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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ

MINHAS

ANOTAÇÕES

SOBRE

DIREITO

FINANCEIRO

TRIBUTÁRIO

II

Professor: Tennyson Travassos.


Campus Niterói
2006.1

1
PLANO DE CURSO
DIREITO FINANCEIRO E TRIBUTÁRIO 2.

Ementa.

Crédito tributário: surgimento (teorias); lançamento: conceito, natureza,


princípios e modalidades.
Suspensão, extinção e exclusão do crédito tributário. Garantias e privilégios do
crédito tributário.
Administração tributária: Fiscalização e Certidões.
Dívida ativa e sua cobrança.
Execução fiscal.
Globalização, integração econômica e harmonização tributária conceitos e
influências sobre o Sistema Tributário Nacional; as experiências da União Européia e do
Mercosul.
Impostos sobre o comércio exterior, sobre a produção e a circulação e sobre a
renda e o patrimônio.
Taxas. Contribuições de melhoria. Contribuições parafiscais ou especiais.
Empréstimos compulsórios.

Objetivos.

Analisar o lançamento tributário e os incidentes do crédito tributário: suspensão,


extinção e exclusão.
Compreender as garantias e os privilégios do crédito tributário, a dívida ativa, sua
cobrança e os mecanismos da Administração Tributária.
Analisar as influências do fenômeno da globalização sobre o Sistema Tributário
Nacional, a necessidade de harmonização tributária com sistemas de países
economicamente integrados, os impostos de per se, e as demais espécies tributárias.
Aplicar os conhecimentos em situações concretas.

Metodologia de Ensino.

Aulas expositivas dialógicas. Leitura e análise crítica de textos legais, doutrina e


jurisprudência. Estudo de casos. Pesquisa. Trabalhos monográficos.

Metodologia de Avaliação.

Provas escritas individuais, trabalhos individuais.

2
PLANO DE UNIDADE
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO

UNIDADE 1

Crédito Tributário.

•Conceito, natureza, teorias sobre seu nascimento; o lançamento tributário, seus


princípios e modalidades.

UNIDADE 2.

Incidentes e extinção do Crédito Tributário.

•Suspensão da exigibilidade do crédito tributário.

•Extinção do crédito tributário, em especial decadência, prescrição, compensação


e restituição de tributos.

•Exclusão do crédito tributário. Isenções e sua tipologia.

UNIDADE 3.

Garantias e privilégios do crédito tributário.

•As garantias materiais e os privilégios processuais do crédito tributário.

Administração tributária: fiscalização e certidões.

UNIDADE 3.

Dívida Ativa e sua cobrança.

•Dívida ativa: acepções, conceito, natureza, espécies, efeitos jurídicos.

•Execução fiscal: visão geral e peculiaridades.

•Arrolamento administrativo. Medida cautelar fiscal.

3
UNIDADE 4.

Globalização, integração econômica e harmonização tributária.

Impostos sobre o comércio exterior.

•Os Impostos de Importação e de Exportação: normas e legislação básicas,


princípios, elementos da obrigação tributária; regimes aduaneiros.

UNIDADE 5

Os Impostos internos sobre a produção e a circulação.

•A experiência internacional do IVA/TVA/VAT – Imposto sobre o Valor


Agregado.

•O IPI e o ICMS; a Lei Complementar 87/96; questões controvertidas.

•O IOF.

•O ISS; questões polêmicas.

UNIDADE 6

Os Impostos sobre a Renda e o Patrimônio.

•O Imposto de Renda: IRPF, IRPJ e IR na fonte; conceitos básicos, regimes,


questões relevantes.

•Os Impostos de Transmissão: ITD e ITBI; questões polêmicas.

•O ITR, o IPTU e o IPVA; aspectos controvertidos.

•A previsão constitucional do IGF

UNIDADE 7.

Impostos Extraordinários, Taxas e Contribuições de Melhoria.

•Os impostos residuais e os de guerra.

4
•Taxas: conceitos, espécies, características, distinções. Principais taxas federais,
estaduais e municipais e questões controvertidas.

•Contribuições de melhoria: conceito, origens históricas, modelos do direito


comparado e razões de seu insucesso no Brasil.

UNIDADE 8.

Contribuições Parafiscais ou Especiais e Empréstimos Compulsórios.

•Contribuições parafiscais ou especiais: conceitos, natureza, histórico, espécies,


princípios.
•As principais contribuições, legislação, elementos da obrigação.
•Empréstimos compulsórios: origens, natureza, legislação básica, princípios, elementos
da obrigação.

Bibliografia Básica.

MACHADO, Hugo de Brito. Curso de Direito Tributário. 24 ed. São Paulo: Malheiros,
2004.
TORRES, Ricardo Lobo. Curso de Direito Financeiro e Tributário. 11 ed. Rio de
Janeiro: Renovar, 2004.

Bibliografia Complementar

AMARO, Luciano. Direito tributário brasileiro. 9. ed. São Paulo: Saraiva, 2004.
BALEEIRO, Aliomar. Direito tributário brasileiro. 11. ed. rev. e compl.. 11. ed.
rev. e compl. Rio de Janeiro: Forense, 1999.
MACHADO, Hugo de Brito. Princípios jurídicos da tributação na Constituição
de 1988. 4. ed. São Paulo: Dialética, 2001.
ROSA JR., Luiz Emygdio F. da. Direito Financeiro & Direito Tributário. Rio de
Janeiro: Renovar, 2003.
XAVIER, Alberto. Direito tributário internacional do Brasil: tributação das
operações internacionais. 5. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2000.

5
PLANO DE AULAS.
AULA 1:

1.1 – Apuração do Crédito Tributário.


1.2 – Modalidades de Lançamento.

AULA – 2

2.1 – Suspensão da exigibilidade do Crédito Tributário.


2.1. – Considerações Finais sobre Suspensão.
2.2 – Exclusão do Crédito Tributário.
2.2.1 – Isenção.
2.2.2 – Anistia.
2.2.3 – Considerações Finais sobre Exclusão.

AULA – 3

3.1 – Extinção do Crédito Tributário.


3.1.1 – Causas, disciplina do CTN.
3.2.2 – Prescrição e Decadência.
3.2.3 – Considerações finais sobre Extinção.

AULA - 4

4.1 – Restituição de Receitas Originárias.


4.2 – Restituição de Receitas Derivadas oriundas dos Tributos.
4.2.1 – Espécies.
4.3 – Compensação de tributos.
4.4 – Questões controvertidas.

AULA - 5

5.1 – Garantias e Privilégios do Crédito Tributário.


5.2. – A Administração Tributária e a Dívida Ativa. Conceitos. Previsão Legal.
5.2.1 – Sigilos Comercial, Profissional e Fiscal.
5.2.1.1 – Auxílio da Força Pública.
5.2.2 – Certidões Negativas.
5.2.2.1 – Certidão Negativa e Tributo não Vencido.
5.2.2.2 – Certidão Negativa e Perecimento de Direito.
5.2.2.3 – Certidão Negativa e Consignação em pagamento.

6
AULA 6

6.1 – Dívida Ativa.


6.1.1 – Conceito.
6.1.2 – Legislação de Regência. CTN, Lei 4320/64 e Lei 6830/80.(LEF).
6.2 – Evasão, Elisão, Sonegação e a Fraude Fiscal.

AULA – 7

7.1 – Imposto de Importação.


7.1.1 – Considerações Finais sobre o Imposto de Importação.
7.2 – Imposto de Exportação.
7.2.1 – Considerações Finais sobre o Imposto de Exportação.
7.3 – Globalização e integração econômicas.
7.3.1 – Harmonização tributária: conceitos, graus de harmonização tributária,
fases, instrumentos e experiências.
7.3.2 – União Européia e Mercosul. Reflexos sobre o sistema tributário brasileiro.

AULA – 8

8.1 – ICMS.
8.2 – IPI.

AULA – 9

9.1 – IOF.
9.2 – ISS.

AULA – 10

10.1 – IR
10.2 - ITR
10.3 - IGF
10.4 - IPVA
10.5 - ITD
10.6 - IPTU
10.7 – ITBI
10.8 – Contribuições Federais e o Simples.

7
AULA 11

11.0 – Execução Fiscal.


11.1 – Medida Cautelar Fiscal. Lei nº 8397/82.
11.2 – Arrolamento Administrativo. Lei nº 9532/97, Art. 64.
11.3 – Defesa do executado.
11.4 – O processo Administrativo – fiscal federal. Princípios Constitucionais, legislação
e reforma.
11.4.1 – A Consulta.
11.4.2 – Os órgãos julgadores, sua estrutura e composição.
11.4.3 – Rito Procedimental.

8
SUMÁRIO

DAS

AULAS

Pág.

AULA - 1 12

AULA - 2 19

AULA - 3 32

AULA - 4 39

AULA - 5 44

AULA - 6 52

AULA - 7 56

AULA - 8 69

AULA - 9 88

AULA - 10 100

AULA - 11 130

Final da matéria 130

9
PLANO DE AULAS
UNIDADE I - CRÉDITO TRIBUTÁRIO.

PA - 1

Crédito tributário: conceito, natureza, teorias sobre seu nascimento.


O Lançamento Tributário, seus princípios e modalidades.

Objetivos Específicos:

O aluno deverá ser capaz de:

Conhecer as causas extintivas da obrigação e do crédito tributários.

Localizar sua disciplina normativa no CTN.

Distinguir a decadência do direito de lançar o tributo, da prescrição da ação de


cobrança da Fazenda Pública, e respectivas características e peculiaridades.

Identificar outras modalidades de prescrição, em matéria tributária.

Ter visão geral sobre as principais questões controvertidas a respeito.

Conteúdos:

Extinção do crédito tributário: causas; disciplina do CTN.


Enfoque especial sobre: prescrição e decadência.

Estratégia:

Aula expositiva, com interatividade, procurando resgatar o conhecimento dos


Alunos acerca da Disciplina e das Disciplinas relacionadas, bem assim dos temas da
aula, utilizando exemplos e links com fatos da realidade recente.

Recursos:

Projeção de slides utilizando retroprojetor ou data-show (transparências – WORD


e apresentações – POWER POINT disponíveis no site e no material distribuído).
Uso da lousa branca e caneta Pilot.
Caderno de Exercícios.

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Bibliografia:

TORRES, Ricardo Lobo. Curso de Direito Financeiro e Tributário. Rio de Janeiro:


Renovar, 2003. Capítulo XV – Seção IV.
MACHADO, Hugo de Brito. Curso de Direito Tributário. SP: Malheiros, 2002. 2ª
Parte – Capítulo V, item 4.
AMARO, Luciano. Direito Tributário Brasileiro. SP: Saraiva, 2003. Capítulo XIII.
SOARES DE MELO, José Eduardo. Curso de Direito Tributário. SP: Dialética, 1997.
Capítulo XIV.
AMORIM FILHO, Agnelo. “Critério científico para distinguir a prescrição da
decadência e para identificar as ações imprescritíveis” in Revista dos Tribunais no. 300,
p. 7-37.
GUIMARÃES, Carlos da Rocha. Prescrição e Decadência. Rio de Janeiro: Forense,
1980.
DINIZ DE SANTI, Eurico Marcos. Decadência e Prescrição no Direito Tributário. SP:
Max Limonad, 2000.
SANTOS JÚNIOR, Francisco Alves. Decadência e Prescrição no Direito Tributário do
Brasil. Rio de Janeiro: Renovar, 2001.
NAVARRO COÊLHO, Sacha Calmon. Liminares e Depósitos antes do Lançamento
por Homologação – Decadência e Prescrição. SP: Dialética, 2000.
MACHADO, Brandão. “Decadência e Prescrição no Direito Tributário” in Direito
Tributário Atual vol. 6. SP: Resenha Tributária, 1986.
CADERNO DE EXERCÍCIOS.

11
UNIDADE I - CRÉDITO TRIBUTÁRIO.

AULA – 1

1.1 - Apuração do Crédito Tributário.


1.2 - Modalidades de Lançamento.

1.1 - Apuração do Crédito Tributário.

Verificamos, na Disciplina Direito Financeiro e Tributário I, detalhadamente, o


nascimento da OT, dessa forma, passaremos a abordar agora, o Crédito Tributário (CT).

Em face, tão somente da OT o Estado ainda não pode exigir o tributo (OT
principal e acessória ou deveres instrumentais), visto que a OT traz consigo um CT na
forma ilíquida, logo inexigível.

O CT é o vínculo de natureza obrigacional, por força do qual o Estado (SA) pode


exigir do particular, o contribuinte ou responsável (SP), o pagamento do tributo ou a
penalidade pecuniária (objeto da relação obrigacional).
A matéria que disciplina o CT encontramos nos Arts. 139 ao 141 do CTN.

Para tornar esse CT ilíquido em líquido e exigível, necessário se faz que ocorra o
Lançamento Tributário (LT).

O LT é um procedimento administrativo, ou seja, segue atos administrativos,


tendentes a:

Constatar, verificar a ocorrência do FG da OT.

Determinar a BC.

Calcular o tributo devido, fixar o valor do tributo (alíquota >>


quantum debeatur).

Identificar o SP.

Propor a aplicação da penalidade cabível.

A noção de LT está exposta no Art.142 do CTN. A guia do IPTU é um bom


exemplo de materialização do LT.

Importante observação há de ser feita em relação à natureza jurídica do LT.


Apesar da letra da lei no artigo acima apontado falar “....constituir o crédito
tributário.......” sua natureza jurídica é, meramente, declaratória visto que o CT se
12
constitui pela ocorrência do FG, o que o LT faz, na realidade, como acima demonstrado
é quantificar, declarar.

O LT é procedimento administrativo complexo porque envolve a prática de uma


série de atos (cognição, determinação, apuração, identificação). A iniciativa do LT tanto
pode ser do contribuinte, quanto da administração. Hoje em dia nos impostos mais
importantes a iniciativa do lançamento é do contribuinte.

O LT é uma atividade administrativa vinculada (LEI) e obrigatória (porque não


está ao arrepio da fiscalização cobrar ou não cobrar, lançar ou não lançar, autuar ou não
autuar), conforme preceitua o Art. 142 § único do CTN.

A eficácia do LT é meramente declaratória, conforme anteriormente informada,


porque o LT se reporta à data da ocorrência do FG e rege-se sob a LEI então vigente.
Assim nos aponta o Art. 144 do CTN.
As conseqüências de a eficácia ser meramente declaratória são as seguintes:

1ª) A revogação da lei não alcança as OT aperfeiçoadas pela ocorrência do FG mesmo


que pendente o LT, ou seja, se ocorreu o FG e depois a lei revogou ou diminui aquele
tributo, essa mudança não altera a OT, porque no momento do FG a lei era eficaz.

2ª) As condições pessoais relacionadas com a incidência ou isenção, obedecerão sempre


à data do FG e não a do LT. Ex. Seu pai era seu dependente no IR. Ele morre no mês do
lançamento, mesmo assim será lançado na sua declaração do IR.
Sintetizando o raciocínio jurídico das conseqüências da natureza jurídica
declaratória do LT, podemos dizer, pela visão do educador do direito,
descompromissada da boa técnica jurídica que o Art. 144 do CTN nos ensina, que para
fazer o LT.

“VOCÊ DEVE ENTRAR NUMA MÁQUINA DO TEMPO


E
VOLTAR AO PASSADO.”

Para finalizar nossas considerações sobre o LT, é importante frisarmos que é


fundamental para a revisão do LT que o contribuinte seja notificado do novo
lançamento. O SP tem que conhecer tanto a revisão quanto o próprio LT. Essa
necessidade existe para possibilitar a impugnação (administrativa ou judicial) por parte
do SP.

O SP pode alegar para impugnar o LT o seguinte:

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Negativa de ocorrência do FG.

Não é ele o contribuinte.

BC utilizada no LT não corresponde a realidade.

Alíquota.

Se essas impugnações forem acolhidas pela administração, irão implicar na


revisão do LT, por iniciativa do SP. O Art. 145 do CTN prevê outras formas de alteração
do LT regularmente notificado.
Assim podemos finalizar as considerações sobre o LT e passarmos a verificar as
modalidades de lançamento.

1.2 - Modalidades de Lançamento.

Dentro das normas elencadas a partir do Art. 147 do CTN encontramos,


sucessivamente, as seguintes modalidades de lançamento Tributário (LT):

LT por declaração.

LT por arbitramento.

LT de ofício.

LT por homologação.

1ª) LT por declaração.

O SP declara ao fisco a ocorrência do FG e lhe fornece as informações necessárias à


apuração do tributo devido. Ex. A declaração de ajuste anual do IR. Art. 147 do CTN.

2ª) LT por arbitramento.

Ocorre nos tributos imobiliários. Ex: ITBI e ITCMD. O contribuinte apresenta à


repartição a guia com o valor da transmissão; se o fisco aceitar o dito valor, procederá ao
LT; se o não aceitar, arbitrará o valor que lhe pareça compatível. Art. 148 do CTN.
3ª) LT de ofício.

14
Podemos verificar essa modalidade de lançamento através de duas situações
distintas:

Quando o próprio SA efetua o lançamento.

O SA somente procede à revisão do LT anterior realizado pelo SP.

a) LT de ofício por iniciativa do fisco.

A administração tem toda a iniciativa. Tem o cadastro, emite a guia, materializa o


LT.
O contribuinte não tem qualquer intervenção. Convém aos impostos patrimoniais.
Ex. IPTU, ITR, IPVA e também às taxas e a contribuição de melhoria.

b) O SA procede à revisão do LT anterior.

Aqui a iniciativa do LT cabe ao SP e por conta de uma situação de fiscalização


tributária o SA ao verificar uma irregularidade, procederá a revisão do LT. Art. 149 do
CTN.

4ª) LT por homologação.

A Lei por medida de economia administrativa atribui ao contribuinte a tarefa de


calcular o quantum debeatur e recolher aos cofres públicos o valor devido. Cabe a
administração homologar. Art. 150 do CTN.
A posição ativa é do contribuinte. Convém aos impostos indiretos: IPI, ICMS,
IOF, II e ao IR. É conveniente à administração porque em assim sendo, possibilita o
planejamento da fiscalização. Exs. Fiscalização das concessionárias de automóveis-
ICMS, das fábricas de cigarros – IPI.

O contribuinte recolhe e aguarda 5 anos. Se nesse período não sofrer fiscalização,


a homologação será tácita, neste caso houve a decadência do direito de fiscalizar para a
administração. Art.150 § 4º do CTN.
A outra modalidade de homologação é a expressa. Neste caso ocorrendo a
fiscalização e verificado que o LT está correto, o SA procede a homologação no próprio
livro de escrituração.

Caso haja dolo, fraude ou simulação, não se observa a regra acima mencionada e
caímos na regra geral do Art. 173 do CTN.

O SA TEM 5ANOS PARA HOMOLOGAR E + 5 ANOS PARA COBRAR.

FG HOMOLOGAÇÃO COBRAR

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5 ANOS Decadência 5 ANOS Prescrição

Exemplificando, no caso do LT feito pelo SP, passado o 1º ano do LT,


suponhamos que ocorra uma fiscalização e resulte na lavratura de um auto de infração.
Após a lavrar o auto o SA terá 5 anos para cobrar no caso de inadimplemento, depois
prescreve o direito de ação de execução fiscal.

Temos que ressaltar que em conseqüência do LT por homologação 2 situações


podem ocorrer com o CT:

CT decaído se pagar tem direito à restituição.

CT prescrito se pagar não tem direito à restituição.

Conforme vimos anteriormente, o LT transforma o CT ilíquido em líquido e


exigível.

Diante dessa situação, perante a um CT líquido e exigível o SP pode assumir 3


posições:

Pagar.

Não concordar e impugnar, administrativamente ou judicialmente.

Se omitir.

Em conseqüência do pagamento, ficará o CT extinto.

Caso o SP venha a impugnar administrativa ou judicialmente, ficará a


exigibilidade do CT suspensa. O CT ainda existe, o que não pode é o SA até a decisão
administrativa irrecorrível ou da sentença transitado em julgado exigir o adimplemento
CT do SP.

A lei 5172/66 nos aponta além das hipóteses de extinção e suspensão do CT os


casos de exclusão.

UNIDADE II – INCIDENTES E EXTINÇÃO DO CRÉDITO


TRIBUTÁRIO.
16
PA - 2

Suspensão da exigibilidade do crédito tributário: causas; questões


controvertidas.
Exclusão do crédito tributário: isenção e anistia.
Críticas da doutrina.
Classificações.
Eficácia da revogação das isenções.

Objetivos Específicos:

O aluno deverá ser capaz de:

Conhecer a disciplina normativa do CTN e da legislação federal sobre a


compensação, como causa extintiva do crédito tributário.

Ter visão geral sobre a restituição do indébito tributário, ao lado de outras


modalidades de restituição de tributos.

Apreender a controvérsia doutrinária e jurisprudencial acerca da restituição de


tributos indiretos, em especial sob o regime da substituição tributária progressiva.

Conteúdos:

Compensação e restituição de tributos.


Questões controvertidas.

Estratégia:

Aula expositiva, com interatividade, procurando resgatar o conhecimento dos


Alunos acerca da Disciplina e das Disciplinas relacionadas, bem assim dos temas da
aula, utilizando exemplos e links com fatos da realidade recente.

Recursos:

Projeção de slides utilizando retroprojetor ou data-show (transparências – WORD


e apresentações – POWER POINT disponíveis no site e no material distribuído).
Uso da lousa branca e caneta Pilot.
Caderno de Exercícios.

Bibliografia:

TORRES, Ricardo Lobo. Restituição dos Tributos. Rio de Janeiro: Forense, 1983.
AMARO, Luciano. Direito... Capítulo XIV.

17
NEVIANI, Tarcísio. A Restituição de Tributos Indevidos, Seus Problemas, Suas
Incertezas. SP: Resenha Tributária, 1983.
NOVOA, Cesar Garcia. La Devolucion de Ingresos Tributarios Indebidos. Madrid:
Marcial Pons, 1993.
TROIANELLI, Gabriel Lacerda. Compensação do Indébito Tributário. SP: Dialética,
1998.
TAQUES AKSELRAD, Sibele de Andrade. Compensação de Créditos Tributários –
Doutrina e Jurisprudência. SP: Juarez de Oliveira, 1999.
GODOI, Marciano Seabra. “Análise do artigo 166 do Código Tributário Nacional” in
Revista da ABDT no. 6 (eletrônica).
Site da UNESA na Internet (www2.estacio.br/graduacao/direito): Comentários a decisão
do STJ sobre prescrição nos tributos lançados por homologação.
CADERNO DE EXERCÍCIOS.

18
UNIDADE II – INCIDENTES E EXTINÇÃO DO CRÉDITO
TRIBUTÁRIO.

AULA – 2

2.1 – Suspensão da exigibilidade do Crédito Tributário.


2.1. – Considerações Finais sobre Suspensão.
2.2 – Exclusão do Crédito Tributário.
2.2.1 – Isenção.
2.2.2 – Anistia.
2.2.3 – Considerações Finais sobre Exclusão.

2.1 – Suspensão da exigibilidade do Crédito Tributário.

A partir de agora passaremos a nos ater nas disposições previstas nos Capítulos
III, IV e V do CTN.

Dispõe, inicialmente, o Art. 151 sobre as hipóteses de suspensão, senão vejamos:

I) Suspensão da exigibilidade do CT.

Só se suspende CT já constituído pelo LT. A suspensão da exigibilidade do CT


implica em que também fiquem suspensos os prazos da prescrição. Art.155 § único do
CTN.

A suspensão do CT não dispensa o cumprimento das obrigações acessórias


dependentes ou conseqüentes da OT principal. Art. 151 § único do CTN.

São hipóteses de suspensão da exigibilidade do CT:

a) Moratória.

É o alargamento dos prazos para o cumprimento da OT. Esse alargamento ocorre


em casos de calamidades, catástrofes ou conjunturas econômicas desfavoráveis. Os Arts.
152 ao 155 do CTN regulamentam a matéria.
Pode ser de uma só vez ou através de parcelamento; geral ou individual, a todos
que se encontrarem naquela situação definida em lei.
Situa-se no campo da reserva legal, conforme prevê o Art. 97 VI do CTN.

b) Depósito.

Pode ser feito tanto na esfera administrativa quanto judicial, não é obrigatório, não
constitui condição para que o SP possa impugnar a exigência.

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Na instância administrativa evita a incidência de juros e correção monetária.
Na esfera judicial suspenderá a exigibilidade do CT e a fluência dos juros e da
correção monetária. Art. 151 II do CTN.

c) Reclamações e recursos.

A interposição de reclamações e de recursos também suspende a exigibilidade do


CT, desde que feita nos termos das leis reguladoras do procedimento tributário
administrativo, ou seja, nos casos e nos prazos.
Não podem as leis federais, estaduais ou municipais, negarem às reclamações e /
ou aos recursos esse efeito suspensivo.

d) Medida liminar em Mandado de Segurança.

Uma das garantias que a CRFB /88 assegura aos indivíduos para proteção de
direito líquido e certo, lesado ou ameaçado de lesão por ato de autoridade.

Assim, em face de cobrança de tributo indevido pode o SP, em princípio, valer-se


do MS.

O contribuinte tem 120 dias a contar da ciência do ato de cobrança do tributo que
considera indevido, para impetrar o MS.

2.1. – Considerações Finais sobre Suspensão.

A) O que se suspende?
Resposta ⇒ A exigibilidade.

B) A partir de que momento o crédito tributário é exigível?


Resposta ⇒ Do lançamento.

C) Liminar pode impedir o lançamento (suspensão prévia da exigibilidade, antes do


lançamento)?
Resposta ⇒ Em princípio, não.

D) E se liminar ou tutela antecipada obstar expressamente o lançamento?


Resposta ⇒ Cessado seu efeito, devolve-se o prazo para lançar à Fazenda Pública.

20
E) Efeitos:

Impede o ajuizamento da execução fiscal.

Suspende o prazo prescricional para ajuizamento da execução fiscal.

Não dispensa o cumprimento das “obrigações” acessórias (CTN, Art. 151,


§. único).

F) Modalidades de Suspensão ou Causas Suspensivas:

a) Moratória. (CTN, arts. 153 a 155).

Distinta de novação, parcelamento, transação, remissão e anistia.

Concessão por lei do ente tributante competente; requisitos da lei


(Art. 153).

Discutível competência heterônoma da União (Art. 152, I, b).

a.1) Distingue-se do depósito recursal em garantia de instância.

b.1) Impede execução fiscal.


Condicional ou não.
Ampla ou Específica.
Territorialmente restrita ou não.
MODALIDADES
DE De créditos já lançados e por lançar (mas cujo FG já
MORATÓRIA ocorreu).
Incabível para créditos objeto de dolo, fraude ou simulação (Art.
154, §. único).
Anulabilidade (Art. 155).

21
b) Depósito.

Em dinheiro apenas (Súmula 112 do STJ).

Faculdade para elidir a fluência de acréscimos, não condição de


admissibilidade de recurso administrativo ou pressuposto
processual de ação; interpretação do Art. 38 da LEF (Lei 6.830/80).

Distingue-se do depósito recursal em garantia de instância.

Impede execução fiscal.

b.1) Integral; e se for parcial?


Resposta ⇒ Nas vias administrativa ou judicial (Lei 9.703/98: repasse da Caixa Econômica ao
Tesouro Nacional – controvérsias);

b.2) Em ação cautelar inominada ou na ação principal?


Resposta ⇒ Conversão em renda ou levantamento pelo depositante?

c) Reclamações (Rectius: Impugnações) e Recursos Administrativos).

Duplo grau obrigatório?

Impossibilidade de prescrição intercorrente (Súmula 153 do TFR).

22
d) Liminar em Mandado de Segurança.

Outras Liminares e Tutela Antecipada (LC 104/2001).

e) Parcelamento (LC 104/2001).

2.2 – Exclusão do Crédito Tributário.


2.2.1 – Isenção.
2.2.2 – Anistia.

Verificamos, anteriormente, que perante a um CT líquido e exigível o SP pode


assumir 3 posições: pagar, não concordar e impugnar, ou, simplesmente, se omitir.

