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JURÍDICAS
CARREIRAS JURÍDICAS
DIREITO TRIBUTÁRIO
CAPÍTULO 4
Recado para você que está assistindo às videoaulas
Prezado aluno, a princípio, estamos trazendo algumas informações relevantes para você
que está assistindo às nossas videoaulas e complementará os estudos através do conteúdo do
nosso CERS Book. Portanto, você deve estar atento que:
O CERS book foi desenvolvido para complementar a aula do professor e te dar um suporte
nas revisões!
Um mesmo capítulo pode servir para mais de uma aula, contendo dois ou mais temas,
razão pela qual pode ser eventualmente repetido;
A ordem dos capítulos não necessariamente é igual à das aulas, então não estranhe se o
capítulo 03 vier na aula 01, por exemplo. Isto acontece porque a metodologia do CERS é baseada
no estudo dos principais temas mais recorrentes na sua prova de concurso público, por isso,
nem todos os assuntos apresentados seguem a ordem natural, seja doutrinária ou legislativa;
1
Assim, os assuntos de Direito Tributário estão distribuídos da seguinte forma:
CAPÍTULOS
2
SOBRE ESTE CAPÍTULO
No Direito Tributário você deve privilegiar o estudo da Lei Seca, sendo certo que o
Examinador tem predileção por disposições objetivas da letra da lei. Todavia, não deve-se olvidar
da doutrina, especialmente quanto às questões conceituais, e da jurisprudência relativa aos
diversos temas que abrangem o plexo de relações jurídicas entre Estado e contribuinte.
3
SUMÁRIO
GABARITO ............................................................................................................................................... 50
JURISPRUDÊNCIA................................................................................................................................... 56
4
DIREITO TRIBUTÁRIO
Capítulo 4 – Parte 02
Nesta segunda parte do quarto capítulo você explorará os aspectos relacionados à obrigação
tributária, o fato gerador, os sujeitos da relação tributária, suas espécies, disposições acerca da
solidariedade passada. Além disso, estudará disposições que tratam da capacidade e domicílio
tributário.
4. Obrigação Tributária
Inicialmente, você precisa compreender em que consiste o termo obrigação. Para o Direito
Civil, obrigação é uma relação jurídica de caráter transitório estabelecida entre devedor e credor,
e cujo objeto consiste em uma prestação pessoal e econômica, positiva ou negativa, devida pelo
primeiro ao segundo, garantindo-se o adimplemento através do seu patrimônio (GONÇALVES,
2017).
obrigacional.
Inteligência do art. 113, § 1º, do CTN. Assim, conclui-se que multa não é tributo, mas
a obrigação de pagá-la tem natureza tributária;
5
Obrigação acessória: decorre da legislação tributária e tem por objeto as prestações
economicamente apreciável. Exemplo: escriturar livros fiscais. Art. 113, § 2º, do CTN.
Independe da existência da obrigação principal. Mesmo que imunes à obrigação
1
Vide questões 6, 8, 9
6
Você já viu anteriormente que o artigo 96 do Código Tributário Nacional integra no conceito
de legislação tributária a lei em sentido estrito, os tratados e convenções internacionais, os
Qualquer desses atos normativos pode instituir uma obrigação acessória (incluindo a lei em
sentido estrito), mas apenas a lei (e nenhum outro componente da legislação tributária) tem o
condão de criar obrigações principais, haja vista o condicionamento do Direito Tributário ao
princípio da legalidade.
O §3º do art. 113 do CTN estabelece que “a obrigação acessória, pelo simples fato da sua
inobservância, converte-se em obrigação principal relativamente à penalidade pecuniária”.
É necessário que você preste atenção quanto à redação desse parágrafo: tecnicamente,
não há uma conversão, pois uma obrigação não substitui a outra (exemplo: se o contribuinte
deixa de escriturar livros fiscais, recebe uma multa, que não extingue a obrigação acessória
originária – a de escrituração).
pecuniária.
7
A CESPE em 2019 cobrou este assunto em certame do MPE-PI para Promotor de Justiça
Substituto. Veja como o examinador abordou o tema:
De acordo com o Código Tributário Nacional, constitui um traço distintivo entre a obrigação
tributária principal e a obrigação tributária acessória o fato de que
A) somente a obrigação principal decorre da legislação tributária, uma vez que a obrigação
acessória é determinada por normas de direito civil ou empresarial.
C) a obrigação principal somente pode ter como objeto o pagamento de tributo; a obrigação
acessória, por sua vez, deve ter por objeto o pagamento de uma penalidade pecuniária.
E) a obrigação principal é devida pelo contribuinte, ao passo que a obrigação acessória é imposta
e compete ao responsável tributário.
Letra A incorreta, posto que o art. 113, §2º, CTN é expresso no sentido que a obrigação acessória
decorre da legislação tributária.
O gabarito da questão é a letra B pois guarda compatibilidade com o previsto no art. 113, §1º
(para a obrigação tributária principal), e no §2º, CTN (para a obrigação tributária acessória).
A assertiva C está errada. A obrigação principal tem por objeto pagamento, que pode ser tributo
ou penalidade. Já a obrigação acessória se trata de obrigação de fazer.
Letra D incorreta posto que a obrigação acessória não é imposta apenas a terceiros.
8
Por fim, errada a assertiva E. A obrigação principal pode ser devida tanto pelo contribuinte,
como pelo responsável tributário.
