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FISCALIDADE

Ana Cabaça

Jan-23

Objetivos:

O presente manual foi concebido como instrumento de apoio à unidade de formação de


curta duração nº 4360 – Fiscalidade, de Acordo com o Catálogo Nacional de
Qualificações.

No final do curso, os formandos deverão estar aptos a:

 Identificar os desafios e problemas como oportunidades.


 Identificar ideias de criação de pequenos negócios, reconhecendo as necessidades do
público-alvo e do mercado.
 Descrever, analisar e avaliar uma ideia de negócio capaz de satisfazer necessidades.
 Identificar e aplicar as diferentes formas de recolha de informação necessária à criação e
orientação de um negócio.
 Reconhecer a viabilidade de uma proposta de negócio, identificando os diferentes fatores
de sucesso e insucesso.
 Reconhecer as características de um negócio e as atividades inerentes à sua prossecução.
 Identificar os financiamentos, apoios e incentivos ao desenvolvimento de um negócio,
em função da sua natureza e plano operacional.
Benefícios e condições de utilização

Este manual inclui oito capítulos com diversos textos e questões de consolidação, mas
também, sempre que aplicável, indica exercícios práticos para aplicação dos conhecimentos
adquiridos. Neste último caso, os referidos casos práticos estarão precedidos da expressão
“exercício”.

Conteúdo programático:

1. Princípios da fiscalidade

2. Noção de imposto

3. Classificação dos impostos

4. Tipos de imposto

4.1. IRS

4.2. IRC

4.3. IVA

4.4. Imposto de Selo

4.5. IMI

Carga horária

 25 horas

1. Princípios da Fiscalidade

i. Princípio da legalidade,

ii. Princípio da segurança jurídica,


iii. Princípio da proteção jurídica,

iv. Princípio da igualdade,

v. Princípio do Estado social.

Princípio da legalidade

O princípio de legalidade (artigo 103.º da Constituição da República Portuguesa) impõe que


os impostos e os seus elementos essenciais (incidência; taxa, benefícios fiscais e garantia dos
contribuintes) têm obrigatoriamente de ser criados por lei. Está ligado ao princípio
democrático, visto que os impostos apenas podem ser criados e regulamentados pelo órgão
que representa directamente o povo soberano – a Assembleia da República.

Todavia, o princípio da legalidade não pode ser levado ao extremo, sob pena de total
impraticabilidade. O seu objetivo é, somente, que os elementos essenciais sejam definidos por
lei.

Daí ser necessário conjugar com o princípio da praticabilidade, de modo a que administração
fiscal goze de alguma discricionariedade ao nível da luta contra a evasão fiscal.

A título de exemplo:

 O CIRS permite à DGCI corrigir o valor de mercado dos bens atribuído pelo empresário
individual aquando da sua afectação à empresa ou da sua transferência para o seu
património individual. Neste caso, não é necessária uma lei da AR, havendo uma
autonomia da administração fiscal.

Segurança jurídica

Prevê um sistema jurídico estável e previsível, de modo a que o cidadão saiba a todo o
momento quais as regras jurídicas que determinam a sua vida quotidiana.

O cerne do princípio da segurança jurídica advém da proibição constitucional da


retroatividade das normas fiscais expressa no artigo 103.º da CRP.

Outra dimensão do princípio da segurança jurídica advém da obrigação constitucional,


segundo o qual, qualquer decisão da administração fiscal carece de ser comunicada ao seu
destinatário, devendo esta ser devidamente fundamentada.

De acordo com o artigo 37.º do Código do Procedimento do Processo Tributário, se a


notificação ao contribuinte não contiver a respetiva fundamentação, poderá o interessado, no
prazo de 30 dias, requerer a notificação de certidão dos requisitos que lhe sejam omitidos.

Princípio da proteção jurídica

Quanto ao princípio da proteção jurídica, consagra o direito dos contribuintes poderem


recorrer à justiça tributária para fazer valer os seus interesses legítimos, sendo uma
consequência direta do artigo 20.º da CRP, especificado no artigo 9.º da Lei Geral Tributária.

Princípio da igualdade

O princípio da igualdade é um princípio jurídico-constitucional, transversal a todo o


ordenamento jurídico, que ao nível do Direito Fiscal se expressa na obrigação universal de
todos os cidadãos se encontrarem adstritos ao pagamento de impostos. Todavia, uma das
dimensões do princípio da igualdade é a proibição do arbítrio, ou seja, deve ser tratada de
forma igual as situações iguais, e de forma desigual as situações desiguais.

Neste sentido, a obrigação do pagamento de impostos é mediada pela capacidade


contributiva.

Implica, assim, igual imposto para os que dispõem de igual capacidade contributiva
(igualdade horizontal) e diferente imposto para os que dispõem de diferente capacidade
contributiva, na proporção desta diferença (igualdade vertical).
Mas princípio da igualdade também se expressa na obrigação da imposição de medidas
diferenciadoras, de modo a obter uma igualdade de oportunidades necessária à igualdade real
entre cidadãos.

É neste contexto que se justifica a discriminação positiva da família, ou as deduções à coleta


em sede de IRS em função do número de filhos, por exemplo.

Este objetivo está consagrado nos artigos 67.º e 104.º da CRP e no artigo 6.º da Lei Geral
Tributária:

«A tributação respeita à família e reconhece a solidariedade e os encargos familiares,


devendo orientar-se no sentido do conjunto dos rendimentos do agregado familiar não esteja
sujeito a impostos superiores aos que resultariam da tributação autónoma das pessoas que o
constituem.»

Princípio do Estado social

Pelos princípios do Estado de bem-estar social, todo o indivíduo tem direito, desde seu
nascimento até sua morte, a um conjunto de bens e serviços, que deveriam ter o seu
fornecimento garantido, seja diretamente através do Estado, ou indiretamente mediante o seu
poder de regulamentação sobre a sociedade civil.

Princípios de procedimento tributário

Complementarmente aos princípios constitucionais, temos os princípios de procedimento


tributário.

De acordo com o artigo 54.º da LGT, o procedimento tributário identifica-se como toda a
sucessão de atos dirigida à declaração de direitos tributários, designadamente:
• As ações preparatórias ou complementares de informação e fiscalização tributária;

• A liquidação dos tributos quando efetuada pela administração tributária;

• A revisão, oficiosa ou por iniciativa dos interessados, dos atos tributários;

• O reconhecimento ou revogação dos benefícios fiscais;

• A emissão ou revogação de outros atos administrativos em matéria tributária;

• As reclamações e os recursos hierárquicos;

• A avaliação direta ou indireta dos rendimentos ou valores patrimoniais;

• A cobrança das obrigações tributárias, na parte que não tiver natureza judicial.

Princípios de procedimento tributário:

a. princípio da decisão e da celeridade;

b. princípio da confidencialidade;

c. princípio pelo respeito pelas declarações dos contribuintes;

d. princípio do inquisitório;

e. princípio da colaboração;

f. princípio da participação.

Princípio da decisão e da celeridade

O princípio da decisão e da celeridade consta dos artigos 56.º e 57.º da LGT.

O artigo 56.º expressa o dever da administração tributária de se pronunciar sobre todas as


questões da sua competência que lhe sejam apresentados pelos contribuintes.

O artigo 57.º estipula que o procedimento tributário deve estar concluído em seis meses,
devendo os atos do procedimento administrativo ser praticados no período de dez dias

A exigência de celeridade é suportada pela definição de prazos de prescrição de quatro anos


para a liquidação (artigo 45.º da LGT) e oito anos para as dívidas fiscais (artigo 48.º da LGT)
Princípio da confidencialidade

O princípio da confidencialidade protege os dados pessoais dos contribuintes devendo, de


acordo com o artigo 64.º da LGT, nortear a atividade dos funcionários e agentes da
administração tributária.

Princípio pelo respeito pelas declarações dos contribuintes

O artigo 75.º da LGT estabelece, até que se prove o contrário, a presunção da verdade das
declarações dos contribuintes, formulando assim o princípio pelo respeito pelas declarações
dos contribuintes.

Princípio do inquisitório

Quanto ao princípio do inquisitório, expresso no artigo 58.º da LGT, impõe no âmbito do


procedimento tributário o dever da administração efectuar todas as diligências necessárias à
satisfação do interesse público, na procura da verdade tributária, não devendo esta ficar
subordinada à iniciativa do autor do pedido.

Princípio da colaboração

Um dos princípios fundamentais do procedimento tributário é o princípio da colaboração,


tipificado no artigo 59.º da LGT. O objectivo deste é promover a colaboração entre a
administração fiscal e os cidadãos. Este consubstancia-se em:

a) A informação pública, regular e sistemática sobre os seus direitos e obrigações;

b) A publicação, no prazo de seis meses, das orientações genéricas seguidas sobre a


interpretação das normas tributárias;

c) A assistência necessária ao cumprimento dos deveres acessórios;

d) A notificação do sujeito passivo ou demais interessados para esclarecimento das dúvidas


sobre as suas declarações ou documentos;
e) A informação vinculativa sobre as situações tributárias ou os pressupostos ainda não
concretizados dos benefícios fiscais;

f) O esclarecimento regular e atempado das fundadas dúvidas sobre a interpretação e


aplicação das normas tributárias;

g) O acesso, a título pessoal ou mediante representante, aos seus processos individuais ou, nos
termos da lei, àqueles em que tenham interesse directo, pessoal e legítimo;

h) A criação, por lei, em casos justificados, de regimes simplificados de tributação e a


limitação das obrigações acessórias às necessárias ao apuramento da situação tributária dos
sujeitos passivos;

i) A publicação, nos termos da lei, dos benefícios ou outras vantagens fiscais salvo quando a
sua concessão não comporte qualquer margem de livre apreciação da administração tributária;

j) O direito ao conhecimento pelos contribuintes da identidade dos funcionários responsáveis


pela direção dos procedimentos que lhes respeitem;

l) A comunicação antecipada do início da inspeção da escrita, com a indicação do seu âmbito


e extensão e dos direitos e deveres que assistem ao sujeito passivo.

Direito à informação

Em estrita coordenação ao princípio da colaboração temos o direito à informação. De facto, a


LGT, no artigo 67.º concede ao cidadão o direito à informação, acerca da fase em que se
encontra o procedimento e a data previsível da sua conclusão, sobre a existência e teor das
denúncias dolosas não confirmadas e a identificação do seu autor; bem como a saber dados
acerca da sua concreta situação tributária.

Todas estas informações, quando requeridas por escrito, devem ser prestadas no prazo de 10
dias.

Ainda importante no âmbito do direito à informação, é o instrumento previsto no artigo 68.º


da LGT e no artigo 57.º do Código do Procedimento e Processo Tributário – informação
vinculativa.
As informações vinculativas são solicitadas ao dirigente máximo do serviço, devendo o
pedido ser acompanhado da identificação dos factos com a qualificação jurídico-tributária
pretendida.

Neste caso, o parecer emitido pela administração tributária vincula a mesma, não podendo
esta posteriormente proceder de modo contrário à informação prestada.

Princípio da participação

O princípio da participação (artigo 60.º da LGT) visa garantir a participação dos contribuintes
nas decisões que lhe digam respeito, mediante o exercício do direito de audição, que pode ser
requerido nas seguintes situações:

- Direito de audição antes da liquidação, exceto se esta se efetuar com base nas declarações
dos contribuintes;

- Direito de audição antes do indeferimento total ou parcial dos pedidos, reclamações,


recursos ou petições;

- Direito de audição antes da revogação de qualquer benefício ou ato administrativo em


matéria fiscal;

- Direito de audição antes da decisão de aplicação de métodos indiretos, quando não haja
lugar a relatório de inspeção;

- Direito de audição antes da conclusão do relatório da inspecção tributária.

Direito de audição

É através do direito de audição que se faz a aplicação prática do princípio do contraditório,


podendo assim o contribuinte fazer valer o respeito pelos seus direitos. Mas os direitos dos
contribuintes não ficam por aqui.

Na estrita referência ao princípio constitucional da proteção jurídica, os cidadãos podem


apresentar junto da administração fiscal reclamações oficiosas, recursos hierárquicos e, em
última análise, impugnações judiciais junto dos tribunais fiscais e administrativos.

2. NOÇÃO DE IMPOSTO

 Imposto é a imposição de um encargo financeiro sobre o contribuinte (pessoa física ou


jurídica) por um estado a partir da ocorrência de um fato gerador, sendo calculado
mediante a aplicação de uma quota a uma base de cálculo.

O imposto é um tributo, mas diferente de outros tributos, como as taxas, porque é um tributo
não vinculado: é devido pelo contribuinte independentemente de qualquer contra prestação
por parte do Estado.

Os impostos são, frequentemente, divididos em diretos e indiretos:

1. Os impostos diretos são destinados taxar diretamente o contribuinte, como o imposto


sobre os rendimentos.

2. Os impostos indiretos são transmitidos ao contribuinte através do consumo e o reflexo


deste é sentido no preço final dos produtos, como é o caso do IVA.

O imposto é:

a. Uma prestação: uma prestação pecuniária (dinheiro), sem carácter pessoal.

O imposto mantém sempre a sua característica de não pessoalidade. O que conta é aquilo que
se presta, não quem presta.

Mas, dois contribuintes com o mesmo rendimento e em idêntica situação familiar podem
pagar de IRS montantes completamente distintos, bastando para tanto que um deles seja, p.
ex., portador de uma deficiência grave.

Dizer-se que o imposto tem carácter não pessoal significa apenas que, uma vez determinado o
montante de imposto a pagar, quem efetivamente cumpre a obrigação fiscal não conta.

Para o sujeito ativo tudo o que releva é a efetiva arrecadação dos valores em dívida.

Se estes deram entrada nos cofres da fazenda nacional, a obrigação fiscal está bem cumprida
(cf., a este propósito, o art. 41º, n.º 1 da LGT).

b) Coativo

O imposto é uma prestação coativa, porque na sua génese não está um ato de vontade. A
obrigação de imposto tem a sua fonte na lei e o seu nascimento prescinde da vontade de quem
está vinculado ao seu cumprimento. A obrigação de imposto “impõe-se” ao sujeito passivo,
mesmo contra a sua vontade.

c) Definitivo

O imposto é uma prestação definitiva, porque aquilo que é pago a título de imposto
legalmente devido não mais é restituído ao sujeito passivo.

Claro está que esta noção de definitividade não exclui a eventual restituição do imposto que
não era legalmente devido.

d) Unilateral

A prestação de imposto não dá lugar a nenhuma contrapartida que quem paga o imposto possa
exigir em troca do que pagou. É verdade que com a receita dos impostos o Estado vai
construir estradas, escolas, hospitais e vai prestar serviços de que o contribuinte pode
eventualmente usufruir e beneficiar. Simplesmente, nem aquilo que, porventura, o
contribuinte recebe é a medida daquilo que pagou, nem o facto de pagar lhe confere o direito
de exigir nada em troca. O imposto é, pois, estritamente unilateral.

É a unilateralidade do imposto que o distingue desse outro tributo essencial que é a taxa.

Ao contrário do imposto, a taxa é bilateral, dá sempre lugar a uma contrapartida


individualizada. A relevância desta matéria justifica o seu tratamento em apontamento
autónomo, para onde se remete.

e) Estabelecido pela lei

A criação de impostos está sujeita ao princípio da legalidade. Os impostos são criados por lei,
valendo aqui as considerações que abaixo se tecerão a propósito do mencionado princípio da
legalidade.

f) A favor de uma entidade incumbida da prossecução de uma função pública

Tradicionalmente referia-se ser o imposto instituído a favor de uma pessoa colectiva de


Direito Público. Os tempos de acentuado liberalismo e recuo do Estado que vivemos
aconselham no entanto alguma prudência. Estando hoje atribuídas ou concessionadas à
iniciativa privada relevantes funções públicas, não pode deixar de admitir-se que um imposto
seja criado a favor destas entidades privadas.

g) Para a realização de fins públicos

Não seria de todo incorreto referir como finalidade do imposto a arrecadação de receitas para
a realização de despesas públicas. Mas o imposto não tem apenas por fim a arrecadação de
receitas. A política fiscal constitui hoje um importante instrumento de política
macroeconómica e, depois da criação do euro, o instrumento por excelência de política
macroeconómica de cada Estado da zona euro.

h) Sem carácter de sanção


Esta nota marca a distinção do imposto da coima e da multa. Ao contrário destas, o imposto
não tem carácter sancionatório, não é uma pena, não é a contrapartida pela prática de um facto
ilícito.

