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INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E EDUÇÃO A DISTÂNCIA

DEPARTAMENTO DE ECONOMIA E GESTÃO

CURSO DE LICENCIATURA EM CONTABILIDADE E AUDITORIA

TRABALHO DE CAMPO

Tema: Teoria Geral do Imposto

Discente:

Conceição Jéssica Raul da Costa

Tete, Junho de 2019


Índice
1. Introdução....................................................................................................................................1

1.1. Objetivos...............................................................................................................................2

1.1.1. Objetivo geral.................................................................................................................2

1.1.2. Objetivos específicos......................................................................................................2

1.2. Metodologia..........................................................................................................................2

2. Teoria geral do imposto...............................................................................................................3

2.1. Noção de Imposto.................................................................................................................3

2.2. Fins não fiscais......................................................................................................................3

2.3. Classificação dos Impostos...................................................................................................4

2.3.1. Impostos reais e pessoais................................................................................................4

2.3.2. Impostos diretos e indiretos............................................................................................4

2.3.3. Impostos fiscais e extrafiscais........................................................................................5

2.3.4. Impostos de quota fixa e Impostos de quota variável....................................................5

2.3.5. Impostos periódicos e Impostos de obrigação única......................................................5

2.3.6. Impostos gerais e Impostos especiais.............................................................................6

2.4. Objetivo do imposto..............................................................................................................6

2.5. Elementos do imposto...........................................................................................................6

2.5.1. Elemento objectivo.........................................................................................................6

2.5.2. Elemento Subjetivo........................................................................................................6

2.5.3. Elemento Teleológico.....................................................................................................6

2.6. Características dos impostos.................................................................................................7

2.7. Momentos da vida do Imposto..............................................................................................7

2.8. Fases da vida do imposto......................................................................................................7

2.8.1. A incidência....................................................................................................................7
2.8.2. Lançamento....................................................................................................................8

2.8.3. Liquidação......................................................................................................................8

2.8.4. Cobrança.........................................................................................................................8

2.9. Taxas.....................................................................................................................................8

2.9.1. Facto Gerador do Imposto..............................................................................................9

3. Conclusão..................................................................................................................................10

4. Referências bibliográficas.........................................................................................................11
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1. Introdução

O estudo dos impostos possui extrema relevância, dado que todos são sujeitos à sua incidência.
Os impostos constituem espécie de tributo não vinculada, ou seja, o produto da arrecadação
desse tributo não possui destinação específica, e a receita integra o erário sem que seja vinculado
a órgão, despesa ou fundo.
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1.1. Objetivos
1.1.1. Objetivo geral
 Analisar a teoria geral do imposto

1.1.2. Objetivos específicos


 Definir imposto;
 Apresentar os objetivos do imposto;
 Identificar os elementos subjectivos, objectivos e teológicos do imposto;
 Analisar momentos de vida do imposto.

1.2. Metodologia
Para a elaboração do presente trabalho foi aplicada a revisão bibliográfica, consulta de vários
livros que abordam sobre a teoria geral do imposto. Outro método aplicado foi a pesquisa na
internet.
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2. Teoria geral do imposto


Segundo GIANNINI, imposto é a prestação pecuniária que o Poder Público tem o direito de
exigir, em virtude de sua gestão de império, originária ou derivada, em cada caso, na medida e
segundo os modos estabelecidos em lei com o fim de conseguir receita.

RUGGIERO diz que o Estado tem um direito patrimonial sobre certa cota dos bens dos cidadãos,
representada pelo imposto.

Surgiu, assim, o tributo como ato de império com fim de sustentar os encargos do Estado.

"Cada povo tem suas necessidades gerais", diz CAMILLE ROSIER, "que os governos são
obrigados a satisfazer, exigindo para tanto de cada um de seus membros uma parcela de sua
fortuna particular para subvencionar as despesas do Estado ou de outras coletividades".

Desde longa data, a história mostra a evolução do conceito de imposto até o momento atual com
os estímulos fiscais e demais características, que impedem o desenvolvimento de determinadas
atividades em favor de outras, ou o reinvestimento em regiões menos favorecidas.

