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DIREITO E
CONTABILIDADE
TRIBUTÁRIA

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Direito e Contabilidade Tributária
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Campelo, Aldeir, 2021.


Direito e Contabilidade Tributária - Jupiter Press - São Paulo/SP
43 páginas;

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Direito e Contabilidade Tributária
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SUMÁRIO
1. FUNDAMENTOS DO DIREITO, DO DIREITO TRIBUTÁRIO E CONTABILIDADE TRIBUTÁRIA
3
2. ECONOMIA E TRIBUTAÇÃO, CONTABILIDADE EMPRESARIAL E SOCIETÁRIA 6
3. GESTÃO TRIBUTÁRIA...............................................................................................................................15

s
4 CONTABILIDADE TRIBUTÁRIA............................................................................................................18
5. PIS E COFINS.................................................................................................................................................23
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................................................................41

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1. FUNDAMENTOS DO DIREITO, DO DIREITO


TRIBUTÁRIO E CONTABILIDADE TRIBUTÁRIA
Direito e Contabilidade são ciências que caminham juntas e complementam-
se, desde longa data, acompanhado a natural evolução das diversas sociedades.
Direito é a ciência das normas obrigatórias que disciplinam as relações
dos homens em sociedade, existindo para isso as diversas jurisprudências. É o
conjunto das normas jurídicas vigentes num país.
Entre essas, destacam-se as normas gerais de direito tributário aplicáveis a
União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, constituindo o Sistema
Tributário Nacional (STN), que disciplina a arrecadação e distribuição de rendas.
A Contabilidade, por sua vez, é a ciência que estuda e pratica as funções de
orientação, controle e registro dos atos e fatos de uma administração econômica,
servindo como ferramenta para o gerenciamento da evolução do patrimônio
de uma entidade e, principalmente, para a prestação de contas entre os sócios
e demais usuários, entre os quais, se destacam as autoridades responsáveis pela
arrecadação dos tributos de uma nação ou região.
Não compete ao contador o cálculo dos impostos incidentes sobre as
operações e lucros da empresa, apenas seu registro. Entretanto, na maioria das
empresas, principalmente nas de pequeno e médio porte, o contador é responsável
pelo cálculo do imposto, ferindo um princípio básico de controle que determina
que execução e controle devem ser executados por pessoas diferentes. Portanto,
se o contador calcula e registra os impostos devidos pela a empresa, esse princípio
básico está sendo infringido, expondo a empresa aos consequentes riscos.
Nas grandes empresas, normalmente há um departamento especializado em
tributos que é responsável pela gestão tributária que envolve cálculos e registros
de livros fiscais, tais como Registro de Entradas e Saídas de Mercadorias, Registro
de Apuração de ICMS e IPI, LALUR (Livro de Apuração do Lucro Real) e outros.
Nas pequenas e médias empresas, casos essa função seja exercida pelo contador,
é importante que haja a conscientização do fato e que, na medida do possível,
seja executado com a devida independência e zelo profissional.
No exercício de suas funções, claro está que o contador deve obedecer, além
das normas e dos princípios fundamentais da Contabilidade, também à legislação
tributária concernente ao registro contábil e divulgação dos tributos que incidem
nas diversas fases de atividade da empresa e, principalmente, sobre a obtenção
de renda e lucro em determinado período.
Justifica-se, portanto, a imperiosa necessidade de os contadores conhecerem
determinados aspectos da legislação tributária, devido à grande influência nas
rotinas das organizações.

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Legislação tributária
Conceito dado pelo Código Tributário Nacional (CTN) à legislação tributária,
conforme o art. 96 da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966:
“Art. 96. A expressão “legislação tributária” compreende as leis, os tratados
e as convenções internacionais, os decretos e as normas complementares que
versem, no todo ou em parte, sobre tributos e relações jurídicas a eles pertinentes.”
A Constituição Federal de 1988, trouxe profundas alterações no Sistema
Tributário Nacional (STN), não só em relação à quantidade e ao campo de incidência,
dos tributos, mas também quanto à própria distribuição dos valores arrecadados
entre União, Estado e Município, o que atualmente vem comprometendo uma
razoável reforma tributária, principalmente em razão de não haver consenso entre
os governantes de como devem ser repartidos os valores arrecadados.

Leis, tratados, convenções internacionais e decretos

De acordo com o art. 97 do Código Tributário Nacional, “Somente a lei pode


estabelecer:

• I - a instituição de tributos, ou a sua extinção;


• II - a majoração de tributos, ou sua redução, ressalvado o disposto nos artigos 21, 26,
39, 57 e 65;
• III- a definição do fato gerador da obrigação tributária principal, ressalvado o dispos-
to no inciso I do § 3º do artigo 52, e do seu sujeito passivo;
• IV - a fixação de alíquota do tributo e da sua base de cálculo, ressalvado o disposto
nos artigos 21, 26, 39, 57 e 65;
• V - a cominação de penalidades para as ações ou omissões contrárias a seus disposi-
tivos, ou para outras infrações nela definidas;
• VI - as hipóteses de exclusão, suspensão e extinção de créditos tributários, ou de
dispensa ou redução de penalidades.
• § 1º Equipara-se à majoração do tributo a modificação da sua base de cálculo, que
importe em torná-lo mais oneroso.
• § 2º Não constitui majoração de tributo, para os fins do disposto no inciso II deste
artigo, a atualização do valor monetário da respectiva base de cálculo.
• Art. 98. Os tratados e as convenções internacionais revogam ou modificam a legisla-
ção tributária interna, e serão observados pela que lhes sobrevenha.
• Art. 99. O conteúdo e o alcance dos decretos restringem-se aos das leis em função
das quais sejam expedidos, determinados com observância das regras de interpre-
tação estabelecidas nesta Lei.
Seção III - Normas Complementares
Art. 100. São normas complementares das leis, dos tratados e das convenções
internacionais e dos decretos:

• os atos normativos expedidos pelas autoridades administrativas;- as decisões dos


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órgãos singulares ou coletivos de jurisdição administrativa, a que a lei atribua eficá-


cia normativa;
• as práticas reiteradamente observadas pelas autoridades administrativas;
• os convênios que entre si celebrem a União, os Estados, o Distrito Federal e os Mu-
nicípios.

Parágrafo único. A observância das normas referidas neste artigo exclui a


imposição de penalidades, a cobrança de juros de mora e a atualização do valor
monetário da base de cálculo do tributo.

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2. ECONOMIA E TRIBUTAÇÃO, CONTABILIDADE


EMPRESARIAL E SOCIETÁRIA
Tributos – conceito e espécies

O Código Tributário Nacional (CTN) conceitua tributo como toda prestação


pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não
constitua sanção por ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade
administrativa plenamente vinculada.
Para melhor entendimento sobre a definição de tributo, é possível decompor
sua definição nas seguintes características:

• Prestação pecuniária: significa que o tributo deve ser pago em unidades de moeda
corrente, inexistindo o pagamento in natura ou in labore, ou seja, o que é pago em
bens ou em trabalho ou prestação de serviço;
• Compulsória: obrigação independente da vontade do contribuinte;

• Em moeda ou cujo valor se possa exprimir: os tributos são expressos em moeda cor-
rente nacional (real) ou por meio de indexadores;
• Que não constitua sanção de ato ilícito: as penalidades pecuniárias ou multas não se
incluem no conceito de tributo; assim, o pagamento de tributo não decorre de infra-
ção de determinada norma ou descumprimento da lei;
• Instituída em lei: só existe a obrigação de pagar o tributo se uma norma jurídica com
força de lei estabelecer essa obrigação;
• Cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada: a autoridade não
possui liberdade para escolher a melhor oportunidade de cobrar o tributo; a lei já
estabelece todos os passos a serem seguidos.
A natureza jurídica especifica do tributo é determinada pelo fato gerador da
respectiva obrigação, sendo irrelevante para quantificá-la:

• A denominação e demais característica formais adotadas pela lei;


• A destinação legal do produto da sua arrecadação.