3. CLASSIFICAÇÃO DOS IMPOSTOS

Quanto ao aspeto económico:

i. Impostos Indiretos - impostos sobre o consumo ou a despesa (IVA);

ii. Impostos Diretos - impostos sobre o rendimento (IRS, IRC) ou o património (IMI).

Quanto ao sujeito ativo:

i. Impostos Estaduais - quando o sujeito ativo é o Estado (IRS, IRC, IVA);

ii. Impostos não Estaduais - quando o sujeito ativo não é o Estado, mas outra pessoa
coletiva de direito público, como por ex. a Autarquia (IMI).

Quanto ao período de tempo em que ocorrem:

i. Impostos Periódicos - quando os factos ou situações que dão origem ao imposto se


repetem, no tempo, com carácter de continuidade (IRS,IRC,IVA );

ii. Impostos de Obrigação única - quando os fatos ou situações não se repetem com carácter
de periodicidade, mas ocasional ou esporadicamente (IMT).

Quanto ao cálculo do montante da prestação pecuniária:

i. Impostos Proporcionais - quando a taxa é sempre a mesma, qualquer que seja a matéria
coletável (IVA);

ii. Impostos Progressivos - quando a taxa do imposto aumenta com o aumento da matéria
coletável (IRS);

iii. Impostos Regressivos - quando a taxa diminui com o aumento da matéria


coletável ( Não existem em Portugal impostos deste tipo).
Impostos Diretos

Os impostos diretos são calculados em função do rendimentos, em que quem tem um


rendimento superior acaba por pagar uma taxa maior.

IRS: Imposto sobre os Rendimentos Singulares

O imposto sobre rendimento das pessoas singulares trata-se da tributação sobre os


rendimentos que são auferidos pelos trabalhadores, a quem detém imóveis no mercado de
arrendamento e aplicações financeiras.

Sobre estes ganhos é calculada a taxa aplicada para, na altura da entrega anual da declaração
dos rendimentos, o contribuinte saber se tem algo a pagar, a receber ou nenhuma das duas
opções.

Talvez o mais aproximado conhecimento do IRS que as pessoas tenham tem a ver com a taxa
que incide sobre os salário recebido mensalmente.

IRC - Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Coletivas

Este imposto diz respeito às empresas. Todos os lucros que as mesmas possam gerar são alvo
de tributação por meio deste imposto direto.

TSU - Taxa Social Única

Embora tenha a denominação de taxa, não deixa por isso de ser um imposto que incide
diretamente sobre os rendimentos dos trabalhadores.

Trata-se de uma percentagem que é descontada do salário, com vista a contribuir para a
sustentabilidade financeira da segurança social, garantindo que mais tarde o contribuinte
tenha acesso ao gozo da sua reforma.

IMI - Imposto Municipal sobre Imóveis

Quem tem uma habitação própria e permanente já está familiarizado com o pagamento deste
imposto direto. É determinado e aplicado por cada autarquia e município em Portugal, cujo
valor a cobrar incide diretamente sobre o valor do imóvel.

Impostos Indiretos

Outra grande contribuição fiscal dos cidadãos provém da aplicação dos chamados impostos
indiretos.

Estes são em maior número e são pagos de forma indireta através de produtos ou serviços.

IVA - Imposto sobre o Valor Acrescentado

Este será dos impostos indiretos, o mais conhecido da maioria das famílias portuguesas.
Encontra-se praticamente em todos os produtos, bens e serviços variando apenas a taxa
aplicada consoante a sua função e grau de importância. Em Portugal existem três taxas de
IVA: reduzida (6%); intermédia (13%) e a normal e genericamente aplicada (23%).

ISV - Imposto sobre Veículos

Os automóveis têm alguns impostos que se aplicam no momento da compra ou


posteriormente. O ISV é cobrado na compra de um veículo automóvel ou motorizado, sendo
tributado na primeira matrícula. Já o IUC - Imposto Único de Circulação, que veio substituir o
"selo automóvel", é pago anualmente.

Imposto de Selo
O Imposto de Selo é um imposto indireto que está representado em diversas operações
bancárias. De sigla IS, este imposto indireto destina-se a cobrir os gastos com contratos,
papéis ou outros materiais e trabalhos respeitantes a determinada operação. Geralmente,
quando se aplica o IS não se aplica IVA.

ISP - Imposto sobre os Produtos Petrolíferos

Este imposto indireto também faz parte do dia a dia de quem usa o carro para fins
profissionais e pessoais, já que é o imposto que tributa os combustíveis.

Estes são os impostos diretos e indiretos mais comumente aplicados e discutidos. Importante
mesmo é ter conhecimento que tanto por via direta como por via indireta, o Estado constrói a
sua receita fiscal com base na tributação destes impostos; tudo em prol do equilíbrio das
finanças gerais.

4. TIPOS DE IMPOSTO

4.1. IRS
1 - O imposto sobre o rendimento das pessoas singulares (IRS) incide sobre o valor anual dos
rendimentos das categorias seguintes, depois de efetuadas as correspondentes deduções e
abatimentos:

 Categoria A - Rendimentos do trabalho dependente;

 Categoria B - Rendimentos empresariais e profissionais;

 Categoria E - Rendimentos de capitais;

 Categoria F - Rendimentos prediais;

 Categoria G - Incrementos patrimoniais;

 Categoria H - Pensões.

Rendimentos da categoria A
1 - Consideram-se rendimentos do trabalho dependente:

a) Trabalho por conta de outrem ao abrigo de contrato individual de trabalho;

b) Trabalho ao abrigo de contrato de aquisição de serviços, sob a autoridade da entidade com


a posição de sujeito ativo na relação jurídica dele resultante;

c) Exercício de função, serviço ou cargo públicos;

d) Situações de pré-reforma, pré-aposentação ou reserva, com ou sem prestação de trabalho.

2 - As remunerações referidas no número anterior compreendem:

 ordenados, salários, vencimentos, gratificações, percentagens, comissões, participações,


subsídios ou prémios, senhas de presença, emolumentos, participações em multas, ainda
que periódicas, fixas ou variáveis, de natureza contratual ou não.

3 - Consideram-se ainda rendimentos do trabalho dependente:

a) As remunerações dos membros dos órgãos estatutários das empresas, exceto os que
participem como revisores oficiais de contas;

b) As remunerações acessórias, nelas se compreendendo todos os direitos, benefícios ou


regalias não incluídos na remuneração principal e constituam para o respetivo beneficiário
uma vantagem económica, designadamente:

1) Os abonos de família e respetivas prestações complementares, exceto na parte em que não


excedam os limites legais estabelecidos;

2) O subsídio de refeição na parte em que exceder o limite legal estabelecido ou em que o


exceda em 60 % sempre que o respetivo subsídio seja atribuído através de vales de refeição;
3) As importâncias despendidas, obrigatória ou facultativamente, pela entidade patronal:

i) Com seguros e operações do ramo «Vida», contribuições para fundos de pensões, fundos de
poupança-reforma ou quaisquer regimes complementares de segurança social, desde que
constituam direitos adquiridos e individualizados dos respetivos beneficiários;

ii) Para os fins previstos na subalínea anterior e que, não constituindo direitos adquiridos e
individualizados dos beneficiários, sejam por estes objeto de resgate, adiantamento ou
qualquer outra forma de antecipação;

4) Os subsídios de residência ou equivalentes ou a utilização de casa de habitação fornecida


pela entidade patronal;

5) Os resultantes de empréstimos sem juros ou a taxa de juro inferior à de referência para o


tipo de operação em causa, concedidos ou suportados pela entidade patronal, com exceção
dos que se destinem à aquisição de habitação própria permanente de valor não superior a
(euro) 180 426,40 e cuja taxa não seja inferior a 70 % da taxa mínima de proposta aplicável às
operações principais de refinanciamento pelo Banco Central Europeu, ou de outra taxa
legalmente fixada como equivalente;

6) As importâncias despendidas pela entidade patronal com viagens e estadas, de turismo e


similares, não conexas com as funções exercidas pelo trabalhador ao serviço da mesma
entidade;

7) Os ganhos derivados de planos de subscrição sobre valores mobiliários, ainda que criados
em benefício de trabalhadores, incluindo os resultantes da alienação ou liquidação financeira
dos direitos;

9) Os resultantes da utilização pessoal pelo trabalhador de viatura automóvel que gere


encargos para a entidade patronal, quando exista acordo escrito entre o trabalhador e a
entidade patronal sobre a imputação àquele da referida viatura automóvel;
10) Os resultantes da aquisição pelo trabalhador por preço inferior ao valor de mercado, de
qualquer viatura que tenha originado encargos para a entidade patronal;

c) Os abonos para falhas, na parte em que excedam 5 % da remuneração mensal fixa;

d) As ajudas de custo e as importâncias auferidas pela utilização de automóvel próprio em


serviço da entidade patronal, na parte em que ambas excedam os limites legais;

e) Quaisquer indemnizações resultantes da constituição, extinção ou modificação de relação


jurídica que origine rendimentos do trabalho dependente, incluindo as que respeitem ao
incumprimento das condições contratuais ou sejam devidas pela mudança de local de
trabalho;

f) A quota-parte, acrescida dos descontos para a segurança social que constituam encargos do
beneficiário, devida a título de participação nas companhas de pesca aos pescadores que
limitem a sua atuação à prestação de trabalho;

g) As gratificações auferidas pela prestação ou em razão da prestação do trabalho, quando não


atribuídas pela respetiva entidade patronal;

h) As indemnizações não previstas na alínea e) que visem compensar perdas de rendimentos


desta categoria e que não correspondam a prestações sociais.

Isenção de rendimentos da categoria A

1 - Os rendimentos da categoria A, auferidos por sujeito passivo entre os 18 e os 26 anos que


não seja considerado dependente, ficam parcialmente isentos de IRS, nos três primeiros anos
de obtenção de rendimentos do trabalho após o ano da conclusão de ciclo de estudos igual ou
superior ao nível 4 do Quadro Nacional de Qualificações, mediante opção na declaração de
rendimentos a que se refere o artigo 57.º
3 - A isenção a que se refere o n.º 1 é aplicável a sujeitos passivos que tenham um rendimento
coletável igual ou inferior ao limite superior do quarto escalão do n.º 1 do artigo 68.º, sendo
de 30 % no primeiro ano, de 20 % no segundo ano e de 10 % no terceiro ano, com os limites
de 7,5 vezes o valor do IAS, 5 vezes o valor do IAS e 2,5 vezes o valor do IAS,
respetivamente.

Rendimentos da categoria B

1 - Consideram-se rendimentos empresariais e profissionais:

a) Os decorrentes do exercício de qualquer atividade comercial, industrial, agrícola, silvícola


ou pecuária;

b) Os auferidos no exercício, por conta própria, de qualquer atividade de prestação de


serviços;

c) Os provenientes da propriedade intelectual ou industrial e os direitos de autor.

4 - São excluídos de tributação os rendimentos resultantes de atividades agrícolas, silvícolas e


pecuárias, quando o valor dos proveitos ou das receitas, não exceda, por agregado familiar,
quatro vezes e meia o valor anual do IAS.

IAS 2022 = € 443,20 ou seja: 4,5, € 443,20 = 1.994,40€

Rendimentos da categoria E

1 - Consideram-se rendimentos de capitais os frutos e demais vantagens económicas, qualquer


que seja a sua natureza ou denominação, sejam pecuniários ou em espécie, procedentes, direta
ou indiretamente, de elementos patrimoniais, bens, direitos ou situações jurídicas, de natureza
mobiliária, bem como da respetiva modificação, transmissão ou cessação, com exceção dos
ganhos e outros rendimentos tributados noutras categorias.

2 - Os frutos e vantagens económicas compreendem:


a) Os juros e outras formas de remuneração decorrentes de contratos de mútuo, abertura de
crédito, reporte e outros que proporcionem, a título oneroso, a disponibilidade temporária de
dinheiro ou outras coisas fungíveis;

b) Os juros e outras formas de remuneração derivadas de depósitos à ordem ou a prazo em


instituições financeiras, bem como de certificados de depósitos e de contas de títulos com
garantia de preço ou de outras operações similares ou afins;

c) Os juros, os prémios de amortização ou de reembolso e as outras formas de remuneração de


títulos da dívida pública, obrigações, títulos de participação, certificados de consignação,
obrigações de caixa ou outros títulos análogos, emitidos por entidades públicas ou privadas, e
demais instrumentos de aplicação financeira, designadamente letras, livranças e outros títulos
de crédito negociáveis, enquanto utilizados como tais;

d) Os juros e outras formas de remuneração de suprimentos, abonos ou adiantamentos de


capital feitos pelos sócios à sociedade;

e) Os juros e outras formas de remuneração devidos pelo facto de os sócios não levantarem os
lucros ou remunerações colocados à sua disposição;

f) O saldo dos juros apurado em contrato de conta corrente;

g) Os juros ou quaisquer acréscimos de crédito pecuniário resultantes da dilação do respetivo


vencimento ou de mora no seu pagamento, sejam legais sejam contratuais, com exceção dos
juros devidos ao Estado ou a outros entes públicos por atraso na liquidação ou mora no
pagamento de quaisquer contribuições, impostos ou taxas e dos juros atribuídos no âmbito de
uma indemnização não sujeita a tributação nos termos do n.º 1 do artigo 12.º;

h) Os lucros e reservas colocados à disposição dos associados ou titulares e adiantamentos por


conta de lucros, com exclusão daqueles a que se refere o artigo 20.º;
i) O valor atribuído aos associados na amortização de partes sociais sem redução de capital;

j) Os rendimentos distribuídos das unidades de participação em fundos de investimento;

m) Os rendimentos provenientes de contratos de cessão ou utilização temporária de direitos


da propriedade intelectual ou industrial ou a prestação de informações respeitantes a uma
experiência adquirida no setor industrial, comercial ou científico, quando não auferidos pelo
respetivo autor ou titular originário, bem como os derivados de assistência técnica;

n) Os rendimentos decorrentes do uso ou da concessão do uso de equipamento agrícola e


industrial, comercial ou científico, quando não constituam rendimentos prediais, bem como os
provenientes da cedência, esporádica ou continuada, de equipamentos e redes informáticas,
incluindo transmissão de dados ou disponibilização de capacidade informática instalada em
qualquer das suas formas possíveis;

o) Os juros que não se incluam em outras alíneas deste artigo lançados em quaisquer contas
correntes;

p) Quaisquer outros rendimentos derivados da simples aplicação de capitais;

q) O ganho decorrente de operações de swaps de taxa de juro;

r) A remuneração decorrente de certificados que garantam ao titular o direito a receber um


valor mínimo superior ao valor de subscrição;

s) As indemnizações que visem compensar perdas de rendimentos desta categoria;

t) Os montantes pagos ou colocados à disposição do sujeito passivo por estruturas fiduciárias,


quando tais montantes não estejam associados à sua liquidação, revogação ou extinção, e não
tenham sido já tributados nos termos do n.º 3 do artigo 20.º.

3 - Consideram-se ainda rendimentos de capitais a diferença positiva entre os montantes


pagos a título de resgate, adiantamento ou vencimento de seguros e operações do ramo
«Vida» e os respetivos prémios pagos ou importâncias investidas, bem como a diferença
positiva entre os montantes pagos a título de resgate de fundos de pensões ou no âmbito de
outros regimes complementares de segurança social, quando o montante dos prémios pagos
na primeira metade da vigência dos contratos representar pelo menos 35 % da totalidade
daqueles:

a) São excluídos da tributação um quinto do rendimento, se o resgate, adiantamento, remição


ou outra forma de antecipação de disponibilidade, bem como o vencimento, ocorrerem após
cinco e antes de oito anos de vigência do contrato;

b) São excluídos da tributação três quintos do rendimento, se o resgate, adiantamento,


remição ou outra forma de antecipação de disponibilidade, bem como o vencimento,
ocorrerem depois dos primeiros oito anos de vigência do contrato.

