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Discentes:
Isaías Júnior
Jacinto Matsolo
Muniro ija
Yasmine Azize
Docente:
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Índice
I. Introdução ..................................................................................................................... 3
1.2 Objetivos ..................................................................................................................... 3
1.2.1 Objectivos gerais.............................................................................................. 4
1.2.2 Objectivos específicos...................................................................................... 4
1.3 Metodologia ............................................................................................................ 4
II. Imposto ......................................................................................................................... 5
2.1 Noção .......................................................................................................................... 5
2.2 Natureza do imposto .................................................................................................... 6
2.3 Classificação dos impostos .......................................................................................... 8
2.3.1 Quanto a competência ........................................................................................... 8
2.3.2 Quanto a repercussão económica do imposto ........................................................ 8
2.3.3 Quanto a função ............................................................................................. 10
2.3.4 Quanto da situação do contribuinte ................................................................ 10
2.3.5 Quanto ao tipo e estrutura da taxa ....................................................................... 11
2.3.6 Quanto a estabilidade .......................................................................................... 11
2.4 As fases da Vida do Imposto ...................................................................................... 11
2.4.1 Incidência ........................................................................................................... 12
2.4.2 Momento administrativo ..................................................................................... 12
2.4.2.1 Lançamentos .................................................................................................... 12
2.4.2.2 Liquidação ....................................................................................................... 13
2.4.2.3 Cobrança ou pagamento ................................................................................... 13
III. Conclusão ................................................................................................................. 14
IV. REFERENCIAS ....................................................................................................... 15
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I. Introdução
O presente trabalho enquadra-se na cadeira de Direito Fiscal e tem como tema; O imposto,
conceito, natureza, classificação e fases.
Direito Fiscal é um conjunto de normas juridicas que regulam as relações que se estabelecem
entre o Estado e outros entes públicos e privados. É um ramo do Direito Público que lida com
leis que regulam a arrecadação de tributos, bem como a sua fiscalização.
Os indivíduos tem uma obrigação criada por lei de pagar ao Estado com vista a satisfação de
algumas necessidades como saúde, educação e segurança, obrigação esta que se dá o nome de
tributo.
Problematização
A discussão acerca da problemática do imposto é antiga, dado que por um lado nem todos os
membros de uma sociedade compreende a necessidade e a importância do pagamento do
imposto na sociedade, por outro lado verifica se situações de cobranças indevidas por parte
do estado devido ao fraco conhecimento sobre alguns aspectos cruciais do imposto. Observa
que uma sociedade é um conjunto de pessoas que se juntam com vista a preservar a
sobrevivência da colectividade. Essas pessoas necessitam que suas despesas sejam supridas
daí que o Estado pela necessidade de realizar despesas (como a provisão de bens públicos e
prestação de serviços) vê a necessidade de cobrar impostos pois não existe uma forma de
reafectar sem fazer com que alguns indivíduos percam.
Decerto que se essa função estivesse na responsabilidade dos indivíduos haveriam algumas
injustiças por isso que a lei cria os impostos que são regulados por normas com vista a
garantir o bem-estar dos contribuintes. A criação e alteração dos impostos e o
estabelecimento dos seus elementos essenciais está reservado a lei.
Por falta de conhecimento ou informação as pessoas confundem os impostos com outras
normas como as taxas ou ainda as contribuições daí que é necessário esse estudo com vista a
facilitar a distinção desses aspectos.
Para não se dar o caso de ser enganado com falsas cobranças, é fundamental que tenha
conhecimentos básicos sobre o assunto.
portanto surgem vários problemas com a falta de conhecimento sobre os impostos e pretende-
se compreender com o presente estudo, Qual é o conceito, natureza, classificação e fases dos
impostos
1.2 Objetivos
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1.2.1 Objectivos gerais
Analisar o conceito, a natureza, a classificação e as fases do imposto.
1.3 Metodologia
Técnicas de recolha de dados
No nosso trabalho será usada a pesquisa bibliográfica e documental que permitirá reunir
informações que possibilitarão sustentar teoricamente a pesquisa.
A pesquisa documental vale-se de matéria que não receberam ainda um tratamento analítico,
ou que ainda podem ser reelaborados de acordo com os objectivos da pesquisa.
