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Direito Tributário
3º PERÍODO
PALMAS-TO/ 2006
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EAD UNITINS / EDUCON – DIREITO TRIBUTÁRIO - ADMINISTRAÇÃO
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Tecnologia em educação continuada
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Apresentação
Caros alunos,
Muitos conceitos e definições que vamos apresentar na disciplina
que estudaremos – Direito Tributário – ser-nos-ão familiares, já que todos nós,
de alguma forma, contribuímos com o Fisco.
Para tanto, elegemos oito temas, que farão parte do nosso programa, a
fim de compreendermos o sistema Tributário Nacional. Veremos o conteúdo de
forma geral, uma vez que o Direito Tributário é ciência complexa que exige
mais tempo de estudo.
No tema 01 daremos a visão inicial do Direito Tributário, algumas
definições importantes para o conhecimento da matéria, tais como o conceito e
a natureza jurídica desse direito. Conheceremos, ainda, como funciona a
atividade financeira do Estado, observando a relação receita-despesa e gestão.
A partir daí, veremos a definição de tributo, como surge a obrigação
tributária e quais os limites do poder de tributar. Veremos, também, quais os
princípios que regem o Direito Tributário, bem como as normas vigentes, e sua
forma de interpretação e aplicação. Do tema 02 ao tema 04, trataremos dessas
questões.
No tema 05, conheceremos as espécies tributárias que estão previstas
em nosso ordenamento jurídico. Nos temas 06 e 07, veremos como surge a
obrigação tributária, o crédito tributário, e como é feita a cobrança desse crédito
pelo poder público.
Para finalizar nosso estudo, conheceremos as espécies de impostos
previstos na nossa Carta Magna, mais presentes em nosso dia-a-dia.
Ao final de cada tema, você encontrará as atividades e as referências
bibliográficas em que se baseia àquele tema em particular, além da bibliografia
básica que você encontrou no plano de ensino. Caso alguns temas estudados
lhe chamem mais a atenção, você terá à sua disposição uma fonte para
consulta mais aprofundada.
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PLANO DE ENSINO
DIREITO TRIBUTÁRIO
Ementa
Introdução ao Direito Tributário. Teoria da Imposição Tributária. Princípios
constitucionais tributários. Normas de Direito Tributário. Espécies Tributárias.
Obrigação Tributária. Crédito Tributário. Prescrição e decadência. Tributos em
espécie.
Objetivos
Conhecer o Sistema Tributário Nacional.
Compreender como é o processo de criação, formação, constituição e
cobrança de um tributo.
Conhecer quais são as espécies de tributo e quais são os impostos previstos
em nosso ordenamento.
Programa
1. O Direito Tributário
Necessidades individuais
Serviço Público
Atividade financeira do Estado
Receita pública
Despesa pública
Gestão
Definição e conceito do Direito Tributário (natureza jurídica, autonomia)
Fontes do direito tributário
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5. Espécies tributárias
Imposto
Taxa
Contribuição de melhoria
Contribuições especiais
Empréstimo compulsório
6. Obrigação Tributária
Conceito
Sujeitos
Elementos
7. Crédito Tributário
Lançamento
Suspensão
Exclusão
Extinção (pagamento, compensação, transação, remissão, prescrição,
decadência)
Limites da obrigação tributária
8. Impostos em espécie
Impostos da União
Impostos Estaduais
Impostos Municipais
Bibliografia Básica
AMARO, Luciano. Direito Tributário Brasileiro. 10 ed. São Paulo: Saraiva, 2004.
FABRETTI, Laudio C. e FABRETTI, Dilene R. Direito Tributário para os cursos
de administração e ciências contábeis. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2004.
ICHIARA, Yoshiaki. Direito Tributário. 13. ed. São Paulo, Atlas, 2004.
Bibliografia complementar
BORGES, Humberto Bonavides. Planejamento Tributário: IPI, ICMS, ISS e IR.
São Paulo: Atlas, 2002.
CASSONE, Vittorio. Interpretação no Direito Tributário: teoria e prática. São
Paulo: Atlas, 2004.
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Sumário
Tema 01 - O Direito Tributário ........................................................08
Conceito.............................................................................................08
Autonomia do Direito Tributário..........................................................11
Fontes do Direito Tributário................................................................12
Atividade financeira do Estado...........................................................13
Despesa pública.................................................................................14
Receita pública ..................................................................................17
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Tema 01
O Direito do Tributário
Objetivos
Apresentar o conceito e definição de Direito Tributário e as fontes para
composição da legislação tributária.
Estudar o ramo do direito (Direito Financeiro) de que o Estado dispõe para
proporcionar recursos econômicos para o custeio de seu funcionamento, em
específico a atividade financeira em seus elementos: receita pública
(arrecadação) e o gasto de dinheiro visando a uma finalidade pública (despesa
pública).
Introdução
Diferente dos empresários, dos comerciantes e dos trabalhadores que
têm nos empreendimentos (industrial, agropastoril, transportes etc.) as suas
fontes de renda para suprir as necessidades, o Estado não possui uma
atividade lucrativa. Nem uma fonte de renda, como no caso dos trabalhadores,
mas exige-se do Estado que desenvolva atividades para atender as
necessidades coletivas, como a segurança pública, saúde, saneamento básico,
educação, infra-estrutura etc. Para realizar essas atividades, o Estado possui
instrumentos para arrecadar dinheiro, ou seja, impostos, taxas, contribuições
de melhoria, que devem ocorrer observando a garantia constitucional de
proteção do direito patrimonial do particular (art.5°, XXII, da CF). Essa conduta
encontra-se inserido no direito tributário. O funcionamento do Estado conduz,
necessariamente, à existência de uma atividade financeira consistente na
obtenção de recursos, na sua gestão e, ao final, na sua aplicação
(Bastos,1997/1), em despesa, receita, orçamento e crédito público.
Conceito
O Estado, na atividade tributária, detém poderes, impositiva e
coercitivamente, para arrecadar recursos financeiros, isto é, independe da
vontade individual da pessoa que deverá recolher (pagar) os tributos. E essa
pessoa no direito tributário é denominada contribuinte.
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Serviços Públicos
Serviços públicos são aqueles prestados pelo Estado ou por quem faça
suas vezes, como a pessoa de direito privado que, por concessão ou
permissão, encontra-se nas funções de prestação de serviço público, que o
administrado possa usufruir diretamente.