Espécies de tributos

No que se refere às espécies de tributos, o Sistema Tributário Nacional (STN)


está estruturado de forma a permitir ao Estado a cobrança de:

• Impostos: decorrem de situação geradora independentemente de qualquer contra-


prestação do estado em favor do contribuinte;
• Taxas: que estão vinculadas à utilização efetiva ou potencial por parte do contribuin-
te, de serviços públicos específicos e divisíveis;
• Contribuições de melhoria: que são cobrados quando do benefício traduzido aos
contribuintes por obras públicas.

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As taxas e contribuições de melhoria têm pouco significado, tanto no que se


refere ao montante arrecadado, como ao impacto causado no contribuinte. Já os
impostos representam, de fato, o instrumento do qual o Estado dispões tanto para
angariar recursos para gerir a Administração Pública e permitir investimentos em
obras públicas, como para direcionar o comportamento da economia.
Com a edição da Constituição Federal de 1988, surgiram para financiamento
das atividades sociais as contribuições sociais, que, embora tenham sido tratadas
no capítulo dos tributos, assumem as características destes para fazer face aos
investimentos do governo nesse setor. As contribuições sociais instituídas têm
como base os lucros das sociedades, a folha de pagamento dos empregados e
o faturamento das empresas. Atualmente, são subdivididas em contribuições
ao INSS, Contribuição Sindical, Contribuição ao PIS/Pasep, Contribuição Social
sobre o Lucro Líquido e Contribuição para o Fundo de Investimento Social
(COFINS).
Tributos federais, estaduais e municipais

A Constituição em vigor assim distribui, entre os diversos níveis de governo,


a competência de estabelecer os tributos:
Compete à União instituir imposto sobre:
• Importação de produtos estrangeiros;
• Exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados;
• Rendas e proventos de qualquer natureza;
• Produtos industrializados;
• Operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários;
• Propriedade territorial rural;
• Grandes fortunas.
Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir imposto sobre;

• Transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou direitos;


• Operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de
transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações
e as prestações se iniciem no exterior;
• Propriedade de veículos automotores;
Compete aos Municípios instituir imposto sobre:

• Propriedade predial e territorial urbana;



• Transmissão inter vivos, por ato oneroso, de bens imóveis e de direitos reais sobre
imóveis, ressalvadas as exceções legais;
• Serviços de qualquer natureza.
Essa amplitude e o detalhamento dado pelo texto constitucional promoveram

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um crescimento desordenado dos tributos cobrados nos últimos anos, o que tem
provocado constantes recordes de arrecadação, chegando ao patamar no ano
2009 de 40% do Produto Interno Bruto (PIB), com isso, de um lado aumentando
a indústria da arrecadação e fiscalização e, consequentemente, de outro, os
custos necessários a sua apuração e recolhimento, sem contar as possibilidades
de ocorrência de sonegação.
Assim, vemos hoje uma situação em que o governo e os empresários estão
onerados pelo excesso de tributos em vigor.
Essa situação tem causado forte campanha em favor da mudança do Sistema
Tributário Nacional, que passa por uma revisão de texto constitucional. Algumas
sugestões primam pela radicalidade, como é o caso do imposto único. Outras, mais
racionais, buscam aproximar o Brasil das nações do Primeiro Mundo, reduzindo a
quantidade de tributos, mas mantendo na essência o que hoje se realiza, ou seja, a
tributação sobre a renda, o consumo e a propriedade, e simplificando o processo
de arrecadação.

Princípios constitucionais tributários.


Os princípios constitucionais tributários prevalecem sobre todas as demais
normas jurídicas, as quais só têm validade se editadas em rigorosa consonância
com eles. Tais princípios, segundo a Constituição Federal, são vistos a seguir:
Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à
União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:

• exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça;


• instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação
equivalente, proibida qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou fun-
ção por eles exercida, independentemente da denominação jurídica dos rendimen-
tos, títulos ou direitos;
• cobrar tributos:

a) Em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei


que os houver instituído ou aumentado;
a) No mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os
instituiu ou aumentou (Princípio da anterioridade).

Princípio da competência

Previsto no art. 150, § 6ª, e no art. 151, inciso III, da Constituição Federal, o
exercício da competência tributária é dado à União, ao Estado ou Município, que,
por meio de sua Casa Legislativa, exercitarão as competências tributárias, não
sendo permitida qualquer delegação ou prorrogação desta competência para
outro ente que não seja aquele expressamente previsto na Constituição.

Princípio da uniformidade geográfica


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Nos termos do art. 151, inciso I, a tributação da União deverá ser uniforme em
todo o território nacional não podendo criar distinções em relação aos Estados,
aos Municípios e ao Distrito Federal.

Princípio da não discriminação tributária


O art. 152, visando à procedência e ao destino dos bens, proíbe a manipulação
de alíquotas, bases de cálculo ou qualquer outra fórmula tributária em benefício
ou prejuízo da economia da União, dos Estados ou dos Municípios.

Princípio da capacidade contributiva


O art. 145, § 1º, estabelece o princípio da capacidade econômica do
contribuinte, que por mera definição, seria a possibilidade econômica de pagar
tributos.
É considerada subjetiva quando se refere à condição pessoal do contribuinte
(capacidade econômica real); é objetiva quando leva em conta manifestações
objetivas de riqueza do contribuinte (bens imóveis, títulos, etc. – signos presuntivos
de capacidade tributária ou riquezas).

Princípio da autoridade tributária


O art. 145, § 1º, aparece o princípio da autoridade tributária, e são justificadas
as prerrogativas da administração tributária.

Princípio da tipologia tributária


As taxas e os impostos não podem ter a mesma base de cálculo; portanto,
as espécies tributárias são definidas pela distinção de dois fatores: hipótese de
incidência e base de cálculo, conforme se depreende do art. 145, § 2º.

Elementos fundamentais do tributo


É importante destacar que nasce uma obrigação quando, por meio de uma
relação jurídica, determinada pessoa (credor) pode exigir de outra (devedor) uma
prestação (objetivo), em razão de prévia determinação legal ou de manifestação
de vontade (como, por exemplo, o recebimento do preço de um bem em um
contrato; o pagamento de prêmio em um concurso; a satisfação de um pagamento
pela utilização ou disposição de um serviço público etc.).

1. Obrigação tributária

Obrigação tributária é a relação de Direito Público na qual o Estado (sujeito


ativo) pode exigir do contribuinte (sujeito passivo) uma prestação (objeto) nos
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termos e nas condições descritos na lei (fato gerador). A obrigação tributária é


composta pelos seguintes elementos fundamentais:

a) A lei
A lei é o principal elemento da obrigação, pois cria os tributos e determina
as condições de sua cobrança (princípio da legalidade dos tributos). Contudo,
assume, em um sistema jurídico, formas diferentes de expressão, a partir de um
texto fundamental (Constituição), as regras ordinárias de convivência (leis em
sentido restrito).
Um ponto que gerou muitas controvérsias foi a possibilidade de o
governo criar e majorar tributos por meio da edição de Medidas Provisórias (MP),
as quais, enquanto não apreciadas pelo Congresso
Nacional, têm força de Lei, perdendo eficácia após 45 dia de sua edição,
vedada a reedição após esse prazo. Essa prática já foi atestada, em pelo menos
duas ocasiões, pela maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal, e não
houve maioria absoluta.

