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Caderno de Exercício
Formação e Administração de Preços
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Atividade Precificação Orquestra
Disciplina
ATIVIDADE 01
Uma Fábula para Adultos
Esta fábula se destina a destacar de forma curiosa e criativa, as diferenças entre os conceitos de
custeamento. Leia com atenção a pequena história e faça suas próprias reflexões sobre as críticas
do contador de custos a respeito da decisão tomada pelo dono do restaurante da esquina quando
resolveu dispor de um pedaço do balcão para vender amendoim.
Joaquim, o dono do restaurante da esquina, resolveu vender, além dos seus produtos
tradicionais, pequenos pacotes de amendoins, para aumentar seus lucros.
Seu contador, o Sr. Apropriador de custos, que vem mensalmente encerrar os livros do
restaurante, avisa ao nosso Joaquim que este tem “uma bomba em suas mãos”.
Contador: Joaquim, você me disse que quer vender estes amendoins porque grande número de
pessoas deseja comprá-los; será que você já pensou no custo?
Joaquim: É lógico que não vai me custar nada. É lucro líquido. É verdade que eu tive de pagar R$
3.750,00 pela prateleira, mas os amendoins custam R$ 9,00 o pacote e os venderei por R$ 15,00.
Espero vender 50 pacotes por semana para começar. Em 12 semanas e meia cobrirei o custo da
prateleira. Depois disso, terei um lucro líquido de R$ 6,00 por pacote. Quanto mais vender, maior
o lucro.
Contador: Este seu ponto de vista é antiquado e completamente irreal. Hoje em dia, os métodos
aperfeiçoados de contabilidade permitem que façamos um estudo mais aprofundado, que
demonstra a complexidade do problema.
Joaquim: O quê?
Contador: Quero dizer que devemos integrar toda a operação “venda de amendoins” dentro da
sua empresa e apropriar aos pacotes de amendoins a sua parcela correta do total das despesas
gastas. Devemos apropriar aos pacotes uma parte proporcional das despesas do restaurante com
aluguel, luz, depreciação, salários do garçom, do cozinheiro etc.
Joaquim: Do cozinheiro? O que é que ele tem a ver com os amendoins? Ele nem sabe que eu os
vendo.
1
Disciplina
Contador: Olhe Joaquim, o cozinheiro trabalha na cozinha, a cozinha prepara a comida, a comida
traz os fregueses que serão os compradores dos amendoins. Por isso, é que deve apropriar aos
custos das vendas dos amendoins tanto uma parte do salário do cozinheiro quanto uma parte do
seu próprio salário. Veja este quadro demonstrativo; ele contém uma análise de custos
cuidadosamente calculada e indica que o lucro operacional deve ser igual a R$ 191.700,00 por
ano, para cobrir as despesas gerais
Contador: Na verdade, o total de despesas é um pouco superior a isto. Todas as semanas você
tem despesas com limpeza e lavagem das janelas e do chão, com a reposição dos sabonetes
consumidos no lavatório e com a cervejinha para o guarda. O total então sobe a R$ 196.950,00
por ano
Joaquim: (Pensativo) O vendedor de amendoins me disse que eu conseguiria bons lucros – era só
colocar os pacotes perto da caixa registradora e pronto – R$ 6,00 de lucro por pacote vendido.
Contador: ( Torcendo o nariz) – Ele é só um vendedor. Você sabe quanto lhe custa a porção de
espaço sobre o balcão ao lado da caixa registradora?
Joaquim: Não custa nada, não cabe nenhum freguês extra – é um espaço morto, inútil.
Contador: O ponto de vista moderno sobre os custos não nos permite pensar em espaços inúteis.
O seu balcão ocupa 6 metros quadrados e as vendas anuais totalizam
R$ 2.250.000,00. Logo, o espaço ocupado pela prateleira de amendoins lhe custará.
R$ 37.500,00, você deve debitar o seu custo ao ocupante real do espaço.
Joaquim: Você quer dizer que eu devo acrescentar R$ 37.500,00 por ano a mais como despesa
com a venda de amendoins?
Joaquim: O quê!!!!!!
2
Disciplina
Contador: Evidentemente que devemos acrescentar a isto o preço de compra de R$ 9,00 por
pacote que representarão R$ 99,00. Ora, se você pretende vender cada pacote por R$ 15,00,
obterá como resultado uma perda líquida por pacote de R$ 84,00
Joaquim: ( Com um sorriso inteligente) E se eu vender muitos pacotes – mil pacotes por semana,
em vez de 50?
Joaquim: Como?
Contador: Mude-se para um imóvel de aluguel mais baixo. Diminua os salários, mande lavar as
janelas somente de 15 em 15 dias; não coloque mais sabonetes no lavatório, diminua o custo por
metro quadrado do seu balcão. Por exemplo, se você conseguir reduzir suas despesas em 50%, a
porção das despesas gerais apropriadas à venda dos pacotes de amendoins passará de R$
234.500,00 para R$ 117.250,00 por ano, reduzindo o custo para R$ 54,00 por pacote.
Contador: É lógico que sim, Contudo, ainda assim você perderia R$ 39,00 por pacote, se o seu
preço de venda for somente de R$ 15,00 por pacote. Portanto, você deverá aumentar seu preço
de venda. Se desejar um lucro de R$ 6,00 por pacote, o seu preço de venda deverá ser igual a R$
60,00.
Joaquim: (Desolado) Você quer dizer que depois de reduzir as minhas despesas em 50% ainda
tenho que cobrar R$ 60,00? E quem vai comprar amendoim a este preço!!!!!
3
Disciplina
Contador: Isto é uma consideração secundária. O que interessa é que R$ 60,00 é um preço de
venda baseada em uma avaliação real e justa dos seus custos operacionais já reduzidos.
Joaquim: ( Satisfeito) Olhe. Eu tenho uma ideia melhor. Comecei a tomar ódio de amendoim. Por
que não jogamos tudo fora?
Contador: (Balançando a cabeça) – Joaquim, isto não é tão simples assim. Você está no negócio
de amendoins. Se você jogar fora esses amendoins estará adicionando
R$ 234.450,00 de despesas gerais anualmente ao total de suas despesas operacionais. Joaquim,
seja realista, esta perda você não pode suportar.