§ 1º A obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto o pagamento
de tributo ou penalidade pecuniária e extingue-se juntamente com o crédito dela decorrente.
Tributos
Principal Decorre da lei
Penalidades pecuniárias
Obrigação
tributária
Decorre da legislação Prestações positivas ou
Acessória
tributária negativas não patrimoniais
9
de vínculo jurídico entre duas partes (sujeitos da relação tributária). Adiante, breves
apresentada até o último dia útil do mês subsequente a prática dos atos (conforme Instrução
Normativa 1.112 de 2010 da Receita Federal).
Segundo Kiyoshi Harada (2018), costuma-se definir fato gerador como “uma situação
abstrata, descrita na lei, a qual, uma vez ocorrida em concreto enseja o nascimento da obrigação
tributária”. O autor destaca, contudo, uma rejeição de parte dos doutrinadores à nomenclatura
adotada pelo Código Tributário Nacional:
Essa expressão fato gerador, empregada pelo CTN, tem merecido violentas críticas por
certos setores da doutrina, sob a alegação de que nada gera, a não ser confusão na mente
dos juristas. Por isso, preferem a expressão hipótese de incidência ou hipótese tributária
para designar a descrição legislativa de um fato, e a expressão fato imponível ou fato
jurídico-tributário ou ainda hipótese de incidência realizada para designar aquele fato
concreto, localizado no tempo e no espaço2.
2
Vide questão 12
10
O estudo do fato gerador é o ponto central da teoria do direito tributário e a ele você
deve dedicar especial atenção sabendo desde agora que sua recorrência é relevante em
concursos públicos.
Ricardo Alexandre (2017) ensina que a imensa maioria das lides tributárias tem como
A palavra "fato" se refere a algo concretamente verificado no mundo. Tanto é assim que
as pessoas que prezam por um português escorreito, evitando as redundâncias, não dizer.
que "o fato é verdadeiro", dizem simplesmente «é fato", pois se é fato, é verdadeiro. O
problema é que o CTN trata como fato tanto a descrição abstrata prevista em lei quanto
a situação concreta verificada no mundo.
O problema é que o CTN trata como fato tanto a descrição abstrata prevista em lei quanto
a situação concreta verificada no mundo. Uma comparação com o direito penal· ajuda a
demonstrar a diferença. O art. 121 do Código Penal tipifica como homicídio a conduta de
"matar alguém" Nenhum penalista denominaria a previsão abstrata do dispositivo de "fato
típico", mas sim de "tipo penal''. Quando uma pessoa mata alguém no mundo concreto,
aí sim tem-se por ocorrido o fato típico. É simples assim: fato é o que ocorre no mundo,
tipo é a previsão abstrata, na letra da lei.
O CTN, em seu art. 114, afirma que o "fato gerador da obrigação principal é a situação
definida em lei como necessária e suficiente à sua ocorrência". Ora, se apenas está definida
em. lei, a situação não poderia ser denominada de "fato". Por isso, a boa doutrina afirma
que a previsão abstrata deve ser denominada "hipótese'; pois se refere a algo que pode
vir a ocorrer no mundo, tendo como consequência a incidência tributária. Daí a famosa
terminologia hipótese de incidência.
Já no art. 113, § 1.º, o CTN afirma que "a obrigação principal surge com a ocorrência do
fato gerador", neste caso o Código se refere efetivamente a um fato da vida, verificado
no mundo concreto, sendo lícito denominar a situação de "fato gerador". Alguns
doutrinadores preferem as denominações "fato imponível", "fato jurídico tributário'' ou
"fato jurígeno tributário'', mas o que é relevante é utilizar a palavra fato apenas para
situações concretas, jamais para se referir a meras hipóteses.
11
De qualquer modo, para compreender a dinâmica utilizada pelo legislador, é necessário
que você compreenda a expressão “fato gerador” sob dois aspectos: de partida, um abstrato,
referente a uma previsão normativa de uma situação que, se ocorresse, ensejaria a incidência
Exemplo: o art. 32 do CTN (lei) define como fato gerador abstrato do IPTU “a propriedade,
o domínio útil ou a posse de bem imóvel por natureza ou por acessão física, como definido na
lei civil, localizado na zona urbana do Município”; se um determinado sujeito, na prática, adquire
um imóvel urbano, está configurado o fato gerador concreto desse imposto, o que implica a
criação de uma obrigação tributária principal de pagamento do tributo.
FATO GERADOR
Hipótese de
Em abstrato
incidência
O art. 114 do CTN prevê que o fato gerador da obrigação principal “é a situação definida
12
De seu turno, o art. 115 do CTN define como fato gerador da obrigação acessória
lo – das principais.
Assim, a definição legal da situação que constitui o fato gerador da obrigação principal
deve ser feita necessariamente por lei ou ato de igual hierarquia. Já a definição da situação que
constitui o fato gerador de obrigação acessória pode ser feita pela legislação tributária.
Situação de fato: a situação escolhida pelo legislador para a definição do fato gerador
do tributo possuía, antes do advento da norma tributária, relevância meramente
são próprios.
Exemplo: as importações não eram regidas por outros ramos do direito. Neste caso,
Situação jurídica/de direito: a situação definida como fato gerador se enquadra com
13
Exemplo: a propriedade já era regida pelo Código Civil, que estabelece, em seu art.
