Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
PREFÁCIO........................................................................................................................5
PRÓLOGO 9
O PROGRAMA: 15
OBJETIVOS:........................................................................................................................17
FUNDAMENTOS 18
A ESCOLA...........................................................................................................................18
A AUTOESTIMA.................................................................................................................21
IDENTIDADE E AUTOESTIMA........................................................................................23
COMO SE FORMA A AUTOESTIMA?.............................................................................26
DIMENSÕES PARA TRABALHAR A AUTOESTIMA 28
A AUTONOMIA..................................................................................................................28
A MEDIAÇÃO NO DIÁLOGO...........................................................................................29
A EXPERIÊNCIA ESTÉTICA.............................................................................................30
IMAGINAÇÃO E ATIVIDADE CRIATIVA......................................................................32
PRESSUPOSTOS: 34
INSTRUÇÕES GERAIS:.....................................................................................................42
CONHECIMENTOS PRÉVIOS:..........................................................................................45
CONTEÚDO E MÉTODO...................................................................................................46
ATITUDE.............................................................................................................................46
ADAPTAÇÃO......................................................................................................................47
SEQUÊNCIA........................................................................................................................48
FORMAÇÃO DOS GRUPOS..............................................................................................48
INTEGRAÇÃO AO CURRÍCULO ESCOLAR..................................................................49
A IMPORTÂNCIA DAS CONEXÕES................................................................................50
DURAÇÃO DO PROGRAMA:...........................................................................................50
CRONOGRAMA DO PROGRAMA: 51
2
DESCRIÇÃO........................................................................................................................54
Objetivos...............................................................................................................................55
Preparação da atividade........................................................................................................55
Duração.................................................................................................................................55
Cronograma...........................................................................................................................56
Atividade N.1: Você é alguém muito especial......................................................................56
Atividade N.2: Meu contorno: quem sou eu?.......................................................................58
Atividade N.3: Entrevista: Quem ele é?...............................................................................59
Atividade N.4: Flor, instrumento musical ou brinquedo......................................................61
Atividade N.5: Uma qualidade especial................................................................................63
Atividade N.6: Se eu fosse....................................................................................................65
Atividade N.7: Desenho do Eu.............................................................................................66
MÓDULO II: OS RECURSOS DA IMAGINAÇÃO E DA EMOÇÃO 67
Descrição...............................................................................................................................67
Objetivos...............................................................................................................................71
Duração.................................................................................................................................72
Cronograma...........................................................................................................................72
Atividade N.1: Dar e receber afeto.......................................................................................72
Atividade N.2: Repertório das emoções...............................................................................74
Atividade N.3: Perguntas da caixa mágica...........................................................................75
Atividade N.4: A viagem imaginária....................................................................................77
Atividade N.5: Quais os meus sentimentos agora?...............................................................79
MÓDULO III: A IDENTIDADE E A ALTERIDADE 80
Descrição...............................................................................................................................80
Objetivos...............................................................................................................................82
Duração.................................................................................................................................82
Três semanas de atividade (sendo realizadas, pelo menos, duas atividades por semana). 82
Cronograma...........................................................................................................................82
Atividade N.1: Escultura livre com argila............................................................................83
Atividade N.2: O personagem, o clown................................................................................84
Atividade N.3: Pintura das mãos..........................................................................................86
Atividade N.4: Completar frases...........................................................................................88
Atividade N.5: O fantoche de pano.......................................................................................89
MÓDULO IV: A PRÁTICA DA CONVIVÊNCIA: SER E CONVIVER 90
Descrição...............................................................................................................................90
Objetivos...............................................................................................................................94
Duração.................................................................................................................................94
Duas semanas de atividade (sendo realizada, pelo menos, uma atividade por semana). 94
Cronograma...........................................................................................................................95
Atividade N.1: Tabela oscilométrica....................................................................................95
Atividade N.2: A atribuição de elogios.................................................................................97
3
Descrição.............................................................................................................................102
Objetivos.............................................................................................................................105
Duração...............................................................................................................................106
Duas semanas de atividade (sendo, pelo menos, duas atividades por semana). 106
Cronograma.........................................................................................................................106
Atividade N.1: A cigarra e a formiga..................................................................................106
Atividade N.2: Compreendendo sua história......................................................................108
Atividade N.3: Meu diário..................................................................................................109
Atividade N.4: Sonhando um novo mundo possível..........................................................111
FICHAS DE ORIENTAÇÃO 112
El libro de las profesoras Maria Sara de Lima Dias y Denise de Camargo trata de la relevancia
mismos y sin una valoración positiva de nuestras cualidades no podríamos alcanzar la autonomía
y la iniciativa personal; poseer espíritu de iniciativa supone ser capaz de imaginar, emprender,
a través de la narración de una historia casi real aparecida en la revista Emprendedores (nº 56,
mayo de 2002) y titulada “Las cosas de Silicon Valley”. En ella se cuenta las peripecias de un
español que busca trabajo en Estados Unidos y solicita un puesto de barrendero en la empresa
maravillados de su destreza con la escoba. Le piden su e-mail para enviarle el contrato esa
misma tarde, pero el solicitante del puesto no tiene. Ante esto le contestan que si no posee un
e-mail virtualmente no existe, y como no existe, no pueden contratarle. Con los pocos dólares
que le quedaban, y a punto de retornar a España, compra naranjas y las vende al doble de su
5
precio como naranjas españolas; le va tan bien que un año más tarde poseía una de las
mayores distribuidoras de fruta de la costa Oeste. Cuando viene a España por negocios, se
entrevista con una persona que le pide el e-mail de la empresa para mantenerse en contacto.
Pero sigue sin tenerlo. La otra persona, conocedora de su historia, le dice admirado: “Pues si
has construido este imperio sin e-mail, no me imagino que habría hecho con uno”. Sonriente
Cuando nuestros jóvenes habiten la “mansión del futuro” deberán sopesar sus
laborales, los estudios y profesiones con mayor demanda en el mercado laboral, las
competencias necesarias para desempeñar de forma solvente sus funciones laborales futuras,
los estilos de vida aparejados a las distintas ocupaciones…(Santana Vega & García, 2011;
Santana Vega, García, & Llanos, 2016; Santana Vega, González-Morales, & García, 2016)
de su decisión. Asimismo, deberán valorar las decisiones factibles “aquí y ahora” a la luz de
por el sistema educativo, por la educación incidental y por la formación adquirida a lo largo
vaivén de las cambiantes fortunas de los tiempos. En los últimos años se ha incrementado el
elaboración de proyectos de vida para fomentar la capacidad de los jóvenes para integrarse en
el mundo del trabajo, en el mundo real, desde una propuesta globalizadora del currículo de la
etapa de secundaria (Santana Vega, 2003; Santana Vega, García, & González, 2010).
En esta misma línea se inscribe la propuesta que las profesoras de Lima y de Camargo
nos ofrecen en su programa; el mismo tiene como finalidad atender/apoyar a los alumnos en
un ámbito relegado a un segundo plano por muchos sistemas educativos: el ámbito afectivo-
social de la educación. La puesta en marcha del programa elaborado por las profesoras
La transición a la vida activa de nuestros jóvenes no sólo pasa por formar las
competencias de empleabilidad necesarias para lograr un empleo que les garantice una vida
digna; es necesario potenciar una política de la vida cotidiana que sea justa y equitativa con la
Las reflexiones de Mayor Zaragoza (2009) son muy certeras cuando señala que existe una
verdad aún más incómoda que la denunciada por Al Gore sobre el cambio climático, y es la
de las condiciones de vida realmente adversas de una gran parte de la población mundial. Para
este autor constituye un error el haber cambiado los valores democráticos de justicia social,
igualdad, por las leyes del mercado. Mayor Zaragoza (2009) sostiene que el actual periodo de
crisis “puede contribuir a la transición esencial de las personas desde su condición (explícita o
implícita) de súbditos a la de ciudadanos participativos” (p. 25), con proyectos de vida sólidos
y con suficiente fuerza espiritual para enfrentar las adversidades de la vida. En la sociedad
postmoderna:
no es suficiente con que los alumnos se conozcan a sí mismos y obtengan un trabajo que
les proporcione la felicidad de "trabajar en lo que a uno le gusta". Detrás de esta idea
subyacen las biografías normales, los itinerarios predecibles. Ahora, las biografías y los
7
necesitan desentrañar las claves de la sociedad y asumir que si cambian los tiempos
social por la educación para alejar un asunto tan relevante del vaivén de las cambiantes
fortunas políticas; éstas nos someten, de manera un tanto irresponsable, a un constante juego
profesores.
Por último, quiero mostrar mi gratitud a las profesoras María Sara de Lima Dias y
agradecerles que haya depositado su confianza en mí para escribir el prefacio a uno de sus
“hijos intelectuales”. Albergo la esperanza, esperemos que no sea baldía, de que su programa:
1) tenga las repercusiones que se merece en el mundo educativo, 2) ilumine las políticas
que en el futuro sean capaces de construir su proyecto vital con criterio propio.
PRÓLOGO
que se desenha um território e uma cartografia de relações interpessoais. Espaço em que são
vivenciadas muitas relações interpessoais novas e diferentes daquelas com que a criança tinha
criança, agora aluno, um espaço social de relação em que ela aprende a ouvir os outros e a si
mesma.
sistemas sociais e suas estruturas educativas. É preciso problematizar a escola para além das
escola, implicam sobretudo em considerar novas práticas da educação que de fato contribuam
visados pela instituição escolar se orientam para o desenvolvimento pessoal e social dos
dá por meio da aquisição da experiência social e cultural. É preciso pontuar que toda a
Para proporcionar uma formação integral a escola deve considerar que o aluno
vivencia o seu tempo histórico; desse modo é fundamental considerar que, na constituição da
10
novas tecnologias.
de normas, valores, e regras de conduta inerentes à inserção dos alunos em uma determinada
todo. Mesmos os diferentes processos que sustentam as relações interpessoais e sociais estão
social de relações que são, a um só tempo, reais e virtuais. Para Martínez (2007), muitas
torna um dos poucos espaços ainda presenciais de relação. A escola, como espaço de presença
realidade concreta do meio em que se insere, não pode ignorar a dimensão do ser e enfatizar
desenvolvidas no processo de ensinar e aprender demarcam a vida dos alunos, o lugar em que
estes compartilham os seus relatos de sucesso ou fracasso, a sua história de vida e as suas
aluno a subjetividade, nas suas diferentes dimensões social e individual, deve ter um foco na
11
análise do conteúdo expresso pelos alunos, tendo em conta que na escola as subjetividades
sala de aula que se estabelece - ou não - um espaço para as expressões dos alunos.
quer, reveladas na leitura da fala dos alunos - que sempre pode ser expressa ou reprimida.
por simpatias e amizades. Além disso, a convivência no ambiente escolar permite aos alunos
manifestarem a alegria nos encontros, nos grupos de crianças, nas salas de aula e nos pátios
escolares. Portanto, na escola são tecidas as diferentes ocasiões que permitem os encontros e
desencontros com o outro. A história que o aluno constrói a partir da escola nos permite
O que significa a escola em nossa vida? Tal pergunta permite encontrar relatos: a
escola foi muito boa para mim; foi péssima na minha vida; adorava ir para a escola; odiava a
minha professora primária. São relatos que descrevem os desencantos entre a criança e a
escola, que nasceram das redes de relações entre uma e outra criança, entre o professor e a
turma, entre os saberes sobre o mundo e os saberes sobre si mesmo - saberes estes que se
constituem mutuamente e que nos constituem enquanto seres sociais. Saber que não é aceita
no grupo escolar, por exemplo, pode afastar a criança do interesse em aprender. Essa emoção
12
contida na representação de não aceitação de si pelo grupo pode fazer com que a criança evite
todo tipo de relação na escola, assim como evite o mundo à sua volta a partir da escola. Os
que pode ou não ser acolhedor. Um ambiente no qual a criança pode ou não ter a
Durante muito tempo a escola confirmou seu interesse único e exclusivo sobre a
interesse sobre a vida afetiva. Assim, as emoções e os sentimentos dos alunos foram relegados
enfatizam a importante relação entre o cognitivo e o afetivo, entre o pensar e o sentir. Desse
desempenho do aluno na escola. Sabe-se, também, que a aprendizagem pode ser bloqueada
por emoções e sentimentos e impedir o aluno de tornar-se participante das práticas sociais e
Assim, é preciso trabalhar com a escola e com os professores e aprender a lidar com as
professores e educadores. Entre todos os sentidos da ação educativa, que é desde sempre uma
ação relacional e que vai além da instrumentalização da prática educativa, o propósito deste
educadores a pensarem sobre o seu poder de influenciar o comportamento dos alunos em sala
nos diferentes ambientes sociais de desenvolvimento. Para Daniels (2002), segundo Vygotski,
artificialmente criado.
Na escola o aluno está propenso a estabelecer relações com outras pessoas e assim,
sofrer a influência de fatores sociais, culturais, e afetivos presentes nas práticas sociais da
escola e em seus relacionamentos com a escola e com o grupo que compõe a totalidade de
grau de adaptação e transformação social. Uma vez que a escola pode contribuir para a
autonomia pessoal e para a confiança em si mesmo, para Martínez (2007, p. 25) "a vida social
transforma-se num jogo em que a pessoa tem de aparentar o que não são para serem aceitas,
ou precisam aprender a decifrar como se apresentar diante dos outros para não terem
problemas”.
14
Para romper com a encapsulação da aprendizagem, Engeström (2002) sugere que " é
preciso criar ferramentas intelectuais tão poderosas no ensino que os alunos podem tomá-las
aprendizado.
indicam que os estudantes com índices elevados de autoestima tendem a participar com mais
regularidade nas aulas e nas atividades esportivas, enquanto os com baixa autoestima
Este programa visa orientar as práticas dos psicólogos, pedagogos e professores que
sentido, educadores podem identificar algumas práticas ou utilizar todo o programa como um
contextos educacionais.
15
O PROGRAMA:
Este programa, em seu primeiro módulo, quer trabalhar com o conceito de autoestima
perspectiva de compreender o ser humano como um ser simbólico e sociocultural, um ser que
é capaz de criar sentidos nas atividades que desenvolve com outros homens em determinada
onde as aprendizagens estão relacionadas com as outras funções psíquicas, tais como a
dos conceitos com as dimensões das emoções e sentimentos perpassa todos os módulos; neste,
que se estabelece entre a criança e seu grupo na escola e suas implicações para a autoestima,
práticas que rompam com uma educação encapsulada, na qual os sentimentos e emoções dos
de atividades voltadas para uma reflexão sobre o futuro. À medida que a criança pode pensar
16
estabelecimento de relações éticas, o projeto de vir a ser (ou seja, suas motivações, anseios e
vida.
desenvolvimento e aprimoramento das relações entre professor e alunos, bem como entre
alunos e alunos, evidenciando a presença da dimensão das emoções, afetos e sentimentos nas
educadores.
relações do humano com o humano são promovidas quando se introduz na escola novas
experiências de relação, nas quais o diferente seja aceito e a ética traga a luz necessária para
moral, ou seja, pensar naquilo que se faz, repensar costumes, normas e regras vigentes na
sociedade; diante disso, " o sujeito ético é necessariamente ativo, mas indaga, problematiza,
relacionar consigo mesma, com o grupo e com o mundo que a cerca. Na escola, o professor
educativa que sejam voltadas para o bem-estar do coletivo e que promovam a harmonia na
OBJETIVOS:
1. Oferecer um conjunto de atividades que permitam maior autoconhecimento por parte dos
outros;
da autoestima;
8. Melhorar o clima em sala de aula, favorecendo a integração escolar das crianças com
seus colegas;
FUNDAMENTOS
A ESCOLA
dos alunos quanto dos professores que participam das práticas que acontecem nesse espaço. A
sala de aula é, portanto, um espaço relacional onde aparecem a cultura e a ideologia das
pessoas, da escola e da sociedade na qual a criança está inserida (Gonzáles Rey, 2003).
desenvolvimento da capacidade expressiva dos alunos, onde firmam-se diálogos que veiculam
sentido da diferença podem levar a um processo de exclusão, pretende-se uma educação para
valores praticados, a escola não pode continuar a encarar os alunos como seres passivos frente
com desenvolvimento desse papel ativo dos alunos em diferentes aspectos de sua própria
formação.
