/JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO) Assinale a alter-


nativa que retrata a jurisprudência consolidada nos Tribunais Superiores.
a) O serviço de iluminação pública pode ser remunerado mediante taxa.
b) Norma legal que altera o prazo de recolhimento de obrigação tributária não se sujeita ao
princípio da anterioridade.
c) É constitucional a incidência do Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN)
sobre operações de locação de bens móveis.
d) No tocante à base de cálculo, o ISSQN incide apenas sobre a taxa de agenciamento quando
o serviço prestado por sociedade empresária de trabalho temporário for de intermediação,
não podendo englobar os valores dos salários e encargos sociais dos trabalhadores por ela
contratados, independentemente do fornecimento de mão de obra.

Letra b.
a) Enunciado 41 da súmula vinculante:

O serviço de iluminação pública não pode ser remunerado mediante taxa.

b) Enunciado 50 da súmula vinculante:

Norma legal que altera o prazo de recolhimento de obrigação tributária não se sujeita ao
princípio da anterioridade.

c) Enunciado 31 da súmula vinculante:

É inconstitucional a incidência do Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza – ISS


sobre operações de locação de bens móveis.

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d) Enunciado 524 da súmula do STJ:

No tocante à base de cálculo, o ISSQN incide apenas sobre a taxa de agenciamento


quando o serviço prestado por sociedade empresária de trabalho temporário for de
intermediação, devendo, entretanto, englobar também os valores dos salários e encar-
gos sociais dos trabalhadores por ela contratados nas hipóteses de fornecimento de
mão de obra.

Questão 23 (FGV/2018/AL-RO/ADVOGADO) A União, desejando implementar política públi-


ca de fomento ao povoamento do interior do país, concedeu isenção de IPTU no território de
alguns Municípios pouco populosos situados no Estado X.
Diante desse cenário, assinale a afirmativa correta.
a) A União pode conceder tal isenção, por ser ela a principal responsável pela promoção das
políticas de redução das desigualdades regionais, objetivo fundamental da República.
b) A União pode conceder tal isenção, desde que compense os Municípios afetados mediante
transferências voluntárias.
c) A União pode conceder tal isenção, desde que por meio de resolução do Senado Federal
aprovada por maioria absoluta dos senadores.
d) O Estado ABC, e não a União, é o ente federado competente para conceder tais isenções
relativas a tributo de competência dos Municípios situados no território estadual.
e) A União não pode conceder tal isenção, por violar a autonomia municipal.

Letra e.
Vedação à isenção heterônoma, CF, art. 151, III:

É vedado à União “instituir isenções de tributos da competência dos Estados, do Distrito Federal
ou dos Municípios’’. Nesse sentido, mutatis mutandi, também não podem os Estados conceder
isenção de tributos municipais.

Questão 24 (UEG/2018/PC-GO/DELEGADO DE POLÍCIA) O sistema tributário nacional é in-


tegrado por um conjunto de princípios e regras que limitam o exercício do poder de tributar do
Estado. Acerca do exercício da competência tributária verifica-se que

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a) a anterioridade aplicável ao direito penal tem igual aplicação na seara tributária, sendo veda-
da qualquer alteração na legislação tributária, ainda que não corresponda a aumento do tributo.
b) é vedada a cobrança de tributos antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido
publicada lei que os instituiu, aumentou ou reduziu.
c) a imunidade religiosa é consectária da garantia fundamental da liberdade religiosa, que tem
alcance além do templo religioso.
d) a vedação do não-confisco ao Estado, no exercício de seu poder de tributar, limita a perda
de bens no âmbito criminal.
e) as regras de imunidade tributária devem ser interpretadas restritivamente, na medida em
que correspondem a benefícios fiscais aos contribuintes.

Letra c.
a) Súmula Vinculante 50:

Norma legal que altera o prazo de recolhimento de obrigação tributária não se sujeita ao
princípio da anterioridade.

b) a vedação não se aplica contra o contribuinte, de modo que a redução do tributo não ob-
serva o princípio da anterioridade.
c) correta. Esse é o valor constitucional que a imunidade preserva e enaltece.
d) a vedação não tem aplicabilidade no âmbito penal, é uma vedação à tributação.
e) CTN. Art. 111. “Interpreta-se literalmente a legislação tributária que disponha sobre: II -
outorga de isenção; ”

Questão 25 (UEG/2018/PC-GO/DELEGADO DE POLÍCIA) O princípio da legalidade, que está


a indicar no direito penal que não há sanção criminal sem a devida tipificação penal, se mani-
festa também nas relações jurídicas tributárias. Acerca da aplicação do princípio da legalida-
de tributária, tem-se o seguinte:
a) É direito fundamental do contribuinte que a exação tributária, como sanção pecuniária de
ato ilícito tributário, encontre-se prevista em lei específica.

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b) A Constituição Federal, ao tratar da legalidade em matéria tributária no art.150, I, é redun-


dante, dado que já é prevista a legalidade no art.5º, II, no capítulo dos Direitos Fundamentais.
c) A obrigação tributária acessória, melhor denominada como dever instrumental, demanda
fixação em lei na medida em que corresponde a ônus ao contribuinte.
d) O Código Tributário Nacional, ao dispor sobre a aplicação do princípio da legalidade tributá-
ria, prescinde sua observância na atualização do valor monetário da base de cálculo do tributo.
e) Com origem na Magna Carta de 1215, quando desde então vigorava “no taxation without
representation”, é direito fundamental do contribuinte, previsto no art.150, I, da Constituição
de 1988, que não encontra mitigação na ordem tributária brasileira.

Letra d.
CTN. Art. 97. Somente a lei pode estabelecer:

[...]
§ 2º Não constitui majoração de tributo, para os fins do disposto no inciso II deste artigo, a atuali-
zação do valor monetário da respectiva base de cálculo.

