Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
O Estado
É uma super estrutura económico – social com diversas funções ao serviço
do cidadão:
– Soberania, Defesa e Segurança
– Educação
– Saúde
– Organização social
Atividade financeira do Estado
As exigências de satisfação das necessidades económicas de carácter público.
-> Despesas Públicas
A obtenção de meios indispensáveis à respetiva cobertura impõem ao Estado.
-> Receitas Públicas
Necessidade de regras de organização e administração.
-> Organização Administrativa
Necessidades sociais
Evoluem com os tempos e interagem com as políticas do Estado. Por isso se
fala em:
Necessidades Passivas, aquelas que não dependem da procura e por isso não
pode ser exigido um preço explícito. São por inerência um custo social.
Ex: A Defesa Nacional
Necessidades Ativas, aquelas que são procuradas pelo cidadão, por exemplo
saúde e educação. Qual o preço a pagar?
Qual o papel do Estado Providência?
Receitas do Estado
São os recursos financeiros para fazer face ás despesas. Como tipos temos:
Receitas Patrimoniais – Venda de património (ações, edifícios, etc.)
Receitas Coativas – Impostos e taxas
Empréstimos
Evolução do estado
Estado Patrimonial – As receitas baseiam-se no seu património e muitas vezes
os próprios meios de produção.
Estado Fiscal – As receitas baseiam-se nos impostos cobrados ao cidadão.
Estado de Direito
Toda a atividade social e económica é regida por normas jurídicas (leis).
O DIREITO é um conjunto de normas assistidas de proteção coativa.
O Direito abrange assim todas as vertentes da sociedade, regras de
convivência social, como direito civil, de regras económicas como o direito
comercial, Direito administrativo na organização do Estado etc.
Conclusão, em cada área de intervenção do homem existem regras
especificas dessa vertente.
Direito Fiscal
Ramo do Direito que regula os impostos tendo por objeto as normas que
regulam o “Nascimento, o desenvolvimento e extinção das relações jurídicas
relacionadas com os impostos”.
Capítulo II – Teoria do Imposto
Tributo
Prestação patrimonial, definitiva, sem carácter de sanção, estabelecida por
Lei, a favor do Estado ou de outro ente público tendo em vista a realização
dos fins públicos (educação, saúde, obras públicas, …)
Imposto
Prestação coativa (imposta), pecuniária (em termos monetários), unilateral
(não recebemos nada em troca de forma imediata e direta), estabelecida
pela lei, a favor do Estado ou de outro ente público, sem carácter de sanção,
com vista à cobertura das despesas públicas e ainda tendo em atenção
objetivos de ordem económica e social.
Taxa
Prestação coativa (imposta), pecuniária (em dinheiro), bilateral (recebemos
algo em troca de forma imediata, Ex: propinas), estabelecida pela lei, a favor
do Estado ou de outro ente público, sem carácter de sanção, com vista à
realização dos fins públicos e como retribuição dos serviços prestados
individualmente aos particulares no exercício de uma atividade pública, ou
como contrapartida da utilização de bens de domínio público ou de remoção
de um limite jurídico à atividade dos particulares. (existem taxas que
pagamos para obter autorização para levar a cabo uma determinada taxa,
Ex: ser caçador, é necessária uma licença; para se ter uma esplanada, é
necessária uma licença).
A TAXA (preço fixado autoritariamente, pelo Estado) destina-se a cobrar uma
parte do custo dos respetivos serviços públicos sendo a parte restante
coberta pelo imposto. Ex: As propinas não pagam a totalidade, os impostos
compensam/completam o restante.
Contribuição Especial
Prestação patrimonial, definitiva, sem carácter de sanção, estabelecida por
Lei (coativa), a favor do Estado ou de outro ente público, em virtude de uma
vantagem particular e concreta que o contribuinte retira do funcionamento
de determinado serviço público ou da maior despesa que a sua atividade
provoca. Ex: Expo 98 (desenvolvimento da zona), o Estado lançou uma
contribuição às pessoas que tinham prédios naquela zona porque elas eram
beneficiadas com o desenvolvimento da zona.
Taxa nominal (taxa que está no código) e taxa efetiva (taxa real, com deduções,
isenções, etc…)
Fases do Imposto
Incidência
Real (material) – O que está sujeito a imposto (atos, ...).
Pessoal (subjetiva) – Quem está sujeito a imposto.
Lançamento
Conjunto das operações administrativas conducentes à identificação do
sujeito passivo de imposto e à determinação da matéria coletável.
Liquidação
Sentido Restrito – Aplicação da Taxa à Matéria Coletável, para determinação
da Coleta.
Sentido Lato – inclui operações administrativas de lançamento e liquidação
em sentido restrito.