b) O objeto

O objeto representa as obrigações que o sujeito passivo (contribuinte)


deve cumprir, segundo as determinações legais. Basicamente, as prestações
consistem em: pagamento do valor em dinheiro referente ao tributo devido ou
à multa imposta por não atendimento à determinação legal (obrigação principal)
ou cumprimento de formalidades e complementares, destinadas a comprovar a
existência e os limites da operação tributada e a exata observância da legislação
aplicável (obrigação acessórias), como, por exemplo, a escrituração de livros
fiscais, a apresentação de declarações de rendimentos, o preenchimento de
formulários, a abstenção da prática de certos atos, etc.
Importante registrar que qualquer inobservância de obrigação acessória
é possível de ser convertida em obrigação principal em razão da aplicação de
multas previstas na legislação específica.
Para a exigência, em concreto, da obrigação principal, mister se faz o
respectivo lançamento, que define e formaliza o crédito tributário, que consiste,
com base na ocorrência do fato gerador, na fixação dos elementos imprescindíveis
à cobrança do tributo (e/ou penalidade) incidente (CNT, art. 142).
Uma vez constituído o crédito tributário, este deve ser satisfeito pelo
devedor por meio do pagamento ou da compensação.

c) O fato gerador

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Fato gerador da obrigação principal é a situação definida em lei como


necessária e suficiente para a sua ocorrência. De forma mais simples, conceitua-
se como “o fato” que gera a obrigação de pagar tributo.

Exemplo:
O fato gerador da obrigação fiscal como o Imposto de Renda, conforme
definido no Regulamento do Imposto de Rendam é a obtenção de renda e
proventos de qualquer natureza, por pessoas físicas ou jurídicas.
O fato gerador da obrigação acessória é qualquer situação que, na forma
da legislação aplicável, impõe a prática ou a abstenção de ato que não configure
obrigação principal.

2. Contribuinte ou responsável
As partes da obrigação tributária, assim como de qualquer outra obrigação,
são, de um lado, o sujeito ativo e, de outro lado, o sujeito passivo. O sujeito
ativo da obrigação tributária é o ente público (União Estado ou Município),
criador do tributo. O Código Tributário prevê duas espécies de sujeito passivo:
(a) o contribuinte, que é quem tem relação pessoal e direta com a situação que
constitua o respectivo fato gerador; e (b) o responsável, que é quem, sem revestir
a condição de contribuinte (isto é, não prática ato que enseja a ocorrência do fato
gerador), vê a obrigação de pagar o tributo nascer por força de dispositivo legal.
O sujeito passivo da obrigação principal é a pessoa obrigada ao pagamento
do tributo ou da penalidade pecuniária.
O sujeito passivo da obrigação diz: (i) contribuinte, quando tenha relação
pessoal e direta com a situação que constitua o respectivo fato gerador; (ii)
responsável, quando, sem revestir a condição de contribuinte, tenha obrigação
decorrente de disposição expressa de lei;

3. Base de cálculo
É o valor sobre o qual se aplica o percentual (ou alíquota) com a finalidade de
apurar o montante a ser recolhido. A base de cálculo, conforme a Constituição
Federal deve ser definida em lei complementar, estando sua alteração sujeita
aos princípios constitucionais da legalidade (mudança somente por outra lei),
da anterioridade (lei deve estar vigente antes de iniciada a ocorrência do fato
gerador) e da irretroatividade (a norma não pode atingir fatos passados).

4. Alíquota
É o percentual definido em lei que, aplicado sobre a base de cálculo, determina
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o montante do tributo a ser recolhido. Assim como a base de cálculo, a alteração


da alíquota também está sujeita aos princípios constitucionais da legalidade, da
anterioridade e da irretroatividade.

5. Imunidade tributária

As imunidades podem ser classificadas como privilégios dados a alguém


para que se livre ou se isente de certas imposições legais em virtude de que não é
obrigado a fazer ou cumprir certo encargo de obrigação de caráter legal:

• Imunidade diplomática;
• Imunidade judicial;
• Imunidade parlamentar;
• Imunidade tributária.

A imunidade tributária é estabelecida pela Constituição e abrange os


seguintes aspectos:

• Vedação de entes estatais instituírem imposto sobre o patrimônio, a renda ou os ser-


viços, uns dos outros – não alcança as atividades econômicas reguladas pelo direito
privado;
• Vedação de entes estatais instituírem imposto sobre o patrimônio, a renda ou os ser-
viços das entidades mantenedoras de templos de qualquer culto;
• Vedação de entes estatais instituírem imposto sobre o patrimônio, a renda ou os ser-
viços das entidades representativas de partidos políticos, sindicatos dos trabalhado-
res, instituições de educação e de assistência sem fins lucrativos;
• Vedação de entes estatais instituírem imposto sobre livros, jornais, periódicos e pa-
pel destinado à impressão destes.

6. Isenção tributária

Entendem-se na linguagem jurídica como isenção a dispensa, a imunidade,


a concessão atribuída a alguma coisa ou alguma pessoa, para que se possa livrar,
esquivar ou desobrigar de algum encargo que a todos pesa, ou para que se livre
de qualquer obrigação.
A isenção é concedida por lei.
Principais casos de imunidade e isenção tributária do Imposto de Renda:
• Templos de qualquer culto;
• Instituição de educação sem finalidades lucrativas;
• Instituição de assistência social;
• Partidos políticos; e
• Entidade sindical dos trabalhadores.

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A seguir serão apresentados aspectos conceituais de cada tipo de imunidade


e isenção tributária.
Templos de qualquer culto. Edificação pública dirigida ao culto religioso.
É a igreja, sinagoga ou edifício principal onde se celebra a cerimônia pública,
o convento e os anexos, inclusive a casa ou residência especial do pastor ou
pároco, pertencente à comunidade religiosa, desde que não empregada para fins
econômicos.
Instituição de educação sem finalidades lucrativas. É o estabelecimento
de ensino, não apenas o de caráter estritamente didático, mas todos os que se
dedicam à educação e à cultura em geral, como o laboratório, o centro de pesquisa,
o museu, o ateliê de pintura ou escultura, o ginásio de desportos, as academias de
letras, artes e ciências, sem intuito lucrativo.
Instituição de assistência social. É entidade sem fins lucrativos que presta
serviço de natureza aos membros da comunidade social. Os serviços são: (a)
proteção a família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice; (b) amparo às crianças
e aos adolescentes carentes, à habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de deficiência e à promoção de
sua integração à vida comunitária etc.

Partidos políticos. Organização cujos membros programam e realizam ações


comuns, com fins políticos e sociais.
Entidade sindical dos trabalhadores. Sociedade que dirige as atividades de
uma classe social.
Para todos os efeitos, a imunidade abrange os resultados relacionados com
as atividades essenciais das entidades.
São necessárias as seguintes condições para o gozo da imunidade:

• Não distribuir a qualquer parcela de seu patrimônio ou e suas rendas o título de lu-
cro ou participação no resultado;
• Aplicar integralmente os recursos no Brasil, manutenção de seus objetivos institu-
cionais;
• Manter a escrituração de suas receitas e despesas em livros revestidos de formalida-
des capazes de assegurar sua exatidão;
• Prestar, as repartições lançadoras dos impostos, as formalidades determinadas em
lei e recolher os tributos retidos sobre os rendimentos pagos por elas.

Regulamento do Imposto de Renda


Devido à importância para o profissional da contabilidade, transcrevem-se a
seguir alguns comentários preliminares sobre o Imposto de Renda das pessoas
jurídicas.
O Regulamento do Imposto de Renda é a consolidação das Leis e Dispositivos
que regulamentam e normatizam o Imposto de Renda tanto das Pessoas Físicas

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como jurídicas.
O Regulamento é organizado por assuntos, segregado os contribuintes
pessoas físicas das jurídicas, o que facilita a consulta sobre determinado item.
Nesse sentido, torna-se fácil saber qual o dispositivo que se aplica a cada caso
particular.
É aprovado pelo Presidente da República, e essa atribuição é-lhe dada pela
Constituição em seu art. 84. Inciso IV, cuja redação é a seguinte:
“Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:
[...]

