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SENAI
IEL
CURSO TÉCNICO
DE CERVEJARIA
Volume 1
Legislação e normas
Gestão ambiental
Bioquímica
versão preliminar
SENAI-RJ • Alimentos
CURSO TÉCNICO
DE CERVEJARIA
Legislação e normas
Gestão ambiental
Bioquímica
FIRJAN – Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro
Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira
Presidente
Diretoria de Educação
Andréa Marinho de Souza Franco
Diretora
CURSO TÉCNICO
DE CERVEJARIA
Legislação e normas
Gestão ambiental
Bioquímica
Rio de Janeiro
2004
Prezado aluno,
Quando você resolveu fazer um curso em nossa instituição, talvez não soubesse que, desse momento
em diante, estaria participando do maior sistema de educação profissional do país: o SENAI. Há mais
de sessenta anos, estamos construindo uma história de educação voltada para o desenvolvimento
tecnológico da indústria brasileira e da formação profissional de jovens e adultos.
Devido às mudanças ocorridas no modelo produtivo, o trabalhador não pode continuar com uma
visão restrita dos postos de trabalho. Hoje, o mercado exigirá de você, além do domínio do conteúdo
técnico de sua profissão, competências que lhe permitam decidir com autonomia, proatividade,
capacidade de análise, solução de problemas, avaliação de resultados e propostas de mudanças no
processo do trabalho. Você deverá estar preparado para o exercício de papéis flexíveis e polivalentes,
assim como para a cooperação e a interação, o trabalho em equipe e o comprometimento com os
resultados.
Soma-se, ainda, que a produção constante de novos conhecimentos e tecnologias exigirá de você a
atualização contínua de seus conhecimentos profissionais, evidenciando a necessidade de uma formação
consistente que lhe proporcione maior adaptabilidade e instrumentos essenciais à auto-aprendizagem.
Essa nova dinâmica do mercado de trabalho vem requerendo que os sistemas de educação se
organizem de forma flexível e ágil, motivos esses que levaram o SENAI a criar uma estrutura
educacional, com o propósito de atender às novas necessidades da indústria, estabelecendo uma
formação flexível e modularizada.
Essa formação flexível tornará possível a você, aluno do sistema, voltar e dar continuidade à sua
educação, criando seu próprio percurso. Além de toda a infra-estrutura necessária a seu
desenvolvimento, você poderá contar com o apoio técnico-pedagógico da equipe de educação dessa
escola do SENAI para orientá-lo em seu trajeto.
Seja bem-vindo!
Diretora de Educação
Sumário
APRESENTAÇÃO ...................................................................................... 11
Apresentação
Esse grupo objetiva diagnosticar as mudanças e as tendências do mercado, nos diversos setores
produtivos, considerando os reflexos das transformações tecnológicas e organizacionais sobre o trabalho,
a emergência e o declínio de profissões, além da necessidade de redefinição de perfis profissionais,
tanto atuais quanto futuros. Para cumprir essa finalidade, foi adotada uma metodologia que, em
consonância com as novas tendências internacionais e as recomendações da legislação educacional
vigente no país, possibilitasse a construção de perfis profissionais baseados em competências, bem
como o estabelecimento dos padrões de desempenho requeridos.
A partir do perfil então delineado, com as respectivas qualificações intermediárias e tendo sido
também considerado o elenco das competências profissionais gerais definidas pelo MEC para a área
profissional de Química, a equipe responsável pelo desenho pedagógico concebeu o itinerário formativo
do Curso Técnico de Cervejaria.
Em conformidade com tais princípios, o curso visa propiciar os conhecimentos teóricos e práticos
necessários para a atuação do Técnico de Cervejaria, na área de Química, de acordo com o perfil de
competências definido, bem como desenvolver capacidades fundamentais requeridas pela educação
profissional, tais como iniciativa na resolução de problemas, responsabilidade por resultados; versatilidade
e adaptabilidade frente às mudanças; avaliação das práticas no mundo produtivo; flexibilidade e
participação nos processos de aperfeiçoamento.
SENAI-RJ 11
Curso Técnico de Cervejaria Apresentação
Com tal perspectiva, foi também concebido este material didático, estruturado em cinco volumes
e com a finalidade primordial de apoiar os alunos em vários momentos e situações de seu processo de
aprendizagem.
Esses volumes foram organizados de forma a apresentar, através de uma linguagem simples e
com ilustrações, os conteúdos relativos às unidades curriculares estabelecidas nos Módulos I e II do
itinerário formativo do curso. Além disso, eles contêm uma variedade de exercícios, acompanhados
das respectivas respostas, para que o aluno possa, gradualmente, avaliar os conhecimentos recém-
adquiridos, identificar os pontos que, porventura, precisam ser ainda revistos ou reforçados e, assim,
consolidar os conceitos trabalhados tanto nas aulas teóricas quanto nas práticas.
Bioquímica
• Volume 4 - Química
Automação industrial
Esperamos, enfim, que este material didático contribua para a sua formação de Técnico de
Cervejaria, capacitando-o para enfrentar os desafios do mundo do trabalho.
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Curso Técnico de Cervejaria Uma palavra inicial
Meio ambiente...
Antes de iniciarmos o estudo deste material, há dois pontos que merecem destaque: a relação entre
o processo produtivo e o meio ambiente; e a questão da saúde e segurança no trabalho.
É preciso entender que todas as atividades humanas transformam o ambiente. Estamos sempre
retirando materiais da natureza, transformando-os e depois jogando o que "sobra" de volta ao ambiente
natural. Ao retirar do meio ambiente os materiais necessários para produzir bens, altera-se o equilíbrio
dos ecossistemas e arrisca-se ao esgotamento de diversos recursos naturais que não são renováveis
ou, quando o são, têm sua renovação prejudicada pela velocidade da extração, superior à capacidade
da natureza para se recompor. É necessário fazer planos de curto e longo prazo para diminuir os
impactos que o processo produtivo causa na natureza. Além disso, as indústrias precisam se preocupar
com a recomposição da paisagem e ter em mente a saúde dos seus trabalhadores e da população que
vive ao seu redor.
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Curso Técnico de Cervejaria Uma palavra inicial
O uso indiscriminado dos recursos naturais e a contínua acumulação de lixo mostram a falha básica
de nosso sistema produtivo: ele opera em linha reta. Extraem-se as matérias-primas através de processos
de produção desperdiçadores e que produzem subprodutos tóxicos. Fabricam-se produtos de utilidade
limitada que, finalmente, viram lixo, o qual se acumula nos aterros. Produzir, consumir e dispensar bens
desta forma, obviamente, não é sustentável.
Enquanto os resíduos naturais (que não podem, propriamente, ser chamados de "lixo") são absorvidos
e reaproveitados pela natureza, a maioria dos resíduos deixados pelas indústrias não tem aproveitamento
para qualquer espécie de organismo vivo e, para alguns, pode até ser fatal. O meio ambiente pode
absorver resíduos, redistribuí-los e transformá-los. Mas, da mesma forma que a Terra possui uma
capacidade limitada de produzir recursos renováveis, sua capacidade de receber resíduos também é
restrita, e a de receber resíduos tóxicos praticamente não existe.
Ganha força, atualmente, a idéia de que as empresas devem ter procedimentos éticos que considerem
a preservação do ambiente como uma parte de sua missão. Isto quer dizer que se devem adotar
práticas voltadas para tal preocupação, introduzindo processos que reduzam o uso de matérias-primas
e energia, diminuam os resíduos e impeçam a poluição.
Cada indústria tem suas próprias características. Mas já sabemos que a conservação de recursos
é importante. Deve haver crescente preocupação com a qualidade, durabilidade, possibilidade de
conserto e vida útil dos produtos.
As empresas precisam não só continuar reduzindo a poluição, como também buscar novas formas
de economizar energia, melhorar os efluentes, reduzir o lixo, o uso de matérias-primas. Reciclar e
conservar energia são atitudes essenciais no mundo contemporâneo.
É difícil ter uma visão única que seja útil para todas as empresas. Cada uma enfrenta desafios
diferentes e pode se beneficiar de sua própria visão de futuro. Ao olhar para o futuro, nós (o público,
as empresas, as cidades e as nações) podemos decidir quais alternativas são mais desejáveis e trabalhar
com elas.
A mudança nos hábitos não é uma coisa que possa ser imposta. Deve ser uma escolha de pessoas
bem-informadas a favor de bens e serviços sustentáveis. A tarefa é criar condições que melhorem a
capacidade de as pessoas escolherem, usarem e disporem de bens e serviços de forma sustentável.
Além dos impactos causados na natureza, diversos são os malefícios à saúde humana provocados
pela poluição do ar, dos rios e mares, assim como são inerentes aos processos produtivos alguns riscos
à saúde e segurança do trabalhador. Atualmente, acidente do trabalho é uma questão que preocupa os
empregadores, empregados e governantes, e as conseqüências acabam afetando a todos.
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Curso Técnico de Cervejaria Uma palavra inicial
A redução do número de acidentes só será possível à medida que cada um – trabalhador, patrão e
governo – assuma, em todas as situações, atitudes preventivas, capazes de resguardar a segurança de
todos.
Deve-se considerar, também, que cada indústria possui um sistema produtivo próprio, e, portanto, é
necessário analisá-lo em sua especificidade, para determinar seu impacto sobre o meio ambiente,
sobre a saúde e os riscos que o sistema oferece à segurança dos trabalhadores, propondo alternativas
que possam levar à melhoria de condições de vida para todos.
Da conscientização, partimos para a ação: cresce, cada vez mais, o número de países, empresas e
indivíduos que, já estando conscientizados acerca dessas questões, vêm desenvolvendo ações que
contribuem para proteger o meio ambiente e cuidar da nossa saúde. Mas, isso ainda não é suficiente...
faz-se preciso ampliar tais ações, e a educação é um valioso recurso que pode e deve ser usado em tal
direção. Assim, iniciamos este material conversando com você sobre o meio ambiente, a saúde e a
segurança no trabalho, lembrando que, no exercício profissional diário, você deve agir de forma
harmoniosa com o ambiente, zelando também pela segurança e saúde de todos no trabalho.
Tente responder à pergunta que inicia este texto: Meio ambiente, saúde e segurança no trabalho –
o que é que eu tenho a ver com isso? Depois, é partir para a ação. Cada um de nós é responsável.
Vamos fazer a nossa parte?
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Legislação e normas
Nesta unidade...
Introdução
Direito Tributário
Direito do Trabalho
Direito do consumidor
Normas técnicas
Exercícios
Chave de respostas
Referências bibliográficas
1
Legislação e normas
2004
SENAI–Rio de janeiro
Diretoria de Educação
Ficha Técnica
Edição revista da apostila Legislação e Normas. Vassouras, 2001. (Série Cursos de Cervejaria).
SENAI. RJ. CETEC de Produtos Alimentares. Coordenadoria de Informação Tecnológica.
SENAI
SENAI––Rio de Janeiro
GEP – Gerência de Educação Profissional
Rua Mariz e Barros, 678 – Tijuca
20270-903 – Rio de Janeiro – RJ
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Curso Técnico de Cervejaria – Legislação e normas
Introdução
Algumas normas são passíveis de punição ou sanção imposta pela sociedade, como, por exemplo,
certos preceitos religiosos ou regras de civilidade. Deixar de ir à Igreja no domingo ou deixar de
cumprimentar alguém não garante nem impede a convivência social ou desordem.
Por outro lado, há regras de conduta cujo cumprimento é obrigatório, com penalidades para quem
as viole. A esse tipo de regra de conduta obrigatória, com sanções previstas em caso de transgressão,
denomina-se lei ou norma jurídica, ou ainda regra jurídica.
Para alcançar o efeito a que se propõe, a lei deve ser geral, isto é, aplicável a todos os membros da
sociedade. Além disso, deve emanar da fonte que a torna obrigatória e que possa dar meios de punir
seus transgressores. Em nosso regime político, as leis devem ser elaboradas pelo Poder Legislativo, e
suas obrigações são garantidas pelo Poder Executivo. Quando há divergências, quanto ao cumprimento
ou execução, que possam gerar conflitos de interesse, ou mesmo quando a lei é de difícil entendimento,
podem-se utilizar, nessas situações, os serviços de um advogado, que é o técnico especialista nessas
questões, para recorrer ao Poder Judiciário, em suas várias instâncias. Cabe esclarecer que uma ação
impetrada por pessoa física ou jurídica pode ser de natureza criminal ou cível, conforme se tenha ou
não cometido um crime previsto no Código Penal. Assim, por exemplo, toda ação trabalhista ou ação
reclamatória trabalhista é uma ação de natureza cível.
– Poder Executivo; e
– Poder Judiciário.
A lei maior do país é a Constituição Federal, onde são explícitas as normas fundamentais e os
valores existentes nas relações sociopolíticas e econômicas do povo. Nossa Constituição Federal em
vigor foi promulgada em 1988.
Outrossim, há no Brasil leis federais (que valem para toda a nação brasileira), leis estaduais (aplicáveis
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Curso Técnico de Cervejaria – Legislação e normas
no âmbito do estado que as promulgou) e as leis municipais (aplicáveis nos limites geográficos do
município). Cabe observar ainda as figuras do decreto-lei e da medida provisória, emitidos pelo Poder
Executivo ao desempenhar as funções inerentes ao Legislativo.
Dá-se o nome de Direito ao conjunto de regras jurídicas que disciplinam as condutas dos indivíduos,
ou seja, é a ordem jurídica estabelecida para tornar possível a convivência em sociedade.
Direito Tributário
A união, os estados e os municípios precisam obter receitas de caráter definitivo para fazer face às
despesas públicas necessárias ao seu funcionamento. Essas receitas podem ser originárias da exploração
de bens públicos ou derivadas da arrecadação de tributos exigidos aos cidadãos. Nesse último caso, o
foco de estudo é tratado no Direito Tributário e discutido no Código Tributário Nacional, que, por sua
importância, é uma lei complementar à Constituição.
Os tributos, de acordo com as leis brasileiras, e que, portanto, fazem parte do sistema tributário
nacional, são os seguintes:
• impostos;
• taxas; e
• contribuições de melhoria.
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Curso Técnico de Cervejaria – Legislação e normas
Não se deve confundir multa com tributo. A multa é uma penalidade pecuniária
decorrente de ato ilícito.
Todo tributo se baseia em um fato gerador, isto é, o fato, o ato ou negócio jurídico previsto em lei
capaz de deflagrar o tributo. Como exemplo, o Estado tributa a renda e a circulação de mercadoria,
que são fatos econômicos. A doação ou venda de imóvel é um ato jurídico que gera o imposto de
transmissão do imóvel.
Uma taxa é um tributo que se caracteriza pela prestação de um serviço do Estado em favor ou no
interesse direto do contribuinte. Nesse caso, ao contrário do imposto, é quase sempre possível saber
o benefício direto resultante para o contribuinte. Exemplo de taxas: taxa de fornecimento de água
encanada e tratamento de esgoto, taxa de fornecimento de uma certidão e TRMM (Taxa de Renovação
da Marinha Mercante).
As contribuições de melhoria são tributos recolhidos, de caráter econômico, que geram benefícios
indiretos aos contribuintes, pelo resultado de uma obra ou melhoramento, como as contribuições ao
INSS, ao FGTS, pedágios nas estradas, contribuição sindical e aos conselhos de classes profissionais.
É sempre possível à união, estados e municípios cobrarem uma contribuição de melhoria, decorrente
da construção de uma estação de metrô, de uma praça, do calçamento de uma rua, avenida, pois os
proprietários terão seus imóveis valorizados e se beneficiarão das melhorias.
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Curso Técnico de Cervejaria – Legislação e normas
O IPI tem como fato gerador, isto é, começa a ser devido, quando ocorrer:
• o desembaraço aduaneiro de produto industrializado, de procedência estrangeira;
• a saída de produto industrializado de estabelecimento de contribuinte; e
• a arrematação de produto, quando apreendido ou abandonado e levado a leilão.
O recolhimento do IPI é devido, portanto, pelo importador, pelo industrial, pelo comerciante e pelo
arrematante dos produtos leiloados.
As infrações à legislação do IPI são punidas com as seguintes penas, aplicáveis de forma separada
ou cumulativa:
• multa;
• perda de mercadoria;
• proibição de transacionar com repartições públicas ou autarquias federais ou, ainda, com os
estabelecimentos bancários controlados pela união (Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal,
BNDES etc.); e
• sujeição ao sistema especial de fiscalização.
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Curso Técnico de Cervejaria – Legislação e normas
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Curso Técnico de Cervejaria – Legislação e normas
Suponha, agora, que esse produto seja vendido a um varejista que deseja obter uma margem
de lucro de 30% na sua comercialização. Qual deve ser o preço ao consumidor final e os
impostos que o varejista deve recolher ao vender uma unidade do produto?
Embora na nota fiscal devam constar os valores de R$ 22,95 e R$ 9,18, relativos a ICMS e IPI,
respectivamente, o varejista só deve recolher os respectivos valores agregados de cada imposto:
ICMS: 22,95 - 17,65 = R$ 5,30
IPI: 9,18 - 7,06 = R$ 2,12
Confira o balanço:
Preço de venda ao consumidor. ........................... R$ 162,13
Preço pago ao fabricante .................................... ( - ) 124,71
ICMS recolhido pelo varejista ............................. ( - ) 5,30
IPI recolhido pelo varejista .................................. ( - ) 2,12
Resultado da conta = Lucro do varejista R$ 30,00 (na operação de venda)
Direito do Trabalho
A relação de trabalho implica uma série de direitos e deveres, tanto da parte do empregado quanto
da parte do empregador. As leis que regem essas relações estão agrupadas na CLT (Consolidação
das Leis do Trabalho).
A CLT, por exemplo, dispõe sobre a obrigatoriedade do uso da Carteira de Trabalho e Previdência
Social (CTPS) para o exercício de qualquer emprego, sobre a duração do trabalho, condições de
trabalho da mulher e do menor, tipo de trabalho, salários, férias, adicionais, gratificações etc.
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Curso Técnico de Cervejaria – Legislação e normas
De acordo com os arts. 159 e 1.521 do Código Civil, o causador de acidentes é obrigado a reparar
o dano causado, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, quer seja patrão ou
empregado. Aliás, no Código Penal, art. 132, é prevista a pena de detenção de três meses a um ano
pela simples exposição de risco de vida ou da saúde de alguém a perigo direto e iminente. Seria o caso
de empregador que obrigue o trabalhador a executar tarefas em condições inseguras ou insalubres,
sem lhe dar o equipamento de proteção adequado. Isso é também previsto no art. 166 da CLT. Além
disso, em caso de morte, esta pode ser classificada como homicídio culposo, pela não-observância de
regras técnicas de segurança do exercício profissional, omissão de socorro ou fuga para evitar a
prisão em flagrante delito.
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Curso Técnico de Cervejaria – Legislação e normas
Registro de estabelecimento
Para o registro de um novo estabelecimento no Serviço de Inspeção Vegetal (SIF/DFA), subordinado
à CIV/DDIV/MA, seja produtor, distribuidor ou armazenador de bebida, deve-se providenciar o
agendamento de vistoria pelos técnicos do SIF que, se aprovado, deverá emitir o Certificado de Registro
de Estabelecimento. Esse registro é válido por 10 anos, podendo ser renovado, alterado ou cancelado.
Para a vistoria, além do agendamento, é necessário providenciar um laudo de análise de água,
informando origem, aspectos físicos e organolépticos (cor, odor, sabor e turbidez), análise microbiológica
(bacilos do grupo coliforme) e análise química (teores de ferro, manganês, matéria orgânica e dureza),
bem como elaborar um memorial descritivo das instalações e equipamentos. Aí devem ser incluídas as
condições específicas do prédio (alvenaria, tijolo, concreto armado, pé-direito, cobertura, forro, material
do piso, inclinação do piso etc.), condições de aeração, de iluminação etc.
Todos os equipamentos para a produção de bebidas devem ser citados, mormente as lavadoras de
vasilhames (latas, garrafas, barris e carro-tanque), especificando os tipos, origens e marcas, com as
capacidades de produção individuais.
São vistoriadas também as condições das instalações dos recintos sanitários (quantidade, localização,
rede de esgoto e o local onde são lançados os resíduos da indústria).
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Curso Técnico de Cervejaria – Legislação e normas
– marca comercial;
– ingredientes (malte, água, lúpulos, cereais...);
– a expressão "Indústria Brasileira", por extenso ou abreviada, para produto nacional;
– o conteúdo em mililitros;
– a graduação alcoólica, expressa em percentagem em peso de volume alcoólico, por extenso ou
abreviada;
– a identificação do lote ou da partida;
– o prazo de validade; e
– a frase de advertência, estabelecida por lei específica, quando se tratar de bebida alcoólica
("Aprecie com moderação", "O álcool pode causar dependência e, em excesso, é prejudicial à
saúde"...).
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Curso Técnico de Cervejaria – Legislação e normas
Na declaração dos aditivos, deverão ser indicados a sua função principal e seu nome completo ou
seu nº de código no INS (Sistema Internacional de Numeração - Codex Alimentarius FAO/OMS),
como, por exemplo: antioxidante INS 300; estabilizante INS 405.
Os dizeres e demais detalhes da rotulagem constam da Seção IV do Decreto nº 2.314/97.
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Curso Técnico de Cervejaria – Legislação e normas
a) cerveja sem álcool: A < 0,5, não sendo obrigatória a declaração do conteúdo alcoólico no
rótulo; e
b) cerveja com álcool: A < 0,5, devendo-se declarar, no rótulo, o conteúdo alcoólico.
4. Quanto à proporção (X) de malte de cevada, com base em % em peso sobre o extrato primitivo,
como fonte de açúcares:
a) de baixa fermentação; e
b) de alta fermentação.
O art. 67 se ocupa das denominações quanto ao tipo, sendo possíveis as classificações Pilsen,
Export, Lager Dortmunder, München, Bock, Malzbier, Ale, Stout, Port, Weissbier, Alt e outras
internacionalmente reconhecidas e que vierem a ser criadas, observadas as características do produto
original.
De acordo com os arts. 68, 69 e 70, a cerveja poderá ser adicionada de suco e/ou extrato de
vegetal, que podem ser substituídos, total ou parcialmente, por óleo essencial, essência natural ou
destilado vegetal.
Mas isso implica que seja registrado no rótulo a expressão “cerveja com...” e caso o suco natural
tenha sido substituído, total ou parcialmente, por seu óleo essencial, essência natural ou destilado
vegetal, deverá ser designado no rótulo a expressão “cerveja sabor de...”, com o nome do vegetal
(ex.: cerveja sabor de banana).
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Curso Técnico de Cervejaria – Legislação e normas
Mas especial atenção deve ser dada ao disposto no art. 14, item 4: A bebida deverá atender aos
seguintes requisitos:
Finalmente, por força do art. 33, a cerveja importada deverá observar os mesmos padrões de
identidade e qualidade para a bebida fabricada no Brasil.
Direito do consumidor
O Código de Defesa do Consumidor está estabelecido na Lei nº 8.078, de 11/09/90, que busca o
equilíbrio na relação de consumo de produtos e serviços.
No Código de Defesa do Consumidor, foram criados instrumentos com vistas a torná-lo acessível
a toda a população, portanto de grande alcance social, como, por exemplo:
a) manutenção de assistência jurídica integral e gratuita para o consumidor carente, instrumento
de Promotoria de Justiça de Defesa do Consumidor;
b) criação de delegacias de polícia especializadas (DECON) para atender a consumidores lesados
por atos de infração penal de consumo;
c) criação de juizados especiais de pequenas causas;
d) varas especializadas para a solução de atos ilícitos relacionados com o consumo, como o
PROCON e o CODECON; e
e) associações de defesa do consumidor, das câmaras de vereadores de alguns municípios.
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Curso Técnico de Cervejaria – Legislação e normas
Normas técnicas
Com esse objetivo, a organização industrial lança mão, dentre outras ferramentas, de normas,
registros, projetos etc., que formam conjuntos de documentos norteadores de sua produção. Esses
conjuntos podem ser caracterizados como:
a) documentação inicial, que consiste basicamente no projeto do produto, com as especificações
de trabalho e as normas que norteiam sua elaboração;
b) documentação de fabricação, como planos, instruções e roteiros, calcados em listas de materiais
(tipos, quantidades e procedência de matérias-primas e outros), englobando métodos de fabricação
(tempos, temperaturas, pressões etc.); e
c) documentação final, ou seja, os documentos que comprovam a qualidade, tais como análises em
geral, resultados analíticos e parâmetros lançados em boletins de fabricação, relatórios... Esses
documentos são ordenados de modo a comprovar que os materiais e métodos utilizados estão
dentro das normas processuais do produto.
As normas de uma empresa costumam ser divididas conforme a finalidade a que se destinam:
– normas de procedimento;
– normas de especificação;
– normas de padronização; e
– normas de simbologia.
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Curso Técnico de Cervejaria – Legislação e normas
Normas de procedimento
São normas que se destinam a fixar condições para:
a) execução de cálculos, projetos, obras, serviços etc.;
b) emprego de materiais e de produtos industriais;
c) certos aspectos de transações comerciais, como compras, concorrências etc.;
d) elaboração de documentos em geral, inclusive desenhos; e
e) segurança na execução de obras, utilização de equipamentos etc.
Exemplo:
Norma de Procedimento nº 45/A/01/89, da Cervejaria Golden S.A. para sanitização
dos tanques cilindro-cônicos de fermentação da Adega II:
1. ligar o exaustor da adega;
2. despressurizar o tanque, abrindo o registro de saída para a atmosfera;
3. abrir o cone e acoplar as ligações de recalque da bomba CIP-1, inclusive torneiras
de prova;
4. esperar 15 minutos para esgotamento do CO2;
5. com o cone aberto, bombear a solução de soda cáustica "fraca", do tanque A,
com 3 a 5 pulsos completos de 30 segundos (30 segundos com bomba ligada,
seguidos de outros 30 segundos de bomba desligada), deixando escorrer para a
canaleta;
6. fechar o cone;
7. efetuar as ligações de retorno da solução;
8. verificar a concentração de soda cáustica do tanque B, que deve estar entre 2,0
e 2,5% p/v, e anotar o volume inicial do banho;
9. caso a concentração do banho esteja fora desses valores, efetuar a correção de
acordo com a Norma de Procedimento 19/C/92;
10. abrir registro de entrada do tanque B, mantendo, por ora, seu retorno fechado;
11. abrir o registro nº 28, do dreno de linha;
12. ligar a bomba CIP-1 e, 30 segundos depois, a bomba de retorno CIP-2;
13. efetuar testes com a solução de indicador na água de retorno pelo dreno nº 28,
até que apareça uma coloração rosada, quando, imediatamente, o registro de
retorno do tanque B deve ser aberto e o registro nº 28 fechado;
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Curso Técnico de Cervejaria – Legislação e normas
Normas de especificação
São normas que se destinam a fixar condições exigíveis para aceitação ou recebimento de matérias-
primas e determinados insumos, peças, produtos semi-acabados ou acabados, características de diversos
aparelhos ou máquinas, certas formulações etc.
Exemplo:
Norma de Especificação NE/4 da Cervejaria Loura Gelada Ltda.:
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Curso Técnico de Cervejaria – Legislação e normas
Normas de padronização
São normas que se destinam a restringir a variedade pelo estabelecimento de um conjunto metódico
e preciso de condições a serem satisfeitas, com o objetivo de uniformizar características geométricas,
físicas ou outras características de
elementos de construção, materiais, Exemplo:
produtos industriais, aparelhos,
desenhos e projetos. Norma de padronização NPAD 89/12, da Cervejaria
do Norte, para o controle de recebimento de rótulos:
Como exemplo de aplicação desse tipo de papel ...................................... couché
tipo de norma, podemos citar os gramatura ..................................... 70-75g/m2
desenhos com as características altura ................................................... 90mm
dimensionais e suas tolerâncias para largura .................................................. 60mm
garrafas, latas, rolhas metálicas, caixas tolerância de corte ......................... ± 0,25mm
plásticas e peças em geral. cores e dizeres, conforme padrão
Normas de simbologia
São normas que se destinam a estabelecer convenções gráficas para conceitos, grandezas, sistemas
ou partes de sistemas, com a finalidade de representar esquemas ou montagens, circuitos e seus
componentes, fluxogramas etc., referentes a um determinado setor científico, técnico, comercial.
Exemplo:
O Diagrama Ladder, conforme Norma DIN (Deutsche Industrie
Normen), é um diagrama de relés através de símbolos que representam
entradas e saídas, formando sentenças lógicas:
– contato aberto
– saída (bobina)
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Curso Técnico de Cervejaria – Legislação e normas
As normas podem ser estabelecidas para aplicação em âmbito nacional, regional ou internacional.
Podem ainda apresentar diversos níveis:
– norma individual: preparada por um indivíduo, grupo ou repartição, para uso particular ou uso
interno;
– norma de empresa: voltada para orientar processos, procedimentos etc.;
– norma de associação: preparada por indústrias, através de consenso (por exemplo: SAE, ASTM,
ABNT etc.);
– norma nacional: adotada por órgão nacional, mesmo que tenha sido elaborada por organização
de normalização estrangeira (por exemplo: INMETRO, ANSI, DIN, BSI etc.);
– norma regional: adotada por uma organização regional de normalização (por exemplo: COPANT
- Associação Pan-Americana de Normas Técnicas);
– norma internacional: adotada por uma organização internacional de normalização (por exemplo:
ISO, IEC etc.).
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Curso Técnico de Cervejaria – Legislação e normas
• NBR-2: normas referendadas – de uso obrigatório para o Poder Público e Serviços Públicos
Concedidos (precisam ser aprovadas pelo CONMETRO);
• NBR-3: normas registradas – normas voluntárias que venham a merecer registro no INMETRO,
de acordo com diretrizes e critérios estabelecidos pelo CONMETRO; e
• NBR-4: normas probatórias – em fase experimental, com as diretrizes estabelecidas pelo
CONMETRO.
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Curso Técnico de Cervejaria – Legislação e normas
A IEC, fundada em 1906 em Londres, Inglaterra, transferida em 1947 para Genebra, Suíça, ocupa-
se especificamente da normalização dos assuntos de natureza elétrica e eletrônica. Suas normas são
de grande abrangência multinacional.
A ISO, sob essa nomenclatura, foi estabelecida de fato em 1947, a partir de uma reunião internacional
prévia no ano anterior, mas teve como embrião a ISA (Federação Internacional das Associações
Nacionais de Normalização), criada em 1926, sucumbida em 1942, no auge dos conflitos da Segunda
Guerra. A ISO dedica-se às demais normas técnicas, outras que não sejam da esfera elétrica ou
eletrônica. As normas ISO são divididas em séries, como, por exemplo, a ISO - série 9000, composta
de cinco normas, que se ocupam da qualidade, a saber:
• ISO 9000: normas de gestão da qualidade e garantia da qualidade – diretrizes para a seleção e
uso;
• ISO 9001: sistemas da qualidade – modelo de garantia da qualidade em projetos, desenvolvimento,
produção, instalação e assistência técnica;
• ISO 9002: sistemas da qualidade – modelo de garantia da qualidade em produção e instalação;
• ISO 9003: sistemas da qualidade – modelo de garantia da qualidade em inspeção e ensaios; e
• ISO 9004: gestão da qualidade e elementos do sistema da qualidade - diretrizes.
As normas ISO-9001, 9002 e 9003 são usadas com propósitos contratuais entre clientes e
fornecedores de mercadorias e serviços. Assim, o cliente poderá requerer, em seu contrato de entrega,
que seu fornecedor tenha adotado um sistema de qualidade assegurada ou que certos elementos
sejam adotados em seu sistema de produção. Pode, ainda, exigir que seus fornecedores de produtos
ou serviços tenham um sistema contratado de produção ou que tenham sido certificados por um
agente credenciado ou registrado na ISO.
Assim, por exemplo, a BVQI outorgou, em 1999, a certificação ISO-9002 em Educação Profissional
ao Centro de Formação Profissional de Petrópolis e ao Centro de Tecnologia de Produtos Alimentares
de Vassouras, onde, aliás, você se acha matriculado e está recebendo a formação e habilitação profissional
dada pelo Curso Técnico de Cervejaria. São dois certificados que atestam, mais uma vez, a qualidade
do ensino do SENAI/RJ.
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Exercícios
(a) Pagamento das contas públicas do interesse da coletividade, sem vinculação ou distinção da
despesa.
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SENAI-RJ 39
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9. Assinale com um X na coluna apropriada, conforme os atos jurídicos abaixo listados venham a
se constituir fato gerador de IPI, de ICMS, de ambos ou de nenhum desses impostos:
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10. De acordo com dados de uma nota fiscal de venda de cervejas de um distribuidor a um
supermercado, o preço unitário do líquido contido numa garrafa foi de R$ 0,80, incluídos de 80%
de IPI e 20% de ICMS. Qual será o lucro marginal do supermercado se a cerveja em garrafa
for vendida ao consumidor por R$ 1,20? E qual é a margem de comercialização (% de lucro na
operação de venda) do supermercado?
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12. Suponha uma cerveja de mosto elaborado com utilização apenas de malte Pilsen, levedura de
baixa fermentação e as características constantes no seguinte laudo de análise:
extrato primitivo, % peso ........................................................ 10,90
extrato aparente, % peso ........................................................ 2,05
extrato real, % peso ................................................................ 3,65
álcool, % vol ........................................................................... 4,70
grau de fermentação aparente, % .......................................... 81
valor de pH ............................................................................. 4,12
turvação, EBC ........................................................................ 0,9
coloração, EBC ...................................................................... 5,5/6,0
diacetilos, ppm ........................................................................ 0,06
amargor, UA ........................................................................... 15
valor energético, kcal/kg ......................................................... 97
De acordo com os padrões de identidade e qualidade para a cerveja brasileira, como ela deveria
ser classificada, para atender às formalidades legais de registro no rótulo?
(a) Cerveja escura forte, com 4,7% de álcool em volume.
(b) Cerveja extra clara, comum, de puro malte, de baixa fermentação, com 4,7% de álcool em
volume.
(c) Cerveja clara, comum, de puro malte, de baixa fermentação, com 4,7% de álcool.
(d) Cerveja forte escura, de puro malte, de alta fermentação e alto teor alcoólico.
(e) Nenhuma das respostas anteriores.
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13. Suponha, agora, que o malte Pilsen tenha sido substituído parcialmente por 25% de grits de
milho sobre a participação total no extrato primitivo. Suponha, também, que a coloração tenha
sido reduzida para 5,0/5,5 EBC, ficando os demais parâmetros praticamente imutáveis. Como
ficaria a petição ao SIF, com respeito aos padrões de identidade?
(a) Ficaria da mesma forma, pois praticamente nada mudou.
(b) Cerveja clara, comum, de baixa fermentação, com 4,7% de álcool em volume.
(c) Cerveja escura, extra, de puro malte, de alta fermentação.
(d) Cerveja de fraca coloração e alto teor alcoólico.
(e) Nenhuma das respostas anteriores.
14. Como é conhecida a Lei nº 8.078/90, que busca a harmonia nas relações de consumo de produtos
e de serviços?
(a) Lei do ICMS.
(b) Código Tributário.
(c) Código Penal.
(d) Código de Defesa do Consumidor.
(e) Nenhuma das respostas anteriores.
15. Se um consumidor se sentir lesado por consumir um produto defeituoso, que instrumento, conforme
abaixo listado, ele pode utilizar, amparado na Lei de Defesa do Consumidor?
(a) Entrar com uma reclamação trabalhista.
(b) Entrar com uma petição ao Serviço de Inspeção Vegetal ou Animal, dependendo da natureza
do produto consumido.
(c) Entrar com uma ação no PROCON, relatando os danos causados e pedindo ressarcimento
por eles.
(d) Entrar com uma ação na ABNT ou no INMETRO.
(e) Nenhuma das respostas anteriores.
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16. Qual é a instituição responsável pela formulação e execução da política nacional de metrologia,
normalização e certificação da qualidade dos produtos industriais?
(a) CONMETRO.
(b) SINMETRO.
(c) INMETRO.
(d) ABNT.
(e) Nenhuma das respostas anteriores.
17. No Brasil, qual é a organização credenciada como fórum nacional para as atividades relacionadas
com normalização?
(a) CONMETRO.
(b) SINMETRO.
(c) INMETRO.
(d) ABNT.
(e) Nenhuma das respostas anteriores.
18. Dentre as organizações abaixo, qual delas se ocupa da normalização em nível internacional
relacionada com os campos de elétrica e eletrônica?
(a) CONMETRO.
(b) SINMETRO.
(c) INMETRO.
(d) ABNT.
(e) Nenhuma das respostas anteriores.
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19. Para responder as questões “A” e “B” apresentadas a seguir, considere as informações
constantes de um contrato de fornecimento de malte Pilsen, relacionadas abaixo:
umidade, % .......................................................................... 3,5-4,5*
proteínas, % ia ..................................................................... 9,5-10,5**
tempo de açucaração, min ................................................... 10-15***
odor da mostura ................................................................... normal***
rendimento, % cr ................................................................. = 76,0*
rendimento, % ia .................................................................. = 80,0
diferença de rendimentos fina-grossa moagem ................... = 1,8***
cor, unid. EBC ..................................................................... 3,0/4,0*
valor de pH .......................................................................... 5,6-5,9**
grau de fermentação aparente, % ....................................... = 80,0**
Notas:
* aceitação com restrição, conforme itens 4.1 e 4.2 do contrato de fornecimento;
** aceitação com restrição, conforme itens 4.3 a 4.5 do contrato de fornecimento;
*** não-aceitação, conforme item 4.6 do contrato de fornecimento.
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Chave de respostas
Exercício 1
letra (d)
Exercício 2
letra (c)
Exercício 3
letra (c)
Exercício 4
letra (d)
Exercício 5
I: IPI, ICMS, IOF, IPTU e IPVA;
T: certidão de ICMS, iluminação pública, TRMM e alvará;
C: ao INSS e ao FGTS.
Exercício 6
letra (b)
Exercício 7
letra (d)
Exercício 8
letra (b)
Exercício 9
IPI: 2;
ICMS: 1, 3 e 5;
ambos: 4, 6 e 7;
nenhum: 8.
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Exercício 10
R$ 0,19 e 33,9%
a) Operação de venda do distribuidor ao supermercado:
Preço de venda com impostos: ..........................................................0,80
Valor da cerveja sem IPI: 0,80 / 1,80 = ............................................. 0,44
Diferença = 80% de IPI = ................................................................ 0,36
Valor da cerveja sem IPI e sem ICMS = 0,44 / 1,20 ....................... 0,37
Diferença = 20% de ICMS = 0,44 - 0,37 =...................................... 0,07
Destaques: IPI = R$ 0,36
ICMS = R$ 0,07
b) Operação de venda do supermercado ao consumidor:
Preço de venda com impostos: .......................................................... 1,20
Valor da cerveja sem IPI: 1,20 / 1,80 = ............................................. 0,67
Diferença = 80% de IPI = ................................................................ 0,53
Valor da cerveja sem IPI e sem ICMS = 0,67 / 1,20 ........................ 0,56
Diferença = 20% de ICMS = 0,67 - 0,56 = ....................................... 0,11
Destaques: IPI = R$ 0,53
ICMS = R$ 0,11
O supermercado recolhe por unidade vendida: IPI = 0,53 - 0,36 = R$ 0,17
ICMS = 0,11 - 0,07 = R$ 0,04
c) Lucro marginal, isto é, quando o supermercado lucra na operação:
0,56 - 0,37 = R$ 0,19 / unidade.
d) Margem de comercialização (%):
0,19 X 100
–––––––––– = 33,9%
0,56
Exercício 11
letra (a)
Exercício 12
letra (c)
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Exercício 13
letra (b)
Exercício 14
letra (d)
Exercício 15
letra (c)
Exercício 16
letra (b)
Exercício 17
letra (d)
Exercício 18
letra (e)
Exercício 19
A) letra b
B) letra c
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Curso Técnico de Cervejaria – Legislação e normas
Referências bibliográficas
BARRETO, Kátia Lúcia de Oliveira; ABREU, Vera Regina Costa; SILVA, Nilo de Souza e.
Legislação e normas; habilidades de gestão. Rio de Janeiro, SENAI. RJ, 1994.
MORET, Paulo Arthur. ISO 9000... e depois? Rio de Janeiro, Casa Imagem Editorial, 1996.
WERLANG, José Fernando. Manuais SIV. Rio de Janeiro, Serviço de Inspeção Vegetal - SIF/
DFA/CIV/DDVI/MA, 1997. A: no serviço de inspeção vegetal; B: registro de estabelecimento;
C: instalações de bebidas em geral.
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Gestão ambiental
Nesta unidade...
O meio ambiente
Educação ambiental
Histórico
Exercícios
Ecologia
Ecossistemas brasileiros
Energia e matéria
Cadeia alimentar
Poluição
Efeitos globais
Exercícios
Exercícios
Exercícios
Exercícios
Chave de respostas
Referências bibliográficas
2
Gestão ambiental
2004
SENAI–Rio de Janeiro
Diretoria de Educação
Ficha Técnica
Edição revista da apostila Gestão Ambiental. Vassouras, 2001. (Série Cursos de Cervejaria).
SENAI. RJ. CETEC de Produtos Alimentares. Setor de Documentação Bibliográfica.
SENAI
SENAI––Rio de Janeiro
GEP – Gerência de Educação Profissional
Rua Mariz e Barros, 678 – Tijuca
20270-903 – Rio de Janeiro – RJ
Tel.: (21) 2587-1116
Fax: (21) 2254-2884
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Curso Técnico de Cervejaria – Gestão ambiental
O meio ambiente
Meio ambiente constitui uma série de relações que envolvem práticas interdisciplinares. Ele se
define mais precisamente como "uma totalidade dinâmica, uma troca permanente na qual se insere
toda uma rede de relações socioeconômicas, éticas, estéticas e políticas".
O meio ambiente resulta do processo histórico-cultural das relações entre sociedade e natureza, é
determinado dentro de um marco espacial e temporal concreto. As comunidades, ou mesmo
consumidores em geral, cada vez mais informados e conscientes de sua posição e importância, já não
se contentam apenas com um bom produto a preço justo. As pessoas buscam o atendimento a suas
necessidades e anseios, como a qualidade do produto, o bom atendimento e o respeito aos vizinhos e
ao meio ambiente.
A história do controle ambiental na indústria é construída ao longo de um processo de mudanças
culturais da sociedade e nas atitudes das empresas que se voltam para o conhecimento da importância
do controle. Este processo passa pela omissão, contemporização e aceitação passiva e posteriormente
consciente, chegando às etapas finais da atuação com responsabilidade e da consciência global com
ganhos financeiros, através do fim dos desperdícios, o que proporciona melhoria da qualidade de vida
da sociedade e da imagem da empresa.
Educação ambiental
Cada ser, cada elemento, cada ínfimo átomo tem direito ao seu ciclo de existência; portanto, nesta
nova consciência, de que não somos os únicos a ter direitos sobre o planeta, todos têm função e razão
de existir. Nós, seres humanos, interviemos na Terra de forma muito mais profunda, fazendo isso com
a consciência de que progredíamos.
SENAI-RJ 53
Curso Técnico de Cervejaria – Gestão ambiental
Através de indícios, fomos capazes de perceber que não era um progresso racional para o conforto
da sociedade, pois as alterações geraram conseqüências danosas como: mudanças climáticas, poluição
do ar, água e solo, assim como extermínio de espécies da flora e da fauna. Ao percebermos que a
nossa postura era a de predadores da própria vida, passamos ao processo da educação ambiental,
quando os indivíduos e a comunidade tomam consciência do seu meio ambiente e adquirem
conhecimentos, valores, habilidades, experiências e determinação, tornando-os aptos a agir, individual
e coletivamente, na resolução de problemas ambientais presentes e futuros.
A poluição ambiental, fruto principal das indústrias de base e de transformação, bem como os
produtos por elas gerados, disseminados na forma de bens duráveis ou de consumo; a falta de infra-
estrutura sanitária do país; a emissão em massa de gases na atmosfera sem sistemas de controle, há
algum tempo, começaram a preocupar os órgãos de controle e a agravar os problemas de saúde de
milhões de pessoas.
O controle da poluição ambiental deve envolver todos os grandes segmentos do meio em que os
seres vivos se fazem presentes, ou seja, águas, ar e solo. Conseqüentemente, deve englobar os diversos
tipos de fontes que venham a produzir resíduos líquidos, emissões atmosféricas, resíduos sólidos, ruído,
vibração e radiações.
No desenvolvimento das ações de controle da poluição, deve existir uma instituição (agência) que
possa dispor de recursos humanos, materiais e econômicos compatíveis com a área de atuação e o
estágio de desenvolvimento industrial. À instituição de controle cabem tarefas específicas de proteção
e controle da qualidade ambiental. Entretanto, a preocupação de compatibilizar as atividades econômicas
e sociais com os requisitos ambientais deve permear toda a sociedade, desde a população em geral até
a classe empresarial e, em especial, os setores econômicos da administração pública. Uma instituição
de controle de poluição pouco tem a fazer quando o Estado é um agente de fomento de atividades
econômicas a qualquer preço, com reflexos sociais negativos de difícil solução.
SENAI-RJ 54
Curso Técnico de Cervejaria – Gestão ambiental
Por fim, é importante que uma nova consciência se forme em relação aos aspectos de controle da
poluição ambiental, de modo que a instituição de controle possa dispor de condições necessárias e
suficientes para o desenvolvimento de suas ações.
Histórico
Década de 1960 -› Nessa ocasião havia o domínio do sistema "comando e controle", com proibições
e multas, e a ênfase no tratamento de fim de tubo, sem a preocupação com a redução ou prevenção da
poluição. Essa época representou o início de uma longa série de tratados ambientais, regionais e
internacionais. Uma relação mais detalhada pode ser encontrada na publicação Tratados e Organizações
Internacionais em Matéria de Meio Ambiente, volume I, da coleção Entendendo o Meio Ambiente,
da Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo.
Em 1972, foi realizada a Conferência de Estocolmo, convocada pela Assembléia Geral da ONU,
que assinalou duas posições antagônicas:
• países desenvolvidos propuseram a conservação dos recursos naturais, medidas preventivas
imediatas para evitar um grande desastre; e
• países em desenvolvimento questionavam a legitimidade das recomendações dos países ricos,
necessitavam do desenvolvimento econômico e temiam por retardar a sua industrialização.
SENAI-RJ 55
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Década de 1980 -› A indústria começa a se dar conta de que, para se manter competitiva, precisa
definir o meio ambiente como uma oportunidade de lucro. Ao adotar uma atitude mais proativa,
reconhece que um Sistema de Gestão Ambiental (SGA) voluntário e significativo pode reforçar a
imagem da corporação e reduzir os custos.
Em 1984, foi criado um programa baseado nos princípios da gestão da qualidade total, incluindo a
avaliação dos impactos atuais e potenciais devidos às atividades e aos produtos químicos sobre a
saúde, a segurança e o meio ambiente. Os grupos ambientalistas começam a ter sucesso em suas
ações destinadas a influenciar a política das empresas. Nesta década, foi lançado o conceito de
desenvolvimento sustentado, que atende às necessidades presentes sem comprometer os recursos
disponíveis para as gerações futuras.
Década de 1990 -› A Comunidade Européia vem instituindo uma série de medidas ambientais,
emitindo, por exemplo, regulamentos para rótulos ecológicos, para ecoauditorias, uma política para
embalagens e obras que discutem as ações relacionadas com o ambiente e o desenvolvimento
sustentável.
Em 1992 foi realizada no Rio de Janeiro a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente
e Desenvolvimento, que ficou conhecida como "Cúpula da Terra" e contou com representantes de 172
países. Os documentos que resultaram dessa conferência foram os seguintes:
• Declaração do Rio sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, objetivando a busca do
desenvolvimento sustentável e de melhores condições de vida para todos os povos.
• Agenda 21, um plano de ação a ser implementado pelos países que o assinaram, advertindo as
autoridades, nos diferentes níveis e instâncias, sobre a necessidade de uma proposta com um
programa de medidas a serem tomadas a longo prazo para alcançar o desenvolvimento sustentável.
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• Princípio para a Administração Sustentável das Florestas, isto é, o consenso global sobre
manejo, conservação e desenvolvimento sustentável de todos os tipos de florestas.
• Convenção da Biodiversidade, com o objetivo da "conservação da biodiversidade, o uso
sustentável de seus componentes e a divisão eqüitativa dos benefícios gerados com a utilização de
recursos genéticos, através da transferência apropriada das tecnologias relevantes, levando-se
em consideração todos os direitos sobre tais recursos e através da transferência apropriada das
tecnologias relevantes..." (art. 1º da Convenção).
• Convenção sobre Mudança do Clima, que reflete a preocupação com o aquecimento de
nosso planeta e seus efeitos sobre a sobrevivência do ser humano e as condições adversas sobre
os ecossistemas.
Em janeiro de 1993, a ISO criou o Comitê Técnico (CT) 207, encarregado de desenvolver uma
norma internacional para sistemas de gestão ambiental. O TC 207 foi organizado em subcomitês (SC)
e um grupo de trabalho (WG - working group) da seguinte forma:
• SC-1, Sistemas de Gestão Ambiental, produziu as normas ISO 14001 e 14004, publicadas pela
ISO em setembro de 1996.
• SC-2, Auditoria Ambiental, produziu as normas ISO 14010, 14011 e 14012, também publicadas
pela ISO em setembro de 1996.
• SC-3, Rotulagem Industrial; as normas previstas são:
14020 – Rotulagem ambiental – princípios gerais.
14021 – Rotulagem ambiental – autodeclarações ambientais.
14022 – Rotulagem ambiental – simbologias.
14023 – Rotulagem ambiental – metodologia de verificação e testes.
14024 – Declarações de rotulagem ambiental – rotulagem ambiental tipo 1.
• SC-4, Avaliação de desempenho ambiental; norma prevista:
14031 – Avaliação do desempenho ambiental.
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SENAI-RJ 58
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Exercícios
1. Leia com atenção as frases abaixo e preencha as lacunas de acordo com o que você estudou
nesta seção:
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2. Preencha as lacunas com a respectiva letra que condiz com a década de acontecimento do fato:
a) Década de 1960
b) Década de 1970
c) Década de 1980
d) Década de 1990
( ) Surgiram os regulamentos para rótulos ecológicos, para ecoauditorias, além de uma política
para embalagens.
( ) Convenção da biodiversidade.
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Ecologia
A ecologia é a ciência que estuda as condições de vida entre os seres vivos e as relações entre
todas as espécies.
O ecossistema é uma unidade funcional básica na ecologia, pois inclui tanto os organismos vivos,
biotas, quanto os elementos não vivos; isto é, elementos físicos do ambiente, como a umidade, nutrientes,
água, ar, solo, subsolo e os sedimentos.
Um ecossistema pode ser um lago, uma floresta, um rio ou mesmo o bairro de uma cidade. Todos
possuem seres vivos interagindo entre si e com o ambiente. Em maior escala, o planeta como um
conjunto é considerado um grande ecossistema. Os ecossistemas podem ser subdivididos em pequenas
unidades bióticas, chamadas de comunidades biológicas. As maiores destas comunidades no planeta,
como a Floresta Amazônica e a Tundra Ártica, denominam-se biomas, ou seja, um tipo de ecossistema
terrestre regional.
O Brasil, sendo conhecido como o país de maior biodiversidade do mundo, tem sua riqueza
constantemente ameaçada devido aos desmatamentos (Amazônia), ocupação predatória e destruição
da Mata Atlântica, avançando para o cerrado e para a Amazônia.
Ecossistemas brasileiros
A Amazônia
É um ecossistema frágil, pois vive do seu próprio material orgânico e qualquer interrupção dos
ciclos de matéria e energia, como a retirada de árvores e outros seres vivos, coloca em risco a
existência da floresta. Uma imprudência pode causar danos irreversíveis ao equilíbrio do ecossistema.
Os solos nessa região são quase estéreis, apesar de a exuberante vegetação criar a ilusão de fertilidade
O cerrado
É uma savana (pastagem/floresta) tropical na qual a vegetação herbácea coexiste com diversas
espécies de arbustos esparsos; com a expansão agropastoril e o extrativismo mineral, essa região tem
se tornado modelo de destruição. O solo, antigo e profundo, ácido e de baixa fertilidade, tem altos
níveis de ferro alumínio. Este ecossistema é cortado por três das maiores hidrografias da América do
Sul (Tocantins, São Francisco e Prata), garantindo uma biodiversidade surpreendente tanto da flora
como da fauna.
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A caatinga
É uma região semi-árida, onde o solo raso e pedregoso não consegue armazenar a água que cai e
a temperatura elevada provoca intensa evaporação. A vegetação adaptou-se ao clima para se proteger.
Este ecossistema possui algumas “ilhas de umidade” e solos férteis, onde torna-se possível a produção
de quase todos os alimentos e frutas peculiares aos trópicos do mundo.
Os campos
Podem ser de terra firme, caracterizados por savanas de gramíneas baixas no norte da Amazônia;
e outro, conhecido por campos limpos, caracterizado pelas estepes úmidas típicas da região Sul do
Brasil; nessa região há muita mata entremeada, as chuvas distribuem-se regularmente pelo ano todo e
as baixas temperaturas diminuem os níveis de evaporação, diferente dos campos do Norte do país.
O Pantanal
É a maior área úmida continental do planeta, as chuvas fortes são comuns e os terrenos quase
sempre planos são alagados periodicamente por inúmeros córregos e vazantes, isto é, muita água;
durante as cheias ocorre a fertilização da região. Grande parte dessa região continua inexplorada, mas
há indícios de exploração nas áreas de mata e devido à introdução de pastagens artificiais. A ocupação
desordenada das regiões mais altas, onde nasce a maioria dos rios, é o risco mais grave. A agricultura
indiscriminada está provocando a erosão do solo, além de contaminá-lo; com o uso excessivo de
agrotóxicos, o resultado é o assoreamento dos rios, que vem causando impacto nesse ecossistema.
A Mata Atlântica
Encontramos diversas formações vegetais associadas a ambientes de sedimentação recente,
acompanhados de diversos tipos de solo, relevos e características climáticas que têm como elemento
comum a esse diversificado mosaico de ecossistemas florestais a exposição aos ventos úmidos que
sopram do oceano. A fauna e a flora da Mata Atlântica estão em vias de extinção, mas ainda possuem
remanescentes florestais e espécies animais que contribuem para a diversidade biológica do planeta.
A zona costeira
É possível observar uma enorme variedade de paisagens como dunas, ilhas, recifes, baías, costões
rochosos, estuários, brejos e falésias; dependendo do clima e da geologia, é possível presenciar diferentes
espécies de animais e vegetais. É nessa faixa litorânea que vive mais da metade da população brasileira.
Torna-se importante salientar que a destruição dos ecossistemas litorâneos é uma ameaça para o
próprio homem, uma vez que põe em risco a produção pesqueira, uma rica fonte de alimentos.
SENAI-RJ 62
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Energia e matéria
A energia absorvida pelas plantas, apesar de ser uma pequena parcela da energia solar que chega
à Terra, é fundamental para os seres vivos. A maioria das plantas possui pigmentos verdes, as clorofilas,
que absorvem energia luminosa. Com essa energia luminosa e com gás carbônico, água e sais minerais,
e através do processo de fotossíntese, a planta produz materiais orgânicos e libera oxigênio para a
atmosfera. Durante a fotossíntese, a energia solar transforma-se em energia potencial, que fica
armazenada nos materiais orgânicos. Parte desses materiais entra na constituição dos seres vivos, e
outra parte fornece a energia necessária às suas atividades. Muitos dos materiais orgânicos formados
pelas plantas na fotossíntese constituem os alimentos, ou seja, material cuja energia pode ser utilizada
pelas células, como, por exemplo: açúcares, gorduras e proteínas.
Cadeia alimentar
Luz
O2 Produtores CO2
Consumidores primários
Consumidores secundários
Consumidores terciários
Decompositores
SENAI-RJ 63
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Os produtores
Seres autotróficos, têm a capacidade de produzir seu próprio alimento durante o fenômeno da
fotossíntese; geralmente são vegetais verdes que contêm clorofila, conferindo-lhes a cor. A clorofila
tem a capacidade de sintetizar, na presença de luz, gás carbônico e outros elementos essenciais, a sua
própria matéria orgânica, da qual irão se nutrir. Neste processo, existe a liberação do oxigênio, que é
utilizado pelos outros microrganismos. Os produtores são representados por plantas fixadas ao solo ou
flutuantes e pelas algas microscópicas, que constituem o fitoplâncton. Este desempenha um papel
extremamente importante, porque é o alimento básico para um tipo de ecossistema aquático.
Os consumidores
Chamados de seres heterotróficos, diferenciam-se dos produtores por não terem a capacidade de
elaborar o seu próprio alimento. Necessitam alimentar-se de partículas de matéria orgânica ou de
organismos. Os consumidores primários são aqueles que se alimentam diretamente dos vegetais;
portanto, herbívoros. Inclui-se nesta categoria o zooplâncton, representado por animais microscópicos.
Os consumidores secundários se alimentam dos consumidores primários e assim por diante.
Os decompositores
São representados pelas bactérias e pelos fungos. Sua função é justamente decompor os organismos
mortos em substâncias simples, utilizadas pelos produtores.
Portanto, num ecossistema existe o equilíbrio entre os seres vivos e o seu meio ambiente, implicando
um ciclo de interdependência. Nas variações no ecossistema provocadas pelo próprio homem, haverá
uma adaptação à nova situação, ou seja, ocorrerá uma auto-regulação.
Caso seja estabelecida uma situação que desestruture tal equilíbrio, mudando
significativamente as características e a harmonia desse ambiente, como a quebra
de um elo anterior, provocada pela dizimação de organismos específicos ou
não, estamos frente a uma poluição.
Poluição
São todas as substâncias que, manipuladas incorretamente, comprometem a qualidade do ar, da
água e do solo, isto é, a degradação da qualidade ambiental resultante de atividades que direta ou
indiretamente:
• prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da população;
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Uma determinada substância não é poluente por si só. A capacidade de essa substância tornar-se
um poluente e contaminar o ambiente ou as pessoas desse ambiente está relacionada com inúmeros
fatores.
As pequenas poluições acidentais, como despejo em lugares não adequados de pequenas quantidades
de combustível, óleos e restos de tintas, por exemplo, sinalizam falhas maiores.
A elevada carga de materiais orgânicos, de resíduos das matérias-primas que compõem a cerveja,
pode provocar a agonia de um corpo d'água, dependendo do volume de água desejada e da "saúde"
desse corpo d'água, entre outros fatores.
Isso ocorre também pela característica alimentar dos resíduos do processo cervejeiro. A matéria
orgânica do nosso efluente, dissolvida na água, servirá como alimento para um grande número de
microrganismos consumidores de oxigênio.
O oxigênio dissolvido na água é a única fonte de oxigênio que os microrganismos superiores, como
crustáceos, peixes e moluscos, utilizam. As espécies mais exigentes de peixes são as primeiras a
sentir a asfixia provocada pelo excesso de matéria orgânica.
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Em uma cervejaria, a principal fonte de emissões atmosféricas são as caldeiras movidas a óleo
combustível e a utilização de gases refrigerantes tipo CFC.
Além da poluição visual e da sujeira das fuligens, frutos da combustão incompleta, os óleos
combustíveis possuem teores de enxofre elevados, e este, em contato com a umidade do ar, gera
ácidos, provocando a formação de chuvas ácidas. Sujam e corroem estruturas metálicas, acidificam o
solo, rios etc., sem falar nos danos à saúde ocupacional e pública ou nos custos de limpeza e manutenção.
A má gestão por parte das empresas, ao longo dos anos, em especial a referente aos resíduos
sólidos ou semi-sólidos, coloca em risco vários aqüíferos, principalmente os mais superficiais, justo
aqueles que abastecem ou poderiam abastecer a população de comunidades mais carentes.
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Efeitos globais
Odores, ruídos, tráfego intenso, poeiras e fuligem causam desconforto na comunidade. Pesquisas
mostram que o ruído constitui um dos agentes mais nocivos à saúde humana, causando hipertensão
arterial, gastrites, úlceras e impotência sexual. O limite de tolerância do homem a ruídos contínuos e
intermitentes, estabelecido pelo Ministério do Trabalho, é de 85 decibéis.
Um ruído aceitável habitualmente em uma fábrica pode não estar dentro das condições legais e se
propagar de forma diferente em função das condições atmosféricas e da topografia dos lugares.
Devemos fazer da proteção ao meio ambiente um fator de competitividade das seguintes formas:
• minimizando a produção de efluentes e resíduos através de tecnologias limpas, reciclagens e
reutilização, assim como da diminuição dos desperdícios;
• dominando as poluições para evitar derramamento e descartes acidentais de contaminantes;
• gerenciando com rigor o descarte dos efluentes, a estocagem e a disposição final de resíduos;
• trabalhando com respeito à saúde humana e ao meio ambiente a fim de prevenir acidentes
ou operações de risco que possam causar impactos ao meio ambiente e à boa imagem da
empresa; e
• desenvolvendo a comunicação interna e externa nas empresas e escolas.
Falamos hoje em desenvolvimento sustentável, em estabelecer uma relação harmônica entre
desenvolvimento e preservação do ambiente. Estamos começando a entender que o planeta é um todo
em que as partes são interdependentes e que nossas ações, mesmo que localizadas, repercutem no
sistema inteiro.
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atmosfera nessa altitude é bastante estável, a camada de ozônio manteve-se inalterada ao longo de
milhões de anos. Essa camada age como um grande guarda-sol, filtrando cerca de 99% dos raios
ultravioletas emitidos pelo sol e que causam câncer de pele e outros danos às espécies vivas.
Ultimamente, o mundo está alarmado por um grande buraco na camada de ozônio na Antártica. Os
cientistas atribuem o fato ao uso de CFCs, compostos de cloro, flúor e carbono, presentes em aerossóis
e sistemas de refrigeração. Estes, quando lançados no ar, reagem com o ozônio, destruindo suas
moléculas.
Os CFCs levam cerca de oito anos para chegar à estratosfera, onde, atingidos pela radiação
ultravioleta, se desintegram, e um desses gases (CFC 13) se fragmenta, um átomo de cloro é liberado
e reage com o ozônio. O resultado é a formação de uma molécula de oxigênio e de uma molécula de
monóxido de cloro. Mais tarde, depois de uma série de reações, um outro átomo de cloro será liberado
e voltará novamente a desencadear a destruição do ozônio. Esses gases são de fabricação barata e
bastante estáveis quimicamente. Os danos ambientais causados pelos CFCs estão obrigando a indústria
a procurar outras alternativas.
Os HCFC (CFC com um átomo adicional de hidrogênio) são uma alternativa, pois causam menos
danos à camada de ozônio, mas uma variação desse tipo de gás, o HCFC 142b, é inflamável, e há
outras que são tóxicas. O HCFC 134a, usado principalmente como propelente de aerossóis e na
fabricação de espumas para cosméticos, é considerado seguro para os seres humanos. Aparentemente,
é menos eficaz como agente de refrigeração do que os CFCs convencionais. Por isso, uma geladeira
que usa HCFC 134a gasta mais eletricidade para manter a mesma temperatura.
A proibição do uso dos CFCs tem sido adotada por diversos países,
visando proteger a integridade dos sistemas ambientais globais. Afinal,
a camada de ozônio protege todo o planeta.
Efeito estufa
É um fenômeno natural causado pela presença de nuvens e alguns gases na atmosfera que provocam
o aquecimento da superfície do planeta, retendo na atmosfera a radiação emitida pela superfície
terrestre, o que mantém a temperatura média da Terra em torno de 16ºC.
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Alterações climáticas
O clima do mundo é afetado com a destruição de florestas, porque elas regulam a temperatura, o
regime de ventos e de chuvas. As precipitações provêm, além de outros fatores, da evaporação da
água por meio da transpiração das plantas. A redução drástica da camada vegetal leva à diminuição
das chuvas e, paralelamente, ao aquecimento da Terra, já que a energia solar antes utilizada na
evapotranspiração é devolvida para a atmosfera.
Pelos sinais recolhidos por sensores dos satélites e por uma rede planetária de bóias equipadas com
termômetros, as águas do Oceano Pacífico, numa enorme região que vai da costa da América do Sul
até quase ao litoral da Austrália, estão 5,5ºC acima da temperatura média normal. É extremamente
raro constatar tal variação de temperatura naquele lugar. Há meses, em quase todas as partes do
mundo, episódios estranhos vêm sendo colocados na conta de truques e confusões que o El Niño
costuma trazer. O Rio de Janeiro teve, em pleno inverno de 1997, o dia mais quente do ano, com 42ºC.
Paris, nesse mesmo ano, sufocou-se numa inversão térmica, e o governo francês decretou um
rodízio de automóveis para aliviar o fumacê da capital. A secura do ar na Indonésia e na Malásia
provocou incêndios florestais, poluiu cidades e enfumaçou o céu de tal forma que chegou a causar dois
desastres: dois navios cegados pela fumaça trombaram, deixando 30 marujos mortos no choque. Em
todo o mundo, o El Niño do começo da década de 1980 espetou uma conta de mais de 8 bilhões de
dólares; os impactos econômicos mundiais de um El Niño forte são perturbadores.
Eutrofização
É um fenômeno que ocorre na água em virtude do aumento da concentração de nitrogênio e
fósforo provocado, por exemplo, pelo excesso de adubos no solo. Isso causa um crescimento exagerado
de algas que, além de alterar o sabor dessas águas, promove o decaimento do nível de oxigênio
dissolvido, essencial para a vida de espécies aquáticas.
Chuva ácida
É o resultado da dissociação de ácidos na água da chuva, entre eles o sulfúrico e o nítrico. Esses
ácidos são oriundos de reações químicas na atmosfera a partir de substâncias poluentes.
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A acidez excessiva de corpos d'água pode afetar algumas espécies que neles vivem, levando-as
até a morte. A vegetação pode secar ou adquirir o aspecto amarelado. A capacidade de deterioração
de materiais utilizados na construção de prédios, casas e monumentos é acelerada, sobretudo se forem
feitos de calcário. O intemperismo pode ser por dissolução direta ou pela formação e precipitação de
sulfato de cálcio, que tem a capacidade de acelerar a decomposição de cristais de sal dos materiais de
construção.
O mais agravante da chuva ácida é poder afetar um determinado local que não possua
necessariamente uma fonte emissora de gases provocadores desse problema, já que os poluentes
podem ser conduzidos de um local por centenas ou milhares de quilômetros de distância, pela ação dos
ventos. Dessa forma, passa a ser responsabilidade de todos empreender medidas que reduzam as
emissões desses poluentes na natureza.
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Exercícios
1. Leia com atenção as frases abaixo e preencha as lacunas de acordo com o que você estudou
nesta seção:
a) A ecologia é a ciência que _____________________________________________
___________________________________________________________.
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Amazônia
Cerrado
Caatinga
Campos
Pantanal
Mata Atlântica
Zona costeira
3. Preencha as lacunas com a letra que esteja relacionada com os efeitos globais:
b) Efeito estufa
c) Alterações climáticas
d) Eutrofização
e) Chuva ácida
( ) Os poluentes podem ser conduzidos para um local muito distante da fonte emissora por
ação dos ventos.
( ) Os gases como dióxido de carbono, metano e vapor d'água são capazes de reter o calor
do sol na atmosfera.
( ) Filtra cerca de 99% dos raios ultravioletas emitidos pelo sol, que causam câncer de pele
e outros danos à saúde da população.
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( ) Deslocamento da massa de água quente do Pacífico Sul que, impulsionada pelo vento,
chega à costa da América do Sul, influindo no clima de todo o continente.
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Independente da nova lei de proteção ao meio ambiente, Lei n.º 6.932/98, publicada no Diário
Oficial de 31 de março de 1998, o meio ambiente já é considerado uma das prioridades para boa parte
das indústrias. A indústria tem uma grande contribuição na geração de resíduos, mesmo que estes
sejam disponibilizados de maneira adequada. A grande maioria das empresas, atualmente, tem o
compromisso de conduzir ações orientadas pelo conceito de desenvolvimento sustentável e apoiadas
nos seguintes princípios:
• reconhecimento da gestão do meio ambiente como prioridade;
• contribuição para o desenvolvimento do ser humano, a fim de que ele possa atuar de forma
ambientalmente correta;
• aperfeiçoamento contínuo dos processos, produtos e serviços, visando à melhoria constante do
desempenho ambiental e à prevenção da poluição;
• observação das legislações relativas ao meio ambiente;
• diálogo com as partes interessadas sobre as atividades e seus efeitos ambientais; e
• sistema de Gerenciamento Ambiental, abrangendo o complexo industrial, com todas as etapas de
fabricação, inclusive os seus núcleos operacionais.
Os objetivos básicos de um tratamento de efluente, seja ele líquido, sólido ou gasoso, são:
a) Para a indústria
• Recuperação de produtos - O que é resíduo na indústria é matéria-prima para outras atividades.
Na natureza não existe lixo ou resíduo, tudo pode ser usado. É um ciclo fechado, como uma
cadeia alimentar. Exemplo: ciclo do vidro, reciclagem de embalagens plásticas (inclusive PET) e
de alumínio.
• Imagem - A seleção para reciclagem melhora a organização das dependências da indústria. A
comercialização de materiais recicláveis gera receitas, muitas vezes revertidas em benefício do
meio ambiente ou dos próprios colaboradores.
• Atendimento à legislação - Maior eficiência no processo produtivo. O custo da coleta de lixo
na indústria diminui, pois o gasto para retirar uma tonelada de resíduos por ano varia de US$ 15
mil a US$ 20 mil.
b) Para o governo
• Definição de padrões - Caracterização de resíduos segundo as normas técnicas da ABNT, de
forma a facilitar a separação desses resíduos, como a NBR 10004, que apresenta a classificação
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de resíduos sólidos, tendo em vista a saúde e o meio ambiente; a NBR 10005 fixa condições para
lixiviação de resíduos; a NBR 10006 difere resíduos classe II e III (sólidos); e a NBR 10007, para
amostragem, preservação e estocagem de amostras de resíduos sólidos.
c) Para a sociedade
• Qualidade de vida - Existe o comprometimento da indústria com a comunidade, a fim de reverter
os resultados em benefícios como projetos sociais e culturais ou doações a entidades beneficentes.
• Disposição adequada dos resíduos gerados - Cada tonelada de lixo separado deixa de ocupar
espaço de 1,7m3 nos aterros. Cada tonelada de papel reciclado substitui o plantio de monocultura
de eucaliptos em uma área de 100 a 350m2, além de economizar entre 18 a 20 mil litros de água
e 1 a 1,2 mil litros de óleo combustível.
Caracterização de efluentes
industriais
A caracterização de efluentes industriais tem importância fundamental nas ações ligadas à concepção
e operação de sistemas de tratamento, uma vez que somente através do pleno conhecimento da
natureza dos despejos será possível definir métodos de tratamento e rotinas operacionais que sejam
técnica e economicamente eficazes.
Várias são as razões pelas quais se faz necessária a identificação de águas residuárias industriais
sob os aspectos físicos, físico-químicos, biológicos e bacteriológicos, destacando-se:
• na determinação do potencial poluidor do despejo em termos de agressividade ao corpo receptor
(água ou solo);
• na determinação do potencial poluidor do despejo, em relação aos padrões de emissão (end of
pipe) e de qualidade (corpo receptor), estabelecendo em legislação e/ou normas específicas;
• por ocasião da concepção de sistemas de tratamento de efluentes e na destinação dos lodos
decorrentes;
• na operação de sistemas de tratamento de efluentes e na definição ou alteração de procedimentos
operacionais; e
• na montagem de um banco de dados, tendo em vista cada despejo específico, de maneira a
formar um acervo de informações respaldadas na experiência nacional para cada tipo de atividade
industrial.
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Sólidos totais
O conteúdo dos sólidos totais de um despejo é definido como toda matéria que permanece como
resíduo após a evaporação à temperatura de 103ºC a 105ºC. Sólidos totais podem ser classificados
como: em suspensão ou filtráveis.
Temperatura
A temperatura das águas residuárias é um parâmetro de grande importância, devido ao seu efeito
na vida aquática. A elevação da temperatura por meio de despejos industriais aquecidos pode causar
danos a espécies de peixes no curso de água. Além disso, oxigênio é menos solúvel em água quente
que em água fria.
Cor
A cor é geralmente provocada por corantes orgânicos e inorgânicos.
Odor
Os odores são provocados por gases produzidos pela decomposição da matéria orgânica e também
por contaminantes como o fenol, substâncias tanantes e outros.
Turbidez
É outro parâmetro indicativo da qualidade das águas residuárias com relação a material coloidal.
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1º Estágio
(DBO carbonácea)
DBO mg/l
2º Estágio
(Nitrificação)
0 10 20 30 40 50 60 70
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pH
A concentração hidrogeniônica tem uma faixa adequada para a existência de vida que é muito
estreita e crítica. Os despejos com concentração inadequada do íon hidrogênio são difíceis de se tratar
por métodos biológicos.
Metais pesados
Traços de metais pesados como níquel, manganês, chumbo, cádmio, zinco, ferro e mercúrio aparecem
constantemente em alguns despejos industriais. A presença de quaisquer destes metais em quantidade
excessiva prejudica os usos benéficos da água.
Compostos tóxicos
Metais como cobre, chumbo, cromo, arsênio e outros são tóxicos em concentrações variáveis.
Muitas instalações de tratamento têm sido prejudicadas pela chegada desses íons, provocando a
diminuição de atividade ou mesmo a morte de microrganismos.
Alguns ânions tóxicos, incluindo cianetos e cromatos, estão presentes também em instalações de
galvanoplastia e normalmente devem ser removidos antes de serem lançados na rede de efluentes.
Oxigênio dissolvido
Oxigênio dissolvido é necessário para a respiração de microrganismos aeróbicos. A quantidade de
oxigênio que pode estar presente na água é regulada por diversos fatores, tais como: a solubilidade do
gás, a temperatura, a salinidade, a pressão parcial do gás, sólidos em suspensão etc. A presença de
oxigênio dissolvido em águas residuárias é desejável por prevenir a formação de substâncias mal
cheirosas.
Gás sulfídrico
O gás sulfídrico é formado pela decomposição de matéria orgânica contendo enxofre, ou pela
redução de sulfitos a sulfatos. Esse gás tem odor característico (cheiro de ovo podre).
Metano
É o principal produto da decomposição anaeróbica da matéria orgânica. É inodoro, incolor, altamente
combustível e explosivo em atmosfera de baixa ventilação. Os limites explosivos do metano no ar são
de 5% a 15% em volume.
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A poluição por matéria orgânica vem crescendo muito, principalmente com a expansão acelerada
da indústria petroquímica. As análises que identificam a concentração e as características dos esgotos
domésticos não podem ser plenamente aplicadas aos despejos industriais.
Despejos tóxicos, por exemplo, podem ter alta DQO, mas têm baixa DBO, mesmo que esteja
presente grande quantidade de matéria orgânica. A sinergia, isto é, o efeito combinado de vários
produtos químicos, pode ser mais acentuada do que quando esses produtos agem isoladamente.
Desnecessário dizer que a correta caracterização de efluentes por meio de campanhas exaustivas
de monitoramento é premissa necessária para o sucesso de um empreendimento que vise depurar
águas residuárias com máxima eficiência a custos minimizados. Dessa forma, o cumprimento desta
primeira fase tem que ser necessariamente estimulado, sob pena de se pôr a perder todo o esforço
futuro na implantação de um sistema de tratamento que, logicamente, não se poderia assentar em
bases que não fossem consolidadas.
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Exercícios
1. Leia com atenção as frases abaixo. Marque "C" para a alternativa correta e "F" para a alternativa
falsa.
( ) Um dos objetivos de se tratarem efluentes é melhorar a qualidade de vida da sociedade.
( ) Para o governo é importante definir os padrões a partir da caracterização dos resíduos e
controlá-los através de leis.
( ) A indústria deve atender à legislação ambiental e buscar maior eficiência no processo
produtivo, diminuindo os desperdícios.
( ) A seleção de resíduos dentro de uma indústria não interfere na imagem dela perante os
colaboradores, a sociedade e o governo.
( ) O Sistema de Gerenciamento Ambiental abrange apenas a estação de tratamento de
efluentes de uma indústria.
( ) As ações ambientais devem ser baseadas no conceito de desenvolvimento sustentável.
( ) O potencial poluidor de uma indústria é conhecido após a caracterização de seus efluentes.
( ) Os métodos de tratamento são introduzidos e depois verificados através da caracterização
dos efluentes.
Utiliza termômetros
DBO
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Odor —
Metodologia analítica
quantitativa (titulação)
DQO
Metais pesados
contendo enxofre —
Compostos
tóxicos
Metano —
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Cada estação de tratamento possui as suas unidades, que deverão estar relacionadas em função do
tipo de efluente gerado na indústria. Existem três tipos de tratamento para os efluentes líquidos: o
primário, o secundário e o terciário.
Tratamento primário
As impurezas contidas nos efluentes são constituídas de substâncias minerais e orgânicas carregadas
pela água, em parte sob a forma de material não dissolvido e em parte sob a forma dissolvida. A esta
se acrescem os microrganismos, principalmente bactérias, que encontram sua alimentação na matéria
orgânica. Para retirar dos efluentes as diversas impurezas, existe uma série de processos unitários
físicos, químicos e físico-químicos que objetivam a separação e remoção de sólidos suspensos decantáveis
e flutuantes. Esses tipos de processos têm pouca ação sobre as substâncias dissolvidas e coloidais.
O tratamento primário abrange a remoção de sólidos flutuantes de dimensões relativamente grandes,
areias, óleos e gorduras. Para esta finalidade são utilizadas grades, peneiras, caixas de areia ou tanque
para remoção de óleo e graxas.
Crivos e grades
São utilizados para reter sólidos grosseiros tais como galhos, papéis, pedras etc., que ficam retidos
nas grades ou peneiras quando existe a passagem do efluente por esses equipamentos, assim como
para proteção de bombas, válvulas e outros equipamentos contra obstrução. A fim de evitar entupimentos,
as partículas de menores dimensões que não forem retidas no gradeamento podem ficar retidas nas
peneiras, que devem ser do tipo rotativa. O material que fica retido pode ser removido manual ou
mecanicamente.
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Caixas de areia
São utilizadas para sólidos sedimentáveis, como a areia e outros detritos minerais inertes e pesados.
Essas caixas são construídas como canais ou câmaras, de tal forma que os sólidos mais leves em
suspensão, certamente matéria orgânica, não ficam retidos nessa unidade, por ter sido projetada para
que a velocidade de escoamento do efluente esteja dentro dos limites desejáveis, podendo ser instalados
dispositivos reguladores, como calhas Parshall. Dessa forma, o material sedimentado é retirado e
disposto em aterro sanitário.
Tanques de equalização
Chama-se de tanque de equalização uma unidade que tem como objetivo homogeneizar o efluente
líquido. Normalmente, os efluentes são descarregados de forma intermitente durante as horas de
trabalho da empresa, havendo uma disparidade grande nas características dos despejos. Para o eficiente
funcionamento de um sistema de tratamento, é preferível haver um fluxo regular tanto em vazão como
em características físico-químicas. Nesta operação, é necessário que os despejos sejam misturados
de modo a garantir a uniformidade do efluente para os processos subseqüentes, além de não permitir
a sedimentação dos sólidos suspensos no tanque de homogeneização e manter as condições aeróbias
do efluente. Para tanto, é necessária uma agitação mecânica, que poderá ser promovida pela ação de
aeradores mecânicos, sopradores de ar ou misturadores.