Questão 26 (CESPE/2018/EMAP/ANALISTA PORTUÁRIO/ÁREA JURÍDICA) Julgue o próximo


item, relativo ao Sistema Tributário Nacional.
O princípio da carência tributária proíbe a União, os estados, o Distrito Federal e os municípios
de cobrar tributos antes de transcorridos noventa dias da data da publicação da lei que os
instituir ou aumentar.

Certo.
Atenção para o termo cobrado pela banca Cespe. O enunciado se refere ao princípio da no-
ventena, que é expressão do princípio da anterioridade, também conhecido como princípio da
eficácia diferida.

Questão 27 (TRF-3ª REGIÃO/2018/JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO) Considerando que dentre


as limitações constitucionais ao poder de tributar insere-se a vedação ao uso do tributo com
efeito de confisco, indique qual a afirmação CORRETA:

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a) O Poder Executivo pode criar multas em percentuais que excedam o valor do tributo cobra-
do, visto que a imposição de multa tem o duplo objetivo de educar o contribuinte e de ressarcir
o Poder Público.
b) A multa correspondente a 90% do valor do tributo devido não tem caráter confiscatório.
c) A falta de atualização monetária da tabela de incidência do imposto de renda na fonte sobre
os salários tem natureza de confisco.
d) É possível a cobrança de multa confiscatória desde que observado o princípio da praticida-
de da arrecadação e da prevalência do interesse público sobre o privado.

Letra b.
a) incorreta. O STF tem entendido no sentido de que a multa que ultrapasse o valor do tributo
devido violará o princípio do não confisco. (STF. 2ª Turma. RE 754.554/GO, rel. Min. Celso de
Mello, j. 21.08.2013; STF. 1ª Turma. RE 833.106/GO, rel. Min. Marco Aurélio, j. 02.10.2014)
b) correta. A multa de 90% do valor do tributo devido não tem caráter confiscatório.
c) incorreta. A vedação constitucional de tributo confiscatório e a necessidade de se observar
o princípio da capacidade contributiva são questões cuja análise dependem da situação indi-
vidual do contribuinte, principalmente em razão da possibilidade de se proceder a deduções
fiscais, como se dá no imposto sobre a renda. Precedentes. [...] (STF. Plenário. RE 388.312/
MG, rel. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Cármen Lúcia, j. 01.08.2011)
d) incorreta. O STF tem entendimento consolidado no sentido de que à multa tributária tam-
bém se aplica o princípio do não confisco (STF. Plenário. ADI 551/RJ, rel. Min. Ilmar Galvão, j.
24.10.2002).

Questão 28 (FCC/2018/SABESP/ADVOGADO) Com relação às limitações ao Poder de Tributar,


a) subsídios, isenções e redução de base de cálculo relativos a impostos, taxas ou contribui-
ções, poderão, em regra, ser concedidos mediante lei genérica, não sendo exigível lei especí-
fica que regule exclusivamente tais matérias.
b) a vedação à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios de instituir impostos
sobre o patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros é extensiva às autarquias.
c) é lícito à União tributar a renda das obrigações da dívida pública dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios.

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d) é lícito à União instituir isenções de tributos da competência dos Estados, do Distrito Fe-
deral ou dos Municípios.
e) é lícito à União instituir tributo que não seja uniforme em todo o território nacional, vedada
a concessão de incentivos fiscais de qualquer natureza.

Letra b.
a) Errada. CF, Art. 150:

§ 6º Qualquer subsídio ou isenção, redução de base de cálculo, concessão de crédito presumido,


anistia ou remissão, relativos a impostos, taxas ou contribuições, só poderá ser concedido mediante
lei específica, federal, estadual ou municipal, que regule exclusivamente as matérias acima enume-
radas ou o correspondente tributo ou contribuição, sem prejuízo do disposto no art. 155, § 2º, XII, g.

b) Correta. CF, Art. 150.

Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao
Distrito Federal e aos Municípios:
[...]
VI – instituir impostos sobre:
a)patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros;
[...]
§ 2º A vedação do inciso VI, “a”, é extensiva às autarquias e às fundações instituídas e mantidas
pelo Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados a suas fina-
lidades essenciais ou às delas decorrentes.

c,d,e) Incorretas.

Art. 151. É vedado à União:


I – instituir tributo que não seja uniforme em todo o território nacional ou que implique distinção
ou preferência em relação a Estado, ao Distrito Federal ou a Município, em detrimento de outro,
admitida a concessão de incentivos fiscais destinados a promover o equilíbrio do desenvolvimento
socioeconômico entre as diferentes regiões do País;
II – tributar a renda das obrigações da dívida pública dos Estados, do Distrito Federal e dos Mu-
nicípios, bem como a remuneração e os proventos dos respectivos agentes públicos, em níveis
superiores aos que fixar para suas obrigações e para seus agentes;
III – instituir isenções de tributos da competência dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios.

Questão 29 (VUNESP/2017/CÂMARA DE BARRETOS-SP/ADVOGADO) Sem prejuízo de ou-


tras garantias asseguradas ao contribuinte, é

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a) permitido à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios instituir tratamento
desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente, proibida qualquer
distinção em razão de ocupação profissional ou função por eles exercida, independentemente
da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos.
b) vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios estabelecer limitações
ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de tributos interestaduais ou intermunicipais, ressal-
vada a cobrança de pedágio pela utilização de vias conservadas pelo Poder Público.
c) permitido à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios cobrar tributos em
relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver insti-
tuído ou aumentado.
d) vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios instituir tributo que não
seja uniforme em todo o território nacional ou que implique distinção ou preferência em re-
lação a Estado, ao Distrito Federal ou a Município, em detrimento de outro, não admitida a
concessão de incentivos fiscais destinados a promover o equilíbrio do desenvolvimento so-
cioeconômico entre as diferentes regiões do País.
e) permitido à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios instituir impostos so-
bre fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no Brasil contendo obras musicais
ou literomusicais de autores brasileiros e/ou obras em geral interpretadas por artistas brasi-
leiros bem como os suportes materiais ou arquivos digitais que os contenham, salvo na etapa
de replicação industrial de mídias ópticas de leitura a laser.