A preocupação com a formação para a vida em sociedade em sentido amplo deve ser
privilegiada no ambiente escolar, uma vez que a socialização é uma condição indispensável
desenvolvimento pessoal e social não deve se omitir a considerar que os conteúdos do ensino
também são aprendidos de forma crítica e ativa. Portanto, cada aluno é protagonista de seu
vivenciar as emoções que sente em relação à escola e aos outros com quem compartilha seu
espaço cotidianamente.
Na sala de aula se geram novos sentidos e significados que são inseparáveis das
histórias das pessoas envolvidas. Nesse espaço de relações entre pessoas, aparecem elementos
sociedade como um todo, assim como é inseparável das histórias singulares de seus
sentidos sobre o mundo, evidencia-se o papel do professor como mediador das emoções. O
ocupam nas relações sociais objetivas, bem como as condições de acesso à cultura produzida
na história da humanidade.
nesses processos de construção, porque ele está sempre situado em uma prática social. A
importância de situá-lo na prática social reafirma nossa ênfase sobre o sujeito enquanto agente
no mundo e sobre a interdependência relacional com outros sujeitos. Essa prática social
Assim, entende-se que a escola é um mundo estruturado, no qual práticas sociais entre
pessoas acontecem e têm efeito na constituição subjetiva dos sujeitos que as vivenciam. A
na escola, entre outros ambientes sociais, que o crescer e o desenvolver da criança acontece e,
assim, o saber quem sou, como eu sou e o que posso fazer são questões colocadas por ela
nesse espaço. Portanto, o valor atribuído pela criança a si mesma envolve a necessidade de
urgência da ética no ambiente escolar, concebida como sentimento coletivo, consciente, que
busca e promove o bem comum, o respeito mútuo e a empatia. Para Martínez (2007, p. 51), "o
ser humano é único mas necessita do outro para poder ser e sua dimensão ética deve ser
humana: a preocupação com o outro sem a negação de si mesmo. Afinal, nenhuma ação
humana resulta de uma atividade isolada do conjunto de sentidos que caracterizam o mundo
básicos que envolvem, entre outros temas, a presença da ética na educação. Toda educação é
uma ação interativa: faz-se mediante informações, comunicação, diálogo entre seres humanos.
Em toda educação a ética está implicada, porque se direciona para o outro ser. A necessidade
de ética se apresenta porque há, no mundo, o outro ser humano e é preciso aprender a me
relacionar com ele. Essa reflexão exige um vínculo do sujeito com uma realidade constituída
por outros. Assim, a atitude ética é uma atitude de amor pela humanidade.
possibilidades de transformar sua realidade e um ser que é sempre relacional. Assim, toda
ação humana está explícita ou implicitamente orientada para uma concepção do mundo, dos
O professor deve compreender que seus valores e convicções não são necessariamente
os mesmos das crianças, pois a escola é um mundo social estruturado onde os valores
A AUTOESTIMA
A palavra autoestima tem origem no termo “auto”, que se refere à pessoa em si, e o
verbo “estimar”, que deriva da palavra latina “aestimare”, significa “determinar valor de”,
“ter opinião sobre”. Assim, o conceito de autoestima pressupõe o modo como cada um vê e
julga a si mesmo, isto é, o valor que se atribui, porém este valor nasce à partir de uma
construção social que se basea em uma mescla social de sentidos e significados representados
Para Franco (2009), os estudos sobre autoestima não podem ser tomados de maneira
recortada em relação aos seus fundamentos. Assim, nos deparamos muitas vezes com o uso da
autoestima para se referir a características inerentes ao sujeito. Nesse sentido, há uma
concepção de ser humano na qual sua singularidade decorre de sua essência e independe das
podem contribuir com o sucesso ou com o fracasso escolar, durante a trajetória de vida da
criança. Em Psicologia da Arte, Vygotsky (2008) diz que a criatividade de um indivíduo pode
22
ser reconhecida por outro como uma expressão apropriada de suas ideias e emoções. Por isso,
este programa utiliza a ideia de uma série de propostas de novas atividades que recorram à
criatividade.
Este projeto aposta na atividade criativa como movimento pelo qual se constrói a
autoestima positiva. Isso ocorre porque, na atividade criativa, o sujeito está integralmente
sistema complexo de funções psíquicas. Para Vygotsky (2003, p. 33), "o momento de maior
humanas de inteligência prática e abstrata, acontece quando a fala e a atividade prática, então
da atividade criativa. Para criar, o homem precisa imaginar objetos, processos e realidades
ainda não conhecidas por ele. Assim, traz elementos da memória, das sensações, das
criadora.
lembrar que, sendo a atividade humana sempre social, o processo e o produto da atividade dos
23
homens estão marcados pelo reconhecimento e valorização da sua atividade por outros
homens.
si mesmo. Cada atividade humana é uma ação dotada de sentido. A autoestima, sendo uma
das dimensões da identidade, não é fixa e também não é natural; está em constante processo
de transformação, produzida nas relações do sujeito com outros sujeitos em sua atividade no
constrói por meio de um sujeito portador de sentidos (Gonzáles Rey, 2003). Nessa
perspectiva, o ser humano é compreendido como um ser simbólico; assim, não se pode
separar a emoção humana das significações e sentidos: “ele busca imagens significativas para
IDENTIDADE E AUTOESTIMA
Quando digo “quem sou eu”, estou falando de minha identidade. A identidade se
desenvolve à medida que as pessoas interagem, o que quer dizer que as experiências
que se dá ao longo da vida e vai se constituindo desde o nascimento, a partir das relações com
seus pares, os quais estão inseridos em uma determinada sociedade e sua cultura. É uma
24
constituição marcada, mesmo antes do nascimento, pelas expectativas que os pais e demais
representação que se faz de si não é fixa e estável, muda com as experiências que se tem. Para
Camargo (2004),
emoção é um aspecto fundamental porque se refere ao valor que se dá a si mesmo; a tal valor
que a pessoa se auto atribui, denomina-se autoestima. Assim, a identidade e a autoestima são
A escola não pode continuar negando a subjetividade e a diferença, visto que essa
negação pode vir a contribuir para o processo de exclusão dos alunos. A subjetividade
depende dos diferentes contextos em que se vive e das relações que se estabelece nesses
professores, colegas e com a própria família. Esses vínculos são representados em emoções
manifestas, nas expressões faciais, nos discursos produzidos e nos julgamentos que as pessoas
expressam sobre nós e que promovem impactos em nossa subjetividade, em nossa identidade
e em nossa autoestima. Para Camargo (2004, p. 20), "a escola não tem levado em
ensinar-aprender".
25
de nós determinam em grande parte o autoconceito. O conteúdo daquilo que é dito sobre nós
sentido, "a segregação da emoção na escola tornou-se lugar comum em nossa sociedade, bem
como a pouca habilidade dos professores, com raras exceções, para tratar assuntos afetivos"
(Camargo, 2004, p. 20). Mas como juntar os pedaços da nossa vida afetiva e escolar?
também verdadeiro que o peso da valorização histórica do outro depende do significado que
essa pessoa tem para nós. Opiniões de pessoas que são positivamente significativas para nós
afetam mais nossa autoestima do que a opinião de pessoas que consideramos indiferentes ou
significados.
Não se pode esquecer, no entanto, que, dependendo do lugar que ocupam nas
instituições, as pessoas se tornam mais ou menos significativas para nós. As posições nas
professores serão as pessoas mais significativas para os alunos; na família, os pais serão
que estiveram muitas vezes presentes na primeira infância. Nessa concepção de autoestima e
perspectiva social e histórica, o caminho da escola explicita uma trama relacional que enfatiza
constituição da subjetividade.
opinião defendida neste programa é que a autoestima se constitui às expensas dos significados
e sentidos construídos pela pessoa na história das suas atividades mediadas. Autoestima
sua atividade e dos procedimentos que os outros (adultos e outras crianças) utilizam para
singular da criança, que expressa a forma peculiar das mediações do seu ambiente social. As
para dar sentido ao mundo e, assim, agem como parceiros e responsáveis na formação do
As recentes pesquisas sobre autoestima nos fazem refletir sobre o fato de que essa
dimensão tão importante da nossa identidade precisa ser enfrentada na relação com os valores
morais. Assim, se considera que respeitar o outro decorre do respeito à vida e da consciência
outro passa também pela representação que tenho sobre mim. Tenho respeito pelo outro
se forma a autoestima.
representação que construirá sobre a sua personalidade e como irá se sentir em relação a si
mesma é marcada inicialmente pelas mensagens acerca de si própria que recebe de seus pais
e/ou das pessoas que cuidam dela e que ela própria traduz para si.
A autoestima tem início com o diálogo, feito de palavras e gestos, entre a criança e a
pessoa que dela cuida e entre as pessoas que fazem parte do seu convívio diário. A
autoavaliação começa quando a criança, pela primeira vez, é capaz de interiorizar essa
falar ao bebê, de seguir o seu olhar e comentar sobre os objetos olhados por ele. A tradição do
tomar conta, a construção de vínculos emocionais, especialmente com a mãe, são atividades
São relações de cuidado e “atenção conjunta” entre pessoas que realizam um “jogo”
afetivo, o qual desde o início é composto por instâncias subjetivas necessárias para a origem
roupa, a hora da comida, pode ser fantasiosa, poética, alegre e carinhosa. Ou não.
Assim, hoje se sabe que crianças formam sua autoestima a partir da maneira como são
tratadas por pessoas importantes para elas, tais como pais, amigos, irmãos, avós, cuidadores e
professores. A autoavaliação, o sentido de si, vai sendo construído pela criança de acordo com
o valor que os outros lhe atribuem, expresso em afeto, elogios, atenção e reconhecimento. São
atividades conjuntas são mediadas e, como toda atividade humana, são carregadas de emoção
e valor.
28
constituída por significados atribuídos aos grupos aos quais a pessoa acredita pertencer.
Assim, nas representações sociais sobre sua família, sua escola e sua comunidade, transitam
pelo tecido social (Gonzáles Rey, 2003). Desse modo, na configuração do conceito que
construo sobre mim, em meu autoconceito, estão presentes os significados valorativos sobre
minha família, meus grupos sociais, minha comunidade e até minha nacionalidade.
A AUTONOMIA
Este programa propõe atividades para serem aplicadas como formas de geração de
professor que constituem liberdades para agir. Para Martínez (2007, p. 51), "autonomia é o
grau de liberdade que o professor concede à criança para experimentar, emitir juízo, escolher
ações e o modo como o adulto lida com os conflitos, regras e problemas em sala de aula.
29
professor ou por toda a escola; são exemplos de atividades criadoras voltadas para o
se posicionar criticamente e opinar sobre algo. Assim, se pretende que este programa permita
criança.
A autonomia do grupo é uma orientação democrática e deve ser construída com base
em uma democracia e que respeite o grupo de crianças. O professor pode ser coautor deste
programa e deve estabelecer as atividades propostas naquilo que lhe parece suficiente e
necessário para proporcionar a autonomia às crianças, para que elas se posicionem e tenham
Se submetidos a uma educação que com frequência torna os sujeitos seres passivos
sua autoestima, com base no diálogo e tendo como meta a transformação das crianças e dos
A MEDIAÇÃO NO DIÁLOGO
O professor não pode seguir ignorando o fato de que as crianças, mesmo muito
pequenas, pensam e criam. A abertura para o diálogo entre professor e aluno estabelece
direcionados para o respeito pelo tempo do outro - tempo no qual a sensibilidade, a paciência,
a atenção, as escutas fazem a diferença. Sem esquecer que, ao ser mediador, o professor deve
A criança tem que ser vista como um sujeito que pode, tem vontades e que sabe o que
reconhecimento da distância que nos separa da outra pessoa, a fim de que ela surja como
linguagem como um produto social. Para Rubens Alves (2000), educação é isso: o processo
pelo qual os nossos corpos vão ficando iguais às palavras que nos ensinam. Ou seja, “eu sou
as palavras que os outros plantaram em mim” (p. 35). O diálogo reflexivo está fortemente
A EXPERIÊNCIA ESTÉTICA
envolvidos no trabalho artístico, além do caráter social da obra de arte. A arte é o social em
nós e mesmo que sua ação ocorra em um indivíduo isolado, não significa uma essência
Toda arte é produto de uma técnica social através da arte e do seu sentimento. A
criança pode descrever suas percepções e suas emoções em um determinado tipo de relação e
atividades com a criança, deve permitir que ela expresse a sua singularidade. O olhar estético
trabalhar sobre a arte, o professor deve considerar mais do que a obra ou o produto pronto:
ainda, uma experiência particular. Suas ações são o produto que refletem e refratam a
realidade particularmente vivenciada pela criança na escola. Nesse sentido, a arte faz parte da
professor não julgue ou critique as ações e produções artísticas da criança, considerando que o
As atividades permitem uma reação estética sobre o que é belo, bom ou justo, e
através da arte a criança expressa de forma completa e clara sua reação sobre a obra de arte. A
reação estética demonstra seus sentimentos, seus afetos bons ou maus, dolorosos ou
outros sentimentos.
simbólicas que se encontram presentes nos objetos, nas formas, e nas cores permitem formar
32
com o grupo novos olhares, novas possibilidades. Mesmo um desenho, uma simples colagem
ou uma representação, a observação de uma obra de arte que o outro produziu sem se
restringir ao objeto presente ou não, possibilita ao professor ler a reação estética das crianças,
atividades vão contribuir para que o professor, enquanto um leitor autor das atividades, vá
sua ação. Trata-se, portanto de uma prática com o outro que evidencia uma reação estética na
qual os novos elementos foram por todos os elementos do grupo. Assim, trabalhar com a arte
se torna criativo o sujeito envolvido no fazer criativo. É a atividade criativa que desenvolve a
(2004, p. 126), "a imaginação não está subordinada aos caprichos subjetivos da lógica
emotiva, está ligada à realidade, e cumpre importante papel na atividade criativa". Assim, a
imaginação é considerada uma complexa atividade psíquica que reúne diversas funções
psicológicas.
dimensão criativa da condição humana, apresenta diferenças, as quais são produzidas por
fatores sociais e culturais. Esses fatores podem impedir a liberdade de opção de projetos de
vida dos homens. Segundo Vygotsky (2003, p. 38), "uma vez que as crianças aprendem a usar
33
radicalmente".