Também vimos, que desses posicionamentos poderiam resultar a extinção, a


suspensão da exigibilidade do CT, ou após se omitir, se vier a ser descoberto, a inscrição
em Dívida Ativa. É certo que todas essas posições apresentadas somente o SP pode
adotar.

A exclusão, tema que passaremos a abordar, é algo diverso em termos de


posicionamento perante o CT. Aqui quem se posiciona é o SA.

Para tal o SA pode oferecer ao SP a Isenção ou a Anistia como maneiras de se


excluir o CT.

O Art. 175 do CTN aponta as duas maneiras pelas quais o SA pode excluir o
crédito tributário.

1ª) Pela Isenção.

Estamos diante do exercício do poder discricionário do SA na medida que a


isenção é produto de política fiscal e econômica do Estado, visando interesse social. O
SA operacionaliza essa política focalizando coisas, pessoas e situações. Ocorre a HI,
surge o FG, nasce a OT, porém o LT não se concretiza.
Cabe observava que na prática o LT ocorre e que há a necessidade do SP se dirigir
ao SA para provar que está alcançado pela isenção que pleiteia.
A isenção não alcança as Taxas e às Contribuições de Melhoria. Art. 177 do CTN.

2ª) Pela Anistia.

Inicialmente não podemos confundir anistia com remissão.

23
A remissão conforme já verificamos é causa de extinção, é o perdão total da
dívida.
A anistia, também é um perdão só que parcial, envolve, somente, o perdão das
multas pecuniárias.
A anistia não se estende aos atos criminosos, contravencionais ou atos praticados
com dolo, fraude, simulação e às infrações resultantes de conluio. Art. 180 do CTN.

2.2.3 – Considerações Finais sobre Exclusão.

A) CTN, Arts. 175 a 182.

B) Exclusão => Impedir que se “constitua” o crédito pelo lançamento ou excluir o fato
gerador?

B.1) Isenção (CTN, arts. 176 a 179).

Dispensa legal do pagamento de tributo devido; ocorre o fato


gerador e surge a obrigação, mas a lei dispensa o pagamento do
crédito: CTN, Art. 142: “constituir” (Rubens Gomes de Souza,
Amílcar Falcão, Ruy Barbosa Nogueira, Luiz Emygdio Rosa Jr. e
STF).

Espécie de não-incidência; a norma isentiva obstaculiza a


incidência da norma que tributa: CTN, Art. 144 (Alfredo Becker,
Aliomar Baleeiro, Souto Maior Borges, Flávio Bauer Novelli,
Ricardo Lobo Torres, Hugo de Brito Machado, Luciano Amaro,
Sacha Calmon, Paulo de Barros Carvalho).

B.1.1) Institutos afins.

Redução de base de cálculo ou de alíquota;

Deduções e abatimentos;
Renúncias
de
Receitas
(LRF, art. 14) Restituição (Ex. Drawback-restituição);

Subvenções e subsídios (Ex. Crédito-prêmio de IPI à exportação);

Remissão.

24
B.1.2) ADCT, Art. 41.

2 anos para reavaliação dos incentivos fiscais setoriais e dos concedidos por
convênios interestaduais (ICMS).

B.1.3) CTN, art. 175, § único.

Não dispensa deveres acessórios.


Aplicável à isenção, mas não à anistia.

B.1.4) Classificações.

Absolutas ou em caráter geral.


Quanto à forma de concessão.

Relativas ou em caráter específico.

Simples, gratuita, unilateral ou incondicionada.

Quanto à natureza.
Contratual, onerosa, bilateral ou condicionada.

Instantânea.

Quanto ao prazo. A prazo certo.

A prazo indeterminado.

Ampla

Quanto à área.

Restrita ou regional

25
Geral ou total

Quanto aos tributos que alcança.

Especial ou limitada

Objetiva ou real

Quanto ao elemento. Subjetiva ou pessoal

Mista

Fiscal (justiça: isonomia, capacidade contributiva)

Quanto ao fundamento: Extrafiscal (desenvolvimento econômico, equilíbrio


regional, redistribuição de renda).

Autonômica.

Quanto ao ente que a concede.


Heterônoma. Ex. ICMS – CRFB/88, Art. 155, § 2º, X, a, e XII, e ISS – CRFB/88,
Art. 156, § 3º; concedida por Tratado
internacional.

26
B.1.5) Princípios aplicáveis.

a) Legalidade.

ICMS: convênio interestadual, ratificados por Decreto Estadual. (CRFB/88, Art.


155, § 2º, XII, g; LC 24/75).

b) Irretroatividade.

Caráter prospectivo.

c) Anterioridade.

Para revogar, segundo boa doutrina.

d) Transparência orçamentária.

CRFB/88, Arts. 70, 165, § 7º, 150, § 6º; LRF, art. 14.

e) Isonomia.

Vedação de discriminações odiosas, não razoáveis; STJ: RESP 15.200.

f) Capacidade contributiva.

g) Desenvolvimento econômico.

h) Equilíbrio regional.

i) Redistribuição de renda.

j) Economicidade e eficiência.

B.1.6) Revogação de isenção.

A qualquer tempo (CTN, Art. 178), segundo a doutrina obedecido o princípio da


anterioridade (CTN, art. 104, III); segundo o STF com eficácia imediata (RE 99.908,
Súmula 615; RESP 5.573 e 48.735). Mas se onerosa (condição + prazo certo), revoga-se
a norma mas respeitam-se as situações jurídicas subjetivas (direitos adquiridos) – CTN,
art. 178, doutrina e Súmula STF 544.

27
B.1.7) Interpretação.

Literal (CTN, art. 111, II), entretanto a doutrina entende ser igual a qualquer outra
(todos os métodos), admitida até a de resultado extensivo.

B.1.8) Prestações jurisdicionais.

Há direito subjetivo à isenção (crítica ao CTN, art. 179, § 2º) e, portanto, ação no
caso concreto; ações constitucionais; ação popular contra renúncia arbitrária de receita.

B.2) Anistia (do grego amnestia). (CTN, art. 180 a 182).

B.2.1) Conceito.

Esquecimento, apagamento, abolição de infração cometida, tendo por


conseqüência o perdão das sanções correspondentes (pecuniárias ou não) e a “exclusão”
do crédito tributário respectivo (se a sanção for pecuniária), já lançado ou não; extingue
a punibilidade pela infração.

Distingue-se da remissão, que é causa de extinção do crédito tributário e pode


abranger tanto o crédito do tributo quanto o crédito da penalidade. Mas quem já cumpriu
a sanção ou pagou o crédito antes da lei concessiva, não faz jus nem à anistia nem à
remissão.

B.2.2) Anistia de infração futura.

Abolição da infração e revogação da sanção, com eficácia retroativa (CTN, Art.


106, II).

B.2.3) “Cancelamento” de débito fiscal.

Remissão ou anistia?

B.2.4) Não abrange infrações tributárias dolosas.

Dolo, fraude, simulação, conluio nem infrações que constituam delito penal
(CTN, art. 180, I e II).

28
B.2.5) Outras causas de extinção da punibilidade previstas no CTN:

Denúncia espontânea de infração, seguida do imediato pagamento


ou depósito (art. 138).

Observância da jurisprudência administrativa (art. 100, p. único);


Pendência de consulta sobre dúvida fundada e razoável (art. 161, §
2º).

B.2.6) Princípios aplicáveis.

legalidade (lei específica = lei tributária tipificante, vedada a


norma em branco).

Retrospectividade.

Equidade (justiça).

B.2.7) Classificações (CTN, Arts. 181 e 182).

Geral

Quanto à amplitude.

Limitada (territorialmente, a certos tributos ou a


determinadas infrações ou valores)

Pura

Quanto aos requisitos.

Condicional

29
UNIDADE II – INCIDENTES E EXTINÇÃO DO CRÉDITO
TRIBUTÁRIO.

PA – 3

Extinção do crédito tributário: causas; disciplina do CTN.


Enfoque especial sobre: prescrição e decadência.

Objetivos Específicos.:

O aluno deverá ser capaz de:

Ter conhecimento sobre as garantias (de direito material) e os privilégios (de


direito processual) do crédito tributário, assegurados pelo CTN, pelo CPC e pela LEF;
conhecer o âmbito da fiscalização tributária e os deveres desta (perante o contribuinte),
bem assim deste (perante a fiscalização);

Saber quais os direitos do contribuinte em matéria de obtenção de certidões e


distinguir as modalidades destas.

Conteúdos.

Garantias e privilégios do crédito tributário.


Administração tributária: fiscalização e certidões negativas.

Estratégia.

Aula expositiva, com interatividade, procurando resgatar o conhecimento dos


Alunos acerca da Disciplina e das Disciplinas relacionadas, bem assim dos temas da
aula, utilizando exemplos e links com fatos da realidade recente.

Recursos.

Projeção de slides utilizando retroprojetor ou data-show (transparências – WORD


e apresentações – POWER POINT disponíveis no site e no material distribuído).
Uso da lousa branca e caneta Pilot.
Caderno de Exercícios.

30
Bibliografia:

TORRES, Ricardo Lobo. Curso... Capítulo XV – Seções VI e VII.


MACHADO, Hugo de Brito. Curso... 2ª Parte – Capítulo V, item 6 e Capítulo VI.
AMARO, Luciano. Direito... Capítulos XVI e XVII.
SOARES DE MELO, José Eduardo. Curso... Capítulos 16 e 17.
CADERNO DE EXERCÍCIOS.

31
UNIDADE II – INCIDENTES E EXTINÇÃO DO CRÉDITO
TRIBUTÁRIO.

AULA – 3

3.1 – Extinção do Crédito Tributário.


3.1.1 – Causas, disciplina do CTN.
3.2.2 – Prescrição e Decadência.
3.2.3 – Considerações finais sobre Extinção.

A extinção do CT, também, é matéria compreendida na reserva legal. Art. 97 VI


do CTN. O Art. 156 do CTN arrola, em seus 11 itens, na realidade, 12 maneiras de
extinção do CT, conforme será disposto doravante:

a) Pagamento.

É a forma ordinária, usual de extinção do CT.

O CTN estabelece, nos Arts. 157 ao 163, as diversas regras sobre o pagamento.

Iremos, doravante, tecer alguns comentários sobre acima apontados.


Inicialmente registramos a observação de toda doutrina em relação à letra do
Art.157 quanto expressão ilide, onde, no entender dominante, deveria se ler elide.

Já sabemos, também, que para o Direito Tributário pouco importa se é ou não o


titular quem irá saldar o débito existente. O que interessa é que a prestação fiscal seja
satisfeita.

Necessário, também, se faz esclarecer que o cometimento de uma infração


tributária traz conseqüências diversas daquelas do Direito Civil.

Diz assim a Lei 10.406 de 10 de Janeiro de 2002 que instituiu o novo código Civil:

CAPÍTULO V
Da Cláusula Penal
Art. 410. Quando se estipular a cláusula penal para o caso de total inadimplemento da obrigação, esta
converter-se-á em alternativa a benefício do credor.

Diante das regras do Direito Tributário o cometimento de uma infração gera a


prerrogativa ao SA de exigir, concomitantemente, a cumulação tanto da multa moratória,
pela demora, impontualidade do pagamento, quanto à multa tributária prevista em lei.
Assim não se desassociam as multas da prestação tributária.
32
No Art. 158 do CTN, mais uma vez temos que registrar que a interpretação
do Direito Civil não se aplica ao Direito Tributário:

Seção III
Do Objeto do Pagamento e Sua Prova

Art. 322. Quando o pagamento for em quotas periódicas, a quitação da última estabelece, até prova em
contrário, a presunção de estarem solvidas as anteriores.

Deste modo, em sede de Direto Tributário o pagamento de uma parcela do CT não


importa na presunção da satisfação total da prestação tributária.

O Art. 159 esclarece sobre o lugar do pagamento e a quem se deve pagar,


diferentemente do que estabelece o CC.

Seção IV
Do Lugar do Pagamento

Art. 327. Efetuar-se-á o pagamento no domicílio do devedor, salvo se as partes convencionarem


diversamente, ou se o contrário resultar da lei, da natureza da obrigação ou das circunstâncias.

Já o Art. 160 do CTN trata do tempo do pagamento, diferentemente do CC. Aqui


ocorre, normalmente, em 30 dias.

Seção
Do Tempo do Pagamento

Art. 331. Salvo disposição legal em contrário, não tendo sido ajustada época para o pagamento, pode o
credor exigi-lo imediatamente.

Verificando o Art. 161 encontramos os juros de mora.

No Art. 162 encontramos as formas de pagamento: moeda e cheque.

No Art. 163 é apresentada a ordem de preferência no recebimento no caso de se


constatar a existência simultânea de 2 ou mais débitos.

Os Arts. 164 ao 169 tratam, dentro do direito material do CTN, dos aspectos
processuais do direito de ação.

O Art. 164 de Consignação em Pagamento, o 165 ao 168 da Restituição do


Indébito, o Art. 169 da ação Anulatória de decisão administrativa que negar a restituição
do indébito.

33
b) Compensação.

É um encontro de contas.
Se o SP é credor da Fazenda Pública, poderá ocorrer uma compensação pela qual
seja extinta a OT, isto é, o CT. Art. 170 do CTN.

c) Transação.

É um acordo de concessões mútuas. Só mediante previsão legal. Art.171do CTN.

d) Remissão.

É o mesmo que perdão ou dispensa. Art. 172 do CTN.


Pode ser concedida, por despacho, pela autoridade administrativa. Para tanto
expressamente autorizada por lei.

e) Prescrição.

É a perda do direito de ação. A ação de execução fiscal prescreve em 5 anos,


contados da data da constituição definitiva do CT. Art. 174 do CTN.

f) Decadência.

É a perda do direito de declarar o CT. Art. 173 do CTN.

g) A conversão do depósito em renda.

Vencido o SP no litígio, a sentença determinará a conversão do depósito,


anteriormente efetuado (Art. 151 II do CTN), em renda.

h) O pagamento antecipado e a homologação do lançamento nos termos do disposto


no Art. 150 e seus § 1º e 4º.

A extinção do CT se verifica com o pagamento somado a homologação.

i) Consignação em pagamento.

Pagar não é apenas um dever, mas também um direito. Por isso existe uma ação
própria para proteger o direito que tem o SP de pagar o tributo. Art. 164 do CTN.
34
j) Decisão Administrativa.

k) Decisão Judicial.

l) Dação em pagamento.

A última maneira de extinção do CT.


A dação em pagamento foi introduzida no Art. 156 através da LC nº 104 de 10 de
janeiro de 2001.

3.2.3 – Considerações finais sobre Extinção.

A) Extinção do Crédito Tributário (e da própria obrigação tributária).

CTN Arts. 156/174.

A.1) Pagamento.

CTN, Arts. 157/164.

Consignação em pagamento judicial ou bancária (CTN, Art. 164; CPC, Arts. 890
e seguintes, com alterações da Lei 8.951/94).
Restituição de tributo por pagamento indevido ou a maior (CTN, Arts.
165/169).

A.2) Compensação.

CTN, Art. 170: “créditos líquidos e certos”.

Lei 8.383/91, Art. 66 e § “pagamento indevido ou a maior”.


Lei 9.250/95, Art. 39.
Lei 9.430/96, Art. 74 (Tributos administrados pela Receita Federal).
Lei 10.637/02, Art. 49.
Decreto 2.138/97.
Instrução Normativa da SRF no. 21/97.
Âmbito do INSS: limite de 25%.
Não confundir com compensação de prejuízos para efeito do Imposto de Renda.

A.3) Questões: direito adquirido a compensar?

Lei de regência? (da época em que pagou indevidamente ou a maior, ou da época


em que pretende compensar?).

35
A.4) Transação. (CTN, art. 171).

A.5) Remissão.

Só por lei (CRFB/88, Art. 150, §. 6º)


CTN, Art. 172.

A.6) Decadência do direito de lançar. (CTN, art. 173).

A.7) Prescrição da ação de cobrança (CTN, Art. 174; Lei 6.830/80, Art. 2º, § 3º, Art. 8º ,
§ 2º, e Art. 40), prescrição intercorrente.

Prescrição da ação de cobrança de contribuição ao FGTS: 30 anos (Súmula 210 do


STJ);
Prescrição da ação de cobrança das contribuições previdenciárias: 5 ou 10 anos?

A.8) Conversão do Depósito Em Renda.

A.9) Decisão Administrativa Irreformável.

A.10) Decisão Judicial Passada em Julgado.

A.11) Confusão (Código Civil Arts. 381/384).

Observação: NOVAÇÃO é a substituição acordada da dívida por outra, ou do devedor


por outro (Cód. Civil, Arts. 999/1008): incabível no Direito Tributário, segundo alguns;
existente na Argentina, segundo Hector Villegas.

36
UNIDADE II – INCIDENTES E EXTINÇÃO DO CRÉDITO
TRIBUTÁRIO.

PA - 4

Compensação e Restituição de tributos.


Questões controvertidas.

Objetivos Específicos.

O aluno deverá ser capaz de:

Conceituar dívida ativa e seu ato de inscrição, bem como perceber as acepções e
modalidades da expressão “dívida ativa”.

Conhecer a legislação de regência (CTN, Lei 4.320/64, LEF).

Identificar os possíveis defeitos do lançamento tributário que podem afetar a


inscrição em dívida ativa.

Saber relacionar (e localizar na legislação) os efeitos jurídicos decorrentes do ato


de inscrição em dívida ativa.

Ter visão geral da LEF (e suas peculiaridades), da medida cautelar fiscal (Lei
8.397/82) e do arrolamento administrativo (Lei 9.532/97, Art. 64).

Conhecer genericamente os instrumento de defesa do executado (e de terceiro)


perante a execução fiscal, bem como acerca das fases procedimentais desta.

Conteúdos:

Dívida ativa e execução fiscal.


Medida cautelar fiscal.
Arrolamento administrativo.
Defesa do executado.

Estratégia:

Aula expositiva, com interatividade, procurando resgatar o conhecimento dos


Alunos acerca da Disciplina e das Disciplinas relacionadas, bem assim dos temas da
aula, utilizando exemplos e links com fatos da realidade recente.

Recursos:

Projeção de slides utilizando retroprojetor ou data-show (transparências – WORD


e apresentações – POWER POINT disponíveis no site e no material distribuído).
37
Uso da lousa branca e caneta Pilot.
Caderno de Exercícios.

Bibliografia:

ANDRADE, Luciano Benévolo. “Natureza Jurídica da Inscrição em Dívida Ativa” in


RDT no. 15/16, p. 145-164.
SZKLAROWSKY, Leon Frejda. “A Execução Fiscal...” in Revista dos Procuradores da
Fazenda Nacional no. 2.
FLAKS, Milton. Comentários à Lei de Execução Fiscal. Rio de Janeiro: Forense, 1981.
______. “Medida Cautelar Fiscal” in RDPGE-RJ no. 46, p. 65-76.
THEODORO JÚNIOR, Humberto. Lei de Execução Fiscal. SP: Saraiva, 1998.
ABRÃO, Carlos Henrique e outros. Lei de Execução Fiscal Comentada e Anotada. SP:
RT, 1997.
SOUZA, José Barcelos de. Teoria e Prática da Ação de Execução Fiscal e dos
Embargos do Executado. SP: Saraiva, 2001.
FREITAS, Vladimir Passos de (coord.). Execução Fiscal – Doutrina e Jurisprudência.
SP: Saraiva, 1998.
ROCHA LOPES, Mauro Luís. Execução Fiscal e Ações Tributárias. Rio de Janeiro:
Lumen Juris, 1998.
BATISTA JÚNIOR, Geraldo da Silva. Exceção de Pré-Executividade. Rio de Janeiro:
Lumen Juris, 2003.
Súmulas do antigo TFR nos. 32, 33, 34, 40, 44, 112, 126, 137, 153, 168, 189, 190, 209,
210, 219, 240, 248 e 256.
Súmulas do STJ nos. 46, 58, 66, 121, 128, 139, 153, 189, 190 e 210.
Enunciados dos Juízes da Fazenda Pública do Rio de Janeiro nos. 1 a 35.
CADERNO DE EXERCÍCIOS.

38
UNIDADE II – INCIDENTES E EXTINÇÃO DO CRÉDITO

AULA - 4

4.1 – Restituição de Receitas Originárias.


4.2 – Restituição de Receitas Derivadas oriundas dos Tributos.
4.2.1 – Espécies.
4.3 – Compensação de tributos.
4.4 – Questões controvertidas.

A restituição dos ingressos públicos pode ser oriunda de:

Receitas originárias.

Reembolso de despesas processuais.

Levantamento de cauções.

Restituições decorrentes de relações contratuais.

De tributos.

4.1 – Restituição de Receitas Originárias.

A restituição oriunda do Direito Privado se baseia no princípio do enriquecimento


sem causa do accipiens (credor), em detrimento do solvens.

A.1) Natureza jurídica.

Obrigação de direito público (financeiro), e não obrigação tributária.

A.2) Fundamentos.

Justiça e equidade.

4.2 – Restituição de Receitas Derivadas oriundas dos Tributos.

O Código Tributário Alemão de 1977 no Art. 37 nos ensina as duas pretensões de


reembolso decorrentes da relação tributária, quais sejam:

Reembolso a título de incentivo fiscal.


39
Restituição de indébito.

Já o Art. 227 nos trás a remissão e a restituição por equidade.

4.2.1 – Espécies.

Segundo Ricardo Lobo Torres a restituição de tributos tem as seguintes espécies:

A.1) Repetição de Indébito.

A matéria está disciplinada no Art. 165 do CTN.


Já o Art. 169 trata da prescrição da ação que pretende anular a decisão
administrativa que denegou a restituição. Prescreve em 2 anos a ação anulatória.
A repetição pode ocorrer por erro de direito ou de fato, anterior ou contemporâneo
ao pagamento.
Nos impostos diretos o SA da repetitória é quem recolheu o tributo.
Já no caso dos impostos indiretos onde coexistem as figuras do contribuinte de
jure (aquele que providencia o recolhimento) e do contribuinte de fato (aquele que
suporta a carga fiscal, ou seja, em última análise aquele quem paga o tributo), o
legitimado será o contribuinte de fato.

Importante a cerca do tema é deixar registrado o que nos ensina o autor acima
mencionado.

“O arcabouço do direito à repetição é de construção nitidamente pretoriana. As normas


insertas no CTN constituem mera positivação do entendimento firmado pelo Supremo
Tribunal Federal”.

A.2) Restituição de Indébito em virtude de Causa Superveniente.

Decisão judicial invalidando negócio jurídico que constitua o núcleo do fato


gerador.

Decisão judicial declaratória da inconstitucionalidade da lei tributária.

Lei interpretativa alterando entendimento.

Pagamento antecipado.

Remissão por equidade.


A.3) Restituição de Tributo a Título de Incentivo Fiscal.
40
Restituição direta ou autônoma. Exs. Incentivos do I.R., antigo
crédito-prêmio do IPI.

Condicionada a encargos.

Substitutiva.

Restituição subsidiária (de crédito fiscal).

Restituição funcional (imunidade ou isenção).

A.4) Restituição de Empréstimo Compulsório.

O Empréstimo compulsório é na realidade uma receita atípica com característica


de restituibilidade, já que a própria lei que o instituiu estabelecerá o prazo e condições
de sua devolução.

4.2 – Compensação de tributos.

A compensação no direito Civil é automática, conforme nos ensinam os Arts. 368


e 369 do CC ocorre, entretanto, que em sede de Direito Tributário, a forma extintiva de
créditos tem que estar autorizada por lei conforme preconiza o Art. 170 e seu § único do
CTN.
Criação importante é o mecanismo introduzido ao CTN pelo Art 170 – A , através
da LC nº 104/2001 que em preceito de indisfarçável casuísmo vedou:

“A compensação mediante o aproveitamento de tributo, objeto de contestação judicial pelo sujeito


passivo, antes do trânsito em julgado da respectiva decisão judicial.”

4.3 – Questões controvertidas.

41
UNIDADE III – GARANTIAS E PRIVILÉGIOS DO CRÉDITO
TRIBUTÁRIO.

PA - 5

Garantias e privilégios do crédito tributário. Administração tributária:


fiscalização e certidões negativas. Sigilos profissional, bancário e fiscal.

Objetivos Específicos.

O aluno deverá ser capaz de:

Saber conceituar e classificar os ilícitos tributários e as sanções aplicáveis.

Quanto a estas, conhecer sua natureza, os princípios que as regem e as suas


modalidades;

Ter visão geral sobre os crimes tributários, inclusive sobre os previdenciários, e


respectiva legislação de regência, bem como notícia sobre as principais controvérsias a
respeito.

Conteúdos.

Ilícitos e sanções tributários: conceitos, natureza jurídica, tipologia.


Crimes tributários: espécies, conceitos, classificações, natureza e questões
jurídicas.

Estratégia.

Aula expositiva, com interatividade, procurando resgatar o conhecimento dos


Alunos acerca da Disciplina e das Disciplinas relacionadas, bem assim dos temas da
aula, utilizando exemplos e links com fatos da realidade recente.

Recursos.

Projeção de slides utilizando retroprojetor ou data-show (transparências – WORD


e apresentações – POWER POINT disponíveis no site e no material distribuído).
Uso da lousa branca e caneta Pilot.
Caderno de Exercícios.

Bibliografia.

TORRES, Ricardo Lobo. Curso... Capítulo XVI.


MACHADO, Hugo de Brito. Curso... 4ª Parte, Capítulo III.
AMARO, Luciano. Direito... Capítulo XV.
42
NAVARRO COÊLHO, Sacha Calmon. Teoria e Prática das Multas Tributárias. Rio de
Janeiro: Forense, 1998.
COSTA JR., Paulo José e DENARI, Zelmo. Infrações Tributárias e Delitos Fiscais. SP:
Saraiva, 1996.
SILVA, Juary C. Elementos de Direito Penal Tributário. SP: Saraiva, 1998.
DECOMAIN, Pedro Roberto. Crimes contra a Ordem Tributária. Florianópolis: Obra
Jurídica, 1995.
SILVA MARTINS, Yves Gandra (coord.). Crimes contra a Ordem Tributária. SP: RT,
1995.
LOVATTO, Alecio Adão. Crimes Tributários – Aspectos Criminais e Processuais.
Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2000.
Site da UNESA na Internet: “Sanções políticas no Direito Tributário”
“Prisão por dívida tributária e o STF”
“Delito tributário e extinção de punibilidade”
“Jurisprudência – Crimes contra a Ordem Tributária”
CADERNO DE EXERCÍCIOS.

43
UNIDADE III – GARANTIAS E PRIVILÉGIOS DO CRÉDITO
TRIBUTÁRIO.

AULA - 5

5.1 – Garantias e Privilégios do Crédito Tributário.


5.2. – A Administração Tributária e a Dívida Ativa. Conceitos. Previsão Legal.
5.2.1 – Sigilos Comercial, Profissional e Fiscal.
5.2.1.1 – Auxílio da Força Pública.
5.2.2 – Certidões Negativas.
5.2.2.1 – Certidão Negativa e Tributo não Vencido.
5.2.2.2 – Certidão Negativa e Perecimento de Direito.
5.2.2.3 – Certidão Negativa e Consignação em pagamento.

5.1 – Garantias e Privilégios do Crédito Tributário.

O CTN a partir do Art. 183 até o 193 enumera as garantias e privilégios do CT.

Inicialmente, verificamos que as garantias são decorrentes de Lei e visam,


obviamente, a satisfação do CT. A prova está registrada na letra dos Arts. 183 e 161.

Em seguida, o 184, demonstra a força do CT ao não excluir os privilégios


especiais em face da lei de determinados bens.
Excetuam-se, é obvio aqueles declarados legalmente absolutamente
impenhoráveis.

Trata o Art. 185 da presunção de fraude tão logo se verifique a consumação ou o


começo de procedimento de inscrição em dívida ativa. Essa presunção por parte do SA é
juris et de jure, ou seja, impossibilita o SP de provar o contrário.