O ajuste de pH é de vital importância tanto para proteger os tratamentos por métodos biológicos
como para obter floculação ou mesmo neutralização, a fim de evitar o lançamento de águas ácidas ou
alcalinas num corpo receptor. Quando existem materiais suspensos de difícil sedimentação, pode-se
fazer uma adição de coagulantes químicos. Para esta operação necessita-se de ajuste do pH do
efluente. Após a floculação, deverá haver uma sedimentação, que será realizada no decantador primário,
ou uma flotação, no flotador, de acordo com a conveniência.
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Flotação
Flotação é a remoção de sólidos em suspensão por intermédio de microbolhas que são fornecidas
ao líquido com adição de ar pressurizado. O ar dissolve-se no líquido numa proporção que depende da
pressão e da temperatura. Durante a ascensão das bolhas, carregam para a superfície, por adsorção,
o material suspenso.
Tanques de decantação
São empregados na separação dos sólidos sedimentáveis contidos nas águas residuárias. A
decantação primária consiste em unidades que removem o material sólido suspenso sedimentável,
aproveitando a ação da gravidade. Aqui estará incluída parte da matéria orgânica sedimentável.
Tratamento secundário
Este tipo de tratamento consiste na estabilização da matéria orgânica contida nos efluentes líquidos
através de microrganismos. Os processos biológicos dividem-se em aeróbios e anaeróbios.
O lodo ativado é uma massa de microrganismos que, em contato com o efluente e na presença de
oxigênio, tem a capacidade de estabilizar a matéria orgânica biodegradável. Nesse lodo, além das
bactérias aeróbias (flocos biológicos), são encontrados animais microscópicos característicos,
dependendo das condições verificadas no meio. Durante o processo, utiliza-se um tanque chamado
tanque de aeração, no qual o efluente é introduzido para misturar-se a uma concentração de
microrganismos que necessitam de nutrientes como nitrogênio e fósforo, oxigênio, pH e temperatura
adequados. Como fonte de oxigênio, introduz-se ar sob a forma de bolhas, através de difusores, ou por
meio de uma turbulenta agitação, através de aeradores. Após o tempo necessário de contato entre os
microrganismos e o efluente para que haja a degradação da matéria orgânica, o efluente do tanque de
aeração é conduzido a decantadores secundários.
Parte do lodo sedimentado retorna ao tanque de aeração, com o objetivo de manter a concentração
da população ativa das bactérias, e a outra parte é descartada, o que representa o excesso de lodo, isto
é, o excesso de microrganismos que foi gerado pela própria reprodução. O efluente dos decantadores
secundários é o efluente final do tratamento secundário, se tiver sido escolhido o sistema de lodo
ativado, e está pronto para ser lançado em um corpo receptor ou dar entrada no tratamento terciário.
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Neste processo o despejo líquido é aspergido sobre pedras e escoado através do leito filtrante. O
filtro biológico consiste em um leito filtrante de meio altamente permeável, onde os microrganismos
são afixados e através do qual o despejo líquido é percolado. Normalmente, o filtro biológico é circular,
sendo o despejo líquido distribuído sobre a parte superior do leito, por meio de braços rotativos. O
efluente sai por uma camada de drenos, juntamente com os sólidos biológicos. O material orgânico
presente no despejo é degradado por uma população de microrganismos afixados no meio filtrante. A
comunidade biológica no filtro consiste essencialmente em protistas, incluindo bactérias aeróbias,
anaeróbias e facultativas, fungos, algas e protozoários, além de animais superiores, como vermes,
insetos, larvas e lesmas.
A principal diferença entre este tipo de processo e o lodo ativado consiste no fato de que os
microrganismos atuantes na estabilização da matéria orgânica estão aderidos a um leito fixo, ou seja,
às paredes do material do "recheio", ao contrário do processo de lodo, onde se encontram em suspensão.
Em cada parede do "recheio", um lodo de natureza mista se forma: na parte interna, uma camada
anaeróbia; na parte intermediária, uma mista; e na parte externa, uma camada aeróbia.
São largamente utilizadas para redução de ocupação de extensas áreas por lagoas aeróbias e
facultativas. Nestas lagoas a degradação é feita na ausência de oxigênio livre, as bactérias anaeróbias
removem o oxigênio dos compostos existentes no efluente, oxidando a matéria orgânica. Estas reações
liberam a energia necessária às atividades vitais dos microrganismos. Através do uso de sistemas
combinados para tratar águas residuárias, a estabilização de lodos gerados na estação de tratamento
de efluentes tem sido sistematicamente realizada através dos digestores anaeróbios convencionais.
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O biogás produzido é conduzido a gasômetros, através dos quais é mantida a pressão no interior dos
reatores. Após o gasômetro, o biogás poderá ser conduzido ao flare atmosférico ou, em alguns casos,
utilizado no processo industrial.
O excedente de lodo anaeróbio é drenado dos reatores anaeróbios por gravidade para o interior de
caminhões-tanque ou, caso exista na unidade, tanques de lodo excedente.
Existem quatro estágios básicos que descrevem a atuação dos grupos metabólicos de bactérias no
processo anaeróbio:
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Ácidos graxos
Etanol
Acetato H2 + CO2
Descarboxilação Formação
de acetato redutiva de
(4) metano
(4)
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a partir de H2 e CO2. É importante ressaltar que o H2 pode ser utilizado como substrato para as
bactérias homoacetogênicas, assim como pelas metanogênicas (microrganismo do 4º estágio) e as
redutoras de sulfato.
Estudos demonstram que 70% do metano formado na digestão anaeróbia provêm da descarboxilação
do acetato. Em conseqüência, o acetato é o principal precursor da produção do metano.
As bactérias acetotróficas conhecidas são Methanococcus Mazei (capazes de utilizar H2, metano
e metilaminas, além do acetato), Methanosarcina Barkeri (capazes de utilizar H2, metanol, metilaminas
e etil dimetil amina, além do acetato) e Methanotrix Soehngenii (substrato específico: acetato).
Esta reação é importante como mecanismo de geração de metano, mas tem implicações mais
amplas no processo global de digestão anaeróbica porque propicia a efetiva remoção de H2 do meio de
fermentação, garantindo a produção de ácido acético, assim como cria condições favoráveis para o
metabolismo da bactéria acetogênica formadora de hidrogênio.
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A presença de sulfato (SO42–) acarreta a formação de sulfeto (S2–), que em altas concentrações é
tóxico para as metanobactérias e proporciona odor não característico à ETDI.
Formaldeído 7ppm
Antes do tanque de
Enxofre 50ppm
acidificação/recirculação
Óleos e graxas 25ppm
SENAI-RJ 89
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Granulação do lodo
Uma das principais características do processo anaeróbio realizado no reator de fluxo ascendente
com leito de lodo é o desenvolvimento de um lodo com elevadas propriedades de sedimentação,
decorrentes de agregação dos microrganismos, o que proporciona aumento do diâmetro da partícula e,
conseqüentemente, maiores velocidades de sedimentação. O exemplo mais notável é o lodo granular.
Tratamento terciário
Depois de o efluente industrial ser submetido ao tratamento primário e secundário, ele pode ser
conduzido ao tratamento terciário, também conhecido como avançado, e envolve processos físicos,
químicos e biológicos. Ocorre usualmente quando o efluente dos tratamentos anteriores ainda não
apresenta a qualidade exigida para o lançamento no corpo receptor.
O tratamento terciário é o refinamento para um destino mais nobre a este efluente. Importante é
que o tratamento terciário não significa solução para eficiência insatisfatória do tratamento primário e
secundário, além de ser caro.
A seguir serão descritos métodos que podem ser utilizados no tratamento terciário:
Precipitação química
Os coagulantes precipitam os sólidos em suspensão não sedimentáveis e parte dos colóides sob a
forma de flocos, provocando assim sua sedimentação. Os melhores agentes de floculação para águas
residuárias são: o sulfato férrico e o cloreto férrico. Pode-se também provocar formação de hidróxido
férrico a partir de aparas de ferro na própria água. A quantidade de reagentes adicionada deve ser
sempre regulada em função da vazão e da concentração do efluente. A floculação exige um determinado
pH; em virtude da freqüente variação do pH do esgoto, ele deve ser corrigido pela aplicação conveniente
de reagentes.
Nitrificação e desnitrificação
Consegue-se uma remoção de nitrogênio mais avançada ao se aplicar à biomassa uma carga
orgânica reduzida, obtendo-se inicialmente o maior teor possível de nitratos. Em seguida, o efluente
deste tanque é misturado com o efluente a tratar e mantido algum tempo em estado de depleção de
SENAI-RJ 90
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oxigênio. Aí as bactérias anaeróbias facultativas removem o oxigênio dos nitratos e eliminam o nitrogênio
sob a forma gasosa. Nas estações de tratamento de efluentes por lodos ativados de baixa capacidade
cujo tanque de aeração tenha fluxo em circuito fechado, pode-se realizar a nitrificação e a desnitrificação
em vários pontos da unidade.
Filtração
Filtros têm sido desenvolvidos com dupla ou múltipla camada de material filtrante, a fim de propiciar
maior profundidade de acumulação de sólidos suspensos. Neste caso, emprega-se o antracito
adicionalmente à areia. Além dos sólidos em suspensão, os poros de material filtrante retêm, também,
microrganismos.
Desidratação de lodo
Realiza-se através de:
• adensamento;
• leitos de secagem;
• filtro prensa;
• filtro a vácuo; e
• centrífugas.
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Coleta
Tratamento
Destino
Transporte
Aterro Disposição
Compostagem Incineração Reciclagem
sanitário no solo
Devem ser registrados pelos responsáveis todos os resíduos recicláveis dentro de uma fábrica
durante o processo de produção. É essencial informar a existência de qualquer material que venha
sendo reaproveitado ou reciclado. Neste caso, deverão ser registrados os preços praticados, a empresa
coletora, o destino que está sendo dado ao material e o setor da indústria que faz a sua comercialização.
Coleta
Para um bom gerenciamento dos resíduos, são necessários, como requisitos básicos, a identificação
do tipo de resíduo produzido, as quantidades e a forma de manipulação.
SENAI-RJ 92
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A disposição e o acondicionamento desses produtos devem ser feitos em áreas próprias, abrigadas
das intempéries e suficientemente ventiladas. No caso de resíduos orgânicos, deve-se evitar ao máximo
a proliferação de vetores transmissores de doenças.
Tratamento
Muitas vezes, tornam-se necessárias a minimização, a eliminação e/ou a fixação de certos constituintes
perigosos. Basicamente, ocorrem da seguinte maneira:
• convertem-se os constituintes agressivos em formas menos perigosas ou solúveis;
• distribuem-se quimicamente os produtos indesejáveis;
• separam-se da massa de resíduos os constituintes perigosos, com a conseqüente redução do
volume a ser disposto; e
• altera-se a estrutura química de determinados produtos, tornando mais fácil sua assimilação pelo
microrganismo.
Destino
Existem estudos técnicos de tratamento ou disposição adequada dos resíduos, mas nem sempre
esses estudos visam à recuperação ou reciclagem de elementos componentes dos resíduos sólidos de
modo a obter, de seu processamento, um benefício econômico ou, pelo menos, ecológico. Dentre os
processos que vêm sendo utilizados, temos:
Aterros sanitários
Os resíduos são dispostos no solo, em camadas sucessivas de espessura predeterminada, sendo
cada uma recoberta por uma camada de solo argiloso, compactado.
A principal restrição diz respeito ao fato de não proporcionar a desejável reciclagem de materiais
para os solos de cultivo de onde se originem, uma vez que os aterros são realizados nas proximidades
da cidade e não nas áreas agrícolas ou florestais. É uma solução mais econômica, mas, na verdade,
uma visão parcial do problema em termos de custo de transporte e mecanização do processo, não
levando em conta o dano que poderá causar à composição do solo.
Incineração
Neste processo, existe uma redução de 85% em peso ou 95% em volume. Há quem defenda que
a única solução para o lixo esteja na incineração, mas a tese tem muitos adversários, bem munidos de
argumentos. O primeiro é que o processo libera para a atmosfera dioxina, furano e outras substâncias
tóxicas. O segundo está na alta concentração de metais pesados sem uma destinação final adequada,
dependendo do tipo de resíduo. O terceiro argumento é o altíssimo custo da incineração, se feita de
forma adequada, a temperaturas muito elevadas.
SENAI-RJ 93
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Compostagem
A parte orgânica é submetida a um tratamento biológico do qual resulta, como produto, o composto,
material utilizado no recondicionamento e na fertilização do solo. Nas áreas rurais, a compostagem é
praticada através do empilhamento de camadas alternadas de vários tipos de resíduos tais como:
esterco, folhas, resíduos de agricultura e lixo doméstico. Essas pilhas são chamadas de leiras, as quais
são periodicamente revolvidas para arejamento do material. Após um período de 60 a 90 dias, todo o
material apresenta um aspecto turfoso, escuro e granulado, rico em calóides e micronutrientes, recebendo
a denominação de composto.
Disposição no solo
Reciclagem
O sucesso de um programa de reciclagem na fábrica depende basicamente da conscientização de
todos os colaboradores, contando com o comprometimento da alta direção. Para a implantação de
procedimentos operacionais como separar, acondicionar, coletar e comercializar os materiais recicláveis,
é preciso que todos sejam sensibilizados.
O primeiro passo é criar um grupo envolvendo primordialmente os profissionais da área de meio
ambiente, treinamento, comunicação, segurança do trabalho e qualidade. Em reuniões periódicas deverão
ser propostas sugestões, bem como acompanhamento e avaliação dos procedimentos de coleta seletiva,
que por sua dinâmica envolvem mudanças de rotina em todos os níveis da indústria.
A reciclagem do alumínio permite grande economia de matéria-prima e de energia. Cada quilo de
alumínio reciclado representa uma economia de cinco quilos de bauxita, gastando-se apenas 5% da
energia elétrica necessária para a produção do alumínio primário. As embalagens de alumínio
apresentam uma vantagem comparativa na reciclagem em relação às de outros materiais, em face do
preço mais elevado da sucata de alumínio. Além disso, o alumínio pode ser reciclado indefinidamente
para o mesmo uso inicial, o que não acontece com os outros materiais, dos quais se obtém um reciclado
de qualidade inferior.
O índice de reciclagem de latas no Brasil atingiu cerca de 61% em 1996, valor comparável ao dos
países que mais reciclam latas no mundo, como os Estados Unidos (63%) e o Japão (67%), e superior
ao índice da União Européia, com cerca de 42% na média.
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No Brasil só reciclamos 15% dos plásticos produzidos. O grande problema para a reciclagem dos
plásticos é a grande quantidade de tipos de plásticos utilizados pelas indústrias. Para início de um
programa de reciclagem, o ideal é determinar o tipo de plástico a ser coletado. A sucata de plásticos
misturados tem pouco valor, pois a contaminação dificulta muito o processo de reciclagem. Veja o que
pode ou não ser reciclado:
Plásticos recicláveis: potes de todos os tipos, sacos de supermercado, embalagens para alimentos,
recipientes domésticos, tubulações e garrafas de PET.
Plásticos não recicláveis: cabos de panela, botões de rádio, pratos, canetas, bijuteria, espuma,
embalagens a vácuo, fraldas descartáveis.
O vidro é 100% reciclável e, portanto, uma embalagem amiga do meio ambiente. A reutilização do
vidro ocorre quando reaproveitamos os frascos em casa. Os vidros retornáveis são as garrafas que
devolvemos nos supermercados, e a sua reciclagem é feita nas fábricas com vidros que já foram
usados.
Hoje, há um aproveitamento de 70% do vidro, isto é, 35% de embalagens recicladas, 29% de
retornáveis e 6% de embalagens reutilizáveis. Os 30% de embalagens restantes são destinados aos
aterros sanitários, e os programas de reciclagem tentam recuperá-los.
À medida que a indústria vidreira recicla o vidro, diminui a emissão de gases, dióxido de carbono,
para a atmosfera. Reciclando o vidro, poupa-se a extração de minérios como a areia, a barrilha, o
calcário, o feldspato e outros, além de aumentar a vida útil dos aterros, pois 2% do lixo doméstico é
vidro.
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Toda poluição de origem química poderá ser corrigida. Cessa a causa e cessará o efeito, pois a
natureza reagirá por si mesma. A única e mais terrível exceção é a poluição provocada pela queima
dos combustíveis fósseis.
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As fontes de emissão de poluentes atmosféricos primários e secundários podem ser as mais variadas
possíveis: a emissão de gases tóxicos por veículos automotores é a maior fonte de poluição atmosférica.
Nas cidades, esses veículos são responsáveis por 40% da poluição do ar, porque emitem gases como
o monóxido e o dióxido de carbono, o óxido de nitrogênio, o dióxido de enxofre, derivados de
hidrocarbonetos e chumbo. As refinarias de petróleo, indústrias químicas e siderúrgicas, fábricas de
papel e cimento emitem enxofre, chumbo e outros metais pesados, além de diversos resíduos sólidos.
A identificação de uma fonte de poluição atmosférica depende, antes de mais nada, dos padrões
adotados para definir os agentes poluidores e seus efeitos sobre homens, animais, vegetais ou materiais,
assim como dos critérios para medir os poluentes e seus efeitos.
• Fontes específicas - Podem ser fixas ou estacionárias. Ambas são de natureza industrial, isto é,
provenientes dos vários segmentos de indústrias.
• Fontes múltiplas - Podem ser fixas ou móveis. Exemplos de fontes múltiplas podem ser: queima
de combustíveis, queima de lixo ou resíduo sólido, evaporação de produtos de petróleo e atividades
que produzem odores.
• Fontes naturais - Podem ser o solo que nos fornece as poeiras de terra; a vegetação, constituída
de resíduos vegetais; os oceanos, de onde são desprendidas gotículas de água carreadas ou não
de sais, formando mais uma parcela de material particulado na atmosfera etc.
Qualidade do ar
Alguns métodos de medição de poluentes são: o amostrador de grandes volumes (partículas totais
em suspensão), pararrosanílio (SO2), infra-vermelho não dispersivo (CO), quimioluminescência (NO2
e O3), refletância (fumaça) e filtração (partículas estáveis).
Na esfera estadual, a CETESB, órgão fiscalizador em São Paulo, transforma valores de poluentes
prioritários em índices adimensionais para facilitar o entendimento da população, da seguinte forma:
SENAI-RJ 97
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Metodologia CETESB
0 - 50 BOA
51 - 100 REGULAR
200 - 299 MÁ
Ainda por muitos anos poderemos ficar dominados pela situação vigente se não houver uma reação;
é preciso que encaremos a realidade: se as providências forem tomadas tarde demais, nossa atmosfera
poderá estar seriamente comprometida. No entanto, há métodos de minimização do sistema, como:
• planejamento territorial e saneamento: a topografia do local influi diretamente na dispersão dos
poluentes;
• eliminação e minimização das emissões poluidoras;
• diluição e mascaramento dos efluentes;
• utilização de equipamentos de controle de poluição do ar, como precipitadores hidrodinâmicos que
carreiam as partículas, condensam forçadamente névoas e vapores, solubilizam e neutralizam
odores e gases, além de ciclones, filtros e torres de lavagem; e
• tratamento efetivo antes do lançamento na atmosfera.
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Exercícios
1. Preencha as lacunas com a respectiva letra que esteja relacionada com os tipos de tratamentos
de efluentes industriais líquidos, conforme indicado abaixo:
a) Tratamento primário.
d) Tratamento terciário.
( ) Filtros biológicos
( ) Precipitação química
( ) Caixas de areia
( ) Digestão anaeróbia
( ) Crivos e grades
( ) Tanques de decantação
( ) Lodo ativado
( ) Oxidação química
( ) Lagoa de estabilização fotossintética
( ) Tanques retentores de gordura
( ) Nitrificação e desnitrificação
( ) Desidratação de iodos
( ) Metanogênese
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Microrganismo: ___________________________________________________
Lipídeos → ____________________________________________
Proteínas → ___________________________________________
Fermentação:
Glicose → ____________________________________________
Glicose → ____________________________________________
Microrganismo: ___________________________________________________
Reações:
Etanol → ____________________________________________
SENAI-RJ 100
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Microrganismo: ___________________________________________________
Reações:
H 2 + CO2 → ____________________________________________
4º estágio - Metanogênese
Microrganismo: ___________________________________________________
Reações:
4 H2 + CO2 → ____________________________________________
CH3COO + H2O → ___________________________________________
_________________________________________
_________________________________________
Bactérias metanogênicas:
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Incineração
Compostagem
Disposição no solo
Reciclagem
SENAI-RJ 102
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As medidas quantitativas para avaliar o desempenho ambiental de uma empresa, como o volume
de substâncias, concentrações e freqüência de ocorrências, são comuns particularmente na monitoração
dos limites da instalação, como descargas de efluentes e emissões atmosféricas.
O capital financeiro gasto por ano em melhorias ambientais dentro de uma empresa é uma indicação
útil do compromisso da empresa com o desempenho ambiental, mas pode ter pouca correlação com
esse real desempenho.
O alcance dos objetivos e metas de um SGA (Sistema de Gestão Ambiental) implementado para
atingir melhorias contínuas é claramente uma medida da melhoria do desempenho ambiental.
A medição dos fatores ambientais pode ser exigida para provar a conformidade com a legislação e
com a política ambiental corporativa. A eficiência do negócio pode ser melhorada através da redução
de custos e de melhor controle. O gerenciamento ambiental proativo exige ações para controlar o
risco e monitorar os resultados da ação tomada. Ao avaliar os aspectos do desempenho ambiental,
uma empresa pode comunicar sua probidade ambiental a uma variedade de audiências.
As principais normas de SGA da ISO 14001 e o European Union Ecomanagement and Audit
Scheme (EMAS), assim como outras normas nacionais, compartilham uma abordagem comum em
que um SGA consiste em cinco elementos genéricos:
• uma política ambiental pública que demonstre o compromisso com a melhoria do desempenho
ambiental;
• a identificação, o exame e a avaliação dos efeitos ambientais da empresa;
• o estabelecimento dos objetivos e das metas ambientais para gerenciar e minimizar os efeitos
ambientais;
• um programa de gerenciamento para atingir os objetivos e as metas; e
• os procedimentos de controle, monitoração e auditoria para assegurar que o sistema seja eficaz e
adequado.
Política
Programa gerencial
SENAI-RJ 103
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Os princípios do gerenciamento ambiental são baseados em quatro ações básicas que representam
uma hierarquia real em termos de custos, esforços e energia em que a melhor alternativa é a prevenção
de um impacto ambiental emergente. A ISO 14001 exige um compromisso da empresa para prevenir
a poluição.
A norma ISO 14001 especifica os requisitos relativos a um SGA, permitindo à organização formular
política e objetivos que levem em conta os requisitos legais e as informações referentes aos impactos
ambientais significativos. Ela se aplica aos aspectos ambientais que possam ser controlados pela
organização e sobre os quais se presume ela tenha influência. Em si, ela não prescreve critérios
específicos de desempenho ambiental.
SENAI-RJ 104
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2ª – Implementação e operação
• estrutura e responsabilidade;
• treinamento, conscientização e competência;
• comunicação;
• documentação do SGA;
• controle de documentos;
• controle operacional; e
• preparação e atendimento a emergências.
2o Planejamento
• identificação dos aspectos ambientais e avaliação dos impactos ambientais associados;
• levantamento dos requisitos legais e outros requisitos;
• estabelecimento de critérios internos de desempenho;
• estabelecimento dos objetivos e metas ambientais; e
• elaboração do programa de gestão ambiental.
SENAI-RJ 105
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3o Implementação
• assegurando a capacitação: recursos humanos, físicos e financeiros, harmonização do SGA,
responsabilidade técnica e pessoal, conscientização ambiental e motivação, conhecimentos,
habilidades e treinamento; e
• ações de apoio: comunicação e relato, documentação do SGA, controle operacional, preparação
e atendimento a emergências.
4o Medição e avaliação
• medição e monitoramento;
• ações corretiva e preventiva;
• registros do SGA e gestão da informação; e
• auditorias do SGA.
– Melhoria contínua:
• oportunidades de melhoria do SGA;
• causas de não-conformidades e deficiências;
• ações corretivas e preventivas;
• verificação da eficácia dessas ações;
• documentação; e
• comparação do progresso com os objetivos e metas.
SENAI-RJ 106
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Resultados esperados
• diagnóstico da situação atual das organizações em relação à gestão ambiental;
• conscientização e implementação de um SGA por parte das organizações;
• integração organização/comunidade, obtida pela divulgação das ações desenvolvidas pela
organização na busca do desenvolvimento industrial ecologicamente sustentável; e
• subsídios para elaboração de estratégias de adequação do parque industrial às novas exigências
de mercado.
Como demonstrar?
• fazer reuniões internas para discutir o assunto;
• realizar seminários internos;
• participar de reuniões, seminários e outros eventos;
• promover o acesso e a divulgação interna de informações; e
• realizar campanhas internas e eventos de sensibilização.
SENAI-RJ 107
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A avaliação ambiental inicial é a base do sistema de gestão ambiental. Para verificar como a
organização está em relação à gestão ambiental, deve-se, em primeiro lugar, selecionar as áreas a
serem avaliadas. As técnicas mais comuns para conduzir esse processo são:
• questionários;
• entrevistas;
• checklists;
• inspeção direta e medição;
• revisão dos registros; e
• benchmarking.
Registro dos
Requisitos legais
regulamentos
Entrevistas
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Coordenador
• Responsabilidade e autoridade.
Aptidões
• Pesquisa, entrevistas, análise de dados e elaboração de relatórios.
Etapas da avaliação
• rever legislação e licenças;
• identificar atividades e operações;
• conduzir um balanço de massa;
• preparar croquis da unidade;
• elaborar diagrama de fluxo do processo;
• rever dados ambientais;
• ter completo reconhecimento da unidade;
• entrevistar pessoal operacional e gerentes; e
• reunir-se com as autoridades reguladoras.
SENAI-RJ 109
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Relatórios da avaliação
• sumário executivo;
• explanação do que foi feito e o porquê;
• antecedentes;
• atividades e processos;
• descargas/emissões;
• estoque de materiais;
• disposição de resíduos; e
• sistema de gestão.
Política ambiental
Política (entradas)
• resultados da avaliação ambiental inicial;
• valores e crenças da organização;
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Tornar público
• assegurar distribuição abrangente interna e externamente; e
• explicar o histórico da experiência anterior da empresa, bem como a implementação da política.
Internamente
• comunicação pessoal do diretor geral;
• cursos de treinamento básico;
• correspondência, periódico;
• quadro de avisos; e
• reuniões.
Externamente
• brochura/folheto e relatório anual;
• propaganda; e
• reuniões.
2o Princípio – Planejamento
Questões a serem consideradas na identificação dos aspectos e avaliação dos impactos ambientais:
• Quais são os aspectos ambientais das atividades, produtos e serviços da organização?
SENAI-RJ 111
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Participantes do processo
• Ministério Público: Promotoria Pública e Procuradoria Pública;
• órgão ambiental;
• empreendedor; e
• consultoras.
Aspectos ambientais
A identificação dos aspectos e a avaliação dos impactos ambientais são um processo efetivado em
quatro etapas:
1a. identificação da atividade, produto ou serviço;
2a. identificação dos aspectos ambientais;
3a. identificação dos impactos ambientais; e
4a. avaliação da significação do impacto.
impacto → efeito
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Aspectos a relacionar
Impactos ambientais no ar
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• Distúrbio • Mineração/construção
SENAI-RJ 114
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• Visual • Construção
• Poeira • Lixo
• Ruído • Resíduos
• Vibração • Tráfego
• Fontes de energia
SENAI-RJ 115
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A organização deve estabelecer e manter procedimentos para identificar e ter acesso a leis,
regulamentos e códigos aplicáveis às suas atividades, seus produtos ou serviços.
Deve-se fazer o inventário das leis, regulamentos e licenças que se aplicam à organização e registrá-
los. Para se fazer esse inventário, deve-se:
• recorrer às diferentes instâncias governamentais e solicitar uma cópia das leis e dos regulamentos
que se apliquem à sua organização;
• solicitar uma lista das licenças que deve ter;
• registrar essa informação, que se converterá em um documento-chave do SGA; e
• contratar, se necessário, especialistas ambientais para ajudá-lo.
SENAI-RJ 116
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Os objetivos e as metas devem ter coerência com a política ambiental e o comprometimento com
a prevenção da poluição.
3o Princípio – Implementação
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Comunicação e relato
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Características da documentação
• legível;
• datada;
• identificada; e
• tempo de retenção.
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Atualização da documentação
Controle operacional
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Medição e monitoramento
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Registros do SGA
Auditoria ambiental
Definição da ISO 14010: Processo de verificação sistemático e documentado, obtendo e avaliando
evidências objetivamente para determinar se atividades ambientais especificadas, eventos, condições,
sistemas de gerenciamento ou informações sobre estes assuntos estão de acordo com os critérios da
auditoria, assim como comunicando os resultados desse processo ao cliente.
Auditoria de SGA
Definição da ISO 14011: Processo de verificação sistemático e documentado, obtendo e avaliando
evidências objetivamente para determinar se o SGA da organização está de acordo com os critérios
de auditoria do SGA, assim como comunicando os resultados desse processo ao cliente.
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Instrumentos
⇒ Evidência
⇒
Critérios
⇒ Avaliação
⇒
Conclusões
⇒
Relatório
SENAI-RJ 123
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• mecanismos corretivos;
• auditoria ambiental e processo de revisão gerencial; e
• procedimentos e planos de emergência.
SENAI-RJ 124
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• planejamento da ação; e
• follow-up.
Com base nas auditorias, ele deve verificar a necessidade de mudanças na política ambiental,
objetivos e outros elementos do SGA. Todo o processo de revisão deve ser documentado.
• Objetivo da análise crítica: avaliação contínua, adequação e eficácia do SGA.
Melhoria contínua
SENAI-RJ 125
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Exercícios
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
Emissões de combustão
Queima de combustível
Aplicação de herbicidas
Descarga de efluentes
Depósito no aterro
Ruído
Alta DBO
Resíduos perigosos
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
SENAI-RJ 126
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4. Estudo de caso
Uma investigação em tanques de combustível subterrâneos mostrou que 3 dos 20 tanques vazaram
óleo.
a) Qual o risco?
______________________________________________________________________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________________________________________________________________
SENAI-RJ 127
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Chave de respostas
O meio ambiente
Exercício 1
e) Mudanças climáticas, poluição do ar, água e solo, extermínio de espécies da flora e da fauna.
h) faz com que as pessoas se sintam responsáveis pelos aspectos negativos causados ao meio
ambiente, podendo colaborar efetivamente com as iniciativas das empresas.
Exercício 2
(a) - (c) - (b) - (d) - (b) - (a) - (b) - (c) - (d) - (c) - (d) - (d).
Ecologia
Exercício 1
a) estuda as condições de vida entre os seres vivos e as relações entre todas as espécies.
b) unidade funcional básica - inclui tanto os organismos vivos quanto os elementos físicos, não
vivos.
c) responsável pela existência humana, assim como pela de outros seres.
d) água, gás carbônico e em sais muito simples.
e) materiais orgânicos - oxigênio.
SENAI-RJ 128
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g) poluição.
h) alteração nas propriedades originais de recursos hídricos que provoquem danos à saúde da
população.
k) contaminação dos solos e dos aqüíferos subterrâneos que possuem a menor capacidade de
recuperar-se naturalmente.
Exercício 2
(floresta equatorial)
(floresta)
estuários, brejos
Exercício 3
(e) - (d) - (e) - (e) - (d) - (c) - (b) - (a) - (e) - (c) - (b) - (a) - (e).
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Exercício 1
(V) - (V) - (V) - (F) - (F) - (V) - (V) - (F)
Exercício 2
Compostos tóxicos Cromo, arsênio, chumbo, cobre. Podem ser analisadas por
espectroscopia.
Metano Principal produto da decomposição —
anaeróbia.
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Exercício 1
(b) - (d) - (a) - (c) - (a) - (a) - (b) - (d) - (b) - (a) - (d) - (d) - (c)
Exercício 2
Lipídeos → _________________________________________________________
ácidos graxos
Proteínas → aminoácidos
________________________________________________________
Fermentação:
Glicose → _________________________________________________________
etanol e gás carbônico
Glicose → _________________________________________________________
gás carbônico e hidrogênio
bactérias acetogênicas
Microrganismo: ___________________________________________________
Reações:
SENAI-RJ 131
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bactérias homoacetogênicas
Microrganismo: ___________________________________________________
Reações:
H 2 + CO2 → acetato
____________________________________________
4º estágio - Metanogênese
bactérias metanogênicas
Microrganismo: ___________________________________________________
Reações:
4 H2 + CO2 → ____________________________________________
Metano e água
Temperatura ± 37oC
_________________________________________
Anareobiose estrita
_________________________________________
Bactérias metanogênicas:
Acetato
Methanothrix Soehngenii substratos: ________________________________________
SENAI-RJ 132
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Exercício 3
Exercício 1
Análise crítica e melhoria contínua: análise das metas, objetivos, indicadores de desempenho,
avaliação da eficácia do SGA, adequação da política ambiental, oportunidades de melhoria,
comparação do progresso com objetivos e metas.
SENAI-RJ 133
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Exercício 2
Exercício 3
SENAI-RJ 134
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Exercício 4
Estudo de caso:
d) Não existe inspeção periódica ou manutenção dos tanques. Há necessidade dos registros de
vazamentos e elaboração de medidas de emergência, além das preventivas.
SENAI-RJ 135
Curso Técnico de Cervejaria – Gestão ambiental
Referências bibliográficas
SENAI-RJ 136
Bioquímica
Nesta unidade...
Introdução
As proteínas
Exercícios
Os glicídios
Exercícios
Os lipídeos
Exercícios
Chave de respostas
3
Bioquímica
2004
SENAI–Rio de janeiro
Diretoria de Educação
Ficha Técnica
Edição revista da apostila Bioquímica. Vassouras, 2001. (Série Cursos de Cervejaria). SENAI.
RJ. CETEC de Produtos Alimentares. Setor de Documentação Bibliográfica.
SENAI
SENAI––Rio de Janeiro
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Curso Técnico de Cervejaria – Bioquímica
Introdução
Nosso estudo envolverá os principais grupos de estruturas moleculares de interesse prático, tais
como:
• proteínas;
• glicídios (açúcares); e
• lipídeos (gorduras).
Obviamente o objetivo deste trabalho não é tornar o aluno um especialista em bioquímica, mas sim
torná-lo apto a discutir, formular hipóteses e entender os mecanismos envolvidos nas diversas etapas
do processo cervejeiro.
As proteínas
As proteínas estão entre as principais estruturas biológicas, realizando as mais diferentes funções
dentro dos seres vivos. Dentre estas, as mais importantes são:
• Catálise enzimática - A grande maioria das reações em seres vivos só se processa com o
auxílio de enzimas. Essas substâncias são capazes de aumentar em até milhares de vezes a
velocidade das reações; na verdade, a grande maioria das reações que se processam no interior
dos seres vivos é cineticamente inviável sem o auxílio enzimático. Além de aumentar a velocidade
das reações, as enzimas são bastante específicas, ou seja, cada enzima catalisa um número restrito
de reações, com reagentes (substratos) e produtos claramente definidos, proporcionando, dessa
forma, um desperdício mínimo de substâncias e energia pelo organismo.
SENAI-RJ 139
Curso Técnico de Cervejaria – Bioquímica
Os aminoácidos podem se ligar uns aos outros, formando cadeias cada vez maiores. A reação
ocorre entre o grupamento carbonila de um aminoácido com o grupo amina de outro. O mecanismo
esquemático pode ser visto na Figura 1:
ligação peptídica
Obs.: Notar a estrutura geral dos aminoácidos, que se diferenciam somente pelos grupos R.
Por convenção, os aminoácidos são numerados sempre da ponta amínica (N-terminal) para a
ponta carboxílica (C-terminal). Portanto, o tripeptídio Ala-Gli-Trp alanina é o amino terminal, e o
triptofano, a carboxila terminal. O tripeptídio Trp-Gli-Ala tem um encadeamento oposto ao primeiro.
SENAI-RJ 140
Curso Técnico de Cervejaria – Bioquímica
Aminoácido Aminoácido
amino terminal carboxila terminal
Cadeia A
Cadeia B
• α-hélice: tem forma helicoidal, na qual ocorrem ligações entre os grupos carbonila e amina da
cadeia principal, numa seqüência razoavelmente constante. Diversas proteínas apresentam essa
conformação, como a queratina (cabelo) e a miosina (músculo), entre outras. A Figura 4 mostra
a representação esquemática de uma α-hélice.
SENAI-RJ 141
Curso Técnico de Cervejaria – Bioquímica
• Folha ß pregueada - consiste numa estrutura na qual diversas cadeias polipetídicas encontram-se
lado a lado, mantidas coesas por pontes de hidrogênio. Note que, enquanto na a-hélice as ligações
hidrogênio são intramoleculares (dentro da mesma cadeia), na fita ß são intermoleculares.
SENAI-RJ 142
Curso Técnico de Cervejaria – Bioquímica
b) Estrutura terciária
Corresponde ao arranjo espacial de radicais de aminoácidos que estão bem longe na seqüência
linear e ao padrão de pontes de dissulfeto. Na verdade, a diferenciação entre estrutura secundária e
terciária é muito tênue.
c) Estrutura quaternária
Grande parte das proteínas com peso molecular acima de 50 mil é constituída de duas ou mais
cadeias polipeptídicas separadas. A maneira característica como essas estruturas se encaixam denomina-
se estrutura quaternária, como visto na Figura 6.
Desnaturação protéica
O fenômeno de desnaturação é bastante comum em proteínas. Consiste na mudança da configuração
espacial da proteína (estruturas secundária, terciária e/ou quaternária), com a perda de sua atividade
biológica. Por exemplo, no caso de enzimas, ocorre a perda de sua atividade catalítica.
Na grande maioria das vezes a desnaturação com a perda de atividade é irreversível; contudo,
certas proteínas, quando afastadas do agente desnaturante (especialmente substâncias químicas),
podem se regenerar completamente.
SENAI-RJ 143
Curso Técnico de Cervejaria – Bioquímica
Enzimas
Como dito anteriormente, as enzimas são, na grande maioria dos casos, proteínas que catalisam
reações químicas dentro de organismos vivos. Por se tratar de proteínas, as enzimas estão sujeitas a
todas as regras e situações anteriormente descritas, como a desnaturação.
As enzimas têm peso molecular variando de 12 mil a mais de 1 milhão. Algumas são constituídas
unicamente por cadeia peptídicas, enquanto outras contêm diversos componentes, orgânicos ou
inorgânicos, necessários para o bom desempenho de suas funções. Esses elementos são chamados
co-fatores.
A Tabela 1 mostra algumas enzimas que contêm ou requerem íons metálicos como co-fatores.
Tabela 1 - Co
Tabela -fatores metálicos de algumas enzimas
Co-fatores
Co-fator(es) Enzima(s)
Zn 2+ Álcool desidrogenase, anidrase carbônica
Mg2+ Fosfohidrolase, fosfotransferases
Mn2+ Arginase
Fe2+ e Fe3+ Citrocromos, catalase
Cu2+ Citocromo oxidase
K+ Piruvato fosfoquinase
Todas as enzimas mostradas na Tabela 1 têm importância para o processo de fabricação de cerveja,
sendo constituintes do equipamento enzimático da levedura cervejeira. É, portanto, de suma importância
que o malte e a água transfiram quantidade suficiente desses íons para o mosto, garantindo, assim, o
bom andamento do processo fermentativo.
SENAI-RJ 144
Curso Técnico de Cervejaria – Bioquímica
catalisada, como pode ser visto na Tabela 2. Além disso, cada uma recebe, também, um número de
classificação que a identifica.
Mecanismo de catálise
Uma reação química do tipo A P ocorre porque, em um dado momento, uma fração das
moléculas de A possui mais energia que o resto da população, energia esta suficiente para atingir um
estado ativado, em que uma ligação química pode ser formada ou quebrada, produzindo P.
A energia de ativação corresponde à quantidade de energia necessária para levar todas as moléculas,
em um mol de substância, ao estado ativado.
O estado de transição corresponde ao estado rico em energia das moléculas. As enzimas (como os
demais catalisadores) atuam reduzindo a diferença de energia entre o estado inicial e o estado ativado,
propiciando que as reações ocorram mais facilmente.
A Figura 7 mostra de maneira gráfica o mecanismo de atuação das enzimas numa reação hipotética.
Energia livre de
ativação de uma
Energia livre
reação catalisada
Estado final
Progresso da reação
SENAI-RJ 145
Curso Técnico de Cervejaria – Bioquímica
Diversos fatores atuam modulando a atividade (velocidade de atuação) das enzimas. Merecem
destaque:
• pH;
• temperatura; e
• concentração de substrato.
Dentro do processo de fabricação de cerveja, a mosturação é uma etapa profundamente marcada
pela atuação de enzimas presentes no malte. A Tabela 3 mostra a temperatura e o pH ótimo dessas
enzimas, cuja forma de atuação será vista de maneira pormenorizada no decorrer do curso.
De maneira geral, duas características estruturais determinam a especificidade de uma enzima por
um substrato ou grupo de substratos. Primeiramente, o substrato precisa possuir uma ligação específica
capaz de ser enzimaticamente atacada. Em segundo lugar, a molécula de substrato deve possuir um ou
diversos grupos funcionais que o posicionem corretamente em relação ao centro ativo da enzima.
Esse mecanismo de atuação é denominado "chave fechadura".
As cadeias de proteína do malte são reduzidas pela ação das proteases, gerando produtos de
degradação de diferentes tamanhos, divididos em dois grandes grupos, com funções distintas dentro
do processo de fabricação de cerveja, como pode ser visto na Tabela 4.
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Curso Técnico de Cervejaria – Bioquímica
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Curso Técnico de Cervejaria – Bioquímica
Exercícios
As proteínas
1. Cite as principais funções realizadas pelas proteínas dentro dos seres vivos.
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3. A clara de ovo é formada basicamente por uma proteína, a albumina. Que fenômeno ocorre
com essa substância quando fritamos um ovo? Nesse caso, é um processo reversível ou
irreversível?
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Reações de isomerização
Reações de hidrólise
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Curso Técnico de Cervejaria – Bioquímica
5. Por que a mesma enzima não consegue transportar os açúcares glicose e maltose presentes no
mosto de cerveja para o interior do fermento?
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Curso Técnico de Cervejaria – Bioquímica
Os glicídios
Os glicídios (açúcares) estão entre os compostos orgânicos conhecidos há mais tempo pelo homem;
contudo, uma maior clareza a respeito de sua estrutura, reações características e metabolismo só
começou a ser conseguida em meados do século XIX.
Os glicídios são compostos carbonilados (aldeídos e cetonas) polihidroxilados (álcoois), que cumprem
tarefas importantes dentro dos seres vivos, sendo as principais: reserva energética, informação genética,
rigidez e sustentação, fonte energética e catálise, conforme veremos a seguir:
Reserva energética
O amido é a principal reserva energética de vários vegetais (cevada, arroz, milho etc.), enquanto o
glicogênio também cumpre esse papel em certos microrganismos (como leveduras) e, em menor
escala, em animais superiores. O glicogênio é uma importante reserva do tecido muscular humano,
tendo papel decisivo na contração muscular.
Ambas as moléculas são polímeros de glicose, cujas moléculas encontram-se ligadas entre si
α - 1,4 e α - 1,6.
SENAI-RJ 150
Curso Técnico de Cervejaria – Bioquímica
Informação genética
As moléculas de ribose e desoxirribose constituem a espinha dorsal das moléculas de RNA e DNA
respectivamente.
Rigidez e sustentação
A celulose (polímero de glicose) é a principal substância responsável pela rigidez das células vegetais.
Ela se diferencia do amido e do glicogênio pela forma como as moléculas de glicose estão ligadas,
sendo α nestes casos e ß naqueles.
Celulose
(ligações β - 1,4)
Outra estrutura que tem a mesma função da celulose dentro das células vegetais é a hemicelulose.
Esta diferencia-se daquela pelo fato de ser um heteropolímero, ou seja, apresenta vários monômeros
(unidades repetitivas), sendo os principais: glicose, xilose e arabinose (os dois últimos açúcares de 5
átomos de carbono).
SENAI-RJ 151
Curso Técnico de Cervejaria – Bioquímica
O-Acetil-4-O-metilglucoroxiliana (angiospermas)
Arabino-4-O-metilglucoroxiliana (gimnospermas)
SENAI-RJ 152
Curso Técnico de Cervejaria – Bioquímica
β - glucan
Fonte energética
Os açúcares são as substâncias de que normalmente os organismos lançam mão com o objetivo de
rapidamente obter energia. De maneira geral, os açúcares podem ser metabolizados de duas formas:
Catálise
Os glicídios estão presentes, juntamente com as proteínas, na estrutura de diversas enzimas.
SENAI-RJ 153
Curso Técnico de Cervejaria – Bioquímica
• Monossacarídeos - Açúcares nos quais as moléculas encontram-se isoladas (não ligadas) umas
das outras. Ex.: glicose, frutose, xilose, arabinose.
• Dissacarídeos - Açúcares resultantes da ligação de dois monossacarídeos (idênticos ou não).
Ex.: Sacarose (glicose+frutose), maltose (glicose+glicose), lactose (glicose+galactose).
Sacarose
(α - D-Glicopiranosil- (1 – 2) -
β - D-frutofuranosídeo)
Lactose
(β - D-Galactopiranosil- (1 – 4) -
α - D-glicopiranose)
Maltose
(α - D-Glicopiranosil- (1 – 4) -
α - D-glicopiranose)
SENAI-RJ 154
Curso Técnico de Cervejaria – Bioquímica
• Trissacarídeos - Açúcares que apresentam três monossacarídeos em sua estrutura. Ex.: rafinose
(frutose+glicose+galactose), maltotriose (glicose+glicose+glicose).
• Polissacarídeos - Açúcares com várias monossacarídeos ligados entre si. Ex.: Dextrina da
cerveja (4 a 12 monossacarídeos), amido, celulose etc.
SENAI-RJ 155
Curso Técnico de Cervejaria – Bioquímica
Exercícios
Os glicídios
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2. Quais as principais formas pelas quais os açúcares são metabolizados pelos organismos vivos?
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3. Dê exemplos de:
Trissacarídeos
Monossacarídeos
Dissacarídeos
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Curso Técnico de Cervejaria – Bioquímica
Os lipídeos
Os lipídeos formam uma gama considerável de compostos, caracterizados, quase que na sua
totalidade, por sua baixa solubilidade em água. Os lipídeos são em grande parte derivados iônicos de
hidrocarbonetos, apresentando uma extremidade polar (cabeça) e o restante da cadeia apolar (cauda).
Moléculas com essa característica são denominadas anfifílicas (do grego amphi - ambos; phile -
afinidade).
Classificação
Os lipídeos podem ser divididos em grandes grupos:
• ácidos graxos;
• ésteres neutros de glicerol;
• ésteres iônicos de glicerol;
• lipídeos que contêm glicerol;
• lipídeos que não contêm glicerol; e
• lipídeos combinados com outros compostos, como proteínas e glicídios.
Os ácidos graxos
São encontrados raramente na natureza, uma vez que tendem a reagir formando outros compostos,
como ésteres e amidas. Normalmente os ácidos graxos caracterizam-se por:
a) serem ácidos monocarboxílicos de cadeia hidrocarbônica linear, apolar, saturada ou não; e
b) em geral possuírem número par de carbonos (embora existam na natureza compostos com
número ímpar).
Os ácidos graxos podem ser encontrados em diferentes estados físicos, sendo isso função
principalmente do número de carbonos e da presença de insaturações na molécula. Os ácidos graxos
saturados com mais de dez átomos de carbono são sólidos, enquanto estruturas menores são líquidas.
A presença de insaturações acarreta uma diminuição do ponto de fusão e um aumento de solubilidade
em solventes não polares como tetracloreto de carbono. Todos os ácidos graxos não saturados
encontrados na natureza são líquidos na temperatura ambiente.
SENAI-RJ 157
Curso Técnico de Cervejaria – Bioquímica
três grupos hidroxila), dando origem a estruturas similares à mostrada na Figura 14, denominadas
genericamente de gorduras.
A hidrólise de gorduras por agentes alcalinos (hidróxido de sódio) dá origem ao glicerol e ao sal de
três ácidos graxos (estes popularmente chamados de sabões).
A Figura 15 mostra alguns exemplos de lipídeos resultantes da reação de ácidos graxos com o
glicerol, contendo em sua estrutura grupamentos polares.
L-Fosfatidiletanolamina L-Fosfatidilserina
SENAI-RJ 158
Curso Técnico de Cervejaria – Bioquímica
Esfingosina Diidroesfingosina
(D-4-esfingenina) (D-esfinganina)
Um ceramídio
Uma esfingomielina
Alguns lipídeos podem ser formados de reações de ácidos graxos com dióis. A reação em si é
análoga àquela com o glicerol, diferindo unicamente no produto formado.
Os lipídeos e a cerveja
Apesar de serem encontrados em pequena quantidade na cerveja, os lipídeos podem ser um fator
de extrema importância na qualidade da bebida produzida.
A maior parte dos lipídeos da cerveja é proveniente do malte e retirada do processo durante a
fervura do mosto, quando são precipitados junto com o trub (resíduo semi-sólido formado principalmente
por lipídeos, proteínas e resinas de lúpulo). Uma precipitação inadequada de lipídeos pode levar a:
• modificações do paladar da cerveja, devido à oxidação dos lipídeos;
• pior filtrabilidade da cerveja;
SENAI-RJ 159
Curso Técnico de Cervejaria – Bioquímica
Apesar de todos os efeitos deletérios antes descritos, uma pequena quantidade de lipídeos no mosto
é importante, uma vez que as leveduras podem utilizar esses compostos na síntese de material de sua
membrana citoplasmática, permitindo uma reprodução maior e mais rápida, além de microrganismos
mais saudáveis, ou seja, ocorre um aumento tanto da viabilidade quanto da vitalidade da levedura,
acarretando assim maior produtividade do processo fermentativo.
SENAI-RJ 160
Curso Técnico de Cervejaria – Bioquímica
Exercícios
Os lipídeos
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2. Quanto ao estado físico, como se diferenciam os ácidos graxos saturados dos insaturados?
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Curso Técnico de Cervejaria – Bioquímica
Chave de respostas
As proteínas
Exercício 1
Exercício 2
Exercício 3
Exercício 4
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Curso Técnico de Cervejaria – Bioquímica
Exercício 5
Os glicídios
Exercício 1
Exercício 2
Exercício 3
Exercício 4
Trissacarídeos são açúcares formados por unidades independentes (iguais ou não) ligadas
(maltotriose, rafinose), enquanto trioses são açúcares com três átomos de carbono (gliceraldeído).
SENAI-RJ 163
Curso Técnico de Cervejaria – Bioquímica
Os lipídeos
Exercício 1
Principais grupos de lipídeos:
• ácidos graxos;
• ésteres neutros de glicerol;
• ésteres iônicos de glicerol;
• lipídeos que contêm glicerol;
• lipídeos que não contêm glicerol; e
• lipídeos combinados com outros compostos (proteínas).
Exercício 2
Os ácidos graxos saturados acima de 10 carbonos são sólidos, enquanto todos os ácidos graxos
insaturados encontrados na natureza são líquidos.
Exercício 3
São ésteres resultantes da ligação de ácidos graxos (saturados ou não), com a molécula de
glicerol.
Exercício 4
É a reação de hidrólise (quebra), normalmente por agente alcalino, de uma gordura, dando como
produtos: o glicerol e o sal (em geral de potássio ou sódio) dos ácidos graxos (sabão).
Exercício 5
• modificação do paladar da cerveja;
• pior filtrabilidade;
• maior turvação da bebida; e
• menor formação e estabilidade da espuma.
SENAI-RJ 164
FIRJAN
CIRJ
SESI
SENAI
IEL
CURSO TÉCNICO
DE CERVEJARIA
Volume 2
Fundamentos gerais:
produto e processo
versão preliminar
SENAI-RJ • Alimentos
FIRJAN
CIRJ
SESI
SENAI
IEL
CURSO TÉCNICO
DE CERVEJARIA
Fundamentos gerais:
produto e processo
FIRJAN – Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro
Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira
Presidente
Diretoria de Educação
Andréa Marinho de Souza Franco
Diretora
FIRJAN
CIRJ
SESI
SENAI
IEL
CURSO TÉCNICO
DE CERVEJARIA
Fundamentos gerais:
produto e processo
Rio de Janeiro
2004
Prezado aluno,
Quando você resolveu fazer um curso em nossa instituição, talvez não soubesse que, desse momento
em diante, estaria participando do maior sistema de educação profissional do país: o SENAI. Há mais
de sessenta anos, estamos construindo uma história de educação voltada para o desenvolvimento
tecnológico da indústria brasileira e da formação profissional de jovens e adultos.
Devido às mudanças ocorridas no modelo produtivo, o trabalhador não pode continuar com uma
visão restrita dos postos de trabalho. Hoje, o mercado exigirá de você, além do domínio do conteúdo
técnico de sua profissão, competências que lhe permitam decidir com autonomia, proatividade,
capacidade de análise, solução de problemas, avaliação de resultados e propostas de mudanças no
processo do trabalho. Você deverá estar preparado para o exercício de papéis flexíveis e polivalentes,
assim como para a cooperação e a interação, o trabalho em equipe e o comprometimento com os
resultados.
Soma-se, ainda, que a produção constante de novos conhecimentos e tecnologias exigirá de você a
atualização contínua de seus conhecimentos profissionais, evidenciando a necessidade de uma formação
consistente que lhe proporcione maior adaptabilidade e instrumentos essenciais à auto-aprendizagem.
Essa nova dinâmica do mercado de trabalho vem requerendo que os sistemas de educação se
organizem de forma flexível e ágil, motivos esses que levaram o SENAI a criar uma estrutura
educacional, com o propósito de atender às novas necessidades da indústria, estabelecendo uma
formação flexível e modularizada.
Essa formação flexível tornará possível a você, aluno do sistema, voltar e dar continuidade à sua
educação, criando seu próprio percurso. Além de toda a infra-estrutura necessária a seu
desenvolvimento, você poderá contar com o apoio técnico-pedagógico da equipe de educação dessa
escola do SENAI para orientá-lo em seu trajeto.
Seja bem-vindo!
Diretora de Educação
Fundamentos gerais: produto e processo
2004
Diretoria de Educação
Ficha Técnica
Edição revista da apostila Fundamentos gerais: produto e processo. Vassouras, 1997. (Série
Cursos de Cervejaria). SENAI. RJ. CETEC de Produtos Alimentares. Coordenadoria de Informação
Tecnológica.
SENAI
SENAI––Rio de Janeiro
GEP – Gerência de Educação Profissional
Rua Mariz e Barros, 678 – Tijuca
20270-903 – Rio de Janeiro – RJ
Tel.: (21) 2587-1116
Fax: (21) 2254-2884
GEP@rj.senai.br
http://www.rj.senai.br
Sumário
APRESENTAÇÃO .................................................................................. 11
UMA PALAVRA INICIAL ....................................................................... 13
2 A CERVEJA ........................................................................................
Conceito de mosto ou extrato primitivo ......................................................................
25
27
Principais tipos de cerveja no mundo ............................................................................. 27
Principais tópicos sobre a legislação da cerveja no Brasil .......................................... 28
Aspectos nutricionais e de consumo .............................................................................. 30
Exercícios ................................................................................................................................ 33
3 MATÉRIAS-PRIMAS ..........................................................................
Cevada .....................................................................................................................................
35
37
Adjuntos .................................................................................................................................. 41
Lúpulo ...................................................................................................................................... 47
Água .......................................................................................................................................... 51
Exercícios ................................................................................................................................ 65
6 MOAGEM ...........................................................................................
Fundamentos .........................................................................................................................
91
93
Controle e otimização da moagem .................................................................................. 94
Moinhos de malte e modalidades de moagem .............................................................. 96
Apresentação
Esse grupo objetiva diagnosticar as mudanças e as tendências do mercado, nos diversos setores
produtivos, considerando os reflexos das transformações tecnológicas e organizacionais sobre o trabalho,
a emergência e o declínio de profissões, além da necessidade de redefinição de perfis profissionais,
tanto atuais quanto futuros. Para cumprir essa finalidade, foi adotada uma metodologia que, em
consonância com as novas tendências internacionais e as recomendações da legislação educacional
vigente no país, possibilitasse a construção de perfis profissionais baseados em competências, bem
como o estabelecimento dos padrões de desempenho requeridos.
A partir do perfil então delineado, com as respectivas qualificações intermediárias e tendo sido
também considerado o elenco das competências profissionais gerais definidas pelo MEC para a área
profissional de Química, a equipe responsável pelo desenho pedagógico concebeu o itinerário formativo
do Curso Técnico de Cervejaria.
Em conformidade com tais princípios, o curso visa propiciar os conhecimentos teóricos e práticos
necessários para a atuação do Técnico de Cervejaria, na área de Química, de acordo com o perfil de
competências definido, bem como desenvolver capacidades fundamentais requeridas pela educação
profissional, tais como iniciativa na resolução de problemas, responsabilidade por resultados; versatilidade
e adaptabilidade frente às mudanças; avaliação das práticas no mundo produtivo; flexibilidade e
participação nos processos de aperfeiçoamento.
SENAI-RJ 11
Curso Técnico de Cervejaria Apresentação
Com tal perspectiva, foi também concebido este material didático, estruturado em cinco volumes
e com a finalidade primordial de apoiar os alunos em vários momentos e situações de seu processo de
aprendizagem.
Esses volumes foram organizados de forma a apresentar, através de uma linguagem simples e
com ilustrações, os conteúdos relativos às unidades curriculares estabelecidas nos Módulos I e II do
itinerário formativo do curso. Além disso, eles contêm uma variedade de exercícios, acompanhados
das respectivas respostas, para que o aluno possa, gradualmente, avaliar os conhecimentos recém-
adquiridos, identificar os pontos que, porventura, precisam ser ainda revistos ou reforçados e, assim,
consolidar os conceitos trabalhados tanto nas aulas teóricas quanto nas práticas.
Bioquímica
• Volume 4 - Química
Automação industrial
Esperamos, enfim, que este material didático contribua para a sua formação de Técnico de
Cervejaria, capacitando-o para enfrentar os desafios do mundo do trabalho.
12 SENAI-RJ
Curso Técnico de Cervejaria Uma palavra inicial
Meio ambiente...
Antes de iniciarmos o estudo deste material, há dois pontos que merecem destaque: a relação entre
o processo produtivo e o meio ambiente; e a questão da saúde e segurança no trabalho.
É preciso entender que todas as atividades humanas transformam o ambiente. Estamos sempre
retirando materiais da natureza, transformando-os e depois jogando o que "sobra" de volta ao ambiente
natural. Ao retirar do meio ambiente os materiais necessários para produzir bens, altera-se o equilíbrio
dos ecossistemas e arrisca-se ao esgotamento de diversos recursos naturais que não são renováveis
ou, quando o são, têm sua renovação prejudicada pela velocidade da extração, superior à capacidade
da natureza para se recompor. É necessário fazer planos de curto e longo prazo para diminuir os
impactos que o processo produtivo causa na natureza. Além disso, as indústrias precisam se preocupar
com a recomposição da paisagem e ter em mente a saúde dos seus trabalhadores e da população que
vive ao seu redor.
SENAI-RJ 13
Curso Técnico de Cervejaria Uma palavra inicial
O uso indiscriminado dos recursos naturais e a contínua acumulação de lixo mostram a falha básica
de nosso sistema produtivo: ele opera em linha reta. Extraem-se as matérias-primas através de processos
de produção desperdiçadores e que produzem subprodutos tóxicos. Fabricam-se produtos de utilidade
limitada que, finalmente, viram lixo, o qual se acumula nos aterros. Produzir, consumir e dispensar bens
desta forma, obviamente, não é sustentável.
Enquanto os resíduos naturais (que não podem, propriamente, ser chamados de "lixo") são absorvidos
e reaproveitados pela natureza, a maioria dos resíduos deixados pelas indústrias não tem aproveitamento
para qualquer espécie de organismo vivo e, para alguns, pode até ser fatal. O meio ambiente pode
absorver resíduos, redistribuí-los e transformá-los. Mas, da mesma forma que a Terra possui uma
capacidade limitada de produzir recursos renováveis, sua capacidade de receber resíduos também é
restrita, e a de receber resíduos tóxicos praticamente não existe.
Ganha força, atualmente, a idéia de que as empresas devem ter procedimentos éticos que considerem
a preservação do ambiente como uma parte de sua missão. Isto quer dizer que se devem adotar
práticas voltadas para tal preocupação, introduzindo processos que reduzam o uso de matérias-primas
e energia, diminuam os resíduos e impeçam a poluição.
Cada indústria tem suas próprias características. Mas já sabemos que a conservação de recursos
é importante. Deve haver crescente preocupação com a qualidade, durabilidade, possibilidade de
conserto e vida útil dos produtos.
As empresas precisam não só continuar reduzindo a poluição, como também buscar novas formas
de economizar energia, melhorar os efluentes, reduzir o lixo, o uso de matérias-primas. Reciclar e
conservar energia são atitudes essenciais no mundo contemporâneo.
É difícil ter uma visão única que seja útil para todas as empresas. Cada uma enfrenta desafios
diferentes e pode se beneficiar de sua própria visão de futuro. Ao olhar para o futuro, nós (o público,
as empresas, as cidades e as nações) podemos decidir quais alternativas são mais desejáveis e trabalhar
com elas.
A mudança nos hábitos não é uma coisa que possa ser imposta. Deve ser uma escolha de pessoas
bem-informadas a favor de bens e serviços sustentáveis. A tarefa é criar condições que melhorem a
capacidade de as pessoas escolherem, usarem e disporem de bens e serviços de forma sustentável.
Além dos impactos causados na natureza, diversos são os malefícios à saúde humana provocados
pela poluição do ar, dos rios e mares, assim como são inerentes aos processos produtivos alguns riscos
à saúde e segurança do trabalhador. Atualmente, acidente do trabalho é uma questão que preocupa os
empregadores, empregados e governantes, e as conseqüências acabam afetando a todos.
14 SENAI-RJ
Curso Técnico de Cervejaria Uma palavra inicial
A redução do número de acidentes só será possível à medida que cada um – trabalhador, patrão e
governo – assuma, em todas as situações, atitudes preventivas, capazes de resguardar a segurança de
todos.
Deve-se considerar, também, que cada indústria possui um sistema produtivo próprio, e, portanto, é
necessário analisá-lo em sua especificidade, para determinar seu impacto sobre o meio ambiente,
sobre a saúde e os riscos que o sistema oferece à segurança dos trabalhadores, propondo alternativas
que possam levar à melhoria de condições de vida para todos.
Da conscientização, partimos para a ação: cresce, cada vez mais, o número de países, empresas e
indivíduos que, já estando conscientizados acerca dessas questões, vêm desenvolvendo ações que
contribuem para proteger o meio ambiente e cuidar da nossa saúde. Mas, isso ainda não é suficiente...
faz-se preciso ampliar tais ações, e a educação é um valioso recurso que pode e deve ser usado em tal
direção. Assim, iniciamos este material conversando com você sobre o meio ambiente, a saúde e a
segurança no trabalho, lembrando que, no exercício profissional diário, você deve agir de forma
harmoniosa com o ambiente, zelando também pela segurança e saúde de todos no trabalho.
Tente responder à pergunta que inicia este texto: Meio ambiente, saúde e segurança no trabalho –
o que é que eu tenho a ver com isso? Depois, é partir para a ação. Cada um de nós é responsável.
Vamos fazer a nossa parte?
SENAI-RJ 15
Fundamentos gerais:
produto e processo
Nesta seção...
Exercícios
1
Curso Técnico de Cervejaria — Fundamentos gerais: produto e processo
A história da fabricação da cerveja tem, pelo menos, 6 mil anos de existência. Quando o homem
aprendeu a moer os cereais e, com eles, preparar o pão, o caminho que levava ao pão líquido não
estava muito longe. Nessa época, os sumérios faziam uma massa consistente com os grãos moídos
que, após o cozimento, era consumida como pão. Essa massa, quando deixada ao tempo, umedecia e
fermentava, tornando-se uma espécie de "pão líquido", uma bebida alcoólica por eles ingerida. Essa
bebida guarda uma semelhança, ainda que distante, com a atual cerveja.
O mais antigo documento sobre a produção de cerveja em solo europeu é de 800 anos a.C. A partir
do início da Idade Média, foram os conventos que assumiram a fabricação. Eles foram, decididamente,
muito importantes para o desenvolvimento da fabricação da cerveja. Particularmente, os monges
tornaram popular o uso de lúpulo como fator de amargor do mosto da cerveja.
Os beneditinos de Weihenstephan, Alemanha, foram os primeiros a receber a autorização oficial
para a fabricação profissional e comercialização da cerveja. Com isso, Weihenstephan é a indústria
cervejeira mais antiga do mundo, tendo surgido no ano de 1040.
Ao que tudo indica, foi da palavra latina bibere que se originou, em vários idiomas, os termos
usados para designar esta bebida, obtida através da fermentação de cereais. Em latim, bibere significa
beber. O termo do latim clássico para designar a cerveja é cervisia ou cerevisia. Dessa raiz, derivam
as palavras cerveja (português) e cerveza (espanhol). Acredita-se que cerevisia proceda de Ceres,
que, na mitologia latina, era a deusa da agricultura.
Designa-se cerveja (bière, bier, beer), em sentido restrito,
toda infusão fermentada de grãos de cereais. Em sentido lato, lato
chamaremos de cerveja toda bebida fermentada alcoólica obtida Largo; amplo; dilatado.
SENAI-RJ 19
Curso Técnico de Cervejaria — Fundamentos gerais: produto e processo
sempre presentes no meio ambiente. São as bebidas dos tipos cauim e chicha, presumivelmente
as mais antigas.
2. Cervejas maltadas – Obtidas pela ação sacarificante das alfa e betaamilases liberadas durante
a germinação de certos grãos.
3. Cervejas de bolor – Obtidas pela sacarificação dos amiláceos e pela ação de amilases dos
fungos. São as cervejas de arroz do Oriente.
Na Antiguidade, costumava-se experimentar e usar, na elaboração de cerveja, toda espécie de
ingredientes, tais como: folhas de pinheiros, ervas em geral etc., com resultados por vezes fatais. Para
regularizar o processo de fabricação, o duque Guilherme IV da Baviera (Alemanha) decretou, em
1516, a "Lei da Pureza" (Reinheitsgebot). Essa lei é a mais antiga do mundo sobre a manipulação de
alimentos (legislação de produtos alimentares). Determina os ingredientes que podem ser usados para
a produção da cerveja, tais como:
• Cevada.
• Lúpulo.
• Água.
Observação
A esta época, a levedura de cerveja ainda não era conhecida, só mais tarde
sendo incluída à lei em questão.
Louis Pasteur
deterioração
Esse nome é reconhecido pela associação com a palavra Ato ou efeito de: danificar,
"pasteurização", que se refere a um método de conservação corromper, tornar
degenerado.
de alimentos a partir do aquecimento.
Até os estudos de Pasteur, em 1876, o processo de fermentação não podia ser explicado nem
controlado. Pasteur descobriu a participação de microrganismos durante a fermentação e demonstrou
que a deterioração do mosto e das cervejas era provocada pelo desenvolvimento de organismos
microscópicos. Estes microrganismos, estranhos ao processo, provinham do meio ambiente. Com
Pasteur, teve início a ciência cervejeira.
20 SENAI-RJ
Curso Técnico de Cervejaria — Fundamentos gerais: produto e processo
Ele foi o primeiro a isolar uma célula de levedura de cerveja, em 1881, e obteve a multiplicação sob
cultura pura. Como a levedura influencia fundamentalmente o sabor, essa descoberta possibilitou,
especialmente, que se produzisse cerveja com o mesmo sabor e qualidade.
Observação
Na cultura pura, todas as células possuem características absolutamente iguais,
pois são originárias de uma mesma célula.
A cerveja no Brasil
Em 1888, foi fundada no Rio de Janeiro a Manufatura de Cerveja Brahma, Villiger & Cia., de
propriedade do engenheiro suíço Joseph Villiger. Em 1894, a pequena cervejaria foi vendida para a
firma George Maschke & Cia., que a modernizou e ampliou suas instalações. Em 1904, houve a fusão
da cervejaria de Maschke com a Preiss, Haussler & Cia., resultando, então, a Companhia Cervejaria
Brahma, que em 1980 assumiu o controle acionário da Skol.
Em fevereiro de 1854, um colono alemão, Henrique Kremer, fundou uma fábrica de cervejas em
Petrópolis, Rio de Janeiro. Ao falecer, em 1865, seus herdeiros constituíram a firma Augusto Kremer
& Cia., que existiu até 1876.
Foi também em Petrópolis que existiu a cervejaria Mora, fundada em 1893. Esta cervejaria ficou
famosa, na época, por produzir as cervejas Cascata Preta e Cascata Branca.
A Companhia Antarctica Paulista foi a segunda cervejaria de grande porte que surgiu no Brasil.
Criada em 1891, sua primeira unidade de produção foi instalada no Parque Antarctica, no bairro de
Água Branca. Da mesma forma que sua grande concorrente (a Brahma), a Antarctica também
procurou superar o problema de importação de cevada, desenvolvendo um programa de pesquisa para
adaptar algumas variedades de cevada ao clima e às condições do sul do Brasil. Entre as empresas de
grande porte, a Antarctica possui uma grande tradição como anunciante, sendo considerada a mais
antiga no mercado brasileiro.
Paralelamente à história das duas maiores cervejarias do Brasil, muitas outras pequenas fábricas
regionais surgiram e algumas até ganharam expressão nacional. A maioria delas, entretanto, não
conseguiu sobreviver por muitos anos, ou foi absorvida pela Brahma ou pela Antarctica.
SENAI-RJ 21
Curso Técnico de Cervejaria — Fundamentos gerais: produto e processo
A cervejaria Caracu foi fundada em 1899, na cidade paulista de Rio Claro. Foi a primeira cerveja
preta da América Latina que, pela sua qualidade, recebeu prêmios internacionais na Inglaterra e na
Itália. Em 1969, passou a integrar as Cervejarias Reunidas Skol Caracu S/A.
Na década de 1970, a Skol fez um lançamento pioneiro no Brasil, a cerveja em lata, produzida em
sua fábrica de Rio Claro.
A cerveja Kaiser, fabricada por uma empresa de grande porte, foi lançada em 1982, em Minas
Gerais, com a inauguração da Cervejaria Kaiser Minas S/A, em Divinópolis. Pouco tempo depois,
duas empresas ligadas ao ramo de refrigerantes aderiram a ela, fundando as fábricas Cervejaria
Kaiser Rio S/A e Cervejaria Kaiser São Paulo S/A, em Moji-Mirim e em Jacareí. Mais tarde, surgiu
a Companhia Sul Brasil de Cerveja, em Gravataí, Rio Grande do Sul.
A fábrica Cerpasa, do Pará, começou a produzir, a partir de 1966, a cerveja Cerpa, que goza de
reputação nacional.
As cervejas da Schincariol, de Itu, São Paulo, e da Belco, de São Manoel, São Paulo, são outros
produtos com crescente aceitação no mercado.
A cerveja mineira Ouro Fino teve seus dias de sucesso, porém acabou sendo absorvida pela Skol.
A Bohemia, cerveja de Petrópolis, é uma marca secular e ainda resiste, apesar de ter sido incorporada
à Antarctica.
No estado do Rio, existem ainda famosas marcas, como a Black Princess, produzida pela Princesa,
e a Sul-Americana, que leva o nome de sua fábrica.
No ano de 1995, alcançamos o patamar dos 40 litros de consumo per capita anual. Na Alemanha,
a média por habitante é quase quatro vezes maior: 150 litros. E na Bavária (Sul da Alemanha), o
consumo per capita supera os 250 litros. Em outros países, a média de 100 litros por habitante é
bastante comum. Partindo desses dados, podemos afirmar que o brasileiro, apesar do clima tropical,
ainda bebe pouquíssima cerveja.
A baixa renda da população certamente contribui para esse quadro. Tanto que, após o plano de
estabilização do Real, registrou-se um aumento bastante significativo no consumo de cerveja no país.
Por outro lado, sabe-se que as cervejarias estão investindo grandes volumes de recursos, visando a um
crescimento da produção. No futuro, a expectativa é que o consumo de cerveja no Brasil aumente
conforme o crescimento do poder aquisitivo.
A título de ilustração, vamos apresentar, a seguir, vários dados sobre a produção anual de alguns
países e continentes, em 1991:
22 SENAI-RJ
Curso Técnico de Cervejaria — Fundamentos gerais: produto e processo
Alemanha 118.000.000hl
Espanha 26.447.000hl
Noruega 2.236.000hl
Europa 445.972.000hl
Estados Unidos 237.283.000hl
Brasil 65.000.000hl
Uruguai 710.000hl
México 39.816.000hl
Américas 437.453.000hl
Nigéria 8.386.000hl
Egito 500.000hl
Gâmbia 30.000hl
África 58.500.000hl
China 80.000.000hl
Austrália 19.000.000hl
Japão 68.000.000hl
Legenda
hl = hectolitro
hl = 100 litros
SENAI-RJ 23
Curso Técnico de Cervejaria — Fundamentos gerais: produto e processo
Exercícios
2. Leia com atenção as frases abaixo e preencha as lacunas de acordo com o que você estudou.
a) O termo do latim clássico para designar a cerveja é _________________________ou
_______________________.
b) ______________________, ____________________e _____________________ são
as três personalidades que estão especialmente associadas ao progresso na fabricação de
cerveja.
c) No ano de 1995, alcançamos o patamar dos _______ litros anuais de consumo per capita.
– ____________________________________________________________________
– ____________________________________________________________________
24 SENAI-RJ
A cerveja
Nesta seção...
Exercícios
2
Curso Técnico de Cervejaria — Fundamentos gerais: produto e processo
Entende-se por mosto ou extrato primitivo de uma cerveja o teor de extrato apresentado antes da
fermentação.
O teor de mosto primitivo de uma cerveja não deve ser confundido com teor alcoólico. Para
compreender melhor essa questão, consulte as informações abaixo.
SENAI-RJ 27
Curso Técnico de Cervejaria — Fundamentos gerais: produto e processo
Inglesas
• Ale
• Stout
• Porter
Belgas
• Lambic
• Trappiste
• Blanche
2. Baixa fermentação
• Light
• Especiais
• Pilsen
• Export
• Escuras
• Lager
A cerveja de alta fermentação é aquela obtida pela ação da levedura que sobe à superfície, na
fermentação tumultuosa. Já a de baixa fermentação é a obtida pela ação da levedura que se deposita,
após a fermentação tumultuosa, no fundo do tanque. Por isso, as leveduras se dividem nas de alta
fermentação e nas de baixa fermentação. As cervejas antigas eram todas de alta fermentação.
1. Objeto
Os presentes padrões têm por objetivo estabelecer as normas de identidade e qualidade a que
deverão obedecer as cervejas.
28 SENAI-RJ
Curso Técnico de Cervejaria — Fundamentos gerais: produto e processo
2. Descrição
Classificação:
Cerveja de baixa fermentação é aquela obtida pela ação de levedura cervejeira que se deposita no
fundo da cuba durante ou após a fermentação tumultuosa.
b) Quanto ao teor de extrato primitivo
Cerveja fraca De 7 a 11
Cerveja normal ou comum De 11 a 12,5
Cerveja extra De 12,5 a 14
Cerveja forte Acima de 14
c) Quanto à cor
SENAI-RJ 29
Curso Técnico de Cervejaria — Fundamentos gerais: produto e processo
Classes Teor de e
Teor xtrato (em % peso)
extrato
Cerveja de baixo teor em extrato Maior que 0,5 e menor que 2,0
Cerveja de médio teor em extrato Igual ou maior que 2,0 e menor que 4,5
Cerveja de alto teor em extrato Igual ou maior que 4,5 e menor que 7,0
3. Tipos
De acordo com seu tipo, internacionalmente conhecido, a cerveja poderá ser denominada Pilsen,
Export, Lager, Dortmunder, Munchen, Bock, Malzbier, Ale, Stout, Porter e Weissbier.
Outro aspecto que merece ser destacado é o alto valor higiênico desta bebida. Devido a seu baixo
pH, sua relativa ação anti-séptica – pela presença do álcool e do lúpulo – e a presença do gás carbônico,
não há condições propícias para o desenvolvimento de microrganismos patogênicos para o homem.
A cerveja apresenta, ainda, um outro aspecto que deve ser ressaltado: ela é, sem dúvida, uma
bebida alcoólica. Por isso, não se deve considerar que a percentagem de álcool contida na cerveja –
apenas 3% a 4% – é inteiramente inofensiva.
Há pessoas que, em curto espaço de tempo, ingerem grande quantidade da bebida, o que acarreta
um teor elevado de álcool no sangue. Já o consumo de, por exemplo, 1 litro de cerveja diariamente,
porém de forma espaçada, ao longo do dia, não evidencia prejuízos consideráveis ao organismo.
Portanto, pode-se dizer que a cerveja é uma bebida que possui uma série de aspectos positivos, se
não for objeto de abusos no consumo.
30 SENAI-RJ
Curso Técnico de Cervejaria — Fundamentos gerais: produto e processo
Degustação prazerosa
A cerveja, como qualquer bebida que se queira degustar saboreando integralmente todas as suas
qualidades, exige alguns critérios indispensáveis. Em primeiro lugar, qual a temperatura ideal para a
cerveja? Embora o bom senso testemunhe que o importante é o gosto pessoal, os experts são unânimes
em afirmar que, para nosso clima, a temperatura ideal é em torno de 8ºC. Não se deve tomá-la
"estupidamente gelada", pois assim ela perde grande parcela de seu sabor característico, além de
reprimir o paladar. Por essas razões, é totalmente desaconselhável colocá-la para gelar no congelador
ou freezer.
Com ou sem espuma? Também neste aspecto os gostos variam muito, mas "cerveja sem espuma
não é cerveja!". Dois dedos de espuma, em média, são indispensáveis, pois sem eles a cerveja perde
sua “personalidade" e fica com aparência de água choca.
SENAI-RJ 31
Curso Técnico de Cervejaria — Fundamentos gerais: produto e processo
O copo merece toda a atenção de um bom consumidor de cerveja. Detalhe importante é a higiene
do copo, pois vestígios de sabão, restos de gordura etc. já são suficientes para alterar o sabor e influir
na formação da espuma. Por isso, não se devem enxugar os copos com pano, e sim deixá-los secar
com a boca para baixo.
32 SENAI-RJ
Curso Técnico de Cervejaria — Fundamentos gerais: produto e processo
Exercícios
– ____________________________________________________________________
– ____________________________________________________________________
– ____________________________________________________________________
– ____________________________________________________________________
– ____________________________________________________________________
– ____________________________________________________________________
– ____________________________________________________________________
5. Leia com atenção a frase abaixo e preencha a lacuna, de acordo com o que você estudou.
Embora o bom senso testemunhe que o importante é o gosto pessoal, os experts são unânimes
em afirmar que, para nosso clima, a temperatura ideal da cerveja é em torno de _________ ºC.
SENAI-RJ 33
Matérias-primas
Nesta seção...