Rendimentos da categoria F

1 - Consideram-se rendimentos prediais as rendas dos prédios rústicos, urbanos e mistos


pagas ou colocadas à disposição dos respetivos titulares, quando estes não optarem pela sua
tributação no âmbito da categoria B.

2 - São havidas como rendas:

a) As importâncias relativas à cedência do uso do prédio ou de parte dele e aos serviços


relacionados com aquela cedência;

b) As importâncias relativas ao aluguer de maquinismos e mobiliários instalados no imóvel


locado;

c) A diferença, auferida pelo sublocador, entre a renda recebida do subarrendatário e a paga


ao senhorio;

d) As importâncias relativas à cedência do uso, total ou parcial, de bens imóveis, para


quaisquer fins especiais, designadamente publicidade;

e) As importâncias relativas à cedência do uso de partes comuns de prédios em regime de


propriedade horizontal;

f) As importâncias relativas à constituição, a título oneroso, de direitos reais de gozo


temporários, ainda que vitalícios, sobre prédios rústicos, urbanos ou mistos;

g) As indemnizações que visem compensar perdas de rendimentos desta categoria.

h) As importâncias relativas aos contratos de direito real de habitação duradoura.

Rendimentos da categoria G

1 - Constituem incrementos patrimoniais, desde que não considerados rendimentos de outras


categorias:

a) As mais-valias, tal como definidas no artigo seguinte;

b) As indemnizações que visem a reparação de danos não patrimoniais, excetuadas as fixadas


por decisão judicial ou arbitral ou resultantes de acordo homologado judicialmente, de danos
emergentes não comprovados e de lucros cessantes, considerando-se neste último caso como
tais apenas as que se destinem a ressarcir os benefícios líquidos deixados de obter em
consequência da lesão;

c) As importâncias auferidas em virtude da assunção de obrigações de não concorrência,


independentemente da respetiva fonte ou título;
d) Os acréscimos patrimoniais não justificados, determinados nos termos dos artigos 87.º, 88.º
ou 89.º-A da lei geral tributária;

e) As indemnizações devidas por renúncia onerosa a posições contratuais ou outros direitos


inerentes a contratos relativos a bens imóveis, com exceção das indemnizações legalmente
devidas pela denúncia de contratos de arrendamento sem termo, relativos a imóveis que
constituam habitação permanente do sujeito passivo, nos casos previstos no artigo 1101.º do
Código Civil.

Mais-valias

1 - Constituem mais-valias os ganhos obtidos que, não sendo considerados rendimentos


empresariais e profissionais, de capitais ou prediais, resultem de:

a) Alienação onerosa de direitos reais sobre bens imóveis;

b) Alienação onerosa de partes sociais e de outros valores mobiliários;

c) Alienação onerosa da propriedade intelectual ou industrial ou de experiência adquirida no


setor comercial, industrial ou científico, quando o transmitente não seja o seu titular
originário;

d) Cessão onerosa de posições contratuais ou outros direitos inerentes a contratos relativos a


bens imóveis;

e) Operações relativas a instrumentos financeiros derivados, com exceção dos ganhos


previstos na alínea q) do n.º 2 do artigo 5.º;

f) Operações relativas a warrants autónomos, quer o warrant seja objeto de negócio de


disposição anteriormente ao exercício ou quer seja exercido, neste último caso
independentemente da forma de liquidação;
g) Operações relativas a certificados que atribuam ao titular o direito a receber um valor de
determinado ativo subjacente, com exceção das remunerações previstas na alínea r) do n.º 2
do artigo 5.º;

h) Cessão onerosa de créditos, prestações acessórias e prestações suplementares.

i) Afetação de quaisquer bens do património particular, com exceção dos bens imóveis, a
atividade empresarial e profissional exercida em nome individual pelo seu proprietário.

4 - O ganho sujeito a IRS é constituído:

a) Pela diferença entre o valor de realização e o valor de aquisição, líquidos da parte


qualificada como rendimento de capitais, sendo caso disso, nas situações previstas nas alíneas
a), b), c) e i) do n.º 1;

b) Pela importância recebida pelo cedente, deduzida do preço por que eventualmente tenha
obtido os direitos e bens objeto de cessão, no caso previsto na alínea d) do n.º 1;

c) Pelos rendimentos líquidos, apurados em cada ano, provenientes das operações referidas
nas alíneas e) e g) do n.º 1;

d) Pelos rendimentos líquidos, apurados em cada ano, provenientes das operações referidas na
alínea f) do n.º 1.

5 - São excluídos da tributação os ganhos provenientes da transmissão onerosa de imóveis


destinados a habitação própria e permanente do sujeito passivo ou do seu agregado familiar,
desde que:

a) O valor de realização, deduzido da amortização de eventual empréstimo contraído para a


aquisição do imóvel, seja reinvestido na aquisição da propriedade de outro imóvel, de terreno
para construção de imóvel e ou respetiva construção, ou na ampliação ou melhoramento de
outro imóvel exclusivamente com o mesmo destino situado em território português ou no
território de outro Estado membro da União Europeia ou do Espaço Económico Europeu,
desde que, neste último caso, exista intercâmbio de informações em matéria fiscal;

b) O reinvestimento previsto na alínea anterior seja efetuado entre os 24 meses anteriores e os


36 meses posteriores contados da data da realização;

c) O sujeito passivo manifeste a intenção de proceder ao reinvestimento, ainda que parcial,


mencionando o respetivo montante na declaração de rendimentos respeitante ao ano da
alienação;

6 - Não haverá lugar ao benefício referido no número anterior quando:

a) Tratando-se de reinvestimento na aquisição de outro imóvel, o adquirente o não afete à sua


habitação ou do seu agregado familiar, até decorridos doze meses após o reinvestimento;

b) Nos demais casos, o adquirente não requeira a inscrição na matriz do imóvel ou das
alterações decorridos 48 meses desde a data da realização, devendo afetar o imóvel à sua
habitação ou do seu agregado até ao fim do quinto ano seguinte ao da realização;

d) Os imóveis que tenham beneficiado de apoio não reembolsável concedido pelo Estado para
a aquisição, construção, reconstrução ou realização de obras de conservação de valor superior
a 30 % do valor patrimonial tributário do imóvel para efeitos de IMI, sejam vendidos antes de
decorridos 10 anos sobre a data da sua aquisição, da assinatura da declaração comprovativa da
receção da obra ou do pagamento da última despesa relativa ao apoio público não
reembolsável que, nos termos legais ou regulamentares, não estejam sujeitos a ónus ou
regimes especiais que limitem ou condicionem a respetiva alienação.

7 - Os ganhos previstos no n.º 5 são igualmente excluídos de tributação, desde que


verificadas, cumulativamente, as seguintes condições:
a) O valor de realização, deduzido da amortização de eventual empréstimo contraído para a
aquisição do imóvel e, se aplicável, do reinvestimento previsto na alínea a) do n.º 5, seja
utilizado para a aquisição de um ou mais de um dos produtos seguintes:

i) Contrato de seguro financeiro do ramo vida;

ii) Adesão individual a um fundo de pensões aberto; ou

iii) Contribuição para o regime público de capitalização.

b) O sujeito passivo ou o respetivo cônjuge ou unido de facto, na data da transmissão do


imóvel, se encontre, comprovadamente, em situação de reforma ou tenha, pelo menos, 65
anos de idade;

c) A aquisição do contrato de seguro financeiro do ramo vida, a adesão individual a um fundo


de pensões aberto ou a contribuição para o regime público de capitalização seja efetuada nos
seis meses posteriores contados da data de realização;

d) Sendo o investimento realizado por aquisição dos contratos referidos em c), estes visem,
exclusivamente, proporcionar ao adquirente/cônjuge/unido de facto uma prestação regular
periódica durante um período igual ou superior a 10 anos, de montante máximo anual igual a
7,5 % do valor investido;

e) O sujeito passivo manifeste a intenção de proceder ao reinvestimento, ainda que parcial,


mencionando o respetivo montante na declaração de rendimentos respeitante ao ano da
alienação.

8 - Não há lugar ao benefício referido no número anterior se o reinvestimento não for


efetuado no prazo referido na alínea c), ou se, em qualquer ano, o valor das prestações
recebidas ultrapassar o limite fixado na alínea d), ou se for interrompido o pagamento regular
das prestações, sendo esse ganho objeto de tributação no ano em que se conclua o prazo para
reinvestimento, ou que seja ultrapassado o referido limite ou no ano em que seja interrompido
o pagamento regular das prestações, respetivamente.

9 - No caso de reinvestimento parcial do valor de realização e verificadas as condições


estabelecidas nos n.os 6 e 8, os benefícios a que se referem os n.os 5 e 7 respeitam apenas à
parte proporcional dos ganhos correspondentes ao valor reinvestido.

14 - Os sujeitos passivos devem declarar a alienação onerosa das ações, bem como a data das
respetivas aquisições.

Rendimentos da categoria H

1 - Consideram-se pensões:

a) As prestações de pensões de aposentação ou de reforma, velhice, invalidez ou


sobrevivência, incluindo os rendimentos referidos no n.º 2 do artigo 2.º-A, e ainda as pensões
de alimentos;

b) As prestações a cargo de companhias de seguros, fundos de pensões, ou outras, devidas no


âmbito de regimes complementares de segurança social em razão de contribuições da
entidade patronal, e que não sejam consideradas rendimentos do trabalho dependente;

c) As pensões e subvenções não compreendidas nas alíneas anteriores;

d) As rendas temporárias ou vitalícias;

e) As indemnizações que visem compensar perdas de rendimentos desta categoria.

O agregado familiar é constituído por:

a) Os cônjuges não separados judicialmente de pessoas e bens, ou os unidos de facto, e os


respetivos dependentes;

b) Cada um dos cônjuges ou ex-cônjuges, respetivamente, nos casos de separação judicial de


pessoas e bens ou de declaração de nulidade, anulação ou dissolução do casamento, e os
dependentes a seu cargo;

c) O pai ou a mãe solteiros e os dependentes a seu cargo;

d) O adotante solteiro e os dependentes a seu cargo.

5 - Desde que devidamente identificados pelo número fiscal de contribuinte na declaração de


rendimentos, consideram-se dependentes:

a) Os filhos, adotados e enteados, menores não emancipados, bem como os menores sob
tutela;

b) Os filhos, adotados e enteados, maiores, que não tenham mais de 25 anos nem aufiram
anualmente rendimentos superiores ao valor da retribuição mínima mensal garantida;

c) Os filhos, adotados, enteados e os sujeitos a tutela, maiores, inaptos para o trabalho e para
angariar meios de subsistência;

d) Os afilhados civis.

9 - Quando as responsabilidades parentais são exercidas em comum por mais do que um


sujeito passivo, sem que estes estejam integrados no mesmo agregado familiar, nos termos do
disposto no n.º 4, os dependentes previstos no n.º 5 são considerados como integrando:

a) O agregado do sujeito passivo a que corresponder a residência determinada no âmbito da


regulação do exercício das responsabilidades parentais;

b) O agregado do sujeito passivo com o qual o dependente tenha identidade de domicílio


fiscal no último dia do ano a que o imposto respeite, quando, no âmbito da regulação do
exercício das responsabilidades parentais, não tiver sido determinada a sua residência ou não
seja possível apurar a sua residência habitual.

10 - Sem prejuízo do disposto no número anterior, os dependentes na situação aí prevista


podem ser incluídos nas declarações de ambos os sujeitos passivos para efeitos de imputação
de rendimentos e de deduções.

Rendimentos do trabalho dependente: deduções


1 - Aos rendimentos brutos da categoria A deduzem-se, até à sua concorrência:

a) (euro) 4 104;

b) As indemnizações pagas pelo trabalhador à sua entidade patronal por rescisão unilateral do
contrato individual de trabalho sem aviso prévio em resultado de sentença judicial ou de
acordo judicialmente homologado ou, nos restantes casos, a indemnização de valor não
superior à remuneração de base correspondente ao aviso prévio;

c) As quotizações sindicais, na parte em que não constituam contrapartida de benefícios de


saúde, educação, apoio à terceira idade, habitação, seguros ou segurança social e desde que
não excedam, em relação a cada sujeito passivo, 1 % do rendimento bruto desta categoria,
sendo acrescidas de 50 %.

2 - Se, porém, as contribuições obrigatórias para regimes de proteção social e para


subsistemas legais de saúde excederem o limite fixado na alínea a) do número anterior, aquela
dedução é pelo montante total dessas contribuições.

4 - A dedução prevista na alínea a) do n.º 1 pode ser elevada até 75 % de 12 vezes o valor do
IAS desde que a diferença resulte de quotizações para ordens profissionais suportadas pelo
próprio sujeito passivo e indispensáveis ao exercício da respetiva atividade desenvolvida
exclusivamente por conta de outrem.

Profissões de desgaste rápido: Deduções

1 - São dedutíveis ao rendimento, e até à sua concorrência, as importâncias despendidas pelos


sujeitos passivos que desenvolvam profissões de desgaste rápido, na constituição de seguros
de doença, de acidentes pessoais e de seguros de vida que garantam exclusivamente os riscos
de morte, invalidez ou reforma por velhice, neste último caso desde que o benefício seja
garantido após os 55 anos de idade, desde que os mesmos não garantam o pagamento e este se
não verifique, nomeadamente, por resgate ou adiantamento, de qualquer capital em dívida
durante os primeiros cinco anos, com o limite de cinco vezes o valor do IAS.
2 - Para efeitos do disposto no número anterior, consideram-se como profissões de desgaste
rápido as de praticantes desportivos, definidos como tal no competente diploma regulamentar,
as de mineiros e as de pescadores.

Rendimentos empresariais e profissionais

1 - A determinação dos rendimentos empresariais e profissionais faz-se:

a) Com base na aplicação das regras decorrentes do regime simplificado;

b) Com base na contabilidade.

2 - Ficam abrangidos pelo regime simplificado os sujeitos passivos que, no exercício da sua
atividade, não tenham ultrapassado no período de tributação imediatamente anterior um
montante anual ilíquido de rendimentos desta categoria de (euro) 200 000.

3 - Os sujeitos passivos abrangidos pelo regime simplificado podem optar pela determinação
dos rendimentos com base na contabilidade.

Regime simplificado

1 - No âmbito do regime simplificado, a determinação do rendimento tributável obtém-se


através da aplicação dos seguintes coeficientes:

a) 0,15 às vendas de mercadorias e produtos, bem como às prestações de serviços efetuadas


no âmbito de atividades de restauração e bebidas e de atividades hoteleiras e similares, com
exceção daquelas que se desenvolvam no âmbito da atividade de exploração de
estabelecimentos de alojamento local na modalidade de moradia ou apartamento;

b) 0,75 aos rendimentos das atividades profissionais especificamente previstas na tabela a que
se refere o artigo 151.º;
c) 0,35 aos rendimentos de prestações de serviços não previstos nas alíneas anteriores;

d) 0,95 aos rendimentos provenientes de contratos que tenham por objeto a cessão ou
utilização temporária da propriedade intelectual ou industrial ou a prestação de informações
respeitantes a uma experiência adquirida no setor industrial, comercial ou científico, aos
rendimentos de capitais imputáveis a atividades geradoras de rendimentos empresariais e
profissionais, ao resultado positivo de rendimentos prediais, ao saldo positivo das mais e
menos-valias e aos restantes incrementos patrimoniais;

e) 0,30 aos subsídios ou subvenções não destinados à exploração;

f) 0,10 aos subsídios destinados à exploração e restantes rendimentos da categoria B não


previstos nas alíneas anteriores;

g) 1 aos rendimentos decorrentes de prestações de serviços efetuadas a:

i) Sociedades abrangidas pelo regime da transparência fiscal, nos termos da alínea b) do n.º 1
do artigo 6.º do Código do IRC, de que o sujeito passivo seja sócio; ou

ii) Sociedades nas quais, durante mais de 183 dias do período de tributação:

1) O sujeito passivo detenha, direta ou indiretamente, pelo menos 5 % das respetivas partes de
capital ou direitos de voto;

2) O sujeito passivo, o cônjuge ou unido de facto e os ascendentes e descendentes destes


detenham no seu conjunto, direta ou indiretamente, pelo menos 25 % das respetivas partes de
capital ou direitos de voto.

h) 0,50 aos rendimentos da exploração de estabelecimentos de alojamento local na


modalidade de moradia ou apartamento.