A partir do Art. 186 encontraremos os privilégios do CT. Neste ponto é


importante ressaltar as novas regras impostas pela entrada em vigor da LC nº 118 de 9
de fevereiro de 2005 que traz os dispositivos da Lei de Falências e recuperação de
Empresas.
A primeira novidade sentida está acrescida pelo parágrafo único no Art. 186 que
trata da inclusão na ordem de preferência dos créditos referentes ao acidente de trabalho
e a possibilidade de limitação das condições para a preferência dos créditos decorrentes
da legislação do trabalho, derrubando assim a primazia anteriormente existente.

O Art. 187, por força da nova ordem das regras da falência, passa a incluí-la
juntamente com a recuperação judicial no rol da não sujeição ao concurso de credores.
Seu parágrafo único continua inalterado, ou seja, só há concurso de credores entre as
Pessoas Jurídicas de Direito Público.
O Art. 188 introduz novas regras em face da LC 118.
44
Os Arts. 189 e 190 continuam inalterados.

A LC 118 inova o Art. 191 e cria o 191–A.

Os Arts. 192 e 193 permaneceram inalterados.

5.2. – A Administração Tributária e a Dívida Ativa. Conceitos. Previsão Legal.

É imprescindível, indispensável que a fiscalização tributária seja feita por pessoas


às quais a legislação atribua competência para tanto, em caráter geral ou
especificamente, em função do tributo de que se tratar.

A lavratura de um auto de infração, como qualquer outro ato da administração


tributária, só terá validade se praticado por quem tenha competência para fazê-lo.

As regras básicas sobre a matéria estão dispostas nos Arts 194 a 200 do CTN.

5.2.1 – Sigilos Comercial, Profissional e Fiscal.

Em relação ao Sigilo Comercial, com o advento do CTN ficou afastada a


possibilidade de invocação das regras do Código Comercial (Arts.17, 18 e 19 – Lei nº
556 de 25 de junho de 1850) ou qualquer outra Lei que exclua ou limite o direito de
examinar mercadorias, livros, arquivos, documentos, papéis e efeitos comerciais ou
fiscais.

Vale o Art 195 do CTN, ou seja, as normas que preservam o sigilo comercial
prevalecem entre os particulares, mas não contra a Fazenda Pública. Cabe salientar a
previsão legal da obrigação de guardar livros e documentos fiscais até que ocorra a
prescrição dos créditos tributários. Veja, ainda, que o § único do Art. acima citado, não
estipula o prazo de 5 anos (Art. 174 do CTN), visto que a prescrição pode ser suspensa
ou até mesmo interrompida.
Antes de falarmos do Sigilo profissional, necessário se faz tratarmos do Dever de
Informar.
O dever de prestar informações ao Fisco não é apenas do SP, existem terceiras
pessoas que também estão obrigadas, a matéria está regulamentada no Art. 197 do CTN.
O dever de informar de terceiros não é obrigação acessória, tem que estar previsto
em LEI e não em normas inferiores da Legislação.
A intimação de que trata o artigo é, na realidade, administrativa, vez que em
relação à intimação judicial todos, inclusive os citados nos incisos, estão obrigados a
prestar.
O dever de informar encontra limite no denominado sigilo profissional previsto no
Art. 197 § ú. do CTN, nos Arts. 347 II e 363 IV do CPC.

45
Ainda em relação ao Sigilo Profissional, cabe assinalar que o agente público no
desempenho das suas funções de fiscalização tributária tem em face do mesmo sigilo
profissional acima mencionado, a obrigação de não divulgar informações obtidas em
razão do seu ofício.
Assim ao mesmo tempo em que assegura ao Fisco o direito de penetrar nos
domínios dos particulares, tomando conhecimento do que se passa com seus
patrimônios, o CTN no Art. 198 e Art. 37 XVIII da CRFB/88 impedem que tais
conhecimentos cheguem até ao público em geral, sob pena de se configurar o crime
previsto no Art. 154 do CP.

5.2.1.1 – Auxílio da Força Pública.

O Art. 200 do CTN disciplina a matéria.

A requisição é feita diretamente pela autoridade administrativa, não havendo


necessidade de intervenção judicial.

O pressuposto de legitimidade da requisição é o fato de haver sido a autoridade


administrativa vítima de embaraço ou desacato no exercício de suas funções ou também
o fato de ser o auxílio da força pública necessário à efetivação de medida prevista na
legislação tributária.

Não exige o CTN, para que se possa ter lugar o uso da força pública, tenha havido
crime ou contravenção.

Assim é bom relembrar que:

Embaraço =>Qualquer forma de resistência à atividade fiscal. Não apenas a que


configure o delito de resistência previsto no Art. 329 do CP.

Desacato => É o crime previsto no Art. 331 do CP.

Em contra – partida a autoridade administrativa na cobrança de tributos está


vinculada à lei, sujeita as sanções penais previstas no crime de Excesso de Exação
conforme Art. 316 do CP.
Na prática, essa disposição legal é inoperante.

5.2.2 – Certidões Negativas.

Já vimos anteriormente que Dívida Ativa é o conjunto de créditos tributários ou


não tributários da entidade de direito público. É tudo aquilo que a entidade tem a receber
(multas, tributos, indenizações, reparações e etc.).

46
A Dívida Ativa Tributária está disciplinada nos Arts. 201 a 204 do CTN.

O crédito é levado à inscrição em dívida ativa depois de definitivamente


constituído.

A inscrição não é ato de constituição do CT. Pressupõe, isto sim, que este se
encontre regular e definitivamente constituído, ainda que se tenha esgotado o prazo
fixado para seu pagamento.

Mesmo depois de inscrito, o CT continua a render JUROS de mora. Art. 201 do


CTN.

Depois da inscrição em DA não se pode acrescentar ao CT qualquer quantia a


título de MULTA, ainda que simplesmente moratória.

Com relação às Certidões Negativas, encontramos a disciplina da matéria nos


Arts. 205 a 208 do CTN.

Não sendo possível o fornecimento de certidão negativa, em face da existência de


débito, pode a autoridade administrativa fornecer certidão positiva, que em certos casos
pode ter o mesmo valor da negativa. Art. 206 do CTN.

5.2.2.1 – Certidão Negativa e Tributo não Vencido.

Com efeito, vale como certidão negativa àquela na qual conste a existência de
crédito:

A) Não vencido.

Se o CT não está vencido não se pode dizer que sou inadimplente.

B) Em curso de cobrança executiva em que tenha sido efetivada a penhora.

Se o CT se encontra em processo de execução, com penhora já efetivada, está com


sua extinção garantida, de sorte que o fisco não tem interesse em denegar a certidão.

C) Cuja exigibilidade esteja suspensa.

Se estiver com a exigibilidade suspensa, o fundamento da suspensão justifica


também o fornecimento da certidão.

O pagamento do tributo em regra não acontece no momento em que o CT


respectivo é constituído, mas no tempo fixado pela legislação específica.
47
Se esta não fixa o tempo, o vencimento do CT ocorre 30 dias após a data em que
se considera o SP notificado do LT. Art.160 do CTN.

Se não há LT, não há CT e por isto é induvidoso o direito do SP à certidão


negativa. Se há LT, mas o CT não está vencido, também.

A recusa de certidão negativa somente se justifica quando existe CT vencido.

Tendo havido o parcelamento da dívida, estando o SP em dia com as prestações


correspondentes, também não se justifica a recusa.
Com o parcelamento, dá-se a prorrogação do prazo para pagamento, e por isto não
se pode dizer que existe CT vencido. O ter sido prestada, ou não, garantia de qualquer
natureza, para a obtenção do parcelamento, é irrelevante.

A rigor, a certidão negativa de débito significa apenas que o SP não se encontra


em MORA, em estado de inadimplência para com o fisco.

O ato de recusa da certidão negativa, sem que exista débito vencido, pode ser
entendido como uso de meio ilegal para compelir o SP ao pagamento do tributo, e assim
pode configurar o crime de excesso de exação, definido no Art. 316 I do CP, com a
redação que lhe confere a Lei nº 8. 137 de 27 de dezembro de 1990.

O que se vê na prática, porém, é que as certidões positivas são geralmente


recusadas. O disposto no Art. 206 do CTN é letra morta.

O contribuinte que pretender fazer com que uma certidão positiva, nas condições
nele referidas, seja aceita em lugar de uma negativa, terá de impetrar Mandado de
Segurança contra a autoridade perante a qual a certidão tenha de produzir efeitos.

Por isso o SP termina pagando.

5.2.2.2 – Certidão Negativa e Perecimento de Direito.

Não é exigível Certidão Negativa para a prática de ato que tenha por fim evitar a
caducidade de direito.
Mas todos os participantes do ato respondem pelo tributo porventura devido,
conforme prevê o Art. 208 do CTN.

Se mesmo havendo débito é expedida certidão negativa, há um erro contra a


Fazenda Pública.

48
5.2.2.3 – Certidão Negativa e Consignação em pagamento.

A propositura da Ação de Consignação em Pagamento não assegura desde logo o


direito à certidão negativa. Se existe LT, e o SP, por exemplo, oferece valor menor, por
entender que o LT está incorreto, somente com o trânsito em julgado da sentença que
julgar a ação procedente estará extinto o CT e, em conseqüência, terá o SP direito a
certidão negativa.

49
UNIDADE III – GARANTIAS E PRIVILÉGIOS DO CRÉDITO
TRIBUTÁRIO.

PA - 6

Dívida ativa e execução fiscal.


Medida cautelar fiscal.
Arrolamento administrativo. Defesa do executado.

Objetivos Específicos.

O aluno deverá ser capaz de:

Ter visão panorâmica ordenada sobre os princípios constitucionais e


infraconstitucionais aplicáveis ao processo administrativo tributário.

Identificar a legislação de regência do tema, sobretudo no plano federal.

Conhecer as críticas doutrinárias acerca dessa legislação e seus principais pontos


polêmicos.

Ter noção sobre os procedimentos especiais e sobre o procedimento contencioso


ordinário, na área federal.

Conteúdos:

Processo administrativo-fiscal federal: princípios constitucionais, legislação e


reforma.
A consulta.
Os órgãos julgadores: estrutura e composição.
Rito procedimental.
Questões controvertidas.

Estratégia.

Aula expositiva, com interatividade, procurando resgatar o conhecimento dos


Alunos acerca da Disciplina e das Disciplinas relacionadas, bem assim dos temas da
aula, utilizando exemplos e links com fatos da realidade recente.

Recursos.

Projeção de slides utilizando retroprojetor ou data-show (transparências – WORD


e apresentações – POWER POINT disponíveis no site e no material distribuído).
Uso da lousa branca e caneta Pilot.
Caderno de Exercícios.
50
Bibliografia:

TORRES, Ricardo Lobo. Curso... Capítulo XVII – Seções I e II.


MACHADO, Hugo de Brito. Curso... 4ª Parte – Capítulo I.
MARINS, James. Direito Processual Tributário Brasileiro (Administrativo e Judicial).
SP: Dialética, 2002.
MOREIRA, Egon Bockmann. Processo Administrativo. SP: Malheiros, 2003.
RODRIGUES RIBAS, Lídia Maria Lopes. Processo Administrativo Tributário. SP:
Malheiros, 2003.
SEIXAS FILHO, Aurélio Pitanga. Estudos de Procedimento Administrativo Fiscal. Rio
de Janeiro: Freitas Bastos, 2000.
CABRAL, Antonio da Silva. Processo Administrativo Fiscal. SP: Saraiva, 1993.
CAMPOS, Dejalma de. Direito Processual Tributário. SP: Atlas, 1996.
BERTI, Clélio. O Processo Fiscal – Teoria e Prática. SP: Ícone, 1996.
COIMBRA, Feijó. A Defesa do Contribuinte. Rio de Janeiro: Destaque, 1999.
ROCHA, Valdir de Oliveira. A Consulta Fiscal. SP: Dialética, 1996.
_____ (coord.). Processo Administrativo Fiscal. 1º a 5º vols. SP: Dialética, 1995 a
2000.
Site da UNESA na Internet: “O projeto do Código de Defesa do Contribuinte”.
CADERNO DE EXERCÍCIOS.

51
AULA 6

6.1 – Dívida Ativa.


6.1.1 – Conceito.
6.1.2 – Legislação de Regência. CTN, Lei 4320/64 e Lei 6830/80.(LEF).
6.2 – Evasão, Elisão, Sonegação e a Fraude Fiscal.

6.1 – Dívida Ativa.


6.1.1 – Conceito.
6.1.2 – Legislação de Regência. CTN, Lei 4320/64 e LEF.

A DÍVIDA ATIVA É O CONJUNTO DE CRÉDITOS TRIBUTÁRIOS E NÃO


TRIBUTÁRIOS DA ENTIDADE DE DIREITO PÚBLICO.

Dívida Ativa (DA) é tudo aquilo que a entidade tem a receber (multas,
indenizações, tributos).
Então se o contribuinte não paga e não e consegue elidir, eliminar, suprimir,
satisfazer aquele CT, seja pela via administrativa ou judicial, fatalmente, esse crédito
será inscrito em Dívida Ativa.
Após sua inscrição será, extraída uma certidão, com força de título executivo
extrajudicial.
A Certidão da Inscrição em Dívida Ativa (CDA) é quem vai instruir o Processo de
Execução Fiscal.
A partir deste momento processual, restará ao contribuinte oferecer
Embargos à Execução (ação de cognição, incidente no Processo de Execução). Para
embargar é preciso assegurar o juízo. (depositando R$ ou nomeando bens à penhora).
Trata-se, na realidade, de matéria processual.
Essas fases são importantes, por uma questão básica, o tempo que medeia essas
fases.
O contribuinte não pode ficar eternamente a mercê do lançamento, da inscrição
em dívida ativa. O tempo no Direito é quem dá segurança às relações jurídicas. O tempo
é quem medeia o direito.

6.1.2 – Legislação de Regência. CTN, Lei 4320/64 e Lei 6830/80.(LEF).

O Art.201 do CTN conceitua DA.

Já a Lei nº 4320/64 dispõe a respeito de dívida ativa tributária e não - tributária no


seu Art. 39. Especificamente sobre a DA tributária, trata o § 2º do referido artigo.
Importante se frisar que o CTN trata somente da DA tributária enquanto a Lei
4320/64 trata da DA tributária e não - tributária.

52
De acordo com o Art. 159 do Decreto nº 99180 de 15 março de 1990, é a
Procuradoria – Geral da Fazenda Nacional o órgão encarregado em apurar e inscrever,
para fins de cobrança judicial, a Dívida Ativa da União.

A LEF nos Arts. 2º e 3º trata da matéria referente à DA.

6.2 – Evasão, Elisão, Sonegação e a Fraude Fiscal.

Existem 4 situações importantes ligadas ao FG que são verificadas antes e depois


de sua ocorrência.

Há dificuldades semânticas com relação a cada um desses conceitos em português


e nos outros idiomas, além de desencontros teóricos sobre a sua licitude.

A Evasão e a Elisão ocorrem antes do FG (por isso quase sempre são lícitas), já a
Sonegação e a Fraude dão-se após a ocorrência do FG (são sempre ilícitas).

A) Evasão.

É a economia de imposto obtida ao se evitar o ato, o fato ou a situação jurídica


que dá surgimento ao FG. Ex. Deixar de fumar para não pagar IPI e ICMS.

É sempre lícita porque o SP atua numa área não sujeita a incidência da norma
jurídica.

B) Elisão.

É a economia de imposto obtida pela prática de um ato revestido de forma jurídica


que não se subsume (não compreendido, não concebido) na descrição abstrata da Lei.
É trabalhar na “brecha da Lei”.

C) Sonegação.

É a economia de tributo pela ocultação da ocorrência do FG. É sempre ilícita.

D) Fraude.

É a economia de tributo pela falsificação de documentos fiscais, na prestação de


informações falsas ou na inserção de elementos inexatos nos livros fiscais, com o
objetivo de não pagar o tributo ou de pagar importância inferior à devida.
É sempre ilícita.
53
UNIDADE IV – GLOBALIZAÇÃO, INTEGRAÇÃO ECONÔMICA E
HARMONIZAÇÃO TRIBUTÁRIA. IMPOSTOS SOBRE O
COMÉRCIO EXTERIOR.

PA - 7

Globalização e integração econômicas.


Harmonização tributária: conceitos, graus de harmonização tributária, fases,
instrumentos e experiências.
União Européia e Mercosul. Reflexos sobre o sistema tributário brasileiro.
Impostos sobre o comércio exterior: importação e exportação – legislação e
conceitos básicos, princípios e elementos da obrigação tributária; regimes
aduaneiros especiais e atípicos.

Objetivos Específicos.

O aluno deverá ser capaz de:

Identificar as ações judiciais de uso do contribuinte e da Fazenda Pública, suas


modalidades, natureza e rito procedimental, bem assim a respectiva legislação de
regência.

Saber escolher, diante de casos práticos, a(s) medida(s) judicial(ais) cabíveis, à


disposição do contribuinte;

Distinguir entre si os casos de cabimento do mandado de segurança, da ação


cautelar e do pedido de tutela antecipada, em matéria tributária.

Conteúdos.

Processo judicial tributário: espécies e ritos (visão geral).

Ações declaratória, anulatória de lançamento tributário, repetitória, consignatória


e outras ações de cognição.
Ações cautelares (inominada de depósito, arresto, exibição de documento, busca e
apreensão, produção antecipada de prova etc.).
Mandado de segurança.
Antecipação de tutela.
Ação direta de inconstitucionalidade e ação declaratória de constitucionalidade.
Argüição de descumprimento de preceito fundamental.
Representação de inconstitucionalidade perante o Tribunal de Justiça.

54
Estratégia.

Expositiva, com interatividade, procurando resgatar o conhecimento dos Alunos


acerca da Disciplina e das Disciplinas relacionadas, bem assim dos temas da aula,
utilizando exemplos e links com fatos da realidade recente.

Recursos.

Projeção de slides utilizando retroprojetor ou data-show (transparências – WORD


e apresentações – POWER POINT disponíveis no site e no material distribuído).
Uso da lousa branca e caneta Pilot.
Caderno de Exercícios.

Bibliografia.

TORRES, Ricardo Lobo. Curso... Capítulo XVII – Seção III.


MACHADO, Hugo de Brito. Curso... 4ª Parte – Capítulo II.
____. Mandado de Segurança em Matéria Tributária. SP: Dialética, 1998.
MARINS, James. Direito Processual...
CAMPOS, Dejalma. Direito Processual...
BERTI, Clélio. O Processo...
MENDES DA SILVA, Ricardo Perlingeiro. Execução contra a Fazenda Pública. SP:
Malheiros. 1999.
VIANA, Juvêncio Vasconcelos. Execução contra a Fazenda Pública. SP: Dialética,
1998.
BUENO, Cassio Scarpinella. O Poder Público em Juízo. SP: Max Limonad, 2000.
FUX, Luiz. Tutela de Segurança e Tutela da Evidência. SP: Saraiva, 1996.
MARTINS DA SILVA, Américo Luís. Do Precatório-Requisitório na Execução contra
a Fazenda Pública. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 1998.
Site da UNESA na Internet: “Roteiro de legislação para acompanhamento da aula sobre
Mandado de Segurança em matéria tributária"
“Mandado de Segurança contra a CPMF”.
CADERNO DE EXERCÍCIOS.

55
UNIDADE IV – GLOBALIZAÇÃO, INTEGRAÇÃO ECONÔMICA E
HARMONIZAÇÃO TRIBUTÁRIA. IMPOSTOS SOBRE O
COMÉRCIO EXTERIOR.

AULA – 7

7.1 – Imposto de Importação.


7.1.1 – Considerações Finais sobre o Imposto de Importação.
7.2 – Imposto de Exportação.
7.2.1 – Considerações Finais sobre o Imposto de Exportação.
7.3 – Globalização e integração econômicas.
7.3.1 – Harmonização tributária: conceitos, graus de harmonização tributária,
fases, instrumentos e experiências.
7.3.2 – União Européia e Mercosul. Reflexos sobre o sistema tributário brasileiro.

7.1 – Imposto de Importação.

IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO.
(I I).
Art.153 I da CRFB/88 e Arts. 19 ao 22 do CTN. /

I – Competência.

Também conhecido, vulgarmente, como “tarifa aduaneira” e/ou “tarifas da


alfândega”.
É da competência da União Federal, por se tratar de um imposto com implicações
no relacionamento do país e o exterior. No âmbito internacional não se deve projetar a
personalidade jurídica dos Estados-membros, mas a própria federação como um todo.

II – Função.

Sua função é extrafiscal. É muito mais importante como instrumento de proteção


da indústria nacional do que como instrumento de arrecadação de recursos financeiros
para o tesouro público.
Se não existisse o II, a maioria dos produtos industrializados no país não teria
condições de competir no mercado com seus similares produzidos em países
economicamente mais desenvolvidos, onde o custo industrial é reduzido graças aos
processos de racionalização da produção e ao desenvolvimento tecnológico de um modo
geral.

56
Além disso, vários países subsidiam as exportações de produtos industrializados,
de sorte que os seus preços ficam consideravelmente reduzidos.
O II não está sujeito aos princípios da anterioridade, da legalidade e tão pouco da
noventena (Arts. 150 § 1º e 153 § 1º da CRFB/88 e Art. 21 do CTN).
Assim, o II funciona como valioso instrumento de política econômica.

III – FG.

Entrada de produtos estrangeiros no território nacional, considerando sob esse


aspecto os bem móveis destinados ao consumo, inclusive: energia elétrica, combustíveis
líquidos e gasosos, lubrificantes e minerais.
Não se deve confundir a ocorrência do FG do II com a forma pela qual esta se
exterioriza, ou é documentada.
Uma coisa é o FG do imposto, que é a entrada (física e destinação) das
mercadorias território nacional.
Outra coisa é o momento em que se considera ocorrido tal fato, para determinado
fim.
Assim para fins de direito intertemporal, é relevante a data em que esse conjunto
de fatos começou a se formar, representando a consolidação de uma situação que se
pode considerar incorporada ao patrimônio do contribuinte.
Para ilustrar tal situação podemos nos valer do caso do aumento da alíquota do II
para carros já faturados e embarcados no Exterior. Neste caso tem-se consolidada uma
situação que não admite mudança no regime jurídico de importação, sob pena de se ter
violado o princípio da irretroatividade das Leis.

IV – Alíquotas.

Podem ser Específicas (quantidade) e Ad Valorem (% sobre um valor).


Normalmente são alíquotas elevadas e constituem verdadeiro estímulo à prática
do descaminho.
Funciona a lei natural segundo a qual a tendência para sonegação aumenta na
medida em que é maior a alíquota do tributo.

V – BC.

O Art. 20 do CTN além de disciplinar a matéria sobre a BC, traz a previsão da


existência das alíquotas acima mencionadas.
De um modo geral se entende o preço constante da fatura.
Entretanto, existem duas outras formas de determinar esse preço, visto que essa
liberdade poderia acarretar verdadeiros absurdos por ocasião da emissão das referidas
faturas (Invoice).

57
O preço de referência.

A pauta de valor mínimo.

O preço de referência é fixado pelo Conselho de Política Aduaneira; e a pauta de


valor mínimo, é estabelecida pela Comissão Executiva do mencionado Conselho de
Política Aduaneira.

VI – Contribuinte.

É o importador ou quem a lei equiparar (Art. 22 I do CTN).


Em se tratando de produtos apreendidos ou abandonados, o contribuinte será o
arrematante destes (Art. 22 II do CTN).
Normalmente o importador é uma PJ, regularmente instalada, mas para fins do II,
é considerado importador qualquer pessoa, seja natural ou jurídica, regularmente
estabelecida ou não que realize a introdução da mercadoria em território nacional.
A capacidade tributária passiva independe de formalismo – Art. 126 do CTN.

VII – Lançamento.

Deveria ser mediante declaração do SP, oferecendo ao fisco os elementos


informativos necessários a esse fim, ao providenciar o despacho aduaneiro das
mercadorias importadas.
Entretanto, a legislação em vigor determina seja feito o pagamento do II antes de
qualquer providência da fiscalização, tendo-se, assim, um lançamento por homologação.

7.1.1 – Considerações Finais sobre o Imposto de Importação.

Desde 1º de maio de 2004, as importações de bens, que já eram oneradas pelo


Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), pelo Imposto sobre
Produtos Industrializados (IPI) e pelo Imposto de Importação, bem como as de serviços
que eram pelo Imposto Sobre Serviços (ISS), passaram a sofrer, também, incidência do
PIS - Importação e da COFINS - Importação.
A nova sistemática foi crida pela Emenda Constitucional nº 42/03 que trouxe a
possibilidade de a União instituir contribuições sociais na importação que tivessem
como base de cálculo o valor aduaneiro.
Assim surgiu a Lei nº 10.865/04 (fruto da conversão da Medida Provisória nº
164/04) instituindo a incidência do PIS e da COFINS nas importações, determinando
que tais contribuições incidiriam sobre o valor aduaneiro, assim entendido aquele que
servir de base para o Imposto de Importação, acrescido do ICMS no desembaraço e o
valor das próprias contribuições.
58
Ocorre que a referida lei extrapolou o conceito de valor aduaneiro, criando mais
um elo de uma cadeia tributária intrincada, pois o que se observa é a incidência de
tributos sobre tributos.
Desta feita, considerando-se um bem importado, haverá a incidência de tributos,
uns sobre os outros, sucessivamente, pois uns são componentes da base de cálculo dos
outros.
Primeiramente, o Imposto de Importação apurado sobre o valor aduaneiro,
calculado conforme as regras do Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio (GATT) de
1994, conhecido como Acordo de Valoração Aduaneira, aprovado pelo Decreto
Legislativo nº 30/94.
Em seguida haverá o IPI, cuja base de cálculo é o valor aduaneiro acrescido dos
impostos incidentes no desembaraço e encargos cambiais efetivamente pagos.
Incidirá ainda o ICMS baseado no valor da mercadoria, acrescido do Imposto de
Importação, IPI, impostos sobre câmbio e demais despesas aduaneiras.
Por fim, além dos anteriores, tem-se o PIS - Importação e a COFINS -
Importação, cujo cômputo de forma pouco tortuosa é composto pelo valor aduaneiro,
acrescido do ICMS e dessas mesmas contribuições.
Em outras palavras, o PIS - Importação e a COFINS - Importação acabam
incidindo sobre eles próprios.
No caso da importação de serviços não haverá o Imposto de Importação, IPI ou
ICMS, mas, por outro lado, desde 1º de janeiro de 2004 há para determinados serviços a
incidência do ISS.
È também importante ressaltar que o valor a ser considerado, para efeitos de
determinação do PIS -Importação e da COFINS - Importação, nesses casos, é o
montante pago pela prestação, antes de descontado o IR retido na fonte, mais o ISS.
Como se percebe, tornou-se extremamente complexo o cálculo dos tributos na
importação, razão pela qual a Secretaria da Receita Federal (SRF) vem expedindo atos
normativos, destinados a esclarecer ao contribuinte as fórmulas necessárias para tanto.
Atualmente encontra-se em vigor a Instrução Normativa nº 436, de 27 de julho de
2004, que apresenta as fórmulas matemáticas para o cálculo do PIS - Importação e da
COFINS - Importação.
A dificuldade de compreensão do cálculo desses tributos é tanta que atinge não
somente os contribuintes, mas também as próprias autoridades fazendárias, haja vista
que a fórmula de cálculo atualmente em vigor por força da Instrução Normativa SRF nº
436/2004, que revogou outra anteriormente expedida pelo Ato Declaratório Executivo nº
17, de 30 de abril de 2004.
Aliás, a própria Instrução Normativa nº 436/04 reconhece a existência de
distorções na fórmula anterior, na medida que seu artigo 6º menciona o direito de
restituição aos contribuintes que, ao seguirem o cálculo anteriormente expedido,
recolheram PIS e COFINS a maior em suas importações.
Todavia, observe-se que somente terão direito a tal restituição aqueles
contribuintes que não utilizaram os valores pagos na importação para compensar o PIS e
a Cofins incidente sobre as receitas.
Por último, em face da grande importância do II como instrumento de política
econômica e do comércio exterior, o estudo desse imposto envolve figuras típicas, tais

59
como: Drawback, o porto livre, a zona livre ou zona franca, franquia temporária, além
de outras.
Assim se conclui da existência de imensa legislação pertinente ao referido
imposto.

