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DIREITO

TRIBUTÁRIO
Normas Gerais de Direito Tributário,
Legislação Tributária

SISTEMA DE ENSINO

Livro Eletrônico
DIREITO TRIBUTÁRIO
Normas Gerais de Direito Tributário, Legislação Tributária
Diego Degrazia e Lis Ribas

Sumário
Normas Gerais de Direito Tributário, Legislação Tributária...................................................................3
1. Legislação Tributária.................................................................................................................................................3
1.1. Constituição Federal e Emendas à Constituição Federal..................................................................4
1.2. Lei Ordinária e Lei Complementar. ..................................................................................................................5
1.3. Lei Delegada. . ..............................................................................................................................................................6
1.4. Medida Provisória....................................................................................................................................................6
1.5. Resolução.. ....................................................................................................................................................................8
1.6. Tratados e Convenções Internacionais. .......................................................................................................9
1.7. Decreto.........................................................................................................................................................................12
2. Normas Complementares.. ....................................................................................................................................13
2.1. Atos Normativos Expedidos pelas Autoridades Administrativas. ............................................14
2.2. Decisões dos Órgãos Singulares ou Coletivos de Jurisdição Administrativa, a que
a lei Atribua Eficácia Normativa............................................................................................................................15
2.3. Práticas Reiteradamente Observadas pelas Autoridades Administrativas......................15
2.4. Convênios Celebrados entre a União, os estados, o Distrito Federal e os Municípios.15
3. Vigência da Legislação Tributária...................................................................................................................16
4. Aplicação da Legislação Tributária...............................................................................................................20
5. Interpretação e Integração da Legislação Tributária...........................................................................21
6. Jurisprudência Selecionada. . ..............................................................................................................................27
7. Doutrina Selecionada. . ........................................................................................................................................... 28
Resumo................................................................................................................................................................................30
Questões Comentadas em Aula.. ...........................................................................................................................33
Questões de Concurso................................................................................................................................................36
Gabarito...............................................................................................................................................................................52
Gabarito Comentado....................................................................................................................................................53

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Diego Degrazia e Lis Ribas

NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO,


LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA
1. Legislação Tributária
Nas aulas iniciais, tratamos das fontes formais do Direito Tributário e lá expusemos que
existem fontes formais primárias e fontes formais secundárias, tendo sido expostas as espé-
cies normativas, de forma breve.
Quanto às fontes formais primárias, elas inovam na ordem jurídica e estão previstas no art.
59 da CF/1988:

Art. 59. O processo legislativo compreende a elaboração de:


I – emendas à Constituição;
II – leis complementares;
III – leis ordinárias;
IV – leis delegadas;
V – medidas provisórias;
VI – decretos legislativos;
VII – resoluções.

Já as fontes secundárias regulamentam as matérias previstas nas fontes primárias e são


representadas pelos Decretos, Portarias e Instruções Normativas, por exemplo.
Segundo o art. 96 do CTN, a legislação tributária é composta por:
• leis;
• tratados e convenções internacionais;
• decretos; e
• normas complementares.

Tais normas devem tratar dos tributos ou das relações jurídicas a eles pertinentes.
Além das normas listadas no art. 96, o legislador destacou no art. 2º do CTN que “o siste-
ma tributário nacional é regido pelo disposto na Emenda Constitucional n. 18, de 1º de dezembro de
1965, em leis complementares, em resoluções do Senado Federal e, nos limites das respectivas
competências, em leis federais, nas Constituições e em leis estaduais, e em leis municipais”.
Quanto à afirmação de que o Sistema Tributário Nacional é regido pelo disposto na EC n.
18/1965, é importante compreender que tal EC não está mais vigente.
Com a promulgação da nova lei suprema (CF/1988), e com a consequente recepção do
CTN, que dispõe sobre as normas gerais de Direito Tributário, deve-se entender que o Sistema
Tributário Nacional passou a ser regido pelo disposto na própria Constituição Federal de 1988.

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001. (FCC/AUDITOR FISCAL/PREFEITURA DE SÃO LUÍS-MA/2018) De acordo com o Código


Tributário Nacional, as leis, os tratados e as convenções internacionais, os decretos e as nor-
mas complementares que versem, no todo ou em parte, sobre tributos e relações jurídicas a
eles pertinentes, estão compreendidos
a) na expressão “legislação tributária”.
b) no conceito de “crédito tributário plenamente constituído”.
c) na definição de “fato gerador”.
d) na noção de “lei complementar”.
e) na concepção de “norma tributária inadimplida”.

Segundo art. 96 do CTN,

a expressão ‘legislação tributária’ compreende as leis, os tratados e as convenções internacionais,


os decretos e as normas complementares que versem, no todo ou em parte, sobre tributos e rela-
ções jurídicas a eles pertinentes.
Letra a.

1.1. Constituição Federal e Emendas à Constituição Federal


A Constituição Federal é fundamento de validade para as normas existentes no ordena-
mento jurídico brasileiro, de forma que, quanto à matéria tributária, prevê as diretrizes para a
instituição dos tributos, destacando a competência dos entes, os princípios que permeiam as
relações jurídico-tributárias e a repartição das receitas tributárias.
Quanto às Emendas à Constituição, esta espécie normativa é responsável por alterar o
texto original da CF/1988, sendo que em seu art. 60, § 4º, o legislador constituinte prevê as
cláusulas pétreas, que são casos em que a Constituição não pode ser alterada:

Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta:


[…]
§ 4º Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir:
I – a forma federativa de Estado;
II – o voto direto, secreto, universal e periódico;
III – a separação dos Poderes;
IV – os direitos e garantias individuais.

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Assim, há matérias relativas ao Direito Tributário que não podem ser objeto de Emenda
Constitucional.

Por exemplo, a competência tributária, quando tal alteração representar interferência na forma
federativa do Estado, e as limitações constitucionais ao poder de tributar, quando a alteração
for passível de abolir direitos e garantias individuais.

1.2. Lei Ordinária e Lei Complementar


A Constituição Federal em seu art. 61 prevê as pessoas autorizadas a iniciar o processo
legislativo para elaboração tanto da lei complementar como da lei ordinária.
Ao estudar o processo legislativo com o(a) professor(a) de Direito Constitucional, você
deve ter estudado com mais profundidade cada espécie normativa, de modo que em nosso
curso o ponto será visto de forma sucinta, porém suficiente para compreensão da sua aplica-
bilidade no Direito Tributário.
As leis, em regra, passam pelas seguintes fases: iniciativa (propositura), constitutiva (de-
liberação parlamentar e deliberação executiva) e complementar (promulgação e publicação).
No entanto, há duas diferenças substanciais entre essas duas espécies: uma diz respeito
ao aspecto material e outra diz respeito ao aspecto formal.
Quanto ao aspecto material, é importante saber que o legislador constituinte destaca ex-
pressamente as hipóteses que devem ser objeto de lei complementar. Inclusive, quanto ao
Direito Tributário, conforme já foi visto em nosso curso, há determinados assuntos que devem
ser obrigatoriamente previstos em lei complementar.
Já a lei ordinária, quanto ao aspecto material, pode prever todas as matérias que o legis-
lador constituinte não destacou que devem ser obrigatoriamente previstas em lei comple-
mentar, decreto legislativo (art. 49, CF) e resoluções (arts. 51 e 52, CF/1988), de forma que
quando a Constituição ou o CTN destacam que determinada matéria deve ser prevista em lei,
considera-se a lei ordinária meio adequado para tal.
Quanto ao aspecto formal, a diferença entre as leis refere-se ao quórum de aprovação do
projeto de lei.
Enquanto a lei complementar deve ser aprovada por maioria absoluta, para a aprovação
da lei ordinária basta maioria simples ou relativa.
Nas sessões em que o assunto deve ser aprovado pela maioria absoluta, é preciso que haja
votação por mais da metade dos membros do órgão do Poder Legislativo, incluindo os ausen-
tes na contagem do total de membros.
Já nas sessões em que o assunto pode ser aprovado pela maioria simples, é preciso que,
para que seja instalada a sessão de votação, haja mais da metade dos membros presentes,
mas a sua aprovação se dá com a maioria dos votos dos presentes.

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Outro ponto importante quanto a essas duas espécies legislativas diz respeito à hierar-
quia. Segundo o Supremo Tribunal Federal, mesmo que a lei complementar requeira quórum
maior de aprovação, não há, efetivamente, hierarquia entre tais espécies normativas.
O que existe, sim, é reserva de competência constitucional. Matéria delimitada na Consti-
tuição como reservada à lei complementar só pode ser tratada por lei complementar.
Sobre tais temas a lei ordinária não pode dispor. Inobstante isso, se o tema não possui
reserva constitucional de lei complementar, ambas as espécies normativas poderão sobre
ele dispor.

1.3. Lei Delegada


A lei delegada é uma espécie de lei prevista na CF/1988, em seu art. 68, que é editada pelo
Presidente da República depois de devidamente autorizado pelo Poder Legislativo. Entenda a
referida autorização como delegação.
No CTN, o legislador afirma que as leis fazem parte da “legislação tributária”, devendo, por-
tanto, ser a lei delegada considerada como parte desse grupo.
No tópico antecedente, expusemos que boa parte dos assuntos tributários são objeto de
lei ordinária. Tais assuntos também podem ser objeto de lei delegada, de forma que há a mes-
ma ressalva feita àquela: o que for obrigatoriamente previsto em lei complementar não pode-
rá ser objeto de lei delegada, em atenção ao disposto na CF/1988, art. 68, par. 1º:

Art. 68. As leis delegadas serão elaboradas pelo Presidente da República, que deverá solicitar a
delegação ao Congresso Nacional.
§ 1º Não serão objeto de delegação os atos de competência exclusiva do Congresso Nacional, os
de competência privativa da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal, a matéria reservada à lei
complementar, nem a legislação sobre:

Embora seja uma espécie normativa constitucional e viável, na prática não é utilizada, já
que, como será visto adiante, o Poder Executivo tem a possibilidade de criar uma Medida Pro-
visória, nos casos de relevância urgência, espécie que demanda menos burocracia para a sua
edição, já que não precisa de delegação por parte de outro Poder para a sua criação.

1.4. Medida Provisória


A medida provisória-MP é espécie normativa que tem força de lei e é editada pelo Presi-
dente da República em caso de relevância e urgência, nos termos da CF/1988, art. 62.
Quanto à medida provisória, ela faz parte do grupo de “leis” que compõem a legislação
tributária e tem o condão de dispor sobre as matérias objeto do CTN, art. 97, exceto quanto às
hipóteses que forem obrigatoriamente previstas em Lei Complementar, conforme disposição
da Constituição Federal.

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Assim, quando existe a possibilidade de a disposição se dar por lei ordinária, a medida
provisória poderá ser utilizada.
No entanto, a CF/1988, art. 62, § 2º traz uma ressalva. Note, antes de mais nada, a redação
constitucional:

Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas provi-
sórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional.
[…]
§ 2º Medida provisória que implique instituição ou majoração de impostos, exceto os previstos nos
arts. 153, I, II, IV, V, e 154, II, só produzirá efeitos no exercício financeiro seguinte se houver sido
convertida em lei até o último dia daquele em que foi editada.

Como se vê, quanto aos impostos ali delimitados, para que a medida provisória produza os
efeitos quanto à instituição e majoração no exercício seguinte, ela deverá ser convertida em lei
até o último dia do exercício em que for editada, exceto quanto aos seguintes impostos:

(i) Imposto sobre a Importação – II;


(ii) Imposto sobre a Exportação – IE;
(iii) Imposto sobre Produtos Industrializados – IPI;
(iv) Imposto sobre as Operações de Crédito, Câmbio e Seguro, ou relativas a Títulos ou Valores Mo-
biliários – IOF; e
(v) Impostos Extraordinários de Guerra – IEG.

O que isso quer dizer? Quer dizer que se o Presidente da República editar uma MP criando
ou aumentando o Imposto sobre a Renda, por exemplo, em setembro de 2020, o referido im-
posto só será aumentado efetivamente no ano seguinte, se, até 31 de dezembro de 2020, a MP
for convertida em lei. Não havendo a conversão, não há qualquer efeito.
Já quanto aos impostos ressalvados no art. 62, par. 2º e quanto às demais espécies tri-
butárias, para que uma MP que crie ou aumente um tributo produza efeitos, não é necessária
sua conversão até o fim do exercício financeiro seguinte, devendo, somente, ser respeitado o
Princípio da Anterioridade aplicável à determinada espécie.
Pontue-se, ainda, que antes da CF/1988, era possível a edição de decreto-lei pelo Presi-
dente da República para dispor sobre determinados assuntos, de modo que o referido decreto
tinha força de lei, assim como tem a medida provisória.
Atualmente, entende-se que houve recepção de alguns, inclusive que tratam sobre Direito
Tributário, razão pela qual é possível que você veja a previsão de alguns assuntos em “decreto-
-lei”. Por exemplo, o decreto-lei n. 37/1966, que trata do Imposto sobre a Importação.

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1.5. Resolução
A resolução é uma espécie normativa com força de lei a ser considerada uma das “leis” que
compõem a “legislação tributária”, que tem o poder de inovar no mundo jurídico.
A resolução é ato normativo emanado pelo Poder Legislativo que prescinde de autorização
do Poder Executivo para que produza seus efeitos no ordenamento jurídico brasileiro.
Quanto à matéria tributária, a CF/1988 prevê que deve ser objeto de Resolução do Sena-
do Federal:

ICMS (CF/1988, art. 155, par. 2º, IV)

ESTABELECERÁ: INICIATIVA: APROVAÇÃO:


RESOLUÇÃO (i) ALÍQUOTAS (i) Presidente da (i) maioria
DO SENADO INTERESTADUAIS República; ou absoluta
FEDERAL (ii) ALÍQUOTAS NA (ii) 1/3 dos do Senado
EXPORTAÇÃO Senadores Federal.

IPVA (CF/1988, art. 155, par. 6º, I)

RESOLUÇÃO DO
ALÍQUOTAS MÍNIMAS
SENADO FEDERAL

ITCMD (CF/1988, art. 155, par. 1º, IV)

RESOLUÇÃO DO
ALÍQUOTAS MÁXIMAS
SENADO FEDERAL

Além dessa previsão, a CF/1988, art. 155, par. 2º, V prevê que é faculdade do Senado Fe-
deral editar estas resoluções:

ICMS

ALÍQUOTA INICIATIVA APROVAÇÃO ARTIGO NA CF


RESOLUÇÃO DO
SENADO FEDERAL
MAIORIA
- MÍNIMA UM TERÇO Art. 155, § 2º, V, “a”
ABSOLUTA
OPERAÇÕES
INTERNAS MAIORIA
MÁXIMA DOIS TERÇOS Art. 155, § 2º, V, “b”
ABSOLUTA

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Note, ainda, o seguinte quadro geral e suas observações que resumem as disposições cons-
titucionais acerca das alíquotas a serem estabelecidas por Resoluções do Senado Federal, retira-
do do Manual de Legislação Tributária Estadual, de Alexandre Meirelles e Daniel Petitinga:

Para facilitar a memorização, fizemos esse desenho com algumas observações a serem explicadas:
• O mapa do Brasil e suas setas correspondem às operações interestaduais e de exportação; • A
bomba é para lembrar que é para resolver conflitos entre estados; • Perceba que os impostos estão
em ordem alfabética, pois assim facilita a lembrança do desenho (ICMS, IPVA e ITCD);1

1.6. Tratados e Convenções Internacionais


Os tratados e convenções internacionais representam um grupo específico, com força de
lei, que compõe a legislação tributária.

Art. 96. A expressão “legislação tributária” compreende as leis, os tratados e as convenções in-
ternacionais, os decretos e as normas complementares que versem, no todo ou em parte, sobre
tributos e relações jurídicas a eles pertinentes.

Segundo a CF/1988, art. 84, VIII, compete ao Presidente da República “celebrar tratados,
convenções e atos internacionais, sujeitos a referendo do Congresso Nacional”.

1
Retirado de: Manual de Legislação Tributária Estadual. Editora Jus Podium. Alexandre Meirelles e Daniel Petitinga.

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Note que para fins de Direito Tributário podemos entender que tratados e convenções são
institutos similares, com o mesmo sentido.
Trata-se de acordo bilateral ou multilateral firmado com Estados Soberanos ou com orga-
nismos internacionais, que somente são introduzidos e considerados vigentes no ordenamen-
to jurídico brasileiro após aprovação do parlamento por meio de decreto legislativo.
Tal ideia decorre da CF/1988, art. 49, I, o qual prevê que “compete exclusivamente ao Con-
gresso Nacional resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais que
acarretem encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional”.
Assim, para que ocorra a vigência interna do tratado ou convenção, é preciso que sejam
concluídas as seguintes fases:
a) negociação e assinatura do tratado pelo Poder Executivo, na pessoa do Presidente da
República;
b) referendo ou aprovação pelo Poder Legislativo, mediante decreto legislativo, não mais
dependendo da sanção do Poder Executivo;
c) ratificação pelo presidente da República, mediante depósito dos instrumentos
constitutivos;
d) promulgação por meio da expedição de decreto do Presidente da República;
e) publicação oficial do decreto.
Embora os tratados ou convenções internacionais devam respeitar todas essas fases, é
importante destacar que, segundo entendimento majoritário da doutrina, já se considera a sua
internalização ao ordenamento jurídico brasileiro com a aprovação pelo Poder Legislativo,
por meio de decreto legislativo.
É preciso ter clareza, ainda, que tratados e convenções internacionais que versem sobre
direitos humanos possuem uma hierarquia diferenciada no ordenamento jurídico nacional.
Tais normas terão hierarquia supralegal, estando, assim, acima das leis e abaixo da Cons-
tituição. Caso sejam aprovados seguindo o rito das Emendas Constitucionais, em cada Casa
do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros,
serão equivalentes às emendas constitucionais.
Os tratados e convenções internacionais sobre Direito Tributário são distintos, pois ver-
sam sobre matéria tributária e não sobre direitos humanos.
Nesse ponto, então, é importante prestar atenção ao comando previsto no CTN, art. 98 que
determina que estes “revogam ou modificam a legislação tributária interna, e serão observa-
dos pela que lhes sobrevenha.”

Art. 98. Os tratados e as convenções internacionais revogam ou modificam a legislação tributária


interna, e serão observados pela que lhes sobrevenha.

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O dispositivo é um tanto complexo e merece ser desmembrado para melhor compreensão.


Note que são duas ideias normativas: a primeira trata da revogação da legislação tributária
interna pelo tratado ou convenção e a segunda impõe a necessidade de observância de suas
disposições pela legislação tributária interna que sobrevenha no ordenamento jurídico.
Atualmente, deve-se entender que a vigência de tratado internacional que verse sobre Di-
reito Tributário, em verdade, não revoga a lei anterior, e sim, suspende, a sua eficácia.
Esse entendimento defende que o tratado é incorporado ao ordenamento nacional como
norma especial que deve prevalecer sobre a lei geral, considerando-se que – enquanto vigente
o tratado internacional como norma específica – prevalecerá sobre a lei interna geral, seja ela
anterior ou posterior.
Nesse sentido, o STF entende que o tratado internacional, quando vigente internamente
(e não tratar especificamente sobre direitos humanos), passa a ter mesma hierarquia de lei
ordinária especial, sendo revogado o tratado, portanto, se houver lei posterior contrária a ele,
destacando Ricardo Alexandre, que:

Contudo, ressalvada a hipótese do § 3º do art. 5º da CF/1988, a jurisprudência do STF é pacífica no


sentido de que, após regular incorporação ao direito interno, o tratado internacional adquire posição
hierárquica idêntica à de uma lei ordinária, não podendo disciplinar, por isso, matéria reservada a
lei complementar (ADIMC 1.480 e RE 80.0]4-SE), mas possibilitando que uma lei ordinária venha a
“modificá-lo ou revogá-lo internamente (o que equivaleria a uma denúncia no âmbito externo).

Outra peculiaridade sobre os tratados internacionais, em relação à matéria tributária, diz


respeito à adesão do Brasil ao GATT (Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio), hoje chamado
de OMC (Organização Mundial de Comércio), que se refere a acordos que são firmados entre
os países signatários.
Tais acordos são realizados a fim de reduzir as barreiras para troca de produtos, visando
reduzir os tributos e eventuais tarifas existentes entre as operações de compra e venda reali-
zadas entre Estados soberanos.
Assim, há súmulas do Superior Tribunal de Justiça e do Supremo Tribunal Federal que tra-
tam sobre o tema:

Súmula n. 20, STJ – A mercadoria importada de país signatário do GATT é isenta do ICM, quando
contemplado com esse favor o similar nacional.
Súmula n. 71, STJ – O bacalhau importado de país signatário do GATT é isento do ICM.
Súmula n. 575, STF – À mercadoria importada de país signatário do GATT, ou membro da ALALC,
estende-se a isenção do imposto sobre circulação de mercadorias concedida a similar nacional.

Veja que quando uma pessoa se beneficia da isenção em razão do GATT, não há ofensa
ao Princípio da Vedação à Isenção Heterônoma, pois se considera que nesse caso quem está
agindo é a República Federativa do Brasil, em face de sua soberania.

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002. (FCC/AUDITOR FISCAL/SEGEP-MA/2016) Tratado internacional em matéria tributária


a) dispensa aprovação pelo Congresso Nacional.
b) requer aprovação pelas Assembleias Legislativas estaduais.
c) pode criar hipótese de isenção de tributos estaduais e municipais.
d) tem nível constitucional automático.
e) não se submete a normas gerais do Código Tributário Nacional.

a, b) Erradas. O art. 84, VIII, CF/1988, afirma que compete ao Presidente da República “celebrar
tratados, convenções e atos internacionais, sujeitos a referendo do Congresso Nacional”.
c) Certa. Como visto em aula, a título de exemplo, a Súmula n. 71 do STJ reconhece a legalida-
de de isenção de ICMS quanto a bacalhau importado de país signatário do GATT. Nesse caso,
entende-se que a República Federativa do Brasil, em face de sua soberania, é que está agindo,
e não a União. Se fosse a União, estar-se-ia diante de hipótese de Isenção Heterônoma, o que
é vedado no ordenamento jurídico brasileiro tributário.
d) Errada. Os tratados internacionais são incorporados, via de regra, com nível de Lei Ordinária.
No entanto, aquele que tratar sobre direitos humanos terá nível supralegal, havendo, ainda, na
CF/1988, a ressalva quanto aos tratados internacionais de direitos humanos que sejam apro-
vados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos
respectivos membros: estes serão equivalentes às emendas constitucionais, tendo, portanto,
nível constitucional.
e) Falsa, já que os tratados internacionais compõem a legislação tributária e o CTN representa
o código de normas gerais desta matéria.
Letra c.

1.7. Decreto
O decreto é uma espécie normativa que compõe a “legislação tributária”, de competência
do Presidente da República, que não tem o condão de inovar na ordem jurídica, mas tão so-
mente regular situações conforme disposição legal, nos termos da CF/1988, art. 84, IV:

Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:


[…]
IV – sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e regulamentos para
sua fiel execução.

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No ordenamento jurídico brasileiro, há duas espécies de decretos que podem ser editados
pelo Presidente da República: o autônomo e o regulamentar.
O primeiro tem o condão de inovar na ordem jurídica, enquanto o segundo regulamenta
disposições legais, a fim de prever detalhes não pormenorizados em lei, que podem auxiliar no
cumprimento pelo sujeito passivo ou de terceiros dos comandos pretendidos pelo legislador.
Em razão desta função é que o decreto regulamentar é considerado um ato normativo se-
cundário. Tal afirmação está em consonância com o art. 99, CTN:

Art. 99. O conteúdo e o alcance dos decretos restringem-se aos das leis em função das quais sejam
expedidos, determinados com observância das regras de interpretação estabelecidas nesta lei.