Cevada
Adjuntos
Lúpulo
Água
Exercícios
3
Curso Técnico de Cervejaria — Fundamentos gerais: produto e processo
Cevada
O malte de cevada é a matéria-prima principal para a fabricação da cerveja. Várias razões indicam
a cevada como o melhor cereal a ser utilizado no processamento de elaboração do malte e da cerveja:
• A cevada possui um alto teor de amido.
• A parte externa (casca) permanece no grão após a debulhagem (extração dos grãos ou sementes
durante a colheita). Essa casca forma uma camada filtrante no processo de classificação do
mosto.
• O teor de proteína está presente em proporcões ideiais em relação ao amido.
• Existem agentes importantes, isto é, enzimas, na cevada ou que se formarão durante a malteação.
De duas fileiras
Duas fileiras de grãos
na mesma espiga.
De quatro fileiras De seis fileiras
Quatro fileiras de grãos na Seis fileiras de grãos na
mesma espiga. mesma espiga.
SENAI-RJ 37
Curso Técnico de Cervejaria — Fundamentos gerais: produto e processo
O plantio no Brasil
No Brasil, desde 1981, as recomendações técnicas para o cultivo da cevada cervejeira, nos estados
do Rio Grande do Sul, de Santa Catarina e do Paraná, são estabelecidas por um grupo de instituições
envolvidas ativamente na pesquisa desta cultura. Compõem este grupo de pesquisa o Centro Nacional
de Pesquisa de Trigo (EMBRAPA), o IAPAR (Pólo Regional de Ponta Grossa), a Companhia Antárctica
Paulista I.B.B.C. – Filial Fomento Agrícola e Armazenadora, a Companhia Cervejaria Brahma –
Maltaria Navegantes S.A. A comissão de pesquisa de cevada foi estabelecida através da Portaria 293
de 11/12/1990, do então Ministério da Agricultura e Reforma Agrária.
As épocas de plantio ou semeadura são definidas segundo regiões estabelecidas para a cevada de
verão:
• Rio Grande do Sul – 20 de maio a 30 de junho – regiões Norte e Sul (podendo estender-se até 15
de julho em certos municípios).
• Santa Catarina – 20 de maio a 30 de junho e 20 junho a 15 de julho, conforme municípios.
• Paraná – 10 de maio a 20 de junho e 1º a 30 de junho, conforme municípios.
O período de colheita, em geral, é no final de outubro e no início de novembro.
Observação
Tanto o malteador como o cervejeiro preferem a cevada de verão de duas fileiras.
38 SENAI-RJ
Curso Técnico de Cervejaria — Fundamentos gerais: produto e processo
Embrião
O embrião é uma das partes mais importantes do grão, pois é sua parte viva. Ele localiza-se na
parte dorsal da base do grão (região de ligação com a coluna ou ráquis da espiga). Trata-se da sua
extremidade pontuda.
Endosperma
É a parte mais abundante e, juntamente com o embrião, constitui também o componente mais
importante do grão, pois contém as células de amido. O amido é o elemento do endosperma que
produzirá o extrato (açúcar) no mosto.
A parede celular do amido é constituída de hemicelulose e gomas (glucanos). As gomas são solúveis
e as hemiceluloses insolúveis em água; conseqüentemente, essas últimas somente poderão ser
decompostas e solubilizadas pelas enzimas.
Entre as células que não contêm amido, encontram-se depósitos de proteínas chamados de proteínas
histológicas ou estruturais dos tecidos. No processo de malteação, as enzimas proteolíticas agem
sobre as proteínas, degradando-as.
Casca ou envoltório
A casca é constituída de celulose insolúvel em água e que não pode ser degradada por enzimas.
Serve de camada de proteção ao embrião. Durante o processo de filtração do mosto, é utilizada como
camada filtrante.
Observação
Uma fina rugosidade da casca da cevada cervejeira é um indicador da sua
qualidade.
SENAI-RJ 39
Curso Técnico de Cervejaria — Fundamentos gerais: produto e processo
Composição da cevada
Observe, a seguir, sua representação gráfica em substância seca.
2,5-3,5% de substâncias
minerais
3,5-7% de celulose
55-65% de amido
Amido
O amido é uma substância orgânica pertencente ao grande grupo dos carboidratos, presentes em
abundância no grão, representando 55% a 65% de cevada em substância seca.
Proteína
Os subprodutos de decomposição das proteínas de alto peso molecular causam uma boa e estável
formação de espuma, além de promover um melhor corpo para a cerveja.
40 SENAI-RJ
Curso Técnico de Cervejaria — Fundamentos gerais: produto e processo
Uma parte da proteína solubilizada coagula na fervura do mosto e é eliminada como trub quente.
Durante a maturação, uma outra parte é separada por decantação, pela ação do frio.
Adjuntos
Adjuntos são materiais ricos em carboidratos, com composição e propriedades apropriadas para
complementar, de forma benéfica e rentável, a principal matéria-prima empregada na elaboração de
cervejas: o malte de cevada.
Os adjuntos cervejeiros mais utilizados são aqueles derivados dos cereais de milho e arroz.
SENAI-RJ 41
Curso Técnico de Cervejaria — Fundamentos gerais: produto e processo
Principais vantagens
O uso de adjuntos em cervejarias é vantajoso sob vários aspectos, conforme veremos a seguir:
1. Razões econômicas:
– Menores custos de matérias-primas por "hl".
– Disponibilidade do produto e garantia de abastecimento de adjuntos de derivados de cereais
processados, de origem regional, a custos mais favoráveis que o malte de cevada, sempre
dentro de um mesmo padrão de qualidade.
– Facilidade de manuseio (o armazenamento e a manipulação do adjunto devem ser executados
o mais facilmente possível dentro da cervejaria). Devem comparar-se os custos relativos de
capital das instalações, espaços ocupados e os custos de manuseio.
– Capacidade da sala de brassagem – Poderá ser aumentada com o uso de adjuntos líquidos ou
açúcar diretamente adicionados na caldeira de fervura, elevando o extrato básico do mosto para
posterior diluição, o que, em conseqüência, redunda em aumento de produção e rentabilidade
(tecnologia high gravity). Com isso, pode-se postergar a necessidade de ampliações na
capacidade de brassagem.
Importante!
Cuidados no armazenamento e instalações
No caso de adjuntos sólidos, como, por exemplo, os cereais ou seus derivados,
deverão ser previstos os espaços de armazenamento em sacos ou silos para
granel, com sistemas de limpeza.
No caso de adjuntos líquidos, deverão ser previstas instalações, como tanques,
tubulações e moto-bombas.
silos
Nos estabelecimentos
agrícolas, construção
impermeável para
conservar cereais ou
folhagem verde. Depósito
de armazenamento.
42 SENAI-RJ
Curso Técnico de Cervejaria — Fundamentos gerais: produto e processo
Os produtos derivados do milho são muito procurados como adjuntos pelas cervejarias, por
fornecerem altos rendimentos em extrato.
O gritz de milho é preparado na indústria pelo processo conhecido como Degerminação por Moagem
a Seco. Observe, no quadro da próxima página, as principais etapas desse processo.
Arroz
É um adjunto de grande emprego nas cervejarias, junto com os produtos derivados do milho. Em
ambos os casos, o aproveitamento feito pelo cervejeiro diz respeito apenas ao endosperma (amido).
O adjunto derivado do arroz, para fins cervejeiros, é obtido mediante a eliminação da casca externa,
capas de aleurona, semente e gérmen, através de um beneficiamento e de moagem seca apropriada,
com menor dano possível à porção farinhosa do endosperma do grão.
Essa porção de arroz partido denomina-se arroz cervejeiro ou arroz tamizado, próprio para adjunto
em indústrias cervejeiras.
SENAI-RJ 43
Curso Técnico de Cervejaria — Fundamentos gerais: produto e processo
Grãos de milho
Sistema de tambores
tamizadores com
granulometrias
diferentes
Observação
O arroz cervejeiro varia no que concerne à sua composição física, na qual o
tamanho das partículas individuais varia de grãos pequenos tamizados a frações
maiores de grãos quebrados.
44 SENAI-RJ
Curso Técnico de Cervejaria — Fundamentos gerais: produto e processo
O gritz de milho tem sua temperatura de gelatinização entre 62ºC e 75ºC; já para a quirela de arroz,
esta temperatura é entre 75ºC e 85ºC. Para promover a fluidificação, adiciona-se, em geral, uma certa
quantidade de malte à mostura do adjunto (5% a 10% do total).
Observação
Essas operações na sala de brassagem são feitas com o auxílio da caldeira de
grãos crus (caldeira de adjuntos, eventualmente autoclave).
Xaropes
Xarope de milho
Os xaropes de milho são basicamente elaborados a partir do amido dos derivados de milho, como
sêmolas refinadas ou amido puro.
Nos Estados Unidos e em grande parte da Europa, esses adjuntos são produzidos à base do milho
amarelo.
No Brasil, ainda não é muito utilizado, mas o interesse por ele cresce cada vez mais.
SENAI-RJ 45
Curso Técnico de Cervejaria — Fundamentos gerais: produto e processo
Este adjunto é preparado à base do açúcar de cana – sacarose –, mediante ação enzimática, ou se
esquentando o xarope com uma pequena quantidade de ácido orgânico, normalmente cítrico ou tartárico
– hidrólise ácida.
46 SENAI-RJ
Curso Técnico de Cervejaria — Fundamentos gerais: produto e processo
Açúcares
Os açúcares em geral são também adjuntos adicionados diretamente na caldeira de fervura do
mosto, pouco antes do apronte, aumentando o extrato fermentescível.
A sacarose (açúcar comum) é o produto utilizado como fonte de açúcar. Dá origem a cervejas
muito claras, com alto grau de fermentação, boa estabilidade físico-química coloidal e estabilidade de
paladar.
Para o caso de elaboração de cervejas adocicadas ou tipo Malzbier, cujo teor alcoólico não deve
ser ultrapassado, o açúcar para a correção do mosto básico deverá ser acrescentado após a filtração,
diretamente no tanque de pressão e juntamente com o caramelo corante.
Lúpulo
As variedades aceitas para as cervejarias são as que produzem flores femininas. As flores agrupadas
em torno da "vértebra" formam o "cone".
SENAI-RJ 47
Curso Técnico de Cervejaria — Fundamentos gerais: produto e processo
Modo de utilização/embalagens
A forma antiga de utilização é a de lúpulo em flor, isto é, de cones soltos ou prensados.
Atualmente, utilizam-se:
• Pellets – Neste caso, o lúpulo em flor passa por um processo de beneficiamento, com remoção de
talos, folhas etc. e posterior formação em pellets. Há grandes vantagens em termos de preservação
da qualidade, volume ocupado, fretes etc.
• Extratos – Os componentes de interesse cervejeiro são extraídos com o uso de diferentes tecnologias.
A concentração dos extratos pode variar. Os benefícios econômicos (custo de transporte,
armazenamento) são significativos.
Observação
O lúpulo alemão possui selo de garantia e certificado de origem, para fins de
comercialização.
48 SENAI-RJ
Curso Técnico de Cervejaria — Fundamentos gerais: produto e processo
É importante destacar que os lúpulos aromáticos têm alto teor de óleos essenciais, enquanto os de
amargor apresentam alto teor de substâncias amargas.
morfologia
Estudo da forma e da
Segundo a morfologia, a umbela é constituída de: estrutura dos organismos
vegetais.
• Brácteas – Pétalas de cobertura de coloração verde-escura.
• Bractéolas – Pétalas internas que possuem, na parte inferior, uma dobra tipo bolsa, na qual
encontramos a lupulina.
• Vértebra – Suporte lenhoso central, sob a forma de haste ou eixo em ziguezague.
SENAI-RJ 49
Curso Técnico de Cervejaria — Fundamentos gerais: produto e processo
• Lupulina – Pequeno grão (glândula secretora) de cor amarelada. Com o envelhecimento do lúpulo,
a lupulina gradativamente passa a ter uma coloração avermelhada, até, finalmente, atingir uma
cor marrom-avermelhada. O aroma fresco, fino, vai se perdendo e seu cheiro torna-se desagradável
(cheiro rançoso). Então, o lúpulo não tem mais aproveitamento para fins cervejeiros.
Importante!
A lupulina é a portadora dos componentes importantes do lúpulo para o processo
cervejeiro: óleos essenciais e substâncias amargas.
Óleos essenciais
Eles concedem ao mosto e à cerveja o aroma típico do lúpulo, entretanto são altamente voláteis.
Por isso, na fervura do mosto lupulado, a maior parte dos óleos essenciais (de 96% a 98%) é
eliminada. Essa propriedade deve ser considerada na dosagem do lúpulo.
Substâncias tânicas
Do total contido no lúpulo, cerca de 25% estão presentes na lupulina e 75% nas folhas do cone.
Pertencem ao grande grupo das substâncias polifenólicas (polifenóis).
Substâncias amargas
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Alfa-ácidos
Os alfa-ácidos, inicialmente ainda insolúveis, deverão ser transformados em substâncias solúveis
durante o processo de cozimento do mosto (forma isomerizada). Esse processo de solubilização
denomina-se "isomerização".
Os produtos transformados em solúveis (isomerizados) denominam-se "iso-alfa-ácidos" e possuem
o amargor de maior intensidade.
Beta-ácidos
Os beta-ácidos são insolúveis e, por isso, não têm nenhuma influência no amargor da cerveja.
Água
A água constitui o mais importante regulador energético para a estabilidade térmica da Terra,
sendo elemento essencial à vida animal e vegetal. Seu papel no desenvolvimento da civilização é
reconhecido desde a Antiguidade.
O homem precisa de água de boa qualidade e em quantidade suficiente para todas as suas
necessidades. Um dos principais requisitos para que uma água seja destinada ao consumo público é a
ausência de gérmens prejudiciais ao organismo humano.
Porém, raramente encontramos águas isentas de bactérias. Muitas vezes nos deparamos com
água de elevada pureza físico-química, podendo contudo conter microrganismos nocivos à saúde
humana.
As quantidades e a natureza dos constituintes presentes na água variam, principalmente, em função
da natureza do solo, das condições climáticas e do grau de poluição, esse último decorrente dos
despejos municipais e industriais.
As águas disponíveis na natureza em forma de lagos, rios, fontes e depósitos subterrâneos nunca
são quimicamente puras, pois contêm sais dissolvidos, materiais suspensos, microrganismos, cargas de
dióxido de enxofre (SO2) e amônia (NH3), provenientes de substâncias orgânicas. Eventualmente
contêm, ainda, infiltrações de substâncias oriundas dos produtos de adubação, além de sais de metais
pesados, hidrocarbonetos, halogenados etc.
Durante o ciclo hidrológico natural, a água de condensação (chuva ou neve) tende a absorver do ar
oxigênio e dióxido de carbono, tornando-se agressiva.
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Por seu conteúdo em CO2, essas águas de precipitação, ao atravessarem as diferentes camadas
geológicas, dissolvem certos componentes, transformando-os em sais solúveis. Em conformidade com
as condições geológicas encontradas em diferentes regiões, obtêm-se águas naturais de composições
diversas e, por vezes, típicas.
Composição básica do ar
Nitrogênio – 78,08%
Oxigênio – 20,05%
Gases nobres – 0,94%
Gás carbônico – 0,03%
As águas naturais para o abastecimento público, potável ou industrial dividem-se em três categorias.
• Atmosférica.
• De superfície.
• Subterrânea.
Impurezas
Além dos componentes citados, as águas naturais contêm certas substâncias dispersas consideradas
como "impurezas":
• Substâncias dispersas de natureza orgânica ou inorgânica, como materiais sólidos em suspensão:
areia, argila, lodo, gravetos etc.
52 SENAI-RJ
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Íons
Os sais que compõem a água natural estão fortemente diluídos e, portanto, quase totalmente
dissociados, ou seja, ionizados.
Os íons mais importantes nas águas naturais são os seguintes:
Cátions Ânions
H+ OH-
Ca ++ HCO3-
Mg++ CO3--
Na+ SO4--
K+ CI
++
Fe SiO3--
Fe+++ NO3–
Mn++ PO4---
NH4+ NO2–
Zn++
Cu++
Al +++
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Dureza total
A dureza total de uma água é a soma dos sais solúveis de cálcio e magnésio, e se subdivide em
dureza permanente e dureza temporária, conforme veremos a seguir.
Dureza temporária
A denominação de dureza temporária provém do fato que, durante a fervura da água, uma parte
dos bicarbonatos de cálcio e magnésio solúveis se convertem em carbonatos insolúveis (com eliminação
de CO2), tornando a água relativamente mais branda.
Observação
A dureza de carbonatos é também conhecida como "alcalinidade total"
(alcalinidade de carbonatos somada à alcalinidade de bicarbonatos).
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Dureza permanente
Constituída pelas combinações do cálcio e magnésio com os ácidos sulfúrico, clorídrico e nítrico
(eventualmente silícico), formando basicamente os sais solúveis de sulfatos de cálcio e magnésio e
cloretos de cálcio e magnésio.
Pela natureza destes sais, a dureza de não-carbonatos é também chamada de permanente, por não
se alterar sob condições de fervura.
As águas naturais de regiões diversas se diferenciam comumente tanto em relação à sua dureza
total, quanto em relação à dureza de carbonatos e a de não-carbonatos.
Alcalinidade da água
Alcalinidade é a propriedade que a água ou solução possui quando contém substâncias de caráter
alcalino, como hidróxidos [Ca (OH)2, Mg (OH)2, NaOH e KOH], carbonatos [Na2CO3 = soda, K2CO3
(potássio), CaCO3 e MgCO3] e bicarbonatos [NaHCO3, Ca (HCO3)2 e Mg (HCO3)2].
Os bicarbonatos possuem, ainda, a capacidade de existir abaixo do ponto neutro da escala de pH.
Com o aumento da temperatura, transformam-se em sais alcalinos fortes com eliminação de CO2.
Geralmente, a alcalinidade de uma água é devida ao seu conteúdo em íons bicarbonatos. Como
estão quase sempre combinados com os íons cálcio e magnésio, a referida "alcalinidade total" passa a
ser um parâmetro para a dureza de carbonatos de uma água.
Importante!
• Alcalinidade total = dureza de carbonatos.
• A alcalinidade em CaCO3 é permitida nas águas potáveis de fontes em até
120ppm.
• O pH da água abrandada com cal situa-se entre 8,5 e 9,5.
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CO2 total
CO2 livre CO2 combinado
(em estado gasoso) (CO2 de bicarbonato HCO3-)
CO2 livre agressivo CO2 equilibrante CO2 semicombinado CO2 combinado
(CO2 de HCO3-) (CO2 de CO3- -)
Se o conteúdo da água em CO2 livre for superior à concentração de equilíbrio, seu excesso sobre
este valor constitui o CO2 agressivo.
As águas que contêm CO2 agressivo em excesso atacam a cal, dissolvendo os carbonatos em
bicarbonatos, mantendo-os em solução.
Ao contrário, as águas que contêm uma quantidade de CO2 livre inferior à concentração teórica de
CO2 equilibrante precipitam CaCO3. São, então, denominadas incrustantes.
A água que contém CO2 agressivo em excesso é passada sobre pedras de mármore, para se obter
o equilíbrio cal-carbônico.
Água cervejeira
A água, considerando-se a quantidade empregada, representa a matéria-prima de maior importância
qualitativa na elaboração de cervejas.
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Importante!
A água cervejeira deve seguir o padrão de potabilidade da água destinada ao
consumo humano, atendendo às exigências físicas, químicas, organolépticas e
bacteriológicas.
Água de serviço
Entende-se por água de serviço a utilizada em locais e equipamentos em que não ocorre contato
com o produto.
Tratamento de água
Dependendo da natureza da fonte de abastecimento, a água deve ser submetida a:
• Tratamento completo: em caso de água captada de rios e lagos.
• Tratamento parcial: quando a água for captada em poços profundos, fontes naturais, ou fornecida
pelo município.
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O grau de tratamento a ser efetuado na própria cervejaria depende de cada caso, podendo-se
utilizar todas ou apenas algumas etapas de um tratamento, ou mesmo tratamentos especiais (químicos-
biológicos).
Fases do tratamento
Remoção das substâncias em suspensão
Engloba a separação sólido-líquido, que pode ser efetuada segundo princípios diferentes:
• Simples decantação.
• Filtração ou tamização (peneiramento).
Eliminação de microrganismos
Observação
O tratamento de água bruta natural é definido de acordo com sua aplicação,
ou seu uso, isto é, água potável, de serviço, de limpeza e para geração de
vapor etc.
58 SENAI-RJ
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Aeração
É a operação que consiste em colocar o ar e a água em contato íntimo e efetuar a pressão atmosférica.
Essa etapa objetiva eliminar gases em excesso, como CO2 e H2S (sabor e odor desagradáveis),
introduzir oxigênio para incrementar a oxidação de íons indesejáveis e reduzir efeitos de corrosão.
Pré-cloração
O cloro, devido à sua grande eficácia (alto poder bactericida), aliado a dosagens relativamente
pequenas, e à sua facilidade de emprego, é o produto mais utilizado para a eliminação da carga
orgânica da água.
Clarificação
Pode ser de três tipos, especificados abaixo. Por adição de um coagulante, aplica-se a uma água
relativamente turva, com conteúdo de materiais em suspensão ou coloidais, e de matérias orgânicas.
Coagulação – Dosagem de um produto coagulante, que, na maioria dos casos, é o "sulfato de
alumínio". Ocorre um precipitado floculento volumoso, muito absorvente, constituído geralmente por
um hidróxido metálico. Como se produz uma acidificação pela influência do coagulante de caráter
ácido, torna-se necessária uma neutralização simultânea, com a adição de cal Ca(OH)2, que favorece
a coagulação.
Floculação – Após a coagulação, a água passa pelas denominadas "câmaras de mistura" (com
duração de 15 a 20 minutos globais), nas quais os componentes indesejáveis são capturados pelos
flóculos e precipitados no fundo do reator.
Decantação – É o processo pelo qual se verifica a deposição de matérias em suspensão pela ação
da gravidade.
Filtração
Tem por objetivo reter as partículas em suspensão na água, tanto as procedentes da água bruta
como as que se originam do tratamento químico de coagulação / floculação / decantação, tornando-a
límpida.
Cloração (pós-cloração)
Esterilização da água. A maior parte das águas, mesmo que seja totalmente clara ou tenha sido
submetida a um tratamento prévio, se encontra, geralmente, contaminada com microrganismos.
SENAI-RJ 59
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Decloração
Algumas cervejas tornaram-se famosas no passado pela sua qualidade, que era atribuída à água de
Pilsen, a qual deu origem ao tipo de cerveja que leva o seu nome.
Na realidade, a composição química apropriada depende do tipo de cerveja que se deseja produzir.
Assim, a água pobre em sais é ideal para cervejas do tipo Pilsen, mas não é adequada para outros
tipos.
O tratamento e a correção da água nas cervejarias levam em conta estes fatores.
60 SENAI-RJ
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Dureza total
Engloba todos os íons de Ca e Mg
O valor do pH possui uma significativa influência sobre muitas etapas do processamento das cervejas.
Assim, por exemplo, haverá uma atuação otimizada das enzimas em relação a um determinado valor
de pH. Também dependem de um valor de pH ótimo a dissociação ou solubilização dos componentes
de amargor dos lúpulos, assim como a solubilização protéica, a coagulação e a formação do trub.
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A adição de "gesso cervejeiro" também diminui a ação dos carbonatos e deve ser bem dosada (15
a 20g de CaSO4 ou CaCI2/hl), pois uma adição excessiva prejudica o paladar da cerveja, reduzindo
ainda a quantidade de fosfatos, com prejuízo das condições tamponantes.
 NION CI SO -4 - HCO 3-
No próximo quadro, você vai conhecer como alguns íons da água influem no processo de produção
das cervejas.
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SENAI-RJ 63
Curso Técnico de Cervejaria — Fundamentos gerais: produto e processo
Importante!
Zn++, Cu++, Pb ++e Sn++ em altas concentrações são tóxicos para a levedura,
contribuindo para oxidações e turvações. O Zn++, em quantidades abaixo de
0,15 mg/l no mosto de apronte, contribui positivamente para a fermentação e
propagação da levedura.
64 SENAI-RJ
Curso Técnico de Cervejaria — Fundamentos gerais: produto e processo
Exercícios
7. Leia com atenção as frases abaixo e preencha as lacunas de acordo com o que você acabou de
estudar.
a) O grau de dureza ou hidrométrico de uma água nos informa a quantidade de sais solúveis de
______________________ e _____________________ contidos em solução.
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Curso Técnico de Cervejaria — Fundamentos gerais: produto e processo
8. Leia, com atenção, as opções a seguir e assinale com um (X) as que apresentam vantagens no
uso de adjuntos, por razões tecnológicas e de qualidade.
f) ( ) Facilidade de manuseio.
9. Complete os espaços em branco das afirmativas abaixo, utilizando as palavras dos quadros a
seguir.
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– ___________________ – ___________________
– Vértebra – ___________________
– ___________________ – ___________________
b) As três categorias das águas naturais para o abastecimento público, potável ou industrial, são:
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
SENAI-RJ 67
Limpeza e sanitização
Nesta seção...
Importância e conceituação
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Importância e conceituação
Com o novo Código de Defesa do Consumidor (Lei nº 8.078, de 11/9/1990, e Lei nº 8.137, de
27/9/1990), as penalidades previstas para os responsáveis técnicos, diretores e proprietários das empresas
produtoras são pesadas e rígidas.
Esse trabalho em uma cervejaria, além de importante, demanda tempo de execução, custo elevado
e mão-de-obra especializada.
A qualidade de uma cerveja é medida pelas suas características degustativas, imediatamente após
a sua produção e também ao longo do tempo. Portanto, limpeza e sanitização são fundamentais para:
• Garantir a regularidade da qualidade do produto em elaboração.
• Garantir a segurança/satisfação total do consumidor.
• Aumentar o tempo de vida útil do produto (tempo de prateleira).
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Limpeza
Entende-se por limpeza a eliminação dos restos de todos os tipos de sujidades em recipientes,
equipamentos e tubulações. Essa remoção pode ser feita a mão ou por ação mecânica, como, por
exemplo, através de esguichos fortes de água (spray-balls), circulação de líquidos etc. Um objeto
pode ser considerado limpo quando todas as partículas visíveis já tiverem sido eliminadas.
Sanitização
O cervejeiro entende por sanitização a eliminação completa de microrganismos indesejáveis nos
equipamentos ou das condições necessárias para sua multiplicação.
Os equipamentos que têm contato com o mosto, cerveja, levedura e água cervejeira devem ser
preparados de tal forma que não possam contaminar os produtos intermediários ou finais do processo.
Isto significa, na maioria das vezes, que todos os microrganismos devem ser destruídos com o uso de
calor ou de agentes químicos.
Conheça, a seguir, as fases de limpeza e sanitização de uma superfície.
Sujo e contaminado
Limpo e sanitizado
Microrganismos
Sujidades
Observação
Devido às exigências de custo e eficácia da sanitização, as indústrias químicas
já produzem produtos compostos, ou seja, que executam ambas as etapas –
limpeza e sanitização – ao mesmo tempo.
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Características
Para serem plenamente satisfatórios, os produtos de limpeza e sanitização devem, obrigatoriamente,
encerrar as características descritas abaixo.
• Atuar rapidamente.
• Ter baixa tensão superficial.
• Ser de remoção fácil e completa, ou seja, não devem deixar resíduos após sua utilização.
• Partículas de sujidades não devem decantar, mas sim ficarem emulsificadas na solução de limpeza.
• Não devem formar espuma.
• Ser, de preferência, de uso a frio.
• Não serem tóxicos ao ser humano.
• Não devem exercer nenhuma influência nas cervejas; traços destes produtos eventualmente
aderidos às paredes não devem interferir no gosto, brilho, cor, espuma ou outras características da
cerveja.
• Ter baixo custo.
• A concentração de uso deve ser a mais baixa possível.
Valores indicativos
Produto de limpeza
Concentrações entre 0,5% e 3% (soluções alcalinas podem ser eventualmente mais elevadas).
Produtos de sanitização
Concentrações entre 0,1% e 1,0%; dependendo do produto, podem-se usar concentrações mais
elevadas.
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Produtos alcalinos
Apropriados para a remoção de impurezas de origem orgânica, são confeccionados à base de:
• Hidróxidos de sódio ou potássio: NaOH ou KOH.
• Carbonatos de sódio ou potássio: Na2CO3 ou K2CO3 .
• Silicatos de sódio ou potássio, com proporções diferenciadas de óxido silícico e base alcalina
(SiO2:Na2O = 0,7 : 3,3).
• Neste grupo, a soda cáustica (NaOH) tem relevante importância, pois seu custo é baixo, sua ação
de limpeza é favorável e dissolve muito bem as sujidades "orgânicas" (proteínas, substâncias
graxas e restos de carboidratos).
Importante!
A soda cáustica tem, também, algumas desvantagens:
– Seu enxágüe difícil.
– Ela ataca o alumínio.
– Espuma facilmente.
Por isso, usam-se freqüentemente aditivos, para diminuir suas
propriedades negativas.
É muito importante destacar que, na preparação de soluções de soda
cáustica (NaOH), usando o produto em escamas, deve-se sempre
adicionar o produto à água, e não o contrário, ou seja, adicionar
água à soda.
Produtos ácidos
Eles são utilizados nas limpeza usuais, principalmente na remoção de pedra cervejeira Bierstein
(sais inorgânicos que ficam incrustados nas paredes dos equipamentos).
Produtos tensoativos
74 SENAI-RJ
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Estes produtos atuam mediante a "encapsulação" das sujidades. Assim, as partículas não aderem
novamente à superfície, pois esse invólucro possui ação repelente e, por isso, é facilmente enxaguável.
Produtos de sanitização
CH 3 C – Fácil emprego.
O OH – Sensível a sujidades.
SENAI-RJ 75
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76 SENAI-RJ
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Observe, na figura a seguir, os fatores que influenciam a limpeza e sanitização dos equipamentos
Sujidades
Temperatura
Tempo
Pressão
pH
Produtos de sanitização
Métodos convencionais
Em pequenas cervejarias, a limpeza é efetuada, principalmente, através de um sistema mecânico
(escovões, água, escovetes).
As partículas maiores, como sobras de cerveja, resinas, leveduras etc., podem ser removidas
satisfatoriamente.
Pela ação mecânica, consegue-se separar a maior parte dos resíduos e microrganismos das paredes
do maquinário, com fácil rinsagem.
A maior desvantagem desse tipo de limpeza é o perigo da chamada recontaminação, por exemplo,
através de botas mal-lavadas.
Limpeza CIP
A expressão CIP deriva do termo inglês Cleaning in Place, que significa “limpeza no lugar”.
Nesse sistema, as soluções de detergente, desinfetante e água de enxágüe são circuladas, através de
tubulações, até os equipamentos de produção.
SENAI-RJ 77
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Observação
Como se pode notar, estes equipamentos podem ser utilizados em praticamente
toda a fábrica; logo, devem ser preparados para todo tipo de sujidade que
ocorrer na cervejaria.
Principais vantagens
• Eficácia da limpeza, uma vez definidos exatamente os parâmetros que se buscam.
• Reprodutibilidade da limpeza, pois é possível sistematizar o procedimento e mesmo automatizá-lo,
para evitar erro humano.
• Preservação do meio ambiente, pela racionalização do uso de produtos químicos da carga e do
volume dos efluentes.
• Redução do custo da limpeza, pela diminuição dos gastos com produto químico, redução do consumo
da água e maior produtividade.
Instalação CIP
Em uma instalação CIP, destacam-se os principais componentes:
• Tanque de água fresca microbiologicamente perfeita.
• Tanque de solução de soda cáustica fria e detergente alcalino.
• Tanque de solução de soda cáustica quente e detergente alcalino.
• Tanque de detergente ácido inorgânico.
• Tanque de desinfetante.
• Tanque auxiliar.
• Bombas de envio e de retorno dos produtos de limpeza.
78 SENAI-RJ
Curso Técnico de Cervejaria — Fundamentos gerais: produto e processo
• Painel de programação.
• Spray balls (esguichos), que devem equipar os recipientes (tanques) a serem limpos.
• Tubulações que interligam o sistema CIP com os recipientes a serem limpos.
• Trocador de calor, com aquecimento a vapor para solução soda e água.
As concentrações dos produtos utilizados nos tanques encontram-se nas seguintes faixas:
• Soda cáustica – 0,5% a 3% em peso.
• Ácido inorgânico – 0,5% a 2% em peso.
• Desinfetante – 0,1% a 1% em peso.
As temperaturas são as do ambiente, com exceção da soda cáustica quente, que deve ser mantida
a, pelo menos, 85ºC no retorno.
Importante!
Para que a limpeza e sanitização sejam eficientes, é imprescindível a manutenção
das concentrações e das temperaturas das soluções, dentro das faixas de trabalho
preestabelecidas.
SENAI-RJ 79
Malteação
Nesta seção...
Armazenamento de cevada
Processo de malteação
5
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Armazenamento de cevada
A cevada recém-colhida não pode ser malteada imediatamente, pois não possui energia germinativa.
Ela passa por um período de latência antes da malteação, no qual ocorre um pós-amadurecimento no
interior do grão. A dormência da cevada pode levar de quatro a seis semanas, dependendo das condições
climáticas antes da colheita, do cultivo da cevada e das condições de armazenamento até o seu efetivo
malteio.
Quando o malteador armazena a cevada, ele visa a atingir dois objetivos fundamentais:
• A cevada deve quebrar a dormência e estar apta para o malteio.
• Após a quebra da dormência, o embrião não pode sofrer nenhum dano até o malteio.
Observação
A cevada deve ser aerada durante o armazenamento, para suprir o embrião
com oxigênio e, simultaneamente, eliminar o CO2.
• Consumo de nutrientes:
Quanto maior o teor de umidade da cevada, maior será o consumo de nutrientes durante o
armazenamento. Por esta razão, a cevada deve ser secada antes da armazenagem.
Como valor-limite para umidade, temos 13% (no Brasil).
Quanto mais alta a temperatura de armazenagem, mais alto será o consumo de nutrientes. Se a
umidade for grande, as perdas com temperaturas mais elevadas serão ainda maiores.
• Nas cascas dos grãos de cevada, encontram-se microrganismos (fungos). Em grãos danificados
ou meios-grãos, o desenvolvimento dos microrganismos é mais intenso.
Antes de armazenar a cevada, ela deve ser pré-limpa e, se possível, classificada.
SENAI-RJ 83
Curso Técnico de Cervejaria — Fundamentos gerais: produto e processo
Processo de malteação
A maltagem, realizada nas chamadas maltarias, consiste na germinação controlada dos grãos de
cevada. Durante esse processo, originam-se as enzimas, e, por outro lado, as reservas do grão (amido)
são modificadas, de maneira que possam ser hidrolisadas na sala de brassagem.
A cerveja, tal qual existe em nossos dias, não pode ser produzida sem cevada malteada. Todos os
ensaios de reconstituição artificial do mosto a partir de ingredientes diversos, seguidos de fermentação,
conduziram a bebidas bem diferentes da cerveja normal.
A cevada não pode ser utilizada diretamente para a produção de cerveja, por duas razões básicas:
• Os componentes do endosperma do grão não são solúveis.
• Faltam enzimas importantes para o processo.
Portanto, o uso de cevada pode ser feito como adjunto de fabricação.
84 SENAI-RJ
Curso Técnico de Cervejaria — Fundamentos gerais: produto e processo
Maceração
Durante a maceração, a cevada deve absorver água, ser abastecida de oxigênio e eliminar o
dióxido de carbono.
SENAI-RJ 85
Curso Técnico de Cervejaria — Fundamentos gerais: produto e processo
Processos de germinação
Durante a germinação, três processos são muito importantes: formação e ativação de enzimas,
alterações no metabolismo do grão e desenvolvimento da radícula e acrospira.
Estes processos devem ser limitados, pois quanto menos amido, menores serão o extrato do malte
e o rendimento nas cervejarias.
86 SENAI-RJ
Curso Técnico de Cervejaria — Fundamentos gerais: produto e processo
As radículas devem ser de 1 1/2 a 2 1/2 mais compridas que o grão, brancas e uniformes. Radículas
muito compridas significam perda da substância.
Condução da germinação
A formação e ativação das enzimas, o metabolismo e o consumo de nutrientes, o desenvolvimento
do folículo e das radículas são controlados, na prática, pelos seguintes fatores: temperatura da
massa de grãos; umidade da massa de grãos; composição do ar e tempo de germinação
Sabe-se que o embrião supre suas necessidades de energia através da respiração, transformando
uma parte do amido em CO2 e H2O. O calor então liberado eleva a temperatura dos grãos na germinação.
Nos últimos anos, vem-se utilizando cada vez mais a germinação a temperaturas decrescentes. A
cevada, por exemplo, permanece durante as 24 a 48 horas iniciais da germinação a uma temperatura
de 17ºC a 18ºC, decrescendo, lentamente, para de 13ºC a 10ºC.
O início da germinação é mais uniforme com um grau de maceração de 38% a 40%. Deve-se
alcançar, então, a elevação da umidade nas caixas de germinação para 45% a 48%, revolvendo-as.
Composição do ar
A duração da germinação depende da tecnologia usada; normalmente, varia de quatro a seis dias.
SENAI-RJ 87
Curso Técnico de Cervejaria — Fundamentos gerais: produto e processo
Objetivos
Etapas
88 SENAI-RJ
Curso Técnico de Cervejaria — Fundamentos gerais: produto e processo
Alterações
Por isso, maltes claros são enzimaticamente mais fortes do que maltes escuros.
Assim como nos maltes escuros, trabalha-se com formação intensa de corantes. A desumidificação
é mais lenta, as enzimas atuam durante mais tempo e, em conseqüência, formam-se mais aminoácidos
e açúcares simples, nas fases finais do processo.
Importante!
Temperatura de torrefação a cerca de 105ºC formam-se mais corantes =
melanoidinas que são não somente corantes, mas também aromatizantes e
substâncias que influenciam o paladar.
As diferenças fundamentais que existem na torrefação do malte claro e do malte escuro são
apresentadas no quadro a seguir.
SENAI-RJ 89
Curso Técnico de Cervejaria — Fundamentos gerais: produto e processo
90 SENAI-RJ
Moagem
Nesta seção...
Fundamentos
6
Curso Técnico de Cervejaria — Fundamentos gerais: produto e processo
Fundamentos
As cascas e o corpo farinhoso do malte devem, necessariamente, passar pelo processo de moagem,
em função dos motivos que vamos analisar a seguir.
Cascas
As cascas deverão ser separadas do corpo farinhoso (endosperma).
Exigência
Justificativa
• As cascas servirão como camada filtrante natural na tina de clarificação, durante o processamento
de obtenção de mosto.
• Quanto menor o tamanho das cascas, maior será a fragmentação e, conseqüentemente, maiores
serão o tempo de contato das mesmas com a água durante a mosturação e clarificação, bem
como a extração de substâncias impróprias ao paladar e de ação corante.
Resultante
• Cores mais escuras.
adstringente
• Paladar impróprio ou desagradável. Apertado, escasso;
substância que provoca
• Amargor áspero ou adstringente. constrição.
SENAI-RJ 93
Curso Técnico de Cervejaria — Fundamentos gerais: produto e processo
Corpo farinhoso
Torna-se necessária uma fina moagem do corpo farinhoso (endosperma).
Exigência
É preciso obter grandes proporções em sêmola-fina, farinha e pouca quantidade de sêmolas grossas.
Justificativa
• Granulações mais finas do endosperma são rapidamente dissolvidas pela água, durante o processo
da mosturação.
• Conseqüentemente, as enzimas são mais rapidamente enzimas
ativadas, decompondo mais facilmente substâncias como Proteínas com
propriedades catalíticas
amido, proteína etc. específicas.
Resultante
• Há formação de maior quantidade de extrato.
• Aumenta o rendimento da brassagem.
Análise sensorial
Numa análise sensorial, avaliam-se principalmente os seguintes itens:
• Aspecto das cascas e grau de dispersão do conteúdo do grão.
• Quantidade e características das sêmolas finas e grossas.
• A porção em farinha.
94 SENAI-RJ
Curso Técnico de Cervejaria — Fundamentos gerais: produto e processo
% do índice-padrão
para operação
Peneira Discrimininação % usual da moagem
dos componentes com a tina
de clarificação
1 Cascas 18 a 30 18 a 23
2 Sêmola grossa 5 a 10 máx. 30
3 Sêmola fina I 28 a 42
4 Sêmola fina II 12 a 18
5 Farinha 4a8
Fundo Pó de farinha 8 a 15 máx. 12
Para a otimização da moagem, devemos conhecer qual o sistema de clarificação que se encontra
disponível.
Cascas 18 a 23 8 a 12
Sêmola grossa abaixo de 10 até 6
Sêmola fina I
Sêmola fina II
Farinha abaixo de 12 até 18
SENAI-RJ 95
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Importante!
Na utilização de uma tina de clarificação, as cascas deverão proporcionar uma
camada filtrante natural, devendo ser mantidas inteiras durante a moagem. Assim,
evita-se uma moagem fina dos grãos.
Para o caso do uso de um filtro-prensa, no qual os panos assumem a ação
filtrante, a porção de cascas pode ser menor e a porção de farinha maior.
É importante destacar, ainda, que o procedimento mecânico da moagem possui uma influência
marcante sobre quatro fatores:
• Processamento da mosturação e atuação das enzimas.
• Processamento da clarificação e extração de mosto da camada de bagaço de malte.
• Rendimento em extrato da sala de brassagem.
• Qualidade da cerveja elaborada, isto é, cor e paladar.
96 SENAI-RJ
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Observação
Para modernos moinhos de seis cilindros:
• Até 80kg/cm/h (moagem tina de clarificação).
• Até 65kg/cm/h (moagem filtro-prensa de placas).
Importante!
Nesse tipo de moinho, persiste a preocupação de manter as cascas
preferencialmente em perfeitas condições, desejando-se também uma boa
trituração fina do corpo farinhoso. Um bom rendimento somente será possível
com um malte de boa solubilização.
Composição da moagem
• 28% a 30% de cascas.
• 50% de sêmolas.
• 20% de farinha e pó de farinha.
SENAI-RJ 97
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Buhler/Miag
Capacidade
Visão do conjunto
P ar de c ilindros
cilindros Produtos intermediários Produto final
Par de cilindros de Malte pré-triturado para o Farinha 1
pré-ruptura segundo par de cilindros e
sêmolas grossas para o
terceiro par de cilindros
Par de cilindros de Sêmolas grossas para o Cascas desagregadas
fragmentação das cascas terceiro par de cilindros ou insentas e
farinha 2
Par de cilindros para Sêmolas médias e finas
trituração das sêmolas
98 SENAI-RJ
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SENAI-RJ 99
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Moagem úmida
O princípio da moagem úmida reside no fato de o malte ser macerado numa tremonha afunilada,
que aumenta a umidade dos grãos, conforme o sistema adotado, para cerca de 20% a 30%.
Para isso, são necessários 30 minutos de maceração com água fria e 10 minutos de maceração
com água quente, a 50ºC.
Quanto ao moinho integrante do sistema, trata-se de um modelo de dois ou quatro cilindros, instalado
sobre a tina de mostura, ou ao seu lado.
O malte não é moído como usualmente ocorre em um moinho de moagem a seco, e sim esmagado.
Cilindros de esmagamento especiais estriados pressionam o conteúdo dos grãos (corpo farinhoso)
para fora das cascas, sem danificá-las. Isso quer dizer que, no processamento da moagem úmida, as
cascas permanecem conservadas integralmente.
Em conseqüência, ocorre a formação, na tina de clarificação, de uma camada de bagaço de malte
maior e mais fofa, o que induz à obtenção mais rápida do mosto, durante a etapa de clarificação.
Em relação ao corpo farinhoso, podem surgir resultados positivos e negativos, como os descritos
abaixo:
Vantagens
Como o corpo farinhoso é umidificado, também as enzimas podem ser ativadas mais cedo,
conduzindo a processos de degradação mais intensos, durante a mosturação.
Desvantagens
Ficando o corpo farinhoso por demais úmido e, conseqüentemente, mais mole, não poderá ser
reduzido a partículas menores e, com isto, muitas porções não serão descompostas durante a
mosturação.
Conseqüências
Perdas do rendimento e de valores de iodo mais altas.
Condicionamento de malte
Pelo sistema de condicionamento, o malte posicionado no chamado "transportador de
condicionamento" é umedecido com água a 30ºC ou com vapor a baixa pressão (± 0,5atm), de modo
que a absorção de água na casca seja de ± 0,8% a 2,0%. A casca fica naturalmente elástica e permite
a separação do corpo farinhoso na forma mais cuidada. Através desse sistema, pode-se estreitar o
distanciamento do par de cilindros e obter, ao mesmo tempo, um aumento de volume em cascas para
até 40%.
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SENAI-RJ 101
Salas de brassagem
Nesta seção...
Mosturação
Clarificação
Fervura do mosto
7
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Mosturação
Vamos analisar, a seguir, os diversos aspectos que reforçam a importância desse processo na
cervejaria.
Particularidades
Atribuições do processo de mosturação
• Formar uma solução, através da dissolução da maior parte das hemiceluloses, gomas e uma parte
das proteínas solubilizadas durante o processo de malteação.
• Processar as substâncias de alto peso molecular ainda insolúveis, como, por exemplo, o amido,
uma parte das proteínas e uma pequena parcela de hemicelulose, por decomposição pelas enzimas,
transformando-as na forma solúvel em água e, conseqüentemente, dissolvendo-as. Esta solução
chama-se mosto.
Objetivos da mosturação
• Composição otimizada do mosto (da maneira previamente planejada).
• Alto rendimento da sala de brassagem.
• Menores custos em energia e pessoal.
SENAI-RJ 105
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Importante!
A composição do mosto é um fator prioritário, pois influenciará decisivamente
todas as etapas operacionais de produção subseqüentes e, por conseguinte, a
qualidade da cerveja.
Reações
Durante o processo de mosturação, ocorrem reações com as seguintes substâncias:
• Amido.
• Proteína.
• Hemicelulose e substâncias gomosas.
• Fosfatos.
• Polifenóis.
Teoria da mosturação
Amido
O amido é um carboidrato de fórmula geral (C6 H10 O5)n, constituído de moléculas de glicose,
C6 H 10 O 6.
106 SENAI-RJ
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Não é uma substância homogênea, e sim constituída de duas substâncias: amilose e amilopectina,
que se diferenciam na maneira pela qual as moléculas de glicose se unem umas às outras, conforme
veremos a seguir.
Amilose
A amilose possui uma estrutura com cerca de 60 a 2 mil moléculas de glicose, com ligações ou
combinações nas posições 1 e 4, formando cadeias sem ramificações.
Amilopectina
A amilopectina é caracterizada por uma estrutura em cadeia ramificada (arbustiforme), com cerca
de 6 mil a 37 mil moléculas de glicose.
As ramificações resultam do fato de que as moléculas de glicose não possuem somente ligações 1
e 4, mas também ligações 1 e 6.
Desdobramento do amido
Após a execução da mistura da moagem com a água – portanto, após iniciada a mostura –,
desenvolvem-se três fases:
1. Entumescimento ou inchação
No interior dos grãos de amido armazena-se água. Nestas condições, os mesmos ficam maiores,
o que conduz a um rompimento na substância do envoltório.
2. Gelatina ou gomagem
Os fragmentos de amido transformam-se numa massa leitosa e pastosa (viscosa), chamada
"goma".
3. Açucaração ou sacarificação (liquefação)
Nesta fase, processa-se a açucaração do amido gelatinizado pela ação das amilases (ação
enzimática).
SENAI-RJ 107
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As enzimas que desdobram o amido durante a mosturação chamam-se amilases, ou também enzimas
amilolíticas. Diferenciamos três enzimas de decomposição do amido:
Amilases
A alfaamilase é uma endoenzima que atua no interior da molécula, com propriedades de romper a
amilose, numa ligação 1-4, e produzir rapidamente dextrinas.
108 SENAI-RJ
Curso Técnico de Cervejaria — Fundamentos gerais: produto e processo
A dextrinase pode decompor as ligações 1-6. Assim sendo, ela é capaz de atacar a amilopectina
nas junções das ramificações e formar pequenos fragmentos, como maltose, maltotriose etc., se
anteriormente as alfaamilases já tiverem atuado nas proximidades.
É importante que a dextrinase possua uma temperatura de atuação relativamente baixa e seja
rapidamente desativada em temperaturas acima de 60ºC.
De modo análogo, é também a atuação da dextrinase que prepara, igualmente, terminais livres a
baixas temperatura para possibilitar a atuação das betaamilases.
Enquanto em uma atuação solitária por parte da alfaamilase seriam necessárias semanas para se
efetivar a decomposição do amido, pela atuação combinada (joint-action) das alfa e betaamilases e
dextrinases, a ação amilolítica (decomposição do amido) atinge, durante a mosturação, um grau de
75% a 80%, num tempo relativamente curto.
Atuação pelas Dextrinas superiores Reação ao iodo
alfaamilases e
dextrinases
limítrofes
Dextrinas inferiores = menores
que 9 moléculas de glicose Reação iodo-normal
Trisacarídeo, maltose e glicose (nenhuma coloração)
Atuação prioritária
pelas betaamilases Trisacarídeo, maltose e glicose Iodo-normal
SENAI-RJ 109
Curso Técnico de Cervejaria — Fundamentos gerais: produto e processo
Por grau de fermentação final entende-se "a porcentagem do extrato que pode
ser fermentado pela levedura cervejeira sob condições otimizadas".
É de conhecimento geral que a levedura para cerveja pode facilmente fermentar a maltose e
dificilmente as dextrinas de baixo peso molecular. Portanto, se um mosto lupulado pronto contém
bastante maltose e poucas dextrinas superiores, o grau de fermentação final é alto.
Em outras palavras, quando for muito alto o grau de fermentação final, podemos depreender que
houve formação de muita maltose durante o processo de mosturação.
Durante o processo de mosturação, todas as enzimas são muito sensíveis a variações de temperatura.
Por isso, é preciso que a condução e o controle das temperaturas sejam efetuados com bastante
precisão e de forma cuidadosa, o que só é possível quando são conhecidas as respectivas temperaturas
ótimas.
Importante!
A faixa de temperatura de 70-75ºC é caracterizada como sendo a "temperatura
de açucaração", e o "repouso nesta mesma faixa é denominado "repouso de
açucaração". Tal afirmação, entretanto, induz a erros, pois a maior formação
de açúcares (produção de maltose) se processa num repouso a 62ºC (repouso
da maltose). Um repouso é mantido a 72ºC, para que as alfaamilases possam
decompor as dextrinas superiores em dextrinas inferiores, com conseqüente
normalidade do iodo na mosturação.
Durante o "repouso de açucaração" a cerca de 72ºC (máximo de 75ºC), a
mostura deverá efetivar a normalidade ao iodo. A duração é de cerca de 20 a
25 minutos.
110 SENAI-RJ
Curso Técnico de Cervejaria — Fundamentos gerais: produto e processo
Influência do pH da mostura
A concentração da mostura fica definida pela quantidade de água = água primária/base adicionada
por ocasião do preparo da maceração/empastagem do malte moído = dosagem de malte, isto é:
{
Água + moagem
= = MOSTURA
Proteína
Como já foi explicado anteriormente, uma parte das proteínas da cevada foi previamente decomposta
pelas enzimas proteolíticas durante o processo de malteação, resultando produtos de degradação das
proteínas com alto, médio e baixo peso molecular.
SENAI-RJ 111
Curso Técnico de Cervejaria — Fundamentos gerais: produto e processo
As proteínas têm influência nas características das cervejas e na sua vida útil de comercialização,
conforme demonstra o quadro a seguir:
Essas enzimas agridem as longas cadeias de aminoácidos, na sua parte central, e produzem,
principalmente, produtos de decomposição de alto e médio peso molecular.
• Exopeptidases
Elas agridem as longas cadeias de aminoácidos, a partir de seus extremos, e seccionam aminoácidos
avulsos, ou seja, produzem produtos de decomposição das proteínas com baixo peso molecular.
112 SENAI-RJ
Curso Técnico de Cervejaria — Fundamentos gerais: produto e processo
Influência da temperatura
Assim como o grau de fermentação final no mosto é um parâmetro em relação à atuação das
amilases, é o alfaamino-nitrogênio o parâmetro para a atuação das proteases na decomposição
das proteínas.
Influência do valor do pH
Enzimas pH ótimo
Endopeptidases 5,0
Exopeptidases 5,2 – 8,2
Com base nas informações apresentadas nos quadros, podemos concluir que a influência do pH da
mostura sobre as proteases é marcante. Quanto mais o pH se aproxima do valor 5,20, mais aumentam
as quantidades de todas as frações nitrogenadas.
SENAI-RJ 113
Curso Técnico de Cervejaria — Fundamentos gerais: produto e processo
Hemicelulose
A hemicelulose é a substância de sustentação e de estrutura das membranas das células de amido;
portanto, é responsável pela dureza, ou seja, pela resistência do endosperma na cevada.
Ao lado da ativação e formação de enzimas, cabe ainda ao processo da malteação a tarefa importante
da decomposição do envoltório das células e/ou sua perfuração, para que o amido fique friável (farinhoso,
tenro). Os produtos de decomposição chamam-se substâncias gomosas (glucanos), e possuem uma
característica negativa de mudar um líquido, como, por exemplo, o mosto, para um estado viscoso.
114 SENAI-RJ
Curso Técnico de Cervejaria — Fundamentos gerais: produto e processo
Arroz 65 a 85ºC
Milho 62 a 75ºC
Cevada 70 a 80ºC
Observação
Ao macerado de adjunto deve ser sempre adicionado cerca de 5% a 10% (até
15%) de moagem de malte.
SENAI-RJ 115
Curso Técnico de Cervejaria — Fundamentos gerais: produto e processo
Clarificação
Funções e objetivos
A função primordial do processo de clarificação consiste na separação das substâncias tornadas
solúveis na operação de mosturação daquelas remanescentes insolúveis.
A referida separação subdivide-se em duas fases:
1ª fase – Obtenção do mosto primário.
2ª fase – Extração do extrato residual no bagaço de malte, com utilização de água secundária de
lavagem.
A tabela a seguir apresenta os objetivos a serem alcançados através do processo de clarificação,
bem como algumas razões que justificam sua importância na produção de cerveja.
Objetivos Justificativas
116 SENAI-RJ
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Existem vantagens e desvantagens em cada um dos métodos. Há grupos cervejeiros que utilizam,
por exemplo, diferentes métodos em diferentes fábricas e, até mesmo, métodos diferentes em uma
única fábrica.
O quadro a seguir apresenta o número de brassagem em 24 horas, nos dois métodos citados.
Tina de clarificação
Esse equipamento é um cilindro vertical com grande diâmetro em relação à altura.
Modernamente, é constituído de aço inox, em vez de cobre.
Possui uma cúpula, tubo de exaustão, isolamento, e não apresenta sistema de aquecimento.
Instalado no fundo da tina, existe um sistema de coleta do mosto filtrado. Suspenso sobre o fundo,
existe um fundo falso (de drenagem), constituído de placas planas e com ranhuras, por onde o mosto
escoa.
A tina possui também uma "máquina de cortar e afofar" que, por rotação, efetua essas tarefas na
camada filtrante.
Refere-se a uma quantidade de dosagem que ocupa a superfície de 1m2 do fundo de drenagem.
Carga específica
do fundo de drenagem,
em kg/m2 160 a 190 190 a 220 280 a 330
SENAI-RJ 117
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Ponto-receptor
Significa uma abertura no fundo ranhurado de drenagem para cada tubo-coletor. O diâmetro de
cada um desses tubos é de 25 a 45mm.
Importante!
De grande importância para o processo da clarificação são as fendas do fundo
falso de drenagem da tina. As referidas aberturas possuem a forma de ranhuras
fresadas.
Em tinas mais antigas, há necessidade do levantamento dos segmentos, com enxágüe posterior.
Os tipos mais modernos de tinas de clarificação já incluem dois injetores de água/m2, instalados
abaixo do fundo falso de drenagem, os quais, por alta pressão e pouca água, eliminam as substâncias
pastosas e restos de bagaço, fazendo melhorarem, com isso, a lavagem e a limpeza do fundo. O líquido
resultante é dirigido para um tanque de água residual.
118 SENAI-RJ
Curso Técnico de Cervejaria — Fundamentos gerais: produto e processo
Importante!
Os critérios de corte e afofar podem ser:
• Quantidade do fluxo.
• Diferença de pressão.
• Turbidez.
Além desses critérios, devem ser impostas outras prioridades.
Etapas de trabalho
Vamos analisar, a seguir, sob o ponto de vista tecnológico, as diversas etapas do processo de
clarificação com o uso da tina.
SENAI-RJ 119
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São dois os motivos para injetar água quente, a cerca de 75 a 80ºC, por baixo da tina, através do
dispositivo de enxágüe instalado abaixo do fundo falso de drenagem:
• Eliminar a presença do bolsão de ar existente entre o fundo da tina e fundo falso de drenagem.
• Pré-aquecer a tina e evitar um resfriamento inicial da mostura.
A referida etapa deverá ser procedida rápida e cuidadosamente, por baixo da tina e através de
duas ou mais válvulas especiais de assento no fundo.
Exigências
• Isenção de absorção do oxigênio.
• Manter homogênea a mistura da mostura, sem camadas com misturas diferentes e separadas.
• Admissão de mostura com moderação.
120 SENAI-RJ
Curso Técnico de Cervejaria — Fundamentos gerais: produto e processo
Com o aumento de altura, permanece mais mosto preso nas partículas do bagaço
e, em conseqüência, há maior teor em extrato a ser lavado pela quantidade de
água secundária.
A pré-circulação de mosto turvo serve não somente para eliminar a camada pastosa do fundo da
tina, como também para a formação de uma camada na parte inferior da massa da torta de bagaço,
que possuirá uma boa ação filtrante.
O mosto turvo retorna bombeado para a tina de clarificação e, como acontece nas tinas de clarificação
mais modernas, sua admissão por baixo do nível do mosto evita a indesejada absorção de oxigênio.
Observação
A duração dessa etapa dependerá exclusivamente da clarificação a ser obtida
do mosto.
Uma clarificação por demais rápida, com conseqüente ação de sucção do mosto em escoamento,
provoca uma compactação e a impermeabilidade do sistema de camadas da massa de bagaço. Portanto,
o mosto primário deverá escoar durante 50 ou 60 minutos.
Composição do mosto
Quanto maior for a concentração do mosto básico e sua viscosidade, mais lento será seu escoamento.
SENAI-RJ 121
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Engloba a soma de todas as resistências que se contrapõem durante a extração do mosto. No início
da operação de clarificação, a referida resistência é mínima, e se intensifica no decorrer do processo.
Ela é influenciada pelos seguintes fatores:
• Qualidade do malte e processo de mosturação.
• Composição da moagem de malte.
• Alta velocidade de escoamento ou extração.
• Altura da massa de bagaço.
• Compactação sobre o fundo de drenagem.
Após extração do mosto primário, a máquina de corte é colocada em operação numa altura de 5cm
acima do nível do fundo falso de drenagem (corte de fundo), e com a simultânea abertura da primeira
água de lavagem do bagaço.
Durante a clarificação das águas secundárias, deverão ser observados os seguintes pontos:
Perfil de corte efetuado pela máquina de afofar
Deve abranger todas as camadas da massa do bagaço, sem lacunas, e desmontar a resistência
do bagaço em três a quatro minutos.
Cortes muito freqüentes e fundos no bagaço, assim como o rompimento violento da torta de
bagaço por ações muito rápidas de levantar e abaixar a máquina, devem ser evitados, para
preservar a turvação e o teor em materiais sólidos no mosto.
Os critérios de corte e afofamento são, basicamente, os mesmos do mosto básico, ou seja:
• Diferencial de pressão.
• Volume de fluxo, podendo, ainda, ser incluída a duração (fator de turvação e quantidade de
água).
Divisão do total da água secundária a ser adicionada
Algumas fábricas trabalham com até seis parcelas de adição em água secundária, ou lavagem
do bagaço. Em tinas de clarificação mais modernas, é praticada a adição contínua de água
secundária de extrato.
122 SENAI-RJ
Curso Técnico de Cervejaria — Fundamentos gerais: produto e processo
Observe, no quadro a seguir, a compilação do tempo total de ocupação de uma tina de clarificação
para dez brassagens em 24 horas e a diferenciação com os tempos de uma tina para oito brassagens.
SENAI-RJ 123
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Águas secundárias
• Controles idênticos como os descritos para o mosto primário, com exceção do cálculo para
rendimento.
• Controle adicional: temperatura da água secundária de lavagem do bagaço.
Observação
Os extratos total e lavável são determinados por análises, e o extrato
decomponível é obtido calculando-se a diferença entre o extrato total e o lavável.
124 SENAI-RJ
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Ilhós ou "olho"
Na parte mais alta de uma moldura para mostura, existe um "olho", para direcionar a entrada da
mostura, que apresenta uma abertura de interligação em forma de fenda, entre o interior do canal e a
câmara.
Após empurrar as placas de encontro às molduras, formam-se os referidos "olhos", vedados entre
si por juntas de borracha, que são denominados de "canais de admissão da mostura".
Importante!
Quando, de cada lado de uma moldura, for pressionada uma placa, forma-se,
então, uma câmara de mostura.
É possível a construção de um filtro composto de até 60 câmaras.
SENAI-RJ 125
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Panos de filtro
Sobre as placas, cobrindo cada um de seus lados, aplicam-se os "panos de filtro", que assim vedam
também ambos os lados das câmaras de mostura, as quais medem de 6 a 7cm de espessura. Os panos
retêm todas as matérias sólidas e componentes de turvação, e operam uma boa ação de filtração.
Limpeza
Os panos de filtro em polipropileno duram, normalmente, um ciclo semanal de brassagens sem
necessidade de lavagem ou limpeza. Após o último fabrico semanal, é efetuada uma limpeza química
por circulação.
Em intervalos de algumas semanas, após uma das circulações por soda, os panos são removidos e
jateados (em recipientes adequados e pendurados), de ambos os lados, intensivamente, por equipamento
de alta pressão.
126 SENAI-RJ
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Requisitos para o processo de filtração otimizado com uso de filtro de mostura a placas
Fervura do mosto
Importante!
A fervura do mosto significa muito mais do que a simples elevação da temperatura
até a fervura. São fundamentais não apenas a temperatura, mas também o tempo
e a agitação.
É importante destacar, também, que o processo de fervura estabiliza o mosto em quatro aspectos:
• Biológico – A fervura esteriliza o mosto.
• Bioquímico – A fervura destrói as enzimas.
SENAI-RJ 127
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128 SENAI-RJ
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Observação
Os flocos são, em sua maioria, formados por "proteínas coaguladas".
Os colóides protéicos possuem, basicamente, uma estrutura química ordenada, devido à sua carga
elétrica. Pelo calor, durante a etapa da fervura do mosto, os colóides passam da estrutura ordenada
para uma disposição desordenada. Pelo aquecimento, perdem sua água de hidratação e, com isso,
também perdem sua solubilidade. Devido à sua carga elétrica específica, permanecem em suspensão,
num estado estático, e em equilíbrio, porém instável.
No chamado "ponto isoelétrico", que normalmente se situa num valor de pH 5,2, as cargas
positivas e negativas das proteínas são neutralizadas, passando, então, para um estado de grande
instabilidade, e precipitam, em forma de aglomerados primeiramente finos e, depois, mais grosseiros.
O valor do pH de 5,2, mais favorável para a coagulação, não é alcançado na prática. Por isso, é de
capital importância atingir um valor de pH próximo ao ideal, preparando condições favoráveis para tal,
através do emprego de maltes de boa qualidade, água cervejeira tratada e, em circunstâncias especiais,
com acidificação do mosto.
Importante!
• A quebra ou coagulação protéica deve apresentar uma floculação grossa.
• Como dimensão para a intensidade de fervura e de precipitação protéica, serve
a determinação do teor residual do nitrogênio coagulável no mosto de apronte,
que deverá ser menor do que 2mg/100ml a 12%.
• A meta a alcançar deve ser de 1,5 a 2mg/100ml.
• A reação mais importante durante a fervura do mosto, em conotação com as
substâncias amargas do lúpulo, é a "isomerização dos alfa-ácidos" para os
"iso-alfa-ácidos", pois estes últimos delegam ao mosto e à cerveja o princípio
amargo de maior intensidade.
SENAI-RJ 129
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Apronte do mosto
Quando interrompida a fonte de aquecimento na caldeira e acalmada e nivelada sua superfície,
deverá o operador providenciar a execução dos quatro itens descritos abaixo:
Medição do volume com régua de madeira aferida (indicação em HI), mergulhando-a no mosto
quente, até seu batente apoiar-se numa marca predeterminada junto à portinhola da caldeira.
Prova do iodo
Observação
Um mosto de apronte deverá ter iodo absolutamente normal.
Utilizando-se um pequeno copo, preso numa longa haste metálica, coleta-se uma quantidade de
mosto e observam-se, contra a luz, as características da coagulação protéica, o brilho e a cor do
referido mosto lupulado.
Observação
A coagulação protéica deve ser de floculação grosseira e sua coloração de
uma fogosidade brilhante.
130 SENAI-RJ
Curso Técnico de Cervejaria — Fundamentos gerais: produto e processo
Importante!
A grande preocupação a partir do momento que se resfria o mosto é protegê-lo
de contaminação microbiológica.
A levedura necessita de oxigênio para que possa se multiplicar, portanto, o mosto tem de ser
convenientemente aerado, mas, por outro lado, o mosto quente apresenta em suspensão todo o material
protéico que precipitou durante a fervura e que deve ser eliminado. Assim, para assegurar as condições
microbiológicas do processo, torna-se necessário cumprir as seguintes etapas operacionais:
• Trasfega do mosto pronto.
• Remoção do trub quente.
• Resfriamento do mosto.
• Aeração.
• Remoção do trub frio.
• Dosagem da levedura.
Vejamos, agora, as principais características dessas etapas.
SENAI-RJ 131
Curso Técnico de Cervejaria — Fundamentos gerais: produto e processo
Importante!
O trub quente deve ser removido completamente do mosto. Caso contrário, podem
advir as seguintes desvantagens:
• Alteração na fermentação primária, como, por exemplo, impurificação da
levedura.
• Alterações nas características da espuma (ácidos graxos).
• Diminuição da estabilidade do paladar (ácidos graxos).
• Colorações mais escuras (taninos).
132 SENAI-RJ
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Observação
A duração da carga ou trasfega pode ser de 12 a 20 minutos.
Após um repouso de cerca de 30 minutos, inicia-se a extração do mosto claro isento de trub
quente, através de tubulações laterais de saída, que variam de 1 a 3 em diferentes alturas.
Importante!
O repouso do mosto quente no Whirlpool não deve ser muito prolongado, pois
deve-se evitar um forte acréscimo na coloração do mosto, através do processo
de oxidação. Há possibilidade, também, de um acréscimo no amargor.
Além disso, não se deve lançar o trub quente na canalização, e sim sobre o
bagaço da tina de clarificação após a extração do mosto primário, ou após a
extração da primeira ou segunda água da lavagem.
A filtração com terra diatomácea ou perlita é a metodologia mais segura para uma remoção de
trub quente. No entanto, apresenta as seguintes desvantagens:
• Alto custo de instalação.
• Alto custo operacional.
SENAI-RJ 133
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Separadores ou centrífugas
O uso de centrifugação para separar o trub é outra possibilidade. Observe o fluxograma a seguir.
Fluxograma do mosto
Centrífuga
Resfriador
Resfriamento do mosto
Após a eliminação ou remoção do trub quente, o mosto resfriado apresenta uma temperatura de
início de fermentação, como, por exemplo, para cervejas de:
• Baixa fermentação – 4oC a 7oC.
• Alta fermentação – 12oC a 18oC.
O processo de resfriamento para o mosto total não deve ultrapassar uma hora.
Resfriador a placas
Os resfriadores a placas possuem, usualmente, uma zona ou estágio maior de pré-resfriamento e
uma zona ou estágio menor de resfriamento posterior.
134 SENAI-RJ
Curso Técnico de Cervejaria — Fundamentos gerais: produto e processo
Conforme estruturação básica, no primeiro estágio o mosto é resfriado a cerca de 20oC a 15oC, por
água fria cervejeira, com cerca de 75oC a 25oC, em contrafluxo. A água aquece-se, por troca de calor,
para cerca de 75oC a 85oC, e é dirigida para um reservatório, podendo ser, então, reaproveitada para
o preparo da mostura ou água secundária de lavagem do bagaço de malte. A quantidade de água
quente obtida no processo é na proporção de 1,05 a 1,1 vez em relação à quantidade de mosto quente.
Enquanto o trub quente se forma pela precipitação das proteínas coaguladas durante a fervura do
mosto, o trub frio origina-se de um abaixamento da temperatura do mosto e de uma reação daí
decorrente, entre os polifenóis e os produtos de decomposição das proteínas de alto peso molecular
ainda existentes.
SENAI-RJ 135
Curso Técnico de Cervejaria — Fundamentos gerais: produto e processo
Importante!
Cota de remoção até 50%.
• Trasfega-se o mosto resfriado, sem levedura e sem aeração, para uma tina plana (aberta ou
fechada), com uma altura de nível de 1 a 1,5m.
• Deixa-se sedimentar o trub frio por cerca de 12 a 18 horas.
• Rebombeia-se para uma tina ou tanque de fermentação.
• Procede-se, então, à dosagem de levedura e ar.
• Pela adição de 10 a 20g de terra infusória grossa/hl, obtém-se uma precipitação de 60% a 70%.
Centrifugação a frio
Importante!
Cota de remoção = 50% a 60%.
Com base no fato de que o trub frio é formado de partículas muito finas e que a viscosidade do
mosto é maior, torna-se a centrifugação substancialmente mais difícil, ou seja, a capacidade da centrífuga
fica reduzida para apenas 25% a 40%, em relação ao obtido para o mosto quente.
Filtração a frio
Importante!
Cota de remoção = 80% a 90%.
Podem ser utilizados os mesmos tipos de filtro que foram citados para a filtração da cerveja ou trub
quente.
136 SENAI-RJ
Curso Técnico de Cervejaria — Fundamentos gerais: produto e processo
Flotação
Importante!
Cota de remoção = 50% a 65%.
• O mosto frio, pré-dosado com levedura e ar, é adicionado a um tanque de flotação em posição
vertical ou horizontal.
• O oxigênio ascende à superfície do mosto em forma de finas bolhas e carrega com elas as finas
partículas de trub frio.
• Após o tempo de uma hora, termina a etapa de ascensão do ar, com a formação de uma compacta
coberta de espuma de cor marrom.
• Após o repouso de seis a oito horas, o mosto é trasfegado para um tanque de fermentação.
• Ao final, a coberta de espuma com o trub frio permanece no fundo do tanque de flotação.
SENAI-RJ 137
Adegas
Nesta seção...
Fermentação
Filtração
Exercícios
8
Curso Técnico de Cervejaria — Fundamentos gerais: produto e processo
Fermentação
Enzima de levedura
Leveduras floculentas
• Há aglutinação de células, que se sedimentam mais rapidamente no fundo.
• Ocorre, em conseqüência, menor intensidade de fermentação.
• Obtêm-se menor grau de fermentação final e melhor clarificação.
• Ocorre melhor coleta de levedura.
SENAI-RJ 141
Curso Técnico de Cervejaria — Fundamentos gerais: produto e processo
Leveduras pulverulentas
• Algumas células permanecem mais tempo em suspensão.
• Ocorre, em conseqüência, fermentação mais intensa.
• É obtido maior grau de fermentação final.
• Conseqüentemente, a clarificação e a coleta de levedura são piores.
Forma
• Circular ou oval.
Tamanho
• Comprimento – 6 a 10µ.
• Largura – 5 a 8µ.
142 SENAI-RJ
Curso Técnico de Cervejaria — Fundamentos gerais: produto e processo
Núcleo
Contém as características hereditárias
(cromossomos) e se divide na reprodução.
Membrana celular
É semipermeável, por isso permite somente
a passagem de substâncias vitais, como:
• Açúcar
•
•
Sais minerais
Aminoácidos
Água
} Baixo peso
molecular
• Oxigênio
Citoplasma
É o interior vivo da célula, o que circula
dentro dela. O plasma contém:
• Vitaminas.
Vacúolos
São compartimentos de sucos celulares.
Neles são depositados subprodutos do
metabolismo do plasma. Em células
novas, os vacúolos são pequenos e, em
células velhas, são maiores.
SENAI-RJ 143
Curso Técnico de Cervejaria — Fundamentos gerais: produto e processo
4. Os três requisitos mais importantes para se obter uma boa multiplicação de leveduras em mosto
são:
• Temperatura correta (de 6oC a 10oC).
• Aeração adequada (de 7 a 9mg O2/l).
• Nutrientes assimiláveis – Açúcares (glicose, maltose), aminoácidos e sais minerais.
5. Após a colheita, as impurezas mais grosseiras da levedura podem ser removidas pela utilização
de peneiras (ou peneiras vibratórias).
6. A levedura pode ser armazenada das seguintes formas:
• Em água com pureza microbiológica, à temperatura de 1oC a 2oC, com duração máxima de
três dias.
• Em mosto diluído de cerca de 5,0% e 2oC, em até 15 dias.
7. "Autólise" da levedura é a autodigestão enzimática da célula. Este fenômeno acontece, por
exemplo, quando a levedura fica acondicionada em água por mais de três dias.
8. Dosar a levedura significa injetá-la no mosto resfriado à temperatura inicial de fermentação.
9. Normalmente, uma levedura de baixa fermentação pode ser utilizada de quatro a seis vezes.
Propagação de cultura
A propagação de cultura pode ser conduzida em operação aberta ou fechada, e pode ser processada
em cubas ou tinas de levedura. Nas instalações fechadas, há a possibilidade de uma prévia esterilização
do mosto, eliminando por completo o risco de uma contaminação.
Observação
Cultura pura de levedura é aquela obtida a partir da propagação de uma única
célula.
144 SENAI-RJ
Curso Técnico de Cervejaria — Fundamentos gerais: produto e processo
Importante!
Também é possível o acondicionamento e guarda das cepas em mosto fermentado.
Tubos de ensaio com mosto clarificado esterilizado são inoculados com cerca
de 1ml da cultura pura fluidificada.
Após a fermentação, cada tubo de ensaio com sedimento suficiente em levedura
é guardado a 4°C. A reinoculação para o mosto esterilizado novo deve ser
procedida em intervalos de quatro semanas.
SENAI-RJ 145
Curso Técnico de Cervejaria — Fundamentos gerais: produto e processo
• Do tubo de ensaio, retira-se, com uma alça de platina, uma porção de cultura pura, para inoculá-
la, sob condições estéreis, num frasco Erlenmeyer, contendo de 50 a 100ml de mosto esterilizado.
• Quando em estágio de alta fermentação (Kräusen), após dois ou três dias, o mosto é passado
para outro frasco Erlenmeyer, contendo 500ml de mosto esterilizado.
• Após mais dois ou três dias, o mosto em alta fermentação é passado para outro frasco Erlenmeyer,
contendo dois ou três litros de mosto esterilizado.
• Novamente, após dois ou três dias, o líquido em alto Kräusen é passado para um frasco
Erlenmeyer com 10 a 15 litros de mosto esterilizado.
• Após outros dois ou três dias, o mosto é passado para um frasco Erlenmeyer com 50 litros de
mosto esterilizado.
• Neste ponto, os 50 litros de mosto em alto estágio de fermentação são enviados ao processo de
propagação da cultura pura na fábrica.
146 SENAI-RJ
Curso Técnico de Cervejaria — Fundamentos gerais: produto e processo
Geralmente, a primeira brassagem destinada à levedura de cultura pura é adicionada 2°C mais
quente que as subseqüentes. A coleta de levedura da primeira propagação costuma ser menor do que
a das propagações de geração subseqüente. Os 30hl de mosto em alto estágio de fermentação poderão
ser dosados para 100 a 150hl de mosto.
Importante!
Os mostos que são adicionados parceladamente devem ter sempre a mesma
temperatura que possui a cerveja nova, receptora, que se encontra em
fermentação.
SENAI-RJ 147
Curso Técnico de Cervejaria — Fundamentos gerais: produto e processo
Parâmetro da dosagem
O parâmetro de 0,5 a 1 litro de levedura pastosa por hl de mosto é muito impreciso, pois não indica
qualquer base sobre a consistência dessa levedura. Se, por ocasião da dosagem, for determinada a
quantidade de células de levedura, nota-se que a mesma varia na prática, numa mesma cervejaria, de
7 a 25 milhões de célula/ml.
As pequenas cervejarias conseguem uma solução prática para determinar a consistência da levedura,
utilizando uma centrífuga manual, com tubos cônicos de vidro graduados.
A quantidade de levedura a ser dosada após a centrifugação sedimento
é definida a partir da relação entre volume total e sedimento Substância depositada
pela ação da gravidade.
de levedura centrifugado, e a quantidade de células na levedura-
base, antes da centrifugação.
Observação
A homogeneização da levedura deve ocorrer antes de sua análise.
Em todos os sistemas com operação de mistura e dosagem, baseada no teor de substâncias sólidas,
deve-se considerar, em especial, que a dosagem deve ser mantida durante todo o tempo do resfriamento
do mosto, com a finalidade de dissolver uniformemente a levedura.
Condução da fermentação
Condução "fria" Condução "quente"
de fermentação de fermentação
Temperatura inicial: 5 a 7ºC Temperatura inicial: 8ºC
Temperatura máxima: 10ºC (até 12ºC) Temperatura máxima: 15ºC
148 SENAI-RJ
Curso Técnico de Cervejaria — Fundamentos gerais: produto e processo
Graus de fermentação
É considerado parâmetro importante para o acompanhamento do processo de fermentação. Por
isso, o operador deve ter pleno conhecimento e domínio sobre esse aspecto.
O Grau de Fermentação (°GF) indica o percentual de extrato fermentado até o exato momento da
determinação.
Momentos da determinação
• Ao término da fermentação principal ou primária ºGFP
SENAI-RJ 149
Curso Técnico de Cervejaria — Fundamentos gerais: produto e processo
°GFf
Isso significa que 80,8% dos 12,0% de extrato do mosto básico de apronte poderão ser fermentados
pela levedura da cervejaria, sob condições otimizadas.
Este é o parâmetro para o operador de adegas. Sem o conhecimento do valor do °GFf, o operador
das adegas não poderá conduzir a fermentação principal.
°GFP
Isso significa que 68,3% de extrato do mosto básico foram fermentados até o momento da trasfega
para a adega de maturação.
Diferença em relação ao °GFf = 12,5%. Isso quer dizer fermentescível
que ainda se encontram disponíveis para fermentação Que pode ser fermentado.
secundária ou maturação 12,5% de extrato fermentescível.
ºGFA
Isso significa que 79,2% dos 12% de extrato do mosto básico foram fermentados até o momento do
apronte para a filtração.
Diferença em relação ao °GFf = 1,6%.
Geralmente, alguns encarregados de adegas não se orientam pela porcentagem entre os °GFf e
°GFP, mas sim pelos percentuais indicados pela sacarometria, que, com base em nossas exemplificações,
apresentamos a seguir:
• Sacarometria do oGFP = 3,8%.
• Sacarometria do oGFf = 2,3%.
• Diferença de valores = 1,5%.
150 SENAI-RJ
Curso Técnico de Cervejaria — Fundamentos gerais: produto e processo
Em paralelo com outros fatores, a diferença entre o grau de fermentação de apronte na maturação
e o grau final possui uma grande influência sobre as características do paladar da cerveja.