Letra b.
a) Errada. CF, Art. 150.

Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao
Distrito Federal e aos Municípios: II - instituir tratamento desigual entre contribuintes que se en-
contrem em situação equivalente, proibida qualquer distinção em razão de ocupação profissional
ou função por eles exercida, independentemente da denominação jurídica dos rendimentos, títulos
ou direitos;

b) Correta. CF, Art. 150, V:

Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado a União, aos Estados, ao
Distrito Federal e aos Municípios: V- estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por

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meio de tributos interestaduais ou intermunicipais, ressalvada a cobrança de pedágio pela utiliza-


ção de vias conservadas pelo Poder Público.

c) Errada. CF, Art. 150.

Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao
Distrito Federal e aos Municípios: III - Cobrar tributos: a) em relação a fatos geradores ocorridos
antes do início da vigência da lei que os houver instituído ou aumentado;

d) Errada. CF, Art. 151.

É vedado à União: I - instituir tributo que não seja uniforme em todo o território nacional ou que
implique distinção ou preferência em relação a Estado, ao Distrito Federal ou a Município, em detri-
mento de outro, admitida a concessão de incentivos fiscais destinados a promover o equilíbrio do
desenvolvimento socioeconômico entre as diferentes regiões do País”

e) Errada. CF, Art. 150.

Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados,
ao Distrito Federal e aos Municípios: e) fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no
Brasil contendo obras musicais ou literomusicais de autores brasileiros e/ou obras em geral in-
terpretadas por artistas brasileiros bem como os suportes materiais ou arquivos digitais que os
contenham, salvo na etapa de replicação industrial de mídias ópticas de leitura a laser. (Incluída
pela EC n. 75)

Questão 30 (FUNDEP/2018/MPE-MG/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO) Consoante o


artigo 150 da CR/88, sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado
à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, EXCETO:
a) estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens por meio de tributos interestaduais
ou intermunicipais, ressalvada a cobrança de pedágio pela utilização de vias conservadas
pelo poder público.
b) instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalen-
te, proibida qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou função por eles exerci-
da, independentemente da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos.
c) exigir, aumentar ou diminuir tributo sem lei que o estabeleça.
d) utilizar tributo com efeito de confisco.

Letra c.

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CF/88.

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
I – exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça;
II – instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente,
proibida qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou função por eles exercida, inde-
pendentemente da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos;
IV – utilizar tributo com efeito de confisco;
V – estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de tributos interestaduais
ou intermunicipais, ressalvada a cobrança de pedágio pela utilização de vias conservadas pelo
Poder Público;

Questão 31 (CESGRANRIO/2018/TRANSPETRO/ADVOGADO JÚNIOR) Em 15 de dezembro


de 2016, a União publicou decreto aumentando a alíquota do IPI incidente sobre geladeiras.
O novo percentual observou os limites legais previamente estabelecidos. Tal Lei passou a
vigorar a partir de sua data de publicação. X, empresário do setor afetado pela medida, entra
em contato com o departamento jurídico de sua empresa para obter informações sobre a
adequação da decisão adotada pelo governo.
O departamento jurídico da empresa, em consonância com a legislação vigente, informa a X
que há violação do princípio da(do)
a) anterioridade tributária anual
b) anterioridade nonagesimal
c) legalidade
d) irretroatividade da lei tributária
e) não confisco

Letra b.
a) Errada. O IPI não se sujeita à anterioridade anual, podendo ser cobrado no mesmo exercício
financeiro em que instituído.
b) Correta. O IPI não é exceção ao princípio da anterioridade nonagesimal.
c) Errada. A CF permite que o Executivo altere, mediante decreto, as alíquotas dos Impostos
sobre Importação, Exportação, Produtos Industrializados e Operações Financeiras.

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d) Errada. A irretroatividade da lei tributária é princípio que não é excepcionado no texto cons-
titucional.
e) Errada. O IPI se sujeita ao princípio do não confisco. Em verdade, o não confisco é um man-
damento direcionado à tributação, e não apenas a um ou outro tributo.

Questão 32 (CESPE/2018/STJ/ANALISTA JUDICIÁRIO/JUDICIÁRIA) À luz da jurisprudência


majoritária e atual dos tribunais superiores e da doutrina acerca dos princípios constitucio-
nais tributários, do indébito tributário, do crédito tributário e do poder de tributar, julgue o
item seguinte.
De acordo com o Supremo Tribunal Federal, a norma legal que altera o prazo de recolhimento
da obrigação tributária deve observar o princípio da anterioridade que for aplicável ao respec-
tivo tributo.

Errado.

Súmula Vinculante 50 - Norma legal que altera o prazo de recolhimento de obrigação


tributária NÃO se sujeita ao princípio da anterioridade.

Questão 33 (FCC/2018/DPE-AP/DEFENSOR PÚBLICO) À luz das normas constitucionais so-


bre as limitações do poder de tributar e da jurisprudência do Supremo Tribunal Federal,
a) a multa moratória, embora não seja tributo, não pode ter um importe que lhe confira carac-
terística confiscatória, inviabilizando inclusive o recolhimento de futuros tributos.
b) o imposto sobre grandes fortunas, caso instituído por lei complementar federal, poderá
assumir efeito confiscatório, tendo em vista os princípios da função social da propriedade e
da redução das desigualdades regionais e sociais.
c) a taxa judiciária, devida em razão do acionamento do serviço prestado pelo Poder Judiciá-
rio, poderá ter sua alíquota majorada por Decreto editado pelo Governador, observado o limite
máximo fixado em lei, dada sua natureza de preço público.
d) a prestação de serviços públicos pelos Municípios aos Estados e à União não poderá ser
tributada por meio de taxa, tendo em vista o princípio da imunidade recíproca, que decorre do
princípio federativo.