A título de exemplo, hoje, está vigente o Decreto n. 7.212/2010, chamado de Regulamento


do IPI, que foi editado para regulamentar a cobrança, fiscalização, arrecadação e administra-
ção do Imposto sobre Produtos Industrializados – IPI.

2. Normas Complementares
As normas complementares compõem a legislação tributária, e, segundo determinação do
CTN, têm o dever de complementar:
(i) as leis;
(ii) os tratados e as convenções internacionais; e
(iii) os decretos.
E que normas complementares são essas? Veja a tabela a seguir:

Note o art. 100 do CTN:

Art. 100. São normas complementares das leis, dos tratados e das convenções internacionais e dos
decretos:
I – os atos normativos expedidos pelas autoridades administrativas;
II – as decisões dos órgãos singulares ou coletivos de jurisdição administrativa, a que a lei atribua
eficácia normativa;

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III – as práticas reiteradamente observadas pelas autoridades administrativas;
IV – os convênios que entre si celebrem a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios.
Parágrafo único. A observância das normas referidas neste artigo exclui a imposição de penalida-
des, a cobrança de juros de mora e a atualização do valor monetário da base de cálculo do tributo.

Antes de compreender o significado de cada norma complementar, é importante você ter


conhecimento de que o fato de o sujeito passivo agir observando-as, exclui-se a imposição
de penalidades, a cobrança de juros de mora e a atualização do valor monetário da base de
cálculo do tributo.

Penalidades

A observância da
legislação tributária
Juros de mora
exclui

Atualização da base de cálculo

2.1. Atos Normativos Expedidos pelas Autoridades Administrativas


As autoridades administrativas, buscando dar fiel cumprimento ao previsto nas espécies
normativas vistas nos tópicos precedentes, têm o poder de editar atos normativos com co-
mandos mais detalhados a serem seguidos pelos servidores públicos, pelo sujeito passivo ou
terceiro interessado, e organizar as competências e rotinas do órgão, em favor da arrecadação
e fiscalização tributária.
Vamos visualizar. Se você abrir o Diário Oficial da União, diariamente, possivelmente irá se
deparar com esses atos normativos.
A título de exemplo, no dia 02.09.2019, foi publicada a Portaria SRRF05 n. 145, de 29 de
agosto de 2019, pelo Superintendente da Receita Federal do Brasil na 5ª Região Fiscal, para dis-
por sobre a transferência temporária de competências das unidades e subunidades da Receita
Federal e definir as suas atribuições em razão da suspensão das atividades em outras agências.
É importante destacar, quanto às autoridades administrativas, que uma pode ocupar um
cargo hierarquicamente superior ao ocupado pela outra, o que acarretará na obrigatória obser-
vância, por parte do Ministro da Fazenda, por exemplo, a ato normativo antes expedido pelo
Presidente da República.
Ademais, além das portarias, identificam-se nesse grupo as instruções normativas e as ordens
de serviços, por exemplo, que são espécies normativas dotadas de abstração e generalidade.

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2.2. Decisões dos Órgãos Singulares ou Coletivos de Jurisdição


Administrativa, a que a lei Atribua Eficácia Normativa
A referida previsão refere-se aos casos em que é concluído o julgamento de um processo
administrativo e uma lei posterior concede eficácia normativa à decisão nele proferida.
Nesse caso, o seu comando deve ser aplicado aos casos similares, já que após a atribuição
de eficácia normativa, a decisão deixa de ser especial e concreta para ser geral e abstrata.
Note que a regra geral é que as decisões de órgãos singulares ou coletivos de jurisdição
administrativa NÃO possuam eficácia normativa nem integrem a legislação tributária, sendo
aplicadas apenas ao caso em concreto respectivo.
Nesse sentido, é fundamental ressaltar que somente após adquirirem o caráter normativo,
por meio de lei, é que as referidas decisões passarão a fazer parte da legislação tributária.

2.3. Práticas Reiteradamente Observadas pelas Autoridades


Administrativas
As práticas reiteradamente observadas pelas autoridades administrativas representam os “usos
e costumes” a serem considerados como comando de ação para os sujeitos da relação tributária.
Como visto desde a primeira aula, o Direito Tributário sujeita-se ao Princípio da Legalidade,
não podendo ser exigido nem aumentado nenhum tributo se não houver previsão legal para tanto.
Então, agora, você deve estar se perguntando como estamos afirmando que as referidas
práticas que representam usos e costumes irão compor a legislação tributária.
Ora, esses usos e costumes observados são, em verdade, uma interpretação de como a lei
vem sendo aplicada pela autoridade administrativa.
Se a autoridade administrativa interpreta que determinada lei impõe determinada conduta
para o contribuinte por um determinado período de tempo, tal situação se configura como uma
prática reiteradamente observada.
Tal ideia prevista no CTN garante ao contribuinte, por exemplo, que uma mudança de inter-
pretação da norma tributária pela Administração só será aplicada para casos futuros.

2.4. Convênios Celebrados entre a União, os estados, o Distrito


Federal e os Municípios
Os convênios previstos no art. 100 do CTN, considerados como norma complementar que
compõem a “legislação tributária”, representam os acordos firmados entre os entes políticos
nos seguintes casos:
(i) extraterritorialidade da legislação tributária (art. 102, CTN);
(ii) assistência mútua para fiscalização dos tributos e permuta de informações (art.
199, CTN);
(iii) uniformização de procedimentos.

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Pontue-se que tais convênios não são aqueles previstos na CF/1988 que têm o poder
de inovar na ordem jurídica, e dispor, por exemplo, sobre isenções e benefícios fiscais quan-
to ao ICMS.
Os convênios aqui mencionados são os que os entes firmam entre si para compartilha-
mento de informações fiscais, por exemplo.

3. Vigência da Legislação Tributária


O CTN, nos arts. 101, 103 e 104, prevê quando a legislação tributária será considerada vi-
gente, ou seja, apta a gerar efeitos no mundo jurídico (vigência temporal).
Partindo do pressuposto de que você sabe as fases de um processo legislativo e o mo-
mento em que uma lei é considerada vigente, seremos breve, quanto às peculiaridades gerais.
Para que uma norma seja criada e aplicada ela deve:
(i) ser proposta pelas pessoas autorizadas pela Constituição Federal, conforme espécie
normativa – fase iniciativa;
(ii) ter o seu teor discutido, votado e aprovado pelos órgãos do Poder Legislativo – delibe-
ração parlamentar;
(iii) ser sancionada (em caso de concordância) ou vetada (em caso de discordância) pelo
Chefe do Poder Executivo – deliberação executiva;
(iv) em caso de veto, ser o veto rejeitado ou mantido pelo Poder Legislativo;
(v) se sancionado pelo Chefe do Executivo ou rejeitado o veto pelo Poder Legislativo, o Pro-
jeto de Lei é encaminhado para o Chefe do Poder Executivo promulgá-lo e publicá-lo
Assim, após a ocorrência devida dessas fases descritas, e a consequente publicação da
lei, verifica-se a sua validade.
Uma lei válida pode, ainda, não estar vigente, surgindo, assim, o período chamado “vacatio
legis”. Tal período representa o lapso temporal existente entre a publicação da lei e o dia em
que a norma passa a viger e estar apta a produzir os seus efeitos respectivos.
Na seara tributária, tendo em vista o Princípio da Anterioridade Anual e da Anterioridade
Nonagesimal, é possível afirmar que uma lei pode, ainda, estar vigente, mas não ser eficaz.
Assim temos três momentos distintos para que a lei efetivamente produza seus efeitos:
há que estar válida, vigente e eficaz.
Regra geral, as leis respeitarão a Lei de Introdução às Normas de Direito Brasil – LINDB, de
modo que nas hipóteses de Direito Tributário, havendo disposição específica, esta prevalece-
rá. Note a redação do art. 101 do CTN:

Art. 101. A vigência, no espaço e no tempo, da legislação tributária rege-se pelas disposições legais
aplicáveis às normas jurídicas em geral, ressalvado o previsto neste Capítulo.

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A LINDB, em seu art. 1º, afirma, como regra, que salvo disposição em contrário, a lei entrará
em vigor 45 dias após a publicação:

Art. 1º Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país quarenta e cinco dias de-
pois de oficialmente publicada.
§ 1º Nos Estados, estrangeiros, a obrigatoriedade da lei brasileira, quando admitida, se inicia três
meses depois de oficialmente publicada.

Não havendo norma específica que afirme que há prazo diverso para que a lei tributá-
ria seja considerada vigente, considera-se que ela estará vigente, portanto, após 45 dias da
publicação.
Perceba, entretanto, que os tributos que devem obediência ao Princípio da Anterioridade
podem ser objeto de lei vigente, mas não eficaz, pois só haverá produção de efeitos no exercí-
cio seguinte ou após 90 dias da publicação.
Já quanto às normas complementares, o CTN, em seu art. 103, destaca prazos específi-
cos, que prevalecerão sobre aqueles previstos na LINDB. Note o artigo e o quadro a seguir:

Art. 103. Salvo disposição em contrário, entram em vigor:


I – os atos administrativos a que se refere o inciso I do art. 100, na data da sua publicação;
II – as decisões a que se refere o inciso II do art. 100, quanto a seus efeitos normativos, 30 (trinta)
dias após a data da sua publicação;
III – os convênios a que se refere o inciso IV do art. 100, na data neles prevista.

VIGÊNCIA DAS NORMAS COMPLEMENTARES


(SALVO DISPOSIÇÃO EM CONTRÁRIO)

Atos administrativos expedidos pelas autoridades Data da publicação, salvo


administrativas disposição em contrário

30 dias após a data


Decisões dos órgãos singulares ou coletivos de jurisdição
da publicação, salvo
administrativa, a que a lei atribua eficácia normativa
disposição em contrário

Data neles prevista. Caso


Convênios firmados entre a União, os estados, o Distrito
não exista, previsão da
Federal e os municípios
LINDB (45 dias)

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003. (FCC/AUDITOR FISCAL/PREFEITURA DE TERESINA-PI/2016) A Secretaria de Finanças


de determinado Município brasileiro, necessitando de dar publicidade às normas complemen-
tares das leis e dos decretos emanados das autoridades municipais competentes, edita as re-
feridas normas, denominadas Portarias, que são expedidas pelas autoridades administrativas
dessa Secretaria. De acordo com o Código Tributário Nacional, essas Portarias entram em vigor
a) no primeiro dia do exercício seguinte ao de sua publicação, quando estiverem aumentando
alíquota do IPTU.
b) quarenta e cinco dias após a data da sua publicação, salvo disposição de lei orgânica muni-
cipal em contrário.
c) na data de sua publicação, salvo disposição em contrário.
d) no primeiro dia do exercício seguinte ao de sua publicação, quando estiverem aumentando
alíquota de tributo, e desde que observado o interregno de 90 dias entre a data da publicação
do ato e o primeiro dia do exercício subsequente.
e) trinta dias após a data da sua publicação, salvo disposição de lei em contrário.

Gabarito nos termos do CTN, art. 100, I c/c art. 103, I:

Art. 100. São normas complementares das leis, dos tratados e das convenções internacionais e dos
decretos:
I – os atos normativos expedidos pelas autoridades administrativas.
[…]
Art. 103. Salvo disposição em contrário, entram em vigor:
I – os atos administrativos a que se refere o inciso I do art. 100, na data da sua publicação.
Letra c.

3.1 Vigência Espacial

Quanto à vigência da Lei n. espaço (vigência espacial), o CTN, no art. 102, prevê o lógico,
que as leis serão consideradas vigentes dentro do território do ente político respectivo.
A territorialidade é a regra geral no ordenamento jurídico brasileiro na seara tributária.

Por exemplo, uma lei editada pela União vigerá em todo o território da União, e uma lei editada
por determinado estado só será considerada vigente em todo o território daquele estado.

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No entanto, conforme se depreende da análise do art. 102, CTN, é possível constatar a pos-
sibilidade da extraterritorialidade, que é a aplicação da norma fora do seu território:

Art. 102. A legislação tributária dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios vigora, no País, fora
dos respectivos territórios, nos limites em que lhe reconheçam extraterritorialidade os convênios de
que participem, ou do que disponham esta ou outras leis de normas gerais expedidas pela União.

Como se vê, a extraterritorialidade se dá conforme convênios celebrados pelas partes par-


ticipantes da relação, ou conforme norma geral expedida pela União, que deve ser editada
como lei complementar.

004. (FCC/AUDITOR FISCAL/SEFAZ-SC/2018) A legislação tributária dos Estados vigora, em


alguns casos, fora dos seus respectivos territórios, podendo ser citada, como exemplo, a deno-
minada substituição tributária interestadual. De acordo com o Código Tributário Nacional, esta
extraterritorialidade ocorre nos limites em que ela é reconhecida por
a) convênios de que estes Estados participem.
b) resolução conjunta da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, ratificada por ato do
Poder Executivo federal, vedada a edição de medida provisória para esse fim.
c) resolução do Senado Federal.
d) convênios de que estes Estados participem, desde que homologados por resolução do Se-
nado Federal.
e) ato do Poder Executivo federal, vedada a edição de medida provisória para esse fim.

Gabarito nos termos do art. 102, CTN:

Art. 102. A legislação tributária dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios vigora, no País,
fora dos respectivos territórios, nos limites em que lhe reconheçam extraterritorialidade os convê-
nios de que participem, ou do que disponham esta ou outras leis de normas gerais expedidas pela
União.
Letra a.

Quanto a pessoas jurídicas de direito público que forem desmembradas, já foi visto em
nosso curso, que, até que haja lei vigente no território da nova pessoa criada, será aplicada a
legislação tributária vigente no território de origem, conforme se depreende da análise do art.
120 do CTN:

Art. 120. Salvo disposição de lei em contrário, a pessoa jurídica de direito público, que se constituir
pelo desmembramento territorial de outra, subroga-se nos direitos desta, cuja legislação tributária
aplicará até que entre em vigor a sua própria.

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Você deve lembrar da criação do Estado de Tocantins, não? Pois é. Ao se desmembrar do


Estado de Goiás, Tocantins pode se utilizar da legislação daquele antes de editar a sua própria.

4. Aplicação da Legislação Tributária


A aplicação da legislação tributária refere-se à identificação das normas aplicáveis ao caso
concreto. As espécies normativas estudadas nesta aula são dotadas de generalidade e abs-
tração inerente a elas, de forma que é necessário avaliar, em cada situação, quais dispositivos
que são empregues à respectiva relação jurídico-tributária.
O CTN, ao dispor sobre o tema, corrobora com o Princípio da Irretroatividade, previsto na
Constituição e já estudado em nosso curso, que determina que:

Art. 150, III, “a”, CF/1988. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à
União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
[…]
III – cobrar tributos:
a) em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver instituído
ou aumentado.

Nesse sentido é que, o CTN, no art. 105, destaca que “a legislação tributária se aplica
imediatamente aos fatos geradores futuros e aos pendentes, assim entendidos aqueles cuja
ocorrência tenha tido início mas não esteja completa nos termos do art. 116”.
Veja que tal previsão está em consonância com o Princípio da Irretroatividade. A lei deve
ser aplicada somente a casos que ocorrerem, ou completarem a sua ocorrência, após a
sua vigência.
Ocorre que o legislador destacou hipóteses em que a lei poderá ser aplicada a casos pas-
sados, nos termos do art. 106, CTN:

Art. 106. A lei aplica-se a ato ou fato pretérito:


I – em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicação de penalida-
de à infração dos dispositivos interpretados;
II – tratando-se de ato não definitivamente julgado:
a) quando deixe de defini-lo como infração;
b) quando deixe de tratá-lo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que
não tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de tributo;
c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática.

Sendo assim, veja que as situações do art. 106 podem ser divididas em duas hipóteses. A
primeira determina que a lei sempre retroage se for meramente para interpretar uma lei que
anteriormente estava mal explicada e causando dúvida sobre sua aplicação. E exclui qualquer
aplicação de penalidade, ou seja, o contribuinte não pode ser autuado caso tenha procedido de
forma diversa a nela prevista.
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Obviamente, deverá pagar o tributo devido, mas não a multa sobre o não recolhimento.
A segunda abrange três situações de aplicação benéfica ao contribuinte caso o ato ainda
não tenha sido julgado em definitivo. Se já tiver sido, a lei será aplicada.

005. (FCC/AUDITOR FISCAL/SEFAZ-SC/2018) Certa lei estadual definia como infração à le-
gislação do ICMS, desde 2001, um determinado ato. A partir de 2017, lei nova deixou de definir
este ato como infração. De acordo com o Código Tributário Nacional, a lei nova será aplica-
da aos atos
a) pretéritos, apenas, desde que a infração não tenha sido praticada com dolo, fraude ou simu-
lação, e que a referida infração não tenha implicado falta de pagamento do imposto.
b) pretéritos, apenas, aos quais a legislação cominou penalidades que não sejam de natureza
pecuniária.
c) futuros, apenas.
d) futuros e pretéritos, sendo que, em relação aos pretéritos, sua aplicação está condicionada
a que o referido ato não tenha sido definitivamente julgado.
e) pretéritos, apenas, nos casos em que não constitua, simultânea e autonomamente, infração
ou crime de natureza penal, trabalhista ou ambiental.

Gabarito nos termos do art. 105, c/c art. 106, II, “a”, CTN:

Art. 105. A legislação tributária aplica-se imediatamente aos fatos geradores futuros e aos pen-
dentes, assim entendidos aqueles cuja ocorrência tenha tido início mas não esteja completa nos
termos do art. 116.
Art. 106. A lei aplica-se a ato ou fato pretérito:
[…]
II – tratando-se de ato não definitivamente julgado:
a) quando deixe de defini-lo como infração.
Letra d.

5. Interpretação e Integração da Legislação Tributária


No Direito Tributário, a interpretação das normas vigentes que o regem, segundo previsão do
art. 107 do CTN, deve se dar conforme os arts. 108 a 112, que tratam especificamente sobre a in-
terpretação e a integração da legislação tributária. Note a redação do Código antes de mais nada:

Art. 107. A legislação tributária será interpretada conforme o disposto neste Capítulo.
Art. 108. Na ausência de disposição expressa, a autoridade competente para aplicar a legislação
tributária utilizará sucessivamente, na ordem indicada:
I – a analogia;

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II – os princípios gerais de direito tributário;
III – os princípios gerais de direito público;
IV – a equidade.
§ 1º O emprego da analogia não poderá resultar na exigência de tributo não previsto em lei.
§ 2º O emprego da equidade não poderá resultar na dispensa do pagamento de tributo devido.
Art. 109. Os princípios gerais de direito privado utilizam-se para pesquisa da definição, do conteúdo
e do alcance de seus institutos, conceitos e formas, mas não para definição dos respectivos efeitos
tributários.
Art. 110. A lei tributária não pode alterar a definição, o conteúdo e o alcance de institutos, conceitos
e formas de direito privado, utilizados, expressa ou implicitamente, pela Constituição Federal, pelas
Constituições dos Estados, ou pelas Leis Orgânicas do Distrito Federal ou dos Municípios, para de-
finir ou limitar competências tributárias.
Art. 111. Interpreta-se literalmente a legislação tributária que disponha sobre:
I – suspensão ou exclusão do crédito tributário;
II – outorga de isenção;
III – dispensa do cumprimento de obrigações tributárias acessórias.
Art. 112. A lei tributária que define infrações, ou lhe comina penalidades, interpreta-se da maneira
mais favorável ao acusado, em caso de dúvida quanto:
I – à capitulação legal do fato;
II – à natureza ou às circunstâncias materiais do fato, ou à natureza ou extensão dos seus efeitos;
III – à autoria, imputabilidade, ou punibilidade;
IV – à natureza da penalidade aplicável, ou à sua graduação.

Interpretar uma lei é traduzir o que almeja o legislador perante os destinatários da norma
diante da sua elaboração e vigência.
Segundo o art. 109 do CTN, para que os intérpretes e destinatários da lei compreendam
os institutos tributários, seus conceitos, definições, conteúdos e alcances, eles devem recorrer
aos princípios gerais de direito privado.
No entanto, o legislador veda expressamente que se utilize dos princípios gerais de direito
privado para determinar os efeitos tributários pretendidos pela norma, já que tais efeitos de-
vem ser claramente previstos nas normas fiscais.
Para o nascimento da obrigação tributária, é preciso que o sujeito passivo pratique fato
previsto em lei como necessário e suficiente para incidência de tributo. Tais fatos geradores da
obrigação tributária normalmente derivam de fatos devidamente definidos pelo Direito Privado.
A identificação de que o fato gerador está previsto conforme definição em norma privada
se dá por meio do conhecimento e da análise do ordenamento jurídico, conforme as peculiari-
dades de cada caso.
Por exemplo, o Imposto sobre a Transmissão Inter Vivos – ITIV incide na operação de com-
pra e venda de bens imóveis entre pessoas vivas, sendo tal operação formalizada nos termos
do Direito Civil conforme contrato de compra e venda.

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Em razão de situações como essa, em que se utilizam definições do Direito Privado para
identificar a incidência de lei tributária, foi que o legislador se preocupou em destacar no art.
110 do CTN que

a lei tributária não pode alterar a definição, o conteúdo e o alcance de institutos, conceitos e formas
de direito privado, utilizados, expressa ou implicitamente, pela Constituição Federal, pelas Consti-
tuições dos Estados, ou pelas Leis Orgânicas do Distrito Federal ou dos Municípios, para definir ou
limitar competências tributárias.

Quanto à forma de interpretação das normas tributárias, o legislador preocupou-se em des-


tacar que há determinados assuntos que devem ser objeto de interpretação literal, que é um
modo restritivo de interpretar aquilo que está escrito, devendo extrair da norma exatamente o
mandamento previsto.
Nesse sentido, conforme previsão do art. 111, CTN, os institutos tributários listados a se-
guir só podem ser constatados por meio de interpretação literal da legislação tributária:

006. (FCC/PROCURADOR DO ESTADO/SEGEP-MA/2016) Sobre integração e intepretação


da legislação tributária é correto afirmar que
a) interpreta-se literalmente a legislação tributária que disponha, dentre outros, sobre outorga
de isenção e de exclusão ou suspensão do crédito tributário.
b) é sistemática a interpretação no que se refere à exclusão do crédito tributário.
c) poderá o Fisco valer-se da analogia para exigir tributo por fato semelhante não descrito na
hipótese de incidência.
d) o emprego da equidade pode resultar na dispensa de pagamento de tributo devido quando
da integração da legislação tributária.
e) na interpretação da lei tributária é permitida a alteração de conceitos e institutos de direito
privado utilizados para definir o fato gerador, desde que a alteração se faça por lei e que resulte
em maior arrecadação tributária.

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Gabarito nos termos do art. 111, CTN:

Art. 111. Interpreta-se literalmente a legislação tributária que disponha sobre:


I – suspensão ou exclusão do crédito tributário;
II – outorga de isenção;
III – dispensa do cumprimento de obrigações tributárias acessórias.
Letra a.

Há casos ainda em que há dúvida quanto à lei tributária que prevê infrações ou impõe pena-
lidades. Segundo o CTN, art. 112, ela deve ser interpretada de forma mais favorável ao acusado
quando houver dúvida quanto:

007. (FCC/AUDITOR FISCAL/SEGEP-MA/2016) De acordo com o CTN, deverá ser interpreta-


da da maneira mais favorável ao
a) responsável tributário, a legislação tributária que lhe atribui essa condição, mesmo que não
esteja prevista na legislação tributária a existência de benefício de ordem.
b) contribuinte, a lei tributária que define o fato gerador do tributo, sempre que se tratar de em-
presa de porte pequeno, assim definida nos termos da lei.
c) sujeito passivo, a lei tributária que define benefícios fiscais, quando houver dúvida sobre a
abrangência e o alcance de um convênio ICMS.
d) acusado, a lei tributária que define infrações, se houver dúvida quanto às circunstâncias
materiais do fato.
e) contribuinte, ao responsável e ao terceiro, a legislação tributária relacionada com a forma,
circunstâncias e prazos referentes ao cumprimento de obrigações acessórias.

