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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
DIREITO
RIO DE JANEIRO
2023
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RESUMO. O presente trabalho tem como objetivo investigar e analisar o conceito de elisão e
evasão fiscal, e de planejamento tributário lícito, sob a perspectiva dos princípios
constitucionais e do Código Tributário Nacional, levando em consideração, também, o que diz
a doutrina, artigos científicos e a jurisprudência. Serão abordadas as principais ferramentas de
um planejamento tributário lícito, examinando sua fundamentação jurídica e os limites
impostos pela legislação. O trabalho será dividido em diversas seções que abordarão os
seguintes temas: introdução ao direito tributário e aos princípios constitucionais, conceito
fundamental de elisão e evasão fiscal e outras ferramentas lícitas para um planejamento
tributário, análise de casos práticos, perspectivas doutrinárias e jurisprudenciais, e, uma
conclusão que consolidará os principais pontos discutidos ao longo do estudo. O objetivo
principal deste trabalho é contribuir para o aprofundamento do conhecimento sobre o
planejamento tributário lícito, fornecendo subsídios teóricos e práticos para compreensão dos
mecanismos legais disponíveis aos contribuintes. As questões de pesquisa que serão
abordadas são: Quais são as principais ferramentas do planejamento tributário lícito? Como a
elisão fiscal se diferencia da evasão fiscal? Quais são os princípios constitucionais e
disposições legais relevantes para o planejamento tributário lícito? Qual a importância da
busca pela eficiência de um bom planejamento fiscal?
Palavras-chave: Direito Tributário. Código Tributário Nacional. Elisão Fiscal. Evasão Fiscal.
Planejamento Tributário.
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Bacharel em Direito na Facul Estácio de Sá
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INTRODUÇÃO
O Direito Tributário é uma área de extrema relevância para as sociedades, uma vez
que regula as relações entre o Estado e os contribuintes no que tange à arrecadação de
tributos. Nesse contexto, a elisão fiscal e a evasão fiscal surgem como conceitos
fundamentais na busca por uma gestão adequada de carga tributária.
A elisão fiscal, também conhecida como planejamento tributário lícito, consiste na
utilização de estratégias e mecanismos previstos na legislação tributária. Trata-se de uma
prática em que o contribuinte, respaldado pelo código tributário nacional e pelos
princípios constitucionais tributários, busca utilizar de forma eficiente os beneicios
fiscais e as brechas legais existentes, sem violar a essência da legislação.
Por outro lado, a evasão fiscal caracteriza-se como uma prática ilícita, em que o
contribuinte busca evitar o pagamento dos tributos devidos através da sonegação,
omissão de inormações ou atos fradulentos. A evasão fiscal é expressamente proibida
pela lei e sujeita o contribuinte a sanções administrativas, civis e penais.
Diante desse contexto, é fundamental compreender a distinção entre elisao fiscal e
evasão fiscal, bem como explorar outras ferramentas lícitas de planejamento tributário.
Essas ferramentas incluem a escolha do regime tributário mais vantajoso, a utilização de
incentivos fiscais, a reorganização societária, entre outras estratégias que visam otimizar
a carga tributária dentro dos limites legais.
O objetivo principal deste trabalho é analisar o planejamento tributário lícito à luz
dos pricípios constucionas e do codigo tributário nacional, utilizando argumentos
embasados na doutrina em artigos científicos e na jurisprudência. Para alcançar esse
objetivo, o trabalho será estrututurado em diferentes tópicos. No primeiro capítulo,
abordar-se-á o Direito Tributário e a análise dos conceitos entre a diferença entre os
conceitos de elisão e evasão fiscal. Serão explorados os fundamentos legais que
respaldam a elisão fiscal, bem como suas limitações e requisitos para sua aplicação de
forma legal.
No segundo capítulo, será feita uma nálise do planejamento tributário lícito à luz
dos princípios constitucionais e o do código tributário: Nesta seção, será desenvolvido o
argumento principal do trabalho, que consiste em examinar o planejamento tributário
lícito considerando os princípios constitucionais e as disposições legais pertinentes.
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1. O DIREITO TRIBUTÁRIO
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MELLO, Celso Antônio Bandeira de, 2013, p. 102
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CARRAZA, Roque Antônio, 2016, p. 299
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que possuem menor capacidade devem ser menos onerados. Esse princípio busca promover
um sistema tributário mais justo e proporcional. A capacidade contributiva é o princípio base no
direito tributário, responsável pela concretização da igualdade no âmbito das normas impositivas
(ÁVILA, 2012, p. 432).
O princípio da anterioridade determina que qualquer aumento ou criação de tributo só
pode ser aplicado no exercício financeiro seguinte ao da sua instituição ou majoração. Esse
princípio visa proporcionar aos contribuintes um período de tempo para se planejarem diante
de mudanças tributárias, garantindo a segurança jurídica e evitando surpresas fiscais.
O princípio da irretroatividade estabelece que a lei tributária não pode retroagir para
atingir fatos geradores ocorridos antes de sua vigência. Isso significa que o contribuinte não
pode ser penalizado retroativamente por mudanças na legislação tributária, garantindo a
estabilidade e a segurança jurídica.
O Supremo Tribunal Federal, durante o julgamento da ADI nº 712-DF, reconheceu
que a observância das regras impostas pelas limitações constitucionais ao poder de tributar
possui caráter de direito e garantia. Afirmou-se que tais limitações são fundamentais para
assegurar a proteção dos direitos dos cidadãos e garantir o equilíbrio entre o poder do Estado
em arrecadar tributos e os direitos individuais e coletivos dos contribuintes.