Cobrança
Operação administrativa que visa a entrada do imposto nos cofres do
Estado. É efetuada pelos Serviços dependentes da Direção Geral do Tesouro.
Pagamento Voluntário – dentro dos prazos previstos;
Pagamento Coercivo – Após o terminus do prazo de pagamento, começam a
vencer-se Juros de Mora, e é extraída pelos serviços a Certidão de Dívida, que serve
de base à instauração do processo de execução fiscal a promover pelo chefe da
repartição de finanças.
Princípios de tributação
Equidade (exige que os impostos sejam estabelecidos de uma forma justa)
Eficiência económica (um imposto pode influenciar a eficiência económica,
nomeadamente quanto a oferta e a procura, o imposto é algo que pode
mudar o preço de bens, atividades, etc e resultar ineficiência económica,
assim deve-se assegurar que os impostos distorçam o menos possível)
Simplicidade (elemento fundamental para a relação entre o fisco e os
contribuintes
Subordinação a objetivos
Classificação dos sistemas fiscais:
Critérios sócio-politicos
Critérios socioeconómicos (nota-se entre países industrializados e países em
desenvolvimento)
o Nível de fiscalidade
o Estrutura fiscal
o Complexidade técnica do sistema
o Taxa de tributação Implícita
o Eficácia Fiscal
Taxonomia Fiscal
Classificação, segundo a OCDE
1000 Impostos sobre os rendimentos, os lucros e as mais valias
2000 Contribuições para a Segurança Social
3000 Impostos sobre salários e mão de obra
4000 Impostos sobre o património
5000 Impostos sobre bens e serviços
6000 Outros impostos
Incidência
Lei Taxa
Benefícios Fiscais
Garantias dos contribuintes
Regulamentos
Tratados Internacionais
Modalidades
Constituição da República
Direito comunitário (Diretivas Europeias)
Tratados internacionais (Convenções e Acordos)
Lei e Decreto-lei
Decreto Legislativo Regional
Regulamento (Portarias e Decretos Reg.)
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS
Princípio da Legalidade dos Impostos
-> Artigo 103º CRP- Sistema fiscal
“1. O sistema fiscal visa a satisfação das necessidades financeiras do Estado e outras
entidades públicas e uma repartição justa dos rendimentos e da riqueza. (...)
2. Os impostos são criados por lei, que determina a incidência, a taxa, os benefícios
fiscais e as garantias do contribuinte
3. Ninguém pode ser obrigado a pagar impostos que não hajam sido criados nos
termos da Constituição, que tenham natureza retroativa ou cuja liquidação e
cobrança se não façam nos termos da lei.”
-> Artigo 165º nº1 i) CRP
“1. É da exclusiva competência da Assembleia da República legislar sobre as
seguintes matérias, salvo autorização ao Governo:
(…)
i) Criação de impostos e sistema fiscal e regime geral das taxas e demais
contribuições financeiras a favor das entidades públicas;”
3 aspetos do princípio da legalidade:
Preeminência da lei – Fonte de legitimidade (só a lei é fundamento para
validar atos praticados pela administração fiscal) (103)
Princípio da Reserva da Lei – lei formal da AR (só a lei da Assembleia da
república é que pode criar impostos, determinar taxas, benefícios fiscais, etc)
(165)
Princípio da Tipicidade – (só se podem cobrar impostos que estejam
previstos na lei)
Direito comunitário
Diretivas sobre:
Fiscalidade Direta
Fiscalidade Indireta
o IVA
o IEC impostos especiais sobre o consumo
Legislação interna
Lei e Decreto-lei
Sentido formal e material
Decreto Legislativo Regional
Aplicável ás regiões autónomas
Regulamento
Visão regulamentar a aplicação das leis
Portarias e Decretos Regulamentares
Outro direito circulatório (despachos, ofícios etc.)
A Codificação Fiscal
Conceito – É UMA FORMA DE AGREGAR A LEGISLAÇÃO FISCAL
Os códigos fiscais são diversos
CIRC
CIRS
CIVA
CIMT
CIM
CIS
Órgão
Autêntica: Órgão Legislativo
Doutrinal: Tribunais ou Administração Pública
Elementos
Literal: Atenta no texto
Lógica: Espírito da lei
Extensão
Declarativa: Letra(elemento gramatical) = Mente(racional)
Restritiva: Letra > Mente
Extensiva: Letra < Mente
Posição adotada em Portugal na Lei Geral Tributária
A Lei Geral Tributária determina no seu art.11º nº1 o seguinte:
“Na determinação do sentido das normas fiscais e na qualificação dos factos
a que as mesmas se aplicam são observadas as regras e princípios gerais de
interpretação e aplicação das leis”.