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Gabarito nos termos do inc. II, “a”rt. 112, CTN e deste esquema:

Art. 112. A lei tributária que define infrações, ou lhe comina penalidades, interpreta-se da maneira
mais favorável ao acusado, em caso de dúvida quanto:
I – à capitulação legal do fato;
II – à natureza ou às circunstâncias materiais do fato, ou à natureza ou extensão dos seus efeitos;
III – à autoria, imputabilidade, ou punibilidade;
V – à natureza da penalidade aplicável, ou à sua graduação.

Letra d.

E quanto aos casos em que o intérprete não identifica previsão expressa na legislação tri-
butária que trate a respeito?
Nesses casos, recorre-se à integração da legislação tributária, com o intuito de suprir tal
lacuna, de forma que o legislador, no art. 108 do CTN, determinou que a autoridade (adminis-
trativa ou judicial) competente para aplicar a legislação tributária se utilize, sucessivamente,
dos seguintes institutos:

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Diego Degrazia e Lis Ribas

Diante da ausência de previsão expressa, a autoridade, primeiramente, tentará identificar


qual legislação tributária poderá ser aplicada a determinado caso concreto por meio da análise
de casos similares – analogia.
O par. 1º do art. 108 do CTN destaca que a autoridade não pode exigir tributo não previsto
em lei em face da utilização da analogia.

Art. 108. Na ausência de disposição expressa, a autoridade competente para aplicar a legislação
tributária utilizará sucessivamente, na ordem indicada:
I – a analogia;
II – os princípios gerais de direito tributário;
III – os princípios gerais de direito público;
IV – a equidade.
§ 1º O emprego da analogia não poderá resultar na exigência de tributo não previsto em lei.

Não sendo possível suprir a lacuna com a analogia, o aplicador da legislação irá recorrer
aos princípios gerais de Direito Tributário; que se não for capaz de solucionar o caso concreto,
buscará a autoridade suprir a lacuna deixada pela legislação tributária por meio da aplicação
dos princípios gerais de Direito Público.
Por fim, não suprindo a lacuna com clareza por meio da aplicação dos três institutos já
mencionados, buscará a autoridade resolver o caso por meio da equidade.
A equidade é aplicada pela autoridade visando uma resolução justa, humana e mais ame-
na, flexibilizando a respectiva previsão legal.
No entanto, pontue-se que, embora tenha em sua essência o senso de justiça, a equidade
não pode ser utilizada para dispensar pagamento de tributo devido.

008. (FCC/DEFENSOR PÚBLICO/DPE-RS/2014) Acerca dos institutos da Interpretação e In-


tegração da Legislação Tributária, previstos no Código Tributário Nacional, é correto afirmar:
a) Os princípios gerais de direito privado não poderão ser utilizados para pesquisa da definição,
do conteúdo e do alcance de seus institutos, conceitos e formas, mas poderão ser usados para
definição dos respectivos efeitos tributários.
b) Na ausência de disposição expressa, a autoridade competente para aplicar a legislação tri-
butária utilizará sucessivamente, na ordem indicada, a analogia, os princípios gerais de direito
tributário, os princípios gerais de direito público e a equidade.
c) A lei tributária poderá alterar a definição, o conteúdo e o alcance de institutos, conceitos e
formas de direito privado, utilizados, expressa ou implicitamente, pela Constituição Federal, pe-
las Constituições dos Estados, ou pelas Leis Orgânicas do Distrito Federal ou dos Municípios,
desde que seja para definir ou limitar competências tributárias.
d) O emprego da analogia poderá resultar na exigência de tributo não previsto em lei.
e) O emprego da equidade poderá resultar na dispensa do pagamento de tributo devido.

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Gabarito nos termos do art. 108, CTN:

Art. 108. Na ausência de disposição expressa, a autoridade competente para aplicar a legislação
tributária utilizará sucessivamente, na ordem indicada:
I – a analogia;
II – os princípios gerais de direito tributário;
III – os princípios gerais de direito público;
IV – a equidade.
Letra b.

6. Jurisprudência Selecionada
1) DIREITO TRIBUTÁRIO – LEI INTERPRETATIVA – APLICAÇÃO RETROATIVA DA LEI
COMPLEMENTAR n. 118/2005 – DESCABIMENTO – VIOLAÇÃO À SEGURANÇA JURÍ-
DICA – NECESSIDADE DE OBSERVÂNCIA DA VACACIO LEGIS – APLICAÇÃO DO PRAZO
REDUZIDO PARA REPETIÇÃO OU COMPENSAÇÃO DE INDÉBITOS AOS PROCESSOS AJUI-
ZADOS A PARTIR DE 9 DE JUNHO DE 2005.
Quando do advento da LC n. 118/2005, estava consolidada a orientação da Primeira
Seção do STJ no sentido de que, para os tributos sujeitos a lançamento por homologa-
ção, o prazo para repetição ou compensação de indébito era de 10 anos contados do seu
fato gerador, tendo em conta a aplicação combinada dos arts. 150, § 4º, 156, VII, e 168,
I, do CTN. A LC n. 118/2005, embora tenha se auto-proclamado interpretativa, implicou
inovação normativa, tendo reduzido o prazo de 10 anos contados do fato gerador para 5
anos contados do pagamento indevido. Lei supostamente interpretativa que, em verdade,
inova no mundo jurídico deve ser considerada como lei nova. Inocorrência de violação à
autonomia e independência dos Poderes, porquanto a lei expressamente interpretativa
também se submete, como qualquer outra, ao controle judicial quanto à sua natureza,
validade e aplicação. A aplicação retroativa de novo e reduzido prazo para a repetição ou
compensação de indébito tributário estipulado por lei nova, fulminando, de imediato, pre-
tensões deduzidas tempestivamente à luz do prazo então aplicável, bem como a aplica-
ção imediata às pretensões pendentes de ajuizamento quando da publicação da lei, sem
resguardo de nenhuma regra de transição, implicam ofensa ao princípio da segurança
jurídica em seus conteúdos de proteção da confiança e de garantia do acesso à Justiça.
Afastando-se as aplicações inconstitucionais e resguardando-se, no mais, a eficácia da
norma, permite-se a aplicação do prazo reduzido relativamente às ações ajuizadas após
a vacatio legis, conforme entendimento consolidado por esta Corte no enunciado 445 da
Súmula do Tribunal. O prazo de vacatio legis de 120 dias permitiu aos contribuintes não
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apenas que tomassem ciência do novo prazo, mas também que ajuizassem as ações
necessárias à tutela dos seus direitos. Inaplicabilidade do art. 2.028 do Código Civil, pois,
não havendo lacuna na LC 118/08, que pretendeu a aplicação do novo prazo na maior
extensão possível, descabida sua aplicação por analogia. Além disso, não se trata de lei
geral, tampouco impede iniciativa legislativa em contrário. Reconhecida a inconstitucio-
nalidade art. 4º, segunda parte, da LC n. 118/2005, considerando-se válida a aplicação do
novo prazo de 5 anos tão-somente às ações ajuizadas após o decurso da vacatio legis de
120 dias, ou seja, a partir de 9 de junho de 2005. Aplicação do art. 543-B, § 3º, do CPC aos
recursos sobrestados. Recurso extraordinário desprovido.
(STF – RE 566.621, Relator(a): ELLEN GRACIE, Tribunal Pleno, julgado em 04/08/2011,
REPERCUSSÃO GERAL – MÉRITO DJe-195 DIVULG 10-10-2011 PUBLIC 11-10-2011
EMENT VOL-02605-02 PP-00273 RTJ VOL-00223-01 PP-00540)
2) TRIBUTÁRIO. MULTA. REDUÇÃO. LEI MENOS SEVERA. APLICAÇÃO RETROATIVA. POS-
SIBILIDADE. CTN, ART. 106 – PRECEDENTES STJ.
1. É pacífico o entendimento desta Corte no sentido de que, tratando se de execução não
definitivamente julgada, aplica-se o disposto no art. 106 do CTN que permite a redução
da multa prevista na lei mais nova, por ser mais benéfica ao contribuinte, mesmo a fatos
anteriores à legislação aplicada.
2. Recurso especial não provido.
(STJ – Resp 950.143/ES, Rel. Ministra ELIANA CALMON, SEGUNDA TURMA, julgado em
21/08/2008, DJe 26/09/2008)
3) Tributário. Práticas administrativas. Se o contribuinte recolheu o tributo a base de
pratica administrativa adotada pelo fisco, eventuais diferenças devidas só podem ser
exigidas sem juros de mora e sem atualização do valor monetário da respectiva base de
cálculo (CTN, art. 100, III c/c par. único). Recurso especial conhecido e provido, em parte.
(STJ – Resp 98.703/SP, Rel. Ministro ARI PARGENDLER, SEGUNDA TURMA, julgado em
18/06/1998, DJ 03/08/1998, p. 179)

7. Doutrina Selecionada
Interpretação literal
Interpretação literal significa interpretação segundo o significado gramatical ou, melhor,
etimológico das palavras que integram o texto. Quer o Código que se atribua prevalência
ao elemento gramatical das leis pertinentes à matéria tratada no art.111, que é matéria
excepcional. Realmente, a suspensão, como a exclusão do crédito tributário, e a dispensa
do cumprimento de obrigações acessórias constituem exceções. A regra é o pagamento
do tributo nos prazos legalmente fixados. (Hugo de Brito Machado, em Curso de Direito
Tributário, 34 ed., páginas 116, Malheiros Editores).

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Equidade
Ao disciplinar as relações sociais, o legislador o faz de forma mais geral possível, cap-
tando, para juridicizá-las, as situações mais corriqueiras e comuns que ocorrem na trama
da vida humana. Não muitas vezes o atributo da generalidade da norma jurídica, se apli-
cável a determinada situação em particular faz com que para aquela situação especí-
fica, a aplicação da norma geral se torne inadequada, injusta, excessivamente severa, a
reivindicar do aplicador da lei geral, um abrandamento para ajustá-la, ao caso concreto.
É o emprego da equidade, do bom senso, da razoabilidade para integrar o ordenamento
jurídico tributário. (Francisco Leite Duarte, em Direito Tributário, Teoria e Prática 3º ed.,
páginas 194, Revista dos Tribunais.).

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RESUMO
ICMS (art. 155, par. 2º, IV, CF/1988)

ESTABELECERÁ: INICIATIVA:
ALÍQUOTAS (i) Presidente da APROVAÇÃO:
RESOLUÇÃO DO
INTERESTADUAIS República; ou (i) maioria absoluta
SENADO FEDERAL
ALÍQUOTAS NA (ii) 1/3 dos do Senado Federal.
EXPORTAÇÃO Senadores

IPVA (art. 155, par. 6º, I, CF/1988)

RESOLUÇÃO DO
ALÍQUOTAS MÍNIMAS
SENADO FEDERAL

ITCMD (art. 155, par. 1º, IV, CF/1988)

RESOLUÇÃO DO
ALÍQUOTAS MÁXIMAS
SENADO FEDERAL

ICMS

ALÍQUOTA INICIATIVA APROVAÇÃO ARTIGO NA CF


RESOLUÇÃO DO
SENADO FEDERAL MAIORIA Art. 155, § 2º,
MÍNIMA UM TERÇO
- ABSOLUTA V, “a”
OPERAÇÕES
INTERNAS MAIORIA Art. 155, § 2º,
MÁXIMA DOIS TERÇOS
ABSOLUTA V, “b”

2. Normas Complementares

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3. Vigência da Legislação Tributária

VIGÊNCIA DAS NORMAS COMPLEMENTARES (SALVO DISPOSIÇÃO EM


CONTRÁRIO)

Data da publicação, salvo


Atos administrativos expedidos pelas autoridades adm.
disposição em contrário

30 dias após a data da


Decisões dos órgãos singulares ou coletivos de jurisdição
publicação, salvo disposição
administrativa, a que a lei atribua eficácia normativa
em contrário

Convênios firmados entre a União, os estados, o Distrito Data neles prevista. Caso não
Federal e os municípios exista, previsão da LINDB

5. Interpretação e Integração da Legislação Tributária

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QUESTÕES COMENTADAS EM AULA


001. (FCC/AUDITOR FISCAL/PREFEITURA DE SÃO LUÍS-MA/2018) De acordo com o Código
Tributário Nacional, as leis, os tratados e as convenções internacionais, os decretos e as nor-
mas complementares que versem, no todo ou em parte, sobre tributos e relações jurídicas a
eles pertinentes, estão compreendidos
a) na expressão “legislação tributária”.
b) no conceito de “crédito tributário plenamente constituído”.
c) na definição de “fato gerador”.
d) na noção de “lei complementar”.
e) na concepção de “norma tributária inadimplida”.

002. (FCC/AUDITOR FISCAL/SEGEP-MA/2016) Tratado internacional em matéria tributária


a) dispensa aprovação pelo Congresso Nacional.
b) requer aprovação pelas Assembleias Legislativas estaduais.
c) pode criar hipótese de isenção de tributos estaduais e municipais.
d) tem nível constitucional automático.
e) não se submete a normas gerais do Código Tributário Nacional.

003. (FCC/AUDITOR FISCAL/PREFEITURA DE TERESINA-PI/2016) A Secretaria de Finanças


de determinado Município brasileiro, necessitando de dar publicidade às normas complemen-
tares das leis e dos decretos emanados das autoridades municipais competentes, edita as re-
feridas normas, denominadas Portarias, que são expedidas pelas autoridades administrativas
dessa Secretaria. De acordo com o Código Tributário Nacional, essas Portarias entram em vigor
a) no primeiro dia do exercício seguinte ao de sua publicação, quando estiverem aumentando
alíquota do IPTU.
b) quarenta e cinco dias após a data da sua publicação, salvo disposição de lei orgânica muni-
cipal em contrário.
c) na data de sua publicação, salvo disposição em contrário.
d) no primeiro dia do exercício seguinte ao de sua publicação, quando estiverem aumentando
alíquota de tributo, e desde que observado o interregno de 90 dias entre a data da publicação
do ato e o primeiro dia do exercício subsequente.
e) trinta dias após a data da sua publicação, salvo disposição de lei em contrário.

004. (FCC/AUDITOR FISCAL/SEFAZ-SC/2018) A legislação tributária dos Estados vigora, em


alguns casos, fora dos seus respectivos territórios, podendo ser citada, como exemplo, a deno-
minada substituição tributária interestadual. De acordo com o Código Tributário Nacional, esta
extraterritorialidade ocorre nos limites em que ela é reconhecida por
a) convênios de que estes Estados participem.
b) resolução conjunta da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, ratificada por ato do
Poder Executivo federal, vedada a edição de medida provisória para esse fim.

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c) resolução do Senado Federal.


d) convênios de que estes Estados participem, desde que homologados por resolução do Se-
nado Federal.
e) ato do Poder Executivo federal, vedada a edição de medida provisória para esse fim.

005. (FCC/AUDITOR FISCAL/SEFAZ-SC/2018) Certa lei estadual definia como infração à le-
gislação do ICMS, desde 2001, um determinado ato. A partir de 2017, lei nova deixou de definir
este ato como infração. De acordo com o Código Tributário Nacional, a lei nova será aplica-
da aos atos
a) pretéritos, apenas, desde que a infração não tenha sido praticada com dolo, fraude ou simu-
lação, e que a referida infração não tenha implicado falta de pagamento do imposto.
b) pretéritos, apenas, aos quais a legislação cominou penalidades que não sejam de natureza
pecuniária.
c) futuros, apenas.
d) futuros e pretéritos, sendo que, em relação aos pretéritos, sua aplicação está condicionada
a que o referido ato não tenha sido definitivamente julgado.
e) pretéritos, apenas, nos casos em que não constitua, simultânea e autonomamente, infração
ou crime de natureza penal, trabalhista ou ambiental.

006. (FCC/PROCURADOR DO ESTADO/SEGEP-MA/2016) Sobre integração e intepretação


da legislação tributária é correto afirmar que
a) interpreta-se literalmente a legislação tributária que disponha, dentre outros, sobre outorga
de isenção e de exclusão ou suspensão do crédito tributário.
b) é sistemática a interpretação no que se refere à exclusão do crédito tributário.
c) poderá o Fisco valer-se da analogia para exigir tributo por fato semelhante não descrito na
hipótese de incidência.
d) o emprego da equidade pode resultar na dispensa de pagamento de tributo devido quando
da integração da legislação tributária.
e) na interpretação da lei tributária é permitida a alteração de conceitos e institutos de direito
privado utilizados para definir o fato gerador, desde que a alteração se faça por lei e que resulte
em maior arrecadação tributária.

007. (FCC/AUDITOR FISCAL/SEGEP-MA/2016) De acordo com o CTN, deverá ser interpreta-


da da maneira mais favorável ao
a) responsável tributário, a legislação tributária que lhe atribui essa condição, mesmo que não
esteja prevista na legislação tributária a existência de benefício de ordem.
b) contribuinte, a lei tributária que define o fato gerador do tributo, sempre que se tratar de em-
presa de porte pequeno, assim definida nos termos da lei.

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c) sujeito passivo, a lei tributária que define benefícios fiscais, quando houver dúvida sobre a
abrangência e o alcance de um convênio ICMS.
d) acusado, a lei tributária que define infrações, se houver dúvida quanto às circunstâncias
materiais do fato.
e) contribuinte, ao responsável e ao terceiro, a legislação tributária relacionada com a forma,
circunstâncias e prazos referentes ao cumprimento de obrigações acessórias.

008. (FCC/DEFENSOR PÚBLICO/DPE-RS/2014) Acerca dos institutos da Interpretação e In-


tegração da Legislação Tributária, previstos no Código Tributário Nacional, é correto afirmar:
a) Os princípios gerais de direito privado não poderão ser utilizados para pesquisa da definição,
do conteúdo e do alcance de seus institutos, conceitos e formas, mas poderão ser usados para
definição dos respectivos efeitos tributários.
b) Na ausência de disposição expressa, a autoridade competente para aplicar a legislação tri-
butária utilizará sucessivamente, na ordem indicada, a analogia, os princípios gerais de direito
tributário, os princípios gerais de direito público e a equidade.
c) A lei tributária poderá alterar a definição, o conteúdo e o alcance de institutos, conceitos e
formas de direito privado, utilizados, expressa ou implicitamente, pela Constituição Federal, pe-
las Constituições dos Estados, ou pelas Leis Orgânicas do Distrito Federal ou dos Municípios,
desde que seja para definir ou limitar competências tributárias.
d) O emprego da analogia poderá resultar na exigência de tributo não previsto em lei.
e) O emprego da equidade poderá resultar na dispensa do pagamento de tributo devido.

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QUESTÕES DE CONCURSO
FGV

009. (FGV/ADVOGADO/EXAME DE ORDEM UNIFICADO/OAB-XXXI/2020) Uma lei ordinária


federal tratava de direitos do beneficiário de pensão previdenciária e também previa norma
que ampliava, para 10 anos, o prazo decadencial para o lançamento dos créditos tributários
referentes a uma contribuição previdenciária federal.
A respeito da ampliação de prazo, assinale a afirmativa correta.
a) É inválida, pois, em razão do caráter nacional das contribuições previdenciárias federais,
somente poderia ser veiculada por Resolução do Senado Federal.
b) É inválida, pois somente poderia ser veiculada por Lei Complementar.
c) É válida, pois o CTN prevê a possibilidade de que o prazo geral de 5 anos, nele previsto para a
Fazenda Pública constituir o crédito tributário, seja ampliado por meio de Lei Ordinária Específica.
d) É válida, por existir expressa previsão constitucional, específica para contribuições de se-
guridade social, autorizando a alteração de prazo de constituição do crédito tributário por Lei
Ordinária.

010. (FGV/AFRE/SEFAZ-RJ/2008) No sistema tributário nacional, é correto afirmar que:


a) os tratados internacionais podem conter cláusula que enseje exoneração de impos-
to estadual.
b) os sócios-gerentes respondem pelas dívidas tributárias da sociedade, em qualquer situação.
c) os atos normativos entram em vigor sempre na data de sua publicação.
d) as normas de isenção exigem interpretação literal, ou seja, podem ter aplicação analógica.
e) as normas de isenção tributária se aplicam, de regra, a fatos ocorridos antes do início de
sua vigência.

011. (FGV/FISCAL DE RENDAS/SEFAZ-RJ/2009) De acordo com o Código Tributário Nacio-


nal a lei aplica-se a ato ou fato pretérito.
A esse respeito analise as afirmativas que apresentam as situações em que a lei se aplica.
I – Em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicação de pena-
lidade à infração dos dispositivos interpretados.
II – Quando reduza a alíquota de tributo cujo fato gerador já foi praticado, desde que a defe-
sa ofertada pelo contribuinte, administrativa ou judicial, ainda não tenha sido definitivamen-
te julgada.
III – Tratando-se de ato não definitivamente julgado, quando deixe de tratá-lo como contrário
a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que não tenha sido fraudulento e não tenha
implicado falta de pagamento de tributo.

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Assinale:
a) se somente a afirmativa I estiver correta.
b) se somente a afirmativa II estiver correta.
c) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas.
d) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.
e) se todas as afirmativas estiverem corretas.

012. (FGV/FISCAL DE RENDAS/SEFAZ-RJ/2008) Conforme definição do Código Tributário


Nacional, são denominadas normas complementares:
I – as decisões dos órgãos singulares ou coletivos de jurisdição administrativa, a que a lei atri-
bua eficácia normativa;
II – as práticas reiteradamente observadas pelas autoridades administrativas;
III – decretos editados pelos entes federados.
Analise os itens acima e assinale:
a) se nenhum item estiver correto.
b) se somente os itens I e III estiverem corretos.
c) se somente os itens II e III estiverem corretos.
d) se somente os itens I e II estiverem corretos.
e) se todos os itens estiverem corretos.

013. (FGV/AUDITOR FISCAL TRIBUTÁRIO DA RECEITA MUNICIPAL/CUIABÁ/2016) A ex-


pressão “legislação tributária” compreende as leis, os tratados e as convenções internacionais,
os decretos e as normas complementares que versem sobre tributos e relações jurídicas a eles
pertinentes.
Sobre a legislação tributária, assinale a afirmativa incorreta.
a) A lei tributária não se aplica a ato ou fato pretérito, ainda que seja expressamente interpre-
tativa, sob pena de violação do princípio da irretroatividade.
b) Somente a lei pode estabelecer a cominação de penalidades para ações e omissões contrá-
rias a seus dispositivos.
c) Os tratados e convenções internacionais podem revogar ou modificar a legislação tributá-
ria interna.
d) O Poder Executivo pode, nas condições e nos limites estabelecidos em lei, alterar as alíquo-
tas do imposto de Importação, Imposto de Exportação, Imposto sobre Produtos Industrializa-
dos e Imposto sobre Operações Financeiras.
e) A lei tributária não pode alterar a definição, o conteúdo e o alcance de institutos, conceitos
e formas de direito privado, utilizados pela Constituição Federal, para definir ou limitar compe-
tências tributárias.

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014. (FGV/AUDITOR SUBSTITUTO/TCE-RJ/2015) Lei de um estado da Federação, publicada


no dia 28 de dezembro, diminui a alíquota geral do Imposto sobre Operações Relativas à Circula-
ção de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal
e de Comunicação (ICMS) de 18% para 16%. Um contribuinte vendeu mercadorias ao longo do
mês de dezembro até o dia 28 e calculou o ICMS pela alíquota de 18%. O prazo para recolhimento
do ICMS relativo ao mês de dezembro é 10 de janeiro. Diante do exposto, o contribuinte:
a) deverá refazer o cálculo do imposto, por conta da retroatividade benigna;
b) deverá refazer o cálculo, por conta do princípio da segurança jurídica;
c) não deverá refazer o cálculo do imposto, pois o fato gerador já estava completo;
d) deverá refazer o cálculo do imposto, pois o fato gerador ainda estava pendente;
e) não deverá refazer o cálculo do imposto, pois somente lei complementar pode determinar a
eficácia retroativa.