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AMARO, Luciano, 2020, p. 112
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ADI 712 MC, Relator(a): Min. CELSO DE MELLO, Tribunal Pleno, julgado em 07/10/1992
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O planejamento tributário é uma prática legítima que visa à redução da carga tributária
de forma lícita, respeitando os limites e as diretrizes estabelecidos pela legislação e pelos
princípios constitucionais. A compreensão dos princípios constitucionais é essencial para
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SABBAG, Eduardo, 2012, p. 234
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MACHADO, Hugo de Brito. 2004, p. 56
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CARRAZA, Roque Antônio, 2015, p. 99
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Tanto a elisão fiscal quanto a evasão fiscal têm como fim a redução dos impostos, mas
a doutrina os diferencia e os consideram majoritariamente como sendo: elisão, a redução
lícita, e evasão, a redução ilícita. Tanto no direito pátrio como no internacional a linha
divisória entre um instituto e outro é muito tênue, o que dificulta sobremaneira a visão do
empresário sobre o que é lícito e o que não é, e a aplicação da lei por parte do fisco nas ações
de fiscalização.
A Elisão fiscal refere-se à redução lícita de impostos. É uma prática em que todos os
contribuintes utiizam estratégias legais para minimizar a carga tributária, aproveitando
brechas ou incentivos fiscais, previstos na legislação. A Elisão fiscal é considerada uma
prática legítima, uma vez que está dentro dos limites da lei.
Por outro lado, a evasão fiscal é a redução ilícita de impostos. Neste caso, os
contribuintes utilizam métodos ilegais ou fraudulentos para evitar o pagamento de tributos
devidos. A evasão fiscal envolve atividaddes como sonegação de impostos, falsificação de
documentos, omissão de informações relevantes ou qualquer outra conduita ilegal com o
propósito de evitar o pagamento de tributos.
Para o jurista Hugo de Brito Machado (Machado, 2004), elisão é a ação ilícita, pois
para ele só é possível elidir ou suprimir aquilo que já existe. Para esse grande mestre a elisão
suprime o fato gerador (fato imponível) e não os fatos que antecedem o fato gerador. No
mesmo viés evasão é a ação lícita, pois foge, evita, o fato gerador e logo não se torna devedor
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AMARO, Luciano, 2006, p.234
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da obrigação tributária.
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TOVAR, Leonardo Zehuri, 2014, p. 259.
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ABRAHAM, Marcus, 2007, p. 233.
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Este caso prático ilustra como uma empresa na indústria automobilística pode aplicar
estratégias de planejamento fiscal lícito para aproveitar os incentivos fiscais oferecidos pelo
Programa Rota 2030, melhorando sua competitividade e contribuindo para o desenvolvimento
tecnológico e sustentável do setor.
Duas empresas brasileiras. A e B enfrentam prejuízos fiscais acumulados devido a
dificuldades econômicas no passado. Ambas as empresas decidem fundir-se para aproveitar
os prejuízos fiscais acumulados e reduzir sua carga tributária.
CONCLUSÃO
instituto juridicamente válido, não havendo dúvidas quanto à sua legalidade. Por ser um
procedimento complexo, o planejamento tributário exige mais tempo por parte do
contribuinte. Como requer o envolvimento de todas as áreas da empresa, o planejamento
tributário se torna um processo extremamente criterioso, no qual todos os envolvidos devem
se dedicar ao máximo para alcançar o resultado desejado pelo contribuinte.
Por outro lado, a evasão fiscal é caracterizada como fraude à lei, sonegação de
impostos e evasão de divisas, uma vez que seus atos ocorrem após a ocorrência do fato
gerador e têm sempre a intenção de agir ilegitimamente. É um instituto juridicamente
ilegítimo, pois seus atos são caracterizados pela ilicitude.
É evidente que, devido à sua simplicidade e, por vezes, ao desconhecimento, a evasão
fiscal é um ato praticado com certa frequência pelos contribuintes. No entanto, a maioria dos
contribuintes que praticam a evasão de impostos está ciente do que estão fazendo, sabem que
o ato é ilegal e mesmo assim continuam a praticá-lo, simplesmente porque estão obtendo
economia fiscal.
REFERÊNCIAS
AMARO, Luciano. Direito Tributário Brasileiro. 12ª Edição revista e atualizada. São Paulo,
2006.
ALEXANDRE, Ricardo. Direito Tributário Esquematizado. 7. ed. São Paulo, SP: Método,
2013.
CARRAZA, Roque Antônio. Curso de Direito Constitucional Tributário. 30ª edição. São
Paulo: Saraiva, 2015.
MACHADO, Hugo de Brito. Curso de Direito Tributário. 24ª edição, atualizada e ampliada.
São Paulo: Malheiros, 2004.
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MARTINS, Ives Gandra Martins. Teoria da Imposição Tributário. São Paulo: Saraiva, 1983.
MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de Direito Administrativo. 30ª edição, revista e
atualizada até a Emenda Constitucional 71, de 29.11.2012. São Paulo: Malheiros, 02-2013.
NOGUEIRA, Ruy Barbosa. Direito Tributário: estudos de casos e problemas. São Paulo:
Bushatsky, 1973 (5ª coletânea).
PAULSEN, Leandro. Curso de direito tributário: completo. 4. ed. rev. atual. e ampl. Porto
Alegre: Livraria do Advogado Editora, 2012.
SABBAG, Eduardo. Manual de Direito Tributário. 6ª edição. São Paulo: Saraiva, 2014.
TAVARES, André Ramos. Curso de Direito Constitucional. 10ª edição revista e atualizada.
São Paulo: Saraiva, 2012.
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