Assim, serviço público é aquele que se encontra sob o regime do direito
público, o regime administrativo, disciplinado pelos princípios da supremacia e
da indisponibilidade do interesse público. Esses princípios informam que o
interesse individual sucumbe diante do interesse da coletividade.
Despesa Pública
Despesa pública para Aliomar Baleeiro, citado por HARADA, 2005,/50,
significa duas coisas: “em primeiro lugar, designa o conjunto dos dispêndios do
Estado, ou de outra pessoa de direito público, para o funcionamento dos
serviços públicos”, podendo, também, significar “a aplicação de certa quantia,
em dinheiro, por parte da autoridade ou agente público competente, dentro
duma autorização legislativa, para execução de fim a cargo do governo”.
Deve-se ressaltar que despesa pública sempre deverá estar vinculado
a uma finalidade de interesse coletivo ou público, que cabe ao Estado
satisfazer.
A despesa pública assume papel de importância dentro de um plano de
governo, pois sempre estará integrada às metas planejadas e colocada no
orçamento, sob o crivo do Poder Legislativo. Com a análise das despesas
consignadas (dotação orçamentária) pode-se identificar o plano de governo.
Não havendo previsão de dotação orçamentária (despesa) o Estado
não poderá executar suas atividades, embora haja suficiência de recursos
financeiros: toda despesa pública se regrará de acordo com as normas
constitucionais e legais vigentes. Por isso, o Estado realiza as despesas
públicas e, posteriormente, buscará meios de obtenção de recursos para
executá-las.
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dedução desta do saldo da dotação própria (art. 61)”, (José Afonso da Silva,
citado por BASTOS, 1997/32 e 33).
A liquidação, nos termos do art. 63, consiste na verificação do direito
adquirido pelo credor, tendo por base os títulos e documentos comprobatórios
do respectivo crédito, quando se apurará:
• a origem e o objeto do que se deve pagar (inc. I)
• a importância exata a pagar (inc. II)
• a quem se deve pagar a importância, para extinguir a
obrigação: (inc. III).
A terceira etapa é a ordem de pagamento, que se encontra disposta no
art. 64: despacho exarado por autoridade competente, determinando que a
despesa seja paga. E, finalmente a quarta e última etapa consiste no
pagamento que se encontra disciplinado pelo art., 65, mas, o pagamento da
despesa só será efetuado quando ordenado após sua regular liquidação (art.
62).
O art. 100 e seus parágrafos da CF determinam um rito especial para
os pagamentos devidos pela Fazenda Federal, Estadual ou Municipal.
Em virtude de sentença judiciária, far-se-ão exclusivamente na ordem
cronológica de apresentação dos precatórios e à conta dos créditos
respectivos, proibida a designação de casos ou de pessoas nas dotações
orçamentárias e nos créditos adicionais abertos para este fim, exceto os
créditos de natureza alimentar. Nesses casos, o processamento da gestão da
despesa pública não obedecerá a Lei n° 4.320/1964.
Receitas Públicas
As despesas públicas têm de ser satisfeitas com a receita, pois receita
pública é ingresso de dinheiro ao patrimônio do Estado para atendimento de
seus objetivos. Para Alberto Deodato, citado por HARADA, 2005/59, “é o
capital arrecadado, coercitivamente, do povo, tomado por empréstimo ou
produzido pela renda dos seus bens ou pela sua atividade, de que o Estado
dispõe para fazer face às despesas públicas”.
Classificação
As receitas públicas podem se classificar, quanto a sua regularidade,
em:
• ordinária, ingressa nos cofres públicos de forma regular e
rotineira, em função da atividade financeira desenvolvida pelo
Estado.
• Extraordinária, ingressa nos cofres públicos em caráter
excepcional e temporário. Ex. o empréstimo compulsório que a
União pode instituir (art. 148, da CF) para:
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o Receita de serviços
o Transferências correntes
Multas
Cobrança da Dívida Ativa
o Outras receitas correntes
• RECEITAS DE CAPITAL
o Operações de Crédito
o Alienação de Bens Móveis e Imóveis
o Amortização de Empréstimos Concedidos
o Transferências de Capital
o Outras Receitas de Capital
Síntese da Aula
Nesta aula, foi apresentado o ramo do direito que disciplina o sistema
tributário nacional, sua conceituação, as fontes de que utiliza para a formação
da legislação tributária e os princípios inerentes e próprios, qualificando como
direito autônomo, do Direito Tributário.
Trabalhou-se, também, com o Direito Financeiro, conceituando-o,
destacando suas funções como ramo do direito a incumbir-se da parte
financeira do Estado: despesa pública, gestão do dinheiro público e a receita
pública.
Atividades
1 – Analisando o presente tema, aponte características do Direito
Tributário e do Direito Financeiro, de forma a diferenciá-los como disciplinas
autônomas da Ciência do Direito.
Questão 02: Em direito público não há como dispor dos recursos públicos
como no direito privado, em que a pessoa jurídica de direito privado realiza
seus projetos de acordo com o planejamento econômico-financeiro que dispõe;
enquanto que a execução dos recursos públicos há uma necessidade de
previsão de despesa, sem o qual o Estado não poderá dispor dos recursos
financeiros, ainda que excedentes.
Questão 03: o Estado, na gestão dos recursos públicos, deverá obedecer aos
ditames da lei, que gerará um procedimento administrativo que culmina com o
pagamento. Nesse processo, vários documentos (instrumentos), sem os quais
ou na ausência de um deles implicará a impossibilidade do Estado se obrigar
ao pagamento. O estudo dessas fases fará com que o aluno estabeleça
relação entre as mesmas, e da importância para o direito público.
Referências
BASTOS, Celso Ribeiro. Curso de Direito Financeiro e de Direito Tributário. 5.
Ed., São Paulo: Saraiva. 1997..
HARADA, Kiyoshi. Direito Financeiro e Tributário. 14. Ed. rev. e ampl., São
Paulo: Atlas, 2005.
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Tema 02
Objetivos
Conhecer o sistema tributário nacional, a partir da definição de
tributo e desde o nascimento da obrigação tributária. Saber identificar a
hipótese de incidência tributária. Identificar o poder de tributar do Estado
com suas limitações e competências.