IV – sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos


e regulamentos para sua fiel execução,”

Impostos diretos e indiretos


Os impostos podem ser classificados em impostos diretos e indiretos:
O imposto é direto quando em uma só pessoa reúnem-se as condições de
contribuinte de fato (aquele que arca com os ônus representando pelo tributo) e
de direito (aquele que é responsável pelo cumprimento de todas as obrigações
tributárias previstas na legislação). Ou seja, tal denominação refere-se aos
impostos em que não há compensação, ou repasse num primeiro momento ao
preço da mercadoria, por exemplo. Desses impostos os mais conhecidos são o
Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas e a Contribuição Social Sobre o Lucro
(CSLL).
Os impostos indiretos são aqueles em que o contribuinte legal apenas recolhe
o valor exigido na apuração que é suportada de fato pelo consumidor final. Nessa
modalidade, existe a compensação do imposto na compra de insumos para a
revenda ou para a industrialização. Exemplificando, é gerado o efeito cascata até
que o imposto acabe por ser pago pelo consumidor ou usuário final.
São exemplos de tal modalidade deste imposto:
O Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços de transporte
interestadual e intermunicipal e de comunicação (ICMS) e o Imposto sobre
Produtos Industrializados (IPI).

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3. GESTÃO TRIBUTÁRIA
A gestão tributária deve ser executada de forma independente da
contabilidade. Entretanto, em determinadas empresas, principalmente nas de
pequeno e médio porte, as funções da gestão tributária são executadas pelo
próprio contador, representando um a ameaça ao controle das operações e da
adequada segregação de funções. Obviamente, as funções da gestão tributária
podem ser exercidas por profissionais com ou sem titulação contábil, sem dúvida
será fator relevante de sucesso na execução da função.
Os empresários e executivos já estão cientes, há mais de duas décadas,
de que o gerenciamento das obrigações tributárias não pode ser considerado
apenas uma necessidade quotidiana, mas algo estrategicamente dentro das
organizações de médio e grande porte seja qual for o setor de atividade.
Além da elevada carga tributária, o Sistema Tributário brasileiro é um dos mais
complexos do mundo. Estima-se a existência de aproximadamente 60 tributos
vigentes, com diversas leis, regulamentando e normas constantemente alteradas.
Tais fatores penalizam sobremaneira o custo da maioria das empresas e
acarretam grandes transtornos para o gerenciamento dos impostos e demais
tributos. Neste ambiente, cresce sensivelmente a responsabilidade de todos
os gestores da empresa, em particular a dos profissionais da controladoria e
contabilidade.
Portanto, mais do que qualquer outro profissional das áreas administrativas
ou financeiras, o gestor tributário precisa conhecer com grande profundidade
a legislação tributária, devido a suas responsabilidades quanto a eficácia e a
eficiência nesse gerenciamento. Isso, porque, além de perder prestígio profissional
em razão de qualquer falha mais relevante na interpretação ou na aplicação no
dia a dia das normas tributárias, pode ser responsabilizado por possíveis prejuízos
que causar no exercício da profissão, por culpa ou dolo, podendo ser condenado
a indenizar o empresário prejudicado.
Caracterizam-se como ato criminoso, para todos os efeitos legais e judiciais,
a elaboração e a assinatura com informações não verdadeiras, tendenciosas
ou preparadas de má-fé. Dá mesma forma, constitui crime a elaboração de
demonstrações contábeis sem embasamento em documentos e informações
hábeis e legais, ou ainda com valores divergentes dos contidos nos livros contábeis
da empresa.
Os documentos e as demonstrações contábeis elaboradas sob a
responsabilidade da contabilidade são frequentemente utilizados pelo mercado
para obtenção de informações da empresa. Entre os usuários que podem ser
prejudicados ou enganados em decorrência de fraudes e irregularidades na

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escrituração contábil e fiscal, citam-se:

• Instituições financeiras consultadas para concessão de empréstimos e financiamen-


tos;
• Fornecedores;
• Acionistas não controladores;
• Autoridades fiscais;
• Investidores do mercado de capitais;
• Sindicatos e funcionários que participam dos resultados.
Portanto, caso as demonstrações e os relatórios contábeis sejam elaborados
com informações errôneas, ou em desacordo com as normas e os princípios
de contabilidade, eles podem causar prejuízos a terceiros, tendo em vista que
induzem a determinados atos, como concessões de créditos e financiamentos,
decisões de investimento, entre outros.
Nesses casos, as empresas e os profissionais responsáveis que assim
procederem, com ou sem má-fé, podem vir a ser processados e condenados por
perdas e danos.

Conceito de gestão tributária


Pode-se entender gestão tributária como a especialização administrativa
que tem como principais objetivos o estudo da teoria e a aplicação prática dos
princípios e normas básicas da legislação tributária, como também, ramo da
administração responsável pelo gerenciamento dos tributos incidentes nas
diversas atividades de uma empresa, ou grupo de empresas, adaptando ao dia
a dia empresarial as obrigações tributárias, de forma a não expor a entidade as
possíveis sanções fiscais e legais ou apurar o valor justo do tributo.

Funções e atividades da gestão tributária


As principais funções e atividades da gestão tributária podem ser classificadas
da seguinte forma:

• Apuração com exatidão do resultado tributável- ou do lucro real- de determinado


exercício fiscal, com base na legislação pertinente para o cálculo e formação das
provisões contábeis destinadas ao pagamento dos tributos incidentes sobre o lucro
da entidade;
• Identificação e orientação sobre o registro contábil das provisões relativas aos tri-
butos a recolher, em obediência aos Princípios de Contabilidade, pois, como parte
integrante do sistema de informações da empresa, a gestão tributária tem a respon-
sabilidade de informar, correta e oportunamente, o valor das diversas provisões para
recolhimento dos tributos, de acordo com o princípio contábil da competência de
exercícios;
• Escrituração dos documentos fiscais em livros fiscais próprios ou registros auxiliares,
para apurar e determinar o montante do tributo a ser recolhido dentro do prazo após
encerramento do período de apuração;

16
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• Preenchimento de guias de recolhimento, informando o setor financeiro de contas


a pagar da entidade sobre o valor e os prazos de recolhimento, além de emitir e pro-
videnciar a entrega aos respectivos órgãos competentes dos formulários estabeleci-
dos pela legislação pertinente;
• Orientação fiscal para todas as unidades da empresa (filiais, fábrica, departamentos)
ou das sociedades coligadas e controladas. A correta orientação fiscal e tributária
para as demais unidades ou empresas pode representar relevantes economias com
os impostos. Por exemplo, o local de instalação da fábrica, ou mesmo o local de ori-
gem de determinadas matérias-primas, pode significar menor carga tributária.
• Orientação, treinamento e constante supervisão dos do setor de imposto.

Funções e atividades da gestão tributária:


Escrituração e controle Orienta- Planejamento tributário
ção
Escrituração fiscal das atividades do Orientação, treinamento e constante Estudo das diversas alternativas legais
dia a dia da empresa e dos livros fis- supervisão dos funcionários do setor para a redução da carga fiscal, tais como:
cais. de tributos e de impostos.
Apuração dos tributos a recolher, - Todas as operações que for possível o
preenchimento das guias de recolhi- Orientação fiscal para as demais uni- crédito tributário, principalmente em
mento e remessa para o departamento dades da empresa (filiais, fábricas, relação aos chamados impostos e contri-
de Contas a Pagar. centro de distribuição, departamen- buições não cumulativos (ICMS, IPI, PIS e
tos) ou das empresas controladas e Confins);
Controle sobre os prazos para os reco- coligadas, visando padroni-
lhimentos zar procedimentos. - Todas as situações em que for possível o
diferimento (postergação)
Assessoria para a correta apuração e dos recolhimentos, dos tributos, permitin-
registro do lucro tributável. Do exer- do melhor gerenciamento do fluxo de cai-
cício social, conforme os princípios de xa;
contabilidade.
- Todas as despesas e provisões permitidas
Assessoria para o correto registro con- pelo fisco como dedutíveis no cálculo do
tábil das provisões relativas aos tribu- lucro tributável.
tos a recolher.