“novo” deve integrar-se aos conteúdos anteriores aprendidos, o que só acontece com a
participação ativa da pessoa, a aprendizagem passa a ser uma atividade criativa. Não sendo
enorme complexidade. Mesmo a imitação não pode ser vista como uma simples repetição de
uma atividade observada, porque ela se situa no âmbito das possibilidades e limites do
das pessoas. Para compreender melhor a emoção e suas manifestações é necessário, segundo
exterior". O attaché ente explica as relações entre o biológico (orgânico) e o psíquico que
conduz à origem da afetividade. O papel primordial das trocas interindividuais pressupõe que
"a necessidade do outro também depende das ações e do afeto recebido" (Camargo, 2004, p.
108). Assim, as relações com os pais ou professores são relações com o mundo, posto que
pais e professores são os mediadores das relações com o mundo - não é uma relação de
de atividade, cuja realização conduz o aluno a novos conhecimentos, a novos hábitos ou aos
conhecimentos e hábitos anteriores que adquirem novas qualidades. Essa atividade, que é por
cooperação e a comunicação dos homens. Esse tipo de experiência, que se realiza através da
34
impressões vividas pelas pessoas, não como simples recordação, mas como reelaboração
uma nova narrativa, uma nova realidade, correspondente às curiosidades e necessidades das
crianças e dos adultos envolvidos. A imaginação trabalha com materiais colhidos na realidade
e é preciso que a criança esteja imersa em um ambiente cultural estimulante para alimentar
sua imaginação e aplicá-la na criação do novo. Para Camargo (2004, p. 127), "a imaginação
atividades que serão realizadas, controlar a sua execução e avaliar os seus resultados".
pergunta já foi respondida por Franz Kafka (1993), no livro Metamorfose. Esse livro causou
tanto impacto em Garcia Márquez (1928) que, segundo ele, abriu a possibilidade de escrever
diferentes, com matérias diferentes e olhar os objetos de várias perspectivas são formas de
PRESSUPOSTOS:
35
quando a criança realiza algo, qualquer coisa que ela constrói tem a sua marca pessoal e,
assim, ela pode se tornar um agente ativo da construção de sua autoestima; é no produto de
seu próprio fazer que a criança se reconhece como agente de sua atividade. A meta principal é
o desenvolvimento da autoestima positiva que aponte para um sujeito que faça uma
2. O fazer junto com outras crianças, com a mediação do professor, desenvolve habilidades
que aumentam o sentimento de valorização positiva que a criança tem sobre si própria,
superando visões negativas que possam ser atribuídas pelos outros. No fazer cooperativo, a
diferentes contextos.
importantes para que a criança consiga estabelecer uma desenvoltura para com o outro, uma
vez que a autoestima é construída na relação do sujeito com outros sujeitos significativos.
sobre a criança, sobre o universo dela e seus valores. Para que o professor possa ser o
do diálogo com a criança após cada atividade. O professor, assim, conseguirá captar as
representações, ou seja, o sentido pessoal que cada criança atribui à atividade e aos
36
significados a ela relacionados. Mas nem todas as nossas representações se formam tão
simplesmente - por exemplo, representar termos como Deus, eternidade, morte, infinito e
mesmo sociedade, história, classe social, etc. É preciso que, no centro das atividades junto à
experimentar e expressar uma gama de emoções. O professor deve ser o mediador dessa
emocional. Aquilo que a criança ouve dos demais é repleto de significado e esse significado é
sempre valorativo, mas pode ser transformado a partir das vivências da criança.
7. A autoestima tem relação com a emoção e a imaginação, uma vez que as relações são
espaço da emoção, pois nela se expressa - isso porque os homens utilizam a imaginação para
8. Nem toda a imaginação é criadora; assim, o professor deve fomentá-la. A imaginação que
está aberta para o mundo, para o outro, para o novo e para fazer diferente, é a que favorece a
projeto tem relação com a capacidade de realizar operações complexas dentro do universo
imediado.
10. Como a autoestima passa pela questão do valor, a mediação é fundamental. Se existe uma
papel do professor, que deve estar atento às diferenças particulares, a ideologia que
implementa está fazendo a mediação nas relações entre as crianças. Ou seja, o seu papel de
mediador das relações ideológicas permeia a questão da autoestima, uma vez que a
sua vida.
ambiente em que haja tolerância às diferenças, onde o papel de mediação do professor seja
fundamental.
13. O professor deve contemplar as diferenças entre as crianças e não somente valorizar
atividades, a autoestima das crianças que não se posicionam igual aos demais da turma,
14. O professor deve ser o mediador da autonomia da criança para que ela se torne um agente
ativo na construção de sua própria identidade e não seja apenas influenciada pelas opiniões e
38
15. Sobre a aprendizagem da autoestima, tem-se como fundamento que a autoestima positiva
transmite ao sujeito a sensação de se reconhecer como autor da sua vida. Leva, portanto, o
sujeito a se reconhecer como capaz de utilizar a sua imaginação e também ser o protagonista
objetivo. Considerando que "a emoção está presente em cada etapa das da atividade de
reconhecer.
conhecimento progressivo do aluno sobre si mesmo e suas relações com os demais. Inicia-se
com uma preparação do professor para trabalhar a própria autoestima e a de seus alunos.
Dessa maneira, o professor deve sempre dar uma explicação geral para trabalhar o método de
programa exigem seguir certa sequência no processo, bem como certas habilidades que tem
em conta os objetivos a serem alcançados. São atividades e técnicas que estão distribuídas
para o trabalho do ensinar e aprender, mas que envolvem a condição de que o professor tenha
uma ampla compreensão dos elementos objetivos e subjetivos que compõem cada módulo,
considerando as características e os recursos que cada um dos alunos tem para a participação
nos mesmos.
seu papel na escola. Segundo Vygotsky apud Daniels (2007, p. 53), "somente quando
científico como inseparáveis do modo como a palavra é usada. Dessa forma, para Vygotsky, é
1. Da análise da situação social que define a vida da criança; e 2. Da análise das estruturas
existência social. É relevante para nossas preocupações, nesse momento, que o professor
tenha uma compreensão da criança como um sujeito histórico e cultural mediado pela
linguagem e imaginação, e que entenda que as suas emoções envolvem a formação de uma
trabalhar com o programa. É preciso que o professor tenha um olhar atento para a prática da
convivência, para a ética nas relações e para a comunicação das expressões que se finalizam
por isso é preciso que e professor tenha compreensão própria da dinâmica desenvolvida em
sala de aula no que se refere as relações e interações que se estabelecem. O que ele significa
aluno? Como a experiência da criança pode ser mediadora do seu processo de aprendizagem?
Cada módulo é um progresso em relação aos demais e não deve ser visto de forma
estanque, mas dinâmica, conforme o professor faz a sua leitura do momento do grupo e da
41
MÓDULO I. A AUTOESTIMA
INSTRUÇÕES GERAIS:
considerados pelo professor, à medida que surgem em cada momento na sala de aula. Nesse
sentido, cada pequena vitória e cada atividade compartilhada representam uma experiência
É importante que o professor faça o registro após cada atividade desenvolvida. Anotar
daquilo que ele observa e argumenta; aprende a partilhar o que lhe é significativo; nesse
percurso, deve ser incentivado a buscar diferentes respostas para o mesmo problema.
O professor deve ser o estímulo para provocar e propor as atividades, deve trabalhar e
mediar os conflitos que porventura surgirem durante as atividades, porque o objetivo deve ser
construir junto com os seus alunos. Nesse sentido, o docente deve preocupar-se com todo o
processo de desenvolvimento das atividades e não apenas com o produto, com o resultado e
os objetivos das atividades. O professor deve ter a consciência de que a escola visa a
Refletindo sobre o que acontece na realidade, Martínez (2007) aponta que "poucos
estéreis, tarefas burocráticas mantêm um que fazer que justifica o processo educativo,
completamente alienador" (p. 22). Assim, cada atividade do professor deve ser reflexiva uma
forma de prática social. As formas de ação do professor não podem ser desorganizadoras da
diversão, o lúdico o jogo e a brincadeira devem ser desenvolvidos para o alcance de níveis
cada vez maiores de conscientização do educando, pois uma criança com um ambiente
objetivamente agradável vai desenvolver uma interpretação sobre si própria e sobre os demais
de acolhimento.
A conexão entre o ambiente mediado pelo professor na sala de aula deve ser pautada
em uma conduta, na qual este deve agir guiado por seus valores e princípios promovendo a
interação social da criança. A sala de aula é um sistema de regras e princípios que se baseia
propiciar o espaço para a participação de todos os alunos. Segundo Martínez (2007, p. 23),
com a qual a escola tem que lidar". Deve-se respeitar as opiniões e as diferentes culturas que
se apresentam na escola, pois a escola não é o único local onde ocorre a aprendizagem,
44
considerando que as crianças trazem significados de outros contextos como a família, a igreja
e a comunidade.
possibilitar a comemoração, a festa, a celebração com as crianças pela satisfação, pelo êxito e
qualidade da tarefa atingida e cada mudança alcançada. O professor deve trabalhar com a
união entre teoria e prática, na qual os valores de igualdade, liberdade e transformação social
estejam presentes.
O professor deve ter a consciência de seu papel de mediador como condição para o
de ser, estar e conviver como um protagonista desse mundo. O respeito pela diversidade,
justiça social e igualdade é algo que se deve levar em consideração, pois são valores nos quais
os valores trabalhados nas atividades com as crianças devem ser complementares e não
relacional baseado em valores eticamente desejáveis – ou seja, orientados pelo respeito – para
a consideração em relação ao outro e pela harmonia do mundo em que se vive. Nesse sentido,
Desenhar e empregar modos de ação coerentes com estes objetivos e fins últimos.
45
CONHECIMENTOS PRÉVIOS:
projeto de vida.
conceituar a escola e a sala de aula como um ambiente isolado da criança, em vez de estudá-lo
relacionamento ativo e reflexivo sobre o que tal ambiente e tal prática significam para a
criança.
realização das atividades deve preservar o trabalho cooperativo, imaginativo e criativo a cada
momento. Deve argumentar, pontuar, e refletir claramente sobre cada atividade e cada
identidade e alteridade.
do professor nas atividades propostas é fundamental. Nesse trabalho, o professor deve estar
disposto a realizar a escuta e a observação atenta das crianças durante cada atividade.
46
como atividade criadora e a escola como um sistema social concreto no qual a atividade
realizando. É desejável também alguma leitura prévia, por parte do professor, a respeito dos
CONTEÚDO E MÉTODO
dimensões, o professor deve estar atento para a forma em que se desenvolve o programa e
refletir sobre os objetivos esperados e atingidos. Por isso, em cada um dos módulos, se realiza
uma exposição dos objetivos que se pretende atingir, assim como dos procedimentos e dos
materiais necessários. Aconselha-se uma leitura detalhada de cada atividade antes de realizá-
la.
ATITUDE
realização. Essa atitude deve demonstrar aceitação sobre a expressão dos alunos, sem julgar
ou avaliar suas colocações. A atitude compreende também estar sempre presente para realizar
mediações nos momentos necessários. Por exemplo, quando o professor observa que a criança
deve ocorrer no sentido de não valorizar essa ação da criança, mas proporcionar atividades
conjuntas de trabalho nas quais a aceitação do outro em jogos e conversas esteja presente. Em
completar uma tarefa amigável e colaborativa; essa postura pode ser mais importante do que
tomar uma atitude de coerção do comportamento da criança. Uma sugestão, por exemplo, é
enfatizar o fato de os seres humanos não conseguirem sobreviver sozinhos, e que, portanto,
devem buscar respostas para as dificuldades de convivência que podem se apresentar durante
cada atividade.
ADAPTAÇÃO
características dos seus alunos e com as quais estes se sintam mais identificados. O professor
também pode fazer adaptações, criações e alterações, desde que compreenda quais objetivos
se pretende atingir em cada módulo. Convém recordar que cada grupo é diferente e, portanto,
professor deve ter primeiro a compreensão do contexto em que são possíveis as inserções das
atividades do programa.
Dessa forma, cada atividade também deve ser adaptada a uma idade específica e
quais as crianças se incluem ou não. Assim, as modificações podem ser feitas pelo professor
SEQUÊNCIA
levando a cabo cada atividade que se aconselha para cada módulo. No entanto, existe a
propósito que se destina, mas o módulo deve permanecer para garantir uma lógica sequencial.
Uma vez concluído um módulo, passa-se para o seguinte até chegar ao último. Não é
colaborativas têm integração com todos os alunos e devem ser desenvolvidas em todo o
programa - ou seja, semanalmente, pelo menos uma tarefa deve ser cooperativa e
colaborativa.
montagem dos grupos, o professor deve estar atento para que alunos não sejam excluídos de
outros pequenos grupos: existem sempre crianças mais populares e outras que são
marginalizadas. Assim, o professor deve cuidar da aceitação e integração dos alunos em todos
os grupos. As diferenças entre as interações das crianças passam por alunos que são mais
mimado: todos esses papéis podem ser observados e transformados, no sentido de alguma
criança do grupo estar desempenhando tal papel porque busca vínculos que lhe permitam ser
mais ou menos aceita. Assim, aconselha-se ao professor fazer uma distribuição aleatória de
grupos e, em outras atividades, uma distribuição mais explícita daqueles alunos que percebam
estar sendo excluídos pelos demais; afinal, busca-se trabalhar com a importância da relação
entre iguais, na certeza de que o professor atento à sua turma conhece profundamente as
currículo escolar, uma vez que existem limitações das práticas de ensino padronizadas que
contribuem para descobrir o que os alunos chegam a ser capazes de realizar, pois, para
Daniels (2002, p. 259), "ao longo do currículo, dá-se uma ênfase ao ensino dirigido com um
sentimentos e emoções, ideias e preocupações na aula. Dessa forma, encorajar um papel ativo
professor um olhar para o progresso do aluno e não somente para a sequência das atividades
em sala de aula.
Nesse sentido, o programa deve ser desenvolvido por professores que estão
efetivamente em sala de aula, e não construído como algo alheio às atividades escolares. Essa,
entretanto, é a situação ideal mas nem sempre possível, porque na maior parte das vezes o
50
mesmo professor já desempenha uma série de atividades em seu cotidiano que podem impedir
É muito importante que o professor expresse aos alunos a importância das conexões
existentes entre as atividades. Nesse sentido, indica-se que cada atividade seja precedida de
memória para aportar informações novas e relevantes à criança e aos seus colegas de turma.
centraliza o programa (caso estejam envolvidos mais de um professor nas atividades), que
DURAÇÃO DO PROGRAMA:
forem sendo realizadas as avaliações, ao final de cada atividade e módulo. É importante que
essas atividades ocorram em seu tempo e ritmo, sem pressão para sua conclusão, aproveitando
CRONOGRAMA DO PROGRAMA:
2004).
Tal posição do professor passa por seus valores. Desse modo, o professor é a pessoa
que deve estar atenta e sensível a cada criança e à sua posição no grupo. O professor deve
estar atento aos discursos dos alunos e seus valores, que sempre perpassam as relações das
cultural da criança em seus vários contextos além da escola; exige, além de sensibilidade para
que significa o devir ou de vir a ser. O dialogar com a criança é permitir uma cadeia infinita
de enunciados (atos de enunciação), em que a dúvida leva a outro ato, e assim por diante
(Brait, 2005). O professor deve considerar os valores que a criança traz para o contexto de
sala de aula, considerando-a como um ser que expressa os seus sentidos e significados durante
as atividades.