E ainda o nº3:
“Persistindo a dúvida sobre o sentido das normas de incidência a aplicar,
deve atender-se à substância económica dos factos tributários”
Princípio da Territorialidade
A lei fiscal de um Estado apenas abrange os factos e situações que ocorram no
território desse Estado e os rendimentos que nele tenham sido obtidos.
CIRC – Art. 4º - Extensão da Obrigação do Imposto
1 -Relativamente às pessoas coletivas e outras entidades com sede ou
direção efetiva em território português, o IRC incide sobre a totalidade dos
seus rendimentos, incluindo os obtidos fora desse território.
2 -As pessoas coletivas e outras entidades que não tenham sede nem direção
efetiva em território português ficam sujeitas a IRC apenas quanto aos
rendimentos nele obtidos.
Implicações
Em sentido negativo
As leis fiscais estrangeiras não se aplicam
Em sentido positivo
As leis tributárias internas aplicam-se a todo o território nacional quer a
entidades nacionais quer estrangeiras.
Elementos de conexão
Carácter pessoal (nacionalidade ou residência) com grande relevância nos
impostos sobre o rendimento
Carácter real (origem ou fonte do rendimento) com grande relevância nos
impostos sobre a despesas e património
A dupla tributação internacional em consequência
Elementos objetivos:
Qualitativo ou material: Tem a ver com a qualidade do facto (ex: ordenado
auferido, imóvel alienado, mais valia realizada…).
Temporal: Tem a ver com o momento da realização do facto, com a
constituição da relação jurídica, sendo relevante para a caducidade e
prescrição e para a aplicação da lei no tempo
Espacial: Tem a ver com o local onde o facto foi praticado (princípio
territorial) – ex: Funchal.
Quantitativo: Ex: ordenados mensais de 1000 €.
Elementos subjetivos:
Pessoa singular ou pessoa coletiva.
Extinção da Obrigação Tributária
Pagamento e outras formas extinção da prestação tributária
As prestações tributárias são pagas:
moeda corrente
cheque
débito em conta
transferência conta a conta e vale postal
por outros meios utilizados pelos serviços dos correios ou pelas instituições
de crédito que a lei expressamente autorize.
Os contribuintes ou terceiros que efetuem o pagamento devem indicar os tributos
e períodos de tributação a que se referem. Se o montante a pagar ser inferior ao
devido, o pagamento é sucessivamente imputado pela seguinte ordem a:
a) Juros moratórios;
b) Outros encargos legais;
c) Dívida tributária, incluindo juros compensatórios;
d) Coimas.
Pagamento Voluntário – até 30 dias – obedece ás regras da proibição de moratória;
Pagamento voluntário fora do prazo (havendo lugar a juros de mora);
Pagamento Coercivo – incumprimento total ou parcial
Abertura do
Dação em Pagamento(Art.40º nº2 LGT) Processo de
Compensação de Dívidas Execução Fiscal
Caducidade (Art 45)(caso o sujeito passivo não declare o seu dever, só estará
obrigado a pagar se for notificado num período de 4 anos)
Prescrição (Art.48 nº 1 LGT)
Falta de pagamento da prestação tributária
São devidos juros de mora quando o sujeito passivo não pague o imposto devido
no prazo legal. O prazo máximo de contagem dos juros de mora é de três anos,
salvo nos casos em que a dívida tributária seja paga em prestações, caso em que
os juros de mora são contados até ao termo do prazo do respetivo pagamento, sem
exceder cinco anos.
Perguntas tipo…
7-A empresa Alfa foi objeto de uma inspeção tributária. O relatório final do
técnico concluía pela liquidação adicional de IVA a 20% sobre 10 000 € devido ao
facto de a empresa não ter feito tal liquidação porque se tratava de uma
exportação e que segundo a lei é isenta de IVA. No entanto o técnico entende que
a documentação não é suficiente a demonstrar a existência de tal exportação,
pelo que entende que deve ser liquidado imposto. A empresa não concorda e
está convicta de que tem razão.
Comente os mecanismos de defesa que a empresa tem ao seu dispor para fazer
valer a sua razão
Os mecanismos que a empresa tem ao seu dispor são as garantias adjetivo
processuais, que são garantias que oferecem aos contribuintes o direito de intervir
no procedimento e no processo tributário em defesa dos seus direitos. Tem, então,
ao seu dispor os meios graciosos e os meios contenciosos. Nos primeiros encaixam
a reclamação graciosa que vem prevista nos art. 68 e 70 do CPPT, que visa a
anulação total ou parcial do ato tributário; o recurso hierárquico que vem previsto
no art. 80 da LGT em que o ato é contestado perante outro órgão, colocando em
posição hierárquica superior á autoridade tributaria; o pedido de revisão sobre o
material coletável que vem previsto nos art. 90 e91 LGT que visa o estabelecimento
de um acordo quanto ao seu valor a material coletável a considerar para os efeitos
de liquidação. Nos meios contenciosos encaixa a impugnação judicial que tem por
finalidade a anulação parcial ou total do ato tributário, previsto nos art. 97 a 106
do CPPT.
