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Bacharelado em Ciências Contábeis

Contabilidade Aplicada a Remuneração do Trabalho


Prof. Dr. João Paulo Cavalcante Lima
Elementos da Folha de Pagamento

Os lançamentos financeiros registrados na folha de pagamento de uma empresa podem ser


divididos em dois grandes grupos:

rça de lei ou
em virtude de permissão expressa do empregado).

Subtraindo-se, a cada mês, os descontos dos vencimentos, chega-se ao valor do rendimento


líquido, que é efetivamente recebido pelo empregado. Os vencimentos e descontos são
detalhadamente informados ao empregado, por meio do recibo de pagamento ou hollerith,
que deve espelhar exatamente os dados da folha de pagamento.

Principais vencimentos - Proventos

Os vencimentos, créditos ou proventos a que tem direito o empregado contratado


representam seus ganhos pelos serviços prestados. Conforme determinação legal, a empresa
que paga mensalmente deve fazê-lo até o quinto dia útil do mês subseqüente. Empresas que
pagam quinzenal ou semanalmente, devem fazê-lo até o quinto dia subseqüente. Após esse
prazo, a empresa estará sujeita a multas e sanções legais.

O vencimento principal é o salário, mas existem outros que ocorrem em função de seu
contrato de trabalho ou em razão de imposição legal. Quando trabalhar além das horas
contratadas, o colaborador terá direito a um vencimento relativo à essas horas extras.

Salário

É necessário diferenciar o conceito de salário do conceito de remuneração.

Salário é o valor acordado entre as partes empregado e empregador para o


recebimento. O pagamento do salário, qualquer que seja a modalidade de trabalho, não deve
ser estipulado por período superior a um mês, salvo aqueles referentes a comissões,
porcentagem e gratificações.
Remuneração é o valor do salário, acrescido de outros itens como, por exemplo, gorjetas,
gratificações ajustadas ou que ocorram com habitualidade, percentagens, comissões, diárias
para viagens e abonos pagos pelo empregador.
Para fechar a folha de pagamento, a empresa deve observar o ciclo de fechamento de seus
cartões de ponto, o qual deve ser fixado com coerência para que o processamento ocorra
sem problemas e os colaboradores recebam dentro do prazo.

O salário pode ser estabelecido por unidade de tempo (mensal, semanal ou diário), por hora,
por unidade de produção (ou de obra), por peça produzida, por comissão sobre venda ou por
tarefa.
O salário pago pelo empregador ao empregado nunca deve ser inferior ao salário-mínimo
vigente no Brasil ou na região de localização da empresa. Alguns profissionais, como
médicos, engenheiros ou arquitetos possuem seu piso salarial fixado em lei.

Piso salarial
O piso salarial, definido em lei, convenção ou acordo coletivo de trabalho, equivale ao valor
mínimo que uma determinada categoria pode receber.

As convenções ou acordos coletivos de trabalho são celebrados entre os sindicatos dos


empregados e dos empregadores ou, ainda, entre os sindicatos dos empregados e empresas
individualmente.

Além do salário e das horas extras (quando for o caso), são vencimentos típicos:

adicional de periculosidade;

-família;

Horas extras

Horas extras são aquelas trabalhadas além da jornada normal de cada empregado.

Para que o empregador possa legitimamente exigir trabalho em horas extras suplementares,
deverá haver acordo escrito entre as partes ou norma coletiva.

A jornada normal de trabalho somente poderá ser prorrogada em até duas horas, exceto nos
casos de força maior ou necessidade imperiosa.

Por determinação constitucional (CF, art. 7º (XVI), deverá ser paga no mínimo em 50%
acima do valor da hora normal, percentual que poderá ser maior por força de lei, acordo
coletivo ou sentença normativa. Portanto, é facultado às empresas e trabalhadores em seus
acordos ou dissídios coletivos estabelecerem percentuais mais significativos, favorecendo os
empregados.

Exemplo de hora extra com 50% de acréscimo:

Salário normal = R$ 5,00 por hora X 50% (x 0,5) = R$ 2,50

R$ 5,00 + R$ 2,50 = R$ 7,50

Hora extra = R$ 7,50

As horas extraordinárias laboradas em dias destinados a descanso, feriado ou folga, sem a


devida concessão de folga compensatória, deverão ser pagas com 100% (cem por cento)
de acréscimo em relação ao valor da hora normal.

Reforma trabalhista: CLT - Art. 59 - § 5º O banco de horas de que trata o § 2º deste artigo
poderá ser pactuado por acordo individual escrito, desde que a compensação ocorra no
período máximo de seis meses. (obs. antes necessitava da presença do sindicato)

Reforma trabalhista: CLT - Art. 59 - § 6º É lícito o regime de compensação de jornada


estabelecido por acordo individual, tácito ou escrito, para a compensação no mesmo mês.
Obs. Criou esse limitador para compensação dentro do mês, para diferenciar de banco
de horas (Entendimento já previsto na Súmula 85 do TST).

Atenção!
Se houver rescisão do contrato de trabalho e o empregado tiver excesso de horas, o
trabalhador irá recebê-las como horas extras sobre o valor da remuneração na data da
rescisão.

Comissões e percentagens

Comissões são as quantias preestabelecidas (que o trabalhador recebe por unidade de


serviço prestado) ou calculadas em forma percentual sobre o valor unitário ou global dos
negócios realizados. A percentagem, por sua vez, é a modalidade da comissão.

Prêmios

São instituídos de forma a incentivar o colaborador na execução do contrato de trabalho ou


recompensá-lo por sua dedicação e empenho.