Contador: (Com um olhar sério) O objetivo dos estudos modernos de custos, Joaquim, é eliminar
essas falsas ilusões.
A fábula foi imaginada para mostrar de forma cômica, os defeitos do custeio por absorção.
Na análise de certas decisões. O emprego das apropriações de despesas e custos gerais aos
produtos e serviços que geram receita pode gerar situações como a apresentada pelo restaurante
do Sr. Joaquim e por seu contador de custos. Com certeza, se o contador de custos de
aproximasse um pouco do conceito do custeio variável em suas reflexões,iria verificar que a nova
forma de aumentar as receitas, pela venda de pacotes de amendoim, seria relativamente
bastante lucrativa, Outra maneira de analisar a situação decorrente da nova atividade poderia ser
orientada pelo empregado dos conceitos de despesas e receitas incrementais, que busca
conhecer quais as despesas e os custos que se alteram com a instalação da nova venda.
Dessa forma, considere a seguinte problema enfrentado pela gerente de negócios numa
orquestra sinfônica. A orquestra normalmente se apresenta em duas noites de sábado por mês
durante a temporada, havendo um novo programa a cada apresentação. A orquestra incorre nos
seguintes custos
4
Disciplina
A gerente de negócios da orquestra está preocupada com a pequena margem de lucro. Ela definiu
o preço atual dos ingressos a $ 10,00. Se fosse possível vender 1.100 lugares, a receita total seria
de $11 mil, com custos totais de $ 9.100,00, deixando um lucro de.
$ 1.900,00 por apresentação. Infelizmente, o publico atual é de apenas 900 espectadores,
resultando um custo médio de $ 9,89, o que está precariamente, muito perto dos $ 10,00 do
preço do ingresso. Com a receita de apenas $ 9 mil por apresentação e custos correspondentes de
$ 8.900 o lucro por apresentação é de desoladores $100.
A gerente de negócios da orquestra não acredita que um simples aumento de preços do ingresso
resolveria o problema. Um preço maior simplesmente reduziria ainda mais o público, gerando
menos lucro por apresentação que a orquestra ganha atualmente. Consequentemente, ela está
considerando três propostas para aumentar o lucro mediante alcance de novos negócios. As três
opções são:
b. Uma matinê de domingo repetindo a apresentação de sábado à noite, com o preço do ingresso
à $ 6,00. A gerente espera poder vender 700 ingressos para essa matinê, mas 150 deles seriam
para pessoas que, do contrário, teriam assistido à apresentação de sábado à noite com preço
mais alto. Dessa forma, o público em termos líquidos, cresceria em 550 espectadores, mas
novamente o preço dessas entradas não cobriria o custo médio dos ingressos.
c. Uma nova série de concertos realizados em sábados alternados, quando não há apresentações.
O ingresso teria o preço de $ 10 e a gerente acredita que venderia 800 deles, mas 100 ingressos
seriam vendidos a pessoas que compareceriam à nova sessão em vez de comparecer às
apresentações existentes. Dessa maneira, o público, em termos líquidos, cresceria em 700
espectadores.
Qual proposta você recomendaria que fosse implementada? Apresente os cálculos e justifique a
sua recomendação.
5
Análise de Mercado, valor e preço
ATIVIDADE 02
Com um processo de precificação eficaz. Uma correta formação de preço deve avaliar: as
forças que moldam o mercado, as sensibilidades dos preços por parte dos concorrentes, as
interações com a concorrência e a situação financeira da empresa. Entre as melhores
ferramentas está o mapa de valor.
O mapa de valor começa a ser gerado a partir das opiniões dos executivos a respeito das
percepções do consumidor depois recolhem-se informações diretamente do consumidor para
construir um mapa
1. Liste os critérios que os consumidores usam para tomar decisões de compra, excluindo
o preço. Esses critérios são os atributos do produto/serviço
2. Pondere os atributos de acordo com a importância dada pelos clientes (excluindo o
preço) os pesos devem totalizar 100%
3. No topo da planilha liste os concorrentes de mercado, concorrentes aceitáveis de
acordo com o seu processo STP ( segmentação, target e posicionamento)
4. Classifique cada concorrente numa escala de 1 a 4 ( 1 não atende; 2 atende
razoavelmente; 3 atende satisfatoriamente e 4 atende de forma excepcional)
5. Pondere os atributos de preço e não preço. O total deve ser 100%. Por exemplo: os
atributos de preço correspondem a 60% e os de não preço 40%
6. Compare os resultados dos concorrentes com o seu posicionamento
Abaixo temos um exemplo de uma análise considerando três atributos para um segmento de
mercado com três concorrentes
Ranking de concorrentes
Colocação Preço Não Preço Geral
Primeiro Concorrente 3 Concorrente 2 Concorrente 3
Segundo Concorrente 2 Concorrente 1 Concorrente 2
Terceiro Concorrente 1 Concorrente 3 Concorrente 1
Com base no exemplo acima faça a análise de valor considerando o produto que você está
desenvolvendo na disciplina Planejamento de Marketing. Faça uma análise dos concorrentes
com os atributos de preço e atributos de não preço. Depois simule com o posicionamento do
seu produto e faça algumas recomendações gerenciais.
Atividade ponto de equilíbrio
ATIVIDADE 03
PONTO DE EQUILÍBRIO:
Calcule os pontos de equilíbrio operacional, contábil e econômico para os seguintes
projetos (assuma um único produto sendo produzido em cada projeto). Assuma
depreciação linear e valor terminal igual a zero:
Projeto A Projeto B Projeto C
Valor total do investimento = 35.000 20.000 20.000
Vida útil do projeto = 10 anos 12 anos 12 anos
Taxa do Custo de Capital = 20% aa 15% aa 15% aa
Taxa do Imposto de Renda = 35% 40% 20%
Preço de venda do único produto =$3 p/ und $ 25/und $25/und
Custo variável do produto = $ 1 p/ und $ 13/und $13/und
Custo fixo anual total = $ 1.500 $ 1.000 $ 1.000
Assuma que a demanda de mercado para o produto produzido pelo projeto A seja 5.000
unidades por ano e que a capacidade instalada seja 4.000 unidades por ano.
Assuma que a demanda de mercado para o produto produzido pelo projeto B seja 2.000
unidades por ano e que a capacidade instalada seja 1.800 unidades por ano.