2 - Os sujeitos passivos que obtenham os rendimentos previstos nas alíneas b) e c) do número


anterior, após aplicação dos coeficientes aí previstos, podem deduzir, até à concorrência do
rendimento líquido assim obtido, os montantes comprovadamente suportados com
contribuições obrigatórias para regimes de proteção social, conexas com as atividades em
causa, na parte em que excedam 10 % dos rendimentos brutos, quando não tenham sido
deduzidas a outro título.

Encargos não dedutíveis para efeitos fiscais (cat. b)


1 - As remunerações dos titulares de rendimentos da categoria B, assim como outras
prestações a título de ajudas de custo, utilização de viatura própria ao serviço da atividade,
subsídios de refeição e outras prestações de natureza remuneratória, não são dedutíveis para
efeitos de determinação do rendimento da referida categoria.

5 - Quando o sujeito passivo afete à sua atividade empresarial e profissional parte do imóvel
destinado à sua habitação, os encargos dedutíveis com ela conexos referentes a amortizações
ou rendas, energia, água e telefone fixo não podem ultrapassar 25 % das respetivas despesas
devidamente comprovadas.

Sujeitos passivos com deficiência

1 - Os rendimentos brutos das categorias A, B e H auferidos por sujeitos passivos com


deficiência são considerados, para efeitos de IRS:

a) Apenas por 85 % nos casos das categorias A e B;

b) Apenas por 90 % no caso da categoria H.

2 - Sem prejuízo do disposto no nº anterior, a parte do rendimento excluída de tributação não


pode exceder, por categoria de rendimentos, 2.500€.

Declaração de rendimentos

1 - Os sujeitos passivos devem apresentar, anualmente, uma declaração de modelo oficial,


relativa aos rendimentos do ano anterior, fazendo dela parte integrante os anexos e outros
documentos.

2 - No caso de falecimento do sujeito passivo, incumbe ao administrador da herança


apresentar a declaração de rendimentos em nome daquele, relativa aos rendimentos
correspondentes ao período decorrido de 1 de janeiro até à data do óbito.

3 - Nas situações de contitularidade, tratando-se de rendimentos da categoria B, incumbe ao


contitular a quem pertença a respetiva administração apresentar na sua declaração de
rendimentos a totalidade dos elementos contabilísticos exigidos nos termos das secções
precedentes para o apuramento do rendimento tributável, nela identificando os restantes
contitulares e a parte que lhes couber.

Dispensa de apresentação de declaração

a) Rendimentos tributados pelas taxas previstas no artigo 71.º e não optem, quando
legalmente permitido, pelo seu englobamento;

b) Rendimentos de trabalho dependente ou pensões, desde que o montante total desses


rendimentos seja igual ou inferior a (euro) 8 500 e estes não tenham sido sujeitos a retenção
na fonte.

2 - Ficam igualmente dispensados de apresentar a declaração se:

a) Aufiram subsídios ou subvenções no âmbito da Política Agrícola Comum (PAC) de


montante anual inferior a quatro vezes o valor do IAS, e rendimentos do trabalho dependente
ou pensões cujo montante não exceda, isolada ou cumulativamente, 4.104€.

Prazo de entrega da declaração

1 - A declaração a que se refere o n.º 1 do artigo 57.º é entregue, por transmissão eletrónica de
dados, de 1 de abril a 30 de junho, independentemente de este dia ser útil ou não útil.

3 - Nas situações em que o sujeito passivo aufira rendimentos de fonte estrangeira,


relativamente aos quais tenha direito a crédito de imposto por dupla tributação internacional,
o prazo é prorrogado até ao dia 31 de dezembro desse ano.

Taxas gerais
Rendimento coletável (€) Taxas (%) Normal (A) Média (B)

Até 7112 14,50 14,500

De mais de 7112 até 10732 23,00 17,367

De mais de 10732 até 20322 28,50 22,621

De mais de 20322 até 25075 35,00 24,967

De mais de 25075 até 36967 37,00 28,838

De mais de 36967 até 80882 45,00 37,613

Superior a 80882 48,00 -

2 - O quantitativo do rendimento coletável, quando superior a 7112 €, é dividido em duas


partes, nos seguintes termos:

a) uma, igual ao limite do maior dos escalões que nele couber, à qual se aplica a taxa da
coluna B correspondente a esse escalão;

b) outra, igual ao excedente, a que se aplica a taxa da coluna A respeitante ao escalão


imediatamente superior.

Taxa adicional de solidariedade

1 - Ao quantitativo do rendimento coletável superior a (euro) 80 000 incidem as taxas


adicionais de solidariedade da tabela seguinte:

Rendimento coletável (euros) Taxa (percentagem)

De mais de 80 000 até 250 000 2,5

Superior a 250 000 5,0

2 - O quantitativo da parte do rendimento coletável que exceda (euro) 80 000, quando


superior a (euro) 250 000, é dividido em duas partes:

a. uma, igual a (euro) 170 000, à qual se aplica a taxa de 2,5 %;


b. outra, igual ao rendimento coletável que exceda (euro) 250 000, à qual se aplica a taxa de
5 %.

Mínimo de existência

1 - Da aplicação das taxas estabelecidas no artigo 68.º não pode resultar, para os titulares de
rendimentos predominantemente originados em trabalho dependente, em atividades previstas
na tabela aprovada no anexo à Portaria n.º 1011/2001, de 21 de agosto, com exceção do
código 15, ou em pensões, a disponibilidade de um rendimento líquido de imposto inferior a
1,5 x 14 x (valor do IAS).

2 - Não são aplicadas as taxas estabelecidas no artigo 68.º:

a) Ao rendimento coletável do agregado familiar com três ou quatro dependentes cujo


montante seja igual ou inferior a (euro) 11 320;

b) Ao rendimento coletável do agregado familiar com cinco ou mais dependentes cujo


montante seja igual ou inferior a (euro) 15 560.

Taxas liberatórias

1 - Estão sujeitos a retenção na fonte à taxa liberatória de 28 %:

a) Os rendimentos de capitais obtidos em território português, por residentes ou não


residentes, pagos por ou através de entidades que aqui tenham sede, direção efetiva ou
estabelecimento estável a que deva imputar-se o pagamento e que disponham ou devam
dispor de contabilidade organizada;

b) Os rendimentos de valores mobiliários pagos ou colocados à disposição dos respetivos


titulares, residentes em território português, devidos por entidades que não tenham aqui
domicílio a que possa imputar-se o pagamento, por intermédio de entidades que estejam
mandatadas por devedores ou titulares ou ajam por conta de uns ou outros.

3 - Excetuam-se do disposto na alínea b) do n.º 1 os rendimentos pagos ou colocados à


disposição de fundos de investimento constituídos de acordo com a legislação nacional, caso
em que não há lugar a retenção na fonte.

4 - Estão sujeitos a retenção na fonte a título definitivo, à taxa liberatória de 25 %, os


seguintes rendimentos obtidos em território português por não residentes (Estatuto dos
Benefícios Fiscais):

a) Os rendimentos do trabalho dependente e todos os rendimentos empresariais e


profissionais, ainda que decorrentes de atos isolados;

b) Os rendimentos de capitais das alíneas m) e n) do n.º 2 do artigo 5.º;

c) As pensões;

d) Os incrementos patrimoniais das alíneas b) e c) do n.º 1 do artigo 9.º

a) Os rendimentos do trabalho dependente e todos os rendimentos empresariais e


profissionais, ainda que decorrentes de atos isolados;

b) Os rendimentos de capitais das alíneas m) e n) do n.º 2 do artigo 5.º;

c) As pensões;

d) Os incrementos patrimoniais das alíneas b) e c) do n.º 1 do artigo 9.º

16 - Estão sujeitos a retenção na fonte, à taxa liberatória de 35 %:


b) Os rendimentos mencionados na alínea a) do n.º 1, obtidos por entidades não residentes
sem estabelecimento estável em território português, que sejam domiciliadas em país,
território ou região sujeitos a um regime fiscal claramente mais favorável, constante de lista
aprovada por portaria do membro do Governo responsável pela área das finanças;

Taxas especiais

1 - São tributados à taxa autónoma de 28 %:

a) As mais-valias previstas nas alíneas a) e d) do n.º 1 do artigo 10.º auferidas por não
residentes em território português que não sejam imputáveis a estabelecimento estável nele
situado;

b) Outros rendimentos auferidos por não residentes em território português que não sejam
imputáveis a estabelecimento estável nele situado e que não sejam sujeitos a retenção na fonte
às taxas liberatórias;

c) O saldo positivo entre as mais-valias e menos-valias, resultante das operações previstas nas
alíneas b), c), e), f), g) e h) do n.º 1 do artigo 10.º;

d) Os rendimentos de capitais, tal como são definidos no artigo 5.º, quando não sujeitos a
retenção na fonte, nos termos do artigo anterior;

e) Os rendimentos prediais, incluindo os referidos na alínea b) do n.º 5 do artigo 8.º

c) O saldo positivo entre as mais-valias e menos-valias, resultante das operações previstas nas
alíneas b), c), e), f), g) e h) do n.º 1 do artigo 10.º;

d) Os rendimentos de capitais, tal como são definidos no artigo 5.º, quando não sujeitos a
retenção na fonte, nos termos do artigo anterior;
e) Os rendimentos prediais, incluindo os referidos na alínea b) do n.º 5 do artigo 8.º

3 - Aos rendimentos prediais decorrentes de contratos de arrendamento para habitação


permanente celebrados com duração igual ou superior a cinco anos e inferior a dez anos, é
aplicada uma redução de cinco pontos percentuais da respetiva taxa autónoma; e por cada
renovação com igual duração, é aplicada uma redução de cinco pontos percentuais até ao
limite de catorze pontos percentuais.

4 - Aos rendimentos prediais decorrentes de contratos de arrendamento para habitação


permanente com duração igual ou superior a dez anos e inferior a vinte anos, é aplicada uma
redução de catorze pontos percentuais da respetiva taxa autónoma.

5 - Aos rendimentos prediais decorrentes de contratos de arrendamento para habitação


permanente com duração igual ou superior a vinte anos, bem como aos rendimentos prediais
decorrentes de contratos de direito real de habitação duradoura (DHD), na parte respeitante ao
pagamento da prestação pecuniária mensal, é aplicada uma redução de 18 pontos percentuais
da respetiva taxa autónoma.

6 - São tributados autonomamente à taxa de 25 %:

a) Os rendimentos auferidos por não residentes em território português que sejam imputáveis
a estabelecimento estável aí situado; e

b) Não obstante o disposto no número anterior, os rendimentos previstos nas alíneas a) e c) do


n.º 4 do artigo anterior, obtidos em território português por não residentes, quando não
sujeitos a retenção na fonte.

9 - As pensões de alimentos, quando enquadráveis no artigo 83.º-A, são tributadas


autonomamente à taxa de 20 %.

10 - Os rendimentos líquidos das categorias A e B auferidos em atividades de elevado valor


acrescentado, com carácter científico, artístico ou técnico, a definir em portaria do membro do
Governo responsável pela área das finanças, por residentes não habituais em território
português, são tributados à taxa de 20 %.

12 - Os residentes não habituais em território português são ainda tributados à taxa de 10 %


relativamente aos rendimentos líquidos de pensões, incluindo os da categoria H e os previstos
na alínea d) do n.º 1 e subalíneas 3) e 11) da alínea b) do n.º 3 do artigo 2.º, quando, pelos
critérios previstos no n.º 1 do artigo 18.º, não sejam de considerar obtidos em território
português, na parte em que os mesmos, quando tenham origem em contribuições, não tenham
gerado uma dedução para efeitos do n.º 2 do artigo 25.º

17 - São tributados autonomamente à taxa de 35 %:

a) Os rendimentos de capitais, tal como são definidos no artigo 5.º e mencionados nas alíneas
a) e b) do n.º 1 do artigo anterior, devidos por entidades não residentes sem estabelecimento
estável em território português, que sejam domiciliadas em país, território ou região sujeitos a
um regime fiscal claramente mais favorável, constante de lista aprovada por portaria do
membro do Governo responsável pela área das finanças, quando não sujeitos a retenção na
fonte nos termos da alínea b) do n.º 12 do artigo anterior;

b) O saldo positivo entre as mais-valias e menos-valias, quando respeitem a valores


mobiliários cujo emitente seja entidade não residente, que seja domiciliada em país sujeito a
um regime fiscal claramente mais favorável;

d) As mais-valias previstas na alínea a) do n.º 1 do artigo 10.º auferidas por entidades não
residentes sem estabelecimento estável em território português, que sejam domiciliadas em
país, território ou região sujeitos a um regime fiscal claramente mais favorável,

Taxas de tributação autónoma

1 - As despesas não documentadas de sujeitos passivos com contabilidade organizada, são


tributadas autonomamente, à taxa de 50%.
2 - São tributados autonomamente os seguintes encargos (sujeitos passivos com contabilidade
organizada), excluindo os veículos movidos exclusivamente a energia elétrica:

a) Os encargos dedutíveis relativos a despesas de representação e a viaturas ligeiras de


passageiros ou mistas cujo custo de aquisição seja inferior a (euro) 20 000, motos e
motociclos, à taxa de 10 %;

b) Os encargos dedutíveis relativos a automóveis ligeiros de passageiros ou mistos, cujo custo


de aquisição seja igual ou superior a (euro) 20 000, à taxa de 20 %.

7 - São tributados autonomamente, à taxa de 5 %, os encargos dedutíveis relativos a despesas


com ajudas de custo e com compensação pela deslocação em viatura própria do trabalhador,
ao serviço da entidade patronal, não faturadas a clientes, escrituradas a qualquer título, exceto
na parte em que haja lugar a tributação em sede de IRS na esfera do respetivo beneficiário,
bem como os encargos da mesma natureza, que não sejam dedutíveis nos termos da alínea f)
do n.º 1 do artigo 42.º do Código do IRC, suportados por sujeitos passivos que apresentem
prejuízo fiscal no exercício a que os mesmos respeitam.

10 - No caso de viaturas ligeiras de passageiros ou mistas híbridas plug-in, as taxas referidas


nas alíneas a) e b) do n.º 2 são, respetivamente, de 5 % e 10 %.

11 - No caso de viaturas ligeiras ou mistas de passageiros movidas a gases de petróleo


liquefeito (GPL) ou gás natural veicular (GNV), as taxas referidas nas alíneas a) e b) do n.º 2
são, respetivamente, de 7,5 % e 15 %.

Prazo da liquidação

1- A liquidação do IRS deve ser efetuada no ano imediato àquele a que os rendimentos
respeitam, nos seguintes prazos:

a) Até 31 de julho, com base na declaração apresentada nos prazos referidos no n.º 1 do artigo
60.º;

c) Até 30 de novembro, no caso previsto na alínea b) do n.º 1 do artigo 76.º


Deduções à coleta

1 - À coleta são efetuadas, nos termos dos artigos subsequentes, as seguintes deduções
relativas:

a) Aos dependentes do agregado familiar e aos ascendentes que vivam em comunhão de


habitação com o sujeito passivo;

b) Às despesas gerais familiares;

c) Às despesas de saúde e com seguros de saúde;

d) Às despesas de educação e formação;

e) Aos encargos com imóveis;

f) Às importâncias respeitantes a pensões de alimentos;

g) À exigência de fatura;

h) Aos encargos com lares;

i) Às pessoas com deficiência;

j) À dupla tributação internacional;

k) Aos benefícios fiscais.


l) Ao adicional ao imposto municipal sobre imóveis, nos termos do artigo 135.º-I do Código
do Imposto Municipal sobre Imóveis.