Quanto maior a diferença entre o oGFA e oGFf, maior é o extrato residual e mais
encorpada é a cerveja.
• Numa diferença muita alta, a cerveja pode assumir um paladar bastante encorpado, algo adocicado.
Essa impressão acentua-se quando o oGF final está muito abaixo dos 80% e, portanto, a diferença
entre o oGFA e oGFf apresenta-se muito alta. Nesse caso, a estabilidade biológica da cerveja
também poderá ser prejudicada.
SENAI-RJ 151
Fermentação principal e suas fases
152 SENAI-RJ
fermentação camada fermentação fermentação coberta definitiva
esbranquiçada
Formações ou visualizações Revestimento da área Coberta de uma espuma O franzino (Kraüsen) da Retração da coberta
externas superficial da cerveja por cremosa e encrespada coberta alcança altura de 30 pontiaguda cremosa, fina
uma leve e branca coberta (merengues) cm, com manchas marrom- película de aparência malhada
escuras
Períodos de tempo Após 12 a 16 horas, no Segundo e terceiro dias Quarto, quinto e, No sétimo dia
primeiro dia eventualmente, o sexto dia
Temperatura 6 para cerca de 7oC Aumento de 1ºC por dia até 9ºC - início da refrigeração Redução até temperatura de
9ºC apronte – 3 a 4ºC acima da
temperatura da adega
Redução ou atenuação do 0,2 a 0,4% 0,5 a 1,0% / dia 1,2 a 2,5% / dia 0,2 a 0,4%
extrato 9,6 3,6% 3,6 3,2%
12,0 11,6% 11,6 9,6%
Redução do pH 0,25 a 0,30 de 5,5 para 5,25 0,15 a 0,30% / dia para 4,9 - Para 4,6 – 4,4 (4,2) Quase sem alteração
- 5,20 4,7
Levedura Multiplicação mais intensa Início de forte fermentação Capacidade de fermentação Forte sedimentação
mais intensa – lenta
sedimentação
Curso Técnico de Cervejaria — Fundamentos gerais: produto e processo
Safra da levedura
A safra ou coleta da levedura não deverá ocorrer muito tardiamente. Deverá ser removida do
tanque tão logo se encontre depositada no fundo.
O fundamento de que a levedura, após colheita, precisa ser de imediato reutilizada deve ser mantido.
A levedura deve ser liberada do CO2 através de uma aeração de até duas horas. Tal fato é
aplicável, principalmente, para as leveduras obtidas dos tanques cilindrocônicos.
Observação
A aeração ativa os processos vitais na levedura e, com isso, aumenta a vitalidade
da mesma. Para esse curto espaço de tempo, pode-se desprezar a refrigeração.
Autólise da levedura
Na autólise (autodigestão), o sumo da célula passa para a cerveja. Nessas circunstâncias, ela
também recebe substâncias peculiares básicas que, em conseqüência, fazem subir o valor do pH.
O autolisado de levedura apresenta um aroma e paladar típicos. Cervejas que se caracterizam por
um aroma de levedura autolisada diferenciam-se analiticamente das cervejas normais, pelas variações
de pH (mais altos), pela coloração (mais escura) e pela estabilidade da espuma (pior).
A tendência da levedura para autolisar depende, primeiramente, de sua respectiva raça ou cepa e,
também, de seu estado ou condição de conservação.
As leveduras que foram tratadas aerobicamente antes da fermentação e aquelas que durante a
fermentação tiveram contato com oxigênio, proveniente da aeração do mosto, são mais estáveis contra
a autólise. Portanto, a autólise é influenciada pela maneira como a levedura for tratada entre duas
fermentações sucessivas.
Diacetil
O diacetil é o subproduto mais conhecido na indústria cervejeira.
Importante!
O diacetil delega à cerveja, a partir de teores acima de 0,10 (cerveja Pilsen)
mg/l, aroma e paladar desagradáveis, que lembram a manteiga. Ele é produzido
naturalmente pela própria levedura nas primeiras fases da fermentação. Na
fase final, a própria levedura o reduz, gradativamente, a teores inferiores a
0,10ppm.
SENAI-RJ 153
Curso Técnico de Cervejaria — Fundamentos gerais: produto e processo
Ambiente
O ambiente deverá ser "limpo, seco e bem isolado" para a manutenção de uma boa refrigeração
local. Piso e paredes ceramizados também são recomendados, a fim de se manter boa limpeza e
assepsia. A antiga e usual disposição de refrigeração imóvel, por meio de serpentinas tubulares fixas
no teto ou paredes, nas quais circulava "salmoura", já foi há muitos anos substituída pelo sistema de
refrigeração circulante.
154 SENAI-RJ
Curso Técnico de Cervejaria — Fundamentos gerais: produto e processo
Recipientes de fermentação
1. Cubas ou tinas de fermentação abertas ou fechadas (raramente são encontradas no Brasil)
• Antigamente, eram somente fabricadas com madeira de lei, da espécie carvalho, para
capacidade de 20 a 150hl.
• Atualmente, são fabricadas principalmente com "alumínio ou aço inoxidável".
• Limitadamente, existem ainda tubas de ferro, com revestimento em esmalte vítreo ou material
plástico sintético, e de concreto armado com revestimento de ebonite.
Observação
As cubas ou tinas fabricadas em aço inoxidável apresentam como vantagem
facilitar as operações de limpeza e desinfecção.
Para refrigeração, empregam-se serpentinas penduradas no interior das cubas ou tinas, construídas
em cobre, alumínio ou aço inoxidável.
Hoje em dia, é usual o sistema de refrigeração por camadas, ou seja, as tubulações ou bolsas de
refrigeração encontram-se embutidas nas paredes laterais das tinas.
Principais características
• Comportam até 1.500hl.
• Diâmetro de 2 a 4m.
• Comprimento de até 15m.
Desvantagens
• Dificuldade na coleta da levedura.
• Pela grande superfície líquida decorrente, resulta uma acentuada absorção de O2 durante a
trasfega.
SENAI-RJ 155
Curso Técnico de Cervejaria — Fundamentos gerais: produto e processo
Nos últimos anos, a maior quantidade de montagens foi do tipo out door, com isolamento
individualizado, o que evidencia a vantagem de uma total flexibilidade no processamento de temperatura
e condução.
156 SENAI-RJ
Curso Técnico de Cervejaria — Fundamentos gerais: produto e processo
5. No que diz respeito aos sistemas de refrigeração, é importante destacar que o calor formado
durante as fases de fermentação e maturação pode ser removido por:
• Ar refrigerado ambiente.
• Agente de refrigeração circulante (água gelada, solução de glicol).
• Agente de refrigeração de evaporação direta (NH3).
Fermentação secundária ou
maturação da cerveja
Esse processo ocorre na adega de maturação. Por isso, é muito importante conhecer esse local.
Recipientes
• O material de construção dos tanques utilizados nas antigas instalações era o alumínio, e, nas
instalações atuais, o aço inoxidável. Esse último é o mais apropriado para uma limpeza e desinfecção
automatizadas.
SENAI-RJ 157
Curso Técnico de Cervejaria — Fundamentos gerais: produto e processo
Observação
No tipo de construção plana-térrea, as paredes devem ser muito bem isoladas.
Observação
O teor de CO2 deverá estar, normalmente, acima de 0,50%, ou seja, 5g/l.
Assim que o tanque de maturação estiver cheio, a rosca da contrapressão e a válvula de segurança
deverão ser fechadas, até que a contrapressão desejada seja alcançada. Esse valor deve ser atingido
ainda no mesmo dia ou, no mais tardar, após um dia da trasfega.
158 SENAI-RJ
Curso Técnico de Cervejaria — Fundamentos gerais: produto e processo
Observação
O valor da contrapressão pode ser mantido entre 0,4 e 0,7bar, sendo que, para
as condições brasileiras, até acima.
Quanto mais alta a pressão em bar e mais baixa a temperatura, maior será a saturação de CO2.
SENAI-RJ 159
Curso Técnico de Cervejaria — Fundamentos gerais: produto e processo
Clarificação da cerveja
Conforme a cepa de levedura empregada e o desenvolvimento da operação da fermentação principal,
a cerveja nova chega ao tanque de maturação com características opalescentes ou turvas. Durante a
fermentação secundária, os componentes de turvação se depositam e a cerveja se clarifica.
Observação
Uma semana de duração de maturação a temperaturas abaixo de 0°C proporciona
uma boa estabilidade físico-química (estabilidade protéica).
160 SENAI-RJ
Curso Técnico de Cervejaria — Fundamentos gerais: produto e processo
Filtração
Após o término da fermentação, a cerveja apresenta-se muito turva, devido à presença de levedura
residual e turvação oriunda de complexos tanino-protéina, que se formam e se precipitam no tanque
em decorrência da temperatura, de menor solubilidade em solução que contenha álcool e da queda no
pH.
A turvação torna a cerveja inadequada para o mercado atual, que exige um produto límpido e
brilhante.
Várias tecnologias estão disponíveis para a clarificação da cerveja, tais como, a sedimentação
natural, a centrifugação e a filtração, conforme veremos a seguir.
Sedimentação
Centrifugação
A remoção das leveduras e da turvação pode ser acelerada através de uma centrífuga.
SENAI-RJ 161
Curso Técnico de Cervejaria — Fundamentos gerais: produto e processo
Há centrífugas de diferentes tipos e modos de operação. Mas, para utilização em cerveja, têm que
ser herméticas para minimizar a captação de oxigênio durante a centrifugação.
Filtração
Sedimentação e centrifugação clarificam a cerveja, mas não dão o límpido exigido. Por isso, é
necessário filtrá-la, pelo menos uma vez.
Adsorção
O meio filtrante pode ou não ter propriedade de adsorção, dependendo da sua natureza.
Observação
A propriedade de adsorção pode reter partículas sólidas e coloidais, assim como
substâncias dissolvidas.
162 SENAI-RJ
Curso Técnico de Cervejaria — Fundamentos gerais: produto e processo
Ação de profundidade
Ocorre quando as partículas de turvação passam da superfície para o interior da camada filtrante.
Essas partículas são, portanto, menores do que a porosidade da superfície do meio filtrante.
Dispersões grosseiras
1
Tamanho das partículas: > 0,1µ = mm
10.000
Colóides
SENAI-RJ 163
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Substâncias solúveis
Material filtrante
Vejamos, a seguir, as principais características de três tipos de material.
Esse material é constituído dos esqueletos de microrganismos marinhos, cujo componente básico é
o óxido de silício.
Há milhões de anos formaram-se espessos sedimentos de diatomáceas, em oceanos, que hoje não
mais existem. O material filtrante pode, assim, ser obtido através de grandes jazidas.
As formas em agulha são as que proporcionam camadas de porosidade mais fina; conseqüentemente,
filtração mais rigorosa. Pela utilização de diferentes tipos e diferentes granulometrias, as operações de
filtração podem ser muito influenciadas em sua capacidade, rendimento e eficácia de resultados.
Uma escolha adequada da composição das terras usadas nos permite, também, obter filtradas com
uma vasta remoção de células de leveduras e bactérias danosas à cerveja (causadoras de deterioração
do produto).
Infelizmente, a granulometria das terras infusórias, grossas, médias e finas não apresenta
regularidade e completa uniformidade. As terras de alta qualidade são aquelas que encerram mínimas
proporções de granulometria diversa.
164 SENAI-RJ
Curso Técnico de Cervejaria — Fundamentos gerais: produto e processo
Devemos ter o máximo de cuidado no trato com terras diatomáceas. Uma constante
inalação do pó mineral é prejudicial à saúde e pode provocar a pneumopatia
ou silicose.
Perlita
Pela calcinação a temperaturas de 1.400ºC a 2.000ºC, consegue-se fundir essa formação rochosa.
Os gases e, em especial, os vapores de água, provocam então um inchamento em formato arredondado
num volume 20 vezes maior. O resultado é a obtenção de uma porosidade apropriada para a filtração.
Celulose
Para sua utilização nos processos de filtração, as substâncias indesejáveis incrustadas na celulose
devem ser eliminadas por desintegração química.
Observação
Antigamente, a celulose, em mistura com o algodão, era o componente da
chamada massa filtrante, que, hoje em dia, é muito pouco usada.
SENAI-RJ 165
Curso Técnico de Cervejaria — Fundamentos gerais: produto e processo
Estabilização coloidal
Na cerveja estão presentes várias proteínas de alto peso molecular e também taninos. Esses
componentes combinam-se lentamente, produzindo uma turvação insolúvel, isto é:
(solúveis) (insolúvel)
Essa turvação se forma, em grande parte, durante a maturação, e é removida nos processos de
clarificação utilizados. No entanto, se quantidades significativas permanecerem na cerveja, o processo
poderá continuar na cerveja já filtrada.
As técnicas usadas para a estabilização deste processo visam a renovar as proteínas e os taninos,
ou então torná-los incapazes de reagir, formando o complexo insolúvel.
Tecnologias
Adsorventes – PVPP (polivinil polipirolidona)
166 SENAI-RJ
Curso Técnico de Cervejaria — Fundamentos gerais: produto e processo
Importante!
A cerveja filtrada é posteriormente submetida a uma filtração com PVPP, através
de um "filtro" especial tipo reservatório cilíndrico, com elementos filtrantes, em
placas horizontais ou velas verticais, e com dispositivo acoplado para a
regeneração do referido produto.
Adsorvente – sílica-gel
É obtido de silicatos naturais (formação rochosa) e pode ser utilizado de diferentes maneiras, como:
• Adição durante a maturação. Neste caso, ficam depositados no fundo do tanque.
• Adição na tubulação de cerveja a ser filtrada.
• Adição em mistura com terra diatomácea, por exemplo, na segunda pré-camada do filtro.
• O sílica-gel não é regenerável, sendo eliminado após uma única utilização.
Carvão ativo
Possui alta capacidade de absorção, sendo usado, particularmente, para dissolver (retirar) certos
componentes prejudiciais à cerveja (corrigir desvios de paladar).
Importante!
Todo material auxiliar de filtração deve ser quimicamente indiferente, ou seja,
não deve influenciar o paladar, o aroma e a cor da cerveja.
SENAI-RJ 167
Curso Técnico de Cervejaria — Fundamentos gerais: produto e processo
Capacidade de filtração
É importante destacar dois conceitos relativos a essa questão.
Capacidade específica
Refere-se à quantidade de cerveja em hl, que pode ser filtrada por m² de superfície filtrante numa
unidade tempo-hora (hl/m2/h).
Capacidade total
Por esse conceito, entende-se a quantidade máxima de cerveja em hl/m2, ou em hl/área total
filtrante conhecida, que pode ser clarificada em uma etapa operacional de filtração, conforme exemplo
a seguir:
• Capacidade específica de um filtro = 5,5 hl/m²/h.
• Duração de uma operação de filtração (tempo de filtração) = 8 horas.
• Capacidade total = 44 hl/m².
168 SENAI-RJ
Curso Técnico de Cervejaria — Fundamentos gerais: produto e processo
Podemos então concluir que a capacidade de filtração será maior quanto melhor for a filtrabilidade
de uma cerveja, que é conseqüência das condições em que foi trabalhada nas etapas anteriores do
processo de cervejaria.
Estrutura de sustentação
A camada de filtração propriamente dita de terra diatomácea necessita de um sólido apoio.
Observação
Estruturas de sustentação não possuem ação filtrante, apenas de apoio.
SENAI-RJ 169
Curso Técnico de Cervejaria — Fundamentos gerais: produto e processo
com terra grossa. Nessa ocasião, é de suma importância a escolha certa de granulometria da terra,
para que as malhas da estrutura de apoio não fiquem logo obstruídas. A obstrução poderá acontecer
caso haja uma proporção alta em terra de granulometria fina nessa pré-camada, o que deverá ser
evitado, preservando-se, assim, uma boa ação filtrante inicial.
O consumo fica nos limites de 300 a 600g/m². Essas quantidades formam, sobre a estrutura de
apoio, uma camada de terra de 1,5mm (volume em dosagem úmida).
Por outro lado, no decorrer da filtração, vai aumentando o diferencial de pressão entre a entrada e
a saída do filtro. Conforme o tipo de filtro, existe um diferencial máximo admissível. Atingido o
correspondente valor máximo, deverá a filtração ser interrompida.
É muito importante a limpeza posterior dos elementos de sustentação, para evitar distruções/
entupimentos.
Não é a quantidade de água o fator decisivo para uma limpeza otimizada, mas
sim a eficiência dos produtos químicos de limpeza aplicados.
170 SENAI-RJ
Curso Técnico de Cervejaria — Fundamentos gerais: produto e processo
Tipos de filtro
Merecem destaque dois tipos:
• Filtro reservatório cilíndrico, com elementos de filtro horizontais centrifugáveis (ZHF)
A filtração processa-se, exclusivamente, pelo lado superior do elemento filtrante (peneira horizontal
na parte de cima do elemento – prato).
Com essa modalidade de filtração, evitar-se-á o deslizamento da camada filtrante sedimentada
sobre a peneira por fatores imprevisíveis, tais como variações ou choques de pressão, ou
interrupções durante a filtração (queda de energia).
• Filtro reservatório cilíndrico com elementos de filtro vertical (filtro de velas verticais)
SENAI-RJ 171
Curso Técnico de Cervejaria — Fundamentos gerais: produto e processo
A cerveja bruta atravessa a camada filtrante e o tecido da vela, indo para o seu interior. Em
seguida, o filtrado escorre do interior da vela para o espaço superior da placa de topo, e daí, a cerveja
filtrada abandona o filtro.
A filtração propriamente dita, com a utilização de um filtro de placas, processa-se pela atuação de
dois elementos ou componentes:
• As câmaras de filtro, destinadas à coleta da cerveja não-filtrada, do trub e da dosagem contínua
de terra infusória.
• As placas de filtro, através das quais a cerveja filtrada é direcionada para o respectivo canal.
Cada elemento ou placa é construído em aço resistente a ferrugem e a ácidos, sendo fabricado em
material plástico ou sintético moldado, contendo ilhós, ou seja, aberturas circulares que constituem
"canais para cerveja". Esses canais apresentam fendas ou rachaduras, que se interligam com o interior
dos elementos do filtro, para a posterior distribuição ou coleta de cerveja.
Os canais estão de tal maneira dispostos que possibilitam uma completa desaeração e um total
esvaziamento do filtrado. As molduras ou câmaras, que estão submetidas a altas cargas ou pressões
durante a filtração, estão reforçadas por apoios não-soldados.
Os filtros com placas filtrantes são utilizados na pós-filtração (por exemplo, um filtro de terra de
diatomácea). Isso significa que esse tipo de filtração nunca é realizado como primário, ou seja, como
primeira etapa do processo.
Com uma filtração com placas filtrantes (conforme o tipo de placas utilizadas), podem ser obtidas
cervejas seguramente isentas de leveduras e partículas coloidais. Os índices de retenção de
microrganismos à cerveja, como os pediococcus, as bactérias lácticas e as leveduras, podem atingir
até 99,9....9%. As cervejas assim obtidas podem ser caracterizadas como sendo esterilizadas a frio.
172 SENAI-RJ
Curso Técnico de Cervejaria — Fundamentos gerais: produto e processo
A porosidade, ou seja, a totalidade da carga alveolar ou espaço oco nas placas, corresponde a uma
ordem de grandeza de até 80%. Por conseguinte, pode ser absorvida, por m² de área filtrante de uma
placa com uma espessura de 4,5mm, a quantidade de três a quatro litros de substâncias provocadoras
de turvação.
Quanto mais fina (maior limpidez) for uma filtração, mais finas, granulometricamente, serão as
matérias empregadas na confecção das placas.
Importante!
O lado de saída da cerveja filtrada, compactado com material sintético
(polímeros), serve para evitar o desfibramento da placa durante a filtração, a
fim de que nenhuma partícula dessa placa alcance a cerveja já filtrada.
SENAI-RJ 173
Curso Técnico de Cervejaria — Fundamentos gerais: produto e processo
Os fatores que exercem influência na eficiência de retenção das placas filtrantes estão relacionados
no quadro a seguir.
Existem vários tipos de placas, em função do grau de limpidez desejado e do rendimento de filtração
pretendido, conforme as especificações abaixo.
Estas placas filtrantes servem, especificamente, para a separação e retenção dos microrganismos.
Com relação ao grau de remoção microrgânica ou rendimento quantitativo desejado, deverão ser
considerados os seguintes fatores:
• Composição das placas filtrantes (por exemplo, material empregado, grau de porosidade).
• Velocidade do fluxo de filtração (quanto mais lenta, melhor).
• Propriedades físico-químicas do produto a filtrar.
Importante!
O rendimento específico de um "filtro de placas estéril" é equivalente a
1,0hl/m2/h. O rendimento quantitativo, até a substituição das placas, é de
aproximadamente 20 vezes a capacidade horária, com AP máx. de 1bar.
174 SENAI-RJ
Curso Técnico de Cervejaria — Fundamentos gerais: produto e processo
O grau de limpidez dessas placas filtrantes é menor do que aquele obtido por placas filtrantes para
a remoção microrgânica. A remoção das partículas é considerada bastante ampla e completa.
Importante!
O rendimento específico desse tipo de placas filtrantes corresponde a
aproximadamente 1,5hl/m2/h. O rendimento quantitativo total equivale a cerca
de 50 vezes a capacidade horária, sendo o AP máx. de 1,3bar.
São placas filtrantes para uma filtração com um grau de limpidez menos rigoroso, que têm por
função reter, em especial, as células de levedura e as partículas mais grosseiras, passadas através de
uma filtração preliminar (terra infusória, leveduras, partículas de trub).
Importante!
O rendimento específico dessas placas filtrantes de polimento corresponde a
cerca de 2hl/m2/h. O rendimento ou duração de filtração total é de cerca de 80
vezes a capacidade horária de filtração. O AP máx. é de 1,5 a 2,0bar.
SENAI-RJ 175
Curso Técnico de Cervejaria — Fundamentos gerais: produto e processo
Observação
Os aditivos permitidos são objeto de regulamentação legal específica e podem
variar de um país para outro.
A existência dos tanques de pressão permite, ainda, que a cerveja receba uma checagem final
antes de ser envasada (checagem dos parâmetros analíticos e sensoriais).
A cerveja na adega de pressão deve permanecer a baixas temperaturas, de 0º a 1ºC, sob contra-
pressão (preferencialmente de CO2, para evitar oxidação) e não mais do que três a quatro dias.
176 SENAI-RJ
Curso Técnico de Cervejaria — Fundamentos gerais: produto e processo
Exercícios
11. Ordene as palavras que estão dentro do retângulo, formando uma frase verdadeira.
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
a) Por sua atuação diferenciada, podemos classificar os produtos de limpeza em função do seu
pH, que por sua vez são divididos em:
– ___________________________________________________________________
– ___________________________________________________________________
– ___________________________________________________________________
– ___________________________________________________________________
b) A cevada, após algumas semanas de armazenamento, deve ser malteada ou deve germinar
"artificialmente". Para isto, as três condições que devem ser preenchidas são:
– ___________________________________________________________________
– ___________________________________________________________________
– ___________________________________________________________________
– ___________________________________________________________________
– ___________________________________________________________________
SENAI-RJ 177
Curso Técnico de Cervejaria — Fundamentos gerais: produto e processo
– ___________________________________________________________________
– ___________________________________________________________________
– ___________________________________________________________________
– ___________________________________________________________________
13. Leia com atenção as frases abaixo e preencha as lacunas de acordo com o que você estudou
nesta unidade.
a) A dormência da cevada pode levar de ____ a ____ semanas.
b) Durante o processo de secagem e torrefação, ocorre a seguinte alteração: redução da umidade
de 45-43% até ____________ %.
c) As enzimas que decompõem o amido durante a mosturação denominam-se
__________________, que também são conhecidas por ___________________.
d) Após novos exames para se obter uma boa qualidade do mosto, em cor e paladar, é suficiente
alcançar um "coeficiente total de evaporação" de _____ a ____%, sob condições normais de
fervura a pressão atmosférica.
e) "Fermentação clássica" significa que o início da fermentação é procedido com uma temperatura
entre ______ e ______ ºC, e a temperatura ______________ atinge cerca de 10ºC (até
12ºC).
f) Sedimentação é a natural ____________________________________ de substâncias
sólidas em líquidos, através da ação natural da força da ________________________.
178 SENAI-RJ
Curso Técnico de Cervejaria — Fundamentos gerais: produto e processo
15. Reflita sobre o que você estudou nesta seção e responda corretamente às perguntas abaixo.
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
b) Quais os principais itens que devem ser avaliados numa análise sensorial da moagem?
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
d) Quais são as medidas que podem influenciar na decomposição das proteínas durante o
processo de mosturação?
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
SENAI-RJ 179
Curso Técnico de Cervejaria — Fundamentos gerais: produto e processo
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
g) Quais são os sistemas de refrigeração utilizados para remover o calor formado durante a
maturação?
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
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Curso Técnico de Cervejaria — Fundamentos gerais: produto e processo
16. Complete os espaços em branco das afirmativas abaixo, utilizando as palavras do quadro a
seguir.
SENAI-RJ 181
Curso Técnico de Cervejaria — Fundamentos gerais: produto e processo
Chave de respostas
Exercício 1
De acordo com a história, os sumérios foram os primeiros a consumirem uma bebida com
características bastante idênticas às da cerveja.
Exercício 2
a) O termo do latim clássico para designar a cerveja é cervisia ou cerevisia.
b) Louis Pasteur, Emil Christian Hansen e Carl Von Linde são as três personalidades que estão
especialmente associadas ao progresso na fabricação de cerveja.
c) No ano de 1995, alcançamos o patamar dos 40 litros de consumo per capita.
Exercício 3
a) – Cervejas insalivadas
– Cervejas maltadas
– Cervejas de bolor
b) – Cevada
– Lúpulo
– Água
Exercício 4
– Não ultrapassar o limite de álcool.
– Consumir cerveja do mais baixo teor alcoólico disponível.
– Evitar outras bebidas alcoólicas, quando estiver tomando cerveja.
– Não fumar.
– Não tomar medicamentos com bebidas.
– Alimentar-se bem antes de começar a tomar cerveja.
– Antes de começar a beber a cerveja, ingerir outros líquidos, como água, suco de frutas,
limonadas, etc.
182 SENAI-RJ
Curso Técnico de Cervejaria — Fundamentos gerais: produto e processo
Exercício 5
Embora o bom senso testemunhe que o importante é o gosto pessoal, os experts são unânimes em
afirmar que, para nosso clima, a temperatura ideal da cerveja é em torno de 8 ºC.
Exercício 6
a) (X) cevada – trigo – sorgo – milho – arroz – mandioca
b) (X) hidróxidos – carbonatos – bicarbonatos
Exercício 7
a) O grau de dureza ou hidrométrico de uma água nos informa a quantidade de sais solúveis de
cálcio e magnésio contidos em solução.
b) A dureza de carbonatos ou temporária é aquela constituída pelos sais carbonato e bicarbonato
de cálcio e magnésio na água.
c) O consumo otimizado de água numa cervejaria é de 6,75 hl de água/hl de cerveja.
Exercício 8
a) (X) Produção de cervejas mais claras.
b) (X) Obtenção de cervejas mais brilhantes.
d) (X) Elaboração de cervejas com melhor estabilidade físico-química.
e) (X) Resultam mosto e cervejas de caráter homogêneo.
g) (X) Resultam cervejas com melhor estabilidade de paladar.
Exercício 9
a) Os adjuntos adicionados na caldeira de fervura do mosto são os xaropes derivados dos grãos
de cereais, ou seja, produtos químicos do amido, mediante conservação com ácido e/ou enzimas
e o açúcar de cana (açúcar cristal granulado ou açúcar invertido em forma de líquido, derivado
da cana, açúcar superior ou açúcar demerara).
b) Íons quimicamente ativos são todos aqueles que positivamente entram em reação química com
os componentes do malte e lúpulo durante a operação de mosturação, e influenciam a
elaboração da cerveja, por alterações do valor de pH.
SENAI-RJ 183
Curso Técnico de Cervejaria — Fundamentos gerais: produto e processo
Exercício 10
a) – Bráctea Pétala de cobertura
– Bractéola Pétala interna
– Vértebra Haste ou lixo
– Lupulina Glândulas secretoras
b) – Superficiais.
– Subterrâneas.
– Atmosféricas.
c) – Remoção de impurezas sólidas.
– Aeração.
– Pré-cloração.
– Clarificação (floculação/decantação).
– Filtração.
– Cloração (pós-cloração).
– Decloração (filtração por carvão ativo).
d) – Óleos aromáticos
– Taninos
– Substâncias amargas
e) – Casca
– Embrião
– Endosperma
Exercício 11
Um objeto pode ser considerado limpo quando todas as partículas visíveis forem eliminadas.
Exercício 12
a) – Produtos alcalinos
– Produtos ácidos
– Produtos complexantes
– Produtos tensoativos
184 SENAI-RJ
Curso Técnico de Cervejaria — Fundamentos gerais: produto e processo
b) – Umidade
– Oxigênio
– Temperatura
c) – Análise sensorial
– Análise exata da moagem peneirada
d) – Teor de H²O
– Extrato total
– Extrato lavável
– Extrato decomponível
Exercício 13
a) A dormência da cevada pode levar de 4 a 6 semanas.
b) Durante o processo de secagem e torrefação, ocorre a seguinte alteração: redução da umidade
de 45-43% até 1-1,5%.
c) As enzimas que decompõem o amido durante a mosturação denominam-se amilases, que também
são conhecidas por enzimas amilolíticas.
d) Após novos exames para se obter uma boa qualidade do mosto, em cor e paladar, é suficiente
alcançar um "coeficiente total de evaporação" de 7 a 8 %, sob condições normais de fervura a
pressão atmosférica.
e) "Fermentação clássica" significa que o início da fermentação é procedido com uma temperatura
entre 5 e 7°C, e a temperatura máxima atinge cerca de 10°C (até 12°C).
f) Sedimentação é a natural decantação de substâncias sólidas em líquidos, através da ação
natural da força da gravidade.
Exercício 14
a) O cervejeiro entende por sanitização a eliminação completa de microrganismos indesejáveis.
b) As placas filtrantes na "filtração estéril" servem, especificamente, para a separação e retenção
dos microrganismos.
Exercício 15
a) C6H12O6 + 6O2 ⇒ 6CO2 + 6H2O + 674 Kcal
ou
glicose + oxigênio ⇒ gás carbônico + água + calor
SENAI-RJ 185
Curso Técnico de Cervejaria — Fundamentos gerais: produto e processo
– A porção em farinha.
c) Alfaamilase, betaamilase e dextrinase.
d) Temperatura, valor do pH e concentração da mostura.
e) – Evaporação da água excedente
– Esterilização do mosto
Exercício 16
a) A hemicelulose é a substância de sustentação e de estrutura das membranas das células de
amido, portanto responsável pela dureza, ou seja, pela resistência do endosperma na cevada.
Ao lado da ativação e formação de enzimas, cabe ainda ao processo da malteação a tarefa
importante da decomposição do envoltório da célula e/ou sua perfuração, para que o amido
fique friável (farinhoso, tenro). Os produtos de decomposição chamam-se substâncias gomosas
(glucanos).
186 SENAI-RJ
Curso Técnico de Cervejaria — Fundamentos gerais: produto e processo
Referências bibliográficas
KUNZE, Wolfgang. Technologie Brauer und Malzer. 7. ed. ULB Berlin, Verlagsabteilung.
SENAI-RJ 187
FIRJAN
CIRJ
SESI
SENAI
IEL
CURSO TÉCNICO
DE CERVEJARIA
Volume 3
Estatística
Introdução à análise laboratorial – laboratório I
Introdução à análise laboratorial – laboratório II
versão preliminar
SENAI-RJ • Alimentos
FIRJAN
CIRJ
SESI
SENAI
IEL
CURSO TÉCNICO
DE CERVEJARIA
Estatística
Introdução à análise laboratorial – laboratório I
Introdução à análise laboratorial – laboratório II
FIRJAN – Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro
Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira
Presidente
Diretoria de Educação
Andréa Marinho de Souza Franco
Diretora
FIRJAN
CIRJ
SESI
SENAI
IEL
CURSO TÉCNICO
DE CERVEJARIA
Estatística
Introdução à análise laboratorial – laboratório I
Introdução à análise laboratorial – laboratório II
Rio de Janeiro
2004
Prezado aluno,
Quando você resolveu fazer um curso em nossa instituição, talvez não soubesse que, desse momento
em diante, estaria participando do maior sistema de educação profissional do país: o SENAI. Há mais
de sessenta anos, estamos construindo uma história de educação voltada para o desenvolvimento
tecnológico da indústria brasileira e da formação profissional de jovens e adultos.
Devido às mudanças ocorridas no modelo produtivo, o trabalhador não pode continuar com uma
visão restrita dos postos de trabalho. Hoje, o mercado exigirá de você, além do domínio do conteúdo
técnico de sua profissão, competências que lhe permitam decidir com autonomia, proatividade,
capacidade de análise, solução de problemas, avaliação de resultados e propostas de mudanças no
processo do trabalho. Você deverá estar preparado para o exercício de papéis flexíveis e polivalentes,
assim como para a cooperação e a interação, o trabalho em equipe e o comprometimento com os
resultados.
Soma-se, ainda, que a produção constante de novos conhecimentos e tecnologias exigirá de você a
atualização contínua de seus conhecimentos profissionais, evidenciando a necessidade de uma formação
consistente que lhe proporcione maior adaptabilidade e instrumentos essenciais à auto-aprendizagem.
Essa nova dinâmica do mercado de trabalho vem requerendo que os sistemas de educação se
organizem de forma flexível e ágil, motivos esses que levaram o SENAI a criar uma estrutura
educacional, com o propósito de atender às novas necessidades da indústria, estabelecendo uma
formação flexível e modularizada.
Essa formação flexível tornará possível a você, aluno do sistema, voltar e dar continuidade à sua
educação, criando seu próprio percurso. Além de toda a infra-estrutura necessária a seu
desenvolvimento, você poderá contar com o apoio técnico-pedagógico da equipe de educação dessa
escola do SENAI para orientá-lo em seu trajeto.
Seja bem-vindo!
Diretora de Educação
Sumário
APRESENTAÇÃO ...................................................................................... 13
1 ESTATÍSTICA ............................................................................................
21
• População e amostra ...................................................................................................... 21
• Variáveis contínuas e discretas .................................................................................... 22
• Distribuição de freqüências ......................................................................................... 22
• Gráficos ............................................................................................................................. 23
• Distribuição de freqüências por intervalo ............................................................... 26
Exercícios ............................................................................................................................. 29
Exercícios ............................................................................................................................. 47
Exercícios ........................................................................................................................ 87
Apresentação
Desde 1997, o SENAI-RJ, buscando sintonizar-se com as transformações e novas demandas do
mundo do trabalho, vem promovendo a atualização de seus cursos a partir de um processo de
delineamento de perfis profissionais, sob a responsabilidade de um grupo de trabalho composto por
técnicos da área específica, técnicos em educação, docentes e membros do Conselho Técnico da
Cervejaria.
Esse grupo objetiva diagnosticar as mudanças e as tendências do mercado, nos diversos setores
produtivos, considerando os reflexos das transformações tecnológicas e organizacionais sobre o trabalho,
a emergência e o declínio de profissões, além da necessidade de redefinição de perfis profissionais,
tanto atuais quanto futuros. Para cumprir essa finalidade, foi adotada uma metodologia que, em
consonância com as novas tendências internacionais e as recomendações da legislação educacional
vigente no país, possibilitasse a construção de perfis profissionais baseados em competências, bem
como o estabelecimento dos padrões de desempenho requeridos.
A partir do perfil então delineado, com as respectivas qualificações intermediárias e tendo sido
também considerado o elenco das competências profissionais gerais definidas pelo MEC para a área
profissional de Química, a equipe responsável pelo desenho pedagógico concebeu o itinerário formativo
do Curso Técnico de Cervejaria.
Em conformidade com tais princípios, o curso visa propiciar os conhecimentos teóricos e práticos
necessários para a atuação do Técnico de Cervejaria, na área de Química, de acordo com o perfil de
competências definido, bem como desenvolver capacidades fundamentais requeridas pela educação
profissional, tais como iniciativa na resolução de problemas, responsabilidade por resultados; versatilidade
e adaptabilidade frente às mudanças; avaliação das práticas no mundo produtivo; flexibilidade e
participação nos processos de aperfeiçoamento.
SENAI-RJ 13
Curso Técnico de Cervejaria Apresentação
Com tal perspectiva, foi também concebido este material didático, estruturado em cinco volumes
e com a finalidade primordial de apoiar os alunos em vários momentos e situações de seu processo de
aprendizagem.
Esses volumes foram organizados de forma a apresentar, através de uma linguagem simples e
com ilustrações, os conteúdos relativos às unidades curriculares estabelecidas nos Módulos I e II do
itinerário formativo do curso. Além disso, eles contêm uma variedade de exercícios, acompanhados
das respectivas respostas, para que o aluno possa, gradualmente, avaliar os conhecimentos recém-
adquiridos, identificar os pontos que, porventura, precisam ser ainda revistos ou reforçados e, assim,
consolidar os conceitos trabalhados tanto nas aulas teóricas quanto nas práticas.
Bioquímica
• Volume 4 - Química
Automação industrial
Esperamos, enfim, que este material didático contribua para a sua formação de Técnico de
Cervejaria, capacitando-o para enfrentar os desafios do mundo do trabalho.
SENAI-RJ 14
Curso Técnico de Cervejaria Uma palavra inicial
Meio ambiente...
Antes de iniciarmos o estudo deste material, há dois pontos que merecem destaque: a relação entre
o processo produtivo e o meio ambiente; e a questão da saúde e segurança no trabalho.
É preciso entender que todas as atividades humanas transformam o ambiente. Estamos sempre
retirando materiais da natureza, transformando-os e depois jogando o que "sobra" de volta ao ambiente
natural. Ao retirar do meio ambiente os materiais necessários para produzir bens, altera-se o equilíbrio
dos ecossistemas e arrisca-se ao esgotamento de diversos recursos naturais que não são renováveis
ou, quando o são, têm sua renovação prejudicada pela velocidade da extração, superior à capacidade
da natureza para se recompor. É necessário fazer planos de curto e longo prazo para diminuir os
impactos que o processo produtivo causa na natureza. Além disso, as indústrias precisam se preocupar
com a recomposição da paisagem e ter em mente a saúde dos seus trabalhadores e da população que
vive ao seu redor.
SENAI-RJ 15
Curso Técnico de Cervejaria Uma palavra inicial
O uso indiscriminado dos recursos naturais e a contínua acumulação de lixo mostram a falha básica
de nosso sistema produtivo: ele opera em linha reta. Extraem-se as matérias-primas através de processos
de produção desperdiçadores e que produzem subprodutos tóxicos. Fabricam-se produtos de utilidade
limitada que, finalmente, viram lixo, o qual se acumula nos aterros. Produzir, consumir e dispensar bens
desta forma, obviamente, não é sustentável.
Enquanto os resíduos naturais (que não podem, propriamente, ser chamados de "lixo") são absorvidos
e reaproveitados pela natureza, a maioria dos resíduos deixados pelas indústrias não tem aproveitamento
para qualquer espécie de organismo vivo e, para alguns, pode até ser fatal. O meio ambiente pode
absorver resíduos, redistribuí-los e transformá-los. Mas, da mesma forma que a Terra possui uma
capacidade limitada de produzir recursos renováveis, sua capacidade de receber resíduos também é
restrita, e a de receber resíduos tóxicos praticamente não existe.
Ganha força, atualmente, a idéia de que as empresas devem ter procedimentos éticos que considerem
a preservação do ambiente como uma parte de sua missão. Isto quer dizer que se devem adotar
práticas voltadas para tal preocupação, introduzindo processos que reduzam o uso de matérias-primas
e energia, diminuam os resíduos e impeçam a poluição.
Cada indústria tem suas próprias características. Mas já sabemos que a conservação de recursos
é importante. Deve haver crescente preocupação com a qualidade, durabilidade, possibilidade de
conserto e vida útil dos produtos.
As empresas precisam não só continuar reduzindo a poluição, como também buscar novas formas
de economizar energia, melhorar os efluentes, reduzir o lixo, o uso de matérias-primas. Reciclar e
conservar energia são atitudes essenciais no mundo contemporâneo.
É difícil ter uma visão única que seja útil para todas as empresas. Cada uma enfrenta desafios
diferentes e pode se beneficiar de sua própria visão de futuro. Ao olhar para o futuro, nós (o público,
as empresas, as cidades e as nações) podemos decidir quais alternativas são mais desejáveis e trabalhar
com elas.
A mudança nos hábitos não é uma coisa que possa ser imposta. Deve ser uma escolha de pessoas
bem-informadas a favor de bens e serviços sustentáveis. A tarefa é criar condições que melhorem a
capacidade de as pessoas escolherem, usarem e disporem de bens e serviços de forma sustentável.
Além dos impactos causados na natureza, diversos são os malefícios à saúde humana provocados
pela poluição do ar, dos rios e mares, assim como são inerentes aos processos produtivos alguns riscos
à saúde e segurança do trabalhador. Atualmente, acidente do trabalho é uma questão que preocupa os
empregadores, empregados e governantes, e as conseqüências acabam afetando a todos.
SENAI-RJ 16
Curso Técnico de Cervejaria Uma palavra inicial
A redução do número de acidentes só será possível à medida que cada um – trabalhador, patrão e
governo – assuma, em todas as situações, atitudes preventivas, capazes de resguardar a segurança de
todos.
Deve-se considerar, também, que cada indústria possui um sistema produtivo próprio, e, portanto, é
necessário analisá-lo em sua especificidade, para determinar seu impacto sobre o meio ambiente,
sobre a saúde e os riscos que o sistema oferece à segurança dos trabalhadores, propondo alternativas
que possam levar à melhoria de condições de vida para todos.
Da conscientização, partimos para a ação: cresce, cada vez mais, o número de países, empresas e
indivíduos que, já estando conscientizados acerca dessas questões, vêm desenvolvendo ações que
contribuem para proteger o meio ambiente e cuidar da nossa saúde. Mas, isso ainda não é suficiente...
faz-se preciso ampliar tais ações, e a educação é um valioso recurso que pode e deve ser usado em tal
direção. Assim, iniciamos este material conversando com você sobre o meio ambiente, a saúde e a
segurança no trabalho, lembrando que, no exercício profissional diário, você deve agir de forma
harmoniosa com o ambiente, zelando também pela segurança e saúde de todos no trabalho.
Tente responder à pergunta que inicia este texto: Meio ambiente, saúde e segurança no trabalho –
o que é que eu tenho a ver com isso? Depois, é partir para a ação. Cada um de nós é responsável.
Vamos fazer a nossa parte?
SENAI-RJ 17
Estatística
Nesta unidade...
Exercícios
Exercícios
Elementos de probabilidade
Exercícios
Chave de respostas
Referências bibliográficas
1
Estatística
2004
SENAI–Rio de Janeiro
Diretoria de Educação
Ficha Técnica
Edição revista da apostila Estatística. Vassouras, 2001. (Série Cursos de Cervejaria). SENAI. RJ.
CETEC de Produtos Alimentares. Coordenadoria de Informação Tecnológica.
SENAI
SENAI––Rio de Janeiro
GEP – Gerência de Educação Profissional
Rua Mariz e Barros, 678 – Tijuca
20270-903 – Rio de Janeiro – RJ
Tel.: (21) 2587-1116
Fax: (21) 2254-2884
GEP@rj.senai.br
http://www.rj.senai.br
Curso Técnico de Cervejaria – Estatística
Choverá amanhã? O homem chegará a Marte? Aquele candidato ganhará a eleição? Aquelas
pessoas gostarão da cerveja tipo A?
Não existem respostas seguras para essas questões, mas a maneira correta de lidar com elas é
coletar dados, e a partir de sua análise, passando pelo levantamento, classificação e chegando à
interpretação, é possível prever as respostas, com boa margem de acerto.
O estudo dos dados coletados com o objetivo de fazer previsões ou interferências é chamado de
Estatística.
População e amostra
Ao coletar dados sobre as características de um conjunto de elementos, como, por exemplo,
preferência por uma marca de cerveja, os brinquedos produzidos por uma indústria, os carros que
passam por uma determinada sinalização de trânsito ou preferências da população sobre candidatos a
uma determinada eleição, nem sempre é possível considerar todos os elementos, ou seja, toda a população
ou universo. Considera-se apenas uma pequena parte do todo, que se chama amostra.
Exemplo:
Em uma eleição, a população é formada por todos os cidadãos com direito a voto e a amostra é
formada pelos eleitores que serão entrevistados.
SENAI-RJ 21
Curso Técnico de Cervejaria – Estatística
Exemplo:
Observação
Em geral, as contagens resultam em variáveis discretas e as medições em variáveis
contínuas.
Distribuição de freqüências
Considere uma pesquisa realizada entre 500 pessoas que tomam cerveja, com o objetivo de verificar
a preferência por determinadas marcas. Os resultados parciais dessa pesquisa são dispostos no que se
costuma chamar de "tabela primitiva", denominando de A, B e C as marcas de cerveja pesquisadas.
Exemplo:
Tabela primitiva
A A B C C C A A A
B - B A A A C - C
- B B A C C A - C
: : : : : : : :
Importante!
Os traços referem-se ao consumo de marcas diferentes de cerveja A, B ou C.
SENAI-RJ 22
Curso Técnico de Cervejaria – Estatística
Ao número de vezes iguais de cada resposta é dado o nome de frequência. As freqüências são
agrupadas numa tabela chamada de Tabela de distribuição de freqüências. Observe, na tabela
abaixo, uma possível distribuição de freqüências para os resultados dessa pesquisa.
A 200 0,40 40
B 150 0,30 30
C 120 0,24 24
D 30 0,06 6
A coluna da freqüência relativa é obtida dividindo-se cada uma das freqüências pelo total de dados
levantados (500). Cada coluna da freqüência percentual refere-se ao produto da freqüência relativa
(por 100), ou seja, representa a percentagem da participação de cada marca no total pesquisado.
Σ f = n, Σ f, = 1 e Σ fp = 100
Gráficos
Terminada a distribuição de freqüências, o próximo passo é lançar os dados em um gráfico para
permitir que as informações contidas na tabela sejam melhor visualizadas.
SENAI-RJ 23
Curso Técnico de Cervejaria – Estatística
Gráfico de colunas
Nesse tipo de gráfico usamos retângulos com bases da mesma medida e separados por distâncias
iguais. As freqüências dos fatos observados são dadas pelas alturas dos retângulos, anotadas no
eixo y.
Gráfico de colunas
Freqüência
% Y
123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678
200 123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678
123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678
123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678
123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678
180 123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678
123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678
123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678
160 123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678
123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678
123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678
123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678
140 123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678
123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678
123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678
1234 123 Seqüência 1
123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678
120 1234
123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678
123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678 123 Seqüência 2
1234
123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678 1234
100 1234
123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678
1234
123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678 1234
1234 Seqüência 3
123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678
1234
123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678
80 1234
123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678
1234
123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678
123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678
1234
123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678
60 1234
123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678
123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678
1234
123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678
1234
123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678
40 1234
123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678
123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678
1234 123456
123456
123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678
20 1234
1234
123456
123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678
123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678
123456
123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678
1234 123456
123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678
123456 X
0
Cervejas
A B C D
Gráfico de barras
Neste tipo de gráfico também usamos retângulos com bases da mesma medida e separados por
distâncias iguais. As freqüências dos fatos observados são dadas pelas alturas dos retângulos, anotadas
no eixo x.
Gráfico de barras
Cervejas
Y
123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901
123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901
123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901
123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901
D 123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901
123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901
123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901
123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901
123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901
123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901
123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901 Seqüência 1
123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901
123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901
123
123Seqüência 2
C 123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901
123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901 1234
123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901
123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901 1234
1234Seqüência 3
123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901
123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901
123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901
12345678901234567890123456789012123456789
123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901
123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901
B 12345678901234567890123456789012123456789
123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901
12345678901234567890123456789012123456789
123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901
123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901
123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901
123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901
123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901
123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901
A 123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901
123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901
123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901
123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901
123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901 X
Freqüência
0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200
SENAI-RJ 24
Curso Técnico de Cervejaria – Estatística
Gráfico de linha
Freqüência
% Y
1234567890123456789012345678901212345678901234567890123
200 1234567890123456789012345678901212345678901234567890123
1234567890123456789012345678901212345678901234567890123
1234567890123456789012345678901212345678901234567890123
1234567890123456789012345678901212345678901234567890123
180 1234567890123456789012345678901212345678901234567890123
1234567890123456789012345678901212345678901234567890123
1234567890123456789012345678901212345678901234567890123
160 1234567890123456789012345678901212345678901234567890123
1234567890123456789012345678901212345678901234567890123
1234567890123456789012345678901212345678901234567890123
1234567890123456789012345678901212345678901234567890123
140 1234567890123456789012345678901212345678901234567890123
1234567890123456789012345678901212345678901234567890123
1234567890123456789012345678901212345678901234567890123 Seqüência 1
120 1234567890123456789012345678901212345678901234567890123
1234567890123456789012345678901212345678901234567890123
1234567890123456789012345678901212345678901234567890123
○ ○
Seqüência 2
1234567890123456789012345678901212345678901234567890123
1234567890123456789012345678901212345678901234567890123
100 1234567890123456789012345678901212345678901234567890123 Seqüência 3
1234567890123456789012345678901212345678901234567890123
80 1234567890123456789012345678901212345678901234567890123
1234567890123456789012345678901212345678901234567890123
1234567890123456789012345678901212345678901234567890123
1234567890123456789012345678901212345678901234567890123
1234567890123456789012345678901212345678901234567890123
60 1234567890123456789012345678901212345678901234567890123
1234567890123456789012345678901212345678901234567890123
1234567890123456789012345678901212345678901234567890123
40 1234567890123456789012345678901212345678901234567890123
1234567890123456789012345678901212345678901234567890123
1234567890123456789012345678901212345678901234567890123
20 1234567890123456789012345678901212345678901234567890123
1234567890123456789012345678901212345678901234567890123
1234567890123456789012345678901212345678901234567890123
1234567890123456789012345678901212345678901234567890123
0 X
A B C D Cervejas
Gráfico de setores
Os dados são apresentados em setores circulares que são proporcionais aos valores. Fazemos
corresponder a uma volta do círculo (360º) o total (100%) dos dados e estabelecemos através de uma
regra de três o ângulo relativo ao setor circular de acordo com cada valor.
Gráfico de setores
D
C 6%
24%
A
40%
B
30%
SENAI-RJ 25
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Como exemplo de variáveis quantitativas, podemos citar: altura de pessoas, notas de provas,
velocidade de veículos, etc. Nesses casos, usamos histogramas e polígonos de freqüência.
Para exemplificar, vamos analisar os resultados de uma pesquisa realizada entre 30 funcionários de
uma cervejaria, para os quais foi feita a seguinte pergunta: Qual é a sua renda mensal em salários
mínimos?
Observe que cada um dos dados da tabela tem freqüência muito pequena e a
maioria aparece uma única vez. Para que esses dados ganhem significado,
costuma-se agrupá-los em intervalos. Nesse exemplo, vamos adotar cinco
intervalos:
⊥
de 0 a 3, que indicamos 0 3
⊥
de 3 a 6, que indicamos 3 6
⊥
de 6 a 9, que indicamos 6 9
de 9 a 12, que indicamos 9 12
⊥
SENAI-RJ 26
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0 3 4 0,133 13,3
⊥ ⊥
3 6 12 0,400 40,0
6 9 8 0,267 26,7
⊥
9 12 3 0,100 10,0
⊥
12 15 3 0,100 10,0
Histograma
Neste gráfico, a altura de cada retângulo é dada pela freqüência dos elementos do intervalo.
Freqüência
14
12
10
8
6
4
2
0 3 6 9 12 15 salário mínimo
SENAI-RJ 27
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Polígono de freqüência
Freqüência
14
12
10
8
6
4
2
-3 0 3 6 9 12 15 18 salário mínimo
SENAI-RJ 28
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Exercícios
A leitura atenta e reflexiva nos leva ao entendimento do texto e daí, a suas aplicações. Então,
aplique seus conhecimentos resolvendo os exercícios a seguir.
1. Examine com atenção os dados apresentados no quadro abaixo e construa os seguintes gráficos:
de barras, de colunas e de linhas, representando o desenvolvimento das áreas de cultivo na
Alemanha.
Resp.:
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Amido 300g
Proteína 60g
H 2O 65g
Outros 75g
Total 500g
Resp.:
SENAI-RJ 30
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Composição do trigo:
Resp.:
SENAI-RJ 31
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a) um histograma; e
b) um polígono de freqüências.
Resp.:
SENAI-RJ 32
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3 3 6 7 8 4 2 1
4 8 5 7 6 2 4 5
6 4 1 8 4 5 8 8
3 5 3 4 6 1 6 9
5 10 5 2 9 2 5 6
Leia com atenção refletindo sobre o que você estudou e agrupe esses dados em seis intervalos de
amplitude iguais a 1,5. Em seguida, construa:
a) uma tabela mostrando a distribuição de freqüências;
b) um histograma; e
c) um polígono de freqüência.
Observação
Para responder o exercício 5, considere:
• Número de intervalos = ∑f .
• Amplitude = diferença dos extremos das freqüências.
amplitude
• Intervalos das amplitudes = ––––––––––.
∑f
Resp.:
SENAI-RJ 33
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6. O gráfico abaixo mostra a preferência dos 250.000 bebedores de cerveja de uma determinada
cidade em relação a três marcas de cerveja: A, B e C.
Outras
16% A
28%
C
30%
B
26%
Resp.:
SENAI-RJ 34
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7. Determine, de acordo com o quadro abaixo, os gráficos de linhas, de colunas e de barras para o
desenvolvimento de empresas que cultivam o lúpulo na maior região alemã de cultivo (Hallertau).
Ano Nº de empresas
1990 3.600
1993 3.400
1994 3.800
1995 4.200
1996 4.500
Resp.:
SENAI-RJ 35
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Medidas de posição
Na análise e na interpretação do conjunto de dados recolhidos em uma pesquisa, alguns números
são utilizados para mostrar como e em torno de que se distribuem os dados. Esses números, conhecidos
como medidas de posição, são: média aritmética, mediana e moda.
Vamos considerar como exemplo o conjunto dos seguintes dados:
2, 1, 2, 4, 6, 4, 9, 8, 9, 2, 3
Média aritmética
É o quociente encontrado na soma de todos os valores do conjunto, divididos pelo total de elementos
do conjunto.Denominando a média aritmética de X,
2+1+2+4+6+4+9+8+9+2+3
X = ——————————————————
11
X = 4,54
Exemplo:
Vamos imaginar a seguinte situação: uma pessoa come dez pãezinhos por dia e outras nove não
comem nenhum. No entanto, na média, essas dez pessoas comem um pãozinho por dia.
Mediana
É o termo central do conjunto quando seus valores são colocados em ordem crescente ou decrescente.
No exemplo apresentado anteriormente, temos:
1, 2, 2, 2, 3, 4 4, 6, 8, 9, 9
mediana
SENAI-RJ 36
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Observe que há cinco valores acima e outros cinco valores abaixo da mediana. Ou seja, cerca de
50% dos valores do conjunto sempre estarão acima da média. Por esse motivo, é importante interpretar
mediana e média aritmética ao mesmo tempo.
Praticando
2 + 1 + 1 + 2 + 3 + 2 + 9 + 10 + 10 + 10
X = ————————————————— = 5,0
10
Como o número de termos da seqüência é par, a mediana é tomada como o ponto médio entre o
quinto e o sexto elementos do grupo, uma vez que não há um termo central.
1, 1, 2, 2, 2, 3, 9, 10, 10, 10
2+3
Mediana = Me = ––––– = 2,5
2
Concluímos então que 50% dos alunos dessa turma tiveram notas inferiores a 2,5, embora a média
do grupo tenha sido 5,0.
Moda
É o elemento mais freqüente do conjunto.
Vamos retomar o exemplo inicial com os dados já utilizados para a média e a mediana:
2, 1, 2, 4, 6, 4, 9, 8, 9, 2, 3
Nesse caso, a moda é 2, porque aparece três vezes. Há conjuntos que permitem duas modas,
sendo chamados bimodais. O mesmo raciocínio se aplica a conjuntos com três ou mais modas.
SENAI-RJ 37
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Praticando
Determine a média aritmética, a mediana e a moda do conjunto das horas extras semanais trabalhadas
por funcionários de uma determinada cervejaria, mostrado na tabela a seguir.
Resolução:
(4 x 10) + (3 x 15) + (2 x 8) + (1 x 7)
X = —————————————–—— = 2,7 horas
40
∑xf
X = ———
∑f
Colocando em ordem decrescente os elementos do conjunto, notamos que os dez primeiros são
iguais a 4 e os próximos 15 são iguais a 3. Isso já é suficiente para nos fornecer a mediana (ou termo
central) que é 3. A moda também é 3, que aparece mais vezes no conjunto.
6+6+6+6+6
A = (6, 6, 6, 6, 6) X = ———————— = 6
5
6+4+8+4+8
B = (6, 4, 8, 4, 8) X = ———————— = 6
5
8+6+2+6+8
C = (8, 6, 2, 6, 8) X = ———————— = 6
5
7+3+3+8+9
D = (7, 3, 3, 8, 9) X = ———————— = 6
5
SENAI-RJ 38
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Amplitude
É a diferença entre o maior e o menor valor do conjunto de dados.
A = (6, 6, 6, 6, 6) amplitude = 6 – 6 = 0
B = (6, 4, 8, 4, 8) amplitude = 8 – 4 = 4
C = (8, 6, 2, 6, 8) amplitude = 8 – 2 = 6
D = (7, 3, 3, 8, 9) amplitude = 9 – 3 = 6
A amplitude baseia-se somente nos valores extremos do conjunto e, por isso mesmo, não é a forma
mais indicada para medir a dispersão. Como mostra somente a faixa de variação do menor ao maior,
na qual se localizam todos os elementos do conjunto analisado, a amplitude fornece apenas uma
primeira aproximação para a dispersão.
Desvio médio
É a média aritmética dos módulos dos desvios de cada valor para a média aritmética do conjunto.
O desvio médio pode ser calculado pela expressão:
∑x – x
DM = ————
n
Onde X é a média aritmética, X é
cada um dos elementos do conjunto e n
é o número de elementos do conjunto.
SENAI-RJ 39
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A = (6, 6, 6, 6, 6) X=6
[6 – 6] + [6 – 6] + [6 – 6] + [6 – 6] + [6 – 6]
DM = ——————————————————— = 0
5
B = (6, 4, 8, 4, 8) X=6
[6 – 6] + [6 – 4] + [6 – 8] + [6 – 4] + [6 – 8]
DM = ——————————————––––——— = 1,6
5
C = (8, 6, 2, 6, 8) X=6
[6 – 8] + [6 – 6] + [6 – 2] + [6 – 6] + [6 – 8]
DM = ———————————————––––—— = 1,6
5
D = (7, 3, 3, 8, 9) X=6
[6 – 7] + [6 – 3] + [6 – 3] + [6 – 8] + [6 – 9]
DM = ————————––––————————— = 2,4
5
Variância
É a média aritmética dos quadrados dos desvios de cada elemento do conjunto para a sua média
aritmética.
_
∑ [x – x ]2
V = ————
n
SENAI-RJ 40
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C = (8, 6, 2, 6, 8) X=6
[6 – 8]2 + [6 – 6]2 + [6 – 2]2 + [6 – 6]2 + [6 – 8]2
V = ———————————————————— = 4,8
5
D = (7, 3, 3, 8, 9) X=6
Desvio padrão
É a raiz quadrada da variância.
∑ [x – x]2
δ= —————
n
Na prática, o desvio padrão é o número mais indicado para medir a dispersão de um conjunto de
valores, desde que a freqüência dos dados se distribua como nos gráficos em formatos de "sino",
chamados de gráficos "normais".
Nesses casos, podemos afirmar que no intervalo de um desvio padrão, acima ou abaixo do valor
médio do conjunto, sempre estão localizados cerca de 34% dos elementos da população pesquisada.
SENAI-RJ 41
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34%123456 34%
123456
123456
123456
123456
123456
123456
123456
123456
123456
123456
123456
123456
123456
123456
123456
123456
123456
123456
123456
123456
123456
123456
123456
123456
123456
123456
123456
123456
123456
123456
123456
123456
123456
123456
x x – 1dp x x + 1dp
A observação dos gráficos normais revela que, quando o desvio padrão é pequeno, os 68% do valor
médio do total de elementos (34% acima mais 34% abaixo) estão bem próximos do valor da média
aritmética do conjunto, mostrando, assim, pouca dispersão.
Praticando
Foram pesadas 80 latas de cerveja de um supermercado. A tabela mostra a distribuição dos pesos:
(x – 1 DP; x + 1 DP)
SENAI-RJ 42
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Resolvendo e conferindo:
1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456
30,00% 1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456
1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456
1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456
1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456
1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456
25,00% 1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456
1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456
1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456
20,00% 1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456
1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456
1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456
1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456
15,00% 1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456
1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456
1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456
1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456
1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456
10,00% 1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456
1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456
1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456
1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456
5,00% 1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456
1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456
1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456
1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456
1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456
0,00%
397
399
403
401
405
b) Média aritmética:
(1 . 397) + (3 . 398) + (5 . 399) + (12 . 400) + (23 . 401) + (22 . 402) + (10 . 403) + (2 . 404) + (1 . 405) + (1 . 406)
X = —————————————————————————————————––––——
80
X = 401,3 gramas
c) Desvio padrão:
190
δ= ——— = 2,37 = 1,5
80
d) O intervalo pedido é (401,3 – 1,5; 401,3 + 1,5) = (399,8; 402,8) ou, simplesmente, de 400 a 402.
SENAI-RJ 43
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∑ f .pm ∑ fpm – x
X = ———— DM = ——————
∑f ∑f
∑ fpm – x2
d= ———————
∑f
Números índices
Os números índices ou índices são medidas estatísticas idealizadas para comparar as diferenças na
magnitude de um grupo de variáveis distintas, porém relacionadas, em duas ou mais situações.
Tais diferenças podem referir-se a preços de produtos, volume físico dos artigos produzidos ou,
ainda, a conceitos como inteligência, eficiência, etc.
Quase todo mundo tem ouvido falar em "custo de vida", "nível de preços", etc., e justamente a
medida desses fenômenos é que constitui o principal objetivo dos números índices, muito embora eles
possam ser aplicados em qualquer outro campo da estatística. Contudo, a sua principal aplicação é no
estudo da variação dos preços através do tempo.
Importante!
Enquanto a média é um indicador de tendência central de uma variável particular,
o número índice é um indicador de tendência central de um conjunto de variáveis,
em duas ou mais situações, geralmente expresso em termos de percentagem.
SENAI-RJ 44
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O índice de preços é um indicador que nos dá a variação dos preços de uma mercadoria ou de um
conjunto de mercadorias, entre dois momentos no tempo ou dois pontos no espaço.
Relatório
Quando queremos analisar a variação no preço de um só bem, basta expressar tal variação em
termos percentuais, obtendo o que denominamos de relativo de preço.
Ao preço na época damos o valor de 100 e, por meio de uma regra de três simples, calculamos o
relativo correspondente ao preço atual.
Pt
Po, t = ——— x 100
Po
qt vt
qo, t = —— x 100 ou vo, t = —— x 100
qo vo
SENAI-RJ 45
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Elos de relativos
Dizemos que vários relativos formam elos quando cada um deles é calculado tomando como base
o ano anterior. São os relativos de base móvel.
Exemplo:
P97 150
P96, 97 = ——— x 100 = ——— x 100 = 1,25 x 100 = 125%
P96 120
P98 180
P97, 98 = ——— x 100 = ——— x 100 = 1,2 x 100 = 120%
P97 150
Relativos em cadeia
O relativo em cadeia é o índice de base fixa, isto é, os relativos são todos calculados tomando uma
determinada época como base.
P97 150
P96, 97 = ——— x 100 = —— x 100 = 1,25 x 100 = 125%
P96 120
P98 180
P97, 98 = ——— x 100 = —— x 100 = 1,2 x 100 = 120%
P97 150
SENAI-RJ 46
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Exercícios
8. De acordo com o que você estudou nesta etapa, para as distribuições das freqüências a seguir
(a e b), determine:
• a média aritmética;
• o desvio médio; e
• o desvio padrão.
a) Salários f
100 – 150 13
150 – 200 10
200 – 250 8
250 – 300 5
300 – 350 3
350 – 400 2
Resp.:
SENAI-RJ 47
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b) Custo f
50 – 60 3
60 – 70 5
70 – 80 8
80 – 90 4
Resp.:
SENAI-RJ 48
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Ano Índices
1978 100
1979 152
1980 203
1981 321
1982 415
1983 580
Resp.:
SENAI-RJ 49
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10. Sabendo-se que o preço de determinado conjunto de engradados de cerveja em 1997 foi de
R$ 250.000,00 e em 1998, de R$ 400.000,00, determine o relativo de preço em 1998,
considerando como ano-base 1997.
Resp.:
SENAI-RJ 50
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Elementos de probabilidade
A teoria das probabilidades surgiu no século XVII, na análise dos chamados jogos de azar. O
primeiro matemático a conceituar probabilidade e a calculá-la corretamente parece ter sido Cardano
(1501–1576). Depois Galileu Galilei (1564–1642) analisou problemas sobre jogos de dados. Mas o
ponto de partida do desenvolvimento da teoria das probabilidades pode ser atribuído a dois matemáticos:
Funat (1601–1665) e Pascal (1623–1662).
Na Europa, por volta de 1760, houve ampla discussão a respeito de uma espécie de vacina, recém-
descoberta, contra a varíola. A questão era se a vacina deveria ser ou não obrigatória. Devido a uma
discussão como essa, a teoria das probabilidades foi ampliando cada vez mais seu campo de ação.
Em 1850, um cientista austríaco chamado Mendel, observando o cruzamento de diferentes espécies
de plantas de ervilha, verificou que as características hereditárias dos descendentes obedeciam a
certos cálculos probabilísticos. Mendel propôs, então, as leis da hereditariedade, que regulamentam a
transmissão de caracteres hereditários. No entanto, essas leis não tiveram aceitação imediata. No
início do século XX, outros cientistas redescobriram as leis da herança.
Finalmente, passando aos dias de hoje, encontramos a teoria das probabilidades bastante relacionada
com a estatística.
Probabilidade de um evento
Espaço amostral
A teoria das probabilidades estuda os chamados experimentos aleatórios, ou seja, experimentos
com resultados que não podem ser previstos antecipadamente. Um experimento aleatório apresenta,
portanto, dois ou mais possíveis resultados, e o conjunto desses possíveis resultados é chamado
espaço amostral. Indicaremos o espaço amostral por S e o número de elementos do espaço amostral
por n (S).
Exemplo:
Eventos e probabilidade
Qualquer subconjunto de espaço amostral S é chamado evento. Indicaremos o evento por E e o
número de elementos do evento por n(E).
SENAI-RJ 51
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Importante!
A probabilidade de ocorrer um evento qualquer E, que é indicada por p(E), é
calculada pela divisão:
n(E)
p(E) = ————
n(S)
Exemplo:
No lançamento de um dado, o evento que ocorre é um número maior que 4. Nesse caso, temos:
E = {5, 6}
n(E) 2 1
p(E) = —— = —— = ——
n(S) 6 3
Exemplo:
n(E) 6
p(E) = ——— = ——— = 1 evento certo
n(S) 6
n(E) 0
p(E) = –—–— = –—— = 0 evento impossível
n(S) 6
SENAI-RJ 52
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Eventos complementares
Um evento pode ocorrer ou não. Sendo p a probabilidade para que ele ocorra (sucesso) e q a
probabilidade para que ele não ocorra (insucesso), para um mesmo evento existirá sempre a relação:
p+q=1 => q = p – 1
Exemplo:
1
A probabilidade de tirar o número 4 no lançamento de um dado é p = —— .
6
Eventos independentes
Dizemos que dois eventos são independentes quando a realização ou não de um dos eventos não
afeta a probabilidade da realização do outro e vice-versa.
Ao lançarmos dois dados, o resultado obtido em um deles independe do resultado obtido no outro.
Se são independentes, a probabilidade para que eles se realizem simultaneamente é igual ao produto
das probabilidades de realização dos dois eventos.
P = p1 x p2
Exemplo:
1 1 1
P = —— x —— = ——
6 6 36
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Exemplos:
1. No lançamento de uma moeda, o resultado obtido só poderá ser cara ou coroa. Se dois eventos
são mutuamente exclusivos, a probabilidade para que um ou outro se realize é igual à soma das
probabilidades para que cada um se realize:
P = p1 + p2
1 1 2 1
P = —— + —— = —— = ——
6 6 6 3
Correlação
Variação de dois fenômenos
A variação de um fenômeno pode influir na variação de outro.
Exemplo:
O número de horas de insolação tem ligação com a altura de chuva caída; o diâmetro transverso do
crânio, com o diâmetro longitudinal, e assim por diante.
Diz-se que existe correlação direta entre dois fenômenos quando aumentando um deles, o outro
tem um acréscimo determinado. Quando, pelo aumento de um dos fenômenos, ocorre a diminuição do
outro, dizemos que há correlação inversa.
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Importante!
Esse coeficiente deve ser usado com reservas, pois a correlação revelada muitas
vezes pode ser simples coincidência.
Em um recente Congresso de Estatística, estatísticos do mundo inteiro aprovaram
uma recomendação proclamando a dificuldade e os perigos do uso do coeficiente
de correlação (ou índice de correlação).
Coeficiente de correlação
Vejamos um exemplo para o cálculo do coeficiente r (G. U. Yule).
X Y
1 2
2 5
3 3
4 8
5 7
15 25
∑ xy
r = ———
n δx δy
SENAI-RJ 55
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X x = X – MX x2 Y Y = Y – My Y2 Xy
1 -2 4 2 -3 9 6
2 -1 1 5 0 0 0
3 0 0 3 -2 4 0
4 1 1 8 3 9 3
5 2 4 7 2 4 4
15 -.-.-.- 10 25 -.-.-.- 26 13
Σ -.-.-.- Σx 2 Σy -.-.-.- Σy 2 Σxy
Σx 15
Mx = —— = —— = 3
n 5
E a média dos y:
Σy 25
My = —— = —— = 5
n 5
Sendo n o número de pares de valores observados, podemos agora calcular os desvios padrões:
Σ x2 10
δx = —— = —— = 2 = 1,41
n 5
Σ y2 26
δy = —— = —— = 5,2 = 2,28
n 5
Σxy 13 13
r = ———— = —————— = ———— = 0,81
n x δxx δy 5 x 1,41 x 2,28 16,07
SENAI-RJ 56
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Equações de regressão
A previsão é feita por meio das equações de regressão.
δx δy
x = r . ——— . y e y = r . ——— . x
δy δx
1,41
x = 0,81. —— . y ==> x = 0,5y
2,28
2,28
y = 0,81. —— . x ==> y = 1,3x
1,41
x = X – Mx e y = Y – My
temos:
X – MX = 0,5 (Y – MY)
Y – MX = 1,3 (X – MX)
X – 3 = 0,5 (Y – 5)
Y – 5 = 1,3 (X – 3)
efetuando, teremos:
X = 0,5 Y + 0,5
Y = 1,3 X + 1,1
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Exercícios
A leitura atenta e reflexiva nos leva ao entendimento do texto e, daí, a suas aplicações. Então,
aplique seus conhecimentos resolvendo os exercícios a seguir.
11. Em um lote de 12 peças, 4 são defeituosas. Sendo retirada uma peça, calcule:
Resp.:
12. Uma loja dispõe de 12 geladeiras do mesmo tipo, das quais 4 apresentam defeitos.
a) Se um freguês vai comprar uma geladeira, qual a probabilidade de levar uma defeituosa?
b) Se um freguês vai comprar duas geladeiras, qual a probabilidade de levar duas defeituosas?
Resp.:
SENAI-RJ 58
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13. Qual a correlação entre o estudo de Matemática e o de Física, de acordo com as médias mensais
de um estudante?
Resp.:
Resp.:
SENAI-RJ 59
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15. Calcule, de acordo com a tabela abaixo, a equação de regressão entre o peso específico e a
absorção dos tijolos.
Resp.:
SENAI-RJ 60
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Chave de respostas
Exercício 1
Gráfico de Barras
123456789012345678901
1234567890123456789012345678901212345678901234
123456789012345678901
1234567890123456789012345678901212345678901234
1234567890123456789012345678901212345678901234
12345678901234567
12345
1234567890123456789012345678901212345678901234
12345
1234567890123456789012345678901212345678901234
12345678901234567
1234567890123456789012345678901212345678901234
12345 123
1234567890123456789012345678901212345678901234
7
1234567890123456
12345
1234567890123456789012345678901212345678901234
1234567890123456789012345678901212345678901234
1234567890123456789012345678901212345678901234
12345
123Área Cultivada
1234567890123456789012345678901212345678901234
1234567890123456
12345
1234567890123456789012345678901212345678901234
1234567890123456789012345678901212345678901234
1234
1234567890123456
12345 1234 Ano
1234567890123456789012345678901212345678901234
12345
1234567890123456789012345678901212345678901234
5
1234567890123456
12345
1234567890123456789012345678901212345678901234
1234567890123456789012345678901212345678901234
123456789012345
12345
1234567890123456789012345678901212345678901234
12345
1234567890123456789012345678901212345678901234
123456789012345
12345
1234567890123456789012345678901212345678901234
1234567890123456789012345678901212345678901234
3 12345678901
12345
1234567890123456789012345678901212345678901234
12345
1234567890123456789012345678901212345678901234
12345678901
1234567890123456789012345678901212345678901234
1234567890123456789012345678901212345678901234
1234567
12345
1234567890123456789012345678901212345678901234
12345
1234567890123456789012345678901212345678901234
1 1234567
1234567890123456789012345678901212345678901234
12345
1234567890123456789012345678901212345678901234
12345
1234567890123456789012345678901212345678901234
Gráfico de Colunas
123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678
123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678
30.000
12
123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678
123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678
123 12
123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678
123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678
123 12 12 123 12 12345
123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678
123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678
20.000 12 123 12 12 123 12 12345
123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678
123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678
12 123 12 12 123 12 123
12345 Ano
123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678
123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678
12 12 123 12 12 123 12 123 Área Cultivada
123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678
123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678
123 12 12 123 12 12 123 12
123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678
123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678
10.000
123 12 12 123 12 12 123 12
123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678
123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678
123 12 12 123 12 12 123 12
123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678
123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678
123
0
1234
1234
1234
12
1234
1234
1234
12
1234
1234
1234
123
1234
1234
1234
12
123
123
123
12
1234
1234
1234
123
123
123
123
12
123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678
1234
123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678
1234
123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678
1234
1 2 3 4 5 6 7 8
Gráfico de Linhas
123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678
123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678
30.000 123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678
123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678
123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678
123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678
123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678
123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678
20.000 123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678
123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678
123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678 Ano
123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678
123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678
123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678
123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678 Área Cultivada
123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678
123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678
10.000 123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678
123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678
123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678
123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678
123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678
123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678
0
1 2 3 4 5 6 7 8
SENAI-RJ 61
Curso Técnico de Cervejaria – Estatística
Exercício 2
Gráfico de Setores
15%
13% Amido
Proteína
H 20
Outros
12%
60%
Exercício 3
Gráfico de Setores
10%
10%
Sêmola fina
Casca
Sêmola grossa
Farinha
25% 55%
SENAI-RJ 62
Curso Técnico de Cervejaria – Estatística
Exercício 4
a) Histograma
150
120
90
60
30
b) Polígono de Freqüência
150
120
90
60
30
Exercício 5
SENAI-RJ 63
Curso Técnico de Cervejaria – Estatística
b) Histograma
13
7
6
4
3
c) Polígono de Freqüência
13
7
6
4
3
Exercício 6
Cervejas Freqüência
A 7.000
B 6.500
C 7.500
Outras 4.000
TOTAL 25.000
SENAI-RJ 64
Curso Técnico de Cervejaria – Estatística
Exercício 7
Gráfico de Linhas
123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345
123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345
123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345
123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345
123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345
123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345
4.200
123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345
3.800
123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345
4.500
123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345
123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345
123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345
3.600
123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345
123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345
3.400 Nº empresas
123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345
123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345
123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345 Ano
123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345
123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345
123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345
123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345
123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345
123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345
1990 1993 1994 1995 1996
123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345
123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345
123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345
123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345
123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345
123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345
123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345
Gráfico de Colunas
123456789012345678901234567890121234567
5.000 123456789012345678901234567890121234567
1234
123456789012345678901234567890121234567
123 1234
123456789012345678901234567890121234567
123 1234
123456789012345678901234567890121234567
123 1234
123456789012345678901234567890121234567
4.000 123 1234 123 1234
123456789012345678901234567890121234567
123 1234 123 1234
123456789012345678901234567890121234567
123
123
1234
1234 1234
1234 123
123 1234
1234
123456789012345678901234567890121234567
3.000 123 1234 1234 123 1234
123456789012345678901234567890121234567 1234
123 1234 1234 123 1234
123456789012345678901234567890121234567
123 1234 1234 123 1234 Ano
123 1234
1234 1234
123 1231234 123123 1231234
123456789012345678901234567890121234567
123 1234 123123 1231234
123456789012345678901234567890121234567
123
2.000 123 1234 1234
123456789012345678901234567890121234567
123 123 1234 123 123 1234
123 1234 1234 123
123 1231234
1234 1234
1234
1234 123123
123 1231234
123456789012345678901234567890121234567
123123 1234
1234
123456789012345678901234567890121234567
1234
1234 Nº empresas
123123 1231234 1234
1234 123123 1231234
123456789012345678901234567890121234567
1.000 123123 1231234 1234
1234 123123 123
123 1234
1234 1234
123 1231234 123123 1231234
123456789012345678901234567890121234567
123 1234 123123 1231234
123456789012345678901234567890121234567
123123 1234 1234
0 123 1234 123
1 2 3 4 5
Gráfico de Barras
12345678901234567
123456789012345678901234567890121234567890123
12345678901234567
123456789012345678901234567890121234567890123
123456789012345678901234567890121234567890123
1234567890123456
5 123456
123456789012345678901234567890121234567890123
123456
123456789012345678901234567890121234567890123
1234567890123456
123456789012345678901234567890121234567890123
123456
123456789012345678901234567890121234567890123
12345678901234
123456
123456789012345678901234567890121234567890123
123456789012345678901234567890121234567890123 123
123456789012345678901234567890121234567890123
123456
123456789012345678901234567890121234567890123
1234567890123
3 123456
123456
123456789012345678901234567890121234567890123 123
12345
Nº empresas
123456789012345678901234567890121234567890123
12345678901234
123456789012345678901234567890121234567890123
123456
123456789012345678901234567890121234567890123
12345
12345 Ano
12345678901234
123456
123456789012345678901234567890121234567890123
123456789012345678901234567890121234567890123
123456789012345678901234567890121234567890123
123456
1 123456
123456789012345678901234567890121234567890123
Exercício 8
a) Média aritmética
Salários f Pm Pm . f Pm – X f.|Pm– X|
100 – 150 13 125 1.625 - 76,8 998,4
150 – 200 10 175 1.750 - 26,8 268,0
200 – 250 8 225 1.800 23,2 185,6
250 – 300 5 275 1.375 73,2 36,6
300 – 350 3 325 975 123,2 369,6
350 – 400 2 350 750 148,2 296,4
Total 41 8.275 471,4 2.154,6
SENAI-RJ 65
Curso Técnico de Cervejaria – Estatística
∑f Pm 8.275
X = —–—— = ———– = 201,8
∑f 41
∑fPm – X 2.154,6
Desvio médio DM = —————— = ———— = 52,5
∑f 41
∑Pm – X
2
222.217,96
Desvio padrão δ = ——————— f = –———— = 5.419,95 = 73,6
∑f 41
f Pm – X |2 f
13 5.898,24
10 728,24
8 538,24
5 5.538,24
3 11.178,24
2 21.963,24
∑41 222.217,96
b) Média aritmética
1.480
X = ——— = 74
20
SENAI-RJ 66
Curso Técnico de Cervejaria – Estatística
16.480
Desvio Médio DM = ———– = 824
20
20.387.816,00
Desvio Padrão δ= —————— = 10.193.990,80 = 1.009,64
20
Exercício 9
Exercício 10
Pot = 160%
Exercício 11
1 2
a) —— b) ——
3 3
Exercício 12
1 1
a) —— b) —–
3 11
Exercício 13
0,55
Exercício 14
x = 0,38 y y = 0,79 x
Exercício 15
SENAI-RJ 67
Curso Técnico de Cervejaria – Estatística
Referências bibliográficas
CASTRO, Lauro Sodré Viveiros de. Exercícios de Estatística, 11ª edição. Editora Científica.