CONSIDERAÇÕES FINAIS SOBRE O IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO.

1) Legislação Básica.

CRFB/88, Art. 153, I e § 1º; CTN, arts. 19/22; Dec. - Lei 37/66 e alterações; Dec. 4.543/02
(Regulamento Aduaneiro).

2) Fato Gerador.

Entrada de mercadoria estrangeira no território aduaneiro (= data do registro da DI – Declaração


de Importação).

3) Base de Cálculo.

Valor aduaneiro (= valor normal da operação), quando alíquota for ad valorem.


Quantidade de mercadoria expressa na unidade de medida indicada na TAB – Tarifa Aduaneira
do Brasil, quando a alíquota for específica (Ex. para X ton do produto Y, a alíquota específica será = Z
reais).

4) Alíquotas.

Estabelecidas na TAB.

Ad valorem.

Específicas.

Mistas.

5) Contribuintes.

Importador.

Destinatário da remessa postal internacional.

Adquirente / Arrematante.

60
6) Responsáveis Tributários.

O transportador, depositário, adquirente ou cessionário.

7) Alguns Conceitos Básicos.

a) Território aduaneiro.

Zona primária (portos, aeroportos e pontos alfandegados de fronteiras).


Zona secundária (o restante do território nacional); recintos e terminais alfandegados.
FOB, CIF.

b) Controle aduaneiro de meios de transporte (navios, aviões, trens, caminhões etc.).

Manifesto de carga.

Vistoria Aduaneira.

Observação: Mercadoria “estrangeira” (inclui também desnacionalizada = exportada a título


definitivo, e a reimportada fora do regime de exportação temporária).

c) Despacho aduaneiro de importação; docs. Necessários.

DI, conhecimento de carga, fatura comercial e certificado de origem.

d) Regimes aduaneiros especiais (com suspensão do imposto).

Trânsito aduaneiro.

Admissão temporária.

Exportação temporária.

Drawback (3 espécies: suspensão, isenção e restituição de imposto).

Entreposto aduaneiro.

Entreposto industrial.

e) Regimes aduaneiros atípicos.

Zona Franca de Manaus, Amazônia Ocidental e áreas de livre comércio.

Loja franca (freeshop).

Depósito especial alfandegado.

61
7.2 – Imposto de Exportação.

IMPOSTO SOBRE A EXPORTAÇÃO.


(IE)
Art.153 II da CRFB/88 e Arts. 23 ao 28 do CTN.

Condenado desde o Império, quando era uma das principais receitas do Fisco
Nacional, o imposto de exportação foi transferido para os Estados-Membros pela
Constituição de 1891.
Discutiu-se, durante gerações, o caráter anti - econômico desse tributo, que, em
geral, opera contra o país na concorrência internacional, onerando os artigos de sua
produção e de seu comércio com o estrangeiro.
Diante desta constatação, a sua utilização há de ser feita com extrema prudência.
É por isso que, obviamente, o imposto de exportação só pode ser instituído para
incidir sobre produtos relativamente aos quais o país exportador apresente tais vantagens
competitivas que, mesmo com a tributação, ele se torne concorrencial.
Hoje só verificamos sua incidência, basicamente, sobre produtos que sejam
originários da flora e fauna do nosso país.
Para ratificar sua quase total inexistência, nos valeremos dos ensinamentos da
feliz expressão de Ives Gandra Martins:

"A tradição do comércio exterior é a de exportar produtos e não exportar tributos. E só


se exporta tributos quando a exportação de produtos com tributos não retire a
competitividade dos produtos nacionais”.

I – Competência.

É da competência da União instituir e cobrar o IE para o exterior, de produtos


nacionais ou nacionalizados, isto porque o controle e a uniformidade de critérios na
condução da política nacional de exportação devem ser preservados.

II – Função.

Presta-se mais a como instrumento de política econômica do que como fonte de


recursos financeiros para o Estado. Sua função é extrafiscal.
Não se aplicam os princípios da legalidade, da anterioridade e noventena (Arts.
150 § 1º e 153 § 1º da CRFB/88).

III – FG.

O Imposto de exportação, ou mais propriamente sobre exportação (IE) tem como


FG a saída de produtos nacionais ou nacionalizados do território nacional. (Art. 23 do
CTN). Considera-se ocorrido o FG no momento da expedição da guia de exportação ou
62
documento equivalente. Tal saída, por ficção legal, ocorre no momento da expedição da
guia de exportação ou documento equivalente. Não se consumando, porém, a
exportação, por qualquer motivo, o IE deve ser restituído, eis que efetivamente inocorreu
o seu FG.

IV – Alíquotas.

Podem ser Específicas ou Ad Valorem.


A alíquota do imposto é de 30%, facultado ao Poder Executivo reduzi-la ou
aumentá-la, para atender aos objetivos da política cambial e do comércio exterior.
Em caso de elevação, a alíquota do imposto não poderá ser superior a 150%.
O Poder Executivo pode, nas condições e nos limites estabelecidos em lei, alterar
as alíquotas ou as bases de cálculo do imposto, a fim de ajustá-lo aos objetivos da
política cambial e do comércio exterior.
Devido ao fato de que o equilíbrio da balança comercial depende
fundamentalmente do esforço de exportação e que o imposto é extrafiscal, o imposto é
minimamente exigido, sendo comum o uso da alíquota zero.

V – BC.

A BC do IE é, em se tratando de produto sujeito à alíquota específica, a unidade


de medida adotada pela Lei, e, em se tratando de produto sujeito à alíquota ad valorem,
o preço normal (FOB) que o produto, ou similar, alcançaria, ao tempo da exportação, em
uma venda em condições de livre concorrência. (Art. 24 do CTN).
O Art. 24 do CTN prevê tanto alíquotas específicas, quanto ad valorem.
No entanto, o Decreto-Lei nº 1.578/77 preferiu adotar apenas alíquotas ad
valorem, estabelecendo em seu Art. 2º, in verbis:

A base de cálculo do imposto é o preço normal que a mercadoria, ou sua similar, alcançaria,
ao tempo da exportação, em uma venda em condições de livre concorrência no mercado internacional,
observadas as normas expedidas pela Câmara de Comércio Exterior (Decreto-Lei n. 1.578, de 1977,
art. 2º, com a redação dada pela Medida Provisória no 2.158-35, de 2001, Art.51).
§ 1º - Quando o preço da mercadoria for de difícil apuração ou for suscetível de oscilações
bruscas no mercado internacional, a Câmara de Comércio Exterior fixará critérios específicos ou
estabelecerá pauta de valor mínimo, para apuração da base de cálculo (Decreto-Lei n. 1.578, de 1977,
art. 2º, § 2º, com a redação dada pela Medida Provisória n. 2.158-35, de 200, Art.51).
§ 2º - Para efeito de determinação da base de cálculo do imposto, o preço de venda das
mercadorias exportadas não poderá ser inferior ao seu custo de aquisição ou de produção, acrescido
dos impostos e das contribuições incidentes e da margem de lucro de quinze por cento sobre a soma
dos custos, mais impostos e contribuições (Decreto-Lei n. 1.578, de 1977, art. 2º, § 3º, com a redação
dada pela Lei n. 9.716, de 1998, Art. 1º).

VI – Contribuinte.

É o exportador ou quem a lei assim equiparar. (Art. 27 do CTN).


63
Exportador é aquele que remete a mercadoria, a qualquer título, para o exterior, ou
a leva consigo.
Não é necessário que seja comerciante, industrial ou produtor, vale dizer, não é
necessário que seja empresário, pois a exportação, como FG do imposto em causa, pode
ser eventual e sem intuito de lucro.

VII – Lançamento.

Geralmente é feito por declaração do exportador, mas a autoridade administrativa


tributária tem a faculdade de recusar qualquer um dos elementos dessa declaração,
especialmente o preço das mercadorias. (Art. 149 III do CTN).

7.2.1 – Considerações Finais sobre o Imposto de Exportação

A utilização do IE é eventual, eis que ele não significa, como já verificamos, fonte
de receita orçamentária permanente.

CONSIDERAÇÕES FINAIS SOBRE O IMPOSTO DE EXPORTAÇÃO.

1) Legislação básica.

CRFB/88 art. 154, II, e § 1º; CTN, Arts. 23/28; Dec. - Lei 1.578/77, alterado pelas Leis
9.362/96, 9529/97 e 9.716/98;
Dec. 4.543/02 (Regulamento Aduaneiro) e legislação do Imposto de Importação,
subsidiariamente.

2) Fato gerador.

Saída de produtos nacionais ou nacionalizados do território nacional (= registro da exportação


no SISCOMEX).

3) Base de cálculo.

Preço normal (= preço à vista FOB ou colocado na fronteira); pauta de valores mínimos

4) Alíquota.

Ad valorem de 30%, facultado ao Poder Executivo reduzi-la ou aumentá-la até 5 vezes.

5) Contribuinte.

Exportador ou equiparado

64
7.3 - Globalização e integração econômicas.
7.3.1 - Harmonização tributária: conceitos, graus de harmonização tributária,
fases, instrumentos e experiências.
7.3.2 - União Européia e Mercosul. Reflexos sobre o sistema tributário brasileiro.

A integração econômica, após a 2ª Grande Guerra, ocorreu, inicialmente, com a


criação de três grandes conglomerados econômicos, por senão vejamos:

I) Na Europa Ocidental:

Surge a CEE, ou seja, a União Européia.

II) Na América do Norte:

NAFTA - North American Free Trade Agreement (EUA, Canadá e México).

III) No Sudeste Asiático: (Japão; China).

APEC - Associação de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (Taiwan, Honk-


Kong, Coréia, Vietnã, Índia, Indonésia, Filipinas, Malásia, Tailândia, Cingapura)

Paralelamente, outros blocos econômicos menores se formaram, cabendo


destaque:

I) AFTA - Associação Asiática de Livre Comércio.

II) COMECON - Conselho de Assistência Econômica Mútua (ex-países-satélites da


URSS).

III) CEI - Comunidade dos Estados Independentes (ex-URSS).

IV) Pacto de VISEGRAD (Hungria, Polônia, República Tcheca e Eslovaca)


COMESA - Mercado Comum dos Países do Leste e do Sul da África.

Na América Latina, verificamos o surgimento dos seguintes blocos:


:
I) CEPAL

II) OEA
65
III) ALALC / ALADI - Associação Latino-Americana de Integração.

IV) PACTO ANDINO (Chile, Bolívia, Peru, Equador, Colômbia e Venezuela).

IV) CARICOM (países do Caribe).

V) MCCA - Mercado Comum Centro-Americano

VI) MERCOSUL - Mercado Comum do Sul (Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai)

Para se chegar a ter, na realidade, um bloco econômico os países desenvolvem o


processo através ad observância das seguintes fases ou graus de integração econômica:

1 - ZONA DE LIVRE COMÉRCIO (eliminação progressiva de gravames e restrições ao


comércio intrazonal)

2 – UNIÃO ADUANEIRA (política comercial uniforme e relação a terceiros e pauta


aduaneira comum)

3 – MERCADO COMUM (abolição também de restrições aos fatores de produção:


capital e trabalho).

4 – UNIÃO ECONÔMICA (harmonização das políticas econômicas nacionais).

5 – INTEGRAÇÃO ECONÔMICA TOTAL (uniformização das políticas monetária,


fiscal, social: traçadas por autoridades supranacionais).

66
UNIDADE V – OS IMPOSTOS INTERNOS SOBRE A PRODUÇÃO E
A CIRCULAÇÃO.

PA - 8

A experiência internacional do IVA / TVA / VAT – imposto sobre o valor


agregado.
O IPI e o ICMS, impostos sobre a produção e a circulação: legislação e
conceitos básicos, princípios, elementos da obrigação tributária; substituição
tributária.
Algumas questões controvertidas

Objetivos Específicos.

O aluno deverá ser capaz de:

Ter visão geral (e saber distingui-los) sobre os processos de globalização e


integração econômica, bem assim sobre a harmonização tributária, como principal
instrumento desta;

Ter notícia acerca dos principais blocos econômicos existentes, em especial sobre
a União Européia e o Mercosul, a Nafta e a nascente Alça.

Saber caracterizar as fases (ou graus) de integração econômica e sua influência


progressiva sobre os sistemas tributários nacionais.

Conhecer os principais aspectos dos impostos de importação e de exportação


(legislação básica, conceitos fundamentais, elementos da obrigação tributária, regimes
aduaneiros especiais e atípicos).

Conteúdos.

Globalização e integração econômicas; harmonização tributária: conceitos, graus


de harmonização tributária, fases, instrumentos e experiências.
União Européia e Mercosul. Influências sobre o sistema tributário brasileiro.
Impostos sobre o comércio exterior: importação e exportação.

Estratégia.

Aula expositiva, com interatividade, procurando resgatar o conhecimento dos


Alunos acerca da Disciplina e das Disciplinas relacionadas, bem assim dos temas da
aula, utilizando exemplos e links com fatos da realidade recente.

67
Recursos.

Projeção de slides utilizando retroprojetor ou data-show (transparências – WORD


e apresentações – POWER POINT disponíveis no site e no material distribuído).
Uso da lousa branca e caneta Pilot.
Caderno de Exercícios.

Bibliografia:

MEIRA MATTOS, Adherbal. “Globalização: Soberania e Direitos Soberanos” in


Revista do IAB no. 90, p. 223-232.
CRETTON, Ricardo Aziz. “Integração Econômica. Harmonização Tributária. União
Européia. Mercosul” in Revista Dialética de Direito Tributário no. 7, p. 40-62. (Ver tb.
no site da UNESA na Internet).
PABST, Haroldo. Mercosul. Direito da Integração. Rio de Janeiro: Forense, 1998.
FERNANDES, Edison Carlos. Sistema Tributário do Mercosul. SP: RT, 1997.
SANTOS MENDES, Guilherme A. dos. Legislação Aduaneira Comentada. SP: Meta,
1995.
TORRES, Ricardo Lobo. Curso... Capítulo XIX – Seção II, itens 5.1 e 5.2.
MACHADO, Hugo de Brito. Curso... 3ª Parte – Capítulo IV, itens 1 e 2.
Regulamento Aduaneiro (Decreto 4.543/2002).
Site da UNESA na Internet: “Resumo dos principais dados sobre os tributos federais”
CADERNO DE EXERCÍCIOS.

68
UNIDADE V – OS IMPOSTOS INTERNOS SOBRE A PRODUÇÃO E
A CIRCULAÇÃO.

AULA – 8

8.1 – ICMS.
8.2 – IPI.

8.1 – ICMS.

IMPOSTO SOBRE OPERAÇÕES RELATIVAS À CIRCULAÇÃO DE


MERCADORIAS E PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE TRANSPORTE
INTERESTADUAL E INTERMUNICIPAL E DE COMUNICAÇÃO
(ICMS)
Art. 155 II § 2º do item I ao XII da CRFB/88. LC nº 87/96 e Lei nº 2657/96

I – Competência.

Antigo ICM, na CRFB/88, teve seu âmbito de atuação ampliado, passando a


abranger, também, as prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal
e de comunicação; com isso a sigla ICM foi substituída por ICMS.
Competente é o Estado onde se verifica a sua HI.
Todavia, esta regra não produz os efeitos práticos desejados, em virtude da não
cumulatividade do imposto, técnica da qual em muitos casos decorrem sérias distorções,
com favorecimento dos Estados predominantemente produtores, em detrimento daqueles
predominantemente consumidores.

II – Função.

A sua função é predominantemente fiscal.


É fonte de receita bastante expressiva para os Estados e o Distrito Federal.
Conforme o Art. 156, § 2º, item III da CRFB/88, o ICMS poderá ser seletivo em
função da essencialidade dos serviços e mercadorias, facultando assim o seu uso com
função extrafiscal. Entretanto para não permitir abusos, cuidou a CRFB/88 de
estabelecer que o Senado Federal poderá estabelecer as alíquotas mínimas e máximas,
conforme dispõe o Art. 155, § 2º, itens IV e V.

III – FG.

O FG do ICMS é descrito na Lei Estadual ou do Distrito Federal que o instituiu.

69
Segundo a CRFB/88, cabe a LC estabelecer normas gerais em matéria de
legislação tributária, especialmente sobre a definição dos FG. Art. 146, item III, alínea a.
A LC, todavia, não é o instrumento hábil a instituição do tributo, a não ser, é
claro, naqueles casos nos quais a própria CRFB/88 determina, por exemplo, conforme o
Art. 154, item I.
Assim temos que entender que a lei complementar a que se refere o Art. 146, item
III, não institui tributo, não descreve o seu FG.
Não é Lei de tributação, mas LEI SOBRE LEIS DE TRIBUTAÇÃO.

No caso do ICMS, a CRFB/88 no Ato das Disposições Constitucionais


Transitórias (ADCT) no seu ART. 34, § 8º, estabeleceu que se no prazo de 60 dias
contados de sua promulgação, não fosse editada a LC necessária a sua instituição, vale
dizer, a LC a que se reporta o Art. 146, item III, os Estados e o DF, mediante convênio
celebrado nos termos da LC nº 24 /75 regulariam a matéria.
Assim o Constituinte Federal substituiu a LC pelo convênio interestadual, para o
fim de viabilizar a instituição do ICMS, logo após a promulgação da Carta Magna.
Os Estados celebraram o Convênio nº 66/88, segundo o qual o ICMS tem como
FG as operações relativas à circulação de mercadorias e as prestações de serviços de
transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e
prestações se iniciem no exterior (Art. 1º).
Estabelecia, ainda, dito Convênio, que o imposto incide também sobre a entrada
de mercadoria do exterior, ainda que se trate de bem destinado a consumo ou ativo fixo
do estabelecimento, assim como sobre serviço prestado no exterior. (Art. 1º, § único do
Convênio 66/88). (Art. 155, § 2º, item IX, alínea a da CRFB/88).
Ocorre que com a entrada em vigor da LC nº 87 de 13 de dezembro de 1996, a
falta da lei complementar acima mencionada deixou de existir e o ICMS passou a ser
regulamentado pelos 36 artigos da LC 87/96 mais conhecida como Lei Kandir.
Dentro do aspecto do FG, algumas considerações precisam ser realizadas para um
melhor entendimento do núcleo dessa obrigação tributária.
Desmembrando sua descrita teremos:

a) Imposto sobre operações relativas à circulação.......

Operações relativas à circulação são quaisquer atos ou negócios que implicam na


circulação de mercadorias, ou seja a mudança de propriedade dentro da circulação
econômica que as leva da fonte até o consumidor.
A principal dessas operações é, sem dúvida, o contrato de compra e venda. Vale
ressaltar que um contrato de compra e venda de mercadorias, por si mesmo, não gera o
dever de pagar ICMS. Neste caso, não é FG desse imposto enquanto não implique
circulação de mercadoria.

70
b) Mercadorias.......

Mercadorias são coisas móveis. São coisas porque enquanto bens corpóreos que
são, valem por si e não pelo que representam. E coisas móveis porque em nosso sistema
jurídico os imóveis recebem disciplinamento legal diverso, o que os exclui do conceito
de mercadorias.
Todas as mercadorias são coisas, mas nem todas as coisas são mercadorias.
Na verdade, mercadorias são aquelas coisas destinadas ao comércio. O que
caracteriza uma coisa como mercadoria é a destinação.
Os produtos agropecuários e extrativos minerais e vegetais são também
considerados mercadorias para o efeito da cobrança do ICMS.
Inicialmente, se um bem não é destinado à comercialização ou à industrialização,
a sua circulação não estará sujeita ao ICMS, vez que lhe falta a condição de mercadoria.
A CRFB/88 de maneira clara exclui dessa regra as seguintes hipóteses:

1ª) Art. 155, § 2º, IX, a.

Entrada de bem importado por pessoa física ou jurídica, ainda que não seja
contribuinte habitual do imposto, qualquer que seja sua finalidade.

2ª) Art. 155, § 2º, IX, b.

Sobre o valor da operação, quando mercadorias forem fornecidas com serviços


não compreendidos na competência tributária dos Municípios.
Além dessas exceções o ICMS ainda incidirá:

a) Sobre operações relativas à circulação de mercadorias, sobre a entrada de bens


destinados a consumo ou ativo fixo do estabelecimento, e sobre prestações de
serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação.

As prestações de serviços sujeitas ao ICMS são aquelas relativas ao transporte


interestadual e intermunicipal exclusivamente, vez que a prestação de serviço de
transporte dentro do município é alcançada pelo ISS.
No caso dos serviços de comunicação abrange aqueles realizados por qualquer
meio.

b) Sobre operações relativas à circulação de mercadorias, sobre a entrada de bens


destinados a consumo ou ativo fixo do estabelecimento, e sobre prestações de
serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que
as operações se iniciem no exterior.

Apesar de os bens destinados ao consumo, ou ao ativo fixo do estabelecimento,


não serem mercadorias, a incidência do imposto em se tratando desses bens, somente
ocorre na entrada no estabelecimento importador daqueles que tenham sido importados
do exterior. (Art. 155, § 2º, item, IX, alínea a, da CRFB/88).
71
Excepcionalmente, somente por determinação expressa e específica da citada
regra da LEI MAIOR, abrange as entradas de bens destinados ao consumo, ou ativo fixo
do estabelecimento do IMPORTADOR.
O ICMS não alcança a transferência de um bem de consumo, ou do ativo fixo, de
um para outro estabelecimento da mesma empresa.
Por fim no que tange ao FG, o Art. 2º e o § 1º da Lei 87/96 elencam as 8 HI do
ICMS.

IV – Alíquotas.

O Art. 155, § 2º, itens V a VIII da CRFB/88 traz as regras constitucionais que
balizaram a regulamentação feita pela LC 87/96.
Já vimos por ocasião do subitem II – FUNÇÃO que para não permitir abusos, o
Senado Federal poderá estabelecer as alíquotas mínimas e máximas, conforme dispõe o
Art. 155, § 2º, itens IV e V.
Assim por ser o ICMS um imposto multifásico, ou seja, incidente em várias etapas
da circulação (produtor, industrial, atacadista e varejista), a CRFB/88 achou por bem
cuidar, expressamente, de sua alíquota, determinando, quando se tratar de consumidor
final em outro Estado da Federação a existência de:

a) 2 Alíquotas.

Uma interna e outra externa, sendo a interna sempre superior a externa.

b) Distinção na aplicação de alíquota.

Quando o destinatário for contribuinte (alíquota externa) ou não do imposto


(alíquota interna).
Dessa forma a Resolução do Senado Federal (RSF) nº 22/89 estabelece a alíquota
externa de 12%.
Entretanto em relação à alíquota externa, outra variável deve ser levada em
consideração, nesse sentido a mesma RSF estabelece que nas operações e prestações
interestaduais entre contribuintes do ICMS realizadas pelas Regiões Sudeste e Sul
destinadas às Regiões Norte, Nordeste e Centro – Oeste e ao Estado do Espírito Santo a
alíquota externa passa a ser de 7%.
No caso inverso, nas operações interestaduais entre contribuintes do ICMS
realizadas pelas Regiões Norte, Nordeste e Centro – Oeste e Estado do Espírito Santo
destinadas às Regiões Sudeste e Sul a alíquota é de 12%.
Caso o destinatário não seja contribuinte prevalece a alíquota interna fixada por
lei estadual.
Na prática, nas leis específicas estaduais, enquanto as alíquotas normais das
operações internas giram em torno de 17 a 18%, para os produtos considerados
supérfluos, via princípio da seletividade, essas alíquotas podem chegar a valores que
correspondem até mais do que o dobro dessas. É o caso dos perfumes, armas e
72
munições, bebidas alcoólicas (exceto o chope) cujas alíquotas chegam aos 37%). O
chope é tributado a uma alíquota de 20%!!!!!!!!!!!!!
Para se calcular o valor do ICMS adota-se, no exemplo a seguir, o seguinte
critério:

“Na saída mercadorias no Valor de 1000,00, de estabelecimento comercial


localizado no Estado A, destinadas ao uso por estabelecimento comercial
situado no Estado B, considerando-se a alíquota interestadual de 12% e a interna
de 20%.””

Estado A ambos são contribuintes. Estado B.

Saída da mercadoria Entrada da mercadoria

1000,00 1000,00
12% 8% (20% int. – 12% ext.)
_______ _______
120,00 80,00
(a débito) (a crédito)

No exemplo acima, caso o Estado B não fosse contribuinte do ICMS, seria


adotada a alíquota interna de 20% e caberia, somente, ao Estado A o recolhimento total
do imposto, equivalente a R$ 200,00. (1000,00 x 20%).
O imposto só incidirá na saída e não na saída e na entrada conforme situação
anterior onde ambos eram contribuintes do ICMS

V – BC.

A LC 87/96 no Art.13 dentro dos seus 9 incisos, alíneas e parágrafos e ainda, nos
Arts. 14 ao 18, disciplina o assunto.
Pelas normas estabelecidas pela Lei 87/96, o montante do ICMS integra a base de
cálculo do próprio imposto, constituindo o respectivo destaque mera indicação para fins
de controle, o que significa em outras palavras no linguajar do dia a dia do comércio,
que o ICMS é calculado por dentro.
Assim alíquota efetiva do ICMS é superior a nominal, por senão vejamos no
exemplo abaixo:

BC => R$10.000,00
Alíquota 20% => valor do ICMS => R$ 2.000,00

Na base de cálculo de R$10.000,00 já estão embutidos os R$ 2.000,00 relativos ao


valor do imposto devido.

73
Caso se retirasse da BC (R$10.000,00) o valor do ICMS (R$ 2.000,00), esta
passaria para R$ 8.000,00 sendo necessária uma alíquota efetiva de 25% (e não de 20%)
para se alcançar os R$ 2.000,00 anteriormente calculados.
Observação.

Em resumo a verificação da incidência do ICMS segue as seguintes regras:

1) A CRFB/88, no seu Art. 155, §2º, inciso XII, alínea i, cabe a Lei Complementar fixar a BC do ICMS,
de modo que o montante do imposto a integre, também na importação de bem, mercadoria ou serviço.

2) O IPI não faz parte da BC do ICMS se a operação realizada entre contribuintes deste imposto e
relativa a produto destinado à industrialização ou à comercialização, seja FG dos dois impostos.
3) No caso de o produto se destinar ao consumo ou ao ativo fixo do adquirente, no estabelecimento do
remetente, o IPI integra a BC do ICMS.

4) Caso a operação esteja sujeita à incidência simultânea do IPI e do ICMS, aquele que vende a
mercadoria tem que saber qual a destinação que aquele que compra pretende dar à mercadoria
adquirida. No caso de a mercadoria ser adquirida para o ativo fixo ou para uso ou consumo do
comprador, o IPI terá que fazer parte do cálculo da BC do ICMS.
No caso da comercialização pelo comprador o IPI não fará parte da BC do ICMS.

Para ilustra poderemos analisar seguinte exemplo: “Na venda de 100 unidades de uma
determinada mercadoria a R$10,00 cada, com a incidência de IPI de 10% e ICMS de 20%”.

a) Se a mercadoria for destinada à comercialização pelo comprador, na saída do estabelecimento do


vendedor deverá ser extraída a seguinte Nota Fiscal:

100 un x R$10,00 R$1.000,00


IPI – 10% 100,00
ICMS já incluído no valor da operação com alíquota de 20%.
=> R$ 200,00
TOTAL da NF R$ 1.100,00

b) No caso das mercadorias serem destinadas ao ativo fixo, imobilizado, ou par o uso ou consumo por
aquele que adquiriu, na saída do estabelecimento do vendedor deverá ser extraída a seguinte Nota
Fiscal:

100 un x R$10,00 R$1.000,00


IPI – 10% 100,00
ICMS já incluído no valor da operação com alíquota de 20.
=> R$220,00
TOTAL da NF R$ 1.100,00

VI – Contribuinte.