7 - A soma das deduções à coleta não pode exceder, por agregado familiar, os limites
constantes das seguintes alíneas:

a) Para contribuintes que tenham um rendimento coletável igual ou inferior ao valor do 1.º
escalão do n.º 1 artigo 68.º, sem limite;

b) Para contribuintes que tenham um rendimento coletável superior ao valor do 1.º escalão e
igual ou inferior ao valor do último escalão do n.º 1 do artigo 68.º, o limite resultante da
aplicação da seguinte fórmula:

€ 1 000 + [€ 2 500 - € 1 000) x [valor do último escalão - Rendimento Coletável]]

valor do último escalão - valor do primeiro escalão;

c) Para contribuintes que tenham um rendimento coletável superior ao valor do último escalão
do n.º 1 do artigo 68.º, o montante de € 1 000.

8 - Nos agregados com três ou mais dependentes a seu cargo, os limites previstos no número
anterior são majorados em 5 % por cada dependente ou afilhado civil que não seja sujeito
passivo do IRS.

9 - Sempre que o mesmo dependente ou ascendente conste de mais do que uma declaração de
rendimentos, o valor das deduções à coleta previstas no presente Código por referência a
dependentes ou ascendentes é reduzido para metade, por sujeito passivo.

Dedução das despesas gerais familiares


1 - À coleta do IRS devido pelos sujeitos passivos é dedutível um montante correspondente a
35 % do valor suportado por qualquer membro do agregado familiar, com o limite global de €
250 para cada sujeito passivo, que conste de faturas;

9 - No caso de famílias mono parentais, a dedução prevista no n.º 1 é de 45 % do valor


suportado por qualquer membro do agregado familiar, com o limite global de (euro) 335.

Dedução de despesas de saúde

1 - À coleta do IRS devido pelos sujeitos passivos é dedutível um montante correspondente a


15 % do valor suportado a título de despesas de saúde por qualquer membro do agregado
familiar, com o limite global de (euro) 1 000.

Dedução de despesas de formação e educação

1 - À coleta do IRS devido pelos sujeitos passivos é dedutível um montante correspondente a


30 % do valor suportado a título de despesas de formação e educação por qualquer membro
do agregado familiar, com o limite global de (euro) 800.

Dedução de encargos com imóveis

1 - À coleta do IRS devido pelos sujeitos passivos é dedutível um montante correspondente a


15 % do valor suportado por qualquer membro do agregado familiar (rendas, juros de CH,
rendas de locação financeira).

Dedução pela exigência de fatura

1 - À coleta do IRS devido pelos sujeitos passivos é dedutível um montante correspondente a


15 % do IVA suportado, com o limite global de € 250 por agregado familiar, que conste de
faturas de:
 Reparação de veículos ou motociclos, alojamento, restauração, cabeleireiro, estética,
veterinário, ginásio, donativos, passes de transportes públicos.

Encargos com lares

1 - À coleta do IRS devido pelos sujeitos passivos é dedutível um montante correspondente a


25 % do valor suportado com lares, com o limite global de (euro) 403,75.

Dedução relativa às pessoas com deficiência

1 - São dedutíveis à coleta por cada sujeito passivo com deficiência uma importância
correspondente a quatro vezes o valor do IAS e por cada dependente com deficiência, bem
como por cada ascendente com deficiência, uma importância igual a 2,5 vezes o valor do IAS.

2 - São ainda dedutíveis à coleta 30 % da totalidade das despesas efetuadas com a educação e
a reabilitação do sujeito passivo ou dependentes com deficiência, bem como 25 % da
totalidade dos prémios de seguros de vida ou contribuições pagas a associações mutualistas
que garantam exclusivamente os riscos de morte, invalidez ou reforma por velhice.

3 - No caso de contribuições pagas para reforma por velhice a dedução depende de o


benefício ser garantido, após os 55 anos de idade e cinco anos de a duração do contrato, ser
pago por aquele ou por terceiros, e desde que, neste caso, tenham sido comprovadamente
tributados como rendimento do sujeito passivo, com o limite de (euro) 65, tratando-se de
sujeitos passivos não casados ou separados judicialmente de pessoas e bens, ou de (euro) 130,
tratando-se de sujeitos passivos casados e não separados judicialmente de pessoas e bens.

4 - A dedução dos prémios de seguros ou das contribuições pagas a associações mutualistas a


que se refere o n.º 2 não pode exceder 15 % da coleta de IRS.

5 - Considera-se pessoa com deficiência aquela que apresente um grau de incapacidade


permanente, devidamente comprovado por atestado multiúso, igual ou superior a 60 %.
6 - É dedutível à coleta, a título de despesa de acompanhamento, uma importância igual a
quatro vezes o valor do IAS por cada sujeito passivo ou dependente, cujo grau de invalidez
permanente seja = ou > a 90 %.

7 - Por cada sujeito passivo com deficiência das Forças Armadas é, ainda, dedutível à coleta
uma importância igual ao valor do IAS.

Limites mínimos

Não há lugar a cobrança ou reembolso quando:

a. a importância a cobrar seja inferior a (euro) 25 ou

b. a importância a restituir seja inferior a (euro) 10.

Pagamento do imposto

1 - O IRS deve ser pago no ano seguinte àquele a que respeitam os rendimentos nos seguintes
prazos:

a) Até 31 de agosto, quando a liquidação seja efetuada no prazo previsto na alínea a) do artigo
77.º;

c) Até 31 de dezembro, quando a liquidação seja efetuada no prazo previsto na alínea c) do


artigo 77.º

Retenção na fonte

1 - As entidades que paguem remunerações do trabalho de montantes variáveis devem reter o


imposto de harmonia com a seguinte tabela de taxas:
Retenção sobre rendimentos de outras categorias

1 - As entidades com contabilidade organizada são obrigadas a reter o imposto, mediante a


aplicação das seguintes taxas:

a) 16,5 %, tratando-se de rendimentos da categoria B ou de incrementos patrimoniais;

b) 25 %, tratando-se de rendimentos decorrentes das atividades profissionais especificamente


previstas na tabela a que se refere o artigo 151.º;

c) 11,5 %, tratando-se de rendimentos da categoria B não compreendidos na alínea anterior;

d) 20 %, tratando-se de rendimentos da categoria B auferidos em atividades de elevado valor


acrescentado, com carácter científico, artístico ou técnico;

e) 25 %, tratando-se de rendimentos da categoria F.

Pagamentos por conta

1 - A titularidade de rendimentos da categoria B determina, para os respetivos sujeitos


passivos, a obrigatoriedade de efetuarem três pagamentos por conta do imposto devido a final,
até ao dia 20 de cada um dos meses de julho, setembro e dezembro.

2 - A totalidade dos pagamentos por conta é igual a 76,5 % do montante calculado com base
na seguinte fórmula:

C = coleta do penúltimo ano;

R = total das retenções efetuadas no penúltimo ano;

RLB = rendimento líquido positivo do penúltimo ano;

RLT = rendimento líquido total do penúltimo ano.

3 - O valor de cada pagamento por conta, resultante da aplicação do disposto no número


anterior, arredondado por excesso para euros, é comunicado aos sujeitos passivos através de
nota demonstrativa da liquidação do imposto respeitante ao penúltimo ano, sem prejuízo do
envio do documento de pagamento, no mês anterior ao do termo do respetivo prazo, não
sendo exigível se for inferior a (euro) 50.

Datas Importantes IRS

 15 de Fevereiro: Comunicar/alterar o agregado familiar

 25 de Fevereiro: Verificar todas as faturas de despesas na sua página pessoal do e-fatura

 15 até 31 de Março: Caso não concorde com os valores das deduções à coleta relativas às
despesas gerais familiares e ao benefício pela exigência de fatura apurados pela AT, pode
apresentar uma reclamação.

4.2. IRC Imposto sobre rendimento coletivo

O imposto sobre o rendimento das pessoas coletivas (IRC) incide sobre os rendimentos
obtidos, mesmo quando provenientes de atos ilícitos, no período de tributação, pelos
respetivos sujeitos passivos, nos termos do CIRC - Código do Imposto sobre o Rendimento
das Pessoas Coletivas.

Base do imposto - O IRC incide sobre:

O lucro das sociedades comerciais ou civis sob forma comercial, das cooperativas e das
empresas públicas e o das demais pessoas coletivas.

São consideradas de natureza comercial, industrial ou agrícola todas as atividades que


consistam na realização de operações económicas de carácter empresarial, incluindo as
prestações de serviços.

Extensão da obrigação de imposto

1 — Relativamente às pessoas coletivas e outras entidades com sede ou direção efetiva em


território português, o IRC incide sobre a totalidade dos seus rendimentos, incluindo os
obtidos fora desse território.

2 — As pessoas coletivas e outras entidades que não tenham sede nem direção efetiva em
território português ficam sujeitas a IRC apenas quanto aos rendimentos nele obtidos.

3 — Para efeitos do disposto no número anterior, consideram-se obtidos em território


português os rendimentos imputáveis a estabelecimento estável aí situado e, bem assim, os
que, não se encontrando nessas condições, a seguir se indicam:

a) Rendimentos relativos a imóveis situados no território português, incluindo os ganhos


resultantes da sua transmissão onerosa;

b) Ganhos resultantes da transmissão onerosa de partes representativas do capital de entidades


com sede ou direção efetiva em território português, incluindo a sua remição e amortização
com redução de capital e, bem assim, o valor atribuído aos associados em resultado da
partilha que, nos termos do artigo 81.º do Código do IRC, seja considerado como mais-valia,
ou de outros valores mobiliários emitidos por entidades que aí tenham sede ou direção efetiva,
ou ainda de partes de capital ou outros valores mobiliários quando, não se verificando essas
condições, o pagamento dos respetivos rendimentos seja imputável a estabelecimento estável
situado no mesmo território;

c) Rendimentos a seguir mencionados cujo devedor tenha residência, sede ou direção efetiva
em território português ou cujo pagamento seja imputável a um estabelecimento estável nele
situado:

1) Os provenientes da propriedade intelectual ou industrial e bem assim da prestação de


informações respeitantes a uma experiência adquirida no sector industrial, comercial ou
científico;

2) Os derivados do uso ou da concessão do uso de equipamento agrícola, industrial, comercial


ou científico;

3) Outros rendimentos de aplicação de capitais;

4) Remunerações dos membros de órgãos estatutários de pessoas colectivas e outras


entidades;

5) Prémios de jogo, lotarias, rifas, totoloto e apostas mútuas, etc;

6) Os provenientes da intermediação na celebração de quaisquer contratos;

7) Os derivados de outras prestações de serviços realizados em território português, com


exceção dos relativos a transportes, comunicações e atividades financeiras;

8) Os provenientes de operações relativas a instrumentos financeiros derivados;


d) Rendimentos derivados do exercício em território português da atividade de profissionais
de espetáculos ou desportistas.

e) Incrementos patrimoniais derivados de aquisições a título gratuito respeitantes a:

1) Direitos reais sobre bens imóveis situados em território português;

2) Bens móveis registados ou sujeitos a registo em Portugal;

3) Partes representativas do capital e outros valores mobiliários cuja entidade emitente tenha
sede ou direção efetiva em território português;

4) Direitos de propriedade industrial, direitos de autor e direitos conexos registados ou


sujeitos a registo em Portugal;

5) Direitos de crédito sobre entidades com residência, sede ou direção efetiva em território
português;

6) Partes representativas do capital de sociedades que não tenham sede ou direção efetiva em
território português e cujo ativo seja predominantemente constituído por direitos reais sobre
imóveis situados no referido território.

f) Ganhos resultantes da transmissão onerosa de partes de capital ou de direitos similares em


sociedades ou outras entidades, não abrangidas pela alínea b), quando, em qualquer momento
durante os 365 dias anteriores, o valor dessas partes de capital ou direitos resulte, direta ou
indiretamente, em mais de 50 %, de bens imóveis ou direitos reais sobre bens imóveis
situados em território português, com exceção dos bens imóveis afetos a uma atividade de
natureza agrícola, industrial ou comercial que não consista na compra e venda de bens
imóveis.

Rendimentos não sujeitos


 Não estão sujeitos a IRC os rendimentos diretamente resultantes do exercício de
atividade sujeita ao imposto especial de jogo.

Isenções - Estão isentos de IRC:

a) O Estado, as Regiões Autónomas, as autarquias locais e os institutos públicos, com exceção


das entidades públicas com natureza empresarial;

b) As associações e federações de municípios e as associações de freguesia que não exerçam


atividades comerciais, industriais ou agrícolas;

c) As instituições de segurança social e previdência ;

d) Os fundos de capitalização e os rendimentos de capitais administrados pelas instituições de


segurança social e de previdência

Determinação da matéria coletável

a) Relativamente às pessoas coletivas e entidades, a matéria coletável obtém-se pela dedução


ao lucro tributável dos montantes correspondentes a:

1) Prejuízos fiscais;

2) Benefícios fiscais eventualmente existentes que consistam em deduções naquele lucro;

b) Relativamente às pessoas coletivas e entidades referidas na alínea b) do n.º 1 do artigo 3.º,


a matéria coletável obtém-se pela dedução ao rendimento global, incluindo os incrementos
patrimoniais obtidos a título gratuito, determinados nos termos do artigo 53.º, dos seguintes
montantes:

1) Gastos comuns e outros imputáveis aos rendimentos sujeitos a imposto e não isentos, nos
termos do artigo 54.º;

2) Benefícios fiscais eventualmente existentes que consistam em deduções naquele


rendimento;

c) Relativamente às entidades não residentes com estabelecimento estável em Portugal, a


matéria coletável obtém-se pela dedução ao lucro tributável imputável a esse estabelecimento
dos montantes correspondentes a:

1) Prejuízos fiscais imputáveis a esse estabelecimento estável, bem como os anteriores à


cessação de atividade por virtude de deixarem de situar-se em território português a sede e a
direção efetiva, na proporção do valor de mercado dos elementos patrimoniais afetos a esse
estabelecimento estável;

2) Benefícios fiscais eventualmente existentes que consistam em deduções naquele lucro;

d) Relativamente às entidades não residentes que obtenham em território português


rendimentos não imputáveis a estabelecimento estável aí situado, a matéria coletável é
constituída pelos rendimentos das várias categorias e, bem assim, pelos incrementos
patrimoniais obtidos a título gratuito, determinados nos termos do artigo 56.º.

Contratos de construção

1— A determinação dos resultados de contratos de construção é efetuada segundo o critério


da percentagem de acabamento.

2 — Para efeitos do disposto no número anterior, a percentagem de acabamento no final de


cada período de tributação corresponde à proporção entre os gastos suportados até essa data e
a soma desses gastos com os estimados para a conclusão do contrato.

Gastos e perdas

1 - Para a determinação do lucro tributável, são dedutíveis todos os gastos e perdas incorridos
ou suportados pelo sujeito passivo para obter ou garantir os rendimentos sujeitos a IRC.