Assim, em sentido próprio, constituem formas de incentivo, objetivando maior participação do


colaborador no trabalho, com maior rendimento e melhor comportamento.

Os prêmios podem resultar dos contratos individuais de trabalho, acordo, convenções


coletivas e regulamentos de empresas.

Salário-família

O salário-família é uma importância paga mensalmente pela empresa junto com o salário do
empregado que tem uma renda mensal de até R$ 1.364,43 (Janeiro/2019) .
É devido ao segurado empregado, exceto o doméstico, para cada filho menor de 14 anos. Os
filhos, enteados e tutelados que não possuem bens suficientes para o próprio sustento são
equiparados para efeito de pagamento.

O benefício será pago diretamente pela Previdência Social quando o segurado estiver
recebendo auxílio-doença.

Caberá também à Previdência Social pagar o salário-família para os aposentados por


invalidez. Os demais aposentados terão direito ao salário-família a partir dos 60 anos
(mulheres) e 65 anos (homens). O trabalhador rural aposentado receberá o benefício desde
que comprove ter dependentes com menos de 14 anos ou inválidos.

O salário-família começará a ser pago a partir da comprovação do nascimento da criança ou


da apresentação dos documentos necessários para pedir o benefício.
O pagamento do benefício será suspenso se não forem apresentados atestados de vacinação
e freqüência escolar dos filhos (este último se os filhos estiverem em idade escolar), e quando
os filhos completarem 14 anos de idade. O trabalhador só terá direito a receber o benefício no
período em que ele ficou suspenso se apresentar esses documentos.

Salário-família (valor do benefício)

Para o trabalhador que ganhar até R$907,77 o valor do salário-família será de R$ 46,54 por
filho de até 14 anos incompletos ou que seja inválido.

Para o trabalhador que receber de R$907,78 até R$1.364,43, o valor do salário-família por
filho, ou equiparado, de até 14 anos incompleto ou inválido, será de R$32,80. Se a mãe e o
pai estão nas categorias e faixa salarial que têm direito ao salário-família, os dois recebem o
benefício.

O valor da quota será proporcional nos meses de admissão e demissão do empregado. Para
o trabalhador avulso, a quota será integral independentemente do total de dias trabalhados.
Salário maternidade
A empregada gestante pode se afastar por 120 dias por motivo de parto, ou seja, 28 dias
antes da data do nascimento da criança e 92 dias depois do evento.

O Afastamento pode ser prorrogado por 2 semanas, antes e depois do parto, se houver
problemas de saúde da mãe ou da criança.

Em caso de aborto, o descanso é de duas semanas.

O período de afastamento é considerado tempo trabalhado, para todos os efeitos.

A empregada gestante não pode sofrer dispensa imotivada, desde o início da gravidez até
5 meses após o nascimento da criança. (Verificar Acordo ou Convenção Coletiva de
Trabalho).

No contrato de trabalho determinado, inclusive experiência, não há estabilidade quando de


seu término. (Observar jurisprudência trabalhista).

Os encargos com INSS e FGTS devem ser recolhidos pela empresa. (Consultar INSS).

Até que a criança complete 6 meses de idade, a empregada fará jus a 2 descansos de meia
hora cada um dia para amamentação. O Período pode ser aumentado de acordo com a
necessidade pela autoridade competente.

"Art. 392-A . À empregada que adotar ou obtiver guarda judicial para fins de adoção de criança será
concedida licença-maternidade, nos termos do art. 392, observado o disposto no seu § 5o.

Nota: Em relação à licença-maternidade por motivo de adoção a Lei nº 12.010/2009 de 03.08.09, a qual entrou
em vigor 90 dias após a sua publicação ocorrida no DOU de 04.08.2009, revogou os §§ 1º a 3º do art. 392-A da
CLT, os quais fixavam prazos diferenciados de licença-maternidade da mãe adotante, conforme a idade da
criança, todavia, manteve-se o direito da empregada que adotar ou obtiver guarda judicial para fins de adoção ao
benefício de licença maternidade de 120 dias.

§ 4º A licença-maternidade só será concedida mediante apresentação do termo judicial de guarda à adotante ou


guardiã."

Auxílio doença e acidente

O empregado quando faltar ao serviço deverá trazer atestado médico para abonar as faltas.

Os quinze primeiros dias de invalidez/licença tanto por motivo de doença ou acidente


de trabalho são pagos pela empresa.

A partir do 16º dia do afastamento o INSS é que passa a pagar o empregado.


No caso de acidente de trabalho, a empresa deve preencher a CAT (Comunicação de
Acidente de Trabalho).

A CAT deve ser emitida até o primeiro dia útil seguinte do conhecimento pelo empregador do
fatídico.

O FGTS deve ser depositado durante o período que o empregado ficar afastado por acidente
de trabalho.
Adicional de insalubridade

O adicional de insalubridade é pago quando o trabalhador exercer suas atividades ou


operações em condições insalubres, ou seja, expondo-se à ação de agentes nocivos à saúde,
acima dos limites de tolerância, fixados em razão da natureza e da intensidade do agente e
do tempo de exposição aos seus efeitos (artigos 189 a 192 da CLT).

As atividades e operações insalubres estão previstas e reguladas pelo Ministério do Trabalho,


inclusive no que diz respeito aos limites de tolerância dos agentes agressivos, os meios de
proteção e o tempo máximo de exposição do empregado a esses agentes.

Quando caracterizada a atividade insalubre, é dever da empresa, fornecer os EPIs


(Equipamentos de Proteção Individual) para minimizar os efeitos nocivos de tais atividades
sobre o organismo do funcionário. O fornecimento desses equipamentos deve ser
devidamente registrado e assinado pelo empregado que os está recebendo.