015. (FGV/AGENTE FAZENDÁRIO/NITERÓI/2015) A lei tributária será aplicada a fatos que


venham a ocorrer após sua vacatio legis, se houver, e também a fato pretérito quando:
a) aumentar a alíquota do tributo;
b) cominar pena mais severa à infração tributária;
c) deixar de tratar o fato como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, mesmo que
tenha sido fraudulento e não tenha implicado falta de pagamento de tributo;
d) diminuir o percentual da multa aplicável em relação à lei vigente ao tempo da sua prática e
o fato ainda não tiver sido definitivamente julgado;
e) for meramente interpretativa, mesmo para a aplicação de penalidade à infração dos dispo-
sitivos interpretados.

016. (FGV/CONSULTOR LEGISLATIVO/CM RECIFE/2014) Determinado contribuinte deixou


de recolher o IPTU em 2010. Nesse exercício a lei estabelecia uma multa moratória de 50% do
valor não recolhido aos cofres públicos. Uma alteração legislativa ocorrida em 2012 reduziu
a multa moratória para 10%. Ao ser notificado em 2013 para o pagamento do débito, o contri-
buinte verificou que o Município cobrava uma multa moratória de 50%.
A exigência está:
a) incorreta, pois em matéria tributária toda lei mais benéfica deve ter aplicação retroativa;
b) correta, pois a fiscalização está obrigada a aplicar a lei vigente à época de ocorrência do
fato gerador;
c) correta, pois o princípio da irretroatividade veda a aplicação retroativa da lei tributária;
d) incorreta, pois a lei que defina penalidade menos severa ao contribuinte deve ser aplicada
retroativamente;
e) correta, pois apenas o Poder Judiciário pode aplicar o novo percentual de multa moratória
mais benéfico ao contribuinte.

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017. (FGV/CONSULTOR LEGISLATIVO ESPECIAL/ALEMA/DIREITO TRIBUTÁRIO/2013) Lei


Estadual XXXX/YY reduziu o valor da multa de 30 para 20% dos débitos declarados e não pa-
gos do ICMS de determinado exercício fiscal. A empresa Beta estava sendo executada pela
Fazenda com relação a débitos desta natureza, quando sobreveio esta lei, encontrando‐se a
execução fiscal em fase de avaliação do bem penhorado.
A esse respeito, assinale a afirmativa correta.
a) A lei se aplica à dívida de Beta, por não estar encerrada a execução.
b) A lei não se aplica à dívida de Beta, em função de já existir execução fiscal.
c) A lei não se aplica à dívida de Beta, por já estar inscrita em Dívida Ativa.
d) A lei só se aplicará à dívida de Beta, se a multa for de mora.
e) A lei se aplica à dívida de Beta, se a multa não for líquida.

018. (FGV/ANALISTA TÉCNICO-ADMINISTRATIVO/SUDENE/2013) Sobre o uso da analo-


gia, analise as afirmativas a seguir.
I – A analogia é forma de interpretação da legislação tributária.
II – A analogia postula a aplicação do mesmo tratamento legal a casos semelhantes.
III – O uso da analogia é possível no caso de interpretação do alcance do sentido da lei.
IV – O princípio da legalidade estrita limita o campo de aplicação da analogia.
Assinale:
a) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.
b) se somente as afirmativas II e IV estiverem corretas.
c) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas.
d) se somente as afirmativas III e IV estiverem corretas.
e) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.

019. (FGV/ANALISTA DE PROCESSOS ADMINISTRATIVOS/CONDER/2013) Com relação à


interpretação autêntica da lei tributária, assinale a afirmativa correta.
a) É admitida na hipótese de aplicação retroativa da lei tributária.
b) É vedada, já que não cabe ao órgão do qual emanou a lei o poder de interpretá‐la.
c) É admitida em nosso ordenamento jurídico, mas não exclui a aplicação de penalidades.
d) Ela estabelece, através da interpretação, um novo sentido para a legislação tributária.
e) Ela veda que a lei tributária possa retroagir, prejudicando o contribuinte.

020. (FGV/AUDITOR DO ESTADO/CGE-MA/2014) Diante de situação fática não prevista ex-


pressamente na legislação, vislumbrada lacuna a ser superada, a autoridade judicial fez seme-
lhante à que deveria julgar.
Neste caso, a integração da lacuna se deu por
a) utilização do princípio da legalidade.
b) uso da equidade.

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c) utilização da analogia.
d) interpretação axiológica.
e) uso de norma expressa existente no ordenamento jurídico para hipótese do princípio
da isonomia.

021. (FGV/AUDITOR DO TESOURO MUNICIPAL/RECIFE/2014) A respeito da interpretação e


da integração da legislação tributária, assinale V para a afirmativa verdadeira e F para a falsa.
( ) Os princípios gerais de direito privado são utilizados no direito tributário para definir os efei-
tos, conteúdo e alcance de seus institutos.
( ) O intérprete deve fazer uso, em casos de suspensão ou exclusão do crédito tributário, da
exegese literal.
( ) A legislação tributária que defina infrações deve ser interpretada, quanto à capitulação legal
do fato, de forma mais favorável ao acusado.
( ) O princípio da legalidade funciona como limite à integração da legislação tributária, quando
se trata de usar a equidade.
As afirmativas são, respectivamente,
a) F, V, F e V.
b) V, F, F e V.
c) F, V, V e F.
d) V, V, F e F.
e) F, F, V e V.

022. (FGV/AUDITOR FISCAL DA RECEITA ESTADUAL/SEFAZ-RJ/2011) A respeito da inter-


pretação da legislação tributária, analise as afirmativas a seguir:
I – São interpretadas literalmente a suspensão ou a exclusão do crédito tributário.
II – É interpretada literalmente a dispensa do cumprimento de obrigações tributárias acessórias.
III – É interpretada de maneira mais favorável ao contribuinte a legislação tributária que deter-
mine a outorga de isenção.
IV – É interpretada de maneira mais favorável ao fisco, no caso de legislação tributária que
define infrações, no caso de dúvida quanto à graduação da penalidade aplicável.
Assinale
a) se apenas a afirmativa I estiver correta.
b) se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas.
c) se apenas as afirmativas II e III estiverem corretas.
d) se apenas afirmativas III e IV estiverem corretas.
e) se apenas a afirmativa IV estiver correta.

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023. (FGV/AUDITOR FISCAL DA RECEITA ESTADUAL/SEFAZ-RJ/2011) Não pode(m) ser


usado(a)(s) como técnica de interpretação e integração da legislação tributária
a) a equidade.
b) os princípios gerais de direito tributário.
c) os costumes.
d) os princípios gerais de direito público.
e) a analogia.

024. (FGV/ANALISTA DE CONTROLE INTERNO/SEFAZ-RJ/2011) Ômega S.A., pretende ver


reconhecido judicialmente o direito à isenção quanto à CSLL, já que lhe é garantido o benefício
com relação ao IRPJ, pois preenche os requisitos para a fruição da dispensa legal do pagamen-
to desse imposto. A empresa fundamenta sua pretensão no fato de que ambas as modalida-
des tributárias partilham de natureza jurídica semelhante e apresentam o mesmo fato gerador.
Qual seria a técnica de interpretação a utilizar para decidir o pedido de Ômega?
a) Analógica.
b) Teleológica.
c) Histórica.
d) Literal.
e) Teratológica.

025. (FGV/AUDITOR FISCAL DA RECEITA ESTADUAL/SEFAZ-RJ/2010) Com relação à inter-


pretação e integração da legislação tributária, analise as afirmativas a seguir.
I – O emprego da equidade poderá resultar na dispensa do pagamento de tributo devido.
II – A lei tributária, expressa ou implicitamente expressa pela Constituição Federal, pode alterar
a definição, o conteúdo e o alcance de institutos, conceitos e formas de direito privado utiliza-
dos para definir ou limitar competências tributárias.
III – Interpreta-se literalmente a legislação tributária que disponha sobre suspensão, extinção
ou exclusão do crédito tributário.
Assinale:
a) se nenhuma afirmativa estiver correta.
b) se somente a afirmativa I estiver correta.
c) se somente a afirmativa II estiver correta.
d) se somente a afirmativa III estiver correta.
e) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.

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Cespe/Cebraspe

026. (CESPE/AUDITOR FISCAL/SEFAZ-RS/2019) A legislação tributária atribui particularida-


des à medida provisória enquanto instrumento com força de lei. Nesse sentido, é correto afir-
mar que é vedado o aumento de imposto por medida provisória que não possa ser votada no
mesmo exercício financeiro de sua edição.

027. (CESPE/AUDITOR FISCAL/SEFAZ-RS/2019) A legislação tributária atribui particularida-


des à medida provisória enquanto instrumento com força de lei. Nesse sentido, é correto afir-
mar que a exigibilidade de tributo instituído por medida provisória depende do cumprimento do
princípio da legalidade estrita.

028. (CESPE/AUDITOR FISCAL/SEFAZ-RS/2019) A legislação tributária atribui particularida-


des à medida provisória enquanto instrumento com força de lei. Nesse sentido, é correto afir-
mar que as relações jurídico-tributárias decorrentes de medida provisória conservam-se por
esta regidas no caso de não se editar decreto legislativo no prazo de sessenta dias.

029. (CESPE/AUDITOR FISCAL/SEFAZ-RS/2019) A legislação tributária atribui particularida-


des à medida provisória enquanto instrumento com força de lei. Nesse sentido, é correto afir-
mar que a eficácia de medida provisória que instituir tributo será vinculada a sua votação em
prazo improrrogável de sessenta dias.

030. (CESPE/AUDITOR FISCAL/SEFAZ-RS/2019) A legislação tributária atribui particulari-


dades à medida provisória enquanto instrumento com força de lei. Nesse sentido, é correto
afirmar que pode ser objeto de medida provisória a criação de tributos para custear despesas
excepcionais que decorram de guerra internacional ou da iminência desta.

031. (CESPE/PROCURADOR DO MUNICÍPIO/PREFEITURA DE FORTALEZA-CE/2017) Con-


siderando as disposições do CTN a respeito de legislação tributária, vigência, aplicação, inter-
pretação e integração, julgue o item subsequente.
As práticas reiteradamente observadas pelas autoridades administrativas são normas comple-
mentares consuetudinárias de direito tributário. Assim, na hipótese de a norma ser considera-
da ilegal, não é possível caracterizar como infracional a conduta do contribuinte que observa
tal norma, em razão do princípio da proteção da confiança e da boa-fé objetiva.

032. (CESPE/JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO/TRF 5ª/2015/ADAPTADA) Considerando um


acordo bilateral celebrado entre Brasil e Bolívia, no qual a União tenha concedido isenção de
tributos estaduais e municipais para as operações do gasoduto Brasil-Bolívia, julgue o item que
segue com base na jurisprudência do STF.
Tratado internacional na área tributária, desde sua assinatura, pode ser invocado por particula-
res para a defesa de seus direitos na esfera tributária.

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033. (CESPE/JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO/TRF 5ª/2015/ADAPTADA) Considerando um


acordo bilateral celebrado entre Brasil e Bolívia, no qual a União tenha concedido isenção de
tributos estaduais e municipais para as operações do gasoduto Brasil-Bolívia, julgue o item que
segue com base na jurisprudência do STF.
O Estado Federal brasileiro, por ser representado pela União, não ultrapassou os limites do
seu poder tributário ao instituir a referida isenção de tributos de competência de estados e
municípios.

034. (CESPE/JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO/TRF 5ª/2015/ADAPTADA) Considerando um


acordo bilateral celebrado entre Brasil e Bolívia, no qual a União tenha concedido isenção de
tributos estaduais e municipais para as operações do gasoduto Brasil-Bolívia, julgue o item que
segue com base na jurisprudência do STF.
O acordo em questão é inconstitucional em virtude de ferir a vedação constitucional da insti-
tuição de isenção heterônoma pela União.

035. (CESPE/ANATEL/2014) Acerca da legislação tributária, sua vigência e aplicação, julgue


o item que se segue.
Há hierarquia entre leis ordinárias tributárias federais, estaduais e municipais, quando cuidam
de temas que não são de disciplina de normas gerais.

036. (CESPE/ANATEL/2014) Acerca da legislação tributária, sua vigência e aplicação, julgue


o item que se segue.
Os convênios celebrados entre as unidades federativas são considerados normas com-
plementares.

037. (CESPE/ANATEL/2014) Julgue o item seguinte, relativo à legislação tributária.


É possível que lei delegada discipline matéria reservada a lei complementar, de acordo com a
CF, como, por exemplo, para tratar de prescrição tributária como norma geral.

038. (CESPE/CAM-DEP/2014) Acerca dos princípios constitucionais tributários e das limita-


ções constitucionais ao poder de tributar, julgue o item seguinte. Nesse sentido, considere que
a sigla STF, sempre que empregada, se refere ao Supremo Tribunal Federal.
A multa tributária, por não caracterizar instituição ou majoração de tributos, pode ser fixada
mediante decreto editado pelo chefe do Poder Executivo.

039. (CESPE/AUDITOR FISCAL/SEFAZ-ES/2013/ADAPTADA) Os convênios que, celebrados


entre os entes da Federação, estabelecem regras sobre a concessão de benefícios fiscais têm,
de acordo com o CTN, natureza de atos administrativos com hierarquia de leis ordinárias, dada
a exigência constitucional de lei específica para a concessão de benefícios fiscais.

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040. (CESPE/AUDITOR FISCAL/SEFAZ-ES/2013) Os convênios que, celebrados entre os en-


tes da Federação, estabelecem regras sobre a concessão de benefícios fiscais têm, de acordo
com o CTN, natureza de normas complementares, consideradas fonte formal secundária do di-
reito tributário, dado que adstritas à predominância das normas contidas nas fontes principais.

041. (CESPE/JUIZ/TJ-PI/2012/ADAPTADA) A respeito da disciplina das fontes do direito tri-


butário, julgue o item a seguir.
Qualquer alteração no CTN deve ser feita por lei complementar ou por normas superiores, dada
a determinação constitucional acerca da fixação de normas gerais de direito tributário.

042. (CESPE/OAB/2010/ADAPTADA) Suponha que um decreto trate integralmente sobre re-


lações jurídicas pertinentes aos tributos e que uma lei disponha parcialmente sobre tributos.
Nessa situação, de acordo com o CTN, tanto o decreto quanto a lei se inserem no conceito de
legislação tributária.

043. (CESPE/PROCURADOR MUNICIPAL/PREF. CAMPO GRANDE/2019) À luz das disposi-


ções do Código Tributário Nacional, julgue o item seguinte.
Situação hipotética: Lei publicada em 1º/9/2017 aumentou a alíquota do ISS sobre determina-
das atividades e reduziu a multa de mora em 20%. Assertiva: Essa lei não retroage para alcan-
çar prestações de serviço realizadas e sujeitas à incidência do ISS e infrações tributárias não
julgadas e cometidas entre 1º/1/2017 e 1º/9/2017.

044. (CESPE/ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO/TCE-MG/2018/ADAPTADA) Um auditor


de contas verificou que lei tributária havia entrado em vigência quando o fato gerador teve iní-
cio, mas que este ainda não havia sido concluído.
Nessa situação hipotética, conforme o CTN, deverá ser aplicada a legislação tributária se esta
impuser pena menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da prática do ato, desde que
a nova lei seja expressamente interpretativa.

045. (CESPE/ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO/TCE-MG/2018/ADAPTADA) Um auditor


de contas verificou que lei tributária havia entrado em vigência quando o fato gerador teve iní-
cio, mas que este ainda não havia sido concluído.
Nessa situação hipotética, conforme o CTN, deverá ser aplicada a legislação tributária imedia-
tamente, mesmo que não se trate de lei interpretativa.

046. (CESPE/TÉCNICO TRIBUTÁRIO/SEFAZ-RS/2018) Em regra, os atos normativos expe-


didos pelas autoridades administrativas, segundo disposições do Código Tributário Nacional
(CTN), devem entrar em vigor
a) noventa dias após sua publicação.
b) no exercício seguinte ao da sua publicação.
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c) cinco dias após sua publicação.


d) trinta dias após sua publicação.
e) na data de sua publicação.

047. (CESPE/PROCURADOR DO MUNICÍPIO/PREF. FORTALEZA/2017) CONSIDERANDO AS


DISPOSIÇÕES DO CTN A RESPEITO De legislação tributária, vigência, aplicação, interpretação
e integração, julgue o item subsequente.
Admite-se a aplicação retroativa de norma tributária interpretativa e de norma tributária mais
benéfica sobre penalidades tributárias, mesmo diante de ato amparado pela imutabilidade da
coisa julgada.

048. (CESPE/JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO/TRF 5ª/2017/ADAPTADA) Sob a vigência de de-


terminada norma tributária, contribuintes deixaram de recolher o tributo devido, do que resul-
tou a autuação do fisco e a impugnação dos contribuintes. Antes mesmo do fim do processo
administrativo fiscal, foi aprovada e entrou em vigor legislação tributária que concedeu isenção
parcial, reduzindo em 50% o referido tributo, para as mesmas operações.
Com relação a essa situação hipotética, julgue o item a seguir, conforme as normas a respeito
da aplicação e vigência da lei tributária dispostas no Código Tributário Nacional (CTN).
Os contribuintes inadimplentes não poderão se beneficiar do recolhimento com base na nova
lei, já que ela passou a viger após o nascimento da obrigação tributária e não há fundamento
legal para desconsiderá-la.

049. (CESPE/PROCURADOR DO MUNICÍPIO/PREF. DE SALVADOR-BA/2015) determinado con-


tribuinte é devedor de itbi cujo fato gerador ocorreu em 15/3/2014. nessa época, a alíquota do
tributo era de 2% sobre o valor da operação, e a multa pelo inadimplemento, de 50%. Em 2015,
o contribuinte resolveu pagar o tributo e ficou sabendo que a alíquota havia sido reduzida para
1%, e a multa, para 25%.
Nessa situação hipotética, o contribuinte deverá recolher o ITBI com alíquota de
a) 2% e pagar multa de 50%, haja vista a lei vigente incidir na data do fato gerador da obrigação
tributária.
b) 1% e pagar multa de 50%, visto que somente retroagem em benefício do contribuinte as
normas de incidência, não as normas punitivas, conforme entendimento construído pelo STJ,
de que, nesse caso, haveria estímulo ao inadimplemento dos tributos e perda de eficácia
do sistema.
c) 2% e pagar multa de 25%, dada a incidência da lei vigente na data do fato gerador da obriga-
ção tributária; no entanto, a norma punitiva retroagirá em benefício do contribuinte, desde que
não seja definitivamente julgada a pretensão na esfera administrativa.

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d) 2% e pagar multa de 25%, devido ao fato de que, na época do fato gerador, incidia a alíquota
vigente e que, para o STF, é considerada confiscatória multa de valor superior a 30% do valor
do tributo.
e) 1% e pagar multa de 25%, uma vez que, conforme o direito tributário, as normas mais favo-
ráveis sempre retroagem.

050. (CESPE/AUDITOR FISCAL/SEFAZ-RS/2019/ADAPTADA) O Código Tributário Nacional


(CTN) disciplina o que a autoridade competente pode fazer para interpretar a norma tributária,
a fim de resolver dúvidas e solucionar casos de ausência de disposição expressa acerca de
determinada questão. Com relação à interpretação e à integração da legislação tributária, é
correto afirmar que os princípios gerais de direito público precedem os de direito tributário.

051. (CESPE/AUDITOR FISCAL/SEFAZ-RS/2019/ADAPTADA) O Código Tributário Nacional


(CTN) disciplina o que a autoridade competente pode fazer para interpretar a norma tributária,
a fim de resolver dúvidas e solucionar casos de ausência de disposição expressa acerca de
determinada questão. Com relação à interpretação e à integração da legislação tributária, é
correto afirmar que a equidade pode ser utilizada para estender a isenção de tributos a outros
sujeitos passivos.

052. (CESPE/AUDITOR FISCAL/SEFAZ-RS/2019/ADAPTADA) O Código Tributário Nacional


(CTN) disciplina o que a autoridade competente pode fazer para interpretar a norma tributária, a
fim de resolver dúvidas e solucionar casos de ausência de disposição expressa acerca de deter-
minada questão. Com relação à interpretação e à integração da legislação tributária, é correto
afirmar que é vedado o uso da analogia para instituir contribuições sociais não previstas em lei.

053. (CESPE/AUDITOR FISCAL/SEFAZ-RS/2018/ADAPTADA) A interpretação da norma tri-


butária tem evoluído de tal forma que se vem majorando a proteção dos direitos e das garan-
tias fundamentais do cidadão ante a atuação estatal, fomentando-se o que se intitula in dubio
pro contribuinte.
A partir dessas informações, é correto afirmar que a integração e a acepção da legislação tri-
butária devem ser promovidas, mesmo em casos de lacunas, sob a perspectiva da aplicação
da analogia, ressalvando-se a exigência de tributo sem o cumprimento do devido processo
legislativo que resulte em lei própria e específica.

054. (CESPE/PROCURADOR DO MUNICÍPIO/PREF. FORTALEZA-CE/2017) considerando as dis-


posições do ctn a respeito de legislação tributária, vigência, aplicação, interpretação e integra-
ção, julgue o item subsequente.
a interpretação da legislação tributária a partir dos princípios gerais de direito privado é reali-
zada para identificar o conceito, o conteúdo e o alcance dos institutos de direito privado, deter-
minando, assim, a definição dos respectivos efeitos tributários.

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055. (CESPE/PROCURADOR DO MUNICÍPIO/PREF. FORTALEZA-CE/2017) Considerando as


disposições do CTN a respeito de legislação tributária, vigência, aplicação, interpretação e in-
tegração, julgue o item subsequente.
É vedada a adoção de métodos de interpretação ou qualquer princípio de hermenêutica que
amplie o alcance da norma tributária que outorga isenção.

FCC

056. (FCC/ASSISTENTE TÉCNICO FAZENDÁRIO SEMEF-MANAUS-AM/2019) De acordo


com o que dispõe a Constituição Federal acerca dos princípios gerais de direito tributário,
a) somente por Emenda à Constituição será possível regular as limitações constitucionais ao po-
der de tributar, em razão de se tratar de matéria atinente aos direitos e garantias fundamentais.
b) medida provisória poderá dispor sobre normas gerais de definição de tratamento diferencia-
do e favorecido para as microempresas e para as empresas de pequeno porte.
c) à lei ordinária de cada ente federativo caberá dispor sobre conflitos de competência, em
matéria tributária, entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios.
d) decreto do Presidente da República poderá estabelecer critérios especiais de tributação,
com o objetivo de prevenir desequilíbrios da concorrência, sem prejuízo da competência de a
União, por lei, estabelecer normas de igual objetivo.
e) cabe à lei complementar estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária,
especialmente sobre adequado tratamento tributário ao ato cooperativo praticado pelas socie-
dades cooperativas, entre outros aspectos especificados no texto constitucional.

057. (FCC/AUDITOR FISCAL/SEMEF-MANAUS-AM/2019) Autoridade tributária municipal


constatou que o contribuinte “Lavanderia Roupa Limpa Ltda.” efetivamente infringiu a legisla-
ção tributária municipal do ISSQN. Não obstante isso, a referida autoridade, mesmo depois de
ter analisado detidamente a lei tributária que define infrações e comina penalidades para os
fatos comprovadamente praticados pelo contribuinte, continuava em dúvida quanto à nature-
za da penalidade aplicável e, também, quanto à graduação dessa penalidade. De acordo com
o Código Tributário Nacional, aquela autoridade deveria interpretar a mencionada lei tributá-
ria municipal
a) de maneira mais favorável à Fazenda Pública, o que significa interpretá-la de maneira mais
desfavorável ao acusado.
b) de maneira mais favorável ao acusado.
c) com equidade, ainda que isso resultasse na dispensa do pagamento de tributo devido.
d) de maneira mais desfavorável ao acusado, no tocante à natureza da penalidade aplicável, e
de maneira mais favorável, porém, em relação a sua graduação.
e) de maneira mais favorável ao acusado, no tocante à natureza da penalidade aplicável, e de
maneira mais desfavorável, porém, em relação a sua graduação.