1.245, que a transmissão inter vivos se dá somente pelo devido registro imobiliário.
Logo, o fato gerador do Imposto sobre a Transmissão de Bens Imóveis segue essa
No Direito Tributário isso também acontece: para se definir o momento em que o fato
gerador se reputa aperfeiçoado, o CTN também classifica as condições em suspensivas e
doação – que depende do efetivo casamento de “B”). Inciso I do art. 117 do CTN4;
Neste caso, o negócio jurídico produz efeitos até o eventual divórcio de “B”, mas o
fato gerador do ITCMD já é considerado perfeito desde a doação do imóvel –
3
Imposto sobre a Transmissão Causa Mortis e Doação.
4
Vide questão 4
14
independentemente da condição resolutiva se concretizar ou não). Inciso II do art.
117 do CTN.
(1) Evasão fiscal: é uma conduta ilícita em que o sujeito passivo, geralmente após a
ocorrência do fato gerador, pratica atos que visam a evitar o conhecimento, pela
(2) Elisão fiscal: é a prática, pelo sujeito passivo, de ato ou celebração de negócio
legalmente previsto, com o intuito de obter isenção, não incidência ou incidência
menos onerosa de determinada obrigação tributária. Tende a ocorrer antes da
15
verificação do fato gerador. Resumidamente, trata-se de um planejamento tributário
lícito.
Exemplo: ao declarar renda para fins de IRPF, o contribuinte pode escolher entre o
deduções que lhe seriam cabíveis por uma dedução-padrão de 20%), ainda que o
segundo modelo implique redução no valor do imposto a ser recolhido;
(3) Elusão fiscal/elisão ineficaz: para adquirir isenção, não incidência ou incidência
menos onerosa de uma obrigação tributária, o sujeito se utiliza de uma forma
artificiosa e abusiva de ato ou negócio jurídico, conferindo-lhe uma falsa aparência
de licitude. Ocorre tanto antes quanto depois do fato gerador, e se trata de hipótese
de simulação de negócio jurídico.
Exemplo: “A” e “B” constituem sociedade de forma simulada, com o único objetivo de
se beneficiarem da imunidade contida no art. 156, §2º, inciso I, da CF/1988 e,
O parágrafo único do artigo 116 do Código Tributário Nacional consagra a norma geral
de antielisão fiscal, de acordo com a qual “a autoridade administrativa poderá desconsiderar
atos ou negócios jurídicos praticados com a finalidade de dissimular a ocorrência do fato
gerador do tributo ou a natureza dos elementos constitutivos da obrigação tributária,
Observe que a norma tem como objetivo evitar a elusão fiscal (elisão ineficaz), mas não
pode desconstituir determinado negócio jurídico, apenas desconsiderá-lo (o negócio não perde
a eficácia).
16
No exemplo de elusão acima citado, o Fisco não pode extinguir a sociedade criada entre
“A” e “B”, mas lhe é permitido considerar a imunidade como não caracterizada (em virtude da
simulação) e efetuar normalmente a cobrança do ITBI.
dispositivo faz expressa menção à necessidade complementação por lei, por ora inexistente, de
modo que a norma prevista no art. 116, parágrafo único, do CTN ainda não pode ser adotada
Seguindo, observe que artigo 118 do Código Tributário Nacional preconiza que a definição
legal do fato gerador é interpretada abstraindo-se a validade jurídica dos atos efetivamente
praticados pelos contribuintes, responsáveis, ou terceiros, bem como a natureza de seu objeto,
capacidade civil das pessoas naturais (a priori, um sujeito absolutamente incapaz no âmbito do
Direito Civil pode figurar como contribuinte, bastando a ocorrência dos fatos geradores
normativamente prescritos).
17
Aliás, repare que a origem do fato gerador também é irrelevante, podendo derivar até
mesmo de atividades ilícitas; trata-se do princípio da pecunia non olet, sustentado pelo
Supremo Tribunal Federal:
Para fins de fixação da regra matriz de incidência da obrigação tributária, o fato gerador
pode ser analisado por meio de cinco critérios, assim elencados (PAVANI, 2011):
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Critério pessoal
Critério quantitativo
CRITÉRIOS PARA
ANÁLISE DO FATO Critério material
GERADOR
Critério temporal
Critério espacial
O fato gerador da obrigação tributária não pode ser considerado como um negócio jurídico,
pois a vontade do agente é irrelevante para fins tributários.
Por essa razão, diz-se que o fato gerador detém caráter avolitivo.
19
Segundo Paulo de Barros Carvalho, o antecedente da regra matriz de incidência tributária é
composta por três critérios: material (que é composta por um verbo e complemento, como
auferir renda por exemplo); espacial (onde o ato foi praticado); e temporal (quando o ato foi
praticado)5.
Dispõe o art. 119 do CTN que o sujeito ativo da obrigação “é a pessoa jurídica de direito
Pode ser classificado em direto (ente tributante com competência tributária – União,
Estados, Municípios ou Distrito Federal) e indireto (outra pessoa jurídica de direito público a
quem tenha sido delegada a capacidade ativa. O sujeito ativo indireto jamais possui
competência tributária).
