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GESTÃO AMBIENTAL
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SUMÁRIO
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ZONEAMENTO MUNICIPAL .................................................................................. 25
ZONEAMENTO INDUSTRIAL................................................................................. 26
AUDIÊNCIA PÚBLICA............................................................................................. 31
AGÊNCIAS DE ÁGUAS............................................................................................ 39
ESCOPO..................................................................................................................... 49
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P.D.C.A. E MELHORIA CONTÍNUA ........................................................................ 51
PLANEJAMENTO ..................................................................................................... 53
ESTRUTURA E RESPONSABILIDADE................................................................... 56
RECURSOS ............................................................................................................... 56
COMUNICAÇÃO ...................................................................................................... 58
REGISTROS .............................................................................................................. 62
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COMPROMETIMENTO E POLÍTICA AMBIENTAL ............................................... 64
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 69
Bibliografia Básica...................................................................................................... 69
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NOSSA HISTÓRIA
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PRINCÍPIOS DA GESTÃO AMBIENTAL
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mercado consumidor passa a selecionar os produtos que consome em função da
responsabilidade social das empresas que os produzem. Desta forma, surgiram várias
certificações, tais como as da família ISO14000, que atestam que uma determinada
empresa executa suas atividades com base nos preceitos da gestão ambiental.
Em paralelo, o aumento da procura pelas empresas de profissionais especializados
em técnicas de gestão ambiental motivou o surgimento de cursos superiores voltados para
a formação desses profissionais, tais como Engenharia Ambiental, Bacharelado em
Gestão Ambiental e Tecnologia do Meio Ambiente.
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o desastre nuclear de Tchernobil na Ucrânia, a tragédia causada pelo vazamento de
cianetos em Bhopal na India, a contaminação por dioxina em Sevezo na Itália e a grande
redução dos níveis de água no mar de Aral na Rússia causados por desvio de água para
irrigação em mega-projetos ligados ao cultivo do algodão.
Além dos desastres ambientais localizados, a biosfera tem sofrido uma
deterioração em larga escala, porém difusa, que pode ser percebida através do gradual
aumento nos níveis de gases causadores do efeito estufa (CO 2, CH4), do gradual
desaparecimento de ozônio (O3) na atmosfera. Outra questão desalentadora, relaciona-se
à constatação de que praticamente todos os grandes ecossistemas terrestres tem sofrido
com a degradação ambiental. Grandes porções das florestas temperadas na Europa
(principalmente na Alemanha) estão rapidamente se deteriorando em virtude da chuva
ácida. Já as florestas tropicais são outro nítido exemplo desta devastação em larga escala,
já que estão sendo desflorestadas para a expansão agropastoril ou pela atividade
madeireira.
A degradação ambiental pode ser vista também nas grandes cidades sejam elas no
primeiro ou no terceiro mundo. Elas exibem hoje claros sinais de que é preciso mudar,
adotar um novo modelo de desenvolvimento urbano. Los Angeles tem seu ar altamente
envenenado por gases expelidos pelos milhões de veículos que circulam continuamente
pela cidade. A cidade do México e São Paulo também apresentam problemas agudos de
poluição hídrica e atmosférica. Outras cidades do terceiro mundo tais como Manila,
Calcutá ou o Rio de Janeiro apresentam índices alarmantes de violência urbana causada
pela degradação dos índices gerais de qualidade de vida.
A Conferência sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento sustentável, a Eco 92,
no Rio de Janeiro, em seu documento final, a Agenda 21, estabelece algumas diretrizes
que buscam uma rápida mudança neste panorama sombrio. Alguns princípios:
participação da comunidade na tomada de decisões relativas à questão ambiental
seja através de associações comunitárias, seja através das organizações não
governamentais;
incentivo à cooperação internacional no campo da gestão ambiental, dado o
reconhecimento de que a problemática ligada ao meio ambiente pode ser
solucionada de modo mais eficaz através de iniciativas multilaterais;
reconhecimento do papel crucial dos empresários como importantes agentes de
transformação e melhoria das condições sociais e ambientais do planeta;
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estabelecimento de diretrizes internacionais no sentido de orientar os governos a
melhorar seu aparato legal e institucional no que concerne a gestão ambiental dos
seus recursos renováveis;
reconhecimento dos problemas ambientais enfrentados pelas nações em
desenvolvimento especialmente no que tange a perda de biodiversidade nas
florestas tropicais;
reconhecimento do impacto causado pelas nações mais ricas na degeneração
ambiental, principalmente no tocante às anomalias climáticas tais como o
enriquecimento de gás carbônico potencial causador do chamado efeito estufa e o
desaparecimento da camada protetora de ozônio em altas latitudes, especialmente
no hemisfério austral;
introdução de novas políticas educacionais visando o fortalecimento da
consciência ambiental nas populações em geral;
apoio à atividade científica ligada à gestão ambiental, especialmente no tocante à
transferência de conhecimentos dos países ricos em direção aos países em
desenvolvimento.
Se estas novas diretrizes irão modificar - para melhor - o quadro atual de
degradação ambiental ainda é incerto. Porém, verifica-se hoje uma mudança de atitudes
em escala global. A sociedade exibe claros sinais de maior engajamento ambiental,
expresso nas mudanças de hábitos de consumo, no aumento do número de organizações
não governamentais, no crescimento do engajamento político (listas verdes) do
movimento ambientalista.
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Figura 1: Gestão Ambiental Moderna
A gestão ambiental moderna é um processo multidimensional de preservação e
melhoria contínua das condições ambientais da biosfera. Este processo (Figura 1)
envolve a participação de diferentes setores da sociedade, de todos os níveis
governamentais, dos agentes econômicos e da comunidade científica. O processo é
gerenciado e financiado pelos diferentes agentes econômicos sejam eles privados ou
estatais. A gestão ambiental baseia-se na conformidade com a legislação ambiental que
por sua vez está baseada na existência de normas e padrões ambientais que são propostos
pelo Poder Executivo e posteriormente validados pelo Poder Legislativo. Embora o
Executivo tenha, em alguns casos, o poder moderador, este é, em última instância,
responsabilidade do Poder Judiciário. Os conhecimentos científicos que embasam todo
este processo são fornecidos pela comunidade científica. Todo o processo é
continuamente avaliado pela sociedade em geral que, através das organizações não-
governamentais e por sua participação nos órgãos colegiados ambientais nos Estados
(FEAM, em Minas Gerais) e nos Municípios (CODEMAS), pode, nos momentos
adequados, se manifestar e solicitar novas mudanças no processo.
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ECOLOGIA E GESTÃO AMBIENTAL
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estimar que poderá haver um "aumento significativo" da DBO caso a indústria acima
mencionada seja construída.
Um emitente ecólogo alemão, prof. Dr. Wofram Bauman, da Universidade de
Mainz, em recente simpósio em Ouro preto (Deutcher Akademischer Austauch Dienst -
DAAD, workshop em setembro de 1998), afirmou que atualmente existe um "grande
débito" na pesquisa ecológica, mesmo a pesquisa de natureza estritamente aplicada. Este
débito refere-se ao fato de que os ecólogos, embora hoje estejam aptos a manipular uma
teia conceitual razoavelmente complexa, são ainda incapazes de responder a perguntas
específicas dos políticos. Esta incapacidade gera na comunidade, sempre segundo o Dr.
Bauman, os seguintes tipos de postura científica:
enfoque "ingênuo": pesquisadores que, apesar de gozarem grande reputação entre
os colegas, realizam uma pesquisa ecológica muito superficial. São capazes de
publicar dezenas de artigos científicos, a maioria deles em periódicos de baixo a
médio impacto. O conteúdo de sua pesquisa não é minimamente capaz de fornecer
aquilo de que os políticos realmente necessitam. Na maioria dos casos,
apresentam-lhes um produto cosmeticamente elegante, mas sem qualquer
robustez científica;
enfoque "fraudador": seria aquele pesquisador que, mesmo sabendo das evidentes
limitações da ciência, insiste - através de simulações e outros artifícios
matemáticos - em propor alternativas tecnológicas e respostas que, embora
herméticas e aparentemente robustas, não encontram respaldo algum na realidade
do meio ambiente. Eventualmente, ele é capaz de produzir publicações de alto
impacto, que seriam aceitas mais pela forma do que pelo conteúdo de suas
pesquisas;
enfoque "realista": seria a postura desejável que englobasse toda a sofisticação
analítica do item (b), tivesse os olhos abertos para as perguntas específicas dos
gestores, elaborasse projetos com características tanto descritivas quanto
experimentais, dentro do compromisso de validar suas análises com a realidade
mensurável no campo.
As afirmações do Dr. Bauman evidentemente causaram um acalorado debate mas,
mesmo se exageradas, elas talvez sirvam para que reflitamos um pouco sobre as
limitações da ecologia em resolver os problemas ambientais atuais. É preciso também
reconhecer que a ecologia está tendo uma vertiginosa evolução nas últimas décadas e,
assim como a Química no século XVIII, talvez esteja no limiar de uma grande síntese
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conceitual. O problema de limitação teórica não é privativo da ecologia. Afinal podemos
traçar inúmeros paralelos entre a economia e a ecologia e outras ciências sociais
modernas. A primeira definição de Ecologia, dada pelo naturalista alemão Ernst Haeckel,
foi a ecologia como o estudo da economia da natureza. A ecologia e a economia, por
exemplo, são soft-sciences e buscam nos modelos estatísticos empíricos os padrões e as
leis maiores que ainda lhes faltam para se transformarem em hard sciences tais como a
Química ou a Física. No entanto, não é pela falta de princípios universais que os governos
irão demitir todos os economistas que fracassarem no combate à inflação!