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058. (FCC/ANALISTA DE GESTÃO CONTÁBIL/PREFEITURA DE RECIFE-PE/2019) O Decre-


to-Lei n. 4.657/1942, conhecido originalmente como Lei de Introdução ao Código Civil e, atu-
almente, como Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, é exemplo de diploma legal
que, em alguns de seus dispositivos, estabelece regras atinentes à vigência das leis em geral,
no espaço e no tempo. Essa lei continua vigente até a presente data.
O Código Tributário Nacional (CTN), por sua vez, em alguns de seus dispositivos, trata especi-
ficamente da vigência da legislação tributária no tempo e no espaço. De acordo com o referido
Código, a vigência das leis que tratam de matéria tributária, no tempo e no espaço,
a) rege-se, necessariamente, pelas disposições do CTN, quando elas se referirem, expressa-
mente, a contribuinte, base de cálculo e fato gerador de impostos.
b) rege-se pelas disposições legais aplicáveis às normas jurídicas em geral, ressalvado o pre-
visto no CTN a esse respeito.
c) é matéria a ser tratada por cada uma das pessoas jurídicas de direito público interno, indivi-
dualmente, nos limites do que estão constitucionalmente autorizadas a editar leis de natureza
tributária.
d) rege-se apenas pelas disposições do CTN a esse respeito.
e) rege-se, exclusivamente, pelas disposições do CTN, quando elas tratarem, expressa ou im-
plicitamente, de contribuinte, base de cálculo e fato gerador de tributos em geral.

059. (FCC/PROCURADOR/PREFEITURA DE CARUARU-PE/2018) Sobre a validação de tra-


tados e convenções internacionais firmados pelo Brasil no âmbito do MERCOSUL em matéria
tributária, é correto afirmar:
a) é automática, por previsão expressa da Carta de Assunção, que, ao manifestar soberania
externa da União, dispensa o iter procedimental constitucional para internalização de direito
internacional.
b) depende de todo o iter procedimental para internalização de normas de direito internacional,
previsto na Constituição Federal do Brasil.
c) é automática, desde que não preveja isenções heterônomas de tributos estaduais, distritais
e municipais.
d) depende do iter procedimental para internalização de normas de direito internacional so-
mente quanto aos tributos de competência da União, sendo automático para todos os de-
mais tributos.
e) depende do iter procedimental para internalização de normas de direito internacional so-
mente quanto aos tributos de competência dos Estados, Municípios e do Distrito Federal, ne-
cessitando, para os tributos da União, de Decreto Legislativo e depósito, mas não de decreto
do Executivo e publicação.

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060. (FCC/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO/MPE-PB/2018) O art. 3º do Código Tri-


butário Nacional estabelece que tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda
ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e
cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada. Desta definição de tributo,
infere-se, por via indireta, que as penalidades, que representam sanção por ato ilícito, não se
classificam como tributos. Não obstante isso, o mesmo CTN alberga diversas regras concer-
nentes às penalidades, notadamente às penalidades pecuniárias. De acordo com este Código,
a) a cominação de penalidades para as ações ou omissões contrárias a dispositivos legais
devem obedecer ao princípio da legalidade, da anterioridade nonagesimal (noventena), mas
não da anterioridade anual.
b) quando lei nova cominar penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da
prática infracional, esta lei nova será aplicada, sempre, ao ato ou fato pretérito.
c) a observância das normas complementares das leis, dos tratados e das convenções inter-
nacionais e dos decretos exclui a imposição de penalidades, a cobrança de juros de mora e a
atualização do valor monetário da base de cálculo do tributo.
d) a lei tributária que comina penalidades deve ser interpretada, sempre, de maneira mais fa-
vorável ao acusado considerado legalmente pobre, no que diz respeito à dosimetria da pena
atribuída a ele, e quanto à natureza ou às circunstâncias materiais do fato.
e) quando se comprove ação ou omissão do sujeito passivo que dê lugar à aplicação de pena-
lidade pecuniária, o lançamento será efetuado de ofício, pela autoridade administrativa, ou por
homologação, como acontece no lançamento do ICMS.

061. (FCC/TÉCNICO DA RECEITA ESTADUAL/SEGEP-MA/2016) O Código Tributário Nacio-


nal tem um capítulo dedicado à interpretação e integração da legislação tributária. De acordo
com esse Código, a
a) suspensão da exigibilidade do crédito tributário deve ser interpretada teleologicamente.
b) outorga de isenção deve ser interpretada sistematicamente.
c) concessão de benefícios fiscais deve ser interpretada historicamente
d) dispensa do cumprimento de obrigações tributárias acessórias deve ser interpretada li-
teralmente.
e) exclusão da condição de responsável tributário deve ser interpretada restritivamente.

062. (FCC/AUDITOR FISCAL/SEGEP-MA/2016) Quando uma lei deixar de definir um ato


como infração, essa lei, de acordo com o CTN,
a) deverá ser aplicada a ato pretérito, desde que ainda não tenha sido definitivamente julgado.
b) não poderá ser aplicada a ato pretérito, se já tiver sido iniciado o processo relativo ao julga-
mento desse ato infracional.
c) não poderá ser aplicada a ato pretérito, em nenhuma hipótese.

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d) deverá ser aplicada a ato pretérito, apenas para excluir a exigência de juros de mora e de
multa de mora, desde que ainda não tenha sido definitivamente julgado.
e) poderá ser aplicada a ato pretérito, apenas para excluir a exigência de juros de mora, mesmo
que o ato já tenha sido definitivamente julgado.

063. (FCC/AUDITOR FISCAL/PREFEITURA DE TERESINA-PI/2016) O Código Tributário Na-


cional traz disciplina a respeito das normas da legislação tributária em geral, normas essas
que incluem os tratados internacionais. De acordo com esse Código, os tratados internacionais
a) modificam, mas não revogam, a legislação tributária interna.
b) estabelecem a forma por meio da qual, mediante anuência do Senado Federal, as Fazendas
Públicas da União, dos Estados e dos Municípios poderão disciplinar isenções de tributos fe-
derais, estaduais e municipais com Estados estrangeiros.
c) podem versar sobre obrigações acessórias, mas, no tocante às obrigações principais, não
podem versar sobre matérias atinentes a taxas e contribuições em geral, inclusive sobre con-
tribuição de melhoria.
d) admitem, como normas complementares a eles, os atos normativos expedidos pelas auto-
ridades administrativas.
e) estão compreendidos na expressão “legislação tributária”, definida no referido Código, en-
quanto as convenções internacionais não estão.

064. (FCC/PROCURADOR DE CONTAS/TCE-PE/2015) Segundo disposição expressa no Có-


digo Tributário Nacional, NÃO se aplica exclusivamente a interpretação literal da legislação
tributária que disponha sobre
a) outorga de isenção.
b) hipótese de incidência tributária.
c) suspensão da exigibilidade do crédito tributário.
d) exclusão do crédito tributário.
e) dispensa do cumprimento de obrigação tributária acessória.

065. (FCC/PROCURADOR DE CONTAS/TCE-PE/2015) Contribuinte foi autuado por infração


à legislação tributária em novembro de 2011. Devidamente notificado, impugnou administra-
tivamente o referido crédito. A impugnação foi julgada improcedente em caráter definitivo,
no âmbito administrativo e judiciário, mas o contribuinte ainda não realizou o pagamento.
Neste caso,
a) se em 2015 for publicada uma lei deixando de tratar o fato praticado pelo contribuinte como
infração, o mesmo não precisará mais quitar o débito, em virtude da anistia.
b) se em 2012 tiver sido proferida a decisão administrativa irrecorrível haverá decadência para
o Fisco em 2018.

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c) o contribuinte não pode mais questionar em juízo a autuação porque foi a mesma julgada
irrecorrivelmente no âmbito administrativo.
d) por se tratar de ato definitivamente julgado não há como uma lei nova retroagir para alcan-
çar o fato praticado pelo contribuinte, ainda que esta lei preveja que o fato deixa de ser consi-
derado infração.
e) uma lei nova que preveja que o fato deixa de ser considerado infração pode retroagir para
alcançar o fato praticado pelo contribuinte, pois as normas que definem infração à legislação
tributária são normas expressamente interpretativas.

066. (FCC/TCE-CE/CONSELHEIRO SUBSTITUTO (AUDITOR)/2015) Lei publicada no Diário


Oficial em dezembro de 2014 que exclui multa fiscal incidente sobre descumprimento de de-
terminada obrigação tributária
a) só se aplica às infrações que vierem a ser praticadas após a vigência da nova lei, que acon-
tecerá noventa dias a contar de sua publicação.
b) tem eficácia para infrações praticadas antes da entrada em vigor da lei, desde que não tenha
havido julgamento definitivo da mesma em caso concreto.
c) tem aplicação imediata apenas para as infrações cometidas a partir do primeiro dia do exer-
cício financeiro seguinte ao da sua publicação.
d) alcança todas as infrações pretéritas desde que a infração tenha sido por descumprimento
de obrigação tributária acessória.
e) poderá retroagir para alcançar infrações pretéritas que ainda não tenham sido notificadas ao
infrator desde que haja expressa disposição legal.

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GABARITO
1. a 34. E
2. c 35. E
3. c 36. C
4. a 37. E
5. d 38. E
6. a 39. E
7. d 40. C
8. b 41. C
9. c 42. C
10. a 43. E
11. c 44. E
12. d 45. C
13. a 46. e
14. c 47. E
15. d 48. C
16. d 49. c
17. a 50. E
18. b 51. E
19. a 52. C
20. c 53. C
21. a 54. E
22. b 55. C
23. c 56. e
24. d 57. b
25. a 58. b
26. E 59. b
27. E 60. c
28. C 61. d
29. E 62. a
30. E 63. d
31. C 64. b
32. E 65. d
33. C 66. b

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GABARITO COMENTADO
FGV

009. (FGV/ADVOGADO/EXAME DE ORDEM UNIFICADO/OAB-XXXI/2020) Uma lei ordinária


federal tratava de direitos do beneficiário de pensão previdenciária e também previa norma
que ampliava, para 10 anos, o prazo decadencial para o lançamento dos créditos tributários
referentes a uma contribuição previdenciária federal.
A respeito da ampliação de prazo, assinale a afirmativa correta.
a) É inválida, pois, em razão do caráter nacional das contribuições previdenciárias federais,
somente poderia ser veiculada por Resolução do Senado Federal.
b) É inválida, pois somente poderia ser veiculada por Lei Complementar.
c) É válida, pois o CTN prevê a possibilidade de que o prazo geral de 5 anos, nele previsto
para a Fazenda Pública constituir o crédito tributário, seja ampliado por meio de Lei Ordinária
Específica.
d) É válida, por existir expressa previsão constitucional, específica para contribuições de se-
guridade social, autorizando a alteração de prazo de constituição do crédito tributário por Lei
Ordinária.

Nesta questão, devemos nos atentar que o tema central previsto em lei foi o prazo decaden-
cial. Segundo o art. 146 da CF/1988, esse assunto deve ser previsto em lei complementar,
razão pela qual não é válida a ampliação de prazo decadencial por meio de lei ordinária.

Art. 146. Cabe à lei complementar:


[…]
III – estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, especialmente sobre:
[…]
b) obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência tributários;
Letra c.

010. (FGV/AFRE/SEFAZ-RJ/2008) No sistema tributário nacional, é correto afirmar que:


a) os tratados internacionais podem conter cláusula que enseje exoneração de impos-
to estadual.
b) os sócios-gerentes respondem pelas dívidas tributárias da sociedade, em qualquer situação.
c) os atos normativos entram em vigor sempre na data de sua publicação.
d) as normas de isenção exigem interpretação literal, ou seja, podem ter aplicação analógica.
e) as normas de isenção tributária se aplicam, de regra, a fatos ocorridos antes do início de
sua vigência.

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a) Certa. Essa é uma hipótese possível no ordenamento que não se confunde com a isenção
heterônoma. Aqui é a FEDERAÇÃO, a República Federativa do Brasil que está promovendo a
exoneração tributária por meio de um tratado internacional.
b) Errada. Respondem apenas nas situações em que intervierem ou pela omissões que forem
responsáveis.
c) Errada. Não se pode dizer que isso ocorre sempre, pois o art. 103 do CTN traz a possibilida-
de de a Administração alterar essa data, tendo em conta a parte inicial do artigo.

Art. 103. Salvo disposição em contrário, entram em vigor:


I – os atos administrativos a que se refere o inciso I do art. 100, na data da sua publicação;

d) A interpretação literal das normas isentivas, em regra, impede a aplicação analógica.


e) EM face da dicção do art. 177 do CTN, de regra, as normas isentivas se aplicam aos tributos
instituídos posteriormente à sua concessão.
Letra a.

011. (FGV/FISCAL DE RENDAS/SEFAZ-RJ/2009) De acordo com o Código Tributário Nacio-


nal a lei aplica-se a ato ou fato pretérito.
A esse respeito analise as afirmativas que apresentam as situações em que a lei se aplica.
I – Em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicação de pena-
lidade à infração dos dispositivos interpretados.
II – Quando reduza a alíquota de tributo cujo fato gerador já foi praticado, desde que a defe-
sa ofertada pelo contribuinte, administrativa ou judicial, ainda não tenha sido definitivamen-
te julgada.
III – Tratando-se de ato não definitivamente julgado, quando deixe de tratá-lo como contrário
a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que não tenha sido fraudulento e não tenha
implicado falta de pagamento de tributo.
Assinale:
a) se somente a afirmativa I estiver correta.
b) se somente a afirmativa II estiver correta.
c) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas.
d) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.
e) se todas as afirmativas estiverem corretas.

I – Certa. Essa é a redação do inc. I do art. 106, CTN.


II – Errada. A legislação aplicável é a vigente ao momento da ocorrência do fato gerador no que
diz com a alíquota incidente.

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III – Certa. Essa é a redação da alínea “b” do inc. II do art. 106 do CTN.

Art. 106. A lei aplica-se a ato ou fato pretérito:


[…]
II – tratando-se de ato não definitivamente julgado:
[…]
b) quando deixe de tratá-lo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que não
tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de tributo;
Letra c.

012. (FGV/FISCAL DE RENDAS/SEFAZ-RJ/2008) Conforme definição do Código Tributário


Nacional, são denominadas normas complementares:
I – as decisões dos órgãos singulares ou coletivos de jurisdição administrativa, a que a lei atri-
bua eficácia normativa;
II – as práticas reiteradamente observadas pelas autoridades administrativas;
III – decretos editados pelos entes federados.
Analise os itens acima e assinale:
a) se nenhum item estiver correto.
b) se somente os itens I e III estiverem corretos.
c) se somente os itens II e III estiverem corretos.
d) se somente os itens I e II estiverem corretos.
e) se todos os itens estiverem corretos.

De acordo com o disposto no art. 100 do CTN, os Decretos não se enquadram no conceito de
normas complementares. Os itens I e II, por sua vez, constam dos incisos do art. 100 abaixo
reproduzido e se enquadram no conceito.

Art. 100. São normas complementares das leis, dos tratados e das convenções internacionais e dos
decretos:
I – os atos normativos expedidos pelas autoridades administrativas;
II – as decisões dos órgãos singulares ou coletivos de jurisdição administrativa, a que a lei atribua
eficácia normativa;
III – as práticas reiteradamente observadas pelas autoridades administrativas;
IV – os convênios que entre si celebrem a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios.
Parágrafo único. A observância das normas referidas neste artigo exclui a imposição de penalida-
des, a cobrança de juros de mora e a atualização do valor monetário da base de cálculo do tributo.
Letra d.

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013. (FGV/AUDITOR FISCAL TRIBUTÁRIO DA RECEITA MUNICIPAL/CUIABÁ/2016) A ex-


pressão “legislação tributária” compreende as leis, os tratados e as convenções internacio-
nais, os decretos e as normas complementares que versem sobre tributos e relações jurídi-
cas a eles pertinentes.
Sobre a legislação tributária, assinale a afirmativa incorreta.
a) A lei tributária não se aplica a ato ou fato pretérito, ainda que seja expressamente interpre-
tativa, sob pena de violação do princípio da irretroatividade.
b) Somente a lei pode estabelecer a cominação de penalidades para ações e omissões contrá-
rias a seus dispositivos.
c) Os tratados e convenções internacionais podem revogar ou modificar a legislação tributá-
ria interna.
d) O Poder Executivo pode, nas condições e nos limites estabelecidos em lei, alterar as alíquo-
tas do imposto de Importação, Imposto de Exportação, Imposto sobre Produtos Industrializa-
dos e Imposto sobre Operações Financeiras.
e) A lei tributária não pode alterar a definição, o conteúdo e o alcance de institutos, conceitos
e formas de direito privado, utilizados pela Constituição Federal, para definir ou limitar compe-
tências tributárias.

A lei deve ser aplicada somente a casos que ocorrerem, ou completarem a sua ocorrência,
após a sua vigência.
Ocorre que o legislador destacou hipóteses em que a lei poderá ser aplicada a casos passa-
dos, nos termos do art. 106, CTN:

Art. 106. A lei aplica-se a ato ou fato pretérito:


I – em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicação de penalidade
à infração dos dispositivos interpretados;
II – tratando-se de ato não definitivamente julgado:
a) quando deixe de defini-lo como infração;
b) quando deixe de tratá-lo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que não
tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de tributo;
c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática.
Letra a.

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014. (FGV/AUDITOR SUBSTITUTO/TCE-RJ/2015) Lei de um estado da Federação, publicada


no dia 28 de dezembro, diminui a alíquota geral do Imposto sobre Operações Relativas à Circula-
ção de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal
e de Comunicação (ICMS) de 18% para 16%. Um contribuinte vendeu mercadorias ao longo do
mês de dezembro até o dia 28 e calculou o ICMS pela alíquota de 18%. O prazo para recolhimento
do ICMS relativo ao mês de dezembro é 10 de janeiro. Diante do exposto, o contribuinte:
a) deverá refazer o cálculo do imposto, por conta da retroatividade benigna;
b) deverá refazer o cálculo, por conta do princípio da segurança jurídica;
c) não deverá refazer o cálculo do imposto, pois o fato gerador já estava completo;
d) deverá refazer o cálculo do imposto, pois o fato gerador ainda estava pendente;
e) não deverá refazer o cálculo do imposto, pois somente lei complementar pode determinar a
eficácia retroativa.

A lei deve ser aplicada somente a casos que ocorrerem, ou completarem a sua ocorrência,
após a sua vigência.
Ocorre que o legislador destacou hipóteses em que a lei poderá ser aplicada a casos passa-
dos, nos termos do art. 106, CTN:

Art. 106. A lei aplica-se a ato ou fato pretérito:


I – em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicação de penalidade
à infração dos dispositivos interpretados;
II – tratando-se de ato não definitivamente julgado:
a) quando deixe de defini-lo como infração;
b) quando deixe de tratá-lo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que não
tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de tributo;
c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática.

Inobstante isso, a alteração de alíquota não se enquadra em tais situações.


Assim, como os fatos geradores ocorreram antes da alteração da lei é ela que deve ser utiliza-
da no cálculo. A data do recolhimento não interfere nessa questão.
Letra c.

015. (FGV/AGENTE FAZENDÁRIO/NITERÓI/2015) A lei tributária será aplicada a fatos que


venham a ocorrer após sua vacatio legis, se houver, e também a fato pretérito quando:
a) aumentar a alíquota do tributo;
b) cominar pena mais severa à infração tributária;
c) deixar de tratar o fato como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, mesmo que
tenha sido fraudulento e não tenha implicado falta de pagamento de tributo;

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d) diminuir o percentual da multa aplicável em relação à lei vigente ao tempo da sua prática e
o fato ainda não tiver sido definitivamente julgado;
e) for meramente interpretativa, mesmo para a aplicação de penalidade à infração dos dispo-
sitivos interpretados.

A lei deve ser aplicada somente a casos que ocorrerem, ou completarem a sua ocorrência,
após a sua vigência.
Ocorre que o legislador destacou hipóteses em que a lei poderá ser aplicada a casos passa-
dos, nos termos do art. 106, CTN:

Art. 106. A lei aplica-se a ato ou fato pretérito:


I – em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicação de penalidade
à infração dos dispositivos interpretados;
II – tratando-se de ato não definitivamente julgado:
a) quando deixe de defini-lo como infração;
b) quando deixe de tratá-lo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que não
tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de tributo;
c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática.

Como se vê, pela redação do art. 106, apenas a alternativa d está correta.
Letra d.

016. (FGV/CONSULTOR LEGISLATIVO/CM RECIFE/2014) Determinado contribuinte deixou


de recolher o IPTU em 2010. Nesse exercício a lei estabelecia uma multa moratória de 50% do
valor não recolhido aos cofres públicos. Uma alteração legislativa ocorrida em 2012 reduziu
a multa moratória para 10%. Ao ser notificado em 2013 para o pagamento do débito, o contri-
buinte verificou que o Município cobrava uma multa moratória de 50%.
A exigência está:
a) incorreta, pois em matéria tributária toda lei mais benéfica deve ter aplicação retroativa;
b) correta, pois a fiscalização está obrigada a aplicar a lei vigente à época de ocorrência do
fato gerador;
c) correta, pois o princípio da irretroatividade veda a aplicação retroativa da lei tributária;
d) incorreta, pois a lei que defina penalidade menos severa ao contribuinte deve ser aplicada
retroativamente;
e) correta, pois apenas o Poder Judiciário pode aplicar o novo percentual de multa moratória
mais benéfico ao contribuinte.

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A lei deve ser aplicada somente a casos que ocorrerem, ou completarem a sua ocorrência,
após a sua vigência.
Ocorre que o legislador destacou hipóteses em que a lei poderá ser aplicada a casos passa-
dos, nos termos do art. 106, CTN:

Art. 106. A lei aplica-se a ato ou fato pretérito:


I – em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicação de penalidade
à infração dos dispositivos interpretados;
II – tratando-se de ato não definitivamente julgado:
a) quando deixe de defini-lo como infração;
b) quando deixe de tratá-lo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que não
tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de tributo;
c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática.

Como se vê, pela redação do art. 106, II, c a multa a ser aplicada é a de menor valor, altera-
da em 2013.
Letra d.

017. (FGV/CONSULTOR LEGISLATIVO ESPECIAL/ALEMA/DIREITO TRIBUTÁRIO/2013) Lei


Estadual XXXX/YY reduziu o valor da multa de 30 para 20% dos débitos declarados e não pa-
gos do ICMS de determinado exercício fiscal. A empresa Beta estava sendo executada pela
Fazenda com relação a débitos desta natureza, quando sobreveio esta lei, encontrando‐se a
execução fiscal em fase de avaliação do bem penhorado.
A esse respeito, assinale a afirmativa correta.
a) A lei se aplica à dívida de Beta, por não estar encerrada a execução.
b) A lei não se aplica à dívida de Beta, em função de já existir execução fiscal.
c) A lei não se aplica à dívida de Beta, por já estar inscrita em Dívida Ativa.
d) A lei só se aplicará à dívida de Beta, se a multa for de mora.
e) A lei se aplica à dívida de Beta, se a multa não for líquida.