Pessoas jurídicas de direito privado não podem ser sujeitos ativos da obrigação tributária,
5
Vide questão 1
20
Tem competência e capacidade
Direto
tributária ativa
Sujeito
ativo
Tem apenas capacidade tributária ativa
Indireto
(por delegação)
O art. 120 do CTN prevê uma hipótese de modificação superveniente de sujeito ativo:
“salvo disposição de lei em contrário, a pessoa jurídica de direito público, que se constituir pelo
desmembramento territorial de outra, subroga-se nos direitos desta, cuja legislação tributária
Segundo o art. 121 do CTN, “sujeito passivo da obrigação principal é a pessoa obrigada
ao pagamento de tributo ou penalidade pecuniária”.
não possui a condição de contribuinte, mas sua obrigação decorre de disposição expressa
de lei – parágrafo único, inciso II, do art. 121 do CTN) 6.
Existe uma classificação econômica do contribuinte em “de direito” e “de fato”, sendo
que contribuinte de direito é o que possui a obrigação legal de efetuar o pagamento do
6
Vide questão 3
21
tributo, e contribuinte de fato é o que não integra a relação jurídica (não tem a obrigação
legal de pagar o tributo), mas arca com o ônus fiscal (POSSAS, 2018).
Observe o seguinte exemplo: no caso dos tributos indiretos, definidos como aqueles em
que o ônus do tributo é repassado ao adquirente da mercadoria, produto, serviço etc., como
o ICMS, o sujeito que compra a mercadoria (consumidor) arca com o ônus referente ao aludido
imposto – através da inclusão do tributo no valor total da compra –, e por isso é chamado de
contribuinte (de fato), mas a obrigação de recolher o ICMS na operação permanece atrelada
De outra banda, quanto à obrigação acessória, o art. 122 do CTN estabelece como
sujeito passivo “a pessoa obrigada às prestações que constituam o seu objeto”.
Obrigação
Pessoa obrigada às prestações positivas ou negativas
acessória
22
Consoante o art. 123 do CTN, as convenções particulares, salvo disposição de lei em
contrário, não podem modificar a definição legal de sujeito passivo da obrigação tributária
devida à Fazenda Pública.
Nesse sentir, não pode o locador de um imóvel, por exemplo, transferir a titularidade da
obrigação de pagar IPTU ao locatário (pois a obrigação está vinculada ao proprietário do imóvel.
Vale ressaltar, porém, que é permitido transferir ao locatário a obrigação de pagar as contas
de consumo diretamente com os órgãos fiscalizadores, uma vez que estas não são tributos).
Atine que a existência de uma cláusula contratual privada modificando sujeito passivo
de obrigação (principal ou acessória) tributária, ainda que plenamente válida entre as
partes, não produz efeitos perante o Fisco.
Segundo o STJ, o magistrado não pode ampliar o conceito legal de sujeito passivo da
obrigação tributária para abranger todo um grupo econômico de empresas e não apenas a
4.1.3 Espécies
A. Contribuinte: aquele que tem uma relação pessoal e direta com o fato gerador.
B. Responsável: é a terceira pessoa escolhida por lei para pagar o tributo, sem ter
realizado o fato gerador. Naturalmente, há um nexo mínimo que liga esse terceiro
ao FG, tornando-o devedor do tributo 7.
Abaixo seguem alguns exemplos, apenas para rápida visualização e fácil compreesão:
Art. 130. Os créditos tributários relativos a impostos cujo fato gerador seja
a propriedade, o domínio útil ou a posse de bens imóveis, e bem assim os
7
Vide questão 7
23
relativos a taxas pela prestação de serviços referentes a tais bens, ou a
contribuições de melhoria, sub-rogam-se na pessoa dos respectivos
adquirentes, salvo quando conste do título a prova de sua quitação.
Parágrafo único. No caso de arrematação em hasta pública, a sub-rogação
ocorre sobre o respectivo preço.
O STJ tem entendimento em sede de recurso repetitivo (Tema 382), no sentido que "A
responsabilidade tributária do sucessor abrange, além dos tributos devidos pelo sucedido, as
multas moratórias ou punitivas, que, por representarem dívida de valor, acompanham o passivo
24
do patrimônio adquirido pelo sucessor, desde que seu fato gerador tenha ocorrido até a data
da sucessão".8.
Preceitua o Código Civil, em seu artigo 264, que há solidariedade quando na mesma
obrigação concorre mais de um credor ou devedor, cada um com direito, ou obrigado, à dívida
toda.
Quanto à solidariedade passiva, são solidariamente obrigadas, nos termos do artigo 124
do Código Tributário Nacional:
(1) As pessoas com interesse comum na situação que constitua o fato gerador da
obrigação principal (solidariedade de fato.
8
Vide questão 2
25
Direito Civil, a exemplo dos fiadores, que podem exigir que a execução se inicie com o locatário,
No que tange aos efeitos da solidariedade, dispõe o art. 125 do CTN da seguinte forma:
obrigação);
26
A delegação de capacidade tributária ativa pode ser revogada a qualquer tempo, por ato
Preste atenção! Este tema costuma ser cobrado em concursos públicos. O art. 126 do CTN
aduz que a capacidade tributária passiva independe:
Pela leitura desse artigo, nota-se que as regras do Direito Civil sobre capacidade não se
aplicam no Direito Tributário. Por conseguinte, não há qualquer óbice à caracterização do menor
(inciso I), do sujeito em exercício irregular da profissão (inciso II) e do comerciante clandestino
(inciso III), por exemplo, como sujeitos passivos de obrigações tributárias (SABBAG, 2017).