Introdução
Uma vez delineados a definição e conceito do direito tributário no tema
anterior, passemos a conhecer a Teoria da imposição tributária. Para tanto,
abordaremos as várias definições de tributo e conheceremos como se dá a
hipótese de incidência tributária.
Analisaremos o sistema tributário nacional e como se estabelece o
Poder de Tributar e de que forma são estabelecidas as competências
tributárias.
Por derradeiro, abordaremos as limitações ao poder de tributar: suas
isenções e imunidades.
Definição de tributo
O art. 3.º do Código Tributário Nacional (Lei nº 5. 172, de 25 de
Outubro de 1966) define o tributo:
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Hipótese de Incidência
Até agora, falamos sobre as hipóteses para que existam os tributos;
mas, para que haja a real incidência, faz-se necessário que ocorra o fato
gerador do tributo, ou seja, aquela hipótese de incidência prevista na lei,
abstratamente, deve ocorrer na realidade dos fatos.
A hipótese de incidência tributária é o fato descrito em lei que,
acontecido, faz nascer a relação jurídica, que tem por objeto a dívida tributária.
Ou seja: é o fato descrito em lei que, ao ocorrer na prática, faz nascer o dever
de pagar o tributo. Está no mundo abstrato das leis, trata-se de fato hipotético
ou o tipo tributário. Distingue-se, portanto, do fato imponível do tributo. Este
diz respeito ao fato concreto, que está no mundo fenomênico: é o fato típico
tributário.
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Competência Tributária
O poder tributário não é absoluto, ilimitado. De acordo com a
competência para tributar, é imposta uma limitação. Vimos que a atribuição de
competência para tributar corresponde à divisão do poder de tributar pelos
entes estatais componentes da federação.
É importante dizer que o espírito federativo foi preservado de tal
maneira que a Constituição Federal não permite que a União conceda isenções
em tributos estaduais. ART. 151, III, CF
Assim, só quem tem poder para tributar tem poder para isentar.
Síntese da Aula
Nesta aula, estudamos as definições de tributo, vimos como se dá o
nascimento da obrigação tributária e suas hipóteses de incidência. Tomamos
conhecimento que o Sistema Tributário Nacional é composto por princípios que
estabelecem as competências tributárias e impõem limitações ao poder de
tributar. Aprendemos a distinção entre isenção e imunidade tributária.
Atividades
Referências
MACHADO, Hugo de Brito. Curso de Direito Tributário. 26ª ed. rev. atual. e
amp. São Paulo: Malheiros, 2005.
SABBAG, Eduardo de Moraes. Elementos do Direito. Direito Tributário. 7ª ed.
São Paulo: Prima Cursos Preparatórios, 2004.
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Tema 03
Objetivos
Compreender os princípios constitucionais que orientam o direito
tributário, de forma a entender como pode se dá a atividade financeira estatal
no que se refere à tributação, conhecendo quais os limites e condições
impostos pela Lei Maior para essa atividade.
Introdução
No presente tema apresentaremos os princípios fundamentais que
informam a Constituição Federal no que tange ao poder de tributar do Estado, Princípios são linhas
ou seja, apresentaremos as orientações que compõem as normas, servindo de diretivas que
informam e iluminam
critérios para sua exata incidência e correta interpretação. a compreensão de
segmentos
normativos,
Princípios Constitucionais Tributários imprimindo-lhes um
caráter de unidade
A Constituição Federal traz, no art. 150, a previsão de alguns dos relativa e servindo de
fator de agregação
princípios constitucionais tributários, que são a anterioridade, irretroatividade, num dado feixe de
legalidade e isonomia. Esses são os comumente chamados princípios normas.
(CARVALHO, PÁG.
constitucionais tributários, fazendo parte à limitação do poder de tributar (o 90,1993).
Estado Democrático impõe que o poder de tributar não seja ilimitado, soberano
e incondicional).
Todavia, os princípios regedores da tributação devem mirar-se nos
princípios fundamentais da Constituição brasileira: art.1.º a 4.º: Tais princípios
são os definidores da Estrutura do Estado, com função ordenadora e
funcionando como critério de interpretação e integração, dando coerência ao
sistema.
Daí decorre que:
1 – república: é a forma de governo ( coisa do povo e para o
povo);
2 – federativa: é a forma de Estado
Descentralização política fixada na Constituição ou repartição
constitucional de competências, determinando que os impostos da união são
os do art. 153, os dos estados, do art.155, e os do município, do art. 156;
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Fundamentos:
São os valores primordiais do Estado:
• SOBERANIA.
O Poder de Tributar advém da soberania do Estado.
• CIDADANIA
Respeito à vontade popular (Teoria do tributo consentido)
• DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA
Vedam-se tributos confiscatórios, a questão da isonomia tributária,
capacidade contributiva, etc.
• OS VALORES SOCIAIS DO TRABALHO E DA LIVRE
INICIATIVA
O tributo há de respeitar a economia de mercado, o princípio do
confisco e os valores sociais do trabalho.
(ART. 170, CF)
• PLURALISMO POLÍTICO
Para ser resguardado é oferecida imunidade aos partidos políticos,
entidades sindicais, etc
(ART. 150, VI, “C” )
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4 –Princípio da anterioridade
( ART.150,III,b)
Consagra que, em regra, tributo algum poderá ser cobrado no mesmo
exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou
aumentou, tendo por finalidade evitar a surpresa do contribuinte em relação a
uma nova cobrança ou um valor maior, não previsto em seu orçamento
doméstico. Assegura, ainda, a possibilidade do contribuinte programar-se
contra a ingerência estatal em sua propriedade, preservando a segurança
jurídica.
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8 – Princípio da razoabilidade
(ART. 5.º, LIV, da CF)
É o princípio que exige proporcionalidade, justiça e adequação entre os
meios utilizados pelo Poder Público no exercício de suas atividades –
administrativas e legislativas – e os fins por ele almejados.
9 – Princípio da uniformidade
(ART.151, da CF)I
Este princípio veda que a União institua tributo que não seja uniforme
em todo o território nacional ou que implique distinção ou preferência em
relação a estado, ao Distrito Federal ou a Município. O art. 151, I reforça a
igualdade federativa pretendida pelo art. 19,III. Evita guerras tributárias.
Síntese do Tema
Apresentar os princípios norteadores do direito tributário, princípios
gerais e especiais, implícitos ou expressos, que orientam e limitam a atividade
tributária do Estado.