O professor deve considerar que a atividade não é um evento ou uma simples ação
física sobre o mundo. O agir humano compreende uma ação que é situada historicamente e à
qual as crianças atribuem valor; assim, cada atividade deve ser avaliada pela atribuição de
valores que são ativamente produzidos pelos sujeitos no momento em que a atividade é
realizada. Essa postura coaduna-se com os postulados de Bakhtin (2005), que aborda a
diferença em termos de um dado (físico) e o postulado (o proposto pelo sujeito) para dar conta
outro; assim, é igualmente fundamental saber o nome de cada uma das crianças, ter sempre
presente a presença do outro, seu rosto, seu olhar, sua voz, como fundamentais para a
53
pessoas envolvidas no programa; melhora na percepção dos alunos por parte do professor; e
entre os grupos de alunos. Propicia, ainda, uma maior qualidade das relações entre professor e
aluno e indicam uma maior integração social. Assim, o programa potencializa a autoestima
REFLEXOES FINAIS
Este programa deve ser lido em dois níveis um como técnicas para potencializar a
autoestima dos alunos e outro como um texto que favorece o desenvolvimento de reflexões
formas clássicas de aceitação ou rejeição do outro, o professor que se interroga sobre como
agir aqui terá não um manual mais uma orientação geral, um plano de como desenvolver em
estigmas e controvérsias que perpassam o cotidiano da sala de aula. O grande problema que
se coloca ao professor é o significado e o sentido mais amplo destas atitudes que podem gerar
sobre o nosso papel enquanto educadores. O verdadeiro valor do livro está em instigar
Atividades que devem ser pensadas e adequadas para a população que se pretende trabalhar, é
terapêutico. Quem sabe se aplicado corretamente as atividades possa partir aos alunos contar
outras histórias de suas vidas na escola. O problema de transladar as vivências práticas das
atividades para o cotidiano, pode ser animado pela intervenção do professor em propostas
inovadores. A intenção deste livro é a de que estes valores desenvolvidos em cada um dos
Módulos perpassem a trajetória acadêmica e alcancem os alunos de uma outra forma em suas
vidas diárias.
55
MÓDULO I: A AUTOESTIMA
DESCRIÇÃO
atividades, a autoestima se revela à medida que a emoção comunicada tem uma fundamental
realidade.
Perceba, a seguir, como a fala de cada aluno pode revelar a sua autoestima.
Paulo fala sobre si: “O que eu lembro, eu não sou muito de estudar, não gosto, sempre tive
dificuldade, então não me esforço bastante”. “Eu não sei bem, não entendo”. “É dificuldade
Rodrigo diz: “Eu sou burro mesmo. Não tenho memória. Minha cabeça está cheia de vento”.
“Eu não sei de nada”. Sobre o desenho que fez, fala: “é feio”, “está torto”.
Jandira fala: “Eu não sou tão inteligente como outros colegas, preciso estudar muito mais”.
próprio e competência que uma pessoa tem de si mesma. É a visão que a pessoa possui de si
56
mesma, como ela se vê, como ela se percebe. A autoestima é a reunião dessas avaliações e é
A autoestima inclui a avaliação subjetiva que uma pessoa faz de si mesma como sendo
positiva ou negativa. Envolve crenças, por exemplo: "Eu sou capaz de realizar isso"; "As
valorização não somente de si mesmo, mas do outro, e das relações que se estabelecem com o
mundo. Como decorrência, esse trabalho tem por objetivo fundamental envolver todos os
estar ligado ao outro, sem a culpabilização do aluno pelos problemas que enfrenta e na prática
Objetivos
Preparação da atividade
Duração
Aproximadamente três semanas de atividade (realizando, pelo menos, duas atividades por
semana).
57
Cronograma
Objetivos:
Duração: 40 minutos
Recursos do professor:
Servir como mediador para o desenvolvimento da autoestima. É necessário estar sensível
aos valores expressos nos discursos e estar atento para a posição de cada criança no
grupo, além de permitir espaço para a expressão individual.
Dinâmica grupal:
como as crianças o veem e que características fazem com que as pessoas sejam
diferentes entre si. Também pode discutir com as crianças sobre as pessoas que são
diferentes. Em seguida, pede para que contem sobre alguém que julguem ser diferente.
Após, distribui os alunos em duplas e solicita que se apresentem uns aos outros, que
falem de si e das suas características pessoais. Se o grupo for ímpar, o professor pode
tomar o lugar de uma criança para compor a dupla. Orientam-se os alunos para que
escolham características pessoais que julguem importantes. Esta conversação deve levar
cinco minutos.
Depois, se reúnem no grande grupo e cada dupla apresenta o seu colega, reforçando as
coisas que lhe pareceram mais importantes e as características que o tenham
impressionado mais.
Conclui-se a atividade, reforçando o valor de cada um para os demais membros do
grupo.
Variações:
O professor também pode trabalhar com as crianças menores com o auxílio de desenhos,
nos quais a criança desenha aquilo que mais gosta em si e apresenta para as demais. Em
seguida, fala sobre o seu desenho, sobre suas características e qual, ou quais, considera
importantes. O professor pode usar um espelho como recurso para que a criança se
observe antes de fazer o seu desenho, deve fazer a mediação no sentido de ajudar a
criança que não conseguir reconhecer, ou encontrar palavras para falar sobre si mesma.
As crianças também podem desenhar partes do corpo que acham bonitas, por exemplo, o
cabelo, os olhos, o nariz ou as orelhas, as sardas etc. O professor deve trabalhar com os
elementos que as crianças trazem para o debate, assim, promove a auto apresentação e,
ao mesmo tempo, a hetero apresentação. O professor deve mediar os diálogos e
comentários da criança, buscando evitar preconceitos ligados à autoimagem.
Objetivos:
Duração: 40 minutos
Atividades em duplas, nas quais uma criança desenha o corpo da outra sobre o papel.
Procedimentos:
Objetivos:
Recursos do professor:
Antes de começar a atividade pode-se orientar para que as crianças caminhem pela sala
de modo aleatório. Colocar uma música leve ao fundo, pedir para que caminhem no
ritmo da música e depois façam duplas ou, conforme a situação, o professor pode formar
as duplas. Em seguida, o professor entrega para cada aluno, uma folha com perguntas
que servem para a realização de uma pequena entrevista, conforme a Ficha 3. Quando os
alunos são muito pequenos, pode-se reduzir o número de perguntas àquelas mais básicas,
para que se conheçam melhor. Pode-se deixar somente a questão do nome da criança e
trabalhar sobre a origem e os significados do nome. Ainda é possível deixar a atividade
com os alunos um dia antes da realização em sala de aula para que a criança pequena
possa perguntar aos seus pais uma história do porquê de seus nomes. Na próxima sessão,
cada criança conta para as demais a origem do nome.
Variações:
Uma variação possível para crianças mais velhas é o professor deixar livre para a criança
contar uma ocasião divertida em sua vida, o que fez de divertido, porque as pessoas
riram, como se sentiu naquela ocasião. Nesta atividade o professor deve ter cuidado com
as crianças mais introvertidas, que direcionam a atenção para suas impressões, emoções
e pensamentos. Nesta ação voltada ao exterior, muitas vezes os comentários dos colegas
podem afetar o comportamento da criança e é preciso que o professor intervenha, no
sentido de que este deve orientar para que cada um faça uma pergunta de maneira
sensível ao colega. Deve ficar claro que o objetivo é que ele conte a história e não se
sinta inibido pelos demais. A criança pode também fazer uma pergunta para quem conta
a história divertida, conforme a sua curiosidade. O professor deve trabalhar com o
sentimento de respeito e coletividade, quando alguém fala, o outro aguarda a sua vez,
para que a atividade transcorra de forma prazerosa e divertida. O professor, ainda em seu
papel de mediação, deve considerar que a história que a criança traz como divertida para
si, pode não ser divertida aos olhos dos seus pares, assim a mediação é importante no
sentido de permitir que nenhuma criança seja criticada por sua história ou excluída do
processo.
62
Objetivos:
Recursos do professor:
Antes de começar a atividade, o professor deve orientar os alunos para que pensem na
natureza, nas flores que conhecem e na sua variedade. Explorar por meio do diálogo
quais as características de cada flor, seu perfume, sua cor etc.; pensar que existem flores
pequenas e grandes, ou seja, há inúmeras diferenças que trazem para cada flor a sua
beleza.
O professor deve orientar para que escolham uma flor com a qual se identifiquem e
expliquem o porquê, “se eu fosse uma flor eu seria...”
Pode-se falar também sobre a formação de uma orquestra em que todos os instrumentos
são necessários, pode-se discutir com as crianças quais instrumentos musicais elas
conhecem e com que os seus sons são parecidos. Depois de explorar as diversidades de
instrumentos e sons, pode-se pedir para que cada criança escolha um instrumento que
goste e fale sobre suas características e porque o escolheu.
E, assim, cada criança pode expressar seus pensamentos e sentimentos, expondo-os ao
grupo, de acordo com suas preferências.
Variações:
63
Uma variação para a dinâmica, quando aplicada para crianças pequenas e que não leem,
seria o desenho. O professor pode pedir para que desenhem em uma folha de papel uma
flor, um instrumento musical ou um brinquedo.
Ao final, apresenta-se para o grande grupo o trabalho que cada criança fez, e fala-se
sobre as diferenças pessoais. É importante que o professor pergunte para as crianças, ao
final da atividade, o que aprenderam.
No critério valorativo, o professor deve se preocupar com o valor que o sistema
sociocultural atribui à maneira do indivíduo existir. Com as crianças maiores, atentar
para determinados valores culturais que eles atribuem aos colegas mais tímidos ou
introvertidos. A mediação do professor interessa para que as crianças envolvidas na
dinâmica se preocupem com seus julgamentos, enfatizando o que as deixa iguais umas às
outras e ressaltando o fato de que todas são necessárias ao trabalho coletivo.
O professor pode realizar também uma discussão sobre as qualidades externas e internas
de cada instrumento musical, com vistas à formação de uma orquestra improvisada em
sala de aula. Assim, cada aluno teria a oportunidade de representar o seu instrumento
musical e o professor faria um arranjo musical improvisado com a turma, no qual todos
os elementos se sentissem necessários para a composição da orquestra. Essa situação de
improvisação vivida em sala de aula é decorrente de esquemas disponíveis que vão ser
mobilizados pelo professor e que são capazes de gerar uma infinidade de práticas não
exercidas em situações cotidianas. Portanto, é importante o professor utilizar o
improviso junto com as crianças e jovens e, deste modo, sair do lugar comum na
constituição da autoestima do grupo.
Objetivos:
Recursos do professor:
O professor pede para que a turma forme um grande círculo; inicialmente pode ser com
todos sentados em suas cadeiras. Então, cada aluno deve escrever em seu papel uma
característica ou qualidade positiva de seu colega da direita. Para isso, deve observar o
colega e simplesmente escrever. É necessário alertar os alunos para não pode colocar o
nome do colega. O professor deve informar que são permitidos somente atributos
positivos e qualidades, e que os nomes daqueles que escrevem não serão revelados. Os
alunos disporão de três minutos para a atividade. Logo em seguida, o professor pede para
que dobrem os seus papéis e recolhe todos. Depois, redistribui as características escritas,
uma para cada criança. Então, as crianças devem ler atentamente as características e
buscar identificar a quem pertence. É interessante permitir que os alunos identifiquem
outros com atributos positivos, e que reconheçam entre si tais atributos.
Variações:
Com crianças muito pequenas, o professor pode fazer a mediação refletindo sobre os
aspectos que acham importantes nos colegas, pode incluir uma variação à dinâmica
acrescentando o que acham que foi a coisa mais importante que o colega fez ou que tipo
de brincadeiras ele gosta de fazer, como ele se relaciona com cada criança no grupo,
conforme a Ficha 5. A atividade vai permitir uma maior integração das crianças com o
grupo como um todo.
Com crianças mais velhas a variação da atividade pode ser feita colando um papel nas
costas do colega e pedir que cada um escreva as qualidades que encontra no seu amigo,
enquanto todos se movimentam pela sala ao som de uma música tranquila ou mais
animada. Cada vez que a música parar, o professor indica que devem escrever somente
características positivas nas costas do colega e que não precisam se identificar.
Quando o professor verificar que todos escreveram, todos sentam novamente e cada um
65
pode ler os recados de seus colegas. A dinâmica é muito apreciada por jovens do ensino
médio, e auxilia a formar uma boa autoimagem frente ao grupo. A preocupação do
professor deve ser com o critério valorativo. Ao professor que faz a mediação com
grupos de crianças maiores interessa o valor que o sistema sóciocultural atribui à
maneira do indivíduo existir. Assim, como mediador, o professor deve evitar que as
crianças sejam julgadas pelas outras por meio de algum tipo de preconceito ou valor
cultural que qualquer elemento do grupo possa atribuir aos seus colegas, percebidos
como diferentes. A mediação deve ser um movimento sensível do professor sobre o
"tratamento", a fim de deixar as crianças mais expansivas.
Objetivos:
Recursos do professor:
O papel do professor como mediador para o desenvolvimento da autoestima, sensível
aos valores dos discursos ideológicos e à posição de cada criança no grupo. Deixar a
criança falar, dar a ela espaço para a expressão das suas ideias.
Procedimentos:
Incentiva-se que uma das crianças apresente-se de maneira voluntária e pede-se que
pense em um colega da classe. O professor solicita que ela sente no meio do círculo e
passe a observar os seus companheiros. Em seguida, todas as outras crianças devem
tentar imaginar em quem está criança está pensando.
O professor faz a mediação perguntando: “se esta pessoa fosse um móvel, que tipo de
móvel da sala ela seria?”; “se fosse uma cor., que cor teria?”; “se fosse um filme, qual
66
seria?”, etc.
O professor deve orientar o grupo para que busquem adivinhar quem é a pessoa. Pode-se
aproveitar o jogo para anotar as identificações feitas pela turma. É importante atentar
para que não se produzam chacotas, a fim de não expor nenhuma das crianças frente à
turma. O professor pode orientar a turma para escolher qual será a próxima criança a ser
o adivinho, ou pedir que o próprio grupo construa uma regra para a seleção do próximo
adivinho.
Variações:
O professor pode utilizar um jogo de cartazes, com frases que podem ser sorteadas pela
turma. Para crianças com mais idade, o professor pode sugerir personalidades, “se eu
fosse um prefeito, que tipo de prefeito eu seria?”, “que sugestões faria para melhorar a
cidade?”, e assim por diante. A associação com personalidades do futebol, do cinema,
etc. é bastante frequente quando se aplica esta dinâmica a pré-vestibulandos. O professor
deve mediar as interlocuções das crianças evitando que gerem chacotas entre os colegas,
tais como: “você seria um péssimo jogador, bailarino ou cantor”, etc. O professor deve
explorar com as crianças os aspectos positivos e os valores afirmativos da autoestima, a
fim de fortalecer os laços de amizade e companheirismo entre os colegas.
Objetivos:
Materiais dos participantes: Uma folha de papel em branco, lápis e giz colorido; Ficha
7.