Forma de cálculo

O adicional de insalubridade é calculado com base no salário-mínimo vigente e possui três


graus de acordo com a insalubridade caracterizada:

Grau mínimo: corresponde a 10% do salário-mínimo;


Grau médio: corresponde a 20% do salário-mínimo;
Grau máximo: corresponde a 40% do salário-mínimo.

Exemplos:

- adicional em grau mínimo = R$ 998,00 x 10% (x 0,10) = R$ 99,80


- adicional em grau médio = R$ 998,00 x 20% (x 0,20) = R$ 199,60
- adicional em grau máximo = R$ 998,00 x 40% (x 0,40) = R$ 399,20

Adicional de periculosidade

É um adicional pago quando o empregado exerce atividades ou operações perigosas na


forma da regulamentação do Ministério do Trabalho que, por sua natureza ou métodos de
trabalho, impliquem o contato permanente com altas tensões elétricas, produtos inflamáveis
ou explosivos em condições de risco acentuados (art. 193 - CLT).

O adicional de periculosidade correspondente a 30% do salário do empregado. Neste


caso, o adicional é calculado sobre o valor do salário-base, sem o acréscimo de qualquer tipo
de gratificação, comissão, adicional ou outro tipo de verbas. Pode também ser ampliado em
virtude de acordo coletivo ou sentença normativa.

É facultado ao empregado que exercer atividades perigosas e insalubres, a opção por um dos
adicionais devidos, o que lhe for mais vantajoso. Porém não poderá, em nenhuma hipótese,
receber os dois adicionais simultaneamente.

O direito do empregado aos adicionais de insalubridade ou periculosidade cessará com a


eliminação do risco a sua saúde ou integridade física, ou seja, se o empregado deixar de
trabalhar em condições perigosas ou insalubres, perderá o direito de receber os referidos
adicionais (art. 194 CLT).

Apesar de as bases de cálculo ser apresentadas como padrão, ou seja, salário mínimo para
insalubridade e salário normal para periculosidade, essas bases poderão ser alteradas em
decorrência de acordo coletivo de trabalho.
Exemplo 1:

Salário = R$ 998,00 p/mês


Adicional de periculosidade (R$ 998,00 x 30%) = R$ 299,40
Salário + adicional = R$ 1.297,40

Exemplo 2:

Salário = R$ 6,40 p/hora


Jornada mensal = 220 horas
Salário (R$ 6,40 X 220H) = R$ 1.408,00
Adicional de periculosidade (R$ 1.408,00 X 30%) = R$ 422,40
Salário + adicional = R$ 1.830,40

Tipologia de horas trabalhadas

Antes de continuarmos nossa análise sobre a composição da folha de pagamento, vamos


identificar a diferença existente entre hora normal e hora noturna.

Hora normal

É o valor do salário devido para cada hora trabalhada, também chamada de salário-hora. Ele
será a base de cálculo para a maioria das verbas que serão remuneradas ao trabalhador
porque será sobre esse valor que serão calculadas as horas extras, horas noturnas etc.

Para apurar o valor da hora normal de trabalho do empregado, divide-se o valor do salário
mensal pelo número de horas que compõem a sua jornada de trabalho mensal.

Exemplo 1:

Salário mensal = R$1.080,00


Jornada mensal = 220 horas
Hora normal = R$1.080,00 ÷ 220 = R$ 4,91 p/hora

Exemplo 2:

Salário mensal = R$ 1.000,00


Jornada mensal = 180 horas
Hora normal = R$ 1.000,00 ÷ 180 = R$ 5,56 p/hora

Exemplo 3:

Salário mensal= R$1.045,00


Jornada normal = 220 horas
2 horas normais (R$ 1.045,00 ÷ 220 x 2) = R$ 9,50 (2 horas)

Exemplo 4:

Salário mensal= R$ 1.200,00


Jornada normal = 220 horas
5 horas normais (R$ 1.200,00 ÷ 220 x 5) = R$ 27,27 (5 horas)
Hora noturna

A CLT assegura em seu artigo 73, um adicional para o trabalho noturno de no mínimo
20% (uma vez que a própria Constituição Federal de 1988, em seu artigo 7º, inciso IX, dispõe
que a remuneração do trabalho noturno deve ser superior a do trabalho diurno).

Para ter certeza do adicional a ser aplicado, deve-se consultar o acordo/convenção coletiva
da respectiva categoria, uma vez que esta pode trazer um adicional superior que deve ser
obedecido.

A hora noturna corresponde ao trabalho executado entre 22h de um dia até às 5h do dia
seguinte.
Essa hora não é computada com 60 minutos como a hora diurna, e sim com 52 minutos e
30 segundos. Isto gera, ao total de uma jornada de 8 horas trabalhadas portanto, 1 hora que
deve ser remunerada à parte de preferência como extraordinária. (nona hora).

A hora noturna equivale a 52 minutos e 30 segundos, o que significa que a jornada


noturna se completa após 7 horas de trabalho. Em outras palavras: 7 horas noturnas
equivalem a 8 diurnas.
Fórmula: 7 hs X 60 minutos / 52,50 = 8,00 horas - Obs: 30min = 0,50 (30 / 60 = 0,50)

Obs.:
- para o trabalho urbano, considera-se noturno aquele realizado entre as 22 horas de um
dia e 5 horas do dia seguinte;
- para o trabalho agrícola, entre 21 e 5 horas;
- para o trabalho pecuário, entre 20 e 4 horas.
A Constituição Federal não autoriza o trabalho noturno nem o insalubre para menores de
ambos os sexos. (consultar legislação vigente)

Assim, para o empregado que presta serviços em horário noturno, é devido o pagamento das
horas efetivamente laboradas, da hora noturna reduzida como extraordinária (se for o caso) e
do adicional mínimo de 20% sobre o valor da hora normal.