A lei deve ser aplicada somente a casos que ocorrerem, ou completarem a sua ocorrência,
após a sua vigência.
Ocorre que o legislador destacou hipóteses em que a lei poderá ser aplicada a casos passa-
dos, nos termos do art. 106, CTN:

Art. 106. A lei aplica-se a ato ou fato pretérito:


I – em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicação de penalidade
à infração dos dispositivos interpretados;

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II – tratando-se de ato não definitivamente julgado:
a) quando deixe de defini-lo como infração;
b) quando deixe de tratá-lo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que não
tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de tributo;
c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática.

Como se vê, pela redação do art. 106, II, c a multa a ser aplicada é a de menor valor, tendo em
conta que o ato ainda não havia sido definitivamente julgado.
Letra a.

018. (FGV/ANALISTA TÉCNICO-ADMINISTRATIVO/SUDENE/2013) Sobre o uso da analo-


gia, analise as afirmativas a seguir.
I – A analogia é forma de interpretação da legislação tributária.
II – A analogia postula a aplicação do mesmo tratamento legal a casos semelhantes.
III – O uso da analogia é possível no caso de interpretação do alcance do sentido da lei.
IV – O princípio da legalidade estrita limita o campo de aplicação da analogia.
Assinale:
a) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.
b) se somente as afirmativas II e IV estiverem corretas.
c) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas.
d) se somente as afirmativas III e IV estiverem corretas.
e) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.

I – Errado. A analogia é, de acordo com o CTN, uma das técnicas de INTEGRAÇÃO da legisla-
ção tributária.
II – Certo. Diante da ausência de previsão expressa, a autoridade, primeiramente, tentará iden-
tificar qual legislação tributária poderá ser aplicada a determinado caso concreto por meio da
análise de casos similares.
III – Errado. A analogia é forma de integração e não de interpretação.
IV – Certo. O emprego da analogia não pode resultar na exigência de tributo não previsto em
lei, por força do princípio da legalidade. Note a redação do art. 108 do CTN

Art. 108. Na ausência de disposição expressa, a autoridade competente para aplicar a legislação
tributária utilizará sucessivamente, na ordem indicada:
I – a analogia;
II – os princípios gerais de direito tributário;
III – os princípios gerais de direito público;
IV – a equidade.
§ 1º O emprego da analogia não poderá resultar na exigência de tributo não previsto em lei.
Letra b.

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019. (FGV/ANALISTA DE PROCESSOS ADMINISTRATIVOS/CONDER/2013) Com relação à


interpretação autêntica da lei tributária, assinale a afirmativa correta.
a) É admitida na hipótese de aplicação retroativa da lei tributária.
b) É vedada, já que não cabe ao órgão do qual emanou a lei o poder de interpretá‐la.
c) É admitida em nosso ordenamento jurídico, mas não exclui a aplicação de penalidades.
d) Ela estabelece, através da interpretação, um novo sentido para a legislação tributária.
e) Ela veda que a lei tributária possa retroagir, prejudicando o contribuinte.

A lei deve ser aplicada somente a casos que ocorrerem, ou completarem a sua ocorrência,
após a sua vigência.
Ocorre que o legislador destacou hipóteses em que a lei poderá ser aplicada a casos passa-
dos, nos termos do art. 106, CTN:

Art. 106. A lei aplica-se a ato ou fato pretérito:


I – em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicação de penalidade
à infração dos dispositivos interpretados;

O art. 106, I determina que a lei sempre retroage se for meramente para interpretar uma lei que
anteriormente estava mal explicada e causando dúvida sobre sua aplicação.
A interpretação autêntica ocorre quando o parlamento promulga lei esclarecendo o conteúdo
de lei anterior.
Nesse caso, se tal interpretação excluir qualquer aplicação de penalidade ela será aplicada
retroativamente.
Assim, a alternativa A está correta.
A Alternativa B está errada, pois o parlamento pode sim promulgar lei para esclarecer tema
proposto em lei anterior.
A alternativa C está errada pois a interpretação autêntica só retroage se não aplicar penalidades.
A alternativa D está errada pois o objetivo da interpretação autêntica é esclarecer e não dar
novo sentido à lei anterior.
A alternativa E está errada pois se for meramente interpretativa retroagirá.
Letra a.

020. (FGV/AUDITOR DO ESTADO/CGE-MA/2014) Diante de situação fática não prevista ex-


pressamente na legislação, vislumbrada lacuna a ser superada, a autoridade judicial fez seme-
lhante à que deveria julgar.
Neste caso, a integração da lacuna se deu por
a) utilização do princípio da legalidade.
b) uso da equidade.

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c) utilização da analogia.
d) interpretação axiológica.
e) uso de norma expressa existente no ordenamento jurídico para hipótese do princípio
da isonomia.

Diante da ausência de previsão expressa, a autoridade, primeiramente, tentará identificar qual


legislação tributária poderá ser aplicada a determinado caso concreto por meio da análise de
casos similares.
Note a redação do art. 108 do CTN:

Art. 108. Na ausência de disposição expressa, a autoridade competente para aplicar a legislação
tributária utilizará sucessivamente, na ordem indicada:
I – a analogia;
Letra c.

021. (FGV/AUDITOR DO TESOURO MUNICIPAL/RECIFE/2014) A respeito da interpretação e


da integração da legislação tributária, assinale V para a afirmativa verdadeira e F para a falsa.
( ) Os princípios gerais de direito privado são utilizados no direito tributário para definir os efei-
tos, conteúdo e alcance de seus institutos.
( ) O intérprete deve fazer uso, em casos de suspensão ou exclusão do crédito tributário, da
exegese literal.
( ) A legislação tributária que defina infrações deve ser interpretada, quanto à capitulação legal
do fato, de forma mais favorável ao acusado.
( ) O princípio da legalidade funciona como limite à integração da legislação tributária, quando
se trata de usar a equidade.
As afirmativas são, respectivamente,
a) F, V, F e V.
b) V, F, F e V.
c) F, V, V e F.
d) V, V, F e F.
e) F, F, V e V.

( ) Os princípios gerais de direito privado são utilizados no direito tributário para definir os efei-
tos, conteúdo e alcance de seus institutos.
Errado. Nos termos do art. 109 do CTN, tais princípios não são utilizado para definição de efei-
tos tributários.

Art. 109. Os princípios gerais de direito privado utilizam-se para pesquisa da definição, do conteúdo
e do alcance de seus institutos, conceitos e formas, mas não para definição dos respectivos efeitos
tributários.

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( ) O intérprete deve fazer uso, em casos de suspensão ou exclusão do crédito tributário, da


exegese literal.
Certo. De acordo com o art. 111 do CTN, são casos de interpretação literal.

Art. 111. Interpreta-se literalmente a legislação tributária que disponha sobre:


I – suspensão ou exclusão do crédito tributário;

( ) A legislação tributária que defina infrações deve ser interpretada, quanto à capitulação legal
do fato, de forma mais favorável ao acusado.
Errado. Apenas nos casos de dúvida tal interpretação deve ser mais favorável ao acusado.

Art. 112. A lei tributária que define infrações, ou lhe comina penalidades, interpreta-se da maneira
mais favorável ao acusado, em caso de dúvida quanto:
I – à capitulação legal do fato;

( ) O princípio da legalidade funciona como limite à integração da legislação tributária, quando


se trata de usar a equidade.
Certo. Primeiro porque os mecanismos de integração da legislação tributária são aplicáveis
nos casos em que há lacuna na legislação vigente, e segundo porque o dispositivo que trata
da equidade afirma que o emprego da equidade não poderá resultar na dispensa do pagamen-
to de tributo devido, pois se há tributo a ser pago é em função de determinação legal, a qual
não pode ser afastada, em atenção ao Princípio da Legalidade que funciona como limite à
integração.
Letra a.

022. (FGV/AUDITOR FISCAL DA RECEITA ESTADUAL/SEFAZ-RJ/2011) A respeito da inter-


pretação da legislação tributária, analise as afirmativas a seguir:
I – São interpretadas literalmente a suspensão ou a exclusão do crédito tributário.
II – É interpretada literalmente a dispensa do cumprimento de obrigações tributárias acessórias.
III – É interpretada de maneira mais favorável ao contribuinte a legislação tributária que deter-
mine a outorga de isenção.
IV – É interpretada de maneira mais favorável ao fisco, no caso de legislação tributária que
define infrações, no caso de dúvida quanto à graduação da penalidade aplicável.
Assinale
a) se apenas a afirmativa I estiver correta.
b) se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas.
c) se apenas as afirmativas II e III estiverem corretas.
d) se apenas afirmativas III e IV estiverem corretas.
e) se apenas a afirmativa IV estiver correta.

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I – São interpretadas literalmente a suspensão ou a exclusão do crédito tributário.


Certo. De acordo com o art. 111 do CTN, são casos de interpretação literal.

Art. 111. Interpreta-se literalmente a legislação tributária que disponha sobre:


I – suspensão ou exclusão do crédito tributário;
II – outorga de isenção;
III – dispensa do cumprimento de obrigações tributárias acessórias.

II – É interpretada literalmente a dispensa do cumprimento de obrigações tributárias acessórias.


Certo. De acordo com o art. 111 do CTN, são casos de interpretação literal.

Art. 111. Interpreta-se literalmente a legislação tributária que disponha sobre:


I – suspensão ou exclusão do crédito tributário;
II – outorga de isenção;
III – dispensa do cumprimento de obrigações tributárias acessórias.

III – É interpretada de maneira mais favorável ao contribuinte a legislação tributária que deter-
mine a outorga de isenção.
Errado. Tal situação, de acordo com o art. 11 do CTN, deve ser interpretada de forma literal.
IV – É interpretada de maneira mais favorável ao fisco, no caso de legislação tributária que
define infrações, no caso de dúvida quanto à graduação da penalidade aplicável.
Errado. A lei tributária que define infrações, ou lhe comina penalidades, interpreta-se da manei-
ra mais favorável ao acusado, em caso de dúvida quanto à graduação da penalidade aplicável.

Art. 112. A lei tributária que define infrações, ou lhe comina penalidades, interpreta-se da maneira
mais favorável ao acusado, em caso de dúvida quanto:
IV – à natureza da penalidade aplicável, ou à sua graduação.
Letra b.

023. (FGV/AUDITOR FISCAL DA RECEITA ESTADUAL/SEFAZ-RJ/2011) Não pode(m) ser


usado(a)(s) como técnica de interpretação e integração da legislação tributária
a) a equidade.
b) os princípios gerais de direito tributário.
c) os costumes.
d) os princípios gerais de direito público.
e) a analogia.

De acordo com o art. 108 do CTN são mecanismos de integração da legislação tributária:

Art. 108. Na ausência de disposição expressa, a autoridade competente para aplicar a legislação
tributária utilizará sucessivamente, na ordem indicada:
I – a analogia;

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II – os princípios gerais de direito tributário;
III – os princípios gerais de direito público;
IV – a equidade.

Note que os costumes não constam como ferramenta de interpretação ou integração no capí-
tulo IV do CTN que é legitimado a tratar do tema pelo seu art. 107:

Art. 107. A legislação tributária será interpretada conforme o disposto neste Capítulo.
Letra c.

024. (FGV/ANALISTA DE CONTROLE INTERNO/SEFAZ-RJ/2011) Ômega S.A., pretende ver


reconhecido judicialmente o direito à isenção quanto à CSLL, já que lhe é garantido o benefício
com relação ao IRPJ, pois preenche os requisitos para a fruição da dispensa legal do pagamen-
to desse imposto. A empresa fundamenta sua pretensão no fato de que ambas as modalida-
des tributárias partilham de natureza jurídica semelhante e apresentam o mesmo fato gerador.
Qual seria a técnica de interpretação a utilizar para decidir o pedido de Ômega?
a) Analógica.
b) Teleológica.
c) Histórica.
d) Literal.
e) Teratológica.

De acordo com o art. 111 do CTN a legislação que dispõe sobre outorga de isenção deve ser
interpretada de forma literal.

Art. 111. Interpreta-se literalmente a legislação tributária que disponha sobre:


I – suspensão ou exclusão do crédito tributário;
II – outorga de isenção;
III – dispensa do cumprimento de obrigações tributárias acessórias.
Letra d.

025. (FGV/AUDITOR FISCAL DA RECEITA ESTADUAL/SEFAZ-RJ/2010) Com relação à inter-


pretação e integração da legislação tributária, analise as afirmativas a seguir.
I – O emprego da equidade poderá resultar na dispensa do pagamento de tributo devido.
II – A lei tributária, expressa ou implicitamente expressa pela Constituição Federal, pode alterar
a definição, o conteúdo e o alcance de institutos, conceitos e formas de direito privado utiliza-
dos para definir ou limitar competências tributárias.
III – Interpreta-se literalmente a legislação tributária que disponha sobre suspensão, extinção
ou exclusão do crédito tributário.

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Assinale:
a) se nenhuma afirmativa estiver correta.
b) se somente a afirmativa I estiver correta.
c) se somente a afirmativa II estiver correta.
d) se somente a afirmativa III estiver correta.
e) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.

I – O emprego da equidade poderá resultar na dispensa do pagamento de tributo devido.


Errado. De acordo com o art. 108 do CTN, tal situação é vedada.

Art. 108. Na ausência de disposição expressa, a autoridade competente para aplicar a legislação
tributária utilizará sucessivamente, na ordem indicada:
[…]
§ 2º O emprego da equidade não poderá resultar na dispensa do pagamento de tributo devido.

II – A lei tributária, expressa ou implicitamente expressa pela Constituição Federal, pode alterar
a definição, o conteúdo e o alcance de institutos, conceitos e formas de direito privado utiliza-
dos para definir ou limitar competências tributárias.
Errado. De acordo com o art. 110 do CTN, a redação está incorreta

Art. 110. A lei tributária não pode alterar a definição, o conteúdo e o alcance de institutos, conceitos
e formas de direito privado, utilizados, expressa ou implicitamente, pela Constituição Federal, pelas
Constituições dos Estados, ou pelas Leis Orgânicas do Distrito Federal ou dos Municípios, para de-
finir ou limitar competências tributárias.

III – Interpreta-se literalmente a legislação tributária que disponha sobre suspensão, extinção
ou exclusão do crédito tributário.
Errado. De acordo com o art. 111 do CTN, devem ser interpretadas de forma literal apenas as
hipóteses de suspensão ou exclusão.

Art. 111. Interpreta-se literalmente a legislação tributária que disponha sobre:


I – suspensão ou exclusão do crédito tributário;
Letra a.

Cespe/Cebraspe

026. (CESPE/AUDITOR FISCAL/SEFAZ-RS/2019) A legislação tributária atribui particularida-


des à medida provisória enquanto instrumento com força de lei. Nesse sentido, é correto afir-
mar que é vedado o aumento de imposto por medida provisória que não possa ser votada no
mesmo exercício financeiro de sua edição.

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Primeiramente, analisamos o que diz a CF:

Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas provi-
sórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional.
(…)
§ 2º Medida provisória que implique instituição ou majoração de impostos, exceto os previstos nos
arts. 153, I, II, IV, V, e 154, II, só produzirá efeitos no exercício financeiro seguinte se houver sido con-
vertida em lei até o último dia daquele em que foi editada.

Veja que a regra estabelecida na CF diz respeito aos efeitos produzidos pela MP no exercício
financeiro seguinte. Além disso, deve ser convertida em lei até o último dia do exercício em
que foi editada para ter validade no próximo ano, em respeito ao princípio da anterioridade. E
as exceções citadas no § 2º remetem aos impostos II, IE, IPI, IOF e IEG.
Errado.

027. (CESPE/AUDITOR FISCAL/SEFAZ-RS/2019) A legislação tributária atribui particularida-


des à medida provisória enquanto instrumento com força de lei. Nesse sentido, é correto afir-
mar que a exigibilidade de tributo instituído por medida provisória depende do cumprimento do
princípio da legalidade estrita.

Vimos na questão anterior que é perfeitamente possível aumentar ou até mesmo instituir im-
postos por meio de medida provisória. A MP não é lei, ela tem apenas força de lei, portanto
não é correto afirmar que MP depende do cumprimento do princípio da legalidade estrita (ou
legalidade cerrada).
Errado.

028. (CESPE/AUDITOR FISCAL/SEFAZ-RS/2019) A legislação tributária atribui particularida-


des à medida provisória enquanto instrumento com força de lei. Nesse sentido, é correto afir-
mar que as relações jurídico-tributárias decorrentes de medida provisória conservam-se por
esta regidas no caso de não se editar decreto legislativo no prazo de sessenta dias.

A questão está em harmonia com o texto constitucional. Vejamos:

Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas provi-
sórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional.
(…)

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§ 3º As medidas provisórias, ressalvado o disposto nos §§ 11 e 12 perderão eficácia, desde a edi-
ção, se não forem convertidas em Lei n. prazo de sessenta dias, prorrogável, nos termos do § 7º,
uma vez por igual período, devendo o Congresso Nacional disciplinar, por decreto legislativo, as
relações jurídicas delas decorrentes.
§ 11. Não editado o decreto legislativo a que se refere o § 3º até sessenta dias após a rejeição ou
perda de eficácia de medida provisória, as relações jurídicas constituídas e decorrentes de atos
praticados durante sua vigência conservar-se-ão por ela regidas.

Então, em resumo:
• constatado caso de relevância e urgência, o presidente edita MP criando ou majorando
algum imposto, submetendo-a de imediato ao CN;
• o CN tem o prazo de 60 dias (prorrogável por igual período) para converter a MP em lei
e disciplinar por Decreto Legislativo as relações jurídicas decorrentes;
• caso o CN não edite o decreto legislativo, as relações jurídico-tributárias decorrentes da
MP conservam-se regidas por ela (§ 11).

Certo.

029. (CESPE/AUDITOR FISCAL/SEFAZ-RS/2019) A legislação tributária atribui particularida-


des à medida provisória enquanto instrumento com força de lei. Nesse sentido, é correto afir-
mar que a eficácia de medida provisória que instituir tributo será vinculada a sua votação em
prazo improrrogável de sessenta dias.

Como vimos na questão anterior, o prazo é prorrogável uma única vez e por igual período.
Errado.

030. (CESPE/AUDITOR FISCAL/SEFAZ-RS/2019) A legislação tributária atribui particulari-


dades à medida provisória enquanto instrumento com força de lei. Nesse sentido, é correto
afirmar que pode ser objeto de medida provisória a criação de tributos para custear despesas
excepcionais que decorram de guerra internacional ou da iminência desta.

Questão capciosa. Em um primeiro momento, poderíamos pensar que o examinador está se


referindo aos tributos que podem ser criados em caso de guerra: Empréstimos Compulsórios
– EC (CF, art. 148) ou Imposto Extraordinário de Guerra – IEG (CF, art. 154). Nesse caso, a
questão estaria correta, pois é possível criar o IEG por meio de medida provisória, correto? Mas
precisamos ir mais a fundo no pensamento da banca.

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Quando ela fala em tributos para custear despesas excepcionais, ela está direcionando a recei-
ta desse tributo para uma determinada despesa. Ora, já estudamos o Princípio da Não Vincula-
ção de Impostos, não sendo possível vincular a receita de um imposto a qualquer órgão, fundo
ou despesa, ressalvadas algumas exceções da CF.
Assim, infere-se que a banca está se referindo na questão somente aos Empréstimos Compul-
sórios, tributo que pode ter sua arrecadação vinculada a uma determinada despesa, como na
questão apresentada.
Entendendo que a questão somente poderia se referir aos EC, perguntamos: é possível instituir
EC por medida provisória? A resposta é não, porque a instituição de EC é matéria reservada a
lei complementar, e a CF veda (proíbe) a edição de MP sobre matéria reservada à lei comple-
mentar (art. 62).
Errado.

031. (CESPE/PROCURADOR DO MUNICÍPIO/PREFEITURA DE FORTALEZA-CE/2017) Con-


siderando as disposições do CTN a respeito de legislação tributária, vigência, aplicação, inter-
pretação e integração, julgue o item subsequente.
As práticas reiteradamente observadas pelas autoridades administrativas são normas comple-
mentares consuetudinárias de direito tributário. Assim, na hipótese de a norma ser considera-
da ilegal, não é possível caracterizar como infracional a conduta do contribuinte que observa
tal norma, em razão do princípio da proteção da confiança e da boa-fé objetiva.

Perceba que a questão pede para considerar as disposições do CTN, então é isso que vamos
fazer. Primeiro vamos ver o que o CTN considera como “legislação tributária”:

Art. 96. A expressão “legislação tributária” compreende as leis, os tratados e as convenções in-
ternacionais, os decretos e as normas complementares que versem, no todo ou em parte, sobre
tributos e relações jurídicas a eles pertinentes.

Agora veja o art. 100:

Art. 100. São normas complementares das leis, dos tratados e das convenções internacionais e dos
decretos:
I – os atos normativos expedidos pelas autoridades administrativas;
II – as decisões dos órgãos singulares ou coletivos de jurisdição administrativa, a que a lei atribua
eficácia normativa;
III – as práticas reiteradamente observadas pelas autoridades administrativas;
IV – os convênios que entre si celebrem a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios.
Parágrafo único. A observância das normas referidas neste artigo exclui a imposição de penalida-
des, a cobrança de juros de mora e a atualização do valor monetário da base de cálculo do tributo.

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Perceba que as práticas reiteradas da autoridade administrativa constituem normas comple-


mentares consuetudinárias da legislação tributária, ou seja, práticas costumeiras, rotineiras.
Logo, se um contribuinte agir de acordo com práticas usuais da administração pública, ele não
irá infringir a legislação tributária, mesmo que essas práticas sejam ilegais, pois entende-se
que o contribuinte agiu de boa-fé.
Certo.

032. (CESPE/JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO/TRF 5ª/2015/ADAPTADA) Considerando um


acordo bilateral celebrado entre Brasil e Bolívia, no qual a União tenha concedido isenção de
tributos estaduais e municipais para as operações do gasoduto Brasil-Bolívia, julgue o item que
segue com base na jurisprudência do STF.
Tratado internacional na área tributária, desde sua assinatura, pode ser invocado por particula-
res para a defesa de seus direitos na esfera tributária.

Vamos esquecer a historinha e analisar apenas o item. A banca afirma que tratado internacio-
nal relacionado à área tributária pode ser invocado por particulares desde a sua assinatura.
Vejamos o passo a passo para que uma convenção internacional seja incorporada ao direito
interno (Ricardo Alexandre, 2017):
1. Presidente da República assina;
2. Aprovação pelo CN por meio de decreto legislativo;
3. Ratificação pelo PR, por meio de depósito do instrumento;
4. Promulgação pelo presidente da república por meio de decreto presidencial, possibilitando
a publicação oficial e a executoriedade do ato.
Somente depois de todo esse rito é que o tratado produz efeitos no direito interno.
Errado.

033. (CESPE/JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO/TRF 5ª/2015/ADAPTADA) Considerando um


acordo bilateral celebrado entre Brasil e Bolívia, no qual a União tenha concedido isenção de
tributos estaduais e municipais para as operações do gasoduto Brasil-Bolívia, julgue o item que
segue com base na jurisprudência do STF.
O Estado Federal brasileiro, por ser representado pela União, não ultrapassou os limites do
seu poder tributário ao instituir a referida isenção de tributos de competência de estados e
municípios.

Estamos diante de um tratado internacional entre Brasil e Bolívia, então vamos ver o que o CTN
nos diz de importante:

Art. 98. Os tratados e as convenções internacionais revogam ou modificam a legislação tributária


interna, e serão observados pela que lhes sobrevenha.