Rio de Janeiro, 1970.
CASTRO, Lauro Sodré Viveiros de. Pontos de Estatística, 15ª edição. Editora Científica.
Rio de Janeiro, 1970.
SENAI-RJ 68
Introdução à análise
laboratorial — laboratório I
Nesta unidade...
Introdução
Exercícios
Chave de respostas
Referências bibliográficas
2
Introdução à análise laboratorial — laboratório I
2004
SENAI–Rio de Janeiro
Diretoria de Educação
Ficha Técnica
Edição revista da apostila Operações Básicas de Laboratório I. Vassouras, 2001. (Série Cursos
de Cervejaria). SENAI. RJ. CETEC de Produtos Alimentares. Coordenadoria de Informação
Tecnológica.
SENAI
SENAI––Rio de Janeiro
GEP – Gerência de Educação Profissional
Rua Mariz e Barros, 678 – Tijuca
20270-903 – Rio de Janeiro – RJ
Tel.: (21) 2587-1116
Fax: (21) 2254-2884
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Curso Técnico de Cervejaria – Introdução à análise laboratorial – laboratório I
Introdução
Em análises químicas, como em qualquer outro tipo de atividade, existem procedimentos elementares
que são de grande importância para o profissional da área. A esses procedimentos chamamos de
operações básicas. Sua utilização é bastante simples e por isso quase sempre negligenciadas, o que
pode ocasionar muitos erros e às vezes acidentes.
Medições
No trabalho cotidiano de laboratório estamos envolvidos o tempo todo com medidas, e como elas
implicam diretamente na qualidade do trabalho realizado, devemos ter uma série de precauções para
que não ocorram erros desnecessários.
O instrumento que será usado na medição deve se adequar à medida a ser realizada, desde que não
afete a segurança. Deve-se ter em mente que nem sempre é necessário realizar uma medida com
grande exatidão.
Conheça alguns conceitos importantes para o trabalho de laboratório.
Exatidão: é a concordância da leitura realizada com o valor real da quantidade medida.
Precisão: é a repetibilidade de uma medida realizada várias vezes.
SENAI-RJ 71
Curso Técnico de Cervejaria – Introdução à análise laboratorial – laboratório I
Importante!
Cuidado com aproximações.
Quase sempre podemos estimar o valor contido entre um traço e outro da escala
de um instrumento de medida.
Pesagem
É um dos primeiros passos para a realização de inúmeras análises laboratoriais. Uma pesagem
bem executada deve, como toda técnica analítica, seguir determinadas regras para que os resultados
sejam confiáveis.
SENAI-RJ 72
Curso Técnico de Cervejaria – Introdução à análise laboratorial – laboratório I
Sempre que cair qualquer produto químico sobre a balança, este deve
ser removido imediatamente, se for corrosivo. Caso contrário, deve ser
removido tão logo o trabalho esteja terminado.
Tipos de pesagem
• Pesagem direta: o objeto é colocado diretamente sobre tara
o prato da balança. Nas balanças digitais que possuem o Substância em pequenos
fragmentos usada em
mecanismo de tara, este procedimento também é duplas pesagens. Abati-
mento no peso de mer-
considerado como pesagem direta, pois o peso do frasco cadorias.
que conterá o produto é ignorado.
• Pesagem por adição: é obtida pela adição do peso da amostra ao peso do frasco, sem utilização
do mecanismo de tara. Este procedimento proporciona maior velocidade nas pesagens em alguns
casos, pois evita sucessivas operações de tara que consomem tempo.
• Pesagem por diferença: o peso da amostra é o resultado da subtração entre o peso final obtido
pela retirada do produto de seu frasco de origem e o peso inicial do mesmo frasco. A determinação
de umidade é exemplo típico deste tipo de pesagem, onde o resultado é obtido pela diferença entre
o peso inicial do conjunto após a secagem e o peso inicial sem a secagem.
Pipetagem
A pipetagem constitui outro passo essencial em análise, pois, como a pesagem, é utilizada em uma
quantidade muito grande de métodos analíticos.
Para se realizar uma boa pipetagem é necessário selecionar a pipeta adequada ao volume e à
medida a ser realizada.
SENAI-RJ 73
Curso Técnico de Cervejaria – Introdução à análise laboratorial – laboratório I
Tipos de pipetagem
Existem casos de pipetas que possuem um tempo determinado para que seu volume seja totalmente
descartado (deve ser informado no bulbo de cada pipeta).
SENAI-RJ 74
Curso Técnico de Cervejaria – Introdução à análise laboratorial – laboratório I
Titulação
A titulação é uma operação usada em técnicas de determinação quantitativa
volumétrica, constando basicamente de uma solução (titulante) colocada em
uma bureta, que é adicionada pouco a pouco sobre outra, sob agitação constante,
sendo que a primeira solução possui concentração exata e conhecida. A adição
do titulante é feita na solução titulada em um Erlenmeyer ou balão de titulação.
O ponto final é determinado normalmente no momento em que uma substância
indicadora muda de cor com um pequeno excesso do agente titulante, inferior
Erlenmeyer
a uma gota.
Estando adequada, proceder à titulação; caso contrário, lavar a bureta adequadamente com detergente
e escova específica e lubrificar a torneira, removendo-a e passando ao redor uma fina camada de
graxa de silicone ou vaselina.
Fixar a bureta em um suporte universal com auxílio de uma garra específica. (Existem buretas
automáticas que já são fixadas ao frasco de armazenagem da solução titulante).
Colocar em um béquer um pouco da solução
béquer
titulante.
Copo de vidro cilíndrico,
utilizado em laboratório.
Verificar se a torneira está fechada e se possui
vazamentos, colocando um pouco da solução: rinçar
corrigi-los apertando um pouco mais a torneira Enxaguar, lavar com água
ou com uma solução
ou lubrificando-a melhor. corrente.
SENAI-RJ 75
Curso Técnico de Cervejaria – Introdução à análise laboratorial – laboratório I
Importante!
O processo deverá ser interrompido assim que o indicador mudar de cor,
anotando o volume gasto de solução titulante para, em seguida, proceder aos
cálculos.
Devemos ressaltar que existem outras técnicas para se realizar uma titulação que não utilizam os
indicadores tradicionais, porém a técnica do processo é baseada nos mesmos princípios.
Determinação do pH
Esta é, sem dúvida, uma das medições mais importantes do laboratório, pois muitos processos
industriais dependem do seu controle para ocorrerem de forma adequada e eficiente. Apesar de fácil
realização, tem fundamental importância no controle dos processos. Por isso, devemos ter uma série
de cuidados no manuseio do instrumental, pois este apresenta bastante sensibilidade e sofre diversas
interferências, tanto do meio, como de operação, causando erros de leitura que ocasionam conclusões
enganosas.
Serão citados a seguir alguns tipos de problemas que podem ocorrer com uso inadequado de um
pH-metro.
Problemas de obstrução
Estes problemas podem ser resolvidos deixando o eletrodo submerso, durante uma noite, em solução
de amoníaco a 25%. Lavar bem com água e depois deixar por uma hora em tampão pH 4,00.
Quando se utiliza o eletrodo para produtos gordurosos, deve-se empregar solução de amoníaco a
25% ou éter de petróleo para mantê-lo adequadamente limpo.
SENAI-RJ 76
Curso Técnico de Cervejaria – Introdução à análise laboratorial – laboratório I
Casos mais graves como eletrodos velhos podem ser resolvidos limando-se o diafragma com bastante
cuidado.
Tipos de soluções
Existem diversos tipos de soluções e cada tipo exige modos de preparo diferentes.
SENAI-RJ 77
Curso Técnico de Cervejaria – Introdução à análise laboratorial – laboratório I
Exemplo:
Solução de H2SO4 1 + 2 significa que temos uma parte do soluto para duas partes de solvente.
Ao preparar soluções de ácidos, deve-se ter cuidado especial, pois estes, quando
concentrados e dissolvidos em água, reagem violentamente podendo atingir o
analista. Para evitar este problema, deve-se colocar o ácido sobre a água e
nunca ao contrário, tendo-se em vista que o ácido e mais denso e desce para o
fundo do frasco, evitando a projeção.
São aquelas nas quais se adiciona um determinado número de partes de soluto e completa-se com
o solvente até um determinado número de partes de solução.
Exemplo:
Solução de álcool e éter 3:5 significa que temos três partes de soluto para cinco partes de solução,
o que equivaleria a uma solução 3 + 2.
São soluções preparadas para conter um determinado número de partes em volume do soluto em
100 partes em volume da solução.
SENAI-RJ 78
Curso Técnico de Cervejaria – Introdução à análise laboratorial – laboratório I
Exemplo:
São aquelas preparadas para conter um determinado número de partes em volume do soluto por
100 partes em peso da solução. Não é uma forma muito usual de se expressar a concentração de
soluções, mas vale como registro.
Exemplo:
Solução de ácido acético a 3,2% v/p contém: 3,2ml de ácido acético em 100g de solução.
São preparadas para conter um determinado número de partes em peso de soluto em um litro de
solução ou qualquer outra relação de massa de soluto por volume de solução, como g/ml, mg/l.
Exemplo:
Preparadas para conter um determinado número de partes de soluto por um milhão de partes de
solução.
SENAI-RJ 79
Curso Técnico de Cervejaria – Introdução à análise laboratorial – laboratório I
Exemplo:
Solução de cloro a 0,2 ppm contém: 0,2mg de cloro por litro de solução.
Título de soluções
Relação entre massa de soluto por massa de solução (massa de soluto/massa de soluto + massa de
solvente). É sempre menor que 1.
Observação
Todas as unidades de concentração utilizadas aqui são apenas formas de
expressar a quantidade de soluto em uma solução, portanto, podem ser
convertidas, através de cálculos, umas nas outras.
Exemplo:
Uma solução de NaOH 0,1N pode ser expressa em molaridade = 0,1M ou porcentagem em peso
por volume = 0,4% p/v, etc.
Para entendermos bem o preparo de soluções, é necessário inicialmente termos em mente alguns
conceitos básicos.
SENAI-RJ 80
Curso Técnico de Cervejaria – Introdução à análise laboratorial – laboratório I
Transferência de líquidos
A transferência de líquidos em laboratório é uma operação constantemente executada, e pode
ocasionar erros se não for realizada de forma adequada. É uma tarefa de execução bastante simples,
que deve ser feita com atenção, pois, além dos erros, pode gerar acidentes, às vezes graves.
Segurando um bastão de vidro com uma das mãos, colocá-lo em contato com a borda do frasco
contendo o produto a ser transferido.
Verter lentamente o líquido, mantendo sempre o bastão em contato com o frasco, de modo que o
líquido escorra sobre ele.
Quando a transferência for realizada a partir de um frasco com rótulo, segurá-lo com o mesmo
voltado para a palma da mão, evitando assim que se danifique, caso o líquido escorra.
No caso de transferências quantitativas (sem perdas), o bastão pode ser colocado de forma a
atravessar todo o diâmetro do frasco (béquer) e seguro com a mesma mão que sustenta o frasco.
Desta forma, com o auxílio de uma pisseta, devemos lavar o frasco para transferir os resíduos
remanescentes sem que existam perdas. Devem ser lavados também, com o mesmo cuidado, o bastão
e o funil utilizados neste tipo de transferência. As perdas, neste caso, acarretam a perda completa do
trabalho, por isso deve-se ter a máxima atenção.
Filtração
Boa parte dos processos de laboratórios utiliza a filtração para algum tipo de separação, seja com
o objetivo de purificar a solução, para analisar o precipitado ou até mesmo o líquido filtrado.
SENAI-RJ 81
Curso Técnico de Cervejaria – Introdução à análise laboratorial – laboratório I
Por si só, a aplicação de precauções óbvias e a cautela nos manuseios, na maioria dos casos,
reduzem estes perigos substancialmente.
Instruções gerais
1. Antes de se começar algum trabalho de laboratório deve-se estudar os detalhes do trabalho a
executar, envolvendo inclusive os aspectos teóricos da questão. Deve-se, portanto, ter uma
idéia clara do que será feito e de como será feito. Igualmente, deve-se ter a noção do porquê
está sendo feito desta maneira. Somente assim tira-se do exercício todos os seus ensinamentos
científicos e evita-se o trabalho tipo “livro de receitas”. Por outro lado, o trabalho realizado
conscientemente minimiza o perigo de acidentes e imprevistos.
2. Freqüentemente acontecem intervalos de tempo no decorrer do trabalho (tempo para
aquecimentos, repouso de substâncias ou reações, etc.). Use este tempo para fazer suas
anotações.
3. Use um caderno para estas anotações. Não use papéis soltos, pois eles podem ser facilmente
extraviados.
4. Todas as operações que requeiram o uso de substâncias sensorialmente desagradáveis ou
substâncias tóxicas devem ser realizadas nas capelas.
SENAI-RJ 82
Curso Técnico de Cervejaria – Introdução à análise laboratorial – laboratório I
Trabalhos de aquecimentos
Aquecimento direto na chama do bico de Bunsen só é utilizado para aquecer substâncias em tubos
de ensaio.
Nos outros casos, usa-se tela metálica, mantas de aquecimento ou banhos apropriados.
1. Quando aquecer uma solução num tubo de ensaio, não manuseá-lo em sua direção ou na
direção dos colegas, para evitar que eventuais projeções do líquidos provoquem acidentes.
SENAI-RJ 83
Curso Técnico de Cervejaria – Introdução à análise laboratorial – laboratório I
2. Manter o rosto tão distante quanto possível durante as operações de aquecimento ou mistura
de reagentes.
3. Nunca utilizar equipamento de vidro trincado ou quebrado. Substituí-lo imediatamente.
4. Se alguma solução ou reagente respingar na pele ou nos olhos, lavar imediatamente com bastante
água corrente e avisar o professor.
5. Não abandonar peças de vidro aquecido em qualquer lugar. Deixá-las esfriar demoradamente,
sobre tela de amianto ou placa aquecedora.
6. Não aquecer cilindros graduados ou frascos volumétricos para não deformá-los, já que a
leitura de volume é feita à temperatura ambiente.
7. Cápsulas e cadinhos de porcelana podem ser aquecidos ao rubro, mas o resfriamento deve ser
lento. Caso se utilize água para resfriá-lo, pode-se provocar queimaduras pelo vapor, além do
risco de ruptura do material.
8. As torneiras de gás devem ser sempre verificadas, para confirmar se estão fechadas, quando
não estiverem em uso.
SENAI-RJ 84
Curso Técnico de Cervejaria – Introdução à análise laboratorial – laboratório I
10. Manter a pia limpa e seca para evitar interação entre produtos.
11. Não pipetar soluções corrosivas ou tóxicas. Utilize uma bureta para tal fim.
12. Ao forçar tubos de vidro através de uma rolha, não usar nenhuma parte do corpo como suporte.
13. Nunca tentar introduzir tubos de vidro, termômetros e hastes de funil em rolhas de borracha
sem lubrificar o tubo e o orifício, com água; além disso, é importante proteger as mãos com um
pano grosso. Pegar a rolha firmemente com uma das mãos e, com a outra, introduzir o tubo no
orifício, girando a rolha e o tubo em sentidos opostos, de um lado para outro.
2. Álcalis Concentrados
Hidróxido de sódio (soda cáustica). Ataca a pele e pode produzir lesão nos olhos.
6. Álcool Metílico
A inalação ou ingestão pode provocar perturbações nervosas, cegueira e, no caso extremo, a
morte.
7. Cloro Gasoso
Extremamente irritante e tóxico. Provoca queimaduras irreversíveis.
8. Amônia (gás)
Altamente irritante para os olhos e mucosas.
SENAI-RJ 85
Curso Técnico de Cervejaria – Introdução à análise laboratorial – laboratório I
Importante!
Ao trabalhar em determinado laboratório devemos nos familiarizar com os locais
onde estão os equipamentos de proteção, chuveiros, equipamento para lavagem
dos olhos e o quadro indicativo de substâncias tóxicas e primeiros socorros.
Importante!
A inobservância e/ou má utilização das operações básicas, normas de segurança
e de trabalho em laboratório, podem provocar erros analíticos e ocasionar
acidentes. Além disso, você poderá ser prejudicado em seu trabalho.
SENAI-RJ 86
Curso Técnico de Cervejaria – Introdução à análise laboratorial – laboratório I
Exercícios
3. Por que não se deve medir volumes de líquidos quentes ou muito resfriados?
a) ( ) Porque a pipeta pode quebrar.
b) ( ) Porque seus volumes se alteram em função de temperatura.
c) ( ) Por causa do erro de Paralaxe.
d) ( ) Porque dificulta a visualização do menisco.
e) ( ) Porque causa corrosão no vidro.
4. O que se deve observar nas pipetas volumétricas que possuem dois traços?
a) ( ) Que o líquido deve ser jogado fora.
b) ( ) Que se pode pipetar substâncias tóxicas.
c) ( ) Que estas não permitem pipetar substâncias tóxicas.
d) ( ) Que o resíduo após escoamento deve ser soprado.
e) ( ) Que após o líquido escoar, o resíduo não deve ser soprado.
SENAI-RJ 87
Curso Técnico de Cervejaria – Introdução à análise laboratorial – laboratório I
5. O que se entende por uma solução titulante, numa determinação por titulação?
a) ( ) É uma solução que tem título.
b) ( ) Uma solução de concentração conhecida, colocada num erlenmeyer com um
indicador.
c) ( ) Uma solução de concentração conhecida, colocada numa bureta para determinar
o título de uma solução desconhecida em Erlenmeyer.
d) ( ) Uma solução que muda de cor.
e) ( ) Uma solução de concentração desconhecida que titula uma outra também
desconhecida.
7. O que se deve fazer para preparar uma solução diluída de um ácido concentrado?
a) ( ) Adicionar o ácido lentamente à água.
b) ( ) Adicionar a água lentamente ao ácido.
c) ( ) Adicionar a água rapidamente ao ácido.
d) ( ) Adicionar os dois simultaneamente.
e) ( ) Não efetuar qualquer adição.
SENAI-RJ 88
Curso Técnico de Cervejaria – Introdução à análise laboratorial – laboratório I
10. Ao se manusear um frasco de um produto químico, quais são os primeiros cuidados a serem
tomados?
a) ( ) Abrir o frasco e inalar os vapores, lentamente.
b) ( ) Abrir o frasco e ingerir uma pequena quantidade do produto, para se certificar de
sua origem.
c) ( ) Ler atentamente o rótulo para obter informações, como grau de pureza, toxidez e
primeiros socorros.
d) ( ) Ler atentamente o rótulo sem a preocupação com a toxidez do produto.
e) ( ) Desprezar a leitura do rótulo.
12. Num processo de titulação, para que serve uma “substância indicadora”?
a) ( ) Para indicar se a titulação deve ser feita no claro ou no escuro.
b) ( ) Para indicar se a titulação deve ser feita a quente ou a frio.
c) ( ) Para indicar o excesso do agente titulante.
d) ( ) Para indicar o ponto inicial de uma titulação.
e) ( ) Para indicar o ponto final de uma titulação, ao mudar de cor, com pequeno excesso
do agente titulante.
SENAI-RJ 89
Curso Técnico de Cervejaria – Introdução à análise laboratorial – laboratório I
SENAI-RJ 90
Curso Técnico de Cervejaria – Introdução à análise laboratorial – laboratório I
SENAI-RJ 91
Curso Técnico de Cervejaria – Introdução à análise laboratorial – laboratório I
20. Com referência à transferência de líquidos de um frasco para outro, qual dos procedimentos
abaixo é desaconselhável?
a) ( ) Segurar o frasco com o rótulo voltado para a palma da mão.
b) ( ) Utilizar um bastão de vidro.
c) ( ) Utilizar um funil.
d) ( ) Verter lentamente o líquido de modo que escorra sobre o bastão.
e) ( ) Verter rapidamente o líquido.
22. Por que não se deve pipetar com a boca soluções corrosivas ou tóxicas?
Resp.: _________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
23. Por que razão se deve ter, num laboratório, uma sala exclusiva para balanças?
Resp.: _________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
24. Por que se deve substituir imediatamente um aparelho de vidro, quando este estiver trincado?
Resp.: _________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
SENAI-RJ 92
Curso Técnico de Cervejaria – Introdução à análise laboratorial – laboratório I
25. Por que não se deve utilizar a mesma pipeta para pipetar soluções diferentes?
Resp.: _________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
Resp.: _________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
SENAI-RJ 93
Curso Técnico de Cervejaria – Introdução à análise laboratorial – laboratório I
Chave de respostas
Exercício 1
e) (X) É a repetibilidade de uma medida várias vezes.
Exercício 2
b) (X) É um erro causado por uma posição angular indevida, em relação ao menisco em
instrumentos volumétricos.
Exercício 3
b) (X) Porque seus volumes se alteram em função de temperatura.
Exercício 4
d) (X) Que o resíduo após escoamento deve ser soprado.
Exercício 5
c) (X) Uma solução de concentração conhecida, colocada numa bureta para determinar
o título de uma solução desconhecida em Erlenmeyer.
Exercício 6
a) (X) Quanto mais lenta a filtração, maior a qualidade do filtrado.
Exercício 7
a) (X) Adicionar o ácido lentamente à água.
Exercício 8
a) (X) É a concordância do valor lido com a quantidade medida.
Exercício 9
b) (X) É a menor quantidade que um instrumento pode registrar.
SENAI-RJ 94
Curso Técnico de Cervejaria – Introdução à análise laboratorial – laboratório I
Exercício 10
c) (X) Ler atentamente o rótulo para obter informações, como grau de pureza, toxidez e
primeiros socorros.
Exercício 11
d) (X) É o peso da amostra do material colocado diretamente sobre o prato da balança.
Exercício 12
e) (X) Para indicar o ponto final de uma titulação, ao mudar de cor, com pequeno excesso
do agente titulante.
Exercício 13
c) (X) No eletrodo.
Exercício 14
a) (X) Dissolver o material em água destilada fervida e resfriada e medir o pH do
sobrenadante.
Exercício 15
d) (X) 5,0 gramas de sacarose por 100 gramas de solução.
Exercício 16
b) (X) É uma solução preparada para conter certo número de moles em um litro de solução.
Exercício 17
c) (X) É uma solução preparada para conter certo número de equivalentes-gramas por
litro de solução.
Exercício18
d) (X) É uma solução preparada para conter certo número de moles por quilograma de
solvente.
SENAI-RJ 95
Curso Técnico de Cervejaria – Introdução à análise laboratorial – laboratório I
Exercício 19
e) (X) É uma solução preparada para conter certo número de partes de soluto por um
milhão de partes de solução.
Exercício 20
e) (X) Verter rapidamente o líquido.
Exercício 21
b) (X) Ao se manipular substâncias tóxicas ou voláteis ou desconhecidas.
Exercício 22
Exercício 23
Exercício 24
Porque ele pode romper-se durante a operação, com risco de perda do material e outras
conseqüências.
Exercício 25
Exercício 26
SENAI-RJ 96
Curso Técnico de Cervejaria – Introdução à análise laboratorial – laboratório I
Referências bibliográficas
GUERCHON, José Braga, Marco Antônio; SILVA, Reinaldo Carvalho. Apostila de Química
Analítica Quantitativa. Rio de Janeiro: ETFQ, s. d. 71p. tab.
SENAI-RJ 97
Introdução à análise
laboratorial — laboratório II
Nesta unidade...
Introdução
Microscopia
Exercícios
Chave de respostas
Referências bibliográficas
3
Introdução à análise laboratorial – laboratório II
2004
SENAI–Rio de Janeiro
Diretoria de Educação
Ficha Técnica
Edição revista da apostila Operações Básicas de Laboratório II. Vassouras, 2001. (Série
Cursos de Cervejaria). SENAI. RJ. CETEC de Produtos Alimentares. Coordenadoria de Informação
Tecnológica.
SENAI
SENAI––Rio de Janeiro
GEP – Gerência de Educação Profissional
Rua Mariz e Barros, 678 – Tijuca
20270-903 – Rio de Janeiro – RJ
Tel.: (21) 2587-1116
Fax: (21) 2254-2884
GEP@rj.senai.br
http://www.rj.senai.br
Curso Técnico de Cervejaria – Introdução à análise laboratorial – laboratório II
Introdução
O objetivo principal do material aqui apresentado é dar suporte ao profissional que atua ou atuará
em laboratórios de microbiologia e microscopia, alicerçando-o naquelas operações fundamentais para
que as atividades sejam executadas dentro dos níveis adequados de segurança, eficácia e confiabilidade
necessárias.
Esperamos que o material cumpra os objetivos para o qual foi idealizado e que seja útil aos que o
utilizarem. O CETEC de Produtos Alimentares agradece antecipadamente qualquer crítica ou sugestão
que venha contribuir para a melhoria do material aqui apresentado.
Laboratório e trabalhos
microbiológicos
Aspectos gerais
• O laboratório microbiológico deverá estar isolado de outros ambientes, como, por exemplo, do
laboratório físico-químico e dos escritórios.
• O piso, as paredes da sala e as áreas das mesas de trabalho deverão ser fáceis de limpar e
desinfetar (cobertura de ladrilhos ou material plástico), pois é obrigatório uma limpeza sistemática
e sanitização dos pisos, paredes, balcões e mesas de operação.
• O ambiente devera ser mantido isento de poeira.
SENAI-RJ 101
Curso Técnico de Cervejaria – Introdução à análise laboratorial – laboratório II
Importante!
Para isso, é necessário:
– manter fechadas as portas e janelas das salas de trabalhos microbiológicos; e
– ar renovado ou refrigerado, somente através de instalações de ar-condicionado
com filtros apropriados. Os aparelhos de ar-condicionado deverão ser mantidos
rigorosamente limpos.
• Jamais trazer para o interior do laboratório microbiológico, ou manter nele depositados, caixas
para garrafas, garrafas vazias, embalagens de materiais, etc.
• Para a guarda e a limpeza de material usado e sujo (pipetas, bastões de vidro, lâminas, lamínulas,
espátulas, placas de Petri, etc.), deverão existir locais em separado e isolados.
• A microscopia e a protocolagem de material não deverão ser procedidas na sala de microbiologia
propriamente dita, porém em sala pequena e separada. No caso de uma contaminação (impureza
microbiológica involuntária), os microscópios e equipamentos de escrita seriam dificilmente limpos
ou desinfectados.
• Ao pessoal não autorizado e estranho ao serviço deverá ser impedido o acesso ao laboratório
microbiológico. Um arraste de microrganismos pode trazer conseqüências irreparáveis.
• Auxiliares inexperientes deverão ser orientados sobre possíveis perigos de contaminação, instruídos
e supervisionados.
• A localização dos produtos de neutralização, dos extintores, das caixas dos primeiros socorros e
das instruções de uso deverá ser de pleno conhecimento de todos os auxiliares de laboratório.
• Uma lista ou cartaz contendo todas as substâncias tóxicas existentes e dos microrganismos perigosos
deve ser afixado em lugar visível.
• O vestuário de trabalho deverá ser confeccionado com material consistente e resistente à fervura.
É necessária uma troca periódica e não somente em casos de impurezas visíveis.
• Materiais de análises e cultura de microrganismos deverão ser sempre tratados como se
contivessem m.o. patogênicos.
m.o.
Todas as vezes, durante a leitura, que aparecer a abreviatura "m.o."
leia microrganismo.
SENAI-RJ 102
Curso Técnico de Cervejaria – Introdução à análise laboratorial – laboratório II
Observação
1. O teor de m.o. do ar ambiente laboratorial em conseqüência da quantidade de
pessoas que trabalham na sala é de 500 a 2.000 germens/m3.
2. O teor de m.o. do ar externo conforme local e estação do ano é de 100 a 500
germens/m3.
3. Transmissão de m.o. através das pessoas:
– polpa dos dedos: 20 a 100 m.o./cm3.
– palma das mãos: 1.000 a 6.000 m.o.
– espirro: 104 a 106 m.o.
– 1ml de escarro/saliva:106 a 108 m.o.
– 1ml de secreção nasal: 106 a 107 m.o.
SENAI-RJ 103
Curso Técnico de Cervejaria – Introdução à análise laboratorial – laboratório II
Mãos em contato com m.o., de forma inadvertida • lavar bem as mãos e, logo após, usar
um produto desinfetante (mistura de
álcool a 70% e 1% de glicerina), ou
outra solução desinfetante.
SENAI-RJ 104
Curso Técnico de Cervejaria – Introdução à análise laboratorial – laboratório II
• Microscópio biocular – para campos claro e escuro, contraste de fase, com os seguintes dispositivos
óticos:
Objetivas:
Ocular:
10 x (ou 12,5 x)
SENAI-RJ 105
Curso Técnico de Cervejaria – Introdução à análise laboratorial – laboratório II
• Estação de filtração por membrana para diversas unidades de filtro ou frasco anaeróbico
SENAI-RJ 106
Curso Técnico de Cervejaria – Introdução à análise laboratorial – laboratório II
SENAI-RJ 107
Curso Técnico de Cervejaria – Introdução à análise laboratorial – laboratório II
• Estereomicroscopia
• Grande armário e/ou sala apropriada, temperados por lâminas e iluminação indireta
• Aparelho agitador
SENAI-RJ 108
Curso Técnico de Cervejaria – Introdução à análise laboratorial – laboratório II
• Potenciômetro ou medidor de pH
• Armários de guarda ou depósito de instrumentos, vidraria, materiais diversos, como, por exemplo,
meios nutritivos, pipetas, placas de Petri, etc.
• Instalação de desmineralização de água
• Cestos de arame
• Aparelho coletor de amostras de ar
• Aparelho automático de envases de soluções
Materiais reutilizáveis
• Frascos para meios nutritivos com tampa rosqueável.
• Pinças
a b
a) alça de platina; c
b) fio de platina;
c) espátula de Drigalski;
SENAI-RJ 109
Curso Técnico de Cervejaria – Introdução à análise laboratorial – laboratório II
f) tubo de Durham;
g) tubo de guerra;
i
h
SENAI-RJ 110
Curso Técnico de Cervejaria – Introdução à análise laboratorial – laboratório II
j) frasco Erlenmeyer;
k) frasco de "Steilbrust";
l) frasco de cultura seg. Fernbach;
j l
k
m) lâmina de vidro;
n) lâmina com depressão convexa; e
o) lamínula (essas não são mais lavadas e sim jogadas fora).
E, ainda:
• Garrafas de esguicho em polietileno de 500 ml, para álcool e água.
• Pipetas.
• Tubos de ensaio de paredes grossas, sem borda.
SENAI-RJ 111
Curso Técnico de Cervejaria – Introdução à análise laboratorial – laboratório II
Materiais não-aproveitáveis
• Lamínula para microscópio.
• Placas de Petri de material sintético.
• Tubos com bastonete para SWAB.
Técnicas de esterilização
Em um trabalho microbiológico é fundamental que os meios de cultura, instrumentos e recipientes
de cultura estejam esterilizados.
SENAI-RJ 112
Curso Técnico de Cervejaria – Introdução à análise laboratorial – laboratório II
Calor
Em cada forma de esterilização por ar quente e vapor o produto submetido à esterilização nos
equipamentos atinentes (esterilizados) leva algum tempo para atingir a temperatura de esterilização. O
andamento de uma esterilização, com relação ao período de duração, divide-se em quatro segmentos:
a) tempo de preaquecimento: tempo necessário para o aquecimento do próprio esterilizador;
b) tempo de equilíbrio: tempo necessário para que o produto atinja a temperatura de esterilização;
c) tempo de exterminação: tempo à temperatura definida para a extinção dos m.o.; e
d) tempo de esfriamento: tempo necessário para o esfriamento do produto estéril.
[ºC]
120
100
Temperatura
80 do vapor
60 Temperatura no produto a
esterilizar
40
20
10 20 30 40 50 60 70 80 90 min
SENAI-RJ 113
Curso Técnico de Cervejaria – Introdução à análise laboratorial – laboratório II
Temperatura Duração
160ºC 180 minutos
170ºC 120 minutos
180ºC 30 minutos
Tempos de equilíbrio ou de compensação longos deverão ser programados. Assim, uma pilha de
placas de Petri, numa estufa de ar quente a 180ºC, apenas atinge uma temperatura de 160ºC, nas
posições mais desfavoráveis, após 3,5 horas. Quando o algodão, inserido entre o produto a esterilizar,
ficar levemente amarronzado após o tratamento pelo calor, é um sinal de que havia a temperatura
determinada para a esterilização.
Importante!
Não superaquecer o punho de fixação!
SENAI-RJ 114
Curso Técnico de Cervejaria – Introdução à análise laboratorial – laboratório II
Grande cuidado deve-se ter quando, logo após a inoculação, ainda se agregam grandes quantidades
de m.o. na alça. Nesse caso, a alça deverá ser preliminarmente mergulhada numa solução de álcool a
70%. Evita-se, dessa forma, um salpicar do material de inoculação ainda ativo e uma formação de
aerosol impregnado de germens.
Calcinação da
alça de platina
Aparelhos metálicos, como “filtros a membrana”, tesouras, pinças, etc., assim como vidraria, pipeta
e bastões de vidro, são comumente flambados para uma rápida esterilização. As partes de vidro
devem ser mergulhadas em solução de álcool a 70% antes da flambagem. Também as bordas e as
vedações dos frascos de cultura deverão ser flambadas de imediato após a abertura e antes do
fechamento.
Esse método é considerado pouco seguro e confiável, uma vez que sua eficácia dificilmente pode
ser comprovada e ainda porque esporos de bactérias ambientais sedimentáveis podem sobreviver às
breves temperaturas atuantes de 290ºC.
SENAI-RJ 115
Curso Técnico de Cervejaria – Introdução à análise laboratorial – laboratório II
O mosto cervejeiro, para sua esterilização, é submetido, em três dias consecutivos, a um aquecimento
de 100ºC, durante 30 minutos em cada dia. Com isso, os esporos sobreviventes do primeiro aquecimento
se liberam e as células vegetativas morreriam durante o segundo e terceiro aquecimento.
1 . Termômetro
2 . Tampa
3 . Câmara de esterilização
e carga dos produtos
4 . Direção do fluxo de vapor
5 . Peneiras
6 . Produtos a esterilizar
7 . Indicador do nível de água
8 . Água
9 . Fonte de calor
SENAI-RJ 116
Curso Técnico de Cervejaria – Introdução à análise laboratorial – laboratório II
1. Manômetro
2. Tampa
3. Direção do fluxo de vapor
4. Câmara de esterilização
e carga dos produtos
5. Peneiras
6. Termômetro
7. Indicador do nível de água
8. Válvula
9. Água
10. Fonte de Calor
O método mais importante e confiável para a exterminação de m.o. é a esterilização por vapor em
autoclaves. Nesse recipiente à pressão pode-se atingir temperaturas acima de 100ºC. Para tanto, a
água é levada à fervura.
Através da válvula aberta, o ar contido é expulso do recipiente pelo vapor gerado. Após o fechamento
da válvula de escape há um aumento da temperatura do vapor de água paralelamente com o aumento
da pressão, até valor programado através de um termostato ou válvula com contrapeso.
Temperaturas em autoclaves
em relação a pressões de vapor reinantes
2 121
3 134
4 144
SENAI-RJ 117
Curso Técnico de Cervejaria – Introdução à análise laboratorial – laboratório II
100 10
500 20
1.000 22
O tempo de extermínio dos m.o. deverá ser de 20 minutos a 121ºC (2 bar) e de 5 minutos a 134ºC
(3 bar). Após o término do tempo de extermínio, a pressão não deverá ser evacuada. Deixa-se,
preferencialmente, após desligamento, resfriar o equipamento para ca. De 80ºC antes da retirada da
carga de produtos.
Importante!
Durante a esterilização a vapor, os materiais deverão ser protegidos de
uma posterior contaminação.
As placas de Petri e pipetas, antes da esterilização, são colocadas em recipientes metálicos cilíndricos
especiais ou embrulhadas com folhas de alumínio. Os frascos vedados com chumaço de algodão ou
material celulósico são cobertos, na autoclave ou vaso gerador de vapor, com uma folha aluminizada
para proteção contra o gotejamento da água condensada.
Para uma autoclavagem, as garrafas vazias tamponadas deverão conter alguns ml de água para
também haver uma formação de vapor no interior das mesmas.
Importante!
Somente retirar garrafas resfriadas. Perigo de explosão!
SENAI-RJ 118
Curso Técnico de Cervejaria – Introdução à análise laboratorial – laboratório II
Filtrações etéreis também poderão ser processadas através do uso de "filtros a membrana". Produtos
químicos também são empregados para a esterilização e/ou desinfecção. Os mais utilizados são o
álcool a 70% (por exemplo, etanol, isopropanol) e formalina a 10%. Esses componentes provocam a
precipitação das proteínas.
Para a eliminação dos m.o. do ar ambiente das salas de trabalho e dos localizados sobre superfícies
são geralmente utilizadas as "radiações da luz ultravioleta". Os raios U.V. atuam somente sobre as
faixas focalizadas. Danificam o DNA e matam os m.o. A radiação U.V. é mais ativa na faixa de
comprimento de onda de 260mm.
Meios de cultura
Os meios de cultura são necessários para:
a) comprovação da presença de m.o.;
b) cultivo de m.o.; e
c) preservação de m.o.
Todos os meios de cultura têm em comum o fato de, através de sua composição apropriada,
possibilitarem o crescimento de m.o.
As substâncias componentes dos meios de cultura deverão estar balanceadas em função dos m.o.
a culturas, ou seja, em relação às características de seus metabolismos. A composição dos meios de
cultura resulta de uma mistura de substâncias orgânicas e inorgânicas, como, por exemplo, proteínas
hidrolisadas, carboidratos, sais minerais, elemento traço e vitaminas.
Todos os m.o. possuem em comum o poder de assimilar, apenas para sua nutrição e multiplicação,
substâncias nutritivas solúveis. Além da água e dos componentes nutritivos, é também de grande
importância o valor de pH do meio de cultura. Com isso estará assegurada uma propagação otimizada
dos m.o.
Conforme o caso exigido, os meios de cultura deverão ser solidificados por um produto gelificante.
O produto gelificante Agar-Agar é um polisarcarídeo obtido a partir de algas. Por uma adição de 1%
ao meio de cultura, pode ser aquecido até 121ºC. A capacidade de gelificação não fica reduzida e,
além disso, o Agar-Agar tem a vantagem de não ser degradado pelos m.o. O Agar-Agar fluidifica
acima de 96ºC e gelifica abaixo de 43ºC, assumindo novamente a forma consistente, ou seja, solidificada.
O agar deverá estar integrado aos meios de cultura sólidos nas concentrações de 1% a 2%.
Outro produto gelificante é a gelatina, uma proteína obtida de ossos e tecido conjuntivo.
Atualmente a gelatina não é mais empregada, pois pode ser hidrolisada por m.o. proteolíticos.
SENAI-RJ 119
Curso Técnico de Cervejaria – Introdução à análise laboratorial – laboratório II
Os referidos meios devem conter, pelo menos, uma adição de 1% de Agar-Agar. Possibilitam uma
separação e avaliação morfológica de colônias individuais. Meios de cultura solidificados são próprios
para o teste qualitativo e quantitativo do coeficiente numérico e tipo de m.o.
A adição de Agar-Agar mantém-se abaixo de 1%. Os referidos meios servem para a comprovação
de m.o. móveis e são utilizados em tubos de cultura de alta camada. Através de uma pontada vertical,
o meio de cultura é inoculado. Germens móveis crescem em formato de tufos ou feixes na profundeza
do meio. Uma determinação do coeficiente numérico em meios de cultura semi-sólidos e líquidos não
é possível.
SENAI-RJ 120
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Sólidos Líquidos
Vantagens: Vantagens:
1. Contagem de m.o. possível, também para 1. Provisionamento otimizado de nutrientes,
mistura de m.o. (de cada célula uma colônia). com as células circundadas completamente
da solução nutritiva.
2. Células são distintas, sem nenhuma 2. Desassimilação de substâncias metabólicas
influência recíproca por diferentes tipos de interferentes.xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
m.o.
3. Imediata extração do inoculado e testes 3. Morfologia otimizadas por livre propagação,
possíveis. sem impedimentos por parte de células
x 4. Curto tempo de desenvolvimento, mesmo vizinhas.
com traços de m.o. 4. Menores custos.
Desvantagens: Desvantagens:
1. Abastecimento deficiente de nutrientes para 1. Impossível comprovação do coeficiente
as colônias. inicial numérico de m.o.
2. Nenhuma desassimilação de produtos 2. Opressão de um grupo de m.o. por outro
metabólicos. na mistura de m.o.
3. Células morfologicamente não desenvolvidas 3. Impossível o teste de identificação.
otimamente.
4. Maiores custos. 4. Maior duração de desenvolvimento quando
em traços.
A oferta de nutrientes é de tal forma definida que permite um crescimento otimizado de um grande
número de tipos de m.o., sem inibir nenhum grupo. São meios de cultura para a determinação da
contagem total de m.o.
Exemplo:
SENAI-RJ 121
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Exemplo:
MRS-Agar são iniciais segundo seus descobridores – Man, Ragosa e Sharpe – para bactérias
danosas à cerveja.
Possibilitam uma diferenciação com base num determinado comportamento das colônias.
Exemplo:
Dos produtos secos em pó podem ser preparados meios de cultura sólidos, meio sólidos ou líquidos.
Pode-se também comprar meios nutritivos elaborados em garrafas, que podem ser fluidificados em
água fervente e, posteriormente, fluir para placas de Petri ou tubos de cultura.
Uma alternativa para meio de cultura sólido é a aquisição de "discos de material celulósico com
nutrientes". Um disco de cartolina estéril, com propriedades de absorção, contém os componentes
nutritivos em forma seca. Por adição de água esterilizada, as referidas substâncias são dissolvidas e o
disco está pronto para uso.
Todos os meios de cultura, após inoculados com m.o., deverão estar sob determinadas condições e
colocados numa estufa de incubação.
SENAI-RJ 122
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Agar-MRS à cerveja
5 dias = anaerobiose
Estes meios de cultura contêm os nutrientes essenciais para detectar também os m.o. de crescimento
lento.
O NBB-Agar evidencia uma seletividade algo maior do que os dois outros, abrangendo,
exclusivamente, por incubação anaeróbica, os m.o. rigorosamente danosos à cerveja e os mais
importantes tipos de m.o. potencialmente danosos à cerveja.
SENAI-RJ 123
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de leveduras de cultivo, entretanto, poderão se desenvolver leveduras selvagens, como, por exemplo,
Saccharomyces pastorianus ou Sacch. diastaticus, não provocando, porém, uma viragem do indicador.
O meio nutritivo contém o "Indicador Vermelho de Clorofenol".
O cultivo sobre NBB-Agar, além de permitir a avaliação morfológica das colônias, também possibilita
a determinação da contagem de m.o. e a execução de testes complementares, como o comportamento
segundo Gram e teste da catalase.
O NBB-Bouillon ou Caldo destaca-se como sendo um meio de detecção com a mais alta sensibilidade.
São utilizados como frascos de cultura, de preferência, tubos de ensaio com vedantes gás-permeáveis
(por exemplo, rolhas de substância esponjosa).
Resultados já podem ser obtidos após 4 dias, porém a avaliação final se processará após 10 a 12
dias.
Esse meio de cultura é dissolvido em água destilada e é seletivo para bactérias contaminantes da
cerveja.
Agar VLB-S7
Foi desenvolvido pela VLB Berlin. É um meio seletivo para lactobacilos.
Geralmente, o meio nutritivo S-7 é empregado para a comprovação de m.o. nocivos à cerveja. O
referido meio contém Verde Bromocresol como indicador e descolora quando da produção de ácidos.
SENAI-RJ 124
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BSNB
Meio nutritivo específico líquido para m.o. nocivo à cerveja, segundo Kretschmer, no qual também
se desenvolvem leveduras e bactérias gram-negativas.
A incubação demora acima de 7 dias. O meio nutritivo pode ser preparado em laboratório.
Preparação:
• 1.500ml de cerveja Pilsener;
• 100ml de leite peptonado;
• 4.500ml de água nobre cervejeira;
• 200ml de levedura cervejeira autolisada;
• 140g de suco de tomate; e
• 60g de glicose.
Agar-Acetato
O Agar-acetato é um meio "deficiente" e contém acetato, que ativa e acelera a formação de
ascósporos.
Composição:
• 0,2g de rafinose;
• 4,0g de Acetato de Sódio p.a. ou 5,6g de Acetato de Sódio 3H2O; e
• 20,0g de Agar.
Esses componentes são dissolvidos em 1 litro de H2O destilada e autoclavados.
SENAI-RJ 125
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Agar-Violeta Cristal
Usado para análise de leveduras "selvagens" do gênero Saccharomyces. O referido meio de cultura
inibe as leveduras de cultivo e leveduras "selvagens" do gênero não Saccharomyces.
Preparação:
• fluidificar o Agar-mosto preparado;
• dissolver 20mg de Violeta Cristal em 1 litro do Agar-mosto liquefeito e dosar essa quantidade em
frascos Erlenmeyer esterilizados; e
• durante 2 dias esterilizar por 15 minutos a 100ºC. O Agar-Violeta Cristal não deverá ser preparado
antecipadamente.
Agar-Lisina
Para análise de leveduras não pertencentes ao gênero Saccharomyces. O referido meio de cultura
contém o aminoácido lisina como única fonte nutritiva assimilável. Esse componente somente pode ser
decomposto pelas leveduras do gênero não Saccharomyces. As leveduras do gênero Saccharomyces
não se desenvolvem.
Pelos meios de cultura ou testes indicados, as leveduras permitem uma classificação conforme o
seguinte esquema:
Agar-mosto + + +
Agar-Acetato – + – ou (+)
Agar-Violeta Cristal – + –
Agar-Lisina – – +
Importante!
Esterilizar significa, para o processo de elaboração dos meios nutritivos
de cultura, que esses meios são autoclavados, geralmente, durante 20
minutos, a 121ºC (= 2 bar).
SENAI-RJ 126
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As placas de Petri, como sabemos, são compostas de placas duplas embutidas, a de fundo e a da
tampa em vidro reutilizáveis. Ultimamente, estão sendo aceitas as placas de Petri de material sintético
descartável. Para a filtração por membrana usam-se placas menores, com 60mm de diâmetro. Para
inoculação de superfície, utilizam-se placas com 90mm de diâmetro.
As placas de Petri plásticas estão contidas em sacos de polietileno fundidos. O referido conjunto foi
esterilizado pelo fabricante por raios gama ou óxido de etileno.
As placas de Petri de vidro deverão ser, após cada uso, rigorosamente limpas e, como já observado
anteriormente, esterilizadas em autoclaves.
Como as placas de Petri devem ser dosadas com 15 a 20ml de Agar fluidificado e, como essa
quantidade torna-se difícil de ser estimada a partir de um Erlenmeyer, evidenciou-se como oportuno, a
princípio, despejar o Agar em tubos de ensaio. Pode-se então armazenar, na geladeira, uma grande
quantidade de tubos contendo porções do meio de cultura previamente esterilizados. Para sua
reutilização, conforme a necessidade, procede-se à fluidificação por aquecimento em banho-maria,
vertendo-se o Agar líquido nas placas estéreis. Essas são as chamadas "placas de cultura".
Quando, durante a moldagem das placas, aparecerem pequenas bolhas na superfície do Agar, as
mesmas poderão ser removidas, antes da completa solidificação do meio, através de uma rápida
flambagem.
Todas estas operações deverão ser processadas no interior da capela fluxo-laminar, junto à chama
de um bico de Bunsen (ar ascendente), quando então a tampa da placa deverá ser levantada somente
a uma altura estritamente necessária.
SENAI-RJ 127
Curso Técnico de Cervejaria – Introdução à análise laboratorial – laboratório II
Os meios de cultura recém-dosados não são adequados para trabalhos microbiológicos. O Agar,
por exemplo, quando desentumesce, espreme água. Por isso, as placas com Agar, antes da inoculação,
devem ser secas numa estufa de secagem a 37-40ºC, durante 30 a 60 minutos.
Nessa ocasião, o fundo e a tampa são separados e empilhados inclinados com as aberturas para
baixo, conforme demonstrando a seguir. Uma segurança contra o gotejamento de água condensada.
d) Placas fechadas, com o fundo normal para cima, são armazenadas embaladas até o uso para
inoculação. Devem ser preparadas placas para um abastecimento semanal, considerando que
meios nutritivos velhos ressecam e fissuram.
Meios de cultura fissurados não deverão ser mais usados, pois, com
um teor de água mínimo, haverá inibição no crescimento de
microrganismos.
Para a maioria dos meios de cultura, comprovou-se como positivo guardar em geladeira a 4-6ºC.
Muito importante é resguardar os meios da ação da luz. Poucas horas antes de seu uso, os meios de
SENAI-RJ 128
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cultura deverão ser retirados da geladeira e aquecidos numa estufa de incubação. Por esse procedimento
é evitado um retardamento do crescimento dos m.o. por um eventual meio nutritivo muito frio.
1 3
Os tubos de cultura podem receber meios nutritivos sólidos, semi-sólidos ou líquidos. Os tubos a
seguir são guardados em copos Becher, com o fundo almofadado com algodão, ou em suportes de
armação metálica gradeada. Para um posicionamento seguro, também
servem tacos de madeira com perfurações de 6cm de profundidade e ca.
de 18mm de diâmetro.
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Técnicas de culturas
A cultura de m.o. engloba duas etapas:
1ª Etapa
– inoculação dos meios de cultura esterilizados com uma pequena porção microrgânica denominada
"inóculo" ou "semeadura".
2ª Etapa
– reparação dos requisitos necessários ao crescimento. Junto com a temperatura, o abastecimento
do oxigênio é fundamental. Os processos de culturas podem ser diferenciados como sendo:
culturas aeróbias e anaeróbias.
As chamadas culturas de superfície são procedidas sobre meios de cultura sólidos (placas, Agar
inclinado) e as chamadas culturas suspensas, sobre a superfície de soluções nutritivas, que servem,
especialmente, para o crescimento de fungos ou bolores.
Enquanto o oxigênio nas culturas de superfície pode atingir facilmente o interior das células, a
difusão fica fortemente entravada quando as células crescem numa solução nutritiva. Nessas culturas,
ditas submersas, em conseqüência do empobrecimento em oxigênio abaixo da superfície líquida, resultam
imediatamente condições anaeróbicas. Micróbios aeróbicos, conseqüentemente, deixam-se cultivar
em meios submersos somente quando for providenciado um suprimento suficiente e constante de
oxigênio.
A B C 1. Chumaço de algodão
D 2. Suspensão de bactérias
3. Rolha de borracha
4. Suspensão de bactérias
5. Tampa frouxa
6. Fixadores de frascos
7. Mesa agitadora
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Curso Técnico de Cervejaria – Introdução à análise laboratorial – laboratório II
Nos procedimentos de culturas anaeróbicas ocorre o cultivo de m.o. numa atmosfera quase isenta
de oxigênio. Nestas condições, em que se tratando dos rigorosos e facultativamente anaeróbicos, a
energia necessária é ganha no transcorrer da fermentação.
Microrganismos facultativamente anaeróbicos são geralmente cultivados em tubos cheios com
solução nutritiva até 2/3 de seu volume. Acima do pequeno limite de fase, entre o meio e o ar, somente
pode penetrar um mínimo de oxigênio. Dessa maneira, existem condições anaeróbicas no fundo do
tubo.
A
1. Grampo de tubo de
borracha
2. Entrada para a bomba
de aquário
3. Tubo de borracha do
aquário
4. Chumaço de algodão
5. Tubo de silicone
(diâmetro interno 6mm
e diâmetro externo
8mm)
6. Tubo de vidro com
ponta estirada,
(diâmetro 6mm)
7. Cultura
1. Canal de picada
2. Crescimento bacteriano
3. Agar ou óleo de parafina
estéril
As culturas de picada são freqüentemente preparadas para testar como os m.o. se comportam em
relação ao oxigênio, ou seja, identificar se um m.o. é:
SENAI-RJ 131
Curso Técnico de Cervejaria – Introdução à análise laboratorial – laboratório II
Um tubo de cultura com Agar inoculado pode ainda receber uma sobrecarga de Agar ou óleo de
parafina estéril, como barreira adicional contra o oxigênio (figura d).
Após a solidificação do Agar é o inóculo transferido para o meio nutritivo, através da picada de
uma agulha ou fio de platina. O m.o. correspondente se desenvolve na parede da coluna vertical, onde
predominarem as condições mais favoráveis de oxigênio (figuras a-d). Isto é reconhecível pelo
distanciamento da zona de turvação (zona de crescimento) da superfície do substrato (figuras a-d).
Os tubos de cultura de picadas são mais vantajosos do que os tubos de cultura com meio Agar
inclinados, porque o meio de cultura não resseca tão rapidamente e o desenvolvimento é mais fraco.
Conseqüentemente, são consumidos menos nutrientes e formadas menores quantidades de produtos
metabólicos prejudiciais.
Importante!
Culturas-base podem ser guardadas por várias semanas em geladeira, a
4-6ºC. Entretanto, as mesmas deverão ser renovadas, seguindo um rígido
plano de execução, após cada 4 semanas, com reinoculação sobre meios
nutritivos recém-preparados. Vez por outra, por estriamento, deverão ser
testadas as culturas quanto à presença de m.o. estranhos.
Através da guarda em forma inclinada, obtém-se uma maior superfície ativa após solidificação do
meio nutritivo (fig. B-E) A = tubo de cultura de camada ampla.
SENAI-RJ 132
Curso Técnico de Cervejaria – Introdução à análise laboratorial – laboratório II
Culturas líquidas de m.o. aeróbios devem ser preparadas, preferencialmente, em frascos Erlenmeyer
(1), em frascos verticais de peito escarpado com bocal esmerilado (= Freudenreich, antigo (2)) e
frasco de cultura Fernbach (3) de fundo largo.
Uma grande superfície divisória entre o meio de cultura e o ar facilita o intercâmbio gasoso e
favorece o desenvolvimento da cultura.
Esses frascos de cultura podem ser vedados com buchas de algodão e de material celulósico, ou
com cápsulas metálicas apropriadas.
SENAI-RJ 133
Curso Técnico de Cervejaria – Introdução à análise laboratorial – laboratório II
Técnicas de inoculação
Em microbiologia, entende-se por "inocular" a transferência de m.o.vivos sobre ou em um
determinado meio de cultura. Para isso, utilizam-se diferentes instrumentos de inoculação, conforme
figura abaixo.
1. Alça de platina
2. Fio de platina
3. Espátula
4. Alça, olhal
5. Comprimento da alça de
platina
6. Rosca de fixação da alça de
platina
7. Cabo metálico de
manipulação
8. Comprimento total da haste
coletora
9. Punho metálico com
cobertura de borracha
10. Fio de platina
11. Articulação da espátula
2 2
3 3
4 7,5
Com alça de platina são inoculados, principalmente, meios de cultura de Agar e pequenas quantidades
de meios nutritivos. A alça de platina deverá ser, antes ou após seu uso, levada ao rubro na chama de
um bico de Bunsen (procedimento já referido anteriormente).
SENAI-RJ 134
Curso Técnico de Cervejaria – Introdução à análise laboratorial – laboratório II
A espátula (denominada Alça de Drigalski) serve para a distribuição homogênea de inóculo (por
exemplo, suspensão de bactérias), sobre a superfície de um meio de cultura sólido.
Importante!
O instrumento de inoculação não deverá ser largado sobre as mesas de trabalho,
e sim guardado verticalmente nas perfurações de um suporte de madeira.
SENAI-RJ 135
Curso Técnico de Cervejaria – Introdução à análise laboratorial – laboratório II
Material: tubos de cultura, placas de Agar, bico de Bunsen, alça de platina, suporte de tubos de
ensaio e suporte do instrumental de inoculação.
SENAI-RJ 136
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Material: tubos de cultura, por exemplo, tubos de cultura Agar inclinados, bico de Bunsen, alça de
platina, suporte para tubos de ensaio, suporte para instrumentos de inoculação.
SENAI-RJ 137
Curso Técnico de Cervejaria – Introdução à análise laboratorial – laboratório II
Microscopia
Composição do microscópio
1
.
2
4
15
5 .
6
10
7 11
14
8
9
12
13
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Curso Técnico de Cervejaria – Introdução à análise laboratorial – laboratório II
Importante!
As objetivas são lentes de vidro encaixadas em suportes metálicos.
Chamam-se objetivas porque objetivam a observação do “objeto” sobre
a platina do microscópio. As objetivas constituem as partes mais sensíveis
do microscópio.
Deverá ser observado para que as objetivas não batam jamais sobre o preparado ou lâmina, quando
da ajustagem do foco.
Importante!
As lentes de vidro deverão ser regularmente limpas, com esmero e cautela.
Uma objetiva é:
• determinante para a capacidade de um microscópio;
• importante para o aumento individualizado dos objetos microscópicos observados; e
• importante para a nitidez do objeto microscópico observado.
Através das objetivas são projetadas figuras reais e invertidas dos objetos, que são observadas pelo
globo ocular através das lentes oculares, como se fosse através de uma lupa.
SENAI-RJ 139
Curso Técnico de Cervejaria – Introdução à análise laboratorial – laboratório II
a. Olho
b. Ocular
c. Objetiva
d. Lâmpada
An = n x sem. α
Onde:
An = abertura numérica (está gravada na guarnição da objetiva).
n = índice de refração (do meio entre o objeto e a objetiva do ar, quando da utilização do sistema
"seco", ou do óleo de imersão, quando da observação através de uma objetiva de imersão).
Sem . α = metade do ângulo de divergência ou de abertura, da lente frontal da objetiva.
Observação
A abertura numérica em sistema seco pode atingir, no máximo, o valor
1 (= ar). Na prática, entretanto, alcança-se apenas um valor
equivalente a 0,95.
Nos sistemas de imersão, para eliminar a reflexão total, é intercalado um meio líquido que possua o
mesmo índice de refração que o do vidro.
SENAI-RJ 140
Curso Técnico de Cervejaria – Introdução à análise laboratorial – laboratório II
Somente após a introdução da "técnica de imersão", na qual o espaço entre a lente e o objeto é
preenchido com um "óleo de imersão" (n = 1,5), pode ser melhorada a abertura numérica.
A finalidade do "óleo de imersão" é reduzir a refração dos raios luminosos, permitindo que sejam
dirigidos diretamente para a objetiva. Quando não se usa o óleo de imersão, parte dos raios luminosos
é desviada ou refratada ao atravessarem a lâmina de vidro onde se encontra a preparação a ser
visualizada. Esse desvio ocorre devido ao índice de refração do vidro. Por isso os raios sofrem um
desvio menor, permitindo uma imagem mais clara e nítida.
Lente Lente
Raios
Óleo de Lâmina perdidos
imersão de vidro
Fonte
de luz
Observação
Quanto menor é a distância entre os pormenores do objeto, que propicia o
discernimento pela objetiva, maior é a sua capacidade de resolução.
λ
d = ––––
A
Onde:
SENAI-RJ 141
Curso Técnico de Cervejaria – Introdução à análise laboratorial – laboratório II
Pela utilização de um microscópio UV, atinge-se uma resolução de 0,1 µm, enquanto num microscópio
eletrônico consegue-se até 0,001 µm.
Como já vimos, o aumento total do objeto focalizado é igual ao aumento da ocular vezes o da
objetiva. Quanto maior for o aumento da objetiva, mais próxima à mesma deverá ficar do objeto a ser
focalizado. A distância entre a lente e o objeto é chamada de "distância focal" ou "comprimento focal".
Deste modo, a distância focal da objetiva de 10x é de 16mm, da objetiva de 40x é de 4mm, e da
objetiva de imersão é de 1,8mm, como mostrado na figura abaixo.
As lentes objetivas geralmente são em número de 4, com aumentos de 10x, 40x, 60x a 63x e 100x.
A objetiva de 100x é denominada "lente de imersão", porque para ser usada é necessário que fique
imersa em um óleo mineral (óleo de imersão).
Na parte externa da guarnição das objetivas estão gravadas a marca de fábrica e número de
fabricação, assim como diversos valores que caracterizam as propriedades da objetiva.
SENAI-RJ 142
Curso Técnico de Cervejaria – Introdução à análise laboratorial – laboratório II
Observação
O comprimento do tubo deverá ser mantido para assegurar a correção da
objetiva.
É fundamental que se evite uma combinação de acessórios de diferentes fabricantes, pois existem
microscópios e objetivas com diferentes comprimentos de tubos (160, 170, 250, etc.).
Também deverão ser utilizadas lamínulas com especificações adequadas no interesse de obtenção
de uma boa qualidade de imagem.
Objetivas que são sensíveis às oscilações na espessura das lamínulas estão identificadas pela
indicação "-".
Objetivas com a indicação para lamínulas "0" são destinadas, exclusivamente, para preparados sem
uso de lamínulas. Ao lado das unidades gravadas nas objetivas ainda há indicação do "tipo da objetiva",
o qual se refere ao modo ou grau de correção em função do erro de imagem.
Ocular
Sua função é aumentar a imagem real aumentada e projetada pela objetiva, como a de uma lupa.
Sua composição tem, no mínimo, duas lentes ou grupo de lentes: lente de campo, lente ocular e,
intermediariamente, o diafragma visual.
Unidade de iluminação
Uma boa imagem microbiológica necessita de uma boa iluminação.
Importante!
É de suma importância a boa qualidade de um "condensador".
SENAI-RJ 143
Curso Técnico de Cervejaria – Introdução à análise laboratorial – laboratório II
Na microscopia de campo claro são observados objetos maiores, assim como coloridos.
As membranas celulares dos m.o. ficam pretas quando visualizadas em fundo claro.
Em campo escuro observam-se membranas celulares brancas em fundo preto. Com ajuda de um
condensador especial, os raios luminosos não são dirigidos diretamente para o objeto. Somente luz
refletida ou dispersa é que alcança o objeto. É bastante apropriado para observação de objetos muito
pequenos, como bactérias e leveduras. Cores não são identificáveis.
O campo escuro é apropriado para exames de rotina nas cervejarias e indústrias de refrigerantes.
No microscópio com contraste de fase são formadas estruturas finas visíveis sem coloração.
Objetos transparentes, que possuem um índice maior de refração em relação ao meio circunvizinho,
provocam um desaceleramento dos raios luminosos disseminantes. Esses são retardados por uma
fração de um comprimento de onda em relação aos raios luminosos passantes pelo meio. Essa diferença
de fase transforma o contraste de fase em contraste de campo claro. Por toda a parte onde há um
deslocamento de fase do objeto serão reconhecidas particularidades na imagem.
SENAI-RJ 144
Curso Técnico de Cervejaria – Introdução à análise laboratorial – laboratório II
Abaixo do condensador encontra-se o comutador seguro por meio de um parafuso. Ele permite um
acionamento em duas posições:
• alavanca em posição para a direita significa: passagem livre; a ser utilizado para objetiva ≥ 10x; e
• alavanca em posição para a esquerda significa: comutada a lente adicional; a ser utilizado para
objetiva < 10x.
Esse comutador de condensador pode ser substituído por um comutador com diafragma anular Ph2
ou comutador de condensador com diafragma de campo escuro D 0,7. Para tanto:
• desaparafusar a porca serrilhada, puxar para baixo o comutador a ser substituído, encaixar o
outro comutador para a posição de descanso e fixar com a porca serrilhada;
• colocar a lâmina com o preparado e a lamínula sobre a platina e fixá-la sobre a mesa-coaxial com
o grampo de retenção com mola;
Observação
Como preparar a lâmina será descrito posteriormente.
SENAI-RJ 145
Curso Técnico de Cervejaria – Introdução à análise laboratorial – laboratório II
• com o revólver das objetivas, escolher a objetiva com a escala desejada, girando-a até encaixe de
descanso; com o parafuso micrométrico, ajustar a nitidez da imagem;
• com o revólver das objetivas, escolher a objetiva seguinte com a escala desejada final, girando-a
até encaixe de descanso; e
Importante!
Nesse momento, deve-se observar, no nível da visão, se a objetiva, durante
o giro, eventualmente, já está golpeando o preparado.
Condensador AS 0,9.
Diafragma para campo escuro D 0,7
para objetivas de 10x a 40x.
Alavanca do comutador do
condensador.
Ajustagem:
• ajustar o objeto, primeiramente, em campo claro, com a objetiva de menor aumento; para isso,
comandar por giro a alavanca para a posição à esquerda (= passagem livre);
• para a focagem, escolher uma área do objeto que apresenta a menor estrutura (em caso excepcional,
numa área perimetral do preparado);
• encaixar o diafragma de campo escuro sobre o comutador do condensador, acionando a alavanca
para a posição à direita, e abrir o diafragma-íris do condensador;
• durante a observação, deslocar o diafragma de campo escuro numa determinada altura, até que o
preparado se apresente o mais claro e o fundo o mais escuro possível; e
• regular o reostato da lâmpada (AM) para o máximo de luminosidade.
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Curso Técnico de Cervejaria – Introdução à análise laboratorial – laboratório II
Importante!
A solução KOH a 5% dissolve as proteínas coloidais dispersas no
meio e que poderiam ser, eventualmente, confundidas por operadores
inexperientes como sendo Pediococcus.
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Curso Técnico de Cervejaria – Introdução à análise laboratorial – laboratório II
Classificação e identificação de
microrganismos
Aspectos gerais
Na prática fabril, o questionamento básico para a avaliação microbiológica consiste de duas perguntas:
A contaminação por esses m.o. deverá ser evitada por todos os meios.
Menos perigosos são os m.o. potencialmente danosos à cerveja. Os mesmos, como já foi visto,
apenas se desenvolvem na cerveja sob determinadas circunstâncias. O risco prevalece apenas em
cervejas com um valor de pH muito alto, concentrações de substâncias amargas do lúpulo extremamente
baixas, insuficiente grau de fermentação, altos teores em oxigênio ou baixo teor alcoólico.
Contaminantes danosos indiretos para a cerveja são m.o. que não provocam especificamente
qualquer alteração nas características da cerveja, porém podem se desenvolver nas fases iniciais do
processo de produção afetando indiretamente as qualidades do produto final.
Microrganismos indicadores são m.o. que não constituem perigo quanto à estabilidade biológica
da cerveja, mas que podem aparecer em razão de medidas insuficientes de limpeza e sanitização ou
SENAI-RJ 148
Curso Técnico de Cervejaria – Introdução à análise laboratorial – laboratório II
quando da ocorrência de falhas operacionais. A comprovação desses m.o. fornece uma importante
informação ao setor de controle fabril, que, de imediato, deverá providenciar as medidas corretivas
necessárias.
Como estes m.o. podem ser mais prematuramente e mais facilmente detectados, constituem um
alerta para se evitar posteriores problemas microbiológicos.
Para uma análise de água potável torna-se imprescindível, pela legislação pertinente, a identificação
da Escherichia coli, assim como de grupo de coliformes.
Também para os contaminantes danosos ao produto é desejável uma identificação quando se tratar
de um m.o. com características especiais, como, por exemplo, indicando uma resistência contra
determinado produto desinfetante.
SENAI-RJ 149
Curso Técnico de Cervejaria – Introdução à análise laboratorial – laboratório II
Cultura por
membrana
filtrante
Preparado de GRAM
ou
Teste de KOH
Teste da Catalase
Teste da Oxidase
Prova de verificação
de cultura pura
(meio coletivo)
Cepa-Matriz
Teste adicional
Set de Testes
Tabelas
de
Determinações
Espectro de Açúcar
Coloração de Gram
Esse método de coloração, introduzido por GRAM em 1884, divide as bactérias em dois grupos.
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Resultados:
• Bactérias gram-positivas ficam coloridas em violeta.
• Bactérias gram-negativas ficam coloridas em vermelho.
SENAI-RJ 151
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Fatores de erro:
1. Bactérias envelhecidas não mais reagem de forma inequívoca (gram-variáveis).
2. "Supercoloração" ou "descoramento total" são possíveis de acontecer por falta de prática.
Teste de KOH
O referido teste não substitui o método da "coloração de GRAM", entretanto, poderá servir de teste
de apoio para os casos de dúvida operacional desse último.
Teste da catalase
Este teste é utilizado para diferenciar bactérias aeróbias
de anaeróbias.
Princípio de trabalho:
Com uma alça de platina, espalhar uma colônia sobre uma lâmina, a seco, sobre a qual se goteja
uma solução H2O2 a 3-5% (em frascos marrons, armazenados em geladeira). Com produção de gases
e espuma, a bactéria é catalase-positiva e, com isso, aeróbica (ou, também, facultativa). Não havendo
qualquer reação, é a bactéria catalase-negativa e anaeróbica.
SENAI-RJ 152
Curso Técnico de Cervejaria – Introdução à análise laboratorial – laboratório II
Teste da oxidase
Esse teste serve para diferenciar bactérias gram-negativas.
Utilizam-se tiras ou soluções prontas para a realização do teste. Uma colônia é colocada sobre a
tira e espera-se a reação de cor.
Quando a coloração se torna azul, os m.o. são oxidase-positivos. Ausência de coloração indicam
m.o. oxidase-negativos.
Erros podem acontecer com meio de cultura com pH abaixo de 5,5, e com colônias mais velhas.
SENAI-RJ 153
Esquemas de testes para bactérias
COLORAÇÃO DE GRAM COLORAÇÃO DE GRAM
Gram positivo Gram negativo
⇓ ⇓
Teste de catalase Teste de catalase
SENAI-RJ 154
catalase catalase catalase catalase
positivo negativo positivo negativo
teste de bastonetes cocos
não sintetizam sintetizam oxidase ou (levemente
ácido lático ácido lático espirillos ovais)
oxidase oxidase
bastonetes cocos bastonetes cocos positivo negativo flagelos
peritríquios imóveis
flagelos imóveis imóveis imóveis bastonetes bastonestes
pentríquios curtos a curtos a
cocóides cocóides
síntese de
diacetil síntese de refratam
não sintetizam
ácido acético ácido acético fracamente a luz
refratam refratam sem esporos sem esporos
refratam refratam
fracamente fortemente fortemente fortemente
a luz a luz
a luz a luz geralmente geralmente refratam Pectinatus
flagelos flagelos fracamente
polares peritríquios a luz
aeróbios aeróbios anaeróbios anaeróbios
(micro- (micro- facultativos
a a Megasphae
facultativos facultativos aerofílicos) aerofílicos) aeróbios
refratam
fracamente
a luz
formam sem sem sem sem
esporos esporos esporos esporos esporos sem sem sem
esporos esporos esporos
Bacillus Micrococcus Lacto- Pedio- Streptococcus
Sarcina bacillus coccus Leuconostoc aeróbios a facultativos
Pseudo- Entero-
Curso Técnico de Cervejaria – Introdução à análise laboratorial – laboratório II
As leveduras cervejeiras de alta e baixa fermentação e inúmeras leveduras selvagens que igualmente
pertencem ao ciclo morfológico dos Saccharomyces cerevisiae formam colônias esbranquiçadas até
uma coloração creme ou levemente marrom (especialmente em culturas mais velhas), redondas com
bordas lisas.
Dependendo das condições de cultivo (determinados meios nutritivos de cultura) e da idade das
colônias, de vez em quando aparecem certas aberrações na configuração das colônias. As variantes
específicas das cepas são mínimas.
Para se ter uma visão geral sobre o aspecto das colônias de leveduras de cultura e leveduras
selvagens, é aconselhável o "Atlas e Manual de Microbiologia sobre Bebidas", do Prof. Dr. W. Back.
Microscopicamente, avalia-se:
• o formato e o tamanho da célula;
• o tipo do brotamento ou gemulação;
• a eventual formação de pseudomicélio; e
• os possíveis componentes intracelulares, como, por exemplo, gotículas de gordura.
SENAI-RJ 155
Curso Técnico de Cervejaria – Introdução à análise laboratorial – laboratório II
A levedura é inoculada em tubos "Durham", contendo cada tubo uma solução de cada açúcar
isoladamente.
Observações:
4. Leveduras que fermentam a sacarose podem fermentar a rafinose, porém não obrigatoriamente.
SENAI-RJ 156
Curso Técnico de Cervejaria – Introdução à análise laboratorial – laboratório II
S. uvarum + + + – + + 3/3
S. cerevisae + + + – + + 1/3
S. bavanus + + + – + – 3/2
Hansenula
anomala + + + – + – 1/3
Kloeckera
apiculata + – – – + – –
Onde:
O Micotubo da Roche consiste em um tubo de plástico com oito câmaras, que contém diversas
fontes de carboidratos.
Para a interpretação dos resultados, utilizam-se tabelas de comparação de cores, sendo reações
positivas ou negativas indicadas pela viragem do indicador.
SENAI-RJ 157
Curso Técnico de Cervejaria – Introdução à análise laboratorial – laboratório II
1 5
2
3 6
4
7
10
5
11
12
1. Membrana
2. Esporos (esporângios)
3. Columela (parede de separação)
4. Hifa
5. Apófise (engrossamento da Hifa)
6. Conídios
7. Esterigma
8. Medula
9. Hifa conidial
10.
10.Micélio aéreo
11.
11.Micélio vegetativo
12.
12.Meio de cultura
SENAI-RJ 158
Curso Técnico de Cervejaria – Introdução à análise laboratorial – laboratório II
Exercícios
SENAI-RJ 159
Curso Técnico de Cervejaria – Introdução à análise laboratorial – laboratório II
3. Correlacione as colunas:
a) Coloração de Gram ( ) Lacctobacillus e Pedococcus.
b) Bactérias Gram+ ( ) É a fase diferenciadora da coloração de Gram
c) Bactérias Gram– ( ) Tem a função de mordente, ou seja, ajuda a
fixar o corante primário cristal violeta.
d) Lugol ( ) Constitui-se na técnica de diferenciação de
bactérias, que se utiliza de corantes.
e) Álcool ( ) Bactérias acéticas e Zymomonas.
4. Complete as lacunas:
SENAI-RJ 160
Curso Técnico de Cervejaria – Introdução à análise laboratorial – laboratório II
Chave de respostas
Exercício 1
b) (X) Esterilização significa destruição de células viáveis e esporos.
e) (X) Toda substância termolábil deve ser esterilizada por filtração.
f) (X) Tindalização consiste na destruição de esporos e células vegetativas.
Exercício 2
a) (V)
b) (V)
c) (F)
d) (V)
e) (V)
f ) (V)
g) (F)
h) (V)
i) (F)
j) (F)
k) (F)
l) (V)
m) (V)
n) (V)
Exercício 3
a) (B)
b) (E)
c) (D)
d) (A)
e) (C)
SENAI-RJ 161
Curso Técnico de Cervejaria – Introdução à análise laboratorial – laboratório II
Exercício 4
a) O Agar-MRS é um meio de cultura seletivo para m.o. danosos à cerveja, devendo ser
incubado em condições anaeróbias.
b) São exemplos de fontes de nutrientes para o crescimento dos m.o.: glicose e peptona.
c) O Agar-mosto permite o crescimento de: leveduras cervejeiras e selvagens.
d) A actidiona é um agente inibidor do crescimento de leveduras.
e) O Agar STANDARD permite o desenvolvimento de bactérias aeróbias.
f) No Agar NBB, os m.o. danosos à cerveja metabolizam a glicose modificando o pH do
meio de cultura; assim, o indicador vermelho de clorofenol vira para amarelo.
SENAI-RJ 162
Curso Técnico de Cervejaria – Introdução à análise laboratorial – laboratório II
Referências bibliográficas
SENAI-RJ 163
FIRJAN
CIRJ
SESI
SENAI
IEL
CURSO TÉCNICO
DE CERVEJARIA
Volume 4
Química
Automação industrial
versão preliminar
SENAI-RJ • Alimentos
FIRJAN
CIRJ
SESI
SENAI
IEL
CURSO TÉCNICO
DE CERVEJARIA
Química
Automação industrial
FIRJAN – Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro
Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira
Presidente
Diretoria de Educação
Andréa Marinho de Souza Franco
Diretora
FIRJAN
CIRJ
SESI
SENAI
IEL
CURSO TÉCNICO
DE CERVEJARIA
Química
Automação industrial
Rio de Janeiro
2004
Prezado aluno,
Quando você resolveu fazer um curso em nossa instituição, talvez não soubesse que, desse momento
em diante, estaria participando do maior sistema de educação profissional do país: o SENAI. Há mais
de sessenta anos, estamos construindo uma história de educação voltada para o desenvolvimento
tecnológico da indústria brasileira e da formação profissional de jovens e adultos.
Devido às mudanças ocorridas no modelo produtivo, o trabalhador não pode continuar com uma
visão restrita dos postos de trabalho. Hoje, o mercado exigirá de você, além do domínio do conteúdo
técnico de sua profissão, competências que lhe permitam decidir com autonomia, proatividade,
capacidade de análise, solução de problemas, avaliação de resultados e propostas de mudanças no
processo do trabalho. Você deverá estar preparado para o exercício de papéis flexíveis e polivalentes,
assim como para a cooperação e a interação, o trabalho em equipe e o comprometimento com os
resultados.
Soma-se, ainda, que a produção constante de novos conhecimentos e tecnologias exigirá de você a
atualização contínua de seus conhecimentos profissionais, evidenciando a necessidade de uma formação
consistente que lhe proporcione maior adaptabilidade e instrumentos essenciais à auto-aprendizagem.
Essa nova dinâmica do mercado de trabalho vem requerendo que os sistemas de educação se
organizem de forma flexível e ágil, motivos esses que levaram o SENAI a criar uma estrutura
educacional, com o propósito de atender às novas necessidades da indústria, estabelecendo uma
formação flexível e modularizada.
Essa formação flexível tornará possível a você, aluno do sistema, voltar e dar continuidade à sua
educação, criando seu próprio percurso. Além de toda a infra-estrutura necessária a seu
desenvolvimento, você poderá contar com o apoio técnico-pedagógico da equipe de educação dessa
escola do SENAI para orientá-lo em seu trajeto.
Seja bem-vindo!
Diretora de Educação
Sumário
APRESENTAÇÃO .................................................................................. 11
1 QUÍMICA ................................................................................................
Introdução ........................................................................................................................