A gestão ambiental moderna se faz através de instrumentos de gestão que definem
papéis precisos para todos os agentes que tomam parte no processo. Podemos definir os
instrumentos de gestão em diferentes níveis:
nível governamental:
zoneamento ambiental
licenciamento ambiental
auditoria ambiental
normatização/fiscalização
polícia ambiental
penalização aos infratores
criação de reservas ambientais
agentes econômicos:
monitoramento ambiental
certificação ambiental
rotulagem ambiental
ciências ambientais:
conhecimentos científicos
novas técnicas ambientais
formação de pessoal
sociedade
participação em organizações não governamentais
participação em colegiados dos órgãos ambientais
As ciências ambientais são muitas e podem ser tipificadas e hierarquizadas da
seguinte forma:
Núcleo Biológico:
Ecologia e suas sub-áreas
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Ecotoxicologia
Ecofisiologia
Hidrobiologia e Oceanografia Biológica
Ecologia Animal e Vegetal
Modelagem e Simulação Ecológicas
Botânica e Zoologia e suas sub-áreas
Taxonomia dos Grupos Recentes
Fisiologia
Biogeografia
Microbiologia
Biotecnologia Aplicada ao Meio Ambiente
Biologia Molecular aplicada ao Meio Ambiente
Genética de Microorganismos
Bioquímica Ambiental
Núcleo de Domínio Conexo:
Química Orgânica
Química Analítica
Geociências
Geomorfologia
Geologia
Pedologia
Climatologia
Ciências Sociais
Economia
Sociologia
História
Núcleo de Ciências Aplicadas:
Arquitetura e Urbanismo
Engenharia Ambiental
Saneamento
Engenharia de Minas
Engenharia de Processos Industriais
Biorremediação de solos
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OBJETIVOS E FINALIDADES
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assinalados, pode-se hoje afirmar que os principais problemas ambientais hoje no Brasil
seriam:
poluição de recursos hídricos, da atmosfera e do solo causada pelo rápido
desenvolvimento industrial e crescimento urbano;
impactos ecológicos causados pela construção de grandes barragens de
usinas hidroelétricas;
impactos ecológicos causados pela atividade de mineração de ferro,
bauxita, manganês, zinco e cobre;
desflorestamento na Amazônia;
expansão agrícola nos Cerrados;
impactos ambientais de anomalias climáticas;
impactos ambientais gerados pela expansão desordenada dos centros
urbanos.
O controle de todos os problemas citados acima começa pelo entendimento dos
aspectos institucionais e legais envolvidos com a gestão ambiental no Brasil.
Recentemente foi instituído o Sistema Nacional do Meio Ambiente - SISNAMA que
estabelece precisamente quais são os instrumentos de gestão Ambiental no Brasil.
Adicionalmente, a partir dos anos oitenta, foram promulgadas importantes leis e normas
ambientais que devem ser conhecidas pelos gestores ambientais.
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FUNDAMENTOS BÁSICOS DA GESTÃO AMBIENTAL
Os fundamentos, ou seja, a
base de razões que levam as
empresas a adotar e praticar a
gestão ambiental, são vários.
Podem perpassar desde
procedimentos obrigatórios de
atendimento da legislação
ambiental até a fixação de políticas
ambientais que visem a
conscientização de todo o pessoal da organização.
A busca de procedimentos gerenciais ambientalmente corretos, incluindo-se aí a
adoção de um Sistema Ambiental (SGA), na verdade, encontra inúmeras razões que
justificam a sua adoção. Os fundamentos predominantes podem variar de uma
organização para outra. No entanto, eles podem ser resumidos nos seguintes básicos:
Os recursos naturais (matérias-primas) são limitados e estão sendo fortemente
afetados pelos processos de utilização, exaustão e degradação decorrentes de
atividades públicas ou privadas, portanto estão cada vez mais escassos,
relativamente mais caros ou se encontram legalmente mais protegidos.
Os bens naturais (água, ar) já não são mais bens livres/grátis. Por exemplo, a água
possui valor econômico, ou seja, paga-se, e cada vez se pagará mais por esse
recurso natural. Determinadas indústrias, principalmente com tecnologias
avançadas, necessitam de áreas com relativa pureza atmosférica. Ao mesmo
tempo, uma residência num bairro com ar puro custa bem mais do que uma casa
em região poluída.
O crescimento da população humana, principalmente em grandes regiões
metropolitanas e nos países menos desenvolvidos, exerce forte consequência
sobre o meio ambiente em geral e os recursos naturais em particular.
A legislação ambiental exige cada vez mais respeito e cuidado com o meio
ambiente, exigência essa que conduz coercitivamente a uma maior preocupação
ambiental.
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Pressões públicas de cunho local, nacional e mesmo internacional exigem cada
vez mais responsabilidades ambientais das empresas.
Bancos, financiadores e seguradoras dão privilégios a empresas ambientalmente
sadias ou exigem taxas financeiras e valores de apólices mais elevadas de firmas
poluidoras.
A sociedade em geral e a vizinhança em particular está cada vez mais exigente e
crítica no que diz respeito a danos ambientais e à poluição provenientes de
empresas e atividades. Organizações não-governamentais estão sempre mais
vigilantes, exigindo o cumprimento da legislação ambiental, a minimização de
impactos, a reparação de danos ambientais ou impedem a implantação de novos
empreendimentos ou atividades.
Compradores de produtos intermediários estão exigindo cada vez mais produtos
que sejam produzidos em condições ambientais favoráveis.
A imagem de empresas ambientalmente saudáveis é mais bem aceita por
acionistas, consumidores, fornecedores e autoridades públicas.
Acionistas conscientes da responsabilidade ambiental preferem investir em
empresas lucrativas sim, mas ambientalmente responsáveis.
A gestão ambiental empresarial está na ordem do dia, principalmente nos países
ditos industrializados e também já nos países considerados em vias de
desenvolvimento
A demanda por produtos cultivados ou fabricados de forma ambientalmente
compatível cresce mundialmente, em especial nos países industrializados. Os
consumidores tendem a dispensar produtos e serviços que agridem o meio
ambiente.
Cada vez mais compradores, principalmente importadores, estão exigindo a
certificação ambiental, nos moldes da ISO 14.000, ou mesmo certificados
ambientais específicos como, por exemplo, para produtos têxteis, madeiras,
cereais, frutas, etc. Tais exigências são voltadas para a concessão do “Selo Verde”,
mediante a rotulagem ambiental. Acordos internacionais, tratados de comércio e
mesmo tarifas alfandegárias incluem questões ambientais na pauta de negociações
culminando com exigências não tarifárias que em geral afetam produtores de
países exportadores. Esse conjunto de fundamentos não é conclusivo, pois os
quesitos apontados continuam em discussão e tendem a se ampliar. Essa é uma
tendência indiscutível, até pelo fato de que apenas as normas ambientais da família
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ISO 14.000 que tratam do Sistema de Gestão Ambiental e de Auditoria Ambiental
encontram-se em vigor.
CONSELHO DE GOVERNO
Esta câmara foi criada por decreto (DL 1696 de 13.11.95) e tem como objetivo:
"formular as políticas públicas e diretrizes relacionadas com os recursos naturais e
coordenar a sua implementação". A câmara é integrada por nove ministros: Chefe da Casa
Civil, Fazenda, Planejamento, Minas e Energia, Meio Ambiente, Recursos Hídricos e
Amazônia Legal, Agricultura, Abastecimento e Reforma Agrária, Relações Exteriores,
Ciência e Tecnologia, Indústria, Comércio e Turismo). As ações executivas estão a cargo
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do Comitê Executivo desta câmara integrado pelos secretários-executivos dos ministérios
envolvidos e pelo Sub-Chefe Executivo da Casa Civil. Representantes de outros órgãos
do governo poderão ser convidados a participar das reuniões.
A Câmara de Políticas dos Recursos Naturais tem dois objetivos: a) formular
políticas públicas e b) propor diretrizes executivas relacionadas com os recursos naturais;
Uma observação importante refere-se ao fato que nem a sociedade civil nem os
Estados tem representação na Câmara de Políticas dos Recursos Naturais e em seu comitê
executivo. Outro ponto importante é que este conselho tem algumas atribuições que se
sobrepõem ao CONAMA e que, portanto, pode haver algum conflito entre eles com
evidente desprestígio para o segundo órgão dada a estrutura de poder associada à Câmara
de Políticas dos Recursos Naturais.
Este conselho foi criado pelo decreto 1697 de 13.11.95. Compete ao GESPE
propor à Câmara de Políticas dos Recursos Naturais a Política Nacional de Pesca e
Aquicultura e coordenar em nível nacional a sua implementação. O GESPE é um órgão
executivo e não normativo.
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cadastro técnico federal das atividades e instrumentos de defesa ambiental e
penalidades disciplinares ou compensatórias.
O CONAMA tem suas competências bem demarcadas: assessoramento do
Conselho de Governo e suas ações deliberativas. O estabelecimento de normas e critérios
para o licenciamento, como também para o estabelecimento de padrões de controle do
meio ambiente é competência do CONAMA consoante o artigo 8, I, da Lei 6.938/81 e
posteriores leis tais como o artigo 53 da Lei 8.028/90.
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Conselho Estadual de Proteção Ambiental - CEPRAM (Bahia): criado através da
Lei 3.858 de 3.11.80;
Comissão de Política Ambiental - COPAM (Minas Gerais|): criada pela Lei 7.772
de 8.9.80;
Conselho de Tecnologia e Meio Ambiente - (Sta. Catarina): criado em 1.6.79 pelo
Decreto 7.755.
Outros conselhos estaduais serão listados mais adiante.
A QUESTÃO DA COLEGIALIDADE
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Conselho Nacional da Amazônia Legal
Conselho Nacional dos Recursos Naturais Renováveis
Comitê do Fundo Nacional do Meio Ambiente
Secretaria de Coordenação dos Assuntos do Meio Ambiente
Secretaria de Coordenação dos Assuntos da Amazônia Legal
Secretaria de Coordenação dos Assuntos de desenvolvimento Integrado
Secretaria de Recursos Hídricos
O IBAMA foi criado pela Lei 7.735 de 22.2.89. A Lei 8.028/90 deu nova redação
ao antigo 2 da Lei 7.735. O IBAMA é uma autarquia federal de regime especial, dotada
de personalidade jurídica de direito público, autonomia administrativa e financeira,
vinculada ao Ministério do Meio Ambiente e da Amazônia Legal. O IBAMA tem a
finalidade de assessorar o citado ministério na formulação e coordenação da política
nacional do meio ambiente bem como na preservação, conservação e uso racional dos
recursos naturais.