Assuma que a demanda de mercado para o produto produzido pelo projeto C seja 800
unidades por ano e que a capacidade instalada seja 400 unidades por ano.
Formulas
As empresas colhem todos os benefícios do ABC fator tempo apenas se ajustarem a oferta de
recursos às demandas feitas pelos produtos e clientes.
O orçamento baseado em atividades (activity based budgeting - ABB) permite que as empresas
prevejam as mudanças nas demandas de recursos, decorrentes de eficiências de processos projetadas,
assim como no volume e no mix de transações.
Considere o caso do nosso primeiro exemplo do departamento de serviços aos clientes, com 28
colaboradores e custos totais de R$ 567 mil por trimestre e 630 mil minutos. Suponha que a razão para o
fornecimento desse nível de capacidade de recursos tenha sido a demanda agregada de três divisões, com
base na qual se previram os seguintes níveis de atividade de serviços aos clientes:
Durante o período, os níveis de transação reais das três divisões foram os seguintes:
A divisão A teve as seguintes transações: 23.500 pedidos dos clientes, 700 dúvidas e queixas dos clientes
e 1.120 análises de créditos; a divisão do B 13.000 pedidos de clientes, 400 dúvidas e queixas dos clientes
e 440 análises de créditos e a divisão C 12.500 pedidos de clientes 300 dúvidas e queixas dos clientes e
940 análises de créditos de clientes. Considere a capacidade ociosa orçada sendo de 4.000 minutos
Com base nas informações acima faça uma análise apresentando quais das divisões consumiu mais
recursos do que foi previsto inicialmente e a situação inversa quais divisões solicitaram recursos e não
consumiram. Dessa forma, apresente:
a) o total de minutos e o total de custo referente as três divisões
b) o custo total de capacidade ociosa
c) o desvio em minutos e o desvio em custos das três divisões
c) Faça recomendações gerenciais:
ATIVIDADE ASPECTOS TRIBUTÁRIOS
Atividade 06
Impactos dos aspectos Tributários na Margem de Contribuição
É muito comum a dúvida sobre quais são efetivamente os impostos que incidem nos
preços, pois esses não raro são confundidos com os encargos sociais que incidem na
folha de pagamento. Portanto, na formação dos preços como veremos na atividade,
somente os tributos considerados custos variáveis devem ser levados em conta.
Os encargos sociais ao contrário, são custos fixos. Então, vamos lá: vamos fazer uma
atividade prática: considere uma empresa do setor comercial que realize a distribuição de
alimentos no atacado.
Produto: Arroz
2)Com base no mesmo exemplo considere que será necessário conceder um prazo de 60
dias para o recebimento das vendas; o custo financeiro é na ordem de 2% ao mês.
A B C D E TOTAL
PREÇOS R$ R$ R$ R$ R$
VARIAVÉIS 20,00 15,00 10,00 8,00 6,00
POTENCIAL DO
MERCADO 50 150 350 250 200 1000
PERCENTUAL DE
MERCADO 5 15 35 25 20 100
Quantos segmentos, com seus respectivos níveis de preço, deve a empresa atender?
A definição de
preço na prática
Um processo “geométrico” pode aprimorar a tomada de decisões
nessa área. Conheça-o por meio do exemplo real de uma
empresa. Por George E. Cressman Jr.
dia marcado para a reunião era de intensa nevasca. Os escritórios da Novet, em-
O presa real com nome fictício localizada em uma grande cidade do meio-oeste nor-
te-americano, ainda estavam tranqüilos enquanto as pessoas chegavam atrasadas
devido ao mau tempo.
Mary Fritz (os nomes das pessoas e produtos também são fictícios), diretora de marke-
ting, iniciou a discussão: “Permitam-me fazer um balanço de nosso progresso com o Nova-
ton. Nós o lançamos há 18 meses num mercado onde não havia produtos concorrentes,
e sabíamos que ele seria realmente valioso para nossos consumidores. Definimos nosso
preço inicial em US$ 250 por unidade, prevendo vender 5 mil delas no primeiro ano,
outras 20 mil neste ano e 40 mil no ano que vem. Sabíamos que, à medida que os consumi-
dores passassem a usar o produto, eles comentariam com outras pessoas.
A divulgação de boca em boca seria nossa melhor publicidade”.
Fez uma pequena pausa e prosseguiu: “Sabemos
Sinopse que esse novo produto é realmente bom e que quem
comprou está satisfeito. Apesar disso, até hoje con-
A definição de preços é um componente crítico da estratégia seguimos vender somente 492 unidades. E agora
de marketing, porque condiciona o faturamento e espelha a ficamos sabendo que a Holycon está prestes a lan-
percepção que o consumidor tem dos produtos ou serviços da çar um produto concorrente chamado H-200. Al-
empresa. Infelizmente, no entanto, muitos executivos guns de nossos distribuidores já o viram e dizem
decidem preços sem informações e análises adequadas, com que é tão bom quanto o nosso. A Holycon avisou os
base apenas em sua intuição. distribuidores que seu preço ficará 15% abaixo do
Mas como recolher as informações necessárias e conduzir tais que praticamos. Em outros mercados onde enfren-
análises? Por meio do exemplo concreto da Novet –nome tamos a Holycon, tivemos de ser realmente agressi-
fictício de uma empresa real sediada nos Estados Unidos–, vos em corte de preços para que pudéssemos man-
este artigo mostra o que o autor chama de processo geomé- ter nossa participação. Desta vez, gostaríamos de nos
trico do preço, com suas respectivas ferramentas. antecipar a eles e usar uma estratégia preventiva”.