17
19
Química geral .................................................................................................................. 19
Exercícios ......................................................................................................................... 39
Ácidos e bases ................................................................................................................. 43
Exercícios ......................................................................................................................... 49
Química orgânica ............................................................................................................ 51
Exercícios ......................................................................................................................... 74
Velocidade das reações químicas ................................................................................ 77
Exercícios ......................................................................................................................... 82
Corrosão .......................................................................................................................... 83
Exercícios ......................................................................................................................... 88
Chave de respostas ........................................................................................................ 89
Referências bibliográficas ............................................................................................. 95
Apresentação
Esse grupo objetiva diagnosticar as mudanças e as tendências do mercado, nos diversos setores
produtivos, considerando os reflexos das transformações tecnológicas e organizacionais sobre o trabalho,
a emergência e o declínio de profissões, além da necessidade de redefinição de perfis profissionais,
tanto atuais quanto futuros. Para cumprir essa finalidade, foi adotada uma metodologia que, em
consonância com as novas tendências internacionais e as recomendações da legislação educacional
vigente no país, possibilitasse a construção de perfis profissionais baseados em competências, bem
como o estabelecimento dos padrões de desempenho requeridos.
A partir do perfil então delineado, com as respectivas qualificações intermediárias e tendo sido
também considerado o elenco das competências profissionais gerais definidas pelo MEC para a área
profissional de Química, a equipe responsável pelo desenho pedagógico concebeu o itinerário formativo
do Curso Técnico de Cervejaria.
Em conformidade com tais princípios, o curso visa propiciar os conhecimentos teóricos e práticos
necessários para a atuação do Técnico de Cervejaria, na área de Química, de acordo com o perfil de
competências definido, bem como desenvolver capacidades fundamentais requeridas pela educação
profissional, tais como iniciativa na resolução de problemas, responsabilidade por resultados; versatilidade
e adaptabilidade frente às mudanças; avaliação das práticas no mundo produtivo; flexibilidade e
participação nos processos de aperfeiçoamento.
SENAI-RJ 11
Curso Técnico de Cervejaria Apresentação
Com tal perspectiva, foi também concebido este material didático, estruturado em cinco volumes
e com a finalidade primordial de apoiar os alunos em vários momentos e situações de seu processo de
aprendizagem.
Esses volumes foram organizados de forma a apresentar, através de uma linguagem simples e
com ilustrações, os conteúdos relativos às unidades curriculares estabelecidas nos Módulos I e II do
itinerário formativo do curso. Além disso, eles contêm uma variedade de exercícios, acompanhados
das respectivas respostas, para que o aluno possa, gradualmente, avaliar os conhecimentos recém-
adquiridos, identificar os pontos que, porventura, precisam ser ainda revistos ou reforçados e, assim,
consolidar os conceitos trabalhados tanto nas aulas teóricas quanto nas práticas.
Bioquímica
• Volume 4 - Química
Automação industrial
Esperamos, enfim, que este material didático contribua para a sua formação de Técnico de
Cervejaria, capacitando-o para enfrentar os desafios do mundo do trabalho.
12 SENAI-RJ
Curso Técnico de Cervejaria — Uma palavra inicial
Meio ambiente...
Antes de iniciarmos o estudo deste material, há dois pontos que merecem destaque: a relação entre
o processo produtivo e o meio ambiente; e a questão da saúde e segurança no trabalho.
É preciso entender que todas as atividades humanas transformam o ambiente. Estamos sempre
retirando materiais da natureza, transformando-os e depois jogando o que "sobra" de volta ao ambiente
natural. Ao retirar do meio ambiente os materiais necessários para produzir bens, altera-se o equilíbrio
dos ecossistemas e arrisca-se ao esgotamento de diversos recursos naturais que não são renováveis
ou, quando o são, têm sua renovação prejudicada pela velocidade da extração, superior à capacidade
da natureza para se recompor. É necessário fazer planos de curto e longo prazo para diminuir os
impactos que o processo produtivo causa na natureza. Além disso, as indústrias precisam se preocupar
com a recomposição da paisagem e ter em mente a saúde dos seus trabalhadores e da população que
vive ao seu redor.
SENAI-RJ 13
Curso Técnico de Cervejaria — Uma palavra inicial
O uso indiscriminado dos recursos naturais e a contínua acumulação de lixo mostram a falha básica
de nosso sistema produtivo: ele opera em linha reta. Extraem-se as matérias-primas através de processos
de produção desperdiçadores e que produzem subprodutos tóxicos. Fabricam-se produtos de utilidade
limitada que, finalmente, viram lixo, o qual se acumula nos aterros. Produzir, consumir e dispensar bens
desta forma, obviamente, não é sustentável.
Enquanto os resíduos naturais (que não podem, propriamente, ser chamados de "lixo") são absorvidos
e reaproveitados pela natureza, a maioria dos resíduos deixados pelas indústrias não tem aproveitamento
para qualquer espécie de organismo vivo e, para alguns, pode até ser fatal. O meio ambiente pode
absorver resíduos, redistribuí-los e transformá-los. Mas, da mesma forma que a Terra possui uma
capacidade limitada de produzir recursos renováveis, sua capacidade de receber resíduos também é
restrita, e a de receber resíduos tóxicos praticamente não existe.
Ganha força, atualmente, a idéia de que as empresas devem ter procedimentos éticos que considerem
a preservação do ambiente como uma parte de sua missão. Isto quer dizer que se devem adotar
práticas voltadas para tal preocupação, introduzindo processos que reduzam o uso de matérias-primas
e energia, diminuam os resíduos e impeçam a poluição.
Cada indústria tem suas próprias características. Mas já sabemos que a conservação de recursos
é importante. Deve haver crescente preocupação com a qualidade, durabilidade, possibilidade de
conserto e vida útil dos produtos.
As empresas precisam não só continuar reduzindo a poluição, como também buscar novas formas
de economizar energia, melhorar os efluentes, reduzir o lixo, o uso de matérias-primas. Reciclar e
conservar energia são atitudes essenciais no mundo contemporâneo.
É difícil ter uma visão única que seja útil para todas as empresas. Cada uma enfrenta desafios
diferentes e pode se beneficiar de sua própria visão de futuro. Ao olhar para o futuro, nós (o público,
as empresas, as cidades e as nações) podemos decidir quais alternativas são mais desejáveis e trabalhar
com elas.
A mudança nos hábitos não é uma coisa que possa ser imposta. Deve ser uma escolha de pessoas
bem-informadas a favor de bens e serviços sustentáveis. A tarefa é criar condições que melhorem a
capacidade de as pessoas escolherem, usarem e disporem de bens e serviços de forma sustentável.
Além dos impactos causados na natureza, diversos são os malefícios à saúde humana provocados
pela poluição do ar, dos rios e mares, assim como são inerentes aos processos produtivos alguns riscos
à saúde e segurança do trabalhador. Atualmente, acidente do trabalho é uma questão que preocupa os
empregadores, empregados e governantes, e as conseqüências acabam afetando a todos.
14 SENAI-RJ
Curso Técnico de Cervejaria — Uma palavra inicial
A redução do número de acidentes só será possível à medida que cada um – trabalhador, patrão e
governo – assuma, em todas as situações, atitudes preventivas, capazes de resguardar a segurança de
todos.
Deve-se considerar, também, que cada indústria possui um sistema produtivo próprio, e, portanto, é
necessário analisá-lo em sua especificidade, para determinar seu impacto sobre o meio ambiente,
sobre a saúde e os riscos que o sistema oferece à segurança dos trabalhadores, propondo alternativas
que possam levar à melhoria de condições de vida para todos.
Da conscientização, partimos para a ação: cresce, cada vez mais, o número de países, empresas e
indivíduos que, já estando conscientizados acerca dessas questões, vêm desenvolvendo ações que
contribuem para proteger o meio ambiente e cuidar da nossa saúde. Mas, isso ainda não é suficiente...
faz-se preciso ampliar tais ações, e a educação é um valioso recurso que pode e deve ser usado em tal
direção. Assim, iniciamos este material conversando com você sobre o meio ambiente, a saúde e a
segurança no trabalho, lembrando que, no exercício profissional diário, você deve agir de forma
harmoniosa com o ambiente, zelando também pela segurança e saúde de todos no trabalho.
Tente responder à pergunta que inicia este texto: Meio ambiente, saúde e segurança no trabalho –
o que é que eu tenho a ver com isso? Depois, é partir para a ação. Cada um de nós é responsável.
Vamos fazer a nossa parte?
SENAI-RJ 15
Química
Nesta unidade...
Introdução
Química geral
Exercícios
Ácidos e bases
Exercícios
Química orgânica
Exercícios
Exercícios
Corrosão
Exercícios
Chave de respostas
Referências bibliográficas
1
Química
2004
SENAI–Rio de Janeiro
Diretoria de Educação
Ficha Técnica
Edição revista da apostila Química. Vassouras, 1997. (Série Cursos de Cervejaria). SENAI.RJ.
CETEC de Produtos Alimentares. Coordenadoria de Informação Tecnológica.
SENAI
SENAI––Rio de Janeiro
GEP – Gerência de Educação Profissional
Rua Mariz e Barros, 678 – Tijuca
20270-903 – Rio de Janeiro – RJ
Tel.: (21) 2587-1116
Fax: (21) 2254-2884
GEP@rj.senai.br
http://www.rj.senai.br
Curso Técnico de Cervejaria — Química
Introdução
A Química, a Física e a Matemática constituem os três pilares básicos na área das ciências exatas.
O conhecimento dessas disciplinas tem favorecido grandes avanços tecnológicos em todas as áreas
do conhecimento humano, não sendo a área cervejeira uma exceção.
No que se refere à Química, a produção de cerveja envolve uma seqüência de reações que, por sua
complexidade e especificidade, deram origem a um novo ramo dentro da própria química: a Bioquímica.
O desenvolvimento da Bioquímica fez com que a produção de cerveja deixasse de ser um processo
artesanal para se tornar industrial, com ênfase no desenvolvimento tecnológico, suportado pelo estudo
científico.
Grande parte dos avanços nas áreas de Brassagem, Fermentação e Maturação deveu-se à
elucidação das reações bioquímicas envolvidas nestas etapas.
Esta unidade de estudo objetiva familiarizá-lo novamente com a Química, de forma a tornar mais
tranqüilo e amigável seu contato com as matérias relacionadas à área de fabricação de cerveja.
Química geral
Conceitos fundamentais
Matéria
Define-se matéria como tudo aquilo que possui massa e ocupa lugar no espaço, ou seja, tudo o que
possui volume definido.
Exemplo:
Ao se pesarem uma bexiga vazia e outra cheia de ar, verifica-se que a bexiga mais
pesada será aquela cheia, indicando que o ar possui massa e, portanto, pode ser
classificado como matéria.
SENAI-RJ 19
Curso Técnico de Cervejaria — Química
Corpo
É uma porção limitada de matéria.
Objeto
É um corpo fabricado a fim de que tenha aplicações úteis ao homem.
Constituição da matéria
Durante séculos, o homem foi um simples observador da diversidade de materiais encontrados no
meio ambiente. No decorrer do tempo, passou a tentar explicar a constituição dos materiais que o
rodeavam. Muitas teorias surgiram, e a maioria delas falhou, como a que afirmava serem todos os
materiais existentes na terra constituídos de ar, água e fogo, por exemplo.
Somente no final do século XVIII, a constituição da matéria passou a ser desvendada, graças ao
trabalho de três grandes cientistas: Lavoisier, Proust e Dalton, os quais, realizando experiências mais
cuidadosas e precisas, estabeleceram três leis fundamentais.
C + O2 CO2
12 32 44
20 SENAI-RJ
Curso Técnico de Cervejaria — Química
C + O2 CO2
12 32 44
3 8 11
6 16 22
Verifique que, para uma massa fixa de nitrogênio (0,7g), combinam-se diferentes massas de oxigênio.
1 : 2 : 3 : 4 : 5
Para apoiar estas leis, os cientistas imaginaram a seguinte hipótese: todo e qualquer tipo de matéria
é formado por partículas minúsculas, chamadas átomos.
Observe, no quadro a seguir, a explicação gráfica para cada uma das três leis fundamentais da
química.
SENAI-RJ 21
Curso Técnico de Cervejaria — Química
Lei Explicação
Lei de
Lavoisier
Lei de
Proust
Lei de
Dalton
22 SENAI-RJ
Curso Técnico de Cervejaria — Química
Elementos químicos
Apesar de só se conhecer pouco mais de uma centena de átomos diferentes, sendo que cada um
destes representa um elemento químico, há uma infinidade de materiais diversos, devido às diferentes
formas de combinação destes átomos.
abreviação
Cada elemento químico possui um nome e um símbolo
Reduzir à menor extensão;
(abreviação): ato de abreviar;
representação de uma
palavra por meio de
alguma(s) de suas sílabas ou
letras.
Elemento Símbolo
Hidrogênio H
Carbono C
Cálcio Ca
Cádmio Cd
Potássio K
Chumbo Pb
É importante destacar que o nome do elemento varia de língua para língua, mas os símbolos são os
mesmos, permitindo assim uma comunicação mais fácil entre toda a comunidade química mundial.
Observação
Os elementos químicos encontram-se hoje organizados segundo uma tabela
periódica. Grande parte de seu sucesso deve-se ao trabalho meticuloso do
químico russo Mendeleyev, que, em 1869, ordenou os então 60 elementos
conhecidos em ordem crescente de número de massa.
Na página seguinte, você poderá consultar uma representação da tabela periódica atual, na qual os
elementos químicos estão organizados de acordo com o número atômico crescente.
Substâncias químicas
Apesar de só ser conhecida cerca de uma centena de elementos, estes, por ligarem-se das mais
diversas formas, permitem a existência de um número quase infinito de substâncias.
Os átomos podem ligar-se formando moléculas ou
aglomerados iônicos. Cada molécula (ou aglomerado) aglomerado
representa uma substância pura ou uma substância química Junto, reunido, acumulado.
com características bem definidas.
SENAI-RJ 23
Curso Técnico de Cervejaria — Química
Cada substância pode ser representada de maneira simplificada com o auxílio de uma fórmula,
como podemos observar na tabela abaixo:
Substância Fórmula
Nas moléculas, encontramos um certo número de átomos ligados entre si. Nos aglomerados iônicos,
existem átomos carregados eletricamente denominados íons, os quais se mantêm unidos devido à
atração elétrica exercida por íons de cargas elétricas contrárias.
Os íons de carga positiva denominam-se cátions (geralmente são metais); já os íons de carga
negativa denominam-se ânions. O NaCI (sal de cozinha) é um exemplo típico de aglomerado iônico,
no qual o sódio é o cátion, e o cloro, o ânion.
Substâncias simples
São aquelas formadas por somente um elemento químico.
Exemplos:
Substâncias compostas
São aquelas formadas por dois ou mais elementos químicos diferentes.
Exemplos:
24 SENAI-RJ
Curso Técnico de Cervejaria — Química
SENAI-RJ 25
Curso Técnico de Cervejaria — Química
Observação
Substância pura é qualquer substância simples ou composta, formada
exclusivamente por moléculas ou aglomerados iônicos iguais entre si,
apresentando por isso propriedades físicas e químicas bem definidas.
Exemplo: o etanol é sempre um líquido incolor, inflamável e de cheiro
característico.
Misturas
Além do número quase infinito de substâncias, estas podem se misturar, complicando ainda mais o
estudo e a compreensão da composição dos materiais.
Exemplos:
São aquelas em que não se consegue, mesmo utilizando-se os equipamentos mais modernos,
diferenciar visualmente as substâncias que as compõem.
Exemplo:
Importante!
Nas soluções homogêneas, denominamos solvente a substância presente em maior
quantidade, e soluto a presente em menor quantidade.
Porém, no caso de uma mistura na qual a água é uma das substâncias presentes,
mesmo em menor quantidade, geralmente a consideramos como solvente.
Misturas heterogêneas
São aquelas em que podemos diferenciar visualmente as substâncias que compõem a mistura. É
importante ressaltar que o critério "homogêneo x heterogêneo" é relativo, pois depende da aparelhagem
que está sendo utilizada. À medida que estes aparatos avançam, vamos notando que certas misturas
antes consideradas homogêneas hoje são classificadas como heterogêneas.
26 SENAI-RJ
Curso Técnico de Cervejaria — Química
Numa mistura heterogênea, cada porção homogênea é denominada fase. Por exemplo, numa mistura
água e óleo observamos duas fases: uma aquosa e outra oleosa; portanto, temos uma mistura bifásica.
Uma mistura constituída por gelo, água salgada e sal não-dissolvido é formada por três fases, apesar
de ter somente dois componentes: água e sal.
Em oposição às substâncias puras, as misturas heterogêneas não apresentam:
– Composição constante, ou seja, podemos juntar diferentes quantidades de sal na água e mesmo
assim teremos uma mistura.
– Características bem definidas. Por exemplo: a água pura congela sempre a 0ºC, enquanto uma
água salgada congela sempre abaixo de 0ºC; todavia, a temperatura de congelamento exata irá
depender da quantidade de sal presente.
Por exemplo, sabemos que normalmente a água ferve a 100ºC, contudo, esta temperatura só é
válida se a água estiver submetida à pressão de 1 atmosfera, portanto ao nível do mar. A 9.000m de
altitude, numa pressão atmosférica muito mais baixa, a água ferve a 30ºC, temperatura insuficiente
até para ferver-se um ovo.
Fusão/solidificação
Consiste na transformação existente entre o estado sólido e o líquido. Na fusão temos, inicialmente,
o estado sólido transformando-se no líquido devido ao aumento de temperatura. No caso da solidificação,
observamos exatamente o contrário, ou seja, água líquida transformando-se em gelo, em virtude da
queda de temperatura. Para a água, as temperaturas de fusão e solidificação serão de 0ºC, nas CNTP
(Condições Normais de Temperatura e Pressão: 20ºC e 1 atm).
SENAI-RJ 27
Curso Técnico de Cervejaria — Química
Ebulição/condensação
Consiste na transformação existente entre o estado líquido e o gasoso. Na ebulição, temos o estado
líquido convertendo-se em gasoso pelo aumento de temperatura, enquanto na condensação ocorre o
inverso. Com a água, estes fenômenos ocorrem a 100ºC nas CNTP.
Observe, a seguir, uma representação esquemática dos fenômenos de mudança de fase da água.
Temperatura
Temperatura Início de Término ua
ou ponto de (ºC) ág
ebulição de ebulição r de
ebulição (PE) po
Va
EBULIÇÃO
100ºC
Início de Término Região em
fusão de fusão ua
Ág que existe
Intervalo em vapor de
FUSÃO água
0ºC que existem
água e vapor
Temperatura lo Região em que de água
Ge Intervalo em existe água
ou ponto de que existem
fusão (PF)
gelo e água
Região em que
existe gelo
Importante!
Cada substância tem seus próprios pontos de mudança de estado, o que funciona
como uma carteira de identidade da substância, auxiliando inclusive sua
identificação e determinação do grau de pureza.
Fracionamento de misturas
Muitas vezes, temos necessidade de destruir uma mistura, requeridos
a fim de obtermos os componentes puros para o aproveitamento Pedidos, solicitados por meio
de requerimento.
econômico. Obviamente, quanto mais homogênea for a mistura, fracionamento
mais difícil será seu processo de separação e mais aparatos Ato ou efeito de fracionar.
Dividir, decompor.
serão requeridos.
Veja, abaixo, alguns dos processos de fracionamento mais comuns, utilizados desde a escala
industrial até a de laboratório.
Filtração
É um processo mecânico utilizado para separar sólidos dispersos em líquidos e gases, em misturas
heterogêneas.
28 SENAI-RJ
Curso Técnico de Cervejaria — Química
Em escala de laboratório:
Frasco de
Círculo de kitasato
Aparelho
papel de (vidro) montado
filtro
Sólido
separado
Fundo Vácuo
perfurado
Rolha de
Funil de borracha
Buchner Líquido
(porcelana) separado
Decantação
É um processo utilizado para a separação de misturas heterogêneas de sólidos em líquidos e também
de líquidos em líquidos.
A decantação tanto pode ocorrer de uma forma natural, como por exemplo, a floculação de leveduras
de baixa fermentação dentro de um fermentador, como também pode ser acelerada pela utilização de
centrífugas ou, ainda, agentes floculantes, como o sulfato de alumínio utilizado no tratamento de água.
Na separação de sólidos dispersos em gases, as indústrias utilizam ciclones e câmaras de poeira
para promover a separação dos componentes da mistura.
Destilação
Utilizada para a separação de soluções homogêneas de sólidos em líquidos e de líquidos em líquidos.
SENAI-RJ 29
Curso Técnico de Cervejaria — Química
Tacho de
aquecimento Saída de água
de resfriamento
Garapa fermentada
em destilação
Serpentina de
resfriamento
Fogo
Pinga
Entrada de água
de resfriamento
Cristalização
É um processo utilizado para separar sólidos de soluções
líquidas. A recuperação de NaCl (sal de cozinha) da água do precipitação
mar é um processo típico de cristalização. A água do mar Processo em que se forma
um sólido insolúvel numa
evapora, deixando como resíduo uma solução cada vez mais solução.
Unidades de concentração
Um dos aspectos mais importantes na química diz respeito à determinação da concentração de
uma solução, ou seja, saber se uma solução é diluída ou concentrada.
Existem várias formas de expressar a concentração de uma solução, sendo as mais usuais:
• Concentração p/p.
• Concentração p/v.
• Molaridade.
• Normalidade.
30 SENAI-RJ
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Exemplo:
Massa de soluto
C (p/p) = ——————————
Massa da solução
Massa de soluto
C (p/v) = ——————————
Volume da solução
A concentração expressa em ppm (partes por milhão) significa mg por litro, portanto, na base de
peso por volume.
Molaridade
Indica o número de moles de soluto que estão dissolvidos em um litro de solução. A molaridade
pode ser calculada pela seguinte fórmula:
No de moles de soluto
M = —————————————————
Peso molecular do soluto x volume (L)
Normalidade
Indica o número de equivalentes de soluto que estão dissolvidos em um litro de solução. A normalidade
pode ser calculada através da seguinte fórmula:
No de moles de soluto
N = ————————————————
Equivalente do soluto x volume (L)
SENAI-RJ 31
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Um átomo é constituído de duas partes: o núcleo e a eletrosfera. O núcleo é formado por prótons
e nêutrons, sendo responsável por praticamente toda a massa presente no átomo, visto que os elétrons
são aproximadamente 1.840 vezes mais leves que prótons e nêutrons.
Uma pergunta a respeito do núcleo é a seguinte: se ele é formado unicamente de prótons e nêutrons,
ou seja, sua carga é somente positiva, por que os prótons não se repelem e o núcleo é destruído? Isto
não ocorre em virtude dos nêutrons funcionarem como blindagem, reduzindo a repulsão entre os
prótons e impedindo a destruição do núcleo.
A eletrosfera é constituída unicamente pelos elétrons. O tamanho do átomo é ditado por ela, uma
vez que esta é de 10.000 a 100.000 vezes maior que o núcleo.
Conceitos fundamentais
Número atômico
O número atômico (Z) é a quantidade de prótons existentes no núcleo de um átomo. Num átomo
normal, cuja carga elétrica é zero, o número de prótons é exatamente igual ao de elétrons.
O número atômico é utilizado para diferenciarmos dois átomos diferentes. Por exemplo, quando
dizemos que o número atômico do sódio é 11, isto quer dizer que em seu núcleo estão presentes 11
prótons e, como se trata de um átomo neutro, ele deve também possuir 11 elétrons.
Número de massa
O número de massa (A) representa a soma do número de prótons e nêutrons presentes no núcleo.
O número de massa informa quanto um átomo é mais pesado que outro.
32 SENAI-RJ
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Vamos exemplificar os conceitos acima analisando o átomo de oxigênio, que possui oito prótons,
oito nêutrons e oito elétrons.
Elemento químico
Elemento químico é o conjunto de todos os átomos com o mesmo número atômico (Z).
A
X
Z
Isótopos e isóbaros
Isótopos
São átomos que possuem o mesmo número de prótons (Z), mas diferentes números de massa (A)
e nêutrons (N).
Um dos casos mais conhecidos é o do hidrogênio, que possui três isótopos:
1 2 3
H H H
1 1 1
SENAI-RJ 33
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Isóbaros
São átomos com diferentes números atômicos (Z) – portanto, de elementos diferentes – mas que
possuem o mesmo número de massa.
Exemplo:
40 40
K Ca
19 20
Este fenômeno ocorre porque um número menor de prótons no núcleo acaba sendo compensado
com um número maior de nêutrons, levando a um mesmo número de massa.
Moléculas e íons
Os átomos isolados raramente se encontram na matéria. elementares
Substâncias que não podem
Somente em muito poucas substâncias elementares, os ser decompostas, mediante
os processos simples;
chamados gases nobres, o átomo individual é a unidade estrutural substâncias constituídas por
de que as substâncias se compõem. átomos com a mesma carga
nuclear.
Moléculas
A unidade fundamental de quase todas as substâncias, tanto elementares quanto compostas, é a
molécula, que é um conjunto de átomos unidos por forças relativamente fortes, chamadas ligações
químicas.
O cloreto de hidrogênio é um exemplo de uma substância molecular (H - Cl), da mesma forma que
o gás cloro (Cl - Cl) e o gás hidrogênio (H - H).
Íons
Com energia suficiente, é possível eliminar um ou mais elétrons de um átomo neutro, deixando-o
positivo e, ainda, um pouco menor que o átomo original. Podem-se, também, adicionar elétrons a
alguns átomos, deixando-os com carga negativa e um pouco maiores que o átomo do qual derivam.
Estas partículas carregadas denominam-se íons. Eles podem ser positivos (cátions), como o sódio
(Na+), ou negativos (ânions), como o cloreto (CI-).
34 SENAI-RJ
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Átomo-grama (atg)
"É a massa de um elemento expressa em gramas". O número de átomos-grama contido numa
massa m de um determinado elemento é:
Molécula-grama ou mol
"Molécula-grama de uma substância é a sua massa molecular expressa em gramas".
Para os compostos iônicos, substituímos a denominação molécula-grama por fórmula-grama, assim:
SENAI-RJ 35
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Fórmulas químicas
Os símbolos são usados para representar elementos, e as fórmulas, para representar compostos ou
agregados de átomos.
Vários tipos de fórmulas são úteis. As mais importantes são as fórmulas molecular, mínima e
estrutural.
Fórmula molecular
"É o tipo de fórmula que fornece o número exato de átomos na molécula da substância".
Exemplo:
H2SO4, C6H12O6
Importante!
A fórmula de uma substância é sempre um múltiplo inteiro de sua fórmula mínima.
Exemplo:
Fórmula estrutural
A fórmula estrutural fornece o número de cada tipo de átomo na molécula e também mostra como
eles estão ligados no interior da molécula e entre si.
Exemplo:
H C H O = C = O
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Exemplo:
32,39% de Na
Na2SO4 22,53% de S
45,07% de O
Cálculo estequiométrico
Cálculo estequiométrico ou estequiometria é o cálculo das quantidades de reagentes e/ou produtos
das reações químicas, feito com base nas Leis das Reações e executado, em geral, com o auxílio das
equações químicas correspondentes.
Regras fundamentais
3. Estabelecer uma regra de três entre o dado e a pergunta do problema, obedecendo aos coeficientes
da equação, e que poderá ser escrita em massa, em volume ou em número de moles, conforme
as conveniências do problema.
Esquema prático
SENAI-RJ 37
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Exemplo:
H : 1 O : 16 Na : 23 S : 32
Cálculo
1 x 98g 1 x 142g
x 28,4g
Exemplo:
Calcular o volume de gás carbônico obtido nas condições normais de pressão e temperatura, por
calcinação de 200 gramas de carbonato de cálcio.
C : 12 O : 16 Ca : 40
Cálculo
38 SENAI-RJ
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Exercícios
1. Leia com atenção as frases abaixo e preencha as lacunas de acordo com o que você estudou
nesta seção:
c) A 0ºC, a água transforma-se em gelo; nesta temperatura, a água está no seu ponto de
_________________________________________________________.
a) Molécula
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
b) Substância simples
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
c) Substância composta
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
d) Mistura homogênea
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
SENAI-RJ 39
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e) Mistura heterogênea
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
C + 1/2 O2 = CO
Início 12 8 0
Final 0 0 20
Agora responda: Para obtermos, ao final de reação, um valor acima de 35g CO, quantos
gramas de carbono e oxigênio são necessários?
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
4. Numere a segunda coluna de acordo com a primeira, indicando os métodos de separação mais
eficientes para as seguintes misturas.
1 - ____________________________________________________________________
2 - _____________________________________________________________________
3 - _____________________________________________________________________
40 SENAI-RJ
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59
Fe
27
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
70 70 71
A B C
45 47 45
Indique os:
Isóbaros: _________________________________________________________________
Isótopos: _________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
b) Sua fórmula centesimal, dados: carbono = 12g, oxigênio = 16g e hidrogênio = 1g, é:
Carbono = ____________ %
Oxigênio = ____________ %
Hidrogênio = __________ %
SENAI-RJ 41
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a) Uma solução foi preparada dissolvendo-se 500g de sacarose em 700ml de água. Qual a
concentração desta solução em g/l?
Resposta:
Resposta:
Resposta:
10. Calcule o número de moléculas de gás carbônico obtido pela queima completa de 4,8g de
carbono puro.
Massa atômica: C : 12
42 SENAI-RJ
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Ácidos e bases
H2O H+ + OH-
[H+] [OH-]
Kc = ––––––––––––––
[H2O]
Em solução aquosa, [H2O] é constante, pois a dissociação da água é extremamente pequena, logo,
Kc x [H2O] é também uma constante.
No caso da água pura, podemos calcular [H+] e [OH-], pois estes formam-se em quantidades
iguais.
SENAI-RJ 43
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O pH e o pOH
Vimos a possibilidade de descrever quantitativamente a acidez ou alcalinidade, em solução aquosa,
especificando a concentração do íon H+. Em 1909, Sorensen propôs um método alternativo para
chegar a este fim, criando o conceito de pH, definido como:
PH = - log [H+]
É mais eficiente expressar a acidez em termos de pH do que em [H+], evitando-se o uso de frações
muito pequenas ou expoentes negativos.
Teremos, então:
• Solução neutra [H+] = 10-7, pH = 7,0
• Solução ácida > 10-7, pH < 7,0
• Solução alcalina [H+] < 10-7, pH > 7,0
Indicadores
O pH, H+ ou OH- de uma solução aquosa podem ser determinados experimentalmente de várias
maneiras. Uma delas envolve o uso de indicadores ácido-base, que sofrem variação de cor em estreito
intervalo do pH, como pode ser observado a seguir.
Assim, a água pura, pH, em relação ao indicador fenolftaleína está na faixa ácida e, em relação ao
alaranjado de metila, é básica.
Um indicador universal é feito pela combinação de vários
análogo
indicadores ácido-base e pode ser usado para determinar, com Semelhante, comparável,
aproximação de uma unidade, o pH de qualquer solução aquosa. equivalente.
44 SENAI-RJ
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gradações
Aumento ou diminuição
Teorias gerais sobre ácidos e bases gradual.
Somente em 1884, os ácidos e bases foram definidos em termos de composição química pelo
químico sueco Suante Arrhenius. Um ácido de Arrhenius é uma substância que, em solução aquosa,
produz H+, e uma base é uma substância que produz OH-.
Embora amplamente utilizada, a teoria de Arrhenius apresenta algumas limitações. A primeira é
ser restrita a soluções aquosas. Além disso, não explica por que alguns compostos, como a amônia
(NH3), que não contêm OH- produzem soluções básicas.
Em 1923, Johannes Bronsted, um químico dinamarquês, e Thomas Lowry, um químico inglês,
trabalhando independentemente, propuseram uma teoria mais abrangente. Por esta teoria, um ácido
seria qualquer substância que em solução aquosa doasse um próton (H+). Uma base seria qualquer
substância que aceitasse um próton de outra.
SENAI-RJ 45
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4. A mistura em equilíbrio de uma reação ácido-base de Bronsted tem sempre dois ácidos e duas
bases.
Exemplo:
Reação direta:
HF + H2O H3O+ + F–
ácido base
Reação reversa:
H3O+ + F– HF + H2O
ácido base
Um par ácido-base conjugado são duas espécies que diferem pela presença de um próton.
HA + B HB+ + A–
ácido base ácido conjugado base conjugada
Exemplo:
α = 92%), H2SO4 = (α
HCl (α α = 61%)
Um ácido fraco é uma substância que se dissocia em pequena extensão, isto é, em uma solução,
sua dissociação, liberando íons H+, se processa em pequena extensão (α < 5%).
As bases fortes são aquelas em que o grau de ionização é praticamente 100%. É o caso dos
hidróxidos dos metais alcalinos e metais alcalinos ferrosos. Analogamente, as bases fracas são aquelas
cujo grau de ionização é inferior a 5%.
46 SENAI-RJ
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HlN H+ + lN
amarelo azul
A característica essencial é que as espécies HlN e lN tenham cores diferentes. O azul de bromotimol
muda de cor gradualmente, do amarelo para o azul, quando o pH varia de 6 - 8.
Titulação
As soluções de concentração conhecidas são denominadas de soluções padronizadas. Com
uma solução padronizada, pode-se determinar a concentração de uma outra solução. Este processo
chama-se titulação ou dosagem.
A titulação de uma solução ácida é feita através de uma solução básica, e vice-versa. Deste
modo, conhecendo-se a concentração de uma solução de NaOH, pode-se, por exemplo, determinar a
concentração de uma solução de HCl.
Medimos, com uma bureta, o volume da solução ácida ou
estequiométrica
básica titulada necessária para reagir com um dado volume de Próprio da estequiometria:
uma solução de base ou ácido cuja concentração desejamos parte da química em que se
investigam as proporções
determinar. O problema de se saber quando a quantidade dos elementos que se
combinam ou dos
estequiométrica foi atingida é resolvido, em geral, pelo uso compostos que reagem.
de indicadores adequados ou medidores de pH.
Numa bureta, coloca-se a solução ácida que reagirá com a solução do Erlenmeyer, que é agitada
continuamente durante a operação. O fim da reação (neutralização) é indicado com o auxílio do
indicador (fenolftaleína).
A fenolftaleína foi adicionada à solução básica, apresentando-se rosa. Adiciona-se, então, a solução
ácida sobre a básica, que pouco a pouco vai se tornando menos alcalina. No momento exato da
neutralização, o indicador torna-se incolor.
SENAI-RJ 47
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Solução-tampão
Certas combinações de compostos regulam o pH das soluções, evitando (dentro de certos limites)
alterações no pH. Essas combinações, que envolvem pelo menos um sal, são chamadas tampões.
Uma solução tamponada resiste a mudanças de pH quando pequenas quantidades de ácido ou base
são adicionadas.
Para uma solução apresentar características tamponantes, deverá conter duas espécies: uma capaz
de reagir com o íon H+ e outra com os íons OH–. Além disso, essas espécies reguladoras de pH não
devem reagir entre si. Geralmente, uma solução tampão é composta da mistura de um ácido fraco e
um sal de sua base conjugada ou uma base fraca e um sal do ácido conjugado.
Exemplo:
(HAC/AC-)
A maior parte dos íons OH– é convertida em água, e o pH praticamente não se altera.
As reações responsáveis pelo efeito-tampão no sistema ácido acético-acetato podem ser assim
resumidas:
H+
HAC AC-
OH-
48 SENAI-RJ
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Exercícios
a) pH = 5,4
b) pH = 10,56
SENAI-RJ 49
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c) pOH = 2,25
a) Indicador
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
b) Ácido forte
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
c) Solução-tampão
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
14. Analise atentamente as alternativas abaixo e marque um (X) na única que não corresponde a
um sistema-tampão.
a) ( ) NH 4OH/NH4Cl
c) ( ) HCl/NaOH
50 SENAI-RJ
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Química orgânica
Pode-se definir a química orgânica como o estudo dos compostos de carbono. Até meados do
século XIX, acreditava-se que fosse impossível sintetizar estes compostos em laboratório, sendo eles
unicamente produzidos por organismos vivos – daí a denominação orgânico.
Com a síntese da uréia, por Friederich Wohler, em 1828, este panorama começou a se modificar. A
partir desta data, várias sínteses de produtos orgânicos se sucederam, existindo catalogados mais de
um milhão de compostos deste tipo.
O átomo de carbono
O carbono é o elemento químico presente em todo e qualquer composto orgânico. Mas o que este
elemento tem de tão especial em relação aos outros?
Fundamentalmente, o fato de que os átomos de carbono podem ligar-se uns aos outros, formando
cadeias, que podem ser pequenas, como por exemplo o etano, que contém apenas 2 átomos de carbono
até grandes cadeias, com milhares de átomos, como nos polímeros, tais como o polietileno.
Ligações químicas
O átomo de carbono tem pouca tendência a ganhar ou perder elétrons. Por isto, ele dá preferência,
em seus compostos, à formação de ligações covalentes ou moleculares.
Covalência refere-se à co-habitação e significa que as ligações são criadas por átomos que
compartilham elétrons, para obter uma estrutura estável.
SENAI-RJ 51
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Assim, tem-se:
1. Em qualquer fórmula, cada átomo de H, F, Cl, Br e l deve estar ligado por apenas um traço.
Exemplo:
H C H H O H H Cl
2. Em qualquer fórmula, cada átomo de oxigênio deve estar ligado por dois traços.
Exemplo:
H H
H C C O H H O H O C O
H H
3. Em qualquer fórmula, cada átomo de nitrogênio deve estar ligado por três traços.
Exemplo:
H C N H N H
4. Em qualquer fórmula, cada átomo de carbono deve estar ligado por quatro traços.
Exemplo:
H H H
H C N H C H H C C O H
H H H
52 SENAI-RJ
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Exemplo:
Nos vértices de cada figura geométrica, estão representados os átomos de carbono. Não se
representam os átomos de hidrogênio.
H H H
H C C C H H C C H
H H H
SENAI-RJ 53
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Exemplo:
H H H H
H C H H C C C H H C C H
H H H H
Heterogêneas
São aqueles que, além de carbono, possuem um elemento diferente. Este elemento diferente é
chamado heteroátomo.
Exemplo:
H H H H
H C C O C C H
H H H H
Etano-oxi-etano
Para que um átomo seja heteroátomo, é preciso participar da cadeia, isto é, precisa estar no mínimo
entre dois átomos de carbono. Átomos monovalentes nunca poderão estar entre dois carbonos.
Exemplo:
Exemplo:
H H H H H H
H C C C H H C C C H
H H H CH3 H H
54 SENAI-RJ
Curso Técnico de Cervejaria — Química
Ramificadas
Quando algum átomo de carbono fica fora da seqüência principal, formando ramos, ou seja, cadeias
laterais.
Exemplo:
H H H H C2H5 H
H C C C H H C C C H
H CH3 H CH3 H H
Exemplo:
H H H H H
H C C C H H C C O H
H H H H H
Insaturadas
Exemplo:
H H
H C C H H C C C OH
H H
SENAI-RJ 55
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H2C CH2
cicliobutano
H2C CH2
Heterocíclicas
Exemplo:
CH
H
C CH
piridina
H H
C C
Insaturadas
Quando no ciclo ocorrem ligações duplas ou triplas.
Um tipo muito importante de cadeia fechada é a formada por seis átomos de carbono ligados
alternadamente entre si por ligações simples e duplas, formando o chamado anel, ciclo ou núcleo
benzênico.
Exemplo:
Os compostos que contém anel benzênico são chamados
Os compostos que
compostos aromáticos. contêm anel
benzênico são
chamados compostos
aromáticos
56 SENAI-RJ
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Isomerismo
O grande número de compostos orgânicos encontrados na natureza deve-se principalmente a este
fenômeno, que se caracteriza pelo fato de duas ou mais substâncias apresentarem uma mesma fórmula
molecular, porém fórmulas estruturais diferentes.
Exemplo: C2H6O
H H H H
H C O C H H C C O H
H H H H
Pelo fato de suas estruturas serem diferentes, suas propriedades também o são.
Nas funções orgânicas, os átomos se dispõem sempre da mesma maneira na molécula dos compostos
da mesma espécie química.
Hidrocarbonetos
SENAI-RJ 57
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Hidrocarbonetos
Alifáticos Cíclicos
As principais fontes para a obtenção de hidrocarbonetos são o petróleo e o gás natural. Em termos
da indústria cervejeira, estes compostos não têm grande relevância, sendo usados principalmente
como combustíveis, como por exemplo em caldeiras a óleo diesel.
Nomenclatura
O estudo da nomenclatura dos hidrocarbonetos é muito importante, pois é o ponto de partida para
o entendimento de todas as demais classes. Portanto, uma perfeita compreensão das regras utilizadas,
permitirá, com certeza, um entendimento mais rápido e fácil quando forem estudados os demais
compostos.
A fim de elaborar um sistema que pudesse ser aplicado a qualquer substância, por mais complexa
que fosse, foi criado o Sistema IUPAC, cujas regras essenciais são as seguintes:
Define-se a cadeia principal, ou seja, aquela que contém o maior número de carbonos. Posteriormente,
acrescenta-se o sufixo que caracteriza o hidrocarboneto e o tipo de composto a que pertence. No caso
dos alcanos, por exemplo, utiliza-se o sufixo "ano".
1 met
2 et
3 prop
4 but
5 pent
6 hex
7 hep
8 oct
9 non
10 dec
58 SENAI-RJ
Curso Técnico de Cervejaria — Química
Por exemplo, um alcano com três átomos de carbono recebe o nome de propano (prop + ano).
H H H
H C C C H
H H H
No caso de haver ramificações, estas deverão ser enumeradas de forma a obterem-se os menores
números e escritas em ordem alfabética ou de complexidade, acrescentando o sufixo "il" ou "ila".
Caso a ramificação apareça mais de uma vez no composto, acrescentam-se os sufixos "di", "tri",
"tetra", e assim por diante.
H CH3 H H H H CH3 H H H
H C C C C C H H C C C C C H
CH3
CH3
1
C2H5
1-metil-2-etilciclobutano 5 2
5 3
CH3
4
1,3 dimetilcicloexano
ciclobuteno
Álcoois
Compõem uma das classes orgânicas mais importantes, devido aos diversos usos que seus compostos
apresentam.
SENAI-RJ 59
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Os álcoois são compostos derivados dos hidrocarbonetos pela substituição de um ou mais átomos
de H por igual número de grupos hidroxila, (–OH).
Os átomos de carbono aos quais estiver ligada a hidroxila não podem ter ligações duplas ou triplas
e cada átomo só pode receber uma hidroxila.
Suas propriedades químicas são regidas pela presença do grupo hidroxila (-OH). O fato de um
átomo de hidrogênio estar ligado ao oxigênio implica na formação de ligações do tipo ponte de hidrogênio,
acarretando modificações das propriedades químicas e físicas destes compostos em relação aos
hidrocarbonetos, como por exemplo: aumento do ponto de ebulição, maior solubilidade em água
(principalmente para os álcoois menores), etc.
São obtidos industrialmente, pelo menos os mais importantes, a partir da hidratação de hidrocarbonetos
provenientes do petróleo. O etanol também pode ser obtido por via fermentativa, principalmente quando
destinado à produção de bebidas.
H H H H
H2SO4
H C C H + H2 O + H C C OH
Eteno H H
Etanol
H H
Glicose
+ 2H C C OH + 2 CO2
Levedura
H H
Etanol
Nomenclatura
O grupo hidroxila tem prioridade sobre ligações duplas ou triplas e também sobre as ramificações.
Logo, deve receber a menor numeração.
60 SENAI-RJ
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C C C C C OH
CH3
4-metil-1-pentanol
C C C C
OH
3-buteno-2-ol ou 2,3-butenol
dupla OH
No caso de mais de um grupo hidroxila, estes deverão ser numerados de forma a se obter a menor
numeração. Além disso, deve-se acrescentar um prefixo indicando o número de hidroxilas.
C C OH
OH
1,2-etanodiol (etileno glicol)
Etano Etanol
Todas as demais regras de nomenclatura dos hidrocarbonetos valem para a nomenclatura dos
álcoois.
Observação
Freqüentemente, o nome dos álcoois é formado pela palavra álcool seguida da
palavra indicadora do grupo alifático ou aromático de que derivam.
SENAI-RJ 61
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Exemplo:
Propriedades fisiológicas
Os primeiros álcoois têm sabor ardente e os superiores são quase sem sabor. O odor é agradável
nos primeiros, de C1 a C3, torna-se sufocante nos médios, C4 e C5, e desagradável, rançoso, nos
seguintes, C6 e C7. Os superiores não têm odor.
Fermentação
Na prática, ele é bem mais complicado, pois a fermentação requer a presença de vários tipos de
enzimas e, portanto, dá origem a toda uma série de produtos intermediários antes de chegar aos
produtos finais (álcool etílico e gás carbônico).
Fenóis
62 SENAI-RJ
Curso Técnico de Cervejaria — Química
Exemplo:
OH OH
OH
Fenol Catecol
Quando a substituição for feita em H não-pertencente ao núcleo benzênico, o composto não será
fenol, e sim álcool.
Exemplo:
H2C – OH
Álcool benzílico
De acordo com o número de hidroxilas, temos mono, di, tri, etc, polifênios.
2. São facilmente oxidados, em temperatura ambiente, pelo próprio oxigênio do ar, dando sabor
áspero e adstrigente às cervejas.
Exemplo:
OH
Oficial: hidroxibenzeno
Não oficial: fenol
SENAI-RJ 63
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Aldeídos e cetonas
Apesar de serem duas classes distintas, apresentam características físicas e químicas semelhantes,
em virtude de possuírem o mesmo grupo funcional – carbonila (C=O). A diferenciação se dá no
posicionamento do grupo, que nos aldeídos se encontra na ponta da cadeia (isto faz com que sejam
mais reativos), enquanto nas cetonas está situado dentro da cadeia.
São um grupo importante para a indústria cervejeira os açúcares, como glicose, maltose e frutose,
substâncias mistas com características de álcoois somadas a aldeídos e cetonas, dependendo de sua
estrutura. O formol foi utilizado durante muito tempo como produto de desinfecção, enquanto o diacetil,
um dos principais produtos indesejáveis na indústria cervejeira, é uma dicetona (2,3-butanona).
Nomenclatura
Para os aldeídos, o carbono número "1" é sempre aquele que contém o grupo carbonila.
H H H H H
5 4 3 2 1
H C C C C C O
64 SENAI-RJ
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Exemplo:
OH O
H2 H
Etanol Etanal
Para as cetonas maiores que quatro carbonos, deve-se indicar a localização do grupo carbonila e a
cadeia deve ser numerada de forma a que os átomos de carbono que contém este grupo sejam
numerados de forma a receber o menor valor.
H O H H H
1 2 3 4 5
H C C C C C H
H H H H
2 - pentanona
Observação
Para formar o nome da cetona substitui-se por ona a terminação ol do
nome do álcool do qual provém.
Exemplo:
OH O
H
Propanol Propanona
SENAI-RJ 65
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Reações
A principal reação de aldeídos é a oxidação, que acontece facilmente, levando à formação dos
ácidos carboxílicos correspondentes.
H H H O
[O]
H C C O >> H C C OH
H H
Acetaldeído Ácido acético
Além da oxidação, os aldeídos e cetonas também podem ser reduzidos, levando aos álcoois.
H H H O
H2
H C C O H C C OH
H H H
Acetaldeído Etanol
Propriedades Físicas
Aldeídos
Os primeiros têm odor penetrante, pungente; à medida que a cadeia carbônica cresce, o odor se
torna agradável, aromático. Os da cadeia C8 à C14 têm cheiro de flores diversas. Os superiores são
inodoros.
Cetonas
66 SENAI-RJ
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O O
H3C C C CH3
Este composto forma-se durante as fermentações pela ação da levedura, a qual também tem a
capacidade de, em seguida, reduzi-lo a substâncias neutras do ponto de vista sensorial.
O O OH O OH OH
Ácidos carboxílicos
São ácidos orgânicos que apresentam o grupo funcional COOH (carboxila). Apresentam um
comportamento similar ao dos ácidos inorgânicos, como o clorídrico e o sulfúrico, apesar de serem em
geral muito mais fracos. São também neutralizados por bases, formando sais.
O O
C C OH
SENAI-RJ 67
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De maneira similar aos álcoois, apresentam interações do tipo ponte de hidrogênio entre suas
moléculas, logo, da mesma forma que os álcoois, os ácidos carboxílicos apresentam elevados pontos
de ebulição e boa solubilidade em água. Nos ácidos carboxílicos, estas propriedades são mais marcantes
que nos álcoois, uma vez que estes fazem apenas uma ponte de hidrogênio entre suas moléculas,
enquanto aqueles fazem duas.
Sem dúvida, do ponto de vista econômico, o ácido carboxílico mais importante é o acético, utilizado
como solvente, intermediário e matéria-prima para sínteses e na alimentação, sob forma de uma
mistura diluída a 4% (vinagre).
Os ácidos carboxílicos são importantes subprodutos do processo de fabricação de cerveja. Podem
ser formados pela própria levedura, como por exemplo o cáprico, o caprílico e o capróico, ou, ainda,
devido a contaminações, como o lético e o pirúvico.
Nomenclatura
A cadeia principal deve ser sempre numerada a partir da extremidade que possui o grupo carboxila,
ou seja, o carbono número 1 é o da carboxila. O nome da substância é dado trocando-se o sufixo "ano"
do alcano com o mesmo número de carbonos pelo sufixo "óico" e acrescentando-se a palavra ácido.
O O
5 4 3 2 1 5 4 3 2 1
C C C C C OH C C C C OH
CH3 CH3
Ácido 3-metilpentanóico Ácido 3-metilbutanóico
Havendo dois grupos carboxílicos fazendo parte da cadeia principal, usa-se a denominação de
hidrocarboneto correspondente com o sufixo "dióico".
O O O H H O
OH C C OH OH C C C C OH
H H
Ácido etandióico (oxálico) Ácido butanodióico
Aparecendo, em uma mesma estrutura, o grupo carboxila e um outro grupo funcional qualquer,
prevalece sempre o grupo funcional dos ácidos na numeração da cadeia principal, que recebe a
nomenclatura com o sufixo "óico".
68 SENAI-RJ
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C C C OH
Cl
ácido 2 - cloropropanóico
Observação
A nomenclatura antiga dava aos ácidos nomes alusivos à sua origem,
por exemplo:
Fórmico por existir nas formigas
Butírico por existir nas manteigas
Cítrico por existir no limão
Oleico por existir nos óleos etc.
Reações
Formação de ésteres
A formação de um éster decorre da reação entre um ácido carboxílico e um álcool, como pode ser
visto abaixo:
OH O O
OH
Segundo análises, o número de ésteres na cerveja situa-se na casa dos 90. Todavia, quantitativamente
falando, três deles apresentam maior importância:
SENAI-RJ 69
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Importante!
É preciso deixar claro que, apesar de termos colocado a formação
de ésteres esquematicamente como um processo químico, no caso de
cervejarias, o processo ocorre preponderantemente pela ação da
levedura, sendo que aproximadamente 95% da formação dos ésteres
ocorrem por via enzimática.
São formados pela reação entre o glicerol e ácidos carboxílicos de cadeia longa (C12-C22), portanto
são ésteres.
CH2O C R1
CHO C R2
CH2O C R3
A diferença mais marcante entre as gorduras e os óleos é que estes são líquidos e apresentam uma
maior quantidade de ácidos insaturados (com ligações duplas e triplas), enquanto aquelas são sólidas e
apresentam maior proporção de ácidos saturados.
Saponificação
Os sabões são compostos que contêm em sua estrutura grandes grupos hidrofóbicos (que não têm
afinidade com a água, ou seja, cadeias de hidrocarbonetos) e um ou mais grupos hidrofílicos (que têm
70 SENAI-RJ
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afinidade com a água). As partes não-polares dissolvem-se em gorduras e óleos. Essa mistura é
posteriormente arrastada pela água, que tem afinidade pelos grupos hidrofílicos. A capacidade de
limpeza dos sabões depende de sua capacidade de formar emulsões com materiais gordurosos.
Os sabões são feitos pela saponificação de gorduras e óleos. Qualquer reação de um éster com
uma base produz um álcool e um sal de ácido carboxílico (sabão), como pode ser visto na reação
abaixo:
O O
O O
O O
Os sabões são misturas de sais de sódio de ácidos graxos com 12 ou mais átomos de carbono. São
ineficientes em águas duras (águas que contém sais de certos metais, como cálcio, magnésio, ferro,
etc.). Estes sabões são precipitados em água dura, formando sais insolúveis de cálcio e ferro. Note,
por exemplo, o anel amarelo perto de ralos, decorrente da formação de sais insolúveis de ferro.
Ésteres
Apresentam baixos pontos de ebulição e baixas solubilidades, pois ao contrário dos ácidos
carboxílicos, não são capazes de formar pontes de hidrogênio. Esta é uma característica importante,
pois irá explicar a volatilidade dos ésteres e sua importância para o aroma da cerveja.
O aroma de substâncias naturais consiste numa mistura complexa de ésteres. Por exemplo, são
necessárias mais de 100 substâncias diferentes para conferir o aroma característico dos morangos.
Os aromatizantes artificiais geralmente consistem em misturas muito simples destas substâncias.
Os acetatos de etila e butila são utilizados como solventes, especialmente na fabricação de vernizes.
Alguns ésteres de ponto de ebulição elevados são utilizados como amaciantes (plastificantes) para
resinas ou polímeros. Muitas resinas plásticas são feitas à base de poliésteres.
SENAI-RJ 71
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Nomenclatura
A cadeia principal deve ser sempre numerada a partir da extremidade que possui o grupo carboxila.
O nome da substância é dado trocando-se o sufixo "óico" do ácido carboxílico com o mesmo número
de carbonos pelo sufixo "oato". A cadeia carbônica ligada ao oxigênio é nomeada como um radical de
hidrocarboneto comum.
O O
3 2 1 4 3 2 1
C C C OCH3 C C C C OC2H5
Reações
As principais reações dos ésteres são aquelas que envolvem a sua formação e já foram vistas
durante o estudo dos ácidos carboxílicos.
Aminas
Fórmula geral:
R – NH2 R – NH R – N – R2
R1 R1
Aminoácidos
São ácidos carboxílicos de função mista com o grupo amino, NH2, podendo ou não aparecer outras
funções.
Exemplo:
NH2
O
Alanina
H3C C C
OH
H
72 SENAI-RJ
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De todos os aminoácidos conhecidos, apenas oito não são sintetizados pelo organismo humano;
estes são chamados aminoácidos essenciais.
Peptídeos
A condensação de dois ou mais aminoácidos, por meio dos seus grupos COOH e NH2, produz
compostos chamados peptídeos.
Proteínas
As proteínas são macromoléculas formadas pela condensação de peptídeos ou, em última análise,
pela condensação de aminoácidos diferentes.
Carboidratos
Por fermentação da cervejaria, dão origem ao etanol e ao gás carbônico. São preparados
industrialmente a partir do amido.
SENAI-RJ 73
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Exercícios
15. Faça a devida correspondência entre as colunas, relacionando a nomenclatura oficial (IUPAC)
com os respectivos compostos químicos:
CH (CH3)2
( ) propanona
e) CH3CH = CHC (CH3)3
( ) 3 - metil - 2 - penteno
g) CH 3COCH 3
74 SENAI-RJ
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16. Dada a nomenclatura oficial (IUPAC), escreva a estrutura química dos seguintes compostos:
a) Etanol
b) 4 - metil - pentanal
d) 3 - octenal
e) 4 - metil - 2 - hexeno
SENAI-RJ 75
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h) 2,5 - octanodiona
i) Ac. pentanodióico
j) Propanoato de etila
76 SENAI-RJ
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O controle da velocidade das reações tem grande importância prática. Algumas reações feitas
descontroladamente causariam grandes danos; outras devem ser aceleradas para que sejam
economicamente exploráveis.
Energia de ativação
Diagrama energético de uma reação exotérmica
Energia
ativada
Energia
Energia dos
reagentes
Energia libertada
Energia dos
produtos
Caminho da reação
SENAI-RJ 77
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Influência da temperatura
Uma generalização útil é a seguinte: em solução aquosa, um aumento de 100C na temperatura
duplicaria a velocidade da reação.
Influência na concentração
Fatos comuns nos fornecem exemplos ilustrativos. Quando se abana um fogo lento, isto significa
aumentar a concentração de oxigênio próximo à lenha em combustão. Com isto, a velocidade da
reação, combustão, é aumentada.
Equilíbrio químico
Considere a reação:
A + B C + D
O equilíbrio químico será a condição na qual a concentração tanto dos reagentes quanto dos produtos
permanecer constante.
Sistemas químicos claramente atingem uma condição de equilíbrio; contudo, sistemas biológicos
apresentam um comportamento muito mais complexo, como poderemos verificar analisando a
fermentação alcoólica.
Vejamos:
Durante a fermentação alcoólica, ocorre a formação de células, etanol, CO2 e consumo de glicose.
Atinge-se durante algum tempo uma situação de equilíbrio, mas dependendo das condições
(concentração de açúcar e disponibilidade de O2), podem ocorrer certas transformações.
• Consumo de etanol e formação de CO2 e H2O.
• Morte celular por falta de nutrientes.
Importante!
Depois de consumido todo o etanol, as células acabarão morrendo,
devido à ausência de alimento.
78 SENAI-RJ
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Como pudemos observar, é preciso fazer-se uma diferenciação entre sistemas químicos e biológicos.
Devemos ter certo cuidado ao aplicarmos conceitos puramente químicos na área bioquímica.
Princípio de Le Châtelier
Admitamos um sistema em equilíbrio, ou seja, no qual a concentração de reagentes e produtos não
varia. Se este sistema for submetido a qualquer perturbação, o equilíbrio desloca-se no sentido contrário
a esta perturbação.
N2 + 3 H2 2 NH3
Esta reação apresenta pequena conversão nas condições usuais, ou seja, ao colocarmos N2 e H2
em contato, ocorrerá pequena conversão destes à amônia. Entretanto, esta reação é a usual em escala
industrial. Então, como contornar este problema? A resposta é: mexendo nas condições de equilíbrio,
usando o princípio de Le Châtelier.
Primeiramente, a reação se acelera utilizando um excesso de nitrogênio, favorecendo o deslocamento
da reação no sentido da amônia (por que não usar H2 em excesso?). Além disso, a amônia formada é
retirada continuamente do reator, favorecendo, mais uma vez, a formação deste produto. Utiliza-se,
ainda, elevada pressão, pois ela favorece o deslocamento da reação na direção em que exista menor
quantidade de moles na fase gasosa, portanto, na direção da amônia.
Catálise
Catalisador é uma substância que participa de uma reação química alterando sua velocidade, sendo,
no entanto, regenerada ao final do processo.
Um catalisador não atua no equilíbrio de uma reação, somente na velocidade. Isto ocorre pelo fato
de o catalisador atuar sobre a energia de ativação diminuindo-a, permitindo à reação se processar de
uma forma mais rápida.
SENAI-RJ 79
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Energia de
Energia livre de transição
ativação de uma
reação não-
catalisada
Energia livre de
ativação de uma
Energia livre
reação catalisada
Estado final
Progresso da reação
Exemplo:
A reação abaixo é catalisada pela presença de NO, apesar de esta substância não participar da
reação.
Enzimas
As enzimas são moléculas protéicas que têm a propriedade de acelerar determinadas reações
químicas, tanto no sentido da síntese como no da degradação de moléculas.
São, portanto, catalisadores orgânicos.
Ação enzimática
O composto que sofre a ação da enzima chama-se substrato. A molécula da enzima possui um ou
mais centros ativos, aos quais o substrato se combina para que seja exercida a ação enzimática.
A especificidade das enzimas é muito variável. Algumas atuam exclusivamente sobre um tipo de
molécula, outras atuam sobre vários compostos, com alguma característica estrutural comum.
80 SENAI-RJ
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Inibição
A atividade das enzimas é capaz de ser inibida de várias maneiras, como as exemplificadas a
seguir.
Inibição competitiva
Ocorre quando uma outra substância cuja molécula é muito parecida com a do substrato se fixa nos
centros ativos da enzima. Neste caso, o inibidor compete com o substrato para se localizar no centro
ativo.
Inibição não-competitiva
Ocorre quando alguma outra substância atua sobre a enzima, alterando sua estrutura e impedindo
sua atividade.
Ambas são reversíveis, isto é, afastando-se o inibidor a ação se normaliza.
Atividade
As enzimas são fundamentais no processo cervejeiro.
A atuação enzimática inicia-se no processo de preparação da própria matéria-prima da cerveja,
isto é, o malte; é fundamental na sala de brassagem, por exemplo, na conversão do amido em açúcares
fermentescíveis, e se estende ao longo de todo o processo de produção.
Dois fatores influenciam diretamente a atividade enzimática: o pH do meio e a temperatura.
PH do meio
Temperatura
As enzimas atuam de ótima maneira em determinadas faixas de temperatura, que variam de enzima
para enzima.
A elevação da temperatura destrói as enzimas, o que se compreende lembrando-se que elas são
proteínas e que estas são desnaturadas a altas temperaturas.
SENAI-RJ 81
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Exercícios
17. De acordo com o que você estudou nesta etapa, defina "equilíbrio químico".
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
18. Observe atentamente a reação química que está dentro do retângulo e responda corretamente
às perguntas abaixo.
N2 + 3 H2 2 NH3
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
82 SENAI-RJ
Curso Técnico de Cervejaria — Química
Corrosão
De acordo com o conceito mais aceito, pode-se definir corrosão como a deterioração de um material,
geralmente metálico, por ação química ou eletroquímica do meio ambiente, aliada ou não a esforços
mecânicos.
Observação
A deterioração de materiais não-metálicos (tais como: concreto, borracha,
polímeros e madeira) devido à ação do meio ambiente é considerada por alguns
autores, também, como corrosão.
Por ser a forma mais familiar de corrosão, vamos estudar somente a que ocorre em superfícies
metálicas.
Em certos metais, o processo corrosivo segue um caminho oposto ao metalúrgico, cujo objetivo
principal é a extração do metal a partir de seus minérios ou outros compostos, ao passo que a corrosão
tende a oxidar o metal, levando-o muitas vezes a um produto de corrosão semelhante ao minério
original.
Exemplo:
Oxidação e redução
Na maioria dos casos, o processo de corrosão não passa de reações de oxi-redução, nas quais o
metal perde elétrons e, portanto, se oxida, enquanto um outro material qualquer ganha elétrons e se
reduz.
SENAI-RJ 83
Curso Técnico de Cervejaria — Química
Muitas vezes, a simples observação de uma tabela de potenciais eletroquímicos nos permite descobrir
a possibilidade de ocorrer ou não um processo corrosivo, como podemos verificar através dos
exemplos a seguir:
a) Sabemos, por experiência, que se colocarmos cobre em contato com aço inox ou ferro, estes
irão sofrer corrosão, enquanto o cobre permanecerá intacto.
A simples observação de uma tabela de potenciais nos permite verificar a razão.
Na tabela tem-se:
Fe Fe 2+ + 2 é Eo = 0,44V
Cu 2+ + 2 é Cu Eo = 0,34V
Portanto, demonstramos que, no caso de uma determinada água conter certa quantidade de
íons cobre dissolvidos, ela irá atacar tubulações de ferro ou aço, propiciando o aparecimento de um
processo corrosivo, com a formação de ferrugem.
b) Sabemos também que, ao trabalharmos com caldeiras geradoras de vapor, temos de utilizar
uma água isenta de oxigênio e com pH alcalino, a fim de evitar problemas de corrosão.
Quais as conseqüências de se trabalhar com pH ácido e com oxigênio dissolvido na água?
Novamente, a tabela de potenciais nos fornece esta informação.
84 SENAI-RJ
Curso Técnico de Cervejaria — Química
Agora, temos uma situação diferente do caso anterior, ou seja, o número de elétrons nas duas
reações é diferente. Sempre que isto ocorrer, deve-se tirar o MMC entre o número de elétrons das
duas reações e as tratá-las como se fossem frações.
Vejamos:
Observamos que o ferro é atacado pelo oxigênio em meio ácido, oxidando-se e formando ferrugem.
Logo, o tempo de vida útil da caldeira irá diminuir, aumentando ainda o perigo de acidentes.
Vimos dois exemplos práticos de determinação de ocorrência de corrosão. Evitar este tipo
de problema é tarefa simples, não-dispendiosa e requer poucos recursos, ao passo que a correção de
problemas de corrosão já instalados demanda tempo, mão-de-obra e, eventualmente, parada da
fábrica.
Aspectos práticos
É necessário ter em mente que a corrosão decorre da ação do ambiente sobre uma determinada
superfície (geralmente metálica). Por isso, é necessária a noção de compatibilidade, ou seja, quais
materiais são mais adequados para determinados fins.
SENAI-RJ 85
Curso Técnico de Cervejaria — Química
− Alumínio: Ácidos nítrico (80%, mesmo acima de 500C), acético (quente ou frio), cítrico,
tartárico, málico e graxos, hidróxido de amônio (quente ou frio), água destilada, enxofre e
seus compostos, atmosferas rural e urbana.
Incompatíveis
− Aços inoxidáveis austeníticos: Ácido clorídrico (e sais que se hidrolisam formando este
ácido, como o FeCl3) e água do mar.
86 SENAI-RJ
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SENAI-RJ 87
Curso Técnico de Cervejaria — Química
Exercícios
19. Complete os espaços em branco da afirmativa abaixo, utilizando as palavras do quadro a seguir:
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
88 SENAI-RJ
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Chave de respostas
Exercício 1
a) Matéria é tudo aquilo que possui massa e que apresenta volume definido.
b) Corpo é uma porção limitada de matéria.
c) A 00C a água transforma-se em gelo; nesta temperatura, a água está no seu ponto de fusão.
d) A 1000C a água ferve; nesta temperatura, a água está no seu ponto de ebulição.
Exercício 2
a) Molécula
b) Substância simples
c) Substância composta
d) Mistura homogênea
e) Mistura heterogênea
Exercício 3
Carbono = 21 gramas
Oxigênio = 14 gramas
SENAI-RJ 89
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Exercício 4
(b) destilação
(c) cristalização
(a) decantação
Exercício 5
a) Prótons – positiva
b) Elétrons – negativa
c) Nêutrons – zero
Exercício 6
Prótons = 27
Nêutrons = 32
Elétrons = 27
Exercício 7
Isóbaros: A e B
Isótopos: A e C
Exercício 8
a) CH 2O
b) Carbono = 40%
Oxigênio = 53,33%
Hidrogênio = 6,67%
Exercício 9
a) 714,28g/l
b) 1,2M = 48g/l
c) 5,0g
90 SENAI-RJ
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Exercício 10
Exercício 11
a) pH = 2,82
b) pH = 9,52
c) pOH = 12,25
Exercício 12
a) [H+] = 3,98 x 10-6 M
b) [H+] = 2,75 x 10-11 M
c) [OH+] = 1,78 x 10-12 M
Exercício 13
a) Indicador
São ácidos ou bases orgânicas fracas, cujas moléculas apresentam variação de cor,
decorrentes de modificações de pH.
b) Ácido forte
c) Solução-tampão
São misturas que regulam o pH das soluções, reduzindo variações resultantes da adição
de ácidos ou bases.
Exercício 14
c) (x) HCl/NaOH
SENAI-RJ 91
Curso Técnico de Cervejaria — Química
Exercício 15
( c ) 3 - isopropil, 2,5 - hexadien - 1 - ol
( b ) 2 - metil - 2 - buteno
( d ) 4 - metil - 2 - hexeno
( f ) acetato de etila
( g ) propanona
( e ) 4,4 - dimetil - 2 - penteno
( a ) 3 - metil - 2 - penteno
Exercício 16
a) Etanol
C C OH
b) 4 - metil - pentanal
C C C C C
CH3
C C C C C C
CH3
92 SENAI-RJ
Curso Técnico de Cervejaria — Química
d) 3 - octenal
C C C C C C C C
e) 4 - metil - 2 - hexeno
C C C C C C
CH3
C C C C C C OH
CH3
C C C C C
C2H5
O
h) 2,5 - octanodiona
C2H5
O O
C C C C C C C C
SENAI-RJ 93
Curso Técnico de Cervejaria — Química
i) Ac. pentanodióico
O O
HO C C C C C OH
j) Propanoato de etila
C C C OC2H5
Exercício 17
É a condição que uma reação química atinge depois de determinado tempo, na qual as
concentrações tanto dos reagentes quanto dos produtos permanecem constante.
Exercício 18
a) De acordo com o Princípio de Le Châtelier, haverá uma maior formação de amônia.
b) De acordo com o Princípio de Le Châtelier, haverá uma maior formação de amônia.
Exercício 19
"Corrosão é a deterioração de um material, geralmente metálico, por ação química ou
eletroquímica do meio ambiente, aliada ou não a esforços mecânicos."
Exercício 20
94 SENAI-RJ
Curso Técnico de Cervejaria — Química
Referências bibliográficas
SENAI-RJ 95
Automação industrial
Nesta unidade...
Introdução
Exercícios
Medição
Exercícios
Medição de grandezas
Exercícios
Chave de respostas
Referências bibliográficas
2
Automação industrial
2004
SENAI–Rio de Janeiro
Diretoria de Educação
Ficha Técnica
Edição revista da apostila Automação Industrial. Vassouras, 1997. p. il. (Série Cursos de
Cervejaria). SENAI.RJ. CETEC de Produtos Alimentares. Coordenaria de Informação Tecnológica.
SENAI
SENAI––Rio de Janeiro
GEP – Gerência de Educação Profissional
Rua Mariz e Barros, 678 – Tijuca
20270-903 – Rio de Janeiro – RJ
Tel.: (21) 2587-1116
Fax: (21) 2254-2884
GEP@rj.senai.br
http://www.rj.senai.br
Curso Técnico de Cervejaria — Automação industrial
Introdução
Uma das grandes vantagens na utilização de máquinas e, também, um dos motivos que levaram ao
seu contínuo desenvolvimento e diversificação foi o fato de elas permitirem a diminuição da força
física despendida pelo homem para a realização de determinadas tarefas.
Contudo, ainda existe a responsabilidade de se controlar a forma como estes equipamentos funcionam,
ou seja, se estão realizando adequadamente sua função.
As formas mais modernas de automação industrial tiveram início quando Konrad Zuse desenvolveu
o primeiro computador. Assim, cálculos que antes eram trabalhados puderam ser feitos mais rapidamente;
processos complexos que demandavam grande número de pessoas para o acompanhamento e controle
puderam ser controlados a partir de um sistema central, requerendo um número mínimo de funcionários.
Pela aplicação do controle automático, os processos podem ser acompanhados com maior precisão,
a fim de se fornecerem produtos mais uniformes e de melhor qualidade, o que muitas vezes leva a
lucros mais elevados. Além disso, os processos que respondem com muita rapidez ao serem controlados
pelos operadores humanos podem ser feitos automaticamente.
Este tipo de controle também tem utilidade nas operações em regiões remotas, perigosas ou de
rotina. Depois de um período de experimentação, os computadores estão sendo usados para operar e
controlar automaticamente os sistemas, alguns dos quais de grande porte e complexidade para o
controle humano eficiente.
SENAI-RJ 99
Curso Técnico de Cervejaria — Automação industrial
Em virtude de o lucro no processo ser o benefício mais importante a ser obtido pela aplicação do
controle automático, a sua qualidade e o seu custo devem ser comparados com o retorno esperado dos
investimentos e com os objetivos técnicos do processo.
Observação
O retorno econômico de um sistema de controle automático abarca a redução
dos custos operacionais, a manutenção e a confiabilidade do produto, juntamente
com a operabilidade do processo e a elevação da produção.
Importante!
O conceito “malha aberta” é encontrado freqüentemente nas discussões
dos sistemas de controle para indicar que se está investigando a
dinâmica do processo não-controlado.
100 SENAI-RJ
Curso Técnico de Cervejaria — Automação industrial
Um sistema de controle de malha fechada tem a variável controlada medida, e o resultado dessa
medição é usado para manipular uma das variáveis do processo, como por exemplo a vazão do vapor.
Importante!
Esta realimentação pode ser realizada por um operador humano
(controle manual) ou pelo uso de instrumentos (controle automático).
No controle manual, o operador mede periodicamente a temperatura. Quando, por exemplo, ela
está abaixo do valor desejado, ele aumenta a vazão de vapor, abrindo ligeiramente o registro. Já no
controle automático, um sensor de temperatura é usado para produzir um sinal (elétrico, pneumático,
etc.) proporcional à temperatura medida. Este sinal é injetado num controlador que o compara com o
valor predeterminado, no qual se deseja uma referência. Havendo diferença, o controlador modifica a
abertura do registro de controle do vapor, para corrigir a temperatura.
Controle programado
O controle programado está se tornando amplamente usado. As perturbações do processo são
medidas e compensadas, sem haver espera de uma modificação da variável controlada que indique a
existência destas perturbações. Este controle avançado também é útil quando a variável controlada
final não pode ser medida. Por exemplo, um controlador pode ter a capacidade operacional de, usando
a vazão e a temperatura do líquido afluente, medir diretamente e calcular a vazão necessária do vapor,
para manter a temperatura desejada do líquido efluente.
SENAI-RJ 101
Curso Técnico de Cervejaria — Automação industrial
Medidor de Medidor de
Entrada de líquido vazão temperatura
Misturador
Referência Controlador Controlador
realimentado antecipatório Medidor de
temperatura
Vapor
Saída
de líquido
Observação
O dispositivo de um controlador que fornece uma referência para outro
controlador é conhecido como controle em cascata, e é usado comumente no
controle da realimentação.
Tipos de controlador
Dependendo do tipo de processo que se deseja controlar, podemos utilizar diferentes tipos de
controladores. A partir deste momento, eles serão vistos, de maneira resumida, bem como as diferentes
características utilizadas para o controle do processo.
A maior restrição ao seu uso está em sistemas que tenham uma grande inércia, pois isto leva a uma
demora considerável para que ocorra uma compensação do erro.
102 SENAI-RJ
Curso Técnico de Cervejaria — Automação industrial
Controladores proporcionais
Diferente da ação “tudo ou nada”, a ação de um controlador proporcional é suave e contínua sobre
sua faixa de ação.
Exemplo:
Num vaso de processo aquecido a vapor, quando a temperatura controlada ultrapassa o nível de
referência, a saída do controlador aumenta numa grandeza proporcional. Esta saída pode reduzir a
abertura de uma válvula de vapor para diminuir a entrada do mesmo.
Importante!
Esta resposta será tão mais intensa quanto mais distante a temperatura
estiver do valor de referência.
É uma variação do controle proporcional. Além de haver uma compensação do erro, a adição de
um controle integral (ação reset) força o controlador a permanecer atuando até que o erro alcance o
valor zero. Este sistema é utilizado principalmente em sistemas que necessitam de ajustes finos e
trabalham com pequenas margens de erro.
Diagrama de blocos
Estes diagramas medem as relações entre as variáveis do sistema e constituem o método-padrão
de representar os sistemas, visando à sua análise ou discussão.
Existem convenções relativas à construção do diagrama de blocos. Os segmentos de reta
representam sinais, que podem ser fluxos de informação, de massa ou de energia. Uma junção
circular significa a soma algébrica dos sinais afluentes à união. Um sinal algébrico de adição (+) ou
subtração (–) é colocado junto à seta para indicar a operação sobre o sinal. Um ponto de ramificação,
ou uma reta que se ramifica de outra, representa a divisão de um sinal em mais de um canal, sem
modificação. Os retângulos representam uma modificação dos sinais afluentes e são usados para
simbolizar os elementos do sistema. Os retângulos, normalmente, contêm as notações que descrevem
as características dinâmicas do sistema que representam.
SENAI-RJ 103
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Computador
H H
A A
Processo - I Processo - II
104 SENAI-RJ
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Exercícios
SENAI-RJ 105
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Medição
Técnicas de medição
Medir é uma forma de delimitar a dimensão de um determinado fenômeno.
Fenômenos que não podem ser medidos não podem ser controlados. Logo, é importante para a
automação de um processo não só realizar uma medição, mas também saber o que está sendo medido,
se este é um parâmetro importante para o desenvolvimento do processo e se seu controle poderá ser
realizado da maneira adequada.
S CM
Sensor Conversor
de medida
Observação
Praticamente todos os processos necessitam, de alguma forma, de
mecanismos de controle para o acompanhamento de seu
desenvolvimento. Processos tecnológicos ligados à química, física e
matemática são exemplos clássicos de sistemas nos quais o
acompanhamento é fundamental.
Um sistema de medição deve ser constituído de um sensor, que é, em última instância, o principal
responsável pela medição de uma determinada propriedade. O sensor fornece um sinal (sinal de
entrada), que é posteriormente transformado de maneira proporcional em outro sinal (sinal de saída),
por um transformador. Este último sinal pode ser amplificado e transmitido a distância, sendo
acompanhado através de medidores ou trabalhado através de programas específicos.
Quando os sinais de entrada e saída apresentam propriedades físicas diferentes, por exemplo:
entrada (pressão) e saída (voltagem), é necessária obrigatoriamente a presença de um conversor para
realizar a transformação.
Quando temos um sinal muito pequeno, pode ser necessária a presença de um amplificador, para
aumentar a amplitude do mesmo.
106 SENAI-RJ
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As funções de transformação e amplificação dos sinais podem ser realizadas por uma unidade
única e compacta.
Importante!
Os sinais analógicos representam pedaços de uma escala, enquanto
sinais digitais representam, unicamente, números discretos.
Os aparelhos de medição podem ser classificados como de amplitude (por exemplo: termômetros,
balança de mola, medidores de rotação) ou de medição com compensação (por exemplo: balança de
barra).
Medidores de compensação
São medidores ativos e que não influem no valor da grandeza que está sendo medida, contudo
reagem mais lentamente que os medidores de amplitude, devido às leituras precisarem ser, às vezes,
compensadas.
Medidores passivos
São aqueles que não necessitam de energia externa, por exemplo: termômetros com líquido e
pressão. Estes medidores retiram sua energia para funcionamento do próprio meio em que está sendo
realizada a medição. Devido a esta característica, estes medidores apresentam erros pequenos da
propriedade que está sendo medida.
SENAI-RJ 107
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É aquela dentro da qual pode ser feita a leitura de uma grandeza, como a escala de um tacômetro,
por exemplo.
Faixa de leitura
É uma faixa dentro da qual pode ser realizada a medida sem que ocorram erros significativos de
medição.
Faixa de carga
Sensibilidade
Medidas de erro
Erro de medição
É a diferença entre o valor visualizado e as grandezas do sinal de entrada.
Limite do erro
É uma variação de valores garantidos e combinados em relação aos valores teóricos.
108 SENAI-RJ
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Cada empresa pode informar o grau de precisão de seus aparelhos através de uma tabela, como a
que você pode observar abaixo.
0,1 ± 0,1%
Instrumentos finos 0,2 ± 0,2%
0,5 ± 0,5%
1 ± 0,1%
Instrumentos de serviço 1,5 ± 1%
2,5 ± 2,5%
5 ± 5%
Importante!
Devemos utilizar medidores, sempre que possível, para avaliarmos
valores de medição, lembrando que a tolerância de erro relativo se
torna muito menor quanto mais próximos estamos da faixa-limite da
grandeza medida.
Erros sistemáticos
São erros de mesmo valor que sempre aparecem quando realizamos diferentes medições do mesmo
fenômeno.
Os erros sistemáticos podem ser reduzidos utilizando-se medidores melhores ou através de tabelas
de correção.