O caput do Art. 4º e seu parágrafo único, da Lei 87/96, elencam as pessoas que
poderão ser contribuintes. :
Nos Art. 5º e 6º do mesmo dispositivo legal encontramos as hipóteses de tema
importantíssimo, qual seja, o da substituição tributária, disposta na Lei Estadual nº
846/85.
74
Já nos Art. 20 ao 25, encontramos as hipóteses de outro tema importantíssimo,
qual seja, o da compensação.

VII – LT.

O ICMS é lançado por homologação conforme preconiza o Art. 150 do CTN.


A Lei Estadual nº 2657/96 na Seção II elenca os documentos e livros fiscais
obrigatórios do ICMS, atribuindo ao Secretário Estadual de Fazenda do Estado do Rio
de Janeiro, o poder de estabelecer normas, através de regulamento, que disciplinem a
retirada, manuseio e conservação dos mesmos.
CONSIDERAÇÕES FINAIS SOBRE O ICMS

1) Legislação básica.

CRFB/88 Art. 155, II e §§ 2º a 5º ; Emenda 3/93 (art. 150, § 7º); Emenda 33/01; Emenda 42/03.
LC 24/75 (convênios interestaduais).
LC 65/91 (semi-elaborados): superada.
LC 87/96 (“Lei Kandir”), alterada pelas LC 102/2000 e 114 e 115/2002.
Ausência, ainda, de LC prevista na Emenda 33/2001 (para definir combustíveis e lubrificantes
que sofreriam incidência monofásica).
Convênios interestaduais (autorizativos de benefícios fiscais); o Convênio 66/88.

2) Princípios Constitucionais Específicos:

Não cumulatividade (princípio técnico, expressão da técnica do valor agregado);


Seletividade, facultada à lei estadual (sub - princípio da capacidade contributiva, referenciado
ao valor Justiça da Tributação).

3) Características.
Imposto de competência estadual.

Plurifásico (LC pode reduzi-lo a monofásico, quanto a combustíveis e


lubrificantes).

Indireto (contribuinte de fato é diverso do de direito).

Proporcional (não progressivo), podendo porém ser seletivo.

Não cumulativo (técnica do valor agregado).

4) Aspectos Quantitativos.

a) Base de Cálculo.

a.1) LC 87/96, Arts. 8º e 13/18.


75
Por dentro (LC 87/96, art. 13, § 1º; STF: RE 209.393-SP);

Sobre base financeira.

Adotando método de subtração tax on tax.

Gerando crédito físico, real e condicionado.

a.2) Questão das “pautas de valores mínimos” surpreendente decisão do STF na ADIN
1.851 (substituição tributária progressiva).

b) Alíquotas.

De importação.

Internas.

A consumidor final.
Interestaduais
A contribuinte.

b.1) Alíquotas no RJ.Art. 14 da Lei Estadual / RJ 2.657/96 e majorações pela Lei est./RJ
2.880/97).

Nas operações internas dentro de cada Estado = 18%; RJ = 19%.

Nas operações interestaduais a consumidor final não contribuinte = 18%.

Nas operações interestaduais a contribuinte = 7% ou 12%, conforme a Região.

Nas operações de importação = de 13% a 25%.

Nas operações com feijão, arroz, pão e sal = 12%.

Energia elétrica: 18% ou 25%, conforme o consumo.

Cerveja, chope e refrigerante: 20%.

Bebidas alcoólicas, armas, munições, perfumes / cosméticos, peleteria.

Embarcações de esporte e recreio: 37%

Serviços de comunicação: 25%.

76
5) Incidência – Fatos Geradores (LC 87/96, Art. 2º e seu § 1º).

a) Desembaraço aduaneiro de qualquer bem importado (inclusive para ativo fixo ou consumo
próprio, bem assim por qualquer pessoa, mesmo não contribuinte). Emenda 33 de 2001 (nova
redação ao Art. 155, § 2º, IX, a)

b) Entrada, no território do Estado destinatário, de petróleo e derivados e energia elétrica, em


operação interestadual destinada a consumidor final.

c) Saída de mercadoria de estabelecimento produtor, industrial ou comercial (saída física,


jurídica ou econômica?).

d) Fornecimento de alimentação e bebidas por bares, restaurantes e similares.

e) Fornecimento de energia elétrica, gás e água.


e) Prestação de serviços de comunicação e de transporte interestadual ou intermunicipal, ainda
que no exterior (por contribuinte domiciliado no Brasil) ou lá iniciada.

f) Fornecimento de mercadorias + serviços não tributados pelo ISS.

g) Fornecimento de mercadorias + serviços objeto de incidência expressa do ICMS (conforme


lista da LC 116/2.003).

6) Aspectos Materiais do FG.

Operação (negócio jurídico ou ato material relevante para o direito).

Circulação (mudança de titular, rumo ao consumo).

Mercadoria (bem econômico destinado à mercancia).

Assim, não configuram hipóteses de incidência:

Meras saídas físicas decorrentes de furto/roubo, incêndio, inundação.

Saídas de um estabelecimento para outro, do mesmo titular, no mesmo Estado


(Súmula 166 do STJ).

Saídas decorrentes de mudança do estabelecimento de local, no mesmo


Estado.

Alienação do estabelecimento, incorporação, fusão, cisão societárias.

Saídas (e importações) de bens em comodato;

Vendas eventuais de bens do ativo fixo.

77
7) Serviços de transporte intermunicipal e interestadual.

LC 87/96, Arts. 2º, II (incidência).

Art.12, V, VII e XIII (aspectos temporais).

Art. 11, II (local da prestação).

8) Serviços de comunicação.

LC 87/96, Arts. 2º, III (incidência).

Art.12, VII (aspecto temporal).

Art. 11, III (local da prestação).

9) Aspectos Temporais.

LC 87/96, art. 12 (desembaraço aduaneiro, saída etc.).

Nova Súmula STF 661.

10) Aspectos Espaciais.

Estabelecimento-contribuinte, veículo, etc.

11) Não Incidência – Imunidades – Isenções (Perda do Crédito Fiscal).

Operações de exportação de mercadorias e de serviços.

Operações interestaduais com petróleo e derivados, gás e energia elétrica.

Jornais, periódicos, livros e papel de imprensa.

Isenções autorizadas por Convênios interestaduais.

a) Eficácia das isenções.

Direito adquirido às onerosas (“contratuais”) – CTN, Art. 178, revogação: anterioridade X


Súmula STF 615.

12) Questões Controvertidas.

a) Importação de bem usado por pessoa física não contribuinte, para uso próprio (Jurisprudência
do STF e nova Súmula 660 versus Súmula STJ 198; Emenda 33/2001).

b) Saída para outro estabelecimento do mesmo proprietário (LC 87/96, art. 12, I versus Súmula
STJ 166).
78
c) Crédito por ingresso de bem no ativo fixo: proporcional à vida útil do bem? (LC 87/96, ART.
20, § 5º, com alterações da LC 102 /2000).

d) Saída de bem do ativo fixo (RESP 84.414-SP).

e) Auto - consumo.

f) Fornecimento de gás e água (TJ-RJ: Apel. Cível 17.536/99).

g) Energia elétrica consumida por estabelecimento não industrial.

h) Operações com petróleo e derivados (combustíveis e lubrificantes).

i) Software de encomenda e de prateleira (STF: RE 176.626).h) Gravação e distribuição de filmes


e videoteipes (nova Súmula STF 662; TJ-RJ na Apelação Cível 1985).

i) Provedor de Internet (STJ: RESP 323.358-SP).


j) Vendas a prazo (RE 85.477-SP) e vendas financiadas (RE 258.004-SP).

k) Comodato (Súmula STF 573).

l) Leasing internacional (STJ: RESP 439.884).

m) Substituição tributária progressiva e pautas de valores mínimos (jurisprudência do STJ, como no


ROMS 14.615, versus ADIN 1.851).

8.2 – IPI.

IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS.


(IPI)
Art.153 IV da CRFB/88 e Arts. 46 ao 51 do CTN e Decreto nº 4.544/02 - RIPI

I – Competência.

Pertence à competência da União. A competência para instituir e cobrar o IPI


constitui significativa parcela de poder político que se concentra em mãos do Governo
Federal, não obstante considerável parcela de sua arrecadação seja destinada aos
Estados, ao Distrito federal e aos Municípios, nos termos do Art. 159 I e II da CRFB/88.

II – Função.

Embora utilizado como instrumento de função extrafiscal, sendo, como é, por


força de dispositivo constitucional, um imposto seletivo em função da essencialidade do
produto (Art. 153 § 2º IV da CRFB/88) o IPI tem papel de maior relevância no
orçamento da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.

79
Foi, até pouco tempo, o tributo de maior expressão como fonte de receita, posição
que vem sendo ocupada atualmente pelo IR, provavelmente em razão de substanciais
reduções operadas nas alíquotas do IPI, muitas das quais foram reduzidas a zero.

III – FG.

O FG do IPI está disciplinado no Art. 46 do CTN.

A referência a estabelecimento do comerciante deve ser entendida como relativa


aos casos em que a lei equipara o comerciante ao industrial. E o conceito de
Industrializado, previsto no Art. 46 § ú. do CTN, deve ser entendido conforme preconiza
Decreto nº 4.544, de 26 de Dezembro de 2002., conforme abaixo estampado:

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso das atribuições que lhe confere o art. 84, inciso
IV, da Constituição,

DECRETA:

Art. 1º O Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI será cobrado, fiscalizado, arrecadado e
administrado em conformidade com o disposto neste Decreto.

TÍTULO I

DA INCIDÊNCIA

CAPÍTULO I

DISPOSIÇÃO PRELIMINAR

Art. 2º O imposto incide sobre produtos industrializados, nacionais e estrangeiros, obedecidas as


especificações constantes da Tabela de Incidência do Imposto sobre Produtos Industrializados - TIPI
(Lei nº 4.502, de 30 de novembro de 1964, art. 1º, e Decreto-lei nº 34, de 18 de novembro de 1966, art.
1º).

Parágrafo único. O campo de incidência do imposto abrange todos os produtos com alíquota,
ainda que zero, relacionados na TIPI, observadas as disposições contidas nas respectivas notas
complementares, excluídos aqueles a que corresponde a notação "NT" (não-tributado) (Lei nº
10.451,de 10 de maio de 2002, art. 6º).

CAPÍTULO II

DOS PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS

Seção I

Disposição Preliminar

Art. 3º Produto industrializado é o resultante de qualquer operação definida neste Regulamento


como industrialização, mesmo incompleta, parcial ou intermediária.
80
Seção II

Da Industrialização

Características e Modalidades

Art. 4º Caracteriza industrialização qualquer operação que modifique a natureza, o funcionamento,


o acabamento, a apresentação ou a finalidade do produto, ou o aperfeiçoe para consumo, tal como (Lei
nº 4.502, de 1964, art. 3º, parágrafo único, e Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966, art. 46, parágrafo
único):

I - a que, exercida sobre matérias-primas ou produtos intermediários, importe na obtenção de


espécie nova (transformação);

II - a que importe em modificar, aperfeiçoar ou, de qualquer forma, alterar o funcionamento, a


utilização, o acabamento ou a aparência do produto (beneficiamento);

III - a que consista na reunião de produtos, peças ou partes e de que resulte um novo produto ou
unidade autônoma, ainda que sob a mesma classificação fiscal (montagem);

IV - a que importe em alterar a apresentação do produto, pela colocação da embalagem, ainda que
em substituição da original, salvo quando a embalagem colocada se destine apenas ao transporte da
mercadoria (acondicionamento ou reacondicionamento); ou

V - a que, exercida sobre produto usado ou parte remanescente de produto deteriorado ou


inutilizado, renove ou restaure o produto para utilização (renovação ou recondicionamento).

Parágrafo único. São irrelevantes, para caracterizar a operação como industrialização, o processo
utilizado para obtenção do produto e a localização e condições das instalações ou equipamentos
empregados.

Exclusões

Art. 5º Não se considera industrialização:

I - o preparo de produtos alimentares, não acondicionados em embalagem de apresentação:

a) na residência do preparador ou em restaurantes, bares, sorveterias, confeitarias, padarias,


quitandas e semelhantes, desde que os produtos se destinem a venda direta a consumidor; ou

b) em cozinhas industriais, quando destinados a venda direta a corporações, empresas e outras


entidades, para consumo de seus funcionários, empregados ou dirigentes;

II - o preparo de refrigerantes, à base de extrato concentrado, por meio de máquinas, automáticas


ou não, em restaurantes, bares e estabelecimentos similares, para venda direta a consumidor (Decreto-
lei nº 1.686, de 26 de junho de 1979, art. 5º, § 2º);

III - a confecção ou preparo de produto de artesanato, definido no art. 7º;

IV - a confecção de vestuário, por encomenda direta do consumidor ou usuário, em oficina ou na


residência do confeccionador;

V - o preparo de produto, por encomenda direta do consumidor ou usuário, na residência do


preparador ou em oficina, desde que, em qualquer caso, seja preponderante o trabalho profissional;
81
VI - a manipulação em farmácia, para venda direta a consumidor, de medicamentos oficinais e
magistrais, mediante receita médica (Lei nº 4.502, de 1964, art. 3º, parágrafo único, inciso III, e
Decreto-lei nº 1.199, de 27 de dezembro de 1971, art. 5º, alteração 2ª);

VII - a moagem de café torrado, realizada por comerciante varejista como atividade acessória
(Decreto-lei nº 400, de 30 de dezembro de 1968, art. 8º);

VIII - a operação efetuada fora do estabelecimento industrial, consistente na reunião de produtos,


peças ou partes e de que resulte:

a) edificação (casas, edifícios, pontes, hangares, galpões e semelhantes, e suas coberturas);

b) instalação de oleodutos, usinas hidrelétricas, torres de refrigeração, estações e centrais


telefônicas ou outros sistemas de telecomunicação e telefonia, estações, usinas e redes de distribuição
de energia elétrica e semelhantes; ou

c) fixação de unidades ou complexos industriais ao solo;

IX - a montagem de óculos, mediante receita médica (Lei nº 4.502, de 1964, art. 3º, parágrafo
único, inciso III, e Decreto-lei nº 1.199, de 1971, art. 5º, alteração 2ª);

X - o acondicionamento de produtos classificados nos Capítulos 16 a 22 da TIPI, adquiridos de


terceiros, em embalagens confeccionadas sob a forma de cestas de natal e semelhantes (Decreto-lei nº
400, de 1968, art. 9º);

XI - o conserto, a restauração e o recondicionamento de produtos usados, nos casos em que se


destinem ao uso da própria empresa executora ou quando essas operações sejam executadas por
encomenda de terceiros não estabelecidos com o comércio de tais produtos, bem assim o preparo, pelo
consertador, restaurador ou recondicionador, de partes ou peças empregadas exclusiva e
especificamente naquelas operações (Lei nº 4.502, de 1964, art. 3º, parágrafo único, inciso I);

XII - o reparo de produtos com defeito de fabricação, inclusive mediante substituição de partes e
peças, quando a operação for executada gratuitamente, ainda que por concessionários ou
representantes, em virtude de garantia dada pelo fabricante (Lei nº 4.502, de 1964, art. 3º, parágrafo
único, inciso I);

XIII - a restauração de sacos usados, executada por processo rudimentar, ainda que com emprego
de máquinas de costura; e

XIV - a mistura de tintas entre si, ou com concentrados de pigmentos, sob encomenda do
consumidor ou usuário, realizada em estabelecimento varejista, efetuada por máquina automática ou
manual, desde que fabricante e varejista não sejam empresas interdependentes, controladora, controlada
ou coligadas (Lei nº 4.502, de 1964, art. 3º, parágrafo único, inciso IV, e Lei nº 9.493, de 1997, art. 18).

Parágrafo único. O disposto no inciso VIII não exclui a incidência do imposto sobre os produtos,
partes ou peças utilizados nas operações nele referidas.

Embalagens de Transporte e de Apresentação

Art. 6º Quando a incidência do imposto estiver condicionada à forma de embalagem do produto,


entender-se-á (Lei nº 4.502, de 1964, art. 3º, parágrafo único, inciso II):

I - como acondicionamento para transporte, o que se destinar precipuamente a tal fim; e

82
II - como acondicionamento de apresentação, o que não estiver compreendido no inciso I.

§ 1º Para os efeitos do inciso I, o acondicionamento deverá atender, cumulativamente, às seguintes


condições:

I - ser feito em caixas, caixotes, engradados, barricas, latas, tambores, sacos, embrulhos e
semelhantes, sem acabamento e rotulagem de função promocional e que não objetive valorizar o
produto em razão da qualidade do material nele empregado, da perfeição do seu acabamento ou da sua
utilidade adicional; e

II - ter capacidade acima de vinte quilos ou superior àquela em que o produto é comumente
vendido, no varejo, aos consumidores.

§ 2º Não se aplica o disposto no inciso II aos casos em que a natureza do acondicionamento e as


características do rótulo atendam, apenas, a exigências técnicas ou outras constantes de leis e atos
administrativos.

§ 3º O acondicionamento do produto, ou a sua forma de apresentação, será irrelevante quando a


incidência do imposto estiver condicionada ao peso de sua unidade.

Artesanato, Oficina e Trabalho Preponderante

Art. 7º Para os efeitos do art. 5º:

I - no caso do seu inciso III, produto de artesanato é o proveniente de trabalho manual realizado
por pessoa natural, nas seguintes condições:

a) quando o trabalho não conte com o auxílio ou participação de terceiros assalariados; e

b) quando o produto seja vendido a consumidor, diretamente ou por intermédio de entidade de que
o artesão faça parte ou seja assistido.

II - nos casos dos seus incisos IV e V:

a) oficina é o estabelecimento que empregar, no máximo, cinco operários e, caso utilize força
motriz, não dispuser de potência superior a cinco quilowatts; e

b) trabalho preponderante é o que contribuir no preparo do produto, para formação de seu valor, a
título de mão-de-obra, no mínimo com sessenta por cento.

IV – Alíquotas.

As alíquotas do IPI são as mais diversas, precisamente em face de ser um imposto


seletivo.
Assim a legislação específica adotou uma tabela de classificação dos produtos
denominada TIPI (Dec. 4070/2001), onde estão previstas alíquotas, desde zero até mais
de 330% (cigarros)!!!.

V – BC.

83
Estão discriminadas no Art. 47 do CTN e Arts. 131 e segs. do Dec 4544/2002 do
RIPI.

VI – Contribuinte.

O Art. 51 do CTN disciplina o assunto, juntamente com os Arts. 24 ao 29 do RIPI.

VII – Lançamento.

O LT do IPI é objeto de lançamento por homologação (Art. 150 do CTN), de


acordo com as normas estabelecidas pelos Arts. 122 ao 129 do RIPI.

VII – Considerações Finais sobre o IPI.

Por força do dispositivo constitucional (Art. 153, § 3º III e do Art. 49 do CTN) o


IPI será não cumulativo, compensando-se o que for devido em cada operação com o
montante cobrado nas anteriores.

CONSIDERAÇÕES FINAIS SOBRE O IPI

1) Legislação básica.
CRFB/88, Arts. 150 § 7º, e 153, IV e § 1º e 3º; CTN, Arts. 46/51;
Lei 4.502/64 (Imposto de Consumo), Dec. - Lei 34/66 e alterações;
Dec. 4.544/2002 (RIPI).

2) Princípios Constitucionais.

Legalidade e anterioridade (exceção quanto às alíquotas!).


Seletividade.
Não cumulatividade (técnica do valor agregado)

3) Fatos Geradores.

Desembaraço aduaneiro de produto importado.


Saída do estabelecimento importador, industrial, comerciante ou arrematante.

4) Base de cálculo (técnica do IVA).

Preço normal de mercado + tributos alfandegários + encargos cambiais.


Valor da operação de saída ou preço corrente no mercado atacadista.

5) Alíquotas.

84
Percentuais ad valorem estabelecidas na TIPI – Tabela do RIPI, variando
de 0 a 330% (cigarros); a maioria abaixo de 20%.

Seletivas em função da essencialidade do produto = inversamente


proporcionais à essencialidade dos produtos.

6) Contribuintes.

Importador ou equiparado

Industrial ou equiparado

Comerciante fornecedor

Contribuinte substituto (na substituição tributária)

7) Responsáveis.

Transportador, possuidor, exportador (em certos casos).

8) Alguns conceitos básicos.

Industrialização (transformação, beneficiamento, montagem,


acondicionamento ou reacondicionamento,renovação ou
recondicionamento).

Estabelecimento Contribuinte.

Crédito fiscal do imposto.

85
UNIDADE V – OS IMPOSTOS INTERNOS SOBRE A PRODUÇÃO E
A CIRCULAÇÃO.

PA - 9

Os demais impostos sobre a produção e a circulação: o IOF e o ISS:


legislação e conceitos fundamentais, princípios e elementos da obrigação tributária.
Algumas questões controvertidas.

Objetivos Específicos.

O aluno deverá ser capaz de:

Ter visão geral acerca dos impostos sobre a produção e a circulação, em especial
quanto ao IPI e ao ICMS;

Conhecer as peculiaridades, características e vantagens dos impostos sobre o valor


agregado e técnica utilizada;

Saber, quanto ao IPI e ao ICMS, a legislação básica de regência, os princípios


aplicáveis, os conceitos fundamentais, os elementos da obrigação tributária respectiva e
algumas questões polêmicas.

Conteúdos.

A experiência internacional do IVA / TVA / VAT – imposto sobre o valor


agregado.
O IPI e o ICMS, impostos sobre a produção e a circulação.
Algumas questões controvertidas

Estratégia.

Aula expositiva, com interatividade, procurando resgatar o conhecimento dos


Alunos acerca da Disciplina e das Disciplinas relacionadas, bem assim dos temas da
aula, utilizando exemplos e links com fatos da realidade recente.

Recursos.

Projeção de slides utilizando retroprojetor ou data-show (transparências – WORD


e apresentações – POWER POINT disponíveis no site e no material distribuído).
Uso da lousa branca e caneta Pilot.
Caderno de Exercícios.

86
Bibliografia.

TORRES, Ricardo Lobo. Curso... Capítulo XIX – Seção II, itens 5.4 e 6.2.
MACHADO, Hugo de Brito. Curso... 3ª Parte – Capítulo III, item 4, e Capítulo IV,
item 2.
____. Aspectos Fundamentais do ICMS. SP: Dialética, 1999.
SOARES DE MELO, José Eduardo. ICMS – Teoria e Prática. SP: Dialética, 2002.
COSTA, Alcides Jorge. ICM na Constituição e na Lei Complementar. SP: Resenha
Tributária, 1978.
RODRIGUES DO AMARAL, Antonio Carlos. Imposto sobre o Valor Agregado – IVA.
Value Added Tax – VAT. SP: Rumo/ ABDT, 1995.
CRETTON, Ricardo Aziz. “Um IVA à brasileira para a integração econômica?” in
RDPGE-RJ no. 51, p. 122-132. Ver tb. no site da UNESA na Internet.
GRECO, Marco Aurélio. Substituição Tributária (Antecipação do Fato Gerador). SP:
Malheiros, 2001.
ROCHA, Valdir de Oliveira (coord.). O ICMS e a EC 33. SP: Dialética, 2002.
Site da UNESA na Internet: “ICMS e Substituição Tributária”.
CADERNO DE EXERCÍCIOS.]

87
UNIDADE V – OS IMPOSTOS INTERNOS SOBRE A PRODUÇÃO E
A CIRCULAÇÃO.

AULA – 9

9.1 – IOF.
9.2 - ISS

9.1 – IOF.

IMPOSTO SOBRE OPERAÇÕES DE CRÉDITO, CÂMBIO E SEGURO E SOBRE


OPERAÇÕES RELATIVAS A TÍTULOS E VALORES MOBILÁRIOS.
IOF.
Art.153 V da CRFB/88 e Art. 63 a 67 do CTN. Leis 5.143/66, 8.894/94, 7.766/89 e Dec.
2.219/97 (Regulamento do IOF). Dec. 6306/2007

I – Competência.

O IOF é da competência da União. (Art. 153 V da CRFB/88 e Art. 63 do CTN).


Por se tratar de um imposto que se presta como instrumento de política de crédito,
câmbio, seguros e transferência de valores, a competência para sua instituição e
cobrança não poderia ser de outro ente federativo.

A CRFB no seu Art. 22 I e VII disciplina o assunto.

II– Função.

O IOF tem função predominantemente extrafiscal.

III – FG.

O Art. 63 I a IV e seu § ú. do CTN regulam a matéria.

a) Operação.

É o conjunto de meios convencionais ou usuais empregados para atingir um


resultado comercial ou financeiro, com ou sem objetivo de lucro.

88
b) Operação de Crédito.

Ocorre quando o operador se obriga à prestação futura, concernente ao objeto do


negócio que se funda apenas na confiança que a solvabilidade do devedor inspira.
Ocorre quando alguém efetua uma prestação presente, contra a promessa de
prestação futura.
Está sempre presente no conceito de operação de crédito a idéia de troca de bens
presentes por futuros, daí por porque se diz que o crédito tem 2 elementos essenciais: a
confiança e o tempo.

c) Operação de Câmbio.

É a troca de moedas.

d) Operação de seguro.

É o contrato pelo qual se garante algo contra o risco de eventual dano.

e) Operação relativa a títulos e valores mobiliários.

É aquela que implica transferência de propriedade desse títulos. Por títulos e


valores mobiliários se hão de entender os papéis representativos de bens ou direitos.

IV – Alíquota.

Diz-se que o IOF é um imposto flexível, entretanto é importante frisar que sempre
há de constar na lei a alíquota - limite, que não pode ser ultrapassada por ato normativo
do Poder Executivo.

Como se pode depreender os princípios da legalidade e da anterioridade e da


noventena não se aplicam ao IOF.

5 – BC.

O Art. 64 do CTN esgota por si só o assunto.

6 – Contribuinte.

O Art. 66 do CTN disciplina a matéria.

89
7 – Lançamento.

É feito por homologação, nos termos do Art. 150 do CTN.

CONSIDERAÇÕES FINAIS SOBRE O IOF

1) Legislação Básica.

CRFB/88 Art. 153, V e § 5º; CTN, Arts. 63/67.


Leis 5.143/66 (crédito e seguro), 8.894/94 (câmbio e títulos e valores mobiliários) e 7.766/89
(ouro ativo financeiro ou instrumento cambial) e alterações. Dec. 2.219/97 (Regulamento do IOF).

2) Princípios constitucionais.

Legalidade e anterioridade (exceção quanto às alíquotas!)

3) Fatos geradores.

Efetivação das respectivas operações financeiras (v. CTN, Art. 63).

4) Base de cálculo.

(v. CTN, Art. 64)

5) Alíquotas.

Percentuais ad valorem (v. consolidação do Regulamento – Dec. 2.219/97).

6) Contribuintes.

Tomador do crédito.
Segurado.
Comprador ou vendedor de moeda estrangeira.
Adquirente de título ou valor mobiliário / titular de aplicação financeira.

7) Responsáveis.

Instituições financeiras.
Seguradoras.
Corretoras de câmbio.
Instituições do mercado de capitais.

90
9.2 - ISS

IMPOSTO SOBRE SERVIÇOS DE QUALQUER NATUREZA


(ISQN ou ISS)
Art. 156 III da CRFB/88. Lei Complementar nº 116 de 31 de julho de 2003. Lei
Municipal nº 3691 de 28 de novembro de 2003.

Ao mesmo tempo em que determinam quais são os serviços que os Municípios


devem prestar à sociedade, a Constituição da Republica Federativa do Brasil dita as
regras que vão possibilitar a arrecadação dos recursos necessários à consecução desses
objetivos, quais sejam, a prestação dos serviços afetos ao município.
Na busca desse desiderato, têm os municípios como principal fonte de recursos a
proveniente da arrecadação dos impostos municipais de sua competência tributária.
Aliada a fonte principal acima mencionada, também encontramos nos municípios
outro meio de auferir receita tributária proveniente da arrecadação efetivada pela União
e pelos Estados, doutrinariamente, conhecidas como receitas transferidas tributárias (Art.
158 da CRFB/88), que junto com as receitas transferidas não tributárias e as receitas
originárias englobam as maneiras através das quais os municípios podem auferir
receitas.