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e) as taxas instituídas em razão do exercício do poder de polícia poderão ser cobradas no


mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que as instituiu ou aumentou.

Letra a.
a) Correta.

A desproporção entre o desrespeito à norma tributária e sua consequência jurídica, a


multa, evidencia o caráter confiscatório desta, atentando contra o patrimônio do contri-
buinte, em contrariedade ao mencionado no dispositivo do texto Constitucional Federal
(STF. Pleno. ADI 551/RJ, rel. Min. Ilmar Galvão, j. 24.10.2002, DJ 14.02.2003).

b) Errada. O artigo 150, IV, da CF, ao vedar o efeito confiscatório dos tributos, não faz qualquer
ressalva quanto ao IGF.
c) Errada.

As custas, a taxa judiciária e os emolumentos constituem espécie tributária, são taxas,


segundo a jurisprudência iterativa do Supremo Tribunal Federal. (...) (STF. Pleno. ADI
1.145/PB, rel. min. Carlos Velloso, J. 3.10.2002, DJ 08.11.2002).

d) Errada. A imunidade recíproca é aplicável à instituição de impostos, não sendo vedado ao


ente federado cobrar outras espécies tributárias dos outros.
Alternativa E: Errada. Aplica-se às taxas os princípios da anterioridade.

Questão 34 (CESPE/2018/DPE-PE/DEFENSOR PÚBLICO) A respeito dos princípios da ante-


rioridade e da irretroatividade, ambos princípios constitucionais do sistema tributário, assi-
nale a opção correta.
a) Todos os impostos se submetem aos princípios da anterioridade e da irretroatividade, mas
as taxas, contribuições e demais espécies tributárias somente se submetem ao princípio da
irretroatividade.
b) Todos os tributos devem se submeter aos princípios da anterioridade e da irretroatividade.
c) O princípio da irretroatividade aplica-se a todo tributo; o da anterioridade, por sua vez, ad-
mite exceções.

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d) O princípio da irretroatividade se aplica apenas aos impostos e às taxas; o da anterioridade


se aplica a todos os tipos de tributos.
e) O princípio da irretroatividade se aplica apenas aos tributos parafiscais; o da anterioridade,
por sua vez, se aplica tanto aos tributos fiscais como aos extrafiscais.

Letra c.
Irretroatividade NÃO POSSUI exceções:

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
III – cobrar tributos:
a) em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver instituído
ou aumentado;

Questão 35 (FMP CONCURSOS/2017/MPE-RO/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO) É


CORRETO afirmar que o Princípio da Anterioridade Nonagesimal previsto no art. 150, III, “c”,
da Constituição da República Federativa do Brasil, não se aplica
a) aos empréstimos compulsórios que sirvam ao atendimento de despesas extraordinárias
decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência; ao imposto sobre a
importação de produtos estrangeiros; ao imposto sobre a exportação de produtos nacionais
ou nacionalizados; ao imposto sobre produtos industrializados; ao imposto sobre operações
de crédito, câmbio, seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários; aos impostos extraor-
dinários, previstos no art. 154, II, do Texto Constitucional; à fixação da base de cálculo do im-
posto sobre a propriedade de veículos automotores e à fixação da base de cálculo do imposto
sobre a propriedade predial e territorial urbana.
b) aos empréstimos compulsórios que sirvam ao atendimento de despesas extraordinárias
decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência; ao imposto sobre a
importação de produtos estrangeiros; ao imposto sobre a exportação de produtos nacionais
ou nacionalizados; ao imposto sobre serviços de qualquer natureza; ao imposto sobre ope-
rações de crédito, câmbio, seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários; aos impostos
extraordinários previstos no art. 154, II, do Texto Constitucional; à fixação da base de cálculo
do imposto sobre a propriedade de veículos automotores e à fixação da base de cálculo do
imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana.

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c) aos empréstimos compulsórios instituídos nos casos de investimento público de caráter


urgente e de relevante interesse nacional; ao imposto sobre a importação de produtos estran-
geiros; ao imposto sobre a exportação de produtos nacionais ou nacionalizados; ao imposto
sobre serviços de qualquer natureza; ao imposto sobre operações de crédito, câmbio, seguro,
ou relativas a títulos ou valores mobiliários; aos impostos extraordinários previstos no art.
154, II, do Texto Constitucional; à fixação da base de cálculo do imposto sobre a propriedade
de veículos automotores e à fixação da base de cálculo do imposto sobre a propriedade pre-
dial e territorial urbana.
d) aos empréstimos compulsórios instituídos nos casos de investimento público de caráter
urgente e de relevante interesse nacional; ao imposto sobre a importação de produtos estran-
geiros; ao imposto sobre a exportação de produtos nacionais ou nacionalizados; ao imposto
sobre produtos industrializados; ao imposto sobre operações de crédito, câmbio, seguro, ou
relativas a títulos ou valores mobiliários; aos impostos extraordinários previstos no art. 154,
II, do Texto Constitucional; à fixação da base de cálculo do imposto sobre a propriedade de
veículos automotores e à fixação da base de cálculo do imposto sobre a propriedade predial
e territorial urbana.
e) aos empréstimos compulsórios que sirvam ao atendimento de despesas extraordinárias
decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência; ao imposto sobre a
importação de produtos estrangeiros; ao imposto sobre a exportação de produtos nacionais
ou nacionalizados; ao imposto sobre a renda e os proventos de qualquer natureza; ao imposto
sobre operações de crédito, câmbio, seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários; aos
impostos extraordinários, previstos no art. 154, II, do Texto Constitucional; à fixação da base
de cálculo do imposto sobre a propriedade de veículos automotores e à fixação da base de
cálculo do imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana.