Erros de histerese
São resultados de comportamento diferenciado de movimentação dos elementos de medição ou de
transmissão, quando eles realizam movimentos em sentidos contrários.
SENAI-RJ 109
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Exercícios
110 SENAI-RJ
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Medição de grandezas
Medição de temperatura
Termopares
A medição de temperatura através de termopares baseia-se na passagem de uma corrente elétrica
através de um circuito elétrico constituído por dois fios metálicos diferentes, ligados por duas juntas
que se encontram em temperaturas diferentes.
Termômetros de resistência
A utilização deste tipo de termômetro baseia-se no fato de que os metais alteram sua resistência
com a variação da temperatura. Este fenômeno é quantificado através do coeficiente de temperatura
da resistência, que mede esta transformação em ohm/ºC. A maioria dos metais tem coeficiente de
temperatura positivo, ou seja, com o aumento da temperatura, aumenta a resistência à passagem de
corrente elétrica.
Geralmente, os metais são compostos de platina, cobre ou níquel; contudo, tem havido um crescimento
na utilização de materiais semicondutores.
SENAI-RJ 111
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que se encontram cheios de gás ou líquido volátil respondem às variações de pressão (gás) ou pressão
de vapor (líquido volátil).
Observação
Estes dispositivos são caracterizados por uma grande capacidade
térmica, o que propicia, às vezes, uma resposta lenta às variações de
temperatura.
A grande vantagem na utilização deste equipamento reside na sua simplicidade e robustez, além de
permitir que a variação de temperatura possa ser visualizada em um ponto mais afastado do processo.
Tubo Bourdon
Capilar
Bulbo
Termômetros bimetálicos
Um bimetal termostático é um material composto por dois ou mais metais, convenientemente ligados.
Este material composto, em virtude dos diferentes coeficientes de expansão térmica, tende a modificar
sua curvatura quando sujeito a alterações de temperatura. O termômetro é construído tendo uma
extremidade fixa, enquanto a outra sofre desvios proporcionais à variação de temperatura, sendo que
esta variação de comprimento é calibrada sob a forma de variação de temperatura.
Os termômetros bimetálicos trabalham numa ampla faixa de temperatura, que vai desde 500ºC até
– 180ºC. Contudo, sob temperaturas muito baixas, torna-se difícil a leitura, pois a deflexão cai muito
rapidamente. Temperaturas muito elevadas também apresentam problemas para a obtenção de leituras
confiáveis.
112 SENAI-RJ
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Domínio
Todo em vidro:
Einchluss: – 328 a + 680 -201 a +200 Usualmente uma divisão da
escala ±0,0020C a ±0,0050C
Tubo e escala:
Escala embutida -30 a +500 -22 a +260 Usualmente uma divisão
da escala
Escala em estanho,
cobre ou aço-inoxidável -40 a +400 -40 a +204 Usualmente uma divisão
da escala
Industrial:
A álcool -150 a +120 -100 a +50 Usualmente uma divisão
da escala
A mercúrio -40 a +1200 -40 a +648 Usualmente uma divisão
da escala
Os termômetros de vidro não são utilizados no controle de processos, pois seus sinais são
transformados com dificuldade em sinais elétricos ou pneumáticos. Todavia, encontram grande aplicação
como instrumentos de medida manual e nos laboratórios de controle.
SENAI-RJ 113
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O principal cuidado com estes termômetros é realizar as medições nas mesmas condições da
calibração, ou seja, um termômetro calibrado para imersão total não deve ser utilizado como um
medidor de imersão parcial, sob pena de a medida incorrer num erro acentuado.
A escolha do fluido termométrico é um parâmetro importante a ser levado em conta, sendo necessário
conhecer a faixa de temperatura que está sendo medida e evitar o congelamento ou a fervura do
referido fluido.
Observe, a seguir, uma tabela que mostra a faixa de utilização dos líquidos mais usados em
termômetros:
114 SENAI-RJ
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Excitação
t
O
T1
Luminescência
O τ1
T2 > T1
O τ1
A figura a seguir mostra a malha responsável pela determinação da temperatura a partir deste
método. O sistema é constituído por um sensor de cristal no final da fibra ótica. O sinal luminoso é
recebido pelo cristal, que fica excitado. O dado é transmitido para um avaliador e a informação de
temperatura é obtida através do decaimento do sinal ótico e do tempo de duração deste sinal. O cristal,
durante o processo de medição, permanece dentro da amostra e, portanto, deve estar na mesma
temperatura desta. No caso de o cristal estar a uma temperatura muito alta, o decaimento é muito
rápido, enquanto para temperaturas muito baixas, o tempo torna-se muito longo.
Avaliação
PD Ótica
eletrônica
S
Legenda
LED LED – Diodo de iluminação
Sensor
SENAI-RJ 115
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Este sistema pode ser usado mesmo em condições de elevadas radiações eletromagnéticas,
freqüências altas, microondas e altas voltagens no ambiente de medição.
Medidas de pressão
A pressão é definida como a força exercida sobre determinada superfície de área, sendo usualmente
expressa sob a forma das unidades Kgf/cm2, Ibf/in2 etc., ou ainda como altura de uma coluna líquida
(mm de Hg, m de água etc.).
Métodos de medida
Os dispositivos de medição de pressão podem ser divididos em três grupos.
• Altura de uma coluna líquida.
• Deformação de uma câmera elástica de pressão.
• Dispositivos sensores elétricos.
Os medidores de pressão de coluna líquida são aqueles que equilibram uma pressão desconhecida
contra a pressão exercida por uma certa coluna líquida de densidade e altura conhecidas. Uma vez
que a densidade do líquido varia com a temperatura, é necessário, para efeito de cálculo da pressão,
levar em conta a variação desta propriedade.
O fole ou sanfona consiste de um cilindro com elasticidade axial, com dobras profundas em sua
superfície. Dependendo da elasticidade do material e da pressão medida, pode ser utilizado sozinho ou
em combinação com uma mola, que lhe restringe o movimento. A pressão pode ser aplicada tanto no
interior quanto no exterior do fole, desde que o lado oposto seja mantido à pressão atmosférica. Pode
ser utilizado para medição de pressões absolutas, desde que o interior ou exterior sejam evacuados.
116 SENAI-RJ
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Pressão Pressão
(a) (b)
Membranas ou diafragma
Os metais mais utilizados na construção de diafragmas são o latão, o cobre, o aço inox, o berílio e
o bronze fosforoso. Estes manômetros permitem medidas de pressão de até 3atm.
Cápsulas-
diafragma
Selo sanfonado
117
Pressão Pressão
(a) (b)
O segundo tipo de membrana resiste à pressão e exerce uma força sobre um elemento elástico
flexível de borracha, couro ou material polimérico. O diafragma tem seu movimento contrabalançado
pela ação de uma mola, cuja deflexão é proporcional à pressão aplicada.
SENAI-RJ 117
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Força em Travessão
Pressão
oposição
Mola retentora
Selo flexível
Diafragma
ondulado
Estojo
de alta
Diafragma flexível
pressão
(a)
Alta Baixa
Pressão
(b)
Esta figura apresenta outra construção possível do dinamômetro, no qual o diafragma transmite
diretamente a este a força aplicada.
Tubo Bourdon
Ponteiro
Movimento
Setor
Pinhão motor
Articulação
Encaixe
Métodos elétricos
Estão baseados no fato de que um condutor elétrico, quando é esticado, tem sua resistividade
elétrica aumentada, em decorrência do aumento do seu comprimento e diminuição do diâmetro.
118 SENAI-RJ
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Os manômetros deste tipo são geralmente constituídos de um circuito elétrico (ponte de Wheatstone).
Na ponte com dois braços ativos, o elemento sensor fica montado sobre a parte deformada, enquanto
o elemento de comparação fica sobre a parte não-deformada.
Com isso, há compensação da expansão térmica dos suportes e da modificação da resistência dos
elementos do manômetro, em conseqüência da alteração da temperatura. A ponte também pode ter
quatro braços ativos – neste caso, dois elementos são montados de modo a serem tensionados, e os
outros dois são montados em compressão ou sem qualquer pressão. Esta configuração aumenta a
sensibilidade do transdutor e mantém as características de compensação de temperatura.
A seguir, observe a representação de uma malha de circuito elétrico para medição da deformação.
Além disso, veja ainda alguns manômetros que funcionam de acordo com este princípio.
Elementos de
compressão
Elemento ativo
Tensão Tensão
excitadora excitadora
(a) (b)
Manômetros de
deformação:
a) com fios metálicos
b) com fitas metálicas
(a) (b)
SENAI-RJ 119
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Elementos sensores
Diafragma
Dispositivo de medida
de pressão por
Pressão deformação de
elementos metálicos
fixos.
Diafragma fixo
Pressão
Pinos
isolados Dispositivo de medida
de pressão por
Armação fixa elementos metálicos
livres.
Medidas de vazão
A vazão é conceituada como o volume por unidade de tempo, definidas a temperatura e a pressão
de medição. A vazão pode ser determinada utilizando-se medidores de deslocamento positivo ou
indiretos.
Nos medidores indiretos, não ocorre a separação do fluxo. De maneira geral, o movimento do
fluido é captado por um sensor primário, que ativa um dispositivo de resposta secundário que infere no
valor da vazão, utilizando princípios físicos e relações empíricas.
Os principais instrumentos que seguem este princípio são os medidores de pressão variável, área
variável, deslocamento positivo, fluxímetros de massa, vertedores e calhas (utilizados para sistemas
abertos).
120 SENAI-RJ
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Medições de nível
A determinação de nível consiste na localização de uma película de separação existente entre duas
fases de natureza diferente. Estas duas fases podem ser constituídas por: líquido-gás, sólido-gás,
sólido-líquido, líquido-líquido etc.
Dispositivos visuais
Estão incluídos nesta categoria os visores de vidro, as varas calibradas e os manômetros de tubo
aberto.
Os visores de vidro são os dispositivos mais empregados para a determinação visual do nível de um
vaso. O visor pode ser aproximado como um manômetro, no qual o nível é igual ao do vaso. O visor é,
normalmente, instalado com válvulas que permitem sua retirada sem que haja a despressurização do
tanque, bem como permitem a retirada do tubo ou a câmara do visor, para limpeza, sem necessidade
de desmontar todo o dispositivo.
Observação
O uso dos visores está diretamente relacionado ao material de que são
construídos. Geralmente, estão limitados a uma pressão máxima de
30atm e a uma temperatura de 200ºC. Em pressões mais elevadas ou
temperaturas mais altas, torna-se necessária a construção utilizando
materiais especiais.
De uma maneira geral, são utilizados visores de vidro plano, como pode ser observado na figura da
página seguinte.
SENAI-RJ 121
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Grampo em U
Diafragma
Câmaras Vidro
Vidro
Vidro
Coberturas
Pressão
Quando se desejam observar, além do nível, certas características do líquido, como cor, turbidez
etc., utiliza-se um visor de vidro plano transparente. Este visor apresenta placas de vidro nas duas
faces da câmara líquida, podendo ainda haver uma iluminação para realçar a visualização.
Neste tipo de nível, temos uma bóia que está ligada a um mecanismo indicador, corrente ou fita
flexível.
No nível com a escala vertical, pode-se observar um contrapeso, cuja função é evitar a deflexão da
corrente ou fita. No nível com leitura em mostrador, a fita perfurada aciona os ponteiros de um
indicador de nível. Esta fita geralmente fica armazenada sob a forma de bobina, controlada por uma
mola, alojada na caixa de leitura. A bóia normalmente consiste em um flutuador metálico achatado que
se movimenta por um fio-guia, disposto verticalmente ao longo do tanque.
Observe, na figura seguinte, de maneira esquemática, um medidor que funciona de acordo com
este princípio.
122 SENAI-RJ
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Fita
Roldana
Fios de guia
Bóia
Caixa de leitura
Mostradores
Escala
Este sistema geralmente é constituído de uma bóia oca em cujo interior temos um ímã que se
desloca por um eixo vertical disposto ao longo do vaso. Dentro do tubo, temos um ímã seguidor,
suspenso através de um fio ou fita flexível ligado a um aparelho registrador. Com o aumento ou
diminuição do nível, ocorre o movimento da bóia imantada, que é acompanhada pelo ímã seguidor,
provocando a modificação da leitura do registrador.
Tubo não-magnético
Relé de
mercúrio
Armadura Mola
magnética tensora
Ímã permanente
Bóia
SENAI-RJ 123
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Deslocamento a torção
Neste tipo de medidor, a bóia fica suspensa a uma haste que se acopla a um tubo. Uma das
extremidades do tubo é fixa e a outra fica apoiada num cutelo. Este tubo, além de constituir um
membro elástico, funciona também como uma vedação sem selagem de pressão. Dentro dele, está um
eixo com uma extremidade fixa à ponta interna. A rotação da extremidade oposta do eixo é proporcional
ao empuxo sobre o flutuador.
Devem-se tomar certos cuidados para evitar o aparecimento de corrosão nas partes deste medidor
que entram em contato com o fluido, cujo nível está sendo determinado.
Deslocador
Os medidores deste tipo geralmente são constituídos por um flutuador acoplado a uma mola e
acionam um ímã que se move no interior de um tubo protetor. O movimento do ímã é transmitido ao
mecanismo indicador por um seguidor magnético acoplado do lado externo do tubo.
124 SENAI-RJ
Curso Técnico de Cervejaria — Automação industrial
Tubo não-magnético
Estojo do
deslocador
Deslocador
flutuante
Este sistema é constituído por uma bóia elipsoidal ou cilíndrica montada num braço curto que se liga
à extremidade de um tubo flexível. A extremidade fixa deste tubo está ligada a uma flange. Parte do
tubo, ao redor da flange, é achatada,
para aumentar a flexibilidade. O Flange de
montagem
movimento da bóia é transmitido ao Bóia
exterior da câmara por uma haste que
se estende pelo tubo. Este tipo de Lingüeta de extensão
Sensores de pressão
Utilizam a pressão hidrostática como uma medida de nível. De maneira idêntica ao medidor de
corpo imerso, a medida exata do nível depende do conhecimento preciso das densidades dos fluidos. A
maior parte dessa classe de medidores utiliza instrumentos para medida ou diferença de pressão.
Nesses sistemas, a pressão do gás é ajustada até conseguir vencer a pressão hidrostática do fluido,
começando a borbulhar. Sabendo-se a densidade do fluido, é possível determinar onde se encontra o
nível. Em virtude de a vazão de gás, pelo tubo de bolhas, impedir a entrada do líquido no instrumento
medidor, esta técnica é particularmente útil para ser usada com líquidos corrosivos ou viscosos, com os
que possam congelar e com aqueles que contenham sólidos arrastados.
SENAI-RJ 125
Curso Técnico de Cervejaria — Automação industrial
Manômetro medidor
Suprimento
de ar ou de gás
Regulador de
vazão constante
Tubo borbulhador
Nos vasos pressurizados, deve-se levar em conta a pressão ambiente para a determinação da
pressão hidrostática. Geralmente, é medida uma diferença de pressões relacionada ao nível de fluido
dentro do vaso.
Assim como no caso anterior, deve-se ter conhecimento da densidade dos fluidos. Além disso,
pressões estáticas que não sejam pertinentes à medição de nível devem ser eliminadas ou compensadas.
Pode-se utilizar, por exemplo, um manômetro diferencial a diafragma para se determinar a pressão
ambiente dentro de um vaso pressurizado, parcialmente cheio de líquido.
Em relação ao equipamento, a conexão do vaso com o lado de pressão mais baixa não contém
líquido acumulado em virtude de transbordamento ou condensação; a densidade do gás ou do vapor
acima do líquido é desprezível ou foi compensada, o instrumento medidor está localizado na mesma
elevação que o nível mínimo a ser indicado ou se faz uma compensação adequada.
Este tipo de sistema, com algumas modificações (como, por exemplo, a utilização de uma coluna de
referência), pode ser utilizado inclusive para medir pressões em líquidos ferventes.
Observe, na figura a seguir, um medidor que funciona de acordo com este princípio.
126 SENAI-RJ
Curso Técnico de Cervejaria — Automação industrial
Coletor do condensado
Manômetro diferencial
Outros métodos
Outras propriedades podem ser utilizadas para se determinar com exatidão a posição em que se
encontra a interface entre dois fluidos diferentes.
Métodos elétricos
Aproveitam-se principalmente do fato de a condutividade e a constante dielétrica variarem de
acordo com o fluido analisado, permitindo sua utilização para determinação de volumes máximos e
mínimos dentro de um vaso.
Métodos térmicos
Geralmente são baseados na condutividade térmica diferenciada entre dois fluidos.
Consistência e viscosidade
Usualmente, estas características são utilizadas para localizar a interface existente entre sólidos e
semi-sólidos com líquidos ou gases. Seu princípio de funcionamento está baseado no fato de os dois
fluidos que se interfaceiam apresentarem diferentes consistências.
Métodos sônicos
Estão baseados no fato de que diferentes fluidos conduzem de maneira diferente as ondas sonoras.
Por exemplo: teremos velocidades de propagação do som (ou ultra-som) caso a região em que o nível
está sendo medido contiver líquido ou gás. Na maioria dos casos, este equipamento é utilizado para se
determinarem níveis mínimos e máximos.
SENAI-RJ 127
Curso Técnico de Cervejaria — Automação industrial
Coluna líquida
A densidade pode ser calculada através de um manômetro aberto para a atmosfera; medindo-se a
altura do líquido, determina-se a densidade do fluido. Obviamente, deve-se levar em conta que a
temperatura exerce um efeito sobre a densidade.
Deslocamento
Podem ser utilizados para a medição de densidade por este método:
Hidrômetros
Aparelhos de peso constante e imersão variável. O peso do hidrômetro é proporcional ao empuxo,
que por sua vez é proporcional à densidade do fluido.
Bóias
Estes instrumentos devem estar completamente imersos num líquido, cujo empuxo pode ser
determinado pela sua posição. A posição da bóia varia de acordo com o peso da corrente que ela
suporta, que por sua vez é proporcional ao empuxo que sobe.
Este sistema pode, ainda, ser acoplado a uma bóia magnética
suspensa abaixo de um solenóide. Um campo magnético solenóide
Em forma de tubo; indutor
variável mantém a bóia a uma distância do solenóide. As constituído por um conjunto
de espiras circulares paralelas
modificações da posição da bóia, resultantes da alteração na e próximas, com o mesmo
densidade, excitam um sistema elétrico que aumenta ou diminui eixo retilíneo.
a corrente no solenóide.
128 SENAI-RJ
Curso Técnico de Cervejaria — Automação industrial
Bóia
Bobina sensora
Armadura
Entrada da amostra
Dispositivos deste tipo normalmente são constituídos de um tubo em U vibratório, devido a uma
ação elétrica. A amplitude da vibração é uma medida da densidade, uma vez que esta propriedade é
inversamente proporcional àquela.
Veja, a seguir, um medidor de densidade que opera de acordo com a descrição supramencionada.
Entrada da
amostra
Motor e sensor
Medição do peso
SENAI-RJ 129
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Outros métodos
Para a determinação da densidade, ainda podem ser utilizados os métodos descritos a seguir.
Utilizam o fato de que a absorção de radiação γ por uma substância é função de sua densidade. Em
geral, são utilizados como fontes radioativas o césio 137 e o cobalto 60.
O funcionamento deste medidor baseia-se no fato de que o torque produzido por um gás é proporcional
à sua densidade. Em geral, o torque produzido pelo gás do qual se deseja conhecer a densidade é
comparado ao torque produzido pelo ar ou outro gás de densidade conhecida, num sensor análogo,
girando em sentido oposto. A diferença entre os torques está diretamente relacionada à densidade.
Medidores de viscosidade
Tipo de rotação
Mede-se o torque resultante da rotação de um fuso dentro de uma câmara por onde uma amostra
do fluido escoa continuamente.
No flutuador do tipo pistão, mede-se o tempo necessário para que uma esfera caia numa amostra
de fluido contida num cilindro, que é ligeiramente maior que o corpo cadente.
Este tipo mede a amplitude da vibração de uma prova imersa num fluido. Outro método é o de
impulsionar a prova numa freqüência determinada; pela taxa de diminuição da amplitude de vibração,
determina-se a viscosidade do fluido.
130 SENAI-RJ
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Tipo capilar
Este tipo mede a queda de pressão resultante do escoamento constante de um fluido através de um
tubo capilar de diâmetro conhecido.
Palheta
Pressão de carga
Medição
Pressão de saída
Medição de umidade
Existem os mais diversos métodos para a determinação de umidade.
Baseia-se no fato de que a temperatura do ponto de orvalho de uma mistura gasosa conhecida é
também função da quantidade de vapor d’água presente.
Método eletrolítico
Consiste na passagem de uma corrente gasosa da qual se deseja determinar a umidade por uma
cuba eletrolítica, contendo ácido fosfórico concentrado.
O ácido fosfórico absorve a água, que então é eletrolisada quantitativamente. A corrente elétrica
necessária para a eletrólise é diretamente proporcional à água eletrolisada.
SENAI-RJ 131
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Método da capacitância
Explora o fato de a água possuir elevada constante dielétrica. Para tanto, mede-se a corrente
alternada através de um capacitor, que contém toda ou parte da amostra entre as suas armaduras.
Medida de turbidez
Turbidez é a denominação dada a um efeito ótico em líquido, que se baseia na quantidade medida
de uma luz refratada devido à presença de partículas em suspensão.
Uma certa quantidade de luz é projetada sobre a amostra. Ao bater numa partícula, parte dela é
refletida, enquanto outra é direcionada numa certa angulação (Efeito Tyndall), e a maior parte toma
um caminho aleatório. Esta última parte tem uma energia centenas de vezes maior que a refletida,
sendo então medida para a determinação de turbidez.
Observação
Não é possível, a partir da turbidez, descobrir-se a concentração em massa dos
sólidos suspensos, uma vez que esta propriedade também é função da forma,
tamanho e cor das partículas.
O cilindro é colocado sobre o calor da vela e vai se enchendo lentamente, até que, ao olhar pela
parte superior do cilindro, não se consiga mais ver a chama da vela. O volume gasto é proporcional à
turbidez da amostra.
132 SENAI-RJ
Curso Técnico de Cervejaria — Automação industrial
Observe, a seguir, uma representação esquemática do conjunto ótico utilizado para a determinação
da turbidez de uma suspensão.
3 4
2
1
5 7
Legenda
1. Fonte de luz
2. Lente de projeção
3. Amostra
4. Lente de captação
5. Detector de passagem de luz
6. Detector de dispersão de luz
7. Absorvedor de luz
SENAI-RJ 133
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Exercícios
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
8. Marque um X na única alternativa que completa cada uma das afirmativas a seguir:
a) O uso dos visores está diretamente relacionado ao material de que são construídos.
Geralmente estão limitados a uma pressão e temperatura máxima de:
a. ( ) 20atm e 200ºC
b. ( ) 30atm e 300ºC
c. ( ) 20atm e 300ºC
d. ( ) 30atm e 200ºC
e. ( ) 30atm e 400ºC
134 SENAI-RJ
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e. ( ) Sólidos arrastados.
c) São fontes radioativas que podem ser utilizadas para a determinação da densidade:
SENAI-RJ 135
Curso Técnico de Cervejaria — Automação industrial
10. Complete as lacunas, utilizando as palavras do retângulo, de forma a que as afirmativas a seguir
se tornem verdadeiras.
136 SENAI-RJ
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Chave de respostas
Exercício 1
(F) No sistema de malha aberta, a informação sobre variável controlada é usada para ajustar
quaisquer das variações de processo.
(V) No sistema de malha aberta, a informação sobre variável controlada não é usada para ajustar
quaisquer das variáveis de processo.
(V) No sistema de malha fechada, a informação é utilizada para ajuste das variáveis do processo.
Exercício 2
No sistema de controle de malha fechada, a informação sobre a variável controlada é injetada
a ré, como a base do controle de uma variável de processo; daí a designação de controle com
realimentação em malha fechada.
Exercício 3
(3) É utilizado, principalmente, em sistemas que necessitam de ajustes finos e trabalham com
pequenas margens de erro.
Exercício 4
Um medidor analógico visualiza variações dentro de uma escala. Um medidor digital mede números
discretos.
Exercício 5
b) Medidores passivos são aqueles que, para seu funcionamento, não necessitam de energia
externa.
SENAI-RJ 137
Curso Técnico de Cervejaria — Automação industrial
Exercício 6
(1) Erros de mesmo valor que sempre aparecem quando realizamos diferentes medições do
mesmo fenômeno.
Exercício 7
c) São divididos em altura de uma coluna líquida, deformação de uma câmara elástica
de pressão e dispositivos sensores elétricos.
Exercício 8
Exercício 9
Exercício 10
b) A turbidez não pode ser utilizada diretamente como medida de massa porque depende,
também, da forma, cor e tamanho das partículas.
138 SENAI-RJ
Curso Técnico de Cervejaria — Automação industrial
Referências bibliográficas
SENAI-RJ 139
FIRJAN
CIRJ
SESI
SENAI
IEL
CURSO TÉCNICO
DE CERVEJARIA
Volume 5
SENAI-RJ • Alimentos
FIRJAN
CIRJ
SESI
SENAI
IEL
CURSO TÉCNICO
DE CERVEJARIA
Diretoria de Educação
Andréa Marinho de Souza Franco
Diretora
FIRJAN
CIRJ
SESI
SENAI
IEL
CURSO TÉCNICO
DE CERVEJARIA
Rio de Janeiro
2004
Prezado aluno,
Quando você resolveu fazer um curso em nossa instituição, talvez não soubesse que, desse momento
em diante, estaria participando do maior sistema de educação profissional do país: o SENAI. Há mais
de sessenta anos, estamos construindo uma história de educação voltada para o desenvolvimento
tecnológico da indústria brasileira e da formação profissional de jovens e adultos.
Devido às mudanças ocorridas no modelo produtivo, o trabalhador não pode continuar com uma
visão restrita dos postos de trabalho. Hoje, o mercado exigirá de você, além do domínio do conteúdo
técnico de sua profissão, competências que lhe permitam decidir com autonomia, proatividade,
capacidade de análise, solução de problemas, avaliação de resultados e propostas de mudanças no
processo do trabalho. Você deverá estar preparado para o exercício de papéis flexíveis e polivalentes,
assim como para a cooperação e a interação, o trabalho em equipe e o comprometimento com os
resultados.
Soma-se, ainda, que a produção constante de novos conhecimentos e tecnologias exigirá de você a
atualização contínua de seus conhecimentos profissionais, evidenciando a necessidade de uma formação
consistente que lhe proporcione maior adaptabilidade e instrumentos essenciais à auto-aprendizagem.
Essa nova dinâmica do mercado de trabalho vem requerendo que os sistemas de educação se
organizem de forma flexível e ágil, motivos esses que levaram o SENAI a criar uma estrutura
educacional, com o propósito de atender às novas necessidades da indústria, estabelecendo uma
formação flexível e modularizada.
Essa formação flexível tornará possível a você, aluno do sistema, voltar e dar continuidade à sua
educação, criando seu próprio percurso. Além de toda a infra-estrutura necessária a seu
desenvolvimento, você poderá contar com o apoio técnico-pedagógico da equipe de educação dessa
escola do SENAI para orientá-lo em seu trajeto.
Seja bem-vindo!
Diretora de Educação
Sumário
APRESENTAÇÃO .................................................................................. 13
Introdução ........................................................................................................................
19
21
Exercícios ......................................................................................................................... 26
Exercícios ......................................................................................................................... 31
Exercícios ......................................................................................................................... 38
Exercícios ......................................................................................................................... 46
Exercícios ......................................................................................................................... 61
DO TRABALHO ..................................................................................... 65
Introdução ........................................................................................................................ 67
Exercícios ......................................................................................................................... 74
Exercícios ......................................................................................................................... 93
Apresentação
Esse grupo objetiva diagnosticar as mudanças e as tendências do mercado, nos diversos setores
produtivos, considerando os reflexos das transformações tecnológicas e organizacionais sobre o trabalho,
a emergência e o declínio de profissões, além da necessidade de redefinição de perfis profissionais,
tanto atuais quanto futuros. Para cumprir essa finalidade, foi adotada uma metodologia que, em
consonância com as novas tendências internacionais e as recomendações da legislação educacional
vigente no país, possibilitasse a construção de perfis profissionais baseados em competências, bem
como o estabelecimento dos padrões de desempenho requeridos.
A partir do perfil então delineado, com as respectivas qualificações intermediárias e tendo sido
também considerado o elenco das competências profissionais gerais definidas pelo MEC para a área
profissional de Química, a equipe responsável pelo desenho pedagógico concebeu o itinerário formativo
do Curso Técnico de Cervejaria.
Em conformidade com tais princípios, o curso visa propiciar os conhecimentos teóricos e práticos
necessários para a atuação do Técnico de Cervejaria, na área de Química, de acordo com o perfil de
competências definido, bem como desenvolver capacidades fundamentais requeridas pela educação
profissional, tais como iniciativa na resolução de problemas, responsabilidade por resultados; versatilidade
e adaptabilidade frente às mudanças; avaliação das práticas no mundo produtivo; flexibilidade e
participação nos processos de aperfeiçoamento.
SENAI-RJ 13
Curso Técnico de Cervejaria — Apresentação
Com tal perspectiva, foi também concebido este material didático, estruturado em cinco volumes e
com a finalidade primordial de apoiar os alunos em vários momentos e situações de seu processo de
aprendizagem.
Esses volumes foram organizados de forma a apresentar, através de uma linguagem simples e
com ilustrações, os conteúdos relativos às unidades curriculares estabelecidas nos Módulos I e II do
itinerário formativo do curso. Além disso, eles contêm uma variedade de exercícios, acompanhados
das respectivas respostas, para que o aluno possa, gradualmente, avaliar os conhecimentos recém-
adquiridos, identificar os pontos que, porventura, precisam ser ainda revistos ou reforçados e, assim,
consolidar os conceitos trabalhados tanto nas aulas teóricas quanto nas práticas.
Bioquímica
• Volume 4 - Química
Automação industrial
Esperamos, enfim, que este material didático contribua para a sua formação de Técnico de
Cervejaria, capacitando-o para enfrentar os desafios do mundo do trabalho.
14 SENAI-RJ
Curso Técnico de Cervejaria — Uma palavra inicial
Meio ambiente...
Antes de iniciarmos o estudo deste material, há dois pontos que merecem destaque: a relação entre
o processo produtivo e o meio ambiente; e a questão da saúde e segurança no trabalho.
É preciso entender que todas as atividades humanas transformam o ambiente. Estamos sempre
retirando materiais da natureza, transformando-os e depois jogando o que "sobra" de volta ao ambiente
natural. Ao retirar do meio ambiente os materiais necessários para produzir bens, altera-se o equilíbrio
dos ecossistemas e arrisca-se ao esgotamento de diversos recursos naturais que não são renováveis
ou, quando o são, têm sua renovação prejudicada pela velocidade da extração, superior à capacidade
da natureza para se recompor. É necessário fazer planos de curto e longo prazo para diminuir os
impactos que o processo produtivo causa na natureza. Além disso, as indústrias precisam se preocupar
com a recomposição da paisagem e ter em mente a saúde dos seus trabalhadores e da população que
vive ao seu redor.
SENAI-RJ 15
Curso Técnico de Cervejaria — Uma palavra inicial
O uso indiscriminado dos recursos naturais e a contínua acumulação de lixo mostram a falha básica
de nosso sistema produtivo: ele opera em linha reta. Extraem-se as matérias-primas através de processos
de produção desperdiçadores e que produzem subprodutos tóxicos. Fabricam-se produtos de utilidade
limitada que, finalmente, viram lixo, o qual se acumula nos aterros. Produzir, consumir e dispensar bens
desta forma, obviamente, não é sustentável.
Enquanto os resíduos naturais (que não podem, propriamente, ser chamados de "lixo") são absorvidos
e reaproveitados pela natureza, a maioria dos resíduos deixados pelas indústrias não tem aproveitamento
para qualquer espécie de organismo vivo e, para alguns, pode até ser fatal. O meio ambiente pode
absorver resíduos, redistribuí-los e transformá-los. Mas, da mesma forma que a Terra possui uma
capacidade limitada de produzir recursos renováveis, sua capacidade de receber resíduos também é
restrita, e a de receber resíduos tóxicos praticamente não existe.
Ganha força, atualmente, a idéia de que as empresas devem ter procedimentos éticos que considerem
a preservação do ambiente como uma parte de sua missão. Isto quer dizer que se devem adotar
práticas voltadas para tal preocupação, introduzindo processos que reduzam o uso de matérias-primas
e energia, diminuam os resíduos e impeçam a poluição.
Cada indústria tem suas próprias características. Mas já sabemos que a conservação de recursos
é importante. Deve haver crescente preocupação com a qualidade, durabilidade, possibilidade de
conserto e vida útil dos produtos.
As empresas precisam não só continuar reduzindo a poluição, como também buscar novas formas
de economizar energia, melhorar os efluentes, reduzir o lixo, o uso de matérias-primas. Reciclar e
conservar energia são atitudes essenciais no mundo contemporâneo.
É difícil ter uma visão única que seja útil para todas as empresas. Cada uma enfrenta desafios
diferentes e pode se beneficiar de sua própria visão de futuro. Ao olhar para o futuro, nós (o público,
as empresas, as cidades e as nações) podemos decidir quais alternativas são mais desejáveis e trabalhar
com elas.
A mudança nos hábitos não é uma coisa que possa ser imposta. Deve ser uma escolha de pessoas
bem-informadas a favor de bens e serviços sustentáveis. A tarefa é criar condições que melhorem a
capacidade de as pessoas escolherem, usarem e disporem de bens e serviços de forma sustentável.
Além dos impactos causados na natureza, diversos são os malefícios à saúde humana provocados
pela poluição do ar, dos rios e mares, assim como são inerentes aos processos produtivos alguns riscos
à saúde e segurança do trabalhador. Atualmente, acidente do trabalho é uma questão que preocupa os
empregadores, empregados e governantes, e as conseqüências acabam afetando a todos.
16 SENAI-RJ
Curso Técnico de Cervejaria — Uma palavra inicial
A redução do número de acidentes só será possível à medida que cada um – trabalhador, patrão e
governo – assuma, em todas as situações, atitudes preventivas, capazes de resguardar a segurança de
todos.
Deve-se considerar, também, que cada indústria possui um sistema produtivo próprio, e, portanto, é
necessário analisá-lo em sua especificidade, para determinar seu impacto sobre o meio ambiente,
sobre a saúde e os riscos que o sistema oferece à segurança dos trabalhadores, propondo alternativas
que possam levar à melhoria de condições de vida para todos.
Da conscientização, partimos para a ação: cresce, cada vez mais, o número de países, empresas e
indivíduos que, já estando conscientizados acerca dessas questões, vêm desenvolvendo ações que
contribuem para proteger o meio ambiente e cuidar da nossa saúde. Mas, isso ainda não é suficiente...
faz-se preciso ampliar tais ações, e a educação é um valioso recurso que pode e deve ser usado em tal
direção. Assim, iniciamos este material conversando com você sobre o meio ambiente, a saúde e a
segurança no trabalho, lembrando que, no exercício profissional diário, você deve agir de forma
harmoniosa com o ambiente, zelando também pela segurança e saúde de todos no trabalho.
Tente responder à pergunta que inicia este texto: Meio ambiente, saúde e segurança no trabalho –
o que é que eu tenho a ver com isso? Depois, é partir para a ação. Cada um de nós é responsável.
Vamos fazer a nossa parte?
SENAI-RJ 17
Gerenciamento do trabalho:
gestão do negócio
Nesta unidade...
Introdução
Mudança e transição
Exercícios
Liderança tridimensional
Exercícios
Estilo gerencial
Exercícios
Exercícios
Administrando pessoas
Motivação e gerenciamento
Exercícios
Referências bibliográficas
1
Gerenciamento do trabalho: gestão do negócio
2004
SENAI–Rio de Janeiro
Diretoria de Educação
Ficha Técnica
SENAI
SENAI––Rio de Janeiro
GEP – Gerência de Educação Profissional
Rua Mariz e Barros, 678 – Tijuca
20270-903 – Rio de Janeiro – RJ
Tel.: (21) 2587-1116
Fax: (21) 2254-2884
GEP@rj.senai.br
http://www.rj.senai.br
Curso Técnico de Cervejaria — Gerenciamento do trabalho: gestão do negócio
Introdução
Já podemos ver que a rapidez com que a ágil tecnologia, a competição global e as mudanças
demográficas estão criando novos tipos de organizações que sequer imaginávamos alguns anos atrás.
Em conseqüência, estar aberto a novas idéias, aproveitar e aplicar vivências pessoais, questionar
paradigmas e buscar a eficácia no exercício da liderança são propostas que desafiam a todos nós.
Em consonância com tais desafios, os temas selecionados para abordagem nesta unidade pretendem
examinar as qualidades especiais e necessárias ao gerenciamento de um tipo diferente de organização
– a organização do amanhã –, propiciando aos alunos atingirem os seguintes objetivos:
• Sensibilizar-se quanto às mudanças ocorridas no mercado e a conseqüente demanda de um novo
perfil profissional.
• Conhecer e analisar modelos e estilos gerenciais, buscando perceber elementos que facilitem
uma atuação eficaz.
• Identificar componentes e fatores do cenário organizacional que influem no gerenciamento de
pessoas.
• Desenvolver a postura empreendedora em busca do envolvimento da equipe.
• Considerar o autodesenvolvimento como direito e responsabilidade pessoal.
Uma pesquisa realizada pela Revista Você S.A, de abril de 1998, apresenta dados que interessam,
ainda hoje, a todo executivo preocupado em ter sucesso no mercado globalizado. Encomendada pelo
Centro de Excelência Empresarial do Rio Grande do Sul (instituição mantida por dez grandes empresas
gaúchas), a pesquisa identificou quais qualidades e habilidades são mais importantes para os executivos
deste início de século. Conheça algumas delas!
SENAI-RJ 21
Curso Técnico de Cervejaria — Gerenciamento do trabalho: gestão do negócio
O estudo citado concluiu que as empresas estão procurando hoje executivos pró-ativos, hábeis nas
relações interpessoais, coordenadores de trabalhos em equipe, motivados, negociadores, éticos, íntegros,
dotados de visão estratégica, capazes de liderar, conhecedores de sua empresa, focalizados nos
resultados e com capacidade de decisão. Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores ouviram
136 altos executivos de grandes empresas (faturamento mínimo de 140 milhões de dólares) localizadas
nos estados de São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Desses executivos, 65,4% são
de empresas de controle nacional e 34,6% de empresas de capital estrangeiro.
As atitudes ou valores considerados pelos entrevistados como os mais importantes são, pela ordem:
predisposição à negociação e para correr riscos, criatividade, flexibilidade, motivação, intuição. Eles
também querem contratar pessoas com habilidades para dimensionar o tempo adequadamente,
coordenar trabalhos em equipe, gerenciar inovação, tratar com culturas diversas, antecipar ameaças e
oportunidades.
O mundo se modificou de maneira muito profunda. Esta mudança continua acontecendo à nossa
volta, o tempo todo. A revolução do consumo atingiu imensa velocidade. Forças mais dinâmicas e
competitivas entraram em ação.
Tal desafio exige gerentes eficazes que são, em primeiro lugar, modelos. Segundo Stephen Covey,
esses modelos representam um tipo de liderança baseada em princípios.
Servir de modelo é uma combinação de caráter (quem você é como pessoa) e competência (o que
você pode fazer). Essas duas qualidades representam seu potencial. E quando você realmente faz –
combinando ação e caráter –, consegue estabelecer um modelo.
Cada organização está perfeitamente projetada e alinhada para obter os resultados que busca
atingir. Se quiser resultados diferentes, precisará de mentalidades e habilidades novas para ampliar
seus horizontes. Gerente é elemento fundamental nesse desafio.
Por isso:
• Procure aprender sempre. A leitura de jornais e de revistas especializadas, além de participação
em cursos e seminários, são fundamentais para manter-se atualizado.
• Aperfeiçoe sua capacitação técnica. Falar inglês e conhecer informática são considerados
requisitos básicos na grande maioria das empresas, que também começam a exigir o conhecimento
de espanhol.
22 SENAI-RJ
Curso Técnico de Cervejaria — Gerenciamento do trabalho: gestão do negócio
• Equilibre seus interesses. Não adianta ser um gênio em informática ou em finanças e não interagir
com a equipe ou saber expor suas idéias. É preciso ter uma visão global do mercado e da empresa.
• Desenvolva sua capacidade de liderança. O trabalho do futuro tende a ser feito cada vez mais
em equipe. Para participar em pé de igualdade no mercado ou se destacar na atividade, é necessário
desenvolver a capacidade crítica e argumentativa.
• Aprenda a planejar, a organizar e a executar. Não adianta ter idéias brilhantes, sem capacidade
para colocá-las em prática.
• Dedique-se a atividade diversas. As empresas não estão mais interessadas em workaholics: o
estresse embota a criatividade e a espontaneidade, cada vez mais exigidas.
• Amplie o grupo de amigos com que possa trocar idéias. A convivência com pessoas diferentes
amplia a visão de mundo e, conseqüentemente, ajuda nas soluções para os negócios.
• Vida familiar deve receber muita atenção. O bom relacionamento pessoal faz com que o canal de
afetividade e o envolvimento com as pessoas sejam melhor resolvidos.
H. Zenger, em sua obra “Desperte o líder que há em você”, apresenta algumas sugestões que você
pode aproveitar para desenvolver seu potencial na área de gestão de negócios. Enfrente esse desafio:
• Faça um inventário de suas habilidades. Que habilidades você tem? Quais gostaria de ter? Como
obtê-las?
• Leia revistas publicadas para pessoas de seu setor ou sobre algum assunto que o torne ainda mais
valioso no trabalho.
• Torne-se um bom solucionador de problemas.
• Faça experiências em seu trabalho. Peça permissão, se necessário, para tentar novos modos de
fazer um trabalho. Registre a seqüência dos resultados. Compare. Proponha mudanças.
• Faça boas perguntas. Ouça atentamente. Aprender não é um esporte de espectador, requer
atividade.
• Aprenda o que não está diretamente relacionado ao seu negócio. Perseguir uma variedade de
interesses ajuda a expandir o seu julgamento. Muitas vezes você pode fazer conexões entre
coisas aparentemente desconexas, que acabam por mudar seu ponto de vista. Essa é realmente a
base da criatividade.
• Ofereça-se para projetos que lhe permitam aprender novas habilidades.
• Incremente o seu próprio plano de desenvolvimento a cada ano. Estabeleça metas anuais.
SENAI-RJ 23
Curso Técnico de Cervejaria — Gerenciamento do trabalho: gestão do negócio
Mudança e transição
Todos nós sabemos que as mudanças são mais freqüentes hoje do que no passado, entretanto,
pouco falamos de transição.
Mudanças são eventos e situações; transições são experiências. É o processo interno que
atravessamos em resposta às mudanças. A desvinculação com uma organização, por exemplo, é uma
mudança. E, como em todas as mudanças de longo alcance, provocará uma série de mudanças
secundárias. E cada uma dessas mudanças colocará as pessoas que ela afeta em transição.
Segundo William Bridges, enquanto a mudança tem duas etapas – uma “maneira antiga” e uma
“maneira nova” –, a transição tem três fases que se sobrepõem:
1. Um término, durante o qual a pessoa se desvincula da identidade antiga e rompe com a “maneira
como as coisas eram”. Em geral, isso implica um período de tristeza ou pesar por deixarmos
algo que tivemos um dia.
2. Uma zona neutra, quando a pessoa se encontra entre duas maneiras de fazer e ser, tendo
perdido a antiga, mas ainda não tendo encontrado um modo de conviver com a nova. Esta fase
é certamente o pior estágio. Parece que o rumo sumiu: sentimo-nos perdidos e atrapalhados.
Em algumas sociedades, as pessoas passavam esse período em lugares desertos, buscando seu
“eixo”. O imediatismo dos dias de hoje muitas vezes não nos permite vivenciar a ansiedade e
confusão inerentes a esse momento.
3. Um reinício, após o qual a pessoa sente-se novamente à vontade e produtiva “da maneira
como as coisas são”, com a nova identidade baseada nas novas condições.
Podemos dizer que estamos mais preparados para as mudanças do que para as transições que
serão causadas. Presumimos que, se as pessoas compreenderem o resultado da mudança e aceitarem
sua necessidade, elas “se adaptarão” à mudança. Entretanto, não funciona bem assim. Cada etapa
corresponde a uma série de sentimentos, como: negação, raiva, conflito, imobilismo e outros que
devem ser enfrentados e trabalhados, pois, na verdade, fazem parte do processo de reinício. Quando
achamos difícil o reinício, geralmente é por que não realizamos de fato o término das etapas anteriores.
Por isso, é muito importante encarar de frente os aspectos que nos incomodam, compartilhar com
outras pessoas, procurar não sufocar ou “queimar etapas”, para chegar a um reinício verdadeiro.
24 SENAI-RJ
Curso Técnico de Cervejaria — Gerenciamento do trabalho: gestão do negócio
Existem estratégias que facilitam as pessoas encarar a mudança como um desafio positivo. Enfrente
esse desafio:
• Lembre-se das três fases da transição, respeitando suas etapas.
• Lembre-se de que este período também vai passar. Nada é permanente.
• Questione-se: o que posso mudar em mim mesmo? Quando ocorre uma mudança estressante,
costumamos responsabilizar as circunstâncias externas. Esquecemos de como é importante nossa
reação, nossa maneira de interpretar o fato.
• Transforme o problema em algo positivo. Inúmeros exemplos mostram pessoas que conseguiram
transformar algo potencialmente desastroso em uma oportunidade de sucesso.
• Transforme o medo em energia. Todo mundo sente ansiedade quando enfrenta uma mudança. No
entanto, algumas pessoas conseguem pensar no medo como uma energia e estímulo, usando-o
como um combustível para fazer o que desejam.
• Analise a situação. É muito importante determinar o rumo que se deseja seguir. É possível e
realista? Quais os prós e os contras? Que outros aspectos secundários tal opção envolve?
• Pense com clareza e procure agir com calma. Quando está ocorrendo uma mudança deve-se
tentar reagir positivamente em vez de apenas reagir. Fazer uma pausa e perguntar a si mesmo:
“O que posso fazer para ter o máximo de resultado?” Se possível, visualizar os passos da ação. Só
depois, então, agir.
• Aproveite a oportunidade. A mudança traz consigo oportunidades incríveis, se formos capazes de
identificá-las e estivermos dispostos a aproveitar a chance.
“As pessoas que progridem neste mundo são as que levantam e procuram
as circunstâncias que querem e, se não conseguem encontrá-las,
fabricam-nas.”
George Bernard Shaw
SENAI-RJ 25
Curso Técnico de Cervejaria — Gerenciamento do trabalho: gestão do negócio
Exercícios
Você se conhece?
Leia a lista de adjetivos abaixo e marque sua primeira reação quanto à sua posição na escala que
gradua as duas posições opostas. Trace, logo a seguir, uma linha entre o primeiro e o segundo pontos
assinalados, e assim por diante, item por item, para definir o seu perfil. Verifique, principalmente, sua
posição em relação às características que mais influem num processo de mudança.
1 2 3 4 5 6
1. frio caloroso
2. submisso autoritário
3. impulsivo controlado
4. teimoso cordato
5. antipático simpático
6. sisudo espirituoso
7. hostil amistoso
8. antagônico cooperador
9. volúvel persistente
10. instável estável
11. desconfiado confiante
12. tímido desembaraçado
13. nervoso calmo
14. inseguro seguro
15. apático dinâmico
16. impaciente paciente
17. indiferente atencioso
18. franco reservado
19. sonhador prático
20. irresponsável responsável
21. prolixo parcimonioso
22. sugestionável convincente
23. indeciso resoluto
24. conformista contestador
25. exibicionista recatado
26 SENAI-RJ
Curso Técnico de Cervejaria — Gerenciamento do trabalho: gestão do negócio
Liderança tridimensional
A estrutura tridimensional
Liderança
Capacidade de
Profissional Mentalidade e
liderança plenamente
recursos necessários
desenvolvida para
para identificar e abordar
conduzir a organização
desafios profissionais
ao futuro, de modo
globais
confiável
Habilidades de
eficácia pessoal
necessárias para atingir
a excelência, o
equilíbrio e a contínua
renovação Pessoal
SENAI-RJ 27
Curso Técnico de Cervejaria — Gerenciamento do trabalho: gestão do negócio
Desafios profissionais
• Liderar em um mercado globalizado.
• Gerenciar uma organização voltada para o mercado e para o cliente.
• Gerenciar através da qualidade total.
• Gerenciar uma organização inovadora, criativa e reativa.
• Privilegiar o aprendizado.
• Valorizar a diversidade e tirar proveito dela.
• Pensar estrategicamente.
Liderança
• Desenvolver e personificar um forte visão pessoal de liderança.
• Ser visionário, envolver e dar autonomia (empowerment/envolvimento).
• Estimular e alavancar a diversidade.
• Valorizar a autenticidade, a integridade e a ética.
• Desenvolver a coragem e a vontade de agir.
Eficácia pessoal
• Possuir visão, objetivos, valores, talentos, metas e prioridades pessoais.
• Integrar as prioridades pessoais e profissionais.
• Desenvolver autoliderança e autonomia.
• Compreender e apreciar a natureza, a ciência, a arte e os aspectos humanos.
• Valorizar o bem-estar físico e emocional.
• Desenvolver mentalidade de aprendizado contínuo e responsabilidade pessoal pelo crescimento.
28 SENAI-RJ
Curso Técnico de Cervejaria — Gerenciamento do trabalho: gestão do negócio
A estrutura tridimensional reconhece que a nossa força deriva da força das pessoas, que grande
parte das pessoas usa apenas uma fração de seu potencial para liderar e que os desafios enfrentados
por nossas organizações requerem o pleno desenvolvimento e a manifestação de uma gama de recursos
para a liderança.
Exemplos:
• Um dos pontos fortes de Maria era construir relacionamentos, mas ela era constantemente relegada
quando surgia a oportunidade de ocupar um cargo de diretoria. Suas maiores qualidades –
afabilidade, empatia, ser boa ouvinte – não eram equilibradas com a capacidade de ser direta e
decidida.
• José era extremamente inteligente, tinha sempre uma resposta na ponta da língua e solução para
tudo. Mas seus comentários costumavam ser um pouco agressivos e sua carreira entrou num
impasse quando ele embaraçou seu chefe numa reunião, na presença do chefe dele.
SENAI-RJ 29
Curso Técnico de Cervejaria — Gerenciamento do trabalho: gestão do negócio
7. Indiferença ao cliente
Estratégia: desenvolva uma atitude de “dá para fazer”. Reconheça que todos com quem você
interage são seus clientes, desenvolva autoconfiança, entregue o que prometer (e mais um
pouco), ofereça soluções.
8. Trabalho em isolamento
Estratégia: construa uma boa rede de relacionamentos. Memorize os nomes das pessoas, apresente
amigos, preste atenção nos talentos das pessoas, seja ativo em algum grupo, faça algum esporte
coletivo.
30 SENAI-RJ
Curso Técnico de Cervejaria — Gerenciamento do trabalho: gestão do negócio
Exercícios
Para os itens abaixo, marque com que freqüência você se comporta conforme o texto, utilizando os
números abaixo:
4. Freqüentemente
3. Algumas vezes
2. Raramente
1. Nunca
SENAI-RJ 31
Curso Técnico de Cervejaria — Gerenciamento do trabalho: gestão do negócio
( ) Você recorre aos valores pessoais, ideais e aspirações quando descreve a direção
estratégica da empresa.
( ) Você recompensa e reconhece publicamente aqueles que contribuem para o sucesso da
empresa.
( ) Você procura aprender o máximo possível sobre o problema antes de desistir ou de se
desesperar.
( ) Você procura desenvolver planos de longo prazo, transmitindo-os para todos os que
trabalham na sua unidade.
( ) Você nunca deixa uma tarefa que considera importante para amanhã.
( ) Você estimula a equipe a superar os seus limites.
( ) Você envolve pessoas de todos os níveis na realização de importantes mudanças e decisões.
( ) Você está atento às necessidades de longo e de curto prazo da equipe e da empresa.
( ) Você cria mecanismos na empresa que estimulam o crescimento da equipe.
( ) Você acredita sempre, mesmo quando os outros desistem.
( ) Você procura montar um grupo cujos integrantes têm estilos, habilidades e pontos fortes
diversificados.
( ) Você tem uma palavra de estímulo quando os resultados não são satisfatórios.
( ) Você escuta a opinião da equipe, sempre estimulando os colaboradores a pensar, participar
e assumir novos desafios.
( ) Você estimula as chefias a valorizar os sentimentos de seus colaboradores.
( ) Você dá feedback preciso e honesto.
( ) Você procura colocar cada pessoa na função certa para ela.
( ) Você sabe envolver todos os colaboradores com os problemas, projetos e ações da empresa.
( ) Você é cooperativo, leal, ético e sempre cumpre o que promete.
( ) Você dá retorno às reivindicações, solicitações, idéias e propostas.
( ) Você tem humildade para aceitar os seus pontos fracos. Também aceita as críticas como
uma forma de transformar os erros em aprendizagem.
( ) Você é ambicioso e quer sempre mais, tanto em relação às metas profissionais quanto à
qualidade de vida.
( ) Você procura criar um ambiente de trabalho agradável na empresa.
Resultado:
Após preencher todos os itens, some o total de notas e divida por 38. Uma pontuação entre 3 e 4
indica que você tem futuro como líder. Um resultado abaixo de 3 sugere que talvez você precise se
matricular com urgência em algum curso de formação de liderança.
Fonte: Revista Você S.A – abril 1998.
32 SENAI-RJ
Curso Técnico de Cervejaria — Gerenciamento do trabalho: gestão do negócio
Estilo gerencial
Sistemas administrativos
Autoritário coercivo
É um sistema administrativo autocrático e forte, centralizador, coercivo e arbitrário, e que controla
rigidamente tudo o que ocorre dentro da organização. É o sistema mais duro e fechado.
Autoritário benevolente
É um sistema administrativo autoritário, porém menos duro e menos fechado do que o coercivo. Na
verdade, é uma variação do sistema autoritário coercivo, mais condescendente e menos rígido.
Consultivo
É um sistema que balança mais para o lado participativo do que para o lado autocrático e impositivo.
Representa um gradativo abrandamento da arbitrariedade organizacional.
Participativo
É um sistema administrativo francamente democrático e participativo. É o mais aberto de todos os
sistemas.
Variáveis organizacionais
Processo decisório
Define como são tomadas as decisões e quem as toma. Se as decisões são centralizadas ou
descentralizadas, concentradas no topo da hierarquia ou dispersas pela periferia da organização.
SENAI-RJ 33
Curso Técnico de Cervejaria — Gerenciamento do trabalho: gestão do negócio
Sistema de comunicações
Define como as informações são transmitidas e recebidas dentro da organização. Se o fluxo das
informações é vertical e descendente, se é vertical e com dupla mão de direção, e se é, também,
horizontal.
Relacionamento interpessoal
Define como as pessoas relacionam-se entre si na organização e qual é o grau de liberdade nesse
relacionamento humano. Se as pessoas trabalham individualmente ou em equipes de trabalho através
de intensa interação humana.
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VARIÁVEIS AUTORITÁRIO AUTORITÁRIO CONSULTIVO P ARTICIP
PARTICIP
ARTICIPAATIV
TIVOO
COMP ARA
COMPARA TIV
ARATIV AS
TIVAS COERCIVO BENEVOLENTE
Bastante precário. Somente Relativamente precário, O fluxo de comunicações As comunicações são vitais
Sistema de comunicações verticais, prevalecendo as verticais (ascendentes/ para o sucesso da empresa.
Comunicações descendentes, carregando comunicações verticais descendentes) e horizontais A informação é totalmente
ordens. descendentes sobre as é facilitado. compartilhada.
ascendentes.
Contatos entre pessoas São toleradas com alguma Relativa confiança é O trabalho é realizado em
Relacionamento provocam desconfiança. condescendência. A depositada nas pessoas. A equipes. Formação de grupos
Interpessoal A organização informal é organização é incipiente e empresa incentiva uma informais torna-se
vedada e considerada considerada como uma organização informal eficaz. importante. Confiança
prejudicial. Cargos e tarefas ameaça à empresa. Trabalho de equipe ou em mútua, participação e
confinam as pessoas. grupos esporádicos. envolvimento grupal intensos.
Ênfase nas punições e nas Ênfase nas punições e Ênfase nas recompensas Ênfase nas recompensas
Sistema de materiais (principalmente sociais. Recompensas
medidas disciplinares. medidas disciplinares, mas
Recompensa salários). Recompensas materiais e salariais
Obediência estrita aos com menor arbitrariedade.
regulamentos internos. Recompensas salariais mais sociais ocasionais. Raras freqüentes. Punições são
Raras recompensas (de freqüentes. Recompensas punições ou castigos. raras e, quando ocorrem, são
cunho meramente salarial). sociais raras. definidas pelos grupos.
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SENAI-RJ 35
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O intrapreneur
Nos últimos anos, um fenômeno passou a ser focalizado com enorme impacto. O espírito
empreendedor que leva certas pessoas com enorme força de vontade, perseverança, desejo de assumir
riscos e coragem de arriscar, a serem capazes de tirar a organização da estagnação e monotonia e
ajudar a levá-la à inovação. A esse novo personagem convencionou-se dar o nome de intrapreneur.
36 SENAI-RJ
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EXECUTIVO EXECUTIVO
CONSERVADOR INTRAPRENEUR
MOTIVAÇÃO Motivado pelo poder. Visa Orientado por metas. Quer liberdade
promoções e recompensas e autonomia. Autoconfiante e
tradicionais. automotivado.
TEMPO Trabalha no curto prazo, com base Horizonte mais amplo. Trabalho
em planejamento anual. Atende com metas de longo prazo, de três e
cotas e orçamentos semanais e quinze anos.
mensais.
DECISÃO Concorda com aqueles que têm Segue a sua visão pessoal, tentando
poder. Adia decisões até ter fazer os demais concordarem com
percepção do que os chefes ela. Decidido, orientado para a
querem. ação.
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Exercícios
1. Como você situa sua empresa e você em relação aos sistemas administrativos?
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2. Os resultados alcançados em sua área de atuação indicam que o sistema adotado por você é o
mais adequado?
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4. Pesquisa
Ordene cada conjunto de alternativas, atribuindo peso 4 para aquela que mais caracteriza o seu
comportamento. Escolha, em seguida, as características que deverão receber pesos 3, 2 e finalmente
1, para aquela que menos o caracteriza. Todas as alternativas devem receber pesos.
SENAI-RJ 39
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SENAI-RJ 41
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Registre no Quadro 1 os valores (pesos) atribuídos por você nesta Pesquisa sobre estilos gerenciais,
segundo a ordenação indicada no Quadro 2.
Exemplo: Questão 1. Colocar na 1ª coluna do Quadro 1 o valor atribuído por você à letra C. Na 2ª
coluna, o valor atribuído à letra A. Na 3ª coluna, o valor da letra B e na 4ª coluna, o valor da letra D.
Após o registro em todas as colunas, somar os valores verticalmente.A soma que apresentar maior
valor numérico representará a maior tendência em seu estilo gerencial, relativamente a este exercício.
QUADRO 1 QUADRO 2
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P – Produtor: apresenta ação efetiva, resultados de curto prazo, produção em escala, missões
críticas e implantação de novos projetos. Interesse: tarefas e resultados.
Da mesma maneira como ocorre na sociedade, cada organização social tem a sua cultura própria
e característica, ou seja, cada empresa tem a sua própria cultura organizacional. Cada empresa é um
sistema social e complexo, com características próprias e peculiares com sua própria cultura
organizacional.
SENAI-RJ 43
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Devido ao seu clima organizacional, algumas empresas são quentes e dinâmicas. Outras são frias
e impessoais. Outras, ainda, são neutras e apáticas.
As variáveis dependentes constituem o clima organizacional da empresa. Como você pode perceber,
as variáveis de entrada influenciam as variáveis dependentes, e estas conduzem a resultados. Portanto,
quanto mais as variáveis de entrada produzirem influência positiva nas variáveis dependentes, maior
será a eficiência e a eficácia no trabalho. Logo, quanto maior a influência positiva, melhor o clima
organizacional e mais elevadas a eficiência e a eficácia resultantes.
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do gerente (como condições de participação das pessoas, significado dado ao trabalho, estilo de
liderança, escolha, preparo e avaliação da equipe). E é nesse ponto que o gerente pode atuar ativamente.
É importante salientar que o gerente pode não ter muitas condições pessoais de intervir e de modificar
a cultura organizacional da sua empresa. Porém, quase sempre ele tem plenas condições de alterar e
melhorar o clima organizacional do seu departamento ou da sua equipe de trabalho, seja intervindo nos
elementos que o compõem, seja atuando nas variáveis de entrada que influenciam as variáveis
dependentes que produzem resultados na organização.
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Exercícios
1. De acordo com o quadro acima, como você caracteriza o clima organizacional de sua empresa
e de seu setor?
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2. Dentro de sua área de trabalho, que ações você pode desenvolver para melhorar o clima
organizacional?
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Administrando pessoas
Na década de 1960, a melhor maneira de caracterizar essa dicotomia foi a abordagem utilizada por
Mc Gregor conhecida como a Teoria X e a Teoria Y. A primeira foi denominada de concepção
tradicional; a segunda, chamada de moderna.
PRESSUPOSIÇÕES PRESSUPOSIÇÕES
DA TEORIA X DA TEORIA Y
O líder que se baseia na Teoria X adota um estilo de administração duro, rígido e autocrítico e que
se limita a fazer com que as pessoas trabalhem dentro de esquemas e padrões previamente planejados,
tendo em vista, exclusivamente, os objetivos da empresa, e não os das pessoas também. Assim, a
administração é um processo de dirigir e concentrar os esforços das pessoas, incentivá-las, controlar
as suas ações e modificar seus comportamentos para atender às necessidades e objetivos da empresa.
Sem essa intervenção por parte da administração, a expectativa é que as pessoas sejam totalmente
passivas e amorfas.
No outro extremo, está a Teoria Y, ou estilo moderno, que se baseia nas seguintes concepções a
respeito da natureza do ser humano:
• As pessoas não têm desprazer inerente em trabalhar. Ao contrário, o trabalho pode ser fonte de
satisfação e de recompensas, quando voluntariamente desempenhado, ou pode ser fonte de punição,
quando imposto e forçado.
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Teoria X
Teoria < > Teoria Y
Teoria
O grande desafio para o gerente é passar gradativamente do estilo X para o estilo Y ao longo do
tempo. Há que se adaptar o comportamento das pessoas, de forma gradual e paulatina, às aproximações
sucessivas, para se chegar, finalmente, ao estilo Y. Isto não se faz de imediato, mas através de uma
lenta e gradativa mudança executada de maneira segura e firme, na direção certa. Trata-se não
apenas de uma mudança de estilo gerencial, mas, sobretudo, de uma nova filosofia e de uma diferente
mentalidade. Mudar coisas é relativamente fácil. O difícil é mudar a cabeça das pessoas. Não só
daquelas que detêm o poder sobre as outras, como também daquelas que estão habituadas e
condicionadas a seguir cegamente as ordens recebidas.
Você sabe que lidar com pessoas é uma atividade altamente complexa. Mas é gratificante para
quem sabe fazê-lo de forma a valorizar o trabalho do ser humano.
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4. Dê às pessoas toda a informação, a força e o poder que elas precisam para fazer diferença
competitiva
Torne-as responsáveis pela qualidade do produto/serviço.
6. Faça com que as pessoas da equipe entrem em contato com seus clientes – internos e
externos
Utilize a retroação direta do cliente para a melhoria contínua.
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O segredo de fazer outras pessoas se sentirem bem é ser claro e sincero. Ninguém se alimenta de
coisas sem valor por muito tempo sem se sentir manipulado. Por outro lado, todos gostam de um
reconhecimento sincero e amável. Então:
• fique atento ao que outras pessoas estão fazendo que seja útil ao grupo ou à empresa;
• reconheça quando as pessoas fazem “pequenas” coisas que você sabe serem difíceis para
elas – falar numa reunião, por exemplo, ou enfrentar um colega de trabalho; e
• explique por que algo é importante. Não diga apenas: “Eu quero sua opinião sobre esta nova
forma de trabalho”. Diga: “Porque será muito mais fácil para respondermos às necessidades
dos clientes”.
3. Consolidando relacionamentos
Criticar outras pessoas ou grupos pelas costas não é apenas indelicado, é improdutivo. A época
em que as pessoas trabalhavam quase o tempo todo em seus próprios departamentos está aos
poucos desaparecendo. Hoje, necessitamos da cooperação de todos.
Pessoas bem-sucedidas são gentis o bastante para não criticar os outros pelas costas.
4. Apoiando a organização
Isso pode ser complicado. As pessoas que lideram organizações cometem erros. Apoiar tudo
cegamente não é sensato nem necessário. Mas ainda pior é a pessoa que é negativa sobre tudo o
que a organização faz.
A organização tem o direito de esperar que você dê a ela o benefício da dúvida. Se você não sabe
por que algo aconteceu, presuma que foi por razões boas e lógicas. Acredite no melhor, até que se
prove o contrário.
Muitas organizações estão tentando prosperar. Elas se envolvem em programas de controle de
qualidade total, reestruturação ou aperfeiçoamento de processo de trabalho. Essas são geralmente
tentativas sinceras de ajudar a organização a melhorar. Sempre há pessimistas relembrando que
há 25 anos a organização tentou um programa que falhou e que saem predizendo que essa nova
iniciativa está destinada a falhar também. A previsão sombria dessas pessoas freqüentemente
aplica-se a elas mesmas. As mudanças bem-sucedidas nunca são executadas por elas. Sempre
são produtos de pessoas positivas.
Pessoas bem-sucedidas gastam tempo e energia para aprender a respeito dessas iniciativas.
Esforçam-se para entender o que elas mesmas e seus colaboradores devem esperar. Compartilham
o que aprenderam e concentram-se nos resultados positivos.
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Se não podem apoiar, saem do caminho daqueles que podem. Procuram maneiras de se envolver
mais, com o passar do tempo.
Analise, agora, algumas atitudes positivas que você pode exercitar com sua equipe:
• observe seus colaboradores e identifique a contribuição de cada um para a produtividade do
grupo. Diga a cada pessoa especificamente o que você observou. Explique a importância do que
ela fez. Sorria, olhe a pessoa nos olhos e agradeça;
• se está envolvido num projeto em equipe, não espere até o final para reconhecer os esforços do
grupo. Faça-o saber agora quão importantes são as contribuições que faz; e
• se seu grupo está debatendo-se com uma iniciativa como a melhoria de qualidade, identifique um
resultado positivo, como, por exemplo, menos necessidade de refazer uma tarefa. Se possível,
quantifique-o. (“Economizamos uma hora por dia que freqüentemente desperdiçávamos fazendo
a máquina funcionar corretamente.”) Compartilhe sua opinião com outras pessoas.
Fique atento, também, às seguintes indicações para se ter sucesso no desafio de administrar pessoas.
• Tenha cuidado com o “sim, mas”. Muitas vezes, inconscientemente, acrescentamos críticas
aos elogios. Por exemplo: “Você faz essa tarefa muito bem. É pena que seja tão dispersivo”.
• Evite elogios irônicos. Se pretende enaltecer o comportamento de alguém, assegure-se de que
está sendo sincero. Não faça “cumprimentos” como: “Sabe, para um contador, você escreve
bem”.
• “Eles” não o obrigaram a fazer isso. Se lhe pedem para explicar um programa ou política
organizacional para outras pessoas, não diga coisa como: “A administração acha que é uma boa
idéia...” ou “Elas querem que nós...”, que fazem você parecer sem autoridade. Em vez disso,
domine a situação. Tente dizer: “Faz sentido...” ou “Se fizermos isso, seremos capaz de...”.
• Proponha. A seguir, cale-se. Se você tem fortes objeções a uma medida, faça-os saberem.
Assim que for ouvido – e entendido –, ou siga adiante com eles ou fique quieto. Você não vai
querer ser a batata podre que estraga todas que estão junto dela.
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Planejamento e otimização de
recursos
William Conway, um dos primeiros líderes do movimento de qualidade total, escreveu que “o nível
de desperdício na indústria americana oscila entre 20% a 50% das vendas líquidas, uma média de
cerca de 35%”.
A saúde financeira de toda organização depende, em parte, de como as pessoas que ali trabalham
utilizam seus recursos.
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• As pessoas ocupam seu tempo em projetos ou atividades sem importância, como o soldado a
quem se ordena cavar um buraco e enchê-lo a seguir. Algumas das coisas com que se ocupam
não faz nenhuma diferença. Imprimir um relatório que será jogado fora é um bom exemplo.
• As pessoas trabalham num projeto menor, enquanto algo realmente importante está sendo ignorado.
A equipe de manutenção está mudando de lugar móveis do restaurante, quando deveria estar
consertando uma máquina quebrada no andar da produção.
• As pessoas trabalham de modo improdutivo em atividades importantes. Elas estão presas em
reuniões sem foco definido, com pessoas que não precisavam estar envolvidas.
• As pessoas absolutamente não trabalham. Qualquer um que esteja lendo uma revista por prazer
ou divertindo-se num jogo de computador nas horas de trabalho está sendo esbanjador.
• As pessoas repetem uma tarefa por ela não ter sido feita apropriadamente da primeira vez.
Qualquer coisa feita pela segunda vez devido a um erro, ou a uma omissão, é um desperdício.
Estima-se que um quarto dos trabalhadores nada produzem, apenas consertam os erros de outros.
• As pessoas demoram mais na execução de uma tarefa porque perdem tempo procurando o papel
ou a ferramenta correta. Se as coisas estão tão desorganizadas que se gasta tempo extra tentando
encontrar papéis, procurando arquivos ou revolvendo a caixa de ferramentas, esse é um exemplo
clássico de desperdício.
• As pessoas trabalham nos projetos errados porque alguém esqueceu de dizer a elas que as
especificações foram alteradas.
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Curso Técnico de Cervejaria — Gerenciamento do trabalho: gestão do negócio
• Negocie. Se os seus clientes pedem que você envie por fax um documento extenso, pergunte a
eles o que especificamente precisam. Uma parte do documento seria suficiente? Não pode ser
por e-mail?
• Se pedem uma entrega para amanhã, descubra se pode ser no final do dia. Algumas vezes as
pessoas pedem coisas antes do momento necessário, porque não sabem se você as entregará no
prazo prometido. Descubra para quando necessitam realmente da entrega.
Profissionais bem-sucedidos discutem o que é realmente importante, para ter uma noção geral dos
fatos e de como se ajustar a eles. Sondam para descobrir em que direção a organização caminha.
Acompanham o curso das tendências que afetarão o seu futuro relativamente aos clientes, à competição,
à economia e à nova tecnologia emergente. Descobrem o que as pessoas pensam sobre a organização,
especialmente cliente e fornecedores.
Essa nova organização requer uma cultura de cooperação, não de competição. A norma é busca a
eficácia através da eficiência.
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Motivação e gerenciamento
absenteísmo
Existe uma crise de motivação na maioria das organizações,
Prática habitual de
e os sintomas são evidentes: baixa produtividade, problemas de abandonar o cumprimento
de deveres e funções de
qualidade, atendimento ineficaz ao cliente, altos índices de um determinado posto ou
absenteísmo, queda do moral, etc. cargo.
Os seres humanos são criaturas com infinitas possibilidades, mas a maioria usa menos de 30% de
suas habilidades. Entretanto, habilidade não significa coisa alguma, se não for usada. Quando multiplicada
pela motivação, a habilidade ganha vida.
É por isso que, em tempos de urgência ou crise, os seres humanos comuns são capazes de, seja lá
como for, mobilizar suas capacidades latentes para alcançar efeitos notáveis.
Poder da automotivação
Existem dois tipos de motivação: a automotivação e a motivação externa. Raras vezes uma existe
sem a outra. A motivação envolve a interação das pessoas e seu ambiente, e quase sempre resulta de
uma combinação de fatores internos e externos. Na verdade, quando falamos de motivação, estamos
falando de liberação de energia. A motivação depende de emoções que liberem a energia armazenada
no corpo humano. Pensamentos positivos sobre uma situação precipitarão emoções positivas, e
pensamentos negativos, emoções negativas.
Há dois tipos de emoções positivas. O primeiro faz as pessoas sentirem-se bem, sem,
necessariamente, estimulá-las. A felicidade e a alegria são exemplos dessas emoções relaxantes.
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Ciclo motivador
Pensamentos
positivos
Emoções positivas/energizantes
O segundo tipo, além de positivo é energizante. As emoções positivas/energizantes incluem interesse,
mobilização e desejo. Fazem com que as pessoas queiram fazer coisas, ser ativas, produtivas e criativas.
Essas emoções são a chave para a motivação humana.
Já as emoções negativas geram um ciclo desmotivador, como você poderá analisar no desenho a
seguir.
Ciclo desmotivador
Pensamentos
negativos
Energia
dissipada
Embora as emoções negativas (como medo e raiva) possam mobilizar, por algum tempo, a força
motivadora, todas as emoções negativas são definitivamente desenergizantes. Uma vez apaziguada a
raiva ou evitado o objeto de medo, as pessoas tendem a sentir-se emocionalmente desgastadas.
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Cabe ao gerente criar clima e oportunidades para propiciar o aproveitamento dessa imensa energia.
São eles:
Desejo de atividade
Reflete a orientação humana inata em direção à estimulação: ser ativo, ser engajado e aproveitar a
vida. Todos nós abominamos o tédio e a monotonia. A mente e o corpo humano não foram criados
para a passividade, a letargia e a vida sedentária. Quando o trabalho não consegue fornecer estímulo
suficiente, vamos procurá-lo em outro lugar. Por isso, esportes e jogos são tão populares.
Desejo de propriedade
Temos uma paixão inata por adquirir, colecionar. Certamente, a propriedade não se limita a bens
materiais. A propriedade psicológica pode ser até mais importante do que a material.
Quantos funcionários não se orgulham de seu local de trabalho, do que fazem e de sua organização?
Querem também sentir-se responsáveis por suas tarefas e por seu próprio processo de trabalho.
Desejo de poder
Existe um grande número de controles externos, tanto dentro quanto fora do trabalho, que roubam
do funcionário o sentimento de poder pessoal. As pessoas querem fazer escolhas, querem controlar
seus próprios destinos. Organizações esclarecidas do mundo inteiro estão hoje buscando criar um
ambiente de envolvimento e autonomia de seus funcionários.
Desejo de afiliação
Somos criaturas sociais. Temos um desejo profundo de interagir e socializarmo-nos com outras
pessoas. Esse sentimento de identidade é uma das principais razões para o crescimento explosivo do
conceito de equipe, que está, sem dúvida, revolucionando os locais de trabalho.
Desejo de competência
A competência pode ser o mais fundamental desejo humano, porque a sobrevivência depende dela.
Ela é essencial à auto-estima. Pode-se dizer que a auto-estima é uma percepção da própria competência.
Todas as pessoas recebem com satisfação a oportunidade de sentirem-se competentes. Ela exige
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aprendizado e os seres humanos são aprendizes natos. O ambiente de trabalho deveria ser o mais fértil
território para o aprendizado.
Desejo de realização
A realização está vinculada ao sentimento de sucesso. Embora tenha significados distintos para
pessoas diferentes, todos buscam alguma forma de sucesso. Por isso, as pessoas gostam de realizar
feitos no trabalho. Sob condições adequadas, os funcionários apreciam o trabalho árduo e superam
obstáculos. Os desafios são motivadores.
Desejo de reconhecimento
As pessoas querem sentir-se apreciadas pelos outros, ser reconhecidas por seus méritos e
contribuições. Esse sentimento é tão forte que aquela que não recebe reconhecimento positivo suficiente,
busca esse reconhecimento provocando punições.
Desejo de significado
Todos querem acreditar que sua vida é importante, que estão vivendo por uma razão, além de,
simplesmente, ganhar a vida.
As pessoas querem sentir-se úteis e acreditar que seus esforços, embora humildes, fazem a
diferença. Quanto mais se preocupam com alguma coisa, mais lutam para transformá-la em realidade.
Embora o trabalho tenha um potencial ilimitado de significados, nem sempre ele é identificado
como tal. Hoje em dia, muitos consideram a qualidade significativa e merecedora de seu
comprometimento.
Agora, você gostaria de conhecer uma situação em que é possível identificar esses desejos humanos?
Então, leia com atenção a história contada no próximo item e perceba como eles foram usados de
forma criativa na realização de uma tarefa.
58 SENAI-RJ
Curso Técnico de Cervejaria — Gerenciamento do trabalho: gestão do negócio
Inicialmente, as outras crianças riram porque Tom tinha de fazer aquele trabalho tão “terrível” num
dia tão lindo. Entretanto, Tom foi capaz de convencê-los de que pintar a cerca era de fato uma tarefa
muito divertida. Ao final do dia, a cerca tinha sido totalmente pintada e, segundo Twain, “Tom estava
nadando em dinheiro!”, cobrado das crianças que pagaram pelo privilégio de realizar essa tarefa!
Tom Sawyer temia a perspectiva de pintar a cerca da tia. Afinal, pintar cercas não era uma
atividade muito motivadora para ele. Na verdade, ele estava tão ansioso para executar a tarefa quanto
a maioria dos trabalhadores se sente nas manhãs de segunda-feira!
Tom queria passar o sábado “se divertindo” (era isso que seus desejos automotivadores estavam
lhe dizendo) e, em sua mente, pintar a cerca não era uma atividade divertida. O desejo dominante de
Tom era algo como pescar ou nadar. Ele não dava a mínima importância para a cerca ou para sua
aparência; portanto, não tinha nenhum sentimento de propriedade em relação à tarefa. Ser obrigado a
pintar a cerca contra a sua vontade dava a Tom um grande sentimento de poder interpessoal. Esperava-
se que executasse a tarefa sozinho; portanto, a tarefa não satisfaria seu desejo de afiliação. Não tinha
aspirações de melhorar sua competência como pintor de cercas. Não considerava pintar a cerca uma
realização que valesse a pena. Não conseguia ver nenhum reconhecimento na realização dessa tarefa
imposta. Além disso, a tarefa não tinha nenhum significado real para a sua vida. Para Tom, a perspectiva
de pintar a cerca era profundamente desmotivadora.
Entretanto, Tom Sawyer não era um menino comum. Possuía recursos pessoais excepcionais.
Sendo criativo, foi capaz de reverter a situação a seu favor. Tom transformou o que considerava um
dos dias mais monótonos de sua vida em uma aventura divertida e lucrativa. Transformou o ato de
pintar a cerca em um “jogo” motivador.
O jogo que elaborou (desejo de atividade) foi ver quantas outras crianças ele poderia convencer a
pintar a cerca para ele. Ao vender o “privilégio” de pintar a cerca, Tom ganhou dinheiro e bugigangas
valiosas (desejo de propriedade). Usou sua habilidade de liderança e assumiu o controle da situação
(desejo de poder). Durante todo o dia, interagiu continuamente com os amigos (desejo de afiliação).
Usou suas amplas habilidades de resolução de problemas e criatividade (desejo de competência) para
elaborar e colocar em prática sua astuta estratégia. Obteve extraordinário sucesso em recrutar outras
crianças para executar a tarefa (desejo de realização). Recebeu uma tremenda atenção positiva das
outras crianças (desejo de reconhecimento). E por último, embora não menos importante, Tom, além
de conseguir que a cerca fosse bem pintada (desejo de significado), “o fez de maneira elaborada”, de
forma que a “surpresa de tia Polly foi quase indescritível”. Um dia de trabalho e tanto!
Embora Tom tenha realizado sua tarefa de uma forma bastante incomum, a cerca foi bem pintada
e tanto ele quanto seus “operários” divertiram-se muito no processo. Ao criar seus próprios motivadores
de contexto da tarefa monótona, Tom Sawyer foi capaz de satisfazer tanto aos próprios desejos
automotivadores quanto aos de seus “operários”.
Há muito o que aprender com Tom Sawyer e seu uso criativo da “engenharia motivacional” (embora
Tom não percebesse que era um engenheiro motivacional).
A maioria dos trabalhadores não é tão dotada de recursos pessoais quanto Tom Sawyer nem tem
poder suficiente para transformar o trabalho monótono e tedioso em prazer e desafio. Na verdade, se
tentassem proeza semelhante em uma empresa convencional, com certeza seriam seriamente
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repreendidos ou até mesmo demitidos. Por isso, as pesquisas indicam que os trabalhadores mais
automotivados tendem a trabalhar em empresas pequenas e emergentes, que permitem o uso de seus
recursos pessoais.
O ponto que se pode salientar é o seguinte: mesmo sem alterar a natureza básica do trabalho,
qualquer tarefa ou função pode ser transformada de desmotivadora em motivadora; basta mudar seu
contexto.
Motivadores e desmotivadores
Evidentemente, o trabalho é muito mais do que uma tarefa ou uma série de tarefas. Compreende
um grande número de outros elementos, incluindo colegas de trabalho, supervisores, gerentes, clientes,
o ambiente físico, regras, padrões de trabalho, funções de trabalho, equipamentos, matéria-prima,
treinamento, recompensas, métodos disciplinares e avaliações de desempenho.
Na verdade, para a maioria dos trabalhadores, as tarefas desempenhadas propriamente ditas são
menos significativas do que os outros fatores contextuais aos quais essas tarefas estão incorporadas.
Quando eles falam sobre seu trabalho, referem-se tanto a seus colegas de trabalho, supervisores,
políticas da empresa, remuneração, disciplina, comunicações, eventos sociais, etc. quanto às tarefas
que desempenham. Os funcionários não só falam muito sobre esses aspectos contextuais do trabalho
como tendem a nutrir fortes sentimentos em relação a eles.
Muitos desses aspectos contextuais do trabalho podem ser classificados como motivadores ou
desmotivadores. Um motivador é qualquer aspecto do trabalho que desperta emoções positivas /
energizantes, mais especificamente desejo. Um desmotivador é qualquer aspecto do trabalho que
desperta emoções negativas como tédio, medo, raiva e ressentimento. Todos os contextos de trabalho
incluem um número substancial de motivadores de desmotivadores.
Infelizmente, em muitas empresas o contexto de trabalho tende a possuir mais desmotivadores do
que motivadores. A chave para promover a motivação em qualquer organização é reduzir os
desmotivadores e aumentar os motivadores no contexto de trabalho.
Portanto, o ponto principal para a motivação está no contexto de trabalho. Essa também é a única
área sobre a qual os gerentes podem ter algum controle real. Mudar o contexto de trabalho é, de longe,
a solução mais permanente e eficaz em termos de custos para o problema da motivação no local de
trabalho.
A criação de um ambiente de trabalho mais motivador ajudará definitivamente todos os funcionários
a pensarem de forma mais positiva e a sentirem-se mais positivos em relação ao seu trabalho, liberando
uma enorme força motivacional – uma abordagem claramente mais eficiente do que tentar mudar as
atitudes de cada um.
Exatamente como Tom Sawyer transformou o trabalho de pintar a cerca de sua tia – de uma tarefa
monótona em uma aventura divertida e lucrativa. Todas as organizações têm a oportunidade de mudar
a forma como os funcionários vivenciam o trabalho. Todas as organizações ou departamentos podem
ser transformados de um lugar onde os funcionários “cumprem seu horário” em um lugar onde os
funcionários “dão o melhor de si”.
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Exercícios
– Regras desnecessárias
– Reuniões improdutivas
– Falta de acompanhamento
– Mudança constante
– Competição interna
– Desonestidade
– Hipocrisia
– Sonegação de informações
– Injustiça
– Respostas desestimulantes
– Críticas
– Subutilização de capacidade
– Invisibilidade da gerência
– Excesso de controle
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– Diversão
– Variedade
– Informações
– Compartilhamento de interesses
– Escolha
– Responsabilidade
– Oportunidades de liderança
– Interação social
– Trabalho em equipe
– Aprendizado
– Avaliação
– Metas
– Melhoria
– Desafio
– Estímulo
– Valorização
– Importância
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Curso Técnico de Cervejaria — Gerenciamento do trabalho: gestão do negócio
Referências bibliográficas
COVEY, Stephen R. Os 7 Hábitos das Pessoas Muito Eficazes. Ed. Best Seller.
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Gerenciamento do trabalho:
supervisão do trabalho
Nesta unidade...
Introdução
Comunicação eficaz
Exercícios
Trabalhando em equipe
Exercícios
Administração do tempo
Exercícios
Delegação de autoridade
Exercícios
Exercícios
Processo decisório
Exercícios
Processo de negociação
Exercícios
Reuniões e apresentações
Referências bibliográficas
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Gerenciamento do trabalho: supervisão do trabalho
2004
SENAI–Rio de Janeiro
Diretoria de Educação
Ficha Técnica
SENAI
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Curso Técnico de Cervejaria — Gerenciamento do trabalho: supervisão do trabalho
Introdução
A intenção dessa unidade de estudo é fornecer subsídios ao supervisor para que ele possa, com a
equipe, desenvolver processos participativos com vistas à melhoria do próprio trabalho.
Comunicação eficaz
Sem comunicação eficaz, as pessoas não conseguem trabalhar juntas e as empresas não chegam
ao sucesso. Gastamos, aproximadamente, 80% do tempo em que estamos acordados em alguma
forma de comunicação. Quando a comunicação é boa, os relacionamentos tendem a ser positivos;
quando é ruim, os relacionamentos também o são.
Embora a comunicação seja a tecnologia gerencial mais poderosa, as palavras usadas na comunicação
também são profundamente propensas a erros. Em toda comunicação há uma inclinação para problemas
de compreensão, conflitos e confusão. Na verdade, descobriu-se que até 75% de todos os erros
cometidos no local de trabalho devem-se à comunicação ineficaz.
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Poucas pessoas têm um treinamento para ouvir o que quer que seja. E, quando isso acontece, o
treinamento costuma ser desvinculado do caráter e do relacionamento básico, absolutamente vitais
para a compreensão autêntica da outra pessoa.
Se você deseja integrar eficazmente com outra pessoa, influenciar seus pensamentos, precisa
primeiro compreender. E isso não pode ser feito unicamente com base técnica.
A verdadeira chave para sua credibilidade é o exemplo, sua conduta real. O seu exemplo flui
naturalmente de seu caráter, ou do tipo de pessoa que realmente é – e não do que os outros dizem a
seu respeito, ou do que gostaria que os outros pensassem.
Seu caráter irradia-se, comunica-se constantemente. A partir dele, a longo prazo, as pessoas passam
instintivamente a confiar ou a desconfiar de você e de sua comunicação.
Se sua vida for pular de um lado para outro, se você for às vezes gentil e outras vezes cáustico, e,
acima de tudo, se o seu desempenho pessoal não combinar com sua atuação pública, ficará muito
difícil manter a credibilidade.
Elas estão constantemente projetando suas experiências interiores no comportamento dos outros.
Receitam seus óculos para qualquer um com quem se relacionam.
Estamos repletos com nossos conceitos, com nossa própria biografia. Queremos que nos
compreendam. Nossas conversas tornam-se monólogos coletivos, e nunca entendemos o que realmente
se passa dentro de outro ser humano.
Quando outra pessoa fala, estamos normalmente “escutando” em um dos seguintes níveis: podemos
estar ignorando a outra pessoa, ou seja, não escutamos nada. Ou podemos fingir que escutamos.
Podemos adotar a atenção seletiva, ouvindo apenas determinadas partes da conversa. Fazemos
isso sempre que ouvimos o falar constante de uma criança em idade pré-escolar. Ou podemos até
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praticar atenção concentrada, prestando atenção e concentrando a energia nas palavras que estão
sendo ditas. Mas poucos praticam o quinto nível, a forma mais elaborada de ouvir, a atenção empática,
ou seja, a atenção com a finalidade de compreender.
A atenção empática entra para o quadro de referências de outra pessoa. Se você olhar para
dentro dele, verá o mundo como ela o vê, compreenderá seu paradigma, compreenderá o que ela
sente.
A atenção empática significa muito mais do que registrar, repetir, ou mesmo entender as palavras
que estão sendo ditas.
Na atenção empática, você escuta com os ouvidos e, o mais importante, também ouve com os
olhos e o coração. Você ouve procurando entender o significado, o sentimento. Ouve para descobrir o
comportamento. Usa o cérebro direito, assim como o esquerdo. Você sente, intui, percebe. Ela é
poderosa, porque lhe dá informações precisas para trabalhar.
Mas tudo que se exige para ouvir dessa forma é a aceitação, não necessariamente a concordância.
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Mesmo que você realmente ouça a outra pessoa, pode sempre retornar às suas próprias crenças e
opiniões. Mas, primeiro, deve ouvir com a mente aberta.
Se alguém percebe, pelo seu comportamento verbal e não-verbal, que você está ouvindo abertamente
e aceitando, esta pessoa se sentirá menos ameaçada por você e estará muito mais aberta. As linhas de
defesa caem; conseqüentemente, ela se sentirá mais livre para explorar outros ângulos ou opções – e
será muito mais receptiva ao que você tem a dizer.
Ao ouvir uma outra pessoa abertamente, você comunica uma mensagem forte. Você diz: “Eu me
interesso por você como pessoa e acho que o que tem para dizer é importante. Não estou tentando
julgá-lo ou avaliá-lo. Respeito suas idéias e, mesmo que eu não concorde com elas, sei que elas são
válidas para você”.
À medida que você pratica este tipo de ouvir, descobre que as atitudes e o comportamento são
contagiantes. Se ouvir de forma ativa e respeitosa, haverá chance de você ser ouvido de forma
respeitosa quando for sua vez de falar.
Por exemplo:
Imagine que você esteja visitando um outro planeta e trave conversa com um ser inteligente.
Simplesmente reúna informações. Como é um extraterrestre? Sobre o que ele fala? Lembre-se: não
avalie o que você percebe, e não o julgue, mesmo que para você seja bom, estúpido, inteligente ou
ridículo. Apenas observe.
Tendo se preparado para ouvir desta forma, você irá ver e ouvir coisas que não teria visto ou ouvido
antes. Pode descobrir que as pessoas são mais intrigantes ou interessantes para você. Ignore sua
pressa para decidir se você gosta delas, se são como você ou se elas se encaixam na sua estrutura de
referência. Se conseguir suspender o julgamento, estará apto a descobrir um sentido melhor para se
relacionar como os outros.
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Quando você pergunta às pessoas como elas fizeram determinada coisa, seu interesse no processo
pelo qual realizaram algo é importante para elas. Às vezes, você também consegue uma visão interna
interessante do modus operandi delas, ou seja, sua maneira de fazer as coisas – que pode ajudar
você a influenciá-las.
Eis algumas perguntas de caráter geral que podem ajudar a fazer com que as pessoas falem:
• “Qual é sua compreensão sobre esta situação?”
• “Quais são seus objetivos para este projeto? Que resultado está buscando?”
• “Como você chegou a esta conclusão?” ou “Quais foram os critérios mais importantes para você
ao tomar esta decisão?” (Tais perguntas lhe oferecem uma rápida visão em relação às suas
estratégias de tomada de decisão, que podem ser úteis para avaliar sua capacidade numa área em
particular).
• “O que fez com que você...?” ou “O que motivou você a...?” (Aqui, você está buscando as
razões, motivações e reações subjacentes referentes à tomada de decisão das pessoas.)
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Jack Gibb, psicólogo humanista, diz: “Não é sempre que a ajuda é útil”. O que ele quer dizer é que,
mesmo com as melhores das intenções, normalmente somos diretivos demais. Falamos para os outros
o que eles deveriam ou não fazer ou o que funcionou para nós. Enquanto nos sentimos úteis, podemos
não ajudar os outros a chegar à melhor solução para eles. Também não damos força para que eles
fiquem sobre seus próprios pés e descubram suas próprias soluções. O conselho e as informações são
normalmente vistos exatamente como tentativas de mudar a pessoa. Servem como barreiras para
auto-expressão. Por fim, o conselho raramente é aceito, e a informação é descartada.
Imagine que alguém em sua vida – um colega ou um amigo – esteja lhe falando sobre uma situação
difícil que está passando. Sua única tarefa é ouvir, sem fazer mais nada, a não ser ouvir. Por exemplo,
tente não interromper a pessoa e falar sobre uma situação semelhante que você enfrentou uma vez e
como resolveu seu problema. E tente não indicar a ela quaisquer fontes onde possa encontrar conselho
ou ajuda (até que você primeiro tenha ouvido o que ela tem para dizer). Todas as suas recomendações
podem ser úteis e bem-intencionadas, mas, ao intervir, para a outra pessoa pode parecer que você não
está lá simplesmente “para ouvir”. E, freqüentemente, ela quer alguém para simplesmente ouvi-la.
Existe uma chance de que seu amigo, colega ou parente com problemas saibam a solução ou possam
descobri-la. O que eles precisam, portanto, é de alguém simplesmente para estar lá, como um espelho.
Sistemas representacionais
Uma outra forma útil para treinar a sua maneira de ouvir é fazê-lo com os cinco sentidos – visão,
audição, tato, olfato e paladar. Uma pessoa depende normalmente de um canal, através do qual percebe
o mundo – informações de processo – e se comunica. Algumas pessoas, por exemplo, experimentam
a vida como se ela fosse uma série de quadros em movimentos ou estáticos. Outras se concentram
nos sons, tais como vozes, música e barulho, como uma forma de “ver” o mundo. Elas podem lembrar
as palavras que ouviram ou suas próprias vozes internas. Outras ainda experimentam a vida
primeiramente através do toque ou outras sensações corporais.
Cada um de nós tem um canal sensório preferido. Se você prestar atenção, perceberá as pessoas
realmente falando com você como elas preferem. Usarão uma certa linguagem e figuras de expressão
que, de fato, lhe dirão algo sobre como suas mentes funcionam. Veja como isso acontece:
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É interessante verificar qual é o seu canal sensório preferido, como também procurar perceber os
das pessoas que o cercam. Isto facilita em muito na escolha do veículo de comunicação mais adequado.
Por exemplo:
Se seu chefe é uma pessoa visual, a apresentação de idéias que incluam gráficos ou ilustrações
certamente facilitarão o entendimento da mensagem.
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Exercícios
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9. Quando faço dieta ou ginástica ou algo para melhorar meu físico, fico satisfeito:
a. ( ) vendo-me no espelho, melhorando.
b. ( ) ouvindo as pessoas dizendo como estou bem.
c. ( ) sentindo meu corpo mais firme/em forma.
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14. Para mim é mais fácil perceber quando alguém está mentindo
a. ( ) pela cara que a pessoa faz.
b. ( ) pelo tom da sua voz.
c. ( ) pela sensação que me dá de que algo está errado.
17. Quando assisto a um jogo de futebol ou de outro esporte qualquer, o que mais me chama
atenção:
a. ( ) são os esportistas correndo, armando jogadas.
b. ( ) são os gritos e a música das torcidas.
c. ( ) é a emoção que passa todo aquele povo torcendo.
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Agora, verifique a letra que você usou com mais freqüência ao responder as questões.
A letra com maior número de indicações corresponde a seu SISTEMA SENSORIAL
PREFERENCIAL.
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Trabalhando em equipe
OBJETIVO é uma declaração de intenção para atingir uma determinada meta estabelecida para
uma área/setor de responsabilidade.
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Meta
Objetivo
Dentro deste enfoque, não é difícil compreender que meta representa uma direção que se pretende
seguir ou um lugar onde se quer chegar, e objetivo representa um meio ou ação que se adota para
concretizar esta intenção.
Cada departamento, divisão, setor da empresa tem sua meta e seus objetivos a alcançar.
Conforme a área de responsabilidade dentro da organização, estas metas e objetivos variam de
complexidade.
Metas e objetivos organizacionais são aqueles traçados pela cúpula da empresa, que determinam
os caminhos que a organização irá seguir.
Metas e objetivos departamentais são aqueles que – tendo como base as metas e os objetivos da
organização – estabelecem a contribuição de cada área para que a empresa atinja suas metas.
Metas e objetivos setoriais são aqueles que – dentro de um departamento ou divisão – orientam o
que cada unidade ou grupo deve fazer.
Por fim, metas e objetivos pessoais são aqueles que dizem qual a parcela de contribuição e
responsabilidade de cada indivíduo para o alcance dos resultados da empresa.
A cadeia de metas e objetivos é que faz a diferença entre uma organização bem-
sucedida e aquela que não consegue obter resultados significativos.
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As metas representam um resultado global, descrito de forma ampla, e que, normalmente, é atingido
a longo prazo.
Cada grupo reúne pessoas que possuem uma história, uma experiência e uma habilidade que devem
ser consideradas e aproveitadas pela organização.
O não direcionamento destas pessoas para um objetivo, ou seja, para padrões e resultados a alcançar,
fará com que cada uma canalize seu potencial para aquilo que considera mais importante, desperdiçando
muitas vezes seus recursos em atividades que não têm muito a ver com as metas da empresa.
Determinar objetivos é dirigir estes “conhecimentos”, no sentido de realizar tarefas que, uma vez
concluídas, resultarão no atingimento de resultados que somados aos demais permitirão o crescimento
da organização.
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Claros
Já que representam alvos a serem atingidos, dando a seus subordinados a orientação precisa do
que você quer obter.
Mensuráveis
Expressos, sempre que possível, de forma quantitativa, permitindo aos subordinados saber se
atingiram o estabelecido ou se ficaram além ou aquém do esperado.
Realistas
Levando em conta todos os fatores necessários à sua concretização, já que um objetivo que não
considera as circunstâncias e os recursos não tem nenhuma utilidade.
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Muito embora a maioria das pessoas tenha consciência de que somente com um trabalho de grupo
é que se obtém resultados com qualidade, implantar um conceito de gerência participativa ainda não é
uma das tarefas mais fáceis em uma empresa.
Sua maior dificuldade vem, basicamente, da resistência inconsciente de muitos gerentes, que vêem
nesse tipo de trabalho uma perda de poder e o risco de serem vistos como ineficientes. Ambas as
preocupações são oriundas da visão errônea sobre qual é a tarefa gerencial e do fato de que a maioria
dos gerentes não sabe criar um clima participativo que gere motivação e se comunicar de
forma eficiente com sua equipe.
Assim, preferem a solução solitária e – como o personagem da nossa pequena história – vêem o
tempo passar, sem sentirem o progresso real de suas equipes.
Mas é preciso destacar que em todos os grupos humanos, como parte natural de sua estrutura,
emergem os sistemas de status e papéis, que se definirão em função principalmente da natureza do
grupo.
• Adquiridos
Educação e profissão são os fatos básicos que os determinam.
• Atribuídos
Independem dos que possuem, geralmente atribuídos por valores tradicionais.
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1. Contribuidor
O iniciador da discussão ou do trabalho.
2. Coletor de informações
O que está sempre perguntando, colhendo informações.
3. Fornecedor de informações
O que está sempre dando informações.
4. Coletor de opiniões
O que sempre procura opiniões dos demais membros do grupo.
5. Fornecedor de opiniões
O que gosta de dar opiniões.
6. Elaborador
O que gosta de ouvir os outros e elaborar idéias.
7. Coordenador
O que promove a coordenação.
8. Orientador
O que gosta de orientar.
9. Avaliador crítico
Sua principal atividade é fazer a crítica sobre a atuação geral do grupo e dos seus membros.
10. Estimulador
Manifesta um constante estímulo à plena realização do grupo.
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12. Registrador
Perito em registrar todos os acontecimentos importantes produzidos no grupo.
Já nos grupos informais, existe a tendência de se desenvolver um sistema de papéis voltado para a
manutenção do grupo, cujas principais manifestações são:
1. Encorajador
Estimula o pessoal, encoraja a realização de todas as atividades.
2. Harmonizador
Promove de todas as formas a harmonia entre os membros.
3. Guardião
Realiza vigilância constante e avisa a todos sobre os problemas eventualmente apresentados.
4. Normalizador
Estabelece as normas para o funcionamento do grupo.
5. Observador
Observa os acontecimentos do grupo, porém sem tomar iniciativa.
6. Compromissador
Estabelece acordos para todos os problemas do grupo.
7. Seguidor
Faz parte do contingente que não assume qualquer papel específico, simplesmente segue os
demais.
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Os grupos formais são aqueles que assumem prioridade, tais como o seu próprio
departamento ou as equipes de trabalho designadas dentro dele. Esses grupos
foram criados da melhor maneira possível. Mas os grupos informais também
exigem sua atenção e consideração. Um supervisor deve ser realista quanto à
formação de grupos informais dentro de seu departamento.
Os grupos informais são inevitáveis. Eles se formam nos bebedouros e nos
vestiários. Serão constituídos pelos que viajam juntos no mesmo carro e por
aqueles que têm interesses comuns em esporte ou política. Você irá encontrá-los
em toda parte. Não existe maneira de eclipsá-los.
Os grupos informais podem ser muito fortes e exercer grande influência sobre
seus funcionários, impondo lealdade e, muitas vezes, exigindo submissão. O
aspecto mais importante está no fato de que esses grupos podem trabalhar a
seu favor ou contra você.
Você já percebeu que existe um conjunto de papéis que, de forma geral, contribui para o bom
atingimento dos objetivos do grupo. No entanto, constantemente emerge nos grupos humanos o
desempenho de verdadeiros papéis negativos, que funcionam como inibidores dos objetivos grupais.
Esses papéis negativos representam quase sempre a preponderância de necessidades individuais sobre
as grupais. Conheça as suas manifestações mais freqüentes:
1. Agressor
Ataca o grupo e o trabalho que está sendo feito, invejando a contribuição dos outros.
2. Bloqueador
Tende a ser negativista, obstinado, discordante, procurando manter aberta ou reabrir uma questão
já rejeitada pelo grupo.
3. Exibicionista
Age de muitas maneiras para chamar a atenção sobre si mesmo, elogiando-se, contando suas
façanhas, não aceitando ficar em posição de inferioridade.
4. Fraco
Tenta atrair a piedade dos outros membros ou de todo o grupo através de insegurança, indecisão
ou autocensura.
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5. Racionalizador
Encontrando dificuldades de atingir o objetivo, o indivíduo inconscientemente se convence de
que não é aquilo que deseja.
6. Egoísta
Só dá importância à sua pessoa, não liga para os outros.
7. Dominador
Em qualquer situação, sempre quer dominar os outros.
8. Choramingas
Sempre justifica seu comportamento dando desculpas e não pensando nos outros.
Atmosfera do grupo
A atmosfera, ou o “clima do grupo”, também é conhecida como estado de espírito, modo de sentir
e agir, que se permeia no grupo como um todo.
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Cultura
Comunicação Religião
Objetivos Claros
Tradição
Ventilação
Política Arrumação Saúde
Definição de Funções
Normas e Regimentos Claros
Tecnologia
Estilos de Administração
Sensibilidade Social
Tipos de Liderança
Produtividade/Qualidade
Saúde Forma Resolução Conflitos
Trabalho em Conjunto Economia
Cooperação Iluminação
Tecnologia Membros conhecendo-se
intimamente Educação
Lazer – Recreação
Meios
(atividades técnicas)
Identidade
Padrões
Liderança Definição de Papéis
Status
Avaliação do Grupo Padrões de Operação
Desempenho Heterogeneidade
Controle Social
Clima do Grupo Padrões de
Comunicação
Fins (metas, objetivos)
Cultura
Participação
Capacidade de Relações Humanas
Papéis para
Produtividade do Grupo
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A qualidade desses resultados depende, em grande parte, da consciência que cada membro da
equipe tem de si e do outro e, ainda, passa a constituir condição essencial para o estabelecimento de
uma relação entre dois sujeitos. Esse reconhecimento “mútuo” caracteriza a relação intersubjetiva –
a consciência de si como sujeito, e do outro, como outro sujeito.
Deve-se observar, todavia, que o exercício do Poder determinará o modus operandi e a qualidade
do resultado que se pretende alcançar. O indivíduo respeitado como tal – tratado como Sujeito e não
como Objeto – e o poder aplicado de forma ética são instrumentos eficazes para confrontar a
intersubjetividade hierarquizada, que se reconhece através de ações coercitivas, de dominação e de
apego ao poder, características de qualquer sistema, portanto, presentes em toda equipe de trabalho e
que impedem, definitivamente, o desenvolvimento de relações centradas na cooperação e democracia.
Para Peter Senge, um sistema é um todo, cujos elementos mantêm-se juntos porque afetam
continuamente uns aos outros ao longo do tempo e atuam para um propósito comum.
Conhecer a estrutura do sistema do qual se faz parte pode melhorar nossa capacidade de construir
realizações tanto pessoais quanto organizacionais.
Ao longo de nossas atividades, percebemos, nas mais diversas equipes de trabalho, o quanto as
pessoas desconhecem o todo no qual estão inseridas, como não conseguem estabelecer correlações
do seu fazer ou não fazer com os objetivos globais daquela organização.
Visão sistêmica
A estrutura sistêmica é o padrão de inter-relações entre componentes-chave de um sistema. Pode
incluir hierarquia, fluxos de processos, opiniões e percepções, a qualidade dos produtos, modos como
se tomam decisões e outros fatores. Por sua natureza, o pensamento sistêmico assinala interdependências
e necessidade de colaboração.
Peter Senge enfatiza que “um objetivo compartilhado, ou comum, não é uma idéia, mas uma força
inculcada no coração das pessoas, uma força de poder impressionante ...” – que justifica a razão de
ser e explica a missão de uma equipe, a definição da visão e das metas, e também expressa um
conjunto de valores, tudo isso compartilhado por todos que integram uma organização.
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Os objetivos devem ser claros, transparentes e conhecidos por toda a equipe para que se possa
conseguir o comprometimento de todos, facilitando a percepção da visão sistêmica e o alcance de
resultados satisfatórios.
As equipes são formadas para realizar objetivos específicos. Sem objetivos não
há motivo para formar uma equipe. O objetivo pode ser imediato, como, por
exemplo, a solução de um problema. Podemos traçar objetivo de longo prazo,
como a realização de um projeto, a produção e a comercialização de produtos
ou, ainda, o desenvolvimento de um plano estratégico. Objetivo de longo prazo
permite que o treinamento e o crescimento do grupo sejam integrados à sua
concretização e às variáveis significativas de sua dinâmica.
Muitas variáveis, tais como percepção, qualidade da comunicação, relações de poder, tensões,
dentre várias outras, hão de interferir na formação de equipes e algumas delas poderão, futuramente,
determinar sua dinâmica e eficácia.
Um trabalho de equipe poderá ser uma experiência muito
rica e valorosa, na medida em que sua formação permite uma sinergia
grande diversidade entre seus integrantes, quando se respeitam Coesão, cooperação dos
e consideram as diferenças como fator de sinergia positiva, membros de um grupo
em prol de um objetivo
que quebra paradigmas e rompe com posturas e conceitos comum.
antigos e abre portas a um novo raciocínio, ampliando suas
percepções e vivências.
No processo de formação de uma equipe deve-se considerar sua composição como primeiro passo
para realizá-la com sucesso. Esse processo é uma etapa onde as pessoas decidem o que fazer e
exploram cautelosamente os limites dos comportamentos aceitáveis. E como primeiro passo de um
processo, as emoções, os sentimentos diversos, atitudes – favoráveis ou não –, entusiasmo, expectativas
e ansiedades surgem frente ao novo. Mas nessa fase toda energia da equipe deve ser a definição clara
e negociada do objetivo.
Grupos se tornam equipes por meio de ações que se interrelacionam de um modo sistemático e
disciplinado, expressando um propósito comum com as metas de performance, definindo abordagens
de trabalho, desenvolvendo conhecimentos complementares e permanecendo mutuamente
compromissados e responsáveis pelos resultados.
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Equipes cujas metas são pouco desafiadoras, inexatas ou sequer assumidas dificilmente terão
resultados positivos. Comitês, conselhos, forças-tarefa não são necessariamente equipes somente
pelo fato de pessoas trabalharem juntas.
Conforme o observado por Jon R. Katzenbach, “... o trabalho em equipe representa um conjunto
de valores que estimula comportamentos, tais como ouvir e responder de forma construtiva pontos de
vista manifestados por outras pessoas, dando aos outros o benefício da dúvida, apoio aos que necessitam
dele, e reconhecendo os interesses dos outros. Quando postos em prática, esses valores ajudam-nos a
nos comunicar e trabalhar com os outros de forma mais eficaz, tratando-se, portanto, de comportamentos
bons e valiosos”.
Todos esses ensinamentos nos permite concluir afirmando que os fundamentos da equipe incluem
tamanho, propósito, objetivos, conhecimentos, abordagens e responsabilidades – condições e variáveis
intervenientes na sua formação e que estão ligadas à sua razão de ser. Cada equipe se defronta com
desafios específicos, fortalece a capacidade de pessoas, hierarquias e processos. Compartilha
responsabilidades mútuas e individuais na busca de sucesso e é veículo fundamental para o crescimento.
Equipes são práticas, não criam dificuldades e se desenvolvem quando existem desafios de performance,
de desempenho.
O que é empowerment?
As pessoas querem fazer diferenças e a organização precisa delas para isto. Contudo, a frustração
ocorre porque os empregados, gerentes e a organização não sabem como tirar vantagem da criatividade
e da iniciativa humana que estão lá para serem utilizadas. A organização tradicional precisava apenas
dos corpos dos empregados, para realizarem suas funções claramente definidas, sem fazer perguntas.
A organização de hoje precisa de empregados que possam tomar decisões, descobrir soluções para
problemas, que tenham iniciativas e sejam responsáveis por resultados, ou seja, que tenham empowerment
(envolvimento com o que fazem).
Uma forma de entender isto é perceber a diferença de atitudes entre uma pessoa que diz: “Eu sou
gerente de produção”, e que adquire a identidade a partir de sinais externos, como título da função ou
da empresa, e a pessoa que diz: “Eu gerencio a produção”, que encontra a identidade a partir de
atitudes, crenças e valores. Esta pode parecer uma mudança insignificante, mas tende a fazer uma
grande diferença em se tratando de envolvimento.
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grupo de indivíduos que se reportam à mesma pessoa. Como um time, elas formam uma unidade
coordenada, onde todas sabem sua parte, mas é livre para brilhar e fazer conquistas.
O líder da equipe não é a pessoa que dá a ordem para marchar. O líder é a pessoa responsável pelo
desenvolvimento pessoal dos membros da equipe – aquela que cria o ambiente para o desempenho,
aprendizagem e desenvolvimento. Este novo tipo de líder é chamado de líder facilitador.
A média gerência deve fazer mais do que supervisionar. Deve ajudar as pessoas a aprender,
crescer e se desenvolver. Precisa ajudar a equipe a trabalhar junto, não apenas verificar o trabalho de
um bando de pessoas. A média gerência é uma espécie ameaçada, a menos que se adapte ao novo
local de trabalho.
O novo líder deve aprender a dar um passo para trás e criar um ambiente que
permita a cada indivíduo aprender, crescer, desenvolver-se, contribuir e
superar-se.
Conheça mais sobre cada um dos elementos necessários para a formação de equipes com
envolvimento dos participantes.
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Respeito
Existe respeito quando as pessoas esperam o melhor umas das outras e quando elas supõem que
têm motivações construtivas. Cada pessoa tem necessidade pessoal, agendas e preferências que
devem ser negociadas. A organização não pode sempre vir em primeiro lugar.
Quais as maneiras de você criar respeito mútuo com os membros da sua equipe?
Informação
As pessoas que trabalham juntas precisam de informação completa. O gerente precisa informar
as pessoas de forma clara e completa e então deixá-las chegarem às conclusões. A informação deve
fluir livremente, e não ser guardada ou escondida de certas pessoas ou certos níveis de empregados.
Quais as maneiras que você pode informar sua equipe de modo mais completo?
As pessoas querem tomar decisões sobre como atingir os objetivos e sobre a melhor maneira de
realizar o trabalho. Os gerentes com envolvimento não pressupõem que sabem tudo, ao contrário,
pedem às pessoas que trabalham com eles para decidir como fazer as coisas. Isto pode demorar no
início, mas propicia completa concordância e um comprometimento maior para se conseguir os melhores
resultados.
Responsabilidade
Envolvimento significa que a responsabilidade não está toda sobre os ombros do gerente. Ele pode
compartilhar as recompensas.
Habilidades
As pessoas devem estar disponíveis para aprender, experimentar situações novas e, assim,
diversificar suas habilidades.
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Exercícios
1. Leia com atenção as afirmativas abaixo. Reflita sobre elas e, em seguida, marque (X) indicando
a palavra que completa cada frase corretamente.
– Para se alcançar uma produção de “X” toneladas de fumo/mês, é necessário que se aumente
em “Y” hectares a plantação.
– Para se obter um índice de cobrança de fumo inferior a 10 dias úteis é necessário modificar a
sistemática de controle e acompanhamento utilizada.
2. Leia com atenção as afirmativas abaixo. Reflita sobre elas e, em seguida, marque (X) indicando
se elas são VERDADEIRAS ou FALSAS.
VERDADEIRA FALSA
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VERDADEIRA FALSA
4. Uma meta representa uma ação específica,
que pode ser medida. ( ) ( )
3. Leia com atenção as afirmativas abaixo. Reflita sobre elas e, em seguida, marque (X) indicando
se elas são VERDADEIRAS ou FALSAS.
VERDADEIRA FALSA
1. As metas e os objetivos das diversas áreas da
empresa variam de complexidade, conforme a
área de responsabilidade. ( ) ( )
2. As metas e os objetivos organizacionais são
estabelecidos em função da contribuição de cada
área da empresa para os resultados finais da
organização. ( ) ( )
3. As metas e os objetivos departamentais são aqueles
traçados pela cúpula da organização e que
determinam os caminhos que a empresa irá seguir. ( ) ( )
4. As metas e os objetivos setoriais são aqueles que
determinam o que cada agrupamento/equipe
deverá fazer. ( ) ( )
5. As metas e os objetivos pessoais delimitam a
responsabilidade de cada indivíduo em relação
às metas do grupo. ( ) ( )
6. Os objetivos definem claramente o que deve ser
alcançado. ( ) ( )
7. Os objetivos não têm nenhum tipo de relação com
as tarefas que as pessoas executam. ( ) ( )
8. Os objetivos são rígidos e imutáveis. ( ) ( )
9. Os objetivos devem ser claros, mensuráveis e realistas. ( ) ( )
10. Os objetivos definidos asseguram uma liderança
eficaz, integração, avaliação, etc. ( ) ( )
94 SENAI-RJ
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3. Os empregados com envolvimento têm os sentimentos a seguir. Verifique aqueles que se aplicam
ao seu local de trabalho.
( ) Eles sentem que fazem diferença.
( ) Eles são responsáveis pelos seus resultados.
( ) Eles são parte da equipe.
( ) Eles podem usar todos os seus talentos e capacidades.
( ) Eles têm o controle sobre como fazem o próprio trabalho.
( ) Eles têm iniciativa.
Exercício 1
a) Obter “X” toneladas de fumo/mês é uma META.
b) Aumentar em “Y” hectares a plantação é um OBJETIVO.
SENAI-RJ 95
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Exercício 2
1. Falsa 4. Falsa
2. Verdadeira 5. Falsa
3. Verdadeira 6. Verdadeira
Exercício 3
1. Verdadeira 6. Verdadeira
2. Falsa 7. Falsa
3. Falsa 8. Falsa
4. Verdadeira 9. Verdadeira
5. Verdadeira 10. Verdadeira
96 SENAI-RJ
Curso Técnico de Cervejaria — Gerenciamento do trabalho: supervisão do trabalho
Administração do tempo
Você pode melhorar seu rendimento à medida que amplia sua capacidade de ter impressões mais
claras, rápidas e precisas do que acontece à sua volta. Essa é uma habilidade que se aprende. Fique
atento aos três passos para dar mais rapidez ao seu processo:
• aumentar sua disponibilidade de energia;
• aumentar sua atenção; e
• aumentar seu conhecimento e sua experiência.
SENAI-RJ 97
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O poder da vigilância
A falta de concentração é provavelmente o maior fator isolado na redução de rendimento e no
prejuízo de seu uso do tempo. Ao estudar líderes e administradores que conseguiram grande sucesso
voltado às origens, o fator avulso de maior importância é o elemento de atenção concentrada e firmeza
de opinião.
Ao tentar se concentrar em mais de uma idéia ou ouvir várias ao mesmo tempo, você divide sua
atenção. Portanto, há uma perda do rendimento de energia e poder. Exemplos: tentar lembrar os
detalhes de uma reunião toma inteiramente sua atenção porque toda ela é necessária para formar as
imagens mentais. Se você procurar recordar um numero de telefone e observar um novo empregado
ao mesmo tempo, suas imagens ficarão confusas. O esforço reduz não só sua vigilância como a
energia e o tempo.
Sempre que você estiver preocupado e sem dar total atenção ao que acontece,
não estará livre para administrar seu tempo e estará trabalhando com energia
inferior àquela de que realmente dispõe.
As rotinas e os hábitos são mortais para a plena vigilância e atenção, como o são as atitudes de
apenas seguir as normas estabelecidas. Ao fazer as coisas automaticamente, não enxergamos pequenos
sinais e avisos, assim como as novas oportunidades. A atenção plena e um desempenho melhorado da
energia exigem mudanças de rotina e hábitos. Sempre que você quebra uma rotina tem de prestar
atenção para resolver qual o novo sistema a adotar.
Para aumentar sua atenção e vigilância, sua mente precisa estar ativa e alerta de um modo a que
não está habituada.
98 SENAI-RJ
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Quando estamos preocupados, grandes períodos de tempo se passam sem que a gente perceba. É
por isso que ficamos surpreendidos quando um filme de duas horas de duração (de que gostamos)
parece voar, enquanto meia hora na cadeira do dentista (onde estamos com a atenção plena) parece
uma eternidade. Quando o administrador que volta às origens presta atenção, o tempo de alerta
psicologicamente expande.
O sonhar acordado e a preocupação são partes importantes do funcionamento de sua mente. Eles
permitem que você se recupere, deixando evidentes os novos desejos e as novas idéias. Mas quando
são controlados, os sonhos e as preocupações deixam a mente indisciplinada, o que inevitavelmente
leva a uma perda de liberdade para administrar seu tempo de forma eficiente e eficaz.
Quando você desenvolver sua atenção e o desempenho de sua energia, será capaz de definir
rapidamente quais áreas exigem melhorias. A capacidade de administrar o tempo é rodeada por áreas
de “saber.”
SENAI-RJ 99
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Os líderes vivem cercados de uma mística que muitas vezes emana desse “saber”.
Os seguidores sentem-se hipnotizados por essa qualidade dos líderes muito
carismáticos.
100 SENAI-RJ
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• separe dez minutos a cada duas horas para examinar suas prioridades, riscando o que já fez e
colocando algumas mais (decida se essas prioridades podem ser transferidas para categorias
menos urgentes);
• inclua o tempo necessário para recreação e exercícios em sua tabela diária e semanal (não inclua
o fim de semana);
• reserve tempo para seu desenvolvimento, trabalhando em áreas específicas de habilidades
administrativas;
• reserve um período de dez minutos diariamente (sem interrupções) para avaliar honestamente
seu progresso. Decida, então, onde deve concentrar seus esforços; e
• continue refinando e praticando suas habilidades. Faça do tempo um amigo, em vez de seu inimigo.
A qualidade do tempo
A questão que importa é: “Tempo para que?”. Você pode se organizar, aprender a ler mais depressa,
reduzir os telefonemas, as relações interpessoais e os almoços. Essa é a parte mais fácil. A mais difícil
é saber o que fazer com o seu tempo. Desenvolver novas metas para refletir no que acontece à sua
volta. Um pouco de tempo tranqüilo, todos os dias, é essencial para recarregar suas baterias. Você é
um administrador. O tempo é seu aliado, seu ajudante, seu empregado. Faça com que trabalhe para
você.
Uma vez um consultor deu a um executivo muito ocupado, que procurava meios para utilizar
melhor o seu tempo, o seguinte conselho: “escreva as seis tarefas mais importantes que você tem para
fazer amanhã. Numere-as por sua importância. Amanhã, a primeira coisa a fazer no trabalho é ver
qual o item l e imediatamente começar a trabalhar nele até terminá-lo. Dedique-se em seguida ao item
2, e assim por diante, até a hora de ir embora. Não se preocupe se não puder fazer todos os itens. Se
você não o conseguiu por este método, não conseguirá por nenhum outro. Experimente este sistema
todos os dias de trabalho!”. O executivo, ao que se diz, considerou tal conselho o mais útil que já havia
recebido.
SENAI-RJ 101
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Por meio de tentativa e erro, você pode encontrar o horário ideal para cada atividade. Quando
comecei a escrever, eu pegava no lápis nas horas mais diversas. Percebi então que de manhã minhas
idéias eram boas, mas eu não conseguia colocá-las no papel. Meu período de produtividade maior é no
começo da tarde. Agora, penso sobre o que quero escrever de manhã, esboço as idéias e só as ponho
no papel no princípio da tarde.
Um tipo de tempo comprometido que a maioria das pessoas simplesmente esquece é o de espera.
No entanto, com um pouco de imaginação, pode-se sempre colocar todo o tipo de atividades nos
poucos minutos que se gastam enquanto espera.
Pode-se planejar o fim de semana, preparar o cheque ou escrever cartas. Pode-se divagar sobre
um projeto maior ou fazer o esboço daquele desenho que ficou atrasado.
Infelizmente, gastamos muito de nossa vida trocando pneus e ignorando coisas importantes mas
não tão urgentes.
Quando você se encontra diante de uma série de problemas, deve-se perguntar quais são realmente
os importantes e dar a eles prioridade.
Se você se deixar levar pelo que é urgente, sua vida será uma seqüência ininterrupta de crises. Um
pouco de previsão (precavendo-se contra problemas em potencial) ajudará você a usar seu tempo
para atingir seus objetivos reais, em vez de usá-lo para reagir quase somente a crises.
102 SENAI-RJ
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SENAI-RJ 103
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mais tempo e energia para fazer as coisas que fazem de você uma pessoa realizada. A mais inútil de
todas as emoções negativas a respeito do que não se consegue fazer é a culpa. Uma vez vi uma
oração, pendurada numa loja, que oferecia uma perspectiva muito saudável: “Senhor, nunca há tempo
suficiente para tudo. Ajuda-me a fazer um pouco menos, um pouco melhor”.
Preocupação com o que está para vir é outra emoção inútil. Mark Twain disse uma vez: “Já vi
muitos grandes problemas, mas a maior parte jamais aconteceu”.
O relógio e a bússola
Para muitas pessoas há uma distância entre a bússola e o relógio – entre aquilo que é realmente
importante e a maneira como gastamos nosso tempo. A administração tradicional do tempo ajuda
você a fazer as coisas em menos horas. Mas se alguém, com um toque numa varinha de condão,
melhorasse essa eficiência em 20%, será que resolveria seus problemas?
Provavelmente não. A administração do tempo tem a ver com o relógio – compromissos, horários,
programações, metas e atividades. Mas rapidez e quantidade não vão necessariamente resolver seus
desafios. O relógio determina como utilizamos nosso tempo, mas a bússola, que é mais importante,
determina como vivemos nossas vidas. A bússola representa sua visão, seus valores, seus princípios,
sua consciência, sua missão na vida.
A distância entre o relógio e a bússola marca o espaço em que nos debatemos. Algumas pessoas
sentem-se controladas pelos outros ou pelos acontecimentos externos, incapazes de fazer o que querem.
Outras não conseguem adequar o que fazem ao que gostariam de fazer. Outras, ainda, dão um duro
danado para escalar a rampa do sucesso, mas quando chegam no topo se sentem vazias. Todas essas
pessoas viveram suas vidas segundo os valores dos outros e deixaram de lado o que é mais importante
para elas. Outras pessoas, enfim, sentem-se desorientadas e não sabem nem mesmo o que são realmente
as “primeiras coisas”, ou seja, o que é mais importante para elas.
Dois aspectos moldam o uso que fazemos de nosso tempo: urgência e importância. A quarta
geração se baseia em fazer as coisas importantes, mais do que apagar incêndios. Isso significa colocar
as coisas importantes em primeiro lugar.
104 SENAI-RJ
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A urgência é uma força poderosa. Seu chefe grita: “Preciso disto agora, já!”. Seu marido liga: “O
carro quebrou no meio da rua! Venha me buscar”. O bebê chora. Para muitas pessoas, o fluxo de
adrenalina resultante de se lidar com uma urgência acaba virando vício. A urgência traz pressões e
estresse, mas também pode gerar uma sensação emocionante. As crises nos fazem sentir que somos
importantes. Mas quando a urgência domina nossas vidas, a importância fica relegada ao segundo
plano, juntamente com a verdadeira eficácia.
Há três passos a serem dados todas as manhãs que vão ajudar você a seguir seu plano.
1. Faça uma prévia do dia. Reveja sua programação, situe-se, cheque sua bússola e considere o
dia dentro do contexto da semana.
2. Trace prioridades. Independentemente de priorizar ou não determinados itens, assinale com o
círculo ou uma estrela a atividade mais importante do dia e garanta que ela seja realizada.
Depois, se, por algum motivo, as coisas derem errado naquele dia, você saberá que pelo menos
fez a coisa mais importante.
3. Distinga as atividades que dependem da hora das outras. A maioria das agendas tem uma seção
para horas marcadas e outra para conter listas de prioridades. Isso ajuda você a se lembrar de
compromissos importantes, como consultas médicas ou reuniões com seu chefe.
Mantenha a perspectiva
Com suas atividades planejadas e classificadas por importância, você estará pronto para ser flexível.
Se um cliente muito importante aparecer inesperadamente, querendo fazer uma reunião, ou se seu
vizinho lhe oferecer ingressos para um jogo importante, você já vai saber o que pode tirar da sua
programação do dia e o que não pode. E, se alguém cancelar uma reunião ou você terminar uma
tarefa em menos tempo do que o previsto, já terá uma lista de coisas importantes com as quais
aproveitar o tempo que apareceu.
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Escolhas difíceis
Embora tudo o que foi dito até agora possa dar a impressão de que é fácil saber o que fazer quando
acontecimentos inesperados bagunçam sua programação, isso nem sempre é verdade. Há diversos
fatores que você pode levar em conta no momento de fazer uma escolha: a urgência, o desejo de
agradar a você mesmo ou aos outros, seus valores, suas necessidades etc.
Você pode reagir automaticamente a estes fatores, permitindo que as circunstâncias ou as pessoas
o controlem, ou pode utilizar os dons humanos para tomar uma decisão guiada pela consciência.
Na verdade, a vida centrada em princípios exige que você consulte sua consciência e siga o que ela
manda. É aí que se encontra o norte magnético. É ele quem o ajuda a fazer as escolhas que geram
uma vida de alta qualidade.
Quando confrontado pelo inesperado, dê os seguintes passos para fazer a escolha certa:
1. Pergunte com intenção. O fato de pedir uma orientação à sua consciência implica em reconhecer
que sua vida é governada por seus princípios. Alguns exemplos de perguntas: Qual é o melhor
uso que posso fazer do meu tempo agora? O que é mais importante neste momento? Qual é a
coisa certa a fazer agora? Será que posso fazer algo realmente eficaz neste momento?
2. Ouça sem inventar desculpas. Quando você ouve a voz da sua consciência, pode fazer duas
coisas: agir em harmonia com ela ou ignorá-la. Muitas vezes nós a ouvimos, mas também
acontece de escolhermos outra opção e tentarmos racionalizar essa escolha. Se você optar por
não fazer algo que deve fazer, por exemplo, vai inventar desculpas para explicar por que não
pode fazer o que deve. Você conta mentiras racionais a você mesmo. O resultado é um sentimento
de frustração ou de culpa. Ouça você mesmo e reaja de maneira apropriada. É assim que se
atinge a paz e a harmonia.
3. Aja com coragem. É preciso coragem para viver de acordo com seus princípios. As outras
pessoas podem não compreender ou apreciar suas decisões. Mas quanto mais você o fizer,
mais fácil se torna. E, à medida que você for compreendendo cada vez melhor em que direção
fica o norte magnético, entrará numa espiral ascendente de crescimento.
Esse processo todo será incompleto se você não aprender com as experiências que viveu durante
a semana. Afinal, elas formam a base para a semana seguinte.
Organize, aja, avalie, organize, aja, avalie. A repetição desse ciclo, semana após semana, garante
que você vai aprender com a vida. A cada semana que passa você terá capacidade e habilidades
maiores.
No final da semana, ou antes de organizar-se para a semana seguinte, faça uma pausa e pergunte
a você mesmo:
– Que metas alcancei?
– Será que a realização dessas metas foi o melhor uso possível do meu tempo?
– Que desafios enfrentei? Como os superei?
– Que decisões tomei?
106 SENAI-RJ
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O problema da independência
A maioria de nós tende a enxergar o sucesso em termos de realizações independentes. A
administração tradicional do tempo reforça essa idéia quando pede que enxerguemos as pessoas
como meros recursos que podemos usar para viabilizar nossos próprios propósitos. Mas as pessoas
não são objetos. São seres vivos que possuem seus dons próprios e a capacidade de fazer grandes
coisas.
Outro fator: quando você tenta satisfazer suas necessidades e realizar suas capacidades com a
mentalidade independente, a vida parece ficar corrida. Nós nos apressamos para viver, nos apressamos
para amar, nos apressamos para aprender, nos apressamos para deixar um legado simbólico. Afinal, o
tempo é limitado e há muito o que fazer. Os resultados, porém, são ações superficiais que não levam
em conta os outros.
A independência tem seu papel próprio; é a força de que você precisa para transcender papéis ou
as expectativas da sociedade e manter-se centrado em seus princípios. Mas esse tipo de independência
abre o caminho para a interdependência. Ela torna você suficientemente confiável para merecer o
respeito dos outros.
O paradigma independente
Nossa consciência nos diz que somos parte de um todo intenso e inter-relacionado. Na verdade,
pensar em termos de interdependência nos ajuda a realizar mais coisas, a longo prazo. Pense no
seguinte:
• É mais produtivo realizar uma tarefa rapidamente e com eficiência ou usar o tempo necessário
para ensinar outra pessoa a efetuá-la?
• E mais produtivo supervisionar e controlar outras pessoas ou ajudá-las a liberar o potencial criativo
que possuem para cuidar delas mesmas?
• É mais produtivo programar seu tempo com eficiência para resolver problemas provocados por
expectativas conflitantes ou usar o tempo necessário para esclarecer esses problemas antes que
cresçam?
• É mais produtivo resolver problemas provocados por má comunicação ou construir relacionamentos
fortes e profundos que fomentem boa comunicação?
SENAI-RJ 107
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108 SENAI-RJ
Curso Técnico de Cervejaria — Gerenciamento do trabalho: supervisão do trabalho
E, finalmente, para você ter idéia do que significa tempo desperdiçado ou perdido e que diferença
faz, aqui vão alguns indicadores disponíveis na internet:
• Para saber o valor de um ano, pergunte a um aluno que levou bomba;
• Para saber o valor de um mês, pergunte a uma mãe que deu à luz um filho prematuro;
• Para saber o valor de uma semana, pergunte ao editor de uma revista semanal;
• Para saber o valor de um dia, pergunte a uma diarista que tem dez filhos para alimentar;
• Para saber o valor de uma hora, pergunte a amantes que esperam o próximo encontro;
• Para saber o valor de um minuto, pergunte a uma pessoa que acabou de perder o trem;
• Para saber o valor de um segundo, pergunte a uma pessoa que acabou de escapar de um
acidente; e
• Para saber o valor de um milésimo de segundo, pergunte ao atleta que ganhou medalha de prata
nas Olimpíadas.
Cada minuto que você tem é um tesouro. Viva-o, portanto, como tal. E este tesouro é mais precioso
ainda, se você o viveu com alguém especial. Especial o bastante para ter o “seu” tempo.
SENAI-RJ 109
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Exercícios
Total de Respostas – – – –
Total de Pontos –+ –+ –+ –+
110 SENAI-RJ
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SENAI-RJ 111
Curso Técnico de Cervejaria — Gerenciamento do trabalho: supervisão do trabalho
Delegação de autoridade
“A única maneira do gerente multiplicar a capacidade de trabalho é
usar a cabeça, as mãos e o tempo dos subordinados.”
Newel Comish
112 SENAI-RJ
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Exercícios
Delegar é preciso
Instruções
• A seguir, você terá uma série de questões para ler e analisar.
• Responda sim ou não a cada uma das questões, marcando um “X” na coluna das respostas.
• Não pense muito sobre as questões. Responda rápido sua primeira impressão.
• Solicite a seus gerentes e supervisores que respondam às questões como se eles fossem você.
Compare os resultados com os seus.
• Solicite a seus gerentes e supervisores que respondam ao questionário avaliando eles próprios.
• Discuta com o grupo os resultados obtidos no questionário.
QUESTÕES RESPOST AS
RESPOSTAS
SIM NÃO
SENAI-RJ 113
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QUESTÕES RESPOST AS
RESPOSTAS
SIM NÃO
114 SENAI-RJ
Curso Técnico de Cervejaria — Gerenciamento do trabalho: supervisão do trabalho
Resultado:
De 0 a 7 respostas certas
certas: você é um sério candidato à estafa! Confie e utilize mais sua equipe. Treine os
subordinados para que tenham o desempenho que você espera.
De 8 a 19 respostas certas
certas: você conseguiu progressos na arte de delegar. Seus subordinados já se sentem
participantes de uma equipe. Treine-os e prepare-os para assumir uma parcela maior de responsabilidade. Afinal,
você não é de ferro!
certas: você é um líder! Sua equipe sente-se gratificada de trabalhar com você.
De 20 a 25 respostas certas
SENAI-RJ 115
Curso Técnico de Cervejaria — Gerenciamento do trabalho: supervisão do trabalho
Mas é no grupo de trabalho que as pessoas talvez enfrentem seus maiores conflitos, exigindo delas
seu maior poder de integração social.
Inconscientemente, talvez nossa conduta em grupo nem sempre atenda às exigências e observações
dos membros participantes, criando uma situação constrangedora ou mesmo conflitante. Pelas vivências,
pretende-se aparar arestas, conscientizar os indivíduos, tornando-os melhores observadores, aprimorando
assim a capacidade grupal para solução de conflitos, visando à modificação de atitudes e comportamento
dos membros e relacionamento interpessoal. É preciso demover a pessoa de seu individualismo, do
seu egoísmo e relacioná-la com os outros.
Não se pretende dar soluções aos problemas que surgem. O objetivo é despertar nas pessoas a
consciência de que os mesmos existem, e caberá a cada pessoa individualmente a responsabilidade de
enfrentá-los e de procurar a resolução que os mesmos requerem. Faz-se necessário esclarecer as
situações. Levar as pessoas a interiorizar seus problemas, provocar reflexões, despertar a criatividade
e incentivar a tomada de decisão, facilitando o processo decisório grupal, ou seja, o consenso.
Resolvendo conflitos
Várias pesquisas apresentam o conflito como o desacordo que conduz a uma luta de poder.
116 SENAI-RJ
Curso Técnico de Cervejaria — Gerenciamento do trabalho: supervisão do trabalho
O conflito se instala quando há divergência de idéias, quando o papel por desempenhar se choca
com os princípios de outras pessoas.
É impossível tentar eliminar os conflitos; eles fazem parte da condição humana. O homem conflita
consigo mesmo procurando superar-se.
Para compreender melhor o conflito, é necessário lembrar que as diferenças individuais existem, o
que implica valores, percepções e considerações morais diferentes, e que nem todos têm acesso às
mesmas informações, nem possuem a mesma experiência de vida. A posição da pessoa no grupo
pressiona-a a assumir um certo papel, que nem sempre está de acordo com a sua maneira de pensar.
A causa principal do conflito é a frustração. O frustrado tende a buscar explicações que justifiquem
seu comportamento, muitas vezes racionalizando, isto é, atribuindo culpas aos outros, pois isso alivia
sua consciência. A racionalização do conflito deve ser orientada mediante um questionamento crítico,
para que se interpelem as causas e, assim, as crises não se sucedam.
Amaciar
Adesão à paz, evitando outras possíveis soluções. É o que na linguagem popular se denomina
“colocar panos quentes”. Não resolve o conflito.
Impor
Controle do conflito pela força; situação caracterizada pela imposição por autoridade-obediência,
antagonismo e competição, onde o mais importante é prevalecer a sua solução.
Negociar
Busca de uma solução intermediária em que cada pessoa cede um pouco, chegando a um acordo.
Integrar
SENAI-RJ 117
Curso Técnico de Cervejaria — Gerenciamento do trabalho: supervisão do trabalho
As formas de se lidar com o conflito também vão depender da fase em que ele se
encontra, isto é, seu grau de extensão, intensidade e importância, e suas
conseqüências no grupo.
A responsabilidade maior de resolução de conflitos cabe ao líder do grupo, mas
não exclusivamente.
Cada membro do grupo é também responsável pelo rumo que as divergências
podem tomar, contribuindo para a intensificação ou evolução do conflito.
O conflito pode ainda ser considerado como funcional, contribuindo para a
melhoria de objetivos e resultados e para o crescimento pessoal.
118 SENAI-RJ
Curso Técnico de Cervejaria — Gerenciamento do trabalho: supervisão do trabalho
Exercícios
1. Por que surgem conflitos em uma empresa?
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2. Cite um exemplo de sua própria experiência em que um conflito se prolongou ao invés de ser
resolvido, por ter sido tratado de maneira inadequada.
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3. Seria prudente da parte de um supervisor insistir para que um funcionário mude de atitude em
uma situação de conflito? Por quê?
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4. De acordo com o texto lido, dê a sua opinião sobre qual a melhor forma de lidar com o conflito.
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SENAI-RJ 119
Curso Técnico de Cervejaria — Gerenciamento do trabalho: supervisão do trabalho
1. Quando há divergência de idéias, quando o papel a ser desempenhado se choca com os princípios
de outras pessoas.
2. Resposta pessoal.
3. Sim, porque é necessário despertar nas pessoas a consciência de que os conflitos existem e que
caberá a cada pessoa individualmente a responsabilidade de enfrentá-los e de achar a resolução
que os mesmos requerem.
4. Evitar, amaciar, impor, negociar e integrar. Porém, as formas de se lidar com o conflito vão
depender da fase em que ele se encontra, isto é, seu grau de extensão, intensidade e importância,
e suas conseqüências no grupo.
5. A frustração.
120 SENAI-RJ
Curso Técnico de Cervejaria — Gerenciamento do trabalho: supervisão do trabalho
Processo decisório
Segundo Peter Drucker, uma decisão é um julgamento. É uma escolha entre alternativas. E,
raramente, uma escolha entre o certo e o errado. No máximo, é uma escolha entre o “quase certo” e
o “provavelmente errado”, mas muito mais freqüentemente é uma escolha entre duas linhas de ação,
em que nenhuma delas está provavelmente mais perto do certo do que a outra.
Toda ação humana importa em decisão. Esta, que está ocorrendo a todo momento, tem sua
racionalidade condicionada a um modelo. Nenhuma ação é eficaz, se não tiver por trás um esquema
orientador, que não é uma “camisa de força”, mas um referencial adaptável às peculiaridades da
situação que envolve o problema.
Começa aí a dificuldade principal, por parecer óbvia a solução, ao ser examinado o problema pela
superficialidade de seus sintomas, e não por suas causas. É a partir de um bom diagnóstico que se
assegura a validade do tratamento.
Um problema nunca se apresenta como uma realidade única e estável, em que o simples levantamento
das causas visíveis orientam a solução. Há uma série de variáveis que se tornam mais complexas do
que aparentam. É preciso avaliar não só o que determinou primitivamente o problema, mas o seu
agravamento por situações correlatas e conseqüentes.
Ao tentar descrever os problemas (causas prováveis que o determinaram) e reunir os fatos (situações
concretas que o caracterizam e o agravam), é muito comum as pessoas fixarem-se na “busca dos
culpados”. Isto, em geral, instiga a emoção, perdendo-se a racionalidade no processo decisório. Passa-
se a discutir pessoas, esquecendo-se o problema.
É um exercício criativo. As soluções óbvias podem ser as mais enganosas; atendem a curto prazo,
sendo irreversivelmente desastrosas um pouco mais adiante. Não significa querer sofisticar o processo,
nem tornar complexas as coisas simples. O que se deve evitar é minimizar problemas quando estes
são graves ou trazem grande potencial de gravidade.
SENAI-RJ 121
Curso Técnico de Cervejaria — Gerenciamento do trabalho: supervisão do trabalho
Quando se trata de problemas mais sérios, a seleção das alternativas mais viáveis de solução
demanda uma análise detalhada das possíveis conseqüências, antes da decisão final.
– Informação – Adequação
à realidade
– Flexibilidade – Moderação
– Iniciativa – Saber ouvir
– Capacidade de – Clareza
assumir riscos na comunicação
– Senso de – Equilíbrio
oportunidade
Processo de negociação
Assim, quem pretende trabalhar em equipe precisa conhecer alguns comportamentos que,
desenvolvidos adequadamente, irão influenciar positivamente um processo de negociação.
Vamos a eles:
122 SENAI-RJ
Curso Técnico de Cervejaria — Gerenciamento do trabalho: supervisão do trabalho
Toda opinião deve ser respeitada. Considerar as idéias dos parceiros é fundamental. A discussão
precisa ser encaminhada no sentido de encontrar uma solução que harmonize opiniões diferentes.
Não se pode permitir que comentários sobre casos ou pessoas entrem nas discussões. Isso
certamente geraria desavenças e desvirtuaria o processo. Devemos sempre valorizar as idéias propostas,
não esquecendo que a meta de um processo de negociação é a obtenção do acordo.
SENAI-RJ 123
Curso Técnico de Cervejaria — Gerenciamento do trabalho: supervisão do trabalho
de fato o assunto objeto do acordo, para que a confiança comece em você e, mais tarde, chegue ao
colega.
Facilite o sim!
Quando apresentamos propostas confusas e pouco esclarecedoras, acabamos por dificultar a
negociação e nos tornamos nosso pior adversário. Assim, ao expormos nossos pontos de vista devemos
facilitar a compreensão do outro, de forma a conquistar um verdadeiro parceiro para o trabalho.
Equipes começam a dar certo quando todos agem no sentido de tornar possível atingir os objetivos
comuns.
Quem é o interlocutor?
Um aspecto fundamental do planejamento da negociação consiste na identificação de seu cliente.
Que tipo de pessoa é ele? Quais seus hábitos de comportamento? Como isso se reflete em seu estilo
de negociar?
Os psicólogos em geral agrupam as pessoas, do ponto de vista da negociação e do relacionamento
com os outros, levando em consideração dois critérios: a atitude e o ritmo.
Quanto à atitude
Introvertidos: voltados para dentro de si e concentrados na tarefa.
124 SENAI-RJ
Curso Técnico de Cervejaria — Gerenciamento do trabalho: supervisão do trabalho
Quanto ao ritmo
Vagarosos: lentos, indiretos e ponderados.
Sociáveis
Dinâmicos e extrovertidos – criativos, espontâneos, entusiastas, amantes do risco.
Afáveis
Diretivos
Metódicos
1. Com os afáveis
Seja caloroso e sensível – apresente sua solução como a melhor para ele e sua equipe, contribuindo
para melhorar o relacionamento entre pessoas e setores.
2. Com os metódicos
3. Com os diretivos
Seja convincente e objetivo – proponha soluções eficientes do ponto de vista de sua meta de
controle e comando.
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4. Com os sociáveis
Seja criativo e entusiasta – mostre que a solução que você lhe oferece contribui para melhorar sua
imagem e prestígio.
Resumindo:
Aspectos Estilo
Afável Metódico Dir etivo
Diretivo Sociável
Objetivos bem definidos, conhecimentos profundos do que se deseja negociar e domínio de técnicas
básicas são ferramentas importantes para o gerente sair vitorioso em um processo de negociação,
além da preocupação de nunca ultrapassar a barreira da ética.
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Exercícios
Leia cuidadosamente cada uma das perguntas abaixo e assinale com um X a alternativa que
corresponde a seu caso. Em seguida, consulte suas respostas e some os totais positivos (marcados
com sinal de +) e negativos (marcados com –), subtraindo o resultado menor do maior. A subtração
será o resultado final, positivo ou negativo. Faça então a avaliação de seu potencial como negociador.
2. Como você estava preparado para a última grande negociação – por exemplo, compra de uma
casa ou carro – de que participou?
a. ( ) muito bem.
b. ( ) bem.
c. ( ) mais ou menos.
d. ( ) nada bem.
e. ( ) sem nenhuma preocupação.
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10. Como você se sente quanto às situações ambíguas, isto é, confusas, que têm vários prós e
contras?
a. ( ) muito tenso, angustiado.
b. ( ) ligeiramente tenso.
c. ( ) não gosto, mas convivo com elas.
d. ( ) indiferente, convivo bem com elas.
e. ( ) julgo-as interessantes, até aprecio.
11. Como você se sentiria negociando um aumento de 30% com seu chefe, quando a média desse
setor não ultrapassa 18%?
a. ( ) fugiria dessa situação de qualquer maneira.
b. ( ) não gostaria, mas faria força para enfrentar a situação.
c. ( ) encararia o fato com alguma apreensão.
d. ( ) não teria medo de fazer a tentativa.
e. ( ) acho a experiência estimulante e enriquecedora.
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12. Quando tem poder numa negociação, você faz uso dele?
a. ( ) uso o máximo que posso.
b. ( ) faço uso moderado, sem sentimento de culpa.
c. ( ) uso-o para garantir a imparcialidade de situação.
d. ( ) não gosto de fazer uso.
e. ( ) nunca lanço mão desse recurso.
15. Como você se sente ao fazer uma oferta muito baixa, durante uma compra?
a. ( ) com um mal-estar terrível.
b. ( ) não me sinto bem, mas às vezes faço isso.
c. ( ) só faço isso de vez em quando.
d. ( ) faço isso com freqüência e não me incomodo nem um pouco.
e. ( ) faço sempre e me divirto imensamente.
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18. Como você se sente ao correr riscos que afetam sua carreira?
a. ( ) sou geralmente mais audacioso que a maioria.
b. ( ) arrisco-me um pouco mais que a média das pessoas.
c ( ) arrisco menos que a média das pessoas.
d. ( ) corro riscos apenas de vez em quando.
e. ( ) quase nunca ponho minha carreira em risco.
19. Se tivesse que repetir “não estou entendendo” pela quarta vez após uma explicação, como se
sentiria?
a. ( ) nunca teria coragem de fazer isso.
b. ( ) ficaria bastante constrangido.
c. ( ) acharia um tanto estranho.
d. ( ) um tanto embaraçado, mas o faria.
e. ( ) não teria a menor dúvida em fazer isso.
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21. Você contratou uma empreiteira para construir sua casa, mas sua mulher resolveu fazer
mudanças no projeto no meio da execução da obra. A empreiteira pretende um valor maior,
mas você tem necessidade dos serviços dela. Como se comportaria nessa situação?
a. ( ) trataria de me preparar sem a menor hesitação.
b. ( ) sentiria algum constrangimento, mas enfrentaria a situação.
c. ( ) enfrentaria a situação, mas com um enorme constrangimento.
d. ( ) faria o possível para fugir do impasse.
e. ( ) não enfrentaria esse impasse.
Faça uma marca, sempre com o máximo de honestidade, abaixo do número de pontos que corresponde
a seu resultado. Isso é muito importante. Servirá para que você, após algum tempo, repita o teste,
avalie qual foi o seu progresso, passando, por exemplo, de gatinho assustado para ave promissora ou,
melhor ainda, de gazela arisca para cobra criada.
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QUESTÃO A B C D E
Resultado:
Entre 200 e 275 pontos: você já é uma cobra criada: sabe negociar razoavelmente bem, só precisa tornar sua
prática metódica e planejada.
Entre 100 e 199 pontos: você é uma ave promissora: tem potencial para vôos altos, desde que se empenhe num
treinamento sério.
Entre 20 a 99 pontos: você é uma gazela arisca: precisa se adestrar bastante para não ser capturada pelas feras
da selva.
Entre 30 pontos negativos e 19 pontos: você é um gatinho assustado: empenhe-se num treinamento específico
e urgente para mudar e não ser uma vítima.
Mais de 30 pontos negativos: você é um ratinho branco: o oponente que todo negociador inescrupuloso quer ter
pela frente. Mas não se desespere.
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Reuniões e apresentações
Faz parte do dia-a-dia das organizações a existência de reuniões e apresentações, e nessas condições
o gerente atua ora como coordenador ora como participante.
Podemos dizer que as reuniões acontecem sempre em dois níveis: conteúdo e método. O conteúdo
diz respeito a idéias, fatos, informações, problema e decisões. O método, além de se referir à forma de
condução, é o clima e as emoções que permeiam a reunião. Administrar o conteúdo e o método é o
grande desafio do dinamizador.
Para aproveitar ao máximo, independentemente de ser líder ou participante, deve-se considerar o
seguinte:
• comparecer na hora marcada com os documentos apropriados;
• saber com antecedência o que queremos dessa reunião;
• prestar atenção às outras pessoas e suas idéias;
• falar abertamente e encorajar os outros a fazerem o mesmo;
• fundamentar as idéias em fatos e opiniões e ser claro sobre qual é qual;
• não confundir barulho com lógica;
• cooperar, não competir;
• ajudar a manter a reunião na direção certa, mesmo não sendo o líder;
• amarrar as decisões à medida que elas são tomadas; e
• insistir em esclarecer atribuições antes que a reunião termine.
Antigamente, as reuniões eram, na maioria das vezes, lideradas por aqueles que ocupavam posições
mais elevadas nas empresas. Hoje todos fazem isso, freqüentemente em conjunto. O profissional não
pode apenas sentar-se e depender de outra pessoa para que as coisas aconteçam. Tem de se lançar e
colaborar para que isso ocorra.
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3. Pense com antecedência sobre o que deve levar para a reunião. Traga sempre seu calendário,
listas de tarefas a fazer ou qualquer outra informação que venha a ser útil.
4. Seja voluntário para anotar as reuniões. Fazer isso o força a estar atento. Além disso, é uma
oportunidade de contribuir, oferecendo suas idéias.
5. Durante a reunião, sumarie a discussão de vez em quando. Por exemplo: “Parece que nossa
intenção é pedir uma nova impressora. Isso é correto?”. Resumos freqüentes mantêm todos
focalizados e esclarecem possíveis mal-entendidos.
6. Antes de uma reunião terminar, certifique-se de que todos concordam com o que foi decidido,
quais são os itens de ação, quem é responsável por eles e o prazo para execução. Talvez você
tenha de pedir gentilmente que as pessoas façam isso com calma.
7. Não deduza que silêncio signifique concordância. Se as pessoas estão quietas, pergunte o que
estão pensando.
8. Seja voluntário para auxiliar numa reunião. Isso tira a pressão da pessoa que normalmente o faz
e lhe dá uma boa experiência.
Conheça, a seguir, algumas sugestões importantes para você ter sucesso ao participar de reuniões:
Mesmo que nada digam, as pessoas nas reuniões eventualmente ficam cansadas, confusas, inquietas
ou nervosas. Sintonize-se com esses momentos. Veja algumas perguntas que você pode fazer para
que elas não se percam:
• “Todos estão acompanhando até aqui?”
• “Tem mais alguém exausto além de mim?”
• “Que tal dois minutos de descanso?”
• “Parece que estamos num impasse. Alguma idéia de como prosseguir?”
Se você é responsável por anotar o que foi dito numa reunião, não espere pela próxima para fazê-
lo. Faça suas anotações assim que a reunião terminar. Os detalhes estarão frescos em sua mente. Se
não é responsável por elas, faça-o para sua própria referência. Não coloque suas anotações rabiscadas
num pedaço de papel. Transcreva-as de modo a fazerem sentido para você ou para outras pessoas
posteriormente. Arquive a cópia limpa e jogue fora as rabiscadas.
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Prepare gráficos
Se tem de apresentar números e fatos, que tal preparar algumas tabelas ou gráficos? Eles não
precisam ser elaborados, apenas claros. Esboce um ou dois e ponha-os à prova com outras pessoas
antes da reunião.
Traga impressos
Se for utilizá-los, traga cópias extras para as pessoas adicionais que participarão ou para os que
esqueceram de trazer os seus.
Apresentação
A chave de uma boa apresentação é a confiança. Você adquire confiança quando está bem
preparado.
Leia, com atenção, os principais pontos para a realização de apresentações que prendem a atenção
do público-alvo:
Se você quer apenas transmitir informações às pessoas, tudo o que tem a fazer é apresentar alguns
dados e argumentos de forma interessante. Mas, para fazer com que as pessoas ajam de acordo com
o que disse a elas, você tem que organizar e transmitir a informação de forma adequada. Criar uma
motivação é, agora, o seu principal objetivo. A informação apresentada é apenas uma forma de atingir
esse objetivo.
Muitas vezes uma apresentação tem mais de um objetivo. Nesse caso, simplesmente relacionar e
abordar cada um deles não é a forma mais eficaz de se preparar para a apresentação. Você precisa
saber quais são os objetivos mais importantes para que possa enfatizá-los de forma adequada. Caso
não haja prioridades, os assuntos devem ser tratados pela forma mais lógica ou interessante.
Conhecimento do público
Muitos apresentadores não são bem-sucedidos nessa etapa porque acumulam, organizam e
transmitem as informações como se eles fossem o público. Isso geralmente significa que quase todos,
exceto o apresentador, não estão gostando da apresentação.
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A primeira questão que deve ser levada em consideração, ao se analisar o público-alvo, é o seu
nível.
Se você está falando para um grupo de especialistas, pode usar conceitos, terminologias e termos
específicos.
Um público leigo, por outro lado, é um verdadeiro desafio. Você precisa não apenas estar apto e
disposto a traduzir conceitos técnicos difíceis para uma linguagem de fácil compreensão, mas também
tomar cuidado para não dar a impressão de que esta é uma tarefa desagradável.
Usando uma linguagem técnica, você diminui as explicações e utiliza todo o tempo disponível para
transmitir informações e idéias que você sabe que serão de interesse para os ouvintes.
Um público misto (composto de pessoas com conhecimento técnico e pessoas leigas) é o mais
difícil de lidar. Supondo que os dois grupos sejam igualmente importantes para os seus objetivos, você
tem que apresentar as informações e os argumentos usando termos que todos possam entender. Isso
significa que a apresentação deve ser voltada principalmente às pessoas leigas.
Esboço
Muitos apresentadores pensam que possuem total conhecimento do assunto e que podem “improvisar
discurso”, ao invés de planejar o que vão dizer. Então, ao fazer a apresentação, perdem o fio da
meada. Sua apresentação passa a ser nada mais do que uma lista incoerente de tópicos, que confunde
o público ao invés de esclarecê-lo.
Um esboço atende a vários objetivos. Primeiramente, mantém você na trajetória que foi traçada.
Sua apresentação terá uma direção, um objetivo e uma estrutura lógica. Isso significa que você deve
certificar-se de que há uma introdução, um desenvolvimento e uma conclusão.
Verifique se você incluiu em seu esboço exemplos dos principais pontos que pretende abordar.
Esse procedimento é importante em qualquer apresentação técnica. Quando não são dados exemplos,
os conceitos e argumentos de difícil compreensão geralmente não são compreendidos pelos ouvintes.
Para surtir efeito, os exemplos devem ser importantes para o trabalho e para o conhecimento do
público.
Ilustrações
Nada confunde mais um público do que falar sobre assuntos técnicos sem o auxílio de ilustrações,
principalmente quando a apresentação trata de princípios ou sistemas complexos.
Para surtir efeito, as ilustrações devem ser grandes, coloridas e em número suficiente para prender
a atenção do público. Também devem ser incluídas apenas informações relevantes. As ilustrações
devem ser feitas de tal forma que o público não precise ler muito para entender o que está sendo
mostrado. Além disso, as legendas devem ser grandes o suficiente para serem lidas e facilmente
compreendidas por todo o público.
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Equipamentos
Os itens mais comuns incluem um projetor com lâmpadas sobressalentes, um cavalete com papéis
(flip-chart) e pincéis atômicos adequados. Você pode não precisar de todos esses acessórios, mas é
bom tê-los à disposição para o caso de necessidade. Muitas apresentações boas saem de sua trajetória
porque os apresentadores têm que providenciar às pressas os equipamentos ou acessórios que eles
não providenciaram antes.
Participação do público
Não há nada mais desestimulante do que assistir uma apresentação longa. Após uns 45 minutos, a
atenção do público começa a se dispersar. Se a sua apresentação ultrapassar esse tempo, uma forma
de prender a atenção do público é incitar a sua participação. Você pode fazer perguntas às pessoas ou
deixar que elas façam perguntas a você. Através de perguntas, você mantém o interesse do público.
Além disso, você obtém meios de saber se manteve ou perdeu o contato com o público.
O melhor método para avisar as pessoas é através de uma comunicação interna. Esta deve, no
mínimo, especificar a data, a hora e o local da apresentação, identificar o tópico, relacionar os
participantes e estipular se é necessário ou não uma preparação prévia. Além disso, serve como um
lembrete permanente da apresentação e assegura que os convidados estarão disponíveis para participar.
Também dá oportunidade para que as pessoas informem ou convidem outras pessoas para substituírem
as que não puderam comparecer.
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Agora, analise os passos que você deve seguir para organizar e executar cada uma dessas reuniões:
• Reuniões de comunicação
– Definir o objetivo
– Realizar a comunicação
– Testar o entendimento
Verificar o nível de compreensão da equipe, através de perguntas, solicitações de interpretação,
etc.
• Reuniões de avaliação
– Preparar-se previamente para conduzi-la.
– Escolher o momento adequado.
– Ir direto ao assunto.
– Observar os participantes.
– Checar o grau de compreensão.
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Estrutura da reunião
– Exposição dos membros do grupo
Cada membro do grupo expõe o andamento de suas tarefas.
– Estabelecimento da interdependência
O gerente procura estabelecer as correlações entre as diversas tarefas relatadas (quem depende
de quem).
– Orientação do gerente
Orientação sobre as possíveis soluções ou encaminhamento para uma discussão mais ampla,
através de uma reunião de solução de problemas.
O gerente deve
– Buscar avaliações nas áreas (internas/externas) que são clientes de seus serviços.
– Comunicar com antecedência à equipe o dia e hora da reunião.
– Realizar as reuniões periodicamente.
– Fazer um plano de ação no final.
– Ser simples e informal.
– Agir de forma pouco diretiva.
Dificuldade do dia-a-dia
Reunião de solução
de problemas Problemas surgidos em reuniões de comunicação
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SENAI – Departamento Nacional – Projeto de Desenvolvimento Integrado para a área de
Supervisão nos seus diversos níveis.
SENAI – Centro de Formação Profissional de Resende – Treinamento de Líderes e
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SENAI-RJ 141
FIRJAN
CIRJ
SESI
SENAI
IEL