2.1. Noção de Imposto


Segundo Teixeira (1985: 36) o imposto é uma prestação pecuniária efetiva, de pagamento
coercivo com carácter unilateral e definitivo, em geral não consignados a nenhum tipo de
utilizações, sendo uma prestação devida ao Estado, estabelecida por lei sem carácter de sanção,
tendo como objetivo a realização de fins públicos.

Sanches (2007: 22) refere que definir imposto não é tarefa fácil como vem demonstrando a
doutrina. O imposto é uma das espécies tributárias criadas por lei e está sujeito ao princípio da
legalidade.

2.2. Fins não fiscais


A finalidade do imposto não se restringe, apenas, a obter vantagens pecuniárias para o Estado,
acrescidas de taxas, contribuições especiais, contribuições de melhoria, multas ou quaisquer
outros recursos.

Diz GIANNINI que o imposto, com efeito, deve igualmente ser manejado para a consecução de
"objetivos não fiscais"-. Propõe, não raro, o legislador em alcançar com elevadas cargas
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tributárias "uma distribuição social da riqueza diversa da existente", limitando-se influências


econômicas prejudiciais à própria coletividade.

Por outro lado, cabe ao legislador fixar isenções para favorecer determinadas atividades
consideradas socialmente vantajosas. Como exemplo, cabe citar os direitos aduaneiros, que
muitas vezes não trazem o objetivo de aumentar as receitas, e, sim, de impedir ou dificultar a
entrada no País de mercadorias estrangeiras como meio de proteger a indústria nacional da
concorrência exterior.

De igual modo, em se tratando de direitos de exportação, a legislação tributária pode impedir,


também com um fim não fiscal, a saída de bens necessários ao consumo interno.

2.3. Classificação dos Impostos


2.3.1. Impostos reais e pessoais
Impostos reais são impostos instituídos em razão do patrimônio. Tomam em conta considerações
objetivas, econômicas, patrimoniais independentemente da situação pessoal do devedor.

O imposto pessoal é aquele que onera exclusivamente o contribuinte de direito. Não permite a
transmissão para terceiros. Não há, nos impostos diretos, ou pessoais, contribuinte de fato,
apenas de direito.

Contribuinte de direito: qualquer pessoa física ou jurídica que dá causa ao fato gerador do
tributo, e por ele responde exclusivamente.

2.3.2. Impostos diretos e indiretos


O imposto direto é quando o próprio contribuinte sofre o impacto financeiro da tributação, ou
seja, aquela pessoa que praticou o fato gerador é conclamada a pagar o tributo.

Nos impostos indiretos há uma repercussão econômica, quem suporta o impacto financeiro da
tributação é o consumidor final, chamado de contribuinte de fato.

Contribuinte de fato: qualquer pessoa física ou jurídica não prevista em lei, que não dá causa ao
fato gerador, mas suporta o custo econômico da incidência. Sua relação é meramente econômica,
e não jurídica. O contribuinte de fato concorre para que o contribuinte de direito dê causa ao fato
gerador, impulsiona o fato imponível.
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Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade
econômica do contribuinte, facultado à administração tributária, especialmente para conferir
efetividade a esses objetivos, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o
patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte.”

Esses tributos indiretos são tributos multifásicos, plurifásicos pois incidem nas diversas etapas de
uma cadeia econômica. São tributos nos quais vigora o princípio da não cumulatividade a não
oneração do consumo.

2.3.3. Impostos fiscais e extrafiscais


Impostos fiscais são aqueles que têm como função principal a arrecadação.

Impostos extrafiscais são aqueles que tem como objetivo principal o estimulo ou desestimulo a
determinada conduta. Aqui os impostos são utilizados ora instrumento de política econômica ora
instrumento de política social.

2.3.4. Impostos de quota fixa e Impostos de quota variável


Os impostos podem ser de prestação fixa ou de prestação variável. Nos primeiros, o imposto a
pagar por cada contribuinte pode ser fixado na lei através da indicação de uma importância fixa.
Nos segundos, vai-se indicando uma taxa ou taxas expressas em percentagem, que aplicadas à
matéria coletável determinam o imposto a pagar. Nos impostos de quota variável a taxa pode ser
proporcional, progressiva ou regressiva.