Atividades
1 – O que se entende por princípios constitucionais tributários ?
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Tema 04
Objetivo
Apresentar a vigência, a aplicação e os métodos de interpretação das
normas tributária.
Introdução
O Estado tem, necessariamente, que desenvolver uma atividade
financeira na obtenção de recursos, para atender às necessidades gerais
(prestação de serviços públicos, manutenção da ordem interna, construção de
estradas etc.). Esses recursos vêm para o Estado por meio dos tributos; como
esses podem ser exigidos do particular e do próprio ente estatal estabelece
uma legislação tributária. Nesta aula veremos como vigem as normas
tributárias, como e quando devem ser aplicadas, enfim estaremos trabalhando
com a legislação tributária.
Legislação Tributária
O próprio Código Tributário Nacional (CTN), no artigo 96, define a
legislação tributária: A expressão “legislação tributária” compreende as
leis, os tratados e as convenções internacionais, os decretos e as normas
complementares que versem, no todo ou em parte, sobre tributos e
relações jurídicas a eles pertinentes.
E sobre esses institutos será desenvolvido o presente tópico.
Leis
As leis têm origem no Poder Legislativo. Aquelas que dependem de
quorum qualificado para sua aprovação são conhecidas por leis
complementares; as que dependem de maioria simples são as leis ordinárias,
sendo estas fontes por excelência do Direito Tributário, à medida que criam e
majoram os tributos (HARADA, 2005/467).
O campo de abrangência das leis encontra-se delimitado pelo art. 97
do CTN:
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Decretos
Normas expedidas pelo Poder Executivo cujo conteúdo e alcance
estão restritos aos das leis em função das quais sejam expedidos (art. 99 do
CTN). O decreto regula o que a lei deixou ao encargo do Poder Executivo
realizar, como: obrigações tributárias acessórias; prazos de recolhimento para
tributo; etc.
Normas Complementares
As normas complementares não podem ser confundidas com leis
complementares: pois as normas são os atos normativos expedidos pelas
autoridades administrativas; as decisões dos órgãos singulares ou coletivos de
jurisdição administrativa, a que a lei atribua eficácia normativa; as práticas
reiteradamente observadas pelas autoridades administrativas, e os convênios
que entre si celebram a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
(art. 100, I, II, III e IV, do CTN).
A observância das normas complementares exclui a imposição de
penalidades, a cobrança de juros de mora e a atualização do valor monetário
da base de cálculo do tributo (art. 100, parágrafo único, do CTN).
Aplicação das Normas
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Interpretação Lógico-sistemática
As normas jurídicas pertencem a um sistema organizado, por isso o
intérprete não deve limitar-se a verificar somente o texto de uma disposição,
mas pesquisar em todo o sistema do direito, em matéria tributária, o Direito
Tributário, em seu código, seus regulamentos, para localizar os dispositivos
relacionados ou correlacionados.
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Interpretação Teleológica
Na interpretação teleológica busca-se compreender a finalidade ou a
função da lei, assim o Direito Tributário tem por objetivo regular ou disciplinar a
tributação com o objetivo de obter receitas para o Estado. O imposto é o
veículo utilizado para captação de riquezas; a taxa é uma contraprestação de
serviços públicos; a contribuição de melhoria decorre da valorização imobiliária
e da obra pública, etc.
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Vigência no Tempo
A vigência no tempo significa o momento em que a norma tributária
passa a existir na ordem jurídica, e esse momento é a publicação da norma.
O disposto no art. 101 do CTN faz remissão, na questão da vigência
das normas tributárias no tempo, às disposições contidas na Lei de Introdução
ao Código Civil (Decreto-Lei n° 4.657, de 04.09.1942), em que prescreve seu
artigo 1°: “salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o
país quarenta e cinco dias depois de oficialmente publicada”, quando a lei
começa a produzir seus efeitos. E, “nos Estados estrangeiros, a
obrigatoriedade da lei brasileira, quando admitida, se inicia três meses
depois de oficialmente publicada” ( § 2°).
Mas a própria Lei de Introdução ao Código Civil permite que leis
disponham em contrário, quando podem determinar vigência imediata ou
mediata, quando a própria lei dispuser, por exemplo: esta lei entre em vigor na
data de sua publicação (imediata); esta lei entrará em vigor 100 dias da data de
sua publicação (mediata), ou, ainda, esta lei entrará em vigor em 1° de janeiro
de 1917 (mediata).
O Código Tributário Nacional trata, no artigo 103, a questão da
vigência de sua legislação. Salvo em disposição em contrário, entram em vigor:
• Os atos normativos expedidos pelas autoridades
administrativas, na data da sua publicação (inc. I).
• As decisões dos órgãos singulares ou coletivos de jurisdição
administrativas, quanto a seus efeitos normativos, 30 (trinta) dias após a data
da sua publicação (inc. II).
• Os convênios que entre si celebrem a União, os Estados, o
Distrito Federal e os Municípios, na data neles prevista (inc. III).
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A lei revogada não volta à vigência no caso da lei que a revogou ser
revogada, como regra geral, é o que determina o art. 2°, § 3°, da Lei de
Introdução ao Código Civil: “salvo disposição em contrário, a lei revogada
não se restaura por ter a lei revogadora perdido a vigência”. Portanto, a
revogação da lei nova não restabelece a eficácia da lei anteriormente por ela
revogada, a menos que haja disposição expressa no sentido.
A revogação de uma lei somente pode ocorrer por uma outra lei. O
decreto, a resolução e mesmo a portaria não podem revogar uma lei.
Vigência no Espaço
A norma tributária vigora no âmbito do território da pessoa jurídica de
direito público interno (União, Estados, Distrito Federal e Municípios) que a
criou, em que produzirá seus efeitos, como regra geral. Mas,
excepcionalmente, o Código Tributário Nacional prevê, no artigo 102, a
vigência extraterritorial da lei tributária: “a legislação tributária dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios vigora, no País, fora dos seus
respectivos territórios, nos limites em que reconheçam
extraterritorialidade os convênios de que participem, ou do que
disponham esta ou outras leis de normas gerais expedidas pela União”,
assim, haverá a incidência de extraterritorialidade da legislação tributária:
• Por força de tratados ou convenções firmados pela União
• Por força de convênios firmados entre Estados ou entre
Municípios.