O IBAMA surgiu da fusão de quatro organismos administrativos:
Secretaria Especial do Meio Ambiente (SEMA)
Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal (IBDF)
Superintendência do Desenvolvimento da Pesca (SUDEPE)
Superintendência da Borracha (SUDHEVEA).
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DIREITO À PUBLICIDADE AMBIENTAL
Tal direito é peça fundamental para o exercício de uma política de meio ambiente
independente e atuante. As medidas de precaução existentes no início da instalação de
um empreendimento seriam totalmente inócuas caso fossem sonegados ao público os
dados relativos aos efluentes gerados por este empreendimento.
FASE CONCILIATÓRIA
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ZONEAMENTO AMBIENTAL
ZONEAMENTO MUNICIPAL
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Inexiste juridicamente apoio para a propriedade que agrida a sociedade que fira os direitos
de outros cidadãos. Aqui temos a tese de que o direito adquirido tem o seu preciso limite
na fronteira onde seja claro que ele implique em prejuízo do interesse coletivo.
ZONEAMENTO INDUSTRIAL
Dispositivos legais isolados nos Códigos Brasileiros (artigos 554 e 584 do Código
Civil e 271 do Código Penal e 38 da Lei das Contravenções Penais) não conseguiram
evitar que houvesse uma enorme degradação ambiental no Brasil, principalmente a partir
dos anos sessenta. Isto é o que pretende evitar o zoneamento ambiental. As diretrizes
básicas para o zoneamento ambiental no Brasil estão presentes na Lei 6.803/80, publicada
no Diário Oficial da União em 3.7.80. Esta foi uma das primeiras leis de importância
exclusivamente ambiental aprovada (com dificuldades) pelo Congresso Nacional. Esta lei
juntamente com a criação da Secretaria Especial do Meio Ambiente -SEMA em 1973 e
os Decretos Leis de 1.413/75 e 76.389/75 selam o efetivo engajamento do Poder Público
na preservação do meio ambiente no Brasil.
A lei do zoneamento industrial prevê em seu artigo 10, parágrafo 2 e 3 que
somente deverá haver estudos de impacto ambiental nos casos de polos petroquímicos,
cloroquímicos, carboquímicos bem como instalações nucleares e outros caos definidos
em lei.
O Decreto 76.389/75 estabeleceu as áreas críticas de poluição no Brasil: as regiões
metropolitanas de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Recife, Salvador, Porto
Alegre, Curitiba, região de Cubatão e de Volta Redonda, bacias hidrográficas do médio e
baixo Rio Tietê, do Rio Paraíba do Sul, do rio Jacuí e estuário do Guaíba, todas as bacias
hidrográficas de Pernambuco e de Santa Catarina. As zonas destinadas à instalação de
novas indústrias nas áreas acima devem seguir novos preceitos legais. Este decreto tem a
limitação de não prever as normas para outras áreas que não as de estado crítico de
poluição.
A Lei do zoneamento industrial (Lei 6.803/80) prevê que a implantação das novas
indústrias deva se dar dentro dos limites das zonas industriais exceto nos casos quando as
indústrias dadas as suas características tenham que ser alocadas próximo às fontes de
matéria prima e indústrias que por interesse público pretendam instalar-se fora das zonas
industriais. A lei federal deixou para a esfera municipal a instituição do zoneamento
urbano.
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CARACTERÍSTICAS DAS ZONAS INDUSTRIAIS
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a implantação e funcionamento de indústrias potencialmente poluidoras, capazes
de afetar os mananciais de água;
realização de obras de terraplanagem e a abertura de canais quando essas
iniciativas causarem impacto ecológico sensível;
exercício de atividades que impliquem em erosão ou assoreamento acelerados;
atividades que impliquem em risco de extinção de espécies da biota regional.
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ambiental deve terminar com uma avaliação de juízo de valor, ou seja, uma avaliação
favorável ou desfavorável ao projeto.
Uma das coisas mais importantes e pouco conhecidas do EIA refere-se ao fato de
que o estudo de impacto ambiental é um procedimento público. Isto quer dizer que ele
não é um estudo privado efetuado por uma equipe multidisciplinar sob encomenda do
proponente do projeto (artigos, 5, parágrafo único, 6, parágrafo único e 11, parágrafo
único, todos da Resolução 01/86 do CONAMA e Resolução 06/86 - modelos 1 e 2).
A Constituição Brasileira preceitua que: "para assegurar a efetividade desse
direito (ao meio ambiente ecologicamente equilibrado), incumbe ao Poder Público:
exigir, na forma da lei, para a instalação de obra ou atividade potencialmente causadora
de significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que
se dará publicidade" (artigo 225, parágrafo 1, IV). Este mandamento constitucional chama
a atenção para quatro pontos:
o estudo de impacto ambiental deve ser anterior à autorização da obra e/ou
autorização da atividade;
o estudo de impacto ambiental deve ser exigido pelo Poder Público;
a norma constitucional diferencia instalação da obra e funcionamento de
atividade. Estudos de impacto ambiental podem ser exigidos para ambos os casos;
os estudos de impacto ambiental têm como uma de suas características a
obrigatoriedade da publicidade, sem prejuízo da manutenção do segredo
industrial.
Os estudos de impacto ambiental foram incorporados em diversas constituições
estaduais tais como a do Amazonas, Ceará e Paraná.
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relatório de impacto ambiental (RIMA).
A resolução 01/86 do CONAMA em seu artigo nono diz que o RIMA refletirá as
conclusões do EIA, ficando claro que o EIA precede o RIMA, sendo o seu alicerce. O
RIMA transmite - por escrito - as atividades totais do EIA. Dissociado do EIA, o RIMA
perde a validade e passa a ser uma peça de ficção.
O EIA/RIMA criam uma vinculação entre o Poder Público e a equipe
interdisciplinar que os gerou. No caso do Poder Público dispuser de informações que
sejam essenciais a boa consecução do complexo EIA/RIMA, está o Poder Público
obrigado a repassar estas informações para a equipe multidisciplinar. Por outro lado, não
é dado ao Poder Público o poder de dispensar qualquer uma das partes integrantes de um
EIA.
Um ponto importante do EIA refere-se à abrangência geográfica dos impactos a
serem gerados. O artigo 5, III, da Resolução 01/86 do CONAMA aponta, contudo, uma
referência geográfica inarredável do estudo de impacto ambiental: a bacia hidrográfica na
qual se situará o projeto. Neste caso, a abrangência dos impactos pode eventualmente
transcender não só os limites do município, e também os limites do estado da federação
e até mesmo as fronteiras nacionais. Neste caso diferentes esferas administrativas
precisam necessariamente ser notificadas e tornando-se assim co-partícipes do processo
de licenciamento ambiental.
A Resolução 01/86 do CONAMA prevê ainda que o EIA deve contemplar todas
as alternativas tecnológicas e de localização do projeto, confrontando-as com a hipótese
de não executar o projeto. Este tópico obedece ao Decreto Federal 99.274/90 que prevê
que o EIA deve conter a descrição da ação proposta e suas alternativas. A Resolução
01/86 ainda determina que o EIA deva considerar os planos e programas governamentais,
propostos ou em implantação na área de influência do projeto, e sua compatibilidade.
Eventuais incompatibilidades entre o projeto e os programas governamentais devem ser
claramente expostas em um EIA.
O EIA não só identifica e avalia os impactos negativos de um projeto para o
ambiente. Deve testar e indicar medidas de correção ou mitigação desses impactos.
A Resolução 01/86 prevê a adoção de medidas compensatórias em virtude de
determinado dano ambiental. A Resolução CONAMA 02/96 trata mais amplamente da
reparação a danos ambientais (destruição de florestas). Esta reparação será feita pela
implantação de uma unidade de conservação de domínio público e uso indireto,
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preferencialmente uma estação ecológica, a critério do órgão licenciador, ouvido o
empreendedor.
A Resolução 01/86 do CONAMA prevê que as despesas do acompanhamento e
monitoramento dos impactos devem correr por conta do proponente do projeto. No
entanto, a Resolução diz que não pode o empreendedor apresentar um RIMA ao órgão
ambiental sem que este previamente tivesse conhecimento de sua elaboração. A equipe
interdisciplinar deve ser habilitada, não dependente direta ou indiretamente do
proponente e será responsável tecnicamente pelos resultados apresentados.
A participação do público é um dos mais importantes aspectos. O público pode
até não se manifestar, mas não se concebe um EIA sem a possibilidade de serem emitidas
opiniões de pessoas e entidades que não sejam o proponente, a administração e a equipe
multidisciplinar. O artigo 11 da Resolução 01/86 do CONAMA diz que o RIMA será
acessível ao público respeitado o sigilo industrial, se este for solicitado pelo proponente.
AUDIÊNCIA PÚBLICA
A audiência pública foi disciplinada pela Resolução CONAMA 09/87. Ela tem
por finalidade expor aos interessados o conteúdo do produto em análise e o do RIMA,
dirimindo dúvidas e recolhendo dos presentes críticas e sugestões a respeito. Não somente
o RIMA, mas o próprio EIA deve ser analisado em audiência pública.
A audiência tem uma interação de mão dupla: o órgão público passa informações
para o público e o público passa informações para a administração. A resolução 09/87
não prevê a exposição da equipe multidisciplinar, como também do empreendedor, mas
suas intervenções caso sejam requeridas não poderão ser interditadas. As audiências
somente são obrigatórias nos estados cujas legislações assim o previram. Alguns destes
estados são: São Paulo, Mato Grosso, Goiás.