Exemplo prático:

Um empregado trabalha até as 23h45min e ganha R$ 4,50 por hora.


Cálculo: 2h00 por dia com 20% de adicional noturno
105 minutos (22h00min até 23h45min) (60+45) = 105min / 52,5 = 2 horas noturnas
Cálculo da hora noturna: R$ 4,50 X 20% (x0,20) = R$ 0,90
Adicional noturno: R$ 0,90/hora x 2 horas = R$1,80

Cálculo de hora extra mais adicional

As horas extraordinárias laboradas em dias destinados a descanso, feriado ou folga, sem a


devida concessão de folga compensatória, deverão ser pagas com 100% (cem por cento) de
acréscimo em relação ao valor da hora normal.

As horas excedentes, prestadas em horário noturno, deverão ser acrescidas do adicional de


horas extras pactuado mais o adicional noturno devido, sendo aplicado, neste caso, adicional
sobre adicional.
Exemplos:

Hora normal = R$ 4,50 p/hora

Percentual de hora extra = 60%


Acréscimo de hora extra = R$ 4,50 x 60% (x0,60) = R$ 2,70
Hora extra = R$ 4,50 + R$ 2,70 = R$ 7,20

Salário mensal = R$ 1.000,00

Jornada mensal = 220 horas


Percentual de hora extra = 80%
Hora normal = R$ 1.000,00 ÷ 220h = R$ 4,55 p/h
Acréscimo de hora extra = R$ 4,55 x 80% (x0,80) = R$ 3,64
Hora extra=R$ 4,55 + R$ 3,64 = R$ 8,19 (1 hora extra)
Duas horas extras = R$ 8,19 x 2 = R$16,38

Descanso semanal remunerado (DSR)

Também conhecido pela sigla DSR (Descanso ou Dia Semanal Remunerado), é o dia de
folga (24 horas consecutivas) a que o empregado tem direito para repor suas energias, para
o lazer e para o convívio com a família.

Tal dia é remunerado ao empregado como se tivesse sido normalmente trabalhado (como é o
caso dos domingos e dos feriados que não são trabalhados, porém são recebidos; e, quando
trabalhados, pagos como horas extras em dobro).

O descanso semanal remunerado deve coincidir com o domingo, no todo ou em parte,


conforme determina o art. 67 e § único da CLT que estabelece, ainda, que nos serviços que
exijam atividades aos domingos será estabelecida uma escala de revezamento para que a
cada seis domingos laborados de forma consecutiva, no sétimo seja, obrigatoriamente
concedido folga ao trabalhador.

Sobre os DSRs, devem incidir os reflexos das horas extraordinárias e do adicional noturno
prestado durante o mês, conforme previsto em legislação.

Cálculo do DSR

Quando o funcionário recebe seus vencimentos fixados de forma mensal, o valor do DSR já
está incluso no valor do salário do mês (já estão incluídos os domingos e feriados).

Já quando se trata de trabalhador que recebe seu salário fixado por hora (horista),
devemos apurar quantas horas de descanso ocorreram no mês, multiplicarmos pelo valor da
hora normal e efetuarmos o pagamento, em separado, do valor das horas efetivamente
laboradas.

Exemplo:
Cada DSR equivale a 7,3333 horas (220 / 30 = 7,3333 ou 7h20min (0,3333 X 60 = 20min))
Se no mês tiver 4 domingos e 1 feriado = 5 DSR X 7,3333 = 36,67 (220 / 30 x 5 = 36,67)
DSR = 36,67 X valor da hora normal.
Base de cálculo sem integração de horas extras

O cálculo do repouso semanal remunerado sem a integração de horas extras do mensalista,


horista, diarista, tarefeiro e safrista, impõe duas considerações:

Primeira, refere-se ao DSR normal (não trabalhado).

Mensalista: nenhum cálculo a realizar, pois o DSR já está embutido em seu salário.

Horista: para ter direito ao DSR, não pode ter faltado nenhum dia na semana; multiplica-se o
valor da hora por 7,3333, que é o número médio de horas trabalhadas na semana (44h/6 dias
da semana).

Diarista: para ter direito ao DSR, não pode ter faltado nenhum dia na semana; paga-se o
valor de uma diária normal.

Tarefeiros e safristas: para ter direito também têm de trabalhar em todos os dias da semana.
O valor do DSR é obtido somando-se o total das comissões da semana e dividindo-se pelo
número de dias trabalhados.

Base de cálculo sem integração de horas extras

A segunda consideração refere-se ao DSR trabalhado:

Mensalista: salário mensal dividido por trinta e multiplicado por dois. A duplicação é devida
mesmo já tendo recebido o dia de forma simples, no salário do mês.

Horista: valor da hora multiplicada pelo número de horas trabalhadas no DSR (dia semanal
remunerado) multiplicado por dois para evidenciar a duplicação.

Diarista: valor da diária conforme o número de horas trabalhadas no dia multiplicado por dois
para perfazer a dobra legal.

Tarefeiros e safristas: o valor do DSR laborado é o resultado das comissões ou produção


auferidas no dia respectivo, a ser pago em dobro.

Base de cálculo com integração e incorporação de horas extras

O cálculo é o mesmo feito com integração de horas extras:

Mensalista: desde que habituais, elas integram-se pela média semanal ou mensal nos DSRs
(dias semanais remunerados), observando-se os dias úteis.