Síntese da Aula
Conhecimento e análise das normas tributárias que compõem o
sistema tributário nacional: lei, decreto, tratados e convenções internacionais;
trabalhou o aspecto de exigência ou validade dessas normas: momento,
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Atividades
Referências
BASTOS, Celso Ribeiro. Curso de Direito Financeiro e de Direito Tributário. 5.
ed., São Paulo: Saraiva. 1997.
HARADA, Kiyoshi. Direito Financeiro e Tributário. 14. ed., rev. e ampl. São
Paulo: Atlas, 2005.
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Tema 05
As Espécies tributárias
Objetivos
Compreender o que é tributo.
Conhecer as espécies tributárias existentes em nosso ordenamento, bem como
suas definições.
Introdução
Caros alunos,
Até agora tivemos uma noção geral do Direito Tributário, bem como
dos princípios que regem este ramo do direito. Aprendemos, também, que o
Estado detém o poder de tributar, quando estudamos o tema 02 da nossa
apostila. Mas você já se perguntou o que vem a ser tributo? E os impostos, o
que são? Quando as taxas podem ser cobradas?
Estas e outras indagações nós responderemos neste tema.
O Tributo
Tributo é um tipo de receita derivada, cobrada pelo Estado no uso de
seu poder soberano, nos limites legais, para custeio das despesas ínsitas ao
desempenho das suas atividades. De acordo com o artigo 3º, do Código
Tributário Nacional,
Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo
valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída
em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada.
Então, podemos afirmar que o tributo é um ônus compulsório, criado e
gerido pelo Estado, que visa a custear os serviços públicos. Ou seja, se o
contribuinte não paga o tributo, sofre uma sanção, uma vez que o Estado
possui força coercitiva para exigi-lo.
Dentro dessa definição, podemos retirar os elementos fundamentais do
tributo.
Vamos conhecê-los?
a) O tributo é uma prestação pecuniária: isto significa que ele
possui um preço. Cada tributo é calculado pela forma determinada em lei, mas
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O Imposto
1. Definição
O imposto é a contribuição de todos os membros da sociedade ou de
uma parte deles para as despesas do Governo. Ele não traz para o contribuinte
uma contraprestação didática. O art. 16 do CTN define imposto como sendo
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um “tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de
qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte”.
É o mesmo que dizer que o imposto é não vinculado, ou seja,
independe de uma atividade estatal específica para existir. Assim, o Imposto
sobre a propriedade territorial rural – ITR – é independente da existência do
Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária – INCRA. E, ainda,
quando o Estado faz a cobrança do ITR, ele leva em consideração a
propriedade ou a posse do imóvel rural pelo contribuinte, como determina a lei.
Cada imposto possui um fato gerador diferente, e nenhum coincide. E
é o fato gerador que determina a obrigação de pagar o imposto.
Todos os impostos estão previstos na Constituição Federal e ela
determina que somente a União tem competência para criar novos impostos,
com fato gerador e base de cálculo inéditos.
A Taxa
A taxa pressupõe um serviço prestado pelo Estado ao pagador, isto é,
a taxa é um tributo contraprestacional, ainda que essa advenha do efetivo
exercício do poder de polícia, conforme determina o art. 77 do CTN. Vale
lembrar que esta não é opinião unânime da doutrina. Machado (2005, p. 421)
não concorda com essa característica da taxa, uma vez que afirma:
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1. Tipos de taxa
O primeiro tipo de taxa é o cobrado por meio do poder de polícia,
sendo este definido pelo artigo 78 do CTN:
Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que,
limitando ou disciplinando direito, interêsse (sic) ou liberdade, regula a prática
de ato ou abstenção de fato, em razão de intêresse (sic) público concernente à
segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do
mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão
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contribuinte, mas este não utiliza. E a sua não utilização não o isenta do
pagamento da taxa. Deste modo entendemos que o serviço público que
provoca o surgimento do fato gerador da taxa tem que ser relativo ao
contribuinte individual e não à coletividade.
2. Fato Gerador
O fato gerador da taxa é a atividade estatal específica, ofertada ao
contribuinte. E, de acordo com os tipos de taxa que acabamos de ver, o fato
gerador será o efetivo exercício do poder de polícia, ou a atividade estatal
prestada efetiva ou potencialmente.
A taxa envolve uma bilateralidade de relação jurídica, em que o
contribuinte paga pelo serviço oferecido pelo poder público por meio do poder
de polícia ou do oferecimento de um serviço específico e divisível.
A taxa é, portanto, um tributo que tem como fato gerador o exercício
regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço
público específico e divisível prestado ao contribuinte ou posto à sua
disposição. Ela pode ser instituída pela União, pelos Estados, pelo Distrito
Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições,
tampouco pode ter base de cálculo ou fato gerador idênticos ao do imposto,
nem ser calculada em função do capital das empresas.
O fato gerador da taxa é a atividade estatal específica em relação ao
contribuinte. E não importa se a atividade prestada pelo Estado advém do
poder de polícia ou de um serviço público efetiva ou potencialmente utilizado
pelo contribuinte, já que ambas as situações estão previstas no Código
Tributário Nacional.
A base de cálculo da taxa não poderá ser a mesma utilizada no
imposto, conforme determinação expressa do artigo 145, § 2° da Constituição
Federal: “as taxas não poderão ter base de cálculo própria de impostos”.
Ademais, Machado (2005, p. 421) afirma que “o fato gerador é
determinante dos critérios de determinação do valor respectivo” e a base de
cálculo e a alíquota da taxa são meros aspectos desse fato gerador, assim
como ocorre nos impostos. Apesar disso, a base de cálculo da taxa, quando
existir, não poderá ser a mesma de imposto.
Contribuição de melhoria
A contribuição de melhoria não é definida pelo CTN. Este traz apenas
os elementos necessários para a instituição da contribuição. Entretanto, alguns
doutrinadores estabeleceram, a partir dos elementos do artigo 81 do CTN, uma
definição. Podemos dizer então que a contribuição de melhoria é um tributo
aplicado sobre a valorização do imóvel particular, em decorrência de uma obra
pública realizada. Machado (2005, p. 432) conceitua contribuição de melhoria
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como sendo “um tributo vinculado, cujo fato gerador é a valorização de imóvel
do contribuinte, decorrente de obra pública”.