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Os servidores públicos lotados nos órgãos ambientais são obrigados a exigir o EIA
nos casos previstos em lei. Adicionalmente eles responderão objetivamente pelos danos
causados por um EIA mal conduzido que implique em danos mesmo no caso desta
decisão estar baseada em EIA. Neste caso, a equipe multidisciplinar também responderá
sob a modalidade subjetiva ou culposa.
A Resolução 01/86 do CONAMA prevê que a Administração Ambiental possa
formular diretrizes a serem seguidas pela equipe multidisciplinar. É dever do órgão
público impugnar a participação de pessoa não habilitada e/ou não inscrita no Cadastro
Técnico Federal de Atividades e Instrumentos de Defesa Ambiental. A administração
ambiental deve mostrar-se aberta à participação do público nesse procedimento. Este
procedimento administrativo na realidade é o que vai garantir o sucesso ou o fracasso do
EIA.
De um modo geral, o EIA deve anteceder a concessão da licença-prévia para o
empreendimento. Esta licença não gera direitos ao requerente. Ela não implica em um
engajamento definitivo da Administração Pública com o empreendimento. Se o projeto
comportar um EIA, qualquer decisão da Administração antes do RIMA é nula e esta
nulidade pode ser pronunciada seja pela própria Administração seja pelo Poder Judiciário.
O artigo 6 da Resolução 01/86 do CONAMA prevê que o EIA deve conter uma
elaboração de programa de acompanhamento e monitoramento dos impactos positivos e
negativos indicando os fatores e parâmetros a serem considerados.
As fases posteriores ao licenciamento (monitoramento, por exemplo) não devem
ser transformadas em um salvo-conduto para a poluição e destruição da biota. O
monitoramento tem a finalidade de verificar a adequabilidade das medidas sugeridas pelo
EIA antes do licenciamento.
LICENCIAMENTO AMBIENTAL
O termo licença tem grande expressão jurídica uma vez que a licença teria o poder
de outorga de um direito à àquele que a possui, ao passo que a autorização seria o termo
mais adequado quando se trata de permitir a operação de um estabelecimento
potencialmente gerador de poluição ou degradação ambiental. No entanto, segundo
Machado (1998), os termos licença e autorização são utilizados no Direito Brasileiro sem
rigor técnico. Assim devemos considerar que o sistema de licenciamento ambiental como
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sendo o equivalente ao sistema de autorizações ambientais, conforme entendeu o texto
constitucional.
As normas e os critérios gerais para o licenciamento ambiental devem ser
estabelecidos pelo CONAMA. O Decreto 88.351/83 estabelece em seu artigo 20 que " O
Poder Público no exercício de sua competência de controle expedirá as seguintes licenças:
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com maior rigor ainda - sempre dentro dos bons princípios ecológicos que garantam a
inexistência de dano ambiental.
A Lei 6938/81, ao prever a revisão do licenciamento ambiental, indica que este
não tem validade indeterminada. As atividades licenciadas não podem ser mudadas, ou
seja, os processos industriais ou manufatureiros não podem serem alterados com prejuízo
ao meio ambiente no espaço temporal da autorização. Por outro lado, o órgão ambiental
não deve contentar-se com licenciamentos que tenham sido comprovadamente danosos
ao meio ambiente, e deve agir no sentido de que tais medidas sejam revogadas e o
problema seja corrigido o mais rapidamente possível. Tal postura evita com que os órgãos
ambientais sofram uma grande pressão corruptora.
Os estados da federação necessitam de legislação própria no que se refere ao
licenciamento ambiental. Em Mato Grosso, por exemplo, existem normas específicas
para a instalação de empreendimentos na área do Pantanal Matogrossense. Em Minas
Gerais, a Comissão de Política Ambiental, COPAM enfrenta o problema da atividade
minerária enquanto que na Amazônia existe o problema do corte ilegal de madeira de lei.
Seguem abaixo alguns órgãos de licenciamento ambiental nos estados brasileiros:
Goiás: Superintedência Estadual do Meio Ambiente - SEMAGO;
Maranhão: Conselho Estadual de Controle e Preservação do Meio Ambiente -
CEPRAM;
Mato Grosso do Sul: Conselho Estadual de Controle Ambiental - CECA;
Minas Gerais: Comissão de Política Ambiental - COPAM;
Paraná: Superintendência dos Recursos Hídricos e Meio Ambiente - SUREHMA;
Pernambuco: Companhia Pernambucana de Recursos Hídricos - CPRH;
Rio de Janeiro: Fundação Estadual de Engenharia do Meio Ambiente – FEEMA.
AUDITORIA AMBIENTAL
34
auditoria de desempenho: objetiva a verificar os procedimentos gerenciais
estabelecidos visando ao bom desempenho ambiental;
auditoria dos impactos do projeto: visa a identificar as alterações ambientais
ocorridas após a fase de construção do projeto;
auditoria de previsão de impacto: compara os impactos atuais com aqueles
previstos pelo EIA/RIMA.
No Brasil existem dois tipos de EIA: o estudo ambiental prévio à instalação e o
estudo antes da instalação ou licença de funcionamento. A auditoria será sempre posterior
ao estudo prévio, devendo avaliar se as orientações contidas neste estudo estão sendo
observadas e se os métodos de controle ambiental são eficazes. Evidentemente poderá
surgir a oportunidade em que uma auditoria ambiental seja conduzida antes do EIA de
instalação, podendo mesmo algumas de suas conclusões serem utilizadas neste segundo
EIA.
A auditoria ainda tem sido pouco usada pela maioria dos estados da federação,
excluindo-se talvez o estado do Rio de Janeiro. Ali as auditorias são obrigatórias em
alguns tipos de empreendimentos tais como refinarias de petróleos e áreas portuárias. No
entanto, pode-se prever que a adoção de auditorias ambientais deve aumentar muito nos
outros estados da federação principalmente porque esse procedimento dará uma nova
dimensão na intervenção do órgão público de meio ambiente.
O processo de auditoria depende basicamente da existência de registros confiáveis
no que tange ao monitoramento ambiental. Este monitoramento pode ser realizado pela
própria empresa ou pelo órgão ambiental em uma eventual ação fiscalizadora.
A existência de uma auditoria ambiental não deve suspender as ações
fiscalizadoras de rotina do órgão ambiental, tais como as inspeções ambientais. Caso
contrário, ficaria evidente que existe por parte da administração uma inércia fiscalizadora,
devendo os servidores públicos responsáveis responder judicialmente caso sejam
constatados danos à fauna e flora decorrentes da inexistência desta ação fiscalizadora
rotineira.
O princípio básico da auditoria ambiental está na grande liberdade de sua
realização. Deste modo elas não devem ser obrigatórias nem rotineiras, mas por outro
lado elas não devem ser episódicas. Aconselha que elas sejam repetidas dentro de
determinados prazos que a boa prática da gestão ambiental recomendar. O órgão público
deve, no entanto, elaborar um termo de referência onde seja disciplinado o uso deste tipo
de instrumento.
35
No caso da certificação ambiental pela norma ISO 14001, a própria empresa toma
a inciativa da auditoria ambiental, realizando as auditorias voluntárias que estão fora do
controle dos órgãos públicos e visam a obter um certificado ambiental, que é um tipo de
credenciamento de qualidade para o empreendimento.
O auditor ou a equipe de auditores devem merecer amplo reconhecimento
profissional em matéria de gestão do ambiente bem como dispor de grande familiaridade
com as questões técnicas ligadas ao meio ambiente não só aquelas ligadas à ecologia mas
também aos diferentes aspectos legais pertinentes.
O empreendedor ou a empresa auditada podem voltar-se regressivamente aos
auditores caso a tenham aconselhado com negligência, imperícia, imprudência ou dolo.
36
Estes elementos estão ligados por laços de hierarquia e cooperação. O
arbitramento dos conflitos não será feito somente pelo Poder Judiciário mas passa a ter
instâncias anteriores dentro do próprio Sistema Nacional de Gerenciamento dos Recursos
Hídricos.
O Poder Federal terá a maioria dos elementos votantes neste conselho. Ele tem as
seguintes competências ditadas por 11 incisos do artigo 35 da Lei 9.433/97 (oitavo inciso
foi vetado pelo Presidente da República). Abaixo segue um resumo sobre estas
competências:
o Conselho promoverá a articulação do planejamento de recursos hídricos nas
diferentes esferas administrativas;
arbitragem dos conflitos entre os Conselhos Estaduais de Recursos Hídricos;
deliberação sobre projetos de aproveitamento de recursos hídricos cujas
repercussões extrapolem o âmbito estadual;
deliberação sobre questões encaminhadas pelos Conselhos Estaduais;
análise de propostas sobre alteração na legislação pertinente ao uso de recursos
hídricos e à Política Nacional de Recursos Hídricos;
estabelecimento de diretrizes complementares para a implementação da Política
Nacional de Recursos Hídricos;
aprovação de propostas para a instituição de Comitês de Bacias, bem como
estabelecimento de critérios gerais para a elaboração dos seus regimentos;
vetado (justificativa: este inciso iria criar conflitos com o setor elétrico);
acompanhamento da execução do Plano Nacional de Recursos Hídricos;
estabelecimento de critérios gerais para a outorga de direitos de uso de recursos
hídricos e para a cobrança por seu uso;
autorizar a criação das Agências de Águas.
37
para definir as competências destes Conselhos, observando, contudo, que tais
competências devem estar de acordo com as competências dos outros órgãos do Sistema
Nacional, bem como com os Comitês de Bacia Hidrográfica e as Agências de Águas.
Os Conselhos Estaduais deverão autorizar a criação das Agências das Águas em
bacias de rios de domínio estadual. Entretanto, eles não tem a missão de fazer o
enquadramento dos corpos de água em classes. Isto cabe ao órgão estadual do Meio
Ambiente.