Procedimentos:
O professor deve solicitar a cada aluno que faça no centro do papel em branco, um
desenho de si mesmo. Em seguida, cada aluno deve escrever cinco linhas ligando este
67
desenho, ao pensamento das pessoas mais significativas que ele recorda e que lhe
tenham transmitido mensagens positivas. Assim: Escreva as mensagens na ponta das
linhas, um exemplo: Tio Paulo: - Você tem tudo para...; Tia Maria: - Você é muito
especial... etc. Em seguida, em outra folha, as crianças devem fazer o mesmo desenho
de si no centro e produzir novamente cinco linhas, ao final das quais devem colocar o
pensamento das pessoas mais significativas que lhe tenham transmitido mensagens
negativas. Exemplo: Tio Paulo: - Você não pode ficar calado nunca... etc. Depois dos
desenhos realizados, o professor pergunta se alguém gostaria de se manifestar sobre
os seus sentimentos e emoções ao realizar a atividade: quais pessoas foram mais
significativas para ele (a), de quem se lembra, o que as pessoas dizem sobre ele (a)
etc. É importante não obrigar a participação do aluno, cada pessoa deve se manifestar
livremente sobre o desempenho da atividade.
Variações:
Uma variação da dinâmica realizada com adultos pode ser desenvolvida da seguinte
forma: após terem escrito as mensagens negativas, as pessoas foram convocadas a
riscar tal mensagem, e a elaborar uma mensagem positiva, que evidenciasse
exatamente o contrário da primeira. Para que a autoestima se desenvolva é preciso
ressignificar as experiências históricas que foram dolorosas para as pessoas. Com
crianças muito pequenas, esta dinâmica deve ser adaptada para colocar somente
aspectos positivos relacionados ao desenho. O professor também deve estar atento
para as narrativas das crianças no contexto de sala de aula, ou seja, o que tendem a
reproduzir em seus discursos sobre o que ouviram dos demais adultos ou mesmo de
outras crianças.
Descrição
social, na qual busca o material que reorganiza e reelabora para construir o novo. Para
principalmente, pela emoção. É da relação emocional com o outro que, aos poucos, a ação e o
pensamento da criança vão sendo significados e diferenciados, que irão nascer outras formas
emocional; mesmo que sua expressão às vezes nos pareça como pensamento lógico, a sua
A imaginação se forma a partir das experiências adquiridas pelo indivíduo, pois toda
elaborado. Quanto mais rica for a experiência humana, mais recursos estarão disponíveis para
restringem às vividas e presenciadas, mas são também compostas pelas experiências alheias,
os homens.
experiências muitas vezes fragmentadas do mundo. Assim, "é comum que os alunos com
69
emoções. Tais imagens servem de expressão interna e externa dos sentimentos. Segundo
Vygotsky (1990, p. 21), “as imagens da fantasia emprestam também linguagem interior aos
tal maneira que responda ao nosso estado interior de ânimo e não à lógica exterior destas
próprias imagens”. Assim, a imaginação é uma atividade implicada com a emoção, porque
com o estado de ânimo do sujeito. A imaginação também interfere no estado de ânimo, pois
influenciar os sentimentos.
sentido da emoção, produzido na experiência, se manifesta pela relação de uma emoção com
emocional, sem que um desses momentos seja “reduzido” ao outro (Gonzáles Rey, 2003).
distância ou até por negligência, a família e a escola deixam passar as melhores oportunidades
para mediar o comportamento das crianças. Muitos pensam: “puxou pro fulano”; “você é
burro mesmo”; “eu era assim...”; “com o tempo, passa...”; “esse não tem jeito mesmo”; “deixa
pessoas significativas que tenham trazido mensagens negativas para as crianças sejam
70
da menina que nunca mais cantou. Nessa situação a criança estava com a família, feliz com os
sala param de cantar e apontam para ela, dizendo: “você não sabe cantar!!!”. Situações como
Outro fato importante é que o professor deve considerar o caso da criança tímida, que
pode comprometer as trocas intelectuais e afetivas com os outros. A criança pequena está
muito suscetível ao julgamento e à opinião dos colegas, vai adquirindo o medo dos olhares
dos demais. A criança pequena que é muito tímida pode perder oportunidades de amizade que
favorecem sua integração na escola. Se o retraimento se torna muito intenso, pode até mesmo
A criança tímida preocupa-se muito com o julgamento dos outros a seu respeito, assim
tende a se manter calada; é muito cautelosa e busca as consequências de suas ações, sempre
planejadas, para enfrentar as exigências do ambiente que lhe parece hostil. Muitas vezes a
timidez é interpretada pelos professores como uma patologia, ou então as crianças podem ser
Conhecemos uma menina que era tão tímida que tinha vergonha de pedir para ir ao
banheiro simplesmente por medo de ser interpretada pelo professor e pelos colegas como a
mijona. Assim, um dia ela simplesmente levantou o dedo depois de muito tempo esperando a
aula acabar, e ficou assim, com o dedo em riste. Como o professor não lhe dava muita
atenção, permaneceu com o dedo erguido até fazer xixi na sala de aula, o que foi um grande
71
constrangimento para ela e uma piada para todos. Isto marcou negativamente a sua
experiência da pré-escola.
Ao contrário do que se pensa, não é dizendo para a criança que ela é maravilhosa que
ela adquire autoestima; é preciso evitar a superproteção e as expectativas altas demais para
criança, afirmando que falta energia a esses pais, buscando esclarecer sobre o futuro do modo
de agir de seu pequeno tirano. Já os pais, justificam-se afirmando que quem deve educar a
criança é a escola. Em todo o caso, o que se observa é certa falta de interesse para com as
crianças, por ambas as partes, sobre aquilo que é (ou pode vir a ser) o comportamento habitual
desenvolvam.
livremente.
atividade humana não se limita a reproduzir fatos ou impressões vividas, mas cria novas
imagens com função criadora, o que faz do homem um ser projetado para o futuro. Para
Vygotsky (2002),
fato subordinadas aos significados dos objetos, e a criança age de acordo com eles.
(Vygotsky, 2002, p. 97).
orientadas para a quebra e para o estranhamento do lugar comum - por exemplo, junta-se a
história da Chapeuzinho Vermelho com a história de João e Maria. Nesse processo, a criança
Objetivos
Duração
Três semanas de atividades (sendo, pelo menos, uma atividade por semana).
Cronograma
Objetivos:
Duração: 30 minutos
Materiais dos participantes: Uma venda para a criança que ficar no centro da roda; Ficha
8.
Recursos do professor:
A posição do professor deve ser a de mediador; o professor deve ser capaz de auxiliar as
crianças, fornecendo segurança e apoio necessário para seu crescimento equilibrado.
Dinâmica grupal:
Procedimentos:
A criança vendada deve girar, junto com o professor, com a mão apontada para os
- Posso parar?
- Sim ou Não?
- Aponte para alguém.
- O que você quer desta criança? Um aperto de mão? Um beijo? Um abraço?
Existem maneiras de o professor permitir que a criança expresse as suas emoções em
sala de aula. Esta atividade é somente uma delas, uma brincadeira de roda. O importante
é que a criança tenha oportunidade de compartilhar seus sentimentos, gostos e desejos.
Muitas vezes, as demais crianças podem ser vistas como ameaça; a proximidade, o olhar,
permitem uma maior abertura para o outro. Nesta dinâmica, o professor deve ser o
mediador, tomando cuidado com as opiniões dos demais e evitando posições autoritárias
ou que favoreçam a timidez. A possibilidade de aprender a expressar seus sentimentos
no ambiente escolar favorece a confiança da criança em si mesma e nos demais e pode
contribuir para aumentar a autoestima da criança.
Variações:
Uma variação pode ser obtida através de um material auxiliar para crianças mais velhas:
por exemplo, colocar uma garrafa no centro da roda e pedir para alguém girar; quando a
garrafa parar, as suas duas extremidades estarão apontadas para duas pessoas, que devem
conversar. Assim, aprendem a ouvir e a compartilhar emoções. O professor pode
estipularum tempo para que a dupla converse livremente, os demais permanecem em
círculo e escutam o diálogo entre a dupla.
Outra variação da dinâmica, para crianças menores, pode ser obtida através de emoções
não verbalizadas: o professor pede para que a criança do meio da roda manifeste um
sentimento, por exemplo, sorrir com os olhos, mostrar alegria, felicidade, tristeza, etc. A
75
criança do centro escolhe alguém na roda e esta deve adivinhar qual é a emoção que a
criança do centro está manifestando. Desse modo, o professor evita o contato físico, mas
ao mesmo tempo trabalha com a expressão emocional das crianças.
Outra variação possível para a formação em círculo é a formação em duplas, na qual a
primeira fila manifesta sua emoção e a segunda deve identificar qual é a emoção da
pessoa; em seguida, os papéis são trocados.
Duração: 20 minutos
Recursos do professor:
A posição do professor deve ser a de mediador; o professor deve ser capaz de auxiliar as
crianças, fornecendo segurança e apoio necessários para o seu crescimento equilibrado e
para que possam trabalhar livremente suas emoções em sala de aula.
Dinâmica grupal:
Identificar no jornal o que as pessoas estão sentindo a partir das imagens da revista,
recortadas e coladas no jornal. Discutir sobre o tipo de expressão facial, tipo de olhar, o
estado do corpo das pessoas presentes nas fotos, que emoções ou sentimentos essas
pessoas parecem demonstrar.
Procedimentos:
O professor leva para a sala de aula sacolas com revistas e jornais, material de colagem,
tesouras e papel. Pede-se para que os alunos busquem imagens de pessoas, recortem e
colem em uma cartolina. Propõe-se que os alunos recolham, imagens de lugares,
pessoas, e símbolos relacionados às pessoas que admiram. É importante cuidar que
76
O professor com crianças pequenas, após fazer recorte e colagem, pede simplesmente
para que as crianças identifiquem as emoções de cada cartaz, sem relacionar com a
criança que fez o trabalho, mantendo o anonimato.
Com crianças mais velhas, depois da identificação do autor do cartaz, o professor pode
pedir para que escolham um cartaz e que o colega dramatize a cena em que as emoções
acontecem para que os demais adivinhem.
Outra variação para crianças ainda mais velhas e com capacidade de representação é
fazer um teatro envolvendo todos os personagens dos cartazes, representando quem fala,
como está na cena, etc.
Para crianças muito tímidas, pode ser usado como variação um jogo de mímica sobre as
emoções – raiva, medo, alegria, tristeza – e os demais devem adivinhar. Outra variação
possível seria desenhar as emoções e dar nomes aos desenhos. Para a discussão da
atividade, é importante o professor acompanhar a Ficha 9.
Objetivos:
Descontração;
Aprender a expressar abertamente suas emoções;
Refletir sobre diversos tipos de emoções;
Propiciar a interação entre os participantes.
Duração: 20 minutos
Ficha 10. A posição do professor deve ser a de mediador; o professor deve ser capaz de
auxiliar as crianças na identificação de suas emoções durante a dinâmica. Pode também
fornecer a segurança e apoio necessários para o seu crescimento equilibrado e para que
possam trabalhar livremente suas emoções em sala de aula.
77
Dinâmica grupal:
Esta dinâmica remete a danças circulares, e formação das rodas e cirandas que a criança
normalmente joga nos intervalos de sala de aula. O professor deve ter uma caixa de
papelão nas mãos para a realização da dinâmica, com perguntas prontas sobre como você
se sente em determinada situação, por exemplo, quando te isolam de uma brincadeira,
quando dizem que você é bonita (o). Também deve ter pedaços de papel e canetas para
que as crianças respondam como se sentem para cada uma das perguntas sorteadas.
Procedimentos:
O professor pode trabalhar com perguntas para fomentar a imaginação, podendo estar
relacionadas com qualquer assunto, por exemplo: “por que hoje fez sol?” Logo após, o
instrutor pega os papéis de todos os participantes, embaralha entrega um para cada, mas
o aluno não deve pegar a pergunta que ele mesmo escreveu. Depois de todos terem
pegado o papel, cada um escreve nesse mesmo papel a sua resposta para a pergunta que
pegou. Depois que todos responderem, sem verificar a resposta do outro, deve-se
orientar os alunos para dobrar seu papel e passar duas vezes para seu lado direito, todos
juntos. Então, começa a brincadeira. Uma pessoa começa lendo a pergunta que está em
seu papel, em seguida a pessoa do lado direito ou esquerdo dessa pessoa (depende da
escolha do professor) vai ler o que está escrito, e assim sucessivamente. A mesma pessoa
que respondeu vai ler a sua pergunta, e o vizinho ao lado lerá a sua. O objetivo da
brincadeira é divertir a turma e causar muitos risos.
78
Objetivos:
Duração: 20 minutos
A posição do professor deve ser a de mediador deve ser capaz de auxiliar as crianças na
construção de regras para a viagem e na identificação de suas emoções durante a
dinâmica. O professor pode fornecer a segurança e apoio necessário para o seu
crescimento equilibrado e para que possam trabalhar livremente suas emoções em sala
de aula. Ficha 11.
Dinâmica grupal:
O professor pergunta para as crianças para que lugar gostariam de ir, com quem estariam
e como seria a viagem. Pode-se aplicar a qualquer idade, sempre que exista algum grau
de conhecimento e relação entre os presentes. Um dos requisitos dessa atividade é a
capacidade de simbolização, de imaginação e de fantasia. Assim, após construir com o
grupo um cenário imaginário para a viagem, o professor pode utilizar, em seguida, os
objetos da sala de aula. Serão, portanto, elementos de significado para a construção de
uma viagem imaginária para algum lugar, mas um lugar que seja comum ou do interesse
de todos. Nessa viagem imaginária todas as crianças devem desempenhar algum papel.
O professor deve fazer a mediação entre a imaginação e a emoção da criança na escolha
dos papéis, discutindo com elas a atribuição de cada papel.
Depois da construção do cenário, deve-se debater o que cada um leva na mala para a
viagem. Conforme o contexto montado pelas crianças, cada um pode levar o que quiser
ou o que puder compartilhar com alguém do grupo durante a viagem. Assim, o professor
deve estimular a condução da viagem desde a saída da sala de aula até a chegada ao
79
lugar imaginário.
As regras da viagem como, escolher o lugar; o que podem ou não levar; para onde vão
ou quanto tempo devem ficar lá, devem ser discutidas com todo o grupo, e nenhum
aluno deve ser deixado de fora. Os papéis escolhidos e a troca de papéis também
permitem que a criança desenvolva a sua comunicação mais efetiva com o grupo, o
professor deve estar atento para tudo o que as crianças dizem durante a atividade, e fazer
o registro da avaliação da dinâmica ao final da mesma.
Variações:
Para crianças maiores, o professor pode atribuir problemas, na escolha do lugar, por
exemplo: Fazer uma viagem a uma ilha deserta, mas os alunos somente podem escolher
três coisas para levar na mala, e ficarão no lugar durante uma semana etc. Criar
contextos onde se requer um nível de compreensão e complexidade maior.
Para crianças pequenas, as viagens podem ser interessantes e divertidas se o professor
permitir a imaginação e fantasia da criança fluir durante a atividade.
Objetivos:
Duração: 40 minutos
Nesta dinâmica o professor distribui a folha dividida em quatro partes. Deve ser realizada
em casa, os alunos nomeiam essas partes: em casa, na escola, com os colegas, sozinho. O
aluno deve escrever quais os seus sentimentos mais frequentes em cada ambiente.
Procedimentos:
Para as crianças pequenas, recomenda-se um desenho em cada quadrante do papel: no
primeiro quadrante, “eu na minha casa”; no segundo, “eu na escola”; no terceiro “eu com
os meus colegas”; e no quarto, “eu sozinho”.