8-O Sr. José é gerente da empresa Beta Lda. Em janeiro de 2010 a empresa
começou a entrar em dificuldades financeiras e não entregou o IRS retido aos
trabalhadores no montante de 40 000 €. Caracterize e tipifique a infracção
tributária praticada e qual a sua penalização.
A infração tributária será uma contraordenação que são violações à norma
tributária, mas decorrentes de mera negligencia por parte do sujeito passivo, as
estas infrações aplicam-se coimas.
10- 2-A Câmara municipal XYZ deliberou em Junho de 2019, lançar um imposto
sobre a quantidade de viaturas possuídas por cada agregado familiar, sendo 100
€ por cada viatura.
- principio o da legalidade a ser violado art. 103º
11- O imposto referido no ponto 10) é para ser aplicado ás situações que já se
verificavam em 2018.
Principio não retroatividade está a ser violado uma vez que a norma está a
ser aplicada a factos anteriores á sua entrada em vigor cf art. 103º .
Esta norma é ilegal ou inconstitucional
12- Em 2019 o contribuinte foi notificado para pagar IRS do ano de 2014, no
montante de 5000 €. Comente estas situações tendo em conta os princípios
constitucionais de direito fiscal.
Existe garantia da Caducidade (art.45 da LGT) que garante a não liquidação imposta
após o prazo de 4 anos passado o facto gerador. Apenas poderia ser liquidados
fosse notificado até 2015. O contribuinte não tem que pagar, neste caso teria que
reclamar.
13-“A empresa ABC no ano 2019, decidiu não registar na contabilidade, uma
fatura de vendas no valor 200 000 €, pelo facto do seu cliente não a ter solicitado.
Após uma inspeção da DGI o facto foi detetado e efetuada a correção. Neste
mesmo ano a empresa efetuou 500 000 € de vendas declaradas tendo as compras
declaradas sido de 450 000 €. A administração Fiscal tem conhecimento que o
lucro médio representa 10% das vendas. Desta forma decidiu apurar a matéria
coletável, por avaliação indireta. Pretende-se que:
a) Fundamente o recurso á avaliação indireta
Existe uma ocultação de vendas contabilidade (omissão)
art. 87º e 88º da LGT, impossibilidade de comprovação direta e exata da
matéria coletável a AT pode recorrer á avaliação indireta.
existem erros ou omissões (relevantes) art. 88º
Está justificado o recurso á avaliação indireta
b) Quantifique a matéria colectável
Critério de calculo art. 90º da LGT
a omissão do registo reduz o resultado em 200 000 €
impacto no IRC que não foi liquidado 21% x 200000= 42000
c)Qualifique a infração fiscal presente nas contas. Qual a penalização.
Infração é a de crime por fraude fiscal art. 103º .
é fraude porque existem uma ocultação de vendas
pena de prisão até três anos ou multa até 360 dias
14- “A empresa Alfa não entregava a retenção de IRS efetuada aos trabalhadores
e de IVA a pagar, tudo no valor de 20 000 desde 2013.Numa Acão de fiscalização
a situação foi detetada e levantados os autos. Qualifique a infração. Qual a
penalização.
Abuso de confiança art. 105º RGIT
é punido com pena de prisão até três anos ou multa até 360 dias
15 - A empresa Beta havia sido citada para pagar IRC respeitante a 2018 no valor
de 19 000. Contudo a empresa não tendo outras dívidas decidiu vender o único
activo que possuía e que era um terreno no valor de 20 000 €, por forma a
reembolsar os sócios gerentes, de supostos créditos que nela possuíam.
Qualifique a infracção. Qual a penalização.
Frustração de créditos art. 88º
é punido com pena de prisão de um a dois anos ou com pena de multa até
240 dias
16 - A empresa WWW entregou a sua declaração de IRC no dia 30 de setembro
de 2019 relativa ao ano 2018 mediante a autoliquidação de imposto no valor de
5 000 €. Qualifique a infração. Qual a penalização. Quais as consequências desta
situação, considerando que o limite da entrega é 31 de maio.
Entrega da declaração fora de prazo (Art.116)
coima entre 150 a 3750 euros.
18- A empresa L Lda em ação de fiscalização foi objeto de alteração do seu lucro
tributável em virtude de ter registado uma amortização por 5 000 € quando o
valor correto seria de 3000 €. Qualifique a infração. Qual a penalização.
A infração foi de omissões ou inexatidões (erro) (art.119)
Coima entre 375 a 22500 euros