Horista: o DSR (descanso semanal remunerado) é calculado pela média de horas extras
realizadas na semana, desde que não tenha havido faltas.

Diarista: cálculo idêntico ao horista.

Tarefeiros e safristas: fazem jus tão somente ao adicional de horas extras, cujo cálculo
refletirá no repouso, de acordo com a média do período trabalhado.

A fórmula básica para o cálculo da integração das horas extras é:

DSR = valor total das horas extras ÷ pelos dias úteis X dias de descanso do mês.
O empregador deve destacar no recibo de pagamento o valor correspondente aos descansos
semanais remunerados, incluindo os feriados e os dias santos, se os houver.
Base de cálculo - considerações

Dias úteis: segunda-feira a sábado, sendo o sábado considerado dia útil não trabalhado para
todos os fins.

Dias de descanso remunerado: domingos e feriados.

Exemplos:

Valor total das horas extras prestadas no mês = R$ 105,50


Mês de 31 dias (7,3333 x 220 hs = 227,33 horas)
Dias úteis do mês = 26 dias.
DSRs do mês = 5 dias.
Valor da integração das horas extras em DSR´S = R$ 105,50 ÷ 26 x 5 = R$ 20,29 (dsr
variável).

Para efetuarmos os cálculos da integração do adicional noturno, procedemos da mesma


forma.

Obs.: horas extras e adicionais noturnos, não são consideradas verbas com base de cálculo
mensal. Por isso, elas integram os descansos semanais para todos os demais fins, ao
contrário de verbas como o adicional de insalubridade e de periculosidade, que são apurados
com base no salário mínimo e mensal respectivamente.

Base de cálculo - principais descontos

São todos os valores a serem descontados dos vencimentos de cada funcionário, seja por
força da lei, por autorização dada pelo próprio empregado ou por parcelamentos e/ou
adiantamentos já auferidos por ele. Vamos conhecer os descontos mais rotineiros:

s;
-justificada (os atestados não são descontados);

nto) do salário básico a título de vale-transporte;

- Contribuição Previdenciária;
- Imposto de Renda Retido na Fonte;
(observar autorização expressa do empregado para o desconto).

Lembre-se! Descontos que porventura estejam fora do previsto em lei só poderão ser
efetuados, se autorizados previamente por escrito pelo empregado.

Principais descontos

Adiantamento de salário

É comum a empresa pagar uma parcela, geralmente de 40% (quarenta por cento) do valor do
salário mensal do empregado, a título de adiantamento, fazendo-o por volta do encerramento
da primeira quinzena do mês até o no máximo dia 20 de cada mês.

Quando há o fechamento da folha de pagamento mensal, tal valor já pago é descontado do


valor que o empregado receberia por um mês completo de trabalho.
Empréstimo e/ou adiantamentos diversos

Algumas empresas, mediante pedido por escrito do funcionário, concedem-lhe empréstimo ou


adiantamentos para serem descontados em parcelas diretamente no pagamento mensal.

referente.

Faltas ou atrasos

Algumas empresas são tolerantes no que diz respeito ao atraso de funcionários, mas, via de
regra, toda vez que o empregado chegar atrasado ao trabalho, os minutos de atraso serão
somados ao final do ciclo de fechamento do cartão de ponto e o montante será descontado
em folha de pagamento.

O mesmo acontece com as faltas, que são totalizadas ao final do ciclo de fechamento dos
cartões de ponto, somadas e deduzidas do valor a ser pago ao colaborador.

Os casos mencionados acima são devidos em caso de falta e atrasos injustificados. Caso
sejam justificados documentalmente, não haverá desconto de tais horários, recebendo o
empregado o valor total de seus proventos.

Para calcular-se o valor das faltas e atrasos, considera-se o valor da remuneração do


empregado, ou seja, o valor do seu salário mensal mais adicionais.

Para cálculo de atrasos/saídas antecipadas ou faltas/hora, utiliza-se a seguinte fórmula:


Valor da hora a ser descontada = (salário normal + adicionais insal/peric.) ÷ jornada mensal

Para cálculo de falta/dia, utiliza-se a seguinte fórmula:


Valor do dia a ser descontado = (salário mensal + adicionais insal/peric.) ÷ 30 dias.

Atrasos e faltas - exemplos

Salário mensal = R$ 998,00


Jornada mensal = 220h
Atraso = 1 hora
Hora normal = R$ 998,00 ÷ 220 h = R$ 4,54
Salário com desconto= R$ 998,00 R$ 4,54 = R$ 993,46

Salário mensal = R$1.100,00


Jornada mensal = 220 h
Atraso de 35 minutos = 35 min ÷ 60 min = 0,58 décimos de horas
Hora normal = R$ 1.100,00 ÷ 220h = R$ 5,00 (por hora)
Atraso = R$ 5,00 x 0,58 décimos de horas = R$ 2,90
Salário com desconto = R$ 1.100,00 R$ 2,90 = R$ 1.097,10

Salário mensal = R$ 1.000,00


1 dia de falta = R$ 1.000,00 ÷ 30 dias = R$ 33,33
Salário com desconto = R$ 1.000,00 R$ 33,33 = R$ 966,67