Leandro Paulsen (2017) ensina que domicílio tributário “é o local em que o contribuinte
receberá notificações e intimações com efeito legal. É extremamente relevante, pois o art. 23,
inciso II, do Decreto n. 70.235/72, por exemplo, considera realizada a intimação ‘por via postal,
9
Vide questão 10
27
telegráfica ou por qualquer outro meio ou via, com prova de recebimento no domicílio tributário
eleito for recusado pela autoridade administrativa, aplicam-se as regras dos incisos I, II e III do
artigo 127 do Código Tributário Nacional 10, quais sejam:
Quanto às pessoas naturais, será domicílio tributário sua residência habitual ou,
sendo esta incerta ou desconhecida, o centro habitual de sua atividade;
Não sendo possível a aplicação das regras acima discriminadas ou na hipótese de recusa
administrativa do local eleito, considera-se como domicílio tributário do sujeito passivo o lugar
da situação dos bens ou da ocorrência dos atos ou fatos que deram origem à obrigação
10
Vide questão 11
28
O STJ entende que o Código adotou o princípio da autonomia dos estabelecimentos, haja
vista ser possível a um estabelecimento da mesma pessoa jurídica, com CNPJ próprio, a
obtenção de certidão negativa de débito, mesmo que a matriz ou outros estabelecimentos da
29
QUADRO SINÓPTICO
OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA
30
o Negócio com condição resolutiva: desde o
momento da prática do ato ou da celebração do
negócio.
31
o Salvo disposição de lei em contrário, o
pagamento realizado por um dos obrigados
aproveita aos demais;
o A isenção ou remissão de crédito exonera
todos os obrigados, salvo se o benefício for
específico a um dos devedores;
o A interrupção da prescrição em relação a um
dos obrigados se estende aos demais.
Capacidade ativa: ente federado ou outra pessoa
jurídica de direito público, por delegação revogável
a qualquer tempo.
33
QUESTÕES COMENTADAS
Questão 1
tributária pode ser dividida nos seus aspectos antecedentes — que definem a hipótese de
incidência — e na obrigação decorrente — que são os aspectos ligados às consequências da
norma.
Comentário:
34
Por fim, incorreta a letra D. Segundo a doutrina apontada, o critério pessoal compõe o
consequente da regra matriz de incidência tributária. Além disso, o referido autor não usa
a expressão critério "qualitativo".
Questão 2
(CESPE - 2019 - TJ-PR - Juiz Substituto) A empresa X adquiriu todo o fundo de comércio da
empresa Y e passou a explorar o negócio sob outra razão social. Após a venda do fundo, Y
encerrou regularmente suas atividades, sem que tenha havido falência ou recuperação judicial.
De acordo com a jurisprudência majoritária do STJ, em relação a tributos e multas devidos pela
B) pelos tributos devidos e pelas multas moratórias, mas não pelas multas punitivas.
Comentário:
O STJ tem entendimento em sede de recurso repetitivo (Tema 382), no sentido que:
"A responsabilidade tributária do sucessor abrange, além dos tributos devidos pelo
sucedido, as multas moratórias ou punitivas, que, por representarem dívida de valor,
acompanham o passivo do patrimônio adquirido pelo sucessor, desde que seu fato
gerador tenha ocorrido até a data da sucessão".
35
Questão 3
(CESPE - 2019 - TJ-PR - Juiz Substituto) De acordo com o Código Tributário Nacional, o sujeito
ativo da obrigação tributária principal é a pessoa
D) física ou jurídica que tenha relação pessoal e direta com a situação que constitui o respectivo
fato gerador.
Comentário:
A assertiva A está correta. O art. 119 do CTN preconiza que sujeito ativo da obrigação é
a pessoa jurídica de direito público titular da competência para exigir o seu cumprimento.
Trata‑se de uma pessoa jurídica de direito público, isto é, o próprio ente federativo (União,
Estados, Municípios e Distrito Federal), uma autarquia ou uma fundação pública.
Preste atenção! Ser sujeito ativo da tributação não é ser destinatário do produto da
arrecadação. Pessoas jurídicas de direito privado, que exerçam função pública sem fins
36
Segundo o CTN, o sujeito passivo da obrigação principal é a pessoa obrigada ao
A letra C está incorreta. A definição da alternativa se refere ao sujeito passivo, nos termos
do art. 121, CTN.
Questão 4
(CESPE - 2019 - TJ-PR - Juiz Substituto) Duas pessoas celebraram entre si um contrato de
prestação de serviço sujeito a uma condição suspensiva. A natureza dessa prestação sujeita uma
das partes ao pagamento de uma taxa, para a qual não há regramento específico na hipótese
de negócio jurídico condicional.
Comentário:
Letra A incorreta. Por se tratar de um negócio com condição suspensiva, é preciso seu
implemento para que ocorra o fato gerador.
37
O que prevê a assertiva B está errado. A celebração do negócio jurídico não coincide com
jurídicos com condição resolutória, nos termos do art. 117, II, CTN.