Uma definição de preço correta deve avaliar: as forças que A diretora da equipe de Fritz, Nina Pacofsky, con-
moldam o mercado, a sensibilidade a preço por parte dos cordou e disse: “O que você sugere? Não esqueça que
clientes, as interações com a concorrência e a situação interna nos comprometemos com metas altas de lucro para
da empresa. Entre as melhores ferramentas, o artigo detalha este ano. Não gostaria de dizer à divisão que não va-
o mapa de valor, instrumento eficiente para medir a sensibili- mos cumpri-las, especialmente tão cedo no ano”.
dade a preço, e a curva de capacidade do setor de atividade, “Bem, o que propomos é o seguinte”, começou
que permite conhecer melhor a concorrência. Fritz. “Uma vez que no passado a Holycon sempre
rebaixou preços, vamos cortar preços antes deles e
George E. Cressman Jr. é membro do Strategic Pricing Group, sediado em tornar mais difícil competir conosco. O corte que
Waltham, Massachusetts, EUA. É especialista em definição de preço e estratégia propomos é de 30%. Para mantermos a lucrativida-
competitiva, com experiência no setor de química industrial em grandes de, vamos cortar gastos com publicidade. Além de
empresas como DuPont, Monsanto e Union Carbide. desencorajar a Holycon, supomos que o preço mais
Muitos confiam baixo será tão atraente que o volume de vendas irá disparar. Na verdade, vamos exceder
o nível de lucro projetado para este ano.”
demais na Nesse momento, John Fine, gerente de produtos, entrou na discussão e perguntou
qual era o nível de reconhecimento do público em relação ao Novaton. Fritz não soube
sabedoria responder, mas uma executiva chamada Sally Olson encontrou uma pesquisa de mercado
indicando que o reconhecimento era de cerca de 25%.
acumulada Pacofsky hesitou: “Alguém aqui sabe se a Holycon construiu instalações para fabricação
do produto deles?”. James Busky, gerente de manufatura, respondeu: “Tenho a informa-
para definir ção, de um vendedor, de que eles compraram duas máquinas para um projeto secreto. E é
provável, pelo tipo de equipamento, que sejam para competir conosco. Pelo tamanho das
preço, o que máquinas, a capacidade da Holycon seria de cerca de 40 mil unidades por ano, quase 60%
de nossa capacidade”.
não se justifica Pacofsky quis saber como eram os custos da Holycon e também se a concorrente seria
capaz de ganhar dinheiro se os preços do Novaton fossem rebaixados em 30%.
pelo conheci- “Com base em nossos custos, e no fato de que a Holycon está investindo dois anos
depois de nós, acreditamos que a concorrente terá uma margem de 3% sobre as vendas”,
mento real informou Tom Jeffries, que na equipe desempenhava o papel de especialista em inteli-
gência competitiva e pesquisa de mercado. “Porque fomos os primeiros a entrar no mer-
cado e os consumidores nos conhecem melhor, pensamos que a Holycon não conseguirá
uma participação suficiente que justifique sua entrada. Achamos que, se reduzirmos nos-
sos preços, eles desistirão”, acrescentou.
“Concordo”, disse finalmente Pacofsky. “Vamos reduzir os preços. Sabemos que a Ho-
lycon sempre faz isso e está claro que não estamos atraindo o consumidor para nosso
produto porque estamos cobrando caro demais. Mantenham-me a par do andamento
das vendas. Precisamos manter nossos níveis de lucro em crescimento.”
Reunião concluída, Mary Fritz se retirou para definir uma nova lista de preços e passá-
la à força de vendas. A caminho de seu escritório, ela deu uma passada na sala do diretor
de publicidade e solicitou que ele interrompesse toda a divulgação do Novaton.
Diversas observações pertinentes sobre definição de preços podem ser levantadas em
relação a esse caso:
Fritz propôs corte de 30% nos preços para estimular a demanda, mas por que o Nova-
ton não estava vendendo? Na verdade, o preço poderia estar sendo percebido por consu-
midores potenciais como alto demais em relação aos benefícios que oferecia. Com um
nível de reconhecimento de 25%, uma explicação igualmente plausível é que o mercado
não conhecia o produto.
“ F AT O S ” Q U E G U I A M D E C I S Õ E S D E P R E C I F I C A Ç Ã O
Fato O que é Exemplos em decisões de preço
Tradição “Regras Práticas” – Atalhos para a tomada É preciso aceitar preços mais baixos para
de decisões obter participação de mercado
Pressupostos “Verdades” que nunca foram testadas; Os concorrentes sempre entram em mercados
validade desconhecida estabelecidos com preços reduzidos
Relatos Informações publicadas ou próprias; O concorrente X estuda entrar no mercado Y
validade nem sempre demonstrada
Desejos Fatos que começam como uma vontade e, O consumidor Z pagará um preço mais alto
por meio de repetição, se tornam aceitos porque valoriza nosso novo produto (isso
como realidade é desejo se nunca tiver sido testado)
Verdade parcial O fato tem alguma base na verdade, Concorrentes com alto interesse em nosso
mas não resiste em sua totalidade mercado reagiram com precificação a nossa
precificação (eles provavelmente reagirão,
mas não necessariamente com nova precificação)
medida nessa sabedoria acumulada, que não se justifica pelo conhecimento real. Isso pode
O declínio de acontecer porque o conhecimento é extrapolado além de limites razoáveis, ou porque ficou
ultrapassado por acontecimentos atuais de mercado, ou porque se baseia em fatos presumi-
preço pode dos ou apenas desejados.
É fundamental que os executivos reconheçam os limites de seu conhecimento. A incer-
ter resultados teza sempre existirá, não importa quanto dominemos um assunto. Afinal, o mercado é
ambíguo por natureza. Mas, ao estabelecer a extensão da incerteza em relação a nosso
ruins em conhecimento, podemos calcular o impacto de fatores desconhecidos sobre nossos pla-
nos. Não importa a extensão da incerteza; se ela abala nossos planos, precisamos desco-
setores de brir formas de reduzi-la.
Para alguns A avaliação da sensibilidade a preço pode, junto com informações sobre a estrutura de
custo da empresa, ser usada para investigar as implicações que as decisões de definição
produtos e de preço terão sobre o volume de vendas.
Analisar a estrutura de custos internos
serviços,
Entender a estrutura de custos da empresa é o próximo passo para a tomada de boas
pesquisas têm decisões de preço. A razão disso fica evidente quando observamos o processo de precifica-
ção necessário para maximizar os lucros (veja quadro ao lado). Ao tomar decisões de precifi-
indicado que cação, todas essas dimensões devem estar integradas.
