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Ao falar de tributação automaticamente remetemo-nos a questão do Estado, pois o

modelo tributário é direcionado pelo Estado como uma unidade administrativa de um


território, em que a sua formação é feita através de intuições públicas que têm como
função organizar e atender os anseios da população que habitam o seu território.

A sociedade onde vivemos está em constante mudança, acompanhada pela conjuntura


económica e financeira, pelo que as sociedades modernas estão dependentes destas
variáveis, que influenciam diretamente as opções do Estado. Tendo em conta o atual
momento em termos económicos, para suprimir as necessidades do Estado, é necessária
uma determinada carga fiscal.

A arrecadação tributária é primordial para o desenvolvimento e crescimento de uma


nação. O seu modelo aplicado a cada país demonstra uma grande interligação com a
resolução das desigualdades sociais. Assim o papel dos tributos vai além de financiar,
pois é a fonte para a promoção de melhoria da qualidade de vida dos cidadãos.

Falar do desenvolvimento de um país relacionando-o com a questão tributária requer


levar em conta a questão da justiça social como uma fonte desenvolvimento de uma
nação. A justiça social consiste na busca, através da redistribuição de rendas, de uma
vida mais justa e digna a todos, onde se garanta uma vida com o mínimo existencial ao
ser humano. Esta redistribuição de renda é necessária para o desenvolvimento da
população de um determinado país, pois quanto mais justa for a redistribuição de renda
maior será o nível e a qualidade de vida da população.
FALTA A DEFINIÇÃO DO IMPOSTO
O imposto é uma prestação definitiva: esta característica exclui o imposto das outras
receitas públicas, isto é, o contribuinte depois de pagar o imposto devido, não pode
esperar por um reembolso ou devolução. De recordar, que não se pode confundir a
definitividade dos impostos pagos com os impostos pagos em excesso, quer sob a forma
de adiantamentos (retenção na fonte), ou quer a título do mau cálculo. Estas duas
situações serão tidas em conta no futuro, em forma de acertos de conta dos impostos a
pagar.

O imposto é uma prestação unilateral: quer dizer que quando o contribuinte paga
impostos não tem contraprestação de serviços, porque os impostos foram criados com o
objectivo de satisfazer as necessidades colectivas, como por exemplo a construção de
estradas, de hospitais públicos, etc.

O imposto é uma prestação estabelecida por lei: os impostos são válidos desde que
tenham sido criados numa determinada Lei, uma vez que a mesma esteja fundamentada
na Constituição da República.

As pessoas singulares (auferem ordenados, salários, subsídios, rendas e juros) e as


pessoas colectivas (auferem lucros, rendas e juros). Deste modo, os que têm maior
capacidade económica também têm maior capacidade contributiva em detrimento das
pessoas (singulares ou colectivas) com menor capacidade, no sentido de se fazer sentir o
princípio da justiça moral. É assim estabelece os impostos progressivos.

Impostos progressivos: são aqueles em que a taxa aumenta a medida que aumenta a
matéria colectável, como é o caso do Imposto sobre os Rendimentos

Impostos proporcionais: são aqueles em que a taxa a aplicar é constante


independentemente da matéria colectável.
Os objectivos dos impostos na economia
Existem diversos agentes que intervêm na economia de um país, que são as famílias
(têm a função de consumir os bens e serviços), as empresas não financeiras (têm a
função de produzir bens e serviços), as empresas financeiras (têm a função de prestar
serviços financeiros), o Estado (tem a função de satisfazer as necessidades colectivas,
assim como também a redistribuição do rendimento), os países estrangeiros (têm a
função de trocar bens, serviços e capitais com o nosso país). A finalidade primordial dos
impostos na economia de qualquer país é a cobertura das despesas públicas.

A intervenção do Estado na economia sempre foi assunto de controvérsias desde há


séculos. A mão invisível - termo econômico descrito por Smith – serviu para apontar
como numa economia de mercado, apesar da inexistência de uma entidade
coordenadora do interesse comum, a interação dos indivíduos parece sempre resultar
numa determinada ordem que os orientasse. Essa mão invisível, contudo, corresponde
ao conjunto de forças individuais operando na mais pura concorrência para satisfazer os
desejos individuais, ou seja, realizar as necessidades de venda (oferta) e de compra
(demanda).

O Estado deverá ser, essencialmente, um regulador, facilitador e coordenador,


exercendo uma função de liderança na geração de sintonias e consensos baseados numa
visão estratégica, partilhada com a sociedade civil e os meios empresariais, que assegure
a transformação da economia e promova o desenvolvimento do sector privado e da
competitividade.

Quando os governos elaboram os orçamentos públicos, podem atribuir regimes


especiais de tributação em determinados contribuintes em relação a tributação normal.
Ao regime especial de tributação que beneficiam certos contribuintes, dá-se o nome de
benefícios fiscais. Os benefícios fiscais são regras fiscais que impliquem uma redução
do montante a pagar dos impostos em vigor, com o fim de favorecer actividades de
reconhecido interesse público, social ou cultural.

Os benefícios fiscais são importantes na atracção do investimento privado, porque


influenciam na redução da taxa de desemprego, aumentando o produto interno bruto,
assim como o combate das assimetrias regionais. Mas não é de todo um factor
determinante, porque existem outras variáveis como é o caso do bom ambiente de
negócios.
SISTEMA TRIBUTÁRIO ANGOLANO

Sendo Angola um país subdesenvolvido, sabendo que países subdesenvolvidos são


aqueles que apresentam significativos problemas sociais e expressiva desigualdade
social nomeadamente como pobreza, má distribuição de renda, baixa expectativa de
vida, entre outros, reconhece-se a necessidade de uma política tributária eficiente, pois
os tributos são essências para geração de receitas públicas e, consequentemente, para
uma melhor distribuição de renda.

O sistema tributário é o principal promotor da redistribuição de renda. Todas as


empresas que exercem atividade em Angola estão sujeitas ao pagamento de vários
impostos, e as receitas daí advenientes são utilizadas para o orçamento geral do Estado e
posteriormente para a redistribuição da renda.

os impostos fundamentais existentes no sistema tributário angolano são:

IMPOSTO INDUSTRIAL
(Lei n.º 19/14, de 22 de Outubro, com as alterações introduzidas pela Lei n.º
26/20, de 20 de Julho).
Incidência
O Imposto Industrial (II) incide sobre os lucros obtidos no exercício de
qualquer actividade de natureza comercial ou industrial, ainda que acidental.
São considerados sempre de natureza comercial ou industrial:
• A actividade de exploração agrícola, aquícola, avícola, silvícola,
pecuárias e piscatórias;
• A actividade de mediação, agência ou de representação na realização
de contratos de qualquer natureza;
• O exercício de actividades reguladas pelas entidades de supervisão de
seguros e de jogos, pelo Banco Nacional de Angola e pela Comissão
do Mercado de Capitais;
• A actividade das sociedades cujo objecto consista na mera gestão de
uma carteira de imóveis, de participações sociais ou outros títulos;
• Actividades das fundações, fundos autónomos, cooperativas e
associações de beneficência;
• Exercício de profissões liberais no formato societário ou associativo.

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