Nesta atividade se observa que as crianças pequenas (a partir de quatro ou cinco anos)
tendem a desenhar sempre suas emoções e afetos em relação a outras pessoas.
Por exemplo, no quadrante do eu sozinho, com frequência as crianças desenham a si
mesmas com as pessoas mais significativas ao seu lado, como, avós, pais ou pessoas que
são importantes para ela.
As crianças também desenham a si mesmas realizando atividades que lhes dão prazer, por
exemplo brincar ou ajudar os pais em alguma atividade (estender roupas, limpar o terreno,
lavar a louça, dar banho no cachorro etc.). Em relação ao quadrante escola, a criança
tende a escolher bosques ou pátios, em geral áreas livres para desenhar a si mesmas, ou
preferem desenhar a atividade que mais gostam de realizar na escola, como jogar ou
brincar, fazer ginástica ou balé.
Nesta atividade, o professor deve trabalhar como mediador, pedindo para que a criança
explique o desenho que fez e, em seguida, escreva no papel, no respectivo quadrante, seus
sentimentos.
Variação:
É possível pedir para que crianças mais velhas nomeiem os sentimentos e produzam
pequenos textos ou frases que ilustrem como se sentem na escola, com os amigos, em
casa, sozinhos etc., construindo uma representação de si em diversos contextos. Por
exemplo: “na escola me sinto mal, porque na minha frente tem uma dupla que não para de
conversar e me ignora o tempo todo”, etc.
Depois de o professor recolher a folha de cada aluno, pode pedir para que cada um
apresente os seus sentimentos mais frequentes em cada espaço e explique o porquê do seu
ponto de vista; o que gerou este sentimento de solidão ou de alegria quando está sozinha
em casa etc. É possível abrir para discutir com todo o grupo as diferentes situações em
81
Descrição
lidar com “diferentes maneiras de ser”; assim a identidade se relaciona diretamente com a
alteridade.
heterossexual", "sou jovem", "sou homem". A identidade, assim concebida, parece ser uma
positividade, "aquilo que sou", uma característica independente, um "fato" autônomo que
reconhecer-se como um indivíduo único, no meio de tantos outros igualmente únicos. Com os
da formação da identidade.
estabelecimento de uma relação de paz com os diferentes, a capacidade de conviver bem com
82
alteridade.
vida. Essa formação é mediada pela cultura, escola e pessoas com as quais se convive. Assim,
de que a diferença entre as crianças não seja naturalizada, pois a identidade não pode ser
considerada estanque ou cristalizada. As posições sociais são tomadas como dados ou fatos da
vida social; o professor deve aceitar o diferente e recomendar sempre o respeito e tolerância
para com a diversidade. A mediação do professor deve conduzir a turma para um olhar
estético sobre a diferença em sala de aula; portanto, conceitos como diferença, identidade,
vinculados à sua história de ações e atividades mediadas e que marcam sua relação com o
desenvolvida, ou seja, se desenvolve através da linguagem e da interação social que é por ela
Objetivos
Duração
Três semanas de atividade (sendo realizadas, pelo menos, duas atividades por semana).
Cronograma
Objetivos:
Criar um espaço adequado para que as crianças possam utilizar a argila para produzir
uma escultura livre;
Desenvolver o trabalho de compartilhar os sentimentos que a obra de cada criança traz
para o conjunto;
Melhorar o clima da aula;
Desenvolver a identidade pessoal;
84
Materiais dos participantes: Uma sala adequada com pia e água, jornais, espátulas e
argila (pelo menos 200 gramas para cada criança). Pode-se variar as cores dos materiais:
o papel machê ou a massa de modelar podem substituir a argila sempre dependendo do
contexto em que se aplica a atividade.
Recursos do professor:
Mediação do professor. Enquanto a criança está fazendo a sua obra de arte, o professor
deve ter uma atitude de valorização da atividade e da singularidade, deve resgatar a
importância do olhar estético e destacar singularidades expressivas da criança na
liberdade de sua produção criativa. Ficha 13.
Dinâmica grupal:
O professor pode fomentar o processo expressivo das crianças com variações na mesma
atividade, permitindo a abertura para o novo. Caso a criança deseje ampliar sua
atividade, a obra pode ser colocada para secar e depois ser pintada. Ao final, ainda pode
ser organizada com a própria turma uma exposição de esculturas itinerantes. O professor
deve compreender a criatividade como inerente à condição humana; por isso, essa é uma
atividade que permite a expressão da consciência, do pensamento e da linguagem e que
tem implicações sobre a autoestima da criança.
Variações:
Para crianças mais velhas, é importante que o professor ensine alguma técnica para a
manipulação da argila (como orientar que devem amassar muito a argila para que ela
fique compacta). O primeiro passo da mediação do professor deve ser eliminar a
comparação de desempenho entre as obras. Deve também evitar os estereótipos e nunca
tomar a homogeneidade como parâmetro, porque não existe uma obra igual à outra. Para
trabalhar a identidade deve ser respeitado o ritmo de cada um, o seu tempo de produção.
85
Objetivos:
Criar um espaço adequado para que as crianças possam utilizar um personagem para
produzir uma brincadeira livre;
Desenvolver o trabalho de compartilhar a criação do clã que a criança traz para o grupo;
Melhorar o clima da aula;
Desenvolver a identidade pessoal.
Duração: 40 minutos
Materiais dos participantes: Não são necessários materiais, mas como um tipo de recurso
para auxiliar o professor pode-se levar máscaras para a sala de aula, além de outros
adereços: chapéus, roupas, enfeites, óculos etc., elementos que possibilitem a criação do
personagem.
Recursos do professor:
O professor deve falar com as crianças sobre o circo e seus palhaços, deve explicar que o
86
clown é um personagem, um ator na cena, e que cada um tem o seu, no dia a dia e nas
relações que estabelecem com o outro. Deve dar exemplos de palhaços e suas
manifestações: o palhaço alegre, o palhaço triste, aquele que é meio atrapalhado, etc.
As crianças facilmente descobrem o que é o palhacinho interior. Assim, o professor
auxilia no desenvolvimento desta criação, na dinâmica e no jogo com as demais
crianças. Esta atividade permite o desenvolvimento da identidade pessoal da criança sua
aceitação, sua criação de uma personalidade singular.
Variações:
Nas crianças com mais idade, a atividade de vivência do clown permite buscar os
elementos de identificação com o riso, com o mágico e com a alegria do palhaço interior.
Esta descoberta proporciona aos alunos situações diversificadas nas quais sua identidade
pode ser outra.
A representação de si no clown é um momento em que cada criança adquire a
consciência de outras possibilidades de se relacionar com o real. Também permite às
crianças mais velhas conhecer os limites e possibilidades da expressão corporal e
emocional na construção do personagem. Desta forma, o sentimento artístico das
crianças se mantém vivo através da imaginação. O clown possibilita a expressão dos
sentimentos, as emoções do “faz-de-conta”.
Objetivos:
Duração: 40 minutos
Recursos do professor:
87
Mediação do professor, enquanto a criança está fazendo a sua obra de arte. Deve haver
uma atitude de valorização da atividade, da singularidade, por parte do professor;
resgatar e destacar singularidades produção da obra; Ficha 15.
Dinâmica grupal:
O professor distribui os alunos em pequenos grupos e cada grupo dispõe de papel e lápis.
Os alunos devem trabalhar na representação de si, formando um desenho da sua própria
mão. A fim de valorizar as relações entre os colegas, após realizar o desenho da mão no
papel, a criança deve desenhar em cada dedo um colega da turma, rosto ou corpo inteiro.
Vale lembrar que, primeiramente, esta atividade é uma produção artística individual, mas
com o tempo passa se tornar coletiva. Além disso, o professor deve respeitar o tempo de
cada criança para a construção do desenho; assim, cada um terá a oportunidade de olhar
para seus colegas e representá-los nos dedos de sua mão.
Procedimentos:
Com as crianças mais velhas, pede-se para que cada criança produza o desenho de sua
própria mão; em cada dedo, deve representar um colega que pode ou não estar presente
no pequeno grupo. Em seguida, deve escrever uma palavra que resuma o sentimento em
relação ao colega, o que o colega diria sobre ela e como acredita que o colega a ver,
percebe ou sente. Pode-se também discutir o que cada um pensa sobre as relações com
os demais colegas; lembrar atitudes, frases ou expressões que foram utilizadas pelos
colegas. O professor deve fazer a mediação da atividade, possibilitando, nos pequenos
88
grupos, a discussão sobre como cada criança percebeu o seu colega, como gostaria que
este lhe escutasse e compreendesse - ou seja, proporcionar um momento de interação e
diálogo, contribuindo para a resolução de conflitos que possam surgir.
Deve-se fazer uma adaptação da atividade para trabalhar com crianças pequenas, as
quais não conseguem escrever sobre o que os outros pensam a seu respeito.
Objetivos:
Duração: 40 minutos
Recursos do professor:
O professor, enquanto mediador, deve ficar atento para a reflexão da criança sobre as
frases a ser completadas, sobre a atitude de valorização da atividade e sobre a
singularidade, além de resgatar e destacar singularidades presentes na produção da
criança.
Dinâmica grupal:
O professor entrega para cada aluno uma ficha com frases para completar. Uma vez que
todos os alunos tenham suas cópias, deve-se disponibilizar tempo para que preencham as
frases. Depois de individualmente terem preenchido o papel, o professor faz um círculo e
pede para que um aluno leia a primeira frase que ele completou. Essa eleição pode ser
feita pelo grupo ou por algum aluno que se voluntarie. Após o primeiro aluno ler sua
frase, outro aluno deve escolher outra frase para ler. Assim, segue-se até que todos
tenham lido sua frase escolhida.
Procedimentos:
O professor deve encorajar os alunos a serem muito sinceros ao realizar esta atividade,
além de lembrá-los que se deve valorizar as diferenças interpessoais e respeitar a opinião
89
Para realizar essa atividade com crianças pequenas, o professor deve ler as frases e
selecionar aquelas que sejam mais sensíveis para as crianças do grupo. Pode pedir para
que as crianças pensem por um minuto na resposta antes de dizer, e aqueles que
desejarem podem falar sua resposta. É importante não pressionar as crianças para que
respondam, caso não queiram, assim como não se deve expor publicamente aqueles que
não desejam ler suas respostas. A adaptação da atividade para crianças pequenas requer
o preparo do professor e a reescrita da Ficha 16.
Objetivos:
Duração: 40 minutos
Recursos do professor:
Descrição
conhecimentos entendidos como uma afirmação objetiva dos fatos, ou como uma construção
subjetiva são evidenciados em crenças e valores. Assim deve perseguir nas atividades uma
Como mudanças se pode alcançar uma nova forma de atuação que implica na prática de
ambiente.
Esta visão afirma que aprender, pensar e saber são relações entre pessoas em atividade
do mundo socialmente constituído é socialmente mediado e não tem fim (Lave & Wenger,
2002).
A criança participa da atividade social mediada pela linguagem que os outros usam
para agir sobre seu comportamento. Ela também utiliza a linguagem para influenciar o
comportamento dos outros. Nessa visão, o poder de criação do homem é uma condição
atividade e sobre seu comportamento. O professor deve considerar que o desenvolvimento das
92
funções psíquicas superiores da criança acontece em dois diferentes planos: primeiro no plano
social e logo no plano psíquico; primeiro em cooperação entre pessoas, como categoria
controlar o ambiente com a ajuda da fala. Isto produz novas relações com o ambiente, além de
existisse isolado da criança, em vez de estudá-lo em marcos de “o que ele significa para a
93
criança” (Daniels, 2002). Isto implica em escutar a criança. Trata-se de voltar-se para
“aqueles que não têm palavra”, segundo a origem etimológica – infanes, aquele que não fala.
Trata-se de tomar com seriedade esse ator social que é a criança. Quando se pergunta a um
- Quem?
- Ah sim, acho que me lembro dele, amanhã eu presto mais atenção para ver como ele vai
indo.
na ajuda mútua; por isso, o professor precisa identificar os sinais cotidianos de uma cidadania
ativa. Ele deve reconhecer que o convívio é gerador de sentimentos, de afetos, de ideais, de
97).
No final do desenvolvimento surgem as regras e, quanto mais rígidas elas são, maior a
agudo torna-se o brinquedo. Correr simplesmente, sem propósito ou regras, é entediante e não
que tinham sido secundários ou incidentais no início, ocupam uma posição central no fim e
pensamento da criança seja socializado, permite que a realidade social seja convertida no
brincadeiras mais simples como brincar de “ser mãe” no faz-de-conta. Nos jogos mais
jogo, outras possibilidades de ações são eliminadas. O adulto presente nas brincadeiras e
desenvolvimento humano.
Objetivos
Duração
95
Duas semanas de atividade (sendo realizada, pelo menos, uma atividade por semana).
Cronograma
Objetivos:
Duração: 40 minutos
O professor deve introduzir o tema enquanto a criança está fazendo a sua tabela. Deve
falar sobre as diferenças interpessoais e a necessidade de aceitação do outro para a
sobrevivência do homem na vida em comum.
Dinâmica grupal:
nomes o aluno deve refletir sobre que espécie de sentimento sente em relação a si
mesmo e a cada um dos seus colegas. Em seguida, deve assinalar o sentimento
correspondente: rejeição, simpatia ou indiferença.
A compreensão das interações estabelecidas pelos alunos, assim como dos resultados
obtidos delas, interfere nas características afetivas e comportamentais do grupo e
influenciam nesse processo de desenvolvimento da autoestima das crianças.
O professor deve dialogar com o grupo, explicando que muitas vezes se comete erros de
julgamento e por isso se deve aprender a conviver melhor com as pessoas. Cada pessoa
age de forma a buscar seu espaço de convivência e tem, portanto, suas características
próprias, uma maneira particular de conseguir atingir seus objetivos. É importante que o
professor seja o mediador da atividade, introduzindo no grupo reflexões sobre o porquê
das preferências e dos sentimentos que cada um mobiliza no outro.
O professor deve mediar os alunos que são:
Populares: alunos vistos como cooperadores e líderes e que tendem a exibir mais
comportamentos sociais apropriados;
Rejeitados: alunos mais conflituosos, menos cooperadores e com poucas características
de liderança;
Controvertidos: alunos que tendem a oscilar entre comportamentos sociais apropriados e
comportamentos destrutivos;
Negligenciados: alunos que apresentam timidez, isolamento social e são ignorados em
sala.
É importante que, na infância, a criança tenha um repertório elaborado de atitudes
sociais. Nesse sentido, a atividade deste módulo contribui para a manutenção de relações
harmoniosas com os colegas e adultos.
Variação:
Objetivos:
Duração: 30 minutos
Recursos do professor:
É distribuída aos alunos uma lista com o nome de todos os colegas e uma lista com
elogios que podem ser cortados em pequenos papéis e distribuídos pela classe. O
professor deve introduzir a atividade, informando a todos que muitas vezes, em nossas
relações diárias, surgem situações de conflito as quais nos levam a cometer erros e, por
isso, se deve aprender a elogiar as pessoas quando elas estão certas.