Por exemplo, se a sensibilidade do consumidor a preço for alta e
o consumidor a estrutura de custos da empresa é variável, a empresa deverá tentar reduzir a sensibilida-
de a preço por meio da diferenciação de seus produtos ou serviços.
usa o preço Uma boa técnica para avaliar qualquer movimentação de preço é, primeiro, calcular a
alteração de volume associada com o equilíbrio de receita e despesa numa mudança de
preço. Isso é denominado “cálculo de volume neutralizador”:
como avaliador
% de volume neutralizador =
de qualidade (–% de alteração do preço) x 100
% de margem variável + % de
e/ou valor alteração do preço
onde:
Para lidar com essas questões, uma ferramenta particularmente útil é a curva de capa-
cidade do setor, que pode ser usada para antecipar uma movimentação de preços da
concorrência. Para construir uma curva de capacidade, veja o quadro abaixo.
Integrar dados para evitar que o declínio de preços tenha resultados indesejáveis
Ao pensar em mudanças de preço, os executivos precisam integrar as descobertas obti-
das da análise de sensibilidade a preço e da análise da concorrência. Em certas circunstân-
cias, o declínio de preço pode acarretar resultados indesejáveis, particularmente em
setores de altos custos fixos e em mercados sensíveis a preços, conforme explicação a seguir:
Em setores de atividade com altos custos fixos. Em diversos setores, a estruturação de
produtos ou serviços para o consumidor requer o investimento de recursos significativos,
que podem ter a forma de capital fixo para manufatura ou pesquisa e desenvolvimento.
Deve-se ter em mente que se trata de recursos fixos: quando subutilizados, represen-
tam custos para os quais não há fluxo de faturamento. Assim, as empresas nesses setores
precisam estar bem cientes de sua própria utilização de capacidade em relação a outros
concorrentes no setor. Isso é especialmente importante em setores em que o custo de
trocar de fornecedor é baixo para o cliente.
Quando ameaçada por um ataque competitivo que reduz seu volume de vendas, a
empresa de um setor de intensa demanda por recursos experimentará um declínio de
utilização de capacidade, o que provavelmente provocará reação imediata com corte de
preço. No entanto, mudanças de preço serão infrutíferas se o custo de trocar
de fornecedor for baixo.
Antes de partir para a redução de preços, a empresa deve erguer barreiras à troca de
fornecedor, principalmente pela oferta de serviços que o consumidor irá perder em caso
de mudança.
Em mercados insensíveis a preço. Derrubar preços em mercados onde os consumido-
res têm baixa sensibilidade a preços –ou seja, são mais sensíveis a valor– pode muitas
vezes ser um tiro pela culatra.
Para alguns produtos e serviços, pesquisas têm indicado que o consumidor usa o preço
como avaliador de qualidade e/ou valor. Isso é particularmente verdadeiro com relação a
produtos e serviços para os quais o consumidor tenha pouca habilidade de prever a qua-
lidade antes do uso. Nesses casos, o consumidor usa o preço para avaliar qualidade e a
queda de preço poderia ser associada à queda de qualidade, trazendo redução de vendas.
Quando ameaçada, a empresa, nesses casos, em vez de cortar preços, deveria intensifi-
car “a venda de valor”, com mais informações sobre o valor de seu produto.
COMO MELHORAR AS DECISÕES EM SUA EMPRESA
A seguir estão algumas recomendações para ajudar a melhorar o processo de definição
de preço:
Desafie todos os “fatos”. Onde estão as evidências? Elas são atuais? Como foram valida-
das? Gaste recursos para chegar às evidências.
Construa modelos de influência para movimentações no mercado. Use uma moldura
analítica para avaliar quais atitudes devem ser tomadas. Evite o uso de prescrições de
estratégias genéricas e amplas porque elas provavelmente não funcionarão em merca-
dos específicos. Entenda como o mercado funciona (como os consumidores atribuem
valor e como os concorrentes se comportam) e então defina preços adequados.
Construa modelos de influência usando as perspectivas de diversos executivos. Assegu-
re-se de projetar esses modelos de forma que possam ser validados e esteja constante-
mente alerta para mudanças que exijam novos modelos.
Confronte todas as decisões de definição de preço. Qual é a base para as decisões? O
conhecimento em questão é válido? O que faz a equipe de gerenciamento pensar que
consumidores e concorrentes tolerarão a empresa fazer o que planeja fazer? Como pode
a empresa melhorar suas chances de sucesso?
Reconheça que os executivos às vezes se sentem muito mais seguros acerca de seu
próprio conhecimento do que é justificável. Sempre fale sobre conhecimento especifican-
do extensões de incerteza. Avalie o impacto da incerteza e trabalhe para reduzir a exten-
são em áreas críticas.
Defina mecanismos de feedback de forma que os executivos saibam no que resultaram
suas decisões de precificação. Faça avaliações freqüentes. Qual era intenção inicial? Qual
foi a base para tais intenções? O que de fato aconteceu? Por que isso aconteceu? Como o
banco de dados, o modelo de influência e o processo de decisão devem ser alterados para
refletir o novo conhecimento?
© Marketing Management
Nunca se
negocia preço
Em entrevista exclusiva, o especialista em estratégias de preço
Thomas Nagle afirma que a essência do sucesso nessa área está
em praticar preços rentáveis, descobrindo o valor que um
produto ou serviço tem para o cliente
m seu livro The Strategy and Tactics of Pricing, o sr. afirma que a fixação de
“O risco aumenta tos, mas aumentou o de seus concorrentes locais, pois, para igualar sua proposta, eram
obrigados a contratar os serviços de interurbanos de outras empresas.
a sensibilidade
Uma vez entendidos os temas de custos, clientes e concorrência, qual é o passo se-
[a preço]. Alguns guinte?
Projetar a estrutura do preço, ou unidade de medida. Nesse sentido, algumas empre-
homens pagari- sas cobram por produto; outras, por quantidade ou volume consumido. Definitivamente,
a capacidade de fixar um preço rentável depende de duas condições: o desenvolvimento
am muito por de uma estrutura baseada no valor para o cliente, no custo e na posição competitiva, e a
comunicação eficaz desse valor.
um produto
O sr. poderia dar algum exemplo de estrutura de preço?
que lhes fizesse Vejamos, por exemplo, a estrutura que elaboramos para um jornal norte-americano de
cobertura nacional. Como de praxe, cobrava-se a publicidade em função do
crescer o cabelo. tamanho do anúncio e de sua localização na página. Entretanto, ao analisar o valor para
o cliente, descobrimos que algumas empresas gostavam da possibilidade de entregar seus
No entanto, anúncios apenas um ou dois dias antes da data da publicação. Esse era o caso de certos
distribuidores de diferentes produtos, que eram obrigados a modificar seus anúncios em
diante de uma cima da hora, em função das variações no estoque de produtos.