Letra D correta, o gabarito da questão. Nos termos do art. 117, I, CTN, os negócios
jurídicos condicionais mediante condição suspensiva são considerados perfeitos e
Vejamos:
Art. 116. Salvo disposição de lei em contrário, considera-se ocorrido o fato gerador e
existentes os seus efeitos:
Art. 117. Para os efeitos do inciso II do artigo anterior e salvo disposição de lei em
contrário, os atos ou negócios jurídicos condicionais reputam-se perfeitos e acabados:
Negócio jurídico condicional é o negócio jurídico sujeito a uma condição, podendo ela
ser suspensiva ou resolutiva.
38
Sendo resolutória a condição, desde o momento da prática do ato ou da celebração do
negócio.
Questão 5
(CESPE - 2019 - MPE-PI - Promotor de Justiça Substituto) Determinada lei atribuiu a uma
empresa não contribuinte do imposto de circulação de mercadorias e serviços (ICMS) a condição
de responsável pelo pagamento do referido tributo em relação a um fato gerador ainda não
ocorrido.
referida norma é
A) inconstitucional, uma vez que a Constituição Federal de 1988 veda a possibilidade de lei
B) inconstitucional, visto que a Constituição Federal de 1988 impede que lei imponha o
pagamento.
Comentário:
Letra A incorreta. Não é inconstitucional, e há previsão expressa nesse sentido no art. 150,
§7º, da Constituição Federal.
39
Incorreto o disposto na assertiva B. Não há essa vedação no texto da Lei Maior. Tanto o
A alternativa D está incorreta. O art. 150, §7º, não veda a efetivo recolhimento em função
quantia paga.
Perceba que a empresa não precisa ser contribuinte, já que Carta Magna usa o termo
Questão 6
(CESPE - 2019 - MPE-PI - Promotor de Justiça Substituto) De acordo com o Código Tributário
A) somente a obrigação principal decorre da legislação tributária, uma vez que a obrigação
acessória é determinada por normas de direito civil ou empresarial.
C) a obrigação principal somente pode ter como objeto o pagamento de tributo; a obrigação
acessória, por sua vez, deve ter por objeto o pagamento de uma penalidade pecuniária.
40
D) somente a obrigação principal decorre de um fato gerador; a obrigação acessória é imposta
a terceiro que, sem possuir a condição de contribuinte, tem uma obrigação decorrente de
disposição expressa de lei.
E) a obrigação principal é devida pelo contribuinte, ao passo que a obrigação acessória é imposta
Comentário:
Letra A incorreta, posto que o art. 113, §2º, CTN é expresso no sentido que a obrigação
113, §1º (para a obrigação tributária principal), e no §2º, CTN (para a obrigação tributária
acessória).
A assertiva C está errada. A obrigação principal tem por objeto pagamento, que pode ser
tributo ou penalidade. Já a obrigação acessória se trata de obrigação de fazer.
Letra D incorreta posto que a obrigação acessória não é imposta apenas a terceiros.
Por fim, errada a assertiva E. A obrigação principal pode ser devida tanto pelo contribuinte,
como pelo responsável tributário.
§ 1º A obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto o
pagamento de tributo ou penalidade pecuniária e extingue-se juntamente com o crédito
dela decorrente.
41
Questão 7
(CESPE - 2019 - TJ-BA - Juiz de Direito Substituto) Por expressa previsão legal do CTN,
entende-se como responsável tributário a pessoa que
A) figure como sujeito ativo de uma obrigação tributária acessória em razão da solidariedade,
B) figure como sujeito ativo de uma obrigação tributária sem que tenha a obrigação de efetuar
C) tenha relação pessoal direta com a situação que constitua o respectivo fato gerador e seja
D) esteja obrigada ao pagamento de tributo ou penalidade pecuniária sem ter relação pessoal
Comentário:
A assertiva A está errada. Cuidado para não confundir a solidariedade tributária com
acessórias.
crédito tributário.
Letra C incorreta, posto que é o contribuinte que tem relação pessoal e direta com o fato
gerador.
42
O gabarito da questão é a assertiva D. Dispõe o art. 121, parágrafo único, II, do CTN, o
responsável é aquele que, sem revestir condição de contribuinte, sua obrigação decorra
de disposição expressa de lei.
Por sua vez, o contribuinte é aquele que tem relação pessoa e direta com a situação que
constitua o fato gerador.
Questão 8
(CESPE - 2018 - TJ-CE - Juiz Substituto) No direito tributário, obrigação tributária principal e
obrigação tributária acessória são de naturezas distintas. Nesse sentido, assinale a opção correta.
para terceiros.
patrimonial.
Comentário:
43
O Código Tributário Nacional prevê:
§ 1º A obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto o
tributos.
Questão 9
A) A obrigação principal e sua obrigação acessória devem decorrer de um mesmo fato gerador.
Comentário:
44
Parágrafo único. O sujeito passivo da obrigação principal diz-se:
I - contribuinte, quando tenha relação pessoal e direta com a situação que constitua o
respectivo fato gerador;
Art. 122. Sujeito passivo da obrigação acessória é a pessoa obrigada às prestações que
constituam o seu objeto.
§ 1º A obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto o
pagamento de tributo ou penalidade pecuniária e extingue-se juntamente com o crédito
dela decorrente.
Art. 114. Fato gerador da obrigação principal é a situação definida em lei como necessária
e suficiente à sua ocorrência.
Art. 115. Fato gerador da obrigação acessória é qualquer situação que, na forma da
legislação aplicável, impõe a prática ou a abstenção de ato que não configure obrigação
principal.