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II. Imposto
2.1 Noção
Antes de abordar o conceito de impostos importa nos referir que o funcionamento de uma
sociedade implica despesas de caracter coletivo pela provisão de bens e serviços públicos,
isto é, bens para o usufruto de todos, sendo o governo o ente responsável na gestão deste
processo, ora este usufruto implica contrapartida cabendo somente ao governo 1 que no uso
das suas atribuições se encarrega de arrecadação de receitas, ou seja toma iniciativa de exigir
aos contribuintes a honrarem com as suas obrigações fiscais para na sequencias satisfazer os
fins ou despesas publicas. (Teófilo 2009:14)
Segundo José nabais (citado por Cláudio Pene 2014:58), os impostos podem ser definidos
observando três elementos, objetivos, subjetivos e teológico.
Compreende-se que o imposto é objetivo a medida que, diferente das taxas que tem um
caracter bilateral, os impostos são unilaterais, são estabelecidos por lei sendo assim de
caracter obrigatório.
São subjetivos visto que são cobrados aos cidadãos de forma individual ou colectiva e são a
favor de entidades que exerçam funções públicas.
Por fim considera-se que são teológicos pois os impostos são usados para a satisfação de fins
públicos.
Segundo Pene (2014:61), podemos definir o imposto como uma prestação patrimonial,
unilateral, definitiva, estabelecida por lei, exigida a detentores de capacidade contributiva, a
favor de entidades que exerçam funções públicas, para a realização das suas funções que não
constituam sanções de actos ilícitos.
Por outro lado José Teixeira ribeiro (2013:258) define imposto como sendo uma prestação
pecuniária, coativa e unilateral, sem o caracter de sanção, exigida pelo estado com vista a
O imposto é pecuniário: porque é uma prestação que deve ser satisfeitas em dinheiro; É
coactiva: porque ela existe por força da lei, ou seja não depende da nossa anuência, se
estamos de acordo ou não. A nós apena nos cabe cumprir a lei que define o imposto;
Unilateral: a unilateralidade do imposto traduz o seguinte, se um indivíduo pagar uma certa
porção do imposto, o Estado não tem obrigação de dar ou propor-lhe por conta da porção que
tiraste, ou seja não podemos exigir do Estado daquele porção que paguei do imposto. Mas,
sim, Estado irá usar aquele imposto para satisfazer as necessidades da colectividade.
É uma prestação definitiva: porque quando pagamos o imposto, não teremos de volta o valor;
Exigida pelo Estado: o Estado como detentor de poder, pode exigir algum tipo de imposto ao
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Artigo 202 da Constituicao da Republica de Mocambique (CRM)
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cidadão, porém a Constituição estabelece certos limites quanto a exigência. Sem caráter de
sanção: ou seja o imposto não é um castigo
Por seu turno Pereira et al (204 citado por Massimbe 2009:15), define o imposto como sendo
é uma prestação pecuniária de natureza corrente, definitiva, com caracter coercivo e
unilateral, porque sem contrapartida imediata e directa para quem a paga/suporta, de que são
beneficiário o estado, autarquia local, outros níveis de governo ou outro ente publico.
A palavra, "natureza" refere-se a Valores que garantem ao Direito a sua legitimidade para
regular a vida social. Deste modo os valores que caracterizam ou atribuem a legitimidade dos
impostos segundo Ribeiro 2013:258 são:
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É a entidade de direito publico, titular de direito de exigir o cumprimento das
obrigações tributarias quer directamente quer através de representante. 3onr 2 do art. 3 da
Lei Geral do Tributo
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Unilateral – diferentemente das taxas, o pagamento do imposto não corresponde qualquer
contraprestação por parte do Estado;
Sem o caracter de sanção - visto que o imposto não tem caracter de penalidade, como a multa.
Ora se os impostos não têm uma natureza própria analisemos os demais tipos de tributo
(taxas, e contribuições financeira).
No que concerne as taxas afirma Nazaré Cabral (2014:156), que as taxas constituem tributos
bilaterais, no sentido de que o seu pagamento pressupõe uma determinada contrapartida
específica, tendencialmente directa e imediata.
Depreende se dos argumentos acima citados que ao contrário dos impostos as taxas tem um
caracter bilateral, sendo este um elemento crucial que separa os impostos das taxas
Quanto as contribuições financeiras, a lei3 refere que são prestações devidas, em virtude de
uma vantagem económica particular resultante do exercício de uma actividade administrativa,
por parte daqueles que tal actividade beneficia contribuições de melhorias.
Deste modo tanto as taxas assim como as contribuições financeiras apresentam um caracter
bilateral que se distancia da natureza dos impostos, pois estes tem um caracter unilateral.