Segundo Carlos (2006: 49) “os impostos proporcionais são aqueles em que o montante de
imposto a pagar cresce na mesma proporção que a matéria coletável”. São aqueles que têm uma
taxa fixa, única e constante, qualquer que seja o valor da matéria coletável. Assim, o imposto
aumenta proporcionalmente ao aumento da matéria coletável.

2.3.5. Impostos periódicos e Impostos de obrigação única


Nos impostos periódicos o pressuposto de tributação apresenta uma certa característica de
estabilidade ou continuidade, ou seja, a obrigação de imposto é relativa a situações estáveis que,
normalmente se prolongam no tempo, com uma periodicidade regular.

Nos impostos de obrigação única esse pressuposto apresenta-se isolado e mesmo quando se pode
repetir é tomado isoladamente. Estes caracterizam-se por não serem suscetíveis de uma
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ocorrência tendencialmente regular e previsível, porque o facto que a determina se traduz na


prática de um ato instantâneo.

2.3.6. Impostos gerais e Impostos especiais


Os impostos também podem ser classificados em impostos gerais e em impostos especiais.
Enquanto, que os impostos gerais estão previstos na lei de forma a aplicarem-se a uma
determinada categoria de situações análogas, os impostos especiais, não obstante dizerem
respeito a factos ou situações abrangidos nos impostos gerais, são objecto de uma disciplina
jurídica especial.

De acordo com Martins (2008: 10) “os impostos especiais de consumo apresentam características
comuns, ou seja, são todos impostos monofásicos, sujeitos ao princípio da equivalência ou
beneficio, em que o facto gerador se verifica, como regra, na data de introdução no consumo”.

2.4. Objetivo do imposto


É para a realização de funções públicas de carácter coletivo (exemplo: educação, saúde, cresce,
segurança, etc.) e não tem carácter sancionatório de ato ilícito.

2.5. Elementos do imposto


2.5.1. Elemento objectivo
Elemento objetivo é uma prestação. Esta prestação tem determinadas características,
nomeadamente:

 Pecuniária (entrega de dinheiro);


 Unilateral (sem contraprestação imediata e individualizada);
 Definitiva (não dá direito a reembolso);
 Coativa (imposta por lei).

2.5.2. Elemento Subjetivo


Elemento Subjetivo: exigido a detentores de capacidade contributiva (sujeito passivo quem paga
o imposto), a favor de entidades que exercem funções públicas (sujeito ativo a favor de quem)
exemplo: Estado ou empresas privadas com funções públicas (EDP).

2.5.3. Elemento Teleológico


Elemento Teleológico: destina-se à realização de finalidades públicas.
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Se é imposto, é porque obrigatoriamente terá de ser aplicado na melhoria dos serviços públicos.

2.6. Características dos impostos


Prestação: Entregar, dar de carácter obrigatório

Pecuniário: Entrega em dinheiro.

Unilateral: Quando pago não recebo da outra parte uma contrapartida.

Definitiva: Se o imposto estiver bem quantificado só existem uma solução, que é pagar, não
tendo direito a reembolso.

Coativa: Não resulta da vontade das partes, é imposta por lei.

Não tem carácter de sanção de acto ilícito: O pagamento do imposto não está na sequência de
nenhum cumprimento faltoso, ilícito.

2.7. Momentos da vida do Imposto


Do ponto de vista da sua disciplina jurídica o imposto tem dois momentos da sua vida: O
primeiro corresponde ao momento da sua criação, instituição ou constituição e o segundo
corresponde ao momento da sua aplicação, efetivação, administração ou gestão.

No primeiro momento trata-se da definição normativa do imposto, e integra definição do facto


gerador do imposto (o pressuposto de facto), dos sujeitos activo e passivo (contribuinte,
responsáveis, substitutos e etc.), o montante de imposto que em regra define-se através do valor
sobre que recai (definição em abstracto da matéria colectável), mediante a percentagem deste
valor ou quantidade por unidade a exigir do contribuinte e, eventualmente as deduções a fazer no
valor apurado (dedução a colecta), sempre que não seja um imposto de quota fixa e a definição
das situações em que não há lugar aos impostos ou há menos impostos (o que corresponde aos
benefícios e as isenções fiscais). Este é um momento puramente normativo, qualitativo do
imposto.

O segundo momento corresponde ao da dinâmica dos impostos, processe-se a sua aplicação,


efetiva, administração ou gestão.