Ausências permitidas pela legislação

As faltas justificadas, que não prejudicam o direito do empregado ao recebimento da


remuneração do repouso, são as seguintes:

ausência por até dois dias consecutivos, em caso de falecimento do cônjuge,


ascendente ou descendente, irmão ou pessoa que, declarada em sua carteira de
trabalho, viva sob sua dependência econômica;
ausência de até três dias consecutivos, em virtude de casamento;
ausência de até cinco dias, no caso de nascimento de filho, no decorrer da primeira
semana;
ausência por até um dia, em cada doze meses de trabalho, em caso de doação
voluntária de sangue devidamente comprovada;
ausência de até dois dias consecutivos ou não, para o fim de alistar-se eleitor, nos
termos da lei respectiva;
ausência durante o período de tempo em que tiver de cumprir as exigências do
serviço militar, dentre as quais apresentarem-se anualmente, no local e data que
foram fixados, para fins de exercícios de apresentação das reservas ou cerimônias
cívicas do "Dia do reservista";
ausência para participar de júri, como jurado;
falta ao serviço para comparecer à Justiça como reclamante ou como testemunha;
ausência, por motivo de doença devidamente comprovada mediante atestado de
médico da previdência social e, na falta deste, de médico da empresa ou por ela
designado; de médico a serviço de repartição federal, estadual ou municipal, incumbida
de assuntos de higiene ou de saúde pública; ou, não existindo estes, na localidade em
que trabalhar de médico de sua escolha;
ausência por motivo de acidente do trabalho;
ausência devidamente justificada a critério do empregador;
ausência por paralisação do serviço nos dias em que, por conveniência do
empregador, não tenha havido trabalho.

Vale-transporte

O vale transporte é um benefício concedido ao empregado, visando custear parte de seus


gastos com conduções para que ele possa trabalhar.

Trata-se de uma divisão dos gastos, em que o empregado paga 6% (seis por cento) do valor
de seu salário e a empresa custeia o restante do valor das conduções utilizadas pelo
trabalhador para deslocar-se de sua residência até o trabalho e vice-versa.

Em alguns casos, o funcionário gasta em transporte menos do que os seis por cento de seu
ordenado, estando, assim, livre para desistir do benefício e arcar sozinho com os custos.

Vale-transporte exemplo:

Salário = R$ 998,00/mês
Tarifas utilizadas = duas passagens de R$ 4,30
Mês com 26 dias úteis
Valor do vale transporte = 2 x R$ 4,30 = R$ 8,60/dia
Despesa com transporte = 26 dias x R$ 8,60/dia = R$ 223,60/mês
Valor do desconto = R$ 998,00 x 6% (x0,06) = R$59,88
Valor de responsabilidade da empresa = R$ 223,60 R$ 59,88 = R$163,72

Salário = R$ 4.500,00/mês
Tarifas utilizadas = duas passagens de R$ 4,30
Mês com 26 dias úteis
Valor do vale transporte = 2 x R$ 4,30 = R$ 8,60/dia
Despesa com transporte = 26 dias x R$ 8,60/dia = R$ 223,60/mês
Valor do desconto = R$ 4.500,00 x 6% (x0,06) = R$ 270,00 (maior do que o gasto com
transporte)
Valor de responsabilidade da empresa = R$ (não tem valor), valor integral pelo funcionário.

Neste último caso, o valor a ser descontado do colaborador (R$ 270,00) é superior ao valor
gasto por ele com transporte (R$ 223,60). Sendo assim, desconta-se do empregado apenas
o valor real gasto por ele com o transporte R$ 223,60 e a empresa nada tem a pagar.
Seria o caso também, de o funcionário renunciar ao benefício do vale transporte, se for do
interesse.
Contribuição previdenciária do INSS

Este desconto é efetuado dos salários de todos os funcionários devidamente registrados ou,
ainda, por meio de pagamentos efetuados por trabalhadores autônomos.

São por meio dessa contribuição, que se arrecadam recursos destinados a saúde pública,
aposentadorias, dentre outros.

O INSS, ou contribuição previdenciária, é descontado conforme o valor da remuneração do


empregado, subtraindo-se os valores relativos às faltas e à tabela de desconto divulgada pelo
Governo Federal.

Observe que a empresa também faz recolhimento de sua responsabilidade, conforme


legislação vigente. O desconto que incide no pagamento do colaborador é repassado para a
previdência, obedecendo-se aos prazos legais, sob pena de a empresa ser acionada por
apropriação indébita, pois não pode reter o desconto do funcionário em seu caixa.

INSS - Instituto Nacional de Seguridade Social

O INSS incide sobre o salário mais horas extras, adicional de insalubridade, periculosidade,
adicional noturno, 13º salário e outros valores admitidos em lei pela Previdência Social. Esse
valor é descontado em folha de pagamento.

Há um limite máximo para o desconto de INSS. Quando o empregado ganhar um valor


superior ao limite máximo (teto), só se poderá descontar-lhe do salário o limite
estabelecido.

O limite máximo é apenas para o segurado empregado; a empresa recolhe a


contribuição previdenciária sobre o total da folha de salários.

TABELA DE INSS - ALTERAÇÃO JANEIRO/2019


Alíquota para fins de
Salário de Contribuição (R$) recolhimento
até R$ 1.751,81 8%
de R$ 1.751,82 até R$2.919,72 9%
de R$ 2.919,73 até R$5.839,45 11%
acima de R$5.839,45 Teto de R$642,34
IRRF Imposto de Renda Retido na Fonte

É devido por todo empregado que, após as deduções de faltas, dependentes, pensão
alimentícia e contribuição previdenciária obtenham uma remuneração superior a R$
1.903,98 mensais (valor vigente desde abril/2015).
Existe a dedução formal por dependente e também por aposentadoria, para quem já
completou 65 anos. A alíquota devida é aplicada depois de efetuadas as deduções possíveis,
de acordo com a faixa salarial. Sobre o valor resultante dessa alíquota aplicada na
remuneração, é deduzida uma parcela que também varia de acordo com a faixa salarial em
que se enquadra o trabalhador.

A tabela de descontos, com as devidas faixas, é fixada pelo Governo Federal.