Letra e.
Exceções ao Princípio da Anterioridade:
a. II, IE, IPI, IOF;
b. IEG;
c. Empréstimos compulsórios;

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d. CIDE e ICMS combustível;


e. Contribuição para seguridade social.
Exceções ao Princípio nonagesimal:
a. II, IE, IOF;
b. IEG;
c. Empréstimos comspulsórios;
d. IR;
e. Base de cálculo do IPTU e IPVA.

Questão 36 (IMA/2017/PREFEITURA DE PENALVA-MA/PROCURADOR MUNICIPAL) No que


tange as limitações constitucionais ao poder de tributar, assinale a alternativa que apresentam,
exclusivamente, impostos que NÃO estão sujeitos ao princípio da anterioridade nonagesimal:
a) Imposto sobre Grandes Fortunas (IGF), Imposto de Exportação (IE) e Imposto sobre Pro-
priedade Territorial Rural (ITR).
b) Imposto Extraordinário de Guerra (IEG), Imposto sobre Grandes Fortunas (IGF) e Imposto
sobre Propriedade Territorial Rural (ITR).
c) Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), Imposto de Importação (II) e Imposto sobre
Propriedade Territorial Rural (ITR).
d) Imposto sobre a Renda (IR), Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e Imposto de Ex-
portação (IE).

Letra d.
Exceções ao Princípio da Anterioridade:
a. II, IE, IPI, IOF;
b. IEG;
c. Empréstimos compulsórios;
d. CIDE e ICMS combustível;
e. Contribuição para seguridade social.
Exceções ao Princípio nonagesimal:
a. II, IE, IOF;

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b. IEG;
c. Empréstimos compulsórios;
d. IR;
e. Base de cálculo do IPTU e IPVA.

Questão 37 (VUNESP/2017/PREFEITURA DE PORTO FERREIRA-SP/PROCURADOR JURÍDI-


CO) A hipotética Lei “A”, publicada em 10.01.2017, alterou o prazo para recolhimento de de-
terminada obrigação tributária, sendo certo que suas determinações passaram a ser exigidas
a partir da data de sua publicação. A Lei “A” é
a) inconstitucional, porque afronta o princípio da anterioridade.
b) constitucional, porque não se sujeita ao princípio da anterioridade.
c) válida, mas somente poderia entrar em vigor após 90 dias de sua publicação.
d) válida, mas somente poderia entrar em vigor após 45 dias de sua publicação.
e) iIegal, porque contraria disposições do Código Tributário Nacional acerca da vigência das
normas tributárias.

Letra b.

Súmula Vinculante 50: Norma legal que altera o prazo de recolhimento de obrigação tri-
butária não se sujeita ao princípio da anterioridade.

Questão 38 (FMP CONCURSOS/2017/PGE-AC/PROCURADOR DO ESTADO) Os Estados cos-


tumam apreender mercadorias e não permitir a emissão de notas fiscais a quem deve para o
Fisco. Examine as assertivas abaixo e assinale a Correta.
a) O procedimento de apreensão é o correto, pois muitas vezes se a fiscalização permitir que
a mercadoria passe, mesmo com tributo recolhido a menor, poderá ocorrer de o Estado não
mais conseguir cobrar.
b) Estes procedimentos são ilegais e se denominam sanções políticas, pois muitas vezes são
utilizados para perseguição dos inimigos políticos dos governantes.
c) São inconstitucionais os procedimentos referidos, já assim declarados mais de uma vez
pelo STF.

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d) Apreender as mercadorias é correto, mas impedir a empresa de emitir notas fiscais ou ven-
der produtos não.
e) Nenhuma das alternativas acima é Correta.

Letra c.

Súmula 323 STF: É inadmissível a apreensão de mercadorias como meio coercitivo para
pagamento de tributos
DIREITO TRIBUTÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. SANÇÃO
POLÍTICA COMO MEIO COERCITIVO PARA PAGAMENTO DE TRIBUTOS. INCONSTITUCIO-
NALIDADE. PRECEDENTES. 1. Nos termos da jurisprudência da Corte, é inconstitucional
a sanção política visando ao recolhimento de tributo, tal como ocorre com o ato de con-
dicionar a expedição de notas fiscais à prestação de fiança, garantia real ou fidejussória
por parte do contribuinte(AI n. 623.739-AgR, Relator o Ministro Roberto Barroso, Pri-
meira Turma, DJe 26.8.2015).

Questão 39 (FMP CONCURSOS/2017/PGE-AC/PROCURADOR DO ESTADO) Sobre o princípio


da isonomia é CORRETO afirmar:
a) A Emenda à Constituição Federal n. 42/2003 estabeleceu a possibilidade de estabelece-
rem-se “critérios especiais de tributação” no art. 146-A, flexibilizando o princípio da isonomia.
b) A “situação equivalente” mencionada no art. 150, II, do CTN é dependente de definição pelo
legislador complementar, devido à sua imprecisão.
c) Devido às disparidades continentais do Brasil, os Estados estão autorizados a conceder
benefícios e condições especiais tributárias aos seus administrados, independentemente dos
outros Estados.
d) O princípio da isonomia tributária impacta diretamente os princípios da livre concorrência
e da livre iniciativa, uma vez que o Estado deve garantir as mesmas regras do jogo para todos
os contribuintes.
e) Ao se deparar com uma situação de privilégio e, portanto, anti-isonômica, a solução que a
Justiça confere é a de estender o eventual privilégio a quem mais solicitar.