2 - Consideram-se abrangidos pelo número anterior, nomeadamente, os seguintes gastos e


perdas:

a) Os relativos à produção ou aquisição de quaisquer bens ou serviços, tais como matérias


utilizadas, mão-de-obra, energia e outros gastos gerais de produção, conservação e reparação;

b) Os relativos à distribuição e venda, abrangendo os de transportes, publicidade e colocação


de mercadorias e produtos;

c) De natureza financeira, tais como juros de capitais alheios aplicados na exploração,


descontos, transferências, diferenças de câmbio, gastos com operações de crédito, cobrança de
dívidas e emissão de obrigações e outros títulos, prémios de reembolso e os resultantes da
aplicação do método do juro efetivo aos instrumentos financeiros valorizados pelo custo
amortizado;

d) De natureza administrativa, tais como remunerações, incluindo as atribuídas a título de


participação nos lucros, ajudas de custo, material de consumo corrente, transportes e
comunicações, rendas, contencioso, seguros, incluindo os de vida, doença ou saúde, e
operações do ramo 'Vida', contribuições para fundos de poupança-reforma, contribuições para
fundos de pensões e para quaisquer regimes complementares da segurança social, bem como
gastos com benefícios de cessação de emprego e outros benefícios pós-emprego ou a longo
prazo dos empregados;

e) Os relativos a análises, racionalização, investigação, consulta e projetos de


desenvolvimento

f) De natureza fiscal e parafiscal;

g) Depreciações e amortizações;

h) Perdas por imparidade;


i) Provisões;

j) Perdas por reduções de justo valor em instrumentos financeiros;

k) Perdas por reduções de justo valor em ativos biológicos consumíveis que não sejam
explorações silvícolas plurianuais;

l) Menos-valias realizadas;

m) Indemnizações resultantes de eventos cujo risco não seja segurável.

Encargos não dedutíveis para efeitos fiscais

a) O IRC, incluindo as tributações autónomas, e quaisquer outros impostos que direta ou


indiretamente incidam sobre os lucros;

b) As despesas não documentadas;

d) As despesas ilícitas, designadamente as que decorram de comportamentos que


fundadamente indiciem a violação da legislação penal portuguesa, mesmo que ocorridos fora
do alcance territorial da sua aplicação;

e) As multas, coimas e demais encargos, incluindo os juros compensatórios e moratórios, pela


prática de infrações de qualquer natureza que não tenham origem contratual, bem como por
comportamentos contrários a qualquer regulamentação sobre o exercício da atividade;

f) Os impostos, taxas e outros tributos que incidam sobre terceiros que o sujeito passivo não
esteja legalmente obrigado a suportar;

g) As indemnizações pela verificação de eventos cujo risco seja segurável;


h) As ajudas de custo e os encargos com compensação pela deslocação em viatura própria do
trabalhador, ao serviço da entidade patronal, não faturados a clientes, escriturados a qualquer
título, sempre que a entidade patronal não possua, por cada pagamento efetuado, um mapa
através do qual seja possível efetuar o controlo das deslocações a que se referem aqueles
encargos, designadamente os respetivos locais, tempo de permanência, objetivo e, no caso de
deslocação em viatura própria do trabalhador, identificação da viatura e do respetivo
proprietário, bem como o número de quilómetros percorridos, exceto na parte em que haja
lugar a tributação em sede de IRS na esfera do respetivo beneficiário;

i) Os encargos com o aluguer sem condutor de viaturas ligeiras de passageiros ou mistas, na


parte correspondente ao valor das depreciações dessas viaturas que, nos termos das alíneas c)
e e) do n.º 1 do artigo 34.º, não sejam aceites como gastos;

j) Os encargos com combustíveis na parte em que o sujeito passivo não faça prova de que os
mesmos respeitam a bens pertencentes ao seu ativo ou por ele utilizados em regime de
locação e de que não são ultrapassados os consumos normais;

k) Os encargos relativos a barcos de recreio e aeronaves de passageiros que não estejam


afetos à exploração do serviço público de transportes nem se destinem a ser alugados no
exercício da atividade normal do sujeito passivo;

l) As menos-valias realizadas relativas a barcos de recreio, aviões de turismo e viaturas


ligeiras de passageiros ou mistas, que não estejam afetos à exploração de serviço público de
transportes nem se destinem a ser alugados no exercício da atividade normal do sujeito
passivo, exceto na parte em que correspondam ao valor fiscalmente depreciável nos termos da
alínea e) do n.º 1 do artigo 34.º ainda não aceite como gasto;

m) Os juros e outras formas de remuneração de suprimentos e empréstimos feitos pelos sócios


à sociedade, na parte em que excedam a taxa definida por portaria do membro do Governo
responsável pela área das finanças, salvo no caso de se aplicar o regime estabelecido no artigo
63.º;
n) Os gastos relativos à participação nos lucros por membros de órgãos sociais e
trabalhadores da empresa, quando as respetivas importâncias não sejam pagas ou colocadas à
disposição dos beneficiários até ao fim do período de tributação seguinte;

o) Sem prejuízo do disposto na alínea anterior, os gastos relativos à participação nos lucros
por membros de órgãos sociais, quando os beneficiários sejam titulares, direta ou
indiretamente, de partes representativas de, pelo menos, 1 % do capital social, na parte em
que exceda o dobro da remuneração mensal auferida no período de tributação a que respeita o
resultado em que participam;

p) A contribuição sobre o setor bancário;

q) A contribuição extraordinária sobre o setor energético;

r) As importâncias pagas ou devidas, a qualquer título, a pessoas singulares ou coletivas


residentes fora do território português e aí submetidas a um regime fiscal a que se referem os
n.os 1 ou 5 do artigo 63.º-D da Lei Geral Tributária, ou cujo pagamento seja efetuado em
contas abertas em instituições financeiras aí residentes ou domiciliadas, salvo se o sujeito
passivo provar que tais encargos correspondem a operações efetivamente realizadas e não têm
um caráter anormal ou um montante exagerado. (Redação da Lei n.º 42/2016, de 28 de
dezembro)

s) A contribuição extraordinária sobre a indústria farmacêutica.

Perdas por imparidade em dívidas a receber

1 - Podem ser deduzidas para efeitos fiscais as seguintes perdas por imparidade, quando
contabilizadas no mesmo período de tributação ou em períodos de tributação anteriores:

a) As relacionadas com créditos resultantes da atividade normal, incluindo os juros pelo


atraso no cumprimento de obrigação, que, no fim do período de tributação, possam ser
considerados de cobrança duvidosa e sejam evidenciados como tal na contabilidade;
b) As relativas a recibos por cobrar reconhecidas pelas empresas de seguros.

Depreciações, amortizações e perdas por imparidades em ativos não correntes

1 — São aceites como gastos as depreciações e amortizações de elementos do ativo sujeitos a


deperecimento, considerando-se como tais:

a) Os ativos fixos tangíveis e os ativos intangíveis;

b) Os ativos biológicos não consumíveis e as propriedades de investimento contabilizados ao


custo de aquisição.

Projetos de desenvolvimento

1 — As despesas com projetos de desenvolvimento podem ser consideradas como gasto fiscal
no período de tributação em que sejam suportadas, ainda que os elementos deles resultantes
venham a ser reconhecidos como ativos intangíveis nas demonstrações financeiras dos
sujeitos passivos.

2 — Consideram-se despesas com projetos de desenvolvimento as realizadas pelo sujeito


passivo através da exploração de resultados de trabalhos da investigação ou de outros
conhecimentos científicos ou técnicos com vista à descoberta ou à melhoria substancial de
matérias-primas, produtos, serviços ou processos de produção.

Não são aceites como gastos:

a) As depreciações e amortizações de elementos do ativo não sujeitos a deperecimento;

b) As depreciações de imóveis na parte correspondente ao valor dos terrenos ou não sujeita a


deperecimento;

c) As depreciações e amortizações que excedam os limites estabelecidos nos artigos


anteriores;
d) As depreciações e amortizações praticadas para além do período máximo de vida útil,
ressalvando-se os casos especiais devidamente justificados e aceites pela Autoridade
Tributária e Aduaneira;

e) As depreciações das viaturas ligeiras de passageiros ou mistas, incluindo os veículos


elétricos, na parte correspondente ao custo de aquisição ou ao valor revalorizado excedente ao
montante a definir por portaria do membro do Governo responsável pela área das finanças,
bem como dos barcos de recreio e aviões de turismo, desde que tais bens não estejam afetos
ao serviço público de transportes nem se destinem a ser alugados no exercício da atividade
normal do sujeito passivo.

Créditos incobráveis

 Os créditos incobráveis podem ser diretamente considerados gastos ou perdas do período


de tributação, ainda que o respetivo reconhecimento contabilístico já tenha ocorrido em
períodos de tributação anteriores.

Dedução de prejuízos fiscais

1 — Sem prejuízo do disposto no número seguinte, os prejuízos fiscais apurados em


determinado período de tributação são deduzidos aos lucros tributáveis, havendo-os, de um ou
mais dos cinco períodos de tributação posteriores, à exceção dos sujeitos passivos que
exerçam, diretamente e a título principal, uma atividade económica de natureza agrícola,
comercial ou industrial, os quais podem fazê-lo em um, ou mais, dos doze períodos de
tributação posteriores.

2 — A dedução a efetuar em cada um dos períodos de tributação não pode exceder o


montante correspondente a 70 % do respetivo lucro tributável, não ficando, porém,
prejudicada a dedução da parte desses prejuízos que não tenham sido deduzidos, nas mesmas
condições e até ao final do respetivo período de dedução.

Imputação de rendimentos de entidades não residentes sujeitas a um regime fiscal


privilegiado

1 - Os lucros ou rendimentos obtidos por entidades não residentes em território português e


submetidos a um regime fiscal claramente mais favorável são imputados aos sujeitos passivos
de IRC residentes em território português que detenham pelo menos 25% das partes de capital
dessas entidades.

Taxas

1 — A taxa do IRC é de 21%, exceto nos casos seguintes.

2 — No caso de sujeitos passivos que sejam qualificados como pequena ou média empresa (o
anexo ao Decreto-Lei n.º 372/2007), a taxa de IRC aplicável aos primeiros (euro) 15 000 de
matéria coletável é de 17%, aplicando-se a taxa prevista no número anterior ao excedente.

4 — Tratando-se de rendimentos de entidades que não tenham sede em território português, a


taxa do IRC é de 25%

Derrama estadual

1— Sobre a parte do lucro tributável superior a (euro) 1 500 000, sujeito e não isento de
imposto sobre o rendimento das pessoas coletivas apurado por sujeitos passivos residentes em
território português que exerçam, a título principal, uma atividade de natureza comercial,
industrial ou agrícola e por não residentes com estabelecimento estável em território
português, incidem as taxas adicionais constantes da tabela seguinte:

Rendimento tributável (euros) Taxa (%)

De mais de 1500 000 até 7 500 000 3

De mais de 7 500 000 até 35 000 000 5

Superior a 35 000 000 9


2— O quantitativo da parte do lucro tributável que exceda (euro) 1 500 000:

a) Quando superior a (euro) 7 500 000 e até (euro) 35 000 000, é dividido em duas partes:
uma, igual a (euro) 6 000 000, à qual se aplica a taxa de 3 %; outra, igual ao lucro tributável
que exceda (euro) 7 500 000, à qual se aplica a taxa de 5%;

b) Quando superior a € 35 000 000, é dividido em três partes: uma, igual a € 6 000 000, à qual
se aplica a taxa de 3 %; outra, igual a € 27 500 000, à qual se aplica a taxa de 5 %, e outra
igual ao lucro tributável que exceda € 35 000 000, à qual se aplica a taxa de 9 %.

Taxas de tributação autónoma

1 — As despesas não documentadas são tributadas autonomamente, à taxa de 50 %, sem


prejuízo da sua não consideração como gastos.

2 — A taxa referida no número anterior é elevada para 70 % nos casos em que tais despesas
sejam efetuadas por sujeitos passivos total ou parcialmente isentos, ou que não exerçam, a
título principal, atividades de natureza comercial, industrial ou agrícola.

3 — São tributados autonomamente os encargos efetuados ou suportados por sujeitos


passivos que não beneficiem de isenções subjetivas e que exerçam, a título principal,
atividade de natureza comercial, industrial ou agrícola, relacionados com viaturas ligeiras de
passageiros, viaturas ligeiras de mercadorias referidas na alínea b) do n.º 1 do artigo 7.º do
Código do Imposto sobre Veículos, motos ou motociclos, excluindo os veículos movidos
exclusivamente a energia elétrica, às seguintes taxas:

a) 10 % no caso de viaturas com um custo de aquisição inferior a 27 500 €;

b) 27,5 % no caso de viaturas com um custo de aquisição igual ou superior a 27 500 € e


inferior a 35 000 €;
c) 35 % no caso de viaturas com um custo de aquisição igual ou superior a (euro) 35 000.

5 — Consideram-se encargos relacionados com viaturas ligeiras de passageiros, motos e


motociclos, nomeadamente, depreciações, rendas ou alugueres, seguros, manutenção e
conservação, combustíveis e impostos incidentes sobre a sua posse ou utilização.

6 — Excluem-se do disposto no n.º 3 os encargos relacionados com:

a) Viaturas ligeiras de passageiros, motos e motociclos, afetos à exploração de serviço público


de transportes, destinados a serem alugados no exercício da atividade normal do sujeito
passivo; e

b) Viaturas automóveis relativamente às quais tenha sido celebrado o acordo previsto no n.º
9) da alínea b) do n.º 3 do artigo 2.º do Código do IRS.

7 - São tributados autonomamente à taxa de 10 % os encargos efetuados ou suportados


relativos a despesas de representação, considerando-se como tal, nomeadamente, as despesas
suportadas com receções, refeições, viagens, passeios e espetáculos oferecidos no País ou no
estrangeiro a clientes ou fornecedores ou ainda a quaisquer outras pessoas ou entidades.

8 — São sujeitas ao regime dos n.os 1 ou 2, sendo as taxas aplicáveis, respetivamente, 35 %


ou 55 %, as despesas correspondentes a importâncias pagas a pessoas singulares ou coletivas
residentes fora do território português e aí submetidas a um regime fiscal claramente mais
favorável, ou cujo pagamento seja efetuado em contas abertas em instituições financeiras aí
residentes ou domiciliadas, salvo se o sujeito passivo puder provar que correspondem a
operações efetivamente realizadas e não têm um caráter anormal ou um montante exagerado.

9 — São ainda tributados autonomamente, à taxa de 5 %, os encargos efetuados ou


suportados relativos a ajudas de custo e à compensação pela deslocação em viatura própria do
trabalhador, ao serviço da entidade patronal, não faturados a clientes, escriturados a qualquer
título, exceto na parte em que haja lugar a tributação em sede de IRS na esfera do respetivo
beneficiário.

11 — São tributados autonomamente, à taxa de 23 %, os lucros distribuídos por entidades


sujeitas a IRC a sujeitos passivos que beneficiam de isenção total ou parcial, abrangendo,
neste caso, os rendimentos de capitais, quando as partes sociais a que respeitam os lucros não
tenham permanecido na titularidade do mesmo sujeito passivo, de modo ininterrupto, durante
o ano anterior à data da sua colocação à disposição e não venham a ser mantidas durante o
tempo necessário para completar esse período.

13 — São tributados autonomamente, à taxa de 35 %:

a) Os gastos ou encargos relativos a indemnizações ou quaisquer compensações devidas não


relacionadas com a concretização de objectivos de produtividade previamente definidos na
relação contratual, quando se verifique a cessação de funções de gestor, administrador ou
gerente, bem como os gastos relativos à parte que exceda o valor das remunerações que
seriam auferidas pelo exercício daqueles cargos até ao final do contrato, quando se trate de
rescisão de um contrato antes do termo, qualquer que seja a modalidade de pagamento, quer
este seja efectuado directamente pelo sujeito passivo quer haja transferência das
responsabilidades inerentes para uma outra entidade;

b) Os gastos ou encargos relativos a bónus e outras remunerações variáveis pagas a gestores,


administradores ou gerentes quando estas representem uma parcela superior a 25 % da
remuneração anual e possuam valor superior a (euro) 27 500, salvo se o seu pagamento
estiver subordinado ao diferimento de uma parte não inferior a 50 % por um período mínimo
de três anos e condicionado ao desempenho positivo da sociedade ao longo desse período.

14 — As taxas de tributação autónoma previstas no presente artigo são elevadas em 10 pontos


percentuais quanto aos sujeitos passivos que apresentem prejuízo fiscal no período a que
respeitem quaisquer dos factos tributários referidos nos números anteriores relacionados com
o exercício de uma atividade de natureza comercial, industrial ou agrícola não isenta de IRC.

15 — O disposto no número anterior não é aplicável no período de tributação de início de


atividade e no seguinte.