Letra C incorreta. Ambas, acessória e principal, podem ser transferidas. Harada ensina que
“Nessas hipóteses, ocorre a responsabilidade por substituição e não apenas
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como, por exemplo, obrigação de emitir nota fiscal”. Diferentemente da obrigação
Incorreta, por fim, a assertiva E. A obrigação principal tem por objeto o pagamento de
tributos, multa e juros, pois engloba as obrigações de pagar. Enquanto a obrigação acessória
envolve um fazer ou não fazer, nos termos do já transcrito Art. 113 do CTN.
Questão 10
(CESPE - 2016 - TJ-DFT - Juiz) A respeito das normas do Código Tributário Nacional (CTN),
assinale a opção correta.
E) A contribuição de melhoria apresenta, como limite total, a despesa realizada e, como limite
individual, o dobro do acréscimo de valor que resultar da obra pública para cada imóvel
beneficiado.
Comentário:
Letra A incorreta. Dispõe o CTN: Art. 156. Extinguem o crédito tributário: (...) VI - a
Incorreta a letra B, com base no previsto no art. 150,§ 1º e Art. 153 da Constituição
Federal.
46
Art. 152. É vedado aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios estabelecer diferença
tributária entre bens e serviços, de qualquer natureza, em razão de sua procedência ou
destino.
III - de estar a pessoa jurídica regularmente constituída, bastando que configure uma
unidade econômica ou profissional.
Letra E incorreta. Segundo o CTN, em seu Art. 81, a contribuição de melhoria cobrada
pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas
respectivas atribuições, é instituída para fazer face ao custo de obras públicas de que
decorra valorização imobiliária, tendo como limite total a despesa realizada e como limite
individual o acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado.
Questão 11
comercial, foi lacrado, tendo sido lavrado auto de infração em nome de João, que, responsável
pelo depósito e com residência fixa em outro estado, aparecia no depósito uma vez por semana.
A) Por ser clandestino, o depósito não possui capacidade tributária passiva, o que se estende a
João.
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tributários devem ser considerados individualmente, ou seja, cada estabelecimento será
contribuinte
E) O domicílio tributário do sujeito passivo é o da residência fixa de João, ou seja, fora do local
da entidade tributante.
Comentário:
Assertiva A incorreta. Pouco importa a atividade exercida por João, com fulcro no que
prevê o princípio da capacidade tributária, o princípio do non olet.
A letra B é o gabarito da questão. Tal princípio está descrito da lei. Atenção! Não confunda
o enunciado da Súmula do STF que trata especificamente do deslocamento de
mercadoria, o que claramente não é o que pede a questão.
Art. 149. O lançamento é efetuado e revisto de ofício pela autoridade administrativa nos
seguintes casos:
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I - contribuinte, quando tenha relação pessoal e direta com a situação que constitua o
respectivo fato gerador;
Questão 12
(CESPE - 2013 - DPE-DF - Defensor Público) Julgue os próximos itens, relativos ao crédito
tributário.
( ) CERTO
( ) ERRADO
Comentário:
A afirmativa está incorreta. Dispõe o art. 142 do CTN que o crédito tributário é constituído
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GABARITO
Questão 1 - A
Questão 2 - C
Questão 3 - A
Questão 4 - D
Questão 5 - E
Questão 6 - B
Questão 7 - D
Questão 8 - D
Questão 9 - D
Questão 10 - C
Questão 11 - B
Questão 12 - Errado
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QUESTÃO DESAFIO
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GABARITO QUESTÃO DESAFIO
O art. 128 do CTN afirma que a lei pode atribuir de modo expresso a responsabilidade pelo
Necessário vínculo
122).
Há, basicamente, dois tipos de sujeito passivo da obrigação tributária principal: contribuintes e
responsáveis.
relação pessoal e direta com o fato gerador. Com a resposta se obtém o contribuinte.
Porém, o autor Ricardo Alexandre faz uma ressalva (ALEXANDRE, Ricardo. Direito Tributário. 12.
ed. Salvador: Juspodivm, 2018. p. 360-360):
“Apesar de o sujeito legalmente definido como responsável não possuir relação pessoal e direta
com o fato gerador, não pode ser um estranho ao fato, devendo necessariamente possuir um
vínculo com a situação tipificada na lei como fato gerador do tributo. A conclusão decorre não
só de uma concepção lógica, mas de disposição expressa constante no art. 128 do CTN.”.
O art. 128 do CTN afirma expressamente quando se refere ao terceiro responsável: “vinculada
ao fato gerador da respectiva obrigação”, eliminando qualquer dúvida sobre o assunto.
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O autor Ricardo Alexandre exemplifica para uma melhor compreensão (ALEXANDRE, Ricardo.
“Tome-se como exemplo os impostos. Todos os impostos têm por fato gerador alguma
manifestação de riqueza (patrimônio, renda, consumo). Possui relação pessoal e direta com
o fato gerador quem faz com que este aconteça, quem - no caso dos impostos – manifesta
a riqueza definida em lei como fato gerador do tributo. [...] Quando a pessoa obrigada
por lei ao pagamento do tributo é diferente daquela que manifestou riqueza, apesar de
estar vinculada ao evento definido em lei como fato gerador, tal pessoa é sujeito passivo
na modalidade responsável, visto que não possui relação pessoal e direta com o fato
gerador da obrigação.”.