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Letra d.
a) Errado, pois foi o caso de afirmação do princípio da isonomia material.
b) Disposição normativa inexistente no CTN.
c) Errado, pois os benefícios devem ser precedidos das deliberações da CONFAZ (CF, art.
155 §2 XII g).
d) Certo. Art. 146-A.

Lei complementar poderá estabelecer critérios especiais de tributação, com o objetivo de prevenir
desequilíbrios da concorrência, sem prejuízo da competência de a União, por lei, estabelecer nor-
mas de igual objetivo.

e) Errado, de acordo com o STF, pois não cabe ao Poder Judiciário agir como legislador posi-
tivo no campo da tributação.

Questão 40 (CESPE/2017/MPE-RR/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO) Lei municipal


antecipou a data de recolhimento da taxa de coleta de lixo do dia dez para o dia sete do mês
seguinte ao do fato gerador.
Nessa situação, segundo o entendimento do STF, a referida lei municipal
a) não se sujeitará nem ao princípio da anterioridade anual nem ao da anterioridade no-
nagesimal.
b) sujeitar-se-á ao princípio da anterioridade anual.
c) sujeitar-se-á ao princípio da anterioridade nonagesimal.
d) não se sujeitará ao princípio da anterioridade anual, mas sujeitar-se-á ao da anterioridade
nonagesimal.

Letra a.

Súmula Vinculante 50: Norma legal que altera o prazo de recolhimento de obrigação tri-
butária não se sujeita ao princípio da anterioridade.

A súmula estende-se tanto à anterioridade anual como à anterioridade nonagesimal.

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Questão 41 (CESPE/2015/AGU/ADVOGADO DA UNIÃO) Acerca dos princípios constitucio-


nais tributários, julgue o item subsequente.
O princípio da vedação à utilização de tributo com efeito de confisco, previsto expressamente
na CF, aplica-se igualmente às multas tributárias, de modo a limitar, conforme jurisprudência
pacífica do STF, o poder do Estado na instituição e cobrança de penalidades.

Certo.
O princípio da vedação do confisco, previsto no art. 150, IV, da Constituição Federal, também
se aplica às multas. Precedentes: RE n. 523.471-AgR, Segunda Turma Relator o Ministro JOA-
QUIM BARBOSA, DJe de 23.04.2010 e AI n. 482.281-AgR, Primeira Turma, Relator o Ministro
RICARDO LEWANDOWSKI, DJe de 21.08.2009.

Questão 42 (CESPE/2015/AGU/ADVOGADO DA UNIÃO) Acerca dos princípios constitucio-


nais tributários, julgue o item subsequente.
Conforme o princípio da irretroatividade da lei tributária, não se admite a cobrança de tributos
em relação a fatos geradores ocorridos em período anterior à vigência da lei que os instituiu
ou aumentou. Entretanto, o Código Tributário Nacional admite a aplicação retroativa de lei que
estabeleça penalidade menos severa que a prevista na norma vigente ao tempo da prática do
ato a que se refere, desde que não tenha havido julgamento definitivo.

Certo.
CTN:

Art. 106. A lei aplica-se a ato ou fato pretérito:


I – em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicação de penalidade à
infração dos dispositivos interpretados;
II – tratando-se de ato não definitivamente julgado:
a) quando deixe de defini-lo como infração;
b) quando deixe de tratá-lo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que
não tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de tributo;
c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática.

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A Seção, por maioria, decidiu que o artigo 106 do CTN admite a retroatividade, em favor
do contribuinte, da lei mais benigna nos casos não definitivamente julgados. Em execu-
ção fiscal, entende-se por caso não definitivamente julgadoaquele em que ainda não há
decisão final na arrematação, adjudicação, remissão ou extinção do processo. É irrele-
vante a interposição ou não dos embargos do devedor e se estes foram ou não julga-
dos. Logo aplica-se, na espécie, a Lei Estadual n. 9.399, de 21/11/1996, que alterou o
art. 87 da Lei Estadual n. 6.374/89, reduzindo a multa moratória de 30 para 20%. EREsp
184.642-SP, Rel. Min. Garcia Vieira, julgado em 26/5/1999.

Questão 43 (CESPE/2015/AGU/ADVOGADO DA UNIÃO) Acerca dos princípios constitucio-


nais tributários, julgue o item subsequente.
O princípio da isonomia tributária impõe que o tributo incida sobre as atividades lícitas e,
igualmente, sobre as atividades ilícitas, de modo a se consagrar a regra da interpretação ob-
jetiva do fato gerador. Dessa forma, é legítima a cobrança de IPTU sobre imóvel construído ir-
regularmente, em área non aedificandi, não significando tal cobrança de tributo concordância
do poder público com a ocupação irregular.

Certo.
CTN:

Art. 118. A definição legal do fato gerador é interpretada abstraindo-se: I – da validade jurídica dos
atos efetivamente praticados pelos contribuintes, responsáveis, ou terceiros, bem como da nature-
za do seu objeto ou dos seus efeitos; II – dos efeitos dos fatos efetivamente ocorridos.

Questão 44 (CESPE/2015/AGU/ADVOGADO DA UNIÃO) Acerca dos princípios constitucio-


nais tributários, julgue o item subsequente.
Pela aplicação do princípio da anterioridade tributária, quaisquer modificações na base de
cálculo ou na alíquota dos tributos terão sua eficácia suspensa até o primeiro dia do exercício
financeiro seguinte à publicação da lei que promoveu a alteração.

Errado.
Questão bastante perspicaz. Como dissemos, não é TODA ALTERAÇÃO, mas apenas as alte-
rações que CRIAM ou INCREMENTAM a carga tributária. Se houver redução ou extinção de
tributos, fatos que se amoldam no conceito de “alteração”, pode haver a aplicação imediata.