Não bastando, observasse ainda que a constituição e a lei consagram um regime jurídico
específico dos impostos diversos do regime jurídico aplicável as taxas4
Com isso entende-se que no que diz respeito aos impostos, o tipo fiscal e os respetivos
elementos (incidência, taxas, benefícios fiscais e garantias do contribuinte) sejam criados por
lei. Já no que diz respeito as taxas e as contribuições apenas se impõem que da lei resulte a
aprovação do regime geral. O tipo em concreto de cada taxa ou contribuição financeira
poderá então fazer se por diploma legal não autorizado. Nazaré da costa 2014:158
Resultando deste modo a obrigatoriedade do imposto, pois ela é criada por força da lei
devendo deste modo ser coactiva sem carácter sancionatório, o que não ocorre com as taxas
devido a sua indeterminação, que abre espaço para que o legislador defina aspectos que
integrem ou devem integrar.
As taxas não obedecem ao princípio da legalidade fiscal com a reserva absoluta de lege
scripta da assembleia da república, ou da capacidade contributiva, mas ao princípio da
proporcionalidade
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. Lei nr 1/2008 de 16 de janeiro alínea a nr 1 artigo 56 e atigo 69.
4
Art 100, 127, al, o) nr 2 art 178 todos da CRM
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Ainda no âmbito da obrigatoriedade, o pagamento do imposto é obrigatório a todos sujeitos
passivos, independentemente da sua vontade, o que não ocorre com as taxas.
Finalmente podemos afirmar categoricamente sem sombra de dúvidas e com base na lei que o
imposto tem uma natureza unilateral e obrigatória. 5
A classificação dos impostos é uma repartição sistemática dos impostos, que podem ser
agrupadas observando alguns critérios: critério da competência, critério da repercussão
económica critério da função, etc.
São considerados nacionais os impostos que no seu âmbito de aplicação territorial abrangem
a totalidade do território nacional.
Por outro lado são considerados autárquicos ou locais aqueles que têm aplicação território
circunscrita a uma parte do território nacional, independentemente da natureza do sujeito
passivo. (ibidem)
Indirectos, são os impostos em que o devedor procede a sua repercussão para terceiro, que é
quem suporta economicamente o encargo do imposto. Tradicionalmente tem se considerado
repercurtiveis os impostos sobre o consumo, e irrepercurtiveis os impostos sobre o
rendimento e sobre património.
Segundo Cláudio pene os impostos directos e indirectos não tem por base um critério
uniforme, ou seja para além do critério de repercussão económica acima apresentada,
apresentam outros critérios, nomeadamente: critério da permanência ou intermitência das
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nr 1, art4, lei 15/2002 de 26 de junho de 2002
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faculdades contributivas, critério do rol nominativo, critério do lançamento e por fim critério
das manifestações imediatas de capacidade contributiva.
Segundo Pene (2014:67) nesse critério são directos os impostos em que é possível
presumir a permanência das faculdades contributivas e, portanto, a tributação tende a
repetir-se periodicamente e a configurar-se como imposto periódico. Enquanto que os
indirectos são os impostos em que a tributação tem carácter trasitório ou ocasional, ainda
que o pagamento seja realizado em prestações.
São directos os impostos cujo lançamento tem base na existência junta da administração
da relação nominal dos contribuintes, isto é, é feito baseado na lista preexistente na
administração fiscal. Assim, os impostos indirectos são aqueles cujo lançamento não se
baseia em listas pré- elaboradas pela administração fiscal.
3. Critério do lançamento
Segundo Pene (2014:68) nesse critério são directos os impostos em que as operações de
lançamento são efectuadas pela administração e, indirectos aqueles em que o lançamento
não é efectuado pela administração.
Esta classificação encontra se consagrada na lei nr 15/2002, de 26 de junho, é uma das mais
antigas classificações dos impostos.
O património e o rendimento podem ser diretamente tributados; quer dizer, o estado pode
imposicionar o património possuído ou o rendimento obtido por cada contribuinte. Os
impostos incidem sobre a matéria coletável directamente tributada são os impostos directos
(Ribeiro, 2013:309).
Mas o estado, em vez de atingir directamente a matéria coletável, através da sua posse ou
obtenção, pode atingi-la indirectamente, através da utilização que dela se faz. E os impostos
que incidem, não sobre o património possuído ou rendimento obtido mas sobre o património
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ou rendimento utilizado, isto é, os impostos que recaem sobre a matéria coletável
indirectamente tributada, são os impostos indiretos. (ibid).
Impostos fiscais
Impostos extrafiscais
De referir ainda que, embora a obtenção de recursos financeiros pelo Estado seja a razão de
ser do imposto, através do mesmo podem ser prosseguidos importantes objectivos
extrafiscais, como por exemplo: Objectivos de redistribuição do rendimento e da riqueza
nacional, Penalização e desencorajamento de consumos socialmente nocivos (tributação
fortemente gravosa do tabaco e do álcool), Incentivo de determinadas actividades
económicas, sujeitando a taxas efectivas mais favoráveis os correspondentes rendimentos, e
bem assim a orientação de investimentos para zonas menos desenvolvidas do território
nacional.