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LEGISLAÇÃO COMPILADA
OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA
Os artigos citados acima detalham a interpretação e integração da legislação tributária e têm relevante recorrência
em certames para carreira jurídica. Atente que o Examinador costuma cobrar este tema com especial foco ao que
dispõe a letra fria da lei.
FATO GERADOR
O tema objeto deste tópico é comumente cobrado em certames públicos com foco na letra da lei, de modo que
você não pode dispensar sua leitura. A presença de questões acerca do fato gerador é certeira em concursos. Este
tema merece especial atenção por perpassar diversos temas do Direito Tributário
RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA
Na hipótese de sucessão empresarial, a responsabilidade da sucessora abrange não apenas os tributos devidos
pela sucedida, mas também as multas moratórias ou punitivas referentes a fatos geradores ocorridos até a data da
sucessão.
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SOLIDARIEDADE TRIBUTÁRIA
Os dispositivos elencados são frequentemente cobrados em concursos públicos. Sua redação concisa é fundamental
ao entendimento do assunto. O primeiro dispositivo aponta as pessoas obrigadas solidariamente e o segundo trata
dos efeitos da solidariedade.
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JURISPRUDÊNCIA
FATO GERADOR
Comentário:
Em tese, a norma geral de antielisão fiscal poderia coibir, também, determinadas práticas de
elisão propriamente dita. No entanto, a parte final do aludido dispositivo faz expressa menção
à necessidade complementação por lei, por ora inexistente, de modo que a norma prevista no
art. 116, parágrafo único, do CTN ainda não pode ser adotada em termos práticos para
situações de planejamento financeiro (a norma é aplicável no caso de simulação em
patrimônio público).
A jurisprudência da Corte, à luz do art. 118 do Código Tributário Nacional, assentou entendimento
de ser possível a tributação de renda obtida em razão de atividade ilícita, visto que a definição
legal do fato gerador é interpretada com abstração da validade jurídica do ato efetivamente
praticado, bem como da natureza do seu objeto ou dos seus efeitos. Princípio do non olet. Vide
o HC nº 77.530/RS, Primeira Turma, Relator o Ministro Sepúlveda Pertence, DJ de 18/9/98. 3.
Ordem parcialmente conhecida e denegada (STF, HC 94.240/SP, Rel. Min. Dias Toffoli, Primeira
Turma, julgado em 23/08/2011, DJe 11/10/2011).
Comentário:
56
Para o Direito Tributário, a capacidade tributária independe, por exemplo, da capacidade civil
das pessoas naturais (a priori, um sujeito absolutamente incapaz no âmbito do Direito Civil pode
prescritos).
Aliás, repare que a origem do fato gerador também é irrelevante, podendo derivar até
mesmo de atividades ilícitas; trata-se do princípio da pecunia non olet, sustentado pelo
SOLIDARIEDADE
Comentário:
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TRIBUTÁRIO. CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. CESSÃO DE MÃO-DE-OBRA.
RESPONSABILIDADE DO TOMADOR (CONTRATANTE). ART. 31 DA LEI 8.212/91. 1. O art. 31 da Lei
8.212/91 estabeleceu solidariedade entre o contratante dos serviços executados mediante cessão
de mão-de-obra e o executor. 2. Trata-se de hipótese de solidariedade tributária, prevista no art.
124 do CTN, cujo parágrafo primeiro dispõe que “a solidariedade referida neste artigo não
comporta benefício de ordem”. 3. Para incidir na possibilidade de elisão estabelecida no §3º, do
art. 31, o contratante deveria ter exigido do executor a apresentação dos comprovantes relativos
às obrigações previdenciárias, previamente ao pagamento da nota fiscal ou fatura – do que, no
caso concreto, não se cogita. 4. Recurso especial provido. (REsp 410.104/PR, 1ª T., rel. Min. Teori
Albino Zavascki, j. 06/05/2004)
Comentário:
O parágrafo único do art. 124 indica que “a solidariedade referida neste artigo não comporta
benefício de ordem”. Logo, para os casos em que houver responsabilidade solidária, o Fisco,
levando em consideração a sua própria conveniência poderá exigir o tributo em seu valor
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MAPA MENTAL
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALEXANDRE, Ricardo. Direito tributário. 11ª ed. rev., atual. e ampl. Salvador: Juspodivm, 2017.
GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito civil brasileiro, volume 2: teoria geral das obrigações. 14 ed. São Paulo:
Saraiva, 2017.
PAULSEN, Leandro. Curso de direito tributário completo. 8ª ed. rev., atual. e ampl. São Paulo: Saraiva, 2017.
PAVANI, Vanessa Roda. A regra matriz de incidência tributária . Âmbito jurídico, 2011. Disponível em:
<https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-tributario/a-regra-matriz-de-incidencia-tributaria>. Acesso em 29
fev. 2020.
POSSAS, Fernando Lima. Sujeitos ativo e passivo da obrigação tributária. Jusbrasil, 2018. Disponível em:
<https://fpossas.jusbrasil.com.br/artigos/519675093/sujeitos-ativo-e-passivo-da-obrigacao-tributaria>. Acesso em
29 fev. 2020.
SABBAG, Eduardo. Manual de direito tributário. 9ª ed. rev., atual. e ampl. São Paulo: Saraiva, 2017.
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