17
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4 CONTABILIDADE TRIBUTÁRIA
Lucro Presumido
O Lucro Presumido é a forma de tributação simplificada do Imposto de Renda
das Pessoas Jurídicas (IRPJ) e Contribuição Social sobre o Lucro (CSLL).
A sistemática de tributação pelo Lucro Presumido é regulamentada pelos
artigos 516 a 528 do Regulamento do Imposto de Renda (Decreto 3.000/1999).
A pessoa jurídica cuja receita bruta total, no ano-calendário anterior, tenha
sido igual ou inferior a R$78.000.000,00 (quarenta e oito milhões de reais).
Observe-se que o primeiro requisito é não estar obrigada ao regime de tributação
pelo lucro real. Assim, por exemplo as empresas de factoring e as que usufruam
de benefícios fiscais, não poderão optar pelo lucro presumido.
A pessoa jurídica que houver pago o imposto com base no lucro presumido e
que, em relação ao mesmo ano calendário, incorrer em situação de obrigatoriedade
de apuração pelo lucro real por ter auferido lucros, rendimentos ou ganhos de
capital oriundos do exterior, deverá apurar o IRPJ e CSLL sob o regime de apuração
do lucro real trimestral, a partir inclusive, do trimestre da ocorrência do fato.
A pessoa jurídica, seja comercial ou civil o seu objeto, pagará o imposto
à alíquota de 15% (quinze por cento) sobre o lucro presumido, apurado de
conformidade com o Regulamento.
A parcela do lucro presumido que exceder ao valor resultante da multiplicação
de R$20.000,00 (vinte mil reais) pelo número de meses do respectivo período
de apuração, sujeita-se à incidência de adicional de imposto à alíquota de 10%
(dez por cento).
O adicional aplica-se, inclusive, nos casos de incorporação, fusão ou cisão e
de extinção da pessoa jurídica pelo encerramento da liquidação. O disposto neste
item aplica-se, igualmente, à pessoa jurídica que explore atividade rural.
O adicional de que trata este item será pago juntamente com o imposto de
renda apurado pela aplicação da alíquota geral de 15%.
A opção pela tributação com base no lucro presumido será aplicada em
relação a todo o período de atividade da empresa em cada ano-calendário (Lei
9.430/1996, artigo 26).
A opção será manifestada com o pagamento da primeira ou única quota do
imposto devido correspondente ao primeiro período de apuração de cada ano-
calendário (Lei 9.430/1996, artigo 26, § 1°).
A partir do ano-base de 1997, a empresa que houver iniciado atividade a partir
do segundo trimestre manifestará a opção com o pagamento da primeira ou única
quota do imposto devido relativa ao período de apuração do início de atividade

18
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(Lei 9.430/1996, artigo 26, § 2°).


O imposto com base no lucro presumido será determinado por períodos
de apuração trimestrais, encerrados nos dias 31 de março, 30 de junho, 30 de
setembro e 31 de dezembro de cada ano-calendário (Lei 9.430/1996, artigos 1° e
25).
O IRPJ e a CSLL devidos com base no Lucro Presumido deverão ser pagos
até o último dia útil do mês subsequente ao do encerramento do período de
apuração trimestral. Assim, o IR devido no 1º trimestre/2.XX1 deverá ser pago até
30.04.2XX1 (se neste dia não houver expediente bancário, então o vencimento
deve ser antecipado).
A pessoa jurídica habilitada à opção pelo regime de tributação com base no
lucro presumido deverá manter (Lei 8.981/1995, artigo 45):

• Livro Caixa, no qual deverá estar escriturado toda a movimentação financeira, inclu-
sive bancária, ou escrituração contábil nos termos da legislação comercial;
• Livro Registro de Inventário, no qual deverão constar registrados os estoques exis-
tentes no término do ano-calendário;
• Em boa guarda e ordem, enquanto não decorrido o prazo decadencial e não pres-
critas eventuais ações que lhes sejam pertinentes, todos os livros de escrituração
obrigatórios por legislação fiscal específica, bem como os documentos e demais pa-
péis que serviram de base para escrituração comercial e fiscal.
A sistemática é utilizada para presumir o lucro da pessoa jurídica a partir de
sua receita bruta e outras receitas sujeitas à tributação.
Em termos gerais, trata-se de um lucro fixado a partir de percentuais padrões
aplicados sobre a Receita Operacional Bruta (ROB).
Sobre o referido resultado somam-se as outras receitas eventuais auferidas,
como receitas financeiras e aluguéis. Assim, por não se tratar do lucro contábil
efetivo, mas uma mera aproximação fiscal, denomina-se de Lucro Presumido.
Descri- IRPJ CSLL
ção
Receita Operacional Bruta com a venda de mercadorias R$100.000 R$100.000

Percentual de lucro fixado fiscalmente 8% 12%

Lucro Presumido decorrente da ROB R$8.000 R$12.000

Outras Receitas a adicionar (integralmente):

- Receitas financeiras R$1.000 R$1.000

- Aluguel de imóvel (quando não for objeto social da empresa) R$1.500 R$1.500

Lucro Presumido Total R$10.500 R$14.500

A base de cálculo da CSLL corresponde a:

19
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• 12% da receita bruta nas atividades comerciais, industriais, serviços hospitalares e de


transporte;
• 32% para:

a) prestação de serviços em geral, exceto a de serviços hospitalares e


transporte;
b) intermediação de negócios;
c) administração, locação ou cessão de bens imóveis, móveis e direitos de
qualquer natureza.

Para fins de determinação do IRPJ os percentuais são diversificados, conforme


tabela a seguir:

Espécies de ativida- Percentuais


des sobre a re-
ceita
Revenda a varejo de combustíveis e gás natural 1,6%

·Venda de mercadorias ou produtos 8%

·Transporte de cargas

·Atividades imobiliárias

·Serviços hospitalares

·Atividade Rural

·Industrialização com materiais fornecidos pelo encomendante

·Outras atividades não especificadas (exceto prestação de serviços)


·Serviços de transporte (exceto o de cargas) 16%

·Serviços gerais com receita bruta até R$ 120.000/ano

· Serviços profissionais (médicos, dentistas, advogados, contadores, auditores, 32%


engenheiros, consultores, economistas, etc.)

·Intermediação de negócios

·Administração, locação ou cessão de bens móveis/imóveis ou direitos

·Serviços de construção civil, quando a prestadora não empregar materiais de sua


propriedade nem se responsabilizar pela execução da obra (ADN Cosit 6/97).

·Serviços em geral, para os quais não haja previsão de percentual específico

No caso de exploração de atividades diversificadas, será aplicado sobre a receita 1,6 a


bruta de cada atividade o respectivo percentual 32%

Embora não seja um regime obrigatório, o Lucro Presumido é bastante


difundido devido a sua simplicidade e, principalmente, por questões de estratégia

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tributária, pois pode representar economia tributária, sobretudo nas empresas


altamente lucrativas. Portanto, se não houver impedimento, pode ser uma boa
ferramenta de planejamento tributário.