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Todos impostos são simultaneamente reais e pessoais. Com efeito, todos eles incidem sobre a
matéria coletavel, sobre coisas, dai o seu caracter real; todos eles são pagos pelos possuidores
das coisas, pelos titulares da matéria colectavel, e dai o seu caracter pessoal.
Quer dizer: nos impostos reais tributa-se a riqueza em função dela própria; nos impostos
pessoais tributa-se a riqueza em função das pessoas.
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2.4.1 Incidência
Na incidência, que é a fase da criação ou instituição do imposto, trata-se de definir, através da
lei e da forma geral e abstracta, o complexo de pressupostos de cuja conjugação nasce a
obrigação do imposto, bem como os elementos da mesma obrigação.
Percebe se do acima dito que nem todos factos ou pessoas podem ser tripificados na
incidência. Tais factos ou pessoas que não se enquadram na enumeração da incidência, não
estão sujeitos a tributação estaremos diante da não sujeição ou não incidência.
Fora os casos implícitos de não incidência, a lei consagra por vezes normas expressas de não
incidência, também conhecidas por delimitações negativas expressas da incidência, ou como
refere nuno de sa gomes citado por pene 75, normas fiscais de conteúdo negativo. A doutrina
não so diverge quanto a natureza destas normas, bem como, quanto a relevância das mesmas,
em face da dificuldade ou impossibilidade de enumeração de todas situações de não
incidência.
A não sujeição ou não incidência difere da isenção. A isenção é um beneficio fiscal atribuído
a um facto ou uma pessoa que esta abrangido pela norma de incidência. Segundo la rosa
(citado por pene, 2013) estamos perante uma isenção sempre que a lei sutrai ou afasta a
tributação, através de previsão normativa de um facto impeditivo, situações e sujeitos que de
outra feita, ficariam dentro âmbito de previsão de norma tributaria.
2.4.2.1 Lançamentos
O lançamento consiste num conjunto de actos e operações pelos quais a administracao
tributaria, ou o sujeito passivo, no caso de auto lançamento, determina em concreto os
elementos da obrigação de impostos, isto é, identificam se contribuites, determina se em
concreto a matéria coletável ou tributável e a taxa ( no caso de impostos com mais de ma
taxa). Não se trata da definição legal desses elementos, que cabe as normas de incidência,
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mas sim da fixação, em concreto, individual, desses elementos, integrados numa determinada
obrigação do imposto
2.4.2.2 Liquidação
Conhecida a matéria coletável de cada contribuinte, tem de fixar-se, agora a quota de imposto
que lhe compete. Chgamos assim a terceira fase da fixação da quota individual ou liquidação
do imposto.
Sustenta ainda Ibraimo (2000:60, citado por Massimbe 2009:26 ), A fase da liquidação,
consiste no cálculo da colecta do imposto aplicando-se a matéria colectável a taxa do
imposto. Em geral a liquidação é feita nos impostos directos pela administração fiscal e nos
impostos indirectos pelo contribuinte (2000;60).
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III. Conclusão
Terminado o trabalho podemos concluir que num estado de direito democrático como
Moçambique o é, não há espaço para arbitrariedade nos processos da arrecadação do imposto.
A lei estabelece os parâmetros legais para a definição do imposto respeitando e
salvaguardando os princípios da justiça, igualdade e legalidade. Engana se quem pensa que o
imposto tem apenas a finalidade da afectação das despesas públicas pois vimos que o imposto
para alem de financiar as despesas públicas serve como um meio de internalização das
externalidades negativas.
Sempre que falamos dos impostos vem à mente um sentimento de rejeição, por se tratar de
uma obrigação imposta a todos, e que não resulta nas contraprestações. Mas sabemos também
que é um "bem ou mal " (dependendo da visão de cada um), necessário para a vida em
sociedade, e portanto a sua prestação é anterior a vontade dos cidadãos. Afirma Benjamin
Franklin "nada é mais certo neste mundo que a morte e os imposto".
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IV. REFERENCIAS
Pene.C, (2014), apontamentos do direito fiscal moçambicano, escolar editora, Maputo.
Cabral.N, Waldemar.G, et al, (2014) finanças públicas e direito financeiro, aafdl, Lisboa
Acis, et al, (2011), o quadro legal para impostos em Moçambique, 2 edição, Maputo
Legislação
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