Imposto de Renda

A tributação do Imposto de Renda sobre os rendimentos do trabalho assalariado pago incide


sobre salários, adicionais, abonos, gratificações, 13º salário e outros rendimentos admitidos
em lei pela Receita Federal.
Conforme disposto acima, a base de cálculo do Imposto de Renda na fonte é determinada
mediante a dedução das seguintes parcelas do rendimento tributável:

Importâncias pagas em dinheiro a título de pensão alimentícia, de acordo com as


normas do Direito de Família, quando em cumprimento de decisão judicial ou acordo
homologado judicialmente, inclusive a prestação de alimentos provisionais;

A quantia de R$189,59 (cento e setenta e um reais e noventa e sete centavos) por


dependente (desde abril/2015);

As contribuições para a Previdência Social da União, dos estados, do Distrito Federal e


dos municípios;

As contribuições para entidade de previdência privada domiciliada no Brasil e para o


Fundo de Aposentadoria Programada Individual (Fapi), cujo ônus tenha sido do
contribuinte, destinadas a custear benefícios complementares assemelhados aos da
Previdência Social, cujo titular ou quotista seja trabalhador com vínculo empregatício
ou administrador.

Imposto de Renda - exemplo


TABELA DE IRRF - ALTERAÇÃO EM ABRIL/2015 (Até o presente, não temos nova tabela)
Base de Cálculo (R$) Alíquota (%) Parcela a Deduzir do IR (R$)
até 1.903,98 ISENTO ISENTO
De 1.903,99 até 2.826,65 7,50 142,80
De 2.826,66 até 3.751,05 15,00 354,80
De 3.751,06 até 4.664,68 22,50 636,13
Acima de 4.664,68 27,50 869,36
Dedução por dependente - R$189,59

Observe o exemplo de retenção de Imposto de Renda na fonte, de um empregado com um


dependente e uma renda bruta de R$ 2.700,00.

Cálculo:
Um dependente a R$ 189,59
INSS 9% sobre R$ 2.700,00 = R$243,00
Total a deduzir = R$ 432,59 (R$243,00 + R$189,59)
Renda Bruta = R$ 2.700,00
(-) total a deduzir = R$ 432,59
Base de cálculo = R$ 2.267,41
A base de cálculo de R$ 2.267,41, sobre a qual incide a alíquota de 7,5%, quando
multiplicada, dá como resultado a quantia de R$ 170,06. Portanto, temos:
R$2.267,41 X 7,50% (x0,075) = R$ 170,06
(-) parcela a deduzir = R$ 142,80

Imposto de Renda a ser descontado será (R$170,06 R$142,80) = R$ 27,26 de IRRF


Obs. Fica dispensada a retenção de Imposto de Renda de valor igual ou inferior a R$ 10,00 (dez reais)
incidentes na fonte sobre rendimentos que devam integrar a base de cálculo do imposto devido na
declaração de ajuste anual. A Receita Federal não aceita DARF com valor inferior a R$ 10,00.

Contribuição sindical (empregados)

É o valor descontado dos vencimentos de todos os empregados para pagamento ao sindicato


representante de sua categoria. Não tem ligação com o valor da mensalidade paga pelo
empregado para filiar-se ao sindicato; é um desconto feito anualmente e corresponde a 1 (um)
dia de trabalho do empregado. Obs. Com a reforma trabalhista, o desconto da Contribuição
Sindical somente será feito caso o colaborador solicitar o desconto, ou seja, pedir para que o
RH efetue o desconto em sua folha, caso contrário, é proibido descontar do trabalhador.

Exemplos:

Salário = R$ 998,00/mês
Valor de desconto de contribuição sindical = R$ 998,00 ÷ 30 dias = R$ 33,27

Salário = R$ 1.400,00/mês
Valor do desconto de contribuição sindical = R$ 1.400,00 ÷ 30 dias = R$ 46,67

Contribuição Confederativa

Contribuição Confederativa é uma obrigação para a manutenção do sistema confederativo


sindical, devida por todas as pessoas jurídicas, autônomos, profissionais liberais e
empregados, aos respectivos sindicatos da categoria a que se enquadrem, nos termos
estabelecidos pela Constituição Federal.

Contribuição Assistencial

Esta receita, também chamada taxa assistencial, decorre das contribuições pagas pelos
membros das categorias profissional ou econômica, filiados ou não à entidade sindical que
os representa. Por tanto, uma vez instituída, é extensiva a toda a categoria representada,
tendo caráter compulsório. É fixada por assembleia da categoria, devidamente convocada
para tal através da publicação de edital, e vem prevista em acordo ou convenção coletiva de
trabalho ou, na ausência desses, em sentença normativa em processo de dissídio coletivo
(no caso de contribuição de categoria profissional).

Contribuição Sindical ( Patronal)

A contribuição sindical patronal é devida pelas empresas em geral, pelos empregadores


rurais e pelos autônomos e profissionais liberais quando organizados em firmas ou
empresas, em favor do sindicato representativo da mesma categoria ou profissão ou,
inexistindo este, o percentual devido será creditado a favor da Federação correspondente à
referida categoria profissional. A contribuição sindical será recolhida, de uma só vez,
anualmente, e será calculada proporcionalmente ao capital social da firma ou empresa,
registrado nas respectivas juntas comerciais ou órgãos equivalentes.

FGTS

Encerrando a apresentação dos principais tipos de descontos, vamos conhecer um encargo


muito importante para o trabalhador o FGTS (pois representa garantia financeira para
ele).

Atenção!
O FGTS implica saída de numerário (encargos) apenas da empresa, como será observado
nas próximas aulas.