Existem dois tipos de comitês: (a) o comitê estadual de bacia quando a bacia é
restrita a um estado e (b) o comitê federal de bacia para os casos de rios da União. No
caso dos comitês federais, eles deverão ser criados por ato do Presidente da República.
Os comitês de bacias estaduais serão aprovados pelo Conselho Nacional.
Os Comitês de Bacias Hidrográficas terão como área de atuação:
a totalidade de uma bacia hidrográfica;
sub-bacia hidrográfica de tributário do curso de água principal da bacia ou de
tributário desse tributário;
grupo de bacias ou sub-bacias hidrográficas contíguas.
Os três incisos do artigo 37 retratam cinco tipos de comitês:
comitês de uma bacia hidrográfica;
comitê de sub-bacia hidrográfica de tributário do curso de água principal da bacia;
comitê de tributário de tributário do curso principal da bacia;
comitê de grupo de bacias contíguas;
comitê de sub-bacias contíguas.
Os Comitês de Bacias Hidrográficas serão compostos por representantes:
da União;
dos Estados e do DF cujos territórios se situem ainda que parcialmente em suas
áreas de atuação;
dos municípios situados no todo ou em parte em sua área de atuação;
dos usuários de sua área de atuação; V- das entidades civis de recursos hídricos
com atuação comprovada na bacia (artigo 39 da Lei 9.433/97).
Os usuários poderão ser escolhidos entre pessoas físicas ou jurídicas de direito
privado ou de direito público. As competências dos Comitês foram inseridas no artigo 38
38
da Lei 9.433/97 em nove incisos abaixo sumarizados (o inciso VIII foi vetado pelo
Presidente):
promoção de debates sobre questões relacionadas ao uso de recursos hídricos e
articular a atuação de entidades intervenientes;
arbitragem em primeira instância dos conflitos relacionados ao uso dos recursos
hídricos;
aprovação do Plano de Recursos Hídricos da Bacia;
acompanhamento da execução do Plano de Recursos Hídricos da Bacia;
proposição aos Conselhos Estaduais e Federal as acumulações, derivações,
captações e lançamentos de pouca expressão para efeito de isenção da
obrigatoriedade de outorga de direitos de uso de recursos hídricos;
estabelecer mecanismos de cobrança pelo uso de recursos hídricos e sugerir os
valores a serem cobrados;
aprovar o plano de aplicação de recursos arrecadados com a cobrança pelo uso de
recursos hídricos;
autorizar a aplicação, fora da respectiva bacia hidrográfica, dos recursos
arrecadados com a cobrança pelo uso de recursos hídricos em montantes que
excedem o previsto pelo parágrafo 3 do artigo 22 da Lei 9.433/97 (inciso vetado
pelo Presidente da República);
estabelecimento de critérios e promoção do rateio de custo de obras de uso
múltiplo, de interesse comum ou coletivo.
AGÊNCIAS DE ÁGUAS
39
Elas ainda devem atuar na manutenção do balanço atualizado da disponibilidade de
recursos hídricos em suas áreas de atuação. As Agências de Água deverão também manter
um cadastro atualizado dos usuários e promover os estudos necessários para a gestão dos
recursos hídricos a ela comissionados.
As Agências de Águas, embora sendo entidades de direito privado, não estão
livres do controle do Estado. Elas serão fiscalizadas pelo Tribunal de Contas da União e
pelo Ministério Público Federal quando sua área de atuação abranja rios da União. Nos
outros casos, a fiscalização dependerá de lei Estadual específica.
A Lei 9.433/97 prevê que os consórcios e associações intermunicipais de bacias
hidrográficas poderão ter o exercício transitório da competência das Agências enquanto
elas não forem constituídas (art. 47 Lei 9.433/97).
As linhas gerais da atividades financeiras da Agência das Águas foram
estabelecidas no artigo 44 da Lei 9.433/97:
efetuar, mediante delegação do outorgante, a cobrança pelo uso de recursos
hídricos;
analisar e emitir pareceres sobre projetos e obras a serem financiados com
recursos gerados pela cobrança pelo uso dos recursos hídricos e encaminhá-los à
instituição financeira responsável pela administração destes recursos. O
financiamento de projetos e obras deve estar incluído no Plano de Recursos
Hídricos, sem o que não é possível o financiamento;
acompanhar a administração financeira dos recursos arrecadados com a cobrança
pelo uso dos recursos hídricos;
celebrar convênios e contratar financiamentos e serviços para a execução de suas
competências;
elaborar a sua proposta orçamentária;
propor valores a serem cobrados pelo uso de recursos hídricos;
propor o plano de aplicação de recursos arrecadados com a cobrança pelo uso de
recursos hídricos;
propor o rateio de custo das obras de uso múltiplo, de interesse comum ou
coletivo.
Resta ainda aguardar a aprovação do anteprojeto sobre as Agências de Águas para
que se possa ter uma ideia mais clara do detalhamento das atribuições acima descritas.
40
BASES LEGAIS PARA A GESTÃO AMBIENTAL NO BRASIL
O Brasil dispõe de um corpo de leis voltadas para o meio ambiente que pode ser
considerado de alta qualidade e que, se efetivamente implementado nas diferentes esferas
do poder, pode garantir boa qualidade do meio ambiente. As principais leis federais que
estabelecem os fundamentos jurídicos da legislação ambiental no Brasil são dadas a
seguir:
LEI N. 4.771, DE 15 DE SETEMBRO DE 1965 Institui o código florestal
no Brasil. A lei estabelece que as florestas existentes no território nacional
e as demais formas de vegetação, reconhecidas de utilidade às terras que
revestem, são bens de interesse comum a todos os habitantes do País,
exercendo-se os direitos de propriedade, com as limitações que a
legislação em geral e especialmente esta Lei estabelecem.
LEI Nº 5.197, DE 3 DE JANEIRO DE 1967 dispõe sobre a proteção à
fauna. Essa lei estabelece que os animais de quaisquer espécies, em
qualquer fase do seu desenvolvimento e que vivem naturalmente fora do
cativeiro, constituindo a fauna silvestre, bem como seus ninhos, abrigos e
criadouros naturais são propriedades do Estado, sendo proibida a sua
utilização, perseguição, destruição, caça ou apanha.
LEI Nº 6.938, DE 31 DE AGOSTO DE 1981 dispõe sobre a Política
Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e
aplicação. Esta Lei, com fundamento no art. 8º, item XVII, alíneas c, h e i
, da Constituição Federal, estabelece a Política Nacional do Meio
Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, constitui o
Sistema Nacional do Meio Ambiente, cria o Conselho Nacional do Meio
Ambiente e institui o Cadastro Técnico Federal de Atividades e
instrumentos de Defesa Ambiental.
A Lei de Política Nacional do Meio Ambiente define a poluição da seguinte
forma: " a degradação da qualidade ambiental resultante de atividades que direta ou
indiretamente:
prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da população;
criem condições adversas às atividades sociais e econômicas;
afetem desfavoravelmente a biota;
afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente;
41
lancem matéria ou energia em desacordo com os padrões ambientais
estabelecidos.
LEI Nº 7.797, DE 10 DE JULHO DE 1989 cria o Fundo Nacional de Meio
Ambiente. O Fundo Nacional de Meio Ambiente tem o objetivo de desenvolver
os projetos que visem ao uso racional e sustentável de recursos naturais, incluindo
a manutenção, melhoria ou recuperação da qualidade ambiental no sentido de
elevar a qualidade de vida da população brasileira.
DECRETO N° 750, DE 10 DE FEVEREIRO DE 1993 dispõe sobre o corte, a
exploração e a supressão de vegetação primária ou nos estágios avançado e médio
de regeneração da Mata Atlântica, e dá outras providências.
LEI Nº 9.433, DE 8 DE JANEIRO DE 1997 Institui a Política Nacional de
Recursos Hídricos, cria o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos
Hídricos, regulamenta o inciso XIX do art. 21 da Constituição Federal, e altera o
art. 1º da Lei nº 8.001, de 13 de março de 1990, que modificou a Lei nº 7.990, de
28 de dezembro de 1989. Os fundamentos dessa lei são:
a água é um bem de domínio público;
a água é um recurso natural limitado, dotado de valor econômico;
em situações de escassez, o uso prioritário dos recursos hídricos é o consumo
humano e a dessedentação de animais;
a gestão dos recursos hídricos deve sempre proporcionar o uso múltiplo das águas;
a bacia hidrográfica e a unidade territorial para implementação da Política
Nacional de Recursos Hídricos e atuação do Sistema Nacional de Gerenciamento
de Recursos Hídricos;
a gestão dos recursos hídricos deve ser descentralizada e contar com a participação
do Poder Público, dos usuários e das comunidades.
42
causa danos ao meio ambiente. Ela dá possibilidade ao infrator de recuperar o
dano ou pagar de outra forma sua dívida com a sociedade.
LEI Nº 9.985, DE 18 DE JUNHO DE 2000 regulamenta o art. 225, § 1º, incisos
I, II, III, e VII da Constituição Federal, institui o Sistema Nacional de Unidades
de Conservação da Natureza e dá outras providências. Esta Lei institui o Sistema
Nacional de Unidades de Conservação da Natureza - SNUC, estabelece critérios
e normas para a criação, implantação e gestão das unidades de conservação.
As normas do CONAMA estabelecem a diferentes classes de qualidade de água
bem como do ar.
43
FINALIDADES BÁSICAS DA GESTÃO AMBIENTAL E EMPRESARIAL
A PREOCUPAÇÃO AMBIENTAL
44
engajamento de Organizações Não Governamentais (ONG's) e agremiações político-
partidárias (partidos verdes) que passaram a fiscalizar e pressionar não somente as
empresas mas também o poder público a adotar atitudes ambientalmente corretas.