Assim, aumentamos o preço das peças de publicidade recebidas menos de três dias
oferta concreta, antes da data prevista de veiculação no jornal. Alguns concorrentes, inclusive
–como as revistas–, não puderam oferecer o mesmo prazo porque seus ciclos de produção
a maioria não são mais longos.
Existe algum método que permita calcular o valor de um produto para o cliente?
ou duvida dos Quando os compradores são empresas, é simples calcular o valor: basta analisar o
impacto do produto nas receitas e custos do cliente. No caso do jornal, isso seria equiva-
resultados lente a estimar o aumento das vendas dos anunciantes graças à publicidade.
Mais difícil é determinar o valor de um produto ou serviço para o consumidor final. O
prometidos” segredo está em entender o que motiva sua compra. Por exemplo: trocam os pneus por-
que se importam com a segurança da família? Ou porque freqüentemente dirigem em
terrenos acidentados? Ao detectar por que se adquire um produto, é possível calibrar a
oferta e projetar a estratégia de comunicação.
muitas empresas publicavam listas de preços excessivamente elevados, que logo baixa-
vam segundo sua conveniência.
Depois, quando as vendas de produtos de consumo de massa se concentraram em
grandes cadeias varejistas, como a Wal-Mart, aumentou o poder de compras dos distri-
buidores, que começaram a negociar preços diretamente com os fabricantes.
Por último, há produtos e serviços –desde eletrodomésticos até assessoria jurídica– que
estão na etapa de maturidade de seu ciclo de vida: as vendas caem, há menos
diferenciação, as pessoas possuem múltiplas opções a sua disposição. Muitas empresas,
em vez de adaptar suas políticas de preços para refletir essas mudanças no ambiente
competitivo, negociam os preços com os compradores. Então, ao utilizar o preço como
incentivo para fechar vendas, acostumam os clientes a barganhar e, definitivamente, a
pagar menos, obviamente com impacto negativo sobre a lucratividade.
“Quando o Para evitar esse problema, a estratégia deveria basear-se em estruturas de preços fixos,
não negociáveis. O que se pode negociar são as condições de pagamento,
ciclo de vida do a qualidade do produto ou o prazo de entrega. Assim, se um cliente quiser pagar um
preço menor, terá de ceder algo em troca: prazo de pagamento mais curto, prazo de
produto chega entrega mais longo ou escolher um produto de menor qualidade.
a sua maturida- Quais são as melhores estratégias de preços para incentivar a fidelidade do cliente?
Quase todas as empresas oferecem descontos por volume –10% nas compras superio-
de e a empresa res a US$ 10 mil, por exemplo. Porém esse é um método que, na verdade, não incentiva
a fidelidade, porque, antes de cada compra, os clientes comparam ofertas e escolhem a
tenta ganhar mais atraente.
Em minha opinião, os descontos escalonados são mais eficazes para incentivar a fide-
participação no lidade. Por exemplo: quando as compras acumuladas de um cliente superarem
US$ 7 mil, o desconto será de 15% sobre o que ultrapassar essa quantia; ao passar de US$
mercado por 10 mil, o desconto será de 25%; e, ao acumular pedidos num total de mais de US$ 20 mil,
pode-se chegar a um desconto de 35% nas operações subseqüentes. Com uma estratégia
meio do preço... desse tipo, a empresa não perde dinheiro: o cliente pagou o preço completo pelas pri-
meiras compras de US$ 7 mil e obteve uma redução de 35% quando seus pedidos acumu-
em pouco lados ultrapassaram US$ 20 mil.
Outro mecanismo, quando for viável “medir” as compras totais do cliente, são os des-
tempo a contos por fidelidade. As empresas que operam com distribuidores poderiam fazer uso
desses descontos para incentivá-los: oferecer os maiores descontos aos distribuidores ex-
lucratividade clusivos, um desconto intermediário aos que realizam 70% de suas operações com produ-
tos da empresa e nenhum desconto para o restante.
de todo o setor
Que política de preços o sr. recomenda para as primeiras etapas do ciclo de vida de
de atividade um produto no mercado?
A etapa inicial, que corresponde ao lançamento de um novo produto ou serviço, carac-
teriza-se pela apatia dos potenciais compradores, visto que desconhecem as vantagens da
diminui” inovação. Assim, a tarefa primordial das empresas é educar os consumidores, ou seja, trans-
mitir o valor do novo produto ou serviço. Nessa fase, devido à falta de referências, as pesso-
as consideram o preço um indicador de qualidade. Como resultado, devem-se evitar os
preços baixos, porque afetam a reputação do novo produto.
Quando a inovação é aceita no mercado, a estratégia de preços tem de mudar. Os
consumidores já conhecem o produto, as vendas crescem, aumenta o volume de produ-
ção e otimizam-se os custos. Então, os preços devem baixar, mas, mesmo assim, as mar-
gens de lucro continuam sendo altas. Entretanto, como novos concorrentes também es-
tão entrando no mercado, as pessoas comparam alternativas e aumentam sua sensibilida-
de ao preço.