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como limite individual o acréscimo de valor que da obra resultar para cada
imóvel beneficiado.
Art. 82. A lei relativa à contribuição de melhoria observará os seguintes
requisitos mínimos:
I - publicação prévia dos seguintes elementos:
a) memorial descritivo do projeto;
b) orçamento do custo da obra;
c) determinação da parcela do custo da obra a ser financiada pela
contribuição;
d) delimitação da zona beneficiada;
e) determinação do fator de absorção do benefício da valorização para
toda a zona ou para cada uma das áreas diferenciadas, nela contidas;
II - fixação de prazo não inferior a 30 (trinta) dias, para impugnação
pelos interessados, de qualquer dos elementos referidos no inciso anterior;
III - regulamentação do processo administrativo de instrução e
julgamento da impugnação a que se refere o inciso anterior, sem prejuízo da
sua apreciação judicial.
§ 1º A contribuição relativa a cada imóvel será determinada pelo rateio
da parcela do custo da obra a que se refere a alínea c, do inciso I, pelos
imóveis situados na zona beneficiada em função dos respectivos fatores
individuais de valorização.
§ 2º Por ocasião do respectivo lançamento, cada contribuinte deverá
ser notificado do montante da contribuição, da forma e dos prazos de seu
pagamento e dos elementos que integram o respectivo cálculo.
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2. Fato Gerador
Conforme ensina Machado (2005, p. 433), o fato gerador da
contribuição de melhoria “é a valorização do imóvel do qual o contribuinte é
proprietário, ou enfiteuta, desde que essa valorização seja decorrente de obra
pública”. Observem bem que a obra que valorizou o imóvel particular deve ser
pública. Ainda assim, o Decreto-lei 195/1967, no artigo 2° determina quais são
as obras públicas que ensejam a incidência de contribuição de melhoria.
Vamos transcrevê-lo aqui a título de esclarecimento, pois, embora seja um
tributo justo e de caráter social, não é muito utilizado, devido à dificuldade de
se determinar a zona realmente beneficiada com a obra pública.
Art 2º Será devida a Contribuição de Melhoria, no caso de valorização
de imóveis de propriedade privada, em virtude de qualquer das seguintes obras
públicas:
I - abertura, alargamento, pavimentação, iluminação, arborização,
esgotos pluviais e outros melhoramentos de praças e vias públicas;
II - construção e ampliação de parques, campos de desportos, pontes,
túneis e viadutos;
III - construção ou ampliação de sistemas de trânsito rápido inclusive
tôdas as obras e edificações necessárias ao funcionamento do sistema;
IV - serviços e obras de abastecimento de água potável, esgotos,
instalações de redes elétricas, telefônicas, transportes e comunicações em
geral ou de suprimento de gás, funiculares, ascensores e instalações de
comodidade pública;
V - proteção contra secas, inundações, erosão, ressacas, e de
saneamento de drenagem em geral, diques, cais, desobstrução de barras,
portos e canais, retificação e regularização de cursos d’água e irrigação;
VI - construção de estradas de ferro e construção, pavimentação e
melhoramento de estradas de rodagem;
VII - construção de aeródromos e aeroportos e seus acessos;
VIII - aterros e realizações de embelezamento em geral, inclusive
desapropriações em desenvolvimento de plano de aspecto paisagístico.
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Contribuições sociais
As contribuições sociais são também chamadas de contribuições
especiais ou parafiscais. A nossa Carta Magna, nos artigos 149 e 195
estabelece a existência de três tipos de contribuições sociais: as de
intervenção sobre o domínio econômico; as de interesse de categorias
profissionais ou econômicas; e as contribuições de seguridade social.
As contribuições de intervenção no domínio econômico são aquelas
destinadas a interferir no poder econômico, como o próprio nome diz. Ela
possui, então, função extrafiscal, já que o objetivo principal não é a
arrecadação em si, e sim, a intervenção econômica. Machado (2005, p. 79) diz
que essa contribuição “possui função tipicamente extrafiscal, função de
intervenção no domínio econômico, e os recursos com a mesma arrecadados
devem ser destinados especificamente ao financiamento da atividade
interventiva”. São exemplos de contribuições de intervenção no domínio
econômico a CIDE-Combustível, a CIDE-Remessas para o exterior etc.
As contribuições de interesse de categorias profissionais ou
econômicas são aquelas instituídas em favor de categorias profissionais ou
econômicas, “vale dizer, por sua vinculação a entidades representativas desses
segmentos sociais” (MACHADO, 2005, p. 79). Podemos citar como exemplo as
contribuições pagas à OAB pelos advogados; ao CREA pelos engenheiros,
arquitetos e demais profissionais ligados a este; ao CRM pelos médicos etc.
Por fim, as contribuições de seguridade social, que se vinculam à
finalidade dos recursos gerados por ela, ou seja, são ligadas à seguridade
social, e todo o produto arrecadado é vinculado, devendo ser aplicado em
atividades promovidas pelo órgão estatal responsável pela seguridade social.
Aqui, os exemplos são o PIS (Contribuição para o Programa de Integração
Social e para o Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público) e a
COFINS (Contribuição para Financiamento da Seguridade Social).
Como a contribuição de melhoria, as contribuições sociais só podem
ser instituídas mediante lei e pela União, pelos Estados ou pelos Municípios,
nos limites de sua competência.
Empréstimo Compulsório
O empréstimo compulsório é extremamente polêmico. Muitos
doutrinadores defendem a idéia de ele não ser um tributo. Até o próprio STF
teve esse entendimento, e o consagrou na Súmula 418, afirmando que o
empréstimo compulsório nada mais é que um “contrato coativo”. Ora, mesmo
com esse entendimento dado pelo STF, a doutrina majoritária diz tratar-se de
tributo, e a própria constituição federal de 1988 coloca o empréstimo
compulsório no rol dos tributos integrantes de nosso Sistema Tributário
Nacional. Ademais, o empréstimo compulsório tem caáter obrigatório, é
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instituído por lei e o contribuinte não tem a opção de não pagar. Sendo assim,
não há que se discutir quanto a idéia do empréstimo compulsório ser um
tributo.