A Agenda 21, documento final da ECO'92, (re)define o Desenvolvimento
Sustentável orientando políticos e líderes dos países a usar os recursos ambientais de
maneira a atender às necessidades das populações atuais e das gerações futuras. Princípios
básicos do Desenvolvimento Sustentável:
viver com recursos da Terra, cuidando para a sua preservação e uso por gerações
futuras;
manter o consumo de recursos renováveis dentro dos limites de sua reposição;
deixar às próximas gerações não só um legado de riqueza fabricada pelo homem
(prédios, estradas, ferrovias) mas também de riqueza natural, suprimentos de água
limpa e adequada, terra boa e arável, uma vida selvagem rica e florestas
amplas.(HMSO apud BS7750 - Sistema de Gerenciamento Ambiental, 1995).
A educação ambiental está sendo introduzida no ensino fundamental em muitos
países, não somente aqueles mais desenvolvidos. Hoje conceitos tais como a reciclagem
do lixo, a limitação do consumo de supérfluos e a conservação ambiental são triviais para
crianças de várias nações. Agências não governamentais tais como o Conservation
International ou o Greenpeace têm representantes em muitos países e grande expressão
junto às comunidades e governos.
Um dos alicerces do novo paradigma do Desenvolvimento Sustentável refere-se
ao fato de que a atividade econômica pode até ser incentivada ao adotar-se uma postura
voltada à preservação e recuperação do meio ambiente. Adicionalmente, os empresários
estão se tornando mais conscientes das responsabilidades e custos gerados por possíveis
acidentes ambientais e pela geração de impactos ambientais indiscriminados.
Nos países desenvolvidos é muito grande o grau de preocupação expresso pela
sociedade em relação ao meio ambiente. Segundo Hans Jöhr (1994), nos Estados Unidos,
entre 1988 e 1989, o número de denúncias e condenações por infrações às leis que
protegem o meio ambiente simplesmente dobraram. Outras consequências são o provável
aumento de custo dos prêmios de seguros das áreas envolvidas e a variação do valor das
ações das organizações. Tal postura também se faz sentir no Brasil. A Secretaria
Municipal do Meio Ambiente da PBH, por exemplo, vem registrando uma verdadeira
explosão no número de denúncias sobre questões voltadas à degradação ambiental (PBH,
1997). Em São Paulo, a administração municipal e o governo estadual vem adotando o
45
rodízio de veículos na cidades, medida em grande parte baseada nos elevados índices de
poluição atmosférica (ver no capítulo anterior a legislação sobre emissão de gases em
veículos).
Outro fato muito importante está ligado à mudança de comportamento do
consumidor que passa a exigir, além da qualidade e do preço competitivo, uma postura
ambientalmente correta das corporações. A adoção de princípios ambientais na conduta
de um dado empreendimento pode portanto gerar uma vantagem competitiva em relação
a seus concorrentes. Outras empresas que continuem poluindo tendem a perder
competitividade em relação a custos, devido a taxações e paradas de produção a ela
impostas pelas agências de controle ambiental e outros órgãos do Poder Público.
Segundo Margalef (1977), a poluição pode ser entendida como um recurso fora
de lugar. Segundo Porter e Linde, em Ser Verde Também é Ser Competitivo (1995), a
preservação ambiental pode gerar uma grande redução de custos associada a um aumento
de competitividade do empreendimento. O efluente normalmente contém vários
subprodutos que podem ser encarados como sendo recursos desperdiçados, atestando a
ineficiência do processo produtivo. A diminuição das concentrações de determinados
subprodutos nos efluentes levaria a uma redução não só o impacto ambiental, mas
também os custos, melhorando a qualidade do produto e aumentando a sua
competitividade. Até recentemente, as empresas não estavam preocupadas em estimar o
custo da poluição em termos de desperdícios de recursos, de esforços e de diminuição de
valor para o consumidor.
Segundo Reis (1995), a aproximação entre ecologia e economia é irreversível.
Para ele, as empresas vêm percebendo que é mais barato fazer 'certo da primeira vez',
minimizando a geração de resíduos, ao invés de reparar depois. Medidas mitigadoras da
poluição como a instalação de filtros ou processos de tratamento de efluentes são em geral
mais complexas, caras e demandam mais tempo em sua instalação do que se adotadas
ainda na fase de projeto industrial. Em alguns casos, os custos da despoluição são tão
elevados que a sua adoção torna-se inviável em determinados tipos de plantas industriais.
Em decorrência do novo paradigma ligando desenvolvimento sustentável e
preservação dos ecossistemas proposto pela agenda 21, várias empresas, em diversos
países, identificaram, nas questões ambientais, um dos mais importantes fatores críticos
de sucesso para a continuidade da aceitação dos seus produtos nos mercados interno e
externo. Por outro lado, inúmeros países adotam normas mais rígidas quanto ao aspecto
ambiental não só dos produtos acabados mas também para a qualidade ambiental das
46
matérias-primas e outros insumos. Não somente os países industrializados estão se
adequando aos novos mandamentos do desenvolvimento sustentável. Os países do
terceiro mundo, tradicionais fornecedores de insumos básicos, passaram também a sofrer
considerável pressão para adotar os princípios do desenvolvimento sustentável e uma
política nacional de gestão ambiental na produção destes insumos. Um bom exemplo
pode ser visto nas mineradoras que tem encontrado barreiras à exportação quando não
adotam um sistema eficiente de gestão ambiental em suas minas.
A regulamentação ambiental inevitavelmente se tornará em uma eficaz barreira
aos produtos e serviços para aqueles países que permaneceram refratários a introdução de
S.G.A. em seus agentes produtores de bens de exportação. No caso do Brasil, espera-se
que haja um rápido engajamento do governo e dos setores produtivos para a rápida
implementação dos Sistemas de Gestão Ambiental.
Os grandes acidentes ecológicos ocorridos nos anos setenta e oitenta, tais como a
tragédia de Sevezo na Itália, o vazamento de cianetos em Bhopal, na Índia, o
derramamento de petróleo pelo cargueiro Exxon Valdez, no Alasca, e o acidente nuclear
de Chernobil na Ucrânia, geraram impactos ambientais de grandes proporções. Tais
acontecimentos levaram a criação dos Sistemas de Gestão Ambiental em alguns países
nórdicos, na Europa Central e nos Estados Unidos.
As auditorias ambientais passaram a serem adotadas por vários empreendimentos
a partir de meados da década de oitenta. Tais auditorias tinham o objetivo de conhecer os
passivos ambientais associados ao empreendimento. Algumas das organizações que
realizaram este trabalho verificaram que não bastava a realização de auditorias regulares,
pois a integração da empresa com o meio ambiente dependia, em grande parte, de uma
modificação de postura de seus dirigentes e funcionários. Somente uma atitude
comprometida, integrada e sistematizada, por parte das organizações, seria eficaz para a
preservação ambiental. O modelo ISO 9000 do Sistema de Qualidade, foi visto como uma
estrutura ideal para um Sistema de Gestão Ambiental.
No Reino Unido, uma instituição normativa, a British Standards Institution- BSI,
propôs um sistema de normas voltadas para o Sistema de Gestão Ambiental a exemplo
do que faz a BS 5750/ISO 9001 em relação aos Sistemas de Qualidade. A esse modelo
de Sistema de Gestão Ambiental denominou-se BS 7750, que foi tomado por base para o
desenvolvimento da norma internacional ISO 14001. Embora não seja a solução
definitiva para a questão da poluição industrial, o estabelecimento de normas ambientais
47
apresentam a vantagem de promover a integração dos critérios ambientais aos critérios
de desempenho da organização em todos os níveis. (Gilbert, 1995).
As possíveis mudanças geradas nas empresas que implantarem e mantiverem um
Sistema de Gestão Ambiental de acordo com a norma ISO 14001, provavelmente a
tornarão mais competitivas graças aos seguintes fatores:
redução de custos, graças à economia de recursos naturais e à minimização da
geração de resíduos;
conquista de mercados restritos como o da Comunidade Europeia, do Área de
Livre Comércio da América do Norte - NAFTA e de outros países desenvolvidos;
queda na probabilidade de processos de responsabilidade civil;
facilitação na captação de recursos dos órgãos de fomento e desenvolvimento,
como o BID, Banco Mundial, BNDS e BDMG;
maior controle sobre os seus impactos ambientais significativos;
melhor relacionamento com a comunidade;
atendimento às regulamentações municipais, estaduais e federais.
Denomina-se ISO família 14000 a série de normas ISO relativas a meio ambiente.
Este conjunto é constituído pelas seguintes normas:
Gestão Ambiental;
Auditoria Ambiental;
Rotulagem Ambiental;
Avaliação de Desempenho Ambiental;
Análise do Ciclo de Vida;
Termos e Definições;
Relação entre os Aspectos Ambientais e as Normas de Produto.
48
março de 1993, a ISO organizou o Comitê ISO/TC 207 com o objetivo de desenvolver as
normas ISO família 14000. Segundo Maurício Reis (1995), o Comitê Técnico ISO/TC
207 tem o objetivo de formular normas universais de gerenciamento ambiental, passíveis
de certificação por entidades credenciadas.
O comitê ISO/TC 207 é dividido em subcomitês que, por sua vez, são divididos
em grupos de trabalho. Cada grupo de trabalho foi responsável pela geração das minutas
de normas a eles designados. As coordenações do ISO/TC 207 e dos subcomitês foram
designadas a certos países de representatividade nos assuntos em questão.
Além dos países que secretariam cada um dos subcomitês, uma série de nações
estão participando ativamente dos trabalhos do ISO/TC 207. Verificou-se que países
como E.U.A., Japão e Brasil, que ficaram alheios ao desenvolvimento das normas ISO
família 9000, estão preocupados com a interferência da ISO família 14000 em suas
atividades e vêm mantendo uma posição ativa no desenvolvimento dessas normas. Por
exemplo, na reunião plenária do ISO/TC 207 em Oslo em meados de 1995, além da
delegação brasileira, que contou com a participação de 21 representantes de diversos
setores, estiveram presentes países como Uruguai, Chile, Colômbia e México, o que
ajudou a equilibrar as votações.