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Assim, temos previsão em nosso ordenamento jurídico para a validade da situação apresenta-
da. No caso, houve a instituição, por parte da União, representando a República Federativa do
Brasil, de isenções de tributos estaduais e municipais, ou seja, fora da competência da União.
Sabemos que não pode um estado conceder isenção sobre um imposto municipal, ou um
município instituir isenção do IPVA estadual, por exemplo. Estaríamos diante de um caso de
isenção heterônoma, quando o ente tributante diverso daquele que tem competência para
instituir o tributo concede alguma isenção. É uma situação vedada, proibida em nosso siste-
ma tributário.
Mas a situação apresentada na questão é bem diferente. A União, ao celebrar o acordo inter-
nacional, agiu em nome da República Federativa do Brasil, Estado soberano, pessoa jurídica
de direito internacional público. Esta sim é autorizada a conceder isenções sobre tributos
federais, estaduais ou municipais. Vamos ver um trecho do julgado que a banca utilizou para
criar a questão:

A cláusula de vedação inscrita no art. 151, inciso III, da Constituição – que proíbe a concessão de
isenções tributárias heterônomas – é inoponível ao Estado Federal brasileiro (vale dizer, à República
Federativa do Brasil), incidindo, unicamente, no plano das relações institucionais domésticas que se
estabelecem entre as pessoas políticas de direito público interno. (…) Nada impede, portanto, que o
Estado Federal brasileiro celebre tratados internacionais que veiculem cláusulas de exoneração tribu-
tária em matéria de tributos locais (como o ISS, p. ex.), pois a República Federativa do Brasil, ao exer-
cer o seu treaty-making power, estará praticando ato legítimo que se inclui na esfera de suas prer-
rogativas como pessoa jurídica de direito internacional público, que detém – em face das unidades
meramente federadas – o monopólio da soberania e da personalidade internacional. (RE 543.943)
Certo.

034. (CESPE/JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO/TRF 5ª/2015/ADAPTADA) Considerando um


acordo bilateral celebrado entre Brasil e Bolívia, no qual a União tenha concedido isenção de
tributos estaduais e municipais para as operações do gasoduto Brasil-Bolívia, julgue o item que
segue com base na jurisprudência do STF.
O acordo em questão é inconstitucional em virtude de ferir a vedação constitucional da insti-
tuição de isenção heterônoma pela União.

Diante de toda a explicação da questão anterior, ficou claro que o acordo não é inconstitucio-
nal, uma vez que não é a União que institui uma isenção heterônoma, mas sim a República
Federativa do Brasil, soberana, apenas representada pela União.
Errado.

035. (CESPE/ANATEL/2014) Acerca da legislação tributária, sua vigência e aplicação, julgue


o item que se segue.

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Há hierarquia entre leis ordinárias tributárias federais, estaduais e municipais, quando cuidam
de temas que não são de disciplina de normas gerais.

Não há hierarquia entre leis ordinárias tributárias federais, estaduais e municipais. Há apenas a
delimitação das competências de cada ente político, mas não se pode falar em hierarquia entre
leis. Não existe nem mesmo hierarquia entre leis complementares e leis ordinárias, em regra.
Uma lei ordinária não pode tratar sobre assunto reservado à lei complementar, mas nesse
caso a lei ordinária será considerada inconstitucional, e não subordinada hierarquicamente à
lei complementar. O mesmo ocorre entre leis de esferas diferentes. Grave isso: não existe hie-
rarquia na situação apresentada.
Errado.

036. (CESPE/ANATEL/2014) Acerca da legislação tributária, sua vigência e aplicação, julgue


o item que se segue.
Os convênios celebrados entre as unidades federativas são considerados normas com-
plementares.

Perfeito! Questão literal. Vamos relembrar o art. 100 do CTN:

Art. 100. São normas complementares das leis, dos tratados e das convenções internacionais e dos
decretos:
I – os atos normativos expedidos pelas autoridades administrativas;
II – as decisões dos órgãos singulares ou coletivos de jurisdição administrativa, a que a lei atribua
eficácia normativa;
III – as práticas reiteradamente observadas pelas autoridades administrativas;
IV – os convênios que entre si celebrem a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios.
Parágrafo único. A observância das normas referidas neste artigo exclui a imposição de penalida-
des, a cobrança de juros de mora e a atualização do valor monetário da base de cálculo do tributo.

Basta a literalidade do CTN para resolver a questão com segurança.


Certo.

037. (CESPE/ANATEL/2014) Julgue o item seguinte, relativo à legislação tributária.


É possível que lei delegada discipline matéria reservada a lei complementar, de acordo com a
CF, como, por exemplo, para tratar de prescrição tributária como norma geral.

Da mesma forma que as medidas provisórias, as leis delegadas também não podem tratar de
matéria reservada à lei complementar. A previsão constitucional está no art. 68:

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Art. 68. As leis delegadas serão elaboradas pelo Presidente da República, que deverá solicitar a
delegação ao Congresso Nacional.
§ 1º Não serão objeto de delegação os atos de competência exclusiva do Congresso Nacional, os
de competência privativa da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal, a matéria reservada à lei
complementar, nem a legislação sobre:
I – organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a garantia de seus membros;
II – nacionalidade, cidadania, direitos individuais, políticos e eleitorais;
III – planos plurianuais, diretrizes orçamentárias e orçamentos.
Errado.

038. (CESPE/CAM-DEP/2014) Acerca dos princípios constitucionais tributários e das limita-


ções constitucionais ao poder de tributar, julgue o item seguinte. Nesse sentido, considere que
a sigla STF, sempre que empregada, se refere ao Supremo Tribunal Federal.
A multa tributária, por não caracterizar instituição ou majoração de tributos, pode ser fixada
mediante decreto editado pelo chefe do Poder Executivo.

Primeira coisa que precisa estar bem clara nesse ponto do curso: tributos e multas não se con-
fundem. Multa NÃO é tributo, pois tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda
ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e
cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada (CTN, art. 3º).
Segundo ponto: várias matérias estão expressamente submetidas ao princípio da reserva le-
gal, exigindo lei que as estabeleça, veja:

CTN, art. 97. Somente a lei pode estabelecer:


I – a instituição de tributos, ou a sua extinção;
II – a majoração de tributos, ou sua redução, ressalvado o disposto nos art. 21, 26, 39, 57 e 65;
III – a definição do fato gerador da obrigação tributária principal, ressalvado o disposto no inciso I
do § 3º do art. 52, e do seu sujeito passivo;
IV – a fixação de alíquota do tributo e da sua base de cálculo, ressalvado o disposto nos art. 21, 26,
39, 57 e 65;
V – a cominação de penalidades para as ações ou omissões contrárias a seus dispositivos, ou para
outras infrações nela definidas;
VI – as hipóteses de exclusão, suspensão e extinção de créditos tributários, ou de dispensa ou re-
dução de penalidades.

A questão fala em multa tributária, ou seja, uma penalidade por uma ação ou omissão con-
trária a um dispositivo legal. Portanto, essa obrigação deve ser instituída por lei, nunca por
decreto do executivo.
Errado.

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039. (CESPE/AUDITOR FISCAL/SEFAZ-ES/2013/ADAPTADA) Os convênios que, celebrados


entre os entes da Federação, estabelecem regras sobre a concessão de benefícios fiscais têm,
de acordo com o CTN, natureza de atos administrativos com hierarquia de leis ordinárias, dada
a exigência constitucional de lei específica para a concessão de benefícios fiscais.

Muita atenção aqui. Em uma leitura rápida, podemos inferir que a questão está se referindo
aos convênios do CONFAZ, certo? Os convênios do CONFAZ tratam de benefícios fiscais rela-
cionados ao ICMS, relembre:

CF, art. 155 (…)


§ 2º O imposto previsto no inciso II (ICMS) atenderá ao seguinte:
XII – cabe à lei complementar:
g) regular a forma como, mediante deliberação dos Estados e do Distrito Federal, isenções, incenti-
vos e benefícios fiscais serão concedidos e revogados.

Mas os convênios do CONFAZ na verdade efetivamente concedem benefícios fiscais, e não


estabelecem regras para concessão dos benefícios. Os convênios que a questão fala são os
convênios gerais entre os entes federativos, convênios que complementam as leis, mas que
não têm natureza de “atos administrativos com hierarquia de leis ordinárias”, como informa a
questão. Logo, gabarito errado.
Mas como estariam classificados esses convênios então? Veja a próxima questão!
Errado.

040. (CESPE/AUDITOR FISCAL/SEFAZ-ES/2013) Os convênios que, celebrados entre os en-


tes da Federação, estabelecem regras sobre a concessão de benefícios fiscais têm, de acordo
com o CTN, natureza de normas complementares, consideradas fonte formal secundária do di-
reito tributário, dado que adstritas à predominância das normas contidas nas fontes principais.

Agora sim temos a classificação correta! Veja o que diz o CTN:

Art. 100. São normas complementares das leis, dos tratados e das convenções internacionais e dos
decretos:
I – os atos normativos expedidos pelas autoridades administrativas;
II – as decisões dos órgãos singulares ou coletivos de jurisdição administrativa, a que a lei atribua
eficácia normativa;
III – as práticas reiteradamente observadas pelas autoridades administrativas;
IV – os convênios que entre si celebrem a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios.

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Portanto, os convênios celebrados entre os entes federativos têm natureza de normas comple-
mentares, consideradas fonte formal secundária do Direito Tributário, pois complementam as
normas primárias que efetivamente inovam em nosso ordenamento jurídico.
Resumindo:
• Convênios gerais são normas secundárias, adstritos aos limites das normas primárias.
Têm previsão no CTN.
• Convênios do CONFAZ são normas primárias, portanto exceção à regra. São normas pri-
márias, pois têm o poder de conceder benefícios fiscais, ou seja, inovar no ordenamento
jurídico. Têm previsão na CF.

Certo.

041. (CESPE/JUIZ/TJ-PI/2012/ADAPTADA) A respeito da disciplina das fontes do direito tri-


butário, julgue o item a seguir.
Qualquer alteração no CTN deve ser feita por lei complementar ou por normas superiores, dada
a determinação constitucional acerca da fixação de normas gerais de direito tributário.

É isso mesmo. Apesar de o CTN ser uma lei ordinária em sentido formal, ela possui o status de
lei complementar. Como assim?
O Código Tributário Nacional foi promulgado pela Lei n. 5.172/1966 como uma lei ordinária,
ou seja, uma lei “comum”, que tem seu uso menos restrito em relação a leis complementares.
Nascida em 1966, foi posteriormente recepcionada pela Constituição Federal de 1988, de acor-
do com o que a doutrina chama de “teoria da recepção”. Como o novo ordenamento jurídico
criado pela CF/1988 definiu que uma lei complementar deveria regular a matéria, o CTN então
foi recepcionado com status de lei complementar.
Por isso que se diz que o CTN é uma lei ordinária em sentido formal, mas com status de lei
complementar em sentido material. E, por possuir esse status, suas disposições só podem ser
alteradas por outra lei complementar ou de hierarquia superior, devido à reserva de lei comple-
mentar imposta pela CF.
Certo.

042. (CESPE/OAB/2010/ADAPTADA) Suponha que um decreto trate integralmente sobre re-


lações jurídicas pertinentes aos tributos e que uma lei disponha parcialmente sobre tributos.
Nessa situação, de acordo com o CTN, tanto o decreto quanto a lei se inserem no conceito de
legislação tributária.

Questão simples e direta. Basta ler o CTN, vamos reforçar:

Art. 96. A expressão “legislação tributária” compreende as leis, os tratados e as convenções inter-
nacionais, os decretos e as normas complementares que versem, no todo ou em parte, sobre tribu-
tos e relações jurídicas a eles pertinentes.
Certo.

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043. (CESPE/PROCURADOR MUNICIPAL/PREF. CAMPO GRANDE/2019) À luz das disposi-


ções do Código Tributário Nacional, julgue o item seguinte.
Situação hipotética: Lei publicada em 1º/9/2017 aumentou a alíquota do ISS sobre determina-
das atividades e reduziu a multa de mora em 20%. Assertiva: Essa lei não retroage para alcan-
çar prestações de serviço realizadas e sujeitas à incidência do ISS e infrações tributárias não
julgadas e cometidas entre 1º/1/2017 e 1º/9/2017.

Questão sobre a vigência de leis. Como regra geral, a legislação tributária aplica-se a fatos
geradores futuros e aos pendentes (CTN, art. 105). Ocorre que o CTN menciona algumas ex-
ceções, veja:

Art. 106. A lei aplica-se a ato ou fato pretérito:


I – em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicação de penalidade
à infração dos dispositivos interpretados;
II – tratando-se de ato não definitivamente julgado:
a) quando deixe de defini-lo como infração;
b) quando deixe de tratá-lo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que não
tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de tributo;
c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática.

Logo, é perfeitamente possível a aplicação retroativa da lei em relação à penalidade mais bran-
da sobre ato pendente de julgamento definitivo. Agora vamos analisar o item a ser julgado:
Essa lei não retroage para alcançar prestações de serviço realizadas e sujeitas à incidência do
ISS e infrações tributárias não julgadas e cometidas entre 1º/1/2017 e 1º/9/2017.
Realmente não retroage para aplicação da alíquota maior de ISS, mas retroage na redução em
20% da multa de mora sobre infrações tributárias não julgadas.
Errado.

044. (CESPE/ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO/TCE-MG/2018/ADAPTADA) Um auditor


de contas verificou que lei tributária havia entrado em vigência quando o fato gerador teve iní-
cio, mas que este ainda não havia sido concluído.
Nessa situação hipotética, conforme o CTN, deverá ser aplicada a legislação tributária se esta
impuser pena menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da prática do ato, desde que
a nova lei seja expressamente interpretativa.

Não é essa a previsão que consta no CTN. A questão fala em um fato gerador que teve início,
mas que não havia sido concluído, ou seja, um fato gerador pendente. E, quando se trata de
fato gerador pendente, a legislação tributária aplica-se imediatamente. Veja o art. 105

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Art. 105. A legislação tributária aplica-se imediatamente aos fatos geradores futuros e aos pen-
dentes, assim entendidos aqueles cuja ocorrência tenha tido início mas não esteja completa nos
termos do art. 116.

Logo, não existe a condição sugerida pela questão, conforme vimos.


Errado.

045. (CESPE/ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO/TCE-MG/2018/ADAPTADA) Um auditor


de contas verificou que lei tributária havia entrado em vigência quando o fato gerador teve iní-
cio, mas que este ainda não havia sido concluído.
Nessa situação hipotética, conforme o CTN, deverá ser aplicada a legislação tributária imedia-
tamente, mesmo que não se trate de lei interpretativa.

Agora sim, temos a exata previsão do CTN. Para fatos geradores pendentes, teremos a aplica-
ção imediata da legislação tributária, sem a necessidade de nenhuma condição.
Certo.

046. (CESPE/TÉCNICO TRIBUTÁRIO/SEFAZ-RS/2018) Em regra, os atos normativos expe-


didos pelas autoridades administrativas, segundo disposições do Código Tributário Nacional
(CTN), devem entrar em vigor
a) noventa dias após sua publicação.
b) no exercício seguinte ao da sua publicação.
c) cinco dias após sua publicação.
d) trinta dias após sua publicação.
e) na data de sua publicação.

Questão literal. Basta a análise conjunta dos arts. 100 e 103 do CTN. Vamos esquematizar
para facilitar sua vida:

Art. 103 Salvo disposição


Art. 100 São normas complementares da legislação
em contrário, entram
tributária:
em vigor:

NA DATA DE SUA
I – atos normativos expedidos por autoridades administrativas;
PUBLICAÇÃO

II – decisões dos órgãos singulares ou coletivos de jurisdição 30 DIAS APÓS A DATA DE


administrativa, a que a lei atribua eficácia normativa; SUA PUBLICAÇÃO

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Art. 103 Salvo disposição


Art. 100 São normas complementares da legislação
em contrário, entram
tributária:
em vigor:

III – práticas reiteradamente observadas pelas autoridades


-
administrativas;

IV – convênios que entre si celebrem a União, os Estados, o


NA DATA NELES PREVISTA
Distrito Federal e os Municípios.

Letra e.

047. (CESPE/PROCURADOR DO MUNICÍPIO/PREF. FORTALEZA/2017) CONSIDERANDO AS


DISPOSIÇÕES DO CTN A RESPEITO De legislação tributária, vigência, aplicação, interpretação
e integração, julgue o item subsequente.
Admite-se a aplicação retroativa de norma tributária interpretativa e de norma tributária mais
benéfica sobre penalidades tributárias, mesmo diante de ato amparado pela imutabilidade da
coisa julgada.

Quando se trata de norma tributária interpretativa, temos sim a aplicação retroativa da legisla-
ção. Primeira parte da questão correta.
Agora, quando falamos em norma mais benéfica sobre infrações, aplica-se a ato ou fato preté-
rito somente para atos não definitivamente julgados. Nesse sentido, ela não se aplica diante
de ato amparado pela imutabilidade da coisa julgada.
Vamos rever o art. 106 do CTN:

Art. 106. A lei aplica-se a ato ou fato pretérito:


I – em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicação de penalidade
à infração dos dispositivos interpretados;
II – tratando-se de ato não definitivamente julgado:
a) quando deixe de defini-lo como infração;
b) quando deixe de tratá-lo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que não
tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de tributo;
c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prá-
tica.

Aqui é interessante fazer um paralelo com o Direito Penal. Nesse ramo do direito, a aplicação
retroativa de lei mais benéfica aplica-se inclusive a atos definitivamente julgados. Imagine
uma pessoa condenada a cumprir 10 anos de pena. Durante o cumprimento de sua sentença,

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lei nova define uma duração menor da pena para aquele delito. Assim, o condenado terá sua
pena revista, conforme a previsão mais benéfica da lei.
O mesmo não ocorre no Direito Tributário Penal, pois vimos que a lei nova não vai retroagir aos
atos definitivamente julgados.
Errado.

048. (CESPE/JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO/TRF 5ª/2017/ADAPTADA) Sob a vigência de de-


terminada norma tributária, contribuintes deixaram de recolher o tributo devido, do que resul-
tou a autuação do fisco e a impugnação dos contribuintes. Antes mesmo do fim do processo
administrativo fiscal, foi aprovada e entrou em vigor legislação tributária que concedeu isenção
parcial, reduzindo em 50% o referido tributo, para as mesmas operações.
Com relação a essa situação hipotética, julgue o item a seguir, conforme as normas a respeito
da aplicação e vigência da lei tributária dispostas no Código Tributário Nacional (CTN).
Os contribuintes inadimplentes não poderão se beneficiar do recolhimento com base na nova
lei, já que ela passou a viger após o nascimento da obrigação tributária e não há fundamento
legal para desconsiderá-la.

Mais uma sobre aplicação retroativa da legislação tributária, mas agora temos um caso dife-
rente. Perceba que a situação apresentada na questão diz respeito ao tributo em si, e não à
penalidade. A nova legislação tributária reduziu em 50% o próprio tributo, portanto teremos a
aplicação da regra geral:

Art. 105. A legislação tributária aplica-se imediatamente aos fatos geradores futuros e aos penden-
tes, assim entendidos aqueles cuja ocorrência tenha tido início mas não esteja completa nos termos
do art. 116.

Assim, é correto concluir que os contribuintes que praticaram fatos geradores sob a vigência
da norma anterior não terão direito ao benefício da nova lei.
Em resumo:
• quando se tratar do tributo em si, a legislação aplicável é a vigente ao tempo da ocorrên-
cia do fato gerador;
• quando se tratar de aplicação de penalidade menos severa sobre atos não definitiva-
mente julgados, teremos a aplicação da lei nova.

Certo.

049. (CESPE/PROCURADOR DO MUNICÍPIO/PREF. DE SALVADOR-BA/2015) determinado con-


tribuinte é devedor de itbi cujo fato gerador ocorreu em 15/3/2014. nessa época, a alíquota do
tributo era de 2% sobre o valor da operação, e a multa pelo inadimplemento, de 50%. Em 2015,

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o contribuinte resolveu pagar o tributo e ficou sabendo que a alíquota havia sido reduzida para
1%, e a multa, para 25%.
Nessa situação hipotética, o contribuinte deverá recolher o ITBI com alíquota de
a) 2% e pagar multa de 50%, haja vista a lei vigente incidir na data do fato gerador da obrigação
tributária.
b) 1% e pagar multa de 50%, visto que somente retroagem em benefício do contribuinte as
normas de incidência, não as normas punitivas, conforme entendimento construído pelo STJ,
de que, nesse caso, haveria estímulo ao inadimplemento dos tributos e perda de eficácia
do sistema.
c) 2% e pagar multa de 25%, dada a incidência da lei vigente na data do fato gerador da obriga-
ção tributária; no entanto, a norma punitiva retroagirá em benefício do contribuinte, desde que
não seja definitivamente julgada a pretensão na esfera administrativa.
d) 2% e pagar multa de 25%, devido ao fato de que, na época do fato gerador, incidia a alíquota
vigente e que, para o STF, é considerada confiscatória multa de valor superior a 30% do valor
do tributo.
e) 1% e pagar multa de 25%, uma vez que, conforme o direito tributário, as normas mais favo-
ráveis sempre retroagem.

Para fixar!
Quando se tratar do tributo em si, a legislação aplicável é a vigente ao tempo da ocorrência
do fato gerador. A alíquota aplicável será a de 2%, independente se lei posterior aumentou ou
diminuiu sua incidência.
Quando se tratar de aplicação de penalidade menos severa sobre atos não definitivamente
julgados, teremos a aplicação da lei nova. Portanto, em vez de pagar 50% de multa, o contri-
buinte deve pagar apenas 25%, caso não tenha ocorrido o julgamento definitivo.
É exatamente isso o que diz a letra C de forma bem didática e cristalina.
Letra c.

050. (CESPE/AUDITOR FISCAL/SEFAZ-RS/2019/ADAPTADA) O Código Tributário Nacional


(CTN) disciplina o que a autoridade competente pode fazer para interpretar a norma tributária,
a fim de resolver dúvidas e solucionar casos de ausência de disposição expressa acerca de
determinada questão. Com relação à interpretação e à integração da legislação tributária, é
correto afirmar que os princípios gerais de direito público precedem os de direito tributário.

Outro dispositivo importantíssimo para fins de prova é o art. 108 do CTN:

Art. 108. Na ausência de disposição expressa, a autoridade competente para aplicar a legislação
tributária utilizará sucessivamente, na ordem indicada:

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I – a analogia;
II – os princípios gerais de direito tributário;
III – os princípios gerais de direito público;
IV – a equidade.
§ 1º O emprego da analogia não poderá resultar na exigência de tributo não previsto em lei.
§ 2º O emprego da equidade não poderá resultar na dispensa do pagamento de tributo devido.

Agora, vamos analisar o item:


Com relação à interpretação e à integração da legislação tributária, é correto afirmar que os
princípios gerais de direito público precedem os de direito tributário.
Os princípios gerais de Direto Tributário precedem os de Direito Público, e não o contrário.
Para memorizar a ordem, gostamos do mnemônico APPLE:
A – Analogia
P – Princípios de Direito Tributário
PL – princípios de Direito PúbLico
E – Equidade
Errado.

051. (CESPE/AUDITOR FISCAL/SEFAZ-RS/2019/ADAPTADA) O Código Tributário Nacional


(CTN) disciplina o que a autoridade competente pode fazer para interpretar a norma tributária,
a fim de resolver dúvidas e solucionar casos de ausência de disposição expressa acerca de
determinada questão. Com relação à interpretação e à integração da legislação tributária, é
correto afirmar que a equidade pode ser utilizada para estender a isenção de tributos a outros
sujeitos passivos.

Novamente recorremos ao art. 108/CTN:

Art. 108. Na ausência de disposição expressa, a autoridade competente para aplicar a legislação
tributária utilizará sucessivamente, na ordem indicada:
I – a analogia;
II – os princípios gerais de direito tributário;
III – os princípios gerais de direito público;
IV – a equidade.
§ 1º O emprego da analogia não poderá resultar na exigência de tributo não previsto em lei.
§ 2º O emprego da equidade não poderá resultar na dispensa do pagamento de tributo devido.

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E o item nos diz o seguinte:


Com relação à interpretação e à integração da legislação tributária, é correto afirmar que a
equidade pode ser utilizada para estender a isenção de tributos a outros sujeitos passivos.
Não pode! O § 2º é muito claro nesse sentido, proibindo que se estendam isenções com base
na equidade.
Errado.