I – Competência.

É da competência dos Municípios desde a Constituição de 1934, entretanto com


outro nome conforme poderemos depreender da leitura do breve histórico abaixo.
O ISQN antes da reforma tributária de 1966 já existia sob a égide da Carta Magna
de 1946, com o nome de Imposto de Indústrias e Profissões.
Teve a sua competência tributária atribuída, exclusivamente, aos Municípios,
quando detinha, ainda, a competência do imposto de diversões púbicas, enquanto que
aos Estados-membros detinham a competência tributária para instituir os impostos de
transações e sobre vendas e consignações.
A Emenda Constitucional nº. 18/1965, que alterou a Constituição Republicana de
1946, trouxe em seu texto a “Certidão de Nascimento” do ISSQN, ou ISS para outros,
ou seja, o nomen juris “Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza”, que para a
maior parte dos doutos em Direito Tributário era um imposto novo e não a simplória
troca de novo “nomen júris” pelo velho “Imposto de Indústrias e Profissões”, como
salientavam outros doutrinadores.
No esclarecimento de Alexandre da Cunha e Vera Lúcia Ferreira, em seu Livro,
“ISS-O Imposto Sobre Serviços Comentado”, diz, explicitamente, que o ISS não surgiu
como simples substituição do antigo “Imposto de Indústrias e Profissões”, porém como
uma obrigação impositiva nova em nosso Sistema Tributário Nacional, como fato
gerador diverso e campo de incidência bem mais amplo, embora algumas atividades
antes sujeitas àquele tributo, passassem a ter o gravame do ISSQN.
Com base, ainda, nos grandes tributaristas com exame do primeiro relatório da
Comissão Especial para elaborar o anteprojeto da reforma de discriminação
constitucional de rendas, verifica-se que a idéia principal foi a de acabar com o imposto
91
sobre “Indústrias e Profissões”, tributo cuja definição legal era insuficiente para
identificá-lo, levando os Municípios à prática de distorções econômicas, recorrendo a
bases de cálculo arbitrárias ou empíricas.
O imposto sobre serviços de qualquer natureza, ou simplesmente imposto sobre
serviços – ISS, é da competência dos Municípios. (Art. 156 III da CRFB/88).

II – Função.

O ISS tem função predominantemente fiscal. É importante fonte de receita


tributária dos Municípios.
Embora não tenha alíquota uniforme, não se pode dizer que seja um imposto
seletivo. Muito menos se pode dizer que o ISS tenha função extrafiscal relevante.
Infelizmente muitos municípios não o arrecadam, por falta de condições
administrativas.

III – FG.

Anteriormente a Lei Complementar Federal nº 56/87 regulamentava o ISS. Para


alguns doutrinadores a mesma era desprovida de validade, porque fora aprovada
mediante voto de liderança, o que não seria admissível em se tratando de LC.
A tese era consistente. Entretanto se entendermos que a referida LC não era
válida, e que a legislação anterior, instituidora da questionada lista (Dec - lei nº 406/68,
e o Dec-lei nº 834/69, também não prevalecem, então não restaria outra solução a não
ser esperar que uma LC definisse os serviços a serem tributados pelos Municípios.
Assim a Lei Complementar nº 116 de 31 de julho de 2003 agrupou os serviços por
categorias e o Município do Rio de Janeiro, consoante com o dispositivo federal,
aprovou a Lei nº 3691 de 28 de novembro.
Cabe, aqui registrar que o local da prestação do serviço é o aspecto espacial do
elemento objetivo do FG.
O ISS será devido ao Município do local da prestação da prestação do serviço
(Art. 12 do Dec – lei 406/68 e Art.3º da LC 116/2003), que não é necessariamente o
local da prestação do serviço.
A regra geral é o local onde se encontrar o estabelecimento do prestador,
entretanto o Art. 3º da LC 116/2003 enumera 22 incisos e 3 parágrafos, onde
encontramos as exceções a essa regra:

Art. 3º O serviço considera-se prestado e o imposto devido no local do estabelecimento prestador


ou, na falta do estabelecimento, no local do domicílio do prestador, exceto nas hipóteses previstas nos
incisos I a XXII, quando o imposto será devido no local:

I – do estabelecimento do tomador ou intermediário do serviço ou, na falta de estabelecimento,


onde ele estiver domiciliado, na hipótese do § 1o do art. 1o desta Lei Complementar;
II – da instalação dos andaimes, palcos, coberturas e outras estruturas, no caso dos serviços
descritos no subitem 3.05 da lista anexa;
III – da execução da obra, no caso dos serviços descritos no subitem 7.02 e 7.19 da lista anexa;
IV – da demolição, no caso dos serviços descritos no subitem 7.04 da lista anexa;
92
V – das edificações em geral, estradas, pontes, portos e congêneres, no caso dos serviços descritos
no subitem 7.05 da lista anexa;
VI – da execução da varrição, coleta, remoção, incineração, tratamento, reciclagem, separação e
destinação final de lixo, rejeitos e outros resíduos quaisquer, no caso dos serviços descritos no subitem
7.09 da lista anexa;
VII – da execução da limpeza, manutenção e conservação de vias e logradouros públicos, imóveis,
chaminés, piscinas, parques, jardins e congêneres, no caso dos serviços descritos no subitem 7.10 da
lista anexa;
VIII – da execução da decoração e jardinagem, do corte e poda de árvores, no caso dos serviços
descritos no subitem 7.11 da lista anexa;
IX – do controle e tratamento do efluente de qualquer natureza e de agentes físicos, químicos e
biológicos, no caso dos serviços descritos no subitem 7.12 da lista anexa;
X – (VETADO)
XI – (VETADO)
XII – do florestamento, reflorestamento, semeadura, adubação e congêneres, no caso dos serviços
descritos no subitem 7.16 da lista anexa;
XIII – da execução dos serviços de escoramento, contenção de encostas e congêneres, no caso dos
serviços descritos no subitem 7.17 da lista anexa;
XIV – da limpeza e dragagem, no caso dos serviços descritos no subitem 7.18 da lista anexa;
XV – onde o bem estiver guardado ou estacionado, no caso dos serviços descritos no subitem
11.01 da lista anexa;
XVI – dos bens ou do domicílio das pessoas vigiados, segurados ou monitorados, no caso dos
serviços descritos no subitem 11.02 da lista anexa;
XVII – do armazenamento, depósito, carga, descarga, arrumação e guarda do bem, no caso dos
serviços descritos no subitem 11.04 da lista anexa;
XVIII – da execução dos serviços de diversão, lazer, entretenimento e congêneres, no caso dos
serviços descritos nos subitens do item 12, exceto o 12.13, da lista anexa;
XIX – do Município onde está sendo executado o transporte, no caso dos serviços descritos pelo
subitem 16.01 da lista anexa;
XX – do estabelecimento do tomador da mão-de-obra ou, na falta de estabelecimento, onde ele
estiver domiciliado, no caso dos serviços descritos pelo subitem 17.05 da lista anexa;
XXI – da feira, exposição, congresso ou congênere a que se referir o planejamento, organização e
administração, no caso dos serviços descritos pelo subitem 17.10 da lista anexa;
XXII – do porto, aeroporto, ferroporto, terminal rodoviário, ferroviário ou metroviário, no caso
dos serviços descritos pelo item 20 da lista anexa.
§ 1º No caso dos serviços a que se refere o subitem 3.04 da lista anexa, considera-se ocorrido o
fato gerador e devido o imposto em cada Município em cujo território haja extensão de ferrovia,
rodovia, postes, cabos, dutos e condutos de qualquer natureza, objetos de locação, sublocação,
arrendamento, direito de passagem ou permissão de uso, compartilhado ou não.
§ 2º No caso dos serviços a que se refere o subitem 22.01 da lista anexa, considera-se ocorrido o
fato gerador e devido o imposto em cada Município em cujo território haja extensão de rodovia
explorada.
§ 3º Considera-se ocorrido o fato gerador do imposto no local do estabelecimento prestador nos
serviços executados em águas marítimas, excetuados os serviços descritos no subitem 20.01.

20.01 – Serviços portuários, ferroportuários, utilização de porto, movimentação de passageiros,


reboque de embarcações, rebocador escoteiro, atracação, desatracação, serviços de praticagem,
capatazia, armazenagem de qualquer natureza, serviços acessórios, movimentação de mercadorias,
serviços de apoio marítimo, de movimentação ao largo, serviços de armadores, estiva, conferência,
logística e congêneres.

93
IV – Alíquotas.

Os Municípios gozam de autonomia para fixar as alíquotas do ISS, mas a União


poderá, por LC, fixar alíquotas máximas para esse imposto. (Art. 156, § 3º, item I da
CRFB/88), o que ocorreu através do Art. 8º da LC 116/2003.

A EC nº 37/2002 fixou alíquota mínima para o ISS à razão de 2% (ADCT Art.


88).

V – BC.

No estudo da BC do ISS deve-se considerar, em primeiro lugar, o tipo de


contribuinte:

a) Se for trabalho pessoal do próprio contribuinte, o imposto é fixo, variando em


função da natureza do serviço ou de outros fatores pertinentes.

Neste caso não há de se falar em BC e alíquota, pois não há nada que se calcular.

b) Se forem serviços prestados por empresas.

O ISS, que neste caso é proporcional, tem como BC o preço do serviço.

c) Em se tratando da prestação de serviços que envolvam o fornecimento de


mercadorias, sujeito esse fornecimento ao ICMS.

Segundo previsto na lista acima referida, do valor da operação é deduzido o preço


das mercadorias que serviu de base de calculo do imposto estadual.

d) Em se tratando de obras de construção civil, é deduzido também o valor das sub-


empreiteiras já tributadas pelo ISS.

Os Arts. 9º do Dec-lei 406/68 e 7º da LC 116/2003, regulam o assunto.

VI – Contribuinte.

É a empresa, ou o trabalhador autônomo que presta serviço tributável. Art. 10 do


Dec-lei 406/68 e Art. 5º da LC 116/2003.

94
Observação:

1) Autônomo é o profissional que, ao contrário do empregado, desempenha suas atividades sem


estar subordinado ao contratante do serviço. O autônomo trabalha por conta própria, o empregado,
por conta e ordem do empregador.
Ex: Médico que presta serviço como autônomo é contribuinte do ISS. Já o médico empregado de
hospital, não. Neste caso o contribuinte é o hospital.
O ISS dos autônomos é fixo, independente do preço do serviço prestado.

2) As Sociedades de Profissionais (ou Uniprofissionais).

Apesar de serem Pessoas Jurídicas (PJ), as sociedades de profissionais prestadoras dos


serviços previstos nos itens 1, 4, 8,25,52,88,89,90,91 e 92 da lista do Dec – lei 406/68, são tributadas
de forma idêntica à tributação aplicável aos autônomos, sendo o ISS calculado em relação a cada
profissional habilitado, sócio, empregado ou não, desde que a prestação de serviços ocorra sob a
forma de trabalho pessoal dos seus profissionais habilitados, e não como trabalho da própria
sociedade.
Ex: Se uma empresa é constituída por 2 médicos para a prestação individual de serviços de consultas
médicas (item 1 da lista), fica caracterizada a prestação de serviço sob a forma de trabalho pessoal,
ou seja, ISS fixo.

Entretanto se os 2 médicos tenham constituído uma sociedade para explorar o trabalho de


outros médicos, caracterizam-se os serviços como trabalho da própria sociedade, e a tributação é
sobre o preço do serviço, ou seja, ISS variável.

Não é sociedade de profissionais a sociedade em que somente 1 dos sócios possui a habilitação
exigida. É necessário que todos aqueles que prestem serviços em nome da sociedade de profissionais,
sócios ou não, tenham a habilitação profissional exigida para a atividade. Caso contrário, fica
descaracterizada a sociedade de profissionais e tipificada a atividade empresarial, sujeita ao imposto
com base no movimento econômico, ou seja, ISS variável.
Nada impede, no entanto, que os profissionais habilitados da sociedade de profissionais sejam
auxiliados por profissionais não habilitados, desde que não sejam estes os efetivos prestadores dos
serviços em nome sociedade.

Não são contribuintes do ISS:

a) Os que prestem serviços em relação de emprego.

b) Os trabalhadores avulsos.

c) Os diretores e membros de conselhos consultivo ou fiscal de sociedades.

Observação:

1) Entende-se como trabalhador avulso todo trabalhador sem vínculo empregatício que tenha a
concessão de direitos de natureza trabalhista executada por intermédio da respectiva entidade de
classe. Ex: Os estivadores.

2) As sociedades manifestam sua vontade por meio de seus órgãos, que são os gerentes,
diretores, membros de conselhos consultivo ou fiscal.
95
Nas Sociedades Anônimas (S/A) temos: diretoria e o conselho fiscal.

Nas Sociedades por quota de responsabilidade limitada (SQRL) temos os sócios gerentes.

Nestes 2 casos acima apresentados, os serviços prestados por esses órgãos estão excluídos da
incidência do ISS.

VII – Lançamento.

O LT do ISS é feito por Homologação. (Art. 150 do CTN).


Pode ser objeto de LT de ofício, como acontece com qualquer tributo.

Observação. Em resumo a verificação da incidência do ISS segue as seguintes regras:

1) Se o serviço estiver sujeito à incidência do ICMS, não poderá haver a incidência do ISS;

2) Se o serviço não estiver sujeito à incidência do ICMS e não constar na Lei Complementar,
não haverá a incidência do ISS;

3) Se o serviço não estiver sujeito à incidência do ICMS e constar da lista da lei complementar,
incidirá o ISS, desde que haja lei municipal instituindo o imposto sobre o serviço.

Inexiste, portanto incidência do ISS quando não há previsão de incidência do


imposto sobre o serviço na lei municipal, ainda que o serviço conste na lei
complementar.
A falta de previsão do serviço na lei municipal implica a não incidência do ISS,
uma vez que sobre ele não terá sido instituído o imposto.
A CRFB/88 e as leis Complementares de normas gerais não criam tributos, apenas
estabelecem as condições para que eles possam ser validamente instituídos.

CONSIDERAÇÕES FINAIS SOBRE O ISS

1) Legislação Básica.

CRFB/88 Art. 156, III e § 3º, com as alterações da Emenda 37/2002 (cabe à Lei Complementar.
estabelecer alíquotas mínima e máxima, e regular benefícios fiscais).

Dec.-lei 406/68, Art. 9º; e LC 116/2003 (que revogou os demais Arts. do Dec.-lei 406/68 sobre
ISS, e as Leis Complementares 56/87 e 100/99.

Leis e Regulamentos municipais; no Rio de Janeiro: CTM, Arts. 8º e seg. (Lei 691/84 e
alterações). Lei Municipal nº 3691 de 28 de novembro de 2003

2) Regras de competência.

Local do estabelecimento prestador, ou, na falta deste, o local do domicílio do prestador; locais
especificados no Art. 3º, I a XII, da LC 116.

96
3) Fato gerador.

Prestação habitual (embora não preponderante) e onerosa, por terceiro, de serviço constante da
lista, mesmo se proveniente do exterior ou lá iniciado.

4) Isenções.

Exportação de serviços.

Serviços prestados por empregado celetista, trabalhador avulso e por


administrador da empresa;

Intermediação de operações financeiras.

5) Base de cálculo.

Preço do serviço.

6) Alíquotas.

Percentuais ad valorem; no Rio: alíquota genérica de 5%;

Específicas, fixas, para profissionais autônomos, sociedades uniprofissionais


e outros casos;

Máxima de 5% (Lei Complementar Nº. 116/03);

Mínima de 2% (Emenda Constitucional 37/2002; ADCT, Art. 88)

7) Contribuinte.

Prestador do serviço (excluídos os empregados e os administradores da empresa).

8) Responsáveis.

Os que tenham o dever de reter na fonte, nos termos da lei municipal.

9) Substitutos tributários.

Conforme a lei municipal estabelecer.

10) Alguns conceitos básicos.

a) Tipologia delimitativa (e não exemplificativa nem taxativa).


b) Da lista excetuam-se os serviços objeto do ICMS (transporte interestadual e
intermunicipal, e comunicação).
c) Serviço listado + fornecimento de mercadoria: incidência apenas do ISS.
d) Serviço não listado + fornecimento de mercadoria: incidência somente do ICMS (LC
87/96, art. 2º, IV; art. 12, II, c/c art. 13, II).
e) Incidência do ISS (sobre os serviços) e do ICMS (sobre as mercadorias): itens 7.02, 7.05,
14.01 e 17.

97
UNIDADE VI – OS IMPOSTOS SOBRE ARENDA E O
PATRIMÔNIO.

PA – 10

Impostos sobre a renda e o patrimônio: visão geral.


O Imposto de Renda: legislação e conceitos básicos, princípios e elementos da
obrigação tributária; fato gerador e suas modalidades; regimes de base de cálculo.
Algumas questões polêmicas.

Objetivos Específicos.

O aluno deverá ser capaz de:

Conhecer os aspectos fundamentais do IOF e do ISS, relativos à legislação de


regência, o âmbito de incidência, as normas complementares que dirimem os possíveis
conflitos de competência, e os elementos da obrigação tributária correspectiva;

Ter notícia das principais questões controvertidas, em especial acerca do ISS, em


face da Lei Complementar 116/03.

Conteúdos.

Os demais impostos sobre a produção e a circulação: o IOF e o ISS; questões


controvertidas.

Estratégia.

Aula expositiva, com interatividade, procurando resgatar o conhecimento dos


Alunos acerca da Disciplina e das Disciplinas relacionadas, bem assim dos temas da
aula, utilizando exemplos e links com fatos da realidade recente.

Recursos.

Projeção de slides utilizando retroprojetor ou data-show (transparências – WORD


e apresentações – POWER POINT disponíveis no site e no material distribuído).
Uso da lousa branca e caneta Pilot.
Caderno de Exercícios.

Bibliografia.

TORRES, Ricardo Lobo. Curso... Capítulo XIX – Seção II, itens 5.5 e 7.3.
MACHADO, Hugo de Brito. Curso... 3ª Parte – Capítulo III, item 5, e Capítulo V, item
3.
98
MORAES, Bernardo Ribeiro de. Doutrina e Prática do ISS. SP: RT, 1984.
SOARES DE MELO, José Eduardo. Aspectos Teóricos e Práticos do ISS. SP:
Dialética, 2000.
GOMES CARMO, Paulo Vicente. Manual do I.O.F. SP: Frase, 1995.
Site da UNESA na Internet: “Imposto sobre Serviços – aspectos e estrutura”
“Tributos e Internet”.
CADERNO DE EXERCÍCIOS.

99
UNIDADE VI – OS IMPOSTOS SOBRE A RENDA E O
PATRIMÔNIO.

AULA – 10

10.1 – IR
10.2 - ITR
10.3 - IGF
10.4 - IPVA
10.5 - ITD
10.6 - IPTU
10.7 – ITBI
10.8 – Contribuições Federais e o Simples.

10.1 – IR

IMPOSTO SOBRE A RENDA E PROVENTOS DE QUALQUER NATUREZA.


(IR)
Art.153 III da CRFB/88 e Arts. 43 ao 45 do CTN

I – Competência.

É da competência da União instituir e cobrar o IR. Justifica-se que seja esse


imposto da competência federal porque só assim pode ser utilizado como instrumento de
redistribuição de renda, buscando manter em equilíbrio o desenvolvimento econômico
das diversas regiões.
Por outro lado, graves problemas relacionados à dupla ou múltipla tributação
ocorreriam por certo se fosse esse imposto da competência dos estados ou municípios.

II – Função.

Sua função é nitidamente fiscal.


O IR é de enorme importância no orçamento da União, onde hoje figura como a
principal fonte de receita tributária.

É inegável também a importância do IR como instrumento de intervenção do


Poder Público no domínio econômico. Presta-se, outrossim, como instrumento de grande
valia para incrementar o desenvolvimento econômico regional e setorial, como se o pode
observar pela legislação geralmente conhecida como de incentivos fiscais, administrados
pela SUDENE, SUDAM, SUDEPE.

III – FG.
100
É a aquisição da disponibilidade econômica ou jurídica de renda, assim entendido
o produto do capital, do trabalho ou da combinação de ambos; e de proventos de
qualquer natureza, assim entendidos os acréscimos patrimoniais não compreendidos no
conceito de renda. (Art. 43 do CTN).
Renda é um produto, um resultado, quer do trabalho, quer do capital ou da
combinação desse dois fatores.
Os demais acréscimos patrimoniais que não se comportem no conceito de renda
são proventos, ou sejam, proveitos.
Sua incidência é anual, porém, ao lado dessa incidência genérica, existem
incidências específicas, denominadas incidências na fonte.
O FG é complexo, conforme já verificamos.

IV – Alíquotas.

Sua alíquota é progressiva.

V– BC.

É o montante real, arbitrado ou presumido da renda ou dos proventos tributáveis.


(Art. 44 do CTN).
A forma de determinação da BC varia de acordo com o tipo de contribuinte.
O IR de PF é calculado, mensalmente, sobre o rendimento bruto abatidas algumas
parcelas, tais como: pensões alimentícias e encargos de família.
Em se tratando de PJ, a BC é o lucro que pode ser conforme o critério de
determinação:

Real.

Arbitrado.

Presumido.

O Lucro Real é a BC das PJ em geral, que pode ser entendido como o acréscimo
real do patrimônio da empresa, em determinado período.
Já o Lucro presumido é a BC das PJ cuja receita bruta seja inferior a determinado
montante.
O Lucro arbitrado é um percentual da receita bruta, se esta, obviamente, for
conhecida.
Compete ao Ministério da Fazenda fixar tal %, levando em conta a natureza da
atividade econômica do contribuinte.
VI – Contribuinte.
101
Pode ser PF (pessoa natural, o indivíduo) ou PJ, ou seja, aquela criada pelo
direito. (Art. 45 do CTN).

VII – Lançamento.

O LT do IR é exemplo típico de LT mediante declaração, previsto no Art. 147 do


CTN.
Se o contribuinte não faz, como devia, sua declaração, ou se a faz de forma errada,
ou incompleta, a autoridade administrativa fará o LT de ofício conforme o Art. 149 do
CTN.
Em se tratando de IR descontado na fonte, o LT é feito por homologação, nos
termos do Art. 150 do CTN.

VIII – CONSIDERAÇÕES ESPECIAIS.

É o imposto cuja legislação é a mais complexa e dinâmica.

CONSIDERAÇÕES FINAIS SOBRE O IR

1) Legislação Básica.

CRFB/88 Art. 153, III e § 2º; CTN, Arts. 43/45; Lei 4.506/64 e alterações, dentre elas as das
Leis 7.713/88, 8.134/90, 8.383/91, 8.981/95, 9.065/95, 9.249/95, 9.250/95, 9.317/96 (“SIMPLES”),
9430/96 e 9532/97, 9.718/98, 9.887/99; Medidas Provisórias nº 1.858-10/99, 1.923/99, 1.924/99,
1.990-26/99, 1.991-12/99, 2.004-3/99 e 2.013-4/99; Dec. 3.000/99(RIR) e alterações.

2) Princípios Constitucionais.

Legalidade.
Tipicidade.
Anterioridade.
Irretroatividade.
Isonomia.
Capacidade Contributiva.
Generalidade.
Universalidade.
Progressividade.
Mínimo vital.
Não-confisco.

3) Fato gerador.

102
Aquisição de disponibilidade econômica ou jurídica de renda.

Produto do capital e/ou do trabalho).

ou

De proventos de qualquer natureza (qualquer. outros acréscimos patrimoniais).

Pode ser instantâneo no caso tributação exclusiva na fonte, mensal, trimestral ou anual,
conforme o regime aplicável.

4) Base de cálculo.

a) In genere.

O montante (real, presumido ou arbitrado) da renda e / ou dos proventos tributáveis.

b) Quanto à pessoa física (IRPF).

Rendimento bruto mensal admitidas algumas deduções, com a declaração de ajuste anual.

c) Quanto à pessoa jurídica (IRPJ), com declaração anual de ajuste.

c.1) Lucro real.


Acréscimo real do patrimônio da empresa no ano-base.
LALUR => Livro de Apuração do Lucro Real.

c.2) Lucro Presumido.


Coeficiente sobre a receita bruta; opcional para empresa até certa receita bruta no ano
anterior.

c.3) Lucro arbitrado.


O que o Fisco arbitrar, nos casos de lançamento de ofício; regime opcional do
“SIMPLES” para microempresa com receita até R$ 120 mil, ou pequena empresa até R$ 720 mil.

SIMPLES => Pagamento mensal unificado de IRPJ + CSSL + COFINS + PIS / PASEP + IPI +
ICMS + ISS.

d) Alíquotas.

RPF: 15% e 27,5%.

IRPJ: 15% + adicional de 10% ou 15%, dependendo do montante do lucro


e de ser ou não instituição financeira.

d.1) Na fonte.
Como antecipação a compensar na declaração de ajuste.

103
d.2) Tributação exclusiva.
Ganhos de capital e alienação de bens ou direitos.

e) Contribuinte.

Titular da disponibilidade econômica ou jurídica de renda e / ou proventos (=> beneficiário do


acréscimo patrimonial), pessoa física ou jurídica e equiparados (firma individual, empresa individual
imobiliária, sociedade de fato, espólio, condomínio, massa falida etc.

f) Responsáveis.

Fonte pagadora, sucessor, cônjuge meeiro, espólio, terceiro CTN, Art. 134, I a IV.

5) Alguns conceitos básicos.

a) Renda e / ou proventos.

Acréscimo patrimonial em período determinado.

b) Disponibilidade econômica.

Recebimento de valor para pagamento.

c) Disponibilidade Jurídica.

Simples crédito do valor.

d) Fato gerador “complexo” ou “complexivo”.

CTN Art. 105 X princípio da irretroatividade; periodicidade e regime de “bases correntes”;


compensação de prejuízos fiscais da empresa.

10.2 – ITR.
104
IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE TERRITORIAL RURAL.
ITR.
Art. 153 VI da CRFB/88 e Arts. 29 a 31 do CTN.

I – Competência.

O ITR é da competência da União (Art. 29 do CTN e 153 VI da CRFB/88).

II – Função.

A função do ITR é extrafiscal. É considerado um importante instrumento no


combate aos latifúndios improdutivos.

III – FG.

É a propriedade, o domínio útil ou a posse de imóvel por natureza, como definido


em lei civil, localizado fora da zona urbana do município. Art. 29 do CTN.

Apesar da CRFB/88 falar em propriedade e o CTN falar em posse, tanto em


qualquer uma das 2 situações o imposto é devido.

IV – Alíquota.

A alíquota varia em função de módulos fiscais do imóvel (cada Município tem o


seu). Lei nº 6746 de 10/12/79, e Dec. nº 84.685 de 6/5/80.

V – BC.

É o valor fundiário (valor da terra nua sem nenhuma benfeitoria) do imóvel. Art.
30 do CTN.

VI – Contribuinte.

É o proprietário ou possuidor a qualquer título. Art. 31 do CTN.

VII – Lançamento.
105
É feito por declaração do SP. Pode ser revisto pela a Administração e se for o caso
se aplica o Art. 148 do CTN.

VIII – Considerações Especiais.

O cálculo do ITR é relativamente difícil, exigindo na sua feitura conhecimento


especializado.

O órgão da Administração incumbido de seu lançamento e cobrança, dispõe de


pessoal treinado para essa tarefa.

Conforme já verificamos o ITR é utilizado como instrumento de política agrária.


Acontece que sua utilização poderia obter resultados mais significativos caso
houvesse maior seletividade com maior diferença entre as várias alíquotas, levando-se
em conta a produtividade da terra, transformando-se, assim, num valioso instrumento
para o desenvolvimento da atividade agropecuária no país.

10.3 - IGF

IMPOSTO SOBRE GRANDES FORTUNAS.