No Brasil, o órgão que acompanha as discussões no âmbito do ISO/TC 207 é o
Grupo de Apoio à Normalização Ambiental -GANA, que visa avaliar o impacto das
proposições do ISO/TC 207 sobre a competitividade nacional e propor alternativas que
atendam aos interesses brasileiros.
As normas geradas/ em geração pelo ISO/TC 207 e sua situação estão no anexo
A.
ESCOPO
A ISO 14001/96 tem a seguinte finalidade: " Esta Norma especifica os requisitos
relativos a um sistema de gestão ambiental, permitindo a uma organização formular uma
política e objetivos que levem em conta os requisitos legais e informações referentes aos
impactos ambientais significativos. Ela se aplica aos aspectos ambientais que possam ser
controlados pela organização e sobre os quais presume-se que ela tenha influência. Em
si, ela não prescreve critérios específicos de desempenho ambiental. A norma se aplica a
qualquer organização que deseje implementar, manter e aprimorar um sistema de gestão
ambiental; assegurar-se de sua conformidade com a sua política ambiental definida;
49
demonstrar tal conformidade a terceiros; buscar certificação/ registro do seu sistema de
gestão ambiental por uma organização externa; realizar uma auto-avaliação e emitir auto-
declaração de conformidade com esta norma."
A certificação ISO 14001 garantirá que um empreendimento tenha instalado os
elementos básicos de um sistema de gestão ambiental. Por outro lado, ela não garante que
o empreendimento tenha alcançado o melhor desempenho ambiental possível.
A ISO 14001, assim como a ISO 9000, foi redigida de modo a ser aplicável a
todos os tamanhos e tipos de organizações, e para adaptar-se às diversas condições
geográficas, culturais e sociais.
A ISO 14001 tem em vista o processo produtivo e o desempenho ambiental da
organização, mas não está voltada para o desempenho ambiental do produto gerado,
durante e após o seu uso. Ela está diretamente relacionada com a sistemática de projeto e
geração do produto ou serviço e os consequentes impactos ambientais, sejam eles diretos
ou indiretos*.
(*) Nota: Impactos diretos: Aqueles sobre os quais a organização possui controle
direto. Impactos indiretos: Aqueles sobre os quais a organização pode ter influência para
alcançar controle limitado. Um exemplo seria a extração de matérias-primas fornecidas
por outra organização.
Os requisitos sobre a gestão da saúde e segurança ocupacional não estão incluídos
na norma ISO 14001, entretanto, ela permite que os sistemas gerenciais da organização
abranjam estas áreas, desde que a empresa assim o defina. O processo de certificação
somente será aplicável aos aspectos do Sistema de Gestão Ambiental.
A definição das normas de emissão de gases, efluentes líquidos e ruídos não está
prevista pela norma ISO 14001. A competência para este tipo de regulamentação cabe ao
Poder Público. No caso do Brasil, isto é atribuição do CONAMA e demais órgãos
ambientais nos estados da federação. Cabe ao empreendimento buscar esta base legal
antes da implantação do S.G.A. A certificação pela norma ISO 14001 apenas vai exigir
que o empreendimento cumpra estas normas legais.
PARTES INTERESSADAS
50
organizações dos empregados, os investidores e as seguradoras, os clientes e
consumidores, os grupos de interesse ambiental e o público em geral (Reis, 1996).
Diferenças entre a ISO 14001 e a ISO família 9000:
A família ISO 9000 (1994) está voltada para a qualidade do produto final e dos
diferentes fornecedores. Os requisitos especificados destinam-se primordialmente
à obtenção da satisfação do cliente graças à prevenção de não conformidades em
todos os estágios, desde o projeto até os serviços associados;
A ISO 14001 (1996) prevê que as especificações e expectativas relativas aos
impactos ambientais gerados pela organização no meio ambiente são definidos
pelas partes interessadas, e cabe ao Sistema de Gestão Ambiental manter controle
sobre os processos e subprodutos da organização para que os impactos gerados
por eles permaneçam dentro das especificações pré-definidas e atinjam as
expectativas das partes interessadas. As especificações incluem regulamentações
municipais, estaduais, federais, códigos de boas práticas, etc. Os Sistemas de
Gestão Ambiental abordam as necessidades de uma vasta gama de partes
interessadas e a evolução da sociedade para a proteção ambiental. O governo e as
agências de controle ambiental representam estas partes interessadas perante as
organizações.
51
reduzindo os seus custos, e consequentemente, tornando a empresa mais
competitiva;
atingir uma evolução contínua do desempenho ambiental dos processos e,
consequentemente, da organização.
A norma contém os elementos fundamentais de sistemas de gestão, com base no
processo dinâmico e cíclico de "planejar, implantar, verificar e rever"..
Como foi visto acima, o gerenciamento do S.G.A. tem como base o controle dos
processos. O gerenciamento do Sistema de Gestão Ambiental, dentro do ciclo P.D.C.A.,
é representado pela norma ISO 14001 (1996) como na figura 1. Os passos descritos no
ciclo P.D.C.A. ficam facilmente identificados nos requisitos da norma. A melhoria
contínua está explicitada pela elipse no topo do esquema.
A versão brasileira da norma ISO 14001, também chamada NBR ISO 14001/96 é
dividida em diversos subsistemas. Estes subsistemas são interligados entre si e cada
requisito pode incluir mais elementos de um setor ou processo da organização.
O Sistema de Gestão Ambiental, de acordo com o modelo definido pela NBR ISO
14001/96, pode ser representado através do ciclo descrito no fluxograma a seguir.
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REQUISITOS GERAIS
Este capítulo traz uma introdução da versão brasileira da norma determinando que
a implantação da SGA deve ser em conformidade com os requisitos da norma além de
garantir e demonstrar, para as partes interessadas, a eficácia do SGA.
POLÍTICA AMBIENTAL
PLANEJAMENTO
ASPECTOS AMBIENTAIS
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'entradas' de todo o processo. Segundo a ISO 14000 - Treinamento de auditores
Ambientais da P-E Batalasb (1996), estes aspectos podem ser:
diretos - aqueles de que a organização possui controle. Por exemplo, as atividades
do processo da própria organização;
indiretos - aqueles sobre os quais a organização pode ter influência para alcançar
controle limitado. Exemplos: Extração de matéria-prima fornecida por outra
organização e uso do produto pelo consumidor;
existentes - aspectos que atualmente já se manifestam, (inclusive no passado);
a serem gerados por novos desenvolvimentos - aspectos que podem vir a existir
com a inclusão de novos produtos, serviços e atividades.
O levantamento dos aspectos ambientais em um empreendimento geralmente
compreende as seguintes etapas:
identificação dos requisitos legislativos e reguladores;
identificação dos aspectos ambientais significativos;
exame das práticas e procedimentos de gestão ambiental
existentes;
a avaliação de dados provenientes da investigação de acidentes anteriores.
O próximo passo consiste na implementação do monitoramento ambiental através
de indicadores (ou da análise de registros de monitoramentos realizados no passado). O
monitoramento consiste ainda na avaliação da significância (qualificação) da base de
dados disponível, com o objetivo de se traçar metas prioritária na área de S.G.A. Esta fase
é denominada 'filtro de significância'. A NBR ISO 14001/96 determina que o Sistema de
Gestão Ambiental deve ser estruturado objetivando a manutenção do controle sobre os
processos que geram aspectos e impactos ambientais significativos (reais ou potenciais).
Entende-se por aspecto ambiental significativo o aspecto ambiental que gera impacto
ambiental significativo, real ou potencial.
A avaliação de significância dos aspectos ambientais consiste em uma etapa
crítica no processo de implementação do sistema S.G.A. Embora subjetiva, ela deve ser
entregue a uma equipe multidisciplinar devidamente capacitada onde constem elementos
familiarizados com os processos e as necessidades das partes interessadas. Esta equipe
deve acolher ainda profissionais capazes de entender as respostas e demais sinais
mensuráveis na biota e nos ecossistemas impactados. O processo de avaliação de
significância é periódico.
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REQUISITOS LEGAIS E OUTROS REQUISITOS
OBJETIVOS E METAS
Este requisito visa garantir a existência de metas ambientais claras para a empresa,
gerências e funcionários. Ele permite que as metas propostas no contexto ambiental sejam
conhecidas e implementadas por todos os níveis da corporação. Os objetivos e as metas
ambientais devem ser estabelecidos em cada função e nível relevante, dentro da
organização
Os objetivos e metas são normalmente quantificáveis e constituem uma
ferramenta de gestão e de melhoria contínua, permitindo que a alta administração
monitore o Sistema de Gestão Ambiental. Os objetivos e metas ambientais também
devem ser alcançáveis e ambiciosos. Desta maneira os funcionários ficarão motivados.
Os objetivos e metas deverão ser monitorados periodicamente pela organização,
permitindo uma reorientação do Sistema de Gestão Ambiental, quando necessário. Os
objetivos e metas devem ser obrigatoriamente analisados pela Administração.
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PROGRAMA(S) DE GESTÃO AMBIENTAL
Este requisito determina as ações que devem ser implementadas para que a
organização atinja os seus objetivos e metas, no mais variados níveis. Para estas ações,
devem-se atribuir responsabilidades, recursos e prazos para implementação.
O Programa de Gestão Ambiental é gerado, entre outras fontes, a partir da
identificação dos aspectos ambientais significativos existentes ou previstos. No entanto,
é o programa de gestão ambiental que dirá quais as ações que deverão ser tomadas nas
diferentes etapas de planejamento, desenvolvimento, produção, comercialização e
disposição dos produtos e serviços.
IMPLEMENTAÇÃO E OPERAÇÃO
ESTRUTURA E RESPONSABILIDADE
RECURSOS
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REPRESENTANTE DA ADMINISTRAÇÃO
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COMUNICAÇÃO
CONTROLE DE DOCUMENTOS
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planos, procedimentos e instruções de trabalho documentados que são utilizados por todo
o pessoal que executa atividades geradoras de impactos ambientais significativas.