Lucro Real

Lucro Real é a regra geral para a apuração do Imposto de Renda (IRPJ) e da


Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) da pessoa jurídica.
Ao mesmo tempo em que é o “regime geral” também é o mais complexo.
Neste regime, o imposto de renda é determinado a partir do lucro contábil,
apurado pela pessoa jurídica, acrescido de ajustes (positivos e negativos)
requeridos pela legislação fiscal, conforme esquema a seguir:

• Lucro (Prejuízo) Contábil


• (+) Ajustes fiscais positivos (adições)
• (-) Ajustes fiscais negativos (exclusões)
• (=) Lucro Real ou Prejuízo Fiscal do período

Quando se trata do regime de Lucro Real pode haver, inclusive, situações de


Prejuízo Fiscal, hipótese em que não haverá imposto de imposto de renda a pagar.
Olhando somente pelo lado do imposto de renda, para uma empresa que
opera com prejuízo, ou margem mínima de lucro, normalmente optar pelo regime
de Lucro Real é vantajoso. Porém, sempre é prudente que a análise seja estendida
também para a Contribuição Social sobre o Lucro e para as contribuições ao PIS e
a COFINS, pois a escolha do regime afeta todos estes tributos.
Estão automaticamente obrigadas à apuração pelo Lucro Real as pessoas
jurídicas:
a) cujas atividades sejam de bancos comerciais, bancos de investimentos,
bancos de desenvolvimento, caixas econômicas, sociedades de crédito, fi-
nanciamento e investimento, sociedades de crédito imobiliário, sociedades
corretoras de títulos, valores mobiliários e câmbio, distribuidora de títulos
e valores mobiliários, empresas de arrendamento mercantil, cooperativas
de crédito, empresas de seguros privados e de capitalização e entidades de
previdência privada aberta;
b) que tiverem lucros, rendimentos ou ganhos de capital oriundos do exte-
rior;

Não confundir rendimentos ou ganhos de capital oriundos do exterior com


receitas de exportação.

As exportadoras podem optar pelo Lucro Presumido normalmente, desde


que não estejam nas hipóteses de vedação.
A restrição deste item alcança aquelas empresas que tenham lucros gerados

21
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no exterior (como empresas Offshore, filiais controladas e coligadas no exterior,


etc.).
A prestação direta de serviços no exterior (sem a utilização de filiais,
sucursais, agências, representações, coligadas, controladas e outras unidades
descentralizadas da pessoa jurídica que lhes sejam assemelhadas) não obriga à
tributação do Lucro Real.
Vide Ato Declaratório Interpretativo 5/2001 SRF
c) ue, autorizadas pela legislação tributária, usufruam de benefícios fiscais
relativos à isenção ou redução do imposto;
Como exemplo de benefícios fiscais: o programa BEFIEX (isenção do lucro
de exportação), redução do IR pelo Programa de Alimentação do Trabalha-
dor, projetos incentivados pela SUDENE e SUDAM, etc.
d) que, no decorrer do ano-calendário, tenham efetuado pagamento men-
sal pelo regime de estimativa, na forma do artigo 2º da Lei 9.430/1996.
A opção pelo regime de tributação (Real, Presumido ou Arbitrado) se dá
com o primeiro recolhimento, normalmente em janeiro.
e) que explorem as atividades de prestação cumulativa e contínua de ser-
viços de assessoria creditícia, mercadológica, gestão de crédito, seleção
e riscos, administração de contas a pagar e a receber, compras de direitos
creditórios resultantes de vendas mercantis a prazo ou de prestação de ser-
viços (factoring).
f) que explorem as atividades de securitização de créditos imobiliários, fi-
nanceiros e do agronegócio (incluído pela Lei 12.249/2010).
g) também estão obrigadas ao Lucro Real as empresas imobiliárias, en-
quanto não concluídas as operações imobiliárias para as quais haja registro
de custo orçado (IN SRF 25/1999). O custo orçado é a modalidade de trata-
mento contábil dos custos futuros de conclusão de obras.
h) as Sociedades de Propósito Específico (SPE) constituídas por optantes
pelo Simples Nacional deverão apurar o imposto de renda das pessoas jurí-
dicas com base no Lucro Real, conforme estipulado no artigo 56,
§ 2, IV da Lei Complementar 123/2006.

Além das obrigatoriedades acima, observar o limite de receita bruta anual,


para fins de opção obrigatória pelo lucro real.

22
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5. PIS E COFINS
Até o ano de 2002 determinar as contribuições do PIS e da COFINS era
uma tarefa razoavelmente simples, pois estas incidiam, basicamente, sobre o
faturamento ajustado, às alíquotas de 0,65% e 3%, respectivamente. Havia poucas
exceções e as regras eram até certo ponto claras e facilmente compreensíveis.
Após sucessivas ondas de mudanças tributárias na apuração de tais
contribuições, o que era relativamente fácil ficou extremamente complicado e o
PIS e a COFINS passaram a incidir sob os regimes cumulativos, não cumulativos,
de substituição tributária, monofásicos, alíquotas zero, por volume, etc. Nesse
período as importações também passaram a ser tributadas.
A seguir destacam-se, em linhas gerais, os regimes de incidência do PIS e da
COFINS.

1. Regime de Incidência Cumulativa


A base de cálculo é a receita operacional bruta da pessoa jurídica, sem
deduções em relação a custos, despesas e encargos. Nesse regime, as alíquotas
da Contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS são, respectivamente, de 0,65%
e de 3%.
As pessoas jurídicas de direito privado, e as que lhe são equiparadas pela
legislação do imposto de renda, que apuram o IRPJ com base no Lucro Presumido
ou arbitrado estão sujeitas à incidência cumulativa.
As pessoas jurídicas, ainda que sujeitas à incidência não cumulativa, submetem
à incidência cumulativa as receitas elencadas no artigo 10, da Lei 10.833/2003.

2. Regime de Incidência Não Cumulativa


Os regimes de incidência da Contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS
foram instituídos em dezembro de 2002 e fevereiro de 2004, respectivamente.
O diploma legal da Contribuição para o PIS/PASEP não cumulativa é a Lei
10.637/2002, e o da COFINS a Lei 10.833/2003.
Neste regime é permitido o desconto de créditos apurados com base em
custos, despesas e encargos da pessoa jurídica. Nesse regime, as alíquotas da
Contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS são, respectivamente, de 1,65% e
de 7,6%.
As pessoas jurídicas de direito privado, e as que lhe são equiparadas pela
legislação do imposto de renda, que apuram o IRPJ com base no Lucro Real
estão sujeitas à incidência não cumulativa, exceto: as instituições financeiras, as
cooperativas de crédito, as pessoas jurídicas que tenham por objeto a securitização
de créditos imobiliários e financeiros, as operadoras de planos de assistência
23
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à saúde, as empresas particulares que exploram serviços de vigilância e de


transporte de valores de que trata a Lei 7.102/1983, e as sociedades cooperativas
(exceto as sociedades cooperativas de produção agropecuária e as sociedades
cooperativas de consumo).

3. Regimes Diferenciados

A característica comum é alguma diferenciação em relação à apuração da


base de cálculo e/ou alíquota. A maioria dos regimes diferenciados se refere à
incidência especial em relação ao tipo de receita e não a pessoas jurídicas, devendo
a pessoa jurídica calcular ainda a Contribuição para o PIS/PASEP e a COFINS no
regime de incidência não cumulativa ou cumulativa, conforme o caso, sobre as
demais receitas.
De modo geral, os regimes diferenciados podem ser subdivididos em:

a) Base de cálculo e alíquotas diferenciadas, onde se enquadram: as


instituições financeiras, as entidades sem fins lucrativos e as pessoas jurídicas de
direito público interno;
b) Base de cálculo diferenciada: as empresas de fomento comercial
(factoring), as operações de câmbio, realizadas por instituição autorizada pelo
Banco Central do Brasil e as receitas relativas às operações de venda de veículos
usados, adquiridos para revenda;
c) Substituição Tributária: cigarros e veículos novos da pessoa jurídica
fabricante;
d) Alíquotas Concentradas: combustíveis, querosene de aviação,
produtos farmacêuticos, veículos, pneus novos de borracha, bebidas, embalagens
e biodiesel e;
e) Alíquotas Reduzidas: nafta petroquímica, papel imune, destinado a
impressão de periódicos, papel destinado à impressão de jornais, determinados
produtos hortícolas e frutas, aeronaves, suas partes, peças etc., semens e embriões,
Zona Franca de Manaus (ZFM), concessionários de veículos, fertilizantes,
defensivos agrícolas e outros, gás natural canalizado, carvão mineral, produtos
químicos e farmacêuticos, livros, combustíveis, bebidas e embalagens, receitas
financeiras, Programa de Inclusão Digital e outros Regimes Especiais.