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Questão 45 (FMP CONCURSOS/2014/PGE-AC/PROCURADOR DO ESTADO) Segundo o enten-


dimento do STF (Supremo Tribunal Federal) o princípio constitucional da vedação ao confisco:
a) é endereçado exclusivamente ao legislador.
b) aplica-se apenas aos tributos.
c) admite sejam estabelecidas multas que ultrapassam cinco vezes o valor do tributo devido.
d) resulta violado, sempre que o resultado das múltiplas incidências tributárias estabelecidas
pela mesma entidade estatal afetar substancialmente, de maneira irrazoável, o patrimônio e/
ou os rendimentos de determinado contribuinte.

Letra d.

Resulta configurado o efeito confiscatório de determinado tributo, sempre que o efeito


cumulativo - resultante das múltiplas, incidências tributárias estabelecidas pela mesma
entidade estatal - afetar, substancialmente, de maneira irrazoável o patrimônio e/ou os
rendimentos do contribuinte. (ADC 8 MC/DF, de 13.10.99).

Questão 46 (CESPE/2015/AGU/ADVOGADO DA UNIÃO) Acerca dos princípios constitucio-


nais tributários, julgue o item subsequente.
De acordo com o princípio da legalidade, fica vedada a criação ou a majoração de tributos,
bem como a cominação de penalidades em caso de violação da legislação tributária, salvo
por meio de lei.

Certo.
CF:

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
I – exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça;
(...)

CTN:

Art. 97. Somente a lei pode estabelecer:


I – a instituição de tributos, ou a sua extinção;

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II – a majoração de tributos, ou sua redução, ressalvado o disposto nos artigos 21, 26, 39, 57 e 65;
(...)
V – a cominação de penalidades para as ações ou omissões contrárias a seus dispositivos, ou para
outras infrações nela definidas;

Questão 47 (PGE-GO/2010/PROCURADOR DO ESTADO) A propósito da vigência da legisla-


ção tributária, é CORRETO afirmar:
a) A norma tributária sancionatória deve ser interpretada de maneira mail benéfica ao su-
jeito passivo.
b) A lei tributária deixa de viger enquanto não cumprir o princípio da anterioridade.
c) Os atos normativos editados pelas autoridades administrativas devem respeitar o princípio
da anterioridade.
d) A norma que estabelece regras de processo administrativo tributário não se aplica às hipó-
teses em que o fato gerador já tenha sido aperfeiçoado.
e) A medida provisória ainda não vertida em lei revoga a lei que lhe é contrária.

Letra d.
a) art. 112 do CTN:

Art. 112. A lei tributária que define infrações, ou lhe comina penalidades, interpreta-se da maneira
mais favorável ao acusado, em caso de dúvida quanto: I - à capitulação legal do fato; II - à natureza
ou às circunstâncias materiais do fato, ou à natureza ou extensão dos seus efeitos; III - à autoria,
imputabilidade, ou punibilidade; IV - à natureza da penalidade aplicável, ou à sua graduação.

b) em verdade, a frase está invertida. A Lei tributária, em regra, não deve viger enquanto não
atendido o princípio da anterioridade.
c) CTN, Art. 103.

Salvo disposição em contrário, entram em vigor: I - os atos administrativos a que se refere o inciso
I do artigo 100, na data da sua publicação;
Art. 100. São normas complementares das leis, dos tratados e das convenções internacionais e
dos decretos: I - os atos normativos expedidos pelas autoridades administrativas;

d) Art. 105, CTN.

Art. 105. A legislação tributária aplica-se imediatamente aos fatos geradores futuros e aos pen-
dentes, assim entendidos aqueles cuja ocorrência tenha tido início mas não esteja completa nos
termos do artigo 116.

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e) Assertiva bastante interessante e foi mais por causa dela que coloquei essa clássica ques-
tão. Revogação não é o termo técnico para, após a vigência da EC 32, caracterizar a relação
entre uma efêmera medida provisória, para a qual a CF predetermina o prazo de vigência, e
uma lei.

Questão 48 (PGE-GO/2013/PROCURADOR DO ESTADO) Sobre o Sistema Tributário Nacio-


nal, está CORRETA a seguinte proposição:
a) As limitações ao poder de tributação estão especificadas única e exclusivamente na seção
constitucional “Das Limitações do Poder de Tributar”.
b) As limitações ao poder de tributação do Estado não sofrem qualquer tipo de restrição ma-
terial quanto à reforma constitucional, desde que atendidos os pressupostos formais e cir-
cunstanciais pertinentes
c) A União pode, em regra, criar isenção heterônoma.
d) Conquanto tenham natureza diversa de tributo, as multas estão abarcadas, segundo forte
entendimento doutrinário e jurisprudencial, pelo princípio da vedação ao confisco.
e) É de competência legiferante estadual o imposto sobre a transmissão gratuita, onerosa e
causa mortis, de quaisquer bens ou direitos.

Letra d.

O Poder Público, especialmente em sede de tributação (mesmo tratando-se da definição


do “quantum” pertinente ao valor das multas fiscais), não pode agir imoderadamente,
pois a atividade governamental acha-se essencialmente condicionada pelo princípio da
razoabilidade que se qualifica como verdadeiro parâmetro de aferição da constituciona-
lidade material dos atos estatais.... STF - ADI-MC 1075 / DF - DJ 24-11-2006 PP-00059.

Questão 49 (FUNDATEC/2010/PGE-RS/PROCURADOR DO ESTADO) Segundo a jurisprudên-


cia do Supremo Tribunal Federal, a anterioridade tributária
a) deve ser observada nas hipóteses de aumento ou instituição de tributo, compreendendo-
-se como aumento as situações de prorrogação de adicional de alíquota instituído por prazo
determinado.