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48$1'2
26&/,(17(635()(5(0
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5(63(&7,9$0(17('$81,9(56,7y%2&&21,('$/21'21%86,1(666&+22/
+600DQDJHPHQWÊ-$1(,52)(9(5(,52KVPPDQDJHPHQWFRPEU
0$5.(7,1*
35(&,),&$|2
midores são altas, os preços podem superadas com sucesso, pode mo-
ser determinados com base nisso, tivar as empresas a reconsiderar
(5(68/7$'26
sem afastar os clientes (assumindo (ou considerar pela primeira vez)
que o valor real, único, está sendo a PBV.
comunicado com eficiência para o
consumidor). Percepções de valor $YDOLD»·R 2EVHUYDPRV HPSUHVDV GR UDQNLQJ
baixas, por sua vez, exigem preços Para começar, um obstáculo à im- 6WDQGDUG 3RRUÃVHGHVFREULPRV
menores. plantação desse tipo de precifica- TXH XP DFUVFLPR GH QR SUHR
Apesar das vantagens, é interes- ção é a falta de dados, processos DXPHQWD D OXFUDWLYLGDGH RSHUDFLRQDO
sante notar que a PBV é o método e ferramentas para quantificar o HP HP PGLD 3DUD HPSUHVDV
menos popular, adotado apenas valor percebido pelo consumidor. FRPEDL[DVPDUJHQVGHOXFURÀFRPRD
por uma minoria de empresas. Vá- Com frequência as empresas são $PD]RQRXD%HVW%X\ÀRLPSDFWRGH
rios estudos acadêmicos demons- forçadas a recorrer aos preços ba- SHTXHQRVDXPHQWRVGHSUHRSRGHVHU
tram que mais de 80% delas (esse seados em custo ou na concorrên- PXLWRPDLRU
número pode variar bastante entre cia simplesmente porque não têm
os setores) baseiam suas decisões ferramentas para medir o valor
de precificação primeiro nos cus- com segurança.
5HVXOWDGRGRDXPHQWRGH
tos ou nos preços da concorrência. Na verdade, não é incomum que
QRSUH»RVREUHRVOX
Que fatores as impedem de adotar equipes de marketing e vendas não
FURVRSHUDFLRQDLVHP
a PBV? tenham certeza de qual é o valor.
Muitas vezes fala-se em superiori-
1¡9(,6'(2%67&8/26 dade técnica das ofertas em com-
Para determinar o que dificulta a paração com as da concorrência.
adoção dessa abordagem, entrevis- Mas o valor, como é percebido pe-
tamos executivos de vários países, los consumidores, raramente é en-
setores e segmentos. Os resultados contrado no que a empresa acha
foram refinados em um conjunto que está vendendo. Na verdade, os
de workshops, realizados também clientes se importam com o bene-
em diversos países, com participan- fício de certa característica, o im-
tes de diferentes setores –dessa vez pacto específico disso na vida deles
para investigar mais a fundo a cons- ou o desempenho das organizações
5<'(56<67(0
ciência das estratégias alternativas para as quais trabalham.
$0$=21&20
3),=(5
+600DQDJHPHQWÊ-$1(,52)(9(5(,52KVPPDQDJHPHQWFRPEU
6(*81'23(648,6$5($/,=$'$1$$/(0$1+$
z8675,$&+,1$((8$6|2&,1&2262%67z&8/26
35,1&,3$,6y35(&,),&$|2%$6($'$(09$/25
Convencer o cliente de que ele Em geral os diretores se surpreen-
não está num “leilão”. Mesmo se dem ao verificar que muitos proble-
as companhias forem comunica- mas de precificação na verdade são
doras natas, seus vendedores têm consequência de uma segmentação
de ser muito criativos para inven- ruim. Empresas que implantam a PBV
tar maneiras interessantes e con- compreendem que a segmentação
vincentes para que os comprado- efetiva começa com o mapeamento
res ouçam e tenham confiança. das necessidades do consumidor.
Isso permite às equipes de marke-
Algumas empresas conseguem supe- ting e vendas diferenciar grupos de
rar tais desafios combinando aplica- pessoas com disposições diferentes
tivos –que podem ser customizados para pagar e preparar ofertas sob me-
para as condições de cada cliente dida. Além disso, uma compreensão
e geram cálculos de valor realistas clara das necessidades dos consumi-
(com frequência, referem--se a eco- dores tipicamente reduz a percepção
nomia de dinheiro pela redução de de que eles, na maioria, são compra-
custos atuais e futuros)– com busi- dores insensíveis à qualidade e so-
ness cases suficientes para documen- mente conscientes do preço.
tar histórias de sucesso envolvendo
clientes semelhantes. )RU»DGHYHQGDV
Levando isso um passo mais Vem então o problema da gestão dos
adiante, as práticas de venda de profissionais de vendas, em parti-
valor evoluíram a ponto de incluir cular o de sua remuneração. Uma
cláusulas baseadas em desempe- pessoa do setor automobilístico,
nho, nas quais os vendedores ga- participante de um dos workshops,
rantem o valor entregue ao atrelá-lo citou como exemplo o fato conheci-
a sua remuneração. do de que membros de sua equipe
sistematicamente dão descontos
6HJPHQWD»·RGHPHUFDGR com o propósito de atingir suas co-
Essa é a terceira dificuldade a ser su- tas mensais.
perada. Inúmeras empresas usam va- Esse comportamento, turbinado pe-
riáveis múltiplas para segmentar sua las metas de curto prazo e incen-
base de consumidores, em sua maio- tivos mal alinhados, destrói o va-
ria rastreando informações demográ- lor até para o consumidor, porque
ficas ou comportamentais. Exemplos promove uma cultura de concessão
desse tipo de variável são idade, ren- de preços, independentemente de
da, gênero, tamanho da conta, tipo de serem realmente garantidos. A con-
setor de produção e assim por diante. sequência de longo prazo é a falta
Por mais que essas variáveis te- de confiança no valor agregado da
nham a vantagem de ser fáceis de oferta, o que eleva ainda mais o des-
observar, quando muito podem ar- conto de preços.
ranhar superficialmente as necessi- Identificamos algumas medidas de
dades do consumidor que o levam gestão da força de vendas que podem
a comprar. O fracasso em descobrir combater essa espiral negativa:
os reais motivadores do comporta-
mento impede a diretoria de tomar • estabelecer diretrizes claras
ações significativas para compreen- para promoções de preço;
der qual é realmente o valor e como • coordenar quem aprova os des-
pode ser comunicado com eficácia. contos;
+600DQDJHPHQWÊ-$1(,52)(9(5(,52KVPPDQDJHPHQWFRPEU
0$5.(7,1*
683(5$1'2
precificação que promovam o uso
do valor para o consumidor como
262%67&8/26
ponto de partida, devem ajudar a
construir habilidades em funções-
-chave para entender e monitorar
3ULQFLSDLV 0DQLIHVWD»·R 0HOKRUSUµWLFD melhor o valor ao consumidor e
REVWµFXORV têm de acompanhar esses passos
$YDOLDR )DOWDGHPWRGRIHUUDPHQ 2YDORUSDUDRFRQVXPLGRUTXDQ iniciais recompensando e reforçan-
GRYDORU WDVRXLQIRUPDRSDUD WLILFDGRFRPSHVTXLVDHPS¢ULFD do os comportamentos desejados
TXDQWLILFDURYDORUSDUDR FRQVLVWHQWHDVVLPFRPRFRPDQOLVH em todos os níveis da organização.