2.8. Fases da vida do imposto


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2.8.1. A incidência
A incidência: em abstracto, se definem os pressupostos tributários que fazem nascer a obrigação
de imposto, em que, em abstracto, se define a matéria colectável do imposto e identificam os
sujeitos passivos da relação jurídica fiscal a que o mesmo dará lugar. É a fase, em suma, em que
a lei determina o que vai estar sujeito a imposto (incidência real) e quem vai estar sujeito a
imposto (incidência pessoal).

2.8.2. Lançamento
O lançamento: corresponde ao momento do início da aplicação da lei. É a fase em que, do geral e
abstracto da incidência, se passa ao indivudual e concreto; é a fase em que se processam as
operações conducentes à identificação particular dos sujeitos passivos e à determinação concreta
da matéria colectável sobre que vai incidir o imposto.

2.8.3. Liquidação
A liquidação: é a operação aritmética de aplicação de uma taxa à matéria colectável apurada na
fase do lançamento, para determinação do montante exacto de imposto devido pelo sujeito
passivo (colecta). Naqueles impostos em que a lei prevê a possibilidade de deduções à colecta, a
liquidação abrange também os cáculos decorrentes destas deduções.

Hoje generaliza-se a tendência para agrupar sob a mesma designação "liquidação", quer as
operações de liquidação propriamente ditas que acabámos de referir, quer as operações de
lançamento mencionadas no ponto anterior.

2.8.4. Cobrança
A cobrança (pagamento): cobrança e pagamento são expressões que traduzem a mesma realidade
jurídica. A primeira assumida do ponto de vista da administração fiscal, que cobra o imposto; a
segunda encarada do ponto de vista do contribuinte, que o paga. É a fase final da vida do
imposto, para que tende toda a relação jurídica fiscal. Com a cobrança (pagamento) os valores
correspondentes ao imposto vão dar entrada nos cofres do Estado e com isso a relação jurídica
fiscal, normalmente, extinguir-se-á.

2.9. Taxas
As taxas constituem, em regra, conjuntamente com os impostos, as principais receitas coercivas
do Estado.
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As taxas são receitas tributárias que segundo Xavier (1981: 42) têm “carácter sinalagmático
(bilateral), não unilateral, o qual por seu turno deriva funcionalmente da natureza do facto
constitutivo das obrigações em que se traduzem e que consiste ou na prestação de uma actividade
pública ou, na utilização de bens do domínio público ou na remoção de um limite jurídico à
actividade dos particulares”.

2.9.1. Facto Gerador do Imposto


Como refere Pereira (2009: 27) “um imposto pressupõe a existência de um facto tributário,
definido como tal na lei e que uma vez verificado faz nascer a respectiva obrigação”. Sem facto
tributário não há obrigação de imposto.

Esse facto essencial da obrigação de imposto é designado, normalmente, por facto gerador do
imposto. E é tão importante que, se não houver facto tributário é suficiente, para que o acto de
liquidação de imposto seja anulado, num caso de impugnação.

O facto tributário comporta, por um lado, um elemento subjectivo, que é quem fica abrangido
pela obrigação do imposto, por outro, um elemento objetivo, que é o facto tributário em si
mesmo.
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3. Conclusão
Apos a realização do presente trabalho conclui que imposto é considerado como uma cobrança
pecuniária autoritária e sem contrapartida direta que tem por propósito financiar as atividades
governamentais ou despesas do Estado. Vi também que os impostos podem causar um sacrifício
maior que o valor que retira do bolso do contribuinte, impondo um sacrifício a sociedade não
mensurável. Neste caso os governos devem evitar que os tributos provoquem distorções não-
intencionais nas relações económicas, devendo impor uma carga em excesso apenas com
objetivos regulatórios, de induzir as pessoas a adotarem determinados comportamentos
desejáveis pela sociedade.
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4. Referências bibliográficas
Carlos, Américo Fernando Brás (2006). Impostos Teoria Geral. Coimbra: Almedina.

Brás Carlos, Américo & Almedina (2010). Impostos, Teoria Geral (3.ª ed.), Coimbra

Lobo, Rogério Leite (2003). Proposta de classificação e considerações sobre o regime jurídico:
Rio de Janeiro.

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