Sabbag (2005, 82) determina que:
Tal tributo não se respalda em acordo de vontade (contratualidade),
mas em algo obrigatório (compulsório), consoante os ditames legais, haja vista
a obrigação ser ex lege (e não ex voluntate). Assim, o empréstimo compulsório
é considerado “tributo”, fruindo total autonomia com relação às demais
espécies tributárias, com as quais não se confunde, na medida em que possui
traço distintivo genuíno: a restituibilidade.
O artigo 148 da constituição federal determina as únicas hipóteses de
incidência de empréstimo compulsório. É importante lembrar que se trata de
um artigo taxativo, ou seja, ele estabelece todas as possibilidades, não
podendo ser instituído empréstimo compulsório fora desses casos.
Vamos conhecê-los?
Síntese do tema
Neste tema, conhecemos as espécies de tributo previstas em nosso
ordenamento, suas definições e incidências.
Vimos que as contribuições sociais são diferentes da contribuição de
melhoria, apesar de ambas possuírem destinação vinculada.
Vimos, também, que há divergência doutrinária quanto à natureza do
empréstimo compulsório, mas que a maioria da doutrina, e nós, concordamos,
trata de uma espécie de tributo, devido a sua obrigatoriedade.
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Atividades
Referências
NUNES, Elpídio Donizetti. Curso Didático de Direito Processual Civil. Belo
Horizonte: Del Rey, 2004.
TEODORO JR., Humberto. Curso de Direito Processual Civil – Teoria Geral do
Direito Processual Civil e Processo de conhecimento. Rio de Janeiro: Forense,
2005. 1 v.
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Tema 06
Obrigação tributária
Objetivo
Definir a relação jurídico-tributária, destacando os elementos
estruturais da obrigação tributária: a lei, o fato, os sujeitos e o objeto.
Introdução
O homem vive em sociedade e, como decorrência dessas relações
sociais o ordenamento jurídico lhe impõe deveres. Dentre eles, dá-se a
incidência da norma tributária numa relação humana, criando entre o Estado e
o indivíduo efeitos jurídico-tributários. Passaremos ao estudo de tais relações,
compreendendo os seus elementos.
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0s sujeitos
O sujeito ativo da obrigação tributária é a pessoa jurídica de direito
público titular da competência para exigir o seu cumprimento.
A competência para exigir tributo é atribuída pela Constituição Federal
à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios. Tais pessoas
jurídicas de direito público podem delegar algumas atribuições, como a
arrecadação, a fiscalização, etc, a outras pessoas, como autarquias ou outros
órgãos paraestatais ou profissionais.
Atente-se que a competência para instituir tributo não pode ser
delegada (apenas para arrecadá-los ou para fiscalizar tal arrecadação).
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O responsável pelo tributo pode ser pessoa diferente do contribuinte: Como observamos,
o contribuinte é
diz-se responsável quando, sem revestir a condição de contribuinte, sua sujeito passivo da
relação jurídico-
obrigação decorra de disposição de lei. tributária e significa
que tem relação
pessoal e direta
O objeto ou a prestação com a situação
descrita na norma,
O objeto da obrigação tributária é a prestação a que se obriga o sujeito que constitui o
respectivo fato
passivo. A prestação será o pagamento de uma soma pecuniária, no caso de
gerador.
obrigação principal. Poderá ainda ser o cumprimento, se dá por “algo que em
moeda se possa exprimir”. Ex.: imóvel, jóias etc. Dependerá, no entanto, da
aceitação dessa forma de pagamento por parte do fisco.
CURIOSIDADES:
Síntese do Tema
Apresentar os elementos que compreendem a obrigação tributária,
bem como conceituá-la, segundo a doutrina indicada, e defini-la, conforme o
próprio Código Tributário Nacional o faz.
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Atividades
3 – É correto afirmar:
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Tema 07
Crédito tributário
Objetivos
Compreender o que é o crédito tributário.
Conhecer as hipóteses de lançamento, suspensão e exclusão do crédito
tributário.
Introdução
Caros alunos:
Já conhecemos os princípios gerais do Direito Tributário, bem como as
espécies de tributo e as obrigações tributárias existentes.
Mas da existência do tributo decorre uma obrigação e, a partir daí, é
que perguntamos: quem tem direito a esse crédito? Quem faz o lançamento do
crédito? Como ele é cobrado?
É sobre esse assunto que trataremos neste tema.
Definição
Crédito tributário é um direito subjetivo e o portador desse direito é o
sujeito ativo da relação jurídica tributária. Para Sabbag (2005, p. 197), “o
crédito tributário representa o momento de exigibilidade da relação jurídico-
tributária”. O tributo gera uma obrigação tributária, ou seja, um dever do sujeito
passivo de pagar o valor correspondente a ele. Mas o simples fato de existir
uma obrigação tributária não dá direito ao Estado de exigir esse pagamento.
Para isso, é necessário ocorrer o lançamento do crédito tributário. Isto é, tem
que existir o crédito, mas não somente ele. Deve ocorrer, portanto, o
lançamento. Neste sentido, Machado (2005, p. 180) ensina que:
Em face da obrigação tributária o Estado ainda não
pode exigir o pagamento do tributo. (...) Pode, isto,
sim,tanto diante de uma obrigação tributária principal como
diante de uma obrigação acessória descumprida, que por
isto fez nascer uma obrigação principal (CTN, art. 113, §
3º), fazer um lançamento, constituir um crédito a seu favor.
Só então poderá exigir o objeto da prestação obrigacional,
isto é, o pagamento.
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ISENÇÃO ANISTIA
Se dirige a TRIBUTO. Se dirige a INFRAÇÃO
(multa).
Abrange fato gerador posterior à Abrange fato gerador anterior
lei (princípio da irretroatividade). a lei.
O motivo é sócio-econômico ou O motivo é retirar a situação
político. de impontualidade do inadimplente
da obrigação.
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São situações semelhantes, uma vez que ambas ocorrem quando não
couber mais nenhum recurso contra a decisão proferida. Entretanto, as
decisões deverão ser favoráveis ao contribuinte, determinando a extinção do
crédito tributário.
i) Dação em pagamento
Síntese do Tema
Nesta aula conhecemos o que vem a ser o crédito tributário, bem como
o que seja lançamento e suas modalidades.
Vimos também os casos de suspensão, de extinção e de exclusão do
crédito tributário.