IGF.
Art. 153 VII da CRFB/88.

Apesar da sua previsão constitucional, até a presente data o referido imposto ainda
não foi regulamentado por nossos parlamentares.
Segundo pesquisa realizada, o motivo maior do entrave legislativo é definir o que
seja “GRANDE FORTUNA” !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

10.4 - IPVA

IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE DE VEÍCULOS AUTOMOTORES.


IPVA
Art. 155 III da CRFB/88. Lei Estadual nº 2877 de 22 de Dezembro de 1997.

I – Competência.

Substituto da Taxa Rodoviária Única (TRU), o IPVA teve, inicialmente, a sua


instituição através da EC nº 27/85.

106
Embora não o diga o texto atual, o IPVA afasta a incidência de qualquer taxa pela
prestação de serviço ou exercício do poder de polícia relacionados com a propriedade do
veículo (vistoria, licenciamento, placa, plaqueta, selo, etc.).
Com ou sem vedação expressa, infelizmente a cobrança de taxas no licenciamento
de veículos continuou e continua a ser praticada, em flagrante violência à Constituição.
Ninguém se opõe a isto, em virtude do valor relativamente pequeno cobrado de
cada proprietário de veículo.

É da competência dos Estados e do Distrito Federal.

II – Função.

O IPVA tem função predominantemente fiscal.

III – FG.

É a propriedade do veículo.

IV – Alíquota.

A alíquota do IPVA é fixa (%).

Em alguns Estados é em valor determinado em função do ano, marca, modelo do


veículo, neste caso, não há cálculo a fazer, localiza-se na tabela em função da marca,
ano, etc., o valor a ser pago.

V – BC.

É o valor do veículo para aqueles que adotam a alíquota fixa em %.

VI – Contribuinte.

É o proprietário do veículo, presumindo-se como tal a pessoa em cujo nome o


veículo esteja licenciado pela repartição competente.

VII – LT.

O LT do IPVA é feito de ofício, por iniciativa do fisco.

107
10.5 - ITD

IMPOSTO SOBRE TRANSMISSÃO CAUSA MORTIS E DOAÇÃO.


Art. 155, I e § 1º Itens I a IV da CRFB/88 e Art. 35 § único do CTN.
Lei nº 1427 de 13 de fevereiro de 1989

I – Competência.

É dos mais antigos na história da tributação e já era cobrado em Roma sob a


forma de vigésima (5%) sobre heranças e legados.

No Brasil havia a décima da herança ou legado (Alvará de 17/6/1809 e, a partir de


1891, coube aos Estados a cobrança do imposto causa mortis).

A CRFB/88, a exemplo do fizera a Emenda nº 5 de 1962, separou o imposto


causa mortis do inter vivos, atribuindo este último aos Municípios.

É da competência dos Estados membros e do Distrito Federal.

II – Função.

A função é fiscal, vale dizer, esse imposto tem a finalidade de gerar recursos
financeiros para os Estados e o Distrito Federal.

III – FG.

O FG desse imposto é o definido em Lei Estadual, respeitado, é claro, a CRFB/88


e o CTN.

É a transmissão, causa mortis ou por doação, de quaisquer bens ou direitos.

IV – Alíquota.

Terá suas alíquotas máximas fixadas pelo Senado Federal. Art. 153, § 1º, item IV
da CRFB/88.

Salvo esta limitação, prevalece a liberdade dos Estados e do Distrito Federal na


fixação das alíquotas.

108
V – BC.

A BC desse imposto há de ser fixada pela Lei da entidade competente para


instituir o tributo.
Deve ser, em princípio, o valor de mercado do bem objeto da transmissão.
Pode até ser menor, maior nunca porque se estaria atingindo riqueza outra que não
o próprio bem transmitido.

VI – Contribuinte.

Em se tratando de herança, logicamente deve ser contribuinte o herdeiro, ou


legatário.
Em se tratando de doação, o contribuinte pode ser, em princípio, tanto o doador
como o donatário.
É válida, por exemplo, a atribuição de responsabilidade tributária ao doador, na
hipótese de inadimplência do donatário.

VII – Lançamento.

O LT desse imposto é feito por declaração.


O contribuinte oferece ao fisco os elementos necessários ao respectivo cálculo.

10.6 - IPTU

IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE PREDIAL E TERRITORIAL URBANA.


IPTU
Art. 156, I da CRFB/88
Art. 32 ao 34 do CTN.
Arts. 52 ao 86 da Lei 691/84 – CTMRJ
Decreto nº 14327 de 1º de Novembro de 1995.

I – Competência.

Da competência dos Municípios desde a Constituição de 1934.

II – Função.

A sua função, inicialmente era tipicamente fiscal.


Entretanto após a promulgação da EC nº 29/2000, in verbis:

CRFB/88 - Art. 156 § 1º Sem prejuízo da progressividade no tempo a que se refere o Art. 182 §
4º, II, o imposto previsto no inciso I poderá:
I – ser progressivo em razão do valor do imóvel; e
109
II – ter alíquotas diferentes de acordo com a localização e uso do imóvel.

A sua meta principal que era a obtenção de recursos para os Municípios, passou a
ser, também, extrafiscal.

III – FG.

O FG é a propriedade, o domínio útil ou a posse de bem imóvel por natureza ou


por acessão física, localizado na zona urbana do município.(Art.32 do CTN).

ATENÇÃO: Importante salientar que, conforme verificamos, no caso do ITR, este imposto recai
apenas sobre o imóvel por natureza (terra nua) enquanto o IPTU, agora examinado, incide sobre os
imóveis por natureza e também sobre os imóveis por acessão física (edificações).

IV – Alíquota.

As alíquotas do IPTU são fixadas pelos Municípios, sem que a CRFB/88 nem o
CTN imponham qualquer limitação. Art.156 § 1º, Art. 182 § 4º da CRFB/88.

V – BC.

A BC do IPTU é o valor venal do imóvel. (Art. 33 do CTN).

À repartição competente cabe apurar o valor venal dos imóveis, para o fim de
calcular o imposto, assegurado, entretanto, ao contribuinte o direito à avaliação
contraditória, nos termos do Art. 148 do CTN.

VI – Contribuinte.

É o proprietário do imóvel, o titular de seu domínio útil ou o seu possuidor a


qualquer título. (Art. 34 do CTN).

VII – Lançamento.

O LT do IPTU é feito de ofício, por iniciativa do fisco.

As Prefeituras dispõem de cadastro dos imóveis e com base neste efetuam,


anualmente, o LT do tributo, notificando os respectivos contribuintes para o seu
pagamento.

110
CONSIDERAÇÕES FINAIS SOBRE O IPTU

1) FG

Incide sobre a propriedade do terreno (natureza), ou havendo edificação sobre a


edificação e o terreno.

2) IPTU X ITR

ITR da competência da União incide exclusivamente sobre a propriedade de


imóvel por natureza localizado na zona rural ainda que exista edificação. Imóvel rural é
aquele é aquele que se destina à exploração agrícola, pecuária, extrativa vegetal ou
agroindustrial e que independente de sua localização, tiver área superior à 1hectare.
(100ares, 1are =100mts. quadrados logo 1hectare =10.000mts. quadrados). O poder
executivo municipal define periodicamente os limites da zona urbana.

3) AS DEFINIÇÕES

Sobre bens imóveis, propriedade, domínio útil (enfiteuse), posse (poder que
exerce sobre um bem), são dadas pelo CC.

4) ZONA URBANA

De acordo com o § 1º do Art. 32 do CTN.

5) MOMENTO DA OCORRÊNCIA DO FG.

No primeiro dia útil do exercício a que corresponder o imposto.

6) IMPOSTO PREDIAL X IMPOSTO TERRITORIAL URBANO.

Propriedade predial: (se o imposto predial for maior que o territorial)

a) Prédios construídos sem licença ou em desacordo com a licença.

b) Prédios construídos a título precário.

Propriedade Territorial Urbana: (se o imposto territorial for maior a propriedade


predial)

a) Terrenos cujas edificações tenham sido feitas sem licença ou em desacordo com a
licença.

b) Terrenos nos quais exista construção autorizada a título precário.


INCIDÊNCIA DO IMPOSTO PREDIAL.
111
Para que o imóvel edificado possa ser ocupado regularmente, existe a necessidade
do HABITE-SE.

O imposto sobre a Propriedade Predial incide sobre os imóveis edificados, com


habite-se, ocupados ou não, ainda que a construção tenha sido licenciada por terceiro ou
feita em terreno alheio. Incide também sobre imóveis edificados e ocupados, ainda que o
habite-se não tenha sido concedido. Caso o habite-se tenha sido concedido é irrelevante
está sendo ocupado ou não. Se for construção sem habite-se o imposto predial só incide
se ela está sendo ocupada.
Enquanto houver apenas o imóvel por natureza, o imposto cobrado será o
Territorial urbano. Uma vez realizada a edificação, o imposto será exigido como predial
a partir do exercício seguinte ao da concessão do habite-se, se ela não estiver sendo
ocupada, ou a partir do exercício seguinte àquele de ocupação, caso o habite-se não
tenha sido concedido.

INCIDÊNCIA DO IMPOSTO TERRITORIAL URBANO.

Incide sobre os imóveis nos quais ainda não tenha havido edificações. Incide
também no caso de edificações que tenham sido objeto de demolição, desabamento,
incêndio, ou estejam em ruínas (só será cobrado como territorial a partir do exercício
seguinte ao destes eventos).

UNIDADES COM UTILIZAÇÃO MISTA.

O imóvel com utilização mista, que, para efeitos fiscais, ainda não tem ou não
pode ter desdobrada a sua inscrição, é tributado como não residencial.

IMÓVEIS COMERCIAIS DESTINADOS EXCLUSIVAMENTE A RESIDÊNCIA.

Na hipótese de imóveis construídos com destinação comercial, mas utilizados


exclusivamente como residência, são aplicáveis as disposições relativas aos imóveis
residenciais.

OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS.

Os imóveis localizados no município, ainda que haja isenção, imunidade ou não


incidência do IPTU, ficam sujeitos à inscrição no órgão competente da Secretaria
Municipal de Fazenda.
Para cada unidade autônoma é emitido um carnê do IPTU.

Unidades Autônomas => cada lote de um terreno desmembrado; cada um dos


apartamentos de uma unidade multifamiliar, o conjunto de pavilhões de um hospital ou de uma
universidade, num mesmo endereço; cada sala comercial de um prédio comercial; e o prédio
onde funciona um colégio.

112
10.7 - ITBI

IMPOSTO SOBRE A TRANSMISSÃO INTER VIVOS DE BENS E DIREITOS


A ELES RELATIVOS.
ITBI
Art. 156, II da CRFB/88
Art. 35 ao 42 do CTN.
Lei Municipal Estadual nº 1364 de 19 de Dezembro de 1988.

I – Competência.

A Constituição anterior atribuía aos Estados a competência para sua instituição ou


majoração. (Art. 35 do CTN).

Entretanto a CRFB/88, atribuiu aos Municípios essa competência. (Art.156 II).

Dispondo o Município do cadastro imobiliário, que se faz imprescindível à


administração do IPTU, é razoável que a ele tenha sido atribuída, também, a
competência para instituir e cobrar o ITBI.

Pergunta-se: : Não se incluem no âmbito desse imposto as transmissões em virtude de doações ou


heranças, que sofrem a incidência do imposto?, da competência do(a)?????, dispositivo legal ?

II – Função.

O ITBI é predominantemente fiscal, vale dizer, a de obtenção de recursos


financeiros para a Fazenda Pública.

III – FG.

É a transmissão, inter vivos, a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis,
por natureza ou por acessão física, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de
garantia, bem como cessão de direitos à sua aquisição. Art. 156 § 2º, item I. (ver Art. 37
e seus § § do CTN).

IV – Alíquotas.

A alíquota do ITBI é fixada em LO do Município competente.

Na Constituição anterior, não podia exceder os limites estabelecidos em


Resolução do Senado Federal.
113
Na CRFB/88 inexiste regra autorizando tal limitação relativamente a esse
imposto.

V – BC.

A BC é o valor venal dos bens e direitos transmitidos. (Art.38 do CTN).

Em se tratando de imposto que incide sobre a transmissão por ato oneroso, tem-se
como ponto de partida, para a determinação de sua BC, na hipótese mais geral, que é a
de compra e venda, o preço.

Este funciona, no caso, como uma declaração de valor feita pelo contribuinte, que
pode ser aceita, ou não, pelo fisco, aplicando-se, na hipótese de divergência, a
disposição do Art. 148 do CTN.

VI – Contribuinte.

É qualquer das partes na operação tributária, conforme dispuser a lei. (Art. 42 do


CTN).

Na prática paga o ITBI quem tiver maior interesse na operação.

De resto, tratando-se de ato entre vivos, tudo não passa de uma questão contratual.

A definição legal de quem seja o contribuinte, neste caso, só tem relevância para
situação excepcional, na qual tenha sido feito contrato sem a estipulação de quem pagará
o ITBI.

Neste caso, havendo divergência entre os contratantes, há de prevalecer o


estabelecido em Lei.

VII – Lançamento.

O LT do ITBI é feito mediante declaração do SP.

A autoridade administrativa procede à avaliação do bem, a vista do valor


declarado pelo SP, e calcula o tributo, expedindo a respectiva guia para recolhimento.

Como acontece com os tributos em geral, também o ITBI pode ser objeto de LT
de ofício, quando constatada a ocorrência de seu FG, sem que o respectivo pagamento
tenha sido efetuado.

114
10.8 – Contribuições Federais e o SIMPLES.

I – Contribuições Sociais.

Custeiam os serviços e encargos da PREVIDÊNCIA SOCIAL (INSS, SESI,


SESC, SENAI, FGTS, PIS/ PASEP, SEBRAE).
Os quatros incisos do Art. 195 da CRFB/88 mostram as BC das Contribuições
Sociais, senão vejamos as hipóteses em que incidirão:

A) Inciso I – Empregadores.

a.1) Sobre a folha de salários.

Conhecida como Contribuição Previdenciária, regulamentada pelas Leis 7789/89,


8212/91 e 9876/99:

Considera-se ocorrido O FG na data em que o empregador deveria ter efetuado o


pagamento ou o creditamento.
A realização dos recolhimentos deve dar-se no mês subseqüente àquele em que foi
ou deveria ter sido efetuado pagamento ou creditamento.
A alíquota, atualmente é de 20%. Com isso, arrecada-se cerca de R$ 50 bilhões
anuais, mas estima-se que a sonegação seja de igual montante.
No que respeita à contribuição do empregador, têm sido comuns as queixas dos
empresários sobre o peso que ela representa para seus custos operacionais (o que é
verdadeiro em boa dose), e acabam simplesmente sugerindo sua diminuição ou mera
supressão, claro sem levar em conta como ficaria o financiamento da Seguridade Social.
Ligado a essas queixas está o crescente processo de informalização da mão-de-
obra empregada, notadamente em pequenas e médias empresas, o que, ao final,
configura concorrência predatória com as empresas que atuam na legalidade.

LEI nº 8212/91.

Art. 22. A contribuição a cargo da empresa, destinada à Seguridade Social, além do disposto
no Art. 23, é de: - (*)Nota: A Lei nº 9.317, de 5.12.96, dispôs sobre o tratamento diferenciado às
microempresas e empresas de pequeno porte - SIMPLES.
Notas:
1. A Lei nº 9.317, de 5.12.1996, alterada pela Lei nº 9.732, de 11.12.1998, dispõe sobre o
tratamento diferenciado às microempresas e empresas de pequeno porte optantes pelo SIMPLES.
2. O empregador rural pessoa jurídica, inclusive a agroindústria, contribuirá, em substituição
às contribuições previstas neste artigo, sobre o valor total da comercialização da produção rural,
conforme disposto no Art. 25 da Lei nº 8.870, de 15.4.94, na redação dada pela Lei nº 9.528, de
10.12.97, e no Art. 22-B desta Lei, na redação da Lei nº 10.256, de 9.7.2001.
3. O Art. 2º da Lei nº 10.243, de 19.6.2001, ao dar nova redação ao § 2º do Art. 458 da CLT,
excluiu do conceito de salário as seguintes utilidades:

I - vestuários;

115
II - educação;
III - transporte destinado ao deslocamento para o trabalho e retorno, em percurso servido ou não por
transporte público;
IV - assistência médica, hospitalar e odontológica, prestada diretamente ou mediante seguro-saúde;
V - seguros de vida e de acidentes pessoais;
VI - previdência privada.

Essa alteração, contudo, não repercute sobre a base de cálculo da contribuição de que trata os
incisos I e II deste artigo.

I - vinte por cento sobre o total das remunerações pagas, devidas ou creditadas a qualquer
título, durante o mês, aos segurados empregados e trabalhadores avulsos que lhe prestem serviços,
destinadas a retribuir o trabalho, qualquer que seja a sua forma, inclusive as gorjetas, os ganhos
habituais sob a forma de utilidades e os adiantamentos decorrentes de reajuste salarial, quer pelos
serviços efetivamente prestados, quer pelo tempo à disposição do empregador ou tomador de serviços,
nos termos da lei ou do contrato ou, ainda, de convenção ou acordo coletivo de trabalho ou sentença
normativa. (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 26.11.99) –
(*)Nota: A contribuição da empresa em relação às remunerações e retribuições pagas ou
creditadas pelos serviços de segurados empresários, trabalhadores autônomos, avulsos e demais
pessoas físicas, sem vínculo empregatício, está disciplinada pela Lei Complementar nº 84, de 18.1.96.

a.2.) Sobre o faturamento.

a.2.1) COFINS.

A Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social, conhecida como


COFINS, foi instituída pela Lei Complementar nº 70/91, atendendo ao preceito da alínea
b), do inciso I do Art. 195 da CRFB/88.
Segundo o Art. 2º da LC 70/91 a incidência se verifica sobre o faturamento, assim
entendido a receita de venda de mercadorias, de mercadorias e serviços, bem como de
serviços de qualquer natureza.
Em 1998, através da Lei 9718, a base de cálculo da COFINS foi alargada,
alcançando a totalidade das receitas brutas, incrementando ainda mais o montante
arrecadado pela receita Federal e gerando muitas controvérsias sobre a sua
constitucionalidade.

Abaixo é transcrito artigo do Doutor Marco Aurélio Bicalho de Abreu sobre um


dos problemas desse alargamento.

Imóvel é ou não mercadoria para efeito de cobrança da COFINS?

04/09/2000

Marco Aurélio Bicalho de Abreu Chagas


Advogado em Belo Horizonte-MG
Especialidade em Direito Comercial e Tributário.
Ex-consultor jurídico da Associação Comercial de Minas - ACMINAS
http://www.advocaciaabreuchagas.hpg.com.br
Rua Espírito Santo, 1204 sala 1407-Centro -Belo Horizonte/MG
Telefone: (31) 3213-0190

116
O Superior Tribunal Federal é divergente em suas turmas. No último dia 7 de agosto a 1ª Seção do STJ,
por maioria, decidiu que incide a Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - COFINS -
sobre o faturamento mensal da empresa que construir, alienar, comprar, alugar, vender imóveis e
intermediar negócios imobiliários. Essa Decisão conflita com outras decisões de outras turmas do
mesmo STJ. Em inúmeros julgados, entendeu uma das Turmas do STJ que as "empresas que vendem
imóveis não estão sujeitas ao recolhimento da COFINS, porquanto os imóveis estão excluídos do
conceito legal de mercadoria - conceito que poderia ter sido alterado pela Lei Complementar nº 70, de
1991,e não o foi." Segundo o STJ, em outra decisão, "as atividades de comércio e indústria da
construção civil, engenharia civil e incorporação estão sujeitas à COFINS porque caracterizam compra
e venda de mercadorias". Como ficamos então? Imóvel é ou não é mercadoria? O ponto nevrálgico da
questão é conceituar o que vem a ser mercadoria.Ora, a COFINS incide sobre o faturamento mensal,
assim considerado a receita bruta das vendas de mercadorias, de mercadorias e serviços e de serviços
de qualquer natureza. O problema está em saber se, no conceito de faturamento, inclui-se alienação de
imóveis por empresas que têm por objeto a venda e compra de imóveis.
O artigo 2º da Lei Complementar nº 70/91 estabelece que a contribuição à COFINS incide, como
vimos, sobre o faturamento, assim considerado a receita bruta das vendas de mercadorias, de
mercadorias e serviços e, de serviços de qualquer natureza, e que, na terminologia do Direito
Comercial, o termo "mercadoria" designa as coisas móveis postas em mercado, estando, portanto,
excluídos os imóveis.

a.2.2) PIS / PASEP.

Instituído com base no Art. 195, I a) da CRFB/88 e Leis 9718/98 e 10637/02.

LEI Nº 9.718, DE 27 DE NOVEMBRO DE 1998.

D.O.U. de 28.11.1998
Altera a Legislação Tributária Federal.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a
seguinte Lei:

Art. 1° Esta Lei aplica-se no âmbito da legislação tributária federal, relativamente às


contribuições para os Programas de Integração Social e de Formação do Patrimônio do Servidor
Público - PIS/PASEP e à Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - COFINS, de que
tratam o art. 239 da Constituição e a Lei Complementar n° 70, de 30 de dezembro de 1991, ao Imposto
sobre a Renda e ao Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguro, ou relativos a Títulos ou
Valores Mobiliários - IOF.

CAPÍTULO I
DA CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS / PASEP E COFINS

Art. 2° As contribuições para o PIS / PASEP e a COFINS, devidas pelas pessoas jurídicas de
direito privado, serão calculadas com base no seu faturamento, observadas a legislação vigente e as
alterações introduzidas por esta Lei. (Vide Medida Provisória nº 2158-35, de 2001).

Art. 3º O faturamento a que se refere o artigo anterior corresponde à receita bruta da pessoa
jurídica.
§ 1º Entende-se por receita bruta a totalidade das receitas auferidas pela pessoa jurídica, sendo
irrelevantes o tipo de atividade por ela exercida e a classificação contábil adotada para as receitas.
117
§ 2º Para fins de determinação da base de cálculo das contribuições a que se refere o art. 2º, excluem-se
da receita bruta:

I - as vendas canceladas, os descontos incondicionais concedidos, o Imposto sobre Produtos


Industrializados - IPI e o Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre
Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação - ICMS, quando
cobrado pelo vendedor dos bens ou prestador dos serviços na condição de substituto tributário;

II - as reversões de provisões operacionais e recuperações de créditos baixados como perda, que não
representem ingresso de novas receitas, o resultado positivo da avaliação de investimentos pelo valor
do patrimônio líquido e os lucros e dividendos derivados de investimentos avaliados pelo custo de
aquisição, que tenham sido computados como receita;

III - os valores que, computados como receita, tenham sido transferidos para outra pessoa jurídica,
observadas normas regulamentadoras expedidas pelo Poder Executivo;

IV - a receita decorrente da venda de bens do ativo permanente.

Art. 4o As contribuições para os Programas de Integração Social e de Formação do Patrimônio do


Servidor Público – PIS / PASEP e para o Financiamento da Seguridade Social – COFINS devidas pelos
produtores e importadores de derivados de petróleo serão calculadas, respectivamente, com base nas
seguintes alíquotas: (Redação dada pela Lei nº 10.865, de 2004)

I – 5,08% (cinco inteiros e oito centésimos por cento) e 23,44% (vinte inteiros e quarenta e quatro
centésimos por cento), incidentes sobre a receita bruta decorrente da venda de gasolinas e suas
correntes, exceto gasolina de aviação; (Redação dada pela Lei nº 10.865, de 2004) (Vide Lei nº 11.051,
de 2004)

II – 4,21% (quatro inteiros e vinte e um centésimos por cento) e 19,42% (dezenove inteiros e quarenta e
dois centésimos por cento), incidentes sobre a receita bruta decorrente da venda de óleo diesel e suas
correntes; (Redação dada pela Lei nº 10.865, de 2004) (Vide Lei nº 11.051, de 2004).

III - 10,2% (dez inteiros e dois décimos por cento) e 47,4% (quarenta e sete inteiros e quatro décimos
por cento) incidentes sobre a receita bruta decorrente da venda de gás liquefeito de petróleo - GLP
derivado de petróleo e de gás natural; (Redação dada pela Lei nº 11.051, de 2004) (Vide Lei nº 11.051,
de 2004)

IV – sessenta e cinco centésimos por cento e três por cento incidentes sobre a receita bruta decorrente
das demais atividades.(Incluído pela Lei nº 9.990, de 2000).
Parágrafo único. Revogado.(Redação dada pela Lei nº 9.990, de 2000).

Art. 5o As contribuições para os Programas de Integração Social e de Formação do Patrimônio do


Servidor Público – PIS / Pasep e para o Financiamento da Seguridade Social – Cofins devidas pelas
distribuidoras de álcool para fins carburantes serão calculadas, respectivamente, com base nas seguintes
alíquotas: (Redação dada pela Lei nº 9.990, de 2000) (Vide Medida Provisória nº 2158-35, de 2001)

I – um inteiro e quarenta e seis centésimos por cento e seis inteiros e setenta e quatro centésimos por
cento, incidentes sobre a receita bruta decorrente da venda de álcool para fins carburantes, exceto
quando adicionado à gasolina; (Incluído pela Lei nº 9.990, de 2000).

II – sessenta e cinco centésimos por cento e três por cento incidentes sobre a receita bruta decorrente
das demais atividades. (Incluído pela Lei nº 9.990, de 2000).
Parágrafo único. Revogado.(Redação dada pela Lei nº 9.990, de 2000).

118
Art. 6o O disposto no art. 4o desta Lei aplica-se, também, aos demais produtores e importadores dos
produtos ali referidos. (Redação dada pela Lei nº 9.990, de 2000) (Vide arts. 42, parágrafo único e 92,
da Medida Provisória nº 2158-35, de 2001).
Parágrafo único. Na hipótese de importação de álcool carburante, a incidência referida no art.
5o dar-se-á na forma de seu: (Redação dada pela Lei nº 9.990, de 2000).

I – inciso I, quando realizada por distribuidora do produto; (Redação dada pela Lei nº 9.990, de 2000).

II – inciso II, nos demais casos. (Redação dada pela Lei nº 9.990, de 2000).

Art. 7º No caso de construção por empreitada ou de fornecimento a preço predeterminado de bens ou


serviços, contratados por pessoa jurídica de direito público, empresa pública, sociedade de economia
mista ou suas subsidiárias, o pagamento das contribuições de que trata o art. 2º desta Lei poderá ser
diferido, pelo contratado, até a data do recebimento do preço.
Parágrafo único. A utilização do tratamento tributário previsto no caput deste artigo é facultada ao
subempreiteiro ou subcontratado, na hipótese de subcontratação parcial ou total da empreitada ou do
fornecimento.

Art. 8° Fica elevada para três por cento a alíquota da COFINS.

LEI No 10.637, DE 30 DE DEZEMBRO DE 2002.


D.O.U. de 31.12.2002 (Edição extra)
Dispõe sobre a não-cumulatividade na cobrança da contribuição para os Programas de Integração
Social (PIS) e de Formação do Patrimônio do Servidor Público (Pasep), nos casos que especifica; sobre
o pagamento e o parcelamento de débitos tributários federais, a compensação de créditos fiscais, a
declaração de inaptidão de inscrição de pessoas jurídicas, a legislação aduaneira, e dá outras
providências.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a
seguinte Lei:

Capítulo I
DA COBRANÇA NÃO-CUMULATIVA DO PIS E DO Pasep

Art. 1o A contribuição para o PIS / PASEP tem como fato gerador o faturamento mensal, assim
entendido o total das receitas auferidas pela pessoa jurídica, independentemente de sua denominação ou
classificação contábil.

§ 1o Para efeito do disposto neste artigo, o total das receitas compreende a receita bruta da venda de
bens e serviços nas operações em conta própria ou alheia e todas as demais receitas auferidas pela
pessoa jurídica.

§ 2o A base de cálculo da contribuição para o PIS / PASEP é o valor do faturamento, conforme


definido no caput.