4. Importações

A Lei 10.865/2004 instituiu, a partir de 01.05.2004, a incidência do PIS e da


COFINS sobre a importação de bens ou serviços.
Trata-se de regime específico, não vinculado à receita, tributando a entrada
24
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de bens estrangeiros no território nacional; ou o pagamento, o crédito, a entrega,


o emprego ou a remessa de valores a residentes ou domiciliados no exterior como
contraprestação por serviço prestado.

1) Com base nas informações abaixo, calcular a carga tributária (Pessoa Física +
Pessoa Jurídica) das três possíveis formas de remuneração dos sócios de uma
empresa considerando sua situação societária e fiscal:
a) Empresa obteve um LAIR e antes de qualquer remuneração aos sócios de R$1.000 Mil.
b) Empresa faturou no ano anterior R$100.000 Mil;
c) Empresa possui 2 (dois) sócios pessoas físicas, e cada um pretende receber R$300 Mil por ano.

Descri- Pró-Labore Juros sobre o Distribuição


ção Capital Pró- de Lu-
prio (JCP) cros

25
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COMPOSIÇÃO DA CARGA TRIBUTÁRIA (PF + PJ) Pró-Labore Juros sobre o Distribui-


Capital Pró- ção de
prio (JCP) Lucros

QUADRO RESUMO Pró-Labore Juros sobre o Distribuição


Capital Pró- de Lu-
prio (JCP) cros

26
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2) Registre as transações na simulação patrimonial e em seguida elabore a


Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) e o Balanço Patrimonial:
1)
Descri- R$
ção
A Constituição da Empresa em dinheiro 500
B Abertura de conta corrente no banco 480
C Compra de uma loja à vista, conforme cheque 1 100
D Aquisição de móveis e utensílios à vista, conforme cheque 2 80
E Compra de 10 TVs a $ 60 cada, a prazo 600
F Venda de 5 TVs a $ 80 cada, à vista depositado no caixa 400
G Depósito no banco 400
H Venda de 3 TVs a $ 90 cada, a prazo 270
I Pagamentos de salários 100
J Pagamento de diversas despesas 50
Aplicação de 80% da disponibilidade bancária em um fundo de investimento não
K considerado equivalente a caixa ?

RESOLUÇÃO:

ATI- PASSIVO DRE


VO
BENS E OBRIGAÇÕES RECEI-
TAS/
DIREI-
ROS DESPE-
PRÓPRIA SAS
TERCEIROS

Cai- Ban- Imó- Móv/ Mer- CDB Capital Fornec. Rec/


xa cos veis Ut cad (Desp).

F.1

27
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H.1

K
To-
tal
APLICAÇÕES ORI-
GENS

DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO


(DRE)
CON- $
TAS

28
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BALANÇO PATRIMO-
NIAL
ATIVO (APLICAÇÃO DO $) PASSIVO (ORIGEM DO $)

CON- CON-
TAS TAS

TOTAL TOTAL

3) Registre as transações e em seguida, elabore a Demonstração do Resultado


do Exercício (DRE) e o Balanço Patrimonial:
Descri- R$
ção
A Constituição da empresa industrial
B Compra de máquina e equipamentos industriais à vista 300
C Aquisição de matéria-prima a prazo 200
D Transferência de matéria-prima para fabricação de produtos 180
E Pagamento de mão-de-obra dos operários da fábrica 100
F Pagamento de gastos gerais de fabricação 80
G Produção encerrada no período 300
H Venda de produtos à vista, conforme depósito bancário 100
I Baixa dos produtos vendidos 50
J Venda de produtos a prazo 400
K Baixa dos produtos vendidos 240
L Pagamento de despesas administrativas 70

29
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M Pagamento de despesas com vendas 130


N Aplicação de 70% em fundo não considerado equivalente a caixa ?

RESOLUÇÃO:
ATI- PASSI- DRE
VO VO
BENS E OBRIGAÇÕES RECEITAS/
DIREI- (DESPE-
ROS SAS)
PRÓPRIA
TERCEIROS
Banco Máq. MP Prod. Prod. CDB Clien- Capital Fornec. Receita
Equip. Elab. Acaba- tes (Despe-
do sas)

N
To-
tal
APLICAÇÕES ORI-
GENS

30
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DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO


(DRE)
CON- $
TAS

BALANÇO PATRIMO-
NIAL
ATIVO (APLICAÇÃO DO $) PASSIVO (ORIGEM DO $)

CON- CON-
TAS TAS

31
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TOTAL TOTAL

4) Registre as transações e em seguida, elabore a Demonstração do Resultado


do Exercício (DRE) e o Balanço Patrimonial:

Descri- R$
ção
A Constituição da empresa industrial com depósito em bancos
B Compra de veículo à vista 200
C Compra de móveis e utensílios à vista 100
D Compra de 20 geladeiras a $50 cada, a prazo
E Venda de 10 unidades de geladeiras a $80 cada, à prazo 800
F Venda de 5 unidades de geladeiras a $70 cada, à vista 350
G Efetua a cobrança e recebe o equivalente a 50% dos valores a receber de clientes ?
H Compra de 10 unidades de geladeiras a $50 cada, à vista 500
I Efetua o pagamento aos fornecedores equivalente a 30% da dívida ?
J Pagamento de salários $50 e despesas de aluguel $10, luz $5 e transporte $5 ?
K Pagamento de publicidade e propaganda 30
L Aplica 80% das disponibilidades em fundo não considerado equivalente a caixa. ?

Após apurar o LAIR (lucro antes do imposto de renda):


1. Provisionar (não é pagamento) o IR – 30% do LAIR;
2. Distribuir o lucro – Reserva legal em 5% do lucro após o IR;
3. Distribuir o lucro – Reserva estatutária em 10% do lucro após o IR;
4. Distribuir o lucro – Reserva de investimentos em 45% do lucro após o IR;
5. Provisionar (não é pagamento) a distribuição de lucros em 40% do lucro
após o IR.