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b) caracteriza-se como uma garantia individual do contribuinte.


c) deve ser observada no caso de instituição de tributos, mas admite exceções nos casos
de aumento.
d) deve ser observada nos casos de instituição ou aumento de tributos, compreendendo-se,
neste último caso, a atualização monetária mediante índice que reflita corretamente a perda
do poder aquisitivo da moeda.
e) caracteriza-se como um princípio, portanto. além das exceções previstas na Constituição,
admite uma aplicação em diferentes graus. segundo um exame de proporcionalidade.

Letra b.

1. A Lei paulista 11.813/04 apenas prorrogou a cobrança do ICMS com a alíquota majo-
rada de 17 para 18%, criada pela Lei paulista 11.601/2003. 2. O prazo nonagesimal pre-
visto no art. 150, III, c, da Constituição Federal somente deve ser utilizado nos casos de
criação ou majoração de tributos, não na hipótese de simples prorrogação de alíquota já
aplicada anteriormente. 3. Recurso extraordinário conhecido e provido para possibilitar
a prorrogação da cobrança do ICMS com a alíquota majorada.
RE 584100 / SP - Relator(a): Min. ELLEN GRACIE. Julgamento: 25/11/2009

Questão 50 (ESAF/2012/PGFN/PROCURADOR DA FAZENDA NACIONAL) Alguns tributos


possuem, além da função meramente arrecadatória ou fiscal, finalidade outra que se destina
a regular a economia, criando mecanismos que induzem, ou incentivam, a conduta do poten-
cial contribuinte numa ou noutra direção. É o que se viu recentemente com a majoração das
alíquotas do IPI – Imposto sobre Produtos Industrializados, incidente sobre a importação
de automóveis, já que, no período de janeiro a agosto de 2011, a balança comercial do setor
automotivo atingiu um déficit de R$ 3 bilhões. Contudo, o STF entendeu que o decreto que
majorar as alíquotas aplicáveis às operações de importação de veículos automotores
a) sujeita-se ao princípio da anterioridade, segundo o qual não se poderá exigir, no mesmo exercí-
cio financeiro em que o decreto é publicado, alíquotas maiores do que aquelas até então vigentes.

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b) tem aplicabilidade imediata, por ser o IPI um tributo regulatório e pelo fato de que o Decre-
to- Lei que o criou (DL n. 1.191/1971) ter autorizado o Poder Executivo a reduzir suas alíquo-
tas a zero; majorá-las, acrescentando até 30 unidades ao percentual de incidência fixado na
lei, e, ainda, alterar a base de cálculo em relação a determinados produtos, podendo, para esse
fim, fixar-lhes valor tributável mínimo.
c) submete-se, dentre outros, ao princípio constitucional da anterioridade nonagesimal, ou
seja, fica suspenso até que tenha transcorrido o prazo de noventa dias da sua publicação.
d) fica suspenso, por força da anterioridade nonagesimal, até que tenha transcorrido o prazo de
noventa dias da sua publicação. Contudo, a suspensão somente opera efeitos ex tunc caso haja
pedido liminar formulado no sentido de reparar dano, e não para prevenir risco ao contribuinte.
e) não se submete ao princípio constitucional da anterioridade nonagesimal, eis que a
Constituição Federal foi clara ao prever tal comando para a lei (antes de decorridos 90
dias da data em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou). Assim, como
o texto constitucional fala em “lei”, o aumento das alíquotas por decreto não está sujeito à
espera nonagesimal.

Letra c.

O Plenário deferiu pedido de medida liminar em ação direta de inconstitucionalidade,


ajuizada pelo partido político Democratas - DEM, para suspender o art. 16 do Decreto
7.567/2011, que confere vigência imediata à alteração da Tabela de Incidência do IPI -
TIPI, na qual se majoraram alíquotas sobre operações envolvendo veículos automotores
(“Art. 16. Esse Decreto entra em vigor na data de sua publicação”). Consignou-se que a
reforma tributária promovida pelo constituinte derivado, com a promulgação da Emenda
Constitucional 42/2003, alargara o âmbito de proteção dos contribuintes e estabelecera
nova restrição ao poder de tributar da União, dos Estados-membros e dos Municípios.
Aduziu-se que fora acrescentada a alínea c ao inciso III do art. 150 da CF, com ampliação
da incidência do princípio da anterioridade nonagesimal, antes restrita à cobrança das
contribuições sociais (CF, art. 195, § 6º). No tocante ao IPI, o tratamento teria sido sin-
gular. Na redação conferida ao art. 150, § 1º, da CF, continuará o imposto excepcionado
da incidência do princípio da anterioridade anual, mas não da anterioridade nonagesi-

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mal. [“Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado
à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:... III - cobrar tributos:... b) no
mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumen-
tou; c) antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a lei que
os instituiu ou aumentou, observado o disposto na alínea b;... § 1º A vedação do inciso
III, b, não se aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I, 153, I, II, IV e V; e 154, II; e a
vedação do inciso III, c, não se aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I, 153, I, II, III e
V; e 154, II, nem à fixação da base de cálculo dos impostos previstos nos arts. 155, III, e
156, I.... Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre:... IV - produtos industriali-
zados;... § 1º - É facultado ao Poder Executivo, atendidas as condições e os limites esta-
belecidos em lei, alterar as alíquotas dos impostos enumerados nos incisos I, II, IV e V”].
ADI 4661 MC/DF, rel. Min. Marco Aurélio, 20.10.2011.

Renato Cesar Guedes Grilo


Procurador da Fazenda Nacional. Assessor de Ministro do Superior Tribunal de Justiça. Pós-graduado em
Direito Constitucional e Tributário. Mestrando em Direito e Políticas Públicas. Entre 2013 e 2016, atuou
perante os Tribunais Superiores como PFN. É professor de cursos preparatórios para concursos e autor
de obras jurídicas, dentre as quais o Manual do Procurador da Fazenda Nacional – Editora Juspodivm.

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