18 - No caso de viaturas ligeiras de passageiros híbridas plug-in, cuja bateria possa ser
carregada através de ligação à rede elétrica e que tenham uma autonomia mínima, no modo
elétrico, de 50 km e emissões oficiais inferiores a 50 gCO2/km, as taxas referidas nas alíneas
a), b) e c) do n.º 3 são, respetivamente, de 5 %, 10 % e 17,5 %.

Dupla tributação internacional

 Na verificação de diferentes elementos de conexão relativamente ao mesmo imposto,


podemos estar perante situações de dupla tributação, ao passo que caso um mesmo
rendimento não seja tributado em nenhuma jurisdição, se verifica um conflito negativo
de tributação ou tributação zero. Esta última situação é indissociável da questão da
fraude e da evasão fiscal, com riscos de erosão da base tributária dos Estados.

Crédito de imposto por dupla tributação jurídica internacional

1 — A dedução é apenas aplicável quando na matéria colectável tenham sido incluídos


rendimentos obtidos no estrangeiro e corresponde à menor das seguintes importâncias:

a) Imposto sobre o rendimento pago no estrangeiro;

b) Fração do IRC, calculado antes da dedução, correspondente aos rendimentos que no país
em causa possam ser tributados, acrescidos da correção prevista no n.º 1 do artigo 68.º,
líquidos dos gastos direta ou indiretamente suportados para a sua obtenção.

2 — Quando existir convenção para eliminar a dupla tributação celebrada por Portugal, a
dedução a efetuar nos termos do número anterior não pode ultrapassar o imposto pago no
estrangeiro nos termos previstos pela convenção.

3— A dedução prevista no n.º 1 determina-se por país considerando a totalidade dos


rendimentos provenientes de cada país, com exceção dos rendimentos imputáveis a
estabelecimento estável de entidades residentes situados fora do território português cuja
dedução é calculada isoladamente.

Regras de pagamento
 Em três pagamentos por conta, com vencimento em Julho, Setembro e 15 de Dezembro.

Há lugar a reembolso ao sujeito passivo quando:

O valor apurado na declaração for negativo, pela importância resultante da soma dos
pagamentos por conta;

3 - O reembolso é efetuado, quando a declaração periódica de rendimentos for enviada no


prazo legal e desde que não contenha erros de preenchimento, até ao fim do 3.º mês seguinte
ao do seu envio.

4— Os sujeitos passivos são dispensados de efetuar pagamentos por conta quando o imposto
do período de tributação de referência para o respetivo cálculo for inferior a € 200.

Cálculo dos pagamentos por conta

1 — Os pagamentos por conta são calculados com base no imposto liquidado nos termos do
n.º 1 do artigo 90.º relativamente ao período de tributação imediatamente anterior àquele em
que se devam efetuar esses pagamentos, líquidos da dedução a que se refere a alínea e) do n.º
2 desse artigo.

2 - Os pagamentos por conta dos sujeitos passivos cujo volume de negócios do período de
tributação imediatamente anterior àquele em que se devam efetuar esses pagamentos seja
igual ou inferior a (euro) 500 000 correspondem a 80 % do montante do imposto referido no
número anterior, repartido por três montantes iguais, arredondados, por excesso, para euros.

3 - Os pagamentos por conta dos sujeitos passivos cujo volume de negócios do período de
tributação imediatamente anterior àquele em que se devam efetuar esses pagamentos seja
superior a (euro) 500 000 correspondem a 95 % do montante do imposto referido no n.º 1,
repartido por três montantes iguais, arredondados, por excesso, para euros.
Cálculo dos pagamento adicional por conta

1 — As entidades obrigadas a efetuar pagamentos por conta e pagamentos especiais por conta
devem efetuar o pagamento adicional por conta nos casos em que no período de tributação
anterior fosse devida derrama estadual nos termos referidos no artigo 87.º-A.

2 — O valor dos pagamentos adicionais por conta devidos nos termos da alínea a) do n.º 1 do
artigo 104.º-A é igual ao montante resultante da aplicação das taxas previstas na tabela
seguinte sobre a parte do lucro tributável superior a (euro) 1 500 000 relativo ao período de
tributação anterior:

Lucro Tributável (euros) Taxa (%)

De mais de 1 500 000 até 7 500 000 2,5

De mais de 7 500 000 até 35 000 000 4,5

Superior a 35 000 000 8,5

Pagamento especial por conta

1 — Sem prejuízo do disposto na alínea a) do n.º 1 do artigo 104.º, os sujeitos passivos aí


mencionados ficam sujeitos a um pagamento especial por conta, a efetuar durante o mês de
Março ou em duas prestações, durante os meses de Março e Outubro do ano a que respeita ou,
no caso de adotarem um período de tributação não coincidente com o ano civil, nos 3.º e 10.º
meses do período de tributação respetivo.

2 — O montante do pagamento especial por conta é igual a 1 % do volume de negócios


relativo ao período de tributação anterior, com o limite mínimo de € 850, e, quando superior,
é igual a este limite acrescido de 20 % da parte excedente, com o limite máximo de € 70 000.

3 - Ao montante apurado nos termos do número anterior deduzem-se os pagamentos por conta
calculados nos termos do artigo 105.º, efetuados no período de tributação anterior.
Limite mínimo

 Não há lugar a cobrança quando, em virtude de liquidação efetuada, a importância


liquidada for inferior a (euro) 25.

Privilégios creditórios

 Para pagamento do IRC relativo aos três últimos anos, a Fazenda Pública goza de
privilégio mobiliário geral e privilégio imobiliário sobre os bens existentes no património
do sujeito passivo à data da penhora ou outro acto equivalente.

Declaração periódica de rendimentos

1 - A declaração periódica de rendimentos deve ser enviada, anualmente, por transmissão


eletrónica de dados, até ao último dia do mês de Maio, independentemente de esse dia ser útil
ou não útil.

Declaração anual de informação contabilística e fiscal (IES)

 A declaração deve ser enviada, por transmissão eletrónica de dados, até ao dia 15 de
Julho, independentemente de esse dia ser útil ou não útil.

Declaração financeira e fiscal por país

 A entidade-mãe final, ou a entidade-mãe de substituição, de um grupo de empresas


multinacionais cujo total de rendimentos consolidados, tal como refletido nas suas
demonstrações financeiras consolidadas, seja, no período imediatamente anterior, igual
ou superior a (euro) 750 000 000 deve apresentar uma declaração de informação
financeira e fiscal por país ou jurisdição fiscal relativa às entidades constituintes desse
grupo.

Processo de documentação fiscal


Os sujeitos passivos de IRC são obrigados a manter em boa ordem, durante o prazo de 10
anos, um processo de documentação fiscal relativo a cada período de tributação.

4.3. IVA - Imposto sobre o Valor Acrescentado

1 - Estão sujeitas a imposto sobre o valor acrescentado:

a) As transmissões de bens e as prestações de serviços efetuadas no território nacional, a título


oneroso, por um sujeito passivo agindo como tal;

b) As importações de bens;

c) As operações intra comunitárias efetuadas no território nacional, tal como são definidas e
reguladas no Regime do IVA nas Transações Intra comunitárias.

São sujeitos passivos do imposto:

a) As pessoas singulares ou coletivas que, de um modo independente e com carácter de


habitualidade, exerçam atividades de produção, comércio ou prestação de serviços, incluindo
as atividades extrativas, agrícolas e as das profissões livres, e, bem assim, as que, do mesmo
modo independente, pratiquem uma só operação tributável, desde que essa operação seja
conexa com o exercício das referidas atividades, onde quer que este ocorra, ou quando,
independentemente dessa conexão, tal operação preencha os pressupostos de incidência real
do imposto sobre o rendimento das pessoas singulares (IRS) ou do imposto sobre o
rendimento das pessoas coletivas (IRC);

b) As pessoas singulares ou coletivas que realizem importações de bens;

c) As pessoas singulares ou coletivas que mencionem indevidamente IVA em fatura;


d) As pessoas singulares ou coletivas que efetuem operações intra comunitárias, nos termos
do Regime do IVA nas Transações Intra comunitárias;

g) As pessoas singulares ou coletivas referidas na alínea a), que sejam adquirentes em


transmissões de bens ou prestações de serviços efetuadas no território nacional por sujeitos
passivos que aqui não tenham sede,

Isenções

1) As prestações de serviços de médico, odontologista, psicólogo, parteiro, enfermeiro e


outras profissões paramédicas;

2) As prestações de serviços médicos de estabelecimentos hospitalares, clínicas e similares;

3) As prestações de serviços por protésicos dentários bem como as transmissões de próteses


dentárias;

4) As transmissões de órgãos, sangue e leite humanos;

5) O transporte de doentes ou feridos em ambulâncias;

6) As transmissões de bens e as prestações de serviços ligadas à segurança e assistência


sociais, efetuadas pelo sistema de segurança social, incluindo as instituições particulares de
solidariedade social.

7) As prestações de serviços de creches, jardins-de-infância, centros de tempos livres, lares


residenciais, estabelecimentos para crianças e jovens deficientes, centros de reabilitação de
inválidos, lares de idosos, centros de dia e centros de convívio para idosos, colónias de férias,
albergues de juventude de pessoas coletivas de direito público ou instituições particulares de
solidariedade social.

10) As prestações de serviços que tenham por objeto a formação profissional, bem como as
transmissões de bens e prestações de serviços conexas, como sejam o fornecimento de
alojamento, alimentação e material didático, efetuadas por organismos de direito público ou
por entidades reconhecidas como tendo competência nos domínios da formação e reabilitação
profissionais pelos ministérios competentes;

11) As prestações de serviços que consistam em lições ministradas a título pessoal sobre
matérias do ensino escolar ou superior;

12) As locações de livros e outras publicações, partituras musicais, discos, bandas magnéticas
e outros suportes de cultura e, em geral, as prestações de serviços e transmissões de bens com
aquelas estreitamente conexas, desde que efectuadas por organismos sem finalidade lucrativa;

13) As prestações de serviços que consistam em proporcionar a visita, guiada ou não, a


bibliotecas, arquivos, museus, galerias de arte, castelos, palácios, monumentos, parques,
perímetros florestais, jardins botânicos, zoológicos e semelhantes, pertencentes ao Estado,
outras pessoas coletivas de direito público ou organismos sem finalidade lucrativa, desde que
efetuadas única e exclusivamente por intermédio dos seus próprios agentes.

15) As prestações de serviços efetuadas aos respetivos promotores:

a) Por atores, chefes de orquestra, músicos e outros artistas, atuando quer individualmente
quer integrados em conjuntos, para a execução de espetáculos teatrais, cinematográficos,
coreográficos, musicais, de music-hall, de circo e outros, para a realização de filmes, e para a
edição de discos e de outros suportes de som ou imagem;

b) Por desportistas e artistas tauromáquicos, atuando quer individualmente quer integrados em


grupos, em competições desportivas e espetáculos tauromáquicos;

16) A transmissão do direito de autor ou de direitos conexos e a autorização para a utilização


da obra intelectual ou prestação, definidas no Código dos Direitos de Autor e dos Direitos
Conexos, quando efetuadas pelos próprios titulares, seus herdeiros ou legatários.
17) A transmissão de exemplares de qualquer obra literária, científica, técnica ou artística
editada sob forma bibliográfica pelo autor, quando efetuada por este, seus herdeiros ou
legatários,

23) As prestações de serviços pelos serviços públicos postais, com exceção das
telecomunicações;

24) As transmissões de selos do correio;

25) O serviço público de remoção de lixos;

26) As prestações de serviços efetuadas por empresas funerárias e de cremação;

36) Os serviços de alimentação e bebidas fornecidos pelas entidades patronais aos seus
empregados;

37) As atividades das empresas públicas de rádio e televisão que não tenham carácter
comercial.

38) As prestações de serviços efetuadas por intérprete de língua gestual portuguesa.

Isenções na importação

1 - Estão isentas do imposto:

a) As importações definitivas de bens cuja transmissão no território nacional seja isenta do


imposto;

b) As importações das embarcações referidas na alínea f) do n.º 1 do artigo 14.º e dos objetos,
incluindo o equipamento de pesca, nelas incorporados ou que sejam utilizados para a sua
exploração;

c) As importações definitivas das aeronaves referidas na alínea g) do n.º 1 do artigo 14.º e dos
objetos nelas incorporados ou que sejam utilizados para a sua exploração;

d) As importações de bens de abastecimento que, desde a entrada em território nacional até à


chegada ao porto ou aeroporto nacionais de destino e durante a permanência nos mesmos pelo
período normal necessário ao cumprimento das suas tarefas, sejam consumidos ou se
encontrem a bordo das embarcações que efetuem navegação marítima internacional ou de
aviões que efetuem navegação aérea internacional;

e) As importações efetuadas por armadores de navios, do produto da pesca resultante das


capturas por eles efetuadas que não tenha sido objeto de operações de transformação, não
sendo consideradas como tais as destinadas a conservar os produtos para comercialização, se
efetuadas antes da primeira transmissão dos mesmos;

h) As importações de ouro efetuadas pelo Banco de Portugal;

i) As importações de gás, através de uma rede de gás natural;

j) As importações de triciclos, cadeiras de rodas, automóveis ligeiros de passageiros ou mistos


para uso próprio das pessoas com deficiência;

l) As importações de bens, quando o IVA for declarado ao abrigo do regime especial


aplicável às vendas à distância de bens importados.

Isenções na exportação

Estão isentas do imposto:


a) As transmissões de bens expedidos para fora da Comunidade;

b) As transmissões de bens expedidos para fora da Comunidade por um adquirente sem


residência em território nacional;

c) As prestações de serviços que consistam em trabalhos realizados sobre bens móveis,


adquiridos ou importados para serem objeto de tais trabalhos em território nacional e em
seguida expedidos para fora da Comunidade por quem os prestou;

d) As transmissões de bens de abastecimento postos a bordo das embarcações afetas à


navegação marítima em alto mar e que assegurem o transporte remunerado de passageiros ou
o exercício de uma atividade comercial, industrial ou de pesca;

e) As transmissões de bens de abastecimento postos a bordo das embarcações de salvamento,


assistência marítima e pesca costeira, com exceção, em relação a estas últimas, das provisões
de bordo;

g) As transmissões, transformações, reparações e operações de manutenção, frete e aluguer de


aeronaves utilizadas pelas companhias de navegação aérea que se dediquem principalmente
ao tráfego internacional, assim como as transmissões, reparações, operações de manutenção e
aluguer dos objetos incorporados nas mesmas aeronaves ou que sejam utilizados para a sua
exploração;

h) As transmissões de bens de abastecimento postos a bordo das aeronaves referidas na alínea


anterior;

Isenções nas operações relacionadas com regimes suspensivos

1 - Estão isentas do imposto as operações em que os bens a que se referem não se destinem a
utilização definitiva ou consumo final:
a) As importações de bens que se destinem a ser colocados em regime de entreposto não
aduaneiro;

b) Apresentados na alfândega e colocados eventualmente em depósito provisório;

Taxas do imposto

a) Para as importações, transmissões de bens e prestações de serviços constantes da lista I


anexa ao diploma, a taxa de 6%;

b) Para as importações, transmissões de bens e prestações de serviços constantes da lista II


anexa ao diploma, a taxa de 13%;

c) Para as restantes importações, transmissões de bens e prestações de serviços, a taxa de


23%.

Açores e Madeira

a) 4 %, 9 % e 18 %: Região Autónoma dos Açores;

b) 5%, 12% e 22%: Região Autónoma da Madeira.

Direito à dedução

a) O imposto pago pela aquisição de bens e serviços a outros sujeitos passivos;

c) O imposto devido pela importação de bens;

d) O imposto pago como destinatário de operações tributáveis de sujeitos passivos


estabelecidos no estrangeiro e não tenham faturado o imposto;

e) O imposto pago pelo sujeito passivo à saída dos bens de um regime de entreposto não
aduaneiro.