FRQVXPLGRU FRQMXQWDHQWUHYLVWDVFRPHVSHFLDOLV
WDVRXDYDOLD©HVGRYDORUHPXVR
80$129$0$1(,5$
&RPXQLFDR $FRPXQLFDRHQFRUDMDRV $FRPXQLFDRGHVHQFRUDMDRV '()$=(51(*§&,26
GRYDORU FOLHQWHVDVHIL[DUQRSUHR FRQVXPLGRUHVDVHIL[DUQRSUHR As empresas que tentaram implan-
RXQRVDWULEXWRVGRSURGXWR HWUDGX]RVDWULEXWRVFKDYHGR tar a PBV e fracassaram geralmen-
HFDUDFWHU¢VWLFDVWFQLFDV SURGXWRHPEHQHI¢FLRVSDUDR
FOLHQWHRXLPSDFWRSDUDRQHJ§FLR te consideraram esse esforço como
um simples projeto. Certas vezes,
6HJPHQWDR $VHJPHQWDRGHPHUFDGR $HVWUDWJLDGHPDUNHWLQJVHRULHQWD até soubemos da nomeação de um
GHPHUFDGR LQWXLWLYDRXEDVHDGDHP SHODVQHFHVVLGDGHV diretor de precificação, com recur-
FULWULRVIDFLOPHQWHREVHU sos e pessoal dedicados a isso, mas
YYHLVPDVLQHILFLHQWHV
percebê-lo como projeto foi limitan-
*HVWRGD )DOWDGHHVTXHPDVGHLQ $IRUDGHYHQGDVWHPKDELOLGDGHV te, porque muitos outros projetos
IRUDGH FHQWLYRHRULHQWD©HVSDUD RULHQWD©HVHPRWLYDRSDUDIRFDU competiam ao mesmo tempo por
YHQGDV HQFRUDMDUDIRUDGHYHQGDV RYDORU6LVWHPDVGHWUHLQDPHQWRH recursos administrativos escassos.
DIRFDURYDORU PRQLWRUDRHVWRHPVHXVOXJDUHV
2VGHVFRQWRVQRVRHVWLPXODGRV Nesse contexto, mudanças na pre-
cificação costumam ser colocadas
$SRLRGD $GLUHWRULDHVWLQWHUHV $GLUHWRULDRIHUHFHYLVRFRQWH[WRH de lado porque a precificação é per-
GLUHWRULD VDGDSULQFLSDOPHQWHQR LQFHQWLYRVSDUDLPSODQWDUD3%9 cebida erroneamente apenas como
FUHVFLPHQWRGRIDWXUDPHQ
WRRXGDSDUWLFLSDRQR uma alavanca tática.
PHUFDGRHQRHQFRUDMDR Descobrimos, por sua vez, que,
IRFRQRYDORU quando a precificação baseada em
valor é entendida em função de
• restringir a possibilidade de dar vos de alto nível assumem que ter suas implicações, ela muda a ma-
descontos aos representantes de uma grande fatia de mercado leva neira como a empresa vê a relação
vendas; à alta lucratividade, apesar de mui- entre produtos e consumidores –em
• monitorar sempre a diferença tas pesquisas empíricas dizerem o particular, ao colocar os consumi-
entre preços de tabela e efetivos; contrário. Além disso, vários deles dores em primeiro lugar. Assim,
• remunerar os vendedores com estabelecem metas que gratificam o as possibilidades de concluir com
base em margem, volume e pre- crescimento do faturamento. sucesso uma transação aumentam
ço-alvo, treinando-os para envol- Sob essas condições, gestores de radicalmente.
ver os clientes em discussões de vendas são encorajados a dar des- O resultado final vale o esforço.
valor (em contraposição a puras contos para atingir as metas de vo- Mudanças de preço têm, de longe,
negociações de preço); lume ou participação no mercado e o maior impacto sobre a lucrativi-
• dar apoio a essas conversas sobre não têm incentivo algum para ven- dade de um negócio, e a PBV força
valor com a inteligência necessária der valor. A implantação de uma os gestores a pensar sobre como os
para que os vendedores demons- cultura de precificação baseada em preços se relacionam com aquilo
trem com confiança o valor econô- valor exige o reconhecimento pela pelo que os clientes realmente se
mico dos produtos aos clientes. diretoria de que a “qualidade” (lu- importam em pagar.
cratividade) da fatia de mercado é
$SRLRV¾QLRU mais importante do que sua quanti-
O obstáculo final a ser vencido dade absoluta. +600DQDJHPHQW
quando se implanta a PBV é a fal- Além disso, os executivos preci- j%XVLQHVV6WUDWHJ\5HYLHZ
ta de apoio da diretoria. Explícita sam fornecer um direcionamento 5HSURGX]LGRFRPDXWRUL]DR
ou implicitamente, muitos executi- claro e dar apoio a propostas de 7RGRVRVGLUHLWRVUHVHUYDGRV
+600DQDJHPHQWÊ-$1(,52)(9(5(,52KVPPDQDJHPHQWFRPEU
Exemplo Plano de Precificação
GESTÃO DE PREÇOS
Grupo: Antônio Soares,
Amanda Cunha, Flávia
Jonsson, Gabriel Teixeira,
Taissa Escobar e Thaise
Casartelli
O Produto
Esmalte é um produto que virou item
de moda.
Extensão de Linha
Mulheres de 15 a 35 anos
Classes A, B, C e D
Margem de contribuição:
R$2,09
R$0,89
Matéria Prima:
R$1,05
8
Ponto de Equilíbrio:
Margem de contribuição:
R$2,09
R$47.897
Produção:
R$2,11 9
Concorrentes
Fonte: Netfarma
Valor X Preço
Análise de Não Preço:
Durabilidade 20% 3 2 4
Variedade 70% 4 2 3
Conveniência 10% 3 3 3