Atividades
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Tema 08
Impostos em espécie
Objetivos
Objetivos
Conhecer quais são os impostos da União, dos Estados e dos
Municípios, bem como suas características principais.
Introdução
Caros alunos,
Para finalizar nossa apostila de Direito Tributário, vamos estudar os
impostos em espécie. Mas por que escolher os impostos?
Ora, os impostos estão presentes em nossa vida de maneira mais
clara. Tanto assim que costumamos confundir tributo com imposto, como se
fossem a mesma coisa. E já sabemos que não é. Ademais, os impostos estão
elencados, taxativamente, na constituição federal, não podendo existir nenhum
outro imposto além dos lá relacionados. Se fôssemos estudar as taxas, por
exemplo, teríamos que ter outra apostila só para relacioná-las a todas.
Neste tema, trabalharemos o assunto numa sistemática diferente.
Como já conhecemos os institutos do tributo (fato gerador, alíquota, base de
cálculo etc), vamos trabalhar cada um dos impostos de maneira semelhante,
em forma de quadro, de tal modo que todos os impostos aqui relacionados
terão as mesmas informações.
Impostos Federais
De acordo com o artigo 153 da Constituição Federal, são impostos da
união: o imposto sobre a importação de produtos estrangeiros (II); o imposto
sobre a exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados
(IE); o imposto sobre a renda e proventos de qualquer natureza (IR); o imposto
sobre produtos industrializados (IPI); o imposto sobre operações de crédito,
câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários (IOF); o imposto
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caso, que o cálculo será feito também de forma progressiva. Veja o exemplo:
um contribuinte possui um salário mensal de R$ 3.000,00. Vamos considerar
um arredondamento, para facilitar a compreensão, mas as faixas de valores
são determinadas por lei. Até o montante de R$ 1.300,00 não incide o IR, por
corresponder à faixa de isenção. De R$ 1.300,00 até R$ 2.500,00 aplica-se a
alíquota de 15%. E acima de R$ 2.500,00, aplica-se a alíquota de 27,5%. De tal
modo que temos:
Até R$ 1.300,00 – 0.
De R$ 1.301,00 até R$ 2.500,00 – 15% = R$ 1.199,00 x 15% = R$ 179,85
De R$ 2.501,00 a R$ 3.000,00 – 27,5% = R$ 499,00 x 27,5% = R$ 137,22
Total do IR devido pelo contribuinte = R$ 317,07
Todos nós temos em nossa mente uma idéia do que seja produto
industrializado, que nada mais é do que o produto que foi beneficiado pelas
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Impostos Estaduais
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Impostos Municipais
1. Imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana (IPTU)
Competência: a competência para instituir esse imposto é dos
Municípios, nos termos do artigo 156, I, da CF.
Função: em alguns municípios esse imposto terá função meramente
fiscal. Em outros, porém, a função é extrafiscal, uma vez que visa a obrigar o
proprietário a cumprir a função social da propriedade, por meio da aplicação da
alíquota progressiva.
Fato gerador: o fato gerador do IPTU é semelhante ao do ITR: é a
propriedade, a posse ou o domínio útil de bem imóvel por natureza, localizado
na zona urbana do município. Note-se que o que diferencia os dois impostos é
que este incide sobre o imóvel urbano, enquanto o ITR incide sobre o imóvel
rural.
Base de cálculo: a base de cálculo é o valor venal do imóvel, ou seja, o
valor que o imóvel alcançaria se fosse posto à venda, em condições normais.
Alíquota: por se tratar de imposto municipal, cada município institui sua
própria alíquota, sendo que não existe nenhuma limitação constitucional ou
legal, de ordem federal. Importante ressaltar a importância da alíquota
progressiva como forma de garantir o cumprimento da função social da
propriedade, que é princípio constitucional, embora o STF tenha se
manifestado contrário a essa progressividade. Ademais, a maioria da doutrina
não concorda com o posicionamento do STF, uma vez que a progressividade
do IPTU não fere, de nenhuma maneira, a constituição federal, já que ela visa a
um bem maior, que é o bem social. Um bom exemplo da necessidade da
progressividade do IPTU: a quantidade de terrenos vagos no plano diretor da
cidade de Palmas, que por não ter ainda uma legislação que institua uma real
progressividade do IPTU, obriga as pessoas menos favorecidas a morarem
afastadas do centro da cidade, mesmo Palmas sendo ainda uma cidade
pequena, onde esse tipo de problema pode e deve ser evitado.
Contribuinte: é o proprietário ou possuidor do imóvel urbano.
Lançamento: o lançamento é feito de ofício pela administração
municipal.
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Síntese do Tema
Neste tema conhecemos as espécies de impostos federais, estaduais e
municipais.
Devemos lembrar sempre que os dizeres a respeito dos impostos
estaduais e municipais são a regra geral, a base, que, muitas vezes está
alicerçado em lei. Mas há casos em que esses impostos serão cobrados de
maneira diversa da descrita aqui. Isso porque são de competência estadual ou
municipal e, portanto, podem variar de estado para estado, ou de município
para município.
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Atividades
01. Caro aluno. Agora que você já conheceu as espécies de impostos,
considere o exemplo abaixo:
Você agora já formou no curso de Administração e contábeis da
UNITINS e é um bem-sucedido profissional. Recebe um salário mensal de R$
10.000,00.
Acontece que você tem que pagar impostos. E muitos impostos (sem
prejuízo das taxas e contribuições que já estudamos, é claro). Mas vamos
considerar somente o Imposto de renda, que, no seu caso, vem retido na fonte,
já que você é empregado de uma grande empresa multinacional.
Considerando os limites da alíquota do IR:
Até R$ 1.300,00 – 0;
De R$ 1.301,00 a R$ a 2.500,00 – 15%;
Acima de R$ 2.501,00 – 27,5%.
Calcule o valor mensal retido na fonte de seu salário.
Depois, some os valores mensais para averiguar o valor real que
você paga anualmente para o Fisco, uma vez que o IR é imposto anual, e não
mensal, como às vezes acreditamos ser.
Comentários às atividades
Nesta questão, você, aluno, deverá observar o exemplo trabalhado
neste tema, quando aprendemos a calcular o imposto de renda (IR). Lembre-se
que a alíquota só é aplicada na faixa salarial correspondente. E o valor mensal
deve ser somado 12 vezes, para achar o valor pago de IR anualmente.
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