§ 3o Não integram a base de cálculo a que se refere este artigo, as receitas:

I - decorrentes de saídas isentas da contribuição ou sujeitas à alíquota zero;

II - (VETADO)

III - auferidas pela pessoa jurídica revendedora, na revenda de mercadorias em relação às quais a
contribuição seja exigida da empresa vendedora, na condição de substituta tributária;
119
IV - de venda de álcool para fins carburantes; (Redação dada pela Lei nº 10.865, de 2004).

V - referentes a:

a) vendas canceladas e aos descontos incondicionais concedidos;

b) reversões de provisões e recuperações de créditos baixados como perda, que não representem
ingresso de novas receitas, o resultado positivo da avaliação de investimentos pelo valor do patrimônio
líquido e os lucros e dividendos derivados de investimentos avaliados pelo custo de aquisição, que
tenham sido computados como receita.

VI – não operacionais, decorrentes da venda de ativo imobilizado. (Incluído pela Lei nº 10.684, de
30.5.2003).

Art. 2o Para determinação do valor da contribuição para o PIS / Pasep aplicar-se-á, sobre a base de
cálculo apurada conforme o disposto no art. 1o, a alíquota de 1,65% (um inteiro e sessenta e cinco
centésimos por cento).

a.3) Sobre o Lucro Líquido.

Criada, inicialmente, pela MP 22/88 com base no Art.195 I da CRFB/88,


conhecida como CSLL.

Observação: Trata-se de bis in idem.

Antes da edição da Lei 10.684/03, a base de cálculo da Contribuição Social sobre


o Lucro Líquido das empresas tributadas pelo lucro presumido foi alterada pelo artigo
29 da Lei 9.430/96.
A base de cálculo foi estabelecida em 12% da receita bruta do trimestre, cujo
resultado é acrescido de ganhos de capital, de rendimentos de aplicações financeiras e de
demais receitas e resultados positivos auferidos no trimestre. Entretanto, veio a Lei
10.684, de 30 de maio de 2003, que, entre outras providências, alterou a legislação
tributária. Por meio do artigo 22, modificou a redação do artigo 20 da Lei 9.249/95, que
passou a vigorar da seguinte forma:

Lei 10.684, de 30 de maio de 2003.

Art. 22 – O art. 20 da Lei nº 9249 de 26 de dezembro de 1995, passa a vigorar com a seguinte
redação:

Art. 20 – A base de cálculo da contribuição social sobre o lucro líquido, devida pelas pessoas
jurídicas que efetuarem o pagamento mensal a que se referem os arts. 27 e 29 a 34 da Lei 8981, de 20
de janeiro de 1995, e pelas pessoas jurídicas desobrigadas de escrituração contábil, corresponderá a
doze por cento da receita bruta, na forma definida na legislação vigente, auferida em cada mês do
ano-calendário, exceto para as pessoas jurídicas que exerçam as atividades q que se refere o inciso III
do § 1º do art. 15, cujo percentual corresponderá a trinta e dois por cento.
Parágrafo único: A pessoa jurídica submetida ao lucro presumido poderá, excepcionalmente,
em relação ao quarto trimestre-calendário de 2003, optar pelo lucro real, sendo definitiva a
tributação pelo lucro presumido relativa aos primeiros trimestres.

120
A seguir são feitas considerações acerca do que vem a ser bis in idem, instituto
esse aceito dentro do nosso sistema tributário, diferentemente da bitributação, que em
hipótese alguma é aceita.

BIS IN IDEM. BITRIBUTAÇÃO.

- uma única entidade tributante - duas entidades tributantes diferentes.

- duas normas jurídicas. - duas normas jurídicas.

- identidade de causa jurídica. - identidade de tributos concorrentes.

- identidade de contribuinte. - identidade de contribuinte.

*validade => significa aumento do 1º tributo. *invalidade => invasão de competência.

B) Inciso II – Trabalhadores.

Atualmente, a contribuição previdenciária do empregado incide sobre os salários


com alíquotas que vão de % a 11%, conforme a baixo demonstrado:

LEI Nº 8.212, DE 24 DE JULHO DE 1991 - DOU DE 14/08/98 - Atualizada até Junho / 2005.

CAPÍTULO III -DA CONTRIBUIÇÃO DO SEGURADO

Seção I -Da Contribuição dos Segurados Empregado, Empregado Doméstico e Trabalhador Avulso

Art. 20. A contribuição do empregado, inclusive o doméstico, e a do trabalhador avulso é calculada


mediante a aplicação da correspondente alíquota sobre o seu salário-de-contribuição mensal, de
forma não cumulativa, observado o disposto no Art. 28, de acordo com a seguinte tabela: (Redação do
caput dada pela Lei nº 9.032, de 28.4.95)
Valores atualizados, a partir de 1º de junho de 2003, pela Portaria MPS nº 727, de 30.5.2003, como
segue:

SALÁRIO-DE- ALÍQUOTA PARA FINS DE


CONTRIBUIÇÃO (R$) RECOLHIMENTO AO INSS (%)
até 560,81 7,65*
de 560,82 até 720,00 8,65*
de 720,01 até 934,67 9,00
de 934,68 até 1.869,34 11,00

121
C) Inciso III – Concursos de prognósticos.

LEI Nº 8.212, DE 24 DE JULHO DE 1991 - DOU DE 14/08/98 - Atualizada até Junho / 2005.

CAPÍTULO VII - DA CONTRIBUIÇÃO SOBRE A RECEITA DE CONCURSOS DE PROGNÓSTICOS

Art. 26. Constitui receita da Seguridade Social a renda líquida dos concursos de prognósticos,
excetuando-se os valores destinados ao Programa de Crédito Educativo. (Redação dada pela Lei nº
8.436, de 25.6.92)

Texto anterior
Art. 26. Constitui receita da Seguridade Social a renda líquida dos concursos de prognósticos.

Notas:
1. A Lei nº 9.288, de 1.7.1996, destinou 30% da renda líquida dos concursos de prognósticos ao
Programa de Crédito Educativo.
2. Atualmente, 30% da renda líquida dos concursos de prognósticos constitui receita do Fundo de
Financiamento ao Estudante de Nível Superior - FIES (II, Art. 2º), criado pela Medida Provisória nº
1.827, de 27.5.1999, reeditada até a de nº 2.094-28, de 13.6.2001, quando foi convertida na Lei nº
10.260, de 12.7.2001.

D) Inciso IV – Importador de bens e serviços.

O rol acima apresentado não é taxativo, visto que o § 4º do artigo em questão


autoriza:

“A lei poderá instituir outras fontes destinadas a garantir a manutenção ou


expansão da seguridade social, obedecido o disposto no Art. 154,I”.

Assim nasceu a CPMF em 1996 e hoje apesar de continuar se chamando


contribuição, sabemos se tratar de um verdadeiro imposto.

II – CONTRIBUIÇÕES DE INTERVENÇÃO NO DOMÍNIO ECONÔMICO.

Custeiam os serviços e encargos decorrentes da intervenção econômica ou


decorrente do monopólio de determinada indústria ou atividade. Exs. AFRMM,
CONDECINE, CIDE.
Com relação a CIDE, a Lei 10.336, de 19 de dezembro de 2001, deu nova redação
aos parágrafos do artigo 2º, da Lei 10.168/00, determina, no parágrafo segundo, que a
CIDE passa a ser devida também pelas pessoas jurídicas signatárias de contratos que
tenham por objeto serviços técnicos e de assistência administrativa e semelhantes a
serem prestados por residentes ou domiciliados no exterior, bem como pelas pessoas
jurídicas que pagarem, creditarem, entregarem, empregarem ou remeterem royalties, a
qualquer título, a beneficiários residentes ou domiciliados no exterior.
Todavia, o Decreto nº 4.195, de 11 de abril de 2002, que regulamentou a Lei,
eliminou a referência à "licença de uso ou adquirente de conhecimentos tecnológicos",
constante da norma.
122
Verifica-se, portanto, que o Decreto excluiu a incidência da CIDE sobre royalties
relativos a software, extrapolando sua competência normativa.
Com relação a Contribuição para Desenvolvimento da Indústria Cinematográfica
Nacional (CONDECINE), esta é, atualmente, regulada pela Medida Provisória nº 2.228-
1 de 06.09.2001.
Além de estabelecer princípios gerais de uma política nacional de fomento ao
cinema, a MP 2.228-1 criou o Conselho Superior do Cinema e a Agência Nacional do
Cinema (ANCINE), autorizou a criação dos Fundos de Financiamento da Industria
Cinematográfica Nacional (FUNCINES), instituiu o Programa de Apoio ao
Desenvolvimento do Cinema Nacional (PRODECINE) e o Prêmio Adicional de Rendas,
além de como dito anteriormente ter alterado a CONDECINE e a legislação de
incentivos fiscais existentes.

III) CONTRIBUIÇÕES DE INTERESSE DE CATEGORIAS PROFISSIONAIS.

Custeiam os serviços e encargos dos órgãos sindicais e profissionais.


Órgãos esses corporativos que zelam pelo exercício de determinada atividade
profissional. Conforme já mencionado anteriormente, são órgãos de natureza autárquica
vinculados ao Ministério do trabalho, tendo com exceção a OAB. Ex. CREA, CRO,
CRM, OAB e todos esse conselhos.
Finalizando a abordagem sobre as contribuições, vale relembrar que as
contribuições especiais ou parafiscais são compulsórias, têm administração específica e
o produto da sua arrecadação é vinculado às despesas desses órgãos corporativos.

IV) O SIMPLES.

O SIMPLES consiste em uma forma simplificada e unificada de recolhimento de


tributos, por meio da aplicação de percentuais favorecidos e progressivos, incidentes
sobre uma única base de cálculo, a receita bruta.

A) CONCEITO DE RECEITA BRUTA.

Considera-se receita bruta o produto da venda de bens e serviços nas operações de


conta própria, o preço dos serviços prestados e o resultado nas operações em conta
alheia (operações realizadas pela empresa em nome de terceiros), EXCLUÍDAS as
vendas canceladas, as devoluções de vendas e os descontos incondicionais concedidos.

B) MICROEMPRESA (ME) E EMPRESA DE PEQUENO PORTE (EPP).

Considera-se microempresa (ME) a pessoa jurídica que tiver auferido, no ano-


calendário, receita bruta igual ou inferior a R$ 120.000,00, e a empresa de pequeno porte

123
(EPP) aquela que tenha auferido, no ano-calendário, receita bruta superior a R$
120.000,00 e igual ou inferior a R$ 1.200.000,00.
No caso de início de atividades, para fins de opção pelo SIMPLES, a pessoa
jurídica deverá observar os limites de receita bruta proporcional ao número de meses de
início de suas atividades.

C) CÔMPUTO DAS RECEITAS.

De acordo com a Instrução Normativa 34 SRF/2001, as empresas enquadradas no


SIMPLES podem adotar, para fins de determinação da receita bruta auferida:

a) Regime de Caixa.

As receitas são computadas somente no mês do efetivo recebimento.

b) Regime de Competência.

As receitas são computadas no mês em que as vendas forem faturadas,


independentemente de seu efetivo recebimento.O critério escolhido para o recolhimento
das receitas deverá ser mantido para todo o ano-calendário.

D) IMPOSTOS E CONTRIBUIÇÕES ALCANÇADOS PELO SIMPLES.

A inscrição no SIMPLES implica no pagamento mensal unificado dos seguintes


impostos e contribuições:

a) Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas – IRPJ.

b) Contribuição para o PIS / PASEP.

c) Contribuição Social sobre o Lucro (CSLL).

d) Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS).

e) A Contribuição para a Seguridade Social a cargo da Pessoa Jurídica.

O SIMPLES poderá incluir o Imposto sobre operações Relativas à Circulação de


Mercadorias e sobre Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal (ICMS) ou o
Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS) devida por microempresa e empresa
de pequeno porte. No entanto, para isso, é preciso que a Unidade Federada (UF) ou o
Município onde a empresa esteja estabelecida venha a aderir ao SIMPLES, mediante
convênio.
Não poderá pagar o ICMS pelo SIMPLES, ainda que a UF onde esteja
estabelecida seja conveniada, a empresa que:
124
a) Seja estabelecida em mais de uma UF.

b) Exerça, mesmo que parcialmente, atividade de transporte interestadual ou


intermunicipal.

E) IMPOSTOS E CONTRIBUIÇÕES NÃO ABRANGIDOS PELO SIMPLES.

A opção pelo SIMPLES não exclui a incidência dos seguintes tributos ou


contribuições, devidos na qualidade de contribuinte ou responsável, para os quais deverá
ser observada a legislação vigente aplicável às demais pessoas jurídicas:

a) Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguro, ou Relativas a Títulos ou


Valores Mobiliários – IOF.

b) Imposto sobre Importação de Produtos Estrangeiros – II.

c) Imposto sobre Exportação, para o Exterior, de produtos Nacionais ou Nacionalizados


– IE.

d) Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural – ITR.

e) Contribuição Provisória sobre a Movimentação Financeira – CPMF.

f) Contribuição para o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço – FGTS.

g) Contribuição para a Seguridade Social, relativa ao empregado.

F) GANHO DE CAPITAL NA ALIENAÇÃO DE ATIVOS.

O ganho de capital obtido na alienação de ativos pela microempresa ou empresa


de pequeno porte optante pelo SIMPLES está sujeito à incidência do Imposto de Renda
à alíquota de 15%. O imposto deverá ser recolhido até o último dia útil do mês
subseqüente ao da percepção do ganho, através de DARF preenchido com o código
6297.

G) MOMENTO DA OPÇÃO.

A pessoa jurídica, já inscrita no CNPJ, formalizará sua opção para adesão ao


SIMPLES através de alteração cadastral, que deverá ser realizada até o último dia útil do
mês de janeiro do ano-calendário. A pessoa jurídica em início de atividades pode
formalizar sua adesão ao SIMPLES imediatamente, quando de sua inscrição no CNPJ.

125
H) EXCLUSÃO COMO ME E INSCRIÇÃO COMO EPP.

A ME optante pelo SIMPLES que no decurso do ano-calendário exceder o limite


de receita bruta acumulada de R$ 120.000,00 estará, no ano-calendário subseqüente,
automaticamente excluída do Sistema, podendo, entretanto, mediante alteração
cadastral, inscrever-se na condição de EPP, desde que não tenha ultrapassado o limite de
receita bruta anual de R$ 1.200.000,00. Nesse caso, a microempresa deverá apresentar
nova FCPJ, até o último dia útil do mês de JANEIRO do ano-calendário subseqüente
àquele em que se deu o excesso de receita bruta.

I) EFEITOS DA OPÇÃO.

A opção exercida na forma do item anterior será definitiva para todo o período a
que corresponder e submeterá a pessoa jurídica à sistemática do SIMPLES a partir:
a) Do primeiro dia do ano-calendário da opção, na hipótese de pessoa jurídica já inscrita
no CNPJ com adesão efetivada no prazo normal.

b) Do primeiro dia do ano-calendário subseqüente, na hipótese de pessoa jurídica já


inscrita no CNPJ, com adesão formalizada após o prazo normal.

c) Do início da atividade, na hipótese de empresa nova que formalizou a opção pelo


SIMPLES por ocasião da inscrição no CNPJ.

J) ATIVIDADES IMPEDIDAS DE OPTAR PELO SIMPLES.

A Lei 9.317/96 veda a determinadas empresas a adesão ao sistema unificado de


pagamento de tributos e contribuições, conforme segue a seguir:

a) Excesso de Receita Bruta.

Não poderá optar pelo SIMPLES a pessoa jurídica que na condição de ME tenha
auferido receita bruta superior a R$ 120.000,00 no ano-calendário imediatamente
anterior; na condição de EPP tenha auferido receita bruta superior a R$ 1.200.000,00 no
ano-calendário imediatamente superior.

b) Sociedades Anônimas.

As empresas constituídas sob a forma de sociedades por ações de capital aberto ou


fechado estão impedidas de se inscrever no SIMPLES.

c) Participação de Entidade Pública.

126
A pessoa jurídica constituída sob qualquer forma, de cujo capital participe
entidade de administração pública, direta ou indireta, federal, estadual ou municipal, não
pode se beneficiar do sistema.

d) Pessoa Jurídica com Sede no Exterior.

O SIMPLES é vedado à empresa que seja filial, sucursal, agência ou


representação, no País, de pessoa jurídica com sede no exterior.

e) Sócio Pessoa Jurídica.

As empresas que tiverem como sócio pessoa jurídica estão impedidas de


enquadrar-se no sistema unificado de tributação.

f) Participação da Empresa em outra Pessoa Jurídica: a empresa que participar no capital


de outra pessoa jurídica.

g) Participação em outra Empresa pelo Titular ou Sócio.


Não pode se enquadrar no SIMPLES a empresa cujo titular ou sócio participe com
mais de 10% do capital de outra pessoa jurídica. No entanto, a empresa não perderá o
direito ao enquadramento, se a soma da receita bruta anual das empresas interligadas não
ultrapassar o limite de R$ 1.200.000,00, ou limite proporcional, no caso de início de
atividades. Da mesma forma, não perde direito ao enquadramento a empresa cujo titular
ou sócio participe de várias pessoas jurídicas, com menos de 10% do capital social de
cada uma delas, ainda que a soma dos percentuais de participação resulte em mais de
10%.

h) Sócio Estrangeiro no Exterior.

As pessoas jurídicas que tenham sócio estrangeiro, residente no exterior,


participando de seu capital social, não poderão optar pelo SIMPLES. Portanto, se o
sócio residente no exterior for brasileiro, ou, ainda, se o sócio estrangeiro for residente
no Brasil, não haverá qualquer restrição.

i) Restrições pela Atividade Explorada.

Empresas que exercem as atividades de instituições financeiras e empresas


equiparadas; atividades imobiliárias; locação ou administração de imóveis;
armazenamento e depósito de produtos de terceiros; propaganda e publicidade, excluídos
os veículos de comunicação; factoring; prestação de serviços de vigilância, limpeza,
conservação e locação de mão-de-obra; prestação de serviços profissionais e
industrialização por conta própria ou por encomenda, de bebidas e cigarros são vedadas
à opção pelo regime simplificado.

j) Empresa com Débito Inscrito.

127
Se a empresa tiver débito inscrito em Dívida Ativa da União ou do Instituto
Nacional do Seguro Social (INSS) ou à Procuradoria Geral da Fazenda Nacional
(PGFN), ficará obrigado a providenciar sua regularização junto a esses órgãos.

k) Sócio ou Titular Inscrito em Dívida Ativa.

A empresa que o titular ou sócio que participe de seu capital com mais de 10%,
esteja inscrito em Dívida Ativa da União ou do Instituto Nacional do Seguro Social
(INSS), cuja exigibilidade não esteja suspensa.

l) Sócio com Bens Incompatíveis.

Não poderá beneficiar-se do sistema unificado o seu titular ou sócio com


participação em seu capital superior a 10%, adquira bens ou realize gastos em valor
incompatível com os rendimentos por ele declarados.

m) Empresa Resultante de Cisão.

Se a empresa for resultante de cisão ou de qualquer outra forma de


desmembramento não poderá aderir ao SIMPLES, exceto no que se referir operações
realizadas antes da vigência da Lei 9.317/96.

K) CÁLCULO E RECOLHIMENTO DO IMPOSTO UNIFICADO.

As ME e EPP, inscritas no SIMPLES, determinarão o valor devido mensalmente


aplicando, sobre a receita bruta mensal auferida, os percentuais fixados e partilhados de
forma mencionadas nos artigos 5º e 23 da Lei 9.317/96, com alterações promovidas pelo
artigo 3º da Lei 9.732/98 e pela Lei 10.034/00.
PERCENTUAIS POR FAIXA DE RECEITA BRUTA
Imposto Microempresa Empresa de Pequeno Porte
Até de de Até de de de de de de de de
60.000,01 240.000,01 360.000,01 480.000,01 600.000,01 720.000,01 840.000,01
R$ a 90.000,01 a 240.000,00 a a a a a a 960.000,01 a 1.080.000,01 a
Contribuição
60.000,00
90.000,00 120.000,00 360.000,00 480.000,00 600.000,00 720.000,00 840.000,00 960.000,00 1.080.000,001.200.000,00
IRPJ zero zero zero 0,13% 0,26% 0,39% 0,52% 0,65% 0,65% 0,65% 0,65% 0,65%
PIS/PASEP zero zero zero 0,13% 0,26% 0,39% 0,52% 0,65% 0,65% 0,65% 0,65% 0,65%
CSLL zero 0,4% 1% 1%
COFINS 1,8% 2% 2%
Contribuições
1,2% 1,6% 2,0% 2,14% 2,28% 2,42% 2,56% 2,7% 3,1% 3,5% 3,9% 4,3%
Previdenciárias
SUBTOTAL 3% 4% 5% 5,4% 5,8% 6,2% 6,6% 7% 7,4% 7,8% 8,2% 8,6%
IPI 0,5% 0,5%
TOTAL 3,5% 4,5% 5,5% 5,9% 6,3% 6,7% 7,1% 7,5% 7,9% 8,3% 8,7% 9,1%

O percentual a ser aplicado em cada mês será o correspondente à receita bruta


acumulada a partir de 1º de janeiro do ano-calendário, até o mês em que o imposto
estiver sendo calculado. As EPP não se aplicam os percentuais estabelecidos para as
ME, inclusive em relação à receita bruta até R$ 120.000,00.
128
As ME e EPP, inscritas no SIMPLES, que se dediquem às atividades de creches,
pré-escolas e estabelecimentos de ensino fundamental, determinarão o valor devido
mensalmente aplicando, sobre a receita bruta mensal auferida, os percentuais fixados
para as pessoas jurídicas em geral, acrescidos de 50%.

Ex: Quem recolhe com o percentual de 3% em situações normais, nessa situação


recolherá com 4,5%.

L) EXCESSO DE RECEITA BRUTA.

As pessoas jurídicas, cuja receita bruta exceder, no decurso do ano-calendário, os


limites mencionados no Anexo deverão proceder do seguinte modo:

a) ME.

Os valores excedentes ao limite, dentro do próprio ano-calendário, sujeitar-se-ão,


a partir, inclusive, do mês em que verificado o excesso, aos percentuais e normas
aplicáveis às empresas de pequeno porte.

b) EPP.

Os valores excedentes ao limite, dentro do próprio ano-calendário, ficarão


sujeitos, a partir, inclusive, do mês em que verificado o excesso, aos percentuais
constantes de tabela existente acrescidos de 20%.

M) PRAZO DE RECOLHIMENTO.

As ME e EPP inscritas no SIMPLES deverão efetuar o pagamento unificado de


impostos e contribuições, de forma centralizada, ATÉ O DÉCIMO DIA DO MÊS
SUBSEQUENTE àquele em que a receita bruta tiver sido auferida.
Na hipótese do último dia do prazo de pagamento recair em dia considerado como
não útil (sábado, domingo, feriado ou em que os estabelecimentos bancários não
funcionem), o prazo será prorrogado para o primeiro dia útil subseqüente, sem qualquer
acréscimo.
O pagamento unificado de impostos e contribuições será efetuado,
obrigatoriamente, através do DARF-SIMPLES, preenchido com o código 6106.

N) OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS.

A pessoa jurídica submetida ao SIMPLES estará obrigada ao cumprimento das


seguintes obrigações acessórias:

a) Placa de Identificação.
129
Deverão manter em seus estabelecimentos, em local visível ao público, placa
indicativa que esclareça essa condição. A inobservância da obrigatoriedade sujeitará a
pessoa jurídica à multa correspondente a 2% do total dos impostos e contribuições
devidos em conformidade com o SIMPLES.

b) Declaração Simplificada.

Apresentação anual até o último dia útil do mês de MAIO do ano-calendário


subseqüente ao da ocorrência do fato gerador.

c) Escrituração e Livros Obrigatórios.

Estará dispensada de escrituração comercial e fiscal regular, desde que mantenha


em boa ordem e guarda e enquanto não decorrido o prazo decadencial e não prescritas
eventuais ações que lhe sejam pertinentes: Livro Caixa, Livro Registro de Inventário e
todos os documentos e demais papéis que serviram de base para a escrituração dos livros
referidos.

O) RENDIMENTOS NÃO ISENTOS.

Sujeitam-se à incidência do Imposto de Renda, na fonte e na Declaração de Ajuste


do beneficiário (de acordo com a tabela progressiva aplicável às pessoas físicas), os
rendimentos efetivamente pagos pela pessoa jurídica inscrita no SIMPLES, ao titular ou
sócio, a título de: pro labore, aluguéis e serviços prestados.

O) RENDIMENTOS ISENTOS.

São isentos do Imposto de Renda, na fonte e na declaração de ajuste do


beneficiário, os demais rendimentos efetivamente pagos ao titular ou sócio da ME ou
EPP, distribuídos a qualquer outro título.

130
PA - 11

Execução fiscal.
Medida cautelar fiscal.
Arrolamento administrativo. Defesa do executado.

Objetivos Específicos.

O aluno deverá ser capaz de:

Ter visão panorâmica ordenada sobre os princípios constitucionais e


infraconstitucionais aplicáveis ao processo administrativo tributário.

Identificar a legislação de regência do tema, sobretudo no plano federal.

Conhecer as críticas doutrinárias acerca dessa legislação e seus principais pontos


polêmicos.

Ter noção sobre os procedimentos especiais e sobre o procedimento contencioso


ordinário, na área federal.

Conteúdos:

Processo administrativo-fiscal federal: princípios constitucionais, legislação e


reforma.
A consulta.
Os órgãos julgadores: estrutura e composição.
Rito procedimental.
Questões controvertidas.

Estratégia.

Aula expositiva, com interatividade, procurando resgatar o conhecimento dos


Alunos acerca da Disciplina e das Disciplinas relacionadas, bem assim dos temas da
aula, utilizando exemplos e links com fatos da realidade recente.

Recursos.

Projeção de slides utilizando retroprojetor ou data-show (transparências – WORD


e apresentações – POWER POINT disponíveis no site e no material distribuído).
Uso da lousa branca e caneta Pilot.
Caderno de Exercícios.
Bibliografia:

TORRES, Ricardo Lobo. Curso... Capítulo XVII – Seções I e II.


131
MACHADO, Hugo de Brito. Curso... 4ª Parte – Capítulo I.
MARINS, James. Direito Processual Tributário Brasileiro (Administrativo e Judicial).
SP: Dialética, 2002.
MOREIRA, Egon Bockmann. Processo Administrativo. SP: Malheiros, 2003.
RODRIGUES RIBAS, Lídia Maria Lopes. Processo Administrativo Tributário. SP:
Malheiros, 2003.
SEIXAS FILHO, Aurélio Pitanga. Estudos de Procedimento Administrativo Fiscal. Rio
de Janeiro: Freitas Bastos, 2000.
CABRAL, Antonio da Silva. Processo Administrativo Fiscal. SP: Saraiva, 1993.
CAMPOS, Dejalma de. Direito Processual Tributário. SP: Atlas, 1996.
BERTI, Clélio. O Processo Fiscal – Teoria e Prática. SP: Ícone, 1996.
COIMBRA, Feijó. A Defesa do Contribuinte. Rio de Janeiro: Destaque, 1999.
ROCHA, Valdir de Oliveira. A Consulta Fiscal. SP: Dialética, 1996.
_____ (coord.). Processo Administrativo Fiscal. 1º a 5º vols. SP: Dialética, 1995 a
2000.
Site da UNESA na Internet: “O projeto do Código de Defesa do Contribuinte”.
CADERNO DE EXERCÍCIOS.

AULA 11

11.0 – Execução Fiscal.


11.1 – Medida Cautelar Fiscal. Lei nº 8397/82.
11.2 – Arrolamento Administrativo. Lei nº 9532/97, Art. 64.
11.3 – Defesa do executado.
11.4 – O processo Administrativo – fiscal federal. Princípios Constitucionais, legislação
e reforma.
11.4.1 – A Consulta.
11.4.2 – Os órgãos julgadores, sua estrutura e composição.
11.4.3 – Rito Procedimental.

Final da matéria da disciplina Direito Financeiro e tributário II.


Obrigado.

132

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