Pagamento do imposto apurado pelo sujeito passivo

a) Até ao dia 15 do 2.º mês seguinte àquele a que respeitam as operações, no caso de sujeitos
passivos abrangidos pela alínea a) do n.º 1 do artigo 41.º;

b) Até ao dia 20 do 2.º mês seguinte ao trimestre do ano civil a que respeitam as operações,
no caso de sujeitos passivos abrangidos pela alínea b) do n.º 1 do artigo 41.º

Prazo de entrega das declarações periódicas

a) Até ao dia 10 do 2.º mês seguinte àquele a que respeitam as operações, no caso de sujeitos
passivos com um volume de negócios igual ou superior a (euro) 650 000 no ano civil anterior;

b) Até ao dia 15 do 2.º mês seguinte ao trimestre do ano civil a que respeitam as operações,
no caso de sujeitos passivos com um volume de negócios inferior a (euro) 650 000 no ano
civil anterior.

Regime de isenção

1 - Beneficiam da isenção do imposto os sujeitos passivos que, não possuindo contabilidade


organizada, nem praticando operações de importação e exportação, não tenham atingido, no
ano civil anterior, um volume de negócios superior a 12 500 (euro).

a) Com um volume de negócios superior a 10 000 €, mas inferior a 12.500€ (regime dos
pequenos retalhistas);
b) Que, não tendo atingido um volume de negócios superior a 12 500 € no ano civil anterior e
nos três anos civis precedentes, tenham cumprido as condições previstas no n.º 1.

Regime forfetário dos produtores agrícolas

a) 'Produtos agrícolas', os bens provenientes diretamente da exploração do produtor agrícola,


resultantes do exercício das atividades enumeradas no anexo F;

b) 'Serviços agrícolas', as prestações de serviços definidas no anexo G, quando efetuadas com


caráter acessório pelo produtor agrícola que utiliza os seus próprios recursos de mão-de-obra
e equipamento normal da respetiva exploração;

 6%

Regime dos pequenos retalhistas

- Os retalhistas que sejam pessoas singulares, não possuam nem sejam obrigados a possuir
contabilidade organizada para efeitos do IRS e não tenham tido no ano civil anterior um
volume de compras superior a (euro) 50 000, para apurar o imposto devido ao Estado,
aplicam um coeficiente de 25 % ao valor do imposto suportado nas aquisições de bens
destinados a vendas sem transformação.

Regime de tributação dos combustíveis líquidos aplicável aos revendedores

O imposto devido pelas transmissões de gasolina, gasóleo e petróleo carburante efetuadas por
revendedores é liquidado por estes com base na margem efectiva de vendas.

O valor tributável das transmissões abrangidas pelo presente regime corresponde à diferença,
verificada em cada período de tributação, entre o valor das transmissões de combustíveis
realizadas, IVA excluído, e o valor de aquisição dos mesmos combustíveis, IVA excluído.

Créditos de cobrança duvidosa ou incobráveis


1 - Os sujeitos passivos podem deduzir o imposto respeitante a créditos de cobrança duvidosa
e de créditos considerados incobráveis.

a) O crédito esteja em mora há mais de 12 meses e existam provas objetivas de imparidade e


de terem sido efetuadas diligências para o seu recebimento;

b) O crédito esteja em mora há mais de seis meses, o valor do mesmo não seja superior a
(euro) 750, IVA incluído, e o devedor seja particular ou sujeito passivo que realize
exclusivamente operações isentas que não confiram direito à dedução.

Responsabilidade solidária do adquirente

1 - O adquirente dos bens ou serviços tributáveis não isento é solidariamente responsável com
o fornecedor pelo pagamento do imposto quando a fatura obrigatória não tenha sido passada,
contenha uma indicação inexata quanto ao nome ou endereço das partes intervenientes, à
natureza ou à quantidade dos bens transmitidos ou serviços fornecidos, ao preço ou ao
montante de imposto devido.

2 - O adquirente ou destinatário que prove ter pago ao seu fornecedor, devidamente


identificado, todo ou parte do imposto devido é liberto da responsabilidade solidária prevista
no número anterior.

Responsabilidade solidária das interfaces eletrónicas

1 - O sujeito passivo, qualquer que seja o seu local de estabelecimento, que disponibilize uma
interface eletrónica, para permitir a terceiros colocarem bens à venda ou disponibilizarem
serviços, e não esteja abrangido pelo disposto nos n.os 9 e 10 do artigo 3.º ou pelo n.º 4 do
artigo 4.º, é solidariamente responsável pelo pagamento do imposto com o transmitente dos
bens ou o prestador dos serviços relativamente às operações efetuadas através da interface,
quando tenha ou deva ter conhecimento de que o transmitente dos bens ou o prestador dos
serviços não entrega o imposto correspondente nos cofres do Estado.
Garantias dos sujeitos passivos

 Recurso hierárquico, reclamação e impugnação

1 - Os sujeitos passivos e as pessoas solidária ou subsidiariamente responsáveis pelo


pagamento do imposto podem recorrer hierarquicamente, reclamar contra a respetiva
liquidação ou impugná-la.

4.4. Imposto de Selo

1 - O imposto do selo incide sobre todos os atos, contratos, documentos, títulos, papéis e
outros factos ou situações jurídicas previstos na Tabela Geral, incluindo as transmissões
gratuitas de bens.

2 - Não são sujeitas a imposto as operações sujeitas a imposto sobre o valor acrescentado e
dele não isentas.

5 - Não são sujeitas a imposto do selo as seguintes transmissões gratuitas:

a) O abono de família em dívida à morte do titular, os créditos provenientes de seguros de


vida e as pensões e subsídios atribuídos, ainda que a título de subsídio por morte, por sistemas
de segurança social;

b) De valores aplicados em fundos de poupança-reforma, fundos de poupança-educação,


fundos de poupança-reforma-educação, fundos de poupança-ações, fundos de pensões, fundos
de investimento mobiliário e imobiliário ou sociedades de investimento mobiliário e
imobiliário;

c) Donativos efetuados nos termos da Lei do Mecenato;


d) Donativos conforme os usos sociais, de bens ou valores não incluídos nas alíneas
anteriores, até ao montante de (euro) 500;

e) Transmissões a favor de sujeitos passivos de imposto sobre o rendimento das pessoas


coletivas, ainda que dele isentas;

f) Bens de uso pessoal ou doméstico.

1 - São sujeitos passivos do imposto:

a) Notários, conservadores dos registos civil, comercial, predial e de outros bens sujeitos a
registo, outras entidades públicas, bem como todas as entidades ou profissionais que
autentiquem documentos particulares, com exceção dos celebrados perante notários relativos
a crédito e garantias concedidos por instituições de crédito;

b) Entidades concedentes do crédito e da garantia ou credoras de juros, prémios, comissões e


outras contra prestações;

c) Instituições de crédito, sociedades financeiras ou outras entidades a elas legalmente


equiparadas residentes em território nacional, que tenham intermediado operações de crédito,
de prestação de garantias ou juros, comissões e outras contra prestações devidos por
residentes no mesmo território a instituições de crédito ou sociedades financeiras não
residentes;

d) Entidades mutuárias, beneficiárias de garantia ou devedoras dos juros, comissões e outras


contra prestações no caso das operações referidas na alínea anterior que não tenham sido
intermediadas por instituições de crédito, sociedades financeiras ou outras entidades a elas
legalmente equiparadas, e cujo credor não exerça a atividade, em regime de livre prestação de
serviços, no território português;

e) Empresas seguradoras relativamente ao prémio do seguro, custo da apólice, bem como às


comissões pagas a mediadores;
f) Entidades emitentes de letras e outros títulos de crédito, entidades editantes de cheques e
livranças;

o) A Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, relativamente aos contratos de jogos sociais do


Estado, bem como relativamente aos prémios provenientes dos jogos sociais do Estado;

p) As entidades que concedem os prémios do bingo, das rifas e do jogo do loto, bem como
quaisquer prémios de sorteios ou de concursos.

q) O trespassante, nos trespasses de estabelecimento comercial, industrial ou agrícola;

r) O subconcedente e o trespassante, respetivamente, nas subconcessões e trespasses de


concessões feitos pelo Estado, pelas regiões autónomas ou pelas autarquias locais.

2 - Nas transmissões gratuitas, são sujeitos passivos do imposto as pessoas singulares para
quem se transmitam os bens, sem prejuízo de:

a) Nas sucessões por morte, o imposto é devido pela herança, representada pelo cabeça-de-
casal, e pelos legatários;

b) Nas demais transmissões gratuitas, incluindo usucapião, o imposto é devido pelos


respetivos beneficiários.

3 - Não obstante o disposto no n.º 1, são sujeitos passivos do imposto os adquirentes dos bens
imóveis.

São isentos de imposto do selo:

a) O Estado, as Regiões Autónomas e as autarquias locais;


b) As instituições de segurança social;

c) As pessoas coletivas com estatuto de utilidade pública;

d) As instituições particulares de solidariedade social;

e) O cônjuge ou unido de facto, descendentes e ascendentes, nas transmissões gratuitas de que


são beneficiários.

Outras isenções

a) Os prémios recebidos por resseguros tomados a empresas operando legalmente em


Portugal;

b) Os prémios e comissões relativos a seguros do ramo «Vida»;

d) As garantias de operações realizadas através de entidade gestora de mercados


regulamentados, contratos de futuros, taxas de juro, divisas ou índices sobre valores
mobiliários, taxas de juro ou divisas;

e) Os juros e comissões cobrados, as garantias prestadas e, bem assim, a utilização de crédito


concedido por instituições de crédito;

l) Os juros cobrados por empréstimos para aquisição, construção, reconstrução ou


melhoramento de habitação própria;

p) O jogo do bingo e os jogos organizados por instituições de solidariedade social;


1 - O imposto liquidado nas transmissões gratuitas é pago pela totalidade até ao fim do
segundo mês seguinte ao da notificação ou durante o mês em que se vence cada uma das
prestações.

2 - Se o imposto for pago pela totalidade até ao fim do segundo mês seguinte ao da
notificação, haverá lugar a um desconto de 0,5% ao mês calculado sobre a importância de
cada uma das prestações em que o imposto tivesse de ser dividido, nos termos do número
seguinte, com exclusão da primeira.

3 - O imposto, quando superior a (euro) 1000, é dividido em prestações iguais, no máximo de


10 e com o mínimo de (euro) 200 por prestação, acrescendo à primeira as frações resultantes
do arredondamento de todas elas, assim como os juros compensatórios e o IMT que for de
liquidar no processo, vencendo-se a primeira no segundo mês seguinte ao da notificação e
cada uma das restantes seis meses após o vencimento da anterior.

4 - Não sendo paga qualquer das prestações, ou a totalidade do imposto, no prazo do


vencimento, começam a correr imediatamente juros de mora.

Declaração mensal de imposto do selo

1 - Os sujeitos passivos são obrigados a apresentar declaração discriminativa, por verba


aplicável da Tabela Geral, com:

a) O valor tributável das operações e factos sujeitos a imposto do selo;

b) O valor do imposto liquidado, identificando os titulares do encargo;

c) As normas legais ao abrigo das quais foram reconhecidas isenções, identificando os


respetivos beneficiários;
Contratos de arrendamento

1 - Os locadores comunicam à Autoridade Tributária e Aduaneira os contratos de


arrendamento, bem como as suas alterações e cessação.

2 - A comunicação referida no número anterior é efetuada até ao fim do mês seguinte ao do


início do arrendamento, em declaração de modelo oficial.

TABELA GERAL DO IMPOSTO DO SELO:

Código do Imposto de Selo:

https://info.portaldasfinancas.gov.pt/pt/informacao_fiscal/codigos_tributarios/selo/
Pages/ccod-selo-tabgiselo.aspx

IMI - IMPOSTO MUNICIPAL SOBRE IMÓVEIS

1 - O imposto municipal sobre imóveis (IMI) incide sobre o valor patrimonial tributário dos
prédios rústicos e urbanos situados no território português, constituindo receita dos
municípios onde os mesmos se localizam.

2 - O adicional ao imposto municipal sobre imóveis constitui receita do Fundo de


Estabilização Financeira da Segurança Social.

O imposto é devido pelo proprietário do prédio em 31 de Dezembro do ano a que o mesmo


respeitar.

Nos casos de herança indivisa, o imposto é devido pelo cabeça-de-casal.

Entidades públicas isentas


 Estão isentos de imposto municipal sobre imóveis o Estado, as Regiões Autónomas e os
institutos públicos.

Não estão isentos:

 Os serviços, estabelecimentos e organismos do Estado que tenham caráter empresarial,


exceto os hospitais e unidades de saúde constituídos em entidades públicas empresariais
em relação aos imóveis nos quais sejam prestados cuidados de saúde;

 O património imobiliário público sem utilização.

Prédios de reduzido valor patrimonial de sujeitos passivos de baixos rendimentos

Ficam isentos de imposto municipal sobre imóveis os prédios rústicos e o prédio urbano
destinado a habitação própria e permanente do sujeito passivo ou do seu agregado familiar,
desde que o rendimento bruto total do agregado familiar não seja superior a 2,3 vezes o valor
anual do IAS e o valor patrimonial tributário global da totalidade dos prédios rústicos e
urbanos pertencentes ao agregado familiar não exceda 10 vezes o valor anual do IAS.

O sujeito passivo que, a 31 de dezembro do ano a que respeita o imposto, se encontre a residir
em lar de terceira idade, em instituição de saúde ou no domicílio fiscal de parentes até ao 4.º
grau, pode beneficiar da isenção prevista, efetuando até àquela data prova, junto da
Autoridade Tributária e Aduaneira, de que o prédio em causa antes constituía a sua habitação
própria e permanente.

Taxas

a. Prédios rústicos: 0,8%;

b. Prédios urbanos - de 0,3 % a 0,45 %.

3 - As taxas são elevadas, anualmente, ao triplo nos casos:

a) De prédios urbanos que se encontrem devolutos há mais de um ano, ou prédios em ruínas,

b) Prédios urbanos parcialmente devolutos, incidindo o agravamento da taxa, no caso dos


prédios não constituídos em propriedade horizontal, apenas sobre a parte do valor
patrimonial tributário correspondente às partes devolutas.

4 - A taxa do imposto é de 7,5 % para os prédios de sujeitos passivos que:

 Tenham domicílio fiscal em país sujeito a um regime fiscal mais favorável;

5 - Os municípios fixam a taxa a aplicar em cada ano, dentro dos intervalos previstos,
podendo esta ser fixada por freguesia.

6 - Os municípios podem definir áreas territoriais que sejam objeto de operações de


reabilitação urbana ou combate à desertificação, e majorar ou minorar até 30% a taxa.

9 - Os municípios podem majorar até ao dobro a taxa aplicável aos prédios rústicos com áreas
florestais que se encontrem em situação de abandono, não podendo resultar uma coleta de
imposto inferior a (euro) 20 por cada prédio abrangido.

Prédios de sujeitos passivos com dependentes a cargo

1 - Os municípios podem fixar uma redução da taxa do imposto municipal sobre imóveis, a
aplicar ao prédio destinado a habitação própria e permanente do sujeito passivo ou do seu
agregado familiar, atendendo ao número de dependentes, de acordo com a seguinte tabela:

Número de dependentes a cargo Dedução fixa (em €)

1 20

2 40

3 ou mais 70

Prazo de pagamento

a) Em uma prestação, no mês de maio, quando o seu montante seja igual ou inferior a (euro)
100;

b) Em duas prestações, nos meses de maio e novembro, quando o seu montante seja superior
a (euro) 100 e igual ou inferior a (euro) 500;

c) Em três prestações, nos meses de maio, agosto e novembro, quando o seu montante seja
superior a (euro) 500.

Bibliografia

 “Fiscal - Códigos Tributários e legislação conexa”, Edição Académica, Porto Editora

 “Fiscalidade”, de José Alberto Pinheiro Pinto, Areal Editores

 “Lições de Fiscalidade”, de João Ricardo Catarino, Editora Almedina

Sites consultados

 Ordem dos Advogados

 Ordem dos Contabilistas Certificados

 Ministério das Finanças

 CIRS, CIRC, CIVA, CIMI, CIMT e Código do Imposto de Selo

 Doutor Finanças

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