Fundo de Garantia por Tempo de Serviço FGTS

O Fundo de Garantia por Tempo de Serviço é composto por valores monetários, presentes
em uma conta vinculada e exclusiva, na qual a única movimentação é de depósitos durante o
curso do contrato de trabalho ou de retirada, em caso de rescisão do contrato de trabalho por
dispensa pelo empregador, sem que o empregado tenha dado justa causa para tal dispensa.
Têm direito ao FGTS todos os trabalhadores regidos pela CLT a partir de 5/10/88. Antes
dessa data, o direito ao FGTS era opcional. Também têm direito ao FGTS os trabalhadores
rurais, os temporários, os avulsos, os safreiros e os atletas profissionais (jogadores de futebol,
por exemplo).
O diretor de empresa não empregado poderá ser equiparado aos demais trabalhadores
sujeitos ao regime do FGTS.

Base de cálculo do FGTS:

salário básico;
13º salário;
horas extras;
adicional de insalubridade, periculosidade e trabalho noturno;
adicional de tempo de serviço;
gratificação de férias;
1/3 constitucional das férias;
comissões;
diárias para viagem que excedam 50% do salário;
gorjetas;
gratificações;
repouso semanal, feriados civis e religiosos.

Mais informações sobre FGTS

Depósitos mensais (Sistema SEFIP) (consultar legislação vigente)

Os depósitos são realizados mensalmente pelo empregador, deduzindo-se os valores das


faltas do colaborador.

Pelo regime do FGTS, as empresas são obrigadas a depositar o valor até o dia 7 de cada
mês, em conta bancária específica na Caixa Econômica Federal.
No momento do recolhimento do FGTS, a identificação do empregador no sistema base pelo
número do CNPJ e a conta do empregado é identificada pelo número de cadastro no PIS.
Os depósitos recebem todo dia 10, uma atualização monetária mensal mais juros.

Existem situações em que o trabalhador pode sacar o FGTS. Vejamos algumas delas:

Hipóteses de saque do FGTS (consultar legislação vigente ou qualquer alteração):

sem justa causa;

observar legislação vigente).

Multa de 40% - Legislação:

O empregado que for dispensado, sem justa causa, tem direito a receber o valor relativo a
40% de toda a quantia já depositada na conta durante o tempo em que ele esteve trabalhando
na empresa.

A partir de outubro de 2001, passa a ser devido o recolhimento de mais 10% sobre toda
(contribuição social) a quantia já depositada na conta do FGTS do empregado. (observar
legislação vigente, poderá ser cancelada em breve)
TABELA DE VERBAS E INCIDÊNCIAS DE IMPOSTOS
INCIDÊNCIAS PARA CÁLCULO DOS

Verbas ENCARGOS

INSS IRRF FGTS TIPO

Férias Normais / Férias Vencidas S S S V


1/3 Abono Constitucional (Férias
S S S V
Vencidas/Normais)
Abono Pecuniário N N N V
1/3 Abono Pecuniário N N N V
Férias em Dobro N N N V
1/3 Férias em Dobro N N N V
Férias Indenizadas / Proporcionais
N N N V
(Rescisão)
1/3 sobre Férias Indenizadas / Proporcionais
N N N V
(Rescisão)
13º Salário (Rescisão) S S S V
1/12 avos 13ºSal. s/ Aviso Prévio S S S V
Aviso Prévio S N S V
2ª Parcela do 13º Salário / Parcela Final S S S V
Antecipação da 1ª Parcela 13º Salário N N S V
Adicional de Insalubridade S S S V
Adicional de Periculosidade S S S V
Adicional Noturno S S S V
Ajuda de Custo (Até 50% Salário Base) N N N V
Comissões S S S V
Diária de Viagem (Até 50% Salário Base) N N N V
DSR s/ Outros Ganhos S S S V
Faltas / Atrasos S S S D
Horas Extras S S S V
Indenização Adicional (Data Base) N N N V
Multa Contrato Experiência (Art.479) N N N V
Salário Base / Salário Mensalista S S S V
Salário Família N N N V
Saldo de Salário (Rescisão) S S S V

Obs. Alteração Decreto 6727/09 de 12/01/2009


RAIS - Relação Anual de Informações Sociais

Instituída pelo Decreto 76.900/75, tem por finalidade suprir as necessidades de controles,
estatísticas e informação das entidades governamentais da área social. Tal documento
deverá conter as informações periodicamente solicitadas pelas instituições vinculadas ao
Ministério da fazenda, Trabalho e Previdência Social. Estão obrigadas a preencher e entregar
a RAIS, todas as empresas jurídicas de direito privado e as empresas públicas, sem ou
com empregados. A entrega da RAIS é anual, e ocorre no mês de fevereiro de cada ano.

DIRF

Estão obrigadas a apresentar a Declaração do Imposto de Renda Retido na Fonte (Dirf) as


seguintes pessoas físicas e jurídicas que pagaram ou creditaram rendimentos com retenção
do imposto de renda na fonte, ainda que em um único mês do ano-calendário, por si ou como
representantes de terceiros:
- Estabelecimentos matrizes de pessoas jurídicas de direito privado domiciliadas no País,
inclusive os imunes ou isentos;
- Pessoas jurídicas de direito público;
- Filiais, sucursais, ou representações de pessoas jurídicas com sede no exterior;
- Empresas individuais;
- caixas, associações E organizações sindicais de empregados e empregadores;
- Titulares de serviços notariais e registrais (cartórios);
- Condomínios;
- Pessoas físicas;
- Instituições administradoras de fundos ou clubes de investimentos
- Órgãos gestores de mão de obra do trabalho portuário.

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