Em pequenos grupos o professor distribui a lista com o nome dos colegas e, em seguida,
pede para que comentem entre si situações da família ou da escola em que tenham
cometido erros. Cada um pode contar uma história pessoal em que tenha cometido um
erro e falar sobre ela para o pequeno grupo. Depois de dez minutos de conversa sobre os
erros e os resultados de seu comportamento, o professor distribui a ficha com os nomes
dos alunos e em seguida entrega os papéis com os elogios.
A função do professor na coordenação das atividades e na interação da criança com as
demais deve ter em vista a produção de um dado comportamento ou conduta,
consubstanciando um processo de aprendizagem da convivência em grupo.
98
Com crianças pequenas pode-se deixar que cada uma fale sobre um dia em que cometeu
um erro e quais foram as consequências. Ao final, todas podem sugerir soluções para o
problema apresentado pela criança.
Objetivos:
Materiais dos participantes: Uma folha de papel grande e uma caixa de giz de cera. O
material se escolhe conforme o número de crianças. Caso haja mais de 20 crianças,
pode-se dividir o grupo em subgrupos.
Recursos do professor:
Atividade para grupos de até 20 pessoas, podendo ser adaptada para um número maior
de participantes.
Procedimentos:
O professor pode iniciar a dinâmica com a leitura da história, seguida de uma pequena
dramatização. Depois, pode solicitar a criação de um desenho coletivo com uma nova
história parecida com a primeira. A nova história é, então, produzida, desenhada e, em
99
Objetivos:
Duração: 40 minutos
O professor reúne o grande grupo e apresenta o novo amigo, pede para que as crianças
lhe deem um nome e explica que esse novo amigo ficará na turma durante um
determinado período de tempo.
Procedimentos:
O professor pode começar a atividade com a leitura do conto infantil e falar sobre a
importância da amizade para cada um dos personagens.
Em seguida, deve mostrar o amigo (boneco, brinquedo ou outro material de interesse da
turma) e trabalhar com a turma na criação das regras para que possam levar o amigo de
brinquedo para casa.
O professor deve abordar na sala em que condições os alunos estão levando o amigo e
como devem cuidar dele em casa para que nada de mal lhe aconteça, a maneira com a
qual o amigo deve ser tratado enquanto estiver com eles, etc. É importante que o
professor converse com as crianças e que elas sejam capazes de estabelecer as regras -
assim, o processo de participação se faz gerador da autonomia da criança e do respeito às
regras de convivência adotadas. Após a explicação os alunos devem, na semana seguinte
ou dali a dois dias, conforme combinado com a turma, trazer novamente o amigo que irá
agora visitar a casa de outro amigo.
Variações:
Para crianças muito pequenas esta atividade é muito significativa, pois elas assumem a
responsabilidade pelo cuidado com o boneco de brinquedo e, em geral, tratam-no como a
um irmão ou amigo; às vezes, acabam por se apegar e sentem alguma dificuldade em
entregar o boneco para o próximo colega. É preciso que o professor faça a mediação,
auxiliando as crianças a compreender a atividade e a resolver situações em que, por
acaso, uma criança insista em não entregar o boneco. Os conflitos devem ser trabalhados
em sala de aula, como quando alguma criança estraga o boneco ou quando este aparece
101
sem roupas, etc. É importante sempre consertar o boneco e mostrar para as crianças
como devem cuidar para que ele não seja estragado novamente possibilitando, assim, a
continuidade da atividade.
Para crianças mais velhas, aconselha-se emprestar um livro para ser lido com cuidado e
depois ser entregue ao colega da turma. O professor deve escolher um livro que seja
interessante o bastante para despertar o interesse da turma em ter acesso a ele.
102
Descrição
concentra nos projetos e metas que se deseja alcançar. Sempre a reflexão sobre os projetos de
vida deve levar em conta onde se está e os recursos de que se dispõe. Assim, o professor deve
ser o mediador dos alunos para que consigam refletir sobre aquilo que desejam.
Neste módulo, o professor deve incentivar os alunos para que utilizem estratégias e
mudanças necessárias para atingir as metas desejadas. Para isso, deve observar como são
o professor deve considerar a idade e as peculiaridades das crianças muito pequenas, cuidando
complexas para a idade - compreendendo, conforme Vygotsky (2003), que "as crianças
resolvem suas tarefas práticas com a ajuda da fala, assim como dos olhos e das mãos" (p. 34).
Essa unidade de percepção entre fala e ação constitui o objeto central de análise da origem de
Quando a criança utiliza palavras para criar um plano de ação específico, realiza uma
maior variedade de atividades para criar um plano de ação. O problema das atividades práticas
problema.
Desse modo, quando se fala em projeto de vida, relaciona-se esta categoria como um
projeto de antecipação de ações para resolver problemas e com as questões dos desafios
103
da projeção que fazem sobre o futuro e que previamente consegue desenhar. Muitos estudos
respostas abaixo podem exemplificar condições reais nas quais tais elaborações ocorrem:
“Eu, nada. Não vou ser nada, minha tia disse que eu não posso ser nada porque não sei cuidar
das coisas. ”
“Nunca serei nada, meu pai disse que eu não devo sonhar nada porque o mundo é cruel com
os sonhadores. ”
Essas respostas indicam a importância dos projetos de vida que são tecidos em
estudo, o trabalho, a vida familiar e de grupo, as relações com o sexo oposto e as atividades de
lazer são valorizadas pelos sujeitos. Assim, uma autoimagem positiva, o equilíbrio e a
realização pessoal são metas definidas pelo sujeito às quais a autoestima está diretamente
relacionada.
Ainda se considera que mesmo as crianças muito pequenas fazem projetos, como
resultado de suas relações pessoais, sociais e familiares. Seus projetos de vida incluem
desejos, interesses e motivações que comunicam aos demais colegas em sala de aula.
O projeto de vida, no entanto, não é estanque, porque as crianças mudam muitas vezes
criança muito pequena gosta de se representar no futuro, fazer jogos em que pensa sobre uma
Potencial ou (ZDP) considerada como a distância entre o nível de desenvolvimento real, que
desenvolvimento que supera o nível desenvolvimento do real, ou seja, o nível que a criança já
dispõe para atuar em seu contexto. Conforme Vigotski, o nível proximal inclui tudo aquilo
sua linguagem, comunica aos adultos e aos colegas de sala de aula seus projetos sociais e
Projetar-se no futuro faz parte do desenvolvimento das relações sociais que a criança
estabelece no âmbito escolar. Mas os projetos de vida são também diferentes dos sonhos,
contexto escolar que deixem as crianças experimentarem papéis. Esse fato é de especial
vida se relaciona com a organização de uma imagem que ela começa a criar no ambiente
crianças construam objetivos para si que sejam aceitos pelos demais colegas, sem julgamentos
morais ou de valores.
O projeto de vida faz parte da realidade que nos cerca, dando-nos a possibilidade de
agir ou não com base nas nossas intenções. Esse projeto sempre está sendo realizado de uma
105
Nas práticas escolares procura-se prever qual aprendizado poderá ser útil àquela
criança não somente no momento do ensino, mas para além dele. É um processo de
transformação constante na trajetória das crianças. As implicações dessa relação entre ensino
e aprendizagem para o contexto escolar estão no fato de que este ensino deve se concentrar no
O desempenho posterior do aluno neste módulo deve ser considerado a partir da:
aprendida;
Esses fatores, além de serem valiosos na previsão do desempenho futuro são geradores
de informações para determinar o que deve ser incluído no plano de instrução para ajudar o
Objetivos
Duração
Duas semanas de atividade (sendo, pelo menos, duas atividades por semana).
Cronograma
Objetivos:
Duração: 40 minutos
107
Recursos do professor:
O professor pode introduzir a atividade ao ler ou contar a história para as crianças e pedir
que elas descrevam qual era o projeto de vida da cigarra e qual o projeto de vida da
formiga. Deve questionar em que implicaria a tomada de decisões e a razão de cada
personagem escolher um caminho distinto na vida. O professor deve permitir a livre
expressão das crianças e suas considerações sobre a história.
Procedimentos:
As crianças podem optar por ser cigarra ou formiga e cada uma delas deve apresentar as
razões que justifiquem a escolha - é importante o professor não julgar moralmente as
escolhas das crianças. O professor pode discutir com as crianças qual a moral da história,
se estão satisfeitos com sua escolha ou se gostariam de mudar de personagem e por quê.
Pode trabalhar também com a dramatização, na qual as crianças escolhem alguém para
ser a cigarra e outro para ser a formiga. Esta dramatização é uma criação livre do grupo,
devendo ser mediada pelo professor.
Muitas crianças pequenas tendem a abandonar o personagem escolhido e optar por outro
em função da influência de um amigo ou da reflexão mais aprofundada sobre o destino
que cada personagem tem na história. É importante o professor mediar os diálogos e
permitir que o grupo discuta as razões de escolhas livremente, sem julgamentos morais.
Variações:
Com crianças mais velhas pode ser interessante o professor escolher uma história mais
adequada para a idade do grupo, na qual dois personagens tenham feito escolhas e
trilhado caminhos distintos na vida.
108
Objetivos:
Duração: 40 minutos
Recursos do professor: Mediar a atividade enquanto a cada criança está falando sobre a
sua escolha e reflexões sobre o futuro. O professor deve ter uma atitude de valorização
da atividade, da singularidade, além de resgatar e destacar as metas como possíveis de
serem atingidas pela criança.Ficha 23 – O debate com os alunos.
Dinâmica grupal:
O professor pode introduzir a atividade contando uma pequena história de sua vida
pessoal, mas deve ser cuidadoso para que todas as crianças compreendam a atividade.
Há a possibilidade de organizar o relato por faixas etárias. Pode-se ler a história da Ficha
24.
Procedimentos:
Por meio desta atividade se percebe que as crianças, muitas vezes, reproduzem o “modo
de pensar” trazido do meio familiar, reforçando atitudes negativas dos próprios pais no
passado. Assim, o papel de mediação do professor na atividade é fundamental.
Esta atividade de mediação pode ser feita discutindo com os alunos sobre a realidade
atual e futura imaginando que todos têm um alto grau de responsabilidade pelas escolhas
feitas, além de refletir sobre a possibilidade de modificar o seu comportamento em um
futuro alternativo.
Vale lembrar aos alunos que eles apresentam muitos recursos e qualidades e que podem
desenvolver atitudes e habilidades, que os possibilita, ao longo de sua história pessoal,
aprender muitas coisas. Pode-se falar também sobre as características pessoais que os
alunos julgam não ser positivas e sobre as que podem ser modificadas para que se
consiga atingir as metas mais próximas e assim, sucessivamente, ir criando o futuro
desejado.
Variações:
Com crianças muito pequenas o professor pode falar sobre as transformações que
109
ocorrem na vida, desde o nascimento: as fases, as brincadeiras que mudam, debater sobre
as escolhas e preferências e o porquê de cada preferência.
Objetivos:
Duração: 60 minutos
Recursos do professor:
O professor pode introduzir a atividade contando uma história sobre o futuro, uma
imagem de como será sua vida ou a de uma pessoa conhecida daqui a dez anos. Em
seguida, pede para que cada criança imagine como será o seu futuro daqui a dez anos. É
importante deixar um tempo para que as crianças reflitam, cerca de dez minutos, e, se
alguém desejar, pode contar para a turma como se imaginou. Nesse ponto, pode-se
sugerir aos alunos que escrevam um diário pessoal em casa e dediquem algum tempo
para refletir em seu diário sobre como se imaginam no futuro; nesse tempo, podem
planejar e ao mesmo tempo identificar situações que gostariam de mudar. Em seguida, o
professor pode dar alguns exemplos sobre situações específicas e falar sobre como se
pode modificar alguns elementos para se conseguir alcançar a meta desejada. Deve
orientar os alunos para que ajudem uns aos outros a enfrentar obstáculos no presente. O
professor deve ser o mediador, capaz de auxiliar os jovens na escrita de seu diário, dando
exemplos e registrando intenções de acordo com as características e interesses do grupo.
110
Após uma semana escrevendo o diário, o professor deve pedir para que as crianças o
levem para a sala de aula. Após a leitura do diário, na qual se identificam aspectos
conflituosos ou de dificuldade que os alunos gostariam de mudar – uma discussão
frequente que ocorre entre dois amigos na sala de aula, por exemplo – o professor,
utilizando a ficha de debate (Ficha 25), inicia as discussões com o grupo. O professor,
então, pode dar como exemplo uma situação na qual questiona se está satisfeito com sua
atual situação e retoma o caso da discussão entre os dois amigos – Carlos e Pedro, por
exemplo – com a turma. Essa situação hipotética pode servir de exemplo para que os
alunos compreendam os distintos passos da atividade, conforme a Ficha 25 – Reflexão:
Atividade “Meu diário”. Após, o professor pode perguntar à turma como poderia fazer
para solucionar o problema dos amigos. Esse debate com toda a turma pode ajudar o
grupo a resolver problemas e conflitos em sala de aula, afinal é uma situação que
preocupa, mas que pode ser modificada. Então, o professor pode perguntar aos alunos se
estão satisfeitos com a situação atual ou se gostariam de modificá-la. O segundo passo é
fazer cada aluno do grupo refletir e se perguntar “o que estou fazendo para modificá-la?”
e “o que eu tenho feito até agora?”. O terceiro passo é refletir com o grupo sobre “quais
outras coisas eu poderia fazer para modificar uma situação que está me incomodando”.
Nesse ponto é importante que o professor fomente o máximo de alternativas possíveis
com o grupo. O passo seguinte é debater a seguinte questão: “se eu fizesse outras coisas
ou tomasse outras decisões, que consequências elas produziriam?”. Aqui, se pode pensar
em consequências positivas ou negativas de cada uma das possibilidades que tenham
sido assinaladas na pergunta anterior. Assim, depois de analisadas cuidadosamente as
consequências de cada alternativa recomendada para Carlos, recomenda-se que cada um
dos alunos escolha uma alternativa e descreva a continuação; é mais fácil modificar um
comportamento se as pessoas envolvidas estiverem decididas a modificar a situação que
gerou esse comportamento. Após, deve-se analisar se houve solução efetiva; caso
contrário, deve-se analisar o porquê. Uma vez que o professor tenha debatido em sala
todos os passos anteriores e esteja seguro de que os alunos compreenderam claramente a
111
atividade, pode-se entregar para cada aluno a Ficha 25 – Reflexão: Atividade “Meu
diário”. É necessário explicar que essa ficha foi planejada para que os alunos apliquem
em sala uma situação particular ou pessoal que gostariam de mudar, ou um problema que
gostariam de solucionar. Deve-se animar os alunos sobre a utilidade da ficha na análise
de uma situação, seguindo os passos sugeridos. Estabelece-se com o grupo alguns dias
para que cada aluno analise uma situação específica. O professor também pode fazer a
mediação sugerindo situações como, ser amigo de alguém, aprender a resolver
problemas de matemática, fazer exercícios físicos diários, conseguir melhores notas, etc.
Variações:
Esta atividade requer um grau de capacidade de reflexão e maturidade, assim como
conhecimento de leitura e escrita. O professor deve ajudar os alunos a produzir suas
respostas, a concretizar um plano e, sobretudo, estar certo de que tenham compreendido
cada etapa da proposta.
Julga-se necessário dar maior atenção para a análise da situação problemática enfrentada
pelo aluno e para sua capacidade de resposta, além de atentar para a avaliação das
consequências de cada alternativa e o plano que devem desenvolver para atingir seus
objetivos.