32
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RESOLUÇÃO
DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO
(DRE)
CON- $
TAS

BALANÇO PATRIMO-
NIAL
ATIVO (APLICAÇÃO DO $) PASSIVO (ORIGEM DO $)

CON- CON-
TAS TAS

33
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TOTAL TOTAL

5) Uma empresa comercial, tributada pelo Lucro Presumido, apresentou as


seguintes contas, no segundo trimestre do ano:

Descri- R$
ção
Receita bruta de venda de mercadorias

ICMS sobre vendas 344.400

Custo das mercadorias vendidas

Outras receitas 50.000

Despesas vinculadas a outras receitas 20.000

Ganho de capital na venda de bens do ativo não circulante 300.000

Receitas de aplicações em renda fixa 100.000

Retenção da fonte sobre aplicações financeiras 10.000

Outras despesas operacionais 620.000

Considerando os dados acima, determine:

A base tributável pela sistemática do lucro presumido;


O imposto de renda calculado pela empresa, relativo aos rendimentos
do trimestre;
O valor do imposto que a empresa terá que pagar após o final do trimestre,
considerando o IRRF

34
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6) Calcule o imposto de renda e contribuição social pela sistemática do lucro


presumido devidos pela indústria X relativo ao primeiro trimestre:
Descri- R$
ção
Receita bruta no trimestre

Descontos incondicionais 10.000

Receita de aluguel de imóvel, já líquidas das despesas necessárias à sua percepção 20.000

7) A empresa Y (comercial e prestadora de serviços) tributada pelo Lucro


Presumido apurou os seguintes valores no trimestre:

Descri- R$
ção
Receita bruta de venda de mercadorias

Devolução de vendas 5.000

Ajuste a valor presente 5.000

Receita de serviços 62.500

Custo das mercadorias vendidas 50.000

Custo dos serviços prestados 20.000

ICMS sobre vendas 12.000

Despesas administrativas 28.000

Receita de aluguel de um depósito 10.000

Receita de aplicações financeiras 1.000

Retenção na fonte sobre aplicações financeiras 200

Receita na venda de bem do imobilizado 58.000

Valor contábil do bem do imobilizado vendido 18.000

Com as informações acima:

Quanto é a base tributável pela sistemática de tributação do Lucro


Presumido?
Qual o valor do imposto de renda a recolher no trimestre pela sistemática
do lucro presumido?
Qual o valor da contribuição social (CSLL) a recolher no trimestre pela
sistemática do lucro presumido?

35
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8) Considere os dados abaixo:


Descri- R$
ção
Prejuízo do período base antes do IR

Adições conforme LALUR

Exclusões conforme LALUR

Prejuízo fiscal do período-base anterior 8.000

Com base nestas informações, informe o resultado fiscal desta empresa pelo
Lucro Real

9) Indique se as despesas abaixo discriminadas são Dedutíveis (D) ou


Indedutíveis (I) para efeito de apuração do IRPJ, com base no Lucro Real:

( ) Provisão para férias de diretores e empregados;


( ) Provisão para assistência técnica das máquinas utilizadas no processo
produtivo;
( ) Multas de trânsito;
( ) Multas fiscais;
( ) Perdas decorrentes de desfalques efetuados por ex empregado com
queixa apresentada na polícia;
( ) Despesas de contraprestações de arrendamento mercantil de bens
ligados à produção;
( ) Contribuições em favor de projetos culturais aprovados pelo
Ministério da Cultura;
( ) Comissões pagas, mas sem identificação do beneficiário;
( ) Provisão para ações trabalhistas

10) A Cia H iniciou suas atividades em janeiro de 2xx3. Os resultados


apresentados em cada ano e as informações referentes aos ajustes necessários
ao cálculo do IR estão apresentados na tabela a seguir:

Descrição 2xx3 2xx4 2xx5 2xx6

Receitas 15.000

Despesas 17.000

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Receitas não tributáveis 2.000 400 400 400

Despesas não dedutíveis 1.000 800 900 1.000

Calcular o IR e CSLL pela sistemática do Lucro Real em cada exercício

11) O lucro real e a base de cálculo da CSLL apurados em 2x18, antes da


dedução do prejuízo fiscal, eram de R$28.500,00. Os prejuízos fiscais pendentes,
constantes na parte B do LALUR e nos registros da CSLL eram os seguintes:

Exercí- IRPJ - CSLL


cio LALUR
2x15 7.500 6.200

2x16 9.100 8.400

2x17 14.300 13.200

(i) Quais os valores que servirão de base para cálculo do IRPJ e CSLL para
o ano de 2x18?
(ii) Quais os valores relativos aos prejuízos que ficarão pendentes para
compensações futuras?

12) Demonstração do Resultado do Exercício (DRE)


Descrição R$

Receita bruta

ICMS sobre vendas 680.000

PIS/COFINS sobre vendas 232.000

Venda líquida

CMV

Lucro bruto

(-) Despesas administrativas 900.000

(-) Despesas com vendas 450.000

(-) Despesas financeiras líquidas 210.000

(+) Variação monetária ativa 60.000

(-) Depreciação veículos 80.000

(-) Depreciação máquinas e equipamentos 80.000

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(-) Móveis da residência do diretor 40.000

(+) Dividendos recebidos 50.000

Lucro operacional

(+) Receita da alienação de bem do imobilizado 150.000

(-) Valor residual dos bens baixados 120.000

(+) Resultado da equivalência patrimonial 320.000

Lucro líquido antes do IRPJ e CSLL

CSLL ????

IRPJ ????

Lucro líquido ????

Dados contábeis adicionais:

Descri- R$
ção
Folha de pagamento dos funcionários e encargos 300.000

Multa de trânsito 20.000

Despesas com viagem do diretor e familiares de férias 70.000

Despesa de leasing referente ao iate utilizado pela diretoria 140.000

Provisão para comissões condicionadas ao recebimento dos clientes 80.000

PIS depositado judicialmente (despesa) 160.000

Saldo de prejuízos fiscais

Saldo da base negativa da CSLL

(i) Elabore a memória de cálculo do Lucro Real


(ii) Calcule o IRPJ a Pagar
(iii) Calcule a CSLL a Pagar
(iv) Considerando os valores acima e que para o próximo ano não haverá
grandes variações, qual a melhor sistemática de apuração dos impostos: Lucro
Real ou Lucro Presumido? Por quê?

13) Calcule o PIS e COFINS devido pela Cia AA (empresa comercial optante
pelo Lucro Real), que em dezembro 2x15 obteve um faturamento de R$30.000 e
os seguintes gastos:

38
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Descri- R$
ção
Energia elétrica 4.000

Salários 8.000

Compras de mercadorias 11.000

Arrendamento mercantil (bem ligado à produção) 1.000

Aluguel pago a PJ 3.000

14) A indústria gráfica B foi tributada em 2x14 pelo lucro presumido. Em 2x15
optou pelo lucro real. No mês de janeiro de 2x15, a empresa obteve uma receita
de mercadorias no valor de R$190.000 e uma receita de prestação de serviços
no valor de R$220.000. Não havia produtos acabados no estoque inicial, que era
composto de matéria prima, produtos intermediários e produtos em elaboração,
resultando no valor de R$25.000. O custo das mercadorias vendidas e dos
serviços prestados apresentam os seguintes valores:

Descri- R$
ção
Estoque inicial

Compras de papel

Tintas para impressão 2.000

Serviços de telecomunicações 3.000

Combustíveis consumidos no processo produtivo para limpeza das máquinas 2.500

Serviços prestados por PJ, ligados diretamente ao processo produtivo

Juros sobre empréstimos 8.000

Despesas bancárias 2.000

Chapas 1.500

Filmes 1.200

Produtos químicos 4.000

Despesa com depreciação de máquina off set utilizada no processo produtivo – 2.500
crédito apurado em função de sua vida útil

Mão de obra direta 2.500

Energia elétrica 8.000

(i) Calcular o PIS e COFINS que a empresa deveria recolher no dia 15 de


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fevereiro de 2x15
(ii) Calcular o PIS e COFINS na sistemática da cumulatividade e comparar
com o resultado anterior

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
IUDÍCIBUS, S. e outros. Manual de Contabilidade Societária Aplicável a
Todas as Sociedades de Acordo com as Normas Internacionais e do CPC. São
Paulo: Atlas, 2010.
VICECONTI, P. NEVES, S. Contabilidade Avançada e Análise das
Demonstrações Financeiras. São Paulo: Saraiva, 2011.
OLIVEIRA, L. M. e outros. Manual de Contabilidade Tributária. São Paulo:
Atlas, 2011.

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Desenho Instrucional: Veronica Ribeiro


Supervisão Pedagógica: Laryssa Campos
Revisão pedagógica: Camila Martin // Cássio Lima
Design editorial/gráfico: Darlan Conrado

2021
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