052. (CESPE/AUDITOR FISCAL/SEFAZ-RS/2019/ADAPTADA) O Código Tributário Nacional


(CTN) disciplina o que a autoridade competente pode fazer para interpretar a norma tributária,
a fim de resolver dúvidas e solucionar casos de ausência de disposição expressa acerca de
determinada questão. Com relação à interpretação e à integração da legislação tributária, é
correto afirmar que é vedado o uso da analogia para instituir contribuições sociais não previs-
tas em lei.

Agora sim, vamos rever o § 1º:

Art. 108. Na ausência de disposição expressa, a autoridade competente para aplicar a legislação
tributária utilizará sucessivamente, na ordem indicada:
I – a analogia;
II – os princípios gerais de direito tributário;
III – os princípios gerais de direito público;
IV – a equidade.
§ 1º O emprego da analogia não poderá resultar na exigência de tributo não previsto em lei.
§ 2º O emprego da equidade não poderá resultar na dispensa do pagamento de tributo devido.

Portanto, uma vez que contribuições sociais são uma espécie de tributo, realmente não é pos-
sível utilizar a analogia para exigir tributo não previsto em lei.
Certo.

053. (CESPE/AUDITOR FISCAL/SEFAZ-RS/2018/ADAPTADA) A interpretação da norma tri-


butária tem evoluído de tal forma que se vem majorando a proteção dos direitos e das garan-
tias fundamentais do cidadão ante a atuação estatal, fomentando-se o que se intitula in dubio
pro contribuinte.
A partir dessas informações, é correto afirmar que a integração e a acepção da legislação tri-
butária devem ser promovidas, mesmo em casos de lacunas, sob a perspectiva da aplicação
da analogia, ressalvando-se a exigência de tributo sem o cumprimento do devido processo
legislativo que resulte em lei própria e específica.

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A questão afirma exatamente o disposto no § 1º do art. 108/CTN, mas com outra redação
mais complicada. Compare os textos:

§ 1º O emprego da analogia não poderá resultar na exigência de tributo não previsto em lei.
Certo.

054. (CESPE/PROCURADOR DO MUNICÍPIO/PREF. FORTALEZA-CE/2017) considerando as dis-


posições do ctn a respeito de legislação tributária, vigência, aplicação, interpretação e integra-
ção, julgue o item subsequente.
a interpretação da legislação tributária a partir dos princípios gerais de direito privado é reali-
zada para identificar o conceito, o conteúdo e o alcance dos institutos de direito privado, deter-
minando, assim, a definição dos respectivos efeitos tributários.

Na verdade, a tarefa de definir os efeitos tributários cabe à própria legislação tributária, e não
aos preceitos do Direito Civil (privado). Veja o art. 109/CTN:

Art. 109. Os princípios gerais de direito privado utilizam-se para pesquisa da definição, do conteúdo
e do alcance de seus institutos, conceitos e formas, mas não para definição dos respectivos efeitos
tributários.

E no mesmo sentido o art. 110 complementa o assunto:

Art. 110. A lei tributária não pode alterar a definição, o conteúdo e o alcance de institutos, conceitos
e formas de direito privado, utilizados, expressa ou implicitamente, pela Constituição Federal, pelas
Constituições dos Estados, ou pelas Leis Orgânicas do Distrito Federal ou dos Municípios, para de-
finir ou limitar competências tributárias.
Errado.

055. (CESPE/PROCURADOR DO MUNICÍPIO/PREF. FORTALEZA-CE/2017) Considerando as


disposições do CTN a respeito de legislação tributária, vigência, aplicação, interpretação e in-
tegração, julgue o item subsequente.
É vedada a adoção de métodos de interpretação ou qualquer princípio de hermenêutica que
amplie o alcance da norma tributária que outorga isenção.

Exatamente isso! A outorga (concessão) de isenção é um tipo de matéria que se submete à


expressa literalidade da norma que a dispõe, não sendo possível a aplicação de qualquer méto-
do de interpretação ou integração da legislação tributária para ampliação dessa isenção. Veja:

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Art. 111. Interpreta-se literalmente a legislação tributária que disponha sobre:
I – suspensão ou exclusão do crédito tributário;
II – outorga de isenção;
III – dispensa do cumprimento de obrigações tributárias acessórias.
Certo.

FCC

056. (FCC/ASSISTENTE TÉCNICO FAZENDÁRIO SEMEF-MANAUS-AM/2019) De acordo


com o que dispõe a Constituição Federal acerca dos princípios gerais de direito tributário,
a) somente por Emenda à Constituição será possível regular as limitações constitucionais ao po-
der de tributar, em razão de se tratar de matéria atinente aos direitos e garantias fundamentais.
b) medida provisória poderá dispor sobre normas gerais de definição de tratamento diferencia-
do e favorecido para as microempresas e para as empresas de pequeno porte.
c) à lei ordinária de cada ente federativo caberá dispor sobre conflitos de competência, em
matéria tributária, entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios.
d) decreto do Presidente da República poderá estabelecer critérios especiais de tributação,
com o objetivo de prevenir desequilíbrios da concorrência, sem prejuízo da competência de a
União, por lei, estabelecer normas de igual objetivo.
e) cabe à lei complementar estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária,
especialmente sobre adequado tratamento tributário ao ato cooperativo praticado pelas socie-
dades cooperativas, entre outros aspectos especificados no texto constitucional.

a) Errada. Cabe à lei complementar regular as limitações constitucionais ao poder de tributar,


nos termos do art. 146, II, CF/1988.
b) Errada. A medida provisória não pode prever sobre matérias que devem ser obrigatoriamen-
te previstas em lei complementar. No caso da alternativa, as normas gerais de definição de
tratamento diferenciado e favorecido para as microempresas e para as empresas de pequeno
porte, conforme CF/1988, art. 146, III, d, devem ser objeto de lei complementar.
c) Errada. A lei complementar é a espécie legislativa competente para dispor sobre conflitos
de competência, em matéria tributária, entre a União, os estados, o Distrito Federal e os muni-
cípios, conforme CF/1988, art. 146, I.
d) Errada. Segundo o art. 146-A, CF/1988, lei complementar estabelecerá critérios especiais de
tributação, com o objetivo de prevenir desequilíbrios da concorrência, sem prejuízo da compe-
tência de a União, por lei, estabelecer normas de igual objetivo.
e) Certa. Nos termos da CF/1988, art. 146, III, c.
Letra e.

057. (FCC/AUDITOR FISCAL/SEMEF-MANAUS-AM/2019) Autoridade tributária municipal


constatou que o contribuinte “Lavanderia Roupa Limpa Ltda.” efetivamente infringiu a legislação
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tributária municipal do ISSQN. Não obstante isso, a referida autoridade, mesmo depois de ter
analisado detidamente a lei tributária que define infrações e comina penalidades para os fa-
tos comprovadamente praticados pelo contribuinte, continuava em dúvida quanto à natureza
da penalidade aplicável e, também, quanto à graduação dessa penalidade. De acordo com
o Código Tributário Nacional, aquela autoridade deveria interpretar a mencionada lei tributá-
ria municipal
a) de maneira mais favorável à Fazenda Pública, o que significa interpretá-la de maneira mais
desfavorável ao acusado.
b) de maneira mais favorável ao acusado.
c) com equidade, ainda que isso resultasse na dispensa do pagamento de tributo devido.
d) de maneira mais desfavorável ao acusado, no tocante à natureza da penalidade aplicável, e
de maneira mais favorável, porém, em relação a sua graduação.
e) de maneira mais favorável ao acusado, no tocante à natureza da penalidade aplicável, e de
maneira mais desfavorável, porém, em relação a sua graduação.

Gabarito nos termos do art. 112, CTN:

Art. 112. A lei tributária que define infrações, ou lhe comina penalidades, interpreta-se da maneira
mais favorável ao acusado, em caso de dúvida quanto:
I – à capitulação legal do fato;
II – à natureza ou às circunstâncias materiais do fato, ou à natureza ou extensão dos seus efeitos;
III – à autoria, imputabilidade, ou punibilidade;
IV – à natureza da penalidade aplicável, ou à sua graduação.
Letra b.

058. (FCC/ANALISTA DE GESTÃO CONTÁBIL/PREFEITURA DE RECIFE-PE/2019) O Decre-


to-Lei n. 4.657/1942, conhecido originalmente como Lei de Introdução ao Código Civil e, atu-
almente, como Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, é exemplo de diploma legal
que, em alguns de seus dispositivos, estabelece regras atinentes à vigência das leis em geral,
no espaço e no tempo. Essa lei continua vigente até a presente data.
O Código Tributário Nacional (CTN), por sua vez, em alguns de seus dispositivos, trata especi-
ficamente da vigência da legislação tributária no tempo e no espaço. De acordo com o referido
Código, a vigência das leis que tratam de matéria tributária, no tempo e no espaço,
a) rege-se, necessariamente, pelas disposições do CTN, quando elas se referirem, expressa-
mente, a contribuinte, base de cálculo e fato gerador de impostos.
b) rege-se pelas disposições legais aplicáveis às normas jurídicas em geral, ressalvado o pre-
visto no CTN a esse respeito.
c) é matéria a ser tratada por cada uma das pessoas jurídicas de direito público interno, indivi-
dualmente, nos limites do que estão constitucionalmente autorizadas a editar leis de natureza
tributária.
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d) rege-se apenas pelas disposições do CTN a esse respeito.


e) rege-se, exclusivamente, pelas disposições do CTN, quando elas tratarem, expressa ou im-
plicitamente, de contribuinte, base de cálculo e fato gerador de tributos em geral.

Nos termos do art. 101, CTN:

Art. 101. A vigência, no espaço e no tempo, da legislação tributária rege-se pelas disposições legais
aplicáveis às normas jurídicas em geral, ressalvado o previsto neste Capítulo.

Quanto à alternativa c, preste atenção na CF/1988, art. 24, I, que destaca que o Direito Tributá-
rio é legislado concorrentemente pela União, estados e Distrito Federal.
Letra b.

059. (FCC/PROCURADOR/PREFEITURA DE CARUARU-PE/2018) Sobre a validação de tra-


tados e convenções internacionais firmados pelo Brasil no âmbito do MERCOSUL em matéria
tributária, é correto afirmar:
a) é automática, por previsão expressa da Carta de Assunção, que, ao manifestar soberania
externa da União, dispensa o iter procedimental constitucional para internalização de direito
internacional.
b) depende de todo o iter procedimental para internalização de normas de direito internacional,
previsto na Constituição Federal do Brasil.
c) é automática, desde que não preveja isenções heterônomas de tributos estaduais, distritais
e municipais.
d) depende do iter procedimental para internalização de normas de direito internacional so-
mente quanto aos tributos de competência da União, sendo automático para todos os de-
mais tributos.
e) depende do iter procedimental para internalização de normas de direito internacional so-
mente quanto aos tributos de competência dos Estados, Municípios e do Distrito Federal, ne-
cessitando, para os tributos da União, de Decreto Legislativo e depósito, mas não de decreto
do Executivo e publicação.

Para vigência interna de tratados e convenções internacionais celebrados pelo Presidente da


República, é preciso que sejam concluídas as seguintes fases:
a) Negociação e assinatura do tratado pelo Poder Executivo, na pessoa do Presidente da
República;
b) Referendo ou aprovação pelo Poder Legislativo, mediante decreto legislativo, não mais de-
pendendo da sanção do Poder Executivo;
c) Ratificação pelo presidente da República, mediante depósito dos instrumentos constitutivos;
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d) Promulgação por meio da expedição de decreto do Presidente da República;


e) Publicação oficial do decreto.
Letra b.

060. (FCC/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO/MPE-PB/2018) O art. 3º do Código Tri-


butário Nacional estabelece que tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda
ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e
cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada. Desta definição de tributo,
infere-se, por via indireta, que as penalidades, que representam sanção por ato ilícito, não se
classificam como tributos. Não obstante isso, o mesmo CTN alberga diversas regras concer-
nentes às penalidades, notadamente às penalidades pecuniárias. De acordo com este Código,
a) a cominação de penalidades para as ações ou omissões contrárias a dispositivos legais
devem obedecer ao princípio da legalidade, da anterioridade nonagesimal (noventena), mas
não da anterioridade anual.
b) quando lei nova cominar penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da
prática infracional, esta lei nova será aplicada, sempre, ao ato ou fato pretérito.
c) a observância das normas complementares das leis, dos tratados e das convenções inter-
nacionais e dos decretos exclui a imposição de penalidades, a cobrança de juros de mora e a
atualização do valor monetário da base de cálculo do tributo.
d) a lei tributária que comina penalidades deve ser interpretada, sempre, de maneira mais fa-
vorável ao acusado considerado legalmente pobre, no que diz respeito à dosimetria da pena
atribuída a ele, e quanto à natureza ou às circunstâncias materiais do fato.
e) quando se comprove ação ou omissão do sujeito passivo que dê lugar à aplicação de pena-
lidade pecuniária, o lançamento será efetuado de ofício, pela autoridade administrativa, ou por
homologação, como acontece no lançamento do ICMS.

a) Errada. Segundo previsão constitucional, os Princípios da Legalidade e da Anterioridade


devem ser aplicados aos tributos. Ocorre que, diante de análise do art. 97, CTN, verifica-se,
também, que as penalidades devem estar previstas em lei, obedecendo, portanto, ao Princípio
da Legalidade. No entanto, no que se refere ao princípio da anterioridade, não há nenhuma pre-
visão no ordenamento jurídico brasileiro de que este se aplica para cominação de penalidades.
b) Errada. Lei que comine penalidade menos severa a ato/fato pretérito somente é aplicável
quando o ato não tiver sido ainda definitivamente julgado, segundo CTN, art. 106, II, c:

Art. 106. A lei aplica-se a ato ou fato pretérito:


[…]
II – tratando-se de ato não definitivamente julgado:
[…]
c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prá-
tica.

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c) Certa, nos termos do CTN, art. 100, par. único:

Parágrafo único. A observância das normas referidas neste artigo exclui a imposição de penalida-
des, a cobrança de juros de mora e a atualização do valor monetário da base de cálculo do tributo.

d) Errada. De fato, o art. 112 do CTN prevê que a lei que define infrações e comina penalidades
deve ser interpretada de forma mais favorável ao acusado, em caso de dúvida em relação a de-
terminados elementos, no entanto, não fez nenhuma ressalva quanto ao pobre como descrito
na alternativa:

Art. 112. A lei tributária que define infrações, ou lhe comina penalidades, interpreta-se da maneira
mais favorável ao acusado, em caso de dúvida quanto:
I – à capitulação legal do fato;
II – à natureza ou às circunstâncias materiais do fato, ou à natureza ou extensão dos seus efeitos;
III – à autoria, imputabilidade, ou punibilidade;
IV – à natureza da penalidade aplicável, ou à sua graduação.

e) Errada. A situação descrita na alternativa deve ser objeto de lançamento de ofício, que será
visto futuramente no curso, nos termos do CTN, art. 149, VI:

Art. 149. O lançamento é efetuado e revisto de ofício pela autoridade administrativa nos seguintes
casos:
[…]
VI – quando se comprove ação ou omissão do sujeito passivo, ou de terceiro legalmente obrigado,
que dê lugar à aplicação de penalidade pecuniária.
Letra c.

061. (FCC/TÉCNICO DA RECEITA ESTADUAL/SEGEP-MA/2016) O Código Tributário Nacio-


nal tem um capítulo dedicado à interpretação e integração da legislação tributária. De acordo
com esse Código, a
a) suspensão da exigibilidade do crédito tributário deve ser interpretada teleologicamente.
b) outorga de isenção deve ser interpretada sistematicamente.
c) concessão de benefícios fiscais deve ser interpretada historicamente
d) dispensa do cumprimento de obrigações tributárias acessórias deve ser interpretada li-
teralmente.
e) exclusão da condição de responsável tributário deve ser interpretada restritivamente.

Gabarito nos termos do art. 111, CTN:

Art. 111. Interpreta-se literalmente a legislação tributária que disponha sobre:


I – suspensão ou exclusão do crédito tributário;

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II – outorga de isenção;
III – dispensa do cumprimento de obrigações tributárias acessórias.
Letra d.

062. (FCC/AUDITOR FISCAL/SEGEP-MA/2016) Quando uma lei deixar de definir um ato


como infração, essa lei, de acordo com o CTN,
a) deverá ser aplicada a ato pretérito, desde que ainda não tenha sido definitivamente julgado.
b) não poderá ser aplicada a ato pretérito, se já tiver sido iniciado o processo relativo ao julga-
mento desse ato infracional.
c) não poderá ser aplicada a ato pretérito, em nenhuma hipótese.
d) deverá ser aplicada a ato pretérito, apenas para excluir a exigência de juros de mora e de
multa de mora, desde que ainda não tenha sido definitivamente julgado.
e) poderá ser aplicada a ato pretérito, apenas para excluir a exigência de juros de mora, mesmo
que o ato já tenha sido definitivamente julgado.

Gabarito nos termos do art. 106, CTN:

Art. 106. A lei aplica-se a ato ou fato pretérito:


I – em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicação de penalidade
à infração dos dispositivos interpretados;
II – tratando-se de ato não definitivamente julgado:
a) quando deixe de defini-lo como infração;
b) quando deixe de tratá-lo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que não
tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de tributo;
c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prá-
tica.
Letra a.

063. (FCC/AUDITOR FISCAL/PREFEITURA DE TERESINA-PI/2016) O Código Tributário Na-


cional traz disciplina a respeito das normas da legislação tributária em geral, normas essas
que incluem os tratados internacionais. De acordo com esse Código, os tratados internacionais
a) modificam, mas não revogam, a legislação tributária interna.
b) estabelecem a forma por meio da qual, mediante anuência do Senado Federal, as Fazendas
Públicas da União, dos Estados e dos Municípios poderão disciplinar isenções de tributos fe-
derais, estaduais e municipais com Estados estrangeiros.
c) podem versar sobre obrigações acessórias, mas, no tocante às obrigações principais, não
podem versar sobre matérias atinentes a taxas e contribuições em geral, inclusive sobre con-
tribuição de melhoria.
d) admitem, como normas complementares a eles, os atos normativos expedidos pelas auto-
ridades administrativas.

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e) estão compreendidos na expressão “legislação tributária”, definida no referido Código, en-


quanto as convenções internacionais não estão.

Gabarito nos termos do CTN, art. 96 c/c art. 100, I:

Art. 96. A expressão “legislação tributária” compreende as leis, os tratados e as convenções interna-
cionais, os decretos e as normas complementares que versem, no todo ou em parte, sobre tributos
e relações jurídicas a eles pertinentes.
[…]
Art. 100. São normas complementares das leis, dos tratados e das convenções internacionais e dos
decretos:
I – os atos normativos expedidos pelas autoridades administrativas.
Letra d.

064. (FCC/PROCURADOR DE CONTAS/TCE-PE/2015) Segundo disposição expressa no Có-


digo Tributário Nacional, NÃO se aplica exclusivamente a interpretação literal da legislação
tributária que disponha sobre
a) outorga de isenção.
b) hipótese de incidência tributária.
c) suspensão da exigibilidade do crédito tributário.
d) exclusão do crédito tributário.
e) dispensa do cumprimento de obrigação tributária acessória.

Gabarito nos termos do 111, CTN:

Art. 111. Interpreta-se literalmente a legislação tributária que disponha sobre:


I – suspensão ou exclusão do crédito tributário;
II – outorga de isenção;
III – dispensa do cumprimento de obrigações tributárias acessórias.
Letra b.

065. (FCC/PROCURADOR DE CONTAS/TCE-PE/2015) Contribuinte foi autuado por infração


à legislação tributária em novembro de 2011. Devidamente notificado, impugnou administra-
tivamente o referido crédito. A impugnação foi julgada improcedente em caráter definitivo,
no âmbito administrativo e judiciário, mas o contribuinte ainda não realizou o pagamento.
Neste caso,
a) se em 2015 for publicada uma lei deixando de tratar o fato praticado pelo contribuinte como
infração, o mesmo não precisará mais quitar o débito, em virtude da anistia.
b) se em 2012 tiver sido proferida a decisão administrativa irrecorrível haverá decadência para
o Fisco em 2018.

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c) o contribuinte não pode mais questionar em juízo a autuação porque foi a mesma julgada
irrecorrivelmente no âmbito administrativo.
d) por se tratar de ato definitivamente julgado não há como uma lei nova retroagir para alcan-
çar o fato praticado pelo contribuinte, ainda que esta lei preveja que o fato deixa de ser consi-
derado infração.
e) uma lei nova que preveja que o fato deixa de ser considerado infração pode retroagir para
alcançar o fato praticado pelo contribuinte, pois as normas que definem infração à legislação
tributária são normas expressamente interpretativas.

Gabarito conforme previsão do CTN, art. 106, II, “a”:

Art. 106. A lei aplica-se a ato ou fato pretérito:


I – em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicação de penalidade
à infração dos dispositivos interpretados;
II – tratando-se de ato não definitivamente julgado:
a) quando deixe de defini-lo como infração;
b) quando deixe de tratá-lo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que não
tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de tributo;
c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática.
Letra d.

066. (FCC/TCE-CE/CONSELHEIRO SUBSTITUTO (AUDITOR)/2015) Lei publicada no Diário


Oficial em dezembro de 2014 que exclui multa fiscal incidente sobre descumprimento de de-
terminada obrigação tributária
a) só se aplica às infrações que vierem a ser praticadas após a vigência da nova lei, que acon-
tecerá noventa dias a contar de sua publicação.
b) tem eficácia para infrações praticadas antes da entrada em vigor da lei, desde que não tenha
havido julgamento definitivo da mesma em caso concreto.
c) tem aplicação imediata apenas para as infrações cometidas a partir do primeiro dia do exer-
cício financeiro seguinte ao da sua publicação.
d) alcança todas as infrações pretéritas desde que a infração tenha sido por descumprimento
de obrigação tributária acessória.
e) poderá retroagir para alcançar infrações pretéritas que ainda não tenham sido notificadas ao
infrator desde que haja expressa disposição legal.

Se uma lei hoje destacar que determinado ato/fato não é mais considerado infração, e o referi-
do ato/fato antes praticado ainda não tiver sido definitivamente julgado, a referida lei aplica-se
a ele, nos termos do CTN, art. 106, II, “a”:

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Art. 106. A lei aplica-se a ato ou fato pretérito:
I – em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicação de penalidade
à infração dos dispositivos interpretados;
II – tratando-se de ato não definitivamente julgado:
a) quando deixe de defini-lo como infração;
b) quando deixe de tratá-lo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que não
tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de tributo;
c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática.
Letra b.

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Diego Degrazia
Professor em cursos para concursos em Porto Alegre e em cursos online. Jornalista. Graduando em Direito.
Atualmente, é auditor-fiscal da Receita Estadual/RS (ICMS-RS), aprovado em 24º lugar no concurso de
2009. Foi assistente técnico administrativo do Ministério da Fazenda, aprovado em 12º lugar. Foi também
aprovado em 1º lugar no concurso de analista de Orçamentos do Ministério Público da União. É o fundador
do Grupo de Estudos do Degrazia, no Facebook, comunidade que reúne mais de 11 mil concurseiros de
todo o País. Orientador de alunos, ajudou diretamente na aprovação de diversos alunos nos principais
concursos fiscais do País, em especial na 1º colocação do ICMS-SC.

Lis Ribas
Auditora Pública Externa do TCE-RS, Especialista em Direito Tributário pela UFBA (2014), já advogou na
área tributária e foi aprovada nos seguintes concursos: Analista do MP-AL (2018); Auditora TCM-BA
(2018); Analista de Planejamento e Orçamento da Câmara Municipal de Maceió-AL (2018); Analista de
Controle Interno de Maceió (2017).

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