O exercício de imaginar a si mesmo no futuro pode ser realizado em uma primeira
sessão, deixando para a segunda os problemas e o conhecimento sobre as situações
futuras desejadas. No entanto, a atividade pode se desdobrar em outras sessões, tantas
quantas forem necessárias. É muito aconselhável retomar os comentários prévios dos
alunos na segunda sessão.
Objetivos:
Duração: 40 minutos
O professor deve iniciar a atividade questionando os alunos sobre o que gostam de fazer,
como no exemplo abaixo:
O que lhe dá prazer nas coisas que realiza? Que tipo de trabalho? Que tipo de estudo?
112
FICHAS DE ORIENTAÇÃO
3. Deve-se manter o respeito sobre o que nos disse nosso companheiro, especialmente quando
se fala aos demais. Alguns alunos são muito sinceros e se deve reconhecer sua sinceridade e
agradecê-los, já que muitas vezes é difícil falar e considerando que também não se gosta de
críticas.
4. Pode ser que algum companheiro se sinta ferido por falta de consideração e que
ocasionalmente algum membro da classe possa se expressar sobre o mesmo, mas se deve
5. Alguns alunos são muito tímidos com relação ao desenho e outros não se agradam com o
produto final, por isso é importante que o professor reconheça a participação de todos e peça
6. Pode ser que algumas crianças comentem o desenho do companheiro e que este se sinta
ferido por falta de consideração; por isso, o professor deve mediar o diálogo na turma, de
8. Qual o seu filme favorito? Por que ele tem um significado especial para você?
Ficha 4. Se eu fosse...
1. O professor deve orientar sobre os aspectos que cada criança acha importante em seus
colegas.
2. O que acham que foi a coisa mais importante que o colega fez?
115
4. O que ele faz que eu admiro (por exemplo, dançar, cantar, saltar, etc.)?
Meu lugar favorito é... Quando cometo um erro, Como eu gostaria de...
eu...
1. O professor deve orientar para que o aluno se lembre de alguém importante para ela.
2. Que mensagens essa pessoa disse que foram positivas? Quais as mensagens positivas que
5. O professor deve enfatizar considerações sobre o valor que as pessoas têm em mente
quando nos dizem mensagens negativas, e lembrar os alunos que esaas mensagens podem
1. O professor deve respeitar o tempo de cada criança; na dúvida sobre o contato pessoal, é
preferível levar uma caixa e colocar o nome dos companheiros para o sorteio.
2. Cada criança deve imaginar, no contato pessoal, o que gostaria de sentir que alguém lhe
desse: um aperto de mão ou um abraço. Deve-se comentar a respeito do que cada criança falar
3. O professor, enquanto mediador, deve cuidar especialmente das crianças mais tímidas, a
fim de evitar o bullying. Deve trabalhar para que sejam sinceros e respeitosos com as emoções
1. Orientar para que as crianças imaginem uma pessoa no cartaz. Que tipo de emoção esta
4. Que tipo de experiência a deixou feliz? Quando foi e o que aconteceu na época?
7. Quem é a pessoa para a qual você fala sobre as suas emoções? Como se sente quando
2. Esta caixa pode conter qualquer coisa que te deixa triste, o que tem dentro da caixa?
3. Esta caixa pode conter qualquer coisa que te deixa esperançoso, o que tem dentro da
caixa?
4. Esta caixa pode conter qualquer coisa que te deixa aborrecido, o que tem dentro da
caixa?
5. Esta caixa pode conter qualquer coisa que te deixa indeciso, o que tem dentro da
caixa?
1. Que lugar foi escolhido para a viagem, como foi esta escolha?
3. Como foram distribuídos no grupo os papéis durante a viagem? Como cada criança
6. Como se sentem ao chegar? Como foram acolhidos no lugar, havia alguém esperando?
1. Nas diversas situações o professor deve trabalhar com o grupo sobre como cada criança se
2. Quando chegam a comentar situações em que não foram acolhidos no lugar ou algum
amigo não os recebeu como gostariam de ser recebidos, o professor deve mediar as
interações.
3. O professor deve buscar discutir com o grupo e motivá-lo, apontando que, em diversas
de solidão.
4. O professor deve prestar atenção às respostas do grupo e às soluções que os colegas podem
apresentar uns para os outros quando demonstrarem como se sentem em cada lugar.
companheirismo.
3. Cada um deve ser o protagonista de sua atividade, suas emoções estão presentes no
4. O professor deve mediar os comentários que surgem durante a atividade, do tipo “eu não
sei fazer” ou “minha obra ficou feia”, etc. Deve se certificar que cada um mantenha uma
5. No contato com a matéria, seja ela o barro ou outro material qualquer, os membros do
positivos no grupo; a admiração pelo que cada um fez deve ser estimulada pelo professor,
2. Após a criação do palhacinho, o professor deve fazer uma apresentação do mesmo para o
grupo;
4. A regra deve ser a da aceitação, da escuta atenta do que cada palhacinho pode representar;
5. Outra regra deve ser a da compreensão; cada aluno deve buscar compreender o que o outro
colega diz e faz, como se apresenta e o que busca comunicar com o seu personagem.
2. Discutir com o grupo a maneira como se sente habitualmente. É necessário que todos falem
3. Trabalhar com o que cada aluno escreveu em cada um dos dedos da mão, sobre o que
4. Comentar em seguida, com os pequenos grupos, por que acreditam que ele escolheu essas
crenças sobre si, qual a relação entre as frases e o comportamento do aluno no cotidiano da
sala de aula;
5. Nos pequenos grupos cada aluno deve explicar o seu desenho aos demais colegas e esses
6. O professor deve enfatizar que cada pessoa pode ver coisas diferentes a respeito do colega
em sala de aula e que isto não é previsível; todas as visões são válidas para ajudar a nos
conhecer melhor;
7. Depois, nos pequenos grupos, o aluno comenta o desenho do companheiro e por que ele
escolheu tal frase; tenta explicar ao protagonista da atividade sua visão sobre ele, suas
emoções e impressões, se estão ou não coerentes com o que ele acredita que pensam a seu
respeito.
de relações de aceitação sobre a opinião dos outros e sobre as diferenças que implicam na
individualidade.
1. Eu gosto de...
1. Para começar a atividade, o professor pode utilizar uma música suave de fundo e pedir para
2. Deve, então, demonstrar como ser um fantoche e pedir para que uma criança lhe toque no
ombro direito para virar à direita, e no ombro esquerdo virar à esquerda. Quando tocado no
3. Então, solicita a formação das duplas escolhidas livremente ou segundo a altura de cada
um;
4. Deve-se escolher quem deve ser o fantoche e quem deve ser o jogador;
5. Iniciar a atividade atentando-se para o tempo: cinco minutos em cada papel e depois
invertê-los para que cada aluno experimente uma relação diferente com o outro;
6. Estimular, ao final, considerações sobre a atividade. Por exemplo, quais as emoções que a
dinâmica permitiu evocar, em que duplas se sentiram melhor e o porquê, e em que tipo de
Carlos
Dilce
Eraldo
Mara
Garaldo
Salomão
Teodoro
Valter
João é...
Gustavo é...
Pedro é...
Maria é...
Uma lista com elogios recortados para serem distribuídos entre as crianças:
Inteligente
Amoroso
Companheiro
Solidário
Feliz
Alegre
Amável
Sincero
Bom
Ele foi às montanhas com os seus discípulos, e lá havia uma floresta onde todas as
árvores estavam sendo cortadas. Milhares de pessoas estavam cortando as árvores e toda a
123
floresta estava sendo destruída. Mas havia uma grande árvore, tão grande que mil pessoas
poderiam sentar-se sob sua sombra. Sua folhagem era muito grande e ela era uma árvore
imensa! Eles nunca tinham visto uma árvore assim, e ninguém a estava cortando! LaoTzu
disse a seus discípulos:
- Vão lá e perguntem… eles destruiriam toda a floresta, e por que não cortaram aquela
árvore?
E os discípulos foram e indagaram às pessoas, que responderam:
- Esta árvore é inútil! Primeiro, sua madeira é tal que não se pode fazer nada a partir
dela – nenhum móvel pode ser feito dela. Em segundo lugar, sua madeira é tal que não se
pode usá-la como lenha – ela cria uma fumaça muito densa e desagradável a ponto de fazer as
pessoas começarem a lacrimejar. Suas folhas são tão amargas que nenhum animal as come. É
uma árvore inútil! Por isso não foi cortada.
Quando eles voltaram, LaoTzu riu e disse:
- Vejam! Eu sempre lhes ensinei o uso da inutilidade! Vejam a beleza desta árvore –
ela está salva porque é inútil. LaoTzu disse a seus discípulos: – Se vocês quiserem se salvar,
sejam inúteis como esta árvore e viverão muito, e sua folhagem será enorme.
Esta também é minha própria experiência: permaneça em seu âmago mais profundo. O
uso está somente na superfície.
Sim, a gente precisa fazer algo para o sustento, para ter uma moradia, para ter
alimento. Deve-se fazer algo, tudo bem, mas não pense que isso é sua vida. A sua subsistência
não é sua vida. E o padrão de vida não é o padrão de viver. O padrão de vida vem da
inutilidade, através de atividades úteis, e um padrão de viver surge das atividades inúteis
como música, poesia, pintura, meditação, amor.
O menino foi conversar com as estrelas. Subiu numa pedra bem alta e preguiçosa, das
que ficam molhando os pés à beira mar, e esperou. A noite veio molenga e as primeiras
estrelas apareceram. A Lua chegou devagarinho com suas amigas nuvens.
124
Conversar com as estrelas é fácil: - É só ficar olhando e piscando. Não pode ficar
apontando e contando que daí nasce verruga.
O céu formigou de estrelinhas. Dava até para escutar.
- Não param nunca de piscar!
Depois que falaram de tudo, o menino entristeceu. Era de entristecer mesmo.
- O galo do jardim não canta.
- Não canta?! Piscaram assombradas.
- Não. Acho que perdeu a voz quando era bem pequeno.
O céu inteiro estava acordado. Ouviam tudo o que o menino pensava. A Lua ficou
quase vermelha porque até o Sol quis despertar.
- Está errado, galo canta. Disse uma bem pequenina.
- É. Ele cresceu e ficou sem alegria.
O menino achou que quando crescer seria triste como o galo do jardim, nem saber
cantar saberia.
- Pobrezinho! Suspirou o céu silencioso.
As estrelas do céu viajaram para dentro dos olhos do menino, só para consolar. E os
olhos ficaram brilhantes.
Os amigos são assim. Quando estamos tristes, eles aparecem e ficam brilhando e
brilhando, como estrelas nos olhos.
Elas ouviram todas as tristezas e guardaram todos os segredos.
Quando o menino piscou, as estrelinhas voaram para o céu. Menos uma que desceu
com a lágrima até a pedra.
- Você não quer voltar para o céu?
A estrelinha nem respondeu e o menino sorriu para o mar repleto de estrelas.
- O Oceano é um olho bem grande, cheio de lágrimas. As estrelas do céu conhecem os
segredos do mar. Só elas sabem. Por isso guiam os navegantes, indicam os caminhos.
O vento que toma conta das crianças apareceu e empurrou o menino para casa com três
atchins.
No outro dia, o Sol entrou pela janela e despertou o menino bem cedinho. Ele saiu
correndo para molhar os pés no mar.
Sobre a pedra preguiçosa, percebeu uma coisa diferente:
- Uma luzinha!
Não era o reflexo do Sol no orvalho da manhã.
Lembrou da noite passada quando conversava com as estrelas.
125
(onde nasceu, o que estava acontecendo na época, quem são seus pais, uma história da qual
2. Descreva-se com suas características e com as características indicadas por outras pessoas:
hoje, quais são seus compromissos: O que faz? Por que faz? Como faz? E o que sente?
Tudo o que hoje preciso realmente saber, sobre como viver, o que fazer e como ser, eu
aprendi no jardim de infância. A sabedoria não se encontrava no topo de um curso de pós-
graduação, mas no montinho de areia da escola de todo dia.
Pegue qualquer um desses itens, coloque-os em termos mais adultos e sofisticados e aplique-
os à sua vida familiar, ao seu trabalho, ao seu governo, ao seu mundo e vai ver como ele é
verdadeiro, claro e firme. Pense como o mundo seria melhor se todos nós, no mundo todo,
tivéssemos biscoitos e leite todos os dias por volta das três da tarde e pudéssemos nos deitar
com um cobertorzinho para uma soneca. Ou se todos os governos tivessem como regra básica,
devolver as coisas ao lugar em que elas se encontravam e arrumassem a bagunça ao sair. Ao
sair para o mundo é sempre melhor darmos as mãos e ficarmos juntos. É necessário abrir os
olhos e perceber que as coisas boas estão dentro de nós, onde os sentimentos não precisam de
motivos, nem os desejos de razão.
2. O que estou fazendo para modificá-la, o que eu tenho feito até agora?
consequências positivas ou negativas de cada uma das possibilidades que tenha abordado na
pergunta anterior);
128
continuação;
6. Já tomou a decisão, agora descreva o plano que fez para conseguir levar adiante a sua
decisão;
7. O que ocorreu?
1. Faça um levantamento do seu mundo ideal: como seria o futuro, as pessoas, as cidades, o
trabalho?
2. Pense neste mundo possível: o que você faria? Como seria a sua vida pessoal?
REFERÊNCIAS
Alves, R. (2000). A alegria de ensinar. Campinas: Papirus.
Engeström, Y. (2002) Non scolae sed vitae discimus: como superar a encapsulação da
aprendizagem escolar. In H. Daniels (Org.), Uma introdução à Vygotsky (pp. 175-197).
São Paulo: Edições Loyola.
Kafka, F. (1993). A metamorfose (13a. ed.). (M. Carone, Trad.). São Paulo: Brasiliense.
Levinás, E. (2010). Entre nós – ensaios sobre a alteridade (5a. ed.). Petrópolis: Vozes.
Pelaprat, E., & Cole, M. (2011). “Minding the gap”: imagination, creativity and human
cognition. Integr Psych Behav. 45(4), 397-418. doi: 10.1007/s12124-011-9176-5
Santana Vega, L. E., & García, L. F. (2011). Percepción de apoyo de padres y profesores,
autoconcepto académico y toma de decisiones en Bachillerato, Revista de Educación,
355, 493-519. http://www.revistaeducacion.educacion.es/re355_21.html
Santana Vega, L. E. S., García, L. F., & Llanos, A. B. J. (2016). Perceived family support
and the life design of immigrant pupils in secondary education. Revista de Educación,
372, 32-58. doi: 10.4438/1988-592X-RE-2015-372-314
130
Santana Vega, L. E., González-Morales, O., & García, L. F. (2016). Entrepreneurship and
Adolescents. Journal of New Approaches in Educational Research, 5(2), 123-129.
doi:10.7821/naer.2016.7.165
Santana Vega, L. E., García, L. F., & González, A. C. (2010). El Programa de Orientación
Educativa y Sociolaboral: un instrumento para facilitar la toma de decisiones en
educación secundaria. Revista de Educación, 351, 73-105.
http://www.revistaeducacion.educacion.es/re351/re351_04.pdf
Vygotski, L. S., Luria, A. R., & Levontiev, A. (2007). Psicologia e Pedagogia: bases
psicológicas da aprendizagem e do desenvolvimento (4a. ed.). São Paulo: Centauro.