Para que as atividades e processos sejam executados em conformidade com os
planos, procedimentos e instruções de trabalho, acima mencionados, é fundamental que
estes documentos estejam aprovados e disponíveis para todos os funcionários ou
contratados que executam tarefas que geram impactos ambientais significativos, reais ou
potenciais, Daí, a formulação do requisito Controle de Documentos, que visa garantir que
todos os documentos relacionados com as atividades e processos que geram ou têm
possibilidade de gerar impactos ambientais significativos estejam identificados,
aprovados e disponíveis no local de uso.
CONTROLE OPERACIONAL
FORNECEDORES E SUBCONTRATADOS
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PREPARAÇÃO E ATENDIMENTO A EMERGÊNCIAS
MONITORAMENTO E MEDIÇÃO
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estabelecidos, sejam eles internos ou estipulados por legislações ou
regulamentações ambientais.
Calibração e Manutenção de Instrumentos: Em função de que as medições
descritas acima dependem de instrumentos, a NBR ISO 14001/96 determina a
manutenção e calibração de todos os equipamentos envolvidos com a monitoração
das operações e atividades que têm possibilidade de gerais impactos ambientais
significativos na organização. Apesar de a NBR ISO 14001/96 não determinar as
rotinas mínimas a atender neste requisito, podem-se encarar as normas NBR ISO
10012 como uma boa orientação nessa direção.
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REGISTROS
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NBR ISO 14001/96 - Diretrizes para Auditoria Ambiental - Princípios Gerais de
Auditoria Ambiental
NBR ISO 14001/96 - Diretrizes para Auditoria Ambiental - Procedimentos de
Auditoria Ambiental - Parte 1: Auditoria de Sistemas de Gestão Ambiental.
NBR ISO 14012/96 - diretrizes para Auditoria Ambiental - Critério de
Qualificação para Auditores Ambientais.
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COMPROMETIMENTO E POLÍTICA AMBIENTAL
AGENDA 21 BRASILEIRA
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sustentabilidade, compatibilizando a conservação ambiental, a justiça social e o
crescimento econômico. O documento é resultado de uma vasta consulta à população
brasileira, sendo construída a partir das diretrizes da Agenda 21 global. Trata-se, portanto,
de um instrumento fundamental para a construção da democracia ativa e da cidadania
participativa no País.
A primeira fase foi a construção da Agenda 21 Brasileira. Esse processo que se
deu de 1996 a 2002, foi coordenado pela Comissão de Políticas de Desenvolvimento
Sustentável e da Agenda 21 Nacional - CPDS e teve o envolvimento de cerca de 40.000
pessoas de todo o Brasil. O documento Agenda 21 Brasileira foi concluído em 2002.
A partir de 2003, a Agenda 21 Brasileira não somente entrou na fase de
implementação assistida pela CPDS, como também foi elevada à condição de Programa
do Plano Plurianual, PPA 2004-2007, pelo atual governo. Como programa, ela adquire
mais força política e institucional, passando a ser instrumento fundamental para a
construção do Brasil Sustentável, estando coadunada com as diretrizes da política
ambiental do Governo, transversalidade, desenvolvimento sustentável, fortalecimento do
Sisnama e participação social e adotando referenciais importantes como a Carta da Terra.
Portanto, a Agenda 21, que tem provado ser um guia eficiente para processos de
união da sociedade, compreensão dos conceitos de cidadania e de sua aplicação, é hoje
um dos grandes instrumentos de formação de políticas públicas no Brasil.
A posse do Governo Luíz Inácio Lula da Silva coincidiu com o início da fase de
implementação da Agenda 21 Brasileira. A importância da Agenda como instrumento
propulsor da democracia, da participação e da ação coletiva da sociedade foi reconhecida
no Programa Lula, e suas diretrizes inseridas tanto no Plano de Governo quanto em suas
orientações estratégicas.
Um outro grande passo foi a utilização dos princípios e estratégias da Agenda 21
Brasileira como subsídios para a Conferência Nacional de Meio Ambiente, Conferência
das Cidades e Conferência da Saúde. Esta ampla inserção da Agenda 21 remete à
necessidade de se elaborar e implementar políticas públicas em cada município e em cada
região brasileira.
Para isso, um dos passos fundamentais do atual governo foi transformá-la em
programa no Plano Plurianual do Governo - PPA 2004/2007, o que lhe confere maior
alcance, capilaridade e importância como política pública. O Programa Agenda 21 é
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composto por três ações estratégicas que estão sendo realizadas com a sociedade civil:
implementar a Agenda 21 Brasileira; elaborar e implementar as Agendas 21 Locais e a
formação continuada em Agenda 21. A prioridade é orientar para a elaboração e
implementação de Agendas 21 Locais com base nos princípios da Agenda 21 Brasileira
que, em consonância com a Agenda global, reconhece a importância do nível local na
concretização de políticas públicas sustentáveis. Atualmente, existem mais de 544
processos de Agenda 21 Locais em andamento no Brasil, quase três vezes o número
levantado até 2002.
Em resumo, são estes os principais desafios do Programa Agenda 21:
Implementar a Agenda 21 Brasileira. Passada a etapa da elaboração, a Agenda 21
Brasileira tem agora o desafio de fazer com que todas as suas diretrizes e ações
prioritárias sejam conhecidas, entendidas e transmitidas, entre outros, por meio da
atuação da Comissão de Políticas de Desenvolvimento Sustentável e Agenda 21
Brasileira - CPDS; implementação do Sistema da Agenda 21; mecanismos de
implementação e monitoramento; integração das políticas públicas; promoção da
inclusão das propostas da Agenda 21 Brasileira nos Planos das Agendas 21
Locais.
Orientar para a elaboração e implementação das Agendas 21 Locais. A Agenda
21 Local é um dos principais instrumentos para se conduzir processos de
mobilização, troca de informações, geração de consensos em torno dos problemas
e soluções locais e estabelecimento de prioridades para a gestão de desde um
estado, município, bacia hidrográfica, unidade de conservação, até um bairro, uma
escola. O processo deve ser articulado com outros projetos, programas e
atividades do governo e sociedade, sendo consolidado, dentre outros, a partir do
envolvimento dos agentes regionais e locais; análise, identificação e promoção de
instrumentos financeiros; difusão e intercâmbio de experiências; definição de
indicadores de desempenho.
Implementar a formação continuada em Agenda 21. Promover a educação para a
sustentabilidade através da disseminação e intercâmbio de informações e
experiências por meio de cursos, seminários, workshops e de material didático.
Esta ação é fundamental para que os processos de Agendas 21 Locais ganhem um
salto de qualidade, através da formulação de bases técnicas e políticas para a sua
formação; trabalho conjunto com interlocutores locais; identificação das
atividades, necessidades, custos, estratégias de implementação; aplicação de
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metodologias apropriadas, respeitando o estágio em que a Agenda 21 Local em
questão está.
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nas comunidades e na escola. Esse programa, veiculado pela TVE em outubro de
2003, envolveu, além dos professores, autoridades governamentais e não
governamentais, e participantes dos Fóruns Locais da Agenda 21, da sociedade
civil e de governos.
Participação na consolidação da Frente Parlamentar Mista para o
Desenvolvimento Sustentável e Apoio às Agendas 21 Locais. Esta frente,
composta de 107 Deputados Federais e 26 Senadores, tem como principal objetivo
articular o Poder Legislativo brasileiro, nos níveis federal, estadual e municipal,
para permitir uma maior fluência na discussão dos temas ambientais,
disseminação de informações relacionadas a eles e mecanismos de comunicação
com a sociedade civil.
Elaboração e monitoramento, em conjunto com o FNMA, do Edital 02/2003 -
Construção de Agendas 21 Locais, que incluiu a participação ativa no processo de
capacitação de gestores municipais e de ONGs, em todos os estados brasileiros,
para a confecção de projetos para o edital. Ao todo foram cerca de 920 pessoas
capacitadas em 25 eventos. No final do processo, em dezembro de 2003, foram
aprovados, com financiamento, 64 projetos de todas as regiões brasileiras.
Publicação da Série Cadernos de Debate Agenda 21 e Sustentabilidade com o
objetivo de contribuir para a discussão sobre os caminhos do desenvolvimento
sustentável no País. São seis os Cadernos publicados até o presente: Agenda 21 e
a Sustentabilidade das Cidades; Agenda 21: Um Novo Modelo de Civilização;
Uma Nova Agenda para a Amazônia; Mata Atlântica o Futuro é Agora; Agenda
21 e o Setor Mineral; Agenda 21, o Semi-Árido e a Luta contra a Desertificação.
Publicação de mil exemplares da segunda edição da Agenda 21 Brasileira: Ações
Prioritárias e Resultado da Consulta Nacional, contendo apresentação da Ministra
Marina Silva e a nova composição da CPDS.
Ainda, foram efetivadas parcerias e convênios com o Ministério da Educação,
Ministério da Saúde, Ministério das Cidades, Ministério da Cultura, Ministério do
Desenvolvimento Agrário, Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome,
Ministério da Integração Nacional, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
e Ministério de Minas e Energia; Fórum Brasileiro das ONGs para o Meio Ambiente e o
Desenvolvimento; CONFEA/CREA, Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil, Banco
do Nordeste e prefeituras brasileiras.
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REFERÊNCIAS
Bibliografia Básica
ARLINDO PHILIPPI JR., A.; ROMERO, M.A.; BRUNA, G.C. Curso de Gestão
Ambiental. 1 ed., Barueri: Manole, 1045p., 2004.
Bibliografia Complementar
LOPRES, I.V.; BATOS-FILHO, G.S.; BALE, M. 1998. Gestão Ambiental no Brasil. Rio
de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, 377 p., 1998.
ASSUMPÇÃO, L.F.J. Sistema de Gestão Ambiental. 2 ed., Curitiba: